O sangue dos inocentes

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Introdução “Se você planeja fazer uma revolução, saiba que o fracasso das suas escolhas batera a sua porta tanto quanto o Sucesso, cabe a você decidir aonde quer chegar” (Josyas França)

O SANGUE DOS INOCENTES

Durante anos a história do cristianismo e de homens que fizeram parte de uma revolução que custou o próprio sangue vem sendo contada. Porem após alguns anos, a idéia de que a reforma foi originada pelas 95 teses de Lutero se espalhou de tal forma que muitas pessoas deste presente século já não conhecem mais a história que deixou de ser contada. Seu conteúdo se encontra apenas em livros deste presente século, artigos e históricos escritos de uma época passada, porém através deste vamos estudar a vida de homens e conhecer toda a parte da história que compreende a igreja aonde ela chegou aos dias de hoje. Lembremos aqui também dos Mártires da fé que compreendem os apóstolos de Jesus que não exitaram em entregar a própria vida por amor a esta verdade, passando pelo inicio da perseguição de Roma até a apostasia do cristianismo, vendo também com cuidado a vida de homens que se sobressaem a Lutero, Calvino e Zwinglio, pois existiram antes da reforma e foram queimados vivos enquanto entoavam canções de adoração a Deus e não voltaram atrás em suas ideias a respeito do Reino de Deus. E a respeito desses homens podemos também fazer menção ao texto de Hebreus 11:38 “Homens de que o mundo não era digno! Refugiaram-se nas solidões das montanhas, nas cavernas e em antros subterrâneos”.


CAPITULO 1 – OS MARTIRES DA FÉ Quando falamos de Mártires da fé, estamos falando de homens que viveram numa época aonde a evolução dos pensadores e dos reinos fez com que a ideia de se seguir a cristo sofresse perseguição intensa. Os Apóstolos de Jesus foram os primeiros a serem perseguidos bem como os cristãos da época que se entregavam a Cristo, Jesus exerceu o seu ministério com esses homens durante três anos, nos próximos anos esses homens pregaram o evangelho e o arrependimento abdicando de suas próprias vidas, sendo perseguidos incessantemente. Sobre a perseguição e morte dos Apóstolos podemos discorrer que a maior fonte de informação esta em escritos da época e a Bíblia cita alguns como por exemplo, o primeiro Mártir da fé cristã, Estevão. Estevão foi morto a pedradas e curiosamente Paulo, no dado momento ainda Saulo, como autoridade da época e perseguidor dos cristãos, consentiu em sua morte, e Estevão morrendo glorificava a Deus. Paulo, perseguidor da fé cristã da sua época e implacável inimigo dos cristãos provou no caminho a Damasco a verdade sobre Jesus. Após a sua conversão Paulo se dedicou a pregação do evangelho, tendo escrito as seguintes epistolas (cartas Paulinas):

de altura do alto do pináculo sudeste do Templo ao se recusar a negar sua fé em Cristo. Quando eles descobriram que ele havia sobrevivido à queda, seus inimigos o espancaram até a morte com um porrete. Este foi o mesmo pináculo para onde Satanás levou a Jesus durante a tentação. Bartolomeu, também conhecido como Natanael, foi um missionário para a Ásia. Ele testemunhou onde hoje é a Turquia e foi martirizado pela sua pregação na Armênia, quando ele foi chicoteado até a morte. André morreu em uma cruz em forma de x na Grécia. Após ter sido chicoteado severamente por sete soldados, estes ataram o seu corpo à cruz com cordas para prolongar a sua agonia. Seus seguidores reportaram que, quando ele foi levado em direção à cruz, André a saudou com as seguintes palavras: “Muito desejei e esperei por esta hora. A cruz foi consagrada pelo corpo de Cristo pendurado nela”. Ele continuou a pregar para os seus torturadores por dois dias até que ele morreu. O apóstolo Tomé foi atingido por uma lança na Índia durante uma de suas viagens missionárias para estabelecer a igreja lá. Matias, o apóstolo escolhido para substituir o traidor Judas Iscariotes, foi apedrejado e depois decapitado. O apóstolo Paulo foi torturado e depois decapitado pelo maligno imperador Nero em Roma em 67 d.C. Há tradições referentes aos outros apóstolos também, mas nenhuma com apoio histórico ou tradicional confiável. Não é tão importante saber como os apóstolos morreram. O que importa é o fato de que todos eles estavam dispostos a morrer pela sua fé. Se Jesus não tivesse sido ressuscitado, os discípulos o saberiam. Ninguém morreria por alguma coisa que se sabe ser uma mentira. O fato de que todos os apóstolos estavam dispostos a morrer horrivelmente, recusando-se a negar a sua fé em Cristo é uma tremenda evidência de que eles verdadeiramente testemunharam a ressurreição de Jesus Cristo.

Romanos

I Coríntios

II Coríntios Gálatas

A APOSTASIA DO CRISTIANISMO (A FALSA UNIÃO DO PODER COM OS CRISTÃOS)

Efésios Filipenses

Colossenses

I Tessalonicenses

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II Tessalonicenses I Timóteo

II Timóteo

Os apóstolos estavam mortos, mas ainda haviam cristãos por sobre a terra que empregavam suas vidas em favor do evangelho e de tudo que haviam aprendido. Porem os cristãos eram perseguidos de maneira implacável, eram dados as feras no coliseu famílias eram devoradas em frente as multidões, mas isso não era o suficiente para tirar a fé do povo. E é nesse período da história durante a ultima das 10 grandes perseguições lideradas por Diocleciano, que abdicou do trono em 305 d.c, Galério e Constanso, que surge em 313 d.c. Constantino, o 1º imperador Cristão. Constantino carregava em si a idéia de que o cristianismo não poderia e não deveria ser recriminado, e fez cessar todas as manifestações contrárias a igreja assinando o edito de Milão, este edito declarava

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Tito Filémon

Hebreus, Epistola anônima,tradicionalmente atribuída a Paulo.

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Sobre a Morte dos Apóstolos: O único apóstolo cuja morte está registrada na Bíblia é Tiago (Atos 12:2). O rei Herodes “fez Tiago passar a fio de espada” - aparentemente uma referência à decapitação. As circunstâncias das mortes dos outros apóstolos só podem ser conhecidas baseadas nas tradições da época. A tradição da igreja mais aceita em relação à morte de um apóstolo é que o Apóstolo Pedro foi crucificado, de cabeça para baixo em uma cruz em forma de x, em Roma, cumprindo a profecia de Jesus (João 21:18). A seguir estão as “tradições” mais populares a respeito das mortes dos outros apóstolos: Mateus sofreu martírio na Etiópia, morto por um ferimento causado por uma espada. João esteve à beira do martírio, quando ele foi cozido em um recipiente enorme de óleo durante uma onda de perseguição em Roma. No entanto, ele foi milagrosamente livrado da morte. João foi sentenciado às minas na ilha de Patmos. Ele escreveu o livro profético do Apocalipse em Patmos. O apóstolo João foi mais tarde posto em liberdade e retornou para o lugar onde hoje fica a Turquia. Ele morreu velho, sendo o único apóstolo a morrer em paz. Tiago, o irmão de Jesus (não oficialmente um apóstolo), o líder da igreja em Jerusalém, foi atirado de mais de 30 metros

“ Convém que vossa excelência saiba, que decidimos banir todas as restrições contra os cristãos...” e também declarava que “...a partir de agora, todos aqueles que decidirem seguir a doutrina dos cristãos que o façam de modo livre e completo, sem serem perseguidos e molestados” Este edito declarava ainda, que o Império Romano seria neutro em relação ao credo, e deu ao cristianismo e as outras religiões o ESTATUTO DA LEGITIMIDADE, mas como cristão, Constantino não se deteve e fez parte da construção das basílicas mais conhecidas da Igreja Católica Romana. A partir deste ponto, os pagãos iriam ceder um pouco mais, mas exigiriam dos cristãos a mesma atitude, e aos poucos os credos e folclores foram se espalhando, e, sobre a capa de pretexto ao cristianismo, surge a Igreja Romana (Católica), com praticas e indulgencias, a fim de corromper a fé, e neste período a dormência dos cristãos parecia geral. Espalharam se basílicas e construíram se templos, surgiram os Papas e o clero, e o folclore misturou cristianismo com paganismo. Até o dia que o Senhor Jesus, incendiou alguns bravos corações, e iniciou se um novo dia na história do cristianismo, esse período ficou conhecido nos dias de hoje como “Reforma Protestante”, mas existe uma boa parte da história que precisa ser contada, a saber, a história de homens que ficaram conhecidos como “Pré Reformadores”.


CAPITULO 2

reformadores foram intelectuais que manifestaram suas insatisfações espirituais por não encontrarem na igreja romana, espaço para que pudessem exercitar sua fé. Inicialmente, a Reforma tratou-se de um manifesto popular e, num segundo momento, esse manifesto foi incorporado à erudição dos intelectuais: John Wycliffe, John Huss e William Tyndale.

OS PRE REFORMADORES John Wycliffe (1320 ou 1328 - 1384) O período da Igreja, vivido pelos pré reformadores, ficou conhecido como a fase da “Igreja Deformada”. Nesse ínterim, surgiram homens que exerceram grande influência sobre os reformadores. John Tauler foi um deles. E alguns consideram que ele foi protestante antes mesmo do protestantismo.

Sua família era tradicional na região de Yorkshire, seu local de nascimento. Não há certeza sobre o ano de seu nascimento, há variações de 1320 a 1328.

John Tauler (1300-1361)

Na universidade, Wyclif aplicou-se nos estudos de teologia, filosofia e legislação canônica. Tornou-se sacerdote e depois serviu como professor no Balliol College, ainda em Oxford. Por volta de 1365 tornou-se bacharel em teologia e, em 1372, doutor em teologia.

Tauler nasceu na cidade de Strasbourg Alemanha por volta de 1300. Entrou para a ordem dominicana local aos quinze anos de idade, onde deve ter recebido uma linguagem dominicana. Mas não importa muito a natureza de sua formação, sua compreensão das realidades teológicas era profunda e por volta de 1325 foi ordenado padre dominicano. Uma razão para sua imensa popularidade em vida deve ter sido o fato de que viajou muito. Em 1339 sua comunidade foi forçada a deixar Strasburg para Basle devido a uma interdição papal a esta cidade. Ele optou por ser leal ao imperador em sua disputa com o Papa João XXII. Só em 1498 seus sermões forma publicados em Leipzig, sendo a tradução latina de Laurentius Surius, impressa em Colônia em 1548, a que difundiu seu pensamento. A edição impressa em Augsburg em 1508 foi lida. Ele referia-se a sua teologia, similar a dos antigos, em carta a Spalatin em 1516. Ele admirava sua defesa de uma completa submissão à vontade de Deus e suas notas sobre os sofrimentos que atormentam as almas devotas. O fundamento, para Tauler, é a essência de nossa alma e é o lugar onde vamos ter contato direto com a Divindade. Enfatiza que neste nível profundo somos guiados por uma fome insaciável por Deus e uma predisposição para recebê-lo. Os textos enfatizam também que devemos abandonar o egoísmo e nossa vontade própria se queremos nos unir a Deus, e Tauler dá a maior relevância ao papel de Cristo neste processo. A atitude que devemos aprender é essencialmente a passividade, deixando Deus trabalhar em nós. De fato, em geral Tauler creditava o imenso valor espiritual das tribulações diárias, e como estas servem para distinguir a verdadeira da falsa testemunha. Tauler demonstra uma grande compreensão de nossos períodos de fraqueza e falha. Ele adoeceu em 1360, sendo tratado por sua irmã. Morreu em 16 de junho de 1361. Seu túmulo pode ser visitado na igreja luterana em Strasburg, construída na local da antiga igreja dominicana, que foi destruída por um incêndio em 1870. Lutero, entendeu a doutrina da justificação por meio das Sagradas Escrituras, mas foram os escritos de Tauler que corroboraram para que isso fosse possível. A influência principal dos escritos de Tauler ocorreu por conta de sua sistematização empenhada nessa doutrina: a justificação. Os considerados pré-

Como teólogo, logo destacou se pela firme defesa dos interesses nacionais contra as demandas do papado, ganhou reputação de patriota e reformista. Wyclif afirmava que havia um grande contraste entre o que a Igreja era e o que deveria ser, por isso defendia a reformas. Suas ideias apontavam a contradição entre várias normas do clero e os ensinos de Jesus e seus apóstolos. Uma destas contradições era a questão das propriedades e da riqueza do clero. Wycliffe queria o retorno da Igreja aos primitivos tempos dos evangelistas, algo que, na sua visão, era incompatível com o poder temporal do papado e dos cardeais. Logo, a cátedra deixou de ser o único meio de propagação de suas ideias, ao iniciar a escrita de seu trabalho mais importante, a Summa theologiae. Entre as ideias mais revolucionárias desta obra, está a afirmação de que, nos assuntos de ordem material, o rei está acima do papa e que a Igreja deveria renunciar a qualquer tipo de poder temporal. Sua obra seguinte, De Civili Dominio, aprofunda as críticas ao Papado de Avignon (onde esteve a sede da Igreja romana entre 1309 até 1377), com seu sistema de venda de indulgências e a vida mundana e luxuosa de padres, bispos e religiosos sustentados com dinheiro do povo. Wycliffe defendia que era tarefa do Estado lutar contra o que considerava abusos do papado. A obra contém 18 teses, que vieram a público em Oxford em 1376. Suas ideias espalharam-se com grande rapidez, em parte pelos interesses da nobreza em confiscar os bens então em poder da igreja. Wycliffe pregava nas igrejas em Londres e sua mensagem era bem recebida. Apesar de sua crescente popularidade, a igreja apressou-se em censurar Wycliffe. Em 19 de fevereiro de 1377, Wycliffe é intimado a apresentar-se diante do bispo de Londres para explanar-lhe seus ensinamentos. Compareceu acompanhado de vários amigos influentes e quatro monges foram seus advogados. Uma multidão aglomerou-se na igreja para apoiar Wycliffe e houve animosidades com o bispo. Isto irritou ainda mais o clero e os ataques contra Wycliffe se intensificaram, acusando-o de blasfêmia, orgulho e heresia. Enquanto isso, os partidos no Parlamento inglês pareciam convictos de que os monges poderiam ser melhor controlados se fossem aliviados de suas obrigações seculares. É importante lembrar que, nesse período, desenrolava-se a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra. Na Inglaterra daquele tempo, tudo que era identificado como francês


era visto como inimigo e nessa visão se incluiu a Igreja, pois havia transferido sua sede de Roma para Avignon, na França. A elite inglesa (realeza, parlamento e nobreza) reagia à ideia de enviar dinheiro aos papas, Wycliffe desfrutou quase imediatamente de grande apoio, não apenas político, como também popular, despertando o nacionalismo inglês. Em 22 de maio de 1377, o Papa Gregório XI, que em janeiro havia abandonado Avignon para retornar a sede da Igreja a Roma, expediu uma bula contra Wycliffe, declarando que suas 18 teses eram errôneas e perigosas para a Igreja e o Estado. O apoio de que Wycliffe desfrutava na corte e no parlamento tornaram a bula sem efeito prático, pois era geral a opinião de que a Igreja estava exaurindo os cofres ingleses. Ao mesmo tempo em que defendia que a Igreja deveria retornar à primitiva pobreza dos tempos apostólicos, Wycliffe também entendia que o poder da Igreja devia ser limitado às questões espirituais, sendo o poder temporal exercido pelo Estado, representado pelo rei. Seu livro De Officio Regis defendia que o poder real também era originário de Deus, encontrava testemunho nas escrituras sagradas, quando Cristo aconselhou “dar a César o que é de César”. Era pecado, em sua opinião, opor-se ao poder do rei e todas as pessoas, inclusive o clero, deveriam pagar-lhe tributos. O rei deve aplicar seu poder com sabedoria e suas leis devem estar de acordo com as de Deus. Das leis de Deus se deriva a autoridade das leis reais, inclusive daquelas em que o rei atua contra o clero, porque se o clero negligencia seu ofício, o rei deve chama-lo a responder diante de si. Ou seja, o rei deve possuir um “controle evangélico” e quem serve à Igreja deve submeter-se às leis do Estado. Os arcebispos ingleses deveriam receber sua autoridade do rei (não do papa). Este livro teve grande influência na reforma da Igreja, não apenas na Inglaterra, que sob Henrique VIII passaria a ter a igreja subordinada ao Estado e o rei como chefe da Igreja, mas também na Boêmia e na Alemanha. Especialmente interessantes são também os ensinamentos que Wycliffe endereça aos reis, para que protejam seus teólogos. Ele sustentava que, já que as leis do rei devem estar de acordo com as Escrituras, o conhecimento da Bíblia é necessário para fortalecer o exercício do poder real. O rei deveria cercar-se de teólogos para aconselha-lo na tarefa de proclamar as leis reais. Os escritos de Wycliffe em seus seis últimos anos incluem contínuos ataques ao papado e à hierarquia eclesiástica da época. Nem sempre foi assim, entretanto. Seus primeiros escritos eram muito mais moderados e, à medida que as relações de Wycliffe com a Igreja foram se deteriorando, os ataques cresceram em intensidade. Na questão relacionada ao cisma da Igreja, com papas reivindicando em Roma e Avignon a liderança da Igreja, Wycliffe entendia que o cristão não precisa de Roma ou Avignon, pois Deus está em toda parte. “Nosso papa é o Cristo”, sustentava. Em sua opinião, a Igreja poderia continuar existindo mesmo sem a existência de um líder visível, por outro lado os líderes poderiam surgir naturalmente, desde que vivessem e exemplificassem os ensinamentos de Jesus. “A verdadeira autoridade emana da Biblia, que contém o suficiente para governar o mundo”, cita Wycliffe em seu livro De sufficientia legis Christi. Wycliffe afirmava que na Bíblia se encontra a verdade, a fonte fundamental do Cristianismo e que, por isso, sem o conhecimento da Bíblia não haveria paz na Igreja e na sociedade. Com isso, contrapunha a autoridade das escrituras à autoridade papal: “Enquanto temos muitos papas e centenas

de cardeais, suas palavras só podem ser consideradas se estiverem de acordo com a Bíblia” Wycliffe acreditava que a Bíblia deveria ser um bem comum de todos os cristãos e precisaria estar disponível para uso cotidiano, na língua nativa das populações. Apesar do empenho da hierarquia eclesiástica em destruir as traduções em razão do que consideravam como erros de tradução e comentários equivocados, ainda existem ao redor de 150 manuscritos, parciais ou completos, contendo a tradução em sua forma revisada. Disso podemos inferir o quão difundida essa tradução foi no século XV, razão pela qual os partidários de Wycliffe eram chamados de “homens da Bíblia” por seus críticos. Assim como a versão de Lutero teve grande influência sobre a língua alemã, também a versão de Wycliffe influenciou o idioma inglês, pela sua clareza, força e beleza. Também na mesma época, refutou a doutrina católica da transubstanciação, evidenciando que o padre não podia reter a salvação das pessoas por ter em suas mãos o "corpo e o sangue de Cristo" na comunhão. Ele condenou o dogma do purgatório, uso de relíquias, romarias, venda de indulgências e o ensino da infalibilidade papal. Todos os seus ensinos foram condenados em Londres, em 1382, e foi obrigado a se retirar para seu pastorado em Lutterworth. A partir de 1381 até sua morte, Wycliffe dedicou-se ao estudo das Escrituras e a escrever algumas obras muito importantes que defendiam a veracidade da Palavra de Deus, além da tradução da Bíblia. As habilidades de Wycliffe influenciaram na preparação do caminho para a reforma na Inglaterra. Em 1384, ele morre de derrame.

Como não seria diferente, Wycliffe, depois de morto, também foi condenado como herege pelo mesmo Concílio, e 45 de seus ensinamentos foram tidos como heresias. Por causa disso, a Igreja Romana deu ordem para cavar sua sepultura, queimar os seus ossos, e lançar suas cinzas no rio Swift em 1428. O mesmo modo de operação dos pagãos em perseguição aos verdadeiros cristãos. John Wycliffe foi o principal expoente de medidas reformadoras, e por isso é chamado de "Estrela d'Alva da Reforma".


John Huss (1373-1415)

Foi reitor na Universidade de Praga, na Boêmia (parte da antiga Tchecoslováquia). Pregou a Bíblia com autoridade. Suas pregações influenciaram muita gente. Suas ideias foram consideradas heréticas, sendo obrigado a comparecer ao Concílio de Constança. O movimento reformista na Boêmia iniciado por Huss, era apoiado pelos reis para limitar o poder da hierarquia eclesiástica associado a um desejo sincero de reforma que intentava corrigir os abusos da Igreja. Com o movimento, Huss pôde dar impulso à Reforma que pregava de púlpito. Na Capela de Belém (na Boêmia) deu continuidade a seus ideais relacionados à Reforma. foi proibido de pregar pelo papa, mas desobedeceu e permaneceu. Foi convocado pelo papa para comparecer a Roma. Recusou-se e foi excomungado. Mas como contava com o apoio dos reis e de quase toda a Boêmia, continuou pregando sobre a Reforma. Opôs-se às indulgências, pois ninguém podia vender uma coisa que vem unicamente de Deus. Por ser considerado um herege, deixou Praga e refugiou-se no Sul da Boêmia, onde continuou trabalhando em favor da Reforma e escrevendo obras. Foi chamado a comparecer ao Concílio de Constança para defender-se pessoalmente. Para garantir sua segurança, contou com um salvo-conduto do imperador Sigismundo. Mas isso não impediu ao Papa João XXI de tratá-lo como um prisioneiro. Foi levado à assembléia acorrentado. Mesmo possuindo um certificado do inquisidor da acusado de herege. John Huss foi um pensador movimento religioso baseado nas ideias de John conhecidos como os Hussitas. A igreja católica excomungado em 1410.

Boêmia, declarando sua inocência, foi e reformador religioso. Ele iniciou um Wycliffe. Os seus seguidores ficaram não perdoou tais rebeliões e ele foi

Foi encerrado na prisão. Seus inimigos queriam vê-lo vencido, pois sua execução seria uma mancha para o Concílio. Foi condenado pelo Concílio de Constança; Caso se retratasse no Concílio, estaria confessando ser um herege e condenando seus seguidores. Então, não o fez. Entregou sua causa a Jesus Cristo, o juiz Todo-Poderoso. Por fim, foi levado à fogueira usando uma coroa de papel decorada com diabinhos e, no caminho, teve de ver seus livros sendo queimados. Em sua última oração, disse: “Senhor Jesus, por ti sofro com paciência esta morte cruel. Rogo-te misericórdia por meus inimigos”. Huss morreu entoando salmos. Ele foi um precursor do movimento protestante, a sua extensa obra escrita concedeu-lhe um importante papel na história literária Tcheca. Também é responsável pela introdução do uso de acentos na língua Tcheca por modo a fazer corresponder cada som a um símbolo único. Hoje em dia a sua estátua pode ser encontrada na praça central de Praga.

William Tyndale (1494-1536)

Nascido em 1494, na parte oeste da Inglaterra, Tyndale graduou-se na Universidade de Oxford em 1515, onde estudou as sagradas escrituras no hebraico e no grego. Aos trinta anos, fez uma promessa que haveria de traduzir a bíblia para o inglês para que todo o povo, desde o camponês até a corte real, pudesse ler e compreender as Escrituras em sua própria língua. Isso porque a Igreja Católica proibia severamente qualquer pessoa leiga de ler a bíblia. Segundo o clero, o povo simples não podia compreender as Sagradas Letras, por isso precisava de sua ajuda. A interpretação era feita segundo a sua conveniência, e para fins políticos e financeiros. Com esse desejo em seu coração, Tyndale partiu para Londres em 1523, buscando um lugar que pudesse dar início ao seu projeto. Não sendo recebido pelo bispo de Londres, Humphrey Munmouth, um comerciante de tecido, lhe deu todo apoio necessário. Em 1524, Tyndale foi obrigado a deixar a Inglaterra e partir para a Alemanha para dar continuidade ao seu trabalho. Essa mudança deveu-se às grandes perseguições que sofrera por parte da igreja católica. A proibição da leitura da bíblia agravou-se de tal maneira que se uma criança recitasse a oração do “Pai Nosso” em inglês toda a sua família era condenada a ser queimada na estaca. Na Alemanha, ele se estabeleceu na cidade de Hamburgo e, provavelmente, conheceu Martinho Lutero, pois eram contemporâneos. Ambos traduziram o Novo Testamento baseado no Manuscrito Grego, compilado por Erasmo, em 1516. William Tyndale concluiu a tradução do Novo Testamento em 1525. Quinze mil cópias em seis edições foram impressas pela proteção de Thomas Cromwell, vice-regente do rei Henrique VIII, e contrabandeadas por comerciantes para a inglaterra entre 1525 e 1530. As autoridades da igreja romana deram ordem para confiscar e queimar todas as cópias da tradução de Tyndale, porém eles não podiam parar o fluxo da entrada de bíblias vindas da Alemanha para a Inglaterra. Até mesmo na Escócia, mercadores escoceses estavam levando a bíblia para o seu povo. O próprio William não podia regressar à Inglaterra, pois estava sendo procurado e tido como fora-da-lei. A leitura de seus escritos e tradução do Novo Testamento haviam sido legalmente proibidos. Contudo, ele continuou suas revisões e correções até que sua edição final do Novo Testamento foi cumprida em 1535. Com esta conclusão, Tyndale iniciou a tradução do Velho Testamento, porém não viveu bastante a ponto de terminála. Tyndale traduziu o pentateuco, Jonas e alguns livros históricos. Em maio de 1535, foi preso e levado a um castelo perto de Bruxelas, onde ficou aprisionado por mais de um ano. Durante esse tempo, um de seus companheiros, Miles Coverdale, concluiu a tradução do Velho Testamento, baseada no trabalho de seu companheiro. Chegou, porém, o dia do julgamento de Williarn Tyndale e ele foi condenado à morte por haver colocado as Escrituras na mão do povo inglês. No dia 6 de outubro de 1536, foi estrangulado e, em seguida, queimado na estaca. O ato ocorreu publicamente.


Estando já o senhor Tyndale no cárcere, lhe ofereceram um advogado e um procurador, o qual recusou, dizendo que ele faria sua própria defesa. Predicou de tal modo aos que estavam encarregados de sua custódia, e aos que estavam familiarizados com ele no castelo, que disseram dele que se não era um bom cristão, então não sabiam quem poderia sê-lo. No final, após muitos arrazoamentos, quando nenhuma razão podia servir, embora não merecesse a morte, foi condenado em virtude do decreto do imperador, dado na assembléia de Augsburgo . levado ao lugar da execução, foi amarrado à estaca, estrangulado pelo verdugo, e depois consumido pelo fogo, na cidade de Vilvorde, em 1536. Na estaca, clamou com um fervoroso zelo e grande protesto: "Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra!"

CAPITULO 3 OS REFORMADORES

MARTINHO LUTERO (1483-1546) Martinho Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483. Sua família era pobre e ele lutou com muita dificuldade para estudar. Preparava-se para ingressar no curso de Direito, quando resolveu tornar-se monge. Entrou para o mosteiro agostiniano de Erfurt, em 1505, antes de completar 22 anos de idade. Dois anos depois foi ordenado sacerdote. No ano seguinte foi para Wittenberg preparar-se para ser professor na recém-criada universidade daquela cidade. Foi lá que Lutero dedicou-se ao estudo das Escrituras. E ao estudar a Epístola aos Romanos, descobriu que “O justo viverá por fé” (Romanos 1.17). Ele já havia feito tudo que a igreja indicava para alcançar a paz com Deus. Mas sua situação interior só piorava. Ao descobrir a graça redentora, entregou-se a Jesus Cristo, pela fé, e encontrou a paz e a segurança de salvação. No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou, na porta da capela de Wittenberg, as suas 95 teses. Era o início da Reforma. Lutero tentou reformar a igreja, mas Roma não quis se reformar. Antes o perseguiu violentamente. Em 1521 ele foi excomungado. Neste mesmo ano teve que se esconder durante 10 meses no castelo de Wartburgo, perto de Eisenach, para não ser morto. Depois voltou para Wittenberg, de onde comandou a expansão do movimento de reforma. Lutero faleceu em Eisleben, no dia 18 de fevereiro de 1546.

O Papa Adriano VI proibiu-o de pregar. Poucos meses depois, o governo de Zurique, na Suíça, resolveu apoiar Zwínglio e ordenou que ele continuasse pregando. Em 1525 Zwínglio casou-se com uma viúva chamada Ana Reinhard. Nesse mesmo ano Zurique tornou-se, oficialmente, protestante. Outros cantões (estados) suíços também aderiram ao protestantismo. As divergências entre estes cantões e os que permaneceram fiéis a Roma iam-se aprofundando. Em 1531 estourou a guerra entre os cantões católicos e os protestantes, liderados por Zurique. Zwínglio, homem de gênio forte, também foi para o campo de batalha, onde morreu no dia 11 de outubro de 1531. Zwínglio morreu, mas o movimento iniciado por ele não morreu. Outros líderes deram continuidade ao seu trabalho. Suas idéias foram reestudadas e aperfeiçoadas. As igrejas que surgiram como resultado do movimento iniciado por Zwínglio são chamadas de igrejas reformadas em alguns países, e igrejas presbiterianas em outros. Dentre os líderes que levaram avante o movimento iniciado por Zwínglio destacam-se Guilherme Farel e João Calvino.

GUILHERME FAREL (1489-1565) Guilherme Farel nasceu em Gap, província francesa do Delfinado, no ano de 1489. Os seus biógrafos o descrevem como um pregador valente e ousado. Embora sua família fosse aristocrática, ele era rude e tosco. Sua eloqüência era como uma tempestade. Farel converteu-se em Paris. O homem que o levou a Jesus Cristo era seu professor na universidade e se chamava Jacques LeFévre. Parece que Farel inicialmente não pretendia deixar a Igreja Católica, pois em 1521 ele iniciou um trabalho de pregação sob a proteção do bispo de Meaux, Guilherme Briçonnet. Mas logo depois foi proibido de pregar e expulso da França, acusado de estar divulgando idéias protestantes. Em 1524 estava em Basiléia fazendo as suas pregações. Mas a sua impetuosidade o levou a ser expulso da cidade. Em 1526 Farel iniciou o seu trabalho de pregação na Suíça de fala francesa. Ligou-se aos seguidores de Zwínglio. Conseguiu implantar o protestantismo em vários cantões (estados) suíços. E em 1532 entrou em Genebra pela primeira vez. Sua pregação causou tumulto na cidade. Teve que se retirar... Mas voltou logo depois. E no dia 21 de maio de 1536, a Assembléia Geral declarou a cidade oficialmente protestante. Mas Genebra aceitara o protestantismo mais por razões políticas que espirituais. E agora Farel tinha uma grande tarefa pela frente: reorganizar a vida religiosa da cidade. Guilherme Farel era um homem talhado para conquistar uma cidade para o protestantismo. Mas se perdia completamente no trabalho que vinha a seguir. Não sabia planejar, nem organizar, nem liderar, nem pastorear. Mas, felizmente, conhecia suas limitações e convidou João Calvino para reorganizar a vida religiosa de Genebra. No dia 23 de abril de 1538, Farel e Calvino foram expulsos da cidade. Calvino foi para Estrasburgo, onde pastoreou uma igreja formada por refugiados franceses. Farel foi para Neuchâtel, uma cidade que havia sido conquistada por ele para o Evangelho. Calvino voltou para Genebra em 1541. Farel permaneceu em Neuchâtel, onde faleceu em 1565, com 76 anos de idade.

JOÃO CALVINO (1509-1564) ÚLRICO ZWÍNGLIO (1484-1531) Paralela à reforma de Lutero, surgiu na Suíça um reformador chamado Úlrico Zwínglio. Era mais novo do que Lutero apenas 50 dias, mas tinha formação e idéias diferentes do reformador alemão. Úlrico Zwínglio nasceu na Suíça, no dia 1º de janeiro de 1484. Seu pai era magistrado provincial. Sua família tinha uma boa posição social e financeira, o que lhe permitiu estudar em importantes escolas daquela época. Estudou na Universidade de Viena, de Basiléia e de Berna. Graduou-se Bacharel em Artes, em 1504, e Mestre dois anos depois. Em 1506 Zwínglio tornou-se padre, embora o seu interesse pela religião fosse mais intelectual do que espiritual. Em 1520 Zwínglio passou por uma profunda experiência espiritual, causada pela morte de um irmão querido. Dois anos depois iniciou um trabalho de pregação do evangelho, baseando-se tão somente na Escritura Sagrada.

O homem responsável pela sistematização doutrinária e pela expansão do protestantismo reformado foi João Calvino. O “pai do protestantismo reformado” é Zwínglio. Mas o homem que moldou o pensamento reformado foi João Calvino. Por isso, o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas ou Presbiterianas chama-se calvinismo. João Calvino nasceu em Noyon, Picardia, França, no dia 10 de julho de 1509. Seu pai, Geraldo Calvino, era advogado e secretário do bispado de Noyon. Sua mãe, Jeanne le Franc, faleceu quando ele tinha três anos de idade. A família Calvino tinha amizade com pessoas importantes. E a convivência com essas famílias levou João Calvino a aprender as maneiras polidas da elite daquela época. Geraldo Calvino usou o seu prestígio junto ao bispado para conseguir a nomeação de seus filhos para cargos eclesiásticos, conforme os costumes daquela época. Antes de completar doze anos, João Calvino foi nomeado


capelão de Lá Gesine, próximo de Noyon. Não era padre, mas seu pai pagava um padre para fazer o trabalho de capelania e guardava os lucros para o filho. Mais tarde essa capelania foi trocada por outra mais rendosa. Em agosto de 1523, logo depois de ter completado 14 anos, João Calvino ingressou na Universidade de Paris. Ali completou seus estudos de pré-graduação no começo de 1528. A seguir foi para a Universidade de Orléans onde formou-se em Direito. Em maio de 1531 faleceu Geraldo Calvino. E João, que estudara Direito para satisfazer o pai, resolveu tornar-se pesquisador no campo de literatura e filosofia. Para isto, matriculou-se no Colégio de França, instituição humanista fundada pelo rei Francisco I. Estudou Grego, Latim e Hebraico. Tornou-se profundo conhecedor dessas línguas. Em 1532 João Calvino lançou o seu primeiro livro: Comentários ao Tratado de Sêneca sobre a Clemência. Os intelectuais elogiaram muito a obra. Era um trabalho de grande erudição. Mas o público ignorou o lançamento – poucos compraram o livro. João Calvino converteu-se a Jesus Cristo entre abril de 1532 e o início de 1534. Não se sabe detalhes da sua experiência. Mas a partir daí Deus passou a ocupar o primeiro lugar em sua vida. No dia 1º de novembro de 1533 Nicolau Cop, amigo de Calvino, tomou posse como reitor da Universidade de Paris. O seu discurso de posse falava em reformas, usando linguagem semelhante às idéias de Lutero. E o comentário geral era que o discurso tinha sido escrito por Calvino. O rei Francisco I resolveu agir contra os luteranos. Calvino e Nicolau Cop foram obrigados a fugir de Paris. No dia 4 de maio de 1534 Calvino compareceu ao palácio do bispo de Noyon, a fim de renunciar ao cargo de capelão. Foi preso, embora por um período curto. Libertado logo depois, achou melhor fugir do país. E no final de 1535 chegava a Basiléia cidade protestante, onde se sentiu seguro. Em março de 1536 Calvino publicou a sua mais importante obra – Instituição da Religião Cristã. O prefácio da obra era uma carta dirigida ao rei da França, Francisco I, defendendo a posição protestante. Mas a Instituição era apenas uma apresentação ordenada e sistemática da doutrina e da vida cristã. A edição definitiva só foi publicada em 1559. A Instituição da Religião Cristã, conhecida como Institutas de Calvino, é a mais completa e importante obra produzida no período da Reforma. Em julho de 1536 Calvino chegou a Genebra. A cidade tinha se declarado oficialmente protestante no dia 21 de maio daquele ano. E Guilherme Farel lutava para reorganizar a vida religiosa da cidade. Calvino estava hospedado em uma pensão, quando Farel soube que ele estava na cidade. Foi ao seu encontro e o convenceu a permanecer ali para ajudá-lo na reorganização da cidade. Calvino era bem jovem – tinha apenas 27 anos. A publicação das Institutas fizera dele um dos mais importantes líderes da Reforma na França. Mas o seu início em Genebra foi muito modesto. Inicialmente ele era apenas um preletor de Bíblia. Um ano depois foi nomeado pregador. Mas enquanto isso elaborava as normas que pretendia implantar e fazer de Genebra uma comunidade modelo. João Calvino teve muitos adversários e opositores em Genebra. À medida que ele ia apresentando as normas que pretendia implantar na cidade, a fim de torná-la uma comunidade modelo, a oposição ia crescendo. Finalmente a oposição venceu as eleições. E no dia 23 de abril de 1538, Calvino e Farel foram banidos de Genebra. Calvino foi para Estrasburgo, onde pastoreou uma igreja constituída de refugiados franceses. Ali viveu os dias mais felizes de sua vida. Casou-se. A escolhida se chamava Idelette de Bure. Era holandesa. E viúva. Genebra, enquanto isso, passava por várias mudanças. Os adversários de Calvino foram derrotados. E, no dia 13 de setembro de 1541, ele entrava novamente em Genebra. Voltava por insistência de seus amigos. Voltava fortalecido. E, enfim, pôde reorganizar a vida religiosa da cidade. Calvino introduziu o estudo do seu catecismo, o uso de uma nova liturgia, um governo eclesiástico presbiterial, disciplinou a vida civil, estabeleceu normas para o funcionamento do comércio e fez de Genebra uma cidade modelo. No dia 29 de março de 1549 Idelette faleceu. Mas Calvino continuou o seu trabalho. Pesquisava, escrevia comentários bíblicos e tratados teológicos, administrava, pastoreava, incentivava... Em 1559 fundou a Academia Genebrina – a Universidade de Genebra. Jovens de vários países vieram estudar ali e levaram a semente do evangelho na volta à sua terra. Esses jovens se espalharam pela França, Países Baixos, Inglaterra, Escócia, Alemanha e Itália. João Calvino faleceu em Genebra, no dia 27 de maio de 1564. Mas a sua obra permaneceu viva.

John Knox (1505/15?-1587) Os seguidores do movimento iniciado por Zwínglio e estruturado por Calvino se espalharam imediatamente por toda a Europa. Na França eles eram chamados de huguenotes; na Inglaterra, puritanos; na Suíça e Países Baixos, reformados; na Escócia, presbiterianos. A Escócia é uma país muito importante na história do protestantismo reformado. Foi lá que surgiu o nome presbiteriano. Por isto, alguns livros de história afirmam que o presbiterianismo nasceu na Escócia. O grande nome da reforma escocesa é John Knox. Pouco se sabe a respeito dos primeiros anos de sua vida. Supõe-se que tenha nascido entre os anos 1505 a 1515. Estudou teologia e foi ordenado sacerdote, possivelmente em 1536. Não se sabe quando e em que circunstâncias ocorreu a sua conversão. Em 1547 foi levado para a França, onde ficou preso dezenove meses, por causa de sua fé. Libertado, foi para a Inglaterra, onde exerceu o pastorado por dois anos. Em 1554 teve que fugir da Inglaterra, indo, inicialmente, para Frankfurt, e depois para Genebra, onde foi acolhido por Calvino. Em 1559 voltou para a Escócia, onde liderou o movimento de reforma religiosa. Sua influência extrapolou a área religiosa, atingindo também a vida política e social do país. Sob a sua influência, o parlamento escocês declarou o país oficialmente protestante, em dezembro de 1567. A igreja organizada por ele e seus auxiliares recebeu o nome de Igreja Presbiteriana. John Knox faleceu no dia 24 de novembro de 1587. O presbiterianismo foi levado da Escócia para a Inglaterra; de lá, para os Estados Unidos da América. Em 1726 teve início um grande despertamento espiritual nos Estados Unidos. Este despertamento levou os presbiterianos a se interessarem por missões estrangeiras. Missionários foram enviados para vários países, inclusive o Brasil. No dia 12 de agosto de 1859 chegou ao nosso país o primeiro missionário presbiteriano: Ashbel Green Simonton.

CAPITULO 4 A MANCHA NEGRA DA REFORMA (A OUTRA FACE DE LUTERO) Lutero é sem duvida o mais venerado Reformista dos dias atuais, suas teses se espalharam e ele é tido como o auge da idéia da reforma. Mas a verdade é que Lutero tinha adquirido muito poder com o passar dos anos, mesmo sendo excomungado ele retornou para Wittenberg, apesar de vir de família pobre, o poder com o passar dos anos deu a ele glorias terrenais, sua residência na Alemanha estava longe de ser uma simples residência. Lutero aos poucos foi enfraquecendo sua idéia de luta e reforma, e por fim, em 1525 se rebelou contra os Anabatistas, grupo que apoiava Lutero No começo do Século XVI. O mandato de Lutero aos sacerdotes e soldados Luteranos era para que Matassem e queimassem suas residências, e cortassem suas línguas. E em abril de 1525 mais de cem


mil Anabatistas foram mortos. Mas essa é uma parte da História da reforma Protestante que ninguém gosta de contar, Lutero liderou o estopim, e teve importância nos acontecimentos referentes a historia da Reforma que se seguiram, mas entregue a ganância e perdido em sua vaidade, lutou contra os reformadores de sua época, e em 1543 publicou um Edito contra os Judeus, esse edito foi usado 400 anos depois como base dos discursos Nazistas, nesse edito Lutero dizia “Em primeiro, queimem suas sinagogas, em segundo, queimem suas casas, confisquem suas Talmudes e não permitam que seus Rabinos ensinem suas doutrinas Hereges, são como cachorros loucos, filhos do próprio diabo...” Faleceu em 1546 carregando para sua sepultura o sangue de cem mil Anabatistas. Hoje sua imagem para os cristãos é de um revolucionário, mas Lutero passou muito longe disso, teve importância na tradução dos escritos sagrados de sua época, e agregou para a historia da igreja fatos importantes, mas em suas 95 teses, não combateu metade do que os pré reformadores combateram.

A MANCHA NEGRA DA REFORMA (A OUTRA FACE DE CALVINO) Calvino ao Organizar sua igreja instituiu duas comissões: a "Venerável Companhia", dos pastores e doutores encarregados do magistério e o "Consistório", composto de pregadores e 12 senadores leigos que tinham a tarefa de zelar pela disciplina, a semelhança da Inquisição Medieval, sendo esta mais agressiva em seus julgamentos. Esta comissão visitava as casas e servia-se de denuncia e espionagem paga, os réus gravemente culpados se persistissem no erro eram entregues ao tribunal. Este proferiu de 1541 a 1546; 58 sentenças de mortes, a tortura era aplicada com freqüência. Calvino declarou guerra aos humanistas, que eram libertinos no plano moral. O Deus de Calvino era juiz supremo, sem apelo. A misericórdia divina da doutrina luterana foi substituída pela "lei" de Calvino. É a ela que o crente deve adaptar a sua vida. Calvino não receia deduzir que os "eleitos" são a minoria e os réprobos a maioria; Os calvinistas se tornaram em primeiros tempos inimigos da ciência, da arte e literatura, concebendo uma verdadeira fobia do prazer. Os adversários do sistema foram reduzidos ao silencio mediante a duras punições. O medico Jerônimo Bolsec, proveniente de Paris, que ousara sublevar-se contra a doutrina de Calvino sobre a predestinação, foi exilado em 1551. Calvino, pai dos Presbiterianos era intolerante e não tinha piedade para com os maus pensamentos. Mandou para a fogueira um grande sábio, o humanista e médico Miguel Servet Grizar, que descobrira a circulação do sangue , por dizer que o descobrimento dele era anti bíblico e por manifestar simpatia pelos Anabatistas. João Calvino governou com mão-de-ferro, transformou Genebra numa oligarquia religiosa, proibiu os moradores de praticar hábitos como dançar, jogar, ir ao teatro etc. Durante os quatro primeiros anos de governo houve nada menos, nada mais do que 58 execuções. Segundo Preserved Smith, houve mais casos de vício em Genebra depois da reforma do que antes. No governo de Calvino Em Genebra, o adultério era punido com a MORTE; As comunidades Calvinistas de Paris, Lyon, Orleans, Ruan, Angey num sinedrio geral em 1559 decretam PENA DE MORTE a todos os hereges. Na reforma protestante, houve intolerância religiosa dos calvinistas com os Católicos, e uma terrível perseguição a feitiçaria. Na Escócia o poder civil aboliu por lei o catolicismo e obrigou todos a aderir à igreja “calvinista presbiteriana“. Os padres permaneceram, mas tinham de escolher outra profissão. Quem era encontrado celebrando missa era condenado à morte. Católicos recalcitrantes foram perseguidos e mortos, igrejas e mosteiros arrasados, livros católicos queimados. A Reforma Calvinista incentivou os holandeses na sua luta contra a Espanha e os escoceses na sua luta contra os seus

próprios monarcas, os Stuarts, e também contra os ingleses. Em 1555 o consistório de Genebra recebe do conselho da cidade o direito de excomungar. Durante dez anos Calvino reina como senhor supremo, sendo que para ele, há uma necessidade da igreja pregar a palavra de Deus, mas, o estado reinar com dureza e ordem. Até as comemorações do Natal e da Páscoa eram rigorosamente proibidas. O calvinismo expandiu-se pela maior parte da Europa onde o comércio e as finanças eram atividades preponderantes; Quando morre Calvino, o mapa religioso da Europa parecia um espelho quebrado, deformando a imagem da igreja. O Imperador cansado de guerras, reconhece que os súditos deveriam acatar à religião de acordo com cada região alemã. A Igreja Calvinista benzia a nova ética burguesa; Calvino levou muito mais longe do que Lutero o individualismo religioso: para ele, cada crente devia aplicar todas as suas forças a fim de atingir a felicidade pessoal. A sua Igreja era uma Igreja de eleitos. O calvinismo santificava todas as ignomínias da acumulação capitalista e também o desprezo e a crueldade para com os pobres "reprovados" por Deus.

CAPITULO 5 HOMENS DO QUAL O MUNDO NÃO ERA DIGNO Apesar de nos dias de hoje termos como fatos históricos o que nos passam a respeito de Lutero e Calvino, carregamos vivos em nossos corações a ideia de que a transformação de Cristo nos conduz diretamente a uma negação de nós mesmos. Bravos homens que escreveram a VERDADEIRA PARTE IMPORTANTE DE NOSSA HISTÓRIA, COM SEU PROPRIO SANGUE, FORAM TIDOS POR HEREGES, POREM EM TUDO SENDO VERDADEIROS. E NÃO OBSTANTE A ISSO O QUE DIZER DOS APOSTOLOS DO NOSSO SENHOR DO QUAL A BÍBLIA NOS FALA A RESPEITO. HOMENS QUE ABNEGARAM SEU PROPRIO SUSTENTO PARA VIVEREM COMO PEREGRINOS VITIMAS DE MUITAS PRISOES E AÇOITES, APEDREJAMENTOS, TIDOS PELO MUNDO COMO LOUCOS, E DE FATO, COMO LOUCOS, CONFUNDINDO OS SÁBIOS, E CONVERTENDO MUITOS CORAÇÕES AO SENHOR JESUS. E as ruas de Jerusalém, da Roma, da Ásia, da Antioquia, da Grécia, da Alemanha, da Holanda e dos confins da terra, carregam em seus tráfegos e vielas o sangue de Homens que tiveram por acusação o Pregar ao mundo que não havia outro nome, que não o de Cristo, pelo qual importava que fossemos Salvos. O sangue dos Inocentes escreveu com a atitude de um amor sacrificial a história que hoje temos lido e observado. Devemos observar os frutos, como nos fala a palavra, e infelizmente alguns homens citados aqui não deram bons frutos, antes entregaram se em ganância e destruição, anulando ao próximo, de qualquer modo, a misericórdia escrita nas palavras de Jesus. Lutero, Calvino e Zwinglio comandaram o inicio de uma reforma, que aos poucos se mostrou mais um interesse político religioso. Estes homens se tornaram marcantes, mas infelizmente seus frutos não foram de todo bom. Mas Homens como John Wycliffe, John Huss, Jerônimo de Praga, Willian Tyndale e John Tauler, são exemplos a serem seguidos, assim como Menno Simons, que em 1536 se converteu a Jesus Cristo, se Re-batizou, abandonou a igreja católica, deixou de ser padre, e viajou da Holanda para comandar a retomada dos Anabatistas na Alemanha. Não deixando que aqueles cristãos perseguidos por Lutero, se entregassem e fossem esquecidos da história. Estes homens são a pratica do estudo, pois eram teólogos formados, que ao botarem em pratica suas ideologias, foram até o fim com suas convicções a respeito de Cristo, e mesmo entregues a morte, entoaram canções a Deus, fazendo seu testemunho inabalável. Homens, do qual o Mundo não era digno.


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