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poeM SHOW

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100% independente 100 anunciantes

DIA NACIONAL DA

POESIA

saiba porque a ditadura o tirou do calendário oficial

::: Nº 01 : : : março|abril : : : 2006 :::

estão remixando

O FASCISMO

como DJs remixam músicas antigas em suas maquininhas tecnologicamente corretas

uma nova lei de CULTURA

POEMIX a n t o l o g i a :: Mano Melo :: Tavinho Paes :: Chacal :: Aline Arteira :: Patrícia Carvalho-Oliveira :: Tanussi Cardoso :: Sérgio Péo :: William Sheakespeare :: Alda Lara :: Ricardo Ruiz ::

<a onça ronca e a cobra tá fumando>

M A N O anuncie A Q U I

THE

BANG BLOG <informações> + <idéias> + <indicações> + <críticas>

O

Hino

Nacional

de

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

CACTOS INTACTOS aconselha e encoraja os aspirantes

DESISTA DE SER ARTISTA!

Poesia Social Club a última moda da cidade

a poesia propriamente dita está sendo falada e estão dizendo que está sendo muito bendita <poemashow@gmail.com>

M E L O

tudo sobre o desfile apoteótico do

B L O C O

D O S

VALERIOS

Jour Now

quando as notícias se antecipam aos fatos

R E P O R T A G E M

E S P E C I A L

poesia

VOA TAVINHO PAES

<www.poemashow.com.br> <www.poemashow.com.br> 1


editorial Quem realmente quer ler com interesse as notícias publicadas nos jornais que só foram frescas... ontem? A quem interessa o que disseram e noticiaram os jornais que, hoje, embrulham os peixes na feira? A quem interessa certas notícias e quem deseja que elas sejam lidas? Para que servem; a quem servem; e quem se serve dos conteúdos que saem publicados com destaque nos jornais diários? Hoje, com colunistas cujas famas pessoais excedem as dos mais consagrados ídolos populares, criou-se um advento impossível de ser ignorado: o dos jornalistas que se tornam mais importantes do que as próprias notícias que escrevem. A maioria produzindo informação ao sabor eclético de suas preferências sexuais e políticas; ambas afetadas pelo humor com que despertam todas as manhãs. Vivemos um tempo em que a mídia – este demônio linguarudo – confere discriminadamente status (acesso) e poder de articulação a pessoas e grupos, manipulando idiossincrassias e exercitando factóides dignos da infâmia e da mais soberba insolência.

:: em 2005, abrimos o ano no palco do reveillón da Prefeitura, em Ipanema, recitando poemas com fundo musical do Reggae B :: 08 eventos <poemaShow> no Cotton Club Jazz Café [+ de 100 participantes] :: 06 eventos da <República dos Poetas> no Museu da República [+ de 80 participantes], com publicação de uma Antologia de 110 páginas :: 01 evento no <Dia Nacional da Poesia 14 de março> no Corcovado [74 participantes] :: 01 evento de três dias na <Semana Santa de Santa Teresa> [82 participantes] :: 01 mega evento de 5 dias - Poesia Voa: Festival de Poesia do Circo Voador com + de 250 participantes + de 50 horas de registros audiovisuais + de 500 fotos, noticiado em + de 30 blogs/sites internacionais :: 01 intervenção no FLIP 2005/Paraty com fundação da <APA - Academia dos Poetas da Amendoeira> nos jardins da casa Imperial de Don João de Orleãns e Bragança [22 participantes] :: 09 eventos em festas privadas pelo Rio de Janeiro :: gravamos, produzimos e colocamos à venda pelo www.iMusica.com.br + de 70 poemas (áudio) de 12 autores :: noticiamos, informamos e demos visibilidade através do site de apoio cibernético ao projeto a + de 100 eventos, entre lançamentos, saraus, palestras e performances de + de 50 artistas e grupos independentes, dentro e fora da cidade do Rio de Janeiro, obtendo até esta data uma visitação de + de 4.800 usuários da web, vindos de + de 21 países :: publicamos neste site + de 70 artigos e + de 100 poesias de + de 80 autores diferentes :: linkamos + de 80 webSites ligados à literatura, artes e poesia

Neste território cintilante, onde a noto>>> TUDO SEM UM ÚNICO CENTAVO DE PATROCÍNIOS, RENDAS FAMILIARES, APOIOS SUSPEITOS OU DINHEIRO riedade ulula, encontram-se informanPÚBLICO INCENTIVADO :: tudo limpo, transparente, honesto e tes pagos produzindo notícias a toque realizado com muito trabalho consciente, muita atenção às causas de caixa sobre pessoas interessadas em e efeitos sociais envolvidos e, principalmente, motivados por uma política cultural inclusiva, cooperativa e participativa! ter suas fuças, gengivas e até genitálias expostas como manchetes op:: ...e assim continuaremos em 2006! cionais à realidade da fome, da desgraça das famílias miseráveis e ao crime das periferias (elas ainda não sabem: mas vão pagar muito caro por esta irresponsabilidade narcisista, dentro de muito breve). Em alguns casos, em nome de interesses intoleráveis, estas notícias plantadas estão se antecipando e provocando os fatos. Até a paginação ordenada de uma revista ou um jornal de grande circulação, esconde em sua lógica um roteiro cinematográfico em que o caráter do protagonista principal tornou-se vassalo da sua personalidade. Houve um tempo em que o sujeito vivia sem liberdades, cerceado por todo tipo de interdição. Esse tempo passou com as conquistas da flexível democracia que nos atende. Atualmente, temos em voga um raríssimo exemplar de regras e conceitos que nos está oferecendo uma situação esquizofrênica, ímpar e de difícil assimilação: a liberdade sem sujeito, a granel e grátis! Pense bem: além de uma manchete que confirme ter sido descoberta uma vacina eficiente contra o cancêr; ou de uma nota confirmando ter sido desarmada a última mina terrestre do planeta... você sabe realmente o que deseja ler nos jornais que te anunciam o que aconteceu ontem a cada dia que você acorda? o editor

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cultura

ganha uma nova lei de incentivos projeto de Tavinho Paes

[1993]

publicado no booklet Jour Now [2004]

Repercutiu como uma bomba a notícia da aprovação da Nova Lei de Incentivos Culturais, baseada na renúncia fiscal do governo sobre o IRRF incidente nos prêmios dos concursos lotéricos, que retira dos vencedores a capacidade de escolher um projeto cultural incentivado para investir. Como a crise do governo começou com uma trapalhada nas loterias, a base governista tratou de finalizar os ajustes finais da burocracia estatal, agindo rápido para aprovar vários pontos polêmicos da nova versão da Lei Rouannet. Um dos mais relevantes é o da elevação do percentual de incidência (de 5% para 20%) sobre os montantes arrecadados a cada premiação. Como os recursos são captados em ambiente de jogo, não convinha aplicar a mesma taxa que advêm de lucros de capitais investidos em produção e empregos. Vantagens e Desvantagens A principal vantagem é a definitiva equalização das oportunidades para todos os que à Lei recorram, corrigindo algumas das mais cruéis e obtusas distorções da ultrapassada Lei Rouannet. A desvantagem é que, mesmo eqüânime, os pretendentes aos recursos terão que contar com a sorte na roleta. Como os recursos da Nova Lei saem dos cofres públicos através de sorteios (afinal, foi assim que eles apareceram) secciona-se o álibi funcional dos lobbistas, que com suas taxas e comissões espalhafatosas, contribuiram para envoduzar as boas intenções da Lei Rouannet e torná-la refém das famílias e círculos de amizade de banqueiros, publicitários e industriais. O infame fisiologismo das empresas privadas e estatais que mais gastaram com cultura será extinto; e, de lambuja, reticenciar-se-á o insolente poder das elites, cuja fanfarra patrocinada pela nação nunca conheceu limites. Os novos incentivos premiados poderão ser partilhados a cada sorteio, já que o montante arrecadado pode ser superior ao pleiteado pelo projeto sorteado. Suponhamos que os resultados de uma semana lotérica disponibilize 250mil num concurso e o projeto vencedor seja de 150mil. Um novo sorteio premiará outro projeto de valor inferior ao excedente. Se acontecer o contrário (recursos menores que os dos projetos), o projeto premiado aA ROLETA & O PANO VERDE: Segundo a Nova Lei, os interessados, guardará eventuais sobras dos conem breve, poderão apresentar seus projetos, observando as regras: cursos seguintes. Só o que realmente – Cada pretendente só poderá inscrever um projeto anual e seu CPF sobrar será agregado os saldos dos não pode aparecer nas contas de nenhum outro projeto concorrente; concursos futuros. – Cada projeto, depois de aprovado, receberá seus proventos através de sorteio; de acordo com o montante pretendido (dependendo, portanto, do valor arrecadado); – As diferenças entre o valor arrecadado e o valor do projeto premiado, deverão ser provisionadas para sorteios posteriores; – Semanalmente serão sorteados vários prêmios aos participantes; – As prestações de contas dos projetos finalizados e em andamento serão reportadas diretamente à Receita Federal para análise e, principalmente, investigação; – As contas e a utilização dos recursos públicos estarão permanentemente à disposição de todos através da interNet, no webSite do MinC.

Avalie que só uma única Mega-Sena acumulada de 20milhões renderá pelo menos 1,1milhão em incentivos. Se a maioria dos projetos concorrentes forem de 150mil cada (como era a média da Lei Rouannet), serão sete contemplados numa só rodada. Isto, toda semana! A nível federal, estadual e municipal. Corre todo dia; às vezes, junto com o bicho!

É bom ou não é? ps: para discutir, criticar, sugerir ou contribuir com este projeto utópico, um grupo de discussão on-line estará sendo formado. Participe: p o e m a s h o w @ g m a i l . c o m .

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jOUR NOW milhares de informações todos os dias

:: Jour Now é uma publicação em Booklet :: veja mais notícias especiais no site ::

notícias de todo mundo a toda hora

FLIP: PARATY 2006

AUÊ NO LANÇAMENTO DA NOVELA DAS 8

O grande sucesso de público e mídia auferido pela Festa Literária Internacional de Paraty é o motivo para que aguardemos muitas novidades na edição de 2006. Algumas boas-novas já estão sendo literalmente dadas como inevitáveis; como a inauguração do Beco Harold Bloom, bem próximo ao logradouro dedicado a James Joyce. É fato que, desde aquela ocasião, muita gente achou que o Bloom`s Day fosse um dia consagrado à memória viva de Harold Bloom!

Tudo aconteceu por causa da campanha de marketing. Como as pesquisas indicavam que a audiência era predominantemente feminina e que vivia fabricando fantasias sexuais com os galãs, os caras pegaram pesado na publicidade, encartando numa revista amostras emborrachadas dos pênis dos principais protagonistas, em tamanho real e devidamente entumecidos.

O MAGO & SEUS PARES Entre tantas e importantes personalidades do mundo literário prestes a confirmar suas vindas ao paraíso tropical fluminense, é aguardado com frisson pelos comensais tupiniquins a presença do escritor Anthony Burguess, criador do clássico Brazil com Z, adaptado para o cinema. Em palestra aberta ao público em geral, ele poderá esclarecer de uma vez por todas que suas obras estreladas pelo famoso personagem Paul Rabbit não foram criadas como uma microBiografia do fenomenal Paulo Coelho. Garante-se que nosso candidato ao Nobel estará prestigiando a palestra e fará as honras da casa ao ilustre visitante, realizando algumas de suas mágicas. EÇA É BOA Aguardadíssimo será o seminário super especial sobre a obra de Eça de Queirós, que fará uma análise comparativa dos romances do escritor lusitano e, com certeza, provocará grande curiosidade nas platéias. Os destaques anunciados são a comparação do romance A Ilustre Casa de Rodrigues com peças de Nélson Rodrigues e a utilização do clássico Os Maias numa homenagem à família do prefeito César Maia. POETAS DA AMENDOEIRA Muito esperado é o sarau na madrugada da APA (Academia dos Poetas da Amendoeira), nos jardins da Casa Imperial de Don João de Orleãns e Bragança. MENGÃO + VASCÃO Outro curioso seminário virá da França, onde um especialista identificará os personagens da trama contada por Stendhal no nobel romance O Vermelho & O Negro, com as torcidas do Flamengo e do Vasco da Gama que utilizam estas cores nas bandeiras e, dada a disputa que promovem, servirão de base para ilustrar as palestras. IMPERDÍVEL Está sendo acertado que João Ubaldo Ribeiro lerá poemas de Sheakespeare quando receber o prêmio pela tradução que fez para o idioma inglês de seu livro: Viva o Povo Brasileiro. Quem já desfrutou do inglês de Ubaldo associado a seu vozeirão radiofônico, sabe que é show. ABAIXO-ASSINADO Entretanto, uma das mais esperadas performances será um abaixo-assinado, no qual os signatários pedirão que Chico Buarque de Hollanda aceite concorrer a uma cadeira na ABL tão logo um dos atuais locatários das poltronas da casa bata as botas. A mulherada consultada não tem a menor dúvida de que o Chico vai ficar bacana e atraente dentro daquele fardão verde-oliva.

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Como o ambiente dos bastidores vaza fofocas a toda hora, o resultado da ousadia acabou nos tribunais, provocando um vexame cheio de acontecimentos hilários. A trama seria assim: no início, um bonitão endividado vende seu sêmem a um banco genético e sua amostra vai fecundar uma cocote casada com um banqueiro. O processo in vitro só acontece porque o médico responsável pelo abuso uterino revela ao cliente a identidade e os dons genéticos do doador. Anos depois, por conta de um plano do governo, o tal banqueiro perde tudo. Seu casamento torna-se um inferno. Além de amantes de ambos os sexos, sua esposa sucumbe ao álcool e às drogas, vivendo um dramático problema social que a emissora garante estar contribuindo para resolver, expondo sua tragédia com forte realismo naturalista, no horário das oito. Um dia, o falido lê nos jornais que o doador havia ganho uma loteria e resolve participar da fortuna, manipulando judicialmente o DNA da filha fabricada em laboratório. Logo a canalhice domina o enrêdo por inteiro. Sem saber, a filha acaba se apaixonando pelo pai natural e descobre que a mãe trai o pai com ele. A disputa entre mãe e filha é digna de vômito, mas dá um IBOPE que só Nélson Rodrigues explicaria. Como o doador é um fotógrafo, as duas resolvem posar nuas para ele, em matéria para uma revista dedicada a onanistas. Ganham cachês incríveis, pagos pelo grande manipulador da história: o banqueiro falido. Daí pra frente, a baixaria arromba a festa sem pudores! Com este sucesso, para enlouquecer a audiência, a emissora cedeu à modernidade do publicitário contratado para dirigir o lançamento e aceitou todas as suas loucuras. Capaz de eleger presidentes, não houve quem ousasse discordar do cara. Tudo estava sob rigoroso controle, mas, ao enviar os famosos pirulitos às bancas, as embalagens dos pintos dos galãs acidentalmente foram trocadas no armazém. Revoltado com tamanho da pica que lhe coube, o ator que representa o doador pôs a boca no trombone, rodou a baiana, fez ebó no candomblé e processou a emissora líder do ranking. O constrangedor exame de corpo delito, exigido pelo juiz do caso e executado por uma top-model tipo Playboy, confirmou que a micro-jeba pertencia ao galã que vive o personagem do banqueiro. Por ser o atual namorado do diretor da novela, comenta-se que este teria influido diretamente na criminosa troca, dando a seu mancebo a fama de ter o trambôlho maior. Comenta-se que o ultrajado vai enfiar uma naba na emissora do tamanho de um bonde chamado desejo!


BANG :: nanopoema para Reynaldo Sanchez: “sexo sem intimidade; ou é novidade ou é saudade”

:: dando tratos à bola, de volta da Venezuela, Graça Carpes prepara-se para manter vivo durante o ano seu Condenados à Poesia, cuja versão radiofônica está acessível através da netradio www.cariocafm.com.br

:: os poetas aguardam notícias de Fernando Gama e da Clan Design para, intervirem na Semana Santa de Santa (13 a 16 de abril), evento fundamental no calendário poético da cidade. Como a Casa Laurinda Lobo mudou de direção, seus jardins são o mais cobiçado terreiro para que o verbo da cidade solte seus trinados...

:: Tavinho Paes anuncia para abril, no Circo Voador sua oficina gratuita para quem estiver interessado em produzir eventos de poesia.

:: Pagando Micros, booklet de nanopoemas do Trio Los Três (Reynaldo Sanchez, Gútman, Fernando Sá) é sucesso em muitas cabeceiras: já tem o seu? :: leitura obrigatória para quem sabe que não basta pensar só em si-mesmo: a entrevista que Giovanna Borradori fez com os filósofos Habernas e Derrida, em Nova York, logo após o 11 de setembro: Filosofia em Tempo de Terror :: Nosso Mick Jagger da Poesia Falada, o poeta Mano Melo, aguarda solicitação para adaptar para o cinema seu romance Viagens e Amores de Scaramouche Araújo, que, para muitos é sua auto-biografia romanceada :: Abel Silva estreou na Rocco: Berro em Surdina tem poemas ótimos para falar em saraus e o único conto; o da tigresa e seu domador, lembra Juan Carlos Onetti :: enquanto aguarda sair do prelo o maior sucesso de sua editora, os Oremas, da Embaixatriz Maria Thereza, sua mãe, Thereza Christina Motta passa os dias traduzindo sonetos de Sheakespeare.

:: Confirmando que o Atelier Performático continuará a ser realizado no Atelier da Imagem (Urca), Patrícia Carvalho-Oliveira está levando para o festival de Curitiba o performance que já esteve em cartaz nos lugares mais ins do Rio e abriu o Rock in Lisboa, ano passado. Tendo como hostess o agitado pessoal da Rádio Caos, um evento off-off está sendo articulado num club noturno de lá e é bem possível que ela improvise com o local Luiz Felipe Leprevost, a revelação da cena poética do ano de 2005. :: o dado preocupante ligado ao fim das atividades da RioArte, é que o CEP 20Mil, com seus 15 anos de estrada, tinha sua capacitação outorgada por aquela secretaria. :: as madrugadas poéticas no Café Antônio Tôrres (Letras & Expressões - baixo Leblon), com poetas informalmente falando poesias altas horas da noite, sem dúvida, foram o grande destaque deste verão: será que continua?

:: nanopoema para Gútman: “yoga no hindú dos outros é incenso”

:: ...e o prefeito César Maia, hem? Os poetas fazem um festival, criam eventos, divulgam a cidade em sites internacionais e o prefeito: nada! Nem uma palavra, um gesto, uma gentileza. Não é possível que alguém de Catolé do Rocha, em pleno sertão paraibano, não se sensibilize com poesia. Poeta, na Paraíba, é alguém tão importante quanto um engenheiro, um diplomata. Poesia na Paraíba está no DNA de quem nasce por lá. Será que César Maia não gosta de poesia? Ou será que não gosta de poetas nem de paraibanos?

:: de volta da Europa, onde divulgou nosso trabalho e acertou importantes alianças, contatos e parcerias com poetas e instituições afins em Genebra, Madrid, Paris, Londres e Lisboa, o poeta Ricardo Ruiz confirma: a República dos Poetas, evento-oficina de primeira linha, vai continuar acontecendo todas as segundas sextas-feiras do mês, às 19:00hs, no Museu da República, sempre recheado de audiovisual, tendência que ele comprovou em clubs e teatros do velho mundo. Lamenta-se apenas o fato de que, depois de cada evento, além do chope saideira no Bar Getúlio, não se possa mais esticar a fanfarra até a Lapa, onde tudo era possível nos versos da 1/2 noite, do poeta macuxi Gean Queirós :: O triste é que, por trás desta falta de opção, continua viva e de môlho a mais contraditória história da poesia carioca. Com um histórico de luta democrática notório e respeitável, o Grupo Tá na Rua, de Amir Haddad, por conta de uma vital falta de comunicação e de uma medíocre fogueira de vaidades, interditou e deu fim ao mais importante evento de poesia da cidade. O preocupante nessa parada é que ficou por isso mesmo... :: Home Theatre é o nome informal que Giovanna Gold está dando ao evento que promove na sala de seu apartamento, na Fonte da Saudade. Nele, ela testa os novos números performáticos que pretende apresentar ao longo deste ano. O que parece intimista, levado no bico pelos dengos da poeta acaba sendo super-descontraído e moderno. Acaba sempre em festa. Quando for convidado não esqueça de levar sua contribuição ao bufê nem de deixar seu apoio em espécie no cofrinho da diva. Ela merece...

:: João Luis de Souza anuncia que o Dizer Poesia vai estender sua oficina à Itaboraí. Com apoio da UNIVERSO, seu aglutinante evento cultural já atende São Gonçalo, Niterói e o Rio. Imagine como este agitador espetacular vai ficar quando a universidade inaugurar a unidade carioca, no Flamengo, ocupando todos aqueles estúdios e auditórios da extinta TV Manchete...

:: aguardam-se definições dos contatos para que seja preparada a produção do poemAço Festival de Poesia da Cidade do Aço, em Volta Redonda, com apoio da CSN. :: vem aí o Poesia Voa, versão livro. Os curadores do festival, Tavinho Paes e Bruno Cattoni dividiram o texto em duas partes: na primeira, a preparação, mapeiam o movimento poético contemporâneo desde os anos 80; na segunda, descrevem o acontecimento, com todas as contradições e peculiaridades de cada grupo ou poeta em cena. Vai criar muita polêmica... :: nanopoema para Fernando Sá: “tudo é óbvio quando a confusão é grande” :: são impressionantes os efeitos colaterais do sucesso editoral de Bruna Surfistinha nas moças da classe média. Nem o Relatório Hite produziu tanta comoção no imaginário feminino...

T H E

bLOG <www.poemashow.com.br>

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estão remixando o

poema de Tavinho Paes publicado originalmente em www.cronópios.com.br

fASCiSMO o primeiro papa do século 21 vestiu o uniforme nazista e atuou na retaguarda dos exércitos do 3º Reich que invadiram a pátria do papa que ele substituiu e manteve vivo às caneladas por mais de duas décadas enquanto sua maçonaria centenária apossava-se dos cargos-chave da burocracia eclesiástica preparando-se para enfrentar os exércitos do islão desembestado numa nova guerra fanática estão remixando o F A S C I S M O como DJs remixam músicas antigas em suas maquininhas tecnológicamente corretas em noites de raves azougueadas preparadas para testar os espaços das quarentenas para as futuras epidemias anunciadas enquanto os tribunais puritanos preparam a nova inquisição e seus rituais de purificação. sob a calmaria política e a total paralisia das vanguardas num mundo sem utopias e sem nem dialéticas cheio de ideologias vagas um novo F A S C I S M O está sendo cultivado pelos pamonhas como o ôvo de uma serpente chocado num ninho de cegonhas os novos infames sem nomes agem nas sombras instalando seus exércitos de imbecis, subservientes. hipócritas e alcagoetes nos sub-escalões da administração pública, nos meios artísticos, nas redações dos jornais enfim, na mídia... são batalhões de idiotas infiltrados em todos os lugares para evitar que algo fora do anunciado quebre o protocolo são reacionários preparados para engessar processos criativos, interromper reformas estruturais, impedir o tráfego de informações novas e evitar qualquer processo revolucionário

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graças à segmentação do trabalho e ao monitoramento da informação midiatizada estes monstros estão camuflados na sociedade como camaleões esfomeados capazes de pequenas audácias muitos sequer desconfiam que estão sendo recrutados como cobaias e não é raro flagrar alguém de esquerda defendendo teses da direita bebericando stolichnaya orbitam em torno de gente famosa paparicando pessoas endinheiradas como cortesãos de segunda classe acreditando absorver por osmose características dos seus senhores sobrevivendo numa pseudocorte de uma Maria Antonieta restaurada amealhando sobras de brioches e aguardando o momento exato para afiarem a guilhotina e se apossarem dos brincos da cabeça cortada avaliam e selecionam as pessoas pelo saldo na conta bancária pela aparência e pelo status-quo adoram ser porteiros de alas vips distribuindo pulserinhas seletivas aos acessos de áreas de exclusão onde empresas pagam a conta do porre e alugam o lazer e o ócio de quem não é mais capaz de expressar nenhuma opinião como cupins num compensado espalham-se para todos os lados rezando a missa ao contrário em nome do padre... do filho... do espírito santo... opus-dei, amém as celebridades da moda não passam de sub-lideranças úteis manipuladas em suas vaidades fúteis como marionetes travestidas de artistas pagos pelos gestores do capital e sua alugada máquina publicitária global é a visibilidade dada em troca de energia vital


para passar as tropas em revista e manter sob total controle os mal-sucedidos e os arrivistas nazistas batidos nas fronteiras ganharam a batalha 50 anos depois da derrota capitulada unificando a moeda européia na marra com parâmetros do marco alemão conquistando por dentro os estados europeus sem a necessidade bélica dos assaltos das divisões armadas

tavinho paes & geraldo d’arbilly apresentam d R U M s ’n’P O e T R y a u d i o v i s u a l

posando de bem-feitores da humanidade novos fascistas estão indo à luta em meio à era da política corrupta aceitando provisórias lideranças farjutas como à Cristo, um dia, Judas aceitou, até chegar o momento propício para trair seu comando fictício e o derrubar com escândalos políticos estão remixando o F A S C I S M O como DJs de boates gays remixam músicas do passado e, desta vez, até você que era contra se não estiver atento e não tomar cuidado pode sentir-se atraído e fascinado pela reinvenção do estado num mundo cibernético cheio de psicopatas mesmo os judeus mais ortodoxos que sobreviveram com remorsos de seus mortos estão com seus interesses financeiros comprometidos no mercado dos capitais voláteis e do jeito que este mundo está evoluindo assimilarão o novo modelo recauchutado e decerto participarão dos seus resultados estão remixando O F A S C I S M O na cara de todo mundo com um cinismo descarado que se sustenta às custas da apatia das ideologias sem doutrina evaporadas como éter na cirurgia de um passado enterrado num porre de vodka entre as cinzas da glasnost e da perestroika estão remixando O F A S C I S M O e, desta vez, você não vai poder escolher o lado nem os adversários desta vez a repetição da história como farsa trabalhada pelos publicitários será um excepcional conto do vigário!

novo

poesia para audiovisual “...no começo, em março de 2004, era para fazer um CD contendo o mix entre os poemas e as bases que o d’Arbilly topou fazer. A idéia era criar poemixes: poemas falados sobre uma base de áudio diferenciada do RAP e do Hip-Hop a fim de estimular a criação audio-visual necessária a mídia do DVD. O CD é composto literalmente por trilhas cinematográficas aguardando imagens que podem vir como animações multimídias, flash-poems, curtas, cine-poema para cineZines e outros formatos disponíveis na mídia digital. Passamos 2005 procurando uma gravadora para lançar o independente, mas nada aconteceu; exceto o fato de que, nesse meio tempo, fomos criando outros poemixes e acumulando um catálogo com opções para mais de um álbum. A alternativa passou a ser a de que os poemixes fossem requisitados on demand, via internet: o sujeito vai lá no site, escolhe um lote de dez poemixes e monta um CD e baixa junto o folder das letras e um contrato para utilizar as faixas/tracks como trilha para audiovisual. Cada faixa pode ter muitas interpretações. Já imaginou se o conteúdo da MTV fosse jazz. No futuro, a gente pensa em montar os cineZines com as várias versões ou participar através delas dos almanaques e gibis que estão começando a ser inventados. A mídia do CD tem aplicativos que nem foram explorados. Não há dúvida que, tanto para a música quanto para a poesia, o audiovisual é fundamental...”

drums’n’poetry <disponível para download ou CD on Demand>

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- À Laparis> <02 - Love Bizz> <03 - Midnight Cinderella> - O Poema Samba> <05 - Mad Madalena> <06 - Dançaí> - O Rio de Janeiro Não Perdoa> <08 - Algumas Mulheres> - Eu Sou o Bicho> <10 - Hollywood Now> <10 - O Vento> - O Espião & Você> <13 - O Rei> <14 - DJ de Bossa-Nova> - A Cidade dos Mil Poetas> <16 - O Blecaute dos Vagalumes> e muito +...

para gravar seu poema>> w w w . g e r a l d o d a r b i l l y . c o m

info+ poemashow@gmail.com <www.poemashow.com.br>

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<14

de

março>

DIA NACIONAL DA

POESIA A quem interessar possa, saiba que não foi à toa que o 14 de março acabou sendo escolhido para sediar o lançamento oficial deste pasquim tinhoso: é neste dia, que o poemaShow, pelo terceiro ano consecutivo, chova ou faça sol, realiza seu evento mais suntuoso: o Dia Nacional da Poesia! A suntuosidade fica por conta da plataforma em que a enterprise é instalada (embeded): o Corcovado! Do alto daquela sagrada montanha, no mais privilegiado terrace do planeta, os poetas que participam do evento têm diante de si, como se fosse uma platéia silenciosa e inspiradora, a inalienável paisagem da maravilhosa cidade do Rio de Janeiro. o evento Na prática, o evento começa na estação do Cosme Velho e ganha fôlego com o oxigênio fotossintético da Mata Atlântica, durante a subida do trem. Os uivos na curva do Ó, com o trem inclinado à beira do abismo, excitam os poetas. Daí, depois de assentada no bar lá em cima, a tropa começa a falar poesia. Como são muitos participantes (em 2004, foram 41; em 2005:74), não há espaço nem tempo para preâmbulos, explicações desnecessárias ou apresentações suscintas (aporrinhações típicas): cada poeta ocupa a cena para dizer somente seu poema; um após o outro, numa roda initerrupta, em movimento espiral, cheia de surpresas, reverberando simpatia. A farra acaba quando o sol declina entre a Pedra da Gávea e os Dois Irmãos. À bombordo, os ponteiros do relógio da Central do Brasil são acesos e, logo depois, a iluminação pública começa seu espetáculo mecânico, ligando, um a um, os quarteirões da zona norte à zona sul. Aí, a festa continua no último bondinho, durante a descida, com mais zoação e muito mais poesia... Nem ônibus escolar é tão divertido! Por isto, somos gratos ao apoio de Sávio Neves (Trem do Corcovado), Daniel Klabin e Herbert Marinho, que de uma forma ou de outra, durante estes anos, nos forneceram os suportes necessários à produção desta exótica festa. a data Para quem não sabe, esta data foi sumariamente excluída do calendário oficial durante a ditadura. Até hoje, nossa flexível democracia não restaurou tamanha cretinice. Por isto, a cada ano, renovamos o lembrete às novas autoridades para que elas tomem ciência e providências. Sabemos porque a data foi extinta. A origem da nomenclatura está associada ao nascimento do poeta Castro Alves [1847]. É certo que Gláuber Rocha [1938], veio compartilhar a data (Carlos Heitor Cony também nasceu neste dia), misturando dinamite à areia da ampulheta. Entretanto, o que chamou a atenção dos paranóicos dos serviços de repressão da época não foram os nascimentos destes bebês. Aquela cambada de carcamanos nunca se identificou com maternidades. A parada deles era mais sinistra; tinha a ver com necrotério, morgue, funerária. E foi justamente entre cadáveres ilustres que os censores entreviram uma séria ameaça à estabilidade do regime e formataram a ferramenta legal para deletar a data da memória da nação. O cadáver em questão fora um sujeito que nunca escreveu poemas, mas atordoou a maioria dos poetas do século XX com suas idéias revolucionárias. Na visão do relator que substituiu a nomenclatura da data para Dia do Vendedor de Livros, o cadáver que poderia incitar desordem e trazer problemas à sociedade e ao estado morrera bem longe daqui, em Londres, em 1883. Seu nome: Karl Marx! ps: Informa-se que, nesta mesma data, no Japão, é Dia dos Namorados; e, na Irlanda de James Joyce: Dia das Sereias!

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conselho do poeta Calma: depois de algum tempo, você aprenderá a sutil diferença que há entre dar a mão e acorrentar a alma. E então aprenderá que amar não significa apoiar-se em outrem e que a companhia nem sempre significa segurança. Começará a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Passará a aceitar suas derrotas com de cabeça erguida e com os olhos focados adiante. Até aprender a pavimentar suas estradas no hoje, já que o terreno do amanhã é incerto demais para planos e o futuro costuma nos pregar peças e nos fazer agir em vão. Depois de um tempo, você aprenderá que não importa quão boa seja uma pessoa: ela vai te ferir de vez em quando e você vai precisar perdoá-la por isso. Aprende logo que o que importa não é o quê você tem na vida, mas quem você tem na vida. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa são tomadas de você muito depressa e que, por isto, sempre devemos deixar às pessoas que amamos nossas palavras de amor, pois pode ser que cada vez que as encontremos seja a última vez que as vejamos. Descobre que demoramos muito tempo para nos tornarmos a pessoa que queremos ser e que esse tempo é curto. Compreenda: ou você controla seus atos ou eles o controlarão. Saiba que ser flexível não significa ser fraco ou não ter responsabilidade: nunca importa quão delicada e frágil seja a situação, nela sempre existirão dois lados. Aprende que os heróis são pessoas que simplesmente fizeram o que era necessário fazer, enfrentando suas consequências. Assim você descobrirá que a maturidade tem muito mais a ver com a experiência e com o que você aprendeu com elas do que com os aniversários que já celebrou. Aprende que nunca, em hipótese alguma, deve-se dizer a uma criança que os sonhos são bobagens e que seria uma tragédia se ela acreditasse neles (poucas coisas neste mundo são tão humilhantes). Aprende que quando está com raiva você tem o direito de ficar com raiva, mas isso não lhe dará o direito de ser cruel com os outros. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes, você deve aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que o tempo não é algo que se possa fazer voltar atrás. Plante um jardim e decore a sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. Assim você aprenderá que pode suportar a dor, que realmente é forte, que pode ir muito mais longe do que supõe, que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Repare: dádivas são traidoras e o bem que nos fazem é o mesmo que poderíamos conquistar com suor e trabalho; não fosse o esse maldito mêdo que temos de nos superar.

William Sheakespeare


:: 23 a 27 :: n o v e m b r o

2005 circo voador

a c o n t e c e u Giovanna Gold, in performance durante a REPÚBLICA DOS POETAS :: 25/11

– sem um único patrocinador, sem um centavo de apoio: toda a produção e dispêndio financeiro veio do Caixa 1 do Circo Voador: Maria Juçá bancou!

Cairo Assis Trindade e Denizis Trindade GANG PORNÔ in performance :: 26/11

<REGISTRE-SE: a poesia brasileira agradece à colaboração da equipe do Circo Voador, sob comando de Maria Juçá que, por 5 dias, ofereceu seus serviços ao Festival>

– foram mais de 250 poetas passando pelo palco principal e outros tantos pelo palco paralelo – registraram-se mais de 500 fotos e mais de 50h de videos digitais dos poetas em cena, ao vivo :: a diversidade de tendências e estilos foi exuberante... notável!

Quilombo Cubango, de Niterói OI - POEMA (Brasília) :: 26/11

:: a poesia falada (propriamente dita) deu a tônica para que os improvisos em performances misturando dança, música e audio-visual fossem realizados em alta-performance

Thini-Á, falando na língua Fulni-ô no Toré que abriu o Festival :: 23/11

:: um índio falou em sua língua-máter; disseram-se poemas com fundos musicais; recitou-se à capella; falou-se em cima de pernas de pau; poetas despiram-se; uma bahiana de acarajé dançou rock’n’roll ao som de Jimi Hendrix; novatos e veteranos trocaram figurinhas e até chover... choveu! Chacal anunciando o CEP 20 000 :: 26/11

:: vieram grupos da periferia, da baixada fluminense, da região dos Lagos, da zona oeste, de Brasília, de Porto Alegre, de Volta Redonda, da Bahia, de Belo Horizonte, de Campinas, de Nova Iguaçu, de Santa Catarina, do Amazonas, de Goiás, do Ceará, de Vitória, de Madrid, de Moçambique

Marcelo Giraud no POESIA MIX :: 25/11

:: o festival foi e continua sendo noticiado em mais de 20 sites e blogs internacionais Dalmo Saraiva na Teia Performática do POESIA SIMPLESMENTE :: 25/11 Flávio Nascimento em ação

:: só o simples webSite de apoio ao projeto, por conta do festival, obteve mais de 1.500 visitas/dia

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Mano Melo e Mônica Montone no MANO MELO SHOW :: 24/11

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Haroldo Lobo lê Cartola

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A Prosa anda à cavalo / A poesia voa

(Francisco Carvalho) Em 1985, a primeira edição do Festival colocou no sagrado palco do Circo Voador mais de 118 participantes. Entre eles: Renato Russo, Cazuza, Fausto Fawcett, Márcia Peltier, Antônio Cícero e Jorge Salomão (lançando o Manifesto Super Novas), Norma Benguell, Fernanda Montenegro...

P O E

Hoje, só no Rio de Janeiro, são mais de 30 eventos todos os meses, da Zona Norte à Zona Sul; da Zona Oeste à Baixada, de Niterói à Região dos Lagos. Brasil afora, eventos são realizados todos os dias; mas, só no Rio de Janeiro a presença feminina divide meio-a-meio a ocupação dos palcos. As blogs e webSites de poesia borbulham na web. Na Broadway, o Def Poetry Jam, reunião de nove poetas de diferentes etnias, sem nenhum artifício cenográfico, sem roteiro determinado (os poemas e os poetas variam de espetáculo para espetáculo) e sem nenhum cartaz pregado pela cidade de Nova York, bateu todos os recordes de bilheteria em 2005 (atualmente, estão com programa na HBO). Várias peças de teatro em cartaz têm como conteúdos ativos: POESIA! Poesia Falada! É indiscutível que esta seja uma tendência internacional in progress, absolutamente irreversível. <insert info :: preset news> Se os editores afirmam: POESIA NÃO VENDE; replicamos: POESIA NÃO É VENDIDA! Se os colunistas noticiam: POESIA NÃO É NOTÍCIA; corrigimos: POESIA É A PRÓPRIA NOTÍCIA! Se alguém insiste em dizer: POESIA É CHATA; reinteramos: POESIA CHATEIA OS MEDÍOCRES!

Os eventos de poesia são os únicos espetáculos da área de entretenimento que permitem que alguém que estiver na platéia possa subir ao palco e roubar a cena das estrêlas que lá estiverem. Na maioria dos eventos de poesia todos participam voluntariamente, cientes que a maioria deles não dispõe de recursos, apoios, patrocinadores nem fomento para divulgação nas mídias convencionais de rádio, tv e jornais: A TRINCHEIRA DA GUERRILHA POÉTICA ESTÁ NA MODERNIDADE DA WEB! Não se trata de antagonizar os eventos de poesia com o showBizz. A Poesia trabalha com artesanato, manufatura, diferenças, invenção constante; enquanto o Business é produto manipulado da indústria cultural e só trabalha com altos níveis de redundância, oferecendo sempre mais do mesmo para a massa que agradece penhorada e repete os aplausos, a histeria e o pedido de bis. <insert info :: preset news> >> quando um cara resolve fazer um Rock in Rio, primeiro reúne um monte de gente que detesta rock’n’roll e, sabe-se lá como, consegue o patrocínio para alugar conteúdos de terceiros, preenchendo os refils da programação projetada e criando um pic-nic num shopping center cheio de junk-food e gente esfomeada. >> na maioria dos eventos de poesia, os poetas vão à luta escutando “O CHAMADO”, voluntariamente predestinados a realizar o acontecimento. Como no filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau: ninguém vai àquela montanha para comer ninguém, dançar, se divertir ou ganhar dinheiro; simplesmente atendem ao CHAMADO, como acontecia aos profetas da antiguidade, num tempo sem eletricidade, onde as conquistas do ser humano tinham a ver com almoço e jantar e olhe lá... >> poetas não duvidam que a ação voluntária vai mudar a organização do trabalho no mundo dentro de muito pouco tempo. A economia mundial, no modelo atual, não tem como sustentar a organização do trabalho e seus clássicos e fiéis mosqueteiros: os salários, as previdências e os sindicatos! >> o voluntariado dos poetas é um fato tão extraordinário que incomoda até mesmo àqueles que acreditam numa revolução feita na base pacífica do voto democrático com apoio genérico do desenvolvimento econômico. Gente que não enxerga nas fogueiras de Paris um sinal de mudança dos paradigmas internacionais! Gente que ainda não percebeu que os capitais voláteis do planeta estão chegando muito rapidamente aos seus pontos de mutação e um crack como o que aconteceu nos USA, em 1929, desta vez será global e terá suas consequências globalizadas, provocando, num efeito dominó, resultados tão catastróficos quanto o furacão que arrasou New Orleans ou o aguardado terremoto terminal na falha californiana. >> a guerrilha para a qual os poetas estão providenciando trincheiras pacifistas é algo tão utópico quanto este festival: traga poesia na sua mochila e venha soltar sua voz nas estradas!

Por que a POESIA está falando alto? Porque só a POESIA e o POETA trazem notícias que se antecipam aos fatos e revertem a tendência destrutiva do modelo da divisão do trabalho que conhecemos, fruto da revolução industrial e das ideologias socializantes dos séculos passados. Somos alternativos a esta doutrina que agoniza à beira da falência de seus métodos e soluções. Além disto, é a POESIA que chama atenção para a necessidade do VOLUNTARIADO que, com bases nos desígnios humanistas da inclusão social e cultural, prepara-se para reprogramar o modelo fragmentado e dar início à nova revolução que varrerá o planeta nas próximas décadas como uma tsunami

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V O

MA NI F

:: fotos: dávila pon

<esquerda: ALINE AR <centro: GEAN QUEI abertura dos versos d <esquerda: TAVINHO Fascismo, no poema

fotos+info+poemas+m


S I A

...não faço Show-Business; faço Show-Happiness!

(Chacal) espiritual, livrando-nos de demônios adquiridos e depurando nossos carmas. Basta observar as catástrofes naturais. São devastadoras, irreversíveis e provocam emergências. A ação dos voluntários é sempre excepcional, insubstituível e realizada com esforços nos quais cada um dá o melhor de si em prol da vida dos outros. Se o festival convencer a um entre cem poetas a dedicar voluntariamente parte de seu tempo produtivo em projetos sociais (com foco privilegiado na educação e na saúde), este festival terá alcançado seus objetivos utópicos e sido realmente importante para as futuras gerações. Caso contrário: tornar-seá uma poderosa amostra a garantir o direito de jogarmos mais uma mão de cartas neste jogo de cartas marcadas com o Poesia Voa 2.0/2006. Num tempo em que as utopias e a dialética foram banidas do mundo das idéias, o Festival POESIA VOA 1.0/05 é uma ação clara, insistente e transparente de uma política inclusiva de largo espectro e seus conteúdos são simples amostras da verdade expressa neste posicionamento. O Ato Político que realizaremos não se restringe à ocupação compulsória de espaços na mídia ou de invasão organizada de espaços públicos (o Circo Voador é propriedade do Município: até 2008 é de César Maia – e ele, até agora, não nos manifestou uma só gentileza; um só gesto de atenção; uma única palavra). Nosso esforço (aqui entendido como ação quântica em ambiente digital) é singular, exemplar e consciente. O alvo é incorporar à vida, a liberdade e a paz que nos faz compreender e desejar a felicidade. Nada de dirigismos. A literatura é o fogo-fátuo que sai das palavras. As idéias de cada poeta não se prestam a uma generalização mecânica: não estamos alinhados às forças que promovem a dominação da maioria empacotada sobre a minoria delivery, do mercado sobre as mentes livres. A liberdade de criação artística não anula as contradições do mundo, antes: acelera-as para que resplandesçam novos mundos cheios de generosidade consciente; para que cada vez mais humanos possam ser poetas e duvidarem da perenidade da ordem existente. Contestamos os estetas que definem a obra de arte como conteúdo e forma. A obra de arte é atitude mais atitude mais atitude... A obra de arte sempre intervém e interfere natural e culturalmente na vida. A vida é uma obra de arte. A participação na vida pública e/ou privada é uma obra de arte, em nome de cada um e de todos. A alienação religiosa, mercadológica, consumista e egoísta (e seus simulacros de resignação, passividade e niilismo) não nos interessa tampouco, porque ela está na contramão da democracia radical que propomos. Um poeta recitando em público, por decorrência, é um instrumento para que haja outro poeta recitando em público. E essa cadeia de participação pró-ativa vai transformar todo o planeta em obra de arte. Esta é a verdadeira política: o reconhecimento da própria voz, do quanto ela é inconfundível, e de como seu alcance é infinito. Deus é secundário. Prioritário é o verbo, a partir da nossa existência pró-ativa. Assim sendo, num esforço típico das guerrilhas culturais que não reconhecem dificuldades intransponíveis, todos nós (participantes e platéia); no ano em que o clássico beatnik: UIVO, de Allen Ginsberg, faz 50 anos e as Artimanhas em Geral (primeiras manifestações da Poesia Falada e propriamente dita) comemoram 30 anos, faremos o Festival POESIA VOA 1.0/05: no peito e na raça, na cidade mais cantada em verso e prosa do planeta. No argumento, na manha, na palavra afiançada...

OE A O

T F S

tes :: todas ao vivo, durante o festival ::

RTEIRA, no poemaShow (24.11::21:12hs)> IRÓS + MARCELA MARIA in performance na da 1/2 noite (25.11::24:55hs)> O PAES, falando o poema Estão Remixando o Show (24.11::21:46hs)>

mp3+mpg4+eBooks <www.poemashow.com.br>

VAMOS FAZER A FESTA SEM PATROCINADORES! Se eles aparecerem, que se posicionem em relação ao futuro e possam dar conta dos resultados e conteúdos gerados por esta edição. Agora, a bandalha já começou e em sua ação integrada até mesmo as contradições entre seus participantes perderão fôlego para angariar contrasensos e os agregar no modelo em movimento. A força (esforço) em exercício será quântica e praticamente vacinada contra as picuinhas e diferenças digitais. Numa guerra em curso, em plena batalha, na hora do vamu vê: a força não pode ficar dependendo da estratégia burocrática das retaguardas. Deve avançar sobre o impossível e empurrar suas barreiras e limitações para o mais longe possível. Ninguém duvida: O Rio de Janeiro sempre foi e é a capital nacional da poesia falada e sempre teve o bom hábito da poesia discursiva, com vários recitais pela cidade, gerações e gerações falando poesia, destravando o verbo, melhorando a plasticidade da língua; como dizia Mário Faustino: registrando plasticamente os acontecimentos!

Será aqui, nesta cidade maravilhosa, que o campo de batalha estará sendo montado numa arena onde a rebeldia e a memória de lutas contra o autoritarismo, a censura à comunicação e à repressão à cidadania fez história: o Circo Voador! O Rio, desde Bandeira sempre foi assim: falante, atrevido, irreverente. É assim que o Festival POESIA VOA 1.0/05 abrirá em grande estilo o que será futuramente conhecido como o inacreditável verão carioca de 2006. A festa está só começando: traga seu entusiasmo, oriente-se pelas utopias e seja bem-vindo! tavinho paes - bruno cattoni - chacal - maria juçá [20.11.05]

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Patrícia Carvalho-Oliveira e o Nós do Morro (Vidigal)

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poeM shoW 2006 novo formato

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mais fotos serão publicadas nos próximos números

19:30h à 20:45 h: roda aberta <intervalo>

21h à 22: pocket show <intervalo>

22:15 à 23h: music show

DATAS 2006 <últimas segundas-feiras do mês>

24 de ABRIL

acima: Camerata Stoyyan abaixo: As Plebéias

acima: Omar Salomão abaixo: Eud Pestana

[re-estréia]

29 de MAIO 26 de JUNHO 31 de JULHO 28 de AGOSTO 25 de SETEMPRO 30 de OUTUBRO 11 de DEZEMBRO

bailarina em ação do grupo de Debora Colker

[especial de fim de ano]

C o t t o n

C l u b

C a f é

Mezzanino do Shopping Cassino Atlântico Avenida Atlântica 4.240 - Posto 6 Reservas: 2227-5404

b a i x e poemas e músicas e m m p 3

há 5 anos pondo poesia nas ondas do rádio

www. ra d i o c a o s . c o m . b r

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Luiz Felipe Leprevost a revelação do ano

Anauê Tupã recital sobre pernas de pau

Patrícia Carvalho-Oliveira a poesia em movimento


Lembram-se daquele inesquecível concerto do João Gilberto, no Municipal? Aquele em que a elite bossa-nova compareceu cacifando uma baba e a grande estrêla fez forfait? Pois bem: usando com habilidades intelectuais certas próteses das vanguardas mais modernosas e algumas ferramentas lacanianas de prospecção avançada em estados mentais monitorados, é possível afirmar com total segurança que o tal espetáculo, contrariando direitos do consumidor, na realidade e de fato, não só aconteceu, como também foi único e original.

CARNAVAL 2006 ...toda essa lembrança faz-se necessária para que o inesquecível desfile do Bloco dos Valérios neste Carnaval 2006 possa ser bem assimilado por seus milhões de foliões e respeitado por seus patrulheiros.

Aquela incômoda ausência, notada como um fantasma da ópera circulando o teatro lotado era um testemunho fundamental. O silêncio omnipresente que permeava o burburinho da platéia afetada era a própria essência do show. A mensagem cifrada da autodeterminação do artista; tal e qual a emblemática peça 3’33”, de John Cage, que a pirataria nem precisa copiar o original para duplicar e mesmo quem nada sabe de música pode executar apeça em alta performance.

k

::: a polêmica agremiação etílico-carnavalesca fundada por poetas a partir de uma piada sobre um assunto sério (do tipo que dá inquérito), inscreveu na história do reino de Momo uma incontesti novidade: por ser eminentemente provocativo, este novo tipo de bloco carnavalesco usurpa, desconstrói e chacoteia nomes, grupos e situações que, a bem da verdade, foram motivo de raiva e indignação durante o ano que o Carnaval passa limpo. Sazonais e paródicos, se acaso permanecerem vivos no carnaval do ano seguinte, claramente sinalizam: suas fontes inspiradores mantiveram-se impunes, em evidência e em plena atividade. Agregue-se a este epistolar invento outra característica. Depois dos concentram mais não saem, chegou a vez dos desconcentram e nem aparecem...

Bloco dos Valérios o desfile apoteótico

NÓS,

Na quarta-feira de cinzas, na Praça do Poeta, ao lado do Museu da República, em frente ao Bar Getúlio (onde foi fundado); o desfile parou o trânsito, barbarizou o pedaço e empolgou mais do que a Vila de Chavez e Noel. Os donos do Bloco não tiveram a petulância de aparecer, dando total liberdade aos foliões de se exprimirem contagiados. A multidão invisível que apareceu no ponto de explosão estava à beira de um ataque de nervos de tanta euforia. A televisão falava ao vivo da zona de impacto. Pouparam-se recursos com aluguéis de banheiros químicos.

Nós, nós os Valérios nas CPIs somos os maiorais compramos a direita para a esquerda temos a grana das estatais

o concurso de fantasias

Acontece que a marcha-piada oficial, levantando com ótimo humor uma lebre indigesta, começou a surpreender quem a cantava. De repente, cada um começou a soltar o operador de dinheiro sujo que tem dentro de si e o samba desandou a sambar.

É claro que as brigas intestinas foram inevitáveis: saiu socão no ôlho e sabe-se de crimes encomendados.

À medida que a crítica embutida na marchinha ia e voltava no espelho, sua piada ia perdendo a graça. Com meia-hora de desfile, já não se sabia mais do que rir. As alas discutiam, não se definiam e os componentes começaram a ficar sem saber que direção tomar. Havia os que estavam a fim de invadir o palácio público onde está o pijama listrado furado à bala pelo pai dos trabalhadores e realizar lá dentro um baile. Mas a maioria, monitorada pela mídia, preferiu mesmo seguir as mais bem pagas instruções do publicitário: cerveja até não poder mais e tome-lhe de falar ao celular. Com esta configuração a figuração começou a exceder o tempo e a perder pontos. O Bloco só não caiu para o segundo grupo porque sua tradição na história do Brasil sempre esteve na capa das revistas e é assunto para os jornais. Valérios sempre dão notícias!

VALÉRIOS

(Tavinho Paes - Mariozinho Lago - Ricardo Ruiz)

a marchinha-piada oficial

Entre confetes e serpentinas, ao ribombar dos surdos, cada vez que o pronome nós escapava da boca dos cantantes, um sofisticado sistema de injunções gramatológicas mapeava o quanto cada brasileiro lavando a alma naquelbalacobaco tinha a ver com a farofa milionária do mensalão.

OS

Mas nada disso tirou o brilho do maravilhoso concurso de fantasias realizado. O Prêmio de Melhor Mala ficou com uma gata da Tiradentes vestida pela DASPU, que apareceu com uma legítima DASLU, da qual tirou uma agenda e distribuiu à granel os nomes e telefones de seus clientes aos jurados, que reagiram estupefactos. Já o Prêmio de Originalidade foi para o travesti que encheu as cuecas com dólares de um figurão que ele enrabou. Jornalistas, curiosos pelos segrêdos do adereço, insistiam: esse figurão é fulano? cicrano? Mas, bem orientada por advogados, a bicha repetia monocórdica: ...eu não sei de nada! Nunca tive relações com essa pessoa... As mulheres, fantasiadas de colombinas atrás de pierrô, estavam impossíveis. As mais espevitadas viraram porta-estandartes e deram às bandeiras despregadas. Linhagens de Valérios de outros carnavais, cheios de plumas, lantejoulas e paetês, fricotando no alto de carros alegóricos bancados pela família protestavam coléricos contra o sentido que as coisas estavam tomando. A bateria repinicou no penico sua ladainha e não se sabe até agora se o desfile do bloco finalmente acabou. Pela pressão que se sente, a confusão deve continuar até o sábado de aleluia, quando, finalmente, Judas será malhado!

Nós, nós os Valérios somos malandros profissionais estamos com a esquerda somos de direita a gente é de quem dá mais quem dá mais? como bom brasileiro eu não desito, eu quero mais! e quero é muito mais... com dinheiro no bolso todo mundo vive em paz Nós, nós os Valérios nas CPIs somos especiais mentimos a torto e a direito naquela turma todos são iguais Nós, nós os Valérios vamos às urnas eleitorais votamos na direita votamos na esquerda o nosso voto é de quem dá mais Alô, alô... o telefone tá grampeado cuidado com a secretária ôlho vivo com empregado com ex-mulher não entra em crise! toma cuidado prá não ser filmado e meta na cueca o que não der na mala e manda tudo pro deputado Nós, nós os Valérios nas CPIs somos os maiorais compramos a direita para esquerda mas a direita sempre pede mais... + informações sobre a história do Bloco e a marchinha para baixar em mp3 no site www.poemashow.com.br

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H I N O

N A C I O N A L

Carlos Drummond de Andrade Precisamos descobrir o Brasil! Escondido atrás das florestas, com a água dos rios no meio, o Brasil está dormindo, coitado. Precisamos colonizar o Brasil. O que faremos importando francesas muito louras, de pele macia, alemãs gordas, russas nostálgicas para garçonetes dos restaurantes noturnos. E virão sírias fidelíssimas. Não convém desprezar as japonesas... Precisamos educar o Brasil. Compraremos professores e livros, assimilaremos finas culturas, abriremos dancings e subvencionaremos as elites. Cada brasileiro terá sua casa com fogão e aquecedor elétricos, piscina, salão para conferências científicas. E cuidaremos do Estado Técnico. Precisamos louvar o Brasil. Não é só um país sem igual. Nossas revoluções são bem maiores do que quaisquer outras; nossos erros também. E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões... os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas... Precisamos adorar o Brasil! Se bem que seja difícil compreender o que querem esses homens, por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos. Precisamos, precisamos esquecer o Brasil! Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado, ele quer repousar de nossos terríveis carinhos. O Brasil não nos quer! Está farto de nós! Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil. Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?

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ELE & ELA Chacal ela quer ir ao cinema ele já viu esse filme ela quer um vestidinho ele o que vai por baixo ela pensa no futuro ele entoca o bagulho ela acredita no amor ele reclama do calor ela descabela com o desprezo ele se penteia com arrogância ela diz que ele sonha acordado ele sonha com ela no escuro ela acha ele tarado ele coloca ela de lado ela diz que ele é um número ele prefere ela de quatro ela morre de ciúmes ele não vê nenhum motivo ela mostra a foto do flagrante ele diz que com ele é semelhante ela diz que corta os pulsos ele apresenta uma gilete ela chora ele é duro publicado originalmente na Blog do poeta

www.chacalog.zip.net

PASSAPORTE 8574 Patrícia Carvalho-Oliveira <1> p r e f i r o me perder tentando me encontrar do que fingir que encontrei e nunca procurar

<2> v i v e r é correr riscos e tirar ciscos dos olhos

<3> existem comprimidos para dormir e para a c o r d a r ?

<4> mergulhar fundo num lago raso machuca a c a b e ç a

<5> b o l a s pra frente homens melhores virão publicado originalmente no livro Passaporte 8574 - Ibis Libris (RJ) www.passaporte8573.com


CASULO

TESTAMENTO

Aline Arteira

Alda Lara

Mudo de pele a cada manhã abandono a alma pelo caminho toda tarde e renasço ao fim do dia

à prostituta mais nova

Os ânimos dançam uma ciranda louca tribal e selvagem E eu apenas sinto como um reflexo tardio os seus cabelos nas minhas mãos E me deixo levar pelo vento como folha seca em prenúncio de tempestade Retomo a alma no caminho de casa S e m p r e a c h o que ainda não é tarde. seria publicado durante o festival na Coleção Poesia Voa - 2005 volume 07: AFIADA À FACA < process failed>

do bairro mais velho e escuro, deixo os meus brincos, lavrados em cristal, límpido e puro... e àquela virgem esquecida rapariga sem ternura, sonhando algures uma lenda, deixo o meu vestido branco, o meu vestido de noiva, todo tecido de renda... este meu rosário antigo ofereço-o àquele amigo que não acredita em Deus... e os livros, rosários meus das contas de outro sofrer, são para os homens humildes, que nunca souberam ler. quanto aos meus poemas loucos,

c:ego Tavinho Paes open your windows check up your files roll on the drives @ home: @ night after that: remix your past to came up to the future with a little lag read only memo tags defrag your high drive then: delete your lies insert-reset the news upload your time xpy your anti-virus run the programm as you ride push enter! and save your life publicado originalmente no site

www.undergroundwindow.com

AS MENINAS DA BARRA Sérgio Péo as meninas da Barra vêm, de Belfort Rôxo, de Quintino a garota de Ipanema, do Grajaú de Duque de Caxias e Nova Iguaçu algumas de Nova York um pouco de azar um pouco de sorte as meninas da barra vêm publicado originalmente no livro O BANDIDO DO CARROSSEL - 2005 editora Letra Capital

esses, que são de dor sincera e desordenada... esses, que são de esperança, desesperada mas firme, deixo-os a ti, meu amor... para que, na paz da hora, em que a minha alma venha beijar de longe os teus olhos, vás por essa noite à fora... com passos feitos de lua, oferecê-los às crianças

POEMIX antologia NÁUFRAGOS Ricardo Ruiz somos náufragos do verão. trinta dias fora do Rio... por aqui uma carioca virou artigo de luxo. sinto falta do meu harém. por mais que uma mulher seja mulher, uma carioca é uma carioca. tem um sabor especial, um rebolado gingado, um quê de vadia não se nega, nem se apega. na entrega, ainda por cima, requebra. é uma provinciana tão sem vergonha que você jura que é cosmopolita! sou viciado em cariocas. de vez em quando pesco uma nativa prá não esquecer o gosto de mulher, mas me canso rapidinho, falta um gosto no tempero. março vem chegando e todos sabem que no fim do verão as aves voam para o sul.

que encontrares em cada rua...

in Poesia Profana Editora Ibis Libris [2000] e no e.Zine <Posto 9>

|| Benguela | Angola | 1953 ||

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meu bem me chama de Humphrey Bogart que eu te conto Casablanca

AS TIME GOES BY Tanussi Cardoso

me tira esse sobretudo

mas me chama de Humphrey Bogart

sobretudo, conta tudo

faço chover colorido

que eu te dou uma rosa branca

como num bom musical te chamo Lauren Bacall

mas, meu bem

te danço, te canto, te mostro

me chama de Humphrey Bogart

entre as pernas meu bom astral

te dou carona em meu carro

te deixo pro enxoval

Chevrolet - que sou bacana

meu chapéu preto de gângster

te levo, meu bem, pra cama

mil poemas de ninar

fumamos nossa bagana

só pra te ouvir sussurrar

te provo que sou sacana

como te amo

te faço toda denguice

meu Humphrey Bogart

te dispo que nem a Ingrid te dou filhos de montão só pra te ver sufocar

in ANTOLOGIA DE POEMAS CARIOCAS editora Ibis libris - 2000 - Rio de Janeiro

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DECÁLOGO DOGMÁTICO DO CINEMA BRASILEIRO Manifesto Cactus Intactos 2005

1. Um filme jamais será produzido para servir de veículo publicitário gratuito para os departamentos de marketing das grandes empresas nacionais ou multinacionais. 2. A realização ou não de um filme nunca, em hipótese alguma, dependerá do crivo subjetivo de um pseudo-investidor, cuja verba de patrocínio será integralmente restituída pelo governo por intermédio de renúncia fiscal. 3. A quantia simbólica de um centavo semanal per capita, num universo de 180 milhões de brasileiros, deve assegurar a produção mensal de, no mínimo, 20 filmes orçados em, no máximo, 400 mil reais cada. 4. A exibição de filmes brasileiros produzidos segundo este programa de emancipação e reabilitação do cinema pátrio será sempre obrigatoriamente gratuita em todo o território nacional. 5. Todas as salas de exibição deploravelmente transformadas em igrejas evangélicas ao longo dos últimos anos serão desapropriadas pelo governo e destinadas exclusivamente à exibição gratuita de filmes produzidos de acordo com este dogma. 6. Profissionais vinculados às redes de televisão comerciais estarão, a princípio, excluídos dos benefícios do programa, a menos que se disponham a trabalhar de forma inteiramente gratuita e diletante. 7. Os projetos serão selecionados invariavelmente por uma comissão rotativa constituída por sorteio a partir de um amplo escopo de personalidades notoriamente pertencentes à área cinematográfica. 8.O cinema passará a ser definitivamente encarado como um setor estratégico não só para a cultura como para todo um novo paradigma utópico de nação, no qual a redenção e a libertação do povo dar-se-á prioritariamente no plano da super-estrutura ideológica e portanto, como resistência ao pensamento único e à estética da corrente dominante. 9. O cinema popular não compactuará com o sistema de fabricação em série de celebridades, cuja principal razão de ser é dar suporte e ênfase à supremacia do individualismo como estado de consciência padrão, indelével e compulsório da sociedade burguesa. 10. A autoria dos filmes, radicalmente coletiva e anti-hierárquica, submeter-se-á a parâmetros horizontais de organização, criteriosamente observados, o que elimina de pronto a figura excrescente, despótica e inoperante do diretor, único profissional cuja presença no set resulta não apenas ociosa como nociva, já que pressupõe um exercício de autoridade tão espúrio quanto desnecessário.

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Na contramão da indústria de celebridades o coletivo Cactos Intactos lança a campanha de cunho neo-dadaísta

desista de ser

artista

por CACTOS INTACTOS

A arte não vale a pena quando a vocação é pequena. Esta é a premissa estética que norteia a iniciativa do grupo nesta campanha proto-política. A exagerada valorização da profissão/título de artista na sociedade do espetáculo atrai multidões de arrivistas, cujos únicos interesses são: projetar a própria imagem na mídia, salvar o ego do ostracismo e escapar das rigorosas jornadas de trabalho que escravizam os assalariados; todos devidamente aterrorizados pelo fantasma do desemprego. Diariamente, idiotas de todos os credos, raças, idades e classes sociais atiram-se nos cursinhos de formação de títeres buscando ferramentas para ganhar a vida se divertindo – a maioria acha que vida de artista é um parque de diversão. Cactos Intactos almeja livrar o mundo destes calhordas, falsos artistas, babaquaras que o sistema prefere por em posições estratégicas, em postos que, em condições normais, seriam dos verdadeiros criadores, artistas de verdade, cujas atividades e idéias, ainda que restritas à esfera estética, costumam apresentar alto teor de rebeldia e subversão; coisas que a caretice instalada e seus pirilampos de narizes empinados detestam. Nunca é cedo ou tarde demais para tomar uma atitude certa em sua vida. Desista de ser artista antes que sua frustração leve sua vida a um beco sem saída ou seu sucesso fabricado condicione sua atuação como cobaia de uma experiência mengheliana como a do Big Brother e congêneres. Qual a vantagem em ser um artista medíocre quando você seria muito mais útil à sociedade trabalhando como torneiro mecânico (com chances de chegar até à presidência da república), motorista de táxi, professor ou enfermeiro? O meio artístico está infestado de vagabundos profissionais, pequenos burgueses encostados e afrescalhados indolentes que julgam constituir uma espécie de nova aristocracia, livre do pesadêlo desmoralizante de ganhar a vida suando a camisa. São apresentadores de TV, membros do jet-set, figurinhas carimbadas, criminosos do colarinho branco, junkies arrependidos, carreiristas burocráticos, aventureiros, penetras, bicões e exibicionistas de diversas procedências; todos incapazes de enfrentar o rojão que muita gente enfrenta diariamente para sobreviver nas condições mais adversas. Estes pusilânimes bobos da corte são capazes das maiores ignomínias, só para não serem sugados ou co-optados pela roda-viva macabra da interminável batalha pelo pão duro de cada dia que assola milhões de brasileiros. Estes zé-ninguéns de meia-tijela fazem qualquer coisa, do proxenetismo à traição, para não levarem uma vida como a da maioria esmagada pelo poder econômico com a vexaminosa conivência dos estados nacionais providencialmente esvaziados e depauperados pela globalização. Ainda é tempo. Pense. Pondere. Faça auto-crítica. A qualquer sinal de dúvida; não duvide: desista! Desista de ser artista! Poupe-nos de suas criações. Proteja-nos de sua ambição. Não se meta onde não é chamado. Vá catar coquinho. Pelo amor de deus: cai fora!

Cactos Intactos está para o cinema assim como... o Living Theatre está para o teatro o Punk está para a música o dadaísmo para a Literatura a Bauhaus para a arquitetura Confira o cineZine multimídia do grupo contendo 10 filmes em DVD O EX-EXÚ - PEDRA NUA - ADÃO & ERVA - etc... participações de Neville d’Almeida, Tavinho Paes, Giovanna Gold, Ricardo Ruiz, Jorge Mautner, etc... contate <cactosintactos@hotmail.com>

Apenas R$ 10,00


Alguns lêem direto dos livros; outros improvisam poemas de cór Não é um show da Broadway: faz pensar e só relaxa quem pensa quando...

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poesia está sendo falada

por tavinho paes

O mais comentado banquete do mundo teve apenas doze seletos convidados e no cardápio: pão e vinho. O incrível é que no dia da crucificação do maitrê o público cresceu tanto que, se fosse hoje, a imagem dele estaria num telão com tecnologia digital processando seu performance, onde dizer amém significava lançar uma charada no tempo e no espaço – tal qual a poesia que escapa do poeta e ganha cena aberta numa roda. A grande estrêla deste clássico hollywoodiano (oscar pelo conjunto da obra) só falou seus poemas durante o banquete. No grande show da cruz, falou pouco e baixo, sob a pressão de uma poderosa dor. Por estas e outras, os eventos de poesia correm na contra-mão do show-business e, no instante em que a corrida ocorre, o poema falado quer virar audiovisual e ser transportado na corrente quântica do globalizado engenho virtual. A poesia anda sendo falada pela web. Outro dia, a moça subiu no palco. O primeiro poema vez a platéia deixar de olhar sua beleza e passar a prestar atenção no que ela estava dizendo. Disse a segunda poesia e o general viu os pelos de seu braço eriçarem. No terceiro, ele e outros atentos começaram a descobrir: ela estava recitando letras de sambas: Candeia, Cartola, da Vila. Os versos da canção: o poema em outra respiração, outra harmonia, falado como se fala poesia. Na falta de opção, o técnico da mesa de som tinha um antigo CD do Pink Floyd. O poema que ele ia dizer era romântico. Playback ao fundo, voz na boca de cena. Funcionou: no evento seguinte, voltou com um guitarrista e um percussa. Não cantou nada: falou poesia com música ao fundo! O outro canta à capella seus poemas. Sem música. Improvisando a melodia. Sem instrumentos. No gogó. Na verdade não canta: poeta! Tem um que só faz performance: parece rock, mas acaba virando samba. A outra diz o poema e se movimenta em sincronia com a idéia do que é dito. O outro improvisa. Outro comanda uma farra noite adentro, contratado para dar um tom diferente a festa do magangão de uma multinacional. No evento de um tem vídeo interagindo; no do outro: DJ, marcando verso. Um veio da periferia; outro, da burguesia. Tem um cara de Roraima que arrasou duelando com o que veio de Curitiba. O cara da baixada acerta na veia. A mocinha parece uma colegial, com aquele vestidinho plissado: quando fala sacanagem, afia poema à faca. E a danada que vai fundo nos temas que elege e dá nó em pingo d’água? Tem um que lê uns papéis amassados. Tem a rainha, tem o rei; tem o chato, tem o doido. Tem a diretora de teatro que quer organizar o carnaval e não percebe que não está lidando com idéias lineares. Dessa gente tem-se sempre o que falar: falam poesia. Foram vistos em bares, livrarias, boates gays, nas barcas, na rua... e tem os que querem falar poesia no púlpito da Assembléia Legislativa, nas repartições públicas, em supermercados, nas farmácias, CIEPs, CTIs, CPIs. Um microfone resolve. Grana ainda não existe. Só a voz, a poesia e a fala!

cinepoemas mix jam

MnemoStorias tavinho paes

:: 1972-2006

Imagens raras reprocessadas performances ao vivo poemusix :: poemaclips <wharol-tv::1984> <strip-teaser::1976> <poematrix-2004> <sub-versão::1989>

DVD de Marcelo Gibson & Tavinho Paes para cópias on demand contate <poemashow@gmail.com>

FALA POEMA ali, quando o poema for recitado qual suspiro assobiado a poesia realizará sua lide na fala com o que o poema diz calado a poesia que aqui se lê se faz faceira do outro lado do espelho vazado no anverso do verso do poema que se lê e vê enviezado ...e nem lá nem cá pode-se vê-lo ao revelá-lo posto que é sombra da poesia que a língua lambe e desdobra ao pronunciá-lo nem na voz nem na palavra o poema miasma entre aspas palavras de vento na borrasca os poemas conhecem a poesia de seus poetas os poetas conhecem a poesia de seus poemas já a poesia que os surpreende depois independe totalmente do conhecimento dos dois

UTILIDADE se a poesia não existisse as borboletas não sairiam dos casulos o zero seria nulo as flôres perderiam seus odores o arco-íris não teria sete côres nem haveria sol na lua se o poema não existisse amar seria tão triste quanto um deserto sem oásis ou um luar sem eclipse se o poeta não existisse as musas não seriam lindas os amantes não amariam o próximo e o próximo amor seria o último talvez a poesia só exista para derreter corações de gêlo afinando piano humano humana e sacana sentimental como o mêdo no dia-a-dia, sua serventia é das mais vulgares ela invoca e coloca os imbecis e os idiotas bem junto de seus pares tranquilamente gozando das benesses da paz em seus devidos lugares Tavinho Paes

in MICROANTOLOGIA 1.1 Editora Museu da República - 2006 - R J <aguardando lançamento>

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A ONÇA

ronca e a cobra tá f u m a n d o

Disse o Vice, No seu vício De fazer exames Na situação: - Esta taxa de juros está bêbada. Ela bebe demais, E quando fica alta, Apronta confusão, Dá vexame. O superávit sobe, Mas o emprego some. Dona Dilma Disfarça e reforça Dando força Ao enredo da farsa: - Pallocci acha que somos palhaços, Promete palácios E entrega palhoças. E o Pallocci: - Calma, moça, Devagar com a louça. É preciso botar ordem nessa geringonça. E assim a batata vai assando... No calor da discussão De quem tem ou não razão, O Presidente vai administrando O Presidente: - Administrar, Até que administro, Mas não perguntem a mim, Quem responde é meu ministro...

N MANO

M E L O

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E nessa gira A verdade da manhã Vira a mentira da tarde. Toda promessa é vã, Confira. O Tempo filtra a história Derruba mitos, desfaz a glória. Muita gente posa de herói, Mas vem o vendaval E destrói o pedestal Enquanto a onça ronca a cobra tá fumando. A cobra puxa seu fumo E a onça sente nem cheiro. A raposa acha o rumo, Invade o galinheiro Se farta no rango E não tá nem aí para a gripe do frango


:: POESIA SOCIAL CLUB ::

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poeM shoW

é uma publicação 100% independente-bimestral

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Mr. Régis Schuch Jr, o fotógrafo

Tavinho Paes & João Luiz de Sousa

com o dono da festa: Mj Vachani

tramando a intervenção

tem poesia

festa boa ...andam dizendo por aí que convidar poetas para falar poemas durante festas particulares é a última moda. Quem já experimentou tê-los em cena garante que é muito divertido: eles fazem subir o nível do papo-furado, garantem o humor e deixam para trás rastros de casos curiosíssimos. ...e assim aconteceu, na noite em que o Marajah Vachani abriu os jardins de sua pousada atlântica, na art-nouveau Avenida Niemeyer. Uma festa para seletos convidados recebeu uma intervenção de poetas da cidade. Pela casa eram vistas personalidades vips e vaps de várias castas, etnias e bairros circulando por salões ambientados por DJs e com bebida a dar de pau. É certo que faltou um caviar, um faisão à passarinho, uns briochinhos; mas, em compensação tinha muita gente bonita disponível, banho na piscina permitido e brisa marinha soprando sem parar até o sol raiar. Régis, nosso fotógrafo, bem que colheu imagens da patuscada chic; mas, no momento em que os poemas começaram a ser ditos, encontrava-se nos jardins dos fundos da casa, pegando uma fôfa! Como as pessoas foram saindo para ver o que acontecia no palco e ele foi ficando à sós com o amor da

Juliana de Holanda a fôfa que pirou o fotógrafo

João Velho em pose clássica

sua vida, num ambiente arejado e escurinho, uhm... Horas depois, quando penetras bem intencionados invadiram e duplicaram o rol dos convidados e um terceiro DJ assumiu as carrapetas, nosso fotógrafo, de Olympus Digital em punho, foi flagrado perguntando a quem quer que fosse: a que horas essa poesia começa? queixando-se de que estava ficando tarde, que teria que acordar cedo para trabalhar duro no dia seguinte... Ele não estava tão bêbado assim e acabou percebendo que a poesia já era e que os poemas já iam. Contudo, sem perder a pose recomendada a um profissional de colunas sociais finas, nem perder a viagem, passou a buscar quem houvesse participado da falação, em meio a um tumulto movido à luz strobbo e muito bate-estaca no quengo, a zoar no volume em que bate o extasis.

curtindo poesia: Cristina Niemeyer entre Rony Nogueira e Antony Simoes

Bayard Tonelli posando para valer

Foi tomando ciência de que os poetas teriam pulado fora ou estavam atarefados com sexo e sentimentos. Não foi possível contar com os etílicos nem com os loucoholics. Mesmo assim, a foto do João Velho, que se predispôs aposar conforme a lente na grama do palco, imediatamente, tão logo o flash pocou, tornou-se, digamos... um clássico!

Foi idealizado como um livro de poesia a ser impresso sobre o chassis de um jornal - tablóide semelhante aos publicados pela chamada imprensa nanica dos anos 70-80. Planejado como uma experimentação poética sobre a linguagem e padrões utilizados pelos departamentos de jornalismo dos canais de comunicação contemporâneos, toda a crítica subliminar executada está aberta a sugestões, contrapartidas e retroanálises. Seguindo uma tendência internacional, boa parte dos conteúdos textuais impressos contém extenções digitais publicadas na internet, no site: www.poemaShow.com.br Todos os produtos culturais oferecidos são independentes e comercializáveis única e exclusivamente na web, através de comunicação via e-mail para: poemashow@gmail.com Certas notícias publicadas neste número são totalmente fictícias não contendo exatamente informações ditas reais nem detalhando ou descrevendo fatos que possam ser c h a m a d o s d e ve r d a d e i r o s . Nestes textos, qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é pura coincidência.

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:: editor :: copydesk :: diagramação :: redação :: vendas :: reportagem :: ilustração :: revisão :: distribuição :: idéia :: operação multimídia :: dor de cabeça :: lucros e prejuízos :: prazer

tavinho paes Gráfica :: FOLHA DIRIGIDA (RJ) :: Tiragem :: 3.000 exemplares :: março/abril :: 2006

no próximo número Planeta Letra

Bienal de São Paulo poeMatrix Trio Los Três photo-Novela entrevista surpresa República dos Poetas Condenados à Poesia reportagem surpresa novos poemix crônicas cultura à zero

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V0A POESIA

2.0

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FESTIVAL DE POESIA DO CIRCO VOADOR <2 4 : 2 5 : 2 6 ::: NOVEMBRO ::: 2006 ::: V E R Ã O

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2007>


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