JORNAL PERISCÓPIO | 1º de Maio | Especial Dia do Trabalho

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INOVAÇÃO

ATHENAS: REFERÊNCIA NO MERCADO DE GESTÃO DE SEGURANÇA

Empresa com grande experiência no mercado possui cerca de 3000 clientes de diversas

GABRIELA PRADO

A ATHENAS, EMPRESA especializada em gestão de segurança e saúde ocupacional, com foco no assessoramento aos administradores de empresas, contadores, advogados e gestores de recursos humanos, está há 16 anos no mercado e foi fundada por Thiago José Isola, de 34 anos, atual diretor operacional. Ele é formado pelo Instituto Borges (IBAO) em Segurança do Trabalho e conta com o apoio de seu irmão e sócio Gabriel Isola. Thiago começou a trabalhar na área aos 14 anos, em um escritório especializado em perícias jurídicas. “A ideia de abrir meu negócio surgiu após o falecimento do meu pai. Eu admirava muito o trabalho dele”, conta Thiago. Com 18 anos, decidiu continuar no ramo, já que tinha visto como era a demanda de clientes na área. “Era um sonho. Quando buscamos um sonho, temos que lutar, e não ter medo”, completa Thiago sobre os anseios de iniciar a carreira. A empresa oferece serviços definidos de acordo com as necessidades individuais de cada cliente, possuindo uma carteira de cerca de 3 mil empresas de diversos segmentos, como comércio, aviação, metalúrgica, saúde e logística. A Athenas abrange atuação nacional e possui vasta rede

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de clínicas credenciadas, cobrindo as principais cidades brasileiras, além de contar com em suas instalações com o Instituto Ciensa Athenas, no qual realiza atendimento de mais de 14 especialidades médica, entre elas dermatologia, pediatria, neurologia e nutrição. O único obstáculo enfrentado por Thiago, segundo ele, foi a concorrência no mercado de trabalho. Mas ele tirou de letra. “Não foi um obstáculo grande, pois meu pai sempre foi muito renomado e qualificado no que fez, além de que tive a honra de trabalhar com um renomado engenheiro e perito a quem sou muito grato, além de que meu atendimento é mais personalizado e ofereço serviços exclusivos, então não obtive problemas com esses obstáculos”, conta. Além dos serviços básicos de gestão de segurança, a empresa possui equipes próprias e especializadas de engenharia e medicina. A Athenas possui três unidades, duas em Salto e uma em Itu. O telefone de contato é (11) 4456-4252, sendo possível também acessar a página do Facebook (/ATHENAS SEGURANCAESAUDE), o site www.athenasgestao.com e também o e-mail contato@athenasgestao.com.



TRADIÇÃO

APOLOSPUMA: UMA EMPRESA ITUANA NATA

Criado na década de 1960, negócio prosperou e hoje é um dos principais do ramo

GABRIELA PRADO

FRUTO DO SONHO de fabricar colchões reconhecidos pela qualidade e conforto, em meados da década de 60 nasceu a ApoloSpuma. Hoje, como uma indústria forte e com grande renome no setor, é difícil imaginar que a empresa se originou de uma pequena fábrica artesanal criada por José Carlos Christofoletti, conhecido como Zito, e Getúlio Elias Schanoski. Atualmente, a ApoloSpuma investe em colchões e camas-box, além de possuir uma competente equipe de trabalho, focando sempre na constante capacitação de seus funcionários; também preocupa-se com o desenvolvimento tecnológico, juntamente com a preservação do meio ambiente. Zito e Getúlio eram, na época, colegas no Instituto Regente Feijó e sonhavam em montar um negócio próprio. Ao longo desses 50 anos, Zito enfrentou muitas e diferentes dificuldades para construir e consolidar a ApoloSpuma, no entanto, “nunca encarou essas dificuldades como obstáculos, mas como situações que precisaria encarar e resolver”, conta Lilian Christofoletti, filha de Zito. O início Apesar da facilidade em matemática, Zito ainda tinha pouco estudo, por isso, passou a dedicar horas e horas aos livros. Em 1966, quando se sentiu pronto para iniciar uma jornada própria, se uniu ao colega Getúlio, que trabalhava em uma fábrica de colchão, e aprendeu com ele a fazer os modelos de capim e mola. Um importante apoio veio do pai de Zito, Alexandre, que construiu um pequeno barracão para os dois iniciarem a empresa. No início, a fabricação era bastante rudimentar

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e difícil. Zito cortava e recolhia o capim, enchia o colchão, costurava e levava o produto para vender de porta em porta, com a ajuda de uma carrocinha de madeira puxada por um cavalo. Na época, as ruas de Itu não eram asfaltadas – e sim de terra. Além disso, as moradias eram afastadas umas das outras, por conta da quantidade de fazendas; porém, apesar das dificuldades, a fábrica crescia. A ApoloSpuma sobreviveu a três incêndios. O pior deles, em 2002, agravou ainda mais a situação da empresa, que já tinha uma crise financeira: a Apolo estava com dívidas e teve a perda repentina de um grande cliente, mas, segundo Lilian, a cada porta que se fechava, outra abria. Zito investiu em pessoas e em máquinas modernas, construiu uma fábrica nova, numa área de 90 mil m², e hoje conta com o apoio de

grandes e antigos parceiros, como as Lojas CEM, para quem produz colchões desde o início e foi a responsável por batizar a empresa de “Apolo”, em referência ao projeto espacial que levou o homem à Lua, em 1969. “Zito é muito católico. Tem muita fé em Deus, fé essa que sempre o fez levantar e recomeçar, todas as vezes que se fizeram necessárias”, relata Lilian, sobre a força de vontade de seu pai. “Dizem que sou forte, mas a minha força vem da fé em Deus e da felicidade de ter pessoas boas ao meu lado, a começar pela minha esposa, Leila, que sempre me ajudou a vencer as dificuldades. Os obstáculos sempre vão existir, mas é preciso ter fé em Deus, se cercar de pessoas boas e acreditar em você e em seu sonho. Não desistir nunca e recomeçar sempre que necessário”, contou Zito sobre sua trajetória.


Fotos: Divulgação

ATUALMENTE Hoje em dia, a ApoloSpuma produz colchões, sofás, bases box, travesseiros, cabeceiras e espuma industrial, sendo referência em qualidade e conforto. Os produtos variam entre linha de entrada, mais popular, até a linha premium. As três marcas da empresa, a tradicional ApoloSpuma, a InterSpring, inspirada nos modelos americanos, e a Carolina Mattress Guild, parceria com uma tradicional fábrica de colchões da Carolina do Norte (EUA), são reconhecidas pelos especialistas no mercado brasileiro e europeu, já que a empresa é a responsável pela produção dos colchões do grupo espanhol Pikolin, principal marca de produtos de descanso na Europa. Na cidade, a ApoloSpuma possui fábrica na Rua Jorge Abrahão Gadia, Chácaras Agrícolas Bandeirantes, próximo ao Kartódromo Arena Brasil Kirin, lojas na Rua Floriano Peixoto, 665, Centro, Rua Prof. Luís Miguel Cristofoleti, 438, Vila Cleto, e Avenida Caetano Ruggieri, 3586, e a loja em Indaiatuba, na Rua Quinze de Novembro, 415, Centro.

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VITÓRIA

ARTE DA CERVEJA: SUCESSO MESMO APÓS FATALIDADE Negócio criado em 2009 prossegue como referência após morte de seu idealizador ANDRÉ ROEDEL

EM SETEMBRO de 2009, nascia em Itu um novo negócio: a Arte da Cerveja, adega que nasceu para preencher um vácuo na oferta de bom chope, com o serviço até então inovador de “chope delivery”. Seu idealizador foi Jeferson Gomes, que já tinha grande conhecimento na área por ter trabalhado por 12 anos na antiga Schincariol – começou como office-boy e saiu como gerente de contas. Porém, em dezembro de 2012, em meio às festas de fim de ano, o negócio sofreu um grande baque: três assaltantes invadiram a adega, com um deles acertando um tiro em Jeferson. O comerciante, com apenas 31 anos, acabou falecendo. Uma grande perda para todos seus amigos e familiares, principalmente para a esposa Lua Livian Varin – que teve a dura missão de continuar com o empreendimento do marido. “Foi o pior momento da minha vida. E eu não entendia nada do negócio, participava bem de longe. A loja veio num momento triste para mim, quando eu me dedicava 100% para meus filhos. Mas, com ajuda do meu pai, que se dedicou para o negócio junto comigo, abraçamos a causa”, relata Lua. “Procuramos primeiro escutar todos: funcionários, clientes e fornecedores e, depois de um ano, nos sentimos donos do negócio. Minha formação profissional na empresa que eu atuava antes me ajudou muito a tocar a loja. Eu tinha uma equipe com 06 especial • abril 2017

53 funcionários, outras gerentes juntas para decidir, dar ideias, administrar problemas. Quando eu assumi a Arte da Cerveja, era somente eu para decidir tudo, então foi bem difícil. Humildade é uma palavra que resume quando você não entende e quer aprender, foi o que fiz. Hoje conheço meu negócio, e sei que trilhamos pelo caminho certo”, explica a empresária, que “pedia” ajuda a Jeferson. Além do desafio de tocar o empreendimento após a perda do marido, Lua ainda enfrenta outro problema por ser mulher no mundo dos negócios: o machismo. Mas ela aprendeu a lidar com isso. “Sempre dou resposta ao nível da pessoa. Ora machismo de ser ‘cantada’, ora machismo de uma mulher ter que explicar como funciona uma chopeira para um homem. Mas nunca tive grandes problemas, sempre tive boas amizades masculinas, então tiro de letra”, comenta. Negócio em alta Lua conseguiu manter o negócio em alta após a tragédia. Isso foi conquistado por manter a filosofia de bom atendimento que sempre foi marca registrada de Jeferson – porém sempre melhorando. “O forte do Jeferson era o comercial, contato com as pessoas e vendas, mas administrativamente ele não era organizado. Aos poucos o negócio foi ficando com outra cara, mantendo a essência do atendimento, cortesia e


Sônia Galvão

responsabilidade da Arte da Cerveja”, comenta a empresária. Hoje, a Arte da Cerveja chega aos oito anos de bom atendimento na cidade e região. “Graças a Deus temos muitos amigos e, principalmente, temos muita responsabilidade com nossos clientes. Acreditamos que hoje você ter uma empresa sólida no Brasil, não é nada fácil. Temos concorrentes, devedores, impostos altíssimos etc. O importante é sempre ter o pé no chão e saber entender o mercado atual”, explica Lua, que também teve que lidar com a crise econômica. “O mais difícil da crise é você não enxergar uma perspectiva de melhora financeira geral para o Brasil. Costumo dizer que é um efeito cascata: desemprego gera menos dinheiro no mercado, então menos clientes festejando. Temos feito estoque pequeno, focando nos produtos de

maior giro. Aprendendo a falar ‘não’ para algumas situações. Sendo mais coerentes”, conta. Jornada dupla Lua ainda tem que lidar com a jornada dupla de ser empreendedora e mãe de duas crianças: Ian, de 7 anos, e Liz, de 4 anos. “É uma mágica, que só mãe entende! Todo comércio em si demanda uma atenção grande, porque o horário é extenso. As crianças adoram estar na loja, brincando de trabalhar. Consigo conciliar bem”, relata. Nas horas vagas, Lua gosta de estar com a família. “Vou à academia com as crianças, aos finais de semana fazemos nossas refeições todos juntos e assistimos a filmes. Muitas vezes todos os eventos envolvem comida e cerveja (risos)”, comenta Lua.

O FUTURO Lua tem uma grande meta para o futuro. “Algo difícil, mas temos vontade de abrir outra loja, abrir nosso leque de distribuição, com estrutura para eventos maiores com chope”, sonha a administradora de empresas de 33 anos, que hoje conta com cinco funcionários. Antes de concretizar isso, Lua vai dando prosseguimento ao sonho que seu marido tirou do papel há oito anos...

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EDUCAÇÃO

FATEC ITU: BERÇO DE PROFISSIONAIS Em menos de dez anos de atividade em Itu, Fatec já preparou milhares de profissionais para o mercado de toda a região DANIEL NÁPOLI

NO DIA 28 DE fevereiro de 2008, foi inaugurada na cidade de Itu a Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Dom Amaury Castanho”. Já são quase dez anos alimentando o mercado de trabalho de forma constante, por meio de seus cursos. Para entender a importância da instituição para Itu é preciso voltar no tempo, mais precisamente no ano de 2007, quando em seu primeiro mandato como deputada estadual, a ex-primeira-dama Rita Passos (hoje no PSD) iniciou contato com o então governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB), para a implantação da Fatec na cidade já no ano seguinte. Na oportunidade, o então prefeito da Estância Turística de Itu, Herculano Passos, auxiliou na locação de um prédio para abrigar a faculdade, que em novembro de 2011 pôde contar com seu prédio próprio. A deputada estadual explica sobre a importância da Fatec para Itu e cidades vizinhas. “Ela gradua de forma gratuita o aluno e qualifica-o para o mercado de trabalho, bastante exigente quanto à mão de obra. Quanto mais qualificado o jovem ou cidadão estiver, mais chances ele tem de ocupar uma vaga no mercado de trabalho. É muito bom você conquistar algo que transforma a vida das pessoas, que as fazem progredir e prosperar”. Inserção no mercado Sob direção de Juliana Verona, a Fatec Itu, que conta com alunos de

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Daniel Nápoli

Itu, Salto, Porto Feliz, Cabreúva, Indaiatuba e Sorocaba possui atualmente parceria com empresas, no intuito de facilitar a inserção do aluno no mercado de trabalho. Para que esse sistema possa funcionar, todos os projetos pedagógicos dos cursos, como Gestão de Tecnologia da Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão Empresarial e Eventos, são voltados para ser aplicado em determinada área. “Mais de 85% dos alunos de Tecnologia da Informação estão trabalhando na área. Em Eventos, que é um curso novo, o número é de 70% e, no de Mecatrônica Industrial, por exemplo, 80% dos alunos são absorvidos pelo mercado. Esses números são muito significativos e ficamos muito felizes em poder promover esse abastecimento profissional não

só em Itu, como em toda a região”, comenta Juliana. A diretora explica como funciona esse processo de “transformação” dos alunos da vida de estudante para profissional. “Aqui na Fatec existe o setor de estágio, em que temos contatos com várias empresas de Itu e região. Realizamos alguns eventos aqui, como o ‘Café Tecnológico’, em que apresentamos o perfil de nossos alunos, desse profissional, e ele começa estagiando. Em outras oportunidades, são as próprias empresas que nos procuram para promover um processo seletivo. Felizmente, a maioria desses estagiários tem seus contratos renovados e acabam efetivados”.

Oportunidade Um entre milhares de alunos que já ingressaram no mercado de trabalho, Caius Vinícius Lamas, de 27 anos, formado em Gestão da Tecnologia da Informação, trabalha na área há quatro anos, na empresa Mega Sistemas. Com experiência na corporação, o ex-estudante comenta a importância da Fatec na vida profissional. “Além de uma base sólida para me incluir no mercado de trabalho, me proporcionou a vivência como voluntário em várias Semanas de Tecnologia, eventos conduzidos pela instituição em que tive uma boa noção do funcionamento pleno de uma organização e seus processos. Além disso, pude fazer um bom networking e adquirir conhecimento para ir ao mercado de trabalho da forma mais segura possível”, conclui.


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ARTIGO

Sucesso Profissional: todos querem, mas poucos estão dispostos POR Marcelo Simonato* DURANTE O PERÍODO de grande depressão dos anos trinta, Melvin Maxwell, pai do grande escritor John Maxwell, perdeu o emprego. Enquanto mais da metade da população americana estava desempregada, Melvin decidiu não desistir diante dos problemas econômicos e, mesmo sabendo que o comércio não estava contratando ninguém, decidiu oferecer o que tinha disponível: seu conhecimento e seu tempo. Chegou a um comerciante e disse: Vim aqui oferecer o meu dia de trabalho. O comerciante lhe respondeu: - Não estou contratando. Porém, Melvin retrucou: - Você não precisa me pagar nada, trabalharei de graça. E assim ocorreu, Melvin trabalhou muito e, no final do dia, foi para sua casa. No dia seguinte, ele procurou outro comerciante e fez a mesma oferta... Enquanto a maioria das pessoas estava desempregada, Melvin Maxwell ocupou a sua semana com vários trabalhos diários em diversos lugares e assim sustentou sua família durante aquele período difícil. Ele fez o que a maioria das pessoas não estava disposta a fazer. Ele semeou o que tinha, que era seu tempo livre e seu talento, e conseguiu aquilo que os outros apenas sonhavam. Sucesso profissional.(Trechos extraí-

dos do livro “Meu trabalho, meu ministério”. Editora Gênesis, 2014). Quando vemos um empresário de sucesso ou um empregado crescendo em sua carreira, a primeira palavra que nos vem à mente é “sorte”. Pois bem, com certeza se perguntarmos a estes profissionais o que significa “sorte” para eles, vamos entender que a palavra “sorte” é o encontro de dois fatores: oportunidade e trabalho. As pessoas de sucesso não esperam as coisas acontecerem, elas fazem acontecer.Nem todos estão dispostos a fazer o que precisa ser feito, nem todos enxergam as oportunidades, acreditam e tem a coragem de realizar. O sucesso não depende apenas de uma boa qualificação profissional, mas especialmente da atitude e do comportamento, somados a uma boa rede de relacionamentos (networking), ao uso do marketing pessoal e tendo bom equilíbrio (inteligência emocional). Em meu livro “Emprego 2.0” (www. emprego2ponto0.com), destaco a importância destes itens e apresento todo o roteiro para se conquistar um novo emprego, se manter e crescer na carreira. As melhores oportunidades estão onde normalmente ninguém procura ou deseja atuar.

*Marcelo Simonato é administrador, palestrante, escritor e mentor de carreiras. Para mais informações sobre treinamentos, palestras, consultoria e orientação profissional, acesse: www.marcelosimonato.com 10 especial • abril 2017



INTERNACIONAL

PAVANNY MÓVEIS: SOFISTICAÇÃO ITUANA

Empresa iniciada em uma simples garagem hoje leva o estilo da cidade para todo o mundo ANA LUÍSA TOMBA

COMO TODA história de sucesso, a empresa Pavanny Móveis enfrentou dificuldades ao longo dos anos. No entanto, os desafios começaram mesmo antes da empresa existir. Iniciada em 1997 por Ulysses Pavani, a empresa, hoje, é administrada por Ulysses Pavani Filho, de 34 anos, o mais novo entre os quatro irmãos, frutos do casamento de Ulysses Pavani e Helena Brancalhone. Mesmo passando o cargo para o filho, o fundador ainda faz questão de estar presente na empresa. A Pavanny trabalha com o ramo corporativo, por isso, são produzidos móveis para bares, restaurantes e hotéis. Era início de uma das épocas mais difíceis do país: a ditadura militar, na década de 1960, e Ulysses Pavani, juntamente com o antigo sócio, eram

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funcionários da Fundição Gazzola. “O Brasil estava passando por uma fase financeira muito parecida com essa atual, lá na década de 60. Como nós não recebíamos salário regularmente, demorava coisa de quatro ou cinco meses para sair o pagamento. Então, decidimos nos aventurar”, relembra Ulysses. Ele e o sócio saíram da fábrica e, como parte da rescisão do salário atrasado, receberam pés de bancos, lampiões e outros materiais que confeccionavam na fundição. “À noite, depois do expediente, na garagem do meu antigo sócio, nós trabalhávamos com a fabricação de ferragem para Marina Coimbra, dona de um antiquário. Começamos a produzir, especificamente, lampião e, mais para frente, outros móveis de decoração”.

De lampiões a grades de portões, bancos e derivados, a empresa precisou de um local próprio. A primeira sede localizava-se na Rua Sorocaba e lá permaneceu por alguns anos. Os negócios prosperavam e foi necessário construir uma fundição na Rodovia do Açúcar. A empresa começou a ter grandes clientes, que iam desde a família Maluf até o apresentador Silvio Santos. A sociedade ajudou, ainda, na construção do Projac, o centro de estúdios da emissora de televisão Globo. Todo esse trabalho, que começou em uma simples garagem, deu início a uma história de sucesso no melhor estilo ituano. Prestígio interncaional Após trinta anos de atividades e trabalho duro, em 1997, Ulysses


Ana Luísa Tomba

ATUALMENTE Hoje, a fábrica está localizada na Avenida das Sete Quedas, no Bairro Vila Progresso. O vasto terreno é dividido em galpões com espaço suficiente para praticamente todos os processos de produção. De geração em geração, Ulysses Pavani e o filho definem a estratégia para o sucesso em duas palavras: trabalho e atualização. “O sucesso da Pavanny é fruto de muito trabalho. Muito trabalho mesmo”, comenta o fundador. “Nós nunca estamos satisfeitos. A busca pela inovação é incessante”, finaliza Ulysses Pavani Filho.Em comemoração aos 50 anos do sobrenome no mercado moveleiro, a Pavanny lançou, em abril deste ano, no Salão Internacional do Móvel de Milão (a maior feira do mundo no setor), uma linha de design assinado, feita por designers brasileiros e estrangeiros. Os produtos da linha serão lançados ainda em agosto, em uma feira especializada em São Paulo. Sucesso que não pretende parar por aí.

resolveu vender sua parte na empresa para começar um negócio somente dele. Por ter ampla experiência e conhecimento na área de móveis de decoração, preferiu partir para um lado não muito explorado do setor (até então). Assim, focou em produções corporativas, em que os móveis são vendidos para restaurantes, bares e hotéis, por exemplo. Entre visitas de grandes nomes que Ulysses Pavani Filho já recebeu na empresa, uma internacional se destaca: “Em 2006, o governo americano nos procurou e vieram representantes até aqui a fim de nos convidar para uma revitalização de todos os bairros de Nova York”, recorda Ulysses. Essa revitalização consistia na produção de grades para as casas. Em 2007, o empresário viajou

até Nova York e fez as primeiras instalações no bairro. Entretanto, no ano seguinte, o projeto precisou ser paralisado por conta da crise americana. Participante assídua de feiras especializadas no mercado de decoração corporativa, o devido reconhecimento à equipe Pavanny levou à contratação para uma grande demanda de móveis em 2014, na época da Copa do Mundo no Brasil. Porém, pelo mesmo motivo de 2006 - a crise política e o aquecimento da crise -, a produção precisou ser suspendida. O talento de Ulysses (pai) para o design de decoração perdura e viaja todo o Brasil: o catálogo de um dos parceiros da Pavanny tem cerca de quatro tipos de grade desenhadas pelo empresário que foram feitas no início da carreira.


E X PA N S Ã O

COPEBE: MAIS DE 40 ANOS DE TRADIÇÃO E BOM ATENDIMENTO Supermercado localizado na Vila Nova prima pela proximidade com clientela para superar crises ANDRÉ ROEDEL

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UM ARMAZÉM FAMILIAR que cresceu e se tornou um dos principais supermercados da cidade, se mantendo em pé mesmo com a chegada de outros estabelecimentos do tipo e enfrentando severas crises econômicas. Assim é o Copebe (Comercial Padre Bento de Secos e Molhados), comércio varejista hoje pertencente aos sócios Rodrigo e Ronaldo Fregonezi Bellon e Renata e Sandro Dalla Vecchia. “O primeiro armazém da família foi comprado em 1968, pelo meu avô Arlindo Bellon (in memoriam) e seus filhos Osmar e Ademir (in memoriam) e Roberto. O então armazém São Judas Tadeu era localizado na Rua dos Expedicionários, explica Rodrigo. Na época, o estabelecimento ficava localizado no bairro Padre Bento. Mesmo depois dessa compra, ainda tiveram armazéns no Rancho Grande e Rua Sorocaba. “Aproximadamente em 1972, o Copebe mudou para a Vila Nova, onde permanece até hoje”, prossegue um dos proprietários. “No começo de 2003, quem assumiu os negócios foi a terceira geração da família, que está até hoje na administração”, comenta Rodrigo, que segue à frente dos negócios da família. Como já escrito no início do texto, o que faz o Copebe seguir firme numa disputa acirrada entre diversos supermercados na cidade é uma fórmula com três elementos: atendimento diferenciado, confiança e credibilidade. Segundo Rodrigo, esse “tripé” foi conquistado ao longo dos anos graças à proximidade com a clientela. “A concorrência faz parte do negócio. O nosso diferencial é o atendimento, a qualidade dos produtos e serviços que oferecemos e, principalmente, a con-

fiança e credibilidade que conquistamos ao longo dos 47 anos de existência”, comenta o sócio do empreendimento. Driblando a crise Como qualquer negócio, seguir firme em meio à crise econômica enfrentada pelo país não tem sido fácil para o Copebe. Porém, somando a fórmula do sucesso com medidas eficazes de gerenciamento, o supermercado consegue se manter. No fim, a crise trouxe aprendizado para os sócios. “Essa crise que estamos atravessando com certeza nos proporcionou muito aprendizado, pois aprendemos que podemos economizar, mudar hábitos e evitar desperdícios sem perder a qualidade”, conta Rodrigo. “Nos piores momentos da crise, em 2015, resolvemos que a melhor saída para driblar a queda no faturamento seria a inovação. E foi o que fizemos. Reformamos a loja e agregamos novos produtos e, com isso, houve um aumento no faturamento, que nos permitiu enfrentar esse momento complicado do Brasil”, prossegue o empresário. A reformulação na loja contou com uma reforma completa, o que deixou o Copebe com uma cara nova e mais moderna. Além disso, o supermercado passou a oferecer setor de assados aos fins de semana, com frango assado, costela assada, sobrecoxa recheada asFotos: Bistrô sada e outras carnes. O supermercado investiu também no hortifruti, trocando todas as gôndolas e maquinários para uma maior conservação das verduras e frutas, visando entregar aos clientes produtos sempre fresquinhos e da melhor qualidade, e no setor de padaria, que ganhou novo maquinário.

O FUTURO Para o futuro, o Copebe quer continuar prestando um bom serviço aos seus clientes. “Tentando sempre inovar e se manter competitivo no mercado”, reforça Rodrigo. E expandindo os negócios. “A mais recente conquista foi a compra das lojas da Saladenha de Itu e Indaiatuba, que é uma franquia de alimentação saudável, que acreditamos ser o caminho do futuro”, aponta o empresário, mostrando que o negócio que começou como um pequeno armazém ainda tem muito a prosperar.

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DEDICAÇÃO

AUTO GERAL: CONHECIMENTO DE CAUSA Após iniciar a trajetória profissional como caminhoneiro, Geraldo Tuvani fundou a Auto Geral. Hoje, negócio emprega 150 pessoas em Itu, Salto, Porto Feliz, Indaiatuba e Sorocaba LUCAS GANDIA

EM JANEIRO DE 1968, na Praça Lauro Maurino, em Porto Feliz, nasceu um pequeno comércio chamado GT Porto Peças. Aquele era apenas o princípio de uma trajetória de sucesso, comandada com sabedoria por Geraldo Tuvani. Aos 75 anos, o portofelicense conta com orgulho a história iniciada como caminhoneiro transportador de cana-de-açúcar e sacarias diversas. “Eu tinha um caminhão International KB-7 com assoalho de madeira. Naturalmente, entrava poeira, fumaça e calor do motor, e eu tive reumatismo na perna esquerda. Eu estava com dificuldade

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para dirigir e fazer os carregamentos”, recorda Geraldo. “Como aprendi mecânica na adolescência, parti para a área de autopeças. Não podendo mais dirigir, troquei o caminhão e mais um valor em dinheiro pela autopeças onde costumava comprar”. O empresário conta que, apesar de estar localizada em Porto Feliz, a venda pertencia a ituanos. O fato o fez refletir sobre a necessidade de partir para novos horizontes – e foi fundamental para a decisão de expandir o trabalho para Itu. “A empresa começou com o nome fantasia GT Porto Peças. Imediatamente vindo pra Itu, troquei para um


nome bastante comercial: Auto Geral”, afirma. “O significado está relacionado à generalidade das peças de caminhões, tratores, automóveis, vans... Não tem nada a ver com meu nome, Geraldo. Até porque detesto culto à personalidade”. Chegada a Itu Os trabalhos em terras ituanas foram iniciados em um pequeno galpão situado na Rua Santa Cruz, onde antes funcionava uma oficina mecânica. “Conheci o dono, Odilon Bueno Couto, e aluguei o espaço. Quando vim para Itu, em meados de 1970, existiam quatro autopeças muito boas na cidade, todas maiores que a minha, inclusive”, ressalta Geraldo. Segundo o empresário, um fator foi primordial para se diferenciar dos concorrentes e se destacar no segmento. “Em Porto Feliz, no tempo em que era caminhoneiro, ficava na fila esperando a hora de descarregar a cana na usina. Por muitas vezes, encrencava a moenda da usina, e nós tínhamos que esperar até de madrugada. Ao invés de ir para casa, depois íamos direto para o canavial carregar o veículo novamente”, recorda. “Quando deixei de ser caminhoneiro, sabia da dificuldade dos donos dos caminhões quando havia necessidade de algum conserto de madrugada. Sendo proprietário de uma autopeças, decidi abrir minha casa de madrugada para eles em situações de emergência”. Nessa época, não havia final de semana nem hora para encerrar o expediente. “Procurava trabalhar aos sábados até seis da tarde e também atendia aos domingos. Se pedissem, ficava até mais tarde aguardando. Essa atividade, certamente, minha concorrência não tinha. Na comunidade dos caminhoneiros fui muito bem recebido, porque sempre tive a consciência de que o comércio é uma prestação de serviço”, enfatiza Tuvani. Expansão Hoje, a Auto Geral possui duas unidades em Itu, uma na Avenida Octaviano Pereira Mendes (Marginal) e outra na Avenida Caetano Ruggieri, e filiais em Salto, Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba. A rede possui mais de 150 funcionários – “todos devidamente registrados”, orgulha-se Geraldo. “Me comove pensar na importância da empresa para essas pessoas, porque já fui empregado em oficina, em escritório, em posto de gasolina... Sei como é importante para o funcionário receber o pagamento em dia. E essa sempre foi a prioridade absoluta da Auto Geral, sem um dia de atraso”, destaca. Para administrar os negócios, Geraldo conta com o apoio dos três filhos, Cristiane, Letícia e Murilo, cada um dedicado a uma atividade. “Quando eram adolescentes, jamais disse que queria que eles trabalhassem comigo; sempre deixei todos livres para escolher. Tanto que

fizeram faculdades diferentes, de outras áreas. Mas fico muito feliz por estarmos trabalhando firmes, fortes e juntos”, comemora. Altos e baixos Geraldo observa que, ao longo das últimas décadas, o Brasil passou por diversos ciclos de crescimento e crise. Essa característica do país fez com que a Auto Geral tivesse sempre que se adaptar às novas realidades para manter as atividades. “Ao longo de 49 anos de autopeças, passamos por crises de venda, de recebimento e da própria economia. No governo Sarney, por exemplo, a inflação era imensa... Foi um período difícil para administrar o estoque. Isso sem falar nas trocas de moedas”, pondera. Apesar das tantas crises superadas, o empresário afirma que o momento atual é o mais difícil para os negócios. “Antes, o país produzia cerca de 3,3 milhões de veículos por ano. Hoje, chega no máximo a dois terços disso. Os carros novos necessitam de reposição de peças. Mas, com um terço a menos de veículos novos rodando, sobram os seminovos e mais velhos”, lamenta Tuvani. “Os seminovos ainda estão nas mãos da classe média, que consegue fazer manutenção preventiva e corretiva. Mas, quando analisamos a grande camada dos carros velhos, chegamos à população com menos condições de fazer manutenção”. Para Geraldo, embora não haja uma fórmula específica para o sucesso, a dedicação ao trabalho é fator inevitável para a prosperidade dos negócios. “A escola da vida pode ser grata ou ingrata; depende de cada um. Se você pretende ter uma postura de crescimento e justificar sua passagem pela Terra, você tem todos os dias que fazer melhor”, enfatiza o empresário, que começou no comércio vendendo verdura na rua, aos nove anos, e só estudou até o antigo curso primário. “Eu leio muito; é meu hobby. Além disso, procuro melhorar em todos os sentidos, através de amigos e funcionários. Não há prosperidade sem trabalho”. Fotos: Lucas Gandia

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EMPREENDEDORISMO

SODIÊ: O DOCE SABOR DO SUCESSO Antes de se tornar dona da maior franquia de bolos do Brasil, Cleusa Maria da Silva trabalhou como boia-fria e empregada doméstica. Empresa criada em Salto se prepara para ingressar nos EUA LUCAS GANDIA

DE EMPREGADA DOMÉSTICA, recepcionista e boiafria a dona da Sodiê Doces, maior franquia de bolos do Brasil. Reduzida em poucas palavras, a trajetória da empresária Cleusa Maria da Silva, de 51 anos, tornouse referência de sucesso em todo o país – e tem tudo para crescer ainda mais nos próximos anos. A história de Cleusa começou na cidade de Bandeirantes, no Paraná, onde trabalhou na lavoura de soja e na plantação de cana. Anos depois, ela se mudou com a família para Salto, onde, aos 18 anos, começou a trabalhar como montadora de auto-falantes. E foi nesse período que os doces apareceram na vida da empresária. “Após o falecimento do gerente, a esposa dele teve que assumir a empresa. Então ela ofereceu para mim e para uma amiga a atividade de produção de bolos que ela fazia antes”, conta. Para conciliar as atividades na empresa e na produção dos bolos, a empresária trabalhou, por dois anos, mais de 20 horas por dia. “Eu já estava muito cansada e decidi abrir meu próprio comércio. Como meu irmão estava saindo do emprego dele, juntamos nossas rescisões e montamos a loja em uma sala de 20 m² no bairro Bela Vista, em Salto”, recorda. Segundo a empresária, como não havia nenhum colaborador, o trabalho inicial exigiu muito esforço. “Entrava todos os dias às seis da manhã, muitas vezes com os bolos já assados na minha casa, e só ia embora pelas onze da noite. E isso se repetiu por cinco anos, sem folgar um único domingo”, observa. “A prioridade absoluta era o trabalho”. Cleusa recorda que, na época, as pessoas falavam que ela era louca por trabalhar tanto. As críticas, no entanto, nunca a abalaram. “Essa perseverança ajudou muito a conquistar meu público. O negócio começou a ser divulgado no boca a boca mesmo. Quando vi, já estava contratando uma funcionária e não precisava mais tirar dinheiro de casa para investir na loja”, destaca. Crescimento Cerca de dois anos depois de abrir a loja em Salto, Cleusa montou outra unidade em Itu, em sociedade com uma amiga. “Nessa época, tínhamos um cliente chamado Roberto, que morava em São Paulo e vinha com frequência para Itu. Ele dizia que sempre tinha que levar

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meus bolos para a família dele, pois eram muito bons. Foi aí que ele sugeriu que eu transformasse meu negócio em franquia e abrisse uma loja na capital”, afirma. “Curiosamente, foi o Roberto quem comprou minha primeira franquia e abriu uma loja na Vila Guilherme, em São Paulo”. Em menos de dois anos, a Sodiê já havia inaugurado 40 lojas. “Eu comecei a ficar com medo e decidi parar quando chegasse na 50ª. De repente já eram 100, 150... E foi aí que percebi que aquilo era um presente de Deus, pois, se os bolos tinham mudado minha vida e a de muitas outras pessoas, eu deveria seguir esse caminho”, pondera. “No começo, sempre fiz questão de investir todo o dinheiro arrecadado com a franquia no próprio nome da empresa. Eu não tinha ilusão de comprar carro, roupa ou imóvel. Só saí do fundo da casa da minha mãe dez anos depois de abrir a primeira loja. Se eu tivesse gastado meu primeiro dinheiro com alguma vaidade pessoal, provavelmente não teria chegado até aqui”, enfatiza Cleusa. Futuro Hoje, a Sodiê tem 250 lojas no país – e possui metas grandiosas. Além dos planos para a criação da ‘Universidade Sodiê’, focada na especialização de mão-de-obra, Cleusa já possui o projeto amadurecido para internacionalizar a marca. A ideia é entrar nos EUA até a segunda metade deste ano, por meio de uma loja própria em Orlando ou Miami. Para concretizar os planos de expansão, Cleusa conta com a parceria da Nestlé. “Como é uma multinacional e possui fábricas em diversos países, fizemos um acordo e eles serão responsáveis pelo abastecimento das nossas lojas no exterior”, afirma. Para este ano, a empresa também está focada no desenvolvimento do novo braço, a Sodiê Salgados. Em um primeiro momento, a fábrica de salgados servirá para abastecer as próprias lojas da Sodiê Doces; posteriormente, serão criadas lojas próprias para a venda desses produtos. Cleusa afirma que o sucesso exige trabalho árduo e, sobretudo, acreditar no que faz. “Em um país onde há tanta dificuldade, é necessário se reinventar sempre. A crise existe, mas é menor para quem acredita que a dificuldade vai passar, pois o trabalho torna o caminho mais fácil”, observa.


Fernando Campos

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EVOLUÇÃO

TONILU: SOCIEDADE DE SUCESSO Familiares e amigos transformaram um simples corredor em uma marca de renome e tradição DANIEL NÁPOLI

A HISTÓRIA DO restaurante Tonilu se confunde com a trajetória das famílias Andreazza e Stuque, embora tenha sido originalmente fundado no ano de 1968, por Toninho Cristifoletti e seu filho Luis, que permaneceram à frente do negócio por dez anos. Atendendo em um modesto corredor na Rua Sete de Setembro, o estabelecimento teve início quando Toninho, ao adquirir um empréstimo por parte de Alexandre Andreazza, decidiu investir no ramo gastronômico, vendendo o espaço para José Roberto Andreazza (filho de Alexandre) e Rubens Adão Stuque (Rubão). O início da parceria Os então jovens empreendedores já vinham de experiência no segmento, com Rubens tendo sido sócio anteriormente em um restaurante chamado Richard, enquanto que José Roberto havia trabalhado como balconista em um boteco com seu tio “Jota” e como ajudante de cozinha e garçom no Bar do Alemão. A partir dali, o que se viu foi um considerável desenvolvimento, com ampliação das instalações e variedades no cardápio, que possibilitaram a inauguração de uma segunda unidade, o Tonilu II, no início de 1987, este contando com a chegada de um novo sócio, Alexandre Andreazza Filho. A unidade permaneceu em atividade até 2003. Crescimento Mais tarde, no ano de 2000, a sequência de crescimento permitiu que o Tonilu abrisse uma nova unidade, no Plaza Shopping Itu, denominada

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Tonilu Bier Plaza e, mais adiante, em 2008, no mesmo centro comercial, nasceu o Plaza Grill, churrascaria e pizzaria do grupo. Novos rumos Com o falecimento de Rubens Adão Stuque e José Roberto Andreazza, nos anos de 2011 e 2016, respectivamente, ocorreram alterações quanto ao quadro social do Tonilu, com a unidade situada no Centro sendo de propriedade de Alexandre Andreazza Filho, da sua filha Rita e de Rubens Stuque (o Rubinho, filho de Rubão), enquanto que o Tonilu Bier e o Plaza Grill são de responsabilidade de Jefferson e Lucas de Oliveira Andreazza, filhos de José Roberto. Ao relembrar a trajetória de seu pai, juntamente com familiares e amigos, Jefferson afirma que o segredo para o desenvolvimento do negócio foi a união, aliada com o amor e o sacrifício. “Além do meu pai e dos sócios, minha mãe (Darci) ajudou muito. Ela sempre apoiava, sempre deu a estrutura que todos precisavam. Sem falar no meu pai, que sempre teve uma vida de muito sacrifício. A vida dele era o Tonilu. A alma dele era e é tudo isso. Ele trabalhava dia e noite, sábados, domingos e feriados. O esforço valeu muito a pena”. Com a responsabilidade de dar continuidade à história construída por seu pai, em conjunto com seu irmão Lucas, Jefferson, que trabalha no restaurante desde os 14 anos de idade, fala com emoção sobre os desafios da sucessão. “O mundo mudou muito. Me assusto um pouco ainda com todo esse avanço tecnoló-

gico, e meu irmão, que é um excelente administrador, e eu decidimos mesclar isso. Nos adequamos à modernidade, o que os avanços da tecnologia exigem, mas ao mesmo tempo mantivemos a essência. Todo o amor que meu pai deixou no restaurante floriu em nós filhos, também. A gente faz tudo com muito amor e carinho. Cada vez temos que ser mais profissionais, entregar um bom produto para o cliente, mas com amor. Porque a comida tem de ser feita com amor. Nossas mães fazem uma comida gostosa. Por quê? Porque elas amam a gente. E aqui é a mesma coisa. Preparamos um prato para o cliente como se fosse para nossos filhos. A história é de sucesso, pois sempre tudo foi feito com amor, sempre acreditando em Deus. Não fazemos só comida; a fazemos com amor”. Conquista do espaço Filha de Alexandre e sobrinha de José Roberto, Rita Andreazza nasceu em um período em que o restaurante Tonilu já havia se consolidado e atingido uma popularidade consi-


Arquivo Tonilu / Maneco

Daniel Nápoli

derável no município. Crescendo no ambiente do restaurante, Ritinha, como é mais conhecida, cursou gastronomia e, atualmente, está à frente da unidade do Centro, ao lado de seu pai e de Rubens Stuque (Rubinho). “Para mim é muito gratificante ver todo esse crescimento do restaurante e o meu pessoal também, poder dar continuidade a todo esse trabalho. É muito legal poder conviver com funcionários como o Francisco, que está aqui há 32 anos, e o Acácio, que tem 28 anos de casa, que praticamente me viram nascer e, hoje, podemos somar juntos ao Tonilu. Assim como ex-funcionários, como o Maneco (Manoel Salvador de Oliveira), que trabalhou aqui por 25 anos e hoje continua um grande amigo. Graças a Deus estamos conseguindo dar prosseguimento, com bom atendimento e sempre com sorriso no rosto”. Manutenção da identidade Rubens Stuque, mais conhecido como Rubinho, atua no Tonilu desde o ano de 1979, quando, ainda na

infância, ia ao restaurante para acompanhar de perto o trabalho de seu pai à frente do estabelecimento, bem como aprender o ofício. Com 38 anos de contribuição ao sonho de seu pai e José Roberto, Rubinho aponta que o que permitiu ao Tonilu ter se desenvolvido e se tornado um dos restaurantes mais tradicionais da cidade foi a manutenção de sua identidade. “Apesar do crescimento, nossa essência permaneceu, com um bom atendimento e fartura em nossos pratos. O nosso diferencial é justamente manter o que vem dando certo e que já foi construído”. Alexandre Andreazza Filho comenta com orgulho a trajetória do restaurante e a alegria de ver a continuidade do negócio. “Tudo sempre foi feito com muito carinho, muita dedicação. Não fosse a família nos acompanhando, apoiando, seria muito difícil. Hoje, para mim, é uma alegria muito grande ter minha filha ao meu lado, ajudando a tocar o Tonilu. Há uma mistura de juventude, novas ideias, com a experiência que adquirimos”, conclui.

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TRAJETÓRIA

VIA BRASIL: INSPIRAÇÃO E SUPERAÇÃO De infância humilde a empresário de sucesso, Francisco Martins de Souza relembra sua trajetória com emoção e orgulho DANIEL NÁPOLI

PROPRIETÁRIO DO Restaurante Via Brasil desde sua fundação, em 22 de abril de 1999, ao lado de seu amigo Maciel Gervásio, José Francisco Martins de Souza está à frente atualmente de um estabelecimento gastronômico de referência na região, caracterizado pelo ambiente familiar e outras duas unidades: uma em Sorocaba e outra em Vinhedo. Assim, pode-se deduzir que a trajetória de Chiquinho, como é mais conhecido, foi de constante sucesso e colheita de inúmeros frutos. Porém, somente possui este pensamento quem conhece o “Chiquinho do Via Brasil”, e não o José Francisco de Souza, pessoa que transformou as adversidades em combustível para a superação. Nascido na cidade paraibana de Arararuna, no ano de 1960, Chiquinho, desde a infância, teve de enfrentar duros desafios. “Meu pai (Belízio Martins de Souza) faleceu quando eu tinha seis anos de idade. Minha mãe (Isabel Tibúrcio da Silva) ficou sozinha para criar sete filhos. Então, nessa época, comecei a trabalhar com ela na roça. Desde muito novo comecei a dar duro no trabalho”. Emocionado, o empresário comenta que a falta do pai reforçou a responsabilidade de sua mãe, assim como o caráter da família. “Ela foi uma guerreira. Muitas vezes tínhamos fome, mas não tínhamos o que comer e nem para quem pedir. Às vezes, minha mãe tinha um pão e dividia comigo e meus seis irmãos, e ficávamos felizes com o pouco que se tinha para comer. Graças a Deus nenhum de nós morreu por isso e nem fomos para o caminho errado da vida”. Trabalhando desde cedo, Chi-

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Daniel Nápoli

quinho deixou sua terra natal aos 18 anos, quando foi trabalhar como pedreiro e, posteriormente, como arrumador de quarto e faxineiro no Rio de Janeiro. De lá, retornou para Araruna, permanecendo até 1980, quando decidiu mudar com um amigo para Itu, cidade em que possuíam outros amigos. “Havia uma casa para eu ficar, porém não tinha cama. Passei algum tempo dormindo no chão”. Ao chegar a Itu em novembro daquele ano, Chiquinho logo conseguiu emprego em um restaurante, estabelecimento este que lhe possibilitou constituir família e prepará-lo para obter seu próprio negócio. “Ali aprendi um pouco de tudo. Tive a oportunidade de fazer cursos e

estágios, dentro daquele segmento”. Foi então que, no final de 1998, após promover um estudo de mercado, decidiu fundar com seu amigo Maciel o Restaurante Via Brasil, inaugurado alguns meses depois, já em 1999. Embora a concretização do sonho tenha sido planejada, o começo foi de dificuldades. “Sempre tive vontade de ter meu próprio restaurante. Quando senti que poderia me sustentar, resolvi me aventurar. De início, foi muito complicado. Durante os cinco primeiros meses, passava o dia inteiro aqui, ia embora meia-noite, sem que nenhum cliente tivesse entrado. Graças a Deus, com o passar do tempo, fomos adquirindo confiança. Começamos com cinco funcionários e hoje chegamos a 120, somando as três unidades que temos”. Ao relembrar sua trajetória, o empresário novamente se emociona. “Acredito que cheguei até aqui primeiramente graças a Deus e à minha força de vontade de querer vencer na vida pelo trabalho. Sou muito agradecido a Deus. Não tenho inimizade com ninguém e não tenho faculdade, foi a vida que me ensinou. O melhor pai que eu tive foi o mundo”. Pai de três filhos, Nathália, Isabely e Rogério (este atuando com o pai no comando das unidades de Sorocaba e Vinhedo), Chiquinho, que sempre faz questão de orientar seus funcionários, aproveita para também aconselhar aquela pessoa que busca o desenvolvimento pessoal e profissional. “Independente de sua posição, tem que saber respeitar. Todos têm seu valor. Além disso, tem de procurar melhorar a si mesmo a cada dia. Não se pode acomodar”, conclui.


TODOS IGUAIS

O Nélson Rodrigues disse uma vez que “toda unanimidade é burra”. Parece-nos que ele tem razão. Consideramos a frase no que diz respeito à concordância com determinado tema. Mas também podemos aplicá-la em nossa avaliação acerca das pessoas. Costumamos dizer que algumas classes de pessoas são boas ou ruins por convenção. Isso não é possível, ou, pior, é uma crueldade. Uma classe é formada por gente, por pessoas. E toda pessoa é única, individual, com vida, história e biografia peculiares. “Todos os políticos são desonestos”, não, não são. Dizer isso, por mais convencional que pareça, é ser muito cruel com aqueles que, mesmo sendo poucos, estão se esforçando muito para provarem o contrário. “Todo jogador de futebol é rico”, não, não é. Você sabia que 96,3% dos atletas profissionais de futebol, ganham menos do que a média salarial dos demais brasileiros? Estão ali, em busca de um sonho cada vez mais distante. Mas é dos profissionais de saúde que queremos falar. “Todo médico é altivo, todo enfermeiro é arrogante, todo atendente é impessoal”, não, não é. Aliás, grande parte é muito humana, tão humana que, pasme, sofre das mesmas coisas que nós e você. Têm famílias, jornadas de trabalho pesadas, crises existenciais, pegam ônibus cheios, têm orçamentos familiares apertados, levam e buscam os filhos na escola, engordam, sentem sauda-

de, dormem, se irritam, têm fome, vão ao banheiro e, acredite, até ficam doentes. Enfermeiros, médicos, auxiliares são seres com uma vocação sublime, mas com uma vida comum. São gente. Simples. E, como gente que são, devem tratar gente, como gente deve ser tratada, mas também devem ser vistos como gente e tratados como gente que são. Simples de novo. E, sabe como você pode perceber isso?! Sendo um paciente, um pouco mais paciente ou um profissional de saúde cada vez mais humano e acolhedor. É a isso que te convidamos, amigo paciente, acompanhante ou profissional de saúde. Se você trabalha atendendo pessoas em seu momento de maior fragilidade, que sua humanidade seja cada vez mais colocada à mostra e que seu paciente seja envolvido por ela. E nós, pacientes, assim como esperamos que os médicos, atendentes e enfermeiros sejam humanos no modo como tratam as pessoas, sejamos humanos na forma de enxergarmos e tratarmos aqueles que cuidam de nós.

Fabricio Cunha, paciente. Márcio Nogueira, médico.

O Grupo Dezani, está em Itu há 06 anos coordenando serviços de saúde em algumas unidades na cidade. Nossa missão é a de enxergar todo(a)s os cidadã(o)s com HUMANIDADE, agir em sua direção com ACOLHIMENTO e trabalhar para que toda nossa demanda seja realizada com EXCELÊNCIA.



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