Landscape Architecture Portfolio | João Crisóstomo

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ACADEMIC PORTFOLIO 2009-2015



Landscape Architect. Graduated by the School of Agronomy (Instituto Superior de Agronomia) - University of Lisbon. His areas of interest are divided into two main groups: Natural Science and Arts. From an early age he became interested in research fields related to the environment, plants and animals, and always showed great artistic skills in Plastic Arts and Design. It was through the union of these two passions that came the choice for professional training as Landscape Architect.

A aguardar defesa da Dissertação com o tema:

Alterações Climáticas e Subida do Nível Médio do Mar: Utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) na Produção de Mapas de Vulnerabilidade para o Estuário do Tejo.

Média de 15 (quinze) valores.

Obtenção do diploma que confere as habilitações necessárias ao exercício de Guia do Jardim Botânico d’Ajuda com média de 18 (dezoito) valores.


good ideas are not made. they are stolen.


Alterações Climáticas e Subida do Nível do Mar Utilização de SIG na criação de Cartas de Vulnerab ilid ad e para o Estuário do Tejo Dissertação de Mestrado

Fonte da Telha, Almada, Portugal Valorização da Paisagem Natural UC Projecto e Crítica do Espaço Público

Quinta do Braamcamp, Barreiro, Portugal Plano de Recuperação e Restauro UC Recuperação e Gestão da Paisagem Cultural

Camera Obscura Palácio Sinel de Cordes, Lisboa, Portugal Concurso Trienal de Arquitectura de Lisboa 2013

Espaços em Espera Linha Ferroviária de Cintura Interna de Lisboa UC Tópicos Avançados em Teoria da Arquitectura Paisagista

Caneças, Odivelas, Portugal. Proposta de Ordenamento de Território UC Ordenamento do Território: Nível Municipal

Estrutura Ecológica Fundamental Concelho de Almada, Portugal UC Ordenamento do Território: Sub-Sistema Natural

Requalificação de Quarteirão Bairro da Bela Vista, Setúbal, Portugal POSTER | UC Desenho Assistido por Computador


As alterações climáticas são uma realidade que não pode continuar a ser ignorada. Estas representam uma das principais ameaças para as zonas costeiras devido à subida do nível do mar, aumentando exponencialmente o risco de inundações permanentes para estes territórios e tornando-os vulneráveis. Este projecto demonstra a utilização de um método simples e eficaz, em Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que permite a visualização rápida, a uma escala regional, das áreas mais vulneráveis à inundação costeira causada pela subida do nível do mar num futuro próximo. A metodologia utilizada, através do software ArcGIS 10.0, para a criação destes mapas foi seleccionada com base numa revisão literária e aplicada ao caso de estudo do estuário do Tejo utilizando um Modelo Digital de Terreno (MDT) e as projecções de subida do nível do mar para o ano de 2100. Os mapas de vulnerabilidade foram, no final, exportados para um formato que permite a sua visualização na plataforma on-line Google Maps. Foi possível concluir que esta paisagem terá uma área total das suas margens bastante vulnerável (cerca de 13 641 ha para um aumento do nível do mar de 0,50 m e 19 049 ha para um aumento de 1,50 m), colocando em risco grande parte da população, assim como infraestruturas e habitats naturais. Além disso, foi possível demonstrar a utilidade desta ferramenta em ordenamento do território e planeamento urbano futuros, verificando que projectos actuais ignoram completamente o factor das alterações climáticas. (Figura à direita) Áreas mais vulneráveis e Património industrial. Visualização de algumas das áreas mais vulneráveis (tracejado amarelo) e moinhos de maré (quadrados amarelos) em risco com a possível subida do nível do mar.


(Figura em cima) Sobreposição do mapa de vulnerabilidade com o Plano de Urbanização da Quimiparque. A linha tracejada amarela define os limites do projecto. Existe uma vasta extensão de território do plano proposto que coincide com áreas que, num futuro próximo, ficarão sujeitas a um regime de inundação permanente devido ao novo nível do mar. Nota-se, de forma clara, uma total indiferença às já comprovadas tendências climáticas actuais e impactes das mesmas no nível do mar, não existindo uma resposta às modificações impostas por um clima em transformação.


(Figura de cima) Património cultural: Estaleiros do estuário do Tejo. (Figura de baixo) Património Industrial: Levantamento dos moinhos de maré do estuário.

O estuário do Tejo ocupa uma área total de aproximadamente 325 km2, sendo necessário, portanto, uma metodologia apta à escala regional. Esta paisagem acolhe nos municípios de interface com o rio cerca de ¼ da população portuguesa, sendo 60% das suas margens ocupadas por áreas urbanas e industriais, onde também alberga o maior porto do país, tornando-se o centro de intensas actividades económicas como o tráfego marinho. O estuário revela uma enorme riqueza patrimonial. Constitui um espaço de grande importância socioeconómica que decorre desde a época da expansão marítima do renascimento, sendo prova disso os inúmeros os elementos arquitectónicos que ladeiam, maioritariamente, a margem sul do estuário, onde se destacam os moinhos de maré. Neste lugar, inseridos na Reserva Natural do Estuário do Tejo e na respectiva Zona de Protecção Especial, distinguem-se também habitats diversos como os sapais, essencial a um grande numero de espécies.

Verifica-se a utilidade desta ferramenta na identificação das áreas mais vulneráveis, tornando-se assim numa informação valiosa quando utilizada no âmbito do ordenamento do território e planeamento urbano. O impacte causado por um aumento modesto do nível do mar num futuro próximo, por si só, irá ter um impacte reduzido sobre as zonas costeiras, contudo os eventos extremos, como tempestades ou agitação marítima, ocorrerão com maior frequência e causaram danos maiores. Assim, os estudos desenvolvidos para calcular o impacte causado pela subida do nível do mar precisam de considerar estes eventos extremos e não só a alteração batimétrica. Grande parte da população, que reside maioritariamente junto às margens do estuário, assim como o património histórico-cultural e as áreas naturais protegidas encontram-se em risco devido às transformações da paisagem causadas pela inundação costeira permanente e consequentes eventos extremos.


(Figura em cima) Sobreposição do mapa de vulnerabilidade com o Plano de Urbanização da Quimiparque. A linha tracejada amarela define os limites do projecto. Existe uma vasta extensão de território do plano proposto que coincide com áreas que, num futuro próximo, ficarão sujeitas a um regime de inundação permanente devido ao novo nível do mar. Nota-se, de forma clara


A proposta tenta responder a grande parte dos problemas, tanto a nível social como a nível natural. O objectivo primordial passa igualmente por respeitar o mais possível as características da unidade da paisagem como a comunidade piscatória existente no espaço. Desta forma, pretende-se remover grande parte do edificado segundo alguns critérios propostos, para que a Fonte da Telha possa assumir o seu carácter natural. Com isto, resolvem-se problemas como a recuperação do sistema dunar, e a promoção da protecção e preservação da Arriba Fóssil da Costa da Caparica. Também se pretende manter o núcleo urbano de forma a manter a identidade associada à pequena comunidade piscatória. É sugerida a criação de uma percurso pedonal e ciclável paralelo tanto à……..

à linha de costa como também à Arriba para que se possa percorrer o espaço na sua totalidade. A criação de um Eco-camping para que exista uma maior proximidade entre os utentes e o meio natural existente aliado a uma maior promoção turística. A criação de Bolsas de estacionamento também aparece como forma de resolver o problema do estacionamento desorganizado e que coloca a unidade de paisagem em risco. Pretende-se também a recuperação do sistema dunar de modo a evitar problemas como o recuo da linha de costa, a perda de biodiversidade ou mesmo acautelar riscos associados às marés evitando problemas que possam por a população presente em risco.



A remoção do edificado de génese ilegal será conduzida segundo os seguintes parâmetros: Edificado que se encontre em terrenos com percentagem mínima de 16% de declive; Proximidade da Arriba Fóssil (Paisagem protegida); Sobreposição ao Sistema dunar; Edifícios descaracterizados e/ou degradados. Assim os critérios de conservação do edificado existente são: Edificado com carácter de "Primeira habitação"; inserido no pequeno núcleo urbano; em bom/razoável estado de conservação e/ou associado às actividades económicas existentes, tais como, restauração, comércio, Pescas, etc.





LEGENDA: 2

7 1

1.

Entrada principal

2.

Lago/Reservatório

3.

Complexo hoteleiro

4.

Centro hípico

5.

Restaurante (Moinho maré)

6.

Clube náutico

7.

Museu da cortiça e Pavilhão exposições

8.

Cais reabilitado

9.

Praça/Recinto de feiras

9

6

5 3

10. Campo cevada 11. Campo aveia 4 13

12. Vegetação endógena 10

8

11

12 13

13. Praia estuarina


O presente projecto de recuperação destina-se à Quinta do Braamcamp situada no município do Barreiro e envolta pelo estuário do Tejo, apresentando, assim, um ecossistema particularmente sensível e importante ao nível da diversidade de fauna e flora, que integra o sapal. A aparente simplicidade de uma intervenção que visa a recuperação ou restauro da fábrica 1 de um local histórico, com o intuito de preservar a sua identidade e autenticidade, descurando da imposição de ideias de desenho concebidas pelo arquitecto, que não poderá ser intitulado de autor, de imediato metamorfiza-se num processo complexo e exigente, que envolve uma pesquisa árdua sobre o que o espaço foi em tempos, permitindo sobressair no resultado um conjunto de características intrínsecas, devolvidas ou potenciadas no espaço. A atribuição de novos usos será um factor de integração do projecto na actualidade, salvaguardando a sua sustentabilidade económica e social.

INDUSTRIAL

RURAL NATURAL

Com efeito, pretende-se que a execução deste projecto se enquadre nos princípios estipulados na Carta de Florença e na Carta de Burra, expressando definições e significados de forma apropriada. Garante-se a exequibilidade do projecto e uma resposta socioeconómica eficaz, respondendo-se, numa visão, ao encontro entre duas necessidades distintas que se estabelecem na integração de um espaço público e privado, conciliando vivências e comedindo sobrecargas, garantindo a sua continuidade no futuro.

A. Vista para Sintra e Lisboa B. Vista para a caldeira e Lisboa

De acordo com a Carta de Burra, 1999, “Fábrica significa todo o material físico do sítio incluindo os componentes, os acessórios, os conteúdos e os objectivos (...) inclui os interiores dos edifícios e os vestígios enterrados, assim como os materiais escavados. A fábrica pode definir espaços e estes espaços podem ser elementos importantes do significado do sítio”.

C. Vista para a praia e Seixal

A

B

C

1

URBANO


3 3

1

3 3

3

2

3

3 8

3 4

6

5

1. Recepção 2. Piscina

3

3. Alojamento

7

4. Bar 5. Spa 6. Pátio interior


3

1

3

2

5

3 3

4

1. Prado para cavalos e Amoreiras 2. Estabulo e Silo de armazenamento 3. Picadeiro e Boxes 4. Campo de Aveia (Area aprox. 1,6 ha) 5. Campo de Cevada (Area aprox. 1,1 ha)


5 1 3

1. Lago

4. Restaurante

2. Jardim

5. Edificio de Apoio

3. Esplanada 6. Tejo

4 2

6


3 3

3

7

8

7. Tanques de aquacultura (fins recreativos) 8. Edificio de apoio e armazem










Os espaços em espera existentes em toda a extensão do Vale de Alcântara são na sua maioria caracterizados por serem espaços canal, de forma alongada e linear, que induzem eles próprios o movimento. Aproveitando as aptidões do próprio espaço e tentando resolver os seus problemas, é proposta um tipo de intervenção que tire partido desta forma linear através de estruturas de carácter lúdico e que conjuntamente resolva os problemas dos impactes sonoro e visual negativos causados pelas infra-estruturas de alta velocidade. Para este local é proposto um parque destinado a actividades radicais, como um skatepark, privilegiando o recreio activo e articulando este lugar com os restantes, através de estruturas activadas pelo movimento. É também proposto uma barreira de vegetação ao longo das infraestruturas viárias e ferroviárias, que isolem o espaço. O percurso ciclável encontrarse-á paralelo ao espaço, com um traçado rígido, sobrelevando-se em algumas situações. A utilização de materiais permeáveis é essencial, assim como a sua aplicação de um modo sustentável.

Na zona central da área de estudo os espaços em espera são essencialmente caracterizados pela sua forte geometrização e integração na malha urbana assim como a baixa frequência com que ocorrem e a sua distribuição descontínua. Deste modo é proposta uma intervenção que através da incorporação de material vegetal, esta replique a malha do tecido urbano, de modo a que esta seja facilmente reconhecível, ficando completamente integrados nas células urbanas mas também que reforce a noção de anel verde que circula a periferia da cidade mais consolidada. É proposto para estes locais logradouros permeáveis, que promovam a união entre os vários espaços em espera, funcionando também como espaços públicos habilitados para diversas utilizações. Não só como um interior de quarteirão publico para recreio mas também um espaço de recepção à estação ferroviária. O trilho ciclável contorna e atravessa estes espaços, tomando uma forma linear e geometrizada, ligada ao tecido onde se encontra.


O Vale de Chelas caracteriza-se pela fertilidade dos seus solos e integração no sistema húmido, sendo frequente a acumulação de água neste local. Usufruindo destas características inerentes ao próprio espaço, surge a proposta onde se propõe produção agrícola em hortas urbanas na zona adjacente à linha de água e a protecção das vertentes e das futuras culturas, com material vegetal. Para além das potencialidades já enunciadas, esta proposta surge também para dar continuidade a este fenómeno, uma vez que este já ocorre no espaço e noutros adjacentes, no entanto, sem qualquer planeamento. As parcelas destinadas à produção agrícola terão aproximadamente a mesma área, mas não terão sempre a mesma forma, transformando-se e adaptando-se conforme a morfologia do terreno. Através deste potencial do espaço, origina-se um sistema integrado, que integra e envolve a própria população, promovendo uma pluralidade de culturas, através de diversas actividades pedagógicas. O trilho ciclável nesta área assume uma forma meandrizada, reaproveitando a rede de azinhagas já existente.

Apesar da distância que os separa, estes dois espaços apresentam as mesmas características principais, que os distinguem dos outros. A relação de proximidade com o rio, assim como as estruturas de antigas indústrias agora desactivadas, são as suas principais potencialidades. Destacam-se propostas para estes espaços como o aproveitamento das antigas estruturas e peças para promover diversas actividades lúdicas e de recreio, assim como centros de interpretação que expliquem a formação daquela paisagem, informando sobre a sua história. No local onde estão situados os quatro gasómetros da antiga fábrica do gás, é proposto o aproveitamento destas estruturas metálicas para a realização de actividades radicais; locais de estadia com utilização de material vegetal que acompanhe a estrutura; cinema ao ar livre, aproveitando a estrutura para a montagem de uma tela; locais para a realização de eventos como concertos, exposições e espectáculos; e um centro de interpretação. O percurso ciclável neste espaço é formatado pela métrica do tecido, assumindo uma forma quebrada e geométrica.




A área no qual se desenvolve a seguinte proposta é a zona de Caneças, incluída no concelho de Odivelas. Para a proposta de intervenção, pensada para o concelho de Odivelas na sua globalidade, foram delineados os seguintes objectivos estratégicos: Utilização das linhas estruturantes (linhas de água principais, infraestruturas de maior impacte e sistema agrícola) como meio de aumentar a continuidade no espaço; criação de 2 Percursos cicláveis: uma ecopista que percorre o espaço em áreas de caracter rural e natural e uma ciclovia que percorre o espaço em áreas inseridas no perímetro urbano e de forma a cruzar património cultural local; Em áreas de declives superiores a 25% será plantada vegetação densa (mata de protecção) de forma a aumentar a permeabilidade do solo e impedir a erosão; Em áreas de solos de elevado valor ecológico, dependendo da área de inserção e das tipologias existentes, propõese, na sua maioria, agricultura; Em áreas de vegetação natural e semi-natural o objectivo é que estas sejam preservadas e protegidas, assim como densificadas, para colmatar o crescimento urbano; Em áreas de máxima infiltração o importante é protege-las da impermeabilização e portanto, dentro do perímetro urbano, serão transformadas em áreas verdes urbanas para recreio lúdico. Se estas não fizerem parte do perímetro urbano estão destinadas a áreas de vegetação natural e semi-natural, ou, no caso da tipologia actual o justificar, agricultura; As linhas de água serão ladeadas por galerias ripícolas e mata ribeirinha. Propõem-se ainda, entre outras medidas não listadas aqui, a criação de um plano de salvaguarda aos centros históricos/núcleos antigos da zona, para tal, seria condicionado ou desviado o trafego automóvel nessas zonas, sendo estritamente proibida a passagem a veículos pesados, desta forma está-se a reduzir também a poluição visual e sonora, apostando num espaço público de qualidade. A hierarquização das vias. Dessa forma pode-se definir 3 ordens principais. As vias de 1ª ordem, consideradas assim, por serem aquelas que permitem o atravessamento e ligação entre os vários núcleos urbanos assim como para restantes áreas do concelho; Vias de 2ª ordem, que consistem nas vias de acesso mais reservado ou privado, sendo secundárias e portanto, algumas, na sua maioria não têm saída. Por fim, vias de 3ª ordem, assim consideradas por serem um elemento que trunca completamente a área de estudo, sendo portanto um obstáculo, na medida em que o acesso à mesma faz-se apenas fora do concelho.

Proposta de Ordenamento do Território para Caneças. (Realizada manualmente sobre um ortofotomapa à Escala 1/2000 impresso no formato A0).

Proposta-tipo para vias de 2ª ordem.






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