Moção "Internacionalizar mais para viver melhor" da JSD Oeiras

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JSD OEIRAS

XXII Congresso Nacional da JSD 14, 15 e 16 de Dezembro, Fátima

Área Temática: Emprego e Empreendedorismo

Moção - Internacionalizar mais para viver melhor

1º Subscritor – Bernardo Maria, militante n.º 196417

Moção - Internacionalizar mais para viver melhor


JSD OEIRAS

Área Temática: Emprego e Empreendedorismo

Moção Internacionalizar mais para viver melhor

A sustentabilidade do Estado Social em Portugal depende do crescimento da economia e do dinamismo do nosso tecido empresarial. Por essa razão, o Estado deve, simultaneamente, promover e dar espaço à iniciativa individual. Eliminar burocracias e custos de contexto é essencial, mas também é fundamental direcionar energias para apoiar a internacionalização da nossa economia na procura de novos mercados para exportação de produtos portugueses. Portugal, tradicionalmente, apresenta uma balança comercial desequilibrada, importando muito mais do que o que consegue exportar. Portugal compra mais do que vende ao exterior, adotando uma postura equivalente a um país com a dimensão da Alemanha, produzindo mais para o consumo interno do que para as exportações, enquanto esta alcança superavits na balança comercial, a situação portuguesa apresenta défices recorrentes. Atualmente, Portugal exporta pouco mais do que um terço da sua produção. Países com a nossa dimensão geográfica e populacional, tais como a República Checa e a Áustria, apresentam índices de exportação de quase dois terços da sua produção, dois bons exemplos de estabilidade e crescimento. Portugal, ao contrário da República Checa ou da Áustria, pertence a uma comunidade mais vasta espalhada pelos cinco continentes, com mais de 250 milhões de clientes: a Comunidade Lusófona. A Lusofonia é um espaço natural de atuação para os portugueses que devemos aproveitar para expandir as nossas empresas, para intermediar negócios e para chegar a novos mercados. Falamos a mesma língua, partilhamos culturas similares, temos laços afetivos seculares que nos permitem mover à-vontade nesse mundo cada vez mais exigente. Por outro lado, a posição geográfica de Portugal é estratégica. Ao invés do que muitos dizem, empurrando Portugal para a qualidade de país periférico, a nossa posição é central no amplo contexto das trocas internacionais. Debruçado sobre o Atlântico, Portugal é a porta de entrada na Europa e o porto de saída dos produtos europeus. Essa é uma vantagem competitiva que ainda não soubemos explorar a fundo e que nos pode catapultar para um lugar de relevo como plataforma logística no comércio internacional. Estando o mercado interno português limitado, em virtude da diminuição do consumo, exportar deve ser a principal porta de saída para o crescimento para as empresas nacionais. As grandes, mas sobretudo as pequenas e médias empresas, têm de ver o Mundo como a sua casa, adequar os seus produtos e procurar novos mercados, pois só assim é possível serem viáveis e sustentáveis no médio e longo prazo. Ao invés do que se tem verificado com os produtos, matérias-primas, recursos e componentes, neste momento tem-se assistido à “exportação” acelerada e desenfreada de

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JSD OEIRAS capital humano, deixando Portugal carente de massa critica com vontade de trabalhar e um conjunto de competências adquiridas muito acima da média. O nosso intuito, com esta moção, é criar alicerces para que a “exportação” de capital humano que se verifica atualmente se torne um instrumento ao serviço das exportações portuguesas em termos globais. Queremos que: por cada português que segue para o estrangeiro, sejam criados dois postos de trabalho em Portugal; que seja difundida a nossa cultura e a nossa forma de viver, levando a que uma maior quantidade dos nossos produtos sejam consumidos em todo o mundo.

Com esse propósito, propomos um conjunto de medidas que passamos a enumerar: 1. Criação do “Programa Feitorias” – tal como a comunidade chinesa fez em Portugal, espalhando lojas pelas povoações, o Estado Português poderia envidar esforços para, em conjunto com empresas privadas e associações (de municípios, de desenvolvimento local, cooperativas, etc.), projetar a instalação de centros comerciais ou lojas Portugal Gourmet em cidades de importância mundial (Nova Iorque, Paris, Londres, Xangai, São Paulo, Luanda, Maputo, etc.) numa primeira fase, e posteriormente regional, lojas com produtos portugueses mas também com restaurantes e espaços para exposições e espetáculos para que a cultura portuguesa possa também ser divulgada e o produto “Portugal” ser difundido (fado, gastronomia, tradições, produtos nacionais, entre outros). Essas lojas fariam venda direta de produtos e venda através de distribuidores locais. O Estado, através do Programa Feitorias, forneceria apoio (diplomático, técnico e financeiro) aos agentes detentores dos espaços comerciais ou lojas. 2. Criação da plataforma “Exportar Mais” – esta plataforma, gerida pela AICEP, deve permitir aos empresários exportadores (nacionais e estrangeiros) fazerem o registo das suas empresas e dos produtos e serviços que estas fornecem e dos que desejam adquirir, dos mercados para onde se querem expandir. A plataforma deve também permitir a empresários importadores dos países de destino das exportações portuguesas fazerem o registo das suas empresas e dos produtos e serviços que estas desejam adquirir. Deve ainda disponibilizar informações detalhadas sobre cada país e sobre espaços económicos regionais e possibilitar mecanismos seguros de comunicação entre empresários. Desta forma seria possível confluir intenções do lado da importação e da exportação, sempre com agentes portugueses e de uma forma célere, capaz de documentar estatisticamente todas as relações, possibilitando uma melhor perceção desta realidade particular e extrapolação da mesma para outros mercados. 3. Criação e certificação da marca “100% Portugal” – o Estado deverá atribuir a uma associação a responsabilidade de proceder à certificação de empresas que vendam, na sua maioria, produtos portugueses no estrangeiro de modo a que estas possam ostentar este galardão que certificará essa entidade como ponto de venda da produção nacional no estrangeiro.

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JSD OEIRAS 4. Financiamento de empresas – o Estado deve criar linhas de crédito específicas a empresas nacionais ou criadas por portugueses/cidadãos estrangeiros que se dediquem à exportação de produtos e serviços portugueses. 5. Apoio técnico – o Estado deve criar protocolos com associações empresariais e com os municípios de modo a que estes prestem apoio técnico a empresas nacionais ou criadas por portugueses ou cidadãos estrangeiros que se destinem à exportação de produtos e serviços portugueses. 6. Criar Conselhos de Portugal – o Estado deve apoiar a criação de entidades representativas dos emigrantes nos vários países de destino e criar um Conselho de Portugal, junto de cada embaixada, em que as associações de emigrantes tenham assento para procurar concertar posições junto dos respetivos Governos, definir estratégias de atuação e criar parcerias que possam fazer com que cada Comunidade Portuguesa aja em bloco e sinta que o Governo Português a apoia. O Conselho de Portugal de cada país deve ser presidido por um elemento eleito dentre as associações portuguesas existentes nesse país e deve desenvolver atividades de promoção e articulação junto da Comunidade Portuguesa de oportunidades de negócio e emprego e difundir a cultura e o património de Portugal. O Presidente do Conselho de Portugal deve ser entendido como o Presidente da Comunidade Portuguesa em cada país. 7. Criação do Programa “Sentir Portugal” – este programa destina-se a apoiar empresas que, de forma articulada entre si, disponibilizem serviços e produtos que mostrem o património histórico, cultural e paisagístico nacional, nomeadamente, ao nível da gastronomia, das artes, da literatura, da arquitetura, da biodiversidade e do artesanato. 8. Criação do Programa “Mexe-te em Portugal ” – este programa destina-se a apoiar empresas que promovam atividades radicais e desportivas (golfe, surf, canoagem) que atraiam turistas durante todo o ano e além fronteiras promovam as potencialidades para a prática destes desportos em território nacional e que em parte sirvam de interlocutores para planear viagens e estadias em território nacional. 9. Criação do Programa “Portugal cuida de ti” – este programa destina-se a apoiar as empresas da área da saúde que atraiam para Portugal turistas que pretendam aceder a cuidados de saúde personalizados. 10. Criação do Programa “Envelheça em Portugal” – este programa destina-se a apoiar entidades (empresas, IPSS) que atraiam para Portugal reformados de outros países que queiram usufruir do nosso clima e de um conjunto de serviços domiciliários durante a sua reforma. 11. Criação do Programa “Portugal Cultural” – este programa destina-se a apoiar a criação de uma agenda de divulgação da cultura portuguesa e apoiar a realização de eventos noutros países com a participação de agentes culturais portugueses. 12. Criação do Programa “Ser Portugal” – este programa destina-se a apoiar as empresas portuguesas (micro, pequenas, médias e grandes) a difundirem os produtos e serviços portugueses noutros países através da organização e participação de feiras e mostras empresariais. Consideramos ser importante a criação de uma “rotina” destes eventos e que a sua existência seja agendada a nível global e por regiões. Isto conduziria ao planeamento de várias ações conjuntas em determinadas regiões do globo, criando

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JSD OEIRAS um hábito nos agentes e gerindo uma logística que, ao ser utilizada de forma mais sistemática e concertada, permita rentabilizar os custos dos eventos. Consideramos que não há soluções únicas, razão pela qual as propostas que aqui apresentamos devem ser aprofundadas e integradas em planos estratégicos mais vastos que criem coerência a todos os programas, de maneira a potenciar a eficácia e a eficiência do Estado e das empresas na missão patriótica de exportar o que de melhor se faz em Portugal. A JSD não pode assistir à partida dos jovens que levam na bagagem a mágoa de terem de abandonar um país onde a irresponsabilidade dos Governos liderados pelo Partido Socialista criaram uma dívida colossal que tem de ser paga pela nossa geração e pelas gerações vindouras. É aos jovens que hoje se exigem mais sacrifícios. Cabe aos jovens, portanto, apontar as soluções que lhes permitam assegurar a sustentabilidade do Estado Social, baseada no aumento da competitividade e produtividade da nossa economia. A JSD quer que os jovens portugueses sejam embaixadores de Portugal nos países de acolhimento, trabalhando em prol das exportações portuguesas. Mais do que mostrarem as suas capacidades nesses países, queremos que os nossos jovens criem e trabalhem em empresas que exportem os nossos produtos e serviços, ajudando Portugal a ultrapassar ainda mais depressa a atual crise e a dar maior competitividade à economia portuguesa.

1º Subscritor – Bernardo Maria, militante n.º 196417

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