Banho Maria

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HambĂşrguer Ă moda antiga Confira as cinco melhores receitas de hamburguer da regiĂŁo




Editorial Bem‑vindos à primeira edição da Banho maria, aqui lhe trazemos o melhor do universo gourmet brasileiro da sua região.

Contamos como o chef francês Laurent Suaudeau revolucionou a gastronomia brasileira, mostrando seus magníficos pratos junto com sua admirável carreira. Na entrevista com Mariana Santos de Liz ela nos conta o que a levou a escolher a 11º arte e porque preferiu estudar na UNISUL. Na matéria de Comida é Saúde há 6 exelentes dicas para você que quer se manter saudável mesmo tendo um dia corrido e as opções que a pedra branca tem para se alimentar corretamente. Já se te sentes afastado na natureza ou tens interesse em cultivar mas não tens espaço físico pra isso aqui encontraras otimas dicas para fazer uma horta vertical. Te contamos quem faz e quais são os ingredientes para fazer os melhores hambúrguers gourmets. Quem curte uma boa festa encontrará coisas interessantísimas na coluna Drinks e saberá mais sobre o festival de St. Patricks Day que ocorre aqui mesmo na Pedra Branca. Para os amantes da arte a matéria Pratos Fictícios tras uma fantastica lista de pratos relacionados a filmes clássicos.


Colaboradores Karina Kern Yasuda Cursando Design, com enfoque em Fotografia e Direção de Arte.

Juan Franco R G Cursando Design, com enfoque em Motion Design e Animação.

Eduarda Dippe Cursando Design, com enfoque em Ilustração e Concept Art

Augusto Zanatta Demo Cursando Design, com enfoque em Ilustração e Artes Gráficas.

Ana Clara Reiter Cursando Design, com enfoque em Gráfico e Moda.


Sumário Pessoas Liberdade, Igualdade e Fraternidade A Nova Chef

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Saúde Comida é Saúde Vegetarianismo

Hortas Verticais

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Cotidiano

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Food Trucks Drinks Vermelho, Tomate e Vinho Hambúguer à moda antiga

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Histórias St. Patrick’s Day Manga com Leite

Entretenimento Pratos Fictícios Motivos para dizer sim ao Happy Hour

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pessoas pes so as


LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE FrancĂŞs e revolucionario, Laurente Suaudeau redefiniu a gostronomia brasileira

P O R C A R LO S E D U A R D O O L I V E I R A

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A linda lasanha de palmito pupunha com camar達o


Pessoas

A

história é verdadeira: um casal de amigos de Porto Alegre deixa o imponente casarão da zona sul paulistana onde funciona a escola de gastronomia do chef Laurent. Procura um táxi, e nada. Anda um pouco, mais um pouco, e nada. Finalmente, já a algumas quadras dali, o táxi aparece. Para espanto dos gaúchos, ao passar em frente ao endereço, o motorista aponta: “Vejam, aqui mora um homem muito importante”. Surpreso, o casal devolve a bola. “Mas… você o conhece? Sabe quem ele é”? E o taxista: “Sim. É um francês. O maior cozinheiro do mundo”. Laurent ri do episódio. Aliás, apesar do ar meio circunspecto, por trás da “fachada” esconde‑se um riso farto, característica pessoal. “Franceses são resmungões. O resmungo é cultural na França. E é positivo, dá resultado quando seus direitos não são respeitados, o brasileiro também deveria resmungar. Mas acho que me abrasileirei”, brinca. Lá se vão mais de três décadas que Wo chef desembarcou por aqui, em terras cariocas, ainda muito jovem, e redefiniu a gastronomia no país.

Batatas Descascadas

É

início da década de 70 quando o jovem Laurent Suaudeau, com o apoio da família, abandona a escola tradicional, adolescente ainda, na pequena Cholet, no Vale do Loire. Desde a infância, o rapaz mostrava notória habilidade no trato com as panelas, fosse na cozinha de casa, fosse ajudando na mercearia da tia, que vendia batata frita e frango assado. Toda manhã, descascava uma montanha de batatas – uns 50, 60 quilos – depois cortava, fritava, vendia. E ainda arrumava tempo para cuidar dos frangos na grelha. Uma lição valiosa, que carregaria para sempre. Depois de estudar gastronomia com Jean Guérin, chegou aos 17 anos ao Les Prés et les Sources, na Provence, casa três estrelas no Guia Michelin, do célebre cozinheiro Michel Guérard. Ali, descobre que, na cozinha, talento é pouco se não houver rigor profissional. Tanto que acabou conseguindo

Chef

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uma vaga na cozinha mítica de Paul Bocuse. É onde aprende a conviver com a exigência e obsessão pela perfeição que giram em torno de umas das lendas da haute cuisine francesa. E não demora para começar a se destacar. Aos 23 anos, é chamado para uma conversa reservada e, como homem de confiança do patrão, é escalado para uma missão das mais especiais: se mudar para o Rio de Janeiro e se tornar o homem de confiança de Bocuse no Le Saint‑Honoré, no hotel Méridien. A bem da verdade, Laurent queria mesmo viajar. “Sou neto de irlandês, meu avô por parte de mãe imigrou para para a França pobre, aos 22 anos. Queria seguir os passos dele”, revela.

Carne Seca e Trufas

F

oi na Cidade Maravilhosa que ele deu vazão a uma assinatura genuinamente sua. “Comecei a cozinhar com 100% de liberdade. E sob as bênçãos de monsieur Paul, que via com muito bons olhos o trabalho autoral que eu punha na casa. Era a síntese da cuisine du marché que ele defendia”. Laurent foi, literalmente, para a rua. Virou figura fácil nas feiras do Leme e de Copacabana, visitava a Cobal de Botafogo, comprava no Ceasa carioca e na lendária Feira de São Cristóvão. Dos primeiros produtos e comidas que conheceu, estranhou o arroz com feijão (“achei esquisito”), espantou‑se com o quiabo e com a carne seca, adorou o tucupi e o cupuaçu – então quase desconhecidos, trazidos do Pará pelo diretor do hotel – e odiou o caju, hoje sua fruta favorita. Na cozinha, o pontapé inicial veio, entre outras combinações, com um bacalhau com quiabo (que não decolou), e com a abóbora recheada com chicória, carne seca e trufas, sucesso num

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“É bom ser reconhecido. Mas temos de colocar os pés no chão, uma vez que ainda há um longo trabalho a ser feito. Não é demagogia, não é discurso barato, mas quero continuar enriquecendo a gastronomia no Brasil. Acho que nasci para isso. E vou cumprir esse meu papel até quando puder”. Laurent


Pessoas concorrido almoço de socialites quatrocentonas. “O pessoal do hotel me chamou de louco por servir isso para elas, que amaram”, relembra. A partir daí, a história da gastronomia brasileira começa de fato a ser escrita. Mandioquinha com caviar? Pode. Tucupi com magret de pato e batata doce? Também. Palmito pupunha com camarão? Idem. Assim como fazia seu conterrâneo Claude Troisgros, também no Rio, Laurent passa a definir uma nova escola de gastronomia cujos efeitos, sabemos, perduram até hoje.

Não demora e o Le Saint Honoré conquista o título de melhor mesa francesa da Cidade Maravilhosa. A dose se repetiria anos depois, quando o francês, após o casamento com a piauiense Sissi (então sua colega de trabalho, no marketing do hotel Méridien), se transfere para São Paulo, onde por quase uma década conduz com igual ou maior sucesso o restaurante Laurent. Formação sólida, caráter e respeito aos mestres, assim como aos pequenos produtores, difusão e partilha de conhecimentos gastronômicos reforçam a importância do chef e o transformam em unanimidade entre os profissionais da gastronomia. Hoje, através da Escola de Arte Culinária Laurent, dedica‑se não apenas a formar gerações de talentosos cozinheiros, mas a reciclar e aperfeiçoar até mesmo profissionais de destaque.

Mousseline de mandioquinha e caviar, clássico revelador


A Nova

Chef

E

la é a Mariana Santos de Liz, tem 21 anos e já realizou seu sonho de se formar em técnica em gastronomia. Original de Lages, ela se mudou para a Palhoça para estudar na UNISUL. A Banho Maria a entrevistou para saber mais sobre essa jornada.

Pode falar um pouco mais do curso em si? O curso de gastronomia era tudo que eu esperava e mais um pouco, muitas aulas práticas, com ótimos professores, que tenho como amigos até hoje. Uma cozinha bem estruturada, dando total liberdade de criação e aprendizado. As matérias do curso são bem diretas e necessárias.

Desde cozinha do mundo todo, cozinha brasileira, confeitaria e panificação, entre outras de empreendedorismo e preparação para o mercado de trabalho. A unisul proporciona eventos nos quais os próprios estudantes organizam e realizam tudo, um restaurante a disposição dos alunos. Realizamos cafés e bistrôs onde a comunidade e estudantes podem desfrutar. Foi um ótimo aprendizado.


Por

que você gastronomia?

escolheu

o

curso

de

Venho de uma família de confeiteiras, e desde pequena gostava de ajudar na cozinha. Minha inspiração veio de casa com meu pai que sempre cozinhou super bem. Decidi que queria a gastronomia aos 15 anos, e fiz de tudo para ir atrás do meu sonho. Passei no vestibular, e fui morar sozinha e estudar, pois morava em Lages.

Por que a Unisul? A Unisul é bem conceituada, e famosa pelo curso de gastronomia. Quando prestei vestibular escolhi ela, por ser mais perto de Lages, e ser uma ótima referência.

Onde você trabalha atualmente? No momento estou morando em Lages novamente, faço meus próprios eventos, serviço de Buffet e ministrando cursos na área.

Onde se imagina no futuro? Pretendo fazer uma pós‑graduação em Enologia e sommalier de vinhos, quero trabalhar na área, e quem sabe me aperfeiçoar em alguma vinícola na serra catarinense. Tenho adoração por Santa Catarina.

Qual a situação do mercado gastronômico em Florianópolis? Florianópolis tem um nicho de mercado enorme no ramo da gastronomia, várias áreas. Hoje em dia tem comida para todos os gostos e vontades. Para abrir um negocio em floripa, precisa ser algo inovador e de fácil acesso. Com tanta opção de mercado, fica difícil apostar no que já existe. Para quem procura trabalhar na área, desde estágio ate um emprego fixo, é aberto um leque de oportunidades, de auxiliar até chef de cozinha. Época de temporada é ideal para fazer um extra ou conseguir um emprego na ilha.

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saĂşde

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SAÚ DE


Comida é Saúde A

Nutrição e qualidade de vida caminham juntas.

boa saúde é fundamental para o bemestar e o desenvolvimento econômico e social sustentável. Não é possível deixar de considerar a alimentação como fator fundamental da saúde das pessoas. “Que a comida seja o teu alimento e o alimento o teu remédio” pregava Hipócrates – o Pai da Medicina – 400 anos antes de Cristo. A alimentação correta, saudável, equilibrada e com suficiente aporte de calorias e nutrientes é essencial para o bem-estar e qualidade de vida. Boa alimentação conjugada com hábitos saudáveis, como a prática de atividade física, são fatores essenciais na promoção da saúde e prevenção de doenças.

Comer ao meio da manhã e da tarde ajuda a controlar o apetite nas refeições principais. Prepare um prato colorido, com todos os nutrientes necessários para o funcionamento adequado do organismo. Prefira frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões, leite e derivados sem gorduras, carnes magras e modere no consumo de açúcares, doces, sal e gorduras. Uma alimentação equilibrada deve fornecer água, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, fibras e minerais. Vale ressaltar que nenhum alimento específico, ou grupo deles isoladamente, é suficiente para fornecer todos os nutrientes necessários a uma boa nutrição. Na Pedra branca é muito fácil se alimentar de forma saudavel, além da grande variedade de produtos naturais que se emcontram nos supermercados se tem O Espaço Vida Saudável,especializados na boa alimentação, aqui se pode encontrar todos os tipos de produtos naturais que normalmente nao se encontram em outras lojas.


Saúde Há opção de comidas saudáveis para os que preferem serem servidos. O Atêlie Natural, por exemplo, é um ponto de encontro com o bem-estar, contando com um cardápio amplo e cresente. No seu café da manhã colonial, pode-se encontrar comidas muito gostosas para os com e sem restrições alimentares como o Brownie vegano, doces sem açucar, grãos variados, diferentes sucos e frutas. Alem de oferecer boas ofertas em datas comemorativas. Caso o problema seja um horário muito corrido há a opção de tele-entrega dos super mercados, mas se for seja uma data mais especial a Graça de Cesta oferece aos seus clientes cestas especiais com os seguintes temas: café da manhã, chá da tarde, maternidade, bodas, infantil, personalizadas e tendo produtos para as pessoas que tem alimentação restrita como intolerância à lactose, celíacos, diabéticos. Mas se o dia for muito mais corrido ainda é possivel se alimentar bem, achar uma forma de comsumir todos os carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais necessarias para o seu dia. Tendo assim um bom funcionamentos das ações.

A nutricionista Natália Cunha explicou em um artigo publicado no portal Idmad que longos períodos sem comer causam excesso de fome na refeição seguinte. “Com isso comemos mais e muitas vezes não selecionamos os alimentos adequadamente, o que provoca o desperdício da comida na produção de energia, que fica armazenada em forma de gordura. E se isso for recorrente, essas gordurinhas nunca serão queimadas, pois o nosso organismo não sabe quando precisará dessa reserva para um momento de emergência”, afirmou.

Comida - Saúde

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Dicas para

uma alimentação mais

balanceada

Auxílio médico Antes de qualquer coisa procure um nutricionista. A ajuda de um médico é essencial para que a dieta seja correta. A nutricionista Thabata Martins, do Zahra Spa &Estética alertou “Fale sobre os seus horários durante o dia e ele irá criar um cronograma de alimentação especial mais adequado à sua correria. Frutas, castanhas, nozes, damascos, frutas secas e lanche natural são uma boa pedida para quem não tem muito tempo para comer”. Sobremesa Será que dá tempo para uma sobremesa? Bom, se der, esqueça o chocolate. Prefira salada de frutas ou um sorvete de frutas. Café da manhã Já que a desculpa é falta de tempo, prepare os alimentos na noite anterior, inclusive o café da manhã. Natália alerta que sucos naturais, pães e/ou cereais integrais devem fazer parte desta refeição. “Faltaria uma proteína, que pode ser oferecida na forma de um queijo branco ou um ovo (cozido)”, acrescenta. Segundo a nutricionista, a ausência do café da manhã pode aumentar os riscos de obesidade, colesterol alto e diabetes.


Saúde Sobrou um tempinho? Se o dia está daqueles! Corridíssimo e sobrou apenas um tempinho para a alimentação, fuja dos fast-foods e das gulosemnas industrializadas. Um restaurante self-service é tudo o que você precisa. Escolha saladas, legumes, cereais e proteínas. Se não achar self-service e a solução for uma lanchonete, não escolha aqueles salgados fritos, a exemplo de coxinhas, risoles e quibes. Prefira os lanches naturais.

Para beber... Bom, os líquidos atrapalham na digestão. Por isso, comer bebendo durante as refeições do almoço e jantar não é uma atitude aconselhada. Troque o refrigerante por suco natural ou água. E desenvolva a prática de deixar uma garrafinha de água ao seu lado, durante trabalho. A hidratação é uma peça importante para a saúde. Planejamento Planeje o dia seguinte baseando-se nas boas práticas e na experiência que você teve no dia anterior, mantendo aquilo que deu certo e eliminando aquilo que não deu.

Comida - Saúde

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B

Vegetarianismo

asicamente, o regime alimentar Vegetariano é aquele que exclui da dieta todos os tipos de carne: boi, peixe, frutos do mar, peru, faisão, paca,porco, carneiro, frango e qualquer ave, bem como todos os alimentos derivados. É baseado fundamentalmente no consumo de alimento de origem vegetal, com ou sem o consumo de laticínios e/ou ovos. O vegetarianismo tem sua origem na tradição filosófica indiana ligado a noção de pureza e contaminação, não correspondendo – a época – com a visão de respeito aos animais. Tal postura é muito recente na história: data a partir do século XIX em alguns países da Europa. Dietas vegetarianas normalmente são ricas em proteína, carboidratos, fibras dietéticas, magnésio, potássio,

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antioxidantes – vitaminas C e E, além de apresentarem baixa ingestão de gordura saturada e colesterol. Estudiosos apontam que as dietas vegetarianas apresentam menor ingestão de vitamina B12, vitamina D, cálcio, selênio, iodo, ferro, zingo. Defensores da alimentação relacionam alizmentos que suprem estas necessidades com a troca de um regime alimentar que incluía qualquer tipo de carne pela Vegetariana. Caso você opte por mudar, é sempre importante consultar um nutricionista ou endocrinologista para garantir a adequada combinação dos alimentos e não somar algum risco à saúde por inadequação alimentar.


Saúde

HORTAS VERTICAIS

PA R E D E S C O M V I DA


A

o pensamos em uma horta,normalmente imaginamos uma grande área de terreno fértil. Mas sabia que, mesmo que tenha apenas um muro ou uma parede no quintal ou varanda de sua casa, você pode ter a sua própria horta? Seja simultaneamente horticultor e decorador da sua casa ao economizar no supermercado, melhorar a sua alimentação, combater o stress e embelezar as suas paredes. Tudo isso sem precisar de muito espaço! AS ESPÉCIES MAIS ADEQUADAS O principal critério para escolher as espécies certas para a sua horta é o tamanho da raiz. Numa horta vertical, onde as plantas crescem em recipientes menores, deve se optar por raízes curtas e espécies que não se tornem demasiadamente altas. Há inúmeras opções: cebolinha, alface, tomate‑cereja, couve, rúcula, alecrim, orégano, manjericão, calêndula, agrião, salsa, cidreira, menta, tomilho, coentro, hortelã, morango... Divirta‑se descobrindo que algumas de suas plantas podem partilhar o mesmo recipiente; citando apenas alguns exemplos, temos o manjericão com o alecrim, ou a salsa com a cebolinha. Dica: embora possa se usar sementes, sempre que possível opte por mudas bem enraizadas.

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Saúde COMO PREPARAR A SUA HORTA? Você pode fazer a sua horta vertical em qualquer espaço, desde que haja luz natural no ambiente de quatro a cinco horas por dia (de preferência, incidindo durante a manhã). Como ela não será plantada em um terreno, seja criativo na hora de escolheros recipientes! Existem vários modelos de hortas verticais; podem‑se usar pequenos vasos de diferentes formatos, tubos de PVC, garrafas de plástico ou mesmo embalagens de leite. Colocados na horizontal, basta cortá‑los de modo a criar uma “janela” no meio e terá o seu recipiente ecológico, simples e fácil. É importante fazer pequenos furos na parte inferior do mesmo, para que a água da rega possa ser drenada. Por via de regra, faça de três a quatro furos para uma garrafa com capacidade de dois litros. Fixe os recipientes num suporte de madeira, ferro ou corda, devidamente pregados na parede de sua escolha, mantendo‑os de 15 a 25 centímetros afastados desta para garantir uma boa ventilação e evitar infiltrações de humidade.

PARA PLANTAR Comece preenchendo a base do seu recipiente com cerca de dois centímetros de argila expandida, para garantir uma boa retenção de água. Caso opte por não usar a argila, é importante colocar uma tela de malha fina ou brita na base do recipiente para prevenir que a terra se perca pelos orifícios de drenagem. Em seguida, cubra até dois terços do recipiente com terra preta, rica em matéria orgânica e de pH neutro. Evite terra muito argilosa ou arenosa para garantir uma drenagem adequada. Uma boa opção é usar um substrato composto por duas unidades de terra de boa qualidade para uma porção de turfa, misturado com 10% de areia. Posteriormente, preencha o receptáculo com o substrato até que as raízes fiquem totalmente cobertas e acrescente um pouco de palha e folhas secas na superfície. Se após alguns dias as mudas se apresentarem murchas, não se preocupe, é uma resposta normal ao processo de transplantação. Basta que aplique uma boa rega que, após alguns dias, elas estarão recuperadas.

Hortas

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COMO CUIDAR? Quando transplantar, garanta uma boa rega, mas sem enchar as plantas, para evitar o apodrecimento das raízes. Vá regando sempre que verificar que a terra está bastante seca. Em hortas verticais, os problemas devido a excesso de água são mais frequentes do que por falta desta. Regue sempre ao final da tarde, e nos dias mais quentes é possível que seja necessário regar duas vezes; uma de manhã, nas horas de menor calor, e outra ao fim da tarde. Tal como em um jardim normal, assegure-se que o solo da sua horta vertical mantém, ao longo do tempo, matériaorgânica suficiente.

Vá complementando, mensalmente, com um pouco de adubo orgânico. Você pode preparar o seu próprio adubo orgânico, fazendo uma compostagem simples com restos de alimentos e folhas. No caso de detectar algum ataque por pragas, evite usar inseticidas químicos. Lagartas, pulgões e cochonilhas podem ser eliminados com sabão potássico e óleo de verão. Uma boa solução é cultivar o manjericão, já que a planta tem a vantagem de proteger suas vizinhas contra insetos, dado o efeito repelente de suas folhas. Para combater fungos, deixe alguns saquinhos de chá de camomila de molho num litro de água durante três dias, coe e pulverize a mistura sobre as plantas a cada três dias.

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Saúde

A

gora é o momento de tornar-se decorador! Imagine-se um verdadeiro chef ao ter uma horta na sua própria cozinha, dispondo do que precisa para dar asas aos seus dotes culinários. Você pode colher legumes, temperos e até alguns frutos diretamente da sua “parede comestível”, com o orgulho e a segurança de saber que foram produzidos por você de forma natural e livre de químicos. Sem esquecer o ambiente perfumado e fresco que invadirá a sua cozinha!

Tenha em mente que se a horta for localizada no interior da casa, você deverá ter especial atenção às gotas de água drenadas das plantas que crescem nos planos superiores após a rega, devendo para isso encontrar uma estratégia de decoração que evite molhar o chão. Porque não colocar um vaso largo embaixo da horta vertical onde você poderá cultivar algumas alfaces, que são de fácil manutenção e apreciam um solo húmido? Fora ou dentro de casa, o que importa é que você irá usufruir do sabor e do frescor de legumes e temperos recém-colhidos. Atreva-se a ter uma parede comestível e seja o escultor da sua própria alimentação!

Hortas

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cotidiano


Food Trucks S

e o raio gourmetizador já atingiu os restaurantes sua cidade, é bem pos‑ sível que a moda dos food trucks também tenha chegado junto. Coloridos e modernos, os veículos (que são móveis, mas que geral‑ mente ficam permanentemente estacionados num lugar só) oferecem ao consumidor comidas bem variadas: hambúrgueres, massas, coxinhas, brigadeiros, tapiocas, vinhos, wraps, comidas regionais típicas e outras especialidades gastronômicas. Quem vê até pensa que essa moda surgiu agora, com essa história de chefs de cozinha virarem es‑ trelas de reality shows e a alta culinária fi‑ car mais acessível.

Mas o conceito do food truck veio bem antes da primeira temporada de MasterChef na TV. “Claro, ué! Lá na minha rua tem um carrinho de cachorro quente estacionado há 30 anos, bem antes da moda gourmet”. É verdade. Mas a gente garante que a história do primeiro food truck também apareceu antes do seu hamburgão de esquina favorito. Em 1872, o americano Walter Scott vendia tortas, sanduíches e cafés em uma carroça. Seus c l ientes eram os traba l hadores de jornais de Providence, no estado de Rhode Island, Estados Unidos. O modelo foi muito

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copiado e se espalhou para outras regiões dos EUA. No final da década seguinte, um sujeito chamado Thomas H. Buckley começou a fabricar carroças preparadas especialmente para servir comidas, com ímãs, refrigeradores e até fogões acoplados. Os modelos eram muito coloridos e chamativos. Após a Segunda Guerra Mundial, caminhões de comida móveis alimentavam os trabalhadores dos subúrbios nos EUA, regiões que tinham poucos restaurantes e uma população cada vez maior. Nessa época, os food trucks eram sinônimo de comida barata, sem muita preocupação com a qualidade. E foi mais ou menos assim durante todo o século 20. Até que veio a crise de 2008, que derrubou a economia americana e levou junto muitos restaurantes tradicionais.

Quando os EUA começaram a se recuperar alguns empreendedores tiveram a ideia de levar comida de qualidade pra rua investindo pouco. Outra vantagem dos carrinhos e trailers era a possibilidade de mudar de lugar de acordo com a demanda da população. Pronto, estava aí a solução. Essa coisa meio amadora, dos carrinhos de comida, foi incorporada ao conceito e os donos de food trucks resolveram incrementar o cardápio, com itens gourmet. A moda chegou ao Brasil em 2012, quando os primeiros food trucksgourmet surgiram em São Paulo. Agora, os parques de food truck já fazem parte do roteiro turístico das grandes cidades brasileiras e da paisagem urbana. Cada um com seu tema, eles tomaram conta do Brasil. Deu tão certo que a moda gourmet fez surgir uma outra tendência da alta gastronomia acessível: a das paletas mexicanas, que não existem no México.

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Cotidiano

Drinks da BLACK RUSSIAN (BÉLGICA)

Temporada

Eis um dos primeiros coquetéis feitos com café – e se você for um dia à Bélgica, vai acabar experimentando. Porém, se a grana para a passagem ainda não está em sua conta bancária, traga a Bélgica até você. Modo de preparo: misture 50 ml de vodca, 30 ml de licor Kaulua e dois cubinhos de gelo. O segredo é esperar um pouco o gelo começar a derreter BLUE HAWAIIAN (HAVAÍ) O bartender havaiano Harr y Yee criou um coquetel para representar o paraíso que é o Havaí e, pelo jeito, a ideia deu certo. A mistura leva Blue Curaçao e um pouco de rum. Para fazer em casa, coloque cubos de gelo em uma coqueteleira, adicione 30 ml de rum branco, 30 ml de Blue Curaçao, 30 ml de Malibu e 10 ml de suco de abacaxi. Saúde!

SAQUÊ DE ABACAXI (JAPÃO) Você já sabe que japoneses gostam de beber saquê, mas sabia que eles curtem adicionar abacaxi à bebida? Pois é. Vamos à receita: adicione 90 ml de suco de abacaxi em uma coqueteleira, coloque também 60 ml de saquê, 30 ml de rum claro e um pouco gelo. Depois de juntar tudo, coe a mistura e adicione um pouco de refrigerante, se quiser. PLANTER’S PUNCH (JAMAICA) A criação teve a ideia de celebrar a abertura da fábrica que produz o rum Myers e, desde 1879, sua receita faz sucesso no mundo todo. Para fazer o drink em casa, adicione gelo picado em um copo, 60 ml de rum escuro, 30 ml de suco de limão e 10 ml de xarope “Grenadine”. Por nada.

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SanduĂ­ches com ingredientes nobres para encher o prato sem culpa

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Cotidiano

Tomate

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O

hambúrguer é, sem dúvida, o mais popular dos sanduíches, porém nem mesmo as lanchonetes e restaurantes especializados muitas vezes parecem fazê-lo com o merecido esmero. Quem nunca recebeu aquele e-mail em que os alimentos aparecem nos anúncios e depois como eles são na realidade quando servidos, no melhor estilo fastfood? Vai dizer que você não se sentiu enganado? Pois é, com a popularização e a concorrência, o hambúrguer foi ficando cada vez mais um “mata-fome” do que uma “comida de verdade”. Apenas algumas redes mantiveram o padrão old-fashioned, ou hambúrguer à moda antiga como é conhecido. É o caso da Wendy’s nos Estados Unidos. Mas, o cenário parece estar mudando. O hambúrguer agora tem sido tratado como prato principal por alguns chefs ao redor do mundo. A onda gourmet da volta aos clássicos, num legítimo revival, dá ao hambúrguer o refinamento com os mais nobres ingredientes. Exemplo disto são os hambúrgueres feitos com carne de gado do tipo de Kobe. Porém a verdadeira carne de Kobe não é comercializada fora do Japão, exceto em Macau e Hong-Kong e podem chegar a custar dezenas de vezes mais do que um hambúrguer comum. Por enquanto, o resto do mundo aprecia a carne do tipo Angus. Ingredientes nobres e chefs do mesmo quilate proporcionam receitas sofisticadas que agradam a paladares exigentes. A imaginação é o limite entre dois pães.

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Cotidiano

Confira! Cowboy B urger

da

Applebee ’ s

Hambúrguer de 200g, queijo Jack-cheddar e bacon, servido com alface, cebola roxa, tomate, picles, crispy onion e molho southern BBQ em um pão levemente tostado. Hamburguer

do

9

as

9

Hambúrguer de fraldinha ao ponto com queijo gorgonzola e cogumelos shitake e shimeji passados no azeite. Acompanha batatas fritas rústicas, cortadas em fatias grossas e bem crocantes. O molho é feito de pimenta-verde e pimenta-vermelha bem picadas, chutney de tomate, gengibre e alho.

H3 M editerraneo Suculento hamburguer com rúcula, tomate seco, parmesão, azeite extravirgem e limão siciliano. Acompanha arroz, salada ou batatas fritas. B urger M exican

do

Joe & Leo ’ s

No pão de milho, 150 gramas de hambúrguer de filé mignon, queijo cheddar, broto de alface, tomate levemente picante, cebolas fininhas crocantes e douradas.

H3 French 200 gramas de hambúrguer suculento, foies grãs fresco, cebola confitada e redução de vinho do porto. Acompanha arroz thai, salada ou batatas frita

Tomate

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Vermelho

Tomate

Vinho


Cotidiano

P

oucos vegetais são tão imediatamente associados à culinária italiana quanto o tomate. Essa ligação é tão forte que remontar à origem dessa fruta nas Américas parece um exercício de imaginação. No entanto, foi por aqui que o ela surgiu. Na verdade, um pouco mais ao norte, no Peru ou no México (não vale a pena entrarmos nessa disputa), onde era amplamente consumida pelos povos pré‑colombianos. Mas o mais curioso é que, mesmo após chegar à Europa no século XVI, o tomate permaneceu anos como planta ornamental e com o temor que se tratasse de vegetal venenoso, visto que suas folhas contêm toxinas. Hoje sabemos que trata‑se exatamente do oposto. Um estudo conduzido por professores da Harvard School of Public Health demonstrou que o consumo frequente de tomate ou licopeno, um antioxidante presente em seu molho, reduz a incidência de câncer de próstata. A primeira referência gastronômica feita ao tomate data de 1692 na obra Lo Scalco ala Moderna, de Antoni Latini, na qual se faz referência à uma receita com – além do tomate, claro – salsinha, cebola, alho, sal, pimenta, azeite e vinagre – que o autor denomina de molho de tomate de estilo espanhol. Estava lançada ali a base para o mais que tradicional molho de tomate italiano.

Historia

O

tomate só viria a ser produzido e consumido em escala na Itália, França e Espanha no século XIX, mas, desde os anos 1700, a partir do sul da Itália, foi se irradiando por toda a Europa. Talvez por ser o “caçula” dos grandes molhos, o de tomate não possuiu tantos derivados como o demi‑glace, o bechamel ou o velouté. Ainda assim, não é difícil encontrarmos um segredo diferente em cada receita. O fundamental é que o molho tenha um sabor rico e intenso de tomates, não tenha nenhum traço de amargor ou de doçura e que a acidez esteja perfeitamente controlada. A consistência precisa ser uniforme e ele deve ser grosso o suficiente para deixar suja a parte de trás da colher e fino o bastante para que seja facilmente servido.

Tomate

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Harmonia

M

olho pronto, com que vinho vamos harmonizá-lo? Como praticamente toda resposta no mundo da harmonização, essa começa da mesma forma: depende.

Apesar disso, temos uma característica clara para nos guiar: a acidez. E para acidez há uma regra: “Acidez com acidez se combate”. Portanto, pratos ácidos pedem vinhos com mais acidez e o inverso também é verdadeiro. Caso contrário, se o vinho não tiver o nível suficiente de acidez para enfrentar a acidez do

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prato, ele simplesmente desvanecerá, perderá força, encanto e uma bebida que poderia ser muito boa em outra ocasião.

Limitamos, assim, nosso escopo a vinhos com boa acidez. Mas brancos ou tintos? Ambos. Mais do que isso, podemos acrescentar rosés.

O vinho branco combina, também, com saladas. Pode-se iniciar com vinho branco para acompanhar a salada e o tinto para combinar com a massa, caso o molho seja vermelho, por exemplo. Ou então, optar pelo vinho espumante, que combina com qualquer prato. “O espumante, conhecido como champagne, é uma espécie de curinga, pois combina com tudo, desde uma salada até um prato quente mais encorpado”.


Cotidiano

Chianti

C

hianti e molho de tomate é um casamento de longa data e jamais se separarão. São muitas suas afinidades. Embora seja um casamento aberto em que ambas as partes flertam com outros parceiros, o que a mesa uniu, ninguém separa. A primeira afinidade entre os dois, obviamente, é a acidez. A segunda característica que faz do Chianti um excelente parceiro para boa parte dos pratos de massa é o fato de ser um vinho de corpo médio. Como a acidez do molho de tomate tende a cortar a gordura da carne da costela, não há necessidade de um vinho com muito corpo para se equilibrar com o prato. Pela mesma razão, não há necessidade de um vinho com taninos muito pronunciados, no que mais uma vez o Chianti se enquadra. Há, finalmente, a afinidade de origem, o que é quase sempre um selo de garantia. Portanto, na dúvida, peça um Chianti. Um outro vinho de características semelhantes – e que, para muitos, supera o Chianti quando o assunto é harmonização com molho de tomate – é o menos reputado Barbera. Trata-se de um vinho com um nível de acidez natural elevado (mesmo com o fruto colhido totalmente maduro), baixo nível de taninos, porém com mais corpo se comparado ao Chianti. Um bom teste é colocar uma garrafa de cada um deles e avaliar sua preferência. Como pudemos ver, o molho de tomate foi capaz de harmonizar-se desde o levíssimo Vinho Verde até o encorpado Barolo. Dentro desse espectro, há uma infinidade de outras variedades esperando para serem testadas e aprovadas, cabe a você essa tarefa.

Vivino

Vivino, uma rede social para aqueles apaixonados por vinhos

Tomate

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hist贸rias


Histórias

St Patrick’s

Day

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t Patrick’s Day, em português Dia de São Patrício, é uma celebração irlandesa que conquistou o mundo e cada vez mais ganha participantes. Para entendermos melhor qual o motivo de tanto sucesso e aprender mais sobre a cultura da Irlanda preparamos essa matéria. HISTÓRIA Pouco se sabe da vida de São Patrício, apesar de ser notório seu nascimento na Inglaterra Romana no século IV, em uma rica família romano‑bretã. Seu pai e avô foram diáconos na Igreja. Aos dezesseis anos, ele foi sequestrado por piratas irlandeses e levado para a Irlanda como um escravo. De acordo com sua confissão, Deus disse‑lhe,

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em sonhos, para fugir de seu cativeiro para o litoral, onde ele iria embarcar em um navio e retornar a Bretanha.

Em 432, alegou ter recebido um chamado para regressar a Irlanda, porém como bispo, para a evangelização dos irlandeses. O folclore irlandês alega que um de seus métodos de evangelização incluía o uso de um trevo de três folhas para explicar a doutrina da Santíssima Trindade para os irlandeses. Depois de quase trinta anos de evangelização, Patrício faleceu no dia 17 de março de 461, e, de acordo com a tradição, foi enterrado em Downpatrick. Como era costumeiro na época canonizações eram feitas em nível regional logo após a morte de alguma entidade que fosse considerada divina pela diocese. Apesar disso a fama de São Patrício atingiu níveis mundiais. A Data 17 de março da popularmente conhecida como Dia de São Patrício, é acreditada ser sua data de morte e é a data celebrada como seu dia de banquete. A data se tornou um dia de festa na igreja católica e é normalmente medida pela autoridade da Igreja. As pessoas vestem‑se de trajes verdes, saindo as ruas em uma longa caminhada festiva. Hoje, Dia de São Patrício é provavelmente o mais amplamente comemorado dia de santos no mundo. A celebração tornou‑se feriado a partir de 1903 na Irlanda, e com o passar dos anos foi ganhando proporções maiores. A primeira manifestação Pública ocorreu em Dublin, em 1931. A notoriedade chamou atenção de outros países, principalmente no estados Unidos onde grande parte da Costa Leste foi colonizada por Irlandeses.

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Histórias A Importância dos Pubs Além da Igreja, quem propulciona este Feriado são os pubs. Os famosos pubs Irlandeses conquistaram o mundo espalhando a cultura do país. Muitos creditam esse reconhecimento pelo ambiente, outros pelas bebidas e outros pelo conjunto dos anteriores. Pub, em inglês, é uma abreviação de Public House (Casa Pública). A princípio pubs funcionavam como mercearias e vendiam condimentos, ferramentas, e outros recursos além de prover um lugar para o consumo de álcool. Até 1960 boa parte dos pubs operava dessa forma, porém com a vinda de lojas em cadeia os estabelecimentos passaram a focar suas atividades na venda de álcool. Naquela época não era costumeiro dos Pubs venderem comida, porém com o passar dos anos os locais começaram a se tornar mais acessíveis as pessoas o que aumentou o o fluxo e convívio de mais clientes. Fora isso, um estímulo publicitário para capturar o turismo de comidas fez com que pubs se adaptassem a esses padrões. Assim gerou-se uma demanda para outros serviços nos pubs que vieram a torná-los os locais de encontros e descontração pelo qual são famosos hoje. Essa fama fez com que os pubs irlandeses se espalhassem pelo mundo. Além disso os irlandeses se tornaram reconhecidos pelo álcool produzido em suas terras, com destaque para o whiskey e a cerveja tipo Stout. Com essa dispersão dos pubs pelo mundo a cultura, tradição e costumes irlandeses passaram a ser divulgados com muita intensidade. Sendo um desses costumes St Patick’s Day.

St. Patrick’s Day

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Costumes e Reconhecimento Irlândes Com essa notoriedade St Patrick’s day passou a ser celebrado em todos os cantos do mundo. Sendo feriado em alguns países fora da Irlanda, como Reino Unido, Canadá e em algums estados Americanos. Dessa forma tornou-se comum a prática dos hábitos irlandeses durante a celebração. Hoje mais do que um feriado religioso, o dia de São Patrício é uma festa da cultura irlandesa. Um dos costumes do Feriado é a utilização do verde. É comum que várias pessoas vistam a cor devido à sua associação com a Irlanda, por ter sido utilizada por vários movimentos que marcaram a história do país.

Além disso o trevo de três folhas é muito presente, como dito antes foi muito utilizado por Patrício quando pregava o evangelho, também existem indícios de que a flor era considerada sagrada pelos irlandeses pagãos. Os pubs são muito frequentados no dia de São Patrício e é costumeiro dos estabelecimentos oferecer bebidas com a coloração verde em vista da celebração. Os mais famosos são o chopp e a cerveja verde. St Patrick’s Day na Pedra Branca A celebração já ocorreu duas vezes no Passeio Pedra Branca. A última edição contou com várias atrações. O evento foi animado pelas bancas locais: Road to Erin (Irish music) ao som de violino, banda Lucas Casanova Trio (rock and roll) e Sonido Clube (pop rock). Outra atração que agitou os visitantes foi a Barcicleta móvel, uma espécie de bar e bici-


Histórias

cleta, com 12 lugares, uma torre de chope e que, através da força motriz das pedaladas, movimenta o veículo. Cinco barracas serviram opções de pratos gourmet, além de outros salgados e doces variados. Durante a festa a Associação dos Cervejeiros Artesanais (ACERVA) apresentou aos interessados como funciona a produção de chope artesanal. As 26 operações/lojas do passeio funcionaram normalmente durante o evento, o que proporcionou ainda mais variedades gastronômicas, além de serviço e lazer. A festa foi uma organização do The Liffey Brew Pub em parceria com a Pedra Branca Cidade Criativa.

St. Patrick’s Day

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Manga com Leite M

anga com leite só faz mal se o leite estiver azedo e a manda passada. Mas, daonde surgiu a ideia de que a combinação desses dois elementos fazem mal? Estudiosos afirmam que tabus alimentares têm raízes em tradições religiosas ou culturais. Excessos da gula só poderiam ser controlados pela difusão dessas crenças, mas hoje especialistas afirmam que, na maioria das vezes, renunciamos aos pequenos prazeres da mesa sem nenhum fundamento científico. Cultivada inicialmente pelos portugueses, através do trabalho dos escravos, esta fruta maravilhosa, a manga, não poderia deixar de originar lendas. Algumas se mantém até hoje em certas regiões. As gerações mais velhas, com certeza, ainda conhecem o dito popular. “A manga de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite, mata”. Essa história foi criada com a intenção de preservar a manga da fome dos escravos, pois alegavam que era fruta nobre, que deveria ser saboreada apenas pelos

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Histórias

Senhores. Como durante o dia os escravos estavam trabalhando e não tinham tempo de roubá‑la diziam que pela manhã e à tarde era boa, mas à noite, quando eles podiam pegá‑las às escondidas, fazia mal.

A folclórica combinação leite e manga nasceu com a mesma finalidade. O Leite, naquela época, havia em fartura nas fazendas e geralmente era distribuído aos escravos à noite. Nada melhor que amedrontá‑los com a possibilidade de morrerem com a mistura dos dois para dissuadi‑los a não se apoderarem dos frutos na única hora em que podiam fazê‑lo. Até hoje a força da crendice se manifesta, e há pessoas que evitam ingeri‑las à noite, com medo de difícil digestão. São raros os que não dão bem com a manga e, no caso dos que abusam na quantidade, o povo recomenda que se beba três goles de água depois de comê‑las.

Quanto à mistura com leite, a crença poderia ter‑se extinguido à época da abolição ou quando as mangueiras começaram a se propagar pelo Brasil. No entanto muita gente ainda, acredita e segue à risca esses mitos do passado. Na verdade, antes de fazer mal, a combinação manga e leite faz é muito bem para a saúde, representando uma dupla altamente nutritiva.

Mitos

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entrete


nimento


PRATOS FICTÍCIOS C

omida e literatura têm uma longa e árdua relação e esta foi representada de forma vívida e encantadora em “Fictitious Dishes: An Album of Literature’s Most Memorable Meals”. Projeto da escritora e designer Dinah Fried, que cozinha, fotografa e é diretora artística das refeições de quase dois séculos de obras famosas, cada fotografia é acompanhada da passagem na qual a receita apareceu, assim como de rápidas curiosidades sobre o respectivo autor, obra ou comida.

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No Caminho de Swann, por Marcel Proust: “Muitos anos fazia que, de Combray, tudo quanto não fosse o teatro e o drama do meu deitar não mais existia para mim, quando, por um dia inverno, ao voltar para casa, vendo minha mãe que eu tinha frio, ofereceu-me chá, coisa que era contra os meus hábitos. A princípio recusei, mas, não sei por quê, terminei aceitando. Ela mandou buscar um desses bolinhos pequenos e cheios chamados madalenas e que parecem moldados com aquele triste dia e a perspectiva de mais um dia tão sombrio como o primeiro, levei aos lábios uma colherada de chá onde deixara amolecer um pedaço de madalena.”

Comida e Arte

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M

uitas foram as adaptações para outras mídias de fontes literárias, incluindo cinema, teatro e artes plásticas. E o interessante nessas obras é que elas tentam representar em imagens aquilo que foi expresso pelas palavras do autor do livro. Afinal de contas, quem nunca ficou ansioso para assistir àquele filme adaptado do seu livro favorito? Talvez essa tenha sido a mesma ansiedade que moveu a designer e fotógrafa americana Dinah Fried a produzir o livro Fictitious Dishes: An Album of Literature’s Most Memorable Meals No livro, ela montou e fotografou o que alguns personagens famosos estariam comendo e bebendo nos clássicos da literatura, de forma dinâmica e, em alguns casos, cômica. Medo e delírio em Las Vegas, de Hunter S. Thompson: “’Vocês malditos branquelos são todos iguais.’ Nessa época ele tinha aberto uma nova garrafa de tequila e foi tomando tudo. (...) Ele cortou a toranja em quartos... Então em oitavos... Então dezesseis... Em seguida, ele começou a cortar a esmo até não sobrar quase nada.”

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Entretenimento

A Redoma de Vidro, de Sylvia Plath: ““Então eu fui no abacate e salada com caranguejo. Abacate é a minha fruta preferida. Todo domingo, meu avô costumava me trazer um abacate escondido no fundo de sua pasta com pelo menos seis camisas sujas e os quadrinhos de domingo. Ele me ensinou como comer abacate derretendo geleia de uva e molho francês numa frigideira, preenchendo o oco da fruta com o molho. Eu sentia tanta saudade daquele molho. Perto dele, a carne de caranguejo parecia sem gosto.”

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A Menina que Brincava com Fogo, de Stieg Larsson (Trilogia Millennium) “Ela improvisou ataduras e cobriu o ferimento com uma compressa improvisada. Em seguida, serviu o café e entregou-lhe um sanduíche. “Eu realmente não estou com fome”, disse ele. ‘Eu não dou a mínima se você não está com fome. Basta comer’, Salander ordenou, dando uma mordida grande em seu próprio sanduíche de queijo.

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Entretenimento

O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald “Em mesas de buffet, decoradas com reluznetes horsd’oeuvre,presuntoscozidostemperadosdisputam com saladas ornadas com alecrim e porcos e perus enfeitiçadas em um dourado escuro.”

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motivos para dizer sim ao

happy hour C

hega o fim do expediente e, para compensar um dia estressante no escritório, seus colegas de trabalho decidem convocar um happy hour. Vale a pena aderir? Para muitas pessoas, o tradicional encontro depois do trabalho parece perda de tempo. Não é. Pelo menos é o que sugere Carlos Felicissimo, diretor geral da consultoria 4hunter. Segundo ele, o happy hour tem valor porque anda difícil construir relações profundas com outras pessoas na maioria dos ambientes de trabalho, sobretudo os que exigem um comportamento mais formal. “O mundo corporativo anda muito verticalizado, então há pouco espaço para conhecer os colegas na rotina”, diz ele. Embora não seja a única forma de fazer isso, o happy hour pode ser uma ótima opor t unidade pa ra pratica r networking, melhorar suas relações com a equipe e, de quebra, respirar um pouco. Ainda está em dúvida se deve participar? Veja, a seguir, quatro pontos para ter em mente quando chegar o próximo convite:

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Entretenimento

A

ocasião é perfeita para fazer networking

Além de aprofundar sua relação com seus colegas diretos, o happy hour também permite que você amplie seus contatos de forma geral, incluindo pessoas de outros departamentos ou até empresas. Como qualquer outro encontro casual, o happy hour estabelece vínculos subjetivos que podem beneficiar a sua carreira a longo prazo.

De volta ao escritório, o trabalho renderá mais

As amizades criadas na mesa do bar terão reflexos positivos sobre o dia a dia profissional. Isso porque, segundo Felicissimo, colegas que se conhecem além do escritório tendem a estabelecer uma parceria mais sólida no escritório. A confiança e a cumplicidade facilitam negociações e criam um clima geral de colaboração. “A verdade é que as relações pessoais é que mandam no mundo”, diz ele.

Você

pode conhecer melhor seus colegas

Segundo Carlos Felicissimo, o clima informal do happy hour permite conhecer mais intimamente as pessoas. “Muitas vezes surgem conversas que revelam coincidências e afinidades inesperadas”, afirma. Você pode descobrir, por exemplo, que você e o seu colega moraram na mesma cidadezinha na adolescência, ou que vocês gostam das mesmas séries de TV. “Perceber o que vocês têm em comum ajuda a criar laços genuínos”, diz o especialista.

É preciso relaxar Esfriar a cabeça de vez em quando é essencial para ter mais produtividade, melhorar os relacionamentos profissionais - e até sair ganhando em qualidade de vida. Os momentos para aliviar o estresse, entretanto, não precisam ser restritos à mesa de bar. “Os profissionais precisam de pequenos happy hours diários, uma pausa para sair ao ar livre, contar uma história engraçada, tomar um café”, diz Carlos Felicissimo. “Essas descontrações não podem acontecer só na sexta-feira à noite”.

Happy Hour

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