História e Estrutura da Internet

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Hist贸rico e Estrutura da

iNTERNET


Introdução Quanto tempo você consegue ficar sem internet? Para quem está acostumado a acessá-la diariamente, é difícil imaginar um longo período de tempo sem bate-papos, sites de notícias ou jogos em rede. Mas pare para refletir por um instante: desde a invenção dos computadores, passaram-se décadas sem esses recursos tão simples e essenciais dos quais desfrutamos atualmente. Essa complexa rede foi evoluindo a partir de diferentes necessidades, como a comunicação instantânea e até o medo da guerra. Foram avanços inicialmente simples e isolados, que foram combinados para melhorar a qualidade e quantidade de dados transmitidos até chegar ao eficiente sistema de conexões que utilizamos hoje. INAP Comunicação Visual Projeto em Mídia Eletrônica Professor: Roberto Caio Aluna: Juliana Colem Julho/2013


COMO SURGIU A INTERNET

A INTERNET NO BRASIL

TIPOS DE SITE

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27 TERMOS USADOS NA INTERNET

DARK NET

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COMO SURGIU A INTERNET


A História da Internet Como e Quando Surgiu a Internet? Pré-1960

Por séculos, a troca de informações acontecia de pessoa a pessoa ou por documentos em papel. Um grande aliado nessa comunicação foi a criação do telégrafo, um sistema de transmissão de mensagens através de dois pontos graças a ondas de rádio ou fios elétricos. A primeira mensagem foi transmitida pelo aparelho em 1844, entre as cidades norte-americanas de Baltimore e Washington.

5 A partir dele, o tempo gasto entre a comunicação tornou-se muito menor, mas ainda apresentava falhas. Para a época, entretanto, já era mais do que o suficiente para conectar diferentes regiões. Outra criação indiretamente relacionada com a rede é a do sistema binário. A codificação de letras do alfabeto em sequências de dígitos binários foi devidamente aperfeiçoada pelo filósofo inglês Francis Bacon, em 1605. Segundo ele, qualquer objeto poderia sofrer codificações. Cerca de meio século depois, o filósofo alemão Gottfried Leibniz criou o sistema binário como o conhecemos hoje, a partir de numerais. Mas o que isso tem a ver com a rede? É a partir de códigos construídos por esse sistema binário (padronizado com os numerais 0 e 1) que os computadores realizam o processamento de dados, sendo que cada bit corresponde a um dígito dessas sequências. Sem eles, não seria possível nem sequer realizar a leitura dessas informações. Além disso, não se pode falar do início da internet sem abordar o primeiro computador digital eletrônico, criado em 1946 por cientistas norte-americanos. O ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Computer) era uma imensa máquina de realizar cálculos (pesava 30 toneladas e ocupava 180 m²) e pouco tinha de armazenador ou transmissor de dados, funções posteriormente adquiridas pelo computador.


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O ENIAC. (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)


A História da Internet A Década de 1960 Melhoras na Transmissão Em 1961, a transmissão de dados ganhou um poderoso conceito: pesquisadores como Vinton Cerf e Robert Kahn iniciam o planejamento do sistema de pacotes, que consiste em repassar dados através da quebra da mensagem em vários blocos, enviados juntamente com as informações necessárias para utilizá-los em conjunto novamente.

7 Além de aumentar a velocidade da conexão, o sistema torna possível utilizar um mesmo canal para mensagens com destinos diferentes, algo impossível quando os canais eram circuitos reservados. O sucesso da empreitada é comprovado pela utilização desse modo de transmissão até os dias de hoje. Outro registro importante é a instalação dos nós, os pontos de intersecção de informações, que servem como uma ponte entre máquinas que se comunicam entre si. A partir desses pontos de segurança, a informação não corria riscos de se perder durante o trajeto por falhas no sinal, por exemplo. O primeiro nó foi instalado na Universidade de Los Angeles, em agosto de 1969.

Vinton Cerf e Robert Kahn


8 Desse modo, qualquer triunfo era visto como um passo à frente na disputa pela dominação mundial. A União Soviética, por exemplo, saiu na frente na corrida espacial: lançou em 1957 o primeiro satélite artificial, o Sputnik. Quatro anos depois, Yuri Gagarin era o primeiro ser humano a fazer uma viagem espacial. Os Estados Unidos buscaram outra estratégia, principalmente através da ARPA (Advanced Research Project Agency, ou Agência de Pesquisas em Projetos Avançados, em tradução literal), um órgão científico e militar criado em 1957 que cuidava dos avanços tecnológicos da potência ocidental e, posteriormente, da primeira rede.

Filha da Guerra A década de 1960 foi um dos períodos mais conturbados da História. A tensão criada pela Guerra Fria, o conflito ideológico entre Estados Unidos e União Soviética, atingia seu ápice. Nenhum confronto bélico entre ambos ocorreu de verdade, entretanto, a maior arma era provocar medo no inimigo.

Um dos pioneiros do conceito hoje conhecido por internet foi J.C.R. Licklider, do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT). Foi ele o responsável, em 1962, por difundir a ideia da “rede galáctica”, um conceito ainda abstrato de um sistema que concentraria todos os computadores do planeta em uma única forma de compartilhamento. Com o passar dos anos, essa ambiciosa ideia começou a tomar forma.


A História da Internet

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A Rede da ARPA É aí que o medo entra novamente na história: temendo um combate em seu território que acabasse com a comunicação e com todo o trabalho desenvolvido até então, cientistas norte-americanos colocam o plano de Licklider em prática com a ARPANET, uma rede de armazenamento de dados que inicialmente conectou algumas universidades e centros de pesquisa: as sedes da Universidade da Califórnia em Los Angeles e Santa Barbara; o Instituto de Pesquisa de Stanford e a Universidade de Utah.

O Início da ARPANET Desse modo, tudo ficaria armazenado virtualmente, sem correr o risco de sofrer danos materiais. Além disso, pouco tempo seria perdido na troca de dados. Em outubro de 1969, a ARPANET teve seu primeiro sucesso ao transmitir uma mensagem através de sua rede, da Universidade de Los Angeles até o instituto em Stanford, em uma distância de quase 650 quilômetros. Ao mesmo tempo, entretanto, essa tentativa resultou em fracasso: o conteúdo transmitido – a palavra “login” – chegou incompleto ao receptor, pois o sistema caiu antes da recepção da terceira letra do termo enviado.

(Fonte da imagem: ARPANET Maps)

Início da ARPANET Desse modo, tudo ficaria armazenado virtualmente, sem correr o risco de sofrer danos materiais. Além disso, pouco tempo seria perdido na troca de dados. Em outubro de 1969, a ARPANET teve seu primeiro sucesso ao transmitir uma mensagem através de sua rede, da Universidade de Los Angeles até o instituto em Stanford, em uma distância de quase 650 quilômetros. Ao mesmo tempo, entretanto, essa tentativa resultou em fracasso: o conteúdo transmitido – a palavra “login” – chegou incompleto ao receptor, pois o sistema caiu antes da recepção da terceira letra do termo enviado.


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A Década de 1970 Se a década de 1960 serviu para estabilizar as bases da internet, os dez anos seguintes foram para a criação de conceitos básicos da rede.

invadia a máquina apenas para apresentar a mensagem “I’m the creeper, catch me if you can!” (“Eu sou assustador, pegue-me se for capaz!”, em tradução livre). No início da informática, a ideia do vírus era apenas quebrar o sistema de segurança de uma máquina para irritar o usuário e consagrar o programador capaz de criar o invasor.

A Década dos Primeiros O primeiro invento que vale ser destacado é o da própria palavra que dá nome à rede. Em meados de 1971, Vinton Cerf e sua equipe de cientistas (reconhecidos como “os pais da internet”) tentavam conectar três redes diferentes em um processo descrito em inglês como interneting. O termo foi abreviado e, aos poucos, imortalizado como sinônimo de toda a rede. Além disso, surgiram também os emoticons, uma forma de facilitar a expressão de sentimentos nas mensagens virtuais. Em 1979, Kevin MacKenzie utilizou um símbolo para descrever uma ironia em uma mensagem, dando início a uma vasta lista de rostos criados por acentos e outras formas. Já os famosos :-) e :-( surgiram apenas em 1982, em um email do cientista Scott Fahlman. Mas nem tudo foi benéfico. Em 1971, Bob Thomas criou o que seria uma das maiores dores de cabeça dos usuários de computadores: o vírus. Batizado de The Creeper, a infecção

Outro item prejudicial foi o spam, o lixo eletrônico em forma de emails em massa ou de conteúdo duvidoso. Ainda sem esse nome, o ancestral dessa ocorrência a surgiu em 1979, com um convite da Digital Equipment Corporation (DEC) para o lançamento de um produto. A mensagem foi encaminhada para 393 funcionários da ARPA, sendo que vários endereços ainda ficaram de fora por falta de espaço.


A História da Internet

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Surge o Correio Eletrônico

Mudança de Protocolo

O engenheiro Ray Tomlinson começou a desenvolver o hoje indispensável email em 1971. A ARPANET já possuía alguns métodos de transmissão de mensagens entre o mesmo computador, mas faltava um sistema simples e que integrasse toda a ARPANET.

Entre todas as mudanças ocorridas na década de 1970, a que mais contribuiu para o amadurecimento da internet foi a criação do TCP/IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol), o protocolo padrão para transmissão de dados usado até hoje. Ele é dividido em camadas, cada uma com tarefas específicas, dependendo de sua proximidade com a rede ou o destinatário.

Para tornar isso possível, Tomlinson combinou um aplicativo de troca de mensagens chamado SNDMSG com um protocolo de transferência de arquivos, o CYPNET, possibilitando a transmissão em rede. Já o símbolo @ foi incorporado tempos depois com o mesmo objetivo que conhecemos hoje: separar o nome de usuário e seu servidor.

O IP é o responsável pelo endereçamento dos pacotes de dados para os demais protocolos. Já o TCP garante a continuidade do fluxo de informação, cuidando para que o processo ocorra sem problemas. O método desenvolvido por Vinton Cerf e sua equipe surgiu para substituir o Network Control Protocol (NCP), que já estava obsoleto na época e se limitava a controlar a comunicação entre os computadores na ARPANET, sem corrigir falhas no envio. Já com o TCP/IP, qualquer mensagem transmitida de forma errada é rapidamente reenviada. A oficialização dele como protocolo como único na ARPANET, entretanto, só ocorreu em 1983.


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Fora do Eixo Ainda nessa década, começou o compartilhamento da tecnologia providenciada pela ARPANET. Em 1973, foi realizada a primeira conexão entre dois continentes: a NORSAR (Norwegian Seismic Array) ligou-se à ARPANET. Pouco depois, a University College of London recebeu a integração. Além disso, o número de servidores nos Estados Unidos aumentou consideravelmente. Na imagem abaixo, é possível conferir todos os terminais da agência em 1977, bem diferente dos quatro pontos existentes quando a ARPANET começou suas atividades.

Outra criação interessante foi a Usenet, precursora dos fóruns de discussão e que iniciou o processo que tornou a internet interessante também para quem não estava interessado na área científica. Em 1979, Tom Truscott e Jim Ellis interligaram computadores em uma rede de compartilhamento de notícias e artigos divididos por grupos de interesse: se você gostasse de ficção científica, por exemplo, poderia receber apenas as novidades sobre tal tema.


A História da Internet A Década de 1980 A internet já estava bastante desenvolvida. Programadores expandiam as fronteiras da rede, criando novas funções para a revolucionária invenção que chegava ao alcance da população em geral.

13 Por seu potencial, entretanto, ela foi dividida em 1983 na recém-criada MILNET, que cuidaria apenas da parte bélica, enquanto o que restou da ARPANET seria utilizado a partir de interesses científicos.

A Invasão do Computador Pessoal O conceito de uma máquina individual e para uso casual ainda engatinhava na indústria. A ideia foi definitivamente reforçada com o lançamento do PC da IBM, em 1981. Seu estilo padrão foi copiado por inúmeras empresas ao longo dos anos, praticamente padronizando o formato e a composição dos computadores de mesa. A parceria com a Microsoft (que forneceu o sistema operacional para o PC) e a concorrência com a Apple (que possuía conceitos menos imitados) ditaram o ritmo de crescimento dessa nova geração de computadores.

Ascensão e Queda da ARPANET Com o passar dos anos, o número de nós e usuários da ARPANET foi crescendo e, com o enfraquecimento da tensão causada pela Guerra Fria, ela perdeu parte do caráter militar.

Esse segmento mais popular, que foi desativado em 1989,foi o que teve maior desenvolvimento, servindo de base para as inúmeras redes conectadas entre si que conhecemos hoje como internet.


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Oi, Quer Teclar?

O futuro estava próximo Na mudança de década, a internet já estava consolidada como uma das grandes forças da tecnologia. O futuro, entretanto, guardava ainda mais surpresas e novidades para esse serviço de rede. Em 1989, Tim Berners-Lee propôs oficialmente um ambicioso projeto de hipertextos para dinamizar a passagem de um texto a outro de forma mais rápida e dinâmica, em um sistema que ficou conhecido como World Wide Web – o WWW, que entrou em funcionamento na década seguinte.

No final de década de 1980, surge outra criação que não faz mais tanto sucesso, mas ajudou a originar, por exemplo, os famosos mensageiros instantâneos: as salas de bate-papo. Mais direta e informal que os emails e concentrando ao mesmo tempo vários usuários com os mesmo interesses, essa forma de comunicação teve sua revolução em 1988, com o desenvolvimento do IRC pelo finlandês Jarkko Oikarinen para transmitir notícias durante a Guerra do Golfo e em outros conflitos. Sigla para Internet Relay Chat, o IRC é uma rede de servidores que hospedam as várias salas de conversa. Através de comandos simples, era possível procurar listas específicas, trocar de apelido e interagir com outros usuários.


INTERNET NO BRASIL


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A Internet no Brasil

de pesquisa. Somente no ano de 1995 a internet deixou de ser privilégio das universidades e da iniciativa privada para se tornar de acesso público. Desde então o número de provedores que oferecem o serviço e número de usuários que utilizam este recurso aumentam a cada ano.

Primeiros Passos No ano de 1987, foi realizada uma reunião na Universidade de São Paulo, na qual estavam presentes representantes do governo e da Embratel, com o objetivo de criar uma rede que visava interligar a comunidade acadêmica e científica do Brasil com outros países com a finalidade de trocar informações. No Brasil, os primeiros embriões de rede surgiram em 1988 e ligavam universidades do Brasil a instituições nos Estados Unidos. No mesmo ano, o Ibase começou a testar o Alternex, o primeiro serviço brasileiro de Internet não-acadêmica e não-governamental. Inicialmente o AlterNex era restrito aos membros do Ibase e associados e só em 1992 foi aberto ao público. A internet no Brasil se desenvolveu junto ao meio acadêmico e científico, e no seu início, o acesso era restrito a professores e funcionários de universidades e instituições

Em 1988, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) conseguiu se conectar a Universidade de Maryland, acessando a Bitnet (Because It’s Time Network), uma rede que permitia a troca de mensagens. No mesmo ano, em São Paulo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) se conectou ao Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab) em Chicago, também por meio da Bitnet. Em 1989, a Universidade Federal do Rio de Janeiro também se conectou à Bitnet através de uma universidade americana, tornando-se a terceira instituição a ter acesso


A Internet no Brasil a essa tecnologia. Nesse ano, foi criada, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que durante a década de 1990 foi a responsável por fornecer acesso a internet a aproximadamente 600 instituições, ou seja, por volta de 65 mil usuários.

A Internet Brasileira na Década de 1990 No ano de 1991, o acesso a rede de informações, já denominada internet, já era utilizada também por órgãos do governo e instituições educacionais de pesquisa. Nessa época a internet era utilizada para transferências de arquivos, debates e acesso a base de dados nacionais e internacionais. Em 1992, ocorreu a implantação de uma rede que cobria grande parte do país. Inicialmente interligava onze estados, uma rede de equipamentos e linhas de comunicação que compunham o que se pode chamar de central da RNP. Nos anos seguintes seguiu o processo de divulgação dos benefícios da internet entre os estudantes e empresas privadas. Em 1994, alunos da USP criaram inúmeras páginas na Web, estima-se que mais da metade existentes no país haviam sido elaborados pelos mesmos. Somente em 1995, foi realizada a primeira transmissão a longa distância entre

17 os estados, realizada por São Paulo e Rio Grande do Sul, e finalmente neste mesmo ano foi liberada a operação comercial no Brasil, mas ainda assim sem alcançar grande desenvolvimento. No mesmo ano, foi criado o Comitê Gestor da Internet no Brasil, com a atribuição de coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados.

Fatos que Marcaram a História da Internet no Brasil ⇒1 989 - Delegação do Código de País de Domínio de topo (ccTLD) .br ao Brasil; ⇒ Aleksandar Mandic cria o Mandic BBS que se transformaria em 2001 na Mandic Internet S. A., uma das gigantes brasileiras; ⇒ 1995 - Criação do Comitê Gestor da Internet no Brasil(CGI.br); Site do Jornal do Brasil ⇒ 1996 - Gilberto Gil lança uma música pela internet. ⇒ Primeiros sites de empresas; sites do Biquini Cavadão e Barão Vermelho são os primeiros de música a entrar no ar. UOL entra no ar; fundação da MediaLab, uma das primeiras agências digitais do País ⇒ Nasce a 1º Rede de IRC (bate papo) Brasileira a Brasirc. com.br. ⇒ 1997 – Pela primeira vez o imposto de renda pode ser entregue pela internet; Site do jogador Ronaldo Fenômeno é produzido pela 10’Minutos


18 ⇒1 998 – Um brasileiro inventa o acesso a internet por ondas de rádio; Site do jogador Romário ⇒ O Brasil já possui mais de 1,8 milhões de usuários; ⇒ Um provedor de São Paulo lança o Zipmail, serviço de e-mail gratuito; ⇒O Tribunal Superior Eleitoral divulga em tempo real o resultados das eleições; ⇒1 999 – A UOL lança um software de conversação instantânea; ⇒ 2000 – A internet 2 de alto desempenho em desenvolvimento pelo governo; Globo.com e iG entram no ar ⇒2 001 – A Unicamp prepara-se para acessar a internet 2, que permite executar o download de arquivos em segundos; ⇒ 2003 - Fechado um acordo de colaboração entre América Latina e Estados Unidos, este acordo beneficiará pesquisadores e instituições, permitindo a conexão e a troca de tráfego entre as duas redes.

Ibase O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) trata-se de uma instituição autônoma que tinha como um dos seu objetivos levar informação à sociedade civil, incluindo o acesso a rede de computadores.

Pioneiros no assunto, na década de 1980, o Ibase ligou-se a uma instituição internacional a qual visava a troca de informações entre ONG’s por meio de correio eletrônico. Em 1989, o Ibase juntamente com o Institute for Global Communications, dos Estados Unidos e outras agências internacionais, colocaram em funcionamento o Alternex, que era um serviço de troca de mensagens e conferências eletrônicas, inovador no país.

Estatísticas, Dados e Projeções Atuais Sobre A Internet No Brasil Número de usuários Segundo o Ibope Media, somos 94,2 milhões de internautas tupiniquins (dezembro de 2012), sendo o Brasil o 5º país mais conectado. De acordo com a Fecomércio-RJ/ Ipsos, o percentual de brasileiros conectados à internet aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e 2011. O principal local de acesso é a lan house (31%), seguido da própria casa (27%) e da casa de parente de amigos, com 25% (abril/2010). O Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à Internet.


A Internet no Brasil Internautas Ativos 50,7 milhões de usuários acessam regularmente a Internet[5]. 38% das pessoas acessam à web diariamente; 10% de quatro a seis vezes por semana; 21% de duas a três vezes por semana; 18% uma vez por semana. Somando, 87% dos internautas brasileiros entram na internet semanalmente. Segundo Alexandre Sanches Magalhães, gerente de análise do Ibope//NetRatings, o ritmo de crescimento da internet brasileira é intenso. A entrada da classe C para o clube dos internautas deve continuar a manter esse mesmo compasso forte de aumento no número de usuários residenciais.

19 26 minutos, considerando apenas a navegação em sites. O tempo sobe para 71h30m se considerar o uso de aplicativos on-line (MSN, Emule, Torrent, Skype etc). A última marca aferida foi de 69 horas por pessoa em julho de 2011.

Comércio Eletrônico Em 2008 foram gastos R$ 8,2 bilhões em compras on-line. Em 2009, mesmo com crise, foram gastos R$ 10,6 bilhões. 2010 fechou com R$ 14,8 bilhões, atingindo 1/3 de todas as vendas de varejo feitas no Brasil e em 2011 foram gastos R$ 18,7 bilhões. Ainda assim, apenas 20% dos internautas brasileiros fazem compras na internet; aqueles que ainda não compram, não o fazem por não considerar a operação segura (69%) ou porque não confiam na qualidade do produto (26%).

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Tempo Médio de Navegação Desde que esta métrica foi criada, o Brasil sempre obteve excelentes marcas, estando constantemente na liderança mundial. Em julho de 2009, o tempo foi de 48 horas e

A internet se tornou o terceiro veículo de maior alcance no Brasil, atrás apenas de rádio e TV[15]. 87% dos internautas utilizam a rede para pesquisar produtos e serviços[16]. Antes de comprar, 90% dos consumidores ouvem sugestões de pessoas conhecidas, enquanto 70% confiam em opiniões expressas online.


20 Banda larga

Navegadores

10,04 milhões de conexões em junho de 2008: um ano e meio antes do previsto, já que essa era a projeção para 2010. Quanto ao volume de dados, o incremento foi de 56 vezes de 2002 até 2007. E a projeção é de um aumento de 8 vezes até 2012; o número de conexões móveis cresceu de 233 mil para 1,31 milhão em um ano; Sistemas gratuitos de banda larga sem fio (Wi-Fi) funcionam nas orlas de Copacabana, Leme, Ipanema e Leblon, nos Morros Santa Marta e Cidade de Deuse em Duque de Caxias. Estão nos planos: São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita, Nova Iguaçu, Nilópolis, Rocinha, Pavão-Pavãozinho, Cantagalo e 58km da Avenida Brasil, todos no Rio de Janeiro. 13% dos internautas brasileiros tem uma velocidade de banda larga de 128 a 512 Kbps; 45% tem 512 Kbps a 2 Mbps; 27% usa 2 Mbps a 8 Mbps Se compararmos com os números de outubro de 2011, perceberemos a migração dos usuários para velocidades superiores.

Outra importante referência: qual navegador os brasileiros andam usando? Veja a tabela abaixo

Resoluções de tela Desde agosto de 2008, fazemos um estudo informal sobre a resolução de tela utilizada pelo internauta brasileiro. Hoje, nota-se que as resoluções estão cada vez mais pulverizadas. O negócio agora é o design adaptável!

Desigualdade Social A desigualdade social, infelizmente, também tem vez no mundo digital: entre os 10% mais pobres, apenas 0,6% tem acesso à Internet; entre os 10% mais ricos esse número é de 56,3%. Somente 13,3% dos negros usam a Internet, mais de duas vezes menos que os de raça branca (28,3%). Os índices de acesso à Internet das Regiões Sul (25,6%) e Sudeste (26,6%) constrastam com os das Regiões Norte (12%) e Nordeste (11,9%).


TIPOS DE SITES DA INTERNET


22 A palavra “Site” ou “Website” é um termo genérico, que refere-se a qualquer página presente na Internet, como é o caso do site da UOL, Lojas Americanas ou mesmo o CriarSites.com. Todos eles podem ser chamados de websites, no entanto eles podem ser divididos em categorias, o que pode confundir muitas pessoas.

Lojas Virtuais As lojas virtuais são caracterizadas por oferecerem informações detalhadas sobre os produtos a venda e também por conterem botões de compras de produtos e carrinho de compras.

Blogs O que caracteriza um blog é a publicação de novos conteúdos que é feita em ordem cronológica, ou seja, o último artigo aparece na primeira posição da página inicial. As plataformas mais comuns utilizadas entre os blogueiros são o Blogger e WordPress. Exemplos de blogs são: CriarSites.com, Blog da Gisele Bundchen e Blog do Tas.

Exemplos de lojas virtuais são: Lojas Americanas, Submarino e Livraria Saraiva.

Fóruns de Discussão Trata-se de um site onde os membros interagem uns com os outros, deixando e respondendo dúvidas ou criando debates


Tipos de Site da Internet sobre um assunto específico. Eles são divididos em assuntos e em tópicos e as mensagens ficam organizadas por data de atualização e normalmente os fóruns de discussão contam com um ou mais moderadores que tratam de manter a ordem entre os membros.

23 Exemplo de Wiki: Wikipedia

Exemplos de fóruns de discussão são: Portal XBOX, Webmaster Online e Script Brasil.

Redes Sociais e de Relacionamentos Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. Fonte: Wikipedia Exemplo de Redes sociais são: Orkut e Facebook.

Wikis Trata-se de um sistema colaborativo que permite a criação fácil de página e a edição colectiva dos documentos usando um sistema que pode ser escrito por qualquer pessoa e não necessita que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação.


24 Portais

Compras Coletivas

Os portais são sites que englobam diversas áreas, que podem incluir notícias, serviços como criação de emails grátis, jogos e etc.

Sites de compras coletivas são relativamente novos. Trata-se de um site que engloba superpromoções oferecidas por empresários e vendedores de forma a atrair mais clientes.

Exemplos de portais são: UOL e Terra.

Exemplos de sites de compras coletivas são: Groupon e Peixe Urbano.

Mecanismos de busca Notícias Este tipo de site trata de notícias que podem ser regionais ou mesmo abranger o Brasil e o mundo. Exemplo de sites de notícias são: G1 e O Tempo.

Os Mecanismos de busca, ou Buscadores como são mais conhecidos, são sites que permitem que pessoas encontrem sites ou informações de uma forma mais fácil na Internet, com pesquisas que são feitas em um banco de dados. Exemplos de buscadores são: Google, Yahoo e Bing.


Tipos de Site da Internet

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Diretório de sites

Sites Midiáticos

Os diretórios de sites são sites que cadastram a URL de diversos sites que são organizados por categorias. A deia deste tipo de serviço é oferecer uma forma simples de as pessoas encontrarem novos sites de acordo com seus gostos.

Um site midiático é um site antes de tudo informativo e com atualizações frequentes. Diferente do site institucional, o site midiático é mais dinâmico e conta com uma maior interação dos leitores. Nessa categoria se encaixam os sites de jornais e revistas, blogs, flogs, fotologs, e todo tipo de “ogs” que você pensar (atualização constante, lembre-se disso).

Sites Institucionais Um site institucional geralmente é feito para instituições comerciais, mas nem sempre, pois também podem ser feitos para instituições sem fins lucrativos. Quando você vê um site de uma empresa onde se encontram links para Página inicial, A Empresa, Serviços e Contato (ou coisa parecida) você está diante de um site institucional.

Sites Bancos de Dados Um site banco de dados é na verdade um catálogo de registros e é mais comum se usar na forma de motores de busca (a pesquisa do Google por exemplo).


26 Sites Aplicativos

Sites Comunitários

Um site aplicativo é uma ferramenta on-line que pode ser utilizada diretamente pelo usuário com aplicativos que por muitas vezes podem substituir (na maioria das vezes são melhores) os aplicativos instalados no seu computador. Um bom exemplo de site aplicativo é o Google Docs

Um site comunitário é talvez o mais conhecido dos brasileiros, apesar da maioria não se dar conta disso (ao menos não pelo nome que recebe) uma vez que o brasileiro é quem mais utiliza o Orkut no mundo. Isso mesmo, o Orkut é um site comunitário. Assim como fóruns, chats, sites de relacionamento e afins.


TERMOS USADOS NA INTERNET


28 Muitas vezes nos deparamos com algumas palavras ou expressões técnicas usadas na Internet e não sabemos o significado. Podemos até deixar de fazer algo ou optar por algum procedimento errado em virtude desta falta de conhecimento. Segue abaixo uma relação de termos usados na internet. @ (at ou arroba)significa “em”, antecedendo o local (provedor ou domínio próprio) onde suas caixas postais estão hospedadas. Ex: internauta@dominio.com.br. Ad é um gráfico ou um banner de uma página web que, quando clicado, leva o internauta a outro website. Ad Click é o ato de clicar em um ad. Ad View é a página que mostra o ad. Podem ser mostrados um ou vários “ads” em um mesmo “ad view”. Anti-vírus é um programa de computador que localiza e corrige os estragos feitos por programas de vírus. ARPANET é a rede de compartilhamento de computadores da ARPA – Advanced Research Projects Agency, que mais tarde evoluiu para a Internet. Attachment é o nome que se dá a um ou mais arquivos que seguem anexados (attached ou, aportuguesando, atachados) a uma mensagem eletrônica.

Autenticação é a técnica pela qual a Internet requer a identificação do internauta através da digitação do seuusername e password. Backbone é a infra-estrutura formada pelas linhas de comunicação e o hardware de transmissão e de recepção para acesso à Internet mundial vendido aos provedores brasileiros pela Embratel, Global One, RNPe Intelig. Backup é copiar arquivos para um segundo dispositivo (um outro drive ou disquete) como medida de precaução no caso de haver algum problema com o dispositivo original onde os arquivos se encontram. Uma das mais importantes regras no uso de computadores é “faça o backup de seus arquivos regularmente”. Bandwidth é: a) a medida em Kb de dados transferidos num tráfego de um website; b) a capacidade de transporte da informação pelos fios, cabos e canais que nos conectam no cyberspace – há um limite para a quantidade de dados que qualquer tipo de fio/cabo/canal pode transportar num determinado momento, mesmo no caso de fibras óticas; c) a capacidade de armazenamento de um sistema. Banner é um anúncio de propaganda colocado num website (banner em inglês quer dizer estandarte). BIT é a sigla para BInary digiT ou dígito binário.


Termos usados na Internet

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BPS significa bits por segundo. É uma medida de velocidade de dados de transmissão via modem.

Comércio eletrônico é a venda de produtos e serviços através da Internet.

Bridge é um equipamento que conecta duas redes locais (LANs) ou dois segmentos de uma mesma LAN. Diferentemente dos roteadores ou routers, bridges são protocolo-independente, enviando pacotes sem a capacidade de otimizar rotas. Isso lhes dá velocidade, mas muito menos versatilidade.

Computador é um equipamento eletrônico capaz de ordenar, calcular, testar, pesquisar e editar informações de acordo com instruções estabelecidas e segundo uma representação binária, obedecendo a um conjunto de operações aritméticas e lógicas.

Browser são programas de computador usados para localizar e visualizar documentos em HTML. São esses programas que permitem a navegação no ambiente WWW e a visualização de websites. Os browsers mais utilizados são o Netscape e o Microsoft Explorer.

Conta é uma permissão para acesso à Internet, normalmente simbolizada por um login e uma senha. A conta é aberta e mantida num provedor de acesso mediante o pagamento de mensalidades pelo internauta.

Buttons são botões ou selos ilustrativos que fazem parte da programação visual do website. Byte é uma medida de armazenamento em espaço em disco igual a 8 bits. CGI significa Common Gateway Interface. São scripts que permite a inclusão de formulários em páginas Web. Perl é a linguagem tradicional dos scripts CGI. Click through rate é o percentual de usuários que clicam num “ad” exposto numa página web.

Cookies são arquivos contendo informações como nome e preferências dos visitantes de um website. Esta informação é fornecida por cada internauta em sua primeira visita ao site. O servidor do site visitado registra a informação num arquivo e armazena este arquivo no disco rígido do internauta. Quando o internauta retorna ao site, o servidor procura e acha o cookie e se autoconfigura de acordo com as preferências indicadas por cada internauta. Correio eletrônico ou e-mail é o sistema de comunicação baseado no envio e no recebimento de mensagens eletrônicas via Internet. Indica tanto o ambiente da Internet onde você envia mensagens eletrônicas como a própria mensagem eletrônica em si.


30 CPU quer dizer Central Processing Unit ou Unidade Central de Processamento. É a unidade que leva e traz instruções da memória do computador e as decodifica para controlar todas as outras partes do computador.

DNS significa Domain Name Server. É um sistema hierárquico de bases de dados distribuídas que converte um nome de domínio em um endereço IP do computador/servidor Internet de um provedor de acesso e hospedagem de websites.

Criptografia é o embaralhamento do conteúdo de uma mensagem eletrônica ou e-mail numa sequência de caracteres alfa-numéricos. É usada para dar maior segurança ao envio de dados pela Internet. Cyberspace é espaço eletrônico e onde ocorrem as transações na Internet.

Domínio é o nome de uma área reservada num servidor Internet que corresponde ao endereço numérico de um website (endereço IP). No Brasil, os domínios sempre terminam com .br (sigla do Brasil na Internet) e podem apresentar vários tipos (.com para empresas comerciais, .org para empresas não comerciais, etc.). Ex: aisa.com.br é um domínio brasileiro do tipo comercial (o mais comumente usado).

DARPA ou Defense Advanced Research Projects Agency é a organização central de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de Defesa norte-americano.

Download é o ato de copiar um arquivo de um website qualquer disponível na Internet para o seu computador pessoal.

DHTML é a sigla para Dynamic Hipertext Markup Language. É um tipo de linguagem utilizada para construir as páginas da Web e os websites com recursos de acesso dinâmico.

Downtime é a quantidade de minutos e horas por mês nos quais o provedor fica fora do ar para manutenção técnica preventiva e corretiva.

Dial-Up é nome do programa utilizado pelo Windows para fazer a conexão do internauta com o provedor de acesso à Internet.

E-commerce ou comércio eletrônico é a realização de negócios através da Internet.

Disco rígido é o disco interno ao computador onde os dados são armazenados.

E-mail significa correio eletrônico e indica tanto o ambiente da Internet onde você envia mensagens eletrônicas como a própria mensagem eletrônica em si.


Termos usados na Internet

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Endereço IP é o endereço de cada servidor conectado à Internet, de acordo com o Internet Protocol.

Gateway é a porta de entrada de cada rede individual ligada à Internet.

Ethernet é um sistema de redes que transporta sinais (bits) para todos os microcomputadores em rede.

GIF ou Graphic Interchange Format é um padrão gráfico que permite salvar imagens em tamanho reduzido. É um formato de arquivo de imagem comumente usado em páginas HTML.

FAQs (frequently asked questions) significa questões frequentemente perguntadas. É um recurso muito útil no atendimento aos clientes pela Internet, já que antecipa as perguntas dos clientes e as responde sob a forma de página Web. Filtros são formas de diminuir o escopo de consultas pela definição de áreas ou tipos de dados a serem incluídos ou excluídos.

Gopher é um sistema anterior a World WideWeb (WWW), que organizava e mostrava arquivos dos servidores Internet em formato texto, hierarquicamente estruturado. Com a Web, os bancos de dados do Gopher tem sido transformados em Web sites, muito mais versáteis e fáceis de acessar. Hackers são especialistas em violar sistemas de computação.

Firewall são software de proteção cuja missão é impedir a entrada de hackers em empresas conectadas à Internet.

Hardware é a estrutura e as peças eletrônicas, magnéticas e mecânicas de um computador.

Formulários são páginas HTML usadas para coletar informações dos internautas. São também chamadas “scripts”.

Hiperlinks são palavras ou ilustrações pré-estabelecidas como pontos de saltos. Quando clicadas, provocam a transferência para outro assunto ou página Web. Hiperlinks são comumente chamados links.

Freeware são programas de computador de domínio público, ou seja, são gratuitos e podem ser usados à vontade pelos internautas. FTP ou File Transfer Protocol significa protocolo de transferência de arquivos pela Internet. É o método padrão de enviar arquivos entre computadores pela Internet.

Hipermídia é a mídia que inclui gráficos, sons e vídeos. Hipertexto é o texto em formato de cruzamentos. O hipertexto permite os saltos de um assunto para outro ou de uma página para a outra através de hiperlinks ou links.


32 Hit é qualquer ação de um internauta quando visitando um website, seja ver uma página ou download um arquivo. Homepage é a página de entrada ou página principal de um website. É nesta página que estão os links para as demais páginas do website. Hospedagem é o ato de armazenar websites de clientes por parte de um provedor de acesso. Host é um computador numa rede de computadores. HTML ou Hyper Text Markup Language é a linguagem padrão utilizada para construir os documentos Web (websites). HTTP ou Hyper Text Transfer Protocol é o protocolo padrão que permite a transferência de dados na Web entre os servidores e os browsers. É este protocolo que permite os saltos de uma página para a outra através dos links do hipertexto. Hub é um ponto comum de conexão para equipamentos em rede. São normalmente usados para conectar os segmentos de uma LAN. Internet é a rede mundial de computadores interconectados. É o sistema de informação global que: a) é logicamente ligado por um endereço único global baseado no Internet

Protocol (IP) ou suas subsequentes extensões; b) é capaz de suportar comunicações usando o Transmission Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP) ou suas subsequentes extensões e/ou outros protocolos compatíveis ao IP; e c) provê, usa ou torna acessível, tanto publicamente como privadamente, serviços de mais alto nível produzidos na infra-estrutura descrita. Internauta é a gíria usada para identificar o usuário da Internet, a pessoa que usa a Internet para comunicação, pesquisa, trabalho e/ou lazer. Intranet é uma rede baseada em protocolos TCP/IP (uma internet) que pertence a uma empresa e que é acessada apenas pelos membros e funcionários da empresa (e, eventualmente, também por outras pessoas que tenham autorização para tal). Como a Internet, intranets são usadas para compartilhar informações. IP, ou Internet Protocol, é o protocolo da Internet. É este protocolo que identifica, localiza e estabelece conexão entre computadores ligados à Internet. IRC significa Internet Relay Chat. Também conhecido como “bate-papo”, é um ambiente que permite comunicação escrita online entre usuários da Internet. ISP significa Internet Service Provider ou provedor de acesso à Internet.


Termos usados na Internet

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JPG ou JPEG é a sigla para Joint Photographic Experts Group. É um formato de arquivo de imagem comumente usado em páginas HTML.

Log é um arquivo criado por um servidor web que contém todas as informações de acessos à Internet considerando a atividade do servidor.

KB significa KiloByte. É uma medida de armazenamento em espaço em disco igual a 1.024 bits.

Login pode significar: a) o ato de acessar a Internet; b) o seu nome de usuário para o acesso à Internet (cadastrado em um provedor em conjunto com uma senha) ou para o acesso a um website que porventura exija um cadastramento prévio do internauta (neste caso, o cadastramento do login é feito no website).

KbPS é a sigla para Kilobits Per Second. É uma medida de velocidade de transmissão de dados. 1 KbPS = 1.000 BPS (bits por segundo). LAN significa Local Area Network. É uma rede local de computadores localizados em uma área relativamente pequena. Laptop é um computador pequeno e portátil que você pode colocar no seu colo (top=em cima e lap=colo em inglês). Também conhecido como notebook. Links são palavras ou ilustrações pré-estabelecidas como pontos de saltos. Quando clicadas, provocam a transferência para outro assunto ou página Web. Lista de discussão é um programa que reúne vários endereços de correio eletrônico de pessoas interessadas em um assunto específico. Este programa redistribui a todos os mails que tenham sido passados por qualquer um dos participantes da lista.

MB significa MegaByte. É uma medida de armazenamento em espaço em disco igual a 1.024 KB ou 1.048.576 bits. MbPS significa Megabits Per Second. É uma medida de velocidade de transmissão de dados via modem. 1 MbPS = 1.000 KbPS = 1.000.000 BPS. Micreiro é aquele que passa muito tempo trabalhando ou brincando com o auxílio de um micro-computador. Micro-computador é um computador de pequeno porte. É também chamado PC, sigla para Personal Computer (computador pessoal). Modem é a sigla para MOdulator/DEModulator. É um equipamento que transforma os sinais digitais de seu microcomputador em sinais analógicos que podem viajar através


34 de uma linha telefônica. O som que você ouve quando faz a discagem para o seu provedor de acesso informa que a ligação foi feita e que os sinais analógicos enviados do seu micro chegaram em um dos modens de recepção do provedor. A partir daí, os sinais analógicos são convertidos novamente em informação digital, tornando possível o seu acesso à Internet. Navegação é o processo de se mover de um website para outro seguindo links. NCP significa Network Control Protocol, ou protocolo de controle de redes. Nerd significa micreiro bitolado e compulsivo. Netiquette é a etiqueta da Internet. Newsgroups são grupos de notícias sobre assuntos diversos enviadas a internautas pré-cadastrados. Node é uma unidade da informação. Notebook é um computador pessoal pequeno, leve e portátil. Notebook = caderno em inglês. On-line significa ligado e conectado. Usuários estão on-line quando estão conectados com a Internet através de um modem.

Page view é o número de hits exclusivamente para páginas HTML. É também chamado “page impression”. Página é o conjunto de textos e ilustrações que são mostrados em uma mesma tela. Password quer dizer palavra-chave ou senha. Normalmente é associada a um login por questão de segurança. Plataforma é o sistema operacional utilizado pelo internauta (Windows 95, NT, Unix, etc.). POP significa Point of Presence. São os pontos de presença dos backbones Internet em cada cidade onde o backbone oferece serviço aos provedores de acesso. Portal é uma página ou website que agrega vários links e serviços, servindo como porta de entrada ou ponto de partida para a navegação de internautas. Protocolo é um formato estabelecido para a transmissão de dados entre dois dispositivos de computadores (drives, impressoras e modens, por exemplo). Protocolos definem o tipo de consistência e checagem de erros, o método de compressão de dados, a forma como o dispositivo de envio indicará que a mensagem está terminada e a forma como o dispositivo de recebimento indicará que recebeu a mensagem.


Termos usados na Internet

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Provedor de acesso é uma empresa que provê acesso à Internet aos seus clientes através da manutenção de uma central de linhas telefônicas exclusivas ligadas aos seus servidores de serviços Internet.

SGML significa Standard Generalized Markup Language. É um sistema de “tags” que permite que as especificações da linguagem sejam interpretadas por vários sistemas de formas variadas, mas assegurando a formatação dos documentos Web.

Provedor de informação é uma empresa que provê informações variadas em seu website.

Shareware é o nome dado aos vários programas de computador ou software disponíveis na Internet para avaliação e uso gratuito por tempo limitado.

Referrer é a URL de uma página HTML que refere a um website. Roteador ou router é um equipamento que conecta qualquer número de LANs e otimiza o roteamento das conexões Internet. Search engines são websites onde os internautas fazem buscas na Web a partir de palavras-chave. Senha é uma palavra qualquer escolhida pelo usuário que, em conjunto com o login, serve para liberar o acesso do usuário à Internet ou a websites que porventura exijam senha para entrada. Servidor é o computador que administra e fornece programas e informações para os computadores conectados em sua rede. SET é a sigla para Secure Eletronic Transaction. É um padrão de segurança utilizado em websites de comércio eletrônico.

Shopping virtual é um website que agrupa websites de empresas que vendem produtos e serviços na Internet. Site é o conjunto de páginas ou lugar no ambiente Web da Internet que é ocupado com informações (texto, fotos, animações gráficas, sons e até vídeos) de uma empresa ou de uma pessoa. É também o diminutivo dewebsite. Software é o nome dado para o conjunto ou tipo de programas, dados, rotinas e ferramentas desenvolvidos para computadores. Os programas de software precisam ser instalados nos computadores para que estes passem a desempenhar determinadas funções. Incorretamente, algumas pessoas têm usado o termo “softwares” quando falam em mais de um produto de software. Não existe plural para a palavra “software”: “software” é invariável, tal como “informática” em Português e “hardware”, “shareware”, “know-how”, etc. em Inglês.


36 Spam é o envio de e-mails comerciais não solicitados – um grave erro e fonte de problemas na Internet. Spider é um programa automatizado que faz buscas pela Internet. Suporte ou suporte técnico é o serviço de apoio técnico disponibilizado pelo provedor aos seus clientes de acesso à Internet. Tags são comandos inseridos num documento que definem como o documento deve ser formatado. Tags são usadas pelas especificações de formatação que armazenam documentos como arquivos texto, incluindo SGML e HTML. TCP/IP quer dizer Transmission Control Protocol/Internet Protocol (ou protocolo de controle de transmissão/protocolo Internet). É o protocolo que satisfaz as necessidades de um ambiente de redes de arquitetura aberta como a Internet. Telnet é uma aplicação onde o internauta acessa um servidor remoto pela Internet. UNIX é um sistema operacional de alta performance escrito em C (linguagem de alto nível). Upgrade é melhorar as condições de desempenho de microcomputadores, velocidade de linha telefônica, etc.

URL significa Uniform Resouce Locator. Uma URL é um endereço virtual que indica exatamente onde as informações da empresa ou da pessoa se encontram. A primeira parte do endereço indica que protocolo está sendo usado e a segunda parte do endereço especifica o domínio onde o recurso está localizado, no formato http://www.domínio.tipododominio.sigladopaís. Usenet Rede de grupos de discussão amplamente disseminada na Internet. A rede é formada por grupos de discussão, chamados newsgroups. Cada servidor que participa da Usenet troca as mensagens colocadas por seus usuários com os demais servidores. Assim, todo o conjunto de mensagens colocadas nos grupos de discussão está sempre atualizado. Veja também: newsgroups. Vírus é um programa de computador que foi desenvolvido intencionalmente para se associar a outro programa de computador, de forma que quando este programa roda o programa do vírus também roda, replicando-se indefinidamente por associar-se a outros programas. VRML ou Virtual Reality Modeling Language é um padrão de programação que permite modelagem e navegação em terceira dimensão na Web. W3C significa World Wide Web Consortium e é a organização oficial para os padrões Web, especialmente HTTP, HTML e XML. O W3C foi fundado em 1994 por Tim Berners-Lee, considerado o inventor da Web.


Termos usados na Internet WAN ou Wide Area Network é um sistema de LANs interconectadas através de linhas telefônicas ou ondas de rádio. WAP ou Wireless Application Protocol é uma especificação segura que permite aos usuários acessar informações e a Internet através de equipamentos portáveis, móveis e wireless como celulares e pagers. Web é o ambiente multimídia Internet, também conhecido como WWW. Webmaster é o profissional responsável por um ou mais websites. Website é um conjunto de páginas ou lugar no ambiente Web da Internet que é ocupado com informações (texto, fotos, animações gráficas, sons e até vídeos) de uma empresa ou de uma pessoa. WWW significa World Wide Web e é o ambiente multimídia da Internet, a reunião de texto, imagem, som, vídeo e movimento na Internet. XML significa eXtensible Markup Language. É uma linguagem baseada em SGML que está sendo desenvolvida pelo W3C para uso em páginas e documentos Web. XML é uma linguagem mais funcional que HTML. X.25 Protocolo de roteamento muito utilizado em redes públicas de pacotes.

37 X.400 Um protocolo que especifica serviços do tipo store-and-forward, sendo o serviço de correio eletrônico Message Handle System (MHS) o mais conhecido deles, como parte das recomendações OSI/ISO. X.500 É um padrão ITU-TSS/ISO para serviços de diretório eletrônico. Xmodem Um protocolo de transferencia de dados por modem, relativamente lento. Yanoff Scott Yanoff. Um homem que se lembrou de criar uma lista (Lista de Yanoff) que contém endereços eletrônicos e indicação de outros recursos, para a obtenção de informação na Internet. Essa lista está estruturada em temas (desde Agricultura, Bioquímica, Desporto, etc.) e é regularmente atualizada. Não contém indicações para tudo o que existe na Internet (pois isso é impossível) mas pode ser de grande ajuda. Ymodem Um protocolo de transferência de dados por modem, com alguns melhoramentos em relação ao Xmodem. Zmodem Um protocolo de transferência de dados por modem, com alguns melhoramentos em relação ao Xmodem e ao Ymodem, em particular, mais rápido. @ Pronuncia-se em inglês, “at”, e encontra-se entre o nome do usuário e o domínio, num endereço eletrônico.


38 A Origem do Nome Google, Você Sabia?

Veja os Derivados Do Nome:

Essa é uma das curiosidades na qual muitos ainda não sabem, o que é nome da empresa que mais gera lucros no mundo? Deixe essa curiosidade de lado, mas não deixe de ser curioso, pois aqui no Você Sabia os curiosos tem vez! O nome Google foi escolhido pela a expressão googol, que é o número 1 depois de 100 zeros, para demonstrar a grandeza da Web. A palavra googol surgiu de um fato curioso. O matemático Edward Kasner perguntou para o seu sobrinho de 8 anos sobre a como ele expressaria um número grande – um número muito grande: o maior que ele pensasse. O pequeno Milton Sirotta soltou um som que Kasner interpretou por “googol”. Pouco depois, Kasner definiu um número maior ainda: o googolplex. Segundo o documentário do Biography Channel sobre os fundadores do Google, quando o primeiro investidor da empresa emtregou um cheque de 100 mil dólares perguntou a que nome devia passar. Brin e Page disseram que queriam dar o nome de “Googol” à empresa, mas o empresário, acidentalmente, escreveu “Google“, obrigando, assim, que a empresa tivesse este nome

Googolplex: é o um conjunto de edificações de trabalho e residencia do Google, em Mountain View (Googleplex) – Califórnia. Este nome também vem da matemática e é algo como 10 elevado a (10 elevado a 100) ou 10 elevado a googol. Googolduplex: é o nome dado quando alguém se refere a um dos complexos de moradia do Google; Este nome, volta à matemática, se refere a , 10 elevado a (10 elevado a (10 elevado 100)), ou mesmo 10 elevado a googolplex.


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Deep Web, Darknet, Tor: O Lado Escuro da Internet O que são criptoanarquia, deep web, jardins murados, darknet, Tor? Como funciona a anonimidade na rede, e que finalidades legítimas e criminosas ela pode servir?

A internet é uma rede de dispositivos onde cada um dos membros recebe um identificador, isto é, um número – o tão famoso IP – endereço de protocolo de internet. Quando um dispositivo obtém o número de outro dispositivo, eles podem receber e enviar dados entre si. Estes são dados brutos: existem várias aplicações que utilizam a estrutura do protocolo, uma delas é a WWW, que muitas vezes chamamos simplesmente de “web”.

Alguns familiares meus que chegaram tarde na era da informação acreditam que internet e a página de busca do Google são a mesma coisa. Sinto muito para os leitores nerds que porventura eu tenha, mas terei que começar explicando a diferença entre internet e web.

Outros serviços que funcionam através da estrutura da internet sem ser WWW são, por exemplo, o Skype, os clientes de Torrent, os clientes de email, alguns serviços de nuvem que sincronizam pastas no seu computador, o FTP, o Telnet, e mais antigamente, coisas como o Gopher.

A Web Profunda e Os Jardins Murados

“É, tem gente que acha que é tudo a mesma coisa, mas não somos a mesma coisa não”

A deep web é toda a parte do WWW que não é (a princípio) indexada por máquinas de busca. Existe uma diretiva que você pode estabelecer em seu site de forma que as máquinas de busca não examinem o conteúdo. Mas isso é apenas um acordo de cavalheiros, se uma empresa qualquer quiser indexar este conteúdo, ela pode.


DARK NET Outra parte do conteúdo não indexado são os jardins murados, como o Facebook. Todo conteúdo que as pessoas compartilham no Facebook, em geral, só pode ser acessado com uma conta no Facebook. Algumas vezes, não só você precisa da conta, mas precisa ser autorizado pelo compartilhador e receber um link diretamente dele. Mesmo quando você posta público, embora haja um link para essa informação que pode ser acessado quando alguém não está logado no Facebook, esse conteúdo não é indexado pelo Google e outras máquinas de busca. Você não chega até ele sem ter o link. Os jardins algumas vezes são só parcialmente murados: você consegue fazer buscas parciais e ver parte da informação: mas o resto só com inscrição, algumas vezes paga. Há muita controvérsia com universidades (particularmente instituições públicas, mas também as privadas) que não disponibilizam seus artigos fora de jardins murados.

Direitos Civis Vs. Direitos Autorais Vs. Direito se Acesso O problema da deep web e dos jardins murados é de quem determina o acesso.

41 Se a informação foi preparada para ser indexada na máquina de busca, e a máquina de busca não a indexa por algum motivo, sejam questões de legislação de direito autoral, questões de outras legislações (no Brasil, conteúdo racista, por exemplo), questões comerciais da empresa de busca – ou qualquer uma dessas coisas utilizada como desculpa para violação de liberdade de expressão –, temos potencialmente um problema. Em todo caso, veja que a censura se configura porque, sem acesso à informação, não podemos sequer disputar a validade da causa. No caso de direitos autorais, por exemplo, é muito comum uma editora agir em nome de uma obra ou tradução de que não detém o direito, apenas para diminuir competição com outra de que detenha o direito, ou meramente por ser mais fácil derrubar todo um lote de


42 material do que filtrar um a um. Sem essa informação ser pública, fica muito difícil para o próprio autor ou partes interessadas saberem se seu conteúdo foi retirado sem autorização: porque sim, o conteúdo tanto pode ser posto quanto pode ser retirado sem autorização. Todo mundo concorda que a liberdade de expressão tem limites, mas quando algo é sumariamente retirado do ar, não existe mais a possibilidade de uma outra perspectiva sobre o assunto surgir. Com isto em vista surgiu uma organização chamada Chilling Effects que documenta todos os pedidos de retirada de conteúdo do ar.

O Direito À Comunicação Privada Se a deep web é o conteúdo não indexado da web, o que seria a a darknet? Essa é qualquer rede privada de compartilhamento de arquivos, que não funciona na estrutura da web.

Porém isso ainda depende da boa vontade da empresa que foi ordenada a retirar o conteúdo. O Google está participando dessa empreitada. Isso tem um estranho efeito secundário: se você quer saber se um determinado conteúdo foi pirateado e provavelmente ainda está disponível para baixar na internet, um bom indício é que o Google exibe um aviso de que retirou os links. Se ele retirou os links, isso quer dizer que se você procurar bem, talvez não pelo Google, você encontra. Em outros casos, a indexação da deep web é obviamente desnecessária e prejudicial. Os seus e-mails num servidor de webmail são um jardim murado com uma ótima razão: e-mails são uma forma de comunicação essencialmente privada.

Digamos que eu e meu amigo nos EUA queiramos disponibilizar arquivos um para o outro, e o material é delicado. Eu vivo sob um regime totalitário e estou denunciando abusos


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de direito civis pela força coercitiva desse regime. Tenho fotos, vídeos, e estou comunicando tudo isso lá com o meu amigo jornalista em algum país relativamente livre. Qualquer rede pública, a princípio, vai implicar que podemos ser vigiados por terceiros. Então estabelecemos uma rede só entre nós dois, com um protocolo próprio e criptografado, isto é, com a informação embaralhada de forma que seja muito mais difícil alguém bisbilhotar nossa comunicação. Mas mesmo assim, corremos muito risco.

Porque a Comunicação na Internet é Tão Fácil de Bisbilhotar? A informação nunca vai do ponto A ao ponto B de forma direta. Ao sair do ponto A, ela passa por pelo menos meia dúzia de computadores, ou até centenas deles, antes de chegar no ponto B. Em qualquer caso, usamos um provedor de serviço: precisamos nos conectar a uma empresa ou a um governo para receber e passar informações.

O primeiro elo é sempre o que identifica seu ip, e potencialmente pode lhe alcaguetar. Se eu simplesmente envio um e-mail sem criptografia, pode haver um filtro instalado em qualquer ponto de rede entre A e B. Se certas palavras ou imagens suspeitos passam, eles me identificam, sou torturado e morto. Se estou sob investigação, e mando algo criptografado, isso também é extremamente suspeito. Porém algumas vezes é possível disfarçar a informação criptografada no meio de vídeos ou imagens – a informação viaja como algum ruído ou sujeira na imagem. O melhor seria estabelecer uma conexão direta, e mandar criptografado, num protocolo que só nós dois conhecemos. Porém, ainda assim, se estamos sob investigação, ou se o volume de dados começa a parecer estranho, temos outras alternativas.


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Anonimidade Total: Internet Às Cegas Uma rede totalmente anônima é possível com a combinação de várias dessas estratégias – protocolos eles mesmos criptografados e “mutantes”, vários níveis de criptografia (a primeira senha revela arquivos relativamente inocentes, uma segunda senha revela os arquivos realmente cabeludos – se você é torturado, revela apenas a primeira, parece levemente culpado de algo, mas não da coisa bem “ruim” de que realmente você é culpado) e um elemento novo crucial e chave para tornar essa comunicação inviolável perante seus torturadores. Ao invés de fazer uma dark net privada, o que se faz é uma relativamente pública. O que acontece é que, ao distribuir o material comprometedor criptografado entre vários parceiros, sem fornecer a chave a nenhum senão o que importa para você, e também diluindo estes dados em meio a outros conteúdos, você tanto elimina a plausibilidade de culpa (quem seria o verdadeiro remetente e receptor desses dados), caso ocorra desses dados serem encontrados em seu computador, quanto torna virtualmente impossível determinar de onde eles vêm e para onde eles vão.

Cada fragmento de dados é um quebra-cabeça complexo demais por si só. Em combinação, eles são impossíveis de quebrar: você não tem como ter acesso a todos os participantes, e mesmo se tivesse, você não saberia separar o joio do trigo, não saberia quais fragmentos são o que você está procurando, e se viesse a saber, não saberia dentre todos os participantes, quais estavam envolvidos em crime, traição, subversão, o que quer que seja. Para o bem ou para o mal, isso já existe e está operando na rede onion, via Tor. Bom, principalmente para o mal, visto que a maior parte desse conteúdo não é legítimo. Trata-se de: → pornografia infantil → venda de drogas → venda de armas → comunidades de estupro → experimentos humanos → assassinatos de aluguel Até mesmo a moeda trocada funciona através de uma rede descentralizada embasada em criptografia. E não é como se isso exija grande conhecimento – os softwares estão prontos e operam com configurações mínimas.


DARK NET O que ocorre no Tor, que funciona mais ou menos como uma internet paralela, com endereços próprios, e sem máquina de busca, é que quando você faz uma requisição a um conteúdo, ou manda algo para alguém, esse conteúdo primeiro se fragmenta em várias partes, que são enviadas para várias pessoas que não tem nada a ver com a coisa.

45 sas. Os protocolos que são enviados e possibilitam remontar essa coisa toda, são também distribuídos, criptografados e diluídos. Entre A e B parece haver apenas ruído, e na verdade a informação viaja de forma ainda mais tortuosa do que na internet normal (ainda mais nodos!) mas A e B, e A e B somente, conseguem transformar esse ruído em algo inteligível.

Criptoanarquia Se você, como eu, é um ativista da informação livre , isso é animador. Se as legislações se tornarem muito inóspitas com o compartilhamento de arquivos, é sempre possível migrar para a dark net. Esperemos que isso não seja necessário, mas o que vemos hoje acontecendo na França, no Japão e principalmente na Inglaterra, é estarrecedor. Você, ao participar disso, também está recebendo partes irrelevantes para você mas relevantes para alguém mais: seu computador está. O programa usa uma porcentagem da comunicação da sua internet para esse uso público. Então essa informação, que já está toda criptografada, fica muito difícil de espionar. Ela está criptografada, fragmentada e misturada com outras coi-

A Inglaterra é o único país supostamente livre do mundo hoje em que portar dados criptografados é ilegal, caso você não forneça a chave para a polícia. Richard Falkvinge afirma em um artigo que é possível que alguém acabe indo para a prisão por qualquer cadeia longa de dados aparentemente randômicos, como observação astronômica – dados que são virtualmente indistinguíveis de dados criptografados, mas que não tem senha nenhuma que você possa fornecer às autoridades.


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Criptocondenação Por outro lado, a preocupação da lei é um tanto legítima: no

condenação real. O que mais vamos ver, em países “levemente” totalitários, são condenações por tráfico e pedofilia que na verdade tem motivos políticos.

admirável mundo novo da criptoanarquia você pode vender pornografia infantil (ou até crianças, embora qualquer relação pessoal não vá poder ser criptografada, portanto aí está a única oportunidade para a lei – engenharia social, isto é, agentes se passando por compradores), contratos de assassinato, a lavagem de quantias nunca vistas de dinheiro, e, mais aterrador (para nossa liberdade de expressão, porque os governos não vão deixar isso em branco) poder facilmente sonegar quanto imposto você quiser. Todas essas informações vão ser utilizadas para induzir pânico na população e reduzir os direitos civis, da mesma forma que eles foram reduzidos após os grandes atentados terroristas nos EUA. Se observarmos o comportamento de qualquer governo totalitário, o argumento público é sempre muito “sanitário”: cada agitador e subversivo que prendem, torturam e matam tem uma condenação explícita bem diferente da

Assange e Svartholm

Se olhamos dois casos atuais: Julian Assange e Gottfrid Svartholm (o Anataka do Pirate Bay), o primeiro foi clara e falsamente ligado a um crime sexual (não foi explicitamente acusado pela corte); e o segundo está em solitária há 10 semanas, por alegações pouquíssimo claras sobre algum crime de invasão de computadores.


DARK NET A Nova Guerra: Dispositivos de Computação Geral Por outro lado, a natureza dos dispositivos de computação geral e da matemática da criptografia e redes distribuídas torna impossível uma legislação embasada em certas limitações, tais como impedir pessoas de comunicarem entre si toneladas de dados em verdadeira e total privacidade. Aqui no Brasil são muito curiosas as recentes discussões sobre o Marco Civil. Uma preocupação é responsabilizar o provedor pela retirada de conteúdo que viole alguma lei – por exemplo, algo que ensine você a invadir um computador. Porém, se houver responsabilidade criminal sob o provedor de conteúdo produzido pelo usuário, aí se torna inviável se tornar um provedor de conteúdo. Você vai virar a polícia e a agência de espionagem do governo, sob pena de ser considerado coadjuvante. Ademais, pode soar muito bom impedir esse tipo de conhecimento de ser público, não é mesmo?

47 Mas não é. O próximo passo é impedir alguém de invadir o próprio computador e o próprio celular para conseguir funcionalidade que a empresa impede de forma a obter mais lucro. Cory Doctorow diz que, agora pode ser seu celular, mas daqui uns 20 anos serão suas pernas e olhos que as corporações vão querer controlar. Em breve, se certas legislações passam, você vai ser um criminoso por aplicar um jailbreak em seu nervo ótico artificial, para poder ver ou não certas coisas, ou para impedir que publicidade entre direto no seu cérebro. Então, atenção. Essas questões da criptoanarquia e das legislações de internet vão mais fundo do que você pensa.



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