RESTAURANTE VEGETARIANO E ESPAÇO PARA PRÁTICAS SAUDÁVEIS
JULIA HORTA
2
RESTAURANTE VEGETARIANO E ESPAÇO PARA PRÁTICAS SAUDÁVEIS
Trabalho Final de Graduação apresentado
ao curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Moura Lacerda, com requisito Arquiteta
para
e
obtenção
Urbanista,
Prof. Fabiana Mori.
do
título
orientado
de
pela
JULIA HORTA SANT’ANA CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA
ARQUITETURA E URBANISMO
RIBEIRÃO PRETO 2018
Após 5 anos de muito estudo e trabalho,
a sensação de dever cumprido chega ao fim. Sou muito grata pela faculdade Moura Lacerda e ao professores por todo o ensinamento que passaram.
Quero agradecer primeiramento a minha mãe,
Ana Raquel, por todo suporte, dedicação e apoio que me deu em toda minha vida e pela luta para que eu conseguisse concluir minha graduação; a
toda minha família que esteve ao meu lado nessa
jornada e torcendo por mim; por fim aos meus amigos que de alguma forma me deram grande ajuda com o
fornecimento
deste
trabalho;
de
material
agradeço
a
para
minha
a
realização
orientadora
Fabiana Mori, por seus ensinamentos, orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografiia.
RESUMO um
Este trabalho tem por objetivo apresentar
restaurante
vegetariano
com
espaços
que
estimulam a prática saudável. Localizado na Av. Carlos Eduardo de Gasperi Consoni com esquina da
rua Luciana Mara Ignacio, o projeto é voltado por
uma
integraçao
entre
edifício
e
público,
apresentando espaços de permencia pública e hortas
com alimentos organicos podendo ser visitada. Um terraço no edifício terá aulas de yoga, meditação e alongamento aberto a todos.
S U M Á R I O 10
Introdução
21
Restaurante Tuju - Referencia projetual
11
25 28
Sobre o vegetarianismo
Restaurante Kane World Food Studio - Referencia
projetual
Loja Patom Orgânico - Referencia projetual
31
Contextualização e análise da área de intervenção
37
Características e dados do terreno
33 39 40
Levantamento da área de intervenção O projeto
Programa de necessidades
41
Fluxograma
44
Desenhos Técnicos
42
Memorial justificativo
52
Imagens do projeto
71
Lista de imagens
69
Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO Esse
trabalho tem como objetivo apresentar uma nova proposta
de um projeto arquitetônico de restaurante voltado para uma arquitetura contemporânea, que venha a oferecer aos seus clientes opções gastronômicas
vegetarianas em um ambiente aonde se aproxima ao máximo da natureza. O projeto também contará com um espaço para a prática de yoga aberto ao público e um espaço de empório com a venda de alimentos orgânicos. A
alimentação
é
um
dos
recursos
mais
importantes
para
a
sobrevivência dos seres humanos e, por isso, uma alimentação saudável é uma preocupação constante nos dias de hoje, seja ela para evitar problemas de saúde ou apenas uma prática habitual. Em consequência
disso, muitas pessoas estão aderindo a prática do vegetarianismo, tanto para o bem-estar da saúde, quanto por uma questão de ética. A população
mundial que adota um estilo de vida vegetariano cresce a cada dia e estimula a preservação dos animais em nosso uso alimentar.
O vegetarianismo, definido como um regime alimentar baseado em
vegetais e sem o consumo de carnes, estabelece diferentes razões para que uma pessoa mude o seu estilo de vida, mostrando que é possível
manter uma vida equilibrada e salvando as espécies. Há também um grande crescimento
de
estabelecimentos
vegetarianos
e
uma
aceleração
na
indústria de alimentos indicando que o vegetarianismo está em expansão. Também envolve a questão do meio ambiente, em que a criação de animais
pode causar um grande desastre ambiental, como mudanças climáticas, desmatamento, desperdício de água, etc. Sendo assim, a mudança para essa dieta traz benefícios a favor de um ambiente mais saudável e equilibrado.
Além dessa preocupação, as pessoas hoje em dia optam por alimentos orgânicos, ou seja, alimentos livres de agrotóxicos e, consequentemente, mais saudáveis.
10
SOBRE O VEGETARIANISMO Nossos antepassados se alimentavam de frutas, sementes, folhas
e de alguns pequenos animais, porém seu convívio era de perfeita harmonia
e pacífica. Com o surgimento e domínio do fogo e o desenvolvimento de armas, passaram a caçar animais maiores onde tudo era meticulosamente
aproveitado. A partir disso o Homem começou a domesticar animais como porcos selvagens, cães, ovelhas, cabras e pequenos felinos e a mata-
los para consumo. Desde então o Homem se tornou sedentário e começou um grande consumo desses animais como forma de alimento. No Egito, por volta de 3200 A.C, o vegetarianismo foi adotado na cultura de grupos religiosos
por acreditarem no poder kármico, que facilitava na reencarnação sem o consumo da carne. Na China e no Japão, não existiam vacas, cavalos
ou cabras, e a população vivia de plantações de arroz e pesca de peixe e crustáceos. Seus terrenos e clima adequados, ensinavam as pessoas o cultivo de alimentos com propriedades medicinais e o aproveitamento dessas
plantações
para
roupas
e
utensílios
tornando-os
propícios
ao vegetarianismo. Já na Índia, por muitos anos era uma população
que veneravam os animais como as vacas e macacos por simbolizarem a reencarnação de divindades. O rei indiano Asoka, se convertendo ao Budismo, proibiu o consumo e sacrifício dos animais tornando a Índia um pais vegetariano. (RODRIGUES, 2005)
Nas culturas gregas e romanas o matemático e filósofo grego
Pitágoras e o filósofo romano Platão defendiam a não crueldade dos animais.
“Eles verificaram que as vantagens de um regime vegetariano eram imensas e que este regime era a
chave para a coexistência pacífica entre humanos e não humanos, focando que o abate de animais para o consumo
embrutecia a alma das pessoas.” (RODRIGUES,2015,p4) Naquela época esses filósofos acreditavam que uma dieta sem carne
trazia benefícios tanto para saúde como ambiental, tendo essas razões
abordadas nos dias de hoje. Na época do Cristianismo, o vegetarianismo era visto como uma forma de jejum para purificar o corpo. “Tertuliano,
Clemente de Alexandria e João Crisóstomo ensinaram que evitar a carne era uma maneira de aumentar a disciplina e a força de vontade necessárias para resistir as tentações” (SILVA,2005,p5).
11
Fig 1 - Plantação de arroz na China. Fig 2 - Pintura Las Bodas de Caná, de Paolo Veronese.
12
Essas crenças foram passadas por anos e até os dias atuais, a
Igreja Católica Romana tem a tradição de não comer carne só nas sextas-
feiras durante a Quaresma. Ao longo da Idade Média, foram surgindo ideias
de supremacia humana para todas as criaturas pelos seguidores da filosofia
que eram contra o abate animal. Grupos ortodoxos que não aceitavam esses seguidores, junto com a Igreja Católica foram perseguidos e queimados vivos. O mundo medieval daquela época acreditava que a carne era o status de classe alta e os cereais comida somente para animais.
Na época do Renascimento a carne era considerada um luxo apenas
para ricos e para poucos, enquanto que a ideologia vegetariana não era falada, muito menos conhecida. Com a fome e as doenças atingindo
a população, a filosofia clássica foi redescoberta, tornando novamente
o Pitagorismo e o Neo-Platonismo uma grande influência na Europa e o vegetarianismo volta a ser um modo de vida conhecido. começou
Segundo Rodrigues (2005), no século XVIII, época do Iluminismo, a
surgir
novos
debates
sobre
os
animais
serem
criaturas
inteligentes e sensíveis e sobre como o aumento do desrespeito e abuso dos animais estão sendo vivenciados. Nessa época o abate aos animais eram
de extrema violência. Porcos chicoteados até a morte, galinhas golpeadas
no pescoço para depois serem penduradas e sangrar até a morte e bois sendo golpeados a facadas sem nenhuma compaixão. Por tanto a questão de se tornar vegetariano começou a ser mais discutida e pessoas começaram a adotar esse estilo de vida. Alguns famosos daquela época como os
filósofos Voltaire e Rousseau aderiram ao vegetarianismo e questionavam a inumanidade do Homem em relação aos animais.
O vegetarianismo no século XIX era mais comum na Inglaterra e
Estados Unidos. Alguns representantes desse estilo de vida, começaram a sair da Inglaterra e a generalizar pela Europa o vegetarianismo,
conscientizando a população sobre a exploração e o consumo dos animais. Em 1880 restaurantes vegetarianos surgiram em Londres e se tornaram
populares oferendo refeições baratas e nutritivas. Já nos Estados Unidos, existiam comunidades vegetarianas formadas por Adventistas do Sétimo Dia. No início do século XX e durante a Segunda Guerra Mundial, a população
britânica passava por um estado de pobreza, mas a dieta vegetariana manteve a população livre de doenças e com saúde até o termino da Guerra.
Nas décadas de 50 e 60 o termo vegetarianismo tornou-se muito famoso
devido as influências orientais que se espalhou no oriente. Assuntos ambientais na década de 80 e 90 cresceram conforme a população percebeu
os impactos causados no planeta, tornando o vegetarianismo como parte do processo de conservação ambiental.
13
Nos dias de hoje a prática do vegetarianismo é bastante comum
e bastante conhecida, ganhando cada vez mais força em ações mundiais contra o excesso de consumo de carnes e sendo considerado por muitas pessoas uma solução para os problemas da humanidade e ambiental.
Esse trabalho tem o objetivo de apresentar um projeto focado na
temática do vegetarianismo para todos aqueles adeptos a esse estilo de vida e para aqueles que possuem uma curiosidade.Visando tal descrição,
esse trabalho apresenta alguns dados atuais sobre o vegetarianismo, tanto no Brasil, como em outros países.
O vegetarianismo vem crescendo e ganhando destaque na nossa
sociedade contemporânea cada vez mais. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública de Estatística (IBOPE), constatou que 8% da população brasileira se declarava vegetariana, correspondendo
a 15,2 milhões de pessoas no país. Segundo essa pesquisa, São Paulo é a
região com mais vegetarianos, correspondendo a 792 mil pessoas, ou seja, 7% da população.
Infográfico 1 - Cidades
brasileiras com mais vegetarianos.
14
Faz-se necessário levar em consideração que tornar-se vegetariano
não é simplesmente uma escolha e sim um motivo forte para que tenham mudado seus hábitos, entender que adaptaram seu paladar em prol de uma causa. O principal motivo inicial é a postura ética, em que aborda tanto
as condições de sofrimento animal tendo em vista seus direitos, como a exploração animal no mercado industrial. Essa postura defende que os animais devem viver para si e não para os seres humanos, livres de sofrimento e dor. De acordo com Naconecy(2015,p.17) “Comer morte sobre
carne
daquele
o
implica
prato.
animal O
–
no
cujo
mínimo corpo
Vegetarianismo
-
a
está
denuncia
exatamente essa verdade desagradável, essa realidade
incômoda,
onde
antes
havia
um
hábito impensado: estamos matando e fazendo
sofrer infinitamente além do necessário. ” Portanto o papel da ética vegetariana seria conscientizar o
consumo excessivo de carnes pelo simples fato de ser um hábito do ser humano e tendo em vista a luta pela libertação animal. Outro motivo que mudou algumas pessoas é a postura da saúde. Pessoas deixam de se alimentar
de carne para buscar uma vida e hábitos mais saudáveis evitando doenças
associadas ao consumo de carne. Uma pesquisa feita na Universidade de Oxford, do ano de 2013, mostrou que o consumo de uma dieta vegetariana
reduz o risco de doenças cardíacas em 32%, em comparação com uma dieta baseada em carne e peixe. Uma
outra
pesquisa
realizada
na
Universidade
Adventista
do
Sétimo Dia de Loma, nos Estados Unidos, mostrou que os vegetarianos têm um risco de 15% menor de morte, concluindo-se que uma dieta vegetariana
traz inúmeros benefícios a saúde podendo ser adotada por qualquer um. (APPLEBY et al., 2013)
O terceiro motivo de as pessoas serem vegetarianas, é a postura
religiosa, uma postura coerente aos seus preceitos espirituais. Algumas
religiões, embora diferentes umas das outras, como o Budismo, Hinduísmo e o Hare Krishna adotam esse estilo de vida pela questão de compaixão.
Defendem que a citação “não matarás” descrita na Bíblia cristã e aplicada
somente aos humanos, seja aplicada a todos os seres. Essas religiões
acreditam na reencarnação de entes queridos em animais carnívoros, por tanto a violência do abate e o derrame de sangue seriam seus próprios parentes.
O vegetarianismo consiste em três tipos para diferenciar cada
regime que vão se restringindo na questão do consumo de derivados animais. São eles:
15
1. Ovolactovegetarianismo: considerado a porta de entrada
para as dietas sem carnes. Uma pessoa considerada ovolactovegetariana não faz o consume de nenhum tipo de carne, porém consome outros
alimentos como ovos, leite, queijos e mel, e qualquer outra refeição que posso ter esses alimentos. Esse tipo de vegetarianismo é o mais comum entre as pessoas por ser um início menos radical da dieta.
2. Lactovegetarianismo: é o tipo que exclui os ovos pelo
motivo de conter um alto nível de colesterol, porém fazem o consumo de leite e laticínios. Pessoas adaptam esse tipo de vegetarianismo
pela dificuldade de excluir todos os alimentos que contenham leite e derivados.
3. Vegano: também sendo uma filosofia de vida, seus adeptos
além de não consumirem qualquer ingrediente de origem animal excluem também produtos realizados em testes nos mesmos, como couro, seda,
lã e cosméticos, e motivos de entretenimentos como circo, rodeios e zoológicos que causam a exploração dos animais. (CHAVES, 2012)
Tabela 1 - Motivos
de adoção da dieta vegetariana
pelos
diferentes grupos.
16
Fig
3
-
benefĂcios
ĂĄ
Alguns saĂşde
decorrentes da dieta vegetariana.
Fig 4 - Motivos para se
adotar
a
vegetariana.
17
dieta
Aderir-se ao vegetarianismo é preciso também estar atento a
degradação ambiental e conscientizar a população o mal que causa ao nosso
planeta. A agricultura pecuária é uma das atividades mais importantes e impactantes para o meio ambiente. Isso porque existe o consumo intenso de
água, grãos, pesticidas e combustíveis fosséis gerando grandes destruições de florestas tropicais, área naturais, extinção de animais e contaminação de água. Muitos desses fatores está ligada a indústria agropecuária
que por sua vez devasta uma grande área para o espaço de pastagem e
principalmente para o cultivo de grãos, mais de 80% da produção do milho e da soja são voltados para a alimentação do gado. Diante disse, Greif afirma: (VEGETATIANISMO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, 2017):
“Caso estes grãos fossem utilizados diretamente
na alimentação de seres humanos, sua produção não
necessitaria ser tão elevada e as áreas de terras cultivadas
não
necessitariam
ser
tão
extensas,
sobrando mais espaço para os ecossistemas naturais.
Alimentar animais com grãos para depois comê-los é um uso ineficiente dos grãos, pois a conversão de
proteínas
vegetais
em
animais
implica
em
custos. Os grãos são mais eficientemente utilizados quando consumidos diretamente por seres humanos”.
No Brasil, os gados criados em uma vasta área, permanecem soltos
e para cada cabeça de gado necessita um hectare de terra para engordar,
ou seja, 10 mil m² de campo. Possui o maior rebanho comercial do mundo e por isso necessita no mínimo uma área com 200 milhões de hectares,
ou seja, são criados mais de 200 milhões de gado. Toda essa área era
anteriormente áreas naturais como uma floresta tropical, um cerrado ou um pantanal, que foram devastadas pela indústria agropecuária. “Calcula-
se que a cada segundo, uma área de floresta tropical equivalente ao tamanho de um campo de futebol é destruída no mundo para produzir 257 hambúrgueres. ” (VEGETARIANISMO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, 2017).
Embora a devastação de florestas seja um problema para o ecossistema,
existe um outro problema causado pelas indústrias de gado maior ainda. Em 2013, a ONU, Organização das Nações Unidas relatou que a criação de gado produzia mais gases do efeito estufa do que as emissões de gases de
todo o setor de transporte, sendo responsável por 14,5% dessas emissões, ou seja, a produção de leite e carne, causa mais poluição do que carros, motocicletas, caminhões, barcos e trens. 18
Isso se deve pela produção de metano que vacas e rebanhos
produzem no seu processo digestivo. Esse gás é 86 vezes mais destrutivo do que o dióxido de carbono dos veículos. Portanto,
a
prática
do
vegetarianismo
induz
e
auxilia
na
proteção das florestas, sendo uma alimentação compatível dessas florestas, otimizando o processo produtivo e não tendo a necessidade de vastas áreas para a produção preservando florestas nativas.
Fig 5 - Ranking de alimentos de acordo com
percentual
de
amostras inadequadas para o consumo.
19
Seguir
alimentos,
uma
dieta
basicamente
de
vegetariana verduras,
compreende-se
legumes,
frutas
na
e
ingestão
sementes.
de
A
agricultura responsável pelo cultivo desses alimentos, na maioria das
vezes faz o uso de agrotóxicos que são bem comuns no nosso dia a dia. Por outro lado um alimento gerado pelo uso de agrotóxico pode oferecer grande perigo as pessoas e causar danos ao meio ambiente. Esses alimentos
mesmo higienizados, não são capazes de remover totalmente o agrotóxico
presente nele. No Brasil, além de usar mais da metade de substâncias que
são proibidas nos países, como o Estados Unidos e a União Europeia, o uso de agrotóxicos atinge 70% dos alimentos e está ocupando o primeiro
lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos desde 2008. De acordo com dados divulgados pela Anvisa, o mercado mundial desse setor teve um crescimento de 93%, enquanto que no Brasil obteve um crescimento de 190%. (ROSSI, 2015)
O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos
da Anvisa, também divulgou uma lista com os alimentos mais contaminados
no Brasil, analisando 2.488 amostras de 18 tipos de alimentos, levantou
critérios que o Brasil possui cerca de um terço dos vegetais mais consumidos e que apresentam um nível de agrotóxicos acima do aceitável
e a presença de agrotóxicos não autorizados para o tipo de alimento. O único vegetal que foi analisado e não apresentou nenhum lote contaminado
foi a batata. Em compensação, o pimentão teve suas amostras, praticamente todas, com 91,8% que apresentavam agrotóxicos acima do permitido, seguida
do morango, pepino e alface, apresentando irregularidade em mais de 50% dos lotes examinados. (CARRER ELIAS, 2011)
Além disso uma agricultura orgânica tem, dentre seus objetivos,
a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos
de qualquer contaminante que possa pôr em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente, o respeito à integridade cultural dos agricultores e a preservação da saúde ambiental e humana.
O projeto arquitetônico do restaurante contará com alimentos
orgânicos, uma horta será implantada e que além de abastecer o restaurante,
servirá de visitação aos clientes e públicos de passagem que queiram ter um conhecimento a mais desses alimentos. Um empório dentro do edifício
contará com a venda dos alimentos orgânicos para todos os interessados e aproveitando para estimular a venda e torna-los cada vez mais baratos.
20
O
RESTAURANTE TUJU REFERENCIA PROJETUAL restaurante Tuju localizado na Vila Madalena, na cidade de
São Paulo e projetado pela Garupa Estúdio junto com Vapor 324, tem um
conceito diferente dos restaurantes habituais. Primeiramente, a cozinha inteira transparente e fechada em policarbonato, foi levada para a entrada
do restaurante para transmitir a cultura brasileira, principalmente do estado de São Paulo. As hortas existentes, além de suprir toda a demanda
do restaurante, tem um conceito de mostrar ao cliente de onde vem a comida, como é produzida e quem produz os alimentos.
Arquitetos: Vapor324, Garupa Estúdio
Localização: Vila
Madalena, São Paulo Área: 524 m²
Ano do projeto: 2014
Fig 6 - Fachada do restaurante Tuju.
Fig 7 - Implantação do
Tuju.
restaurante 21
O pavimento térreo é constituído de um grande salão espaçoso,
com capacidade de 60 pessoas e que lembra um refeitório industrial,
abastecido por uma cozinha e um bar de bebidas central e banheiros
masculinos e femininos. Possui hortas tanto na frente do restaurante
como na área ao fundo, com mais de 200 espécies de folhas e ervas. No pavimento superior, além de possuir a administração do restaurante,
possui uma segunda cozinha e uma sala com mais hortas que suprem o restaurante.
Fig 8 - Planta baixa pavimento térreo.
Fig 9 - Planta baixa pavimento superior.
Salão
Salão
principal
principal
Banheiros Pátio interno Bar Cozinha Pátio externo
Espaço com hortas Administração Segunda cozinha Áreas com piso epóxi Plantações
22
Anteriormente ao restaurante a edificação possuía uma estrutura
de madeira, em que os arquitetos reaproveitaram no mobiliar onde se encontra o salão e acrescentaram materiais industrializados, visando uma obra mais rápida e racional. Foi empregado estrutura metálica,
painéis de laje pré-fabricado, fachadas duplas em placas modulares de policarbonato, piso epóxi e caixilhos metálicos.
Como o lote é bem comprido, a circulação foi pensada para ser
linear, com um grande corredor que a partir do momento que os clientes
entram no restaurante, conseguem entender toda a estratégia espacial, passando primeiro pela cozinha, depois o salão, bar e por fim o pátio.
Fig 10 - Pátio interno do restaurante. Fig 11 - Salão com bar central.
23
na
Conclui-se
que
sustentabilidade
primeiramente
na
todo
o
percorrendo
preservação
do
projeto nas
do
restaurante
diferentes
edifício
etapas
existente,
do
foi
pensado
projetuais, emprego
de
materiais industriais e sua rápida construção, a utilização do reuso
da água nas áreas das hortas e a tentativa de tratar o paisagismo como participante funcional do restaurante.
Fig 12 - Sala com hortas. Fig 13 - Vista do pátio interno.
24
RESTAURANTE KANE WORDL FOOD STUDIO - REFERENCIA PROJETUAL
Arquitetos: Bogdan Ciocodeică
Localização: Bucareste, Romênia Área: 180 m²
Ano do projeto: 2017
Fig
14
-
Interior
do
restaurante. Fig 15 - Perpectiva do restaurante.
25
O projeto desse restaurante foi elaborado pelo arquiteto Bogdan
Ciocodeică, e está localizado na cidade de Bucareste, em um bairro
revitalizado. Seu conceito foi pensado em tornar esse espaço um oásis
urbano, ou seja, um espaço verde no meio da cidade, tornando-se uma renovação do antigo tecido urbano. Tem uma abordagem simples e clara, com a utilização de materiais naturais e misturando-se com um verde abundante.
Seu espaço é composto por concreto no piso e nos pilares, mármore,
azulejos cerâmicos, espelhos e mobiliário de madeira, materiais crus,
diretos e descomplicados. As plantas existentes no local, transmitem uma
forte conexão com o exterior e que contemplam o conceito do restaurante. Todas as áreas possuem uma funcionalidade, algumas mais reservadas,
outras mais orgânicas e livres com um ar despojado e de ocupação mais fluida.
Fig 16 - Planta baixa. Fig
17
-
Detalhe
dos
acessos e circulação.
Área de armazenagem Cozinha Bar Banheiros Áreas de ocupação mais fluida Área mais reservada
26
Em relação a iluminação, foi pensada para que seja suave e focada
nas mesas, tendo algumas exceções que possuem pontos focais como é o
caso do bar para dar destaque ao mármore de 8 metros de largura. Por fim, o forro técnico é aparente e pintado de um verde bem escuro, seguindo o conceito do projeto e amarrando todos os elementos.
Fig 18 - Pontos focais nas mesas. Fig 19 - Pontos focais no bar.
27
LOJA PATOM ORGÂNICO REFERENCIA PROJETUAL Desenvolvida pela equipe de arquitetos do Nitaprow, a loja de
produtos corporais da marca Patom está localizada no principal bairro de Thongolor, Tailândia. Além de servir como showroom dos produtos, possui uma cafeteria que suporta até 25 pessoas e foi criado para ser um
espaço de consciência ecológica e sustentável, havendo alguns worshops ocorridas no primeiro pavimentos e feiras de agricultores.
Arquitetos: NITAPROW
Fig 20 - Fachada da loja
Localização: Tailândia
Patom
Área: 110 m²
Ano do projeto: 2016
28
Fig
21
-
Interior
loja. Fig 22 - Planta baixa.
Área café Área exposição dos produtos da loja Banheiros
29
da
Focados
na
sustentabilidade,
os
arquitetos
projetaram
uma
edificação com todos os pilares estruturais e vigas de madeira, sendo feitos de sequoia recuperada e madeira Tabak. Seu fechamento é feito de
vidro, tendo uma transparência revelando a extensão do jardim circundante de grama silvestre e samambaia, que tem uma função de suavizar a forma retangular da edificação.
A loja possui grandes aberturas em vidro para que possa entrar
o máximo de iluminação natural e assim ter uma boa visualização dos produtos em exposição.
Fig 23 - Interior da loja com grandes aberturas. Fig 24 - Detalhamento dos acessos e circulação.
30
CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
Com uma população de aproximadamente 558.136 habitantes, Ribeirão
Preto está localizada a nordeste do estado de São Paulo, considerada a metrópole da região. Fundada em 19 de junho de 1856, Ribeirão Preto é considerada a região mais rica do estado de São Paulo, apresentando
elevado padrão de vida. Constitui-se em um polo de atração das atividades
comerciais e de prestação de serviços da região, onde influencia regiões como Sertãozinho, Barretos, Araraquara, São Carlos, entre outras. A
área
de
intervenção
escolhida,
será
realizada
no
bairro
Jardim Botânico, região sul da cidade. Essa região acabou se tornando o
principal vetor de expansão do município, onde teve um planejamento para ser uma área de moradia e trabalho para as pessoas. O Jardim Botânico se destaca entre os demais bairros que compõem essa região, um dos
principais fatores se deve pela sua localização, onde se encontra em uma região extremamente desejada, com uma boa infraestrutura e uma qualidade urbanística e arquitetônica que chama atenção de todos. O acesso a esse bairro pode ser feito por diversas avenidas como a João Fiusa, Wladimir
Meirelles Ferreira, Maurilio Biagi e o Anel Viário, que conectam o bairro
a importantes pontos da cidade. O Jardim Botânico de localiza a 5,7
km do centro da cidade, podendo ser acessado pelas avenidas Francisco Junqueira, Presidente Vargas e Independência.
Fig
25
-
Localização da área.
31
Fig
26
-
Localização do terreno.
O bairro Jardim Botânico surgiu a partir do bairro vizinho
Jardim Irajá, o qual teve início nos anos de 1960, tomando forma
devido à proximidade de diversos pequenos lotes. Em 1970, deu início
a pavimentação nas ruas do Irajá, porém o seu crescimento não foi de maneira tão rápida, sendo pouca as construções e a maioria de casas. Por
possuir uma característica forte da paisagem, o Jardim Irajá, nos anos
de 1980, conteve sua área regulamentada e a construção de prédios baixos autorizada, ganhando mais visibilidade e importância. A partir dessa
regulamentação, ao longo dos anos foram surgindo novos bairros, como é o caso do Jardim Botânico, devido ao seu desenvolvimento econômico e regional. Por ser um bairro recentemente formado e que está em constante crescimento, foi extremamente planejado em compor a paisagem urbana da melhor forma, elaborado para proporcionar aos moradores, conforto, comodidade, tranquilidade e segurança.
“Esse mesmo conceito norteia o trabalho das construtoras e incorporadoras presentes na região. Os empreendimentos,
tanto residenciais quanto comerciais, são bem elaborados e versáteis, para atender aos mais diferentes tipos de público. Trazem como características predominantes os espaços internos funcionais
e
a
preocupação
detalhes”. (Zuliani, 2010) 32
com
o
bem-estar
em
todos
os
LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
Para que o desenvolvimento do projeto seja implantado em um meio
urbano, é necessário fazer algumas análises de todo o entorno imediato,
tanto no que diz respeito aos dados de cada lote, edificação, gabarito e algumas condicionantes e potencialidades da região onde o projeto será implantado.
Mapa
1
-
Uso
Ocupação do Solo.
e
Mapa 2 - Gabarito.
Residencial Comercial Serviço Vazio Sem uso Área verde Lote escolhido
Térreo Até 1 pavimento 2 pavimentos ou mais Lote escolhido
33
O Jardim Botânico por ser um bairro recentemente formado e que
está em constante crescimento, possui uma predominância de áreas vazias, porém de todos os outros tipos de uso, o residencial é o que mais ocupa
essa área. Alguns comércios e serviços também são encontrados nessa área e através de um estudo, foi observado que também está em constante
crescimento, devido a esses lotes vazios e por ser um bairro que está sendo cada vez mais reconhecido.
Apresentando edificações que predominam de pequeno porte,o bairro
é composto por sua grande maioria de casas e prédios de até 1 pavimento.
Edificações de gabarito térreo são mais predominantes em comércios e serviços, e podemos observar algumas áreas que possuem uma concentração de edifícios que são de 2 pavimentos ou mais.
De
acordo com o mapa de figura-fundo, a maioria das edificações
ocupam quase todo o lote em que estão inseridas, sendo assim, cada lote
possui uma grande área construída e pouca área livre, tanto entre eles,
como em área permeável.Já em algumas áreas, especificamente em condomínios
de prédios, possuem uma pequena área de construção, sendo somente ela dos edifícios localizados. As áreas nao edificadas, são reservadas para áreas verdes e áreas de de lazer.
Mapa 3 - FiguraFundo.
Lote escolhido
34
Mapa 4 - Vegetação.
Mapa 5 - Vegetação no entorno imediato.
35
Árvores grande porte Árvores médio porte Árvores pequeno porte Lote escolhido
Em relação a vegetação na área, podemos observar uma carência de
árvores em todo o entorno residencial, a maioria de pequeno porte. Porém possui uma área preservada localizada na praça Rudolf Steiner, na Avenida
Carlos Eduardo de Gasparini Consoni, em que foi recentemente florestado pelas empresas Global Tree e Consinco sendo plantadas 250 árvores nativas da região. Essa área de preservação apresenta grandes, médios e pequenos portes de árvores. O bairro apresenta um parque municipal Dr. Luis Carlos Raya, mas como podemos observar no mapa a baixo, acaba sendo um parque
com uma certa carência em vegetação, apresentando apenas algumas árvores e coqueiros.
Com base no mapa a seguir, a área do entorno imediato do terreno
escolhido apresenta uma Avenida Parque, localizada na Avenida Carlos
Eduardo de Gasperi Consoni, podendo ser representada como uma Via
Principal e que possui um fluxo grande por ser uma via que se conecta a outros bairros. A Via Coletora está localizada na Rua Paschoal Bardaro,
apresentando um fluxo médio por ser uma via que comporta comércios e serviços e que facilita o trânsito dentro do bairro. Por fim as vias locais destinadas apenas ao acesso local ou a áreas restritas como as residências.
Mapa 6 - Hierarquia Física e Funcional.
36
Avenida parque - Fluxo grande Via coletora - Fluxo médio Via local- - Fluxo pequeno Lote escolhido
CARACTERÍSTICAS E DADOS DO TERRENO
O terreno escolhido está localizado em uma Zona de Urbanização
Preferencial – ZUP, em frente a uma reserva florestal, conhecida como praça Rudolf Steiner. O lote possui uma área de 1085,41 m² tendo como limite a esquina da rua Luciana Mara Igancio sendo de duas mãos e a Av. Carlos Eduardo de Gasperi Consoni.
Quanto as suas características físicas, possui uma topografia em
declive em direção a área de florestamento, sendo a cota mais alta 565 e a cota mais baixa 560. O clima de Ribeirão Preto se caracteriza por ser tropical semiúdo. Os meses de janeiro e fevereiro são considerados os mais quentes de todo o ano, também possui uma estação chuvosa nos
meses de setembro a março. Por tanto para garantir um conforto térmico
da edificação, é importante que as aberturas sejam voltadas para o norte e sul.
Fig
Terreno
27
-
com
cotas e área.
Taxa de ocupação ocupação máxima - 80%
Coeficiente de aproveitamento máximo - 5 vezes a área do terreno Gabarito máximo - 10m
Recuos - mínimo de 9m para recuo frontal e de esquina mínimo de 2m para recuo lateral e fundo
Percentual máximo de permeabilidade - 15% 37
Figs 28,29 e 30 Vistas do terreno.
38
O PROJETO Com base na análise feita do terreno e das referências projetuais
foi desenvolvido ideias inicias para o projeto. Primeiramente foi pensado
em uma edificação que se adequasse ao terreno em declive, suavizando as curvas de nível presente. A partir disso, o projeto tem como conceito a
integração do espaço com o edifício, e a integração do edifício com as pessoas. Um edifício em forma geométrico simples e funcional. Principais Diretrizes para o projeto:
- Promover espaços adequados para atividades públicas e saudáveis. - Promover espaços para entretenimento e lazer.
- Promover espaços adequados para a venda de alimentos orgânicos.
- Valorizar o visual em torno do terreno e respeitando suas características. - Inserir portas rolantes para a segurança do edifício.
- Promover opções de atividades de uso diurno e noturno. Partido O
princípio
básico
do
projeto
foi
criar
uma
arquitetura
contemporânea e inovadora, mas ao mesmo tempo funcional e confortável.
O projeto se adequa ao espaço trazendo um significado de integração entre exterior e interior, remetendo a importância da natureza, o paisagismo
como participante funcional e uma horta orgânica afim de mostrar uma nova adequação dos alimentos em prol a saúde. Possuindo ambientes com usos que cause o interesse e vontade do público permanecer no local, o projeto tem enfoque para um edifício que possa ser usado por todos os públicos, trazendo acomodações.
O projeto arquitetônico instalado no bairro Jardim Botânico na
cidade de Ribeirão Preto – SP, destina-se a um restaurante vegetariano com uma proposta de ser um local que remete a hábitos saudáveis e a
natureza. A cozinha, possuindo janelas que permite o público visualiza – lá, localiza-se ao lado do salão do restaurante e no mesmo pavimento.
Na parte superior (terraço) do edifício, será utilizado para a prática de atividades saudáveis e também além de ser utilizado como um mirante,
será um espaço de convívio e contemplação aberto a todo o público. Nesse
mesmo pavimento, será implantado a administração que controla todo o edifício e vestiários masculinos e femininos. Já no pavimento inferior do restaurante, terá um empório, onde será feito a venda de alimentos
orgânicos, acompanhado de um espaço de café para clientes que estão de passagem.
39
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Empório/café Salão restaurante Cozinha Administração Vestiários Circulação
QUADRO DE ÁREAS Empório/café
Restaurante
Cozinha Terraço
40
FLUXOGRAMA
41
MEMORIAL JUSTIFICATIVO O empreendimento proposto para o bairro Jardim Botânico, tem como
proposta criar um novo estabelecimento ao público que ofereça variações de atividades saudáveis, tanto gastronômicas como práticas. No terreno escolhido
que ocupa uma área de 1085,41m² e se localiza entre as vias avenida Carlos
Eduardo de Gasperi Consoni e a rua Luciana Mara Ignácio, será implantado um
edifício com as funcionalidades de restaurante, empório, café e terraço. A proposta apresenta um edifício de três pavimentos, todos interligados com a mesma circulação vertical que se encontra no canto desse edifício
para um uso melhor do espaço. Sua forma retangular e linear também foi
pensada para um melhor aproveitamento do espaço do terreno, sendo ele em declive.
O projeto tem um respeito com a natureza, possuindo alguns recursos
ecológicos como nos mobiliários, na sua construção e materialidade. Para sua fachada foi criada uma “praça”, com uma grande área verde e alguns mobiliários para uso do público além de apresentar diversas árvores
frutíferas como jabuticabeira, acerola, amora e laranja pera, todas elas sendo de livre acesso ao público. Já no fundo do edifício, possui uma
horta orgânica que abastece tanto o empório, como o restaurante. Essa horta possui períodos de visitação guiada com o propósito de informar sobre os alimentos orgânicos.
Na parte térrea do projeto, se encontra o empório e um café,
ambos dividem o mesmo espaço sem divisórias para que tenha uma integração de espaço e público. O empório promove a venda dos alimentos orgânicos,
tanto produzidos pela horta, como por fornecedores. A parte do café promove um espaço de socialização e permanência do público, e possui na parte externa do terreno um deck com algumas mesas para todo o público.
O restaurante localizado no segundo pavimento, com capacidade
para 70 lugares, terá seu serviço por quilo, onde o layout prevê uma
disposição dos equipamentos de forma a possibilitar a socialização dos frequentadores através de mesas com cadeiras de dois a quatro lugares onde possuem nichos com algumas plantas. Algumas bancadas foram instaladas
para aqueles frequentadores que necessitam ter uma rápida refeição. Por último foi pensado na criação de um bar, com a funcionalidade
de servir bebidas, algumas diferenciadas pelas frutas existentes na fachada do edifício. Na parte externa do restaurante foram instalados
uma automatização de brises que oferecem proteção solar e um excelente
rendimento térmico para o ambiente. Esses brises movimentam-se através de controles remotos, gerando conforto e controle de luminosidade. 42
A cozinha, parte integrante e importante do restaurante, se encontra no mesmo pavimento do mesmo, e foi pensado para que tenha uma boa
distribuição dos equipamentos afim de não prejudicar a circulação dos funcionários. A distribuição das áreas possui um ciclo de preparo começando
pelos estoques, preparo dos alimentos, cocção e lavagem para melhor funcionamento da cozinha. Grandes janelas oferecem uma visualização
dessa área, aproveitando uma iluminação extra. Por fim, banheiro dos funcionários e o DML ficam separados da área de preparação dos alimentos. No terceiro e último pavimento está localizado o terraço que será
utilizado para atividades de práticas saudáveis, como yoga, meditação
e alongamento, além de ser como um pequeno mirante do edifício com mobiliário para descanso e permanência do público. Foi instalado um
pergolado com estrutura de aço que acompanha a estrutura do edifício e com a funcionalidade de controlar a incidência solar trazendo conforto no ambiente. O vestiário feminino e masculino e a administração se
concentra nesse mesmo pavimento sendo acessado pela mesma circulação que passa pelo empório/ café e restaurante.
O sistema estrutural do edifício é composto por vigas e pilares
metálicos e paredes estruturais que foi escolhido por promover uma solução
mais prática, ágil e de rapidez. A laje foi escolhida a nervurada, um sistema de concreto armado de pequenas vigas regularmente espaçadas, que
são econômicas por usarem menos material e por vencerem vãos em balanço. Além do concreto utilizado em lajes, paredes e cobertura, foi utilizado o sistema pele de vidro no pavimento do empório/café e restaurante, deixando com um visual mais bonito e leve.
Ainda que seja um edificio privado, uma das intensões foi criar
espaços públicos de uso a todos. Na área externa as pessoas podem se
apropriar dos mobiliários, bancos diferenciados feitos de madeira ao redor das árvores frutíferas. No terraço alguns mobiliários também feito de madeira, foram colocados para uso de todos, podendo sentar ou até
deitar. As aulas de yoga, meditação e alongamento que aconteceram em horários específicos,serão oferecidas para todo o público.
Como a área do lote será aberta, foi pensado na instalação de
um portão eletrônico na parte do estacionamento, e portões de grade na escada externa que dá acesso a esse estacionamento e na rampa que dá acesso a horta. No térreo, por possuir a pele de vidro, portas rolantes farão a proteção do edifício nessa área.
43
DESENHOS TÉCNICOS
44
E - 03
17 16 15 14 13 12 11 10
9
8 7
5 4 3 2
E - 04
1
17 x 0,188 = 3,200
6
E - 02
RUA LUCIANA MARA IGNACIO
ACESSO VEÍCULOS
HORTA ORGANICA
AV. CARLOS EDUARDO DE GASPARINI CONSONI
E - 01
N CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO: IMPLANTAÇÃO DOCENTE: FABIANA MORI ALUNO: JULIA HORTA SANT'ANA GSPublisherVersion 0.22.100.100
ESC 1:200
16
3,10
8
17
1,50
A 2,00
15 14 13 12
10
5 4 3 2 1
11 10
11 12
9
13 14 15
1,60
8
17 x 0,19 = 3,20
9
6 15 x 0,20 = 3,05
7
7 6 5 4 3
B
B
2
12,20
1,50
8,33 %
W.C 2,10
2,30 4,85
4,00 11,21
8,33 %
8,33 %
1
2,50
CAFÉ
10,07
EMPÓRIO
A
18,30
0
2 1
10
4 3
5
N CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO: PLANTA PAVIMENTO TÉRREO - EMPÓRIO/CAFÉ DOCENTE: FABIANA MORI ALUNO: JULIA HORTA SANT'ANA GSPublisherVersion 0.0.100.100
A 1,40
9
CASA DE GÁS
DML
W.C
2,08 8 7 6 5 4 3 2 1
Vestiário masc
2,60
3,56
10 11 12 13 14 15 16 17 18
18 x 0,22 = 3,97
COZINHA
3,75
Vestiário fem
B
B 12,05
SALÃO RESTAURANTE
1,50
8,10
W.C
2,54
2,25
W.C
12,20
2,54
A
18,00
DETALHAMENTO COZINHA
5,35
1,17
DML
2,77
Estoque frio Estoque
0
3,70 Preparo Hortifruti
2 1
10
4 3
5
N
6,18 Projeção coifa
CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO
Fornos
Lavagem
DESENHO: PLANTA PAVIMENTO 1 - RESTAURANTE 5,72
4,08
2,43
Cocção
9,36
DOCENTE: FABIANA MORI ALUNO: JULIA HORTA SANT'ANA
ESC 1:100 GSPublisherVersion 0.0.100.100
9
A 2,19
Copa
3,63
VESTIÁRIO FEM
8 7 6 5 4 3 2 1
ADMINISTRAÇÃO
10 11 12 13 14 15 16 17 18
18 x 0,22 = 3,97
VESTIÁRIO MASC
1,13
W.C
W.C
5,34 10,97
5,95
5,95
10,70
5,02
B
5,65
5,35
1,72
B
A
18,30
0
2 1
10
4 3
5
N CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO: PLANTA PAVIMENTO 2 - TERRAÇO DOCENTE: FABIANA MORI ALUNO: JULIA HORTA SANT'ANA GSPublisherVersion 0.0.100.100
2,00
0,20
+15,559
3,20
+13,359
8,90
3,80
+8,159
3,00
+4,159
+0,958
±0,000
0,20
3,00
5,00
2,00
CORTE AA
3,00
0,30
3,80
1,77
CORTE BB 2
0 1
10
4 3
5
CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO: CORTES DOCENTE: FABIANA MORI ALUNO: JULIA HORTA SANT'ANA GSPublisherVersion 0.0.100.100
ELEVAÇÃO 1
ELEVAÇÃO 2
4
2
0 1
3
CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO: ELEVAÇÕES DOCENTE: FABIANA MORI ALUNO: JULIA HORTA SANT'ANA GSPublisherVersion 0.0.100.100
10 5
ELEVAÇÃO 3
ELEVAÇÃO 4
4
2
0 1
3
CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO: ELEVAÇÕES DOCENTE: FABIANA MORI ALUNO: JULIA HORTA SANT'ANA GSPublisherVersion 0.0.100.100
10 5
IMAGENS DO PROJETO
52
Fig 31 - Fachada do edifĂcio.
Fig 32 - Interior do empório/café
é
Fig 33 - Interior do restaurante.
.
Fig 34 - Interior do restaurante com vista para cozinha.
Fig 35 - Vista do terraรงo.
Fig 36 - Vista fundo do edifĂcio e horta
e
Fig 37 - Vista com detalhe do deck.
Fig 38 - Vista lateral do edifĂcio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LANGEANI, Rodrigo. A importância dos alimentos orgânicos, 2015. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/29/ politica/1430321822_851653.html>. Acesso em 20 de out. 2017
CARRER ELIAS, Vivian. 28% dos alimentos apresentam agrotóxicos em
níveis acima do permitido, 2011. Disponível em: <http://veja.abril.
com.br/saude/anvisa-28-dos-alimentos-apresentam-agrotoxicos-em-niveisacima-dos-permitidos/ >Acesso em 20 de out. 2017
ROSSI, Mariana. O “alarmante” uso de agrotóxicos no Brasil atinge
70% dos alimentos, 2015. Disponível em: < https://brasil.elpais.com/ brasil/2015/04/29/politica/1430321822_851653.html> Acesso em 21 de out. 2017
GORGA, Marina. Ranking dos agrotóxicos em alimentos, 2017. Disponível em: < http://marinagorga.com.br/ranking-dos-alimentos-x-agrotoxicos/> Acesso em 21 de out. 2017 CHAVES, Fabio. Tipos de vegetarianos: entenda as principais diferenças entre os grupos de vegetarianos, 2012. Disponível em: < https:// www.vista-se.com.br/tipos-de-vegetarianos-entenda-as-principais-
diferencas-entre-os-grupos-de-vegetarianos/> Acesso em 03 de mar. 2018 ADMIN. Vegetarianismo: Um estilo de vida, 2015. Disponível em: <
https://www.vix.com/pt/bdm/corpo/vegetarianismo-um-estilo-de-vida-1> Acesso em 07 de mar. 2018
DINO. Mudança de hábito dos brasileiros amplia mercado vegetariano e vegano, 2017. Disponível em: < https://exame.abril.com.br/negocios/
dino/mudanca-de-habito-dos-brasileiros-amplia-mercado-vegetariano-evegano/> Acesso em: 07 de mar. 2018
LINO. Com ajuda de aplicativo, vegetarianos conseguem calcular
o número de vidas de animais que salvaram, 2015. Disponível em:
<https://digitais.net.br/2015/03/com-ajuda-de-aplicativo-vegetarianosconseguem-calcular-o-numero-de-vidas-de-animais-que-salvaram/> Acesso em: 16 de mar. 2018
io. 69
LUSA. Pecuária provoca 14,5% de todas as emissões de gases de efeito
estufa, diz FAO, 2013. Disponível em:< http://www.ebc.com.br/noticias/ internacional/2013/09/pecuaria-provoca-145-de-todas-as-emissoes-degases-de-efeito-estufa> Acesso em: 16 de mar. 2018
PORTOBELLO. Arquitetura naturalista: o que é e como elaborar um projeto?, 2018. Disponível em: < https://archtrends.com/blog/ arquitetura-naturalista/> Acesso em 18 de mar. 2018
MANNA. Broadacre City: meio ambiente, desenvolvimento sustentável e ecologia social, 2008. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/ revistas/read/arquitextos/08.095/148> Acesso em: 18 de mar. 2018
WRIGHT, Frank Lloyd. The Natural House. New York: Horizon Press, 1954 NACONECY, Carlos. Ética & Vegetarianismo. Editores: Guilherme Carvalho e Marly Winckler, 2015
FORESTI, Débora. Aspectos da arquitetura orgânica de Frank Lloyd
Wright na arquitetura paulista, 2008. Tese (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de arquitetura e urbanismo – USP
TAGLIARI, Ana, FLORIO Wilson. The natural house e a usonian: relações entre texto e arquitetura, 2009. Disponível em :< http://www.unicamp. br/chaa/eha/atas/2009/TAGLIARI,%20Ana%20e%20FLORIO,%20Wilson%20-%20 VEHA.pdf> Acesso em: 30 de mar. 2018
70
LISTA DE IMAGENS Figura 1 – Plantação de arroz na China. Disponível em: https://www. fciencias.com/2017/06/25/plantacoes-arroz-na-china-wallpaper-aodomingo/.
Figura 2 - Pintura Las Bodas de Caná – Paolo Veronese. Disponível em: http://www.cultura.mg.gov.br/ajuda/story/4417-circuito-liberdadepromove-concerto-inspirado-na-obra-de-pintor-renascentista
Figura 3 – Alguns benefícios a saúde decorrentes da dieta vegetariana. Disponível em:
etica-e-a-saude/
https://setimodia.wordpress.com/2012/03/16/entre-a-
Figura 4 - Motivos para se adotar a dieta vegetariana. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/04/1437331-cresceo-apoio-a-reducao-do-consumo-de-carne.shtml
Figura 5 - Ranking de alimentos de acordo com percentual de amostras inadequadas para consumo. Disponível em: http://marinagorga.com.br/ ranking-dos-alimentos-x-agrotoxicos/
Figura 6 – Fachada do restaurante Tuju. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/627634/restaurante-tuju-vapor324-mais-garupaestudio
Figura 7 – Implantação do restaurante Tuju. Foto autoral. Figura 8 – Planta baixa pavimento térreo. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/627634/restaurante-tuju-vapor324-mais-garupaestudio
Figura 9 – Planta baixa pavimento superior. Disponível em: https://
www.archdaily.com.br/br/627634/restaurante-tuju-vapor324-mais-garupaestudio
Figura 10 – Pátio interno do restaurante. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/627634/restaurante-tuju-vapor324-mais-garupaestudio
71
Figura 11 – Salão com bar central. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/627634/restaurante-tuju-vapor324-mais-garupaestudio
Figura 12 – Sala com hortas. Disponível em: https://www.archdaily.com. br/br/627634/restaurante-tuju-vapor324-mais-garupa-estudio
Figura 13 – Vista do pátio interno. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/627634/restaurante-tuju-vapor324-mais-garupaestudio
Figura 14 – Interior do restaurante. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/877197/restaurante-kane-world-food-studio-bogdanciocodeica
Figura 15 – Perspectiva do restaurante. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/877197/restaurante-kane-world-food-studio-bogdanciocodeica
Figura 16 – Planta baixa. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/877197/restaurante-kane-world-food-studio-bogdan-ciocodeica
Figura 17 – Detalhe dos acessos e circulação. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/877197/restaurante-kane-world-food-studiobogdan-ciocodeica
Figura 18 – Pontos focais nas mesas. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/877197/restaurante-kane-world-food-studio-bogdanciocodeica
Figura 19 – Pontos focais no bar. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/877197/restaurante-kane-world-food-studio-bogdanciocodeica
Figura 20 – Fachada da loja Patom. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/880777/patom-organico-nitaprow
Figura 21 – Interior da loja. Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/880777/patom-organico-nitaprow Figura 22 – Planta baixa. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/880777/patom-organico-nitaprow 72
Figura 23 – Interior da loja com grandes aberturas. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/880777/patom-organiconitaprow Figura 24 – Detalhamento dos acessos e circulação. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/880777/patom-organiconitaprow Figura 25 – Localização da área. Disponível em: https://www. google.com.br/maps Figura 26 – Localização do terreno. Disponível em: https://www. google.com.br/maps Figura 27 – Terreno com cotas e áreas. Foto autoral Figura 28 – Vista do terreno. Foto autoral Figura 29 – Vista do terreno. Foto autoral Figura 30 – Vista do terreno. Foto autoral Figura 31 - Fachada do edifício. Foto autoral Figura 32 - Interior do empório/café. Foto autoral Figura 33 - Interior do restaurante. Foto autoral Figura 34 - Interior do restaurante com vista para cozinha. Foto autoral Figura 35 - Vista do terraço. Foto autoral Figura 36 - Vista fundo do edifício e horta. Foto autoral Figura 37 - Vista com detalhe do deck. Foto autoral Figura 38 - Vista lateral do edifício. Foto autoral Infográfico 1 – Cidades brasileiras com mais vegetarianos. Disponível em: https://digitais.net.br/2015/03/com-ajuda-deaplicativo-vegetarianos-conseguem-calcular-o-numero-de-vidasde-animais-que-salvaram/ 73
Tabela 1 - Motivos de adoção da dieta vegetariana pelos diferentes grupos. Disponível em: https://www.svb.org.br/ livros/guia-alimentar.pdf Mapa 1 – Uso e ocupação do solo. Foto autoral Mapa 2 – Gabarito. Foto autoral Mapa 3 – Figura-Fundo. Foto autoral Mapa 4 – Vegetação. Foto autoral Mapa 5 – Vegetação no entorno imediato. Foto autoral Mapa 6 – Hierarquia Física e Funcional. Foto autoral
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