Cidade sensível à água - Reestruturação urbana às margens do Rio Sarapuí

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RIOS URBANOS E PAISAGENS MULTIFUNCIONAIS

CIDADE SENSÍVEL À ÁGUA REESTRUTURAÇÃO URBANA ÀS MARGENS DO RIO SARAPUÍ

Diante da necessidade de uma melhor compreensão sobre a relação cidade-natureza e com base na visão sistêmica que recopretende-se construir na prática, pois, se apoia na teoria de uma abordagem ecológica do desenho da paisagem. Esta apresentação é um resumo do processo completo descrito no caderno de diretrizes em detalhe entregue como produto de conclusão de curso que se encontra em laboratório de pesquisa. nicípio do Rio de Janeiro, à foz do rio Iguaçu, que deságua na Baía de Guanabara. Cruza a Zona Oeste da capital e os municípios de Nilópolis, Mesquita, São de Meriti, Belford Roxo e Duque de Caxias e pertence ao Bioma Mata Atlântica. Sua biodiversidade e uso do solo são estratégicos no debate sobre a água e saneamento ambiental na Baixada Fluminense, região mais populosa do Estado. O ambiente altamente denso é marcado por uma história de ocupações irregulares e concentração de população de baixa renda, além da desvalorização e pressão por ocupação de áreas de preservação permanentes - as APPs. É clara a escassez de espaços livres na sub–bacia. Por isso, é fundamental a adequação desse espaço às características de uma é conectar fragmentos da vegetação e do sistema de espaços livres, tornando-os parte de um sistema multifuncional baseado na concepção de que pequenas estruturas distribuídas pela bacia são menos sensíveis à falha na gestão dos recursos hídricos. Além do possível aumento de apropriação e da contenção à pressão por ocupação das áreas consideradas de preservação permanente. Para a conectividade entre essas zonas, prevê-se a recomposição da vegetação nativa apoiada por alguns componentes do sistema. De acordo com a intenção explicitada, foi realizado o diagnóstico físico-ambiental do recorte de planejamento, a sub-bacia Sarapuí; além do produto escrito e o mapeamento das características determinantes do território por meio de geoprocessamento no software ArcGIS, com base no banco de dados produzidos por alguns estudos e institutos disponibilizados online e outros. A meta propositiva se resume a organização de um sistema de espaços livres associado às medidas de mitigação na gestão dos recursos hídricos contra os riscos ambientais. Portanto, é apresentado como produto: compartimentação em unidades de paisagem; projeto drões gerais da Macrozona 03, de Estruturação, e de maior número de exemplo de aplicações.

O PROBLEMA

PROJETO DE MACROZONEAMENTO

Narrativa que abrange o cenário da Baixada Fluminense. Croquis autorais, 2018.

DIAGNÓSTICO

Mapeamento em camadas por características físico-ambientais

DIAGRAMA DE COMPONENTES DO SISTEMA

COMPONENTES EXISTENTES DO CENÁRIO ATUAL QUE SERVEM COMO ÂNCORA REFERÊNCIA DE CONEXÃO DO SEL A FIM FORTALECER CENTRALIDADES JÁ MANIFESTADAS NO LOCAL.

DETERMINAÇÃO DAS ZEIS

MACROZONA 01 de Preservação

Gericinó que apresenta grandes porções de espaço livre e

ZONAS DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL OBJETIVA A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E URBANIZAÇÃO -.

CIEPS

CAMPOS

PARQUE DE TRANSIÇÃO CONECTA A APA COM O MEIO URBANO ATRAVÉS DE UM PARQUE. PÔLDER

IGREJAS

ocupações irregulares entre os morros e serras e margens

PORÇÃO DE CAMPOS DRENADOS POR MEIO DE CANAIS EM TERRENOS BAIXOS, PLANOS E ALAGÁVEIS QUE SÃO PROTEGIDOS POR DIQUES.

do rio Sarapuí, limitada pela Av. Brasil e a expansão da APA - condicionada à presença militar -.

MACROZONA 02 Biogeomorfologia da sub-bacia Sarapuí, células de alagamento e compartimentação em Unidades de Paisagem. Diagramas autorais, 2018.

Logo após área de expansão da APA supracitada, às mar-

ESTRATÉGIAS

gens do rio Sarapuí nos municípios de Mesquita e Nilópolis, onde a malha urbana é similar - escassez de espaços livres e alta densidade -. Esta zona se estende, paralelamente ao rio, até a Av. Presidente Dutra, onde a malha começa a se diferenciar e de onde a Via projetada Transbaixada parte.

MACROZONA 03 de Estruturação Diagramas autorais, 2018.

Equivalente ao percurso daTransbaixada projetada, parte da Av. Presidente Dutra e percorre a área urbana à margem

TRANSBAIXADA

do rio Sarapuí até a Rodovia Washington Luíz. Com gran-

PROJETO DE EXTENSA VIA DESENVOLVIDO PELA CÂMARA METROPOLITANA PARA CONEXÃO LOGÍSTICA PARALELA ÀS MARGENS DO RIO SARAPUÍ E REDESENHADO PARA ESTA PROPOSTA.

des ofertas de espaço livre, esta zona oferece potencial de alocação e organização de um sistema de parques que integre os grandes reservatórios pulmão - pôlder - à áreas Maquere autoral, 2018.

de especial interesse social, tanto para estruturação, como para desmembramento.

PARQUE LINEAR ESTRUTURADOR E INTERLIGADOR DOS FRAGMENTOS DE VEGETAÇÃO. ATIVIDADES DE LAZER, CICLOVIAS E CAMINHOS DE PEDESTRES. ADEMAIS, AUMENTA A ÁREA DE VÁRZEA DOS RIOS, QUE PERMITE O AUMENTO DAS ZONAS DE INUNDAÇÃO E A VAZÃO MAIS LENTA DA ÁGUA DURANTE AS CHEIAS E AJUDA A EVITAR A OCUPAÇÃO IRREGULAR.

CORREDORES CONECTAM OS GRANDES ESPAÇOS LIVRES JÁ EXISTENTES E OS ACRESCENTADOS FORMANDO, EFETIVAMENTE, UM SISTEMA EM MOVIMENTO DE TRANSVERSALIDADE E LINEARIDADE EM RELAÇÃO AO RIO.

MACROZONAS

PROJETO DE FASEAMENTO

Diagramas autorais, 2018.

4ª - Construção dos corredores - atrelada ao projeto de arborização -; - Passarelas transversais ao rio. 1ª - Determinação das ZEIS - ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL 2ª - Construção e garantia dos reassentamentos para as áreas determinadas para loteamento e ocupação dentro das ZEIS. 5ª - Construção do sistema de parques - atrelada ao projeto de aborização -; 3ª - Via Transbaixada (automóveis, transporte público, ciclovias e reconstrução dos diques de contenção marginais); - Determinação das APP’s e construção das hortas urbanas. - Remoções de habitações em área de risco.

O trabalho começou com a investigação sobre uma inquietude: a relação das cidades com os rios. O processo de entendimento sobre rios urbanos levou, pois, à conexão entre algumas colocações: • Abordagem em escala regional; • Planejamento urbano multidisciplinar; • • Enfoque no sistema de espaços livres; • Integração entre municípios; • Integração dos ambientes construído e natural na construção da resiliência.

como ensaio sobre a aplicação de técnicas de micro e macrodrenagem e sobre a organização do sistema de espaços livres em parques que procuram dar espaço ao rio no contexto das diferentes unidades de paisagem delimitadas na sub-bacia Sarapuí; A expectativa com este é de levantar a discussão sobre a junção das colocações críticas no planejamento e a necessidade deste na Baixada Fluminense.

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DETALHAMENTO Macrozona 03 O detalhamento da Macrozona 03 é realizado a fim de exemplificar a aplicação dos padrões gerais que correspondem às situações típicas encontradas ao longo do trecho analisado. Por se tratar da macrozona com incidência de maior número de padrões gerais determinados na elaboração das diretrizes gerais estratégicas para as três macrozona, esta foi detalhada na escala de 1:10 000. O recorte inclui toda a zona às margens do rio Sarapuí, da Av. Presidente Dutra à Rodovia Washington Luíz, cobrindo também algumas áreas mais a norte e sul do rio, conectadas por eixos transversais ao do rio.

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PARQUE LINEAR

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RESERVATÓRIO DE RETENÇÃO EM PARQUE

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Para áreas de: Parque urbano de transição - Reconstituir a vegetação Mata Atlântica encontrada na APA do Gericinó, incorporar passeios e uma área de vegetação de zona úmida próxima ao rio; Horta urbana; Centro de compostagem - Permite dar um destino aos resíduos orgânicos agrícolas, industriais e domésticos com o composto orgânico como resultado final, um produto que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas características; Parque linear urbano de vegetação de zona úmida; Parque urbano educativo não estrutural - Parque com grandes áreas reservadas para preservação e valorização ambiental. A ideia de ser um segundo parque educativo, como aliado do primeiro, o Parque Natural do Gericinó. Deve, por isso, contar com programa específico de educação ambiental, promover visitação, dispor de infraestrutura para desenvolver atividades, com instalações básicas, como biblioteca e centro de educação ambiental; Parque urbano linear; Parque urbano estrutural - Parque instalado em área de cota baixa para permitir eventuais inundações em cheias de maior tempo de recorrência, aumentando, assim, o volume útil de armazenamento. Deverá receber campos de futebol, quadras poliesportivas e áreas recreativas; Corredores - de conexão. Espécies nativas indicadas para passeios e canteiros centrais de avenidas com rede aérea; Vala de infiltração - Dispositivos de drenagem lateral paralelos às ruas e estradas. Sua composição em calha é de solo permeável, tela filtrante, cascalho e um dreno perfurado. Reservatórios de acumulação de águas pluviais - Estrutura de armazenamento que tem a finalidade de receber água de chuva captada em telhados. Armazenam água durante a passagem do pico da cheia e esvaziam em um momento posterior, simulando o armazenamento que ocorria naturalmente na bacia, antes da urbanização, pela interceptação vegetal e pelo armazenamento no solo após infiltração. Para fins de adequação do projeto à gestão da microdrenagem, tais reservatórios de lote devem ser implantados em todas as áreas de domínio público em lote de escolas, os CIEPs - Centros Integrados de Educação Pública - já existentes e em todas os espaços livres de edificação em novos loteamentos residenciais condominiais de interesse social que receberão as unidades removidas das áreas de risco na fase de realocação. Ademais, devem ser implantados, nos mesmos casos, jardins de chuva e trincheiras de infiltração; Jardim de chuva - Potencialização da infiltração em canteiros especialmente preparados para este fim. A vegetação implantada na camada de armazenamento deve ser hidrófita; Trincheira de infiltração: Armazenamento da água por tempo suficiente para sua infiltração no solo, tendo bom desempenho na redução dos volumes escoados e das vazões máximas de enchentes. Propicia a recarga do lençol freático, preservando a vazão de base, também funcionando como um dispositivo de tratamento da qualidade de água do escoamento superficial, permitindo remoção de até 80% dos sólidos em suspensão (AMEC, 2001). São constituídos por vegetação de gramado em talude; Reservatórios de detenção.

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Espécies indicadas - escolha com justificativa desenvolvida em caderno de diretrizes -: 1- Tibouchina granulosa (roxa) e var. rósea (rosa) de nome popular Quaresmeira; 2- Caesalpinia Echinata - de nome popular Pau-brasil; 3- Caesalpinia ferrea de nome popular Pau-ferro; 4- Tibouchina Mutabillis de nome popular Manacá-da-serra; 5- Bougainvillea glabra de nome popular Primavera; 6- Salvia splendens de nome popular Sálvia,; 7- Portucalla grandiflora de nome popular Onze-Horas; 8- Paspalum notalum de nome popular Grama-batatais; 9- Inga vera de nome popular Angá; 10- Erythrina falcata de nome popular Corticeira; 11- Tabebuia umbellata de nome popular Ipê-amarelo-do-brejo; 12- Ludwigia erecta (L.); 13- Cyperus giganteus de nome popular Papiro-brasileiro; 14- Eugenia uniflora de nome popular Pitangueira; 15- Myrtaceae de nome popular Uvaia; 16- Syagrus romanzoffiana de nome popular Jerivá; 17- Calliandra tweedii de nome popular Caliandra; 18- Philodendron bipinnatifidum de nome popular Guaimbé; 19- Brunfelsia uniflora de nome popular Manacá-de-jardim; 20- Butiá capitata de nome popular Butiá; 21- Typha domingensis, de nome popular Taboa; 22- Axonopus obtusifolius de nome popular Grama-são-carlos; 23- Calathea makoyana de nome popular Maranta; 24- Wendelia paludosa de nome popular Vedelia.

APA de SÃO BENTO

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ABM - CONSELHO DE ENTIDADES POPULARES

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Aquarela autoral, 2018.

CORTE 1

CORTE 4

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CORTE 2

CORTE 3

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CORTE 5

CORTE 9

CORTE 10

CORTE 7

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