Revista pedagogia

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EDIÇÃO ESPECIAL

DIS SLEXIIA A? VOCÊ SABE O QUE É

Dislexia emRevista Conheça o problema e colabore com a solução.


ENTRE VISTA

Imperdível Entrevista com um Disléxico de 24 anos

Entrevista com Alberto Portugal pelo Facebook em 28/11/2011

Silvia: Fale sobre você, para podermos conhecê-lo....

Silvia: Você tinha quando anos quando isto aconteceu?

Alberto: Nasci em um dia qualquer de outubro de oitenta e seis, tenho só uma irmã, minha mãe só cursou até o ensino médio, meu pai é desembargador. Morei em umas quinze cidades diferentes em virtude da profissão de meu pai como juiz de direito. Logo, estudei em umas trinta escolas, e tive problemas em todas elas. Aliás, sempre detestei estudar. Com quinze anos parei de estudar por causa de uma depressão profunda. Com dezesseis voltei, e logo parei. Terminei meu ensino médio em um supletivo desses que praticamente vende o diploma dois anos mais tarde. Entrei numa faculdade de hotelaria, e me formei dois anos depois. Fiz faculdade de artes visuais, e me formei em dois mil e dez. Junto com esse curso, passei no vestibular em arquitetura e urbanismo... Descobri que tenho dislexia num grau super avançado, discalculia, tdah e toc... E tudo fez sentido: eu não sou burro, sou especial

Alberto: vinte e qualquer coisa. Não sou bom com números ou datas

Silvia: O que diziam sobre suas dificuldades e o não gostar de estudar? Alberto: preguiça pura... e o mais grave: eu acreditava Silvia: O que fizeram seus pais buscarem ajuda? Como era seu comportamento na escola e em casa? Alberto: Meus pais não buscaram ajuda... Quem buscou fui eu mesmo... Dislexia é um termo explorado agora... Assim como bullyng, que no meu tempo era nada mais que falta de respeito... Silvia: desculpe me pelos erros de digitação...rsrs, fui... aliás...sou disléxica tb...rs. No meu tempo de escola não se dava nomes as dificuldades Só soube disto quando entrei na Faculdade de Fonoaudiologia. Como e quando você buscou ajuda? O que te levou a isto? Alberto: Sempre fui um aluno esforçado. Tive medo de decepcionar meus pais, e nunca aceitei ser derrotado. Mesmo assim nunca fugi das recuperações, e em matemática só passei de ano por conselho de classe. Busquei ajuda por causa do TOC, que estava insustentável... Tomava banhos de três horas, arrumava a casa a madrugada inteira, tinha nojo de tirar o sapato, quase me separei por causa disso... Aí, conversando com meu psiquiatra, fui encaminhado pra uma psicóloga, depois pra uma psicopedagoga, e descobrimos que o toc no meu caso foi uma defesa da dislexia

Silvia: Sei bem como é isto...Como você foi Diagnosticado como disléxico? Alberto: Através de um ano inteiro de avaliações, com três psicopedagogas diferentes. Silvia: O que te explicaram o que é dislexia? Alberto: Muitas coisas, mas não lembro ao certo.... Sei que é um atraso leve, que as informações não se armazenam no lugar certo do cérebro. Na prática, eu penso uma coisa e falo outro diferente, não lembro da ordem das coisas, troco algumas letras falando, nem sempre conjugo o verbo corretamente, tenho dificuldade em concordâncias... E principalmente os números. Estes nem comento.. 3 = B 6=G 9= P 1= i

TODOS os alunos das escolas deviam passar anualmente por uma avaliação

Silvia: O que foi mais difícil em sua infância? Alberto: a escola. Sempre a escola de modo geral...e claro, os medos e as mania Silvia: A seu ver, como e o que pais e professores devem ficar atentos na criança? Alberto: Professores são quase sempre preguiçosos... não se esforçam pra pensar em um modelo diferente de avaliação dos alunos. É mais fácil reclamar pros pais do que insistir nos alunos. Pais tem medo de descobrir que seu filho tem uma doença intelectual sem cura... e evitam ao máximo


Silvia: Como e quando devem agir os pais ao perceber que o filho tem alguma dificuldade, pois não necessariamente será um disléxico? Alberto: As escolas têm psicopedagogos e pedagogos como coordenadores, não como clínicos. Acho que TODOS os alunos das escolas deviam passar anualmente por uma avaliação Silvia: Em pleno século XXI, os educadores e as escolas ainda têm dificuldade em identificar a dislexia numa criança? Alberto: muuuuuita... nossa, muita mesmo... não identificam nunca... porque em uma turma regular, aquele que não consegue fazer mesmo o professor ensinando cinco vezes é burro... por estas e outras que não acredito na eficiência do ensino inclusivo Silvia: O que você acha sobre a informática nas escolas, podem ajudar ou prejudicar o desenvolvimento escolar da criança disléxica? Alberto: acho que cada caso é um caso... no meu poderia ter ajudado Silvia: Você acredita que existe alguma dislexias que poderiam ser cuidadas em grupo? Alberto: acho que sim... o método Freinet não exige tanto raciocínio lógico, puxa mais pra criatividade Silvia: Já não falaremos crianças, e sim indivíduos... Você fez reeducação com Profissional Especializado, como Fonoaudiólogo? Alberto: não, só com psicólogo, psicopedagogo, e medicamentos. Como minha dificuldade não é auditiva ou oral, e sim de raciocínio, não vou a fono Silvia: Mas você não acha que o Fonoaudiólogo pode também intervir na questão de Raciocínio? Alberto: As três que eu fui em Curitiba não ajudaram

Alberto: veja bem, acho que levantar bandeira de inclusão social é muito bonito. Pensam em rampas, em elevadores, em tradutores de libras... mas o resto fica muito vago. Ensino inclusivo vai muito além... Tenho professores que já me disseram com todas as letras que um aluno disléxico e com discalculia não pode ser arquiteto. Que não vai conseguir ser ninguém na profissão... e eu fui nadando contra a maré, sofrendo muito, me batendo muito. Estes dias até pensei em desistir...mas aí começaram as paraolimpíadas, e eu vi gente sem perna jogando futebol, gente sem braço nadando... e aí pensei: que limite é esse? é o limite que as pessoas colocaram em mim, e eu aceitei. Não é o meu limite... Meu limite ainda está longe de mim... Respeito em primeiro lugar. O resto é o disléxico que tem que aprender: a se impor, a pedir ajuda, a bater o pé e dizer que não sabe e que talvez nunca saberá... Silvia: Sempre buscam nos limitar desde que nascemos, por um motivo ou outro... Deixe seu recado para Todos que lidam com a Dislexia...Para finalizar deixe-nos as suas considerações finais sobre o tema ‘Dislexia’ que julgar importante ser esclarecido. Alberto: Silvia, eu acho que todo tipo de dificuldade tem gera um benefício, ou melhor, uma facilidade. Eu me considero o cara mais criativo do mundo. Consigo imaginar coisas que minha irmã que é um crânio e fala cinco idiomas não consegue... Acho que aprendi a tirar proveito das minhas dificuldades. Rio de todas elas... Faço virar piada, e meus amigos já estão acostumadíssimos com minha falta de senso de direção, com as minhas trocas, com a minha falta… E acho que a dislexia não é o grande problema... problema são os brindes que vem com ela, como o toc (onde o disléxico desenvolve rituais pra se sentir confortável entre tantas decepções) e o TDAH Silvia: Obrigada por seu tempo dispensado a esta entrevista, adorei. Alberto: que bom! e eu quero ler este livro hein Silvia: Vai me ajudar mais a olhar o Disléxico com olhar diferenciado, com mais carinho ainda que já faço

Silvia: E que todas as funções cerebrais se interagem? Entendo... Talvez seja pela maneira que elas viram a dislexia, não? Alberto: no caso das dislexia não interagem não. Eu penso certo, falo errado... Ouço certo, raciocino errado Silvia: Eu como fonoaudióloga fico triste ao ler isto...mas bem tenho visto falhas em colegas na maneira de ver e tratar a Dislexia. Tal qual devo ter minhas falhas também... mas os resultados com a maneira que trabalho são de bons para excelentes, quando consigo a interação da família e escola. O que fazer para facilitar a vida de um indivíduo disléxico?

Fonoaudióloga


Entenda

Diagnóstico

Silvia Pinto alerta que o diagnóstico da dislexia deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, composta por um psicopedagogo, um fonoaudiólogo, um psicólogo e um médico neurologista. “ O diagnóstico é feito por exclusão. Quando a criança não tem outros transtornos neurológicos ou emocionais, tem inteligência normal (QI) e, mesmo assim, apresenta dificuldades de leitura e escrita, ela pode ser disléxica”. Mas para Silvia, o início da alfabetização não é o melhor momento para indicar o problema. “ Nessa fase espelhar ou trocar letras e ler com dificuldades é normal, porque ela ainda está aprendendo. Se dois anos depois de alfabetizada a criança ainda lê e escreve com muita dificuldade, então melhor encaminhá-la a especialistas”, alerta.

Tratamento

A dislexia não tem cura e a pessoa terá sempre dificuldades para absorver conteúdo. Porém um tratamento com um psicopedagogo e um fonoaudiólogo diminui consideravelmente os sintomas fazendo com que a pessoa assimile e aprenda. O trabalho é feito com exercícios de leitura e escrita, de acordo com cada caso.

Sintomas

Comportamento Entenda esse transtorno e ajude seu aluno Qual professor nunca identificou na sua turma um ou outro aluno com alguma dificuldade para ser alfabetizado ou assimilar conteúdo? Esse tipo de situação é mais comum do que muitos imaginam e pode indicar um transtorno chamado dislexia. Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), entre 5% e 17% da população mundial apresenta o problema. Ele é causado por um fator neurológico que altera a forma de transição de informações dentro do cérebro e causa uma deficiência na capacidade de leitura e escrita. Segundo Silvia Amaral de Mello Pinto, psicopedagoga de São Paulo, especialista em tratar e diagnosticar dislexia, por ser o professor quem acompanha todo o processo de alfabetização – fase em que os sintomas se tornam mais aparentes – é importante que ele entenda o distúrbio para auxiliar no diagnóstico. “Muitas escolas não consideram a dislexia de forma efetiva, mas as estatísticas apresentadas em pesquisas mostram que é provável haver alunos disléxicos em várias delas, sem muitas vezes serem diagnosticados ”, explica Silvia.

Informação

Sílvia Pinto diz que a maioria das escolas não está preparada para perceber possíveis disléxicos, mas que isso está mudando, porque muitas instituições estão buscando informações a respeito. Na sua clínica chamada elipse, em São Paulo, ela ministra cursos voltados para professores e pais que querem saber mais. Pesquise também: Clínica Elipse- www.clinicaelipse.com

Como a dislexia tem uma grande variedade de sintomas, identificar esse transtorno torna-se um desfio. Os mais comuns são: • Dificuldades para articular ideias por escrito • Omissão ou troca de letras ao redigir palavras • Leitura em ritmo inadequado, por não conseguir respeitar a pontuação • Dificuldade em memorizar sequências, como meses, tabuadas, etc.


LINKS ÚTEIS

Prasabermais Pergunte à psicóloga Prof.ª Ms. Marcela F. Corrêa http://gazetadotriangulo.com.br/tmp/colunas/dislexia-parte-1/

http://ohistoriante.com.br/entrevistas-educacao-dislexia.htm

Dica de livros para área da educação

http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/07/portal-do-professor-disponibiliza-lista-de-livros-sobre-dificuldades-de-aprendizagem

Aplicativo auxilia crianças com dislexia a usarem a internet http://playtable.com.br/blog/aplicativo-auxilia-criancas-com-dislexia-a-usarem-a-internet/

Vídeos

https://www.youtube.com/watch?v=ziQhPUGd4qw https://www.youtube.com/watch?v=HlvDPbsTjCc https://www.youtube.com/watch?v=lY5I5Rg03sw https://www.youtube.com/watch?v=NkMBTUstOAw https://www.youtube.com/watch?v=OSJoajRo4Pw

Dica de SITE http://www.dislexclub.com/categoria/dislexicos/ https://www.omo.com/br/se-sujar-faz-bem/dicas-para-pais/atividades-para-criancas-dislexicas-4-jogos-incriveis.html http://educamais.com/dislexia-e-tecnologia/ http://www.buddys.com.br/2017/07/26/como-tecnologia-pode-ajudar-criancas-dislexia/ Associação Brasileira de Dislexia – www.dislexia.org.br

Curso de Pegagogia - Imepac Araguari PROFESSORA: ANA LUCIA COSTA E SILVA COORDENADORA: MARIA TERESA DE BEAUMONT

ALUNAS: JULIANA DE SOUSA FARIA MARIA TEREZA AQUINO FIUSA NATALIA SILVA

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