Arte, Arquitetura e Cenografia - Proposta Cenográfica de MAP OF THE SOUL: PERSONA

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA ARQUITETURA E URBANISMO

JULIANA DE OLIVEIRA FOLLADOR

ARTE, ARQUITETURA E CENOGRAFIA Proposta Cenográfica de MAP OF THE SOUL: PERSONA

Santos – SP Dezembro / 2019



UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA ARQUITETURA E URBANISMO

JULIANA DE OLIVEIRA FOLLADOR

ARTE, ARQUITETURA E CENOGRAFIA Proposta Cenográfica de MAP OF THE SOUL: PERSONA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel junto à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Cecília, sob a orientação da Professora Ms. Maria Rita Figueiredo Godoy.

Santos – SP Dezembro / 2019



ARTE, ARQUITETURA E CENOGRAFIA

MAP OF THE SOUL: PERSONA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da universidade Santa Cecília.

BANCA EXAMINADORA Data de aprovação: ___/___/_____

Nota:_______________

_____________________________________________ Prof.ª Maria Rita Figueiredo Godoy ORIENTADORA _____________________________________________ Prof.ª Cristina Ibrahim Ribas CONVIDADA _____________________________________________ Arq. Rogério Falcão CONVIDADO


DEDICATĂ“RIA Dedico esse trabalho a todos que correm atrĂĄs dos sonhos e os transformam em realidade.


AGRADECIMENTOS Nada na nossa vida se consolida sozinho. Acredito que os sonhos existam para que sejam alcançados, tenho muito sonhos e pretendo tirá-los do campo da imaginação, transformá-los em realidade, pois afinal, o que seria de nossas vidas, se não fosse possível sonhar? Portanto gostaria de agradecer à minha orientadora, Maria Rita Godoy, por me auxiliar nessa corrida atrás de um desses sonhos. Considero que essa etapa, qual estou concluindo, é o primeiro degrau avançado, é a primeira porta se abrindo para as novas possibilidades que virão a seguir. Com isso gostaria de agradecer a minha família, principalmente aos meus padrinhos, Neuza Maria, Francisco Carlos e a minha mãe Soraia Santa Roza, que sempre depositaram a maior confiança no meu trabalho. Ao meu irmão de alma, Thiago Romero, que esteve comigo durante toda essa jornada desde o primeiro ano de faculdade, fazendo planos juntos para o futuro e acreditando no meu potencial, construímos um laço de amizade que será eterno. A minha irmã de coração Giovanna Corrêa, que me ajuda, me dá apoio, me entende e me acompanha em todos os momentos, me lembrando sempre do quanto eu sou capaz. A minha psicóloga Giani que sempre me ensinou a manter a calma até nos piores momentos e também a entender quando é a hora de parar, basicamente a lidar com o meu lado extremamente perfeccionista, sinceramente, esse trabalho não teria sido possível sem a ajuda dela. Aos meus amigos que sempre entenderam os motivos quais eu não pude estar presente, me dando carinho e apoio em todos os momentos. Ao Victor de Jesus, Luiz Felipe Bastos e a Jéssica Júlio, por ótimos trabalhos realizados em equipe durante toda nossa jornada de


graduação juntos. Ao Bangtan Sonyeondan – BTS, por me cativar e me recordar do quanto amo arte e o quanto isso é importante na minha vida, por terem me permitivo viver uma das melhores experiências no dia 25 de março de 2019 onde pude através de sua música, aprender a acreditar em mim, ganhar forças e permitir que eles me guiassem através de sua galáxia até o ponto em que eu pudesse alcançar, com a minha própria força e minha própria luz, os meus sonhos. Por fim, agradeço aos que me ajudaram com partes importantes do conteúdo desse trabalho: Fellipe Sena me ensinou e instruiu sobre a logística do Allianz Parque, Rogério Falcão, arquiteto e cenógrafo, que me forneceu toda parte projetual do espetáculo teatral do Mágico de Oz, à Thaís Chaves que através de muita busca e perseverança me ajudou a encontrar materiais que foram cruciais para o desenvolvimento desse trabalho, enfim, a todos que de certa forma contribuíram para que eu pudesse concluír essa etapa da minha vida.


“Algumas luzes são ambiciosas Algumas luzes são rebeldes Todo mundo emite luz Cada uma delas é preciosa” Mikrokosmos - BTS


RESUMO O presente estudo tem como objetivo principal conceituar os aspectos que a arquitetura, arte e cenografia têm em comum, onde para isso foi necessário desenvolver uma pesquisa, estudando desde os primórdios todos os conceitos cenográficos e suas relevâncias, suas mutações com o decorrer do tempo, mostrando que o cenário deixou de ser peça de apoio e virou parte do contexto da obra. Arte, teatro e cenografia viram um só, fazendo-se assim, necessário, uma pesquisa que aprofundasse então todas as vertentes ainda inexploradas da cenografia e suas formas de arte, seus processos criativos e sua forma de traduzir e interpretar, tornando-se possível, através das análises projetuais e visita de campo, identificar os fatores acima citados e, com isso, permitir a criação de uma base conceitual qual será utilizada na obtenção do objeto de estudo, que também se aprofunda nas características projetuais teatrais, televisivas e para shows, entendendo seus aspectos comuns e divergentes. Concluindo então todo o embasamento teórico com um projeto que está diretamente ligado a sintetizar tudo que neste trabalho foi estudado, demonstrando a capacidade de interpretação artística e projetual. Palavras-chave: Cenografia, Arte, Arquitetura, Teatro.


ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Planta do teatro de Dioniso em Atenas, mostrando sua relação com os templos e o Odeon. Figura 2: Atenas. Reconstrução do teatro de Dionísio na época de Tespi, Século VI a.C. Figura 3: Reprodução do theatron do teatro de Dionísio em Atenas. Figura 4: Reprodução da skené do teatro de Dioniso em Atenas. Figura 5: Exemplo de disposição do teatro elisabetano. Figura 6: Cenografia une acrílico fluo e luz. Figura 7: Texto por J. C. Serroni sobre a definição de cenografia, integrante da parede de azulejos existente no espaço cenográfico. Figura 8: Montagem do palco de Show Love Yourself no Allianz Parque. Figura 9: Processo Criativo. Figura 10: Montagem do cenário do clipe Musical Boy With Luv com intervenção do autor. Figura 11: Show Love Yourself Speak Yourself. Figura 12: CG em Game of Thrones. Figura 13: CG em Game of Thrones Finalizado. Figura 14: Concept Art quarto da Mabel. Figura 15: Concept Art animação COCO. Figura 16: COCO a vida é uma festa, cena retirada do Filme. Figura 17: Concept Art - Castelo Rapunzel SOS Fada Manu. Figura 18: Paletas de Cores Cenário SOS Fada Manu. Figura 19: Cenário SOS Fada Manu - Rapunzel Finalizado. Figura 20: Elevação lateral do cenário A Ópera de Três Tostões, 1960, por Lina Bo Bardi. Figura 21: Cenário 3D para Cinderella por Rogério Falcão. Figura 22: Elevação Frontal de projeto cenográfico de Stand. Figura 23: Planta de locação de Stand. Figura 24: Sketch de Stand da Kraft Bespoke. Figura 25: Cenografia de Deus Salve o Rei. Figura 26: Cena retirada do Documentário GOT - Além da Muralha, planta da Cidade Cenográfica de GOT. Figura 27: Vista frontal Cenografia de Game of Thrones. Figura 28: Speak Yourself Palco Vazio. Figura 29: Cenários de Fake Love. Figura 30: Cenários de DNA. Figura 31: Exemplo de construção de um STORYBOARD. Figura 32: Projeto de Cores realizados para o cenário do clipe Happy. Figura 33: Projeto de Cores realizados para o cenário do clipe Happy. Figura 34: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo, mostrando os Arcos e as portas Azuis. Figura 35: Arcos de Mandawa. Figura 36: IDOL MV - Influências Arquitetônicas com interferência do autor. Figura 37: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo.

22 22 23 24 26 27 28 29 30 30 32 33 34 35 36 36 37 37 38 39 40 41 41 42 42 44 44 45 49 50 53 54 54 55 55 55 56


Figura 38: IDOL MV - Influências Arquitetônicas Bollywood. Figura 39: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo, representando o quadro Scramble for Africa. Figura 40: Obra Scramble for África. Figura 41: Obra Scramble for África. Figura 42: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo, sequência de imagens com Chroma Key. Figura 43: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo, sequência de imagens com Chroma Key. Figura 44: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo, sequência de imagens com Chroma Key. Figura 45: Manequins e Personalidade. Figura 46: Cenário High-Tech. Figura 47: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo. Figura 48: Construção Hanok. Figura 49: Korean Friendship Bell. Figura 50: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo. Figura 51: IDOL MV - Cena Retirada do Vídeo. Figura 52: Cenário IDOL sendo montado e preparado para filmagem. Figura 53: Boca de Cena do musical o Mágico de Oz Decupagem. Figura 54: Cenário para o Musical o Mágico de Oz - Cena 05 - O Furacão. Figura 55: Planta Baixa cenografia O Mágico de Oz. Figura 56: Recortes do Caminho sendo realizados no Sobre Piso. Figura 57: Lampadas utilizadas na produção do caminho de ouro cenografia para o Mágico de Oz. Figura 58: Ato I - Cena 4 - Cenografia de O Mágico de Oz. Figura 59: Carroça, adereço de cena de O Mágico de Oz. Figura 60: Vista Frontal Carroça - Mesa Aberta, adereço de cena de O Mágico de Oz. Figura 61: Corte Transversal, carroça, adereço de cena de O Mágico de Oz. Figura 62: Confecção adereço de cena para a peça o Mágico de Oz. Figura 63: Ato - Cena 1 - Largo das Papoulas. Figura 64: Cena da peça O Mágico de Oz. Figura 65: Telão Papoulas para o musical o Mágico de Oz. Figura 66: Paleta de cores Cenários do Mágico de Oz. Figura 67: Paleta de cores Cenários do Mágico de Oz. Figura 68: Love Yourself Tour. Figura 69: Love Yourself em Taoyuan. Figura 70: Love Youserlf em Londres. Figura 71: Love Yourself Tour em Seoul. Figura 72: Palco Love Yourself. Figura 73: Telões de Apoio. Figura 74: Lightsticks. Figura 75: Jin performando durante a Tour Love Yourself. Figura 76: Jin performando durante a Tour Love Yourself. Figura 77: Love Yourself: Speak Yourself Tour. Figura 78: Allianz Parque. Figura 79: Dionysus Influências Greco-Romanas.

56 56 57 57 57 57 58 58 58 59 59 59 60 60 60 62 63 64 64 65 65 65 66 66 67 67 67 68 68 69 70 71 71 71 72 72 72 73 73 74 74 75


Figura 80: Abertura do Show Love Yoursel Speak Yourself. Figura 81: Panteras erguidas. Figura 82: Iluminação Speak Yourself Tour 4 torres. Figura 83: Estruturas Metálicas Allianz. Figura 84: Utilização das cores na Música IDOL. Figura 85: Utilização das cores na Música IDOL. Figura 86: Jimin performando na Speak Yourself Tour. Figura 87: Bolhas de sabão durante a performance. Figura 88: Bolhas de sabão do show. Figura 89: Show de Luzes Speak Yourself Tour. Figura 90: Distância do gramado até as arquibancadas. Figura 91: Planta do primeiro anel Allianz Parque. Figura 92: Tendas de apoio BigHit. Figura 93: Álbum Map of the Soul: Persona. Figura 94: Acesso ao Allianz Parque para entender desmontagem da Tour. Figura 95: Mapa de setorização Speak Yourself. Figura 96: Área do Allianz parque destinada a organização de eventos Figura 97: Fluxo de Carga e dercarga que ocorre pelo portão C1. Figura 98: Show BTS Allianz Parque com placas de Easy Floor. Figura 99: Placas de ferro que protegeram o solo do peso do palco. Figura 100: Exemplo de encaixe do Easy Floor. Figura 101: Camarim do Allianz que foi utilizado pelos membros. Figura 102: Camarim do Allianz Figura 103: Saída do camarim com acesso acesso a McCartney’s Cavern Figura 104: Estrutura de iluminação. Figura 105: Estrutura de bolhas de sabão. Figura 106: Equipamento de jatos d’agua. Figura 107: Iluminação SY Tour. Figura 108: Equipamento no palco. Figura 109: Lança Chamas.

75 76 76 77 77 77 78 78 78 79 79 80 80 84 86 87 91 91 91 91 91 91 91 91 93 93 93 93 93 93 93


SUMÁRIO 01 TEATRO História do Teatro Skené e theatrón História do teatro no Brasil

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02 CENOGRAFIA E SUAS DEFINIÇÕES Cenografia e suas vertentes Cenografia Digital - Computação Gráfica Cenografia aplicada no conceito 2D e 3D Cenografia Física Cenografia Teatral Cenografia para Eventos Cenografia Televisiva Cenografia para Shows

29 33 35 38 39 41 42 45

03 CORES A importâncias das cores

48

04 REFERÊNCIA PROJETUAL Análise Projetual: Cenografia Musical - MU:E Artwork Análise Projetual: Cenografia Teatral - O Mágico de Oz Análise Projetual: Cenografia para Show - Speak Yourself

53 62 70


05 METODOLOGIA Diretrizes analíticas e conceituais do BTS Visita de Campo Allianz Parque Proposta de Projeto de cenografia

85 87 88

06 PREMISSAS DO PROJETO Setorização e Logística da Speak Yourself Tour Disposição da Speak Yourself Tour Equipamentos e Efeitos Especiais da Speak Yourself Tour

91 92 93

07 O PROJETO O Projeto - Cenografia do Show: Conceito Implantação Plano de Massas Planta Palco Principal e Corte AA Detalhamentos Planta do Palco Secundário e Corte BB BTS Studio Concept Art Boy With Luv Ato 01 Concept Art Boy With Luv Ato 02 Concept Art Boy With Luv Ato 03 Concept Art Mikrokosmos

95 96 97 98 99 100 101 103 104 105 107

07 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclusão Referências Bibliográficas

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INTRODUÇÃO Arquitetura e arte se mantém em constante comunicação, sendo quase como duas palavras que representam a mesma ideia, afinal, o que é um projeto arquitetônico se nada mais além do que outra forma de representar a arte? Assim como o desenho artístico criativo ou a confecção de cenários para peças, a arquitetura é uma forma de criação de arte, mas sendo esta, voltada para criação da arte para edifícios, construções, presando sempre trabalhar com qualidade, estética, eficiência energética, e se utilizar de técnicas que com o passar dos anos se tornam cada vez mais avançadas e condizentes com a realidade que vivemos hoje. Porém a arquitetura é tão abrangente e tão ainda inexplorada, que um de seus nichos, o qual é o foco principal a ser desenvolvido neste Trabalho Final de Graduação, é referente a uma de suas vertentes ainda não muito bem estruturadas no Brasil, a cenografia. Cenografia, inicialmente caracterizada como grafia da cena, tem como objetivo principal criar cenários para todos os meios artísticos nos quais ela se encaixa, abrangendo o teatro, shows, televisão, eventos, filmes e até mesmo a animação digital, que é um campo que está em crescimento constante. Devido a isso, existe uma necessidade de profissionais qualificados que possam ingressar nesse meio artístico. Para entender melhor sobre como surgiu o conceito de cenografia e como sua interação com a arte e arquitetura se estabeleceu, foi necessário então realizar um estudo que englobasse toda a trajetória do teatro e dos cenários durante a evolução dos anos, para que se pudesse compreender como ocorreram os avanços tecnológicos referentes à arte de criar espaços imaginários e distintos do comum. Após o entendimento do conceito histórico de cenografia, faz-se necessário abordar todos os aspectos nos quais ela se enquadra e explorar mais sobre os processos, técnicos e criativos, que fazem parte desse objeto de estudo, explorando suas vertentes que podem variar desde produções mais técnicas e formais como a cenografia para eventos, até a parte mais criativa, como a cenografia para teatro, onde para ambas é necessário criar uma boa bagagem referencial arquitetônica e artística, entender sobre a escolha de cores e os impactos que elas têm perante o expectador. A partir do conhecimento do processo criativo, fez-se então necessário a análise de projetos de cenografia voltados para diferentes áreas, permitindo então a compreensão das semelhanças e das divergências projetuais entre as diferentes áreas, e deve também ser levadas em consideração o meio aos quais as cenografias estão inseridas, afinal a cenografia desenvolvida para uma peça musical teatral, não é a mesma que a de um show que acontece um uma turnê mundial, mesmo permitindo com que o conceito artístico se mantenha, o conceito estrutural e projetual divergem devido as diferente grandezas. Tendo concluído todas essas análises e montado um bom repertório sobre o assunto cenografia, é então possível o desenvolvimento de um projeto de cenografia, levando em consideração aspectos artísticos criativos que serão apresentados aqui, tais como projetos estruturais, e interação


com o meio em que a cenografia está inserida, assim como entender sobre as soluções técnicas e desenvolver os projetos não só de cenografia, mas de acessos e setorizações de cenografia para shows. O trabalho mantém-se estruturado da seguinte maneira: Capítulo 1: Referencial histórico sobre o teatro no mundo e no Brasil, assim o surgimento dos termos que se originaram na antiguidade. Capítulo 2: O capítulo fala sobre as definições, possibilidades e como funcionam os processos criativos voltados para as todas as vertentes da cenografia que nele foram estudadas, assim como uso comum, onde se aplicam, as principais diferenças entre elas e também principais semelhanças. Capítulo 3: Neste capítulo foram levantados aspectos criativos considerados de suma importância para conhecimento do cenógrafo, tais como a importância das cores em relação à percepção humana. Que assim como na arquitetura é de suma importância compreender para que possa se aplicar corretamente nos projetos a serem desenvolvidos. Capítulo 4: Foram realizadas no quarto capítulo as análises projetuais, onde a partir de projetos executivos, visita de campo, montagem, entendimento de processos estruturais, escolha de cores e conversa com cenógrafo responsável pelo desenvolvimento do projeto de O Mágico de Oz, se fez possível a compreensão e embasamento técnico para o desenvolvimento do objeto de estudo. Capítulo 5: Este capítulo refere-se a uma análise do perfil artístico do grupo BTS, levando em consideração a banda como objeto inspirador para o desenvolvimento de uma estrutura cenográfica feita a partir dos conhecimentos adquiridos com o repertório obtido. Também é referida neste capítulo a visita de campo ao estádio onde ocorreu o show, objeto de estudo do capítulo 4, para que fosse possível compreender todas as interações existentes entre estrutura de palco e arena, possibilitando um entendimento maior sobre como foi elaborado e distribuído os setores e realizado a organização geral do evento. Capítulo 6: Para que haja uma maior compreensão sobre as disposições e como funcionam todos os efeitos especiais que são utilizados na tour, assim como sua logistica de funcionamento e sua setorização, foi então necessário estabelecer um capítulo para a explicação do pré-projeto, qual introduz melhor todo assunto a ser apresentado no projeto em si. Capítulo 7: Enfim o capítulo projetual será apresentado, contendo seus motivadores criativos, seu estudo de conceito artístico qual embasa o projeto e então as pranchas projetuais e os concept arts finais obtidos como resultado de todo estudo realizado até o presente momento.

Capítulo 8: Por fim, o capítulo de conclusão deste trabalho.


01 TEATRO História do Teatro Skené e theatrón História do teatro no Brasil


História do Teatro O teatro que conhecemos hoje em dia começou a se corporificar em Atenas com os cultos que eram dedicados ao deus Dionísio, deus das festas, do teatro e da fertilidade. Possuíam caráter religioso e ritualístico, com cerimônias que continham desde danças comemorativas e preparação de comidas específicas, à sacrifícios de animais e o symposion – o consumo coletivo de vinho –, e ocorriam nos templos que eram construídos em homenagem ao deus. “O dionisismo ou Dioniso introduz no próprio coração da religião, da qual constitui uma peça, uma experiência estranha e sobrenatural e em muitos aspectos oposta ao espírito do culto oficial”. (VERNANT apud ARGOS, 2011, pg. 24). As festas de Dionísio eram celebradas com muito afinco e tinham até espaço no calendário sagrado. Por mais que muitos séculos antes das celebrações realizadas ao Deus, já se tenha registros de algumas manifestações teatrais no oriente, pode-se reparar que o teatro oriental prezava a encenação “nua”, em vez do uso de cenários e adereços para a composição de uma peça. Entre as civilizações islâmicas, o teatro turco “não requer nenhum equipamento particular, nem cenário ou figurino”; os dramas clássicos indianos, de Kalidassa (séc. V) à Tagore (séc. XX), “não necessitam de nenhum aparato externo, raramente de um acessório, e de um cenário mínimo; em séculos de teatro chinês, o palco se resume a “uma simples plataforma com um fundo neutro por detrás”; As peças musicais do período Ming, eram apresentadas em um “palco nu, destituído de cenário ou elemento decorativo”, da mesma forma, na Ópera de Pequim, “o ator atua num palco vazio. Não conta com nenhum acessório externo para ajudá-lo”; a inexistência do cenário pode ser verificada também no teatro japonês. “O palco kabuki, originalmente emprestado do nó, era uma plataforma quadrada sem decoração”, com sua ampliação, alguns poucos objetos surgem em cena, “biombos pintados de dourado, por exemplo, fazem parte do cenário do palácio”. (BERTHOLD apud CARDOSO, 2002, pg. 9). Devido aos fatos citados, entende-se que para observar uma boa transição em relação aos cenários e os espaços cênicos, ou ainda sua evolução perante ao descobrimento de novas tecnologias, é mais adequado estudar a evolução do teatro ocidental. Castiajo (2012) aponta que desde os primórdios, os templos que ficaram presentes nos teatros helenísticos eram a prova de que, “[…] existir um altar dedicado a Dionísio é um resquício dessa mesma função religiosa que começou por caracterizar o teatro grego.” (CASTIAJO, 2012, pg. 33).

CAPÍTULO 01

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Figura 01

O mais antigo teatro de pedra conhecido na Ática é o de Tóricos, (...) através das ruínas que subsistiram é possível perceber que a linha central dos lugares era reta e curvada nas partes laterais, o que para muitos estudiosos é uma prova de que, inicialmente, a orquestra, o local destinado às danças, seria retangular e não circular, como a que se encontrava em Atenas, no teatro em pedra de Dionísios (...) (CASTIAJO, 2012, pg. 33).

Figura 02


Os teatros helenísticos abarcavam performances teatrais e assembleias políticas, pois tinham uma maior capacidade de comportar muitas pessoas em um único lugar, devido a isso, por muito tempo o teatro era diretamente associado à política, como nos é lembrado por Wiles situações quais foram extremamente promíscuas entre essa fusão teatro e política, como quando “Demétrio da Macedónia desfilou em palco como se fosse um ator trágico, quando se submeteu aos Atenienses através de uma exibição parateatral de autoridade, o que levou à alteração durante alguns anos, do nome de Festival de Dionísio para Festival de Demétrio” (WEBSTER apud CASTIAJO, 2012, pg. 34). Era utilizado também como um centro comercial, situação que foi alterada apenas após a Pnix ser construída em uma colina que se situava próxima à Acrópole, todos as assembleias e até mesmo o centro comercial passaram a ocorrer lá, porém com o passar dos anos e com a relativa melhora da acústica dos teatros, as assembleias retornaram para os teatros.

CAPÍTULO 01

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Figura 1: Planta do teatro de Dioniso em Atenas, mostrando sua relação com os templos e o Odeon. Fonte: <https://www. amochilaeomundo. com/2015/05/grecia-teatro-de-dionisio-acropole-atenas.html com intervenção do autor.> Figura 2: Atenas. Reconstrução do teatro de Dionísio na época de Tespi, Século VI a.C. Fonte: Desenho de Italo Gismondi in ANTI 1947.

Skené e theatrón Argos (2011), explica que às definições arquitetônicas dos teatros da antiguidade, eram de que fossem construídos nas encostas de colinas niveladas para que fosse possível acomodar o público que iria assistir à peça, de uma forma que passaram a se integrar com a paisagem devido a essa relação entre a encosta e a acomodação do público, tornando-o independente do plano urbano. O espectador sentava-se na parte elevada do banco e colocava seus pés na parte afundada do banco abaixo, com o tempo foram criadas algumas plataformas com um espaço maior, mais largas destinadas às pessoas que queriam se locomover, assim não interrompendo com idas e vindas os outros espectadores. Essas “arquibancadas” naturais eram denominadas como theatrón.

Figura 03

Figura 3: Reprodução do theatron do teatro de Dionísio em Atenas. Fonte: Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 2011, pg. 30.


Figura 04

Conforme Argos (2011) os primeiros cenários eram denominados como skené, que consistiam em uma tela de pano pintada e utilizada como um suporte de cena, tornando-se também posteriormente uma espécie de camarim retangular de madeira dividida em três ou mais ambientes, com o tempo, essa estrutura começou a ser montada em pedra e ficava separada do theatrón por duas passagens abertas denominadas parodoi, uma passagem em cada extremidade, para que os atores pudessem sair do camarim e ter acesso a orquestra. Já a orquestra era o espaço formado por um círculo de terras batida e plana, era o local onde os atores se apresentavam para o público.

História do teatro no Brasil Já no Brasil o teatro começou a ser explorado somente por volta do séc. XVI e tem sua origem com as encenações que eram feitas para a catequização dos índios, com a finalidade de proteger a fé através de encenações que priorizavam mais a parte religiosa do que artística. O local de encenação eram praças, ruas e colégios possibilitando assim uma interação entre portugueses e indígenas. Dentre os precursores da catequização através da peça teatral estão o Padre José de Anchieta e o Padre Antônio Vieira. Na época da Revolução Industrial e a Revolução Francesa no séc. XVIII, os recursos que antes existiam passaram por um avanço grandioso e graças a isso as mudanças nas características estruturais das peças se deram devido à vinda da família real para o Brasil, onde por decreto de Dom João VI, foi determinada a melhoria do teatro no país para que fosse possível realizar o recebimento de espetáculos no modelo francês, para a diversão da aristocracia. Devido às novas tecnologias, foi possível realizar esses avanços¹.

Figura 4: Reprodução da skené do teatro de Dioniso em Atenas. Fonte: Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 2011, pg. 30. ¹Fonte: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=196>, acesso em 05/05/2019.


02 CENOGRAFIA E SUAS DEFINIÇÕES Cenografia e suas vertentes Cenografia Digital - Computação Gráfica Cenografia aplicada no conceito 2D e 3D Cenografia Física Cenografia Teatral Cenografia para Eventos Cenografia Televisiva Cenografia para Shows


CENOGRAFIA E SUAS DEFINIÇÕES Cardoso (2002), afirma que quando inseridos dentro de um novo contexto artístico a cenografia então surge de uma nova forma, onde deixa de ser apenas uma tela e passa a fazer parte do espetáculo, sendo trocada várias vezes de acordo com o decorrer da obra e passa a ser parte do contexto geral. Essa nova definição de “cenografia” ganha forma quando ela passa a ser uma concepção arquitetônica que forma um quadro vivo, e fala por si só. Cardoso (2002) cita também que mais adiante a Ópera marca um período relevante, pois com os avanços tecnológicos, a cenografia é colocada como uma das estrelas do espetáculo, e esse brilhantismo vinham das novas estruturas e máquinas que possibilitavam uma mudança mais dinâmica entre os cenários e a aparição de elementos em cena que compunham a obra. A ópera era um meio para um fim, uma oportunidade para a exibição da magia da decoração e maquinaria barrocas (...) Seus cenógrafos e encenadores mostraram-se incansáveis na invenção de mecanismos sempre novos, de puxar voar e deslizar para movimentar a multidão de figuras alegóricas que sufocavam o verdadeiro tema (...). A nova forma de decoração de palco veio da Itália, e a partir de 1640 aproximadamente espalhou-se por toda a Europa. (BERTHOLD apud CARDOSO, 2002, pg.11).

Durante esse mesmo período, final do século XVI até a primeira metade do século XVII, em paralelo ao que estava sendo desenvolvido pelas obras das orquestras, também era trabalhado na Inglaterra e na Espanha uma outra forma de representação artística cenográfica, no palco elisabetano e no teatro corral respectivamente era reproduzido o cenário-falado, que consiste em priorizar os diálogos e a força da palavra poética. Exemplo de uma obra clássica dessa época foi Romeu e Julieta de Shakespeare.

Figura 05


O naturalismo no final do século XIX atingiu o maior realismo até então antes visto com a cenografia, o teatro havia sido equipado e abastecido com novas tecnologias, novos meios de explorar a cenografia, o palco giratório operado eletricamente é um exemplo desses avanços, assim como os efeitos projetados vieram para dar vida e magia aos espetáculos teatrais. A partir da utilização da luz elétrica na cenografia, podemos notar uma concepção nova atribuída aos cenários, na qual a luminotécnica entra, e a partir desse momento é possível lançar sombras, criar espaços e produzir profundidade e distância, tudo com o auxílio da iluminação adequada, até porque se utilizada da forma correta, sabendo crescer e diminuir a intensidade ou a seccionar espaços, a iluminação pode ser utilizada sozinha como cenário (CARDOSO, 2002). “O conceito de cenografia começa a ser trabalhado e em menos de 50 anos muda completamente. O cenário que antes era só uma decoração, de repente, começa a ter uma importância muito grande” (MILLARÉ, 1998, pg. 03).

A cenografia moderna deve ser vista a partir da percepção na qual já não decora mais a cena, ela insere elementos que não são o gesto do ator, a voz ou o corpo, mas também expressam uma ideia. A partir da segunda metade do século XX a cenografia ocidental se fragmentou e as questões de estilo já não são mais estipuladas pela época na qual está inserida, mas sim pelo estilo qual o cenógrafo quer abordar, juntamente com o diretor da obra.

Figura 06

CAPÍTULO 02

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Figura 5: Exemplo de disposição do teatro elisabetano. Fonte: <http://cidadedasartes.rio. r j . g o v. b r / u p l o a d s / n o ticias/720x370_8697 113618962b77d106427 dec046266.jpg> Acesso em 05/04/2019 Figura 6: Cenografia une acrílico fluo e luz. Fonte: <http://www.blogdafal.com.br/2016/09/16/ cenografia-une-acrilico-fluo-e-luz/> Acesso em 05/04/2019


Pode-se entender que a cenografia então, com o passar dos anos se moldou e se estruturou de uma maneira na qual ela não cabe mais apenas dentro da definição inicial que lhe era concebida lá nos primórdios, vinda do grego “Cenografia é a grafia da cena”, ou com a definição que se encontra no dicionário como “Arte técnica de projetar e dirigir a execução de cenários”. A complexidade da produção cenográfica vai muito além, dessas definições. “Cenografia é a dramatização do espaço, sempre complementada pela atuação” (SERRONI 2013, pg. 25). Serroni (2013) dá um exemplo sobre a dramatização do espaço ao explicar que: “se temos uma cadeira numa sala, ela é apenas uma cadeira. Se a colocarmos no palco, com um ator ao lado dela recebendo um foco de luz, ali ela não será mais apenas uma cadeira” (SERRONI 2013, pg. 25). É necessário que se compreenda a função do espaço e saiba realizar a interpretação do mesmo, pois atualmente é muito comum que se utilize a iluminação para realizar o complemento da cena. Pode-se dizer que não existe uma fórmula concreta para criar cenografia, cada profissional deve entender suas limitações e seguir suas próprias ideias, seu estilo e perseguir a sua meta como um artista.

Figura 07


Cenografia e suas vertentes Como já citado no capítulo anterior a Cenografia é a capacidade de desenvolver, sintetizar, transformar e adaptar uma ideia em cenário; é caracterizada como o Design de Cena, e podem ser considerados cenografia um ambiente, estrutura, instalação, seja este uso um palco para desfile de moda, a elaboração de um evento, a confecção de um show, dentre vários outros aspectos dos quais a cenografia se aplica. Antigamente ligada apenas ao teatro, não existia uma pessoa específica para realizar a tarefa de elaborar os cenários e comandar sua execução, porém com o passar dos anos e com a evolução notória das atividades que necessitam de planejamento cenográfico, passou a existir essa necessidade na melhora da qualidade estrutural dos ambientes destinados a esses usos e de um profissional designado ao desenvolvimento desses projetos. Figura 08

Para a realização dos projetos cenográficos “Não existe uma fórmula para criar cenografia” (SERRONI, 2013, pg. 26). Entende-se que é necessário, repertório, conhecimento técnico, conhecimento de materiais, entendimento de todas as etapas das quais o cenógrafo participa, como iluminação, figurino e, tão importante quanto, é necessário de fato se estabelecer um processo criativo, com colhimento de referências projetuais, que por muitas das vezes são cedidas pelo próprio diretor do projeto. Portanto neste capítulo serão exploradas todas as vertentes cenográficas possíveis, seja ela, física ou virtual, para uma melhor compreensão sobre o processo criativo da cenografia.

CAPÍTULO 02

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Figura 7: Texto por J. C. Serroni sobre a definição de cenografia, integrante da parede de azulejos existente no espaço cenográfico. Fonte: Foto por Márcia Pires retirada do livro Cenografia Brasileira por J. C. Serroni Figura 8: Montagem do palco de Show Love Yourself no Allianz Parque. Fonte: Allianz Parque.


Conforme explicado em vídeo pelo Estúdio de animação situado em Santos, Lightstar Studio², é possível criar um fluxograma de pré-produção artística para a elaboração de cenários (que nesse caso serão virtuais).

Figura 09

A capacidade de síntese e expressão através dos ambientes será compreendida melhor no capítulo a seguir através das análises projetuais.

Figura 10


• Diretor de Arte: Participa do processo de criação e concepção visual do projeto, coordena as equipes de cenografia, figurino e maquiagem, define paleta de cores, referências, materiais e texturas; • Cenógrafos: Responsável pela planta baixa do cenário criado pelo diretor de arte, acompanhando diretamente sua execução final pelo cenotécnico; • Cenotécnico: aquele que, com seus auxiliares, constrói o cenário conforme especificações do cenógrafo. Habilidades em serralheria, marcenaria, pintura, tapeçaria e etc.; • Produtor de Objetos (de Arte): Providência os objetos de cena, móveis e demais elementos necessários, colocando-os a guarda do contra regra; • Contra Regra: Mantém sob sua guarda todos os objetos de cena e ajuda a decorar o set; • Figurinista: Concebe, organiza e produz os figurinos. Organiza juntamente com seus assistentes, o cronograma de uso, para que todos do elenco os tenham a disposição segundo a necessidade de filmagens; • Assistente de Figurino: Assessora a figurinista no que for necessário. Ajuda na concepção e produção dos figurinos, auxilia na organização e a vestir o elenco; • Camareiras: Responsáveis pela manutenção dos figurinos, devem auxiliar a figurinista deixando as peças prontas para serem usadas pelos atores; • Costureiras: São incorporadas a equipe se os figurinos tiverem que ser confeccionados ou necessitarem de algum reparo; • Aderecista: Responsável pela confecção dos adereços quando o projeto demandar. ³Fonte: Zorra inova a linguagem e traz esquetes, cenas externas e novos humoristas, disponível em <http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/humor/zorra/zorra-ficha-tecnica.htm> acesso em 04/05/2019.

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Dentre as vertentes da cenografia a serem exploradas neste capítulo, pode-se entender que, a necessidade de um profissional qualificado é de extrema importância, pois o processo de desenvolvimento da cenografia precisa de uma equipe consistente e preparada pra levantar todo e qualquer tipo de elemento estrutural. Dentro de uma equipe cenográfica tem-se³:

Figura 9: Processo Criativo. Fonte: Acervo do Autor. Figura 10: Montagem do cenário do clipe Musical Boy With Luv com intervenção do autor Fonte: <https://www. instagram.com/p/Bw9nUqCj97h/> Acesso em: 12/04/2019. Com intervenção do autor.


Figura 11

Para a realização completa da obra dependendo no que ela está aplicada existe equipes auxiliares que trabalham em conjunto com o cenógrafo, como no caso de uma cenografia para shows, a equipe de cenografia, a equipe de som, fotografia, iluminação, a equipe de caracterização, todas elas trabalham em conjunto, por essa necessidade de entender a obra por completo e não apenas uma de suas vertentes. Para tanto, não é necessário conhecimento avançado em todas as áreas, mas ao menos uma ideia básica de como elas funcionam em conjunto para que o projeto seja realizado de uma maneira na qual ele possa seguir em frente, sem surpresas técnicas e erros, por falta de conhecimento da pessoa que está realizando o projeto, pois esses eventos precisam estar extremamente organizados para que não haja falha na hora da produção e realização do espetáculo. A cenografia realizada para grandes eventos mostra a necessidade de uma equipe que contenha os seguintes integrantes: Maquinistas: Responsáveis por operar e conduzir máquinas para auxiliar na montagem das estruturas de shows; • Construtores: Capacitados e treinados para realizar e levantar grandes estruturas; • Arquitetos: Incumbidos de realizar o projeto de integração geral dos eventos, como as áreas de uso comum, definir onde ficarão merchandising do evento, praça de alimentação e etc.; • Engenheiros: Acompanham a montagem das estruturas de maior complexidade; Com todas as informações obtidas sobre processo criativo e equipe de cenografia, é possível entender como funcionam todas as formas de criações cenográficas que serão exemplificadas nos tópicos a seguir, tanto para a cenografia digital, quanto para a física.


Cenografia digital - Computação Gráfica A cenografia digital abordada nesse capítulo será considerada em duas principais vertentes, sendo a primeira criada a partir de CG (computação gráfica) e a segunda a ilustrada, voltada para animações 2D. Tem-se como CG toda e qualquer feito a partir da Computação Gráfica que é uma área da Matemática Aplicada qual abrange o conjunto de métodos e técnicas para analisar e sintetizar os mais diversos tipos de objetos gráficos. Os objetos gráficos envolvidos em geral podem ser classificados em dados geométricos e imagens. Assim, a Computação Gráfica compreende as seguintes áreas: • Modelagem Geométrica, que trata do problema de descrever e estruturar dados geométricos no computador; • Síntese de Imagens, também chamada de Visualização, as técnicas desta área utilizam dados gerados por um sistema de modelagem geométrica e o produto final é uma imagem que pode ser exibida mediante o uso de um dispositivo de saída gráfica, como o monitor; • Processamento de Imagens, que recebe como entrada imagens e, após processá-la, produz como saída outra imagem; Visão Computacional, que tem por finalidade obter, a partir de uma ou várias imagens, informações geométricas, topológicas ou físicas sobre os dados que as originaram⁴.

Figura 12

⁴Fonte: Computação Gráfica, disponível em <http://www.ufal.edu.br/unidadeacademica/im/pt-br/pos-graduacao/matematica/mestrado/pesquisa/areas-de-concentracao-1/computacao-grafica> acesso em 05/05/2019.

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Figura 11: Show Love Yourself Speak Yourself. Fonte: Acervo do Autor. Figura 12: CG em Game of Thrones. Fonte: <https://www. pausecafein.fr/entertainment/photos-fond-vert-tournage-film-effets-speciaux.html> Acesso em 20/05/2019.


Sendo assim a computação gráfica que é criada através de formas geométricas, passa então a poder compor todo e qualquer tipo de objeto e cenário que seja necessário, seja utilizado em cena de filmes ou até mesmo clipes musicais, como será explicado no capítulo das análises projetuais.

Figura 13

Para o cenógrafo José de Anchieta, veterano na profissão, a tecnologia é a grande responsável pela migração do cenógrafo para as áreas de eventos e shows: ele (computador) barateia muito o custo de um cenário porque não precisa de material nem de muita mão-de-obra. Acredito que o uso da computação gráfica diminua em até 90% o custo de um cenário. Já Pereira, acredita que o cenário virtual não está tomando o lugar do cenário convencional, está sim trazendo novas possibilidades parar a cenografia televisiva. (TEIXEIRA apud CARDOSO, 2002 pg.116).

A utilização dos cenários a partir da computação gráfica é mais uma maneira de facilitar a criação de projetos cenográficos de qualidade, e diminuir os custos de sua execução, pois a demanda da criação física de um cenário dependendo de sua utilização é incompatível com o orçamento/tempo disponível. Para toda a série, programa, filme, independente do que for realizado, é necessário estar dentro dos custos de planejamento, tanto financeiro quanto em escala projetual (quando se fala sobre o tempo), por isso antes da realização dos projetos é realizado todo um estudo de caso e criação de um cronograma projetual, que encaixe e conecte todas as etapas, não apenas da criação cenográfica.


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Cenografia aplicada nos conceitos 2D e 3D A criação da cenografia 2D consiste em vários aspectos, que por muitas vezes, utilizam de plataformas digitais para auxiliar na criação desses cenários, os conhecimentos referentes a perspectiva, cor, sombra e luz também são necessários, pois para a construção do 2D é necessário a representação 3D ou a criação de perspectivas que simulem o padrão tridimensional.

Figura 13: CG em Game of Thrones Finalizado. Fonte: : <https://www. pausecafein.fr/entertainment/photos-fond-vert-tournage-film-effets-speciaux.htm> Acesso em 20/05/2019. Figura 14: Concept Art quarto da Mabel. Fonte: Autoria Própria.

Figura 14

Assim como na arquitetura, onde os aspectos construtivos voltados a criação de ambientes são importantes, a realização de um programa de necessidades para a definição do cenário a ser criado é de extrema importância também, afinal é baseado nas necessidades do cliente. O processo funciona da mesma maneira para ambas as criações, tanto em aspecto de projeto arquitetônico, quando a de um cenário 2D, a principal diferença é o consumidor final, o qual não é a uma pessoa real, e sim um personagem que irá interagir com o ambiente desenvolvido, sendo assim, o telespectador passa a se identifica com o ambiente qual o personagem está inserido como se estivesse de fato lá. Como já citado anteriormente, após juntar o referencial visual para o desenvolvimento da identidade qual a cenografia deverá ter, são criados os Concept Arts, que são os estudos 2D, desenhos que funcionam como representações iniciais de cenários personagens, figurinos, veículos ou qualquer outro elemento que possa estar presente dentro de games, animações, filmes live-actions e HQs⁵. ⁵Fonte: O que é Concept Art?, disponível em <https://revolutionnow.com.br/o-que-e-concept-art/> acesso em 22/04/2019.


Figura 15

Figura 16

Para um bom estudo de concept art é importante entender representação gráfica, domínio das técnicas de perspectiva, cor, volumetria, assim como mostrado na figura 14, que é a representação da tipologia residencial que está presente no filme COCO a vida é uma festa, que se passa no México. A identidade visual de COCO é muito bonita, festiva e brilhante, a vida para o cenário é dada através de luzes e decorações temáticas de acordo com uma festa anual do dia dos mortos, que acontece no México.


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Já no exemplo a seguir retirado da série SOS Fada Manu, no qual será explicado a parte onde é necessário saber construir para poder desconstruir, do diretor de arte de séries animadas é exigido um conhecimento avançado não apenas do desenho técnico e das perspectivas, mas também que se tenha um conhecimento avançado sobre desenho em si, construção de formas, volumes, em todos os aspectos, pois a partir da criação 2D e da dominação do desenho, é que é possível criar uma visualização do que irá ocorrer no ambiente físico e digital. Para o desenvolvimento dessa série, foram realizadas algumas etapas de acordo com o seu processo de criação, já explicado anteriormente. A primeira etapa foi a criação de um cenário voltado para a animação e o colhimento de referencial visual para a definição do estilo que será abordado na série, em sequência, ocorre a criação dos sketches que irão definir o design que o cenário deverá ter, é então desenvolvida um ou mais estudos sobre a forma e a volumetria que o cenário terá. A importância do conhecimento da perspectiva nessas horas vem à tona justamente pelo fato de que é necessário poder desconstruir e mesmo assim manter visualmente aceitável. Foi realizado cinco concepts iniciais parar o cenário que se-

Figura 15: Concept Art animação COCO. Fonte: : The Art of Coco (pg,30) Figura 16: COCO a vida é uma festa, cena retirada do Filme. Fonte: Filme da Disney Pixar – Coco a vida é uma festa. Figura 17: Concept Art - Castelo Rapunzel SOS Fada Manu. Fonte: Lightstar Studios, acervo pessoal do autor. Figura 18: Paletas de Cores Cenário SOS Fada Manu. Fonte: Autoria Própria

Figura 17

ria a torre da Rapunzel na série. Após a realização e a definição da estética final a partir dos concepts é hora de escolher as cores principais que formarão toda a paleta de cores do cenário. Conforme figura 17, os tons predominantes para o cenário fora respectivamente, verde da mata, roxo para a rocha do castelo e azul do céu. A partir do quinto concept, já definido o cenário oficial, e então foi feita a sua versão noturna e diurna com as seguintes paletas de cores: Figura 18


Figura 19

Através da concepção final do cenário ele é aprovado ou pode receber algumas correções durante o meio do processo, até que seja obtido de fato, a versão finalizada do mesmo, aprovada pelos diretores de arte, e pela produtora da série. Entende-se que parar esses processos de criação, é necessário dispender de um conhecimento avançado sobre as técnicas de desenho para que seja possível criar uma boa representação artística de um cenário que irá ficar apenas na versão 2D porem deve representar volume e ser característico.

Cenografia física Os tópicos a seguir abordarão sobre as várias possibilidades quais a cenografia física pode abranger, considerando campos que já são muito bem explorados, e campos que ainda não tem muita visibilidade e reconhecimento em alta no mercado arquitetônico.


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Cenografia Teatral “Arte e técnica de projetar e dirigir a execução de cenários” porém, uma definição que se considera adequada e muito bem aplicada na cenografia teatral, é a de Serroni (2012) “Cenografia é a dramatização do espaço, sempre complementada pela atuação” (SERRONI, 2012, pg.25). A cenografia teatral é a obra que fala por si só, é a arte integrada, o aspecto principal a ser levado em consideração, é que todos os elementos inseridos na obra cenográfica, se harmonizem, não devem existir estrelas, e sim equilíbrio, “quanto maior equilíbrio houver na peça, maiores serão as chances de o espetáculo ficar bom.” (SERRONI, 2012, pg.29). Figura 20

Houve uma época na arquitetura, muito remota, em que se riscava o chão para subir um castelo ou uma igreja. A obra ia sendo resolvida ao vivo. No teatro, por muito tempo, a cenografia não demandou projeto. Os telões em perspectiva criados a partir do renascimento iam sendo pendurados conforme as necessidades das cenas. Não tínhamos ainda a figura do cenógrafo. [...] Quanto mais complexa a cenografia, mais exigente o projeto, e quanto mais soluções o projeto encontrar, certamente menos problemas haverá na execução e na montagem da cenografia. Para que a cenografia chegue a um bom projeto, é necessário que o cenógrafo tenha boa formação. Antes de tudo ele deve desenvolver seus dotes artísticos, ter entendimento da linguagem como conceito – enfim, saber criar. As ideias podem estar num guardanapo de restaurante, traduzidas em alguns traços, em desenhos até toscos. O que exige o conhecimento técnico – o domínio de materiais, a computação, o desenho gráfico – é o desenvolvimento dessas ideias. Muitas vezes é preciso

Figura 19: Cenário SOS Fada Manu - Rapunzel Finalizado. Fonte: Lightstar Studios, acervo pessoal do autor. Figura 20: Elevação lateral do cenário A Ópera de Três Tostões, 1960, por Lina Bo Bardi. Fonte: <http://linabobarditogether. com/2012/08/26/1960/> Acesso em: 05/06/2019.


que o cenógrafo entenda de resistência dos materiais, de cálculo, geometria, física, eletricidade, até hidráulica e química, para dar conta do desenvolvimento do projeto que em muitos casos, traduz em dezenas de pranchas, à mão ou no computador, em maquete e até protótipos. Resumindo, é necessário que o cenógrafo, além da criatividade, que lhe possa ser nata, tenha também conhecimentos históricos, técnicos e de computação. Ele precisa estar sempre antenado, acompanhando o que está sendo feito pelo mundo. Deve, acima de tudo, “saber ver”. (SERRONI, 2012, pg.33-34).

O teatro cada vez mais com o tempo se reinventa e se renova, gerando uma gama de possibilidades criativas, possibilidades essas que podem ser muito bem aproveitadas quando se existe conhecimento artístico e domínio das técnicas necessárias para um bom desenvolvimento de projeto artístico de cenografia teatral.

Figura 21

O Arquiteto e Cenógrafo Rogério Falcão relata um pouco sobre o processo e a criação do cenário de O Mágico de Oz, em vídeo⁶, explicando sobre as aspirações e inspirações que foram utilizadas parar a criação dos cenários, aspecto que deve sempre ser ressaltado, pois a base de um bom artista está na sua capacidade de síntese de informação e adaptação da linguagem a qual ele irá e criar, também na qualidade de repertório e bagagem artística.

⁶Fonte: Disponível 22/05/2019.

em

<https://www.youtube.com/watch?v=vLOcgPn91pc>

Acesso

em


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Cenografia Para Eventos Uma área em que não é muito imaginado o uso do cenógrafo, porém seu uso é mais explorado do que se pensa é a cenografia para eventos, como aniversários, festas, comemorações, até mesmo, stands de feiras de exposições, afinal toda empresa que participa de exposições, feiras de negócios ou outros eventos com o intuito de divulgação de produtos e serviços sabe como é importante contar com um stand chamativo e interessante. Por isso existe a necessidade de projetos que criem uma boa elaboração e disposição de iluminação e qualidade de cor para esses eventos em geral, pois necessitam da dose certa de criatividade para chamar a atenção do público, assim como acessos bem pensados e espaços bem elaborados para que exista um aproveitamento dos clientes que irão circular pelo evento.

Figura 22

A realização de projetos de stands consiste em adequar o espaço e a interação dos stands e o produto exposto com o público. Projetos que incluem o percurso dos pedestres e quais as melhores formas de chamar a atenção do público são bem elaborados e consistem na importância do uso das cores certas, formas chamativas, disposição da vitrine, dentre vários aspectos que possibilitam uma interação eficiente, público/produto/stand. Figura 23

Figura 21: Cenário 3D para Cinderella por Rogério Falcão. Fonte: Acervo Rogério Falcão. Figura 22: Elevação Frontal de projeto cenográfico de Stand. Fonte: <https://www. willowstands.com/portfolio/> Acesso em: 05/06/2019. Figura 23: Planta de locação de Stand. Fonte: <https://www. willowstands.com/portfolio/> Acesso em: 05/06/2019.


Figura 24

Cenografia Televisiva Neste subcapítulo será abordado a cenografia televisiva, onde par critério projetual devem ser considerados vários aspectos como enquadramento de câmera, materiais a serem utilizados, uso do Chroma Key e da Computação Gráfica, para economia de gastos, pois a cenografia televisica funciona na maioria das vezes como aspécto decorativo e visual, deve ser bem estruturada porém de preferência ter uma estrutura leve.

Figura 25


Existe uma distinção projetual entre os tipos de cenários. A cenografia voltada para a tela (reality shows, novelas, e etc.) é mais pensada em quesito fotográfico e limitada ao enquadramento das câmeras, pois normalmente a escala trabalhada é a real, e as histórias que ocorrem são mais voltadas a contextos do cotidiano. As cidades cenográficas construídas são fieis a realidade, contrapondo justamente a cenografia do teatro que tende a ser pensada e interpretada pelo cenógrafo responsável, e pode ou não respeitar a realidade. No teatro, existe então esse toque mais pessoal e interpretativo, e o cenário precisa ser desenvolvido e pensado para ficar em cima de um palco limitado; esse desenvolvimento pensado no espaço é a parte na qual a cenografia teatral não faz apenas um papel de apoio na peça, mas sim complementa, pois é intimamente relacionado com a interpretação dos atores, sendo seu delimitador. Já na cenografia televisiva, o ator tem a possibilidade de atuar isoladamente, não sendo o espaço cenográfico um limitador. El espacio representado en la televisión es el resultado de la superposición de dos planos diferentes; las operaciones de diseño escenográfico (es decir, el trabajo de construcción del plató) y las operaciones de grabación y montaje (es decir, el trabajo de direción)”. (CASETTI e CHIO apud CARDOSO, 2002, pg.38).

A composição da cenografia televisiva vai além apenas do que a montagem dos cenários, o desenvolvimento da obra é feito juntamente pela equipe de edição, diretores, e todo o pessoal responsável pela pré-produção, produção e pós-produção. Existem diferentes tipos de leitura sobre esses cenários, tanto em suas limitações, e seus diferentes processos criativos e construtivos. Cenografia não é apenas um signo que denota e conota um ambiente e/ou uma época, ou que informa um espaço, configurando-o: a boa cenografia é a que participa também da ação narrativa, que não é apenas algo externo a ação, decorativamente, mas que se identifica até com o estado psicológico dos personagens ou o ambiente da cena. (...), a cenografia é a escritura da cena, é uma escrita não verbal, icônica (...). (PIGNATARI apud CARDOSO, 2002, pg.39).

Durante o início da televisão, haviam muitas falhas no processo de construção do set, onde não havia um cenógrafo responsável pelo cenário e sim um staff que tinha que arquitetar como tudo ia funcionar, coisas que iam além da cenografia em si.

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Figura 24: Sketch de Stand da Kraft Bespoke. Fonte: <https://apex. co.uk/exhibitions/case-studies/stand-apex-kraft-foods-kenco-avex-vending-show/ kraft_04/>Acesso em 10/05/2019. Figura 25: Cenografia de Deus Salve o Rei. Fonte: <https://gshow. globo.com/novelas/ deus-salve-o-rei/noticia/ deus-salve-o-rei-cenografia-da-nova-novela-das-7-aposta-em-inovacao.ghtml> Acesso em: 05/05/2019.


Figura 26

Na primeira metade do século 20 surge a televisão. No início a cenografia era pouco valorizada nesse meio. Segundo Willian Bluem, para se produzir um spot de 20 segundos de duração, era composta por uma equipe de 16 profissionais (gerente de operações, artista, locutor, entre outros). Nesta equipe não havia um cenógrafo, que só seria solicitado (com nome de “supervisor de estúdio” caso o spot fosse ao vivo. O supervisor de estúdio era um faz tudo, misto de cenógrafo, cenotécnico e contra regra. (BLUEM apud CARDOSO, 2002, pg.40).

Figura 27

O espaço para a cenografia televisiva está cada vez mais amplo não se limitando apenas a novela, mas também abarcando programas televisivos que necessitam que uma composição cenográfica bem resolvida.


Portanto conclui-se que com o tempo, o cenógrafo ganhou cada vez mais espaço nas mídias televisivas, podendo não apenas trabalhar na parte novelesca, mas abranger todos os cenários a serem utilizados nas programações, sejam esses os de jornais e até mesmo os programas de auditório.

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Os programas de auditório ao vivo acabam optando também pela abstração das formas cenográficas. Neste gênero, a dinâmica do cenário se assemelha a do teatro, já que as mudanças de ambientes devem ser feitas em curto espaço de tempo e durantes os comerciais, ou ainda diante do público e das câmeras. (CARDOSO, 2002, pg.43).

Figura 26: Cena retirada do Documentário GOT Além da Muralha, planta da Cidade Cenográfica de GOT. Fonte: Documentário Game of Thrones Além da Muralha. Figura 27: Vista frontal Cenografia de Game of Thrones. Fonte: Documentário Game of Thrones Além da Muralha.

Cenografia Para Shows Este último tópico será utilizado como objeto de estudo de aprofundamento projetual, portanto cabe observar que um grande show depende de muitos detalhes além da apresentação. Para isso é necessário estar atento à qualidade do que será exibido e a estrutura do projeto, assim como a locação dos equipamentos e da cenografia.

Figura 28

A adequação da estrutura pode influenciar na experiência do público. Como já dito, cada detalhe do evento é importante, desde a montagem do cenário no palco até a cenografia alocada nos banheiros. Este tipo de cenografia deve interagir com o público e dessa forma as pessoas que vieram para ver os artistas se apresentando irão se sentir envolvidas pela atmosfera do evento. Ela envolve vários símbolos, normalmente baseados num roteiro predefinido para o show. Todo o cenário e a construção

Figura 28: Speak Yourself Palco Vazio. Fonte: Acervo pessoal do autor.


de sensações para o público estão envolvidos. Painéis, mobiliário, cores, identidade visual, iluminação, e qualquer outro elemento visual estarão envolvidos diretamente na cenografia. A criação do cenário com atmosfera desejada deixará o público mais contente em estar participando desse show. A cenografia poderá também ser modificada durante a apresentação, dando mais dinamismo ao evento. Em suma, esse tipo de cenografia deve ser feito para encantar e atrair a atenção do público até o final do evento ou cerimônia. As luzes, formas e cores são escolhidas para combinar com os sons e outros aspectos do cenário⁷.

⁷Fonte: Texto disponível em <http://www.mildecoracoes.com.br/cenografia-shows> Acesso em 20/05/2019.


03 CORES A importâncias das cores


A importância das cores As cores são responsáveis pelos estímulos recebidos e interpretados pelo cérebro humano. Estudos mostram que dependendo das tarefas realizadas, as cores são de extrema importância e os resultados divergem de acordo com a incidência de cores as quais os indivíduos esta inserido na realização de suas tarefas. Pesquisadores da Universidade de Columbia Britânica, no Canadá, realizaram algumas pesquisas tentando esclarecer essa questão. Eles pediram para voluntários se sentarem diante de computadores cujas telas mudaram de azul para vermelho e para uma “cor neutra” e os testaram em várias tarefas. Quando trabalharam diante da tela vermelha, as pessoas se saíram melhor em testes de memória ou correção de texto, que requerem atenção para detalhes, mas quando a tela se tornou azul, elas tiveram melhores resultados em tarefas criativas. Os cientistas especularam se o vermelho sinalizaria “cuidado” e se por isso os voluntários teriam mais atenciosos, enquanto o azul incentivaria um comportamento de “aproximação” que os encorajava a serem mais livres para pensar. Para testar essa hipótese, os pesquisadores pediram para os mesmos voluntários resolverem anagramas de diferentes palavras relacionadas aos dois comportamentos. Eles pareceram descobrir as palavras de “cuidado” mais rapidamente com a tela vermelha e as de “aproximação”, na tela azul, sugerindo que as cores e os comportamentos estavam associados em suas mentes⁸.

A partir da psicologia das principais cores, pode-se então caracterizá-las como: • Azul: Transmite a sensação de positividade, confiança e segurança. É frequentemente utilizada em espaços comerciais e/ou de negócios, como agências bancárias, escritórios e empresas. • Amarelo: Conduz à ideia de otimismo, curiosidade, jovialidade e ambiente e luz. Utilizado frequentemente em espaços comerciais ou restaurantes sob a finalidade de aguçar a atenção do pedestre. • Vermelho: A cor evidencia energia, excitação, impulso. Por isso, é regularmente empregada em espaços comerciais, como lojas ou fast foods, por exemplo, buscando a ideia de compulsividade e desejo ao consumo. ⁸Fonte: As cores realmente mexem com as nossas emoções? , disponível em < https://www.bbc. com/portuguese/noticias/2015/04/150412_vert_fut_mito_cores_ml> Acesso em 22/05/2019.


• Laranja: Como resultado da combinação do amarelo e vermelho, dispõe a ideia de intensidade, criatividade, euforia e entusiasmo. Frequentemente empregado aos ambientes criativos, como escritórios, estúdios e escolas. Se utilizado junto ao azul, transmite a ideia de impulsividade junto a confiança, sendo adotado por agências bancárias ou sedes de empresas, por exemplo.

Violeta: Transmite bem-estar, calmaria e suavidade⁹.

A cor como elemento integrante da arquitetura não apenas como estética, mas com importância psíquico-sensorial, permite com que sensações sejam passadas através do uso adequado e da escolha adequada, porém quando o assunto referir-se a composição de uma cena para retratar um sentimento, ou uma vontade, aspectos simbólicos, ficam subjetivamente interpretados através da escolha da paleta de cores utilizadas pelo diretor de arte responsável e por isso deve ser escolhida com cuidado e precisão, levando em consideração todos os fatores influenciadores. Conforme imagens retiradas do cenário de Fake Love, nota-se que o clipe musical utiliza como paleta principal tons mais escuros, manchados, envelhecidos, frios, passando uma sensação de cenário mais “apagado” e “deteriorado”.

Figura 29

Criados propositalmente para causar incômodo visual, com aspecto de sujeira, gerando um desconforto, afinal na música, existe toda uma abordagem mais pesada com um tema qual cabe o aspecto frio e melancólico retratados no vídeo. Em contrapartida, outro cenário musical desenvolvido pelo mesmo grupo, tem uma dinâmica mais alegre, utilizando de cores mais vibrantes e energéticas. ⁹Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/894425/o-papel-da-cor-na-arquitetura> Acesso em 09/06/2019.

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CAPÍTULO 03

• Verde: Evoca calmaria, tranquilidade, serenidade e bem-estar. É utilizado com regularidade aos espaços ligados à saúde e tratamento, como hospitais, clínicas, spas, etc.

Figura 29: Cenários de Fake Love. Fonte: BigHit Enterntainment com intervenção do autor.


Figura 30

Também correspondendo aos aspectos mais alegres retratados pelo contexto musical, basicamente, o que os dois cenários tem em comum, é a capacidade de interpretar a letra e traduzi-la para a abordagem visual adequada condizente com o significado ali inserido. Portanto entende-se que as cores usadas de forma consciente são influenciadoras diretas na sinestesia que é gerada no expectador. Figura 30: Cenários de DNA. Fonte: BigHit Enterntainment com intervenção do autor.


04 REFERร NCIA PROJETUAL Anรกlise Projetual: Cenografia Musical - MU:E Artwork Anรกlise Projetual: Cenografia Teatral - O Mรกgico de Oz Anรกlise Projetual: Cenografia para Show - Speak Yourself


04 REFERÊNCIA PROJETUAL A cenografia tem como papel principal traduzir e complementar a linguagem artística na obra na qual ela está inserida, seja ela, uma peça teatral, um videoclipe musical, um desfile de moda, uma novela ou até mesmo um palco de show, ela funciona como um dos principais pilares que estruturam a obra na qual ela faz parte, servindo como suporte e complemento para agregar valor na mensagem a ser passada. Neste capítulo será realizada a análise de projetos que traduzem bem essa linguagem artística através da cenografia em três vertentes: nos clipes musicais, no teatro, e nos palcos de show. Portanto, as obras analisadas serão respectivamente o projeto de cenografia do clipe musical de IDOL, os cenários desenvolvidos para a peça o Mágico de OZ por Rogério Falcão e o palco de Show da Turnê Mundial Love Yourself, Speak Yourself do grupo BTS. As análises foram realizadas em cima de fotos, vídeos, sites, visita técnica a obra, conversas com especialistas e projetos encontrados sobre os temas que serão mostrados durante o capítulo.


CAPÍTULO 04

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Análise projetual: Cenografia Musical – MU:E Artwork O projeto escolhido para a realização da primeira análise foram os cenários desenvolvidos para o videoclipe musical IDOL do grupo Sul Coreano BTS, pois ele apresenta uma qualidade artística muito bem explorada em quesito cenográfico, criando assim possibilidades para desenvolver uma boa análise em cima de todos os conceitos que nele foram utilizados, misturando influências de grande relevância cultural que serão explicadas a seguir. • Os responsáveis pela execução do videoclipe são: • Diretor: YongSeok Choi (Lumpens); • Diretores assistentes: Guzza, MinJe Jeong, HyeJeong Park (Lumpens); • Diretor de fotografia: HyunWoo Nam (GDW); • Gaffer (responsável pela iluminação): HyunSuk Song (Real lighting); • Diretores de Arte: JinSil Park, Bona Kim (MU:E); Equipe de Arte: HyunSeung Lee, YeMin Ahn (MU:E); • Gerente de Projeto: SukKi Song; • Cenógrafos: Yeongjun Hong, KwangHyun Lim, SangHyeok Seo. Algumas etapas são seguidas para a realização desses projetos, como o desenvolvimento de um STORYBOARD que consiste em definir todos as cenas que irão ter no videoclipe a partir do roteiro do mesmo.

Figura 31

A preocupação com o jogo de câmera, os enquadramentos a serem utilizados tudo isso influencia no desenvolvimento dos cenários que serão criados. Por isso uma decupagem é realizada para elencar todos os itens a

Figura 31: Exemplo de construção de um STORYBOARD. Fonte: <https://winteriscoming.net/wp-content/ blogs.bir/385/files/04/WiC-Exclusive_-Game-of-thrones_-The-Storyboards-Spring-2019-60 -by-William-Simpsom-lead-storyboard-aartist-forGame-of-Thornes.jpg>. Acesso em 06/06/2019.


serem utilizados na obra cena a cena, como objetos, figurinos, cenários, e todos os elementos que irão compô-las. Com a decupagem em mãos, o cenógrafo sabe qual a finalidade do cenário a ser desenvolvido, em qual contexto ele está inserido e a mensagem que deve ser passada através do projeto de cenografia. Agora o papel principal é adaptar a linguagem e reproduzir o que é pedido, dimensionar os projetos pensando em seus enquadramentos, quais os tipos de esforços serão solicitados nas estruturas criadas para que elas sejam seguras, elencar as cores e os materiais adequados é de extrema importância, afinal a qualidade do material a eficiência com que é utilizado é o que permite ter-se a obtenção do resultado pretendido.

Figura 32

Figura 33

Os cenários analisados a seguir foram levantados dentro de um set de filmagem que tem a finalidade específica de receber esse tipo de projeto. Precisa-se ter em mente que os cenários foram criados fisicamente, porém também utilizam de computação gráfica para complementá-los. O vídeo Musical IDOL tem como objetivo principal, passar uma mensagem importante sobre as diversas culturas do mundo ao mesmo tempo em que fala sobre amor próprio e adversidades que serão encontradas ao longo da vida. Essa mensagem é transmitida graças ao conjunto da obra, sendo assim os cenários, figurinos, iluminação, computação gráfica, à composição final é o que possibilita um breve


Figura 34

As formas desse clipe são exploradas a partir de características específicas de cada parte do mundo. Nesse cenário é possível reparar a presença de arcos e portas azuis e, apesar de arcos serem elementos presentes em muitas obras arquitetônicas pelo mundo, esses arcos representam os comumente usados na arquitetura Hindu-Islâmica, representado então, os pátios abertos dentro das edificações conforme exemplo abaixo de um hotel situado em Mandawa.

Figura 35

Existem 14 portas azuis espalhadas por todo o cenário, que podem muito bem passar despercebidas, mas estão ali propositalmente e representam os 14 estados independentes da Oceania. Possuem a cor azul justamente pelo fato de azul remeter a água, mar, oceano, fazendo assim uma analogia da forma mais sutil. O mesmo cenário inicial possui duas iluminações completamente diferentes: uma Figura 36 o deixa com um aspecto diurno e outra que deixa passa o aspecto noturno. O cenário que está com o aspecto noturno, sofre uma forte intervenção do cinema de Bollywood, indústria que tem como suas principais características cores vibrantes e vivas. A dança deixa claro essa forte influência.

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entendimento sobre muitas culturas distintas através das referências apresentadas. Muitas culturas foram incluídas nesse clipe musical nos mais sutis detalhes.

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Figura 32: Projeto de Cores realizados para o cenário do clipe Happy. Fonte: <https://www. instagram.com/p/BVH1sOPgGu4/>. Acesso em 02/04/2019. Figura 33: Projeto de Cores realizados para o cenário do clipe Happy. Fonte: <https://www. i n s t a g r a m . c o m / p / B VDUrIllfCL/>. Acesso em 02/04/2019. Figura 34: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo, mostrando os Arcos e as portas Azuis. Fonte: <https://www. youtube.com/watch?v=pBuZEGYXA6E>. Acesso em 02/04/2019. Figura 35: Arcos de Mandawa. Fonte: <https://www.tourism-of-india.com/mandawa.html>. Acesso em 02/04/2019. Figura 36: IDOL MV - Influências Arquitetônicas com interferência do autor. Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/>. Acesso em 02/04/2019.


Figura 37

Outro cenário que tem essas mesmas intervenções é este que está abaixo, contendo cores vivas, tecidos estampados e muitos adornos em cena. Figura 38

O cenário a seguir contém referências ao continente Africano, como o figurino que foi confeccionado com tecidos tipicamente africanos, conhecidos como ankara, o plano de fundo feito em computação gráfica com o sol poente, a paleta de cores quentes e a girafa, animal típico da Savana africana. A própria cena em si é uma nítida referência a uma famosa obra denominada: Scramble for África do artista Yinka Shonibare, que foi traduzida para fazer parte do clipe musical. Figura 39

Através do enquadramento de câmera, dos elementos que se encontram em cena e do figurino foi possível criar uma referência muito fiel à obra original.


Figura 40

O globo terrestre representa o mapa e o navio a rosa dos ventos que estão pintados na mesa e por isso não ficariam visíveis devido ao ângulo de câmera que é utilizado no vídeo, portanto foi necessário repensar a forma de representação desses elementos para que pudessem ficar mais nítidos ao público. Figura 41

Esse mesmo cenário inicial recebe algumas variações de fundo feitas com computação gráfica. Fundo que antes tinha apenas tons quentes e o Pôr-do-Sol na savana Africana, agora apresenta cores vibrantes e meio psicodélicas que mudam numa fração de segundo entre os cortes de cenas. São variações que alteram tão rapidamente, que quase não são perceptíveis ao assistir o vídeo continuamente. Figura 42

Figura 43

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Figura 37: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo. Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/>. Acesso em 02/04/2019. Figura 38: IDOL MV - Influências Arquitetônicas Bollywood. Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/>. Acesso em 02/04/2019. Figura 39: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo, representando o quadro Scramble for Africa. Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/>. Acesso em 02/04/2019. Figura 40: Obra Scramble for África. Fonte: <https://art21. org/gallery/yinka-shonibare-cbe-ra-scramble-for-africa-2003/#3>. Acesso em 02/04/2019. Figura 41: Obra Scramble for África. Fonte: <https://art21. org/gallery/yinka-shonibare-cbe-ra-scramble-for-africa-2003/#6>. Acesso em 02/04/2019. Figura 42: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo, sequência de imagens em Chroma Key Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/>. Acesso em 02/04/2019. Figura 43: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo, sequência de imagens em Chroma Key Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/>. Acesso em 02/04/2019.


Já o frame final da sequência dessa cena, ganha novamente os tons quentes, porém toda sequência acontece sempre com muita incidência de cor. Figura 44

O próximo cenário projetado é mais simples, mas carrega um contexto por trás de manequins, que são a forma encontrada para expressar os recortes que constroem as personalidades de cada indivíduo. Figura 45

O cenário a seguir tem apenas uma cor predominante e é mais “High-Tech”, composto por grades metálicas, luzes verdes e espelhos, quando utilizado em cena parece ser maior do que apenas um corredor, porém é apenas uma ilusão criada pelos espelhos dentro de uma “caixa” central. Figura 46


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Figura 47

O elemento abordado será referente ao cenário que é inspirado na típica construção Coreana conhecida como Hanok, tem como sua característica marcante os telhados robustos e bem adornados, conforme a imagem a seguir. Figura 48

A foto abaixo é uma construção típica Hanok denominada Korean Friendship Bell, que foi levantada em Los Angeles na Califórnia simbolizando a amizade entre duas nações¹⁰. Figura 49

Figura 44: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo, sequência de imagens em Chroma Key Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/>. Acesso em 02/04/2019. Figura 45: Manequins e Personalidade. Fonte: <https://www. instagram.com/p/Bn1UaeMlgxG/>. Acesso em: 02/04/2019. Figura 46: Cenário High-Tech. Fonte: <https://www. instagram.com/p/BnzbJ3VBnn2/> Acesso em 02/04/2019. Figura 47: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo. Fonte: <https://www. youtube.com/watch?v=pBuZEGYXA6E> Acesso em 02/04/2019.

Pode-se notar que as cenas que foram capturadas do videoclipe que contém o Hanok como elemento principal tiveram uma versão mais simples da sua estrutura desenvolvida, pintada em amarelo e tem o auxílio de computação gráfica para fazer as paisagens do fundo que complementam o cenário físico. A maioria dos cenários vistos nessa análise mescla o cenário físico com o virtual, para a obtenção de um melhor resultado. As roupas que são utilizadas nas cenas que contém a estrutura do Hanok, também são vestimentas típicas da Coreia do Sul conhecidas como durumagi que representam o amadurecimento. ¹⁰Fonte: Disponível em: < http://www.dailyventure.com/travel/The-Korean-Bell-of-Friendship> acesso em 02/04/2019.

Figura 48: Construção Hanok. Fonte: <https://www. timeout.com/seoul/attractions/namsangol-hanok-village> Acesso em 02/04/2019. Figura 49: Korean Friendship Bell. Fonte: <http://www. dailyventure.com/travel/The-Korean-Bell-of-Friendship> Acesso em 02/04/2019.


Já o frame final da sequência dessa cena, ganha novamente os tons quentes, porém toda sequência acontece sempre com muita incidência de cor. Figura 50

Figura 51

Com toda essa análise realizada, conclui-se que a forma cenográfica explorada para a junção de diversas culturas e otimização de materiais para produção dos cenários citados acima, foram as cores sempre muito bem escolhidas. É possível perceber a existência de cores muito vibrantes sendo utilizadas em uma quantidade exorbitante numa mesma cena, porém esse tipo de abordagem visual é muito comum em vídeos de K-pop¹¹. Figura 52

¹¹Fonte: Korean Pop, estilo musical originado na Coréia do Sul.


A cenografia televisiva exige conhecimento em diversos aspectos os quais o cenógrafo necessita dominar, como entendimento sobre cores, materiais, enquadramento de câmera, tudo para poder realizar os projetos de uma forma que se possa aproveitar da melhor maneira os ângulos dos cenários. Precisa também desenvolver sua forma de traduzir a linguagem que está na escrita para a que se considera a visual, pois o produto final vem de uma equipe que trabalha em conjunto para dar sentido à obra como um todo. Mas a leitura do Cenógrafo é muito individual, assim como um conjunto de obras de um arquiteto que tem seus conceitos e seu partido arquitetônico, os cenógrafos partem do mesmo princípio. É necessário trabalhar em uma linguagem específica, única e individual.

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Já a definição do estilo do cenário se deve: à disposição dos elementos arquitetônicos e cenográficos (fundo neutro, desenho, fotografia, logotipo, mobiliário, etc.); à escolha de cores (tons quentes e frios, harmonia e contraste, predominância de cores, etc.); a aplicação das luzes (disposição, direção, valores cromáticos, etc.); e as características das superfícies (materiais utilizados, relação com fontes luminosas, texturas, etc.). (CASETTI e CHIO apud CARDOSO, 2002, pg.42).

Figura 50: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo. Fonte: <https://www. youtube.com/watch?v=pBuZEGYXA6E> Acesso em 02/04/2019. Figura 51: IDOL MV Cena Retirada do Vídeo. Fonte: <https://www. youtube.com/watch?v=pBuZEGYXA6E> Acesso em 02/04/2019. Figura 52: IDOL sendo montado e preparado para filmagem. Fonte: <https://www. instagram.com/p/Bn1UaeMlgxG/> Acesso: 02/04/2019.


Análise projetual: Cenografia Teatral – O Mágico de Oz O conteúdo a ser analisado nesse capítulo foi fornecido pelo cenógrafo responsável pela execução do musical o Mágico de Oz, Rogério Falcão, qual cedeu de bom grado todo o material executivo, referencial projetual, decupagem, roteiro, materiais utilizados para a execução dos cenários, assim como explicações cedidas a autora sobre a execução projetual e resolução de problemas enfrentados na hora de produzir a peça. Como primeiro passo para o desenvolvimento da cenografia, foi realizada então a decupagem do roteiro do musical em possíveis cenários a serem realizados, listando todas as possíveis formas de solucionar o cenário de cada ato, a começar pela estrutura desenvolvida para ser a arte da Boca de Cena. Figura 53

¹²Boca de cena é a frente do palco. Num palco Italiano por exemplo é a parte onde o ator apresenta.


Assim ao realizar a decupagem e perceber a existência de objetos de cena nos roteiros, os mesmos são apontados, para que possam ser inseridos na parte da realização do projeto executivo, que abrange todo e qualquer objeto que exista para compor o cenário.

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Figura 54 Figura 53: Boca de Cena do musical o Mágico de Oz Decupagem. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 54: Cenário para o Musical o Mágico de Oz - Cena 05 - O Furacão. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”.

Depois de realizada a decupagem, os cenários são desenvolvidos no 3D para pré-aprovação da parte estética, feitos de acordo com toda uma abordagem artística dentro de um estilo buscado pelo cenógrafo responsável Rogério Falcão, com influências estéticas obtidas através de influências e estilos artísticos obtidos a partir dos filmes realizados pelo cineasta Fritz Lang; uso do estilo SteamPunk, que consiste em usar da “tecnologia do vapor”; conceitos retro futuristas; e a abordagem de uma estética referenciada no estilo de produção do Tim Burtom para os cenários que não tem uma forma tão “padrão” e são mais desconstruídos. Cada cenário tem uma influência estética diferente, e algumas resoluções precisaram ser tomadas para a realização de cenas que necessitavam de cenários móveis. Foi então desenvolvida uma estrutura em trilhos, para que os cenários pudessem se locomover a partir desses, e compor a cena. Eles cortavam toda a extensão do palco e foram desenvolvidos pela equipe de cenografia, afinal era considerado um elemento auxiliar necessário para realização da peça.


Figura 55

No mesmo nível dos trilhos que foi criado como um sobre piso ao palco do espetáculo, encontram-se mais dois projetos: o da pintura, acabamento de arte do terreno e a estrada de ouro desenvolvida de forma que ficou quase invisível quando não estava com a iluminação ligada. Foi relatado pelo próprio Rogério à autora deste trabalho a necessidade de existir uma plotagem na escala 1:1 da estrada de ouro para que sua confecção pudesse ser realizada com êxito, afinal os tijolinhos de ouro seguem uma sequência disforme e precisavam ser incorporadas a uma placa de madeira que seria construída para iluminar o chão, criando assim a representação da estrada de ouro. Essa que acendia conforme a Doroty (personagem principal) iria descobrindo a estradinha. O sobre piso foi todo desenvolvido, recortado e feito o acabamento dos nichos com um acrílico amarelo de 02 cm, onde em cada recorte existia uma lâmpada de 40 w, que acionava/acendia conforme ela ia pisando no lado direito e lado esquerdo. Os caminhos foram desenvolvidos com a saída para os dois lados do palco, pois a intenção do cenógrafo era permitir que a atriz pudesse percorrer o palco e não sair sempre pelo mesmo lado durante a trajetória, podendo sempre começar a andar a partir de uma extremidade do palco e sair pela outra extremidade. Figura 56


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Figura 57

Alguns cenários dispunham apenas de adereços e telões, porém o cuidado para a realização desses adereços eram de extrema importância, existindo assim um requinte projetual realizado da mesma maneira e complexidade que para a criação de um cenário completo, e exigia também plantas, cortes, elevações e vista do mesmo, como exemplo para o adereço de cena que acontece no ATO I – Cena 4 – onde os itens que compõem o cenário são apenas a carroça, e o fundo representado em lona. Figura 58

Figura 55: Planta Baixa cenografia O Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 56: Recortes do Caminho sendo realizados no Sobre Piso. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 57: Lampadas utilizadas na produção do caminho de ouro cenografia para o Mágico de Oz Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 58: Ato I - Cena 4 - Cenografia de O Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 59: Carroça, adereço de cena de O Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”.

Figura 59

Para o desenvolvimento da carroça que foi identificada como adereço de cena desde o início da decupagem, realizou-se então um projeto executivo.


Figura 60

Figura 61

Com o projeto executivo realizado, materiais escolhidos, acabamentos definidos, a peça começa a ser confeccionada para fazer parte dos adereços necessários para a realização da cena.


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Figura 62

Figura 60: Vista Frontal Carroça - Mesa Aberta, adereço de cena de O Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 63

Figura 61: Corte Transversal, carroça, adereço de cena de O Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 62: Confecção adereço de cena para a peça o Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”.

Assim como os adereços são todos listados na decupagem, o mesmo ocorre com os telões, que são criados de acordo com as necessidades gerais da peça, eles são içados e rebaixados conforme a necessidade de utilização em cada cena. Com essas informações em mãos é realizado um projeto para identificar e organizar a sequência na qual esses telões ficarão dispostos (figura 61), facilitando assim a comunicação entre as equipes na hora de fazer o espetáculo acontecer. Os telões foram impressos em Brim para ter um acabamento mais fosco, e manter uma finalização artística bem realista. Figura 64

Figura 63: Ato - Cena 1 - Largo das Papoulas. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 64: Cena da peça O Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”.


Figura 65

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Figura 67

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A partir das análises realizadas e com uma visão mais explorada sobre como acontece o processo criativo até a parte executiva dentro da cenografia teatral, é possível estabelecer conexões, na concepção artística, referente à qualidade cenográfica do vídeo de IDOL, sendo elas o constante uso de referências para a formação da identidade visual; preocupação com os materiais e as cores a serem utilizadas nos projetos; e complemento a cenografia física com cenários realizados computação digital.

Figura 65: Telão Papoulas para o musical o Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ”. Figura 66: Paleta de cores Cenários do Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ” com intervenção do autor. Figura 67: Paleta de cores Cenários do Mágico de Oz. Fonte: Acervo Rogério Falcão para a peça musical “O Mágico de OZ” com intervenção do autor.


Análise projetual: Cenografia para Show – Speak Yourself Tour O objeto de estudo desse tópico é a Love Yourself tour, realizada pelo grupo sul coreano BTS que contemplou 12 países em sua primeira fase, com o total de 42 shows ao redor do mundo e tendo como seu conceito principal promover a discografia Love Yourself, Her, Answer e Tear, para a nova geração que acompanha o trabalho desses artistas. Assuntos como amor próprio, superação, determinação, trabalho em equipe, é o que move o grupo a realizar shows incríveis e de uma qualidade que é indescritível. A estrutura do palco é absurdamente complexa e bem realizada, mas, pelo fato de a tour ser dividida em duas partes (sendo elas a Love Yourself que teve início em 25 de agosto de 2018 e a Speak Yourself dando continuidade aos shows) há alterações realizadas na estrutura completa do show. Esse sub capítulo explicará as diferenças encontradas entre as duas estruturas de palco e quais foram os elementos adicionados para a segunda parte da Tour. Figura 68

A Love Yourself tinha seu palco principal avançado pela frente de toda a extensão da estrutura vertical, ocupando toda a parte frontal dos telões conforme marcado pela parte vermelha na imagem acima. Nessa parte acontece às apresentações principais e os solos individuais e, no decorrer do concerto, o palco secundário, que é a área marcada em verde, ligado ao palco principal por uma rampa para receber os artistas que, a cada música ou intervalos, interagem com o público que fica em volta do palco. As alturas são equivalentes a 3,5 m no palco principal e 2 m o palco secundário. A setorização do show acontece da seguinte maneira: próximo ao palco principal ficam os setores soundecheck (Vip) e pista premium. A pista premium


Figura 71

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tem acesso ao palco principal e a comum tem acesso a apenas uma parte do palco secundário. Dependendo do tamanho do estádio, a configuração inicial é alterada para que o público tenha acesso de forma igual em todos os shows. Quanto maior o estádio mais opções/maneiras de resolver os problemas existem, incluindo o de acesso do Figura 69 palco secundário até pista. Conforme, nota-se que o estádio em Taoyuan é de um tamanho maior que o convencional, no qual os palcos são montados, e que devido a isso, a estrutura do palco secundário foi estendida até o final do estádio. As cadeiras inferiores e superiores são dispostas na arquibancada de acordo com a proximidade do público ao palco. A configuração do estádio em Londres está disposta Figura 70 conforme a proposta inicial do show, não havendo necessidade de ser alterada, de maneira na qual grande parte da pista comum tem acesso ao segundo palco, e a pista premium tem total acesso a todas os palcos. Na pista comum e ná área VIP, os assentos são enumerados, o que não acontece em todo show, onde normalmente pistas não tem assento. Isso foi tomado como uma medida organizadora porque a capacidade da pista comum era muito alta. Não foram todos os países que disponibilizaram assentos para o público se manter organizado. Como um terceiro exemplo de alterações que são feitas na estrutura do palco secundário na Love Yourself Tour, segue a imagem da planta de setores do estádio de Seoul na coreia do Sul, onde foram criadas três plataformas de apoio ao palco secundário.

Figura 68: Love Yourself Tour. Fonte: <https://www. youtube.com/watch?v=MmEUEkb2uLA> Acesso em: 05/06/2019. Figura 69: Love Yourself em Taiwan Fonte: <https://kavenyou.com/bts-love-yourself-taiwan/> Acesso em: 05/06/2019. Figura 70: Love Youserlf em Londres. Fonte: <https://www. livenation.co.uk/artist/ bts-tickets> Acesso em 05/06/2019. Figura 71: Love Youserlf em Seoul. .Fonte: <http://m.cafe. d a u m . n e t / B A N G TA N / jbaj/442?svc=cafeapp> Acesso em 05/06/2019.


Figura 72

Em relação às apresentações e a luminotécnica do show, cada música ao tocar, tem o palco iluminado por uma cor específica ou um conjunto de cores, que compõem as energias musicais. São experimentadas pelo público ao viver essa qualidade artística, com o auxílio de quatro telões para proporcionar a experiência mesmo para aqueles que estão de longe, pois a vista, independente do lugar no qual o expectador está, é adequada e de qualidade.

Figura 73

Os grupos musicais coreanos, normalmente dispõem de uma espécie de lanterna que são vendidas aos fãs, conhecidas como Lightsticks. Servem para iluminar os estádios na parte da plateia, onde as mesmas são controladas por uma central bluetooth que as mantém sincronizadas durante o decorrer do show e trabalham em conjunto com a iluminação do palco.

Figura 74


Figura 75

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Criando assim um show de luzes que acontece não apenas no palco, mas também na plateia. As centrais que controlam as Lightsticks tem uma função importante e cultural, afinal a junção do brilho do público é conhecida como “ocean” e é considerada falta de respeito acontecer um “black ocean” ou seja, quando as luzes da plateia estão/são desligadas. Algumas músicas contavam com objetos de cena que eram inseridos para auxiliar na representação dos clipes e contextualizar a obra como um todo, assim como na Figura 75, o cantor é acompanhado por todo o cenário durante a performance de sua música, não havendo apenas o piano, mas sim a cenografia que integra e complementa o enredo artístico, onde significativamente o ambiente todo esta “morto”, representado pelos galhos secos e as teias que estão envolvendo o cenário. Já o cantor, usa um paletó no qual existem flores brotando, conceito principal que se refere na música retratando o amor próprio, e cuidar de si mesmo antes de se doar ao outro.

Figura 72: Palco Love Yourself. Fonte: <https://www. billboard.com/photos/8473041/bts-love-yourself-world-tour-night-one-photos> Acesso em 05/06/2019. Figura 73: Telões de Apoio. Fonte: Acervo pessoal do autor. Figura 74: Lightsticks. Fonte: <https://www. youtube.com/watch?v=LwtYi8WEtV4> Acesso em 05/06/2019. Figura 75: Jin performando durante a Tour Love Yourself. Fonte: <https://www. billboard.com/photos/8473041/bts-love-yourself-world-tour-night-one-photos> Acesso em: 05/06/2019.

Para que assim, seja possível então se permitir “florescer” e estar pronto para se doar, a música além de sua cenografia física (que é removida na metade) também conta com parte da performance auxiliada pela cenografia criada a partir dos telões e das imagens que são passadas neles, complementado com um cenário que pode ser considerado virtual. Figura 76

Figura 75: Jin performando durante a Tour Love Yourself. Fonte: <https://www. youtube.com/watch?v=xpCEsvTUU0U> Acesso em: 05/06/2019.


A primeira fase da tour foi concluída em 07 de abril de 2019, dando início então, a segunda fase da Tour, que começou após o lançamento de um novo álbum, o MAP OF THE SOUL: PERSONA, que foi lançado no dia 12 de abril de 2019 adicionando mais datas então a tour mundial, que a partir de agora passa a ser nomeada como Speak Yourself, trazendo um novo conceito para a segunda parte desses shows. Figura 77

O Álbum acrescenta significativa importância, pois agrega valores sobre conceitos que explicam e ensinam sobre autoconhecimento, auto questionamento, aceitação, descobrir suas personas, entre vários outros aspectos que devem ser ressaltados, considerando a importância significativa que esses assuntos tem para a geração dos dias atuais. Assim, para criar uma nova identidade e abranger então os aspectos que foram inseridos a partir do novo álbum, a segunda parte da Tour sofreu mudanças em sua estrutura como um todo. Agora há um novo formato de palco secundário maior que o primeiro e divergente do original, e a Love Yourself tour passa a ser Speak Yourself tour, que tem mais aspectos a agregar em quesito artístico. Conta com uma tecnologia nunca antes vista no Brasil, com shows que costumam ser desenvolvidos e transportados com a estrutura completa pra todos os países da Europa e da America do Norte, mas não costumam ser trazidos com uma experiência completa para o público pelos artistas, devido ao custo elevado das estruturas transportadas, vieram para o Brasil, equipamentos que totalizadam em 375 toneladas¹³. Figura 78

¹³ Fonte: Viracopos recebe 375 toneladas de equipamentos da banda coreana BTS, disponível em <https://airway.uol.com.br/viracopos-recebe-375-toneladas-de-equipamentos-da-banda-coreana-bts/> Acesso em: 05/06/2019.


Figura 79

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A partir de agora o show a ser comentado será o que ocorreu no Brasil, devido à experiência vivenciada pela autora, juntamente com a visita de campo realizada após o show para entendimento da interação palco/estádio e acompanhamento do processo de desmontagem da estrutura do palco. O show no Brasil ocorreu no estádio Allianz Parque, e teve duração de 2 horas e 40 minutos em média, com capacidade para 42 mil pessoas e lotou duas noites de show, nos dias 25 e 26 de maio. A partir do novo álbum Map of the soul: PERSONA, o show começou com a música conhecida como Dionysus, que fala sobre o deus do Teatro, o deus Dionísio, também conhecido como o deus das festas, já citado no começo dessa tese. No show, a referência que se tem dele é a de panteras no palco, e como elementos principais, as estruturas da arquitetura Greco Romana que são colocadas na cenografia da primeira música. A dança e a apresentação também é toda desenvolvida em cima do conceito greco-romano. A introdução conta também com chamas que são lançadas pra cima conforme o decorrer da música, e com o auxílio de todos os refletores de iluminação do estádio que trabalham em conjunto para criar o efeito visual.

Figura 77: Love Yourself: Speak Yourself Tour. Fonte: Acervo pessoal do autor. Figura 78: Allianz Parque. Fonte: <http://www. allianzparque.com.br/ photos/album/152/Fotos+A%C3%A9reas+do+Allianz+Parque> Acesso em 05/06/2019. Figura 79: Dionysus Influências Greco-Romanas. Fonte: Big Hit Entertainment. Figura 80: Abertura do Show Love Yoursel Speak Yourself. Fonte: Acervo do Autor.

Figura 80

As panteras se erguem no palco conforme a música começa juntamente do elevador com os artistas, que sobe sincronizado com as panteras enquanto as chamas são expelidas em frente ao palco onde a primeira apresentação acontece. Devido à cenografia da primeira música se encontrar inteira no primeiro palco, o decorrer da primeira música se passa toda no mesmo. Os objetos de cena são todos bem detalhados e possuem influências claras a arquitetura greco-romana, elas ficam em cena so-


mente durante a primeira apresentação e logo são retiradas para que a segunda música possa começar. Figura 81

Durante todas as músicas, o show de luzes em conjunto com as lightsticks que ficam na plateia é coordenado pela central de iluminação responsável em organizar a parte de concerto que ficou numa parte da garagem do Allianz. O projeto de iluminação do concerto conta com quatro torres principais montadas na parte de trás da pista comum, e com toda a estrutura que envolve os telões principais. Figura 82

O Allianz tem uma estrutura retrátil que foi disponibilizada de apoio para a montagem do palco. A estrutura foi utilizada para conectar os telões e os refletores que neles estavam contidos, assim como também serviu de apoio para a aparelhagem de som, conforme depoimento de Fellipe Sena à autora¹⁴. Essas estruturas são retráteis e hasteadas por cabos de aço, podem ser erguidas quando não precisam ser utilizadas e cedidas para servir de suporte quando necessário, assim como foi utilizado no concerto Speak Yourself, para suporte aos telões. ¹⁴Fellipe Sena foi o responsável do Allianz pelos tours explicativos sobre o estádio.


Figura 83

As cores utilizadas variam de acordo com cada música, assim como seus respectivos estilos e as sensações que querem passar. Isso é permitido através do conjunto de cores, som e efeitos especiais que são utilizados durante o concerto, através do entendimento do conjunto da obra, é possível compreender como elas foram traduzidas individualmente para cada apresentação, conforme exemplo a seguir, é possível identificar as cores mais quentes que dominaram o palco devido a música IDOL, tons de amarelo, laranja e vermelho, foram utilizados de acordo com o vídeo clipe, que tem a mesma paleta de cores conforme visto na análise projetual anteriormente realizada.

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Figura 81: Panteras erguidas. Fonte: <https://circuitsoffever.blogspot. com/2019/05/bts-world-tour-love-yourself-speak_29.html> Acesso em 05/06/2019. Figura 82: Iluminação Speak Yourself Tour 4 torres. Fonte: Acervo do autor. Figura 83: Estruturas Metálicas Allianz. Fonte: Acervo do autor. Figura 84: Utilização das cores na Música IDOL. Fonte: Acervo do Autor.

Figura 84

Figura 85

O clipe musical IDOL foi interpretado e inserido através das cores presentes no clipe original. Porém outras abordagens artísticas aconteceram no decorrer do show, como os cenários os quais o artista está inserido dentro de uma bolha que é estourada, o ritmo da música é mais tranquilo, portanto, as cores utilizadas no decorrer da apresentação foram mais suaves, tons de verde, azul e lilás dominaram a apresentação.

Figura 85: Utilização das cores na Música IDOL. Fonte: Acervo do Autor.


Figura 86

Assim a estrutura começou a expelir bolhas de sabão e com o auxílio da iluminação fizeram um espetáculo acontecer.

Figura 87

Figura 88

Entende-se que em vários aspectos, o show é composto pelo conjunto de performance, figurino, iluminação, efeitos especiais, objetos de cena, interação com o público, isso quando refere-se apenas aos aspectos criativos, e visuais, que são de extrema importância ao levar em consideração quando o assunto a ser abordado é a cenografia realizada nos mínimos detalhes para


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CAPÍTULO 04

um show de grande porte. Porém existem ainda por trás de um show desse porte, todos os aspectos preparatórios que o estádio precisa receber para comportar um show desse tamanho.

Figura 86: Jimin performando na Speak Yourself Tour. Fonte: <https://twitter. com/piecesofmind_jm/ status/112527908027 6828160?s=19> Acesso em 05/06/2019. Figura 87: Bolhas de sabão durante a performance. Fonte: <https://twitt e r. c o m / B T S _ t w t / s t at u s / 111 4 9 4 9 3 5 1 7 9 9803904?s=19> Acesso em; 06/05/2019.

Figura 89

O Allianz dispunha de todo um acesso do camarim até o palco principal, onde os artistas passam pela “caverna do McCartney” e depois caminham por um corredor técnico até chegar à parte inferior do palco. O projeto do estádio foi desenvolvido pelo Arquiteto Edu Rocha, onde ao mesmo tempo em que o desenvolvia já o pensava também como uma arena, preparada para receber shows. O espaço foi projetado para ser flexível, e dispõe de arquibancadas retráteis que são localizadas próximas aos vomitórios.¹⁵ “São cinco lugares ao todo, nos quais as cadeiras se recolhem inteiramente para facilitar o fluxo de entrada e saída de usuários em grandes shows”, explica Edo em entrevista para o site galeria da arquitetura.

Figura 90

¹⁵Vomitórios: Expressão utilizada para designar os espaços próximos aos acessos

Figura 88: Bolhas de sabão do show. Fonte: Acervo do autor. Figura 89: Show de Luzes Speak Yourself Tour. Fonte: Acervo do Autor. Figura 90: Distância do gramado até as arquibancadas. Fonte: Acervo do Autor.


Ao ser acionado, o sofisticado sistema retrátil “faz desaparecer” aproximadamente cento e cinquenta assentos, sendo apontado pelo arquiteto como uma tecnologia eficaz, embora não muito explorada no Brasil.¹⁶

Figura 91

Vale também explicar sobre a disposição das lojas, outros acessos e diferentes atividades que ocorrem durante o dia do show e seus pontos estratégicos. Dentro do estádio, é disponibilizada uma estrutura com a loja oficial da Tour, onde são vendidos os itens oficiais que podem ser comprados durante todo show, também no mesmo espaço existe uma parte responsável pela iluminação, pelo som e efeitos especiais que acontecem durante as apresentações, sendo respectivamente nas tendas pretas situadas na parte de trás da pista comum, as tendas de controle referente a iluminação e som, e a tenda branca a loja oficial. Figura 92

¹⁶Fonte: disponível em < https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/edo-rocha-arquitetura_/allianz-parque/395> Acesso em: 19/05/2019.


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CAPÍTULO 04

Ao concluir a análise do show realizado no Brasil pelo grupo Sul Coreano BTS, entende-se que é nec essária uma equipe capacitada e qualificada para trabalhar em conjunto, pois todos os aspectos desenvolvidos para a realização de um show desse porte demandam muita técnica e conhecimento, assim como a utilização da arquitetura efêmera, qual fica responsável não apenas pela parte da cenografia do show em si, mas também pela forma com a qual os setores e o palco são disponibilizados e aproveitados, da melhor forma possível para o público. Há também todo um cuidado com o uso das cores para otimizar a experiência de quem está vivendo o momento, assim como figurino e cenografia se completam e criam uma obra em conjunto, existe também uma equipe responsável para comandar o projeto de iluminação que acontece durante o show e toda a montagem em si da estrutura, que é realizada pelos engenheiros responsáveis pelo palco, juntamente com uma equipe de engenheiros locais. Um dos processos mais importantes na cenografia para shows é saber traduzir a linguagem muito bem explorada em clipes musicais, para um contexto mais simples e menos abrangente quando o assunto é quantidade de material a ser utilizado em cena, afinal, não se pode manter a mesma quantidade que é utilizada em videoclipe, logo, essas informações são sintetizadas e traduzidas para a linguagem de shows, que incorpora então, show de luz, efeitos especiais, como água, fitilhos, bolhas de sabão e também, podem contar com o apoio do cenário digital.

Figura 91: Planta do primeiro anel Allianz Parque. Fonte: <https://www. s k y s c r a p e r c i t y. c o m / showthread.php?t=1137657&page=468> Acesso em 05/06/2019. Figura 92: Tendas de apoio BigHit. Fonte: Acervo do Autor.


05 METODOLOGIA Diretrizes analĂ­ticas e conceituais do BTS Visita de Campo Allianz Parque Proposta de Projeto de cenografia


CAPÍTULO 05

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05 METODOLOGIA Este estudo teve como propósito principal desencadear as seguintes metodologias:

Pesquisa Bibliográfica; Pesquisa Exploratória; Visita de Campo.

O embasamento da pesquisa bibliográfica se deu através de livros, artigos, teses, dissertações, revistas, pesquisas na internet e sites relevantes. Conforme Cervo et al. (2007), “este método constitui o procedimento básico para os estudos monográficos, pelos quais se busca o domínio de estado da arte sobre determinado tema.” A partir da pesquisa exploratória, permite-se adquirir um melhor conhecimento perante o tema estudado e maior proximidade com o que está sendo abordado, permitindo o desenvolvimento de um bom repertório e uma bagagem essencial. Tal como realizada ao Estádio/Arena Allianz Parque para entender integração palco/show com os acessos e a setorização organizada pela equipe do Allianz juntamente aos produtores do show. Para desenvolvimento da proposta se faz necessário aprofundar uma análise sobre a banda e o show em questão.


Diretrizes analiticas conceituais do BTS É necessário então entender todos os fatores inspiradores utilizados pela banda, para que seja possível traduzir toda a linguagem artística da obra e do grupo, possibilitando o desenvolvimento da proposta final, para isso é necessário entender o conceito artístico explorado pelo grupo no álbum que será usado como referência criativa, o map of the soul: Persona. Formado por 7 integrantes sendo eles Kim Namjoon (RM), Kim Seokjin (Jin), Min Yoongi (Suga), Jung Hoseok (J-Hope), Park Jimin (Jimin), Kim Taehyung (V) e Jeon Jeongguk (Jungkook), o grupo BTS foi lançado dia 13 de junho de 2013 e desde então trabalham sob a gerência da BigHit Entertainment. Abordam assuntos que são de extrema importância levando em consideração que a maioria dos ouvintes são a geração atual de jovens e adolescentes. Na Coréia do Sul, a música normalmente produzidas pelos artistas e as questões políticas não andam lado a lado, entretanto, o BTS foge a esse padrão, pois ao longo de seus seis anos de carreira, sempre retratam o que pensam em suas músicas e discutem abertamente temas como, os direitos LGBTQ, a saúde mental e a pressão para o sucesso comumente sofrida nos países asiáticos, a busca pela perfeição exigida pela sociedade coreana. A banda utiliza de sua arte para tratar de assuntos que são não socialmente aceitos aos olhos das camadas mais conservadoras do governo sul-coreano. Olhando agora sobre a persFigura 93 pectiva criativa do grupo musical, o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875 – 1931) desenvolveu os fundamentos da psicologia analítica, que foi utilizada pelo grupo, para a criação de uma discografia contendo os conceitos estudados pelo Jung. De maneira resumida, entende-se que Jung propôs e moldou os conceitos de personalidades introvertidas e extrovertidas, se aprofundou no poder do inconsciente, e com essa informação em mãos o escritor americano Murray Stein, que também é doutor em religião e estudos psicológicos, agrupou os 18 volumes das teorias de Jung em um livro que é hoje reconhecido como uma das melhores introduções aos conceitos da psicologia analítica. Trata-se da obra Jung: O Mapa da Alma, que já foi traduzida para dezenas de línguas, incluindo o português. Livro esse que foi utilizado como fonte inspiradora para a criação do novo álbum do grupo, o Map of The Soul: Persona, o sexto álbum da carreira, os jovens dão uma focada nos temas de abordagem mais introspectivos e dão um tom ainda mais profundo às questões que envolvem saúde mental, o disco contém sete


¹⁷Fonte: Disponível em <https://www.bbc.com/news/entertainment-arts-47965524> Acesso em 07/06/2019. ¹⁸Texto montado a partir do que foi disponibilizado no site <https://www.cifraclubnews.com.br/noticias/146422-o-fenomeno-bts-e-as-influencias-por-tras-de-map-of-the-soul-persona.html> Acesso em 07/06/2019

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músicas, onde o grupo lida com conceitos junguianos de psique, ego e inconsciente coletivo – com ênfase na ideia de persona. Em conversa com a BBC, o Dr. Stein (2019) explica que “persona é a palavra em latim para as máscaras que os atores usam no palco – e todos nós colocamos máscaras, de certa forma, quando estamos em público”. “Faz parte do que é ser um animal social: nossa necessidade de se dar bem com outras pessoas, de ser educado, de ser parte de um grupo, diz Stein.” ¹⁷ Em culturas asiáticas, de onde vem o BTS, a questão da persona é de fundamental importância para os indivíduos, conforme teoriza Dr. Stein. Consequentemente, as músicas do álbum validam, ainda mais, os argumentos de Stein. A busca pelo “verdadeiro eu”. 1ª Faixa - Persona: RM reflete sobre como os elogios à sua persona no palco o impedem de lidar com suas falhas humanas e encontrar o seu “verdadeiro eu”. “Quem sou eu? É a questão que enfrentei minha vida toda / Provavelmente, nunca encontrarei a resposta”, filosofa o artista, no clipe, RM encara uma versão gigante de si mesmo, ilustrando sua persona narcisista; e canta em um quarto cheio de espelhos, cada um refletindo um aspecto reprimido de sua personalidade. 2ª Faixa - Boy With Luv: Permite que a humanidade na mensagem da letra seja clara: a felicidade e o verdadeiro amor estão nas pequenas coisas da vida. 3ª Faixa – Mikrokosmos: Fala sobre encontrar autoestima. Trata-se de um guia para reconhecimento da luz própria e prática da auto aceitação. 4ª Faixa - Make it Right: Com a participação do cantor Ed Sheeran, a romântica balada em hip-hop Make It Right aborda a questão dos relacionamentos. Em vários versos a letra destaca as personas ególatra e olimpiana do artista. “Eu me tornei um herói neste mundo/Uma salva de palmas para mim/ E em minhas mãos, um troféu e um microfone de ouro”. 5ª Faixa – HOME: Por sua vez, é uma canção que reflete sobre fidelidade e gratidão para com os fãs. 6ª Faixa - Jamais Vu: Analisa a tendência de repetir os mesmos erros. “Continuo me machucando por causa dos erros que repito 50 mil vezes/ Minhas letras de músicas, minha linguagem corporal/Todas as minhas palavras têm medo do que nunca vi”, diz um trecho da letra. Além do mais, o famoso “Quem sou eu?” novamente é citado como um questionamento feito a vida inteira. 7ª Faixa – Dionysus: Fazendo jus ao título Dionysus (Dionísio – deus da mitologia grega associado ao vinho e às festas) aborda temas como hedonismo, esbórnia, criação e dor, ou seja, a música lida com fundamentos comuns às várias personas artísticas.¹⁸

Figura 93: Álbum Map of the Soul: Persona. Fonte: BigHit Entertainment.


Foi realizado então um evento promocional no dia da estreia do lançamento do CD, qual foi desenvolvido uma cenografia exclusiva para o evento. Cenografia essa que revelou as possíveis 4 artes das versões do álbum que diferem entre si e também serão utilizadas como fonte inspiradora para a realização da proposta explicada a seguir. Tendo como cor principal para toda a identidade visual a cor rosa, que será levada em consideração para a realização da proposta projetual.

Figura 94


Visita de Campo Allianz Parque A partir da visita de campo realizada, torna-se possível a obtenção de parâmetros para solidificação do estudo em questão. Foi possível compreender através da visita de campo, os parâmetros projetuais que integram e fazem parte da setorização do estádio, entendimento de montagem da estrutura e processos que são necessários para recebimento de palcos de grande porte.

CAPÍTULO 05

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Figura 94: Conferência Map of The Soul Persona. Fonte: <https://twitter. com/btschartdata/ status/ 1118323429114089473> acesso em 10/06/2019. Figura 95: Acesso ao Allianz Parque para entender desmontagem da Tour. Fonte: Acervo pessoal do autor. Figura 96: Acesso ao Allianz Parque para entender desmontagem da Tour. Fonte: Acervo pessoal do autor.

Figura 95


Proposta do projeto de cenografia O presente trabalho tem como proposta principal a elaboração de uma estrutura cenográfica independente da estrutura já existente do show Speak Yourself Tour, já anteriormente analisada, porém que absorva os aspectos conceituais da banda como instrumento inspirador e use o conceito proposto do novo álbum, MAP OF THE SOUL: PERSONA, deixando de lado então toda e qualquer ligação com a primeira fase da Tour, porém mantendo sua estrutura de palco principal e sua forma de montagem geral. Após o entendimento de todo enredo artístico que molda o tripé do álbum Map of The Soul: Persona têm-se então como objeto final o desenvolvimento e a apresentação de um projeto de cenografia que nele estarão contidos: Decupagem artística e analítica das músicas esolhidas; Projeto de Cenografia MAP OF THE SOUL: PERSONA; Faixa 2: Boy With Luv - Ato 01; Boy With Luv - Ato 02; Boy With Luv - Ato 03; Faixa 3: Mikrokosmos - Ato único; Faixa 5: HOME - Ato único; Projeto de Locação de Palco com identificação de internveções; Projeto e redesign do BTS Studio; Criação de Concept Art para a ilustração artística das propostas cenográficas.


06 PREMISSAS DO PROJETO Setorização e Logística da Speak Yourself Tour Disposição da Speak Yourself Tour Equipamentos e Efeitos Especiais da Speak Yourself Tour


06 PREMISSAS DO PROJETO O capítulo irá abordar todo conteúdo necessário para que não sobrem dúvidas sobre como funciona tour a Speak Yourself, afinal, o conceito de montagem de palco, se mantém o mesmo, mundando apenas a cenografia que ficará sob o palco, esse entendimento se fez necessário para que ao projetar os cenários, pudesse entender como funciona a tecnologia utilizada pelo grupo em seus shows. Após entendimento dessas tecnologias elas se tornaram elementos a serem aproveitados na fase projetual, criando assim o desenvolvimento de um projeto que se torna viável e próximo aos que já são realizados e utilizados pela equipe.








07 O PROJETO O Projeto - Cenografia do Show: Conceito Implantação Plano de Massas Planta Palco Principal e Corte AA Detalhamentos Planta do Palco Secundário e Corte BB BTS Stúdio Concept Art Boy With Luv Ato 01 Concept Art Boy With Luv Ato 02 Concept Art Boy With Luv Ato 03 Concept Art Mikrokosmos



















BOY WITH LUV (feat. Halsey)

CAPÍTULO 07

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BTS Me conta tudo, como foi seu dia? Oh, me conta (oh sim, oh sim, oh sim, oh sim) O que te faz feliz? Oh, me manda uma mensagem (oh sim, oh sim, oh sim, oh sim) Todas as suas fotos Eu quero colocar perto do meu travesseiro, oh querida Venha ser minha professora Me ensine tudo sobre você As coisas mais básicas Ouça, meu amor, eu estou Voando alto no céu (Com as duas asas que você me deu) Agora está tão alto aqui Eu quero você sintonizada em meus olhos Sim, você está me deixando um garoto apaixonado Oh, minha nossa, oh, minha nossa Eu esperei por toda minha vida Eu quero estar com você em tudo Oh, minha nossa, oh, minha nossa Procurando por algo certo Agora eu meio que entendo Eu quero algo mais forte (eu quero) Do que um momento, do que um momento, amor Eu já esperei mais tempo Por um garoto, por um garoto apaixonado Paz mundial (sem chance) Uma grande ordem (sem chance) Eu só quero te manter segura (garoto apaixonado) Ouça, meu amor, eu estou Voando alto no céu (Com as duas asas que você me deu) Agora está tão alto aqui Eu quero você sintonizada em meus olhos Sim, você está me deixando um garoto apaixonado

Oh, minha nossa, oh, minha nossa Você me deixou encantado tão rápido Eu quero estar com você em tudo Oh, minha nossa, oh, minha nossa Você me fez voar tão rápido Agora eu meio que entendo O amor não é nada mais forte (eu quero) Do que um garoto apaixonado O amor não é nada mais forte Do que um garoto apaixonado Vou falar bem francamente Às vezes eu me sentia um pouco preso Céus elevados, corredores expandidos Às vezes eu rezava pra poder escapar Mas a sua dor é minha dor Quando percebi isso, prometi a mim mesmo Com as asas de Ícaro que você me deu Não em direção ao céu, mas sim a você Me deixe voar Oh, minha nossa, oh, minha nossa Eu esperei por toda minha vida Eu quero estar com você em tudo Oh, minha nossa, oh, minha nossa Procurando por algo certo Agora eu meio que entendo Eu quero algo mais forte Do que um momento, do que um momento, amor O amor não é nada mais forte Do que um garoto apaixonado









CAPÍTULO 07

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MIKROKOSMOS BTS As estrelas reluzentes Os prédios bem iluminados Nós brilhamos como diamantes Em nossos próprios quartos, em nossas próprias estrelas Algumas luzes são ambiciosas Algumas luzes são rebeldes Todo mundo emite luz Cada uma delas é preciosa Nesta noite escura (não fique sozinho) Como estrelas (nós brilhamos) Não despareça Porque sua existência é importante Vamos brilhar A razão pela qual a noite pode ser tão bonita desse jeito Possivelmente somos nós, não aquelas estrelas ou luzes brilhantes Você está do meu lado Eu sonho quando te vejo Eu estou do seu lado Nessas noites escuras como breu As luzes que vimos um no outro Estavam dizendo a mesma coisa A estrela reluzente que brilha mais forte na noite mais escura A estrela reluzente que brilha mais forte na noite mais escura Quanto mais escura a noite, mais forte o brilho da estrela O passado de cada um A estrela de cada pessoa Setenta bilhões de luzes Iluminando setenta bilhões de mundos Setenta bilhões de vidas O cenário da cidade à noite possivelmente é a noi-

te de outra cidade Todos os nossos sonhos, deixe brilhar Você brilha mais forte do que todos os outros Um A razão pela qual a noite pode ser tão bonita desse jeito Possivelmente somos nós, não aquelas estrelas ou luzes brilhantes Você está do meu lado Eu sonho quando te vejo Eu estou do seu lado Nessas noites escuras como breu As luzes que vimos um no outro Estavam dizendo a mesma coisa A estrela reluzente que brilha mais forte na noite mais escura A estrela reluzente que brilha mais forte na noite mais escura Quanto mais escura a noite, mais forte o brilho da estrela As luzes e as estrelas da cidade Me lembram o céu noturno que eu via quando criança Bem aqui neste lugar Unidos pelas estrelas e luzes chamados pessoas Nós estamos brilhando Você está do meu lado Quando te vejo, respiro Eu estou do seu lado Nessas noites escuras como breu Brilhe, sonhe, sorria Oh, vamos iluminar a noite Nós brilhamos do nosso jeito Brilhe, sonhe, sorria Oh, vamos iluminar a noite Nós brilhamos do jeito que somos Esta noite





08 CONCLUSÃO Conclusão Referências Bibliográficas


08 CONCLUSÃO Após todo levantamento realizado é possivel entender que arte, arquitetura e cenografia são 3 meios pertencentes a um só, todos correlacionados projetualmente a arte, apenas com fins diferentes, onde a arquitetura em si permite-se conceber a arte de projetar edifícios, espaços e até mesmo a própria cenografia, que dentro das suas possibilidades criativas permite realizar obras temoporárias tão complexas quanto projetos arquitetônicos. A cenografia não deixa de ser uma vertente da arquitetura, muito pelo contrário, ela faz parte desse mundo, onde o cenógrafo, se permite reproduzir a realidade ao mesmo tempo que não precisa criar sendo fiel a ela, pois cabe a cenografia dar espaço a imaginação, ao mesmo tempo que precisa por em prática a consolidação desses projetos, como resolver e colocar de pé o antes nunca visto? Cabe através de estudo de material, projetos executivos, simulções de volumentria e afins, dar continuidade ao projeto que antes se permitia ficar somente na imaginação, para que cada vez mais a cenografia esteja presente em todas as áreas de criação como clipes musicais, teatro, cinema, tv, shows, animação e todas as suas possiveis formas. O objeto de estudo criado mostrou a necessidade de entendimento do tema além da estética, pois a música Mikrokosmos onde sua cenografia foi criada a partir do zero, teve como fundamento a letra de música que contextualiza a individualidade do ser humano, e que todos emitem luz, por isso o cenário correspondente separa os 7 membros em plataformas individuais e iluminadas, pois mesmo como um grupo, os sete são sua própria luz, os sete emitem suas próprias cores e verdades, complementando narrativa construida pela música com o cenário criado. Assim como também cabe ao cenógrafo saber adaptar e recriar cenários levando em consideração o meio no qual ele ira veícular como foi realizado no projeto de Boy With Luv, que respeita os cenários já então desenvolvidos, porém adaptado em 03 versões de palco de show. Já o BTS Studio foi reprojetado usando também os conceitos e a identidade visual de MAP OF THE SOUL:PERSONA do BTS. Por fim, um único apontamento em desfavor ao atual palco utilizado está relacionado à distrubuição dos setores ao redor do palco, onde a pista comum tem mais acesso e visão que a pista premium que por lógica deveria ser ao contrário considerando que a pista comum é mais barata relacionada a pista premium, portanto uma boa forma de resolver esse problema seria adapatar o palco com plataformas laterais assim como foi desenvolvida uma variação de palco para a Tour Love Yourself, conforme apresentado na figura 71 deste trabalho, o ponto é como incorporar esse novo sistema trazendo um significado relativo e que fizesse sentido para o palco? A forma encontrada para solucionar essa etapa se da através dos próximos albuns que serão lançados, que apenas por especulação pode-se saber quais serão os temas, devido a esse fator ainda não foi criado um projeto, pois a proposta poderia ou não caber, essa porposta depende de infromações futuras, contudo a ideia seria criar mais dois palcos auxiliares chamados sombra e ego, o palco secundário passaria a se chamar persona e o Palco Principal se chamaria self complementando assim as vertentes que são exploradas pelo novo conceito do BTS.


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CAPÍTULO 08

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