projeto de mobilidade e informação para o incentivo do transporte sustentável de passageiros, ciclista e pedestre.
Juliana Lopes Vasconcelos AUTORA
Prof. Drª Mônica Fiuza Gondim ORIENTADORA Prof. Drª Gabriela de Souza Tenório AVALIADORA Prof. Drª Giselle Chalub Martins AVALIADORA
|FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DE BRASÍLIA | DEPARTAMENTO DE PROJETO E EXPRESSÃO | CAMPUS UNIVERSITÁRIO DARCY RIBEIRO – ASA NORTE – BRASÍLIA/DF
3
apresentação Hoje em dia nos deparamos com um crescente problema urbano: o aumento do número de automóveis e a falta de investimentos no transporte coletivo, o que traz um panorama de cidades lotadas e uma consequente perda da qualidade de vida. Levando em consideração esse cenário, é que surge a intenção inicial desse projeto. Esse projeto visa aplicar, em uma pequena porção da cidade de Brasília, modificações estratégicas no que diz respeito à mobilidade para que esse paradigma se altere um pouco. Para isso, foi escolhido o campus Darcy Ribeiro como área de intervenção deste projeto. Estamos sempre percorrendo e utilizando esse espaço universitário, nada mais interessante e motivador do que trabalhá-lo. Este é um convite para descobrir e explorar a nossa universidade.
índice 1| Introdução
7
2| Caracterização
13
3| Motorista
33
4| Passageiro
43
5| Ciclista
61
6| Pedestre
73
7| O projeto
85
7.1! Detalhamento 7.2| Motorista 7.3| Passageiro 7.4| Ciclista 7.5| Pedestre
90 95 96 106 110
8|
113
O setor central do campus
8.1| 8.2| 8.3| 8.4| 8.5! 8.6| 8.7|
Antes e Depois Faculdade de Tecnologia Hospital Universitèario Instituto de Artes Instituto Central de Ciências Biblioteca Central Estudantil Eixo de Vivência e Lazer
115 117 119 121 123 127 131
9| Agradecimentos
134
|10| Referências Bibliográficas
139
7
introdução 9
Mob. In. Campus projeto de mobilidade e informação para o incentivo do transporte sustentável de passageiros, ciclista e pedestre.
mobilidade urbana sustentável • a participação e controle social sobre a política de mobilidade • planejamento do transporte e trânsito articulados com o meio ambiente e o desenvolvimento urbano.
“direito ao acesso universal, seguro, equânime e democrático ao espaço urbano” legislação brasileira
• mobilidade urbana centrada no deslocamento das pessoas • acessibilidade das pessoas com deficiência ou com restrição de mobilidade • o transporte coletivo urbano como um serviço público essencial regulado pelo estado • universalização do transporte público coletivo • paz e educação para cidadania no trânsito como direito de todos
mudança de paradigmas
charges extraídas do site da ANTP
O campus universitário é um espaço importante no que diz respeito ao desenvolvimento das atividades acadêmicas de uma região e das suas interações sociais. Sen-
objetivos
do assim, a configuração do seu espaço é determinante para que esse espaço que possa permitir a livre e espontânea circulação do usuário nas mais diversas áreas da universidade. A busca pela valorização e otimização da mobilidade do estudante ou do trabalhador é um interessante objeto de estudo para que se possa atingir a integração dos diversos espaços acadêmicos e manter a unidade do campus.
• reformulação viária de automóveis e ônibus • reformulação de ciclovias • reformulação de calçadas
Trazendo o conceito da mobilidade para dentro da universidade e o discurso da necessidade de uma mudança de paradigmas, é possível fazer do campus um lugar em que se coloque em prática soluções e estratégias para incentivar a mobilidade sustentável. O campus, por ser um lugar essencialmente acadêmico, é uma importante ferramenta para conscientizar jovens estudantes que é possível aprimorar a forma de locomoção no espaço, a partir do incentivo dos diferentes modos de transporte para redução dos impactos ambientais e do carregamento viário. O campus Darcy Ribeiro tem se expandido internamente e, consequentemente, o número de pessoas que ocupam esse campus é estimado, atualmente, em 30.000 pessoas (UnB Agência). Ainda deve-se considerar que, a cada semestre, centenas de novos estudantes entram na universidade e procuram se informar e locomover dentro desse espaço que, até então, é provavelmente desconhecido por eles. Sendo assim, além da mobilidade é necessário que o campus tenha uma ori-
• reorganização de estacionamentos conflituosos • resolução de conflitos intermodais • resolução de rota para o transporte público • implantação de novos acessos ao campus • revitalização do espaço público do setor central • concepção de áreas de estacionamento “verde” • criação de pontos de parada e de informação • criação de pontos de bicicleta compartilhada
entabilidade e consiga informar aos seus usuários para onde ir e como chegar.
por que promover o transporte sustentável no campus? 11
caracterização
onde estou?
População estimada 2014: 2.852.372 hab População em 2010: .570.160 hab Área Territorial: 5.779,999 km² Densidade demográfica 444.66 hab/km² Renda per capita mensal média R$2.055
Frota 2014 Automóveis 1.146.312 Caminhões 22.490 Caminhonete 107.478 Motocicleta 162.850 Ônibus 11.787 Outros 135.252
| distrito federal|
em que cidade estamos?
Dados demográficos DF
TOTAL 1.586.169
14
15
|plano piloto|
| brasĂlia, cidade planejada|
distâncias planejada
Os fundamentos da configuração do campus universitário de Brasília são bastante próximos àqueles da concepção urbanística da nova cidade-capital. Em relação à mobilidade urbana, aspecto fundamental a este trabalho, a proposta modernista de Lúcio Costa apresentava importantes soluções viárias, que priorizavam a fluidez dos veículos na cidade como um todo, com amplas avenidas sem cruzamentos.
Plano Piloto de Brasília fonte: google earth
As quadras residenciais foram definidas como o espaço de circulação dos pedestres, abundantemente arborizadas e com edifícios elevados em pilotis, criando espaços de livre circulação e apropriação. No entanto, enquanto os veículos circulam em eixos que percorrem a cidade tanto longitudinalmente quanto transversalmente, o pedestre tem enormes dificuldades para transpor o espaço das superquadras, separadas entre si por vias de fluxo rápido. Eixo Monumental
Estas relações se reproduzem também no espaço do campus universitário, cuja existência e localização haviam sido previstas por Lucio Costa desde o texto original do Plano Piloto no atual Setor de Embaixadas Norte, entre os Ministérios e a Asa Norte, e, portanto, na área central urbana. A ideia seria que o Ministério de Educação tivesse ligação direta com o campus universitário para que houvesse relação próxima entre o poder e a instituição.
fonte: 40forever.com.br
Entretanto, esta ideia sofreu fortes objeções políticas dada a força dos movimentos estudantis que poderiam trazer ameaças ao governo (PINTO e BUFFA, 2009). Sendo assim, o campus se distanciou dos ministérios, e o setor de embaixadas acabou por separar o setor de cultura da cidade universitária, isolando-a tanto da área central quanto das quadras residenciais, dificultando o acesso do pedestre (FLÓSCULO, FARIA, et al., 1998, p. 12).
Eixo Residencial fonte: acasadeviver.com.br
16
|sobre brasília|
onde está o campus?
automóvel bucólica modernista velocidade
17
espaços verdes
Rodoviária de Brasília fonte: pt.wikipedia.org
Lucio Costa elaborou um primeiro projeto urbanístico para o campus, cujo centro seria a “Praça Maior”, onde se localizavam a Reitoria e a Biblioteca Central, enquanto os demais edifícios estariam distribuídos entre grandes espaços abertos (FLÓSCULO, FARIA, et al., 1998), características projetuais que retomam modelo de universidades americanas e também das premissas do movimento urbanístico moderno. Posteriormente, Oscar Niemeyer vai desenvolver o projeto de Costa com uma importante alteração em relação aos Institutos Centrais, que foram reunidos em uma única edificação de 696 metros de extensão: o Instituto Central de Ciências (ICC), também conhecido como “minhocão” (imagem à esquerda). Com essa decisão, o arquiteto atribuiu ao ICC um caráter simbólico de forte identidade e centralidade no campus, materializando espacialmente a interdisciplinaridade almejada pelo plano pedagógico realizado por Anísio Teixeira.
Instituto Central de Ciências -ICC fonte: leonardofinotti.com
A ocupação do campus iniciou-se bastante concentrada na sua porção central, tendo se expandido lentamente até os anos 2000, quando programas federais de ampliação das universidades demandaram a construção de diversas edificações, tanto na parte sul quanto na parte norte do campus. A configuração geral se dá por edifícios entremeados por avantajados espaços verdes livres, com uma organização bastante coesa e integrada na parte central do campus, e com a marcante estruturação urbana longitudinal proporcionada pelo ICC. No entanto, esta coesão tem se perdido na medida em que os novos edifícios construídos na direção sul e norte, foram implantados muito distantes uns dos outros e sem nenhum trabalho paisagístico que construísse a necessária costura urbanística com as partes mais antigas e consolidadas do campus.
Ponte do Braghetto fonte: panoramio.com.br
18
|sobre o campus|
como chegar ao campus?
modernista isolado minhocão disperso idealizado
19
|LEGENDA|
Instituto Central de Ciências - ICC Arquiteto: Oscar Niemeyer fonte: autoria própria
Restaurante Universitário Arquiteto: José Galbinski
Faculdade de Educação - FE Protótipo de Habitação Estudantil Serviços Gerais - SG 1,2,4 e 8
fonte: campus.fac.unb.br
Déc. 70 a 80
edificações
fonte: autoria própria
Oficinas Especiais - IDA
Pavilhões Anísio Teixeira e João Calmon
Instituto Central de Ciências - ICC
FACE Arquitetos: Cláudia Garcia e arquitetos
Centro de Vivência
Secretaria de Educação do DF
Serviços Gerais - SG 9 a 12
fonte: campus.fac.unb.br
Pavilhões Multiuso
Posto Ecológico
Ambulatório
Beijódromo Arquiteto: João Filgueiras Lima “Lelé”
Centro de Excelência em Turismo - CET
Centro Residencial da Colina
2000 à 2010
Pavilhão Anísio Teixeira Arquiteto: Cláudio Queiroz
Déc. 90 a 2000
Oca
Casa do Professor Instituto de Química - IQ Instituto de Ciências Biológicas - IB
Praça Maior
Memorial Darcy Ribeiro - Beijódromo
Casa do Estudante Universitário - CEU
Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz
Biblioteca Central Estudantil - BCE Restaurante Universitário - RU Hospital Universitário de Brasília - HUB
2010 até hoje
Déc. 60 a 70
fonte: autoria própria
Bloco de Sala de Aula Sul - BSAS Faculdade de Economia, Adm, Contabilidade... - FACE Blocos de Sala de Aula Norte - BSAN
Reitoria
Unidade de Ensino e Docência - UED
Faculdade de Tecnologia - FT
Departamento de Ciência da Computação - CIC
Faculdade de Ciências da Saúde - FS
Instituto de Ciências Sociais - ICS
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas - FA
Instituto de Relações Internacionais e Ciências Políticas
Colina Nova
- IPOL e IREL
20
**mapas representados na escala 1/10.000
21
diretrizes organização
documentação
preservação
Vista Aérea Setor Sul (1998)
plano diretor
fonte: plano diretor - prefeitura do campus
O primeiro plano diretor do campus teve sua primeira proposta criada no ano de 1998, pela equipe de professores e arquitetos da UnB. Sua intenção era estabelecer diretrizes de ocupação e uso para o desenvolvimento de projetos e atividades dentro do campus. Para a elaboração do plano diretor, FLÓSCULO et al. (1998), foram considerados três aspectos fundamentais: o aspecto administrativo, o acadêmico e o comunitário. Com isso, o desenvolvimento da universidade vai ser obtido a partir desses três aspectos, em que todos devem ter a mesma grandeza dentro do panorama do campus.
Vista Aérea Setor Central (1998) fonte: plano diretor - prefeitura do campus
O plano diretor além de consistir em uma documentação histórica para se entender a Universidade de Brasília, constitui no estabelecimento de diretrizes de ocupação do campus. Dessa forma, para que seja evitado o uso inapropriado do campus e para que se mantenha a forma e conceito originais, é que o plano diretor vai agir como um instrumento para regulamentar e organizar a forma de ocupação desse espaço. “O zoneamento desenvolvido utilizou categorias de uso que procuraram espelhar as principais características desejadas para a organização físico-funcional do conjunto do Campus Universitário Darcy Ribeiro.” (FLÓSCULO et al. 1998, p. 203
Vista Aérea Setor Norte (1998) fonte: plano diretor - prefeitura do campus
22
Setor escolhido para detalhamento de projeto
Setor Central [SC] Setor Norte [SN] Setor Hopital UniversitĂĄrio [HUB] Setor PenĂnsula [SP]
23
|LEGENDA|
Setor Sul [SC]
setorização do espaço
parcelamento fragmentação
zoneamento
A proposta de se criar o zoneamento do campus foi para que o crescimento do campus tivesse sua composição do espaço de forma planejada e racional. Sendo assim, para não perder a unidade e a coerência entre os espaços foi parcelado as diversas áreas do campus com seu respectivo uso e/ou função. Foram atribuídas 11 formas de ocupação do espaço em que é possível ser observado na figura ao lado. Essa composição de zoneamentos é fundamental para se entender como a disposição dos edifícios foi configurada e também como pode ser realizado no futuro. Percebe-se que a ocupação espacial do campus é feito principalmente pela ocupação estritamente acadêmica, representado pelo mapa na cor azul claro. Enquanto, outras áreas mais afastadas do centro possuem outras atividades voltadas para o institucional e acadêmico, mas com uma liberdade maior de ocupação. 24
Habitação coletiva da comunidade universitária Habitação coletiva da comunidade universitária
Equipamento dede apoio e convívio comunitário Equipamento apoio e convívio comunitá Parque de e lazer Parque derecreação recreação e lazer
Inst. pub/privado interesse acadêmico Inst. pub/privado de de interesse acadêmico
25
Parque deconvenções convenções e hotelaria Parque de e hotelaria
Equipamento de apoio e convívio comunitário
Área de e apoio técnico da FUB da FU Área demanutenção manutenção e apoio técnico
Parque de recreação e lazer
Faixa dedomínio domínio público Faixa de público
Inst. pub/privado de interesse acadêmico
Ocupação estritamente acadêmica Ocupação estritamente acadêmica
|LEGENDA|
Habitação coletiva da comunidade universitária
1
Biblioteca Central - BCE fonte: wikimania.org
2
Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz fonte: autoria própria
3
Centro Olímpico fonte: google street view
centralidades
restrição periferia vivacidade disparidade estabelecido
4
Casa do Estudante fonte: google street view
uso do solo
5 A partir da análise do mapa de uso do solo e do mapa de edificações, foi possível perceber que os principais edifícios do campus estão localizados nessa área central da universidade. Segundo Gehl (2013), as centralidades estimulam o interesse da sociedade em utilizar o espaço público, o que as tornam mais vivas e, consequentemente, atraem sempre mais pessoas. Sendo assim, a vivacidade do campus está concentrada na região mais consolidada da universidade em que é oferecida uma variedade maior de serviços e equipamentos para esses usuários.
Centro de Vivências fonte: autoria própria
6
Apesar da centralidade citada, são poucas as atividades de serviços e comércio no conjunto total da universidade. A dificuldade está justamente no uso estritamente acadêmico na maioria das áreas do campus. Com isso, a grande porção da Asa Norte destinada ao campus é frequentada apenas nas horas de atividades acadêmicas, tornando as áreas periféricas do campus, pouco frequentadas e usadas devido à essa restrição de horário e a grande importânica dada à área central.
Hospital Universitário fonte: autoria própria
26
6 2 5
1
4
27
Ocu
Ocupação institucional
Ocu
Ocupação recreativa
Ocu
Ocupação de uso residencial
Ocu
|LEGENDA|
3
Ocupação acadêmica
Ocupação acadêmica
Ocupação de uso misto
Ocupação institucional
Ocupação comercial
Ocupação recreativa
Ocupação serviços acadêmicos
Ocupação de uso residencial
Ocupação acadêmica para serviço à popu
1
Setor Sul - “Vazio” 2
Setor Central - “Cheio”
ocupado
cheios e vazios
3
vazio
cheio
bucólico desestruturado abandonado consolidado
Setor Central - “Cheio” O campus, pela sua própria concepção, é um lugar projetado para se ter avanatajados espaços verdes, tornando-se assim caracteristicamente bucólica. Esse atributo permite ao usuário um grande contato com os espaços públicos em que promove a sua locomoção de uma faculdade a outra por meio desses espaço.
4
Com isso, é possível perceber que na área central em que se caracteriza em um espaço consolidado e frequentado, o “cheio”, tem um qualidade e uma preocupação com o espaço público. Enquanto que, o espaço “vazio” apresenta um espaço abandonado pelo pedestre e sem a infraestrutura necessária de mobilidade para o local. A diferença entre as duas partes é gritante e contraditório. O ideal era permitir uma boa qualidade de todo espaço público do campus para “esvaziar” áreas consolidadas e “encher” áreas vazias.
Setor Norte - “Vazio” 28
2
3
4
Cheios - Edificações Vazios - áreas verdes ou pavimentadas Arborização - Árvores
29
|LEGENDA|
1
mobiliário urbano e arborização
1
8
2
9
3
10
4
11
deteriorado diferente desigual bucólico
5
6
7
discordante
12
destoante arquitetônico
O mobiliário urbano do campus se apresenta de várias formas, tamanhos e cores ao longo do campus. É possível perceber essa diferença de identidade vai ser consequência da época de implantação de cada equipamento.
13
Na região consolidada e mais antiga, existem equipamentos que se relacionam misturam com as áreas verdes e é tipicamente modernista, remetendo à cidade moderna que está inserida. Em outros momentos, existem novos mobiliários advindos de novas arquiteturas e com uma composição interessante. Porém, esses equipamentos se apresentam de forma pontual em determinadas áreas do campus. No geral, existem equipamentos de linguagens diferentes e até apostas espalhados pelo campus criando, assim, uma desarmonia no conjunto do campus. Um exemplo são as paradas, lixeiras e bancos que ao longo do percurso muda sem qualquer ritmo ou concordância entre eles. O ideal, para toda a universidade. seria que todos os equipamentos tivessem a mesma linguagem e que fossem projetados com base na ergonomia, conforto, racionalidade e estética.
14
30
31
motorista
1
Acesso L3 Norte - Finatec fonte: autoria própria 2
Acesso L3 Norte - Faculdade de Tecnologia fonte: google street view
hierarquia viária e acessos
3
desenho
descuido organizado impermeabilidade impedimento localização
Acesso L3 Norte - Posto Ecológico fonte: google street view 1
Acesso L4 Norte - CESPE fonte: autoria própria
Segundo PONTES (2010), a cidade de Brasília se caracteriza por uma estrutura urbana descontínua e dispersa do tecido, em que se desenvolve ao longo de grandes eixos viários em direção às cidades do entorno. Sendo assim, o campus é praticamente um reflexo da organização viária da cidade de Brasília. É possível observar que a via L4 norte, localizada na região leste do campus, caracteriza-se por ser uma via ampla de trânsito rápido e livre, que vai fornecer o suporte para a entrada e acesso ao campus. No entanto, o uso maior está em direção à Asa Norte, por meio do uso da L3 norte como principal via para a chegada ao campus. Isso acontece devido ao grande número de pessoas que chegam à esse espaço pela pela área central de Brasília e por cidades satélites à oeste do campus.
2
Acesso L4 Norte - Beijódromo fonte: google street view 3
Com isso, percebe-se uma fragilidade da estrutura viária no que diz respeito à L4 norte em relação ao campus. Não existe uma identificação da universidade para essa região como foi o desejo inicial de Lucio Costa . Em vez disso, o acesso ao campus pela resolvido e escondido. Assim, acaba que essa área, por não ter acessos bem definidos para o campus, transforma-se em uma região ocupada majoritariamente por carros que passam rápido sem que se perceba ali o espaço do campus universitário.
Acesso L4 Norte - Centro Comunitário fonte: google street view 34
3
2 1
3
Hierarquia Viรกria Via Expressa Via Arterial Via Coletora Via Local
1 2
Principais Acessos Centro Acesso L3 Norte - Ala Sul [ICC]
2
Acesso L3 Norte - Restaurante Universitario [RU]
3
Acesso L3 Norte - Ala Norte [ICC] Principais Acessos Sul
1 2 3 35
Acesso L4 Norte - CESPE Acesso L4 Norte - Beijรณdromo
|LEGENDA|
1
Acesso L4 Norte - Centro Comunitรกrio
espaço
conflitos reformulação área central
Via Restaurante Universitário fonte: autoria própria
fluxo viário
congestionamento
Conflito entre pedestre e automóvel fonte: autoria própria
O sistema viário do setor central é utilizado para a maioria das atividades do campus em detrimento de estruturas viárias mais distantes que ficam vazias na maior parte do dia. Sendo assim, a mobilidade principal do campus acaba ficando restrita à área central, ocasionando o congestionamento em determinados pontos centrais. Há uma necessidade, então, em se propor uma reformulação viária dentro do campus. Isso pode ser concretizado a partir de uma estrutura viária que costure melhor as vias importantes no setor central com novas saídas e acessos que viabilizem uma melhor circulação dentro do campus.
Via entre Pavilhões e ICC fonte: autoria própria 36
!
fonte: mapa realizado a partir de estudos do PGGT (UnB) -2009 37
Ponto de congestionamento e conflito
|LEGENDA|
Fluxo intenso Fluxo mĂŠdio Fluxo moderado Fluxo leve
Estacionamento dos pavilhões fonte: autoria própria
bolsões conflito
barreiras e bolsões
barreira física visual Estacionamento improvisado de novas edificações fonte: autoria própria
Como visto na análise do sistema viário, as vias L3 e L4 norte que permitem o acesso ao campus para o automóvel. Essa conexão feita para o automóvel, o prioriza, enquanto que para pedestres e ciclistas, as vias dificultam o acesso ao campus devido a malha viária de alta velocidade. Existem faixas de pedestre ao longo dessas vias, evidentemente, mas o pedestre se sente inseguro em relação à sua travessia e também pela ausência de manutenção da vegetação nas áreas limítrofes do campus. Além disso, a disposição de grandes bolsões de estacionamentos ao longo do campus, dificultam os percursos de meios não-motorizados e são caracterizados como barreiras tanto visuais como físicas. volume da capacidade máxima de carros nos estacionamentos do campus. volume de funcionários/estudantes dentro do campus
Grande estacionamento ICC Ala Norte fonte: autoria própria
**para o resultado obtido ao lado, foram realizados dois cálculos. 1- No de carros = área de estacionamentos/ 25m² 275.000m²/25m²= 11000m² de carros
100% 45%
Estacionamento/Entrada L4 Norte fonte: google street view 38
2- No total de pessoas no campus/ 4 pessoas por m² 30.000/6 pessoas/m²= 5000m²
barreiras terreno
39
|LEGENDA|
barreiras estacionamentos
conclusões e intervenções
novas vias
reestruturação de vias
novos acessos resolução de conflitos
a ser realizado
A partir das análises realizadas com o foco no sistema viário, o motorista, tem-se a elaboração de diretrizes para direcionar o projeto no que diz respeito à esse sistema. Foi possível inferir das análises que os acessos podem ser melhor desenhados para permitir uma permeabilidade maior ao campus e que novas vias serão feitas para adequar e descongestionar pontos que foram considerados saturados nesse sistema.
25 kms existentes
4 kms a serem realizados
Com isso, hoje existem aproximadamente 25km de vias realizadas para o campus; sendo consideradas as vias L3 e L4 no cálculo; enquanto que, a nova proposta, visa implantar mais 4 km de vias para que as novas soluções tenham êxito. (gráfico ao lado). construído 40
41
|LEGENDA|
Via a ser realizada Via existente
passageiro
rota ônibus - 110.0 e 110.2
Parada de ônibus Ala Sul - Multiuso fonte: autoria própria
frequência exclusividade confusão subutilização rápida
Parada de ônibus ICC - Ala Sul fonte: autoria própria
apreciação limitação Parada de ônibus Ala Norte - FT fonte: autoria própria
As rotas 110.0 e 112.2 são rotas exclusivas que conectam o campus Darcy Ribeiro com a Rodoviária de Brasília. Elas são importantes rotas comumente utilizadas e apreciadas por todos os estudantes e funcionários do campus, pois são frequentes e constitui em um rápido meio para se chegar à região central de Brasília. Apesar disso, o trajeto desempenhado dentro do território do campus, sustenta-se principalmente na área central consolidada, em que certamente tem uma quantidade maior de pessoas, porém não se alcança regiões mais distantes dessa região central. A ideia é que essas rotas fossem complementares umas as outras e que pudessem integrar todas as parcelas do campus em sua rota para um equidade maior de todos que fazem uso do espaço universitário.
Parada de ônibus Posto Ecoólogico fonte: autoria própria 44
Direテァテ」o da Rota Rota Linha 110.0 Rota Linha 110.2 45
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
horários e raios de influência
SEG / TER / QUA / QUI / SEX 06:40 07:15 07:30 07:45 08:15 08:30 08:45 09:15 09:30 09:45 10:15 10:30 10:45 11:15
Paradas de Ônibus
11:30 11:45 12:15 12:30 12:45 13:15 13:30 13:45 14:15 14:30 14:45 15:15 15:30 15:45 16:15 16:30 16:45 17:15 17:30 17:45 18:15 18:30 18:45 19:15 19:45 20:15 20:45 21:15
Direção da Rota
21:45 22:15 22:45 23:15
Rota Linha 110.0
SÁBADO
Rota Linha 110.2
06:30 07:30 08:30 09:30 10:30 11:30 12:30 13:30 14:30 15:30 16:30 17:30 18:30 19:30
Raio 300 metros Raio dede 300m
20:00 21:00 22:30 23:00 DOMINGO 06:30 08:30 10:30 12:30 14:30 16:30 18:30
46
SEG / TER / QUA / QUI / SEX 06:15 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00
Direテァテ」o da Rota
18:00 19:00 19:30 20:00 20:30 21:00 21:30 22:00 22:30 23:00 23:30
Rota Linha 110.0
Sテ。ADO / DOMINGO
Rota Linha 110.2 Raio 300 metros Raio dede 300m
06:15 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 19:45 20:30 21:15 22:00 22:45
47
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
rota de ida - linhas tradicionais
136.4 - Lago Norte* 147.9 - São Sebastião 160.2 - Núcleo Bandeirante 167 - Guará II 176 - Riacho Fundo 176.1 - Riacho Fundo (Candagolândia) 213 - Gama Oeste 214- Gama Oeste 257 - Santa Maria 338 - Expansão QNR 338.1 - Espansão QNR 339 - Setor “P” Sul 339.1 - Setor “P” Sul Expansão 348 - Setor “O” 348.1 - Setor “O” Expansão 349 - Taguatinga Norte 370 - Setor “O” Est. 370.1 - Setor “M” 392.2 - Samambaia Norte 521 - Sobradinho* 522 - Sobradinho I e II* 605 - Planaltina* 608 - Planaltina/Sobradinho* 819 - Recanto das Emas 853.1 - Samambaia Sul 961 - Vicente Pires *- As rotas de IDA e VOLTA das linhas assinaladas apresentam rotas iguais, porém contrárias às demais. Ou seja, a IDA representa a VOLTA e vice-versa.
48
Direテァテ」o da Rota Rota de Ida ao campus Raio Raiode de300m 300 metros
49
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
rota de volta - linhas tradicionais
136.4 - Lago Norte* 147.9 - São Sebastião 160.2 - Núcleo Bandeirante 167 - Guará II 176 - Riacho Fundo 176.1 - Riacho Fundo (Candagolândia) 213 - Gama Oeste 257 - Santa Maria 338 - Expansão QNR 338.1 - Espansão QNR 339 - Setor “P” Sul 339.1 - Setor “P” Sul Expansão 348 - Setor “O” 348.1 - Setor “O” Expansão 349 - Taguatinga Norte 370 - Setor “O” Est. 370.1 - Setor “M” 392.2 - Samambaia Norte 521 - Sobradinho* 522 - Sobradinho I e II* 605 - Planaltina* 608 - Planaltina/Sobradinho* 853.1 - Samambaia Sul *- As rotas de IDA e VOLTA das linhas assinaladas apresentam rotas iguais, porém contrárias às demais. Ou seja, a IDA representa a VOLTA e vice-versa.
50
Direテァテ」o da Rota Rota de Ida ao campus Raiode de 300 300mmetros Raio
51
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
52
1- proposta rota 110.0 e 110.2
Direテァテ」o da Rota Rota Linha 110.0 Rota Linha 110.2 Raio 300 metros Raio dede 300m 53
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
54
2- proposta rota 110.0 e 110.2
Direテァテ」o da Rota Rota Linha 110.0 Rota Linha 110.2 Raio 300 metros Raio dede 300m 55
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
56
3- proposta rota 110.0 e 110.2
Direテァテ」o da Rota Rota Linha 110.0 Rota Linha 110.2 Raio 300 metros Raio dede 300m 57
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
58
4- proposta rota 110.0 e 110.2 - escolhida!
Direテァテ」o da Rota Rota Linha 110.0 Rota Linha 110.2 Raio 300 metros Raio dede 300m 59
|LEGENDA|
Paradas de テ馬ibus
ciclista
ciclovias existentes e centralidades
Bicicletário Ala Sul fonte: autoria própria
Ciclovia Beijódromo fonte: autoria própria
centralidade
limitada subutilização potencial
espaço Bicicletário Faculdade de Tecnologia fonte: autoria própria
descontinuidade
As ciclovias foram elaboradas pelo Programa de Pós-Graduação em Transportes, do departamento da Engenharia Civil (PPGT-UnB). Ao serem traçadas suas rotas dentro do campus, foi possível perceber que elas foram implantadas de forma orgânica e de acordo com a configuração de espaços já consolidados. A ciclovia, hoje, se apresenta na área central do campus, enquanto que, na região mais afastada do ICC, não existe denho e, portanto, continuidade. O ponto positivo é que, com o crescente aumento do discurso da mobilidade urbana sustentável na sociedade, as pessoas se tornam mais conscientes a mudar certos paradigmas impostos e procuram novas formas de se locomover no espaço. As ciclovias, que foram construídas recentemente no campus Darcy Ribeiro, já provocam o aumento da quantidade de bicicletas no campus e , simultaneamente, há maior valorização e incentivo desses espaços destinados ao ciclista
Ciclovia Finatec fonte: autoria própria 62
Ciclovias existentes
Mapa realizado a partir de estudos do Programa de Pós-Graduação em Transportes do Departamento da Engenharia Civil (PPGT-UnB/2009) 63
|LEGENDA|
Pontos de uso frequente de bicicleta - Centralidades
pontos e regiões de conflito
Percursos cicloviários confusosfonte: autoria própria
“ciclodestre”
quebra negligência linguagem
Ciclovia e pedestres juntos? fonte: autoria própria
paisagem
conflitos
A partir da análise da situação das ciclovias, realizado pelo PPGT-UnB, foi possível perceber que as recentes ciclovias já apresentam alguns problemas de implantação. Isso vai ocorrer principalmente na área central do campus, que é caracterizada por ser a região mais adensada e consolidada.
Calçada é a ciclovia fonte: autoria própria
Dentre essas áreas, encontram-se as regiões do Restaurante Universitário; o eixo de vivências; as entradas do ICC pelo Udefinho e Ceubinho e o percurso do ICC para a Biblioteca Central. Essas regiões em vermelho, denominadas como críticas, são áreas em que o ciclista e o pedestre estão em constante quebra do seu percurso pela falta de divisão bem clara desse sistema. Sendo assim, coloca-se como um espaço inseguro tanto para pedestres como para ciclistas que desejam utilizar essa área. Além do conflito das ciclovias com o pedestre, o ciclista também encontra o conflito com o sistema viário. O ciclista, durante seu percurso, é obrigado a parar a cada momento em que se depara com um cruzamento viário, priorizando assim o automóvel em detrimento do ciclista, que em lei deveria ser sua a prioridade.
Cruzamentos não-demarcados fonte: autoria própria 64
Mapa realizado a partir de estudos do Programa de Pós-Graduação em Transportes do Departamento da Engenharia Civil (PPGT-UnB/2009) 65
|LEGENDA|
!
ciclovias em conflito ciclovia existente pontos de conflito centralidades positivas
percursos não-arborizados
Ciclovia L4 Norte fonte: autoria própria
desconfortável
austero consolidado bucólico sombreado quente Ciclovia L3 Norte fonte: autoria própria
Com o mapeamento das ciclovias existentes e da arborização do campus, é possível traçar as ciclovias que não são sombreadas e acabam trazendo um desconforto ambiental para o ciclista. A paisagem do campus é dotada de grandes áreas verdes e espaços públicos, portanto, seus trajetos devem ter um tratamento melhor para que o ciclista se sinta estimulado a vir para o campus de bicicleta. O gráfico acima representa o percentual de ciclovias arborizadas no campus em comparação com a quantidade total de quilômetros existentes de ciclovia, que totalizam 17km. Dentre esses 17km, 45% desses percursos não são arborizados. Para o projeto, a arborização vai ser elemento fundamental para a revitalização e construção de novas ciclovias. arborizado
Ciclovia Faculdade de Saúde fonte: autoria própria
8,7 kms arborizados
7,3km não-arborizados Ciclovia Estacionamento ICC fonte: autoria própria
não- arborizado 66
Ciclovia n達o-arborizada
67
|LEGENDA|
Ciclovia arborizada
novas vias e centralidades
marca
orientabilidade
informação
linguagem compartilhamento
resolução
Apesar desses conflitos, é possível perceber que existem pontos de centralidades em que o uso da bicicleta é mais frequente. A partir disso, podem ser previstos os pontos de implantação das bicicletas compartilhadas no campus por meio do planejamento mais eficaz e sistematizado do programa. A procura por parcerias para investimento nas bicicletas combinado a um projeto de informação facilita a implantação desses sistema. A falta de informação das ciclovias dentro do campus é outro ponto crítico no campus Darcy Ribeiro. Com isso, o entendimento do percurso das ciclovias e a localização delas dentro do campus não é clara para quem deseja começar a utilizar essas vias. Sendo assim, acaba-se que a utilização desse sistema é feito por quem já conhece a estrutura cicloviária do campus mas, para quem deseja começar, ela deve se aventurar pelo campus para descobri-las.
a ser realizado
16 kms existentes
Portanto, a criação de pontos de bicicleta que sejam pregnantes para auxiliar o usuário o e a reformulação das áreas críticas dentro do campus são fundamentais para incentivar a mobilidade sustentável por meio do uso da bicicleta, tanto para a vinda ao campus, quanto para uma forma de deslocamento dentro campus.
14 kms a serem realizados
Delineia-se, assim, os novos percursos cicloviários em conformidade com o sistema viário a ser implementado também. A partir do cálculo realizado para quantificar os quilômetros de ciclovias existentes e a quantidade de ciclovias que devem ser realizadas, tem-se que de 16 quilòmetros existentes, irá ser incorporado mais 14 kms para a nova estrutura do campus o que representaria, 47% a ser construído a partir de então. (ver gráfico ao lado)
construído 68
Mapa realizado a partir de estudos do Programa de Pós-Graduação em Transportes do Departamento da Engenharia Civil (PPGT-UnB/2009) 69
|LEGENDA|
ciclovias a ser realizada ciclovia existente novas centralidades centralidades existentes
70
pontos de bicicleta compartilhada
Raio de 300m nova centralidade
71
|LEGENDA|
Ciclovia a ser realizada Ciclovia existente Raio de 300m centralidade existente
pedestre
dimensão humana
distante amplo disperso simbólico bucólico A importância dada ao usuário dentro do seu espaço é fundamental para o desenvolvimento da cidade como um todo. Segundo Gehl (2013), uma cidade em que existe a valorização da escala humana é quando esta possui uma densa costura da estrutura urbana, curtas distâncias a pé, belos percursos e espaços generosos para o pedestre, intensa mistura de usos, térreos bem ativos, arquitetura diferenciada e detalhes bem pensados. No campus Darcy Ribeiro, percebe-se que as distâncias percorridas e a localização dos edifícios estão configuradas em um espaço que é naturalmente disperso. Tomando-se como exemplo o ICC, é possível compreender a dimensão do espaço do campus. O ICC, em seu eixo longitudinal, tem aproximadamente 700 metros de extensão, logo, é difícil ter um espaço com curtas distâncias entre um edifício e outro, já que espaço que o pedestre vai percorrer de um edifício a outro no campus será, geralmente, por extensos percursos de áreas verdes em uma universidade tipicamente bucólica. 74
1
Percurso HUB - ICC Sul Distância: 2km Tempo: 25 min 2
Percurso L2 Norte - Ceubinho [ICC] Distância: 0,9km Tempo: 11,25 min 3
Percurso Colina - Ala Norte [ICC] Distância: 1,2km Tempo: 15 min 4
Distância: 1,2km Tempo: 15 min 5
Percurso Casa do Estudante Biblioteca [BCE] 75
Distância: 1,5km empo: 18,75 min
|LEGENDA|
Percurso Setor de Clubes Ala Norte [ICC]
calçadas e passeios existentes
Passeio próximo ao ICC fonte: autoria própria
Calçada próxima ao Instituto de Artes fonte: autoria própria
inconcluso agradável descaso passeio
despreocupação
Passeio próximo ao Restaurante Universitário fonte: autoria própria
A partir do mapa ao lado, é possível perceber a presença e ausência de calçadas e passeios na universidade. Com isso, nota-se que na área central, novamente, existe uma infraestrutura maior do que nos demais espaços. Há medida que o campus foi se expandindo a rede de calçadas e passeios não seguiu no mesmo ritmo, causando assim a vulnerabilidade do pedestre pela dificuldade acesso à algumas áreas.
Calçada próxima o Multiuso fonte: autoria própria 76
Com isso, o pedestre, que é a menor parcela do sistema, não tem o incentivo de caminhar pelo campus com determinado conforto, reforçando assim os paradigmas atuais em que a preocupação está sempre em cima da questão do automóvel, esquecendo, por vezes, o pedestre.
Calรงadas existentes 77
|LEGENDA|
Passeios existentes
áreas de conflitos intermodais
“Caminho de rato” fonte: autoria própria
choque insegurança
Conflito entre ciclista e pedestre fonte: autoria própria
inacessibilidade
incomformidade
inexistência Inacessibilidade fonte: autoria própria
As imagens ao lado retratam algumas das situações existentes no campus. O conflito entre ciclista e pedestre acontece, principalmente, na área central próxima ao Restaurante Universitário e ao Instituto Central de Ciências pois são espaços em que se concentram muitas pessoas e as ciclovias passam frequentemente pelas calçadas para dar continuidade ao seu percurso. Além disso outro conflito efetivo está na configuração dos estacionamentos que são desenhados como bolsões e, portanto, ilhas para o pedestre percorrer até chegar à calçada mais próxima. A questão da locação dos estacionamentos no campus deve ser reavalidada pois, cada vez mais, procura-se estacionar literalmente na porta da edificação (imagem ao lado) para que o motorista não tenha grandes distâncias para caminhar em um percurso sem calçadas.
Estacionamento como acesso à edificação fonte: autoria própria 78
Calรงadas existentes Percursos com conflitos intermodais 79
|LEGENDA|
Passeios existentes
consolidado
bucólico cansativo desconfortável
percursos não-arborizados
Calçada de acesso para a L2 Norte fonte: autoria própria
árido desestimulante insolação sombreado
Com o mapeamento das calçadas existentes e da arborização do campus, é possível traçar os percursos que não são sombreados e acabam trazendo um desconforto ambiental para o pedestre. O que acontece para o ciclista, se repete quando falamos do pedestre. Na área central existem passeios bem arborizados que permitem o sombreamento e a caminhada confortável, enquanto que, quando vamos nos afastando esse percursos não tem um sombreamento e um tratamento que possa oferecer ao usuário a atratividade de se caminhar por ali. Neste trabalho, trataremos apenas a calçada para cálculo e projeto, mas levaremos em conta os passeios existentes.
Percurso ao longo da L3 Norte fonte: autoria própria
O gráfico abaixo representa o percentual de calçadas arborizadas e não-arborizadas no campus, que totalizam 12km. Desses 12km, 8,8 km são calçadas não-arborizadas. Para o projeto, a arborização vai ser elemento fundamental para a revitalização e construção de novos percursos.
Saída da Faculdade de Direito fonte: autoria própria
arborizado
2,3 kms arborizados
8,8km não-arborizados Cruzamento entre ICC e Pavilhões fonte: autoria própria
não- arborizado 80
Calรงadas existentes Percursos nรฃo-arborizados
81
|LEGENDA|
Passeios existentes
novos percuros e soluções
cuidado
revitalização
tratamento arborização acessibilidade inclusão
Grandes distâncias podem gerar o desconforto ou a insatisfação do usuário a percorrer parte do campus a pé. Porém, existem diversas estratégias para incentivar o uso do espaços públicos e estimular o caminhar pela universidade. Dentre essas estratégias, está a o tratamento do espaço público com elementos que geram atratividade do local, o mobiliário urbano escolhido, a arborização, a atividades que ali se encontram, entre outros aspectos.
a ser realizado
Além disso, a acessibilidade deve estar presente em todo o campus para que o usuário possa usufruir de todos os espaços públicos e possa percorrer o campus livremente. Isso além de promover a vivacidade do campus, incentiva a inclusão social e a o aumento do uso do campus. Estratégias como a mistura de usos, a configuração de um espaço agradável, que forneça a vontade permanecer ou passear, serão aspectos a serem levados em consideração para a elaboração do projeto para incentivar o transporte sustentável.
12 kms existentes
19 kms a serem realizados
O mapa e o gráfico, demonstram a quantidade de calçadas existentes e a quantidade de calçadas propostas por meio desse projeto. Com isso, observa-se que o pedestre é a parte menos valorizada do sistema pelo percentual de calçadas que deveriam ter, porém não existem. Hoje, tem-se 12 km de calçadas e se preve a execução de 19 km de calçadas.
construído
82
Calรงadas existentes Calรงadas propostas 83
|LEGENDA|
Passeios existentes
84
o projeto
86
planta geral campus
87
|LEGENDA|
88
planta geral arborizada
89
|LEGENDA|
detalhamento - vias e rotatĂłrias
localização dos detalhamentos no campus
90
|rotatória|
|antes|
CF - Ciclofaixa CV - Ciclovia FS- Faixa de serviço FMA - Faixa de mobiliário urbano FT- Faixa de transporte FP - Faixa de passeio FI - Faixa de interação FE - Faixa exclusiva para ônibus
|depois|
91
detalhamento - acessos e travessias
localização dos detalhamentos no campus
92
|travessia L3 norte|
93
|acesso L4 norte|
reformulação do sistema viário
permeabilidade novas vias reestruturação de vias
novos acessos resolução de conflitos 94
Hierarquia Viária Via Expressa Via Arterial
Via Local Eixo de vivência e lazer Novos acessos - L3 norte Novos acessos - L4 norte 95
|LEGENDA|
Via Coletora
sopreposição rotas de ônibus
informação orientabilidade identidade pregnância atração pilar de aço com painel para mapa do campus e rotas
encontro
estrutura de aço similar ao posto ecológico para mesma linguagem no campus
pilar de aço com identificação da estação de mobilidade
banco de encontro espaço maior para esperar o ônibus ou para permanecer/ ponto de apoio
brises móveis de madeira condenadas
banco de espera
ponto de bicicleta compartilhada para os estudantes/ trabalhadores e visitantes
Representação esquemática Estação de mobilidade 96
estação de informação com tablets para consulta de rotas, caminhos e informações sobre o campus
arborização para um conforto ambiental e estético da estação
Rota 110.0 Rota 110.2 Rota IDA Rota VOLTA
97
|LEGENDA|
Parada de 么nibus
Perspectiva posterior Estação de mobilidade 98
|estação de mobilidade dupla|
rota 110.0
Perspectiva frontal Estação de mobilidade
Rota 110.0 Rota 110.2 Rota IDA Rota VOLTA
99
|LEGENDA|
Parada de 么nibus
Vista Frontal Estação
rota 110.2
Vista Frontal com brises fechados
Vista posterior com brises fechados 100
|estação de mobilidade dupla|
Vista Posterior Estação
Rota 110.0 Rota 110.2 Rota IDA Rota VOLTA
101
|LEGENDA|
Parada de 么nibus
rota IDA
Vista lateral
102
|estação de mobilidade dupla|
Vista lateral
Rota 110.0 Rota 110.2 Rota IDA Rota VOLTA
103
|LEGENDA|
Parada de 么nibus
Vista lateral - iluminação noturna
rota VOLTA
Perspectiva frente- iluminação noturna
Perspectiva posterior- iluminação noturna 104
|estação de mobilidade dupla|
Perspectiva frente- iluminação noturna
Rota 110.0 Rota 110.2 Rota IDA Rota VOLTA
105
|LEGENDA|
Parada de 么nibus
Vista Posterior - ponto de bicicleta compartilhada
Vista posterior com brises fechados
Vista frontal com brises fechados 106
|estação de mobilidade simples|
nova ciclovia e pontos de mobilidade
Vista Frontal - parada de Ă´nibus
Estação de bicicleta e ônibus Sistema cicloviário 107
|LEGENDA|
Estação de bicicleta
Perspectiva posterior Estação de mobilidade 108
|estação de mobilidade simples|
pontos de bicicleta compartilhada
Perspectiva frontal Estação de mobilidade
Estação de bicicleta e ônibus Sistema cicloviário
109
|LEGENDA|
Estação de bicicleta
plat么 e estacionamento verde
|plat么| localiza莽茫o dos detalhes
110
prioridade à pedestres e ciclistas
arborização acessibilidade
resolução de conflitos segurança
|estacionamento verde|
111
|antes|
ANTES
|depois|
114
setor central do campus
|antes e depois|
116
117
incentivo ao transporte sustentável revitalização do setor central
reconfiguração
arborização
via | faculdade de tecnologia
resolução de conflitos intermodais
localização da via no campus
118
|antes| 119
|LEGENDA|
|depois| CF - Ciclofaixa CV - Ciclovia FS- Faixa de serviço FMA - Faixa de mobiliário urbano FT- Faixa de transporte FP - Faixa de passeio FI - Faixa de interação FE - Faixa exclusiva para ônibus
incentivo ao transporte sustentável revitalização do setor central
reconfiguração
arborização
via | hospital universitário
resolução de conflitos intermodais
localização da via no campus
120
|antes| 121
|LEGENDA|
|depois|
CF - Ciclofaixa CV - Ciclovia FS- Faixa de serviço FMA - Faixa de mobiliário urbano FT- Faixa de transporte FP - Faixa de passeio FI - Faixa de interação FE - Faixa exclusiva para ônibus
incentivo ao transporte sustentável revitalização do setor central
reconfiguração
arborização
via | instituto de artes
resolução de conflitos intermodais
localização da via no campus
122
|antes| 123
|LEGENDA|
|depois| CF - Ciclofaixa CV - Ciclovia FS- Faixa de serviço FMA - Faixa de mobiliário urbano FT- Faixa de transporte FP - Faixa de passeio FI - Faixa de interação FE - Faixa exclusiva para ônibus
via | instituto central de ciĂŞncias
localização da via no campus
124
|antes| CF - Ciclofaixa CV - Ciclovia FS- Faixa de serviço FMA - Faixa de mobiliário urbano FT- Faixa de transporte FP - Faixa de passeio FI - Faixa de interação FE - Faixa exclusiva para ônibus
125
|LEGENDA|
|depois|
detalhamento jardim de chuva
|antes|
126
|depois|
127
incentivo ao transporte sustentável revitalização do setor central
reconfiguração
arborização
via | biblioteca central estudantil
resolução de conflitos intermodais
localização da via no campus
128
|antes| 129
|LEGENDA|
|depois|
CF - Ciclofaixa CV - Ciclovia FS- Faixa de serviço FMA - Faixa de mobiliário urbano FT- Faixa de transporte FP - Faixa de passeio FI - Faixa de interação FE - Faixa exclusiva para ônibus
|antes|
130
|depois|
131
incentivo ao transporte sustentável
eixo de lazer e vivência do campus
revitalização do setor central
reconfiguração
arborização
resolução de conflitos intermodais
localização da via no campus
132
|antes| 133
|LEGENDA|
|depois| CF - Ciclofaixa CV - Ciclovia FS- Faixa de serviço FMA - Faixa de mobiliário urbano FT- Faixa de transporte FP - Faixa de passeio FI - Faixa de interação FE - Faixa exclusiva para ônibus
|antes| 134
|depois| 135
agradecimentos e referências
Como de costume, a arquitetura não me permitiu sentar e anotar cada pessoa para quem eu gostaria de agradecer nesse momento. Portanto, agradeço brevemente à minha família pelo grande apoio durantes esses seis anos sofridos, aos meus amigos de infância, aos que cultivei aqui dentro da universidade e que levarei pra sempre comigo. Agradeço também aos professores da universidade; em especial ao prof. Flósculo, a prof. Mônica e Carolina; que me encaminharam para esse processo final de faculdade. Esses anos foram muito produtivos e enriquecedores para minha formação pessoal e profissional, e este projeto é uma forma de manter presente na memória a minha passagem pela UnB. E fim.! (ou só o começo)
agradecimentos 136
ABREU, L. B. D. Campus Darcy Ribeiro. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). ed. Brasília: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, 2013. COSTA, L. Concursos de Projeto. Relatório do Plano Piloto de Brasília, Brasília, 1956. Disponivel em: <http://concursosdeprojeto.org/2010/04/21/ concurso-brasilia/>. Acesso em: 05 Setembro 2014. COSTA, L. Brasília Revisitada 1985/1987, Complementação, preservação, adensamento e expansão urbana. Revista Projeto nº 100, São Paulo. 115-122. FLÓSCULO, F. F. P. B. et al. Material Didático Prof Frederico Flósculo. Plano Diretor Físico do Campus Universitário Darcy Ribeiro, 1998. Disponivel em: <https://sites.google.com/site/flosculo/anexos-avaliacao-de-pos-ocupacao>. Acesso em: 28 Setembro 2014. GEHL, J. Cidade para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013. GONDIM, M.F. Caderno de Desenhos Ciclovias. Disponível online. 2010. GOOGLE EARTH., para elaboração de imagens e mapas. Disponível em < https://www.google.com/earth/> JACOBS. J. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo.: Martins Fontes,2000 OLIVEIRA, J. F. D.; DOURADO, L. F.; MENDONÇA, E. F. UnB: da universidade idealizada à “universidade modernizada”. In: MOROSINI, M. A Universidade no Brasil: concepções e modelos. Brasília: Inep, 2006. p. 144-164. PESCATORI, C. P. C. D. S.; BOWNS, C. Transporte e eqüidade: ampliando o conceito de sustentabilidade pelo estudo de casos de Brasília. Cadernos Metrópole 19, São Paulo, 1ºsem 2008. 293-317. PINTO, G. D. A.; BUFFA, E. Arquitetura e educação: câmpus universitários brasileiros. São Carlos: EdUFSCar, 2009. RIBEIRO, D. Universidade de Brasília. Brasília: UnB, 2012. PONTES, T.F. Avaliação da mobilidade urbana na área metropolitana de Brasília. Tese, Doutorado em Arquitetura e Urbanismo Brasília. Universidade de Brasília.2010 TACO, P. W. G.; DAFICO, C. C. F.; SEABRA, L. O. Transporte e circulação dos usuários do campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília: elementos para uma política da mobilidade sustentável. In: CATALÃO, V.; LAYRARGUES, P.; ZANETI, I. Universidade para o século XXI. Brasília: UnB, 2011. p. 211-227. UNB AGÊNCIA. Universidade de Brasília. Traço do arquiteto no campus Darcy Ribeiro, 2012. Disponivel em: <www.unb.br>. Acesso em: 26 Setembro 2014. ,
referências bibliográficas 137