EDITORIAL Entre as datas comemorativas, esta talvez seja uma das mais especiais, afinal, todo mundo tem uma mãe, não é mesmo? Com o tempo ela pode ganhar diferentes nomeações, que vão do nome próprio, apelidos carinhosos ou até “vovó,” mas nunca deixa de ser mãe. Por isso, neste mês, as histórias e homenagens não poderiam ser diferentes. Filhas que crescem e aprendem a multiplicar o amor, filhas que dão vida a uma nova geração, filhas que viram mães. Neste assunto não importa a idade, a profissão ou qualquer variação cultural, todas são iguais quando se fala em amor. De parto normal ou cesárea, de primeira viagem ou bem experiente no assunto, biológica ou do coração, todas dão uma lição de vida apenas por relatar memórias de como é dar à luz a um novo ser, como é criar e mostrar os melhores caminhos da vida, como é educar, como é ter um novo(a) amigo(a) para a vida inteira. A lição de vida é ainda maior quando relacionamos à atividade de ser mãe todos os outros afazeres do dia a dia, como as responsabilidades da casa, as ocupações profissionais, os relacionamentos amorosos, as amizades, e o lazer – só para citar alguns. Ufa, haja tempo na agenda, haja disposição, haja amor. Assim, nossos parabéns, homenagens e gratidão vão a todas as mães. Mães que nos mostram o caminho certo, mães que acreditam em um futuro melhor, mães, simplesmente mães!
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Índice
Dia das mães - Mães de primeira viagem: Um universo de descobertas 9 Erika Bauer - Uma experiência compensadora 10 Estela Benkendorf - Uma história de amor e fé 12 Jamile Franciel de Paula - Vivendo um amor incondicional 14 Juliana dos Santos Matias - O desejo de uma mãe 16 Dia das mães - Amor, a maior preciosidade da vida 18 Dia das mães - Cuidados femininos ao alcance de todas 22 Dia das mães - Os cuidados necessários com a gravidez 24 Estilo - Estar na moda é estar bem consigo mesma 28 Artesanato - Uma terapia de linhas e agulhas 30 Coluna História com Vitorino Paese 32 Coluna Turismo - Sonia Charlotte Heeren 33 Quem é? Patricia Machado Pereira 34 Arte plástica: forma de se expressar, repensar valores e quebrar padrões 36 Social com Beto Vieira 38
Dia das Mães
Mães de primeira viagem: Um universo de descobertas Ana Beatriz
Ser mãe é uma experiência transcendental, dizem aquelas que já foram. A afirmação faz ainda mais sentido quando a mulher engravidou ou deu à luz pela primeira vez. Muitas mães de primeira viagem vivem neste domingo, 8 de maio, seu primeiro dia especial. Por isso, em homenagem a elas, a Revista Giropop reuniu relatos valiosos de quatro mulheres, que se tornaram mães recentemente. Elas falam sobre sentimento, emoção e responsabilidade materna, e provam que não há fórmula ou receita a ser seguida, pois ser mãe de primeira viagem é assim: Um universo de descobertas.
Estela Benkendorf com a pequena Laura Aparecida, Erika Bauer e seu filho Pedro, Jamile Franciele de Paula e sua filha Sophia, Juliana Matias e seu filho Olavo.
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Dia das Mães
Uma experiência compensadora
Diferente dos casais tradicionais, Erika Bauer e Renan Cezar Dal Molin, juntos há 12 anos e casados há três, não planejavam ter filhos. “Não que eu não gostasse de crianças, pois tenho sobrinhos e me divertia com eles. Mas ser mãe, para mim, não era um sonho, como a maioria tem”, conta Erika. Já satisfeitos com a vida a dois, ela e o marido estavam priorizando a vida profissional, até que o destino lhes reservou uma surpresa.
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urante uma viagem, Erika passou mal e estranhou. De volta a Itapoá, realizou o teste de gravidez na companhia de suas amigas e o resultado foi positivo. Para ela, a notícia foi um
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choque. “Tive muita dificuldade em aceitar que estava grávida e em nenhum momento escondi isso”, recorda. O marido Renan, apesar de ter ficado muito feliz com a notícia, compreendeu sua reação, lhe oferecendo apoio. “Nossa relação sempre foi franca e baseada no diálogo e, em uma situação delicada como esta, não poderia ser diferente”, diz Erika. Para lidar melhor com este
momento, ela decidiu realizar um tratamento psicológico semanalmente em Curitiba. Nas sessões de terapia, passou a compreender e controlar suas angústias, medos e ansiedades. “Entendi que essas emoções eram normais, já que eu não desejava ser mãe e que essa não era uma ideia absurda, como muitos julgam. Aos poucos, também passei a enxergar o bebê
como uma alegria, algo que viria para somar, e não como um problema ou um peso”, explica. O acompanhamento contribuiu para estabilizar o bem-estar de Erika e do bebê, auxiliando em uma formação vincular sadia e na aceitação. A partir daí, sua gestação se tranquilizou. “Depois do turbilhão de sentimentos de altos e baixos na fase inicial da gestação, não tive do que reclamar”, conta Erika. Entre as famosas sensações de grávidas, ela se recorda do desejo por limão. Outras estranhezas notadas pela gestante eram discutidas em um grupo de apoio do qual fazia parte, com amigas de Campo Mourão - PR. “Tive amigas que ficaram grávidas pouco antes ou depois de mim, e isto serviu para provar que a gestação não funciona como uma receita, pois cada mulher passa por coisas diferentes”, diz. Para uma mãe de primeira viagem, tudo é novidade e as dúvidas surgem constantemente. Durante o período de gestação, Erika procurou um obstetra, médico especialista em cuidar do desenvolvimento do feto e dar
assistência no período da gravidez, sendo o responsável pelo pré-natal da gestante. “O obstetra foi meu braço direito e sanou todas as minhas dúvidas que, por sinal, eram muitas. Conversamos muito a respeito do procedimento do parto, o que eu gostaria ou não, e ele me respeitou”, diz. Erika temia a cesárea e, então, optou pelo parto normal. A gestante entrou em trabalho de parto em sua casa, em Itapoá, e sua bolsa estourou quando chegou ao hospital, em Joinville. E, então, no dia 26 de maio de 2015, com 40 semanas e dois dias de gestação, ela deu à luz ao filho Pedro Bauer Dal Molin. Desde a chegada ao hospital até o nascimento do bebê foram cerca de sete horas. “Senti dor, sim, mas não uma dor tão aguda como as pessoas narravam”, diz Erika. Seu esposo Renan também acompanhou o parto
do início ao fim. Após o nascimento de Pedro, a família ficou mais três dias no hospital, para que o bebê ficasse no banho de luz. Este procedimento, em que a criança fica em um berço com fonte de luz, é necessário para tirar o popular amarelão e deixar a criança com coloração normal - problema muito comum em recém-nascidos. De volta ao lar e com o novo companheiro nos braços, o casal teve sua rotina completamente alterada. “O Renan se mostrou um pai muito presente e participativo, que acordava para me fazer companhia nas noites mal dormidas, me ajuda na troca de fraldas, brinca, oferece atenção e carinho”, conta Erika. Para ela, a principal dificuldade enfrentada neste período foi a amamentação, pois teve mastite no quarto mês de Pedro - inflamação das glândulas mamárias, comum em
mulheres na fase de aleitamento materno. Fotógrafa e apaixonada por registros, Erika fez questão de que todos os momentos especiais fossem registrados por ela ou outros profissionais, desde a gestação e o chá de bebê até o parto e o newborn – estilo de ensaio fotográfico realizado com o recém-nascido, em até 12 dias de vida. A mamãe também fotografa a evolução do filho a cada mês para recordar. Hoje, Pedro está com 11 meses e é a alegria da casa. O pequeno adora engatinhar até a sacada do apartamento para observar os carros que passam, e emociona a família a cada aprendizado, como no dia em que aprendeu a bater palminhas. “Enquanto mãe, eu procuro oferecer o meu melhor para que ele cresça saudável e feliz”, diz Erika. Um bom exemplo disso
é a alimentação de Pedro: Sem açúcar e com muitos alimentos naturais, frutas, verduras e legumes. Apesar de terem muito mais responsabilidades e horários mais rígidos, o casal Erika e Renan procura manter a vida social, saindo com os amigos e viajando, mas, desta vez, na companhia do pequeno Pedro. Eles dizem que não pretendem ter mais filhos, mas Erika afirma que o parto foi uma das melhores experiências de sua vida, e que sente saudade dessa adrenalina. Sobre ter sua vida mudada com a chegada do filho, a mamãe de primeira viagem resume bem: “Hoje, olho para trás e penso que não mudaria nada, era para ser assim. Passar por tudo aquilo foi compensador, só me fortaleceu e me preparou para que agora eu vivesse a maior emoção dessa vida, a de ser mãe”.
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Dia das Mães
Uma história de amor e fé
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esde cedo, Estela Benkendorf teve afinidade com crianças e sonhou em ser mãe de uma menina. Aos 19 anos, engravidou, mas, infelizmente, perdeu o bebê com quatro meses de gestação. Mais tarde, aos 24 anos,engravidou e perdeu o bebê novamente, aos dois meses de gestação. “Foram experiências tristes e sofridas, que não desejo a ninguém”, diz. Na primeira vez, chegou a emagrecer mais de dez quilos e ter pesadelos frequentes, mas, ainda assim, não desistiu do sonho de ser mãe. Estela costumava pedir em orações para que pudesse não somente engravidar, mas dar à luz a uma criança. Seu marido, Fabiano Ramos, já tinha um filho menino, do primeiro casamento, e também desejava ter uma menina com Estela. Três anos após perder o segundo bebê, ela engravidou novamente e, felizmente, desta vez, teve seu desejo atendido. “Ficamos muito felizes com a notícia, mas por conta das experiências anteriores, eu estava muito insegura e, por isso, evitamos contar a novidade para as pessoas”, diz Estela. Nas duas vezes em
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que perdeu o bebê, ela conta que não chegou a ouvir os batimentos cardíacos da criança e, por isso, estava ansiosa por este momento. “Queria ouvir o coraçãozinho como certeza de que o bebê estava bem e que, dessa vez, daria tudo certo”, conta. Quando isso aconteceu, se emocionou muito. Como prova de amor ao bebê e fé em Deus, o casal decidiu fazer promessas. Enquanto papai Fabiano prometeu que não cortaria a barba até o momento do nascimento, mamãe Estela prometeu à Nossa Senhora Aparecida que, se tudo ocorresse bem com sua filha, seu segundo nome seria Aparecida. “Acreditei nisso, de todo o coração”, diz Estela. Somente após o terceiro mês de gestação é que passaram a compartilhar a alegre notícia com seus amigos e familiares. A felicidade foi ainda maior quando, no quarto mês de gestação, Estela soube que estava à espera de uma menina, como sempre sonhou. “Conforme a barriga ia crescendo, eu me sentia mais bonita, por dentro e por fora”, afirma. No entanto, por já ter sofrido dois abortos espontâneos, sua gravidez foi considerada de alto risco. Inúmeras consultas, avalia-
ções físicas e outros exames preencheram os meses de gestação, formando uma intensa maratona médica entre um hospital público, um hospital particular e um posto de saúde. “Eu tinha o costume de ir ao posto de saúde quase todos os dias para ouvir o coração da minha filha e me tranquilizar”, conta. Ela também ressalta que Fabiano foi muito participativo e se fez presente em todos os exames do bebê. Depois de 30 semanas de gestação, Estela começou a sentir coceira e uma dor próxima à região da costela. “Fui verificar o que era no hospital, mas nada foi encontrado. Insatisfeita, agendei uma consulta com o médico particular e ele deu a notícia de que eu tinha uma doença muito rara de gestação, que ataca o fígado, mas estava atingindo outros órgãos e que eu corria risco de vida”, conta. Ele ainda explicou que, para sobreviver, Estela deveria realizar uma cesárea de urgência, pois, assim que a placenta fosse retirada, seu fígado voltaria ao normal. A notícia foi um susto para toda a família. Apesar de os exames apontarem que estava tudo bem com o bebê, a gestante estava passando por um turbilhão de sentimentos. “Estava com medo
do que pudesse acontecer comigo e, ao mesmo tempo, ansiosa para ter minha filha”, recorda a mãe de primeira viagem. Sendo assim, a menina que estava prevista para nascer no dia 6 de novembro de 2015, veio ao mundo dias antes, no dia 29 de setembro, com o nome de Laura Aparecida Benkendorf Ramos, como sua mãe havia prometido à Nossa Senhora. Para Estela, o parto foi uma experiência boa, mas corrida, porque assim que Laura nasceu, teve que ir para a UTI, pois não estava conseguindo respirar direito. “O momento de seu nascimento não foi exatamente como eu esperava, onde a criança nascia e ia para os braços da mãe”, recorda. Quando Fabiano viu Laura pela primeira vez, disse a Estela: “Amor, ela é uma princesa!”. Mas o dia amanheceu e ela só havia visto a filha de relance Enquanto Estela estava em seu
quarto, sem dormir, um enfermeiro lhe entregou um bilhete, como se fosse de Laura, com o carimbo de seu pezinho, para assegurar que ela estava bem e recebendo cuidados. A mãe ressalta que foi abençoada por contar com uma equipe médica muito humanizada. Quando foi levada para conhecer Laura, ela diz que foi amor à primeira vista. No terceiro dia após o parto, ainda no hospital, pegou a filha no colo pela primeira vez. Enquanto isso, Fabiano se dividia entre os cuidados com a esposa e a filha, em Joinville, e a organização do quarto do bebê, em Itapoá. “Como fomos pegos no susto, ele organizou o quarto sozinho e me enviava fotos, para eu ver como estava ficando”, conta Estela. Por conta dos problemas respiratórios e do amarelão no bebê, e das dores em Estela, decorrentes da cirurgia, mãe e filha tiveram que passar alguns dias no
hospital. Assim, Fabiano estendeu sua promessa, afirmando que só cortaria a barba no dia do batizado de Laura. Almejando ir para a casa com sua filha e não precisar voltar para o hospital tão cedo, Estela se esforçou ao máximo para aprender os cuidados básicos, como dar banho, amamentar, etc. Enfim, dez dias após o parto, elas receberam alta. Já em Itapoá, a pequena Laura e a mamãe Estela foram recebidas pela família com uma festa surpresa. Com sua chegada, a família se fez completa e os momentos ainda mais incríveis. No dia 26 de dezembro aconteceu o tão aguardado batizado que, segundo os pais, foi inesquecível, pois foi também o dia em que a imagem de Nossa Senhora chegou a Itapoá, além de se encerrar a promessa de Fabiano, que cortou a barba. Querida, amorosa, sorridente... Para Estela, adjetivos não faltam para a sua Laurinha, como é carinhosamente chamada pelos pais. “Até então, eu achava que o amor de mãe seria como o amor que sinto por meus pais, irmãos e marido, mas o sentimento materno é algo muito mais forte e inexplicável”, conta a mãe de primeira viagem. Atualmente, Laurinha está com sete meses e, Estela, vivendo um sonho. Ela acredita que todo o sofrimento que passou anteriormente foi compensado, pois, em suas palavras, “tudo o que Deus faz tem sempre um propósito”.
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Dia das Mães
Vivendo um amor incondicional
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amile Franciele de Paula e Matheus Nunes estavam noivos. Ele sempre sonhou em ser pai e, de vez em quando, brincava que gostaria de ter uma filha com Jamile, e que ela se chamaria Sophia. Já ela, desejava se tornar mãe em algum momento da vida, mas não fantasiava com isso. “Apesar de não pensar muito neste assunto, eu sabia que não queria ser mãe muito tarde, pois tenho minha mãe como exemplo. Ela engravidou cedo, é jovem e somos muito parceiras e amigas”, conta Jamile. Tudo começou em setembro de 2015. Primeiro Jamile passou mal, mas acreditou que era fruto da intolerância à lactose; em seguida sua menstruação atrasou, mas não estranhou pois isso acontecia com frequência. Os sinais não eram novidade, porém, dessa vez, foi diferente. Foi na academia, quando sua pressão baixou, que desconfiou e decidiu fazer o teste de gravidez. O resultado foi positivo. “Foi um susto. Eu não acreditava no que estava acontecendo”, conta. Este foi, para
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ela, apenas o início dos inúmeros pensamentos e sentimentos de altos e baixos que fizeram parte do seu universo enquanto mãe de primeira viagem. Nos primeiros meses, ela recorda que sentiu azia, enjoo e sérios desconfortos físicos. “Sempre fui uma pessoa muito vaidosa e, por isso, não tive boa aceitação das mudanças no corpo durante a gravidez”, afirma Jamile. Vale ressaltar que estas mudanças não são poucas, uma vez que a gravidez altera a pele, o peso, o funcionamento do intestino e do rim, a gestante fica mais cansada, tende a sentir dor na lombar, aparecem estrias, varizes, manchas, etc. Desgostosa com as mudanças físicas que se tornavam cada vez mais visíveis, ela estava triste porque suas roupas não lhe serviam mais. “Costumo brincar que queria ter uma filha, mas, ao mesmo tempo, não queria ter aquele barrigão”, conta. Médicos explicam que esta sensação sentida por Jamile é mais frequente do que as pessoas imaginam, especialmente em mulheres que se tornam mães cedo e são vaidosas, mas muitas omitem isso.
Assim como seu noivo, ela também tinha preferência por ter uma menina. Ansiosa para saber o sexo do bebê, com dois meses de gestação realizou o exame em uma clínica, porém, o médico lhe garantiu que estava à espera de um menino. O casal, que já estava se acostumando com a ideia, produziu uma fotografia com o nome “Juan” escrito na barriga de Jamile, com tinta azul, anunciando a chegada do bebê. Contudo, a avó da gestante discordava que a criança fosse mesmo um menino. “Há anos, minha avó realiza um método de contas para descobrir o sexo dos
bebês. Ela já fez contas para a família toda e para muitos amigos, e sempre acertou. De acordo com suas contas, o médico errou e eu estava esperando uma menina”, explica Jamile. Desconfiados, eles não compraram nem uma roupinha para o bebê até que o exame fosse realizado novamente e o sexo fosse confirmado. Com seis meses de gestação, Jamile realizou em Joinville um exame morfológico em 3D e, para a surpresa de todos (com exceção de sua avó), descobriu que seria mãe de uma menina, a Sophia, como desejava. “Nós costumamos dizer que ela já veio nos
enganando”, diz. Após esta notícia, a família passou em uma loja para comprar suas primeiras roupinhas. Ao saber que seria mãe de uma menininha, Jamile conta que se sentiu mais animada e motivada com a gravidez. Duas semanas antes do previsto, ela já estava sentindo as contrações do parto. “Foi muito estranho, pois eu não sabia exatamente como era uma contração e precisava perguntar às pessoas para ter certeza”, conta. No dia 24 de junho de 2015 foi ao hospital de Itapoá e descobriu que já estava em trabalho de
parto, e deveria ir imediatamente para Joinville. Enquanto seus familiares buscavam seus pertences para pegar a estrada, a bolsa de Jamile estourou. O bebê poderia nascer a qualquer momento e, por se tratar de um procedimento de urgência, ela foi para Joinville de ambulância, em alta velocidade, com as sirenes ligadas. A viagem levou pouco mais de meia hora e, no caminho, ela recorda que sentiu dores agudas da contração. Assim que chegou ao hospital, por volta de 4h40, foi encaminhada à sala de parto. Ela conta que Matheus assinou a ficha do hospital pela metade, caso contrário perderia de assistir o nascimento da filha Sophia de Paula Nunes. “Graças a Deus foi um parto normal, muito tranquilo e rápido. Com apenas três ou quatro forças, às 5h03, ela nasceu e era linda”, conta. Após o parto, todos os procedimentos ocorreram de forma tranquila e saudável, como a amamentação. Jamile recorda que estava na sala de recuperação quando ouviu as enfermeiras agitadas comentando sobre o noticiário. Sua filha havia nascido pouco tempo depois da morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo, fato que atingiu nível nacional e marcou aquela data. No hospital, ela não conseguia dormir. “Temia que algo acontecesse com minha filha e,
ao mesmo tempo, sentia remorso por ter pensado coisas ruins a respeito da gravidez”, lembra. Dentro de dois dias, Jamile e Sophia receberam alta e seguiram para Itapoá, dando início a uma nova etapa da vida. Nos primeiros meses, a mãe conta que a criança não teve cólica, nem complicações e, logo, estabeleceu uma rotina de sono. “Ela é uma criança muito boazinha e amorosa com as pessoas e com os animais”, diz. Além de Matheus e Jamile, Sophia é também o xodó dos avós. Sendo a primeira neta das duas famílias, ela chegou para lhes fortalecer e trazer muitas alegrias. Com dez meses, a Sophi, como é carinhosamente chamada pela mãe, já bate palminhas, faz bichinho, manda beijo e dá as mãos para pedir bênção. Mas o momento mais marcante, para Jamile, foi quando a pequena pronunciou sua primeira palavra: “Mamãe”. “Esses dias notei que me dirigi a ela como ‘filha’, e foi aí que percebi que estou vivendo um momento mágico e surreal. Tenho uma amiga, uma boneca e uma princesa sempre comigo”, fala. Hoje, aos 24 anos de idade, Jamile tem em mente que aqueles sintomas dos quais se importava foram sacrifícios necessários para um bem maior, que foi gerar uma filha e viver este amor incondicional.
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Dia das Mães
O desejo de uma mãe
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restes a completar 30 anos de idade, Juliana dos Santos Matias, junto com seu esposo Heitor Grochoski Matias, planejou ter o primeiro filho. “Sempre tivemos essa vontade em comum, mas aguardamos o momento em que nos sentíssemos preparados”, conta Juliana. Ela interrompeu o uso do anticoncepcional um ano antes, para limpar o organismo. Um mês após tomarem a decisão de ter um filho, o exame resultou positivo. Sobre sua gestação, Juliana afirma que não houve pontos negativos. Ela dirigiu sua moto, fez hidroginástica, massagens, cuidou da alimentação e trabalhou durante boa parte da gravidez. “Minha gestação foi tranquila e saudável. O único momento que eu temia era o parto”, diz. Em sintonia com o momento, ela passou a ler diversos livros e pesquisar informações e méto-
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dos sobre o parto e o desenvolvimento fetal. Juliana desejava ter um parto natural, que ocorre sem intervenções de medicamentos, ou seja, acontece naturalmente, respeitando o ritmo e o tempo da mulher e do bebê. Porém, optar por este procedimento implica em respeitar uma série de objeções, além do apoio de parteiras, obstetras ou doulas, profissionais que proporcionam conforto físico e emocional para a gestante durante a gravidez e o parto. Em uma destas pesquisas, Juliana conheceu o BLW, abreviação de Baby Led Weaning, método de introdução alimentar. “Consiste em oferecer a comida em pedaços e permite que o bebê se sirva sozinho”, explica. Grávida, ela realizou um curso online sobre o método e Heitor também assistiu a algumas aulas, a fim de introduzir os ensinamentos na educação alimentar da criança. Desde o início da gravidez,
o casal decidiu que, se o bebê fosse uma menina se chamaria Alice e, se fosse um menino, se chamaria Olavo. “Eu gostaria que o sexo do bebê fosse uma surpresa para todos nós, e que as coisas fossem compradas sem a classificação do gênero menino ou menina, mas não resistimos”, conta Juliana. Com cinco meses de gestação, ela descobriu que daria à luz ao Olavo. Aguardando sua chegada, foram realizados dois chás de bebê. O primeiro foi uma festa surpresa organizada por um grupo de amigas de Juliana, em Itapoá. Já o segundo, foi realizado em Joinville, para os familiares do casal. Além dos presentes, a mãe de primeira viagem também realizou algumas compras para o bebê, especialmente em grupos voltados às gestantes e mamães. “Se pesquisarmos, encontramos grupos de compra e venda direcionados a este segmento, que são confiáveis, oferecem produ-
tos usados e bons, por preços muito acessíveis”, conta Juliana. Quando Olavo completou 40 semanas, ainda não dava sinais de seu nascimento. “Fui a Joinville para realizar os exames e voltar para Itapoá, na intenção de saber se poderia aguardar tranquilamente os indícios do parto”, recorda Juliana. Todos os exames constavam que estava tudo bem o bebê, exceto seu peso, que estava acima da média. Por conta disso, o médico sugeriu que Juliana agendasse uma cesárea para dali a dois dias. “Perguntei a ele se haveria possi-
bilidade de realizar a cirurgia naquele mesmo dia e ele respondeu que sim. Então, transformamos a consulta no nascimento do bebê, ansiosos para tê-lo conosco”, fala. Sem dores, sem dilatações, contrações ou bolsa estourada – assim foi o parto de Juliana para dar à luz a Olavo dos Santos Matias, no dia 2 de abril de 2015, um dia antes da sexta-feira santa. Para esta mãe de primeira viagem, os pontos da cirurgia cicatrizaram bem rápidos e ela teve uma ótima recuperação. Em seu lar, ela conta que, felizmente, o pequeno Olavo não teve cólica, choros e não passou noites em claro. “Ele é uma criança tranquila, saudável e muito amada pelos pais e os avós”, afirma Juliana. Quando completou três meses, o casal decidiu repensar o tradicional quarto de bebê, com berço, cômodas e afins. “Montamos um quarto montessoriano, proposto pelo Método Montessori, que consiste em um ambiente que estimula o aprendizado da criança, valoriza o espaço, o conforto e a sua autonomia”, explica a mãe. O quarto de Olavo passou, então, a ter tatame no chão, um colchão e barras de apoio nas paredes, para que ele se sinta livre e seguro ao mesmo tempo. O método BLW também fez sucesso na educação alimentar alternativa oferecida pela mãe, que já preparou biscoitos de polvilho, pães de queijo e picolés
caseiros, com frutas amassadas e congeladas, sempre evitando o uso de sal e açúcar. Para compartilhar a alimentação alternativa de seu filho, Juliana criou um grupo no WhatsApp com mamães do município interessadas no método, onde compartilham experiências e receitas pensadas para os bebês. “Adotar o BLW exige tempo e disposição, pois o bebê costuma se sujar muito mais. Em contrapartida, ele desenvolve independência, aprende a respeitar seu paladar, comendo apenas o que é necessário, e aprende a mastigar, para depois engolir”, explica a mãe, que preparou, inclusive, uma mesa com comidas naturais no aniversário de um ano do filho. Até o fim deste ano, Juliana e Heitor pretendem dar um presente ao filho, um irmãozinho, para que cresçam juntos e sejam companheiros. Enquanto isso, ela aproveita as delícias do universo materno, se divertindo com Olavo, que gosta de brincar na água, fazer natação, passear de bicicleta, e também de ventiladores e de mexer nos interruptores. “Hoje, ofereço dedicação total a ele, mas ser mãe é isso, deixar de lado os seus interesses para assumir as preocupações do filho”, fala. Juliana, mãe de primeira viagem, já tem até um desejo para quando Olavo cresça: Que ele seja feliz.
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Dia das Mães
Amor, a maior preciosidade da vida Ana Beatriz
Acreditando que certas famílias têm configurações diferentes, escolhas diferentes e pensam de maneiras diferentes, nesta edição, em comemoração ao Dia das Mães, a Revista Giropop conta a história de Zilmara Cordeiro da Silva, de Itapoá.
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ãe biológica de três meninos, recentemente ela também se tornou “mãe do coração” de uma criança recém-nascida. Com muito amor e fé, conseguiu produzir leite materno para oferecer à “filha do coração”. Nascida em Joinville-SC, Zilmara veio morar em Itapoá em 2008, acompanhada da mãe,
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do marido e de seus três filhos homens, de 8, 11 e 13 anos de idade. Parte de sua família permaneceu em Joinville, como sua cunhada, irmã de seu marido, e suas quatro sobrinhas. “Apesar de morarmos distante dela (da cunhada), eu e meu marido sempre tivemos uma amizade muito forte com ela e procuramos ajudar uns aos outros”, diz. Zilmara conta que sua cunhada estava tratando de uma doença no ovário e acredita que o remédio indicado para o tratamento cortou o efeito de seu anticoncepcional, fazendo com que ela engravidasse sem querer. “Sozinha, ela já cuidava de suas quatro meninas e não desejava ter mais um filho. Então, começou a brincar que se fosse uma menina, daria o bebê para nós criarmos, já que somos pais de três meninos e sempre desejamos ter uma menina”, explica Zilmara. Mas, o que co-
meçou com uma brincadeira, acabou se tornando realidade. Assim que a cunhada descobriu que daria à luz a uma menina, telefonou para Zilmara, perguntando se ela e o marido gostariam de cria-la. “Nós não a condenamos e nem julgamos sua atitude, pois compreendemos que ela já era mãe de quatro filhas e não tinha condições suficientes para criar mais uma”, fala. De acordo com Zilmara, a cunhada confia no casal e sempre teve certeza de que eles cuidariam da menina com muito amor, carinho e educação. Caso ela e o marido não acei-
tassem o bebê, a mãe biológica o ofereceria a uma tia. O pai biológico da criança, inicialmente, não gostou da ideia de deixar a menina sob os cuidados e criação dos tios, mas depois acabou concordando. “Como sempre sonhamos em ter uma filha menina para completar nossa família, topamos criar o bebê de minha cunhada, como se fosse nosso”, diz Zilmara. A partir daí, ela e o marido passaram a ir para Joinville frequentemente, para visitar a gestante, acompanha-la em exames e ter notícias de sua “filha do coração”. Eles também foram os responsáveis pela escolha do nome da criança, que viria se chamar Anny Bheatris da Silva. Zilmara conta que tinha o costume de conversar com Anny, quando esta ainda estava na barriga da cunhada. Enquanto a mãe biológica se preparava para o nascimento da filha, em Joinville, os tios e “pais do coração” se preparavam para recebê-la, em Itapoá. O casal contou com o apoio de muitos amigos da igreja e da comunidade para receber doações de roupas de bebê, fraldas, alimentos, entre outros. Como prevenção, Zilmara procurou um médico, na esperança de que ele a ajudasse a amamentar a criança, sem estar grávida. “Expliquei ao médico que iria criar um bebê gerado por outra pessoa. Ele foi muito compreensivo e receitou um remédio para
que o leite materno fosse estimulado”, conta. Contudo, o médico alertou que este seria apenas um procedimento de teste, pois a probabilidade de o leite se desenvolver era mínima. Zilmara, desejando profundamente que o bebê recém-nascido crescesse de forma saudável, pediu em orações que o tratamento tivesse sucesso e que ela pudesse amamenta-lo. “Com muita fé, iniciei o procedimento com um mês de antecedência ao nascimento de Anny”, recorda. Sua graça foi atendida e passou a produzir leite; Zilmara se encontrava pronta para ter a “filha” em seus braços. O nascimento de Anny Bheatris, previsto para o dia 17 de dezembro de 2015, aconteceu no dia 23 de dezembro. “Costumamos dizer que ela foi o melhor presente enviado pelo Papai Noel”, diz Zilmara. Ela acredita que engravidou “de coração”, pois, enquanto a cunhada sentia as dores do parto na maternidade, Zilmara também sentia dores no útero. “Parecia que ela sabia o que estava acontecendo e já estávamos interligadas”, conta a tia-mãe. Ainda segundo Zilmara, no hospital, a menina chorava muito, mas assim que chegou a sua casa, em Itapoá, se acalmou. A família deu a ela o primeiro banho e ofereceu os primeiros cuidados e atenção de sua vida, exatamente como se fosse uma filha biológica. “Eu crio ela com
o mesmo amor que criei meus meninos, procurando oferecer o que tenho de melhor”, afirma. A chegada de Anny não mudou somente os “pais” da menina, mas também seus “irmãos do coração”. “Com sua chegada, meus filhos estão mais unidos, participativos, presentes dentro de casa e querem sempre ajudar e cuidar da ‘irmãzinha’”, conta. A pequena Anny Bheatris também rouba a cena quando é levada à igreja, com suas gargalhadas gostosas, muito comuns em bebês nesta fase da vida. De acordo com Zilmara, a mãe biológica de Anny costuma dizer a ela que é sua tia, e manda mensagens preocupada com a criança. “Ela fica satisfeita em saber que, com a gente, a criança dorme bem, se alimenta bem e é muito boazinha”, conta. Zilmara amamentou a “filha” desde o seu nascimento. Agora, ela já produz menos leite e, por isso, costuma misturar o leite materno com um complemento para alimenta-la. Para ela, este bebê foi uma bênção de Deus e uma alegria: “Quando Anny crescer, eu pretendo contar a ela que não sou sua mãe biológica. Vou lhe falar que foi criada em um lar sem luxo e que não teve leite materno o suficiente para sua alimentação, mas que ela cativou a todos em nossa casa, e amor nunca lhe faltou – e que esta é a maior preciosidade dessa vida”.
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Dia das Mães
Cuidados femininos ao alcance de todas Ana Beatriz
A gestação transforma a vida de uma mulher. Após dar à luz ao primeiro filho, ela passa a pensar e agir de maneira diferente, pois desenvolve maturidade, independência e tem a criança como a prioridade de sua vida. Com Raíssa Gabriela Marques, de Itapoá, não foi diferente. Ela engravidou pouco tempo depois que casou, aos 17 anos de idade. Sempre vaidosa e, agora mãe, Raíssa ouviu de muitas pessoas que era impossível cuidar de uma criança e, ainda assim, manter os cuidados com a saúde e a beleza.
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caseiras e produtos baratos. A gravidez cedo foi, para ela, um grande desafio, por tantas descobertas e aprendizados. Mas ela encontrou outro obstáculo: Conservar a vaidade feminina. “Decidi provar que a beleza não está em um produto de marca, mas sim dentro da gente, e que ela se desenvolve a partir de nossa criatividade e força de vontade”, conta. Apesar de ser uma experiência incrível, a maternidade também mostrou a ela o lado negativo, como a insegurança e a autoestima baixa, em alguns casos, transmitida por outras pessoas. “Muitos nos apontam A youtuber Raíssa Gabriela Marques e sua filha Letícia Gabriella Marques apenas coisas ruins, dizendo que nosso corpo nunca mais será o mesmo e que perderemos ara provar o contrá- inclusive às mamães. rio, ela decidiu criar “Sempre gostei de me sen- nossa vaidade. Este tipo de coum canal no YouTu- tir bonita, cuidada e satisfeita mentário desnecessário atinge be e um blog, para comigo mesma”, afirma Raíssa, profundamente uma mulher que compartilhar cuida- que costumava pesquisar infor- se tornou mãe recentemente”, dos, dicas e truques femininos, mações, assistir a diversos tu- fala. Outro ponto observado por acessíveis a todas as mulheres, toriais de beleza, testar receitas
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No YouTube, o canal “Cuidado Feminino” oferece dicas e truques acessíveis a todas as mulheres.
Raíssa é que, normalmente, quando se é mãe o orçamento aperta, por conta dos gastos com o bebê. “Dependendo da condição financeira, a mulher deixa de ir ao salão de beleza ou de comprar seus produtos favoritos”, diz. Ela afirma que é possível encontrar produtos de beleza, maquiagens e peças de roupa que sejam bons e tenham preços acessíveis; no entanto, esta pesquisa de compra costuma levar tempo. Para disseminar o conteúdo pesquisado e beneficiar outras mulheres, em abril de 2015, Raíssa criou um blog e um canal no YouTube chamado “Cuidado Feminino”. O foco do canal é cabelo e maquiagem, receitas caseiras, produtos baratos, cronograma capilar (recuperação total dos cabelos em casa), o “Projeto Rapunzel”, voltado a todos os produtos que acelerem o crescimento capilar, e vídeos com dicas de lugares onde a telespectadora possa comprar produtos de beleza bons e baratos. Nos primeiros vídeos, Raíssa recorda que não sabia gravar e não tinha intimidade com a câmera, mas, aos poucos, foi se soltando e seu canal foi ganhando identidade. “Meu marido me ajudou muito na criação do canal, do blog e na edição dos vídeos. Mais tarde, ele foi me ensinando e hoje consigo me virar sozinha, graças a ele”, conta.
Durante o processo de adaptação e alimentação do canal, Raíssa perdeu um bebê, aos quatro meses de gestação. A partir daí, se envolveu com o Cuidado Feminino para se distrair e se reerguer. “Por isso tenho um carinho muito especial pelo blog e pelo canal. É uma parte muito importante do que sou hoje”, diz. Os vídeos postados por ela recebiam, no início, cerca de dez visualizações. Hoje, seu vídeo mais popular atingiu quase quatro mil pessoas. “Para alguns, esse pode ser um número insignificante. Já para mim, é resultado de muito trabalho e um sonho que está começando a se realizar”, afirma. Entre os projetos futuros para o blog e o canal, está a criação de uma loja virtual com produtos de beleza. Os aprendizados do Cuidado Feminino também refletem na educação da pequena Letícia Gabriella Marques, de apenas três anos. A mãe Raíssa incentiva a filha a gostar de si mesma, amar seu cabelo cacheado e volumoso, e explica a ela que todo mundo é bonito à sua maneira, com características diferentes. “Mais do que um canal ou um blog, o Cuidado Feminino é a prova de que todas nós, mulheres, podemos nos sentir bonitas, do nosso jeito, com o orçamento que temos, grávidas ou não”, conta Raíssa – mãe, jovem, vaidosa e mulher.
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GRAVIDEZ
Os cuidados necessários com a gravidez Ser mãe é o sonho de muitas mulheres. No entanto, quando a gravidez é confirmada, milhares de dúvidas surgem, já que até os pequenos detalhes podem influenciar na saúde do bebê. Para sanar as principais dúvidas das mães de primeira viagem, entrevistamos a ginecologista e obstetra Ângela Moser, do Laboratório de Diagnóstico por Imagem (LADI), em Guaratuba.
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rofissional há 35 anos, Ângela optou pela ginecologia e obstetrícia por se tratar de uma área da medicina que lida com momentos especiais da vida de uma mulher. Quando este momento se trata de uma gestação, os cuidados devem ser redobrados. Mas a gestante deve procurar um ginecologista ou um obstetra? Qual a diferença entre estes dois profissionais? Segundo a doutora Ângela, o obstetra é quem cuida da mulher durante o período de gestação, enquanto o ginecologista inicia seu atendimento já na primeira menstruação, e é médico da mulher durante a vida toda. “Mas a especialidade compreende a ginecologia e a obstetrícia juntas e, para uma gestante, ambos profissionais são recomendados”, explica. O ideal é que a grávida consulte o profissional três meses antes de engravidar, para realizar os exames de rotina e começar a tomar o ácido fólico, uma vitamina que previne má formação do sistema nervoso central, como hidrocefalia, mielomeningocele, entre outras doenças. Contudo, a médica ressalta que, por diversos motivos, a maioria das mulheres não planeja a ges-
O ideal é que a grávida consulte o profissional três meses antes de engravidar, para realizar os exames de rotina.
Ginecologista e obstetra Ângela Moser, do Laboratório de Diagnóstico por Imagem (LADI).
tação e realiza a primeira consulta quando já está grávida. Portanto, planejar uma gravidez não garante somente estrutura familiar, financeira ou psicológica, mas também a saúde do bebê. Se a gestação foi inesperada, é recomendado que a grávida consulte imediatamente um obstetra, para realizar exames, estabelecer cuidados com alimentação, atividade física, com o próprio corpo, entre outros. Caso seja necessário, o obstetra poderá encaminhar a gestante para outros
profissionais, como um nutricionista, mas deve ser ele (o obstetra) o primeiro profissional a ser consultado. Para evitar uma gravidez indesejada, a ginecologista e obstetra recomenda que seja utilizado o preservativo e o anticoncepcional. “O preservativo possui uma taxa de proteção muito baixa. Ele pode, por exemplo, estourar ou desenrolar. Por isso, deve ser usado junto com o anticoncepcional, que oferece uma proteção de quase 99%, o que torna a gravidez indesejada muito rara”, explica.
Ângela ainda ressalta que, para surtir efeito, o anticoncepcional deve ser tomado todos os dias, no mesmo horário, respeitando a cartela. Em caso de aborto espontâneo, doutora Ângela conta que são situações muito delicadas que, às vezes, necessitam do tabalho de um psicólogo. “A partir do momento em que a mulher descobre que está grávida, ela planeja toda a mudança em sua vida, traçando projetos e planos, por isso, perder um bebê é muito triste e exige apoio”, conta. A ginecologista e obstetra também alerta que se a mulher sofreu uma perda, ela deve ser considerada e cuidada, mas que a mulher pode vir a engravidar normalmente. Já nos casos em que ela sofreu dois abortos espontâneos ou mais, é preciso descobrir o que está causando isso, e sua gravidez será de risco, com cuidados redobrados. De acordo com a doutora, a idade ideal para que uma mulher engravide é entre os 20 e 30 anos, quando sua taxa de fertilidade é alta. “A partir daí, ela vai diminuindo”, afirma. Até os 35 anos a gravidez pode ser considerada boa, mas depois dos 40 anos deve ser evitada, pois está mais propensa às doenças genéticas, como síndrome de down.
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No período da gestação, as consultas devem ser realizadas uma vez ao mês até o oitavo mês. Durante o oitavo mês, a paciente deve consultar quinzenalmente, já no último mês de gravidez, a visita ao obstetra deve ser semanal, para acompanhar o bebê. Também existem exames específicos que devem ser feitos no início, no meio e no fim da gestação. A doutora Ângela explica que os exames iniciais procuram doenças e outras patologias, enquanto os próximos servem de controle. O ideal é que, durante a gestação, a grávida realize de quatro a cinco ecografias, também conhecidas por ultrassom. A consulta do pré-natal é muito importante, pois avalia o estado da mãe e o crescimento do feto. Neste acompanhamento, são inseridas algumas vitaminas para garantir a saúde do bebê. A ginecologista e obstetra afirma que os períodos mais críticos são as 12 primeiras semanas e as 12 últimas, levando em consideração que, nas primeiras, surgem muitas dúvidas relacionadas à gestação, já nas últimas, as dúvidas se baseiam no parto. Segundo a doutora, a gravidez é contada como 40 semanas lunares, considerando que a semana lunar é um pouco mais
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curta que a semana solar. “As semanas da gestação são contadas a partir da data da última menstruação. Portanto, a gestante terá o bebê com nove meses completos, o que resulta em 40 semanas”, explica. O sexo da criança pode ser descoberto com 14 semanas, já o parto ocorre de 39 a 42 semanas. Para a escolha do parto, a profissional recomenda o parto normal, pois a mulher tende a se recuperar melhor e garante mais proteção à criança. Porém, a gestante pode ser indicada para a cesárea, como em casos se sofrer hemorragias, se o bebê estiver sentado dentro de sua barriga ou se o trabalho de parto não progredir e o bebê entrar em sofrimento (batimentos cardíacos alterados). Se a paciente optar por partos alternativos como o natural, deve buscar um hospital com estrutura específica para tal atendimento. “É muito importante que isso seja discutido com o obstetra. Durante as consultas do pré-natal, ele orienta a gestante ao parto mais indicado para sua situação”, explica doutora Ângela. Já no grande dia, o normal é que a gestante entre em trabalho de parto, ou seja, sinta as dores que indicam a aproximação do nascimento do bebê. “É
uma dor que vem das costas para a barriga e a deixa endurecida. No começo, esta dor vem com intervalos maiores e, depois, com intervalos mais curtos e mais intensidade”, explica a profissional. No momento em que a bolsa estoura, a paciente deve ir imediatamente para o hospital. Ela ressalta ainda que algumas gestantes não entram em trabalho de parto, pois o útero não trabalha e, neste caso, são indicadas para a cesárea. 40 dias após dar à luz, a mulher deve retornar ao ginecologista para fazer uma revisão e saber qual anticoncepcional tomar. Depois, retorna ao consultório com seis meses, para seguir com os cuidados ginecológicos de rotina, enquanto o bebê fica sob os cuidados de um pediatra. Outro fator crucial no universo materno é a amamentação. Assim que a mulher descobre que está grávida, pode preparar seus mamilos. Essa preparação, segundo a doutora, pode ser feita com: Banho de sol de cinco a dez minutos por dia, em contato direto com os raios solares; esfoliação com bucha vegetal durante o banho, para deixar os mamilos mais fortes;
massagens durante o banho e tomar muito líquido. “A amamentação exige paciência e é muito importante para o bebê e para a mãe, pois é um dos fatores que protege contra o câncer de mama”, alerta. Os principais sinais de alerta para uma gestante são: Sangramento, dores embaixo do ventre e, ao fim, o rompimento da bolsa. “Cada gestação é única, mas todas devem ter os cuidados necessários para a mãe e para o bebê”, afirma a doutora. De acordo com a ginecologista e obstetra, a gestantenão deve usar remédios sem prescrição e erguer peso, como musculação. Para que a mulher tenha
uma gravidez saudável, a doutora Ângela recomenda fazer um exercício físico leve, como caminhada, hidroginástica ou natação, comer alimentos saudáveis e beber muita água, ter relações sexuais, trabalhar, dirigir, passear, ir ao salão de beleza... Enfim, ela afirma que tudo pode ser feito durante o período da gestação, desde que não hajaqualquer restrição médica. A doutora ressalta: “Gravidez não é doença e, sim, um dos momentos mais es peciais da vida de uma mulher. Além de todos os cuidados médicos, psicológicos e sociais, também recomendamos que a gestante seja feliz e aproveite este momento”.
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Estilo
Estar na moda é estar bem consigo mesma
Ana Beatriz
Do que é feita uma mãe? Amor, garra, proteção, trabalho, família, experiências, sabedoria, personalidade forte e uma agenda abarrotada de tarefas poderiam responder a esta pergunta. Mas uma mãe também é feita de estilo, não importa qual seja.
A
ssim como todas as mães, a advogada Telma Maria Teixeira Bauer, de Itapoá, é apaixonada por suas duas filhas. O que poucos sabem é que Telma tem outras paixões: Os esportes, as artes e, é claro, a moda. Nascida no município de Assaí e criada em Campo Mou-
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rão, no estado do Paraná, Telma gosta de esportes desde criança. Já jogou handebol, futebol, basquete, realizou saltos, atletismo, e chegou a ter uma rotina de competições, viagens e treinos. Sua segunda paixão, as artes, começou na música, quando fez sete anos de aula de piano. Telma também já fez aula de jazz, teatro, curso de interpretação e cinema, dança do ventre e realizava trabalhos como palhaça animadora. Por volta dos 18 anos, começou a desfilar e participar de concursos de beleza da região, como o Miss Universitária e o Miss Campo Mourão. “Sempre fui desinibida, vaidosa e atraída por coisas da moda, mas não a moda que é ditada pelas tendências, e sim a moda como autenticidade de cada um”, diz Telma, que também realizou um curso de manequim e modelo. Os penteados extravagantes, as vestimentas ousadas e as ma-
quiagens chamativas dos desfiles daquela época lhe enchiam os olhos. Antes de advogar, Telma cursou a faculdade de Letras e foi professora de português e inglês. De personalidade forte, quando o assunto era roupa, ela gostava de vestir o que tivesse vontade, mesmo que parecesse absurdo para as pessoas da época. “Tive muitas fases, como perua, hippie e rockeira. Gostava de tudo o que era diferente”, conta. Em sua fase de estilo hippie, por exemplo, ela
A advogada Telma Bauer, de Itapoá-SC.
calma e atenção, sempre acabamos encontrando uma peça ou outra que cabe no bolso e pode ser útil”, diz. Em brechós, ela conta que já encontrou casacos importados, muito úteis para os dias de extremo frio, e um vestido para ir a um baile do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) por apenas R$ 15,00. Filha de advogado e crescida no meio, Telma acabou seguindo o caminho do pai, e hoje é advogada, pós-graduada em direito penal e reside em Itapoá. Ela conta que a profissão exige uma imagem de seriedade e respeito, especialmente em eventos formais e que, por isso, suas peças-coringas são o blazer preto, a saia preta e a camisa branca, além, é claro, do indispensável salto alto. “Hoje, sou uma mulher eclética e toPara ela, elegância é ser uma dos os esti-
recorda que usava calças boca-de-sino, saias longas e colares de sementes. “Gostava de customizar as calças jeans, pintando símbolos da paz ou o rosto de Raul Seixas”, lembra. No entanto, em todas as suas fases e estilos, Telma sempre acreditou que roupa boa não deve, necessariamente, ser uma roupa cara ou de marca. Ela é a favor e adepta às peças de brechós e das populares lojas 10. “Se procurarmos com
Na adolescência, Telma participou de diversos desfiles de moda.
pessoa autêntica.
los me agradam, mas acredito que o estilo ‘perua’ predomina”, brinca. Foi o apreço por brilhos, acessórios e maquiagens que contribuiu para que Telma se apaixonasse pela dança do ventre, fazendo quatro anos de aulas no interior de São Paulo e, mais tarde, ministrando aulas em Itapoá. “Achava hipnotizante todas aquelas roupas e movimentos”, fala. Ainda assim, ela conta que não dispensa peças mais básicas ou de outros estilos, e que costuma se adaptar ao ambiente e à ocasião. A moda sustentável é outro conceito defendido por ela e transmitido a suas filhas.
“O que eu acho bacana nesse conceito é que o estilo se tornou mais acessível, e que as pessoas podem estar sempre trocando, variando e reciclando os produtos. Você não fica mais usando a blusa por anos a fio. O seu guarda-roupa fica mais dinâmico”, afirma a advogada. Na opinião de Telma, estar elegante ou na moda significa, acima de tudo, estar bem consigo mesma.
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Artesanato
Uma terapia de linhas e agulhas Ana Beatriz
Todo mundo conhece alguém que consegue executar algumas tarefas do cotidiano sem largar a agulha e a linha. Conversar e assistir televisão, por exemplo, são atividades que estão, para muitas pessoas, sempre acompanhadas do crochê.
E
m Itapoá, Maria de Lourdes Cubas, também conhecida como dona Mari, é uma dessas pessoas: mãe, avó e “crocheteira”. Para ela, os benefícios dessa prática são muitos, não só serve de distração, mas também como uma maravilhosa terapia ocupacional. Nascida em Curitiba-PR, Maria de Lourdes mora em Itapoá há cerca de 20 anos. Ela conta que os trabalhos manuais
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estão presentes nas raízes de sua família, pois sua avó trouxe diversos artesanatos da Europa. “Ela e minha mãe sempre faziam crochê e nossa casa era
repleta de suas peças”, diz. Porém, dona Mari só demonstrou interesse pela atividade depois dos 40 anos, quando os filhos já estavam crescidos e não tinha
mais um ofício diário. Na época, ainda morava na capital paranaense. No início, ela fazia crochê apenas para uso próprio e, de-
planejou, ela desmancha e começa tudo de novo. “As pessoas costumam dizer que a peça ficou bonita assim, mas quem entende de crochê sempre acaba enxergando o erro”, fala. Hoje, aos 69 anos e aposentada, a crocheteira leva, em média, um dia para confeccionar uma peça de crochê. “Gosto de praticar diariamente em frente à televisão, assistindo a Para Maria de Lourdes, o crochê significa, principalmente, um passatempo. algum programa. Sempre que o programa acaba, eu pois, passou a presentear ami- de Curitiba, Maria de Lourdes termino minha peça também”, gos e familiares. Por crescer passou a criar peças versáteis, conta dona Mari. Quando a peça observando as mulheres da fa- como casacos, blusas e sapa- chega ao fim, ela já está pronta mília fazendo crochê, Maria de tinhos, para esquentar o ma- para confeccionar outra. Lourdes não teve dificuldade rido, seus filhos e netos, além Para ela, o crochê significa, para aprender. Aos poucos, foi de jogos de tapetes, colchas de principalmente, um passatempraticando e comprando novos cama, cortinas, bolsas, mochi- po. E, entre uma passada de fios e agulhas. Para aprender, las, etc. Quando uma de suas agulha e outra, ela descobriu ela acredita que é necessário filhas casou, ela fez um jogo de outros benefícios da atividade. ter força de vontade, além de crochê para sua casa; também Fazer crochê também reduz um pouco de habilidade com já confeccionou peças para ven- o estresse, serve de exercício der na loja de outra filha, duran- para o cérebro, auxilia na contrabalhos manuais. te algumas temporadas. centração, estimula a criativiPara criar um produto, ela dade e melhora as articulações, “O crochê também exige conta que se inspira em revis- por conta dos movimentos das extrema atenção e delitas do segmento e tem ideias mãos. cadeza, para que a peça próprias. Porém, dona Mari asfique uniforme”, explica. Além do crochê, dona Mari sume ser perfeccionista: Se a também já se aventurou em faPor conta do frio intenso peça não ficar exatamente como
zer outros trabalhos manuais, como tricô, pintura em panos de prato, bordados, sabonetes decorativos e pinturas em telas. “Levo jeito para estes tipos de trabalho. O que colocarem em minhas mãos, eu faço. E minhas filhas também têm essa facilidade. Acredito que é de família”, diz. Porém, apesar de toda habilidade, seu xodó é o crochê. “Adoro ver a minha ideia ganhando forma e se transformando em uma peça”, afirma. Longe das terapias feitas à mão, dona Mari tem seus afazeres: é mãe de três filhos, avó de sete netos e gosta de manter a vida social ativa, participando de festas, jantares, excursões, viagens, bailões, piqueniques e jogos da terceira idade, com as amigas da igreja ou do clube de idosos. “Embora algumas pessoas apresentem mais habilidade que outras, todas podem aprender a realizar um trabalho em crochê”, conta Maria de Lourdes. Para ela, o trabalho manual não pode virar uma obrigação, mas, sim, um hábito que dê prazer. Só assim, ele surtirá como uma terapia, onde a solução de muitos problemas pode estar em suas mãos.
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Itapoá e sua história (parte VI)
História não é o que passou, mas o que ficou do que passou.
A
lgo de mágico e desafiador há nesse pequeno ponto do planeta terra, nele sobressaindo-se a belíssima baía da Babitonga e seu arquipélago capaz de atrair do espaço sideral à atenção do astronauta Marcos Pontes e outros marcantes eventos já contados em números anteriores da revista Giro Pop. Dentre eles, vale recordar, a Expedição de Goneville em 1504, levando em seu retorno o jovem índio Içá-Mirim (Formiga Pequena), filho do cacique Arosca e talvez o primeiro turista brasileiro a viajar para a Europa; a Comitiva de Alvar Nuñes Cabezza de Vaca no ano de 1542, integrada para 400 homens, dos quais 200 acompanhados de índios carregadores e os primeiros 26 cavalos trazidos para a América rumaram a pé, pelo Caminho do Peabiru e após 130 dias chegaram a Assunção no Paraguai, muito antes dos que seguiram por via marítima para fazer da atual capital paraguaia uma cidade modelo e consolidar a América Espanhola. Depois, esse pedaço de mundo, onde estão inseridos atualmente os municípios de São Francisco, Garuva e Itapoá, é escolhido para vivenciar uma das primeiras experiências socilistas práticas, fundamentada na doutrina de Fourier. Embarcadas nesse inebriante sonho, aportam no Rio de Janeiro, no primeiro mês do ano de 1842, a bordo da galera ‘‘Caroline do Havre’’, os primeiros 100 franceses, todos profissionais em diferentes áreas de atuação. Conduzidos pelo idealizador do projeto, Dr. Benoit Jules Nuñez, são apresentados ao Imperador D. Pedro II e dele recebem as boas vindas, ato que alimentou sobremaneira as esperanças de êxito e futuro melhor em suas vidas. Da mesma foram que os outros 117 falansterianos franceses que chegaram, me-
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nos de um ano depois, no brigue ‘‘St. Paul’’ e no bergantim ‘‘Virginia’’, foram levados para o local do empreendimento no Saí, mais propriamente, Vila da Glória, sede provisória, até que fosse edificada a grande casa da comunidade ou falanstério que serviria de escola, hospital, armazém e centro social na área onde atualmente setá localizada a Vila ou bairro do Saí Mirim. Impulsionados pelas perspectivas de êxito material e também de fazer história como pioneiros de um novo sistema onde alegrias e tristezas seriam partilhados o mais próximo possível da igualdade, colocam mãos a obra. Num primeiro momento, esse experimento colonizatório, tendo como fachada a denominação de Colônia Industrial do Saí, dá a largada montando uma forja dirigida ao fabrico das ferramentas necessárias aos trabalhadores. Logo, em seguida abriram uma estrada com mais de 4,5 quilômetros, beirando o rio Saí-Mirim e após cortar a Serra da Freguesia atingia a planície onde represaram o rio, nela instalando uma grande serraria e também uma olaria. A via foi denominada de Estrada Magim em homenagem ao seu construtor. A estrada que partiu da casa Picot era larga e por ela passavam duas vezes por semana carroções de toras e tábuas. Depois da serraria, a estrada continuava duas mil braças, equivalentes a 4200 metros, sertão a dentro, mas só podia ser percorrida a pé ou a cavalo. Terminava num morro, que talvez seja o atual morro do cemitério da vila ou Bairro do Saí-Mirim. Sobre o referido morro deveria ser edificado o grande palácio do Falanstério cuja construção esetava orçada em seis milhões de francos. Seria a coroação da obra do idealismo. Para sustentar o ânimo elevado dos fer-
vorosos catecúmenos do trabalho glorioso e amável que previa uma igualdade diferenciada ou seja, fundamentada na dignidade para todos, o jornal ‘‘Phalange de Londres’’, continuamente, proporcionava aos colonos saisenses notícias e mensagens do outro lado do Atlântico. A estrutura ideada e implementada pelo Dr. Benoit Jules Mune baseada na sua capacidade de aglutinar pessoas, com todas as dificuldades de comunicação dos idos de 1800, trazidos para a nossa época, ultrapassa o senso comum. A confiança irradiada pelo Dr. Mure atraiu o compatriota François Antoine Picot, diretor redator do ‘‘Jornal do Comércio do Rio de Janeiro’’ que mandou construir o primeiro edifício societário, o qual abrigava até 20 famílias na área concedida pelo Império e onde encontraram alojamento os que ainda não possuiam vivendas provisórias. Por sua vez a falansteriana Luise Bachelet adotou a Colônia do Saí como sua pátria definitiva e esreveu uma carta que foi publicada na Europa descrevendo o quanto esperava do empreendimento e a excelente situação dos colonos. A sensação de êxito levou moradores mais antigos Garilliant, Trubert e outros a escrever para parentes e conhecidos, na França, convidando-os a virem partilhar a sua sorte atuando como novos sócios sem capital do florescente estabelecimento do Saí. Surpreso com a surpreendente dinâmica do plano e preocupado com a demanda futura de embarcações, o Dr. Mure providencia a vinda de vinte e nove carpinteiros do estaleiro civil do sr. C. Delrue, rico armador de Dunquerque. * No próximo número, as razões do fracasso da experiência. Texto extraído do livro Memórias História de Itapoá e Garuva, a venda na Livraria Oceano.
Rumo à Normandia - Giverny
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uem vai à França precisa conhecer a região chamada de Normandia. Região ao norte da França, separada das ilhas britânicas pelo Canal da Mancha. Região bastante conhecida, primeiramente pelos fatos históricos e depois pelas belas cidades e aldeias da região e seus artistas. Primeiro grande fato histórico ocorrido na região foi a Guerra dos Cem Anos que foi uma guerra entre a França e a Inglaterra na tentativa dos franceses recuperarem territórios perdidos para os ingleses resultando no martírio de Joana D’Arc. Outro fato histórico bem mais recente foi durante na Segunda Guerra Mundial chamado Dia D, que foi o desembarque das tropas aliadas, lideradas pelos Estados Unidos, nas praias da Normandia. Por ora vou falar sobre as belezas da região, cuja natureza ao longo da costa apresenta paisagens rurais de plantações de várias frutas, além de castelos por todos os lados e o estilo de casas que prevalece na região,que são casas de pedras e casas dos menos favorecidos construídas com madeira, argila e palha, este estilo ainda existe na região. As chamadas construções enxaimel muito comuns e muito graciosas fazem parte de todo cenário. São casas com estrutura de madeira encaixadas e nos vãos existe preenchimento de tijolos. Encontramos essas edificações na região
Rua da Fundação Monet.
sul do Brasil, principalmente em Pomerode e Blumenau. A primeira parada na Normandia foi a cidade chamada Giverny, cidade que inspirou e foi a moradia de Claude Monet nos últimos anos de sua vida. Pode-se dizer que é a porta de entrada da Normandia,chamada de Alta Normandia, fica a 75 km de Paris. Giverny é um pequeno vilarejo em que o centro das atenções são a casa onde viveu Claude Monet, um dos pioneiros do movimento impressionista nas artes plásticas. Transferiu-se de Paris para Giverny, ficou deslumbrado com esta pequena cidade, repleta de exuberante natureza. Os jardins da casa foram pintados em seus quadros, hoje em dia expostos nos grandes museus do mundo.
Os jardins criados pela própria família de Monet, ou seja, esposa e filhos são entremeados por pequenos lagos com flores aquáticas. Em algumas áreas do jardim percebe-se influência japonesa dos modelos de jardins colecionados por Monet, inclusive a famosa ponte japonesa representada por ele em sua obra. Andar pelas ruas desse vilarejo é apreciar arte o tempo todo e ter uma idéia do que foi a inspiração desse pintor renomado. Visitar a Fundação Monet, por exemplo, onde estão a casa e os jardins faz um bem para a alma. A casa ainda possui os pertences da família, seus móveis e utensílios domésticos. As ruelas desse vilarejo nos encanta pelos jardins em volta das casas e restaurantes pequenos e aconchegantes, posso dizer que é uma vila romântica,charmosa e tranquila. Ao organizar um roteiro para a Normandia, um dos primeiros pontos é o meio de transporte, por isso, sugiro alugar um carro para facilitar todo o percurso e poder parar nas vilas e cidades mais isoladas e dizer que conheceu a França. Como a Normandia é uma região grande, o carro facilita o ir e vir na região, além de que a Normandia não pode ser considerada um destino de pontos fixos, para-se muitas vezes ao longo de todo o trajeto. A França é servida de excelentes rodovias, dirigir é muito fácil. Alugar um carro é um processo
muito simples que pode ser feito pela internet e a carteira de motorista pode ser a brasileira, válida na França. Junto com a carteira de motorista você precisa do passaporte e o cartão de crédito válido no exterior. Na próxima edição da Revista Giropop darei continuidade a viagem pela Normandia, região que encanta todos que por ela viajam e que encantou grandes pintores como Monet, Paul Gauguin, Eugène Bodin, entre outros ícones da literatura e do cinema.
Atelier de artista no vilarejo de Giverny.
Castelos na região
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Quem é?| patrícia machado pereira
Há 25 anos pela educação de Itapoá
N
Ana Beatriz
Por se tratar de um município jovem, parte da história de Itapoá ainda vive e continua sendo escrita por seus munícipes. Um exemplo disso é Patrícia Machado Pereira, que vem construindo sua história junto com a cidade. Em março deste ano, a gestora escolar completou 25 anos de funcionalismo público, trabalhando na Prefeitura Municipal de Itapoá. Apesar de realizar e participar de grandes contribuições para a educação, sua paixão pelo município não se limita ao lado profissional, indo além dos portões da escola.
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A diretora Patrícia Machado Pereira, que completou 25 anos de funcionalismo público em Itapoá.
atural de Joinville-SC, Patrícia frequenta Itapoá desde 1969, ano de seu nascimento. Ela recorda que visitava a cidade durante as férias, feriados e festas da família. Brincar com os primos e irmãos na praia, fazer cavernas no mato, tomar banhos no rio e levar lavagem aos porcos em um chiqueirão foram alguns momentos preciosos de sua infância na cidade litorânea. Quando ainda residia no bairro Vila Nova, área rural de Joinville, ela acordava para ir à escola e escutava o barulho das tobatas dos agricultores, semelhante ao ronco do motor das canoas de Itapoá indo para o mar. “Gostava de fechar os olhos e imaginar que
estava em Itapoá. A lembrança me fazia chorar de saudade da praia”, recorda. Em 1989 Patrícia passou a morar no município litorâneo para trabalhar na pré-escola do colégio Nereu Ramos. Dois anos depois, realizou o concurso público da prefeitura e, com a aprovação, passou a lecionar na Pré-Escola Palhacinho Feliz e na Escola Euclides Emídio da Silva. Já em 1995, foi convidada para assumir a direção da Pré-Escola Palhacinho Feliz. No ano seguinte, Patrícia, que sempre sonhou em ser professora, iniciou a faculdade de Pedagogia com licenciatura em Séries Iniciais e Orientação Educacional. A partir daí, sua contribuição para a educação do município foi crescendo. Em 2001 trabalhou como Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil na Secretaria Municipal da Educação; em 2002 foi Coordenadora do PROFA (Programa de Formação de Professores Alfabetizadores); em 2004 assumiu a direção da
Nas horas vagas, Patrícia gosta de estar junto da família e aproveitar a praia.
Escola Ayrton Senna, e em 2005 realizou pós-graduação em Psicopedagogia e foi convidada novamente a assumir a direção da Pré-Escola Palhacinho Feliz – onde permanece como gestora escolar até hoje. Para Patrícia, os pilares de uma pré-escola são comprometimento, respeito ao saber do aluno e, principalmente, sentir prazer de se estar ali, tanto para os alunos quanto para a equipe escolar. “Na Palhacinho Feliz temos profissionais comprometidos e crianças felizes. Acreditamos que escola é muito mais do que um lugar para aprender a ler e escrever. A educação infantil começa no corpo, e escola também é lugar de brincar, amar, fazer amigos e ser feliz”, afirma. Ainda segundo a gestora, o aprendizado é mútuo: Assim como as crianças se desenvolvem e aprendem, os professores também e, com isso, aperfeiçoam seu trabalho e oferecem educação de qualidade. A atividade de gestora é, para ela, um
grande desafio. “O maior deles é gerir as pessoas, pois todos têm pensamentos, ideais, crenças e personalidades diferentes, resultantes do nosso repertório desde o berço, onde entrar num denominador comum sempre gera conflitos”, explica Patrícia. No entanto, ela acredita que este eterno exercício é importante, pois gera aprendizados e respeito ao próximo. Seus 25 anos de trabalho na educação de Itapoá lhe renderam alunos, pais, amigos e colegas de profissão por todo o município. “Volta e meia, adultos me abordam como ‘professora Patrícia’. Dei aula para eles e hoje sou diretora de seus filhos. Esta é uma das características dos itapoaenses, são pessoas simpáticas e que honram suas raízes”, afirma a gestora. Além dos portões da escola, Patrícia desfruta as belezas naturais de Itapoá, como mergulhos no mar, caminhadas ou passeios de bicicleta pela orla. “Já pensei em morar em outra cidade litorânea, mas poucas ainda oferecem qualidade de vida, segurança e tranquilidade como Itapoá”, fala. A educadora também é apaixonada por reggae e MPB, e gosta de prestigiar bares com música ao vivo na companhia de sua família e amigas. Mais que uma profissão, areia e mar, o município tam-
bém presentou Patrícia com seus dois filhos Ana Beatriz Machado Pereira da Costa, de 21 anos, e Francisco Machado Pereira Costa Oliveira, de nove anos; também foi em Itapoá que a professora conheceu seu marido Francisco Eduardo Costa Oliveira. Parte de sua família reside no município, como pai, irmã, tios e primos. “Alguns familiares vão embora e acabam voltando, outros voltam apenas para visitar, mas todos sentem saudade e têm boas histórias aqui”, conta Patrícia. Em breve, a gestora escolar se aposenta e, quando isso acontecer, ela conta que pretende se engajar em alguma atividade social, curtir sua família e morar de frente para o mar. Hoje, aos 47 anos, e com 25 de funcionalismo público, Patrícia afirma: “Itapoá foi um dos melhores presentes dessa vida, pois é palco de muitas alegrias enquanto mãe, esposa, amiga, profissional e munícipe”. Durante todos esses anos de trabalho, ela pôde aprender muitas coisas com as crianças, sejam seus alunos ou seus filhos, como procurar ver o lado positivo e aproveitar as coisas simples – lições carregadas para toda a vida.
Revista Giropop | Maio 2016 | 35
Arte
Arte plástica: forma de se expressar, repensar valores e quebrar padrões Ana Beatriz
Assim como a educação, o esporte e a cultura, a arte também se mostra como um caminho de infinitas possibilidades e de um mundo melhor. Em Itapoá não é diferente: Aos 25 anos, o artista plástico Juan Angelo Antunes é um ícone para a pintura do município. A ampla gama de interesses percorridos pelo artista, como ciência, filosofia, religião e outros assuntos relacionados à sociedade, pode ser percebida através de suas telas, que preenchem os olhos e a mente do público.
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Juan no teatro Juarez Machado em um evento cultural realizado pelo Conservatório de Belas Artes de Joinville, na ocasião ele pintou uma tela ao vivo.
Nascido em Campo Grande - MS e filho de artista plástico, Juan teve contato com a arte desde pequeno. Durante muito tempo, ele e três de seus irmãos resolveram acompanhar as viagens do pai artista para correrem atrás do sonho de jogar futebol. Juan chegou a jogar, junto com seus irmãos, em vários times, mas hoje estacionou no campo das artes.
Além de seu pai, os cinco irmãos e a mãe de Juan também pintam. Apesar de crescer no meio artístico, ele começou a pintar efetivamente em fevereiro de 2009, quando tinha 18 anos. Hoje, aos 25, Juan conta que recebe influências de diversos artistas e de vários estilos. “A influência de meu pai é inevitável, mas é difícil fixar algum artista em particular. Grandes críticos do mercado de arte definiram meu trabalhocomo arte abstrata”, diz. Aos poucos, ele desenvolveu sua pró-
prialinguagem, mas diz estar em constante processo de evolução. Até desenvolver uma identidade própria, Juan conta que já experimentou diversos estilos, conceitos e materiais, como café, papelão e madeira, por exemplo. Atualmente, ele desenvolve pinturas com tintaacrílica sobre algodão cru, além de utilizar outras superfícies, como o linho e a juta. Com alguns anos de experiência na arte, ele afirma que sua principal evolução se deu na temática e no conceito de suas obras. Através delas, Juan pretende ser cada vez mais atuante na sociedade. Para ele, a coisa mais valiosa na humanidade é a capacidade de se expressar: “É também a forma mais valiosa para você alcançar seus objetivos, por isso estou em contato com as pessoas através da arte”. Produzir uma tela é, para Juan, garantir um futuro não só para ele, mas para todos. “Desejo que minha arte sirva de estudo e reflexão para as pessoas, porque se eu pintar e não servir para ninguém, então não adianta nada”, diz. No processo de criação, a escolha de um tema surge de
Série Natureza Viva.
forma inesperada. Segundo Juan, novas ideias surgem em um piscar de olhos, em um capítulo de um livro, em uma nova descoberta da ciência ou em uma conversa com alguém; mas suas obras sempre têm um significado. A partir de pesquisas sobre um determinado tema, as obras são pintadas e formam uma série. O jovem fala que procura expressar suas pesquisas nas telas e, como não consegue transmitir todas as ideias em uma única obra, inicia uma série e, dentro dela, busca as melhores formas de expressar seus estudos. Até hoje, o artista plástico produziu cinco séries, todas com certa ligação ao município de Itapoá, caracterizadas com cores fortes, linhas e formas. “As primeiras serviram mais como pesquisa de técnicas a serem exploradas”, diz. Paralelamente às séries, ele também pinta quadros separados e encomendas. A série “Padrões Caóticos” já dura algum tempo e, através das telas, o artista faz da arte uma quebra de padrões – padrões estes que vêm do caos, do nada. “A partir da pergunta ‘Quem é Deus?’, por exemplo, busquei desafiar a nova física, trabalhando questões como consciência e realidade”, conta. Juan, que já teve como inspiração a matemática, conta que, nesta série, as pesquisas estão mais centradas na área da ciência, religião e no método científico. Diferente do que muitos
pensam, o artista não está fazendo arte somente no momento de produção, na companhia de tintas e pincéis. Para Juan, o processo artístico é constante, pois, quando não está pintando, está pesquisando, à procura de novos conceitos que sirvam de inspiração. De acordo com o artista, os livros – outra de suas paixões - são extremamente necessários para a expressão. “Preciso entender determinado assunto para depois fazer dele uma reflexão através da arte e, então, levar para o público”, explica. A arte também atua como exercício para a consciência. Acreditando nisso, Juan já realizou alguns trabalhos em escolas do município, em batepapos sobre arte com crianças e adolescentes. “Experiências como esta são muito bacanas, pois as crianças interagem, indagam e fazem perguntas pertinentes, e o que era para ser uma aula sobre as minhas obras, acaba sendo uma troca de saberes”, diz o artista. Para ele, esta aproximação entre as crianças e o mundo das artes é muito importante, pois leva o aluno a se interessar pelas produções que são realizadas por ele mesmo e por seus colegas, bem como por diversas obras consideradas artísticas a nível regional, nacional e internacional. Como reconhecimento de seu trabalho, o artista já realizou diversas exposições Brasil afora, sendo as mais renomadas no espaço cultural da TV Guarani, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, no Museu de
Artes de Joinville (MAJ) e na Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIMS). O público apreciador da arte de Juan também está por toda a parte. Ele conta que muitas de suas obras estão por Curitiba, São Paulo e, inclusive, no exterior, como Espanha, Portugal e Estados Unidos. Atualmente, o artista está desenvolvendo uma série em homenagem a Itapoá, com elementos característicos do município, como o porto, as três edras, o farol e a banca de pescadores. “Itapoá possui cenários inspiradores e cada um deles é capaz de transmitir uma ideia diferente. Costumo andar por aí e ir captando estas ideias”, diz Juan. Para esta nova série, ele pretende misturar dois ou mais elementos em uma única pintura. O resultado será conferido em maio, em uma exposição aberta à comunidade, na Sorveteria Pura Gula. Em breve, ele pretende desenvolver mais uma série com o tema “Padrões Caóticos” e, desta vez, entrar em um estilo figurativo. “Hoje, possuo liberdade para me expressar através da pintura. É claro que cada pessoa interpreta a obra de acordo com sua própria linguagem, que é resultante do seu repertório e de sua bagagem. Mas gosto da discussão e do estudo que a arte proporciona às pessoas”, diz Juan. Em seus projetos, consta aproximar, cada vez mais, a comunidade itapoaense do meio artístico, como forma de se expressar, repensar os valores e quebrar os padrões.
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Encontro de colecionadores realizado por Paulo Abud no Hotel Mar Azul.
O lançamento do livro Poesia, Arte e Cidadania: Antologia Poética, projeto com EJA (2012) que incentiva produção literária e artística foi um sucesso o evento aconteceu na terça-feira (19) no Beer Box Pub. A coordenadora do projeto, professora Kéllin C. R. Martins (Língua Portuguesa) agradece a todos que participaram de todas as etapas do trabalho e em especial ao Porto de Itapoá, Beer Box e Gazeta de Itapoá pelo incentivo, apoio e patrocínio.
A construtora Grassi Zappelini realizou um coquetel de lançamento do Edifício Espelho D’Água Residence em Itapoá. O primeiro edifício residencial de alto padrão em Itapoá.
Advogada Elisa Corso e um dos apoiadores do projeto, advogado e jornalista Mauro Sfair no lançamento do livro. Raul do Rancho do Raul e Vera Santin em mais uma edição do Comida de Buteco.
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Claire com os filhos Renan e Renata, sua nora Erika, o genro Adenilson e os netos Pedro e Leo.