PIMENTA NO VERÃO
DO AMOR
Revolucionário álbum dos Beatles, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band faz 50 anos e ganha festival musical em Liverpool
SGT. PEPPER’S LONELY HEARTS CLUB BAND foi lançado pelos Beatles em junho de 1967 e, até hoje, é considerado um dos álbuns mais influentes de todos os tempos. Prestes a completar 50 anos, ele é alvo de celebrações que agitam a cidade inglesa de Liverpool, terra natal de Paul, John, George e Ringo, com o festival Sgt. Pepper’s at 50. E o mundo que se segure.
O evento, que acontece entre os meses de maio e junho, conta com participação de 13 artistas visuais que realizaram releituras das 13 faixas do disco, além de trazer de volta influências do libertário Summer of Love – movimento sociocultural da década de 1960 que engajou artistas, hippies, ativistas e gente comum contra a Guerra do Vietnã com o lema “faça amor, não faça guerra”.
Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência. Pense na Guerra da Síria, ou na Marcha das Mulheres, realizada em março, em Washington DC. Agora, pense em 13 estreias mundiais de espetáculos inspirados nas canções do mítico
álbum que é o be-a-bá da psicodelia, influenciando tudo que veio depois do sexo, drogas e rock’n’roll, da arte à moda, e colocando no mesmo saco – e na mesma capa - referências estilísticas de vaudeville, circo avant-garde, música clássica e indiana.
Com apresentações divididas em lado A e B, igual à sequência do álbum, o espetáculo começa com a coreografia Peperland, de Mark Morris, inspirada pelas músicas A Day in the Life, When I’m Sixty-Four e WithinYou WithoutYou, e executada ao vivo pela orquestra MMDG Music Ensemble.
A abertura da festa recebe performance baseada em Lucy in the Sky with Diamonds, que ficou a cargo do pirotécnico francês Christophe Berthonneau & Groupe F, responsável pelo brilho de eventos como as Olimpíadas de Barcelona e do Rio. Já o artista visual Jeremy Deller questiona a amizade na sociedade digital a partir de instalações inspiradas na faixa Fixing a Hole. Judy Chicago, pioneira na arte feminista nos anos 1970, prepara um mural gigante na Liverpool Docks, em que o público pode escrever em suas paredes, em parceria com a Tate Gallery do local.
Para Sean Doran e Liam Browne, curadores do Sgt.Pepper’s at 50, “esses artistas não apenas se inspiram na obra genial dos Beatles, mas também na cidade de Liverpool, em seu espírito rebelde e sua atmosfera criativa”. O festival ainda contou com a presença do ex-Beatle Paul McCartney, que auxiliou na organização do evento. (JR) De 25 de maio a 16 de junho