casa brasileira ブラジル の 家
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o projeto
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Em 1908, o primeiro navio – Kasato Maru – emigrando do Japão com destino ao Brasil aportou no cais de Santos marcando o início da imigração japonesa no país. Os japoneses, devido a uma política de emigração promovida por seu governo, tinham como destino inicial os Estado Unidos da América, o Canadá e a Austrália. No entanto, devido a um forte sentimento anti japonês, essas localidades impuseram um número limite de imigrantes. Os japoneses então voltaram sua atenção para outros países, como aqueles da América do Sul. O Brasil parecia perfeito e estava de portas abertas aos imigrantes: necessitava de mais mão de obra para as plantações de café, já que a Itália havia cessado de enviar trabalhadores ao país. Assim se inicia um laço histórico-cultural, que anos mais tarde se tornaria uma relação consolidada, entre os dois países (GOES, 2009). Desde o início da imigração, a comunidade japonesa criou laços muito fortes entre si, permitindo a manutenção de vários elementos identitários do país natal. Por ter uma filosofia de vida, modo de viver e cultura muito diferentes daquelas que temos no ocidente, a necessidade de fortalecer os traços nipônicos no Brasil se tornou ainda mais indispensável para sua adaptação ao novo continente. Por isso, e por outros motivos, podemos ver que atualmente muito da cultura nipônica foi introduzida ou adaptada em diversas cidades brasileiras. Mais de 100 anos após o início da imigração japonesa ao Brasil, a população descendente dos japoneses imigrantes - os nikeis já alcançou, em 2014, o impressionante número de 1,6 milhão de pessoas, se tornando a maior comunidade japonesa fora do Japão, representando aproximadamente 62% dos descendentes morando no estrangeiro segundo a Association of Nikkei.
no início, a maioria dos imigrantes passou a trabalhar como mão de obra nas fazendas do sul e sudoeste do país.
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Quando o Brasil começou a enfrentar dificuldades econômicas nos anos 1980 e depois de facilitação do Controle de Imigração japonês para a entrada de descentes até a terceira geração nos anos 1990, muito dessa população nipo-brasileira fez o caminho inverso e emigrou ao Japão para trabalhar permanente ou temporariamente. Problemas econômicos no Brasil, o laço histórico ao longo do século vinte entre os dois países e a coesão da comunidade nipo-brasileira contribuíram para que em 2008 a população brasileira no Japão chegasse ao número de aproximadamente 320.000 habitantes. Devido a facilitação de visto para nikeis e a dificuldade de conseguir visto de trabalho por outro meio, a maior parte desses imigrantes eram e são descendentes japoneses. Na procura de melhor qualidade de vida e de uma renda mais elevada, os nipo-brasileiros, esses imigrantes que, por mais que possuíssem fisionomias parecidas com os locais e que muitas vezes passaram uma vida no Brasil perpetuando a cultura japonesa, chegaram no país do sol nascente e foram categorizados como dekasseguis, ou trabalhadores imigrantes temporários, ocupando cargos que os japoneses haviam rejeitado e que exigiam baixa escolaridade (operariado). Independente da proximidade com a cultura do país, os japoneses nativos os tinham como dekasseguis, imigrantes. No Brasil, embora brasileiros de nascença, mantinham fortes laços com suas origens orientais; contudo, ao chegarem no Japão como seus descendentes, de modo algum eram considerados japoneses por aquele povo, mas sim brasileiros. Para os nativos, eles eram e são imigrantes. Para os dekasseguis, restou o sentimento conflituoso de dividir a alma entre os dois países: Brasil e Japão.
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Em 2008, a crise global foi sentida fortemente no Japão e os maiores afetados por essa nova dinâmica em formação foram os dekasseguis, a mão de obra que ocupava as esferas mais baixas de produção. Muitos foram demitidos e todos lutavam para sobreviver. Muitos nikeis voltaram ao Brasil nesse momento e a população quase diminuiu pela metade após esse contexto. Em 2014, a população brasileira no Japão, segundo o Itamaraty, chegava quase aos 180.000 habitantes. Por mais que essa população tenha diminuído visivelmente, o Japão ainda é o terceiro país com maior número de brasileiros morando no exterior. Em 2016, com a crise político-econômica brasileira desde 2014, foi o primeiro ano que se registrou um maior número de entrada – que de saída – de brasileiros n país. Esse número tende a crescer, visto o cenário brasileiro atual e as movimentações do governo japonês em ampliar a entrada de imigrantes no país (devido ao encolhimento de sua população).
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A diáspora brasileira, em tamanho significativo, é um acontecimento relativamente recente. A causa desse movimento de saída da população brasileira do país em busca de melhor qualidade de vida e renda mais elevada se deve principalmente a dificuldades econômicas do Brasil. A primeira leva mais significativa foi nos anos 1980, ao fim da ditadura militar, até início dos anos 2000. Somente no período entre 2002 e 2007 foram mais de um milhão de brasileiros que emigraram (MARINUCCI). Segundo o senso arbitrado pela SGEB (Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior) em 2012, há cerca de 2,5 milhões de brasileiros vivendo no exterior. A diáspora brasileira possui um caráter peculiar. Os países para os quais os brasileiros mais emigram tem explicações óbvias, seja por proximidade física (Paraguai), seja por influências culturais e condições econômicas (EUA), seja pela língua (Portugal). No entanto, o fato do Japão estar nessa lista, sendo o terceiro país com maior população de brasileiros, é um tanto inusitada principalmente quando se comparado a outros países asiáticos. Porém, quando vemos o histórico de imigração japonesa no Brasil, gerando uma população considerável de descendentes japoneses, e a facilitação do governo japonês em conceder vistos permanentes para nikeis, esses números começam a fazer sentido. Ao permitir que até a terceira geração de descendentes japoneses possam retirar este visto, o governo nipônico possibilitou que essa porta de entrada a brasileiros ganhasse maiores proporções.
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25% 11%
1% 2%
outros estudantes intercambistas cônjuges de japoneses trabalhadores temporários residentes permanentes
61%
tipo de documentação
4%
18%
78%
+65 anos -18 anos entre 18-64 anos
idade
46%
54% mulheres homens
gênero
fonte: Consulado do Brasil em Tóquio, Itamaraty, acessado agosto 2017.
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diáspora brasileira fontes: pop brasileira site IBGE agosto 2017. Tabela de Brasileiros no mundo 2014 Itamaraty.
9431
km
120.000
reino unido
11h (londres)
alemanha
166.775
portugal
9h
eua
1.315.000 8h (ny)
brasil 349.842 2h
8
paraguai
pop. 202.932.638
espanha
128.638 10h
113.716 12h
japão 179.842
1736
9 km
22h
equador
0 .00 1 -
+1.0 00 .0 0 0
+ 1.000
0.000 + 10
+
9
0 .00 50
+ 1 0 .00 0
Por mais que se pareçam fisicamente, por mais que tivessem mantido sua cultura viva no ceio familiar, os nipo-brasileiros não são japoneses e são apontados e tratados pela população como dekasseguis. Segundo Chris Burgers, em relato para o The Japan Times (2014), isso vem em grande parte do discurso nacionalista, bastante difundido popularmente, que acredita que o Japão deva ser um país de população homogênea (tanitsu minzoku). Em seu primeiro mandato como ministro (2006-2007) Shinzo Abe, afirmava que os japoneses “se deram relativamente bem entre si até hoje”, o que os qualifica como um povo harmonioso e pacifista. A vinda de imigrantes com culturas diferentes iria, quem sabe, prejudicar essa harmonia e cooperação tradicional. De 2007 para cá, esse argumento perdeu força, mas ainda representa uma importância no discurso de homogeneidade de um povo.
Devido a essas tendências, percebe-se que os japoneses não podem fugir à questão dos imigrantes, por mais que não gostem, a maioria, desta perspectiva. Se os japoneses estão sérios em considerar a imigração como uma solução, também devem pensar seriamente em criar espaços de apoio para essa população, assim como criar ferramentas legais para melhorar sua vida no país. Atualmente, não existe nenhuma delas, diz Barry Brophy para o The Japan Times (2014). Segundo Debito Arudou, no mesmo artigo:
O Japão, no entanto, passa por um envelhecimento intenso de sua população como nenhum outro país no mundo. Segundo reportagem do canal estadunidense CNN, 20% da população japonesa já possui mais de 65 anos e as taxas de natalidade são extremamente baixas. A falta de mão de obra não especializada começou já a causar efeitos e a frear o crescimento do país em alguns setores. Portanto, por mais que haja uma relutância da população japonesa em receber imigrantes, há uma crescente movimentação que indica que não somente a aceitação aos imigrantes deve ser feita como a promoção dessa entrada deve ser realizada. Essas correntes de abertura acreditam que somente assim o Japão poderá sobreviver economicamente às próximas décadas. Esse princípio começou a crescer quando, em 2007, foi criado o Japan Immigration Policy Institute no qual seu diretor executivo e principal defensor, Hidenori Sakanaka, atribuiu ao Japão como “uma nação de imigrantes” (HOFFMAN, 2014).
milhões este ano - ainda outro recorde. O número de casamentos
“Pode ser difícil imaginar o Japão como uma ‘sociedade internacional’, mas é exatamente isto que está acontecendo. O número de estrangeiros registrados (aqueles que estão aqui com o vista de três meses ou mais) provavelmente irá alcançar dois internacionais está entre 40.000 casais por ano, um aumento de um terço de cinco anos atrás. (...) 250.000 trabalhadores sulamericanos de repente se tornaram a terceira maior minoria estrangeira - a sua porcentagem populacional em algumas áreas alcaçam o dobro desses dígitos.” (ARUDOU, The Japan Times, 2014. Tradução livre.)*
Os nipo-brasileiros nesse caso formam uma das populações mais significativas de imigrantes que entram neste país. Portanto, é necessário olhar para eles. E a proposta desse trabalho permeia a criação desse aparato social e emocional para a vida desses imigrantes brasileiros no Japão. Um local no qual possam se sentir em casa sem ter que sair do Japão.
Miscelânia de chamadas de artigos do The Japan Times e da CNN que tratam da questão do imigrante no Japão.
declínio populacional japonês 150k
128.057
população total
120k
90k
81.032
86.737 15-64 anos
60k
65 + anos
29.246
44.183 34.642
30k
0-14 anos 16.803
7.912
0
2010
2020
2040
2060
fonte: CNN, Can Japan survive without immigrants?, 2017.
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emigração ao japão
pricipais países
fonte: ministério da justiça do japão, senso de 2013
brasil
9%
12
china
32% coréia do sul
25% vietnam
4%
10%
equador
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O Brasil e o Japão são países que possuem muitas diferenças. Pode-se dizer que eles são até opostos. Um é expansivo e caloroso, outro introspectivo e mais frio. Um está no extremo ocidente, outro no extremo oriente. As discordâncias são inúmeras. As culturas não podiam ser mais diferentes. A própria forma que os dekasseguis brasileiros são tratados no Japão mostra como essas diferenças são uma verdadeira barreira de interação entre os dois povos. Portanto, é muito fácil cairmos em uma análise que foque nesses pontos negativos. É muito natural tendermos a problematizar demais a situação de conflito e ruído entre eles. « Duas energias antagônicas que interagem e criam o mundo » é uma analogia utilizada em inúmeras culturas e sociedades para explicar o nascimento do mundo. O Yin e o Yang na filosofia taoísta chinesa; Purusha (espírito) e Prakriti (matéria) no Samkhya, corrente filosófica indiana; o átomo e o elétron que cria a matéria, na ciência tradicional; a escuridão e o sol que criam a vida. São inúmeros os exemplos que mostram essa conversa entre duas forças antagônicas não como uma força destrutiva, conflituosa e inflexível, mas sim como uma força criadora e dinâmica. Tendemos a esquecer de um princípio tão primitivo do mundo e focamos mais no conflito do que na potencialidade. Por que não ir contra a correnteza, voltando para às origens, e focar no aspecto positivo dessa interação de opostos? A própria cultura nipo-brasileira, já enraizada na cultura brasileira, mostra o relacionamento extremamente positivo destes dois polos. Abraçar as diferenças é um convite para que a relação entre essas duas culturas mostre o seu potencial criador no Japão, como ela mostrou-se no Brasil.
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A citação ao lado foi retirada de um artigo no qual o arquiteto japonês Toyo Ito fala sobre o projeto Home-for-All (Casa-paraTodos, em tradução livre) que ele liderou em 2012 na cidade de Rikuzentakata no Japão. O projeto consistia em elaborar um centro comunitário para os habitantes da cidade que foram desalojados por um tsunami. Ao visitar o local e no decorrer do desenvolvimento do projeto, percebeu-se que de quase igual força e importância tinha as infraestruturas básicas, que estavam sendo fornecidas pelo governo, e a reestruturação do sentimento de comunidade (ver mais do projeto nos estudos
Portanto espaço proposto neste trabalho tem como intuito servir como uma ferramenta justamente na formação dessa “casa emocional” para os brasileiros residentes no Japão. A Casa Brasileira ao evidenciar a cultura brasileira e nipo-brasileira e ao fornecer suporte e um aparato técnico-social, promove encontros, reune iguais em um mesmo local para que eles interajam e compartilhem seus sentimentos, emoçoes, etc. A Casa é um local para que esses laços da comunidade brasileira no Japão sejam estreitados e fortalecidos.
de caso). De um lado temos a casa no sentido literal - casa habitação -, e de outro uma casa em um sentido mais subjetivo e abstrato - o sentimento de se sentir em casa e em comunidade.
Além do incentivo nessa construção de uma “casa emocional”, o espaço pretende também criar um espaço que essas pessoas possam “se sentir em casa”. Por serem dekasseguis, eles estão e sempre estarão divididos entre duas culturas. O espaço se propõe também a ser um local que eles possam sentir confortáveis em agir e revelar ambas as origens: brasileira e japonesa. Uma reunião de hábitos e crenças sob um mesmo teto, sem discriminação ou rejeição. Um lugar onde as duas culturas e uma terceira, criada pela união delas, possam “se sentir em casa”.
Da mesma forma que os japoneses perderam suas casas por um tsunami, os brasileiros que se mudaram para o Japão para tentar a vida também deixaram as suas: seja de modo físico quanto emocional. Assim que migraram para o Japão sua casa física ou já estava garantida, devido a acordos pré-estabelecidos de trabalho com empresas, ou foram resolvidos de imediato, nos primeiros momentos da sua chegada. No entanto, a casa emocional, sua comunidade em um país estrangeiro, foi, é e sempre será um processo mais longo e complexo que dificilmente se resolve nas situações iniciais. Muitas vezes é um processo que não se resolve satisfatoriamente até em anos.
Apesar de ser voltada majoritariamente para os dekasseguis, a Casa Brasileira estará aberta igualmente aos nativos. Ela procura oferecer oportunidade aos japoneses em conhecer mais sobre nossa cultura, sobre a cultura nipo-brasileira construída nesse último século, e a compreender melhor as diversas culturas existentes no Japão que também fazem parte da história japonesa. A Casa busca incitar os japoneses a conhecerem mais sobre esse estreito laço entre os países.
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Em 2011, um tsunami assolou o território japonês e deixou milhares de desabrigados, sendo uma dessas cidades Rikuzentakata. Em 2012, o projeto home-for-all foi para a cidade com o intuíto de ali atuar. Um grupo de arquitetos, liderados por Toyo Ito, ficou encarregado do trabalho. Quando ali chegaram perceberam uma fato muito importante: as casas temporárias (ou as casas que estavam sendo construídas) já ofereciam individualidade suficiente. Perceberam que quando as pessoas se sentem deslocadas, elas precisam de algo mais importante que privacidade, elas precisam de uma comunidade. O projeto home-for-all então focou em criar um espaço que pudesse reunir as pessoas, fortalecer laços, reconstruir a comunidade espiritual, enquanto a infraestrutura já estava sendo realizada pelo governo. Um centro comunitário. O edifício construído serve como um nó em uma sociedade que até então tinha pouco a oferecer em termos de espaço público e encontro.
• casa não é só o espaço individualizado e sim o sentimento de pertencer a uma comunidade • no Japão a cultura de não oferecer muito em questão de espaços públicos (DANIELL, 2008) que possam permitir o encontro torna espaços, como o home-for-all, importantíssimos para o fortalecimento da comunidade já presente • como as pessoas que foram afetadas pelo tsunami, os imigrantes brasileiros perderam suas casas, no sentido simbólico, ao sair do Brasil • como o home-for-all em Rikuzentakata, o projeto pode ser “simples e poderoso, mas ao mesmo tempo muito simbólico
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O pavilhão temporário na Expo Milão tem como principal objetivo representar a cultura brasileira e expô-la ao mundo. O desafio dessa construção foi de combinar arquitetura e cenografia para criar experiências sensoriais capazes de transmitir os valores brasileiros e aspirações de nossa agricultura e pecuária. O objetivo era criar um espaço que integrasse momentos lúdicos, informações científicas, interação e aprendizado. O pavilhão é dividido em duas partes: uma é a entrada e a grande praça do projeto, e a outra parte comporta as demais demandas exigidas dessa tipologia.
flexível, fluída e descentralizada, representando a pluralidade do Brasil;
permeável como a cultura brasileira;
tropicalidade do país;
reforça a fluidez e remete à arquitetura moderna utilizada nos pavilhões do país ao longo dos anos;
apagando limites da geografia;
inspiração no Rio Amazonas;
em sintonia com a natureza área de atendimento. em laranja os elementos escolhidos para serem levados para a fase de projeto da casa brasileira
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bloco lateral espaços expositivos auditório pop-up store café lounge para eventos restaurante bar administração
bloco principal • abrigo da maior parte conceitual que está sendo proposta • grande praça interativa • espaço lúdico • área de aprendizado: conhecer elementos e avanços da agricultura e da pecuária do país
elemento que permite a incidência da luz nesse grande painel que iluminará as áreas
materialidade: uso do pré moldado e de pouco material (uso de pouco recurso)
conceito + lúdico
abrigo de todas as outras funções
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O centro de imigrantes em São Paulo tem como principal propósito servir como porta de entrada dos imigrantes no país. Desde à escolha do local que é a requalificação de dois edifícios de uma antiga estação ferroviária até o programa de necessidades tem esse foco e procura ter essa referência. O foco do projeto é criar um espaço onde todos os processos burocráticos da Polícia Federal possam ser executados. O centro também promove áreas de lazer e convivência com o intuito do imigrante se sentir acolhido no novo país.
público: café, área de acesso à internet, praça de convivência (multiuso), jardim, recepção privado: área de retaguarda , escritórios, administrativo em geral
as atividades exercidas na casa brasileira devem ser pensadas sobre essa dinâmica do público e do privado, mesmo que não haja atividades tão burocráticas como as apresentadas neste projeto
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recepação (articulação)
separa os dois tipos de uso um público e um mais resguardado para as atividades da Polícia Federal
café
área de apoio à praça café + internet + recreação infantil
atendimento
praça do imigrante
edifício principal destinado às questões mais burocráticas relacionadas à Polícia Federal
dimensão de espaço público fluxo de acessos abriga festas, assembleias, reuniões
acesso
“boas-vindas” expresso pela escadaria
zona de retaguarda
público
restrito
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A Row House (ou Casa Azuma) de Tadao Ando é uma casa inserida em uma rua de casas estreitas geminadas em Osaka, Japão. Apesar do seu tamanho esta é uma das obras mais memoráveis do arquiteto. Talvez isto venha da sua grande simplicidade geométrica em contraste com o entorno tradicional. A fachada da casa é uma parede de concreto marcada apenas por uma abertura central que dará acesso ao espaço interno. A residência é dividida em três triângulos iguais: dois cheios (os blocos que vão abrigar o programa) e um vazio (o pátio interno). Por mais moderno que a edificação possa parecer em um primeiro momento, Ando traz no desenho uma forte memória da arquitetura residencial tradicional daquele local com o uso do pátio interno que remete aos jardins e pátios dessa arquitetura. O vazio neste projeto é tão importante quanto o cheio.
• o espaço vazio é tão importante quanto o espaço preenchido; • dois espaços e um terceiro que faz a conexão entre eles; • a memória dessa cultura arquitetônica japonesa de negar o urbano e se voltar para dentro do lote; • entrada que não é obvia: apesar da fachada indicar que o acesso é feito diretamente no ponto de abertura, ainda há uma antessala antes de adentrar o espaço; • terreno estreito.
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km 69 173 equador
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O Japão é um país insular, cercado por mar de todos os lados. Administrativamente o país é divido e 47 províncias, como será visto posteriormente. Geograficamente, o país está em uma área de encontro de quatro placas tectônicas, fato que confere ao país um cenário único: é tomado de montanhas, vulcões e com terremotos frequentes.
Além do país ser pequeno, 70% de sua área é tomada por montanhas, a maior parte de sua população habita as planícies que são concentradas principalmente ao longo da costa voltada ao Oceano Pacífico. Esse cenário induz a uma alta densidade demográfica das cidades.
A maior parte do território japonês está na zona temperada, onde as quatro estações são bem definidas, sendo a temperatura média anual entre 10º e 18º . No entanto, nas montanhas, na costa voltada ao Mar do Japão (mar voltado ao continente), e mais ao norte as temperatura podem chegar a mínimas muito baixas como é o caso da região chamada de País das Neves ou da ilha de Hokkaido que já atingiram -30º.
Atualmente a economia japonesa gira em torno de tecnologia, a maior parte dos recursos naturais ultlizados pelo país é importado (o Brasil, mais precisamente o região do cerrado, é o principal fornecedor de soja ao Japão). As indústrias automobilísticas e de eletrônicos japonesas são mundialmente reconhecidas.
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placa tectônica da américa do norte rússia rússia ilha hokaido sapporo
coréia do norte
sendai
coréia do sul nagano
tóquio
china
kobe hiroshima
kyoto
nagoya
osaka
matsuiama
placa tectônica do
nagazaki
placa tectônica da euroasia
ilhas okinawa
placa tectônica das
taiwan (china)
países nagoia • cidade sede capital outras cidades japão países vizinhos limite placas tectônicas
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Se o projeto tivesse como função principal ser uma casa de divulgação da cultura brasileira no Japão, como é o caso da recém inaugurada Japan House em São Paulo, a escolha da localidade seria um tanto quanto óbvia: a capital, Tóquio. No entanto, como o propósito desse centro é também ser um aparato de cultura e acolhimento, um espaço criado para os brasileiros residentes naquele país, a escolha da cidade exigiu um olhar mais detalhado. Uma análise da distribuição dos brasileiros em território japonês, pela quantidade de brasileiros que moram em cada província, mostra que a maior parte dessa população vive na região central japonesa, onde estão concentradas as regiões mais industrializadas do Japão. A região de Tóquio e seus arredores possui uma quantidade significativa desses dekasseguis. No entanto, é no eixo Nagoya-Hamamatsu que essa população se concentra. Isso fica claro quando percebemos que essas duas cidades mais a capital do país são as únicas cidades que possuem consulados brasileiros. No diagrama de regiões japonesas vemos que 56% dos dekasseguis brasileiros moram na região de Chubu (Ministério da Justiça do Japão, 2015).
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brasileiros no japão por província
fonte: consulado geral do brasil em tóquio, retirado no ministério da justiça do japão, 2015.
47 províncias japonesas divididas em 8 regiões
tóquio
nagoya hamamatsu
+ 40.000 + 20.000 + 10.000 + 7.000 + 4.000 + 3.000 + 2.000 + 500 - 500 cidades que possuem consulado
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Essa região é também conhecida pelo nome de “teto do Japão” por conter os Alpes Japoneses e o Monte Fuji, a montanha mais conhecida do país. Esta região tem abertura tanto para o Mar do Japão como também para o Oceano Pacífico. A área voltada ao continente asiático neva muito e é muito propícia ao cultivo de arroz, sendo conhecida como o celeiro do país (NINOMIYA, 2011). Já a área voltada ao Pacífico é conhecida por ser uma grande zona industrial. Chubu possui três zonas industriais: a Zona Industrial de Chukyo (fábrica principal: Toyota Motors), a Zona Industrial de Tokai (sede da Yamaha), e a Zona Industrial de Hokuriku. A província de Aichi, cuja capital é Nagoya, apresenta forte produção industrial, pertencendo à Zona Industrial de Chukyo. Faz parte dessa área as províncias de Aichi, Gifu e Mie (da região denominada Kansai). É justamente nesse polo industrial que se concentra os imigrantes brasileiros que foram trabalhar como mão de obra não especializada.
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regiões japonesas subdividido por províncias
fonte: consulado geral do brasil em tóquio, retirado no ministério da justiça do japão, 2015.
hokkaido -1%
47 províncias japonesas divididas em 8 regiões
tohoku -1%
chubu 56% dos brasileiros
residem nessa região
kanto chugoku
tóquio
25%
3% nagoya hamamatsu
kansai 15%
shikoku -1%
kyushu & okinawa -1%
tóquio - capital nagoya - centro da região de aichi hamamatsu - grande comunidade brasileira (cidade pequena)
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Nagoya é a quarta maior região metropolitana do Japão e capital de Aichi, uma das províncias mais industriais e centro da Zona Industrial de Chukyo. É uma cidade portuária que teve o seu desenvolvimento econômico inicial muito atrelado à indústria pesqueira, como muitas das cidades da região. Atualmente é uma cidade que vive da indústria automotiva, como a Toyota. Por este setor ser bastante desenvolvido, os índices de uso de veículos particulares é mais elevado do que em outras cidades japonesas. Apesar disso, Nagoya é conhecida pela quantidade elevada de parques e praças urbanas, sendo considerada uma cidade com boa qualidade de vida. Em Nagoya existe o projeto de planejamento urbano chamado Machizukuri, que promove o seu desenvolvimento mediante políticas de baixo carbono (MURAYAMA, 2013). Por todas essas características, por ser o centro desse polo industrial e pela concentração de brasileiros por ele atraídos, que Nagoya foi a cidade escolhida para sediar a Casa Brasileira.
139 km 176 km 344 km 483 km
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名 古 屋 市
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Em 2012, a cidade de Nagoya desenvolveu um guia de promoção de coexistência multicultural com o propósito de promover e construir uma comunidade boa para todos devido ao alto número de imigrantes morando na região. Em 2016, a população de estrangeiros em Nagoya chegou a corresponder a mais de 3% da população total da cidade, logo, em 2017, houve uma revisão deste plano e criou-se uma segunda parte do documento que é o aqui apresentado. O novo plano descreve a direção das medidas para coexistência cultural para os próximos cinco anos, além de políticas públicas específicas para alcançar tal objetivo. O plano também fornece dados importantes sobre a população de estrangeiros em Nagoya e fatores que os imigrantes julgam essenciais para promover uma melhor coexistência e integração na sociedade japonesa (ver os gráficos na página seguinte).
A Casa Brasileira casa perfeitamente com essas medidas. Com o intuito de promover interação, conhecimento e acolhimento, ela permeia diversos pontos levantados como necessários para melhorar a suas vidas no seu novo lar. Como podemos ver no último gráfico a Casa Brasileira atua diretamente em 2 principais pontos (marcados em laranja) e outros 3 indiretamente.
Este plano deixa claro que, além de ser de interesse do governo brasileiro (promover a cultura e melhorar a vida de seus cidadãos), o projeto e gestão do espaço da Casa Brasileira é também de interesse do governo japonês (mais precisamente o de Nagoya) promover um espaço como esse. A Casa Brasileira reforça a intenção de coexistência multicultural.
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nagoya
centro + terreno
esc 1/80000
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nagoya
metrô + principais vias vias principais metrô/ trem
esc 1/80000
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centro de nagoya interações com o entorno metrô
ya catelo de nago
a
casa brasileir
consulado brasil
esc 1/8000
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implantação
伊 勢 町 通 り
95m x 17m
otsu dori
ise-machi dori
casa brasileira e seu entorno
大 津 通
projeção entorno
(lotes vazios atualmente que serão ocupados no futuro)
transporte público
edifícios existente
ônibus = 400m metrô = 500m
vias esc 1/1000
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O terreno escolhido para receber o projeto fica no centro da cidade, próximo ao Castelo de Nagoya, principal ponto turístico da cidade, e também ao Consulado do Brasil. A área é próxima das principais vias da cidade e fica a alguns metros das linhas de metrô e ônibus. Hoje, o terreno selecionado faz parte de uma grande área subutilizada no centro do quarteirão que é utilizada como um estacionamento rotativo. O espaço atual do estacionamento corresponde à junção de vários lotes distintos vazios. Dentro desse espaço livre, a área selecionada para receber a Casa Brasileira é equivalente a aproximadamente dois lotes. Um dos grandes potenciais dessa área, além de sua localização central, é que, ao juntar dois lotes virados um de costas para o outro, ela atravessa todo o quarteirão, permitindo dois tipos de acesso distintos. 1.615 m² 2.210 m²
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A legislação de Nagoya, que trata da região central e comercial da cidade, prevê que estes lotes sejam altamente adensados. taxas previstas para a região: • ocupação do solo (kenpiritsu): 80%; • área construída (yousekiritsu): de 200 a 1300%. No entanto, a Casa Brasileira vem com a proposta de ser um respiro para a sociedade brasileira no contexto japonês, então o projeto também vem para ser um respiro na malha urbana. Por tal motivo, foi deliberada a escolha de não adensar o terreno até os índices especificados. Desta forma, pela presença de políticas públicas previamente mencionadas e pelo alto teor simbólico do projeto, acredita-se que seja permitido uma construção com as características da Casa Brasileira. taxas da Casa: • ocupação do solo (kenpiritsu): 60%; • área construída (yousekiritsu): de 140%.
Para a escolha do terreno que abriga a Casa Brasileira, foi necessário fazer um recorte no espaço disponível. Três motivos principais explicam o gesto.
Observando os demais lotes, verificou-se que o tamanho destes são frequente pequenos ou não muito grandes. Usar todo o espaço disponível seria não só desproporcional como perderia a possibilidade de tornar a Casa um ambiente mais intimista. Pode-se ver também que por mais que o espaço total tenha sido reduzido ele ainda sim é maior do que a média dos edifícios no entorno, o que permite abrigar todo o programa.
O lote da casa colonial brasileira tradicional é comprido e estreito. As Machiyas, casas de cidade da arquitetura tradicional japonesa, também são estreitas. A escolha de um terreno com essas mesmas características é uma forma de fazer alusão a essas tipologias.
O espaço restante disponível também é um objetivo. Pensando no Plano de Coexistência Multicultural de Nagoya e na intenção de construir uma sociedade que abraça outras culturas e os imigrantes, esta área livre ao redor da Casa permite que essa intenção possa ser expressada através da forma que os edifícios construídos ao redor se relacionam com a Casa Brasileira.
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伊 勢 町 通り
implantação
casa brasileira e seu entorno
Ao fazer o uso de dois dos lotes disponíveis, o terreno da Casa Brasileira possibilita dois tipos de acessos distintos e de contato com a cidade de Nagoya.
ise-machi dori
伊 勢 町 通り Acesso oeste, voltado para uma rua local e interna (ise-machi dori). Possui uma escala mais reduzida e privada. 95m x 17m
otsu dori
伊 勢 町 通り Acesso leste, voltado para uma avenida de grande circulação que conecta Nagoya (otsu dori). Essa via é o oposto da anterior. Pela escala e dimensão da rua na cidade, o acesso voltado a essa rua tem um caráter mais público e externo, o que faz a fachada ter grande potencial de divulgação da Casa.
伊 勢 町 通 り
大 津 通
As laterais norte e sul do terreno não possuem acesso devido a previsão de construção de outros edifícios (ver nesta mesma página: o recorte). projeção entorno
(lotes vazios atualmente que serão ocupados no futuro)
transporte público
edifícios existente
ônibus = 400m metrô = 500m
vias esc 1/1000
伊 勢 町 通り
48
casa brasileira
casa brasileira
49
o projeto
51
cas
a fe
cha
da
união
52
cas
aa
ber
ta
53
simbologia
os quatro elementos
casa fechada
união
jardim
casa aberta
54
os dois opostos
casa fechada
casa aberta
A casa fechada é o polo introvertido, contido, fechado em si. A distinção entre extreno e interno é clara, como também é a distinção entre o que é nacional e o que é de fora. A aparência impermeável do edifício no nível do acima do solo disfarça o acesso ao interior do espaço que se dá através de um jogo de planos de sua casca rígida. Essa espécie de impermeabilidade representa a dificuldade de adentrar uma cultura e as barreiras culturais entre países.
A casa aberta é o polo extrovertido, expansivo e convidativo. A distinção entre o externo e interno não é clara pela presença do grande deck que transpassa todo o espaço, unificando-o. O edifício convida o externo a adentrar aquele novo terreno. Convida tanto o local como o estrangeiro a estarem ali. O edifício se comporta como uma espécie de convite que suaviza barreiras culturais e possibilita a interação entre o que está dentro e o que está fora.
jardim O jardim é onde a atração dos opostos acontece. Ele é o vazio e o cheio entre os polos. Ele simboliza tanto o vazio, a separação, como também aquilo que os conecta, a natureza. vazio representação da grande separação física e emocional dos dois países. De um lado separação através das grandes distâncias a serem percorridas entre as duas nações, do outro a separação causada pela diferença cultural cheio a intensa relação com a natureza por parte das duas culturas faz com que esse seja um dos seus grandes pontos em comum, um ponto que os conecta, é o espaço comum aos dois
união O edifício da união é o ponto médio entre os opostos. É o momento em que eles se encontram e onde há forças iguais dos dois lados. O elemento escultural que marca a entrada reflete a abertura da casa aberta enquanto o programa no subsolo retoma ideias da casa fechada
Além da conexão simbólica da natureza é no jardim que há a passarela: o grande conector entre as duas casas. Ligando extremos do terreno, é nesse caminho que os polos podem se encontrar e acessar um ao outro.
o entre 55
simbologia
o programa que acontece em cada componente é reflexo de suas características e simbolismo
programa
casa fechada funções majoritariamente individuais, introspectivas e estáticas • espaço de leitura • auditório • área de estudo
união coletivas e individuais, junção do aprendizado com a interação social • salas multiuso • salas de línguas
casa aberta funções majoritariamente coletivas, interativas e em movimento • restaurante • loja • deck (multiuso) • adm
56
simbologia
por mais que as duas casas tenham características particulares, como uma cultura que não é interamente receptiva e outra não é interamente inacessível, há um pouco de casa fechada na casa aberta e vice versa.
casa fechada aberta casa aberta fechada
o aberto na casa fechada A casa fechada se abre de maneira sutil, menos óbvia e intimista. É no subsolo - no não superficial, na profundidade - que ela permite o jardim adentra-la e é também ali que ela se permite uma pequena expansão.
o fechado na casa aberta O fechamento da casa aberta é representado pelo bloco lateral que se assemelha ao fechamento da casa oposta, porém em escala reduzida. Por mais aberta que possa ser, há sempre uma parte que não se mostra tão receptiva quanto o resto.
57
o projeto
+1
rdc
-1
58
-2
simbologia story board
opostos se atraem
os dois polos são introduzidos no terreno
nos extremos do terreno, no contato com o mundo externo, duas casas opostas
a passarela é o elemento que conecta o acesso entre as duas casas, ela é o trajeto da atração
casa aberta e casa fechada interagem, cada uma à sua maneira, com a passarela e com o externo
no ponto central entre os dois opostos está a união: o elemento tem a abertura (nível do solo) e o fechamento (uso do subsolo para o seu programa)
opostos se atraem em lugar e a atração gera algo novo
59
planta baixa rdc
casa fechada recpção
apoio
+0,80m
+0,80m
proj. +1
9
+0,80m 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16
wc m +0,80m 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
entrada casa fechada
-2,20m
35 34 33 32 31 30 29 28
15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
0,00m
wc f
27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
ise-machi dori 伊 勢 町 通 り
espaço leitura
proj. +1 0,00m
união
casa aberta wc f
0,00m
pne
0,00m
recepção
depósito restô entrada
erta
casa ab
0,00m
proj. +1
5 4 3 2 1
proj. +1
wc m
+0,80m
deck
restô
24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
+0,80m
otsu dori 大 津 通
serviço restô proj. +1
proj. +1
16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
+0,80m
entrada serviço
terreno: 95m x 17m
projeção entorno
(lotes vazios atualmente que serão ocupados no futuro)
edifícios existente vias esc 1/200
61
planta baixa +1
casa fechada
15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16
ise-machi dori 伊 勢 町 通 り
foyer
+5,20m
+3,80m
auditório
união
62
casa aberta wc
niões
adm loja
varanda
otsu dori 大 津 通
loja
+4,80m
cbogó
varanda
24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7
loja
loja proj. cobertura
depósito
sala reu
projeção entorno
(lotes vazios atualmente que serão ocupados no futuro)
edifícios existente vias esc 1/200
63
planta de cobertura
casa fechada
2%
ise-machi dori 伊 勢 町 通 り
2%
2%
+6,80m
união
64
casa aberta
2%
otsu dori 大 津 通
2%
2%
2%
+7,80m
projeção entorno
(lotes vazios atualmente que serão ocupados no futuro)
edifícios existente vias esc 1/200
65
planta baixa -1
casa fechada estudo
arquivo
-1,00m
-2,20m
estudo terraço pne wc f 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
c
proj. rd
c
proj. rd
5
cm x 27
-2,20m
9 8 7 6 5 4 3
35 34 33 32 31 30 29 28
-2,20m 35 x 17
cm
wc m
estar
estar
18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
ise-machi dori 伊 勢 町 通 り
sala estudo
união
66
casa aberta +0,80m
m
proj. rdc
wc
estoque seco
estoque frio
16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
copa
0,00m
-2,20m
assepsia
pratos montados
hortifruti
apoio cocção
preparo sobremesa
vestiário
preparo frios
0,00m
otsu dori 大 津 通
preparo quentes
terreno projeção entorno
(lotes vazios atualmente que serão ocupados no futuro)
edifícios existente vias esc 1/200
67
planta baixa -2
casa fechada sala ensino línguas
sala ensino línguas -1,00m
erta
em cob
passag
pátio 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
ultiuso
sala m
9 8 7 6 5 4 3 2 1
35 34 33 32 31 30 29 28
ise-machi dori 伊 勢 町 通 り
-5,20m
estar
união
68
p
pne
casa aberta depósito salas
otsu dori 大 津 通 wc f
wc m
terreno projeção entorno
(lotes vazios atualmente que serão ocupados no futuro)
edifícios existente vias esc 1/200
69
projeto
corte longitudinal
ise-machi dori 伊 勢 町 通 り
co +8,8m
+1 +4,8m
rdc
+0,8m
-1 -2,2m
-2 -5,2m
otsu dori 大 津 通
esc. 1/200
71
72
73
開 casa aberta い た
74
75
planta baixa rdc casa aberta
0,00m
wc f
depósito restaurante
recepção
lavatório pne wc m
proj. +1
0,00m
proj. +1
+0,80m
acesso asa fechada c união +
restaurante
+0,80m
acesso +1
0,00m
restaurante serviço
proj. +1
proj. +1
acesso cozinha
+0,80m
esc. 1/150
76
story board casa aberta
abertura da casa no sentido da circulação dentro do terreno: leste/oeste.
deck que transpassa toda a casa e liga o interno ao externo, traz a rua para dentro do edifício. criação de um espaço urbano.
recuo da fachada. a casa se abre a partir do bloco lateral. parede interna de sustentação.
o pavimento 1 como uma espécie de mezanino permite que a todo momento haja conexão entre os dois andares.
clarabóias para iluminação zenital, ventilação e contato com o céu.
77
planta baixa +1 casa aberta
wc copa
adm
sala de
reunião
o loja
varanda
depósit
loja varanda loja
cobogó
loja
proj. cobertura
+4,80m
esc. 1/150
78
planta baixa -1 casa aberta
+0,80m
0,00m
estoque frio
estoque seco
vestiário wc
-2,20m
copa
assepsia
pratos montados
preparo frios
0,00m
apoio hortifruti cocção
preparo sobremesa
preparo quentes
+0,80m
esc. 1/150
79
referências projetuais casa aberta
casa maracanã (2012) terra e tuma
casa maipu (2016) terra e tuma
casa jardins (2014) cr2 arquitetura
referências projetuais - varanda casa aberta
casa punta (2012) mk27
engawa (séc.xv) varanda japonesa
casa da bahia (2012) mk27
house in shinjuku (2012) junpei nousaku
81
82
83
corte
casa aberta
clarabóias
+1 +4,8m
rdc
+0,8m
loja
loja
restaurante (serviço)
clarabóias
restaurante
adm
recepção
isolação de base
-1 -2,2m
cozinha
esc. 1/75
84
corte
casa aberta
clarabóias
+1 +4,8m
rdc
+0,8m
loja
loja
deck restaurante
isolação de base
-1 -2,2m
esc. 1/75
85
86
87
casa aberta loja brasileira
loja temporária
Ao invés de ter um espaço expositivo a Casa Brasileira abriga uma loja, que é por si própria uma espécie de exposição. Mostrando produtos que representam o Brasil durante todo o ano e, também, abrigando um espaço temporário para marcas brasileiras, a loja procura oferecer mais que algo para olhar, e, sim, um pouco do Brasil que os visitantes podem levar para casa.
como uma exposição, este é o espaço tempotário para receber diferentes marcas brasileiras ao logo do ano
estoque
4 3
2
1
espaço para oferecer ao longo de todo ano uma gama de produtos que representem o brasil, de comida aos objetos
caixa
voltado à escada e com vista de todos os ambientes
88
89
閉 casa fechada じ た
91
planta baixa rdc casa fechada
apoio
recepção
+0,80m
+0,80m
wc f acesso auditório
-2,20m
proj. +1
espaço
leitura
wc m
acesso aberta
casa união +
+0,80m
acesso
-1
proj. +1
0,00m
esc. 1/150
92
story board casa fechada
duas superfícies maciças em formato de “u ” interagem entre si de tal forma que permitam o acesso, mas o mantenham escondido, presenvando a estética sólida da casa
bloco suspenso do auditório proporciona pé-direito duplo e simples no térreo. ideia de peso/escuro em cima e livre/claro em baixo.
criação de um subsolo. ressaltando a ideia de maior claridadade e abertura na parte inferior, há um recorte do plano do térreo para dar acesso ao subsolo, de onde a claridade também sobe.
o jardim decai da casa aberta até a casa fechada. assim é possível abrir o subsolo ao jardim, permitindo o livre acesso e também a entrada do exterior dentro do edifício e do interno ao jardim.
cobertura quase em todo o perímetro. clarabóias são colocadas somente em algumas àreas para ventilação e um pouco de iluminação.
93
planta baixa +1 casa fechada
+5,20m
+0,80m
foyer
+3,80m
auditório
esc. 1/150
94
planta baixa -1 casa fechada
estudo
arquivo
+3,20m
pne wc f +3,20m +3,20m
estudo
estar
wc m la
assare
proj. p
jardim
esc. 1/150
95
referências projetuais - japão casa fechada
green edge house (2013) ma-style architects ishibei-koji, kyoto rua tradicional de kyoto
house t casa azuma (1976) tadao ando
96
referências projetuais - brasil casa fechada
casa butantã (1964) paulo mendes da rocha fau-usp (1969) vilanova artigas
fundação oscar niemeyer (2002) oscar niemeyer
97
98
99
corte
casa fechada
clarabóias
auditório
+1 +3,8m
recepção
rdc
espaço leitura
+0,8m
-1 -2,2m
estudo
isolação de base
esc. 1/75
corte
casa fechada
clarabóias
+1 +3,8m
auditório espaço leitura
rdc
wc
+0,8m
entrada
estar
-1 -2,2m
estudo
arquivo
isolação de base
esc. 1/75
detalhes técnicos
clarabóias casa fechada + casa aberta
clarabóias
para ventilação e iluminação
para iluminação
2%
2%
2%
2%
2%
2%
2%
clarabóias
para iluminação
para ventilação e iluminação
clarabóia
para ventilação e iluminação
intercessão na parede
isolamento cobertura
controle remoto de abertura e fechamento da clabóia através de um sistema elétrico
drenagem
sensor de água clarabóia aberta imediatamente se fecha na presença de água
suporte para elevamento vedação por espuma
sistema elétrico de controle remoto
aço para
detalhes técnicos
isolação de base casa fechada + casa aberta
abalo sísmico
O Japão está inserido na região de encontro de 4 placas tectônicas. Por tal motivo foi necessário a escolha de uma técnica que diminuisse o impacto do abalo sísmico no edifícios.
chapa de aço grossa conectada a uma coluna/radier
borracha natural
A isolação de base é uma técnica bastante adotada no país para contenção de danos. Basicamente ela consite na isolação do edifício de sua fundação. Desta maneira quando a terra se movimenta, essa movimentação não é passada em sua totalidade ao edifício. Existem várias tecnologias distintas que usam este mesmo princípio, desde alta tecnologia à soluções mais acessíveis. A escolha da tecnologia utilizada na Casa Brasileira é uma mais simples devido ao porte do edifício.
enchimento de aço
núcleo de chumbo
chapa de aço grossa conectada à fundação
rolamento com conector de chumbo
isolação de base
(dupla fundação, radier antes e depois da isolação)
isolação de base
接 união 続
planta baixa rdc união
0,00m
-2,20m
+0,80m
acesso
berta
casa a
+0,80m
acesso
a echad casa f
acesso
-2
+0,80m rma platafo ria elevató a) úlic (hidra
esc. 1/150
planta baixa -2 união
sala ensino de línguas
sala ensino de línguas
depósito
ultiuso
erta
jardim
em cob
passag
sala m
ultiuso
sala m
0,00m
wc f c
proj. rd
estar
-5,20m
pne
wc m
esc. 1/150
referências projetuais - pátio união
casa maipu (2015) terra e tuma
pátio interno (antes séc. xvi) arquitetura tradicional japonesa
(2017)
takashi okuno
residência castor delgado (1959) rino levi
referências projetuais - entrada união
nest we grow (2014) faculdade de projeto ambiental uc berkeley + kengo kuma & associates
kou-an glass tea house (2015) tokujin yoshioka
mube (1987) paulo mendes da rocha
expo milão (2015) atelier marko brajovic
111
112
113
corte união
+1 +3,8m
rdc
+0,8m
passarela
jardim
-1 -2,2m sala aula/multiuso
salas ensino de línguas
-2 -5,2m
pátio interno
sala aula/multiuso
esc. 1/75
114
corte união
+1 +3,8m
rdc
+0,8m
passarela
wc
-1 -2,2m
sala
-2 -5,2m
sala línguas
multiuso
estar
esc. 1/75
115
detalhes técnicos
teto verde + muro de arrimo
muro de arrimo com cascalho na borda para escoamento da água
Na parte do jardim que está em cima da união, optou-se por tratá-la como teto verde. Por mais que, em momentos, a camada de terra seja mais espessa, o tratamento foi escolhido para que haja drenagem correta e não haja danificação do sistema estrutural. teto verde
teto verde
teto verde
vegetação
sistema utilizado em ambos os lados substrato natural
drenagem
membrana impermeável
116
camada protetora
estrutura
detalhes cubo vazado
ponto de ancoragem
clipes
det. cabo de aço esticador
ras
u old
s
s
sa
en
p us
m
e od
o
aç
b
ca
pas
sar ela
bas
es
dec
em
i-e
nte
(0)
rra
da
k (-
2)
ara
o
çã
da
un af
ep
s ba
cubo vazado moldura do cubo e moldura da passarela todas feitas em madeira
base metálica com tratamento para a cor (semi enterrada)
117
estética brasileira pela flora japonesa
118
jardim 庭
119
paisagismo
planta referência: -1
jardim que adentra a casa fechada
espelho d’água
seixos
concreto
-1,00m
-2,20m
c
18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
proj. rd
jardim central dividido em 3 zonas:
zona oeste
zona central
gramado
gramado
0,00m
16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
zona leste
esc 1/200
121
paisagismo zona leste
1/2/3 3/4
1
Ophiopogon japonicus 'Gyoku Ryu' dormência: sempre verde altura: 12cm
Farfugium japonicum 'Kin Kan' dormência: inverno altura: 60cm
122
Aspidistra elatior 'Asahi' dormência: sempre verde altura: 80cm
2 3
Cimicifuga japonica 'Silver Blush' dormência: inverno altura: 80cm
4
paisagismo zona central
1/2
3
1
Ajuga reptans 'Planet Zork’ dormência: sempre verde altura: 5cm
Arachniodes standishii dormência: inverno altura: 45cm
3
Carex oshimensis 'Eversheen' dormência: sempre verde altura: 25cm
2
123
paisagismo zona oeste
1 2 3 4/5
2
124
1
Selaginella uncinata dormência: sempre verde altura: 15cm
4
Angelica dahurica dormência: inverno altura: 180cm
dormência: sempre verde altura: 61cm
Asarum asperum 'Silver Streak’ dormência: sempre verde altura: 8cm
3
Aucuba japonica 'Hosoba Hoshifu' dormência: sempre verde altura: 180cm
5
referências projetuais paisagismo
burle marx
sítio burle marx (1973-1994) burle marx
edifício gustavo capanema (1943) burle marx
125
126
127
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