Participação 27º Opera Prima

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PAISAGEM E ARQUITETURA

MACROÁREA (SATÉLITE)

Construção de uma Didá�ca Socioambiental

LEGENDA Perímetro da OUCAB Área do Projeto

A região Água Branca exerce na cidade importância histórica e cultural em decorrência do desenvolvimento induzido pelas ferrovias paulistanas do século XIX e as várias faces da ocupação da várzea do Rio Tietê no século XX. Observa um território que foi sendo conver�do radicalmente, transformando o Rio Tietê de um lugar onde de promoviam a�vidades de lazer dos paulistanos em uma área precariamente ocupada e com posterior decadência e poluição. No projeto de re�ficação do rio, a solução de drenagem para diminuição das áreas inundáveis foi um fator importante para o desenvolvimento, mas partes dessas medidas não foram suficientes para a consolidação da ocupação qualificada da várzea. O presente trabalho se coloca na perspec�va de ampliar o processo de melhoria da infraestrutura urbana e o reordenamento territorial sinalizadas pelo Concurso Público para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca (OUCAB), promovido em 2015 pela Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP). Tal inicia�va focalizou parte das grandes glebas existentes entre os córregos Água Branca e Água Preta. Assim sendo, o obje�vo geral deste projeto urbano foi apresentar um estudo de viabilidade incorporando a inicia�va do Concurso, mas ampliando a área, ao se debruçar sobre as demais glebas com vistas a o�mizar a área, por meios de recursos urbanís�cos e arquitetônicos contemporâneos que proporcionem a revitalização do espaço deteriorado e desqualificado. O conceito Paisagem e Arquitetura: Construção como Meio Didá�ca Socioambiental se definiu mediante a busca por necessidades reais da cidade e a preocupação com o desequilíbrio ambiental. Compreendendo a situação atual do córrego Água Branca, na verdade um canal de drenagem resultante do processo de re�ficação, o trabalho se debruça em uma releitura do espaço, a fim de verificar as condições possíveis de recuperação do meio ambiente desprezado, promover o respeito à natureza, analisar a possibilidade de inserir questões de sustentabilidade, infraestrutura verde e a valorização do espaço recriando um ambiente humanizado e ecológico. Para resgatar o convívio social com a natureza, definir claramente uma linha de drenagem, reverter a situação do córrego (canal de drenagem) e garan�r a qualidade das águas, foi concebido um equipamento associado à infraestrutura urbana integrado ao processo de recuperação do canal e capaz de contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população: Parque urbano como frente qualificada do centro expandido a noroeste.

01 08 De modo a promover a revitalização dos espaços degradados, bem como a integração entre o resultado do Concurso Público da OUCAB, o Parque idealizado, o córrego Água Branca, as infraestruturas de retenção temporária das “águas pretas” (poluídas) e o Pavilhão âncora, par�u-se do conceito de metabolismo circular, tendo nos elementos citados como estruturadores para o projeto e acionam outros que auxiliam no processo de recuperação do córrego. O córrego, assumido na perspec�va de manejo das águas, que vai além da drenagem sanitária, recupera parte da sinuosidade dos meandros originais, na ideia de revelar parte da morfologia original da várzea do rio Tietê e assim organizar os espaços do parque em ambiente diversificado e sustentável. O Pavilhão, cuja projeção mede 130x25m, apresenta solução de arquitetura que busca um lugar agradável, arejado e prazeroso em sua fruição, visto que se coloca como uma grande sombra com vazios e espaços cuidadosamente ar�culados. A proposta tem a perspec�va de uma atualização do modelo de Educação Ambiental dos anos 1970, isto é, ao invés de “ambientes para aprendizagem”, a própria construção fomentaria o conhecimento, a educação e a reflexão para os seus visitantes, de modo contemplar as progressivas inovações. Os sistemas constru�vos buscaram a sustentabilidade mediante estratégias bioclimá�cas e de conservacionismo ambiental oferecendo um espaço atraente, amigável aos visitantes, onde se promoverão alterações conscientes no entorno, de forma a atender a necessidades contemporâneas e futuras, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garan�ndo qualidade de vida para várias gerações. O pavilhão se coloca como uma superestrutura linear que abriga dois blocos independentes (apoiados) que são responsáveis pela estrutura das lajes de salas e espaços internos enquanto elementos de ligação (passarelas) são suspensos (a�rantados) sobre o vão central e nas extremidades de forma a tornar leve e equilibrado o conjunto edificado. Em termos programá�cos será usado ainda para eventos e exposições temporárias de interface ambiental, além da exposição permanente de soluções sustentáveis, com o obje�vo de manter o debate constante e atualizado entre o poder publico, população e setores envolvidos, de forma dinâmica, intui�va e intera�va. Através do ciclo hidrológico e a captação de águas pluviais pela drenagem urbana do bairro, o projeto tem o obje�vo servir como âncora para um sistema inovador: infraestrutura ecológica. Um processo de manejo e tratamento de águas urbanas que envolve desde a conexão com infraestruturas de modelo sanitarista (padrão atual que se revela ultrapassado) até a disposição de elementos ‘a�vos’ no paisagismo tratamento dos espaços. O Pavilhão, assim como as demais construções já foram concebidas como parte desse manejo. Nesse sen�do, o conjunto se configura como uma hipótese viável nas relações entre a recuperação do córrego Água Branca, uma Educação Ambiental para o século XXI e a nova urbanidade pretendida para o território no qual se insere.


REORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

“O objetivo existente na lei da Operação Urbana como incentivar a ocupação das áreas vazias, por exemplo, nos trazem alguns questionamento de que ainda falta um projeto urbano com determinações mais precisas e com objetivos mais concretos. Mesmo com essas importantes questões, é visível que a área tem passado por melhoramento”.

02 08

(PORTO, Débora de Fátima Surati. Operação urbana Água Branca:gestão e espaço físico. São Paulo: USJT, 2009)

Sendo assim, considerando o resultado do Concurso para o Plano de Urbanização do Subsetor A1, cujo obje�vo de buscar soluções para reverter a situação urbana existente, pode ser encarado como uma oportunidade para inaugurar um processo de transformação dos rios, suas margens, territórios da cidade historicamente ignorados. A imagem 01 mostra o resultado final do 1º Prêmio. O esquema apresenta o ciclo de análise territorial que ar�cula em conjunto, para o desenvolvimento do projeto: 1. Concurso OUCAB

2. Estudo de

Reodernamento do Tecido Urbano

3. Infraestrutura Precária

Imagem 01: iabsp.org.br/concursoaguabranca/. Úl�mo acesso em 23/10/2015

4. Despoluição do córrego

PANORAMA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

LOCALIZAÇÃO DO TERRITÓRIO E PREMISSAS DE PROJETO Área do Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca

Nesta área a par�r da inicia�va do concurso da PMSP para o plano de urbanização do Subsetor A1, no perímetro da OUC Água Branca, tem a estratégia de organização e transformação urbana, a fim de recuperar e dinamizar a interação entre o tecido urbano e o meio ambiente. A área composta por terreno de propriedade pública e com a infraestrutura urbana precária, necessita de investimento para reordenar o território, tendo (...) “os conjuntos habitacionais, aliados aos equipamentos públicos educacionais, culturais, esportivos e de saúde desempenhando o papel importante em

LOCALIZAÇÃO DO TERRITÓRIO E PREMISSAS DE PROJETO Indicação da Área de Estudo

Área do Concurso da Operação Urbana Consorciada Água Branca

função de articular os espaços para o bem estar da sociedade e a aproximação do Rio Tietê.” (TERMO DE REFERÊNCIA, 2013) Em decorrência desta ideia de reestruturação urbana e do potencial de transformação associada a um planejamento equilibrado, a área do concurso, tem como possibilidade de melhoramento geral, quando apontada a área “a esquerda”, um elemento con�nuo e integrador neste processo de desenvolvimento (próximo ao córrego Água Branca conforme apontado no mapa ao lado - área de estudo) e consequentemente ar�culado ao contexto urbano em que se insere. SOBREPOSIÇÃO AEROFOTO GOOGLE EARTH + MAPA 1930


03 08

LEGENDA PLANO MASSA DE VEGETAÇÃO BOSQUES NATIVAS

QUERESMEIRA ESPAÇAMENTO 8 m

PATA DE VACA ESPAÇAMENTO 6 m IPÊ AMARELO ESPAÇAMENTO 10 m PAU FERRO ESPAÇAMENTO 15 m

FREGUE

RESEDÁ ESPAÇAMENTO 5 m

SIA DO Ó

Jatobá Suinã Peroba rosa Pau d’alho Pau brasil Monjoleiro Jaracatiá Guapuruvu Cerejeiras

PONTE

BOSQUES FRUTÍFERAS

JACARANDA ESPAÇAMENTO 15 m

Pitangueira Jenipapo Gabiroba Cambuci Uvaia Cagaita Jabuticaba Grumixameira Abacateiro

BOSQUES NATIVAS ESPAÇAMENTO BOSQUES FRUTIFERAS ESPAÇAMENTO CEREJEIRAS

AVENID A AVENID A

MARGIN A

L TIETÊ

PRESID

ENTE C

ASTELO

RIO

BRANC O

TIE

PISOS - TIPOS PISO 1 - EM PLACA DE CONCRETO 40 x 40

49 58

PISO 2 - EM PLACA DE CONCRETO 40 x 40

49

PISO 3 - EM PLACA DE CONCRETO 40 x 40

46

49

MÓDULO DE CULTIVO PARA HORTAS COMUNITÁRIAS EM COBERTURA

A

A

Ref: Park am Gleisdreieck Ref: Valenje City Center Promenade Flaschenhals

48

CO

I TE

MARTIN ELLI

O TÃ

PI

PISO 6 - SEMIPERMEÁVEL (Acessos, escadas, rampas) 40x40

A RU

A FR

53

Bosques e Arquibancada Ref: Quilapilún Park

43

44

39

RUA

RUA A

COMEN

PISO 9 - RETANGULAR PERMEÁVEL DRENANTE CONCRETO POROSO (ciclovias) 16 x 8

Bosques

37

RUA S.D.O

Passarela

38 22

59

40

55

02

03 16

50 37

Ref: Perreux River Banks

01 ACESSO A PASSARELA TERRENO NORTE 02 PASSARELA 03 EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS 04 BACIA DE RETENÇÃO SECA 05 ESPELHO D’ÁGUA 06 MARQUISE 07 CEU - BLOCO PRINCIPAL 08 CEU - BLOCO ESPORTIVO 09 UBS 10 BOSQUES FRUTÍFERAS 11 PISTA DE SKATE 12 CGMI 13 ESTAÇÃO BRT/ BICICLETÁRIO BIKE SHARING 14 PASSARELA DE TRANSPOSIÇÃO SOBRE A ROTATÓRIA 15 PRAÇA CÍVICA 16 BOSQUES NATIVAS

16

50

41

REF: http://www.smobras.com.br http://www.oterprem.com.br http://www.intercity.empresascity.com.br/pisos

CONCURSO ÁGUA BRANCA - OUCAB

40

42

Ref: Quilapilún Park

AVENID A

DECK DE MADEIRA

54

42

PISO 8 - PERMEÁVEL DRENANTE CONCRETO POROSO (calçada) 40 x 40

PISOGRAMA

25

S.D .O

DADOR

PISO 7 - INTERTRAVADO PERMEÁVEL JUNTAS ALARGADAS (via de tráfego) 16 x 8

CA

24

45

IS

NC

51

47

X

PISO 4 - SEMIPERMEÁVEL (Praça seca e Praça com aspersores d’água) 40x40 PISO 5 - SEMIPERMEÁVEL (Praça seca) 40x40

R EI

G NO

01

50 24

Trilhas

PONTE JULIO DE MESQUITA NETO

IR

UE

VEGETAÇÃO NATIVA RASTEIRA

Bancos, gramìneas e canteiros

AVENIDA S.D.O

GRAMA SÃO CARLOS

44

24

39

58

21

03 57 58

16

57

Deck de madeira do córrego

04

Passarela

Ref: Park Groot Schijn

17

24

Ref: The Lahnaue Giessen

56

60 36

04

06

10

18

37 59

35

19

23

PARQUE

57

15

58

Deck de madeira suspensa

17 ACESSO PRINCIPAL (informações/administração/bicicletário) 18 ALUGUEL PARA BICICLETA 19 PONTO DE ÔNIBUS 20 ESPAÇO DE ENCONTRO 21 PAVILHÃO 22 BORBOLETÁRIO 23 QUADRA DE TÊNIS 24 SANITÁRIOS/ BEBEDOUROS 25 LANCHONETE 26 PRAÇA COM ASPERSORES D’ÁGUA 27 PARQUE INFANTIL 28 EQUIPAMENTO PARA ATIVIDADES FÍSICAS 29 PRAÇA PARA ATIVIDADES LIVRES 30 ESPAÇO QUADRA POLIESPORTIVA 31 PORTÃO - A 32 ESTACIONAMENTO - A 33 DRENAGEM NATURAL CONDUZIDA 34 ETE 35 TEC - GARDEN 36 SEDE ADMINISTRATIVA 37 DECK DE MADEIRA 38 LAGO DE RETENÇÃO 39 PASSARELA 40 RAMPAS (acesso ao córrego) 41 BOSQUES FRUTÍFERAS 42 HORTA COMUNITÁRIA 43 ARQUIBANCADA AO AR LIVRE 44 BOSQUES 45 PORTÃO - B 46 ESTACIONAMENTO - B 47 PONTO DE COLETA SELETIVA 48 QUIOSQUES 49 TRILHA 50 PÉRGOLA 51 BOMBEIRO / POLICIAMENTO 52 PERCURSO EM PEDRISCO 53 PORTÃO - C 54 ESTACIONAMENTO - C 55 BOULEVARD 56 ELEMENTO ESTRUTURAL/ MONUMENTO 57 CICLOFAIXA 58 CALÇADA 59 CANTEIROS 60 PRAÇA SECA

07

RU AS

25

.D.

Ref:Yanweizhou Park in Jinhua City

57

O

05

RUA X

34

08

26

27

04

11

34

10 31

33

Praça - pisos drenantes Ref: Zollhallen Plaza

32 30

24

28

24

04

29

AVEN IDA M A

RQU

ÊS D

E SÃ O VIC

ENTE

12

IMPLANTAÇÃO PARQUE

13

Aspersores d’água Ref: Joel Weeks Park

N 0 5

15

25

40

Parque Infantil Ref: Joel Weeks Park

14


04 08

AMPLIAÇÃO 2 AMPLIAÇÃO 1

AMPLIAÇÃO 1

AMPLIAÇÃO 2

METABOLISMO CIRCULAR Os diagramas a seguir foram elaborados para ilustrar o conceito metabolismo circular, com o obje�vo de apresentar o funcionamento básico de infraestrutura ecológica que irá se implantar no projeto entre o córrego, o parque e o Pavilhão, a par�r do conjunto de referências pesquisadas de modo a providenciar melhorias de drenagem, infraestrutura urbana, aproveitamento de captação de águas pluviais, sustentabilidade e qualidade da área de estudo ou até mesmo de todo o bairro através da interconexão com parte da infraestrutura instalada (inves�mento a longo prazo).

TUBO DE DESCARGA

SISTEMA ECOLÓGICO ETE ESGOTO

Por meio da distribuição de redes ramificadas, as águas pluviais passam pelo tudo de descarga e chegam ao reservatório principal, conforme o esquema a seguir:

MAIOR UMIDADE

SEPARAM ÁGUAS PLUVIAIS

MENOR TEMPERATURA

Distribuição

REAPROVEITAMENTO

COMO?

SISTEMA EXISTENTE ESGOTO

Armazenamento (Reservatório)

Córrego

Reservatório Principal

Através da cota mais alta da topografia, a distribuição de rede (tubo de descarga), poderá chegar por gravidade ao armazenamento principal, localizado no Pavilhão, enquanto os demais armazenamentos seriam adotados em cotas mais baixas.

MENOR UMIDADE

MISTURAM ÁGUAS PLUVIAIS

Tubo de Descarga

MAIOR TEMPERATURA

AMPLIAÇÃO 4

AMPLIAÇÃO 3

Esquema de Elaboração própria a par�r da análise de projeto.

AMPLIAÇÃO 3

AMPLIAÇÃO 4


05 08

Vista Frontal - Entrada Principal

Vista Interior - Térreo

RADIAÇÃO E TROCA DE CALOR

COLETA DE ÁGUA PLUVIAIS


06 08

Vista Interior - Sala Digital

Vista Posterior PAVILHĂƒO EXPLODIDA

Vista Lateral Direita


07 08

Vista Frontal

Vista Posterior


08 08

“A cidade nasce da água. A história urbana pode ser traçada tendo como eixos as formas de apropriação das dinâmicas hídricas. A trajetória das relações entre cidades e corpos d’água reflete, assim, os ciclos históricos da relação entre homem e a natureza”. Vista Interior

(MELLO, S.S.Na beira do rio tem uma cidade:urbanidade e valorização dos corpos d’água. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília,2008)


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