Porosidade Urbana: Membrana de troca no território periférico | TFG | Julia Nogueira S. | 2020/2

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POROSIDADE

URBANA

:membrana de troca no território periférico

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TFG Julia Nogueira da Silva 10 de Dezembro de 2020 Trabalho final de graduação Centro Universitário Belas Artes Orientado pela Professora Mestre Solimar Mendes Isaac

2020 3


agradecimentos

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Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma ou de outra contribuíram com a minha formação e entrega deste presente trabalho. À minha orientadora Solimar Isaac, pelas conversas sempre acolhedoras, dicas e conselhos - sendo estes arquitetônicos ou não - principalmente num cenário tão caótico quanto de uma pandemia mundial. Ao Centro Universitário Belas Artes pelo fornecimento da minha bolsa de estudos para que eu pudesse realizar um curso superior, e por toda visibilidade gerada e apoio proporcionados ao decorrer do curso com a exibição de outros trabalhos meus. À minha família, minha mãe Ioleta, por ser o meu maior referencial de amor e integridade, meu pai Nestor, um homem simples que é meu maior exemplo na construção civil, às minhas irmãs, Laura e Isabela, por todo apoio diário e emocional. À minha tia Iracema, exemplo de perseverança pois sem ela eu não teria feito minha matrícula na faculdade. Ao meu namorado Murillo por entender incondicionalmente quando eu estava ocupada demais fazendo TFG. Aos meus amigos, bolsistas periféricos e colegas de faculdade, principalmente ao Paulo e a Aline por tantos sufocos que passamos juntos, entre entregas de trabalhos, fofocas na biblioteca e conversas na padaria. À equipe do escritório KSAA, Olavo, Leonardo, Tais, Dri, Natalia e Rafa, por tantos ensinamentos e exemplos de parceria e profissionalismo. À todos escritórios que trabalhei e colaborei, que influenciaram decisivamente na minha formação como arquiteta com ressalvas ao FGMF, o qual utilizo uma de suas metodologias para a concepção deste trabalho final de graduação. Sem mais, meu mais sincero, obrigada!

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sumário

1 prológo, 8 2 introdução, 10 3 Cidade porosa, 16 3.1 Conceito, 18 3.2 Justificativa, 21 3.3 Retalhos e recortes, 24 3.4 Público alvo, 28 4 Periferia, 30 4.1 Conceito, 32 4.2 Breve histórico, 36 4.2 A relação territorial, 38 4.4 Forças das estruturas, 40 4.5 Raio de Alcance Efetivo (RAE), 48 4.6 Favela Jardim Adutora, 60 5 Membrana de Permeabilidade, 74 5.1 Conceito, 76 5.2 Estratégias de permeabilidade, 80 5.3 Realocação das moradias, 90 5.4 Mutirão de construção, 102 5.5 O projeto, 104 6 estudos de caso, 150 7 bibliografia, 158 6


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Mas afinal, o que é porosidade? E como ela se relaciona com o território periférico? Moradora de São Mateus distrito localizado na Zona Leste de SP, extremo da cidade, e sendo de fato, uma pessoa periférica, também me fiz a mesma pergunta ao me deparar com este tema quando o escolhi para ser o principal do meu trabalho final de graduação.¹ Cidades porosas, é uma metá fora utilizada para compreender a imagem “porosa” das cidades que são resultado da expansão intensa da malha urbana. Segundo estudos, quanto mais porosa uma cidade é, mais são áreas desconectadas e fragmentadas que ela apresenta. Ou seja, a palavra porosa/poroso é aplicada à contextos que em sua totalidade tem porções de distintas de territórios. Já a ideia da porosidade urbana, de forma complementar, ajuda a compreender COMO áreas periféricas ou limítrofes (ditos fragmentos) aparecem em contextos metropolitanos, sendo particularmente comum nas cidades latino-americanas. Tá, e os territórios periféricos? O crescimento urbano da metrópole paulista, por meio da expansão desenfreada da urbanização formou o que se denominou periferia. Com o decorrer da pesquisa é possível constatar que essa morfologia territorial é a que mais apresenta construções espaciais que estão entre fragmentos: o formal e o informal, o rico e o pobre, à margem e à inclusão. De fato, se faz necessário superar a visão dual e fragmentada da realidade urbana, que apartam centro e periferia, como uma rede cheia de buracos e sim conecta-los. 8

1. Essa é única vez que este trabalho será escrito na primeira pessoa, devido o caráter pessoal que inicia e finaliza a investigação aqui proposta. A partir disso, o trabalho, devido seu caráter acadêmico e alcance de construção coletiva, segue desenvolvido na primeira pessoa do plural.


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prol贸go prol贸go prol贸go prol贸go 9


intro. intro. intro. intro.

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O seguinte trabalho final de graduação, pertinente a disciplina de projeto urbano, propõe uma reflexão acerca do tema “porosidade urbana”. A pesquisa parte do entendimento que São Paulo é formada por fragmentações territoriais, resultado este de um crescimento constante e desenfreado da urbanidade.² Dentro deste cenário, surgem novas metáforas para explicar este fenômeno, como o da cidade porosa. ³ Aborda-se aqui estabelecer uma relação direta com a porosidade acreditando que a vivência do espaço arquitetônico aliada ao desenho urbano pode reconectar territórios que até então estavam fragmentados, além disso, esta pesquisa busca trazer uma reflexão urbana sobre o desafio que é trabalhar com porosidade, tratando de fazer uso do espaço urbano já consolidado e adequando suas relações já estabelecidas. Tem como objetivo facilitar conexões territoriais, incentivar a permeabilidade cultural e o desenvolvimento de práticas sociais sobre um recorte escolhido do distrito de Sapopemba na cidade São Paulo. Utiliza-se a favela Jardim Adutora como objeto de investigação analisando suas pré-existências e narrativas construídas, introduzindo propostas que visam estimular trocas em potenciais para favela, como: equipamentos culturais, travessias, praças públicas, renaturalização do córrego e reconexão com água. 11

2 2. Segundo Caldeira (2000), a cidade de São Paulo é um exemplo extremo de fragmentação espacial, que cria um sistema urbano ineficiente, caracterizado por rigidez e violência. Enquanto, a fragmentação física é criada pelas paredes, a fragmentação espacial não se baseia apenas em barreiras físicas, mas também em diferenças socioeconômicas. 3. Em sua significação iridescente, o termo porosidade/cidade porosa se desenvolve de uma metáfora descritiva e analiticamente empregada em direção à uma agenda urbanística. Este tem sido um processo ao longo de décadas, mas ganhando força nos ultimos anos. A fonte referida é um ensaio de 1925 sobre Nápoles, de Walter Benjamin e Asja Lacis.


fragmentação

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poro


osidade

barreiras

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“Para trabalhar com a porosidade é preciso dispor de oportunidades para melhorar a permeabilidade do tecido urbano, aprimorando a qualidade do domínio público e aumentando as práticas públicas. Esse raciocínio pode dar origem a um novo projeto para a cidade, a partir de sua constituição material, alterando a sua imagem, bem como sua forma de trabalhar um projeto com grande ênfase sobre seu caráter social e econômico.“ (ANTWERP, TERRITORY OF A NEW MODERNITY, 2005 Bernardo Secchi, Paola Vigano)

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16


3

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3.1

4. “Tão porosa quanto esta pedra é a arquitetura. A construção e a ação se interpenetram nos pátios, galerias e escadas. Em tudo eles preservam a possibilidade de se tornarem um teatro de novas e imprevistas constelações. Evita-se o carimbo do definitivo. Nenhuma situação parece intecionada para sempre, nenhuma figura afirma seu ‘assim e não de outra forma’ “. (Benjamin e Lacis 1925, 165 -66) 5. THRIFT, Amin Ash e Nigel. Cities: Reimagining the Urban. Reino unido: Polity press, 2002.

Cidade Porosa

Porosidade é uma metáfora para áreas urbanas com descontinuidades, espaços vazios e bairros desconectados. Mas para entender realmente como termo porosidade é aplicado dentro de um contexto urbano (resultando no conceito de “cidade porosa”), se faz essencial considerar os diferentes aspectos da abordagem do termo e o debate teórico sobre o conceito. A porosidade parte, há muito tempo, do repertório de estudiosos italianos, e está relacionada com a descrição que o filosofo alemão Walter Benjamin fez da cidade de Nápoles em 1925. Ao escrever sobre Nápoles, usou a porosidade como uma metáfora para a experiência espacial daquela cidade. Contudo, a porosidade descrita por Benjamin e Lacis (1925) não se refere ao conceito de espaços abertos ou vazios, ou somente vazios, mas sim à possibilidade de encontro e a mistura de diferentes espaços a partir de uma perspectiva cultural e social. 4 Ainda segundo a perspectiva de Benjamin e Lacis (1925), Nápoles mostrava como a palavra “definitivo” não encontrava espaço na cidade contemporânea, que está em contínuo movimento, onde a fragmentação não é um estado transitório, mas um resultado da metrópole contemporânea, uma resposta dessa mesma modernização. A realidade urbana contemporânea é marcada por essa contínua mistura de imagens, experiências, códigos e cultura. Relacionando essa indefinição espacial para os autores contemporâneos, a porosidade identifica qualidades e atributos arquitetônicos que são indispensáveis à complexidade e adaptabilidade dos espaços urbanos. Como colocaram Amin Ash e Nigel Thrift, “a porosidade é o que permite a ci18


dade se moldar e se remodelar continuamente” (Ash e Thrift 2002). 5 Outra abordagem contemporânea do conceito, é analisar a porosidade como um aspecto da morfologia urbana. Adolphe (2001) criou um coeficiente de porosidade, usando os volumes de espaços abertos e espaços construídos em uma cidade como variáveis. Ou seja, a proporção de espaços cheios e vazios se torna coeficiente para um papel de análise na compreensão do território. 6 Já Secchi e Viganò (2009) verificaram através da descrição da cidade contemporânea uma nova cultura, a do vazio que prevalece sobre o cheio. É só observando a cidade a partir do vazio que o conjunto de fragmentos dispostos em um território pode ser novamente interpretado em termos de cidade. Do vazio surgem novas figuras, e uma delas é a da “cidade porosa”, onde existe um vazio entre um elemento edificado e outro. Uma cidade porosa refere-se a zonas intermediarias, entre espaços e limites que permeiam os ambientes urbanos. Tais espaços se fundem, fornecendo o pano de fundo para imprevistos: Porosidade diz respeito às diferentes maneiras de utilização do espaço urbano e de deslocamento dentro da cidade pelos diferentes usuários, não somente os humanos, mas também de outras espécies. A porosidade é uma descrição e uma atitude de projeto: uma maneira diferente e inusitada de conceber espaços (interstícios do tecido compacto, como jardins privados, espaços abertos na grande cidade moderna, passagem para pessoas e natureza nos espaços construídos descontí19

6. ADOLPHE, Luc. A simplified model of urban morphology: application to an analysis of the environmental performance of cities. Sage Journals. 2001.


nuos, parques, praças, jardins) e práticas (públicas, individuais e coletivas). Para trabalhar com a porosidade é preciso dispor de oportunidades para melhorar a acessibilidade e a permeabilidade do tecido urbano, aprimorando a qualidade do domínio público e aumentando as práticas públicas. Esse raciocínio pode dar origem a um novo projeto para a cidade, a partir de sua constituição material, alterando a sua imagem, bem como sua forma de trabalhar um projeto com grande ênfase sobre seu caráter social e econômico (SECCHI, VIGANÒ. ANTWERP, TERRITORY OF A NEW MODERNITY, 2009, p.121). 7

7. SECCHI, Bernado e ViGANÒ, Paola. Antwerp, territory of a new modernity. Spacial Strategic Struture Plan of Antwerp. Preliminare Project. Antwerp, 2009.

Mantendo essas diferentes abordagens em mente, surge daí o conceito de cidade porosa e a percepção da necessidade de ampliar as discussões sobre problemas urbanos, de desigualdade social e mobilidade a partir dos fragmentos resultados da urbanidade. Dentro deste ponto de vista, também é abordado como a porosidade pode ter efeitos negativos dentro dos sistemas urbanos. Sendo um conceito interessante para se repensar os significados e o projeto da cidade contemporânea. Ao mesmo tempo, indica que não há só uma maneira de compreender o território de um determinado contexto, sendo o entendimento dos autores a ilustração de caminhos possíveis para uma leitura que envolve diversificação, improvisações e uma relação entre cheios e vazios. Para a seguinte pesquisa, parte-se do conceito de cidade porosa como uma malha repleta de retalhos. Entretanto, os espaços que se configuram como “retalhos” podem fornecer flexibilidade, fluidez e capacidade de absorção nas grandes cidades, melhorando assim as conexões espaciais e sociais no ambiente construído. 20


justificativa

O surgimento de territórios com essas características está diretamente associado ao rápido processo de urbanização nas cidades brasileiras.

3.2

Segundo Altes, Pessoa e Tasan-Kok (2016) 8 dentro de um recorte temporal, de 1960 a 2010, a taxa de urbanização do Brasil saltou de 44,6% para 84,5%. Esse rápido processo de urbanização trouxe uma mudança fundamental nas cidades brasileiras. As autoridades de planejamento foram desafiadas além de sua capacidade de lidar com a velocidade da urbanização. Como resultado da aceleração da urbanização e do crescimento urbano e do aumento do desenvolvimento urbano orientado a oportunidades, surgiu um padrão de desenvolvimento que se configurava como “retalhos”: diferentes áreas foram desenvolvidas, sem necessariamente estarem conectados entre si, deixando muitas zonas “intermediárias” na estrutura espacial urbana. O surgimento desses retalhos podem ocorrer tanto em situações de declínio quanto em situações de crescimento populacional (PESSOA,2006).9 O declínio pode resultar em vazios; e o crescimento pode gerar barreiras. Na pesquisa realizada pelo Proceedings of the Institution of Civil Engineers em 2016, no Brasil devido seu crescimento ocorreu o surgimento de áreas impenetráveis, onde o acesso é restrito a um grupo específico. Conforme mencionado por Stavrides (2007), 10 bairros fechados e favelas impenetráveis têm uma porosidade extremamente baixa, no sentido de que são configurações espaciais rígidas com acesso controlado e baixa conectividade com o resto da cidade. 21

8. Korthals Altes, Willem & Pessoa, Igor & Tasan-Kok, Tuna. (2015). Brazilian urban porosity: Treat or threat?. Proceedings of the ICE - Urban Design and Planning. 169. 1-9. 10.1680/udap.15.00009. 9. BORDE, Andrea Pessoa. Vazios urbanos: perspectivas contemporâneas. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Rio de janeiro, 2006. 10. Stavrides S (2007) Heteropias and the experience of porous urban space. In Loose Space: Possibility and Diversity in Urban Life (Franck KA and Stevens Q). Routledge, Abingdon, UK, pp. 174–192


Evolução da Mancha Urbana da Região Metropolitana de São Paulo, 1881-

Fonte: Imagem retirada do mestrado Periferia: conceito, práticas e discursos - Práticas sociais e processos urbanos na metrópole de São Paulo

Elaboração: Edição da Autora 22


3.2

justificativa

-1995 11

. 11. INFURB.

23


crescimento e projeção populacional

Fonte: IBGE - Censos demográficos 1980, 1991, 2000 e 2010. SMDU/Dipro - Retroestimativas e Projeções Elaboração: Autora 24


3.3 12

retalhos e recortes

Pessoa (2006), refere-se ao surgimento de porosidade tanto em situações de crescimento quanto de declínio populacional, para isso, é necessário analisar territórios com fenômenos do tipo. No caso do distrito de Sapopemba (localizado em São Paulo - Brasil), segundo o levantamento realizado pelo SDMU/Dipro dentro do período 1980 a 2000, houve um crescimento populacional de 120.000 pessoas - resultando diretamente na quantidade de favelas e loteamentos irregulares - configurando barreiras tanto sociais quanto físicas -. Entretanto, a partir de 2010 até 2040, a região começa a enfrentar um futuro esvaziamento projecional. Com a taxa de crescimento anual do distrito reduzida, a área é estável do ponto de vista demográfico, e compõe hoje o anel conhecido como “periferia consolidada” da cidade. Por estar nesse cenário de consolidação trata-se de uma zona de transição entre os distritos centrais da metrópole, em regressão populacional. Sapopemba portanto, não é uma periferia distante, nem obedece ao estereótipo, frequente no senso comum, daquela região abandonada e desolada. Sendo de fato, um lugar privilegiado para estudar as fronteiras, limites e fluxos de conexão entre as periferias e o “mundo externo”.

12. PESSOA, Igor Tempels Moreno. Fragmentação espacial e auto-organização: uma relação negativa nas metrópoles brasileiras. urbe, Rev. Bras. Gest. Urbana , Curitiba, v. 11, e20180002, 2019.

25


_ cidade de São Paulo

_ Sapopemba Fonte: IBGE e Geosampa. Presença de núcleos habitacionais, favelas e loteamentos irregulares por toda expansão da cidade de São Paulo. Elaboração: Autora 26

_ núc


3.3

retalhos e recortes 13. Os núcleos urbanizados são favelas dotadas de 100% de infraestrutura de água, esgoto, iluminação pública, drenagem e coleta de lixo, viabilizadas através de ações por parte do poder público ou não. Porém, ainda não regularizadas legalmente. (Habita Sampa)

A escolha do recorte de estudo, assim como sua justificativa e aplicação do conceito estão relacionadas com territórios que caracterizam-se de forma clara a ideia de fronteiras ou espaços intermediários/limítrofes.

14. As favelas se caracterizam por assentamentos precários que surgem de ocupações espontâneas feitas de forma desordenada, sem definição prévia de lotes e sem arruamento, em áreas públicas ou particulares de terceiros, com redes de infraestrutura insuficientes, em que as moradias são predominantemente autoconstruídas e com elevado grau de precariedade, por famílias em situação de vulnerabilidade. (Habita Sampa)

O mapeamento a seguir identifica as favelas, loteamentos irregulares e núcleos habitacionais presentes na cidade de São Paulo. O enfoque é claro nas margens periféricas da cidade onde essas morfologias espaciais são mais presentes. Partimos de Sapopemba, com a presença de 44 favelas, 4 núcleos habitacionais, e 36 loteamentos irregulares, sendo bem significativas essas porções de assentamentos informais frente à configuração formal do território.

cleos habitacionais quantidade: 4

13

_ favelas

15. Os loteamentos irregulares são assentamentos em que a ocupação se deu a partir da iniciativa de um agente promotor e/ou comercializador, sem a prévia aprovação pelos órgãos públicos responsáveis. (Habita Sampa)

14

quantidade: 44

_ loteamentos irregulares quantidade: 36

27

15


População residente por sexo ePopulação idade residente por sexo e idad 0 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 a 64 anos 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 79 anos 80 ou mais 0

2.000

4.000

6.000 Mulheres

8.000 Homens

Fonte: Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento/SMDU - Coordenadoria de Produção e Análise de Informação/GEOINFO, IBGE Elaboração: Autora 28


3.4

público alvo

de O público alvo do projeto, em um primeiro momento são as pessoas que habitam e transitam no recorte imediato delimitado pelas ruas aqui estudadas e devidamente intervidas. No segundo momento, atingir as pessoas presentes dentro do raio de alcance efetivo (RAE) desenvolvido mais a frente na pesquisa que é o espaço urbano que “absorve” a mesma realidade do território de intervenção.

10.000

12.000

Com uma população mista e diversificada, bem equilibrada no que se referem aos sexos, entretanto com uma porção maior de pessoas da faixa etária entre 9 a 39 anos, devido o distrito ter uma população relativa jovem com a expectativa de vida menor que a de outros distritos.

14.000

29


4

30


31

periferia periferia periferia periferia


Periferia A construção do termo “periferia urbana” da cidade de São Paulo é obra coletiva que foi sendo materialmente construída à margem dos processos formais de produção da cidade.

4.1

A produção da periferia é resultado de processos urbanos presentes desde fins do século XIX, que se consolidam a partir dos anos 1930, momento de aceleração da urbanização relacionada ao crescimento e consolidação da economia industrial.16 Segundo Tanaka (2006),17o crescimento urbano da metrópole paulista, por meio da expansão do que se denominou periferia, baseou-se em um padrão horizontal realizado à margem dos processos legais e regulares de produção do espaço urbano. Este padrão espacial como forma de crescimento ganhou intensidade nas décadas de 1950 e 1960, período de intenso crescimento populacional de São Paulo, decorrente dos fluxos migratórios que a cidade recebeu atraídos pela oferta de emprego na cidade industrial. Ele caracterizou-se por apresentar espaços segregados da cidade formal e moderna 18 que começam a ganhar visibilidade e a aparecer na mídia, como resultado do tamanho de suas populações e do aumento da importância das mobilizações dos movimentos de bairro e do interesse econômico que representam no crescimento da cidade. A periferia só se torna objeto de estudo para os arquiteto-urbanistas a partir da década de 1970, dentro de um campo de reflexão que pretende avançar na compreensão dos processos de produção do espaço urbano da metrópole de SP. 32

16. Francisco de Oliveira (1972) coloca a década de 1930 como momento de inflexão da economia brasileira, passando de agrária-exportadora para urbano-industrial. São Paulo já vinha sofrendo um intenso crescimento desde fins do século XIX, mas a partir desta década o crescimento é eminentemente em função da economia industrial. 17. Tanaka, Giselle Megumi Martino - Periferia: conceito, práticas e discursos; práticas sociais e processos urbanos na metrópole de São Paulo / Giselle Megumi Martino Tanaka. - São Paulo, 2006. 18. .Denominada moderna por seguir padrões urbanísticos semelhantes aos das cidades industriais dos países centrais e por ser produzida a partir de processos de produção capitalistas, em contraponto com o modo ‘atrasado’ de produção da periferia.


O campo de pesquisa sobre a periferia na arquitetura e urbanismo abre-se por uma pesquisa desenvolvida por Maria Ruth Sampaio e Carlos Lemos, iniciada em 1965 como uma pesquisa piloto, e depois através de uma pesquisa mais elaborada em 1972, sobre a casa popular. Esta pesquisa teve como objetivo investigar a arquitetura, processo construtivo e condições de construção, assim como as expectativas da população com relação à sua casa. Inicia-se com a motivação entender as reais “expectativas proletárias” com relação à sua casa, para se contrapor ao que os arquitetos modernos vinham projetando como casa popular, segundo os pesquisadores, sem conhecimento sobre os “aspectos culturais do povo” (SAMPAIO e LEMOS, 1978, 1993). 19

19. SAMPAIO, Maria Ruth Amaral de; LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Casas proletárias em São Paulo. São Paulo: FAU USP, 1993) 20. BONDUKI, Nabil e ROLNIK, Raquel. Periferias: Ocupação do Espaço e Reprodução da Força de Trabalho, FAU USP/FUPAM, Cadernos PRODEUR. São Paulo:1979; 21. MARICATO, Ermínia (org.). A produção capitalista da casa (e da cidade) no Brasil Industrial. São Paulo: Editora Alfa-omega, 1979.

Na sequência, ampliando o campo de pesquisa para a produção do espaço urbano, dentre uma pesquisa a destacar está a desenvolvida por Nabil Bonduki e Raquel Rolnik, orientada por Lúcio Kowarick: “Periferias: Ocupação do Espaço e Reprodução da Força de Trabalho” (BONDUKI e ROLNIK, 1979),20 e a publicação organizada por Ermínia Maricato: “A produção capitalista da casa (e da cidade) no Brasil Industrial” (MARICATO, 1979),21 que reúne artigos e ensaios de Paul Singer, Gabriel Bolaffi, Rodrigo Lefèvre, Ermínia Maricato, Nabil Bonduki e Raquel Rolnik, que correspondem às pesquisas mais significativas desenvolvidas neste momento. A partir deste momento, são introduzidos novos elementos para pensar a produção da cidade, tendo como centro o debate sobre a produção da periferia e o acesso à terra pelos trabalhadores urbanos. 33


Em função da forma como a cidade vem se desenvolvendo, Singer (1979),22 aborda que novas localizações são criadas a cada momento, através da incorporação de novas terras (antes rurais) e com a extensão dos serviços urbanos. Há na cidade uma escassez de serviços públicos em função da velocidade com que novas áreas são incorporadas e do custo para a instalação destes serviços. O autor entende que as áreas mais providas são as áreas centrais, com alto grau de serviços urbanos em função de sua consolidação, e as áreas periféricas são as menos providas, e portanto menos valorizadas, formando um gradiente de valorização do centro para a periferia.23 À medida que a cidade cresce, novos investimentos em serviços urbanos são realizados, gerando novas áreas valorizadas e um deslocamento das atividades. O doutorado A Periferia como Fronteira de Expansão do Capital, de Ivone Mautner (1991),24aborda também a questão da produção do espaço urbano, destacando a periferia como um espaço urbano particular Com relação à periferia, a autora se refere bastante à necessidade de superação da visão fragmentada da realidade urbana, que apartam centro e periferia, formal e informal. Cita a importância de Crítica à Razão Dualista (OLIVEIRA, 1972) 25no ataque a estas concepções dualistas e por trazer a questão para o domínio do urbano, ao explicar a extensão da urbanização nas cidades industriais brasileiras (e da América Latina) através da idéia de exército industrial de reserva (sub-empregados). Ou seja, como a produção dos loteamentos periféricos, a autoconstrução e mercantilização da casa própria em um cenário de industrialização 34

22. “a renda obtida em função do monopólio de dada localização, que tem seu preço determinado pelo “que a demanda estiver disposta a pagar” (SINGER, 1979; p.23) 23. Como referência a esta teorização da cidade como uma estrutura radial com um gradiente de valorização centro-periferia, SINGER cita o autor norte americano: Richardson, H. W. Urban Economics, Penguin, Middlesex, 1971. 24. MAUTNER, Yvonne. A periferia como fronteira de expansão do capital. In Deák, Csaba, Schiffer, Sueli Terezinha Ramos (orgs). O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1999. 25. OLIVEIRA, Francisco de. Crítica à Razão Dualista / O Ornitorrinco. São Paulo: Boitempo, 2003a.


com salários reduzidos, se torna um mecanismo de geração de altas taxas de acumulação, na expansão do capitalismo no Brasil. Para ela, ao fazer isso, OLIVEIRA revela o processo de produção da periferia urbana como questão privilegiada para o entendimento do processo de urbanização em si. (MAUTNER, 1991; p.38-39) Nestes estudos está também presente a idéia de superação de visões duais e fragmentadas do urbano: centro-periferia, formal-informal, trabalho assalariado-produção de subsistência. A definição de periferia é construída partindo deste entendimento da produção do espaço urbano: “Para evitar uma visão fragmentada, das abordagens puramente geográficas ou sociológicas da periferia, ao invés de começar com uma concepção a priori, através deste estudo, o processo concreto que acontece no lugar que conhecemos como periferia foi considerado como um dos pontos de partida para o processo de produção do espaço urbano. É de fato o lugar onde moram os pobres, socialmente segregados e com baixo valor da terra, mas ao mesmo tempo é um lugar que muda de lugar, sempre reproduzido em uma nova extensão de terra enquanto que as velhas periferias são gradualmente incorporadas à cidade, ocupada por novos moradores e reorganizada pelo capital.” (MAUTNER, 1991; p.184)

35


4.2

breve histórico O início da industrialização no distrito de Vila Prudente, afetou diretamente aos territórios vizinhos. No final de 1890, como consequência desse fenômeno ocorreu a fundação do bairro de Sapopemba e, apenas em 1910, a região de Sapopemba recebeu sua primeira indústria, atraindo novos moradores dando origem assim ao loteamento da Fazenda do Oratório, que na época se chamava Vila Sapopemba. A intensa imigração de população de baixa renda e a falta de infraestrutura até a década de 1940 transformou as antigas chácaras remanescentes em loteamentos irregulares, graças ao desenvolvimento de indústrias na região e também ao surgimento do parque industrial na região do ABC, de 1915 a 1940. Na década de 1960, origina-se entre inúmeras favelas, a Favela Jardim Adutora (objeto de estudo deste trabalho final de graduação). Na mesma época, surgem os conjuntos habitacionais como Conjunto Habitacional Marechal Mascarenhas de Moraes (COHAB, 1968) e o Conjunto Habitacional Teotônio Vilela (COHAB, 1982), fatores significativos na urbanização. Devido a sua grande porção territorial e número significativo populacional, torna-se distrito da vila prudente em 1985 e apenas em 2013, emancipa-se como subprefeitura. Sapopemba é hoje um dos 96 distritos do município de São Paulo, com uma população de pouco mais de 300 mil habitantes, em área completamente urbanizada da zona Leste da cidade, entre Vila Prudente e São Mateus. Tem uma área de 13,4 km², população de 284.524 (2010) e densidade demográfica de 210,76. 36

1910 1980

ínicio da industrialização na Vila Prudente afeta os arredores

Primeira indu na região acarretando fundação d bairro


ustria o oa do

1985

Torna-se distrito dentro da subprefeitura da Vila Prudente

1960 1940

Surgimentos dos primeiros loteamentos irregulares devido a imigração

Formação da favela Jardim Adutora

37

2013

Sapopemba emancipase como subprefeitura


aricanduva

vila prudente

sapopemba são caetano s.

santo andré

estrutura metroviária estrututura rodovíaria limite do território

Fonte: Geosampa Elaboração: Autora 38


itaquera

são mateus

A relação territorial 39

4.3


forรงas das estruturas

4.4 40


É possível ler a cidade na materialização das estruturas e nas dinâmicas que compreendem o distrito de Sapopemba. Segundo Lefebvre (2008),26 lê-se a cidade porque ela se escreve e foi escrita, entretanto não basta examinar esse texto sem recorrer ao todo. Apoiado neste pensamento, é necessário escrever e interpretar este texto que é a cidade. Para isso, é investigada a configuração física do distrito de Sapopemba sobreposta dos elementos materiais que abrigam, gerenciam e representam políticas públicas. Neste sentido, equipamentos, instituições, serviços públicos são levantados e atrelados ao raio de influência, relacionando o distrito na sua configuração administrativa e geográfica. Dessa maneira, lê-se as estruturas de educação, cultura, lazer e saúde. Em defesa pública das estruturas, os equipamentos aqui levantados são apenas mantidos pelas esferas municipais e/ou estaduais, devido a natureza de inclusão pública aqui proposta.

26. LEFEBVRE, H. O direito à cidade, 2008, p. 61-62.

41


forças das estruturas educação

cultura

Fonte: Geosampa, Qgis, Elaboração: Autora 42

4.4


lazer

saĂşde

43


forças das estruturas

Fonte: Geosampa, Qgis, Elaboração: Autora 44

4.4


somátoria

A rede estrutural pertinente a educação abrange maior parte do território, sendo portanto a com maior força. A saúde devido a presença do hospital geral de Sapopemba acaba expandindo seu alcance ao possuir raios menores espalhados pelo território com equipamentos de menor porte. Enquanto lazer e cultura estão claramente em menores proporções evidenciando áreas que não atendidas por esses equipamentos, concluindo que existe uma demanda pelos mesmos.

45


forças das estruturas

Fonte: Geosampa, Qgis, Elaboração: Autora 46

4.4


Porção do território com número significativo de favelas e loteamentos irregulares, não atendida por lazer, e atendida parcialmente por cultura, sendo por esses motivos escolhida para intervenção proposta.

47


Monotrilho e Term. Ônibus Estação Sapopemba

Favela Parque Santa Madalena

E.E Romeu Montoro

Favela Jardim Adutora

UBS Jardim Elba

48


4.5

Raio de Alcance Efetivo (RAE) Para entender qual seria o ambiente que se relaciona diretamente com nosso objeto de estudo, parte-se da favela Jardim Adutora para recortar de fato qual parte ela absorve a partir de sua existência. As ilustrações a seguir mostram formas diferentes formas de ler esse contexto (Radial, Isótopa, Isócrona, Equipamentos urbanos e Histórico-Funcional) .

A sobreposição crítica de todas essas leituras espaciais permite definir qual é o espaço urbano que “absorve” a mesma realidade desta favela. Ou seja, como os moradores e visitantes se enxergam como parte do seu espaço cotidiano, e vivenciam a pé dentro de um espaço-tempo de 15min e/ou 750m (considerada uma distância confortável para caminhar. A partir dessa construção é obtido o RAIO DE ALCANCE EFETIVO (RAE),27que será útil para entendermos como o território da favela ao mesmo tempo que é absorvido também é barrado. OBS.: Devido a pandemia, todos os levantamentos para a produção do RAE foram realizados pelo Google Street View.

27. A construção do Raio de Alcance Efetivo é uma metodologia desenvolvida e aplicada pelo arquiteto Lourenço Urbano Gimenes, do escritório de arquitetura FGMF.

49


50


Legenda Favela Jardim Adutora Radial Trajeto Radial A leitura radial é uma forma simplificada de definir um raio de alcance de um território. Não leva em consideração aspectos físicos como topografia e o tempo de deslocamento real do trajeto.

51

Radial


52


Legenda Favela Jardim Adutora Radial Isótopa Trajeto 700m Aqui vemos a distância real alcançada dentro do limite de 700m percorridos a pé. As leituras apartir daqui vão ser sobrepostas afim de compreensão das distintas leituras de alcance.

53

Isótopa


54


Legenda Favela Jardim Adutora Radial Isótopa Isócrona Trajeto 10min

Tal leitura urbana mede o deslocamento de acordo com o tempo real do espaço alcançado e suas barreiras. Levando em consideração influências de tempo, como semáforos, topografia e qualidade das calçadas.

55

Isócrona


56


Legenda Favela Jardim Adutora Radial Isótopa Isócrona Histórico-Funcional Saúde Cultura Social Educação Alimentação Esse raio visa demonstrar a relação existente entre o território e os seus pontos de interesse de acordo com a disposição dos equipamentos urbanos. O deslocamento e de que forma os equipamentos são alcançados contribuem na compreensão.

Histórico-Funcional

57


58


Legenda Favela Jardim Adutora Radial Isótopa Isócrona Histórico-Funcional Rae Com os diferentes tipo de raios sobrepostos e como consequência distintas leituras, obtêm o real território espacial atigindo pela influência da Favela Jardim Adutora. Ou seja, o raio de alcance efetivo que atingido pela presença da favela. 59

RAE


4.6

favela jardim adutora

Situada entre o distrito de Sapopemba fazendo divisa com o distrito de Santo André, a área de intervenção passa por um processo de formação desde 1960. As moradias (de alvenaria) presentes neste recorte encontram-se em situações ambientais e urbanas de habitação precária afetadas diretamente por estarem assentadas ao longo córrego do Ribeirão do Oratório. Além disso, o recorte apresenta alta densidade e vulnerabilidade social, população jovem e demanda por equipamentos básicos de cultura, lazer e assistência social. A consolidação de seu entorno, usos e transporte, ausência de vitalidade e constante insegurança sentidas pelo pedestre deixam clara como a presença da favela colabora com a desconexão do restante. Dessa forma, para utilizar sua porosidade como membrana de troca para área é necessário considerar as relações que ela estabelece hoje respeitando todos os fatores de interferência acima. Localização: Rua joão Tavora 111/ Rua Batista Fergusio 811 Ano de formação: 1972 Total de Domicílios: 240 Total de pessoas: 1200 Área: 41292.50m² Raio de Alcance Efetivo Limite da Favela

60


Fonte: Google Earth Elaboração: Autora 61


Favela Jardim Adutora C贸rrego Orat贸rio

Legenda Topografia Hidrografia - C贸rrego Orat贸rio

62


Limite da Favela

Mapa de Topografia e Hidrografia Fonte: Geosampa Elaboração: Autora

Localizada em uma região com declive de 60m, a favela Jardim Adutora e seus assentamentos precários foram construídas ao longo do Córrego do Oratório. O Córrego Oratório nasce no Loteamento Nova Mauá junto à divisa com o município de São Paulo, fazendo a divisa dos municípios de Santo André e São Paulo, e desembocando no Rio Tamanduateí junto ao Município de São Caetano do Sul.

63


Área destinada ao Parq Favela Jardim Adutora

Legenda Parque Linear Oratório Arborização Viária

64


que

Limite da Favela

Mapa de Áreas Verdes e Arborização Fonte: Geosampa Elaboração: Autora

A arborização é muito importante dentro da configuração do espaço urbano. Assim como a presença dela se faz importante, a ausência também gera o impacto negativo. Segundo o levantamento realizado pela SMVA em 2015, a segunda região menos arborizada da cidade é a de Sapopemba, com 0,701 quilômetro quadrado de vegetação.

65


Favela Jardim Adutora

Legenda Zona Mista ZEIS 1

66


Limite da Favela

Mapa de Zoneamento

Fonte: Geosampa Elaboração: Autora

Zonas mistas são áreas destinadas a promover usos prioritariamente, residenciais e não residenciais. Este tipo de zoneamento tem por características a densidade construtiva e demográfica baixa e média.

67


Favela Jardim Adutora

Legenda Residencial vertical baixo padrão Residencial horizontal baixo padrão Residencial horizontal médio padrão Residencial + Comércio Sem informação 68


Limite da Favela

Mapa de Uso do Solo

Fonte: Geosampa Elaboração: Autora

São raras as áreas destinadas exclusivamente ao comércio e serviços e quase nulas às indústrias e armazéns, que geralmente se encontram mistas ao comércio e serviços. A verticalização em Sapopemba é pouca e concentra-se em grandes glebas, sendo predominantemente residencial horizontal de baixo padrão.

69


Favela Jardim Adutora

Legenda Térreo Térreo + 1 Térreo + 2 Térreo + 3 Térreo >4 70


Limite da Favela

Mapa de Ocupação do Solo Fonte: Geosampa Elaboração: Autora

71


Térreo

Térreo +3

72


Térreo +2

Térreo +1

Tipologias e Gabaritos 73


5

memb de perme

74


branas eabilid ade

75


5.1

menbranas de permeabilidade O conceito de permeabilidade urbana propõe pensar na cidade de uma outra maneira: como um ambiente de integração. O conceito de permeabilidade urbana para essa pesquisa refere-se à irrigação do território urbano por espaço público, e descreve o quanto as formas urbanas, em seu arranjo espacial, podem facilitar ou dificultar a troca entre pessoas apartir de membranas de permeabilidade. A pesquisa no campo dos estudos urbanos sobre o conceito mostra como a condição de permeabilidade seria um fator importante na vitalidade dos lugares. Segundo Sennett (2014), os sistemas permeáveis ou membranas de permeabilidade, considerados também como sistemas abertos são característicos de espaços permeáveis e ocorrem tanto de forma espontânea quanto planejada nos contextos urbanos. Ele descreve em “Cidade Aberta” sobre como uma paisagem dura pode produzir lugares com valores e relações pré-definidas, em grande parte fragmentada e descontinua, principalmente sua relação com o tempo e a memória. Para responder essa fragmentação, o autor coloca como hoje é relevante buscar construir a cidade a partir de formas que asseguram situações incompletas e não-linea-

76


res. Santos (2006) diz que, nesse processo de responder as novas demandas, essa repentina necessidade de renovação está sendo materializada como uma solução à essa fragmentação. 28

Sennett (2014) compõe a cidade por limites/paredes ou bordas/membranas, como formas de construir sistemas fechado e/ ou aberto. O habitat urbano é fragmentado por fluxo e tráfego, pelas zonas de funções, usos e planos sob esferas do uso do solo; sendo essa leitura territorial sinônimo para uma potencialidade: “Desta forma, o crescimento em uma cidade aberta é uma questão de evolução, em vez de apagamento” (SENNETT, 2014)

28. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razã o e Emoção- 4. ed. 2. reimpr. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. 77


estratégias de permeabilidade

Para construir uma cidade porosa é necessário construir cidadania e gerar um sistema urbano capaz de produzi-la. Para isso é necessário trabalhar as pré-existências como as edificações presentes no território. Além disso se faz necessário propor uma estrutura que intermedia o território e utiliza-se da flexibilidade para que as estratégias desenvolvidas ao longo daqui possam ser ressignificadas ao longo do tempo pelos próprios usuários e demandas futuras do lugar. Assim por se tratar de uma realidade complexa e em constante adaptação, para tratar dessa complexidade constitui-se uma leitura que sobrepõe partes complementares e suas articulações: território, problemáticas, porosidade, ações e nova imagem.

78

5.2


território

problématicas

porosidade

ações

nova imagem 79


2 3

4

Rua Agostinho da Silva

Rua Batista FergĂşsio

80


o território 4 2 3

2 1

3

2

1

2

3

4

81

1

Proximidade com o rio, risco de inundação, moradias irregulares

2

Ruas estreitas, moradores e usuários utilizando a rua como lugar para encontros, estar, lazer e conversa, becos e vielas.

3

Muros e empenas que configuram uma paisagem inóspita, reforçam a sensação de insegurança.

4

Rua com alto fluxo de circulação de carros e pedestres, eixo de articulação com AV. Sapopemba e o AV. Oratório


Divisão interna da comunidade indica que existem disputas de territórios apartir de relações de poder, gerando inacessibilidade para fins deste projeto.

Ausência para infraestrutura para uma condição digna de moradia ao longo ao corrégo, resulta em acumulo de lixo e poluição.

82


problemáticas

O rio se consitui como uma fenda urbana, os episódios de inundação afetam sistematicamente as pessoas que vivem ali.

A Rua Batista Fergusio e a Rua João Tavora se constituem como bordas da ocupação. A Batista atua como o eixo de articulação da favela para o restante do bairro.

83


Suturar o tecido urbano, articulando os distintos territórios eliminando pontos cegos e estabelecendo pontos de troca e conexão com as novas relações estabelecidas.

Promover uma experiência de convívio e compartilhamento através de atividades culturais com um território poroso repleto de equipamentos urbanos para gerar liberdade de expressão

84


porosidade

Recuperação do rio, ressiginificando sua função no contexto da cidade como articulador dos espaços livres e sua convivência. Relativizar a aplicação da APP no sentido de conciliar a ocupaçaõ urbana consolidada e corpo hídrico.

Requalificação paisagística das calçadas, através da um desenho realçando a importância dos espaços públicos da região.

85


Potencializar laços existentes, promover marcos visuais e sociais, visibilizar espaços públicos, encontrar, conversar, conviver, negociar.

Proposição de pequenas esquinas, de carater local que se configurem como pequenas praças e demarcam um equipamento de interesse pro recorte.

86


ações

Implantação de edíficios hibridos que contemplem distintas ofertas programaticas como um ateliê, restaurante comunitário, gestão ambiental entre outros. Instrumento de compensão urbanística que negocia a distribuição da

Construção do espaço público de integração com a infraestrutura de abastecimento de água existente, articulando programas relacionados a edução ambiental na região.

87


ESCADARIA e QUADRA ESPORTIVA: Articular a comunidade com o restante do território apartir da valorização do espaço públicos e de lugares de permanência.

QUINTAL e RESTAURANTE COMUNITÁRIO: Oferecer novas oportunidades de geração de renda apartir dos equipamentos inseridos, melhorando as condições de trabalho e moradia.

88


nova imagem

TRAVESSIA: Assimilação do rio como um importante elemento estruturador da paisagem, utilizando o como um indutor da transformação social da região.

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES: Incentivar novas práticas sustentáveis para a comunidade por meio de educação e conscientização coletiva.

89


realocação das moradias

5.3 90


Dentro do recorte de estudo, correspondente a Favela Jardim adutora, moram no total 240 familias estimando 1200 pessoas que ali residem. O projeto de intervenção prevê a realocação das moradias em um terreno localizado dentro do Raio de Alcance Efetivo, na rua Batista Fergusio. Utilizou-se como parâmetro de remoção, as residencias com interferencia direta ao corrego, ou seja, que estivessem alocadas proximas ao corpo hídrico gerando risco ambiental e urbanistico. Antes de Intevenção: 240 Familias (1200 pessoas) Remoção: 84 Familias (420 Pessoas) Permanência: 156 Familias (780 pessoas) Pós Intervenção: 156 familias mantidas e 84 familias realocadas

91


Quadra 1 50 FamĂ­lias Removidas

Quadra 3 13 FamĂ­lias Removidas

92


Quadra 2 21 Famílias Removidas

Limite da Intervenção 93

remoções


Favela Jardim Adutora

Legenda Zeis 5 Zeis 1 Zona Mista Praรงa Canteiro ZEU 94


Terreno Vazio Realocação das moradias

Raio de Alcance Efetivo (RAE

Mapa de Zoneamento

Fonte: Geosampa Elaboração: Autora

Segundo o Plano diretor de São Paulo (PDE 2016), ZEIS 5 são lotes ou conjunto de lotes, preferencialmente vazios ou subutilizados, situados em áreas dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, onde haja interesse privado em produzir empreendimentos habitacionais de mercado popular e de interesse social.

95


96


Realocação das Moradias Removidas Raio de Alcance Efetivo (RAE)

Remanescentes do Bioma Mata Atlântica Campos Gerais Implantação do Parque Adutora

Segundo o Plano diretor de São Paulo (PDE 2016), Não sãos admitidas a demarcação de ZEIS 2, 3, 4 e 5 em áreas totalmente ocupadas por vegetação remanescente de Mata Atlântica ou inseridas totalmente em Áreas de Preservação Permanente (APP).

mais parques, mais verdes 97


Foto Google Street View 2020 98


Foto Google Street View 2020

situação atual 99


42m

3m

36m

5m 36m

32m

Terreno vazio e suas dimensões

Recuo frontal, laterais e fund

Taxa de Ocupação: 0,7 - 1.058m² ocupado

Volumetria gerada para realoc

100


x8 3m

8

11

10

9

7 3

6 2

5

4

1

3m

do

Coeficiente de Aproveitamento: 2.5

Edificação de Habitação Social com 87 unidades Área do Terreno aprox.: 1.512m² Zoneamento: ZEIS 5 Área por Unidade: 42m² Térreo com 10 Unid. + 7 pav. tipo com 11 Unid 8 andares (87 unidades) – 3.654m²

estudo de viabilidade

cação das familias 101


Foto: MutirĂŁo Habitacional realizado em Ouvidor, GĂłias. Fonte: Prefeitura de Ouvidor - GO

102


5.4

mutirão de construção O sistema de construção habitacional no metódo mutirão, utiliza-se de mão de obra dos moradores locais e individuos interessados nas moradias, sendo um processo de autoconstrução. Cardoso (1993) expõe que essa prática visa o atendimento de população de baixa e baixissima renda. Sendo positivo o fato das pessoas estarem construindo suas proprias casas pode repercurtir positivamente na conservação e manutenção das mesmas. (CARVALHO; SALDANHA, 1998). Antunes (2002) expõe como ganhos decorrentes do mutirão as possibilidade de transformação cultural e a criação de novas relações sociais. A autoconstrução do tipo mutirão, entendido por Bonilha (1984) como processo de produção em que, organizamente os usuários finais atuam eventualmente também construindo infraestrutura e equipamentos comunitários. Metódo esse adotado para a concepção deste trabalho;

103


o projeto

5.5 104


Segundo Pelegrino 2000, o planejamento ecológico da paisagem pode fornecer ferramentas para integração plena entre sociedade e natureza de modo que ambas prosperem a longo prazo. A infraestrutura verde e seu planejamento pode benefeciar tanto áreas centrais quando perifericas da cidade. Na periferia, a implantação de práticas como essas pode ajudar a purificar as águas, assim como em locais vulneráveis a alagamentos e enchentes, auxiliando aqueles que moram em áreas afetadas por esses problemas. Apartir da criação de uma rede interconectada de áreas abertas e espaços livres dentro do território estudado, utiliza-se seus recursos naturais visando benefícios para a população que ali vive.

105


Quadra Esportiva

Associação dos moradores

106

Restaurante Comunitário


DUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Praça “quintal”

Travessia

Escadaria

P

805

780

775

785

780

0

10

20

40

100m

implantação 107

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775

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VER


108


a rn Be di n

Rua João Távora

z ra er oF

situação existente

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Requalificação da escadaria existente que conecta as ruas Bernadino Ferraz e João Távora, inserção de iluminação pública, grafite como ativador visual, introdução de vegetação e captação da água via calha.

escadaria 109

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

a Ru

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localização

80

2.

57


110


escadaria 111


diagrama

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PRODUCED BY A

corte esc. 1:4000 112


a Ru no

adi

rn Be az

rr Fe

oão

J Rua T.

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planta esc. 1:8000 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

802,57 Rua Bernadino Ferraz 800,91 3º patamar 797,71 2º patamar 795,19 1º patamar ±792,49 Rua João Távora

escadaria 113


114


PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

localização

78

Rua João Távora

0.

40

Rua Batista Fergusio 780

785

situação existente

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

780

No local da favela, é proposto a remoção parcial visando a realocação das famílias que estão em situação de risco junto ao corrégo. Utiliza-se das vielas já existentes para criar os acessos da ponte, potencializando assim, sua travessia.

travessia 115


116


módulo de montagem - tipo A variações

módulo de montagem - tipo B extensão

travessia 117


implantação geral

B

A

B

A B

utilização das vielas existentes

Corte AA

ESK STUDENT VERSION

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plantio de árvores nativas

118


utilização das vielas existentes renaturalização do córrego

B

A

PRODUCED BY AN AUTO

119

A

MÓDULO TIPO A

B

MÓDULO TIPO B

A

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A

A


Corte BB esc. 1 :50

banco e arrimo

mรณdulo tipo B

calha

Detalhe BB - 1 esc. 1:75

120

mรณdulo


arrimo

tipo A

Detalhe BB - 2 esc. 1:75

travessia 121


122


mĂłdulo de montagem - tipo B extensĂŁo

travessia 123


124


painél fechamento madeira de demolição

encaixe guarda-corpo com viga

corrimão tubo metálico painél fechamento madeira de demolição

guarda-corpo

travessia 125


Mobiliรกrio de apoio

Cรณrrego renaturalizado

Horta comunitรกria

jardim de chuva

filtro de รกrvore

126


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R. A

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nho gosti

775

lva

da Si

to ús aC Ru dio C.

Rua Batista Fergúsio

780

775 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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775

localização

780

785

situação existente

Próxima a ponte, é proposta uma praça em que o contato com água é mais próximo. Uma horta comunitária é inserida para que possa receber eventos como feiras e vendas de alimentos que serão produzidos nesse local.

“quintal”

127


Quintal s.f.: terreno, ger. com jardim ou horta, atrรกs de uma casa de moradia ou junto a ela. 128


“quintal” 129


775

o da S.

stinh Rua Ago

A

A Planta PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Jardim de Chuva

Filtro de Árvore

Córrego

775 780

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grama

Terra Adubada Brita Brita PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Solo com composto orgânico

Seção quadra AA 130


Mobiliário de apoio para exposição e venda de frutas, verduras, legumes e flores.

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Mobiliário de apoio para plantio à longo prazo com altura de 1.20m

Mobiliário de apoio para plantio a curto prazo com altura de 0.60m

“quintal” 131


132


“quintal” 133


134


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localização

Rua A

775

nho d

a S.

d to

s Cú io o rd Ca so

Rua Batista Fergúsio

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situação existente

Complementar à horta, surge o restaurante comunitário para que a produção orgânica do “quintal” também possa ativar outra demanda econômica da região.

135

restaurante comunitário

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a Ru

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gosti


136


137

restaurante comunitรกrio


138


eixas

io S ntôn

A Rua

NA

75

Rua Batista Fergúsio

3.

23

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PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

localização

situação existente

O recorte de trabalho mesmo com uma força comunitária forte, não havia uma associação de moradores. Como equipamento articulador de educação e informação, é proposto junto a bacia de retenção de água do córrego Oratório de maneira a estimular a educação ambiental

associação dos moradores 139


Planta Bacia de Retenção

140


Bacia de Retenção

Para a limpeza e manutenção das águas (tanto do corpo hídrico quanto à captada pela água das chuvas) é proposta uma bacia de retenção do sedimentos e poluentes do escoamento superficial advindos da parte mais elevada do recorte. As bacias de retenção são aquelas que mantêm uma lâmina de água permanente, funcionando como uma espécie de lago. Apresentam-se também como uma alternativa muito interessante do ponto de vista paisagístico e de lazer.

Corrégo Oratório

Bacia Sedimentação Barragem Leito Raso de Cheia com Vegetação de alagado Ladrão

associação dos moradores 141


142


PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

localização

situação existente PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

De modo a atender a demanda de esporte presente na região, é proposta uma quadra para esportes e um ateliê de apoio para limpeza, armazenamento de equipamentos e manutenção.

quadra esportiva 143


Esta arquitetura com programa aberto visa ser um local para promover encontros esportivos com banheiros de apoio apenas (deixando livre a apropriação de quem for utilizå-la). 144


ateliĂŞ de apoio programa aberto

145


diagrama 146


Composição utilizada para os equipamentos propostos na área: Ateliê, associação dos moradors moradores e restaurante comunitário.

Janelas - Painél alveolar reciclado 1,20 x 1,20 - podendo ser utilizados avulsos ou combinados

Portas - Madeira de Demolição painéis de 2,40 x 2,40 e 1,20 x 1,20

ateliê de apoio 147


Corte AA

Corte BB

148


149

ateliê de apoio PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A B B A


estudo d

150


6

de casos

151


Abordagens a Adotar

caminhabilidade

redes de espaços públicos

trocas no território

Ficha técnica: Poro-city Autor: Xia Wang Local: China data: 2017 Análise e Justificativa: Em vez de uma reconstrução completa, o projeto mantém o tecido urbano original e insere um sistema de áreas públicas conectadas. As áreas intermediárias entre as ilhas arquitetônicas sãofatores-chave para projetar uma comunidade porosa e permitir que a cidade opere melhor em um modo interconectado. O projeto tenta manter a estrutura geral do edifício - a ‘memória do local’ para evitar reconstruções em larga escala. A remoção de alguns dos blocos e a inserção de vazios públicos como Um calçadão de madeira passa pelo local, conectando todos os grandes espaços públicos e estendendo galhos para criar uma comunidade mais permeabilidade urbana.

Fonte: Xia Wang 152


153


Abordagens a Adotar

assentamentos irregulares

infraestrutura

rede de espaços públicos

Ficha técnica: Urbanização Jova Rural Autor: Terra e Tuma Arquitetos Associados Local: São Paulo data: 2011 - 2016 Análise e Justificativa: Trata-se de um projeto multidisciplinar, realizado junto à equipe da SEHAB-PMSP, no qual as complexidades dos sistemas urbanos são organizados e disponibilizados para promover uma melhor qualidade de vida para os moradores da região. As diretrizes do projeto, têm como objetivo melhorar a mobilidade para os pedestres e transporte coletivo do bairro, implantar os serviços urbanos como distribuição de água, coleta de esgoto, iluminação pública, correios e a coleta de lixo e promover novos espaços de lazer.

Fonte: Terra e Tuma 154


155


Abordagens a Adotar

práticas de projeto

contato com a água

processo colaborativo

Ficha técnica: Espaço público poroso: pessoas + água da chuva + cidades Autor: Roxanne Lee, Associates ASLA; James Wohlers, estudante ASLA Local: EUA data: 2016 Análise e Justificativa: O seguinte projeto apresenta uma estrutura de um processo de design baseado em comunidades porosas, destacando sete princípios de espaço público poroso para criar um kit de ferramentas para as comunidades, designers e funcionários locais afim que essas pessoas projetem soluções de forma colaborativa para melhorar a saúde das bacias hidrográficas urbanas.

Fonte: ASLA 156


157


158

refe


7

erĂŞncias 159


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