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UNIMEP - UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II
QUIMERA HUB CENTRO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E OFICINA DE IDEIAS
ORIENTADOR: Dra. Renata La Rocca ALUNO: Júlia Vechetini Menin RA: 14.6989-5 Caderno teórico apresentado à disciplina de Trabalho Final de Graduação II, como requisito final para a obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista.
Santa Bárbara d’Oeste dezembro de 2018.
Figura 01: Colagem - Criatividade, Colaboração e Inovação.
ógico
Fonte: AUTOR (2018).
Agradeço primeiramente a Deus, pela proteção, amparo e serenidade durante a caminhada, sem Ele, nada disso seria possível. Agradeço infinitamente à minha família: à minha mãe, por toda a dedicação e incentivo nas longas horas de trabalho; ao meu pai, por toda leitura, revisão e apoio. Ambos, mesmo quando cansados, encontravam paciência para me impulsionar, por mais difíceis que fossem as circunstâncias, sempre lutaram pela minha formação. À minha tia, pelo auxílio nas traduções e pela dedidação nos ensinamentos. Agradeço ao meu namorado, por compreender e me ajudar nessa fase, vibrar por cada conquista e estar ao meu lado na construção de cada tópico, além de confiar na minha capacidade. Agradeço à minha orientadora, pela paciência e pela compreensão durante todo o desenvolvimento do trabalho. Por me orientar e inspirar, colaborando para que essa etapa fosse concluída com êxito. Agradeço aos meus amigos, principalmente a aqueles que compreenderam e que compartilharam dessa trajetória, que respeitaram a ausência e torceram para que essa etapa chegasse ao fim.
Figura 02: Espaço destinado à atividades colaborativas.
Fonte: BIRRI (2014).
Simultaneidade entre trabalho, estudo e lazer, no qual os indivíduos são educados a privilegiar a satisfação de necessidades radicais, como a introspecção, a amizade, o amor, as atividades lúdicas e a convivência. (MASI, 2000, p.157).
SUMÁRIO
RESUMO
08
ABSTRACT
09
1
INTRODUÇÃO
10
2
CONTEXTO HISTÓRICO
13
2.1 LINHA DO TEMPO
14
11
2.2 A EVOLUÇÃO DOS MÉTODOS DE PRODUÇÃO
16
1.3 JUSTIFICATIVA
11
2.3 A EVOLUÇÃO DO PERFIL DO TRABALHADOR
17
1.4 METODOLOGIA
11
2.4 A EVOLUÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO
18
2.5 OS SISTEMAS NACIONAIS DE INOVAÇÃO
20
1.1 OBJETIVO GERAL
11
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3
FUNDAMENTAÇÃO
25
3.1 A SOCIEDADE EM REDE
27
3.2 OS CONCEITOS
27
3.2.1 Open Source
27
3.2.2 Industria Criativa e Economia Criativa
28
3.2.3 Movimento Maker
30
3.2.4 Hub
30
3.3 OS ESPAÇOS COMPARTILHADOS
32
3.3.1 Fab Lab
32
3.3.2 Coworking
34
4 ESTUDOS DE CASO 5CONTEXTO TERRITORIAL 6 O PROJETO 37
53
61
4.1 HUB DE INOVAÇÃO INTERNACIONAL PCH
38
5.1 A ESCOLHA DO TERRENO DE INTERVENÇÃO
54 6.1 PROPOSTA DO EDIFÍCIO
62
4.2 PÍER 9 WORKSHOP AUTODESK
44
5.2 ESTUDO DO ENTORNO
58 6.2 CONCEITO
62
4.3 REFORMA NO ESCRITÓRIO DA ADOBE
48
6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES 63 6.4 DIAGRAMA DE USOS
63
6.5 CROQUIS
64
7
O PROJETO ETAPA 2
67
REFERÊNCIAS 67
RESUMO As transformações ocorridas no mundo contemporâneo, relacionadas ao âmbito tecnológico, têm influenciado diretamente a cidade, a arquitetura, o ensino e a indústria. Essas mudanças, aliadas ao desenvolvimento das Tecnologias Computacionais e de Fabricação Digital, no século XX, trouxe à tona novos conceitos de trabalho, onde foram introduzidos outros modos de produção, baseados na colaboração, compartilhamento e contribuição de muitos agentes heterogêneos. Pensando em como os espaços e as necessidades da sociedade tendem a acompanhar essas modificações e procurando responder ao questionamento de como os ambientes colaborativos podem favorecer o aprendizado e o desenvolvimento pessoal e profissional dos indivíduos é que a ideia desse projeto surgiu. O termo HUB, utilizado na aeronáutica e na informática, será utilizado para definir esse espaço aglutinador, onde informações serão difundidas. Espera-se que o projeto comporte laboratórios, incubadoras e coworkings, onde ideias como ensino, troca, criação e inovação serão fundamentais para o desenvolvimento de ideias. Como esses ambientes ainda são, em sua maioria, localizados em capitais e metrópoles, o que dificulta o acesso cotidiano de polos de desenvolvimento educacional e tecnológico do interior do Estado de São Paulo, o projeto que será desenvolvido pretende difundir esses conceitos na Região Administrativa de Limeira, que conta com várias Universidades públicas e particulares do Estado, além de um número significativo de empresas que ainda não dispõem de um espaço referencial comum para inovar e empreender através de experimentações e produções de dispositivos comerciais ou objetos personalizados. Esse projeto busca dar suporte ao desenvolvimento pessoal e coletivo, além de movimentar Economia Criativa da região. Palavras-chave: HUB. Inovação. Fabricação Digital. Coletivo. Empreender.
08
ABSTRACT The ongoing transformations in the contemporary world - related to the technological scope - have directly influenced the city, architecture, education and industry. These changes, coupled with the development of the Digital Manufacturing Laboratories in the twentieth century and the emergence of the Makers community, have brought new working concepts to the fore, where new modes of production were introduced, based on the collaboration, sharing and contribution of many heterogeneous agents. Weighing on how the spaces and needs of the society tend to accompany these modifications and seeking to answer the questioning of how collaborative environments can favor learning and personal and professional development of individuals is that the idea of this project arose. The term HUB, used in aeronautics and computer science, will be used to define this bonding space, where information will be disseminated. It is expected that the project will involve laboratories, incubators and coworkings, where ideas such as teaching, exchange, creation and innovation will be fundamental for the development of ideas. As these environments are still mostly located in capitals and metropolis, which hinders the daily access of educational and technological development centers in the interior of the state of SĂŁo Paulo, the project that will be developed intends to disseminate these concepts in the Administrative Region of Limeira, where there are several public and private universities, as well as a significant number of companies that do not yet have a common reference space to innovate and undertake through experimentation and production of commercial devices or personalized objects. This project aims to support personal and collective development and also to promote the region's Creative Economy Keywords: Digital Manufacturing. HUB. Innovation. Collective. To undertake.
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1
INTRODUÇÃO
As mudanças ocorridas após as Revoluções Industriais do século XVIII e principalmente durante o nascimento da Nova Era Digital influenciaram às indústrias, os modos de produção e, principalmente, o projeto dos edifícios arquitetônicos. Nessa última era, o desenvolvimento de sistemas CAD (Computer Aided Design) e dos sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) possibilitaram a evolução e dinamização no desenvolvimento e no processo de fabricação. Essas inovações afetaram a forma centralizada, hierárquica e individual das indústrias e do sistema produção em massa; além disso fez com que os profissionais passassem a buscar conhecimentos das mais diversas áreas do saber, para compreender o processo de produção como um todo. Consequentemente, coube aos polos de informação se atualizarem e promoverem esse conhecimento. Essa evolução dos modos tradicionais e o surgimento da Indústria Criativa (GABRIELLE E RODRIGO, 2017), também está ligada diretamente à transformação das cidades e das necessidades dos cidadãos em uma era tomada pela tecnologia. De acordo com Landry, A cidade é uma máquina de possibilidades. Há lugares para se reunir, conversar, misturar permutar e brincar. Há cor, diversidade multicultural, uma vez que isso significa uma característica distinta e percepções variadas. É um local “intelectual”, onde o foco é misturar culturas e experiências diferentes e compartilhar juntos ideias e projetos (LANDRY, 2013).
Segundo Anderson (2012) em seu livro Makers, os avanços da tecnologia estão atrelados à mudança da noção de fábrica no papel da sociedade, uma vez que qualquer pessoa se torna capaz de produzir um projeto e depois disponibiliza-lo em rede, o comprador se transforma no produtor. Sendo assim, o antigo modelo tradicional caracterizado por fabricação, venda e compra do consumidor é revertido. A inovação nessa nova era inverte o modelo convencional estipulado na Industria antiga. Em 2001, Neil Gershenfeld deu início ao curso “How to make almost anything” no M.I.T (Massachusetts Institute of Technology), a fim de explorar a computação pessoal e a fabricação digital. Os estudantes participantes demonstraram grande interesse em desenvolver seus projetos produzindo objetos. A partir daí, foi criado em 2003 um
10
Laboratório no Center for Bits and Atoms, que foi chamado de FabLab – Laboratório de Fabricação Digital. Esses espaços, equipados com instrumentos de fabricação digital, segundo Gershenfeld “[...] formam parte de um grande Movimento Maker de Faça-Você-Mesmo hightecs, os quais estão democratizando o acesso aos meios modernos de produzir coisas” (GERSHENFELD, 2012, p. 48 - tradução do autor). Os Fab Labs, graças à disponibilização de novas ferramentas de fabricação voltadas à prototipagem rápida em seus espaços, deram início a uma certa democratização da manufatura. A principal ideia por trás desses espaços é o compartilhamento de informações e inclusive a colaboração mútua em projetos, formando assim uma rede composta por profissionais heterogêneos. No século XXI, criatividade e conhecimento, auxiliados pela tecnologia e pela criação desses novos ambientes, passaram a promover a indústria (CASTELLS, 1999; BRANCO, 2007). Segundo Heloisa Neves, representante da rede Fab Lab Brasil Network em entrevista ao NEXO JORNAL: Primeiro vem uma mudança de comportamento das pessoas. Elas param de esperar coisas e passam a empreender, inclusive nas suas vidas. Com o crescimento do laboratório e conhecimento técnico das pessoas, eles podem criar projetos que melhorem a vida na comunidade (NEVES, 2018).
A nova era digital não teria se desenvolvido da mesma maneira sem espaços com design colaborativo, dotados de novas ferramentas digitais, capazes de auxiliar no desenvolvimento do processo de criação. Inicialmente, esses ambientes tinham um caráter informal e experimental, mas, adquiriram características particulares e indispensáveis em sua conceituação. Essas transformações também levaram a uma transformação do design tradicional do local de trabalho. Os ambientes de trabalho contemporâneos são preparados fisicamente, virtualmente e socialmente para a nova tendência e pretendem estimular o empreendedorismo e a inovação, além de melhorar a produtividade dos funcionários. Segundo Fonseca: Atualmente, diversos estudos têm revelado que locais de trabalho em condições ambientais favoráveis, ou seja, que atendam às necessidades de seus usuários aos níveis, fisiológico e simbólico,
exercem impactos positivos sobre os mesmos, resultando em melhor desempenho e maior produtividade (FONSECA, 2003, p.15).
A resposta do projeto arquitetônico à essas novas atividades passou a ser baseada na relação de colaboração dos usuários entre si e na possibilidade da variação do espaço, conforme as atividades no decorrer do uso, atendendo as mais diversas necessidades, desde palestras e feiras à fabricação em grandes escalas. Ou seja, além de proporcionar condições e mecanismos de trabalho inter-relacionados, prevê que os espaços se transformem ao longo de seu uso. De acordo com Mitchell, As fontes definem um espaço de lugares e contêineres (o domínio tradicional da arquitetura), enquanto as redes estabelecem um espaço de conexões e fluxos. Muros, cercas e peles separam; caminhos, tubulações e fios conectam (MITCHELL, 2002, p. 172).
O termo HUB, utilizado na aeronáutica e na informática, para definir um espaço ou aparelho concentrador pelo qual se transmite ou difunde determinadas informações, será apropriado para caracterizar o espaço colaborativo que será desenvolvido nesse trabalho, destinado à criação de redes sociais e produtivas, que promoverá a conectividade e colaboração entre pessoas e experiências. Esse espaço favorecerá atividades como se reunir, trabalhar, criar, imaginar, fabricar e inovar e funcionará através de múltiplos acontecimentos como coworking, startups, incubadoras, consultoria e oficina de ideias. Vale ressaltar que os espaços colaborativos não dependem de um método especifico para acontecer, mas de demanda e iniciativas capazes de estimular a criação através da concentração de pessoas e conexões de ideias. Tem como principal objetivo, incentivar a imaginação e auxiliar no desenvolvimento de ideias criativas e inovadoras. Além disso, colabora com o desenvolvimento da sociedade ao possibilitar a capacitação e posterior inclusão de jovens no mercado de trabalho, gerando novas oportunidades de trabalho e negócios. A disposição desses espaços proporciona e incentiva a troca de conhecimento entre estudantes e profissionais das mais variadas áreas do saber. Famosas corporações, como a Google, reorganizaram seus postos de trabalho baseados nos conceitos mencionados acima. Nesses ambientes, os funcionários são
incentivados a trabalharem de modo descontraído e colaborativo, o que acaba por influenciar no rendimento da produção (MARCON, 2013). Por fim, após a relação entre tema e espaço, o projeto posposto abordará, após revisão bibliográfica e estudos de caso, questões de proposta de projeto a fim de atender à crescente demanda presente no interior do Estado de São Paulo por um espaço colaborativo, equipado com infraestrutura e tecnologia. Serão definidas as intenções e abrangência do projeto, bem como as justificativas do local de intervenção. Através dessa intervenção pretende-se movimentar a economia e criar possibilidades para as Universidades, empresas e startups desenvolverem seus projetos, compartilharem informações e estabelecerem vínculos.
1.1 OBJETIVO GERAL
1.3 JUSTIFICATIVA
Elaboração de um espaço colaborativo para estimular o desenvolvimento tecnológico e oficina de ideias no interior do Estado de São Paulo, para atender à crescente demanda por espaços colaborativos de criação das faculdades, escolas e empresas. A intenção desse projeto é difundir os novos meios digitais através de um ambiente compartilhado, dotado de infraestrutura para a utilização livre das tecnologias disponíveis. Além disso, pretende estimular a conexão entre profissionais e estudantes de diferentes campos do saber, promovendo especialização e capacitação para todos.
Apesar dos espaços compartilhados de trabalho e Laboratórios de Fabricação Digital virem se difundindo e ganhando cada vez mais espaço, no Brasil, a presença deles ainda é restrita a capitais e cidades maiores do estado de São Paulo. Embora já existam iniciativas no interior, poucas apresentam um espaço referencial com abrangência regional, aberto ao público e com espaços corporativos e laboratório dotados de infraestrutura para desenvolvimento de projetos. Contudo, o interesse por esses espaços de criação e produção, principalmente dos jovens profissionais e estudantes universitários é cada vez maior em qualquer cidade. Eles procuram novas possibilidades e novos locais para empreenderem, um dos motivos é o aluguel elevado de pequenas salas em edifícios comerciais tradicionais. Outra característica procurada nesses espaços são os ambientes de trabalho flexíveis com internet, lanchonetes e cafés. Sabe-se que a Região Administrativa de Campinas, no interior no estado de São Paulo, possui um número significativo de faculdades e universidades. Três delas, públicas, estão localizadas na Região do Governo de Limeira e Rio Claro, na triangulação que envolve as cidades de Araras (Ufscar), Limeira (Unicamp) e Rio Claro (Unesp). Além destas, existem diversas faculdades particulares que atendem um grande número de alunos, como a Uniararas - Araras, Unip – Limeira, entre outras, que contém grupos de estudos, de produção e startups, onde um público jovem e empreendedor aguarda por oportunidades de desenvolver seus projetos e alavancar sua carreira. Apesar dessas Universidades contarem com diversos cursos que abordam áreas da tecnologia e de muitas delas possuírem iniciativas de incentivo aos jovens na busca e compartilhamento de conhecimento, a região ainda não conta com um espaço dotado de infraestrutura para o desenvolvimento de ideias, onde esse público pudesse interagir e produzir conteúdos relevantes. Além das faculdades, na região abordada também existem eventos que promovem ações inovadoras, como a Hackathon em Limeira, que abriu caminhos para novas possibilidades de criação usando a criatividade e o trabalho para transformar desafios em soluções e oportunidades de negócio. Desde 2017, a maratona já criou 8 startups de alta tecnologia na cidade e ja premiou 3 que promoveram soluções inovadoras nos temas Indústria Criativa (Expo Live 2.0), Cidades Inteligentes (FaceHope) e Empresa Local (HellMet
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Revisão bibliográfica a fim de compreender os novos espaços de produção, inovação e desenvolvimento tecnológico estimulados pelo processo “Faça você mesmo”; • Realizar estudos de caso para melhor compreensão do funcionamento dos edifícios que comportam as atividades mencionadas; • Analisar o contexto local de inserção do projeto, avaliar a abrangência da proposta no entorno e definir o público alvo; • Promover o programa de necessidades e o diagrama de usos do espaço colaborativo, visando proporcionar um espaço com infraestrutura para a criação, desenvolvimento e realização de cursos e workshops, bem como propor espaços para inovação e startups; • Desenvolver o projeto de um espaço capaz de despertar nos estudantes e na comunidade o interesse pela inovação e empreendedorismo, para que os usuários possam caminhar junto ao desenvolvimento tecnológico; • Desenvolvimento de projeto arquitetônico capaz de atender a demanda crescente por Laboratórios de Fabricação Digital e Oficinas de criação colaborativas.
1.4 METODOLOGIA Melon). Entretanto, o evento ainda não contem um espaço físico adequado às suas atividades. Também na cidade de Limeira, estão consolidados órgãos de fomento, como o Sebrae, que ainda não conta com infraestrutura suficiente para realização de eventos e atividades que estimulem o empreendedorismo local e regional. Vale destacar que a região também apresenta bons índices econômicos, onde a maior parte da população empregada está na área da indústria. O coordenador do NJE (Núcleo de Jovens Empreendedores) em entrevista à CIESP Limeira relata que: [...] o potencial empreendedor da região que abriga muitas indústrias, além de comércio e prestação de serviços, apoio das entidades de classe e empresários, e o suporte de profissionais de universidades e escolas técnicas [...] (BONETTI, 2017).
A partir os dados citados, justifica-se a intenção de projetar uma edificação destinada à criação, ao compartilhamento de ideias e à produção tecnológica na região. Visando principalmente o desenvolvimento da Industria Criativa, junto à tecnologia e à geração de oportunidades para estudantes e jovens profissionais empreendedores. Espera-se que o projeto seja um referencial na busca por inovação e que funcione a partir da parceria público-privada. O projeto que será desenvolvido contará com Laboratório de Fabricação Digital, espaços de interação, oficinas de ideias, auditório e ambientes destinados ao desenvolvimento de startups e coworking. Além dos estudantes e profissionais, também poderão participar do espaço pessoas que queiram passar o dia para trabalhar, para estudar, ou para compartilhar e aprender com os outros. O projeto não terá caráter exclusivamente comercial corporativo e será provavelmente viabilizado através de parcerias público-privadas entre Universidades e empresas. Dessa forma, pretende ainda proporcionar momentos de lazer e descontração, além das oportunidades de trabalho. O conceito desses espaços e seu programa arquitetônico estão inseridos no contexto de atualidade, ou seja, estão sendo afetados diretamente pelas transformações ligadas às novas tecnologias e inovações que vem ocorrendo no mundo todo. A tradução desse conceito acontece em espaços versáteis, colaborativos e sustentáveis, cada vez mais preocupados com o bem-estar e a capacitação dos usuários.
A metodologia proposta para a primeira parte deste projeto consiste em uma Pesquisa Bibliográfica a fontes secundárias, através de artigos e teses, publicados na internet ou em revistas e livros, além de consulta, quando necessário, a fontes primárias como Coworkings e Laboratórios de Fabricação Digital através de entrevistas via e-mail ou, quando possível, pessoalmente, com o objetivo de captar a experiência de trabalho e pesquisa desenvolvidos nesses locais e realizar estudos de caso. Já a segunda parte conta com Pesquisa de Campo, na busca de melhores localidades para inserção do projeto, que seja acessível e que comporte o programa e a proposta do projeto que será desenvolvido. Espera-se que, através dos dados levantados e das análises feitas, seja possível realizar o projeto de um edifico colaborativo que atenda a demanda e seja adequado ao contexto local da sua inserção.
11
2 CONTEXTO HISTÓRICO
13
2.1 LINHA DO TEMPO O modo como produzimos e fabricamos nossos bens de consumo tem passado por mudanças significativas ao longo da história. Para compreender essas modificações que afetaram a vida pessoal e profissional da sociedade, é necessário entender o contexto e os acontecimentos históricos que moldaram o meio e o tornaram propício para o desenvolvimento desses novos conceitos e sistemas. O surgimento da internet, dos espaços colaborativos e dos novos equipamentos que auxiliam na produção, estão diretamente ligados aos avanços tecnológicos desenvolvidos durante as revoluções industriais. Esses marcos históricos alteraram o modelo e o espaço de produção, bem como as necessidades da sociedade e o perfil do trabalhador, que passou a reivindicar melhores condições de trabalho e a buscar mais conhecimento intelectual.
Para entender o cenário atual, é preciso compreender que, ao longo do tempo, a produção artesanal se tornou insuficiente frente às crescentes necessidades da sociedade. Esse fator, aliado aos interesses da burguesia por lucro, fez com que a Primeira Revolução Industrial eclodisse (Figura 03). Segundo Castells (1999) e Branco (2007), o pioneirismo inglês se deu graças às grandes reservas de carvão mineral, à abundância em minério de ferro e à grande quantidade de mão de obra disponível. De acordo com Castells (1999) e Branco (2007), até a revolução começar, toda a produção era feita por artesãos e a população vivia majoritariamente no campo. Entretanto, a expansão comercial viabilizou o financiamento do avanço tecnológico, fazendo com que a burguesia, interessada em reduzir os custos e acelerar a
Figura 03: 1ª Revolução Industrial
1º REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
produção, investisse no aperfeiçoamento do modo de produzir. Esses objetivos seriam atendidos pela produção em larga escala. Nesse contexto, surge a máquina a vapor e as primeiras indústrias (siderúrgicas e têxteis) são instaladas. O sistema manchesteriano, implementado durante a revolução, é representado principalmente pelo centro têxtil e tem como base o trabalho assalariado, cujo cerne é o trabalhador por ofício (CASTELLS, 1999; BRANCO, 2007) De acordo com Branco (2007), esse processo modificou a economia e a sociedade, aumentando a quantidade de profissões, de mercadorias produzidas e de fábricas. Além disso, as cidades passaram a crescer num ritmo bastante acelerado, o campo começou a ser mecanizado e através das ferrovias, a capacidade de circulação de mercadorias aumentou. Segundo Castells (1999), cerca de 100 anos
2º REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
MECANIZAÇÃO - invenção das márquinas a vapor - invenção do tear mecânico - substituição da força muscular pela máquina - sistema manchesteriano
Figura 04: 2ª Revolução Industrial
Fonte: MIRANDA (2018).
1760 à 1840
1850 à 1945 1911
1825
PRE HISTÓRIA Escambo
ARTESÃOS Organizações Corporações do Ofício
14
1960 à 2000 1913
TAYLORISMO FORDISMO Produtividade PRODUÇÃO EM MASSA Divisão do trabalho Montagem seriada Especialização do funcionário Separação entre em uma só tarefa pensar e fazer A era industrial utilizava a produção em massa, empregando operários uniformizados e métodos repetitivos na fabricação de um produto em espaço e tempo definidos. A superação dessa era não significou o fim dessas empresas, mas sem dúvidas: [...] a crise do modelo corporativo tradicional baseado na integração vertical e no gerenciamento funcional hierárquico: o sistema de “funcionários e linha” de rígida divisão técnica e social do trabalho dentro da empresa. (NEGROPONTE, 1995, p. 178).
Fonte: NEVES (2013) e SAKKIS; AFONSO (2016) adaptado pelo autor (2018).
3º REVOLUÇÃO INDUSTRIAL COMPUTAÇÃO - invenção do computador e da internet - manufatura se tornando digital - surgem os primeiros robôs - linha de produção automatizada - sistema colaborativo, em rede (wiki)
ELETRICIDADE - invenção da linha de montagem - começa a era da produção em massa. - utilização de máquinas para produção - sistema fordista
Fonte: FREITAS (2008).
1825
depois, a Segunda Revolução Industrial começou (Figura 04), principalmente graças às condições insalubres de trabalho e moradia dos operários das industrias, ao pequeno salário e às cargas horárias altíssimas. O sistema estabelecido (fordismo), fundamentado notaylorismo, visava a produção em massa através da linha de montagem. Nesse cenário, o trabalhador era desqualificado e desenvolvia uma função mecânica e a atividade intelectual era destinada aos superiores. Sendo assim, a principal característica desse período é a hierarquização da fábrica. Nesse contexto, através dos avanços tecnológicos iniciados na Primeira Revolução, a energia elétrica foi descoberta e começou a ser utilizada. As descobertas e a evolução técnica, cientifica e de trabalho, que ocorre nos primeiros anos da primeira e da segunda guerra mundial, trouxeram
1914-1918 1º GUERRA MUNDIAL
1918 - 1939 PERÍODO ENTRE GUERRAS
1939 - 1945 2º GUERRA MUNDIAL
1960
1949
TERMO WIKI
1970
TOYOTISMO Conhecer todo o INDUSTRIA E ECONOMIA CRIATIVA processo produtivo 1998: Termo como Mão de obra forma de produção qualificada
1950
INÍCIO DOS PARQUE TECNOLÓGICOS 1969 Vale do Silicio SURGIMENTO DA Califórnia (EUA) INTERNET Estreitamento de 1990: Popularização laços das regiões e democratização do européias com as uso da internet. universidades
1984
PARQUE TECNOLÓGICO BRASIL
1998 TERMO OPEN SOURCE
1994 MOVIMENTO MAKER 2000: Popularização do termo
2001
1997 - 1990 BOOM DOS PARQUES TECNOLÓGICOS
PRIMEIRO FAB LAB MIT
avanços para o mundo em diversos aspectos (CASTELLS, 1999; BRANCO, 2007). Logo após a segunda guerra mundial, a Terceira Revolução Industrial (Figura 05) veio para apresentar os avanços tecnológicos do século XX e XXI. A partir da década de 60, com a invenção do computador, do fax, do celular e da engenharia genética, esse período ficou conhecido como a Era da Informação. Segundo Branco (2007), essa revolução trouxe mudanças que foram além das transformações industriais. Impulsionada principalmente pelo desenvolvimento da internet (1969), responsável por revolucionar os meios de comunicação, possibilitando a conexão de pessoas mesmo que a longa distâncias, o mundo começou a passar por um processo de globalização e as barreiras geográficas foram superadas. Paralelo a isso, no decorrer dos anos, ainda Figura 05: 3º Revolução Industrial
houve o desenvolvimento da tecnologia de ponta (High-tech) da máquina CNC (Controle Numérico Computadorizado), além da democratização e ampliação dos métodos de fabricação. Graças a essas inovações, as atividades tornaram-se mais criativas e complexas e passaram a exigir mão de obra qualificada. Nesse período, o sistema denominado toyotismo é desenvolvido pelos japoneses, a fim de abolir a função dos trabalhadores especializados para torná-los especialistas multifuncionais. Sendo assim, a verticalização do tempo fordista cede lugar à horizontalidade, os processos de criação e produção deixam de ser hierárquicos e passam a ser colaborativos (CASTELLS, 1999; BRANCO,2007). Segundo Castells (1999), além da profunda reestruturação do ambiente de trabalho, a nova ação,
COLABORAÇÃO - automatização através dos sistemas cyber fisicos - industria conectada e fábricas inteligentes - aplicação da internet das coisas - computação em nuvem
INTERNET DAS COISAS: É uma rede de objetos físicos que possuem tecnologia embarcada, sensores e conexão com rede capaz de coletar e transmitir dados. A ideia é que a internet se torne onipresente e invisivel (KICH, 2018). BIG DATA: Grande quantidade de dados analisados em tempo real por computadores, possibilitando a entrega rápida da informação necessária para tomada de decisões (KICH, 2018).
Fonte: CAMPO E SOCIEDADE (2013)
2004 INDUSTRIA CRIATIVA BRASIL Políticas públicas de incentivo
2008 COWORKING (Brasil)
2005 COWORKING (Alemanha)
PERSONALIZAÇÃO EM MASSA Produção customizada
Guarnetti (2018) aponta o surgimento do conceito da Industria 4.0 (Figura 06), que incorpora os sistemas tecnológicos atuais no seu sistema além de democratizar o acesso a eles. Entre essas inovações podemos citar a disponibilização dos dados em nuvem, a acessibilidade à impressão 3D, o avanço da robótica, da Inteligência Artificial e dos sistemas cyber físicos e uma maior importância do Big Data na tomada de decisões, o que leva, a longo prazo, ao desenvolvimento de cidades inteligentes (INSIDESEG, 2016). Nessas fabricas inteligentes, a automatização de grande parte dos processos tende a fazer com que muitos postos de trabalho sejam substituídos por profissões antes nunca vistas, que por sua vez tendem a exigir maior qualificação e menor esforço físico (GUARNETTI, 2018).
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS POR TRÁS DA REVOLUÇÃO
4º REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
DIAS ATUAIS
trabalhar e se comunicar, modifica o perfil do usuário e do antigo operário, que passa a ter horários mais flexíveis e estabelece uma relação mais dinâmica com o ambiente de trabalho. O desenvolvimento tecnológico, o conhecimento adquirido e a possibilidade de conexão de pessoas através das redes, afetaram diretamente o ambiente físico e o desdobramento de seus usos permitiram o rompimento de fronteiras (CASTELLS, 1999; BRANCO, 2007). De acordo com Silva (2011), na era da pós informação pela qual estamos passando, fazemos parte da Quarta Revolução Industrial. No cenário atual, diversas tecnologias atuam com mais força, ocupando papéis importantes não apenas na produção, mas também na reestruturação dos modelos e relações de negócios. Nesse contexto,
INDÚSTRIA 4.0
Figura 06: Funcionamento Indústria 4.0 Governo Empresas
COMPUTAÇÃO EM NUVEM Possibilita o uso de sistemas como serviço. Dessa forma, gastos com infraestrutura e desenvolvimento são drasticamente reduzidos (KICH, 2018). ROBÓTICA AVANÇADA Precisão nanométrica e automação de processos através do uso de robôs super avançados. INTELIGÊNCIA ARTIFIAL Sistemas projetados especialmente para atender os processos de produção e tomar decisões, sem dependender de ações humanas (KICH, 2018). MANUFATURA ADITIVA/HIBRÍDA O produto é modelado acrescentando-se material, camada por camada, de modo a eliminar o desperdicio e aproveitar a matéria prima ao máximo (KICH, 2018).
PRINCÍPIOS
2011 CRIAÇÃO DO CONCEITO FÁBRICA 4.0 (ALEMANHA)
Academia
Industria 4.0 Indivíduo
Fonte: AUTOR (2018).
Diferente de qualquer outra revolução, o cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual, refere-se às tecnologias da informação, processamento e comunicação. A tecnologia da informação é para esta revolução o que as novas fontes de energia foram para as revoluções industriais sucessivas, do motor a vapor á eletricidade, aos combustíveis fósseis e até mesmo a energia nuclear, visto que a geração e distribuição de energia foi o elemento principal na base da sociedade industrial. [...] O que caracteriza a nova revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimento e informações, mas a aplicação desses conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. (CASTELLS, 1999, p. 68-69)
CAPACIDADE DE OPERAÇÃO EM TEMPO REAL Coleta e tratamento de dados de forma instantânea, permitindo a tomada de decisões em tempo real (KICH, 2018). VIRTUALIZAÇÃO Propõe a existência de uma cópia virtual das fábricas inteligentes, permitindo o monitoramento remoto de todos os processos por meio de sensores espalhados ao longo da planta (KICH, 2018). DESCENTRALIZAÇÃO Tomadas de decisão são feitas pelo sistema cyber-físico de acordo com as necessidades da produção, as máquinas receberão informações e poderão informar sobre o seu ciclo(KICH, 2018). ORIENTAÇÃO A SERVIÇOS Arquitetura de softwares orientadas à serviços aliados o conceito de Internet das coisas. MODULARIDADE Produção de acordo com a demanda, acoplamento e desacoplamento de módulos na fabricação, flexibilidade para alterar as tarefas das maquinas facilmente (KICH, 2018). 15
2.2 A EVOLUÇÃO DOS MÉTODOS DE PRODUÇÃO PANORAMA
Figura 07: Evolução dos métodos de produção.
ARTESANAL
PRODUÇÃO EM MASSA
DESIGNER
ARTESÃO
PERSONALIZAÇÃO/MAKER
MAKER
CONSUMIDOR
CO-DESIGNER CO-DESIGNER
OFICINA
FÁBRICA/INDUSTRIA
LABS
CRIAÇÃO Criativos designer Processos co-design open design equipes transdiciplinares conhecimento distribuidos design para download
DESENVOLVIMENTO Plataforma e sistemas open software open hardware plataformas colaborativas versão beta apoio da comunidade
PROCESSO INTERATIVO/DIGITAL
PRODUÇÃO Ferramentas máquinas cnc (laser, fresadora, impressora 3D) arduino Locais de Produção Fab Lab Maker Space Hacker Space Plataformas online de fabricação Produção distribuida PRODUTOS VARIADOS
PRODUÇÃO EM MASSA
PRODUÇÃO PERSONALIZADA
Fonte: NEVES (2013) adaptado pelo autor (2018).
As inovações decorrentes da manufatura avançada já deram resultados para empresas que apostaram nela. Na Toyota e na Nissan, o tempo de desenvolvimento de um novo modelo caiu até 50% a partir do momento que designers e engenheiros passaram a usar informações digitalizadas e testes virtuais de peças. Defeitos que eram detectados somente com o avião no ar foram resolvidos ainda na fase de preparação. Com todos os ganhos da digitalização, o tempo de montagem caiu 25%. (SAKKIS; AFONSO, 2016)
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Em decorrência das grandes mudanças trazidas pelas revoluções industriais e aos avanços pelos quais a sociedade e os processos de produção passaram ao longo da história (Figura 07), principalmente tecnológicos, ficam evidentes diversos fatores resultantes, entre eles, um crescimento na demanda por produtos personalizados. O surgimento da internet, a democratização do acesso aos meios de produção e o barateamento dos novos sistemas de produção também promoveram um grande aumento na produtividade e na qualidade de vida dos trabalhadores, além de proporcionar uma evolução nos modos de pensar, criar e produzir os objetos (ANDERSON, 2012). Segundo Danemberg (2018) durante a produção artesanal, presente nas corporações de ofícios, os artesãos produziam diretamente a partir do seu conhecimento, além disso não existia a divisão do trabalho, o artesão era responsável por todos os processos da mercadoria e era ele quem estipulava sua jornada de trabalho. Esse modo de produção era caracterizado pela união entre atividade intelectual e manual. Danemberg (2018) afirma que, com a chegada da revolução industrial, vários artesãos tornaram-se trabalhadores assalariados. A produção industrial, caracterizada pela produção em massa de produtos passou a exigir ferramentas, máquinas e equipamentos mais caros e específicos para a produção de diferentes objetos. Porém, os produtos finais eram replicados e não exigiam atividade intelectual por parte dos operários. Para Silva (2010), essa maneira robótica de produção não favorecia o aprendizado, mas economizava tempo e aumentava a produtividade, proporcionando maior controle gerencial. Além disso, vale ressaltar que durante a segunda revolução Industrial, o acesso às máquinas ficou restrito às grandes indústrias. Hoje, na produção pós-industrial, graças a evolução da tecnologia, como o surgimento do computador pessoal e a disponibilização de máquinas e equipamentos de fabricação em espaços físicos abertos ao público, não é mais preciso depender das grandes indústrias para reproduzir uma ideia. Isso têm feito com que a distância entre inventor e empreendedor, produtor e consumidor, diminua (MONTEIRO, 2017 e PAGMAN; MOTTIN, 2018). Segundo Harvey (1993), o sistema CAD (computer-aides design)/CAM (computer-aided manufacturing), permite a modelagem livre e a geração de um produto final personalizado. Mesmo que esse processo exija máquinas mais caras, essas são mais versáteis e permitem a produção de diferentes produtos com diferentes materiais. Para Pagman e Mottin (2018), o uso das tecnologias de fabricação digital como meio de inclusão social e atendimento a demandas pessoais e profissionais tem se mostrado importante a cada dia por proporcionar alternativas de trabalho e impulsionar o perfil empreendedor da sociedade. O contexto de mercado com produtos sendo produzidos em massa e em grandes quantidades vem gerando a crescente necessidade de customização e personalização, com consumidores cada vez mais interessados na participação dos processos de projeto e produção dos produtos e serviços que o cercam (PAGMAN; MOTTIN, 2018). Ainda segundo os mesmos autores, é nesse cenário que o Movimento Maker (ver página 30) surge como algo crescente, trazendo a democratização da fabricação. É importante destacar que, embora haja uma tendência à evolução dos métodos e uma maior adesão por parte das indústrias e da academia em estudar e utilizar desses novos sistemas de fabricação e desenvolvimento de projetos, segundo Orciuolli (2009) vivemos em uma coexistência das três etapas (Figura 07), sendo que nenhuma foi capaz de substituir qualquer outra. Por fim, Landry (2008), no artigo “The Creative City” salienta a ideia de que novas formas de produção exigem novas infraestruturas e espaços de criação. Nesse contexto, algumas indústrias passaram a dar mais valor à ambientes que estimulem as relações sociais, a inovação e a criatividade.
2.3 A EVOLUÇÃO DO PERFIL DO TRABALHADOR
Figura 09 e 10: Esquerda: Operários trabalhando em industria durante o fordismo. Meio e Direita: Makers.
IMAGEM
Figura 08: Evolução das plantas baixas referentes aos conceitos de ocupação
PASSADO
Trabalho das 9 às 17h
FUTURO
Horário flexível
Fonte: FAZZIO (s.d.).
Fonte: UNICEF VIETNAM INNOVATIONS (2016).
Fonte: MAVEN MAKERS (2018).
Figura 11: Novas estruturas e processos que influenciam no perfil do trabalhador Trabalho no escritório
Equipamentos da empresa
Trabalho em qualquer lugar
INCUBADORA START UP ACELERADORA MOTIVAÇÕES
Objeto fechado
Empresa
Qualquer equipamento
OBJETO ABERTO SERVIÇO PESQUISA KIT CONHECIMENTO PLATAFORMA
Usuário
Foco nas demandas
Hierarquização Escada corporativa
Foco nos resutltados
Horizontalidade Crescimento pessoal
OPEN SOURCE OPEN HARDWARE VERSÃO BETA
Fonte: SMMELROTH (2016) adaptado pelo autor (2018).
Os avanços tecnológicos advindos das Revoluções Industriais (abordados nos tópicos anteriores) e a busca por melhor qualidade de vida, alteraram o perfil de algumas empresas e consequentemente do trabalhador. Assim como nas relações sociais, graças a globalização a aos novos recursos disponíveis, a relação entre emprego e empregador também sofreu alterações. Segundo artigo publicado pela IBE-FGV (2013), especialistas analisam um novo perfil de trabalhador que busca mais capacitação e felicidade no ambiente de trabalho. Anderson (2012) afirma que é necessário compreender a mudança da noção de fábrica no papel da sociedade. Segundo ele, hoje, qualquer pessoa pode desenvolver um projeto e posteriormente disponibiliza-lo em rede. Deste modo, o modelo tradicional ordenado por fabricação, venda e compra do consumidor é invertido, transformando o comprador no produtor, que pode, através da internet, repassar rapidamente seus desenvolvimentos de modo colaborativo, a fim formar uma rede cooperativa de produção (CASTELLS, 1999).
profissionais liberais necessitam de uma restruturação dos espaços para que atendam suas necessidades. Para Masi (2000, p.127) “o futuro pertence a quem souber libertar-se da ideia tradicional do trabalho como obrigação e for capaz de apostar numa, mistura de atividades, onde o trabalho se confundira com o tempo livre e estudo”. Segundo o autor, essa pessoa geralmente trabalha em um ambiente que estimula a capacidade de convívio de indivíduos que buscam o mesmo interesse e intercâmbio de ideias. De acordo com IBE–FGV (2013), esse novo profissional começou a surgir em resposta à nova lei de sobrevivência do atual mercado de trabalho, que tem exigido contínua atualização e o desenvolvimento de habilidades e competências. Além disso, vale ressaltar que, segundo Guarnetti (2018) [...] cada vez mais a formação prática e multidisciplinar de engenheiros ligados as áreas da produção tem se apresentado como um diferencial para esse novo momento, não basta apenas uma formação técnica, é preciso ter senso de colaboração e trabalho em grupo.
De acordo com Viviane Gonzalez, diretora da Nesse cenário, aliado a crise econômica que o Business Partners Consulting do Interior de São mundo tem passado, houve um aumento de Paulo, as qualidades que mais se destacam nesse profissionais autônomos, estes, junto aos
Pesquisa
Produção
PRODUÇÃO SOB DEMANDA MAKER SPACES FAB LAB PROTOTIPAGEM ONLINE REPAIR CAFÉ
Fonte: NEVES (2013) adaptado pelo autor (2018).
novo profissional são iniciativa, criatividade, liderança, aprendizagem contínua, boa comunicação, habilidade para trabalhar em equipe e capacidade de planejamento da carreira. “O trabalhador moderno é uma pessoa bem resolvida, que possui alto grau de motivação e potencial para chegar onde deseja”, define Gonzalez (IBE-FGV, 2013). Rúbria Coutinho, consultora em recursos humanos, acredita que essa nova força de trabalho está emergindo também graças as novas tendências e desafios do mercado de trabalho atual, como as flexibilizações dos contratos trabalhistas, as terceirizações, o trabalho contingente, entre outras características. Para ela, as evoluções sociais também são responsáveis por esse novo perfil: [...] como a relação com o consumo, os negócios sociais, os novos sistemas de criação e de distribuição de valor. Imagino profissionais mais autônomos do ponto de vista dos vínculos trabalhistas, como consultores e pequenos empresários e profissionais preparados para trabalhar em rede, de forma colaborativa, somando competências e desenvolvendo parcerias. Profissionais mais criativos, flexíveis e preparados para cenários menos estruturados e mutáveis (COUTINHO, 2017 – depoimento dado à MONTEIRO, 2017).
Vale destacar, que para Deguzman e Tang (2010), a influência da geração Y, que tem idade entre 19 e 29 anos e possui características singulares como domínio de outros idiomas e a conexão com as tecnologias, compactuam com a ideologia de que o trabalho precisa estar associado ao prazer e propor novos desafios. Para o autor, esses jovens estão interessados em mover-se lateralmente nas empresas, e não verticalmente, ou seja, planejam assumir diferentes papéis e desempenhar várias funções propondo rotatividade e mudança constantes. É possível concluir, então, que os antigos operários que raramente interagiam com os demais e faziam movimentos mecânicos e repetitivos que não exigiam de capacitação intelectual, hoje, graças a todas as modificações mencionadas acima e nos tópicos anteriores, tem se tornado mais dinâmicos, flexíveis, colaborativos e empreendedores. A maioria está sempre buscando capacitação para dominar as novas tecnologias que tendem a evoluir cada vez mais. Com uma conectividade e ferramentas à mão, freelances e funcionários podem agora trabalhar a qualquer hora, em qualquer lugar e da maneira que quiserem (DEGUZMAN E TANG, 2010, p.16).
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2.4 A EVOLUÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO
As evoluções pelas quais a sociedade passou durante os anos, refletem-se principalmente na modificação do espaço físico do ambiente de trabalho, que acompanhou todas as transformações históricas, produtivas, pessoais e físicas da população, a fim de incorporar os novos sistemas de produção, além deatender, promover e salientar o perfil do novo trabalhador e consumidor. Segundo Fonseca (2004), essas mudanças começam a ser perceptíveis no século XVIII, durante a primeira revolução industrial. Nessa época, a sociedade necessitava de espaços de escritórios onde as pessoas pudessem desenvolver atividades administrativas relacionadas à produção da indústria. Nesse cenário, marcado pelos centros têxteis, havia fiscalização constante do comportamento e da produção dos funcionários e quase nenhuma interação entre eles. Durante a segunda revolução industrial, principalmente depois do surgimento da produção em massa e da instalação das linhas de montagem, essas características são reforçadas e a hierarquização da fábrica se torna ainda mais nítida. De acordo com Fonseca (2004, p. 22) os funcionários de escalão inferiores ficavam nos grandes salões centrais, onde as mesas de trabalho eram dispostas em fileiras paralelas direcionadas a um supervisor, reproduzindo a lógica de produção em série (Figura 13). Ainda segundo o autor, ao redor desse salão central, localizavam-se as salas privativas dos gerentes, e as salas confortáveis e privativas dos funcionários dos escalões mais altos ficavam nos pavimentos superiores, posicionadas onde havia melhor vista e insolação. Nesse contexto, enquanto o Fordismo serviu como modelo para a revolução do processo industrial, o Taylorismo foi responsável pela concepção dos primeiros escritórios. Baseado na organização hierárquica formal, o ambiente pretendia reduzir o tempo de produção e extrair o máximo da capacidade humana. Fonseca (2004) afirma que, nesses escritórios Tayloristas, acreditava-se que quanto mais padronizados fossem os diversos itens da fábrica, desde o mobiliário até a caneta utilizada pelos empregados, mais eficiente seria o trabalho. Segundo Masi (2000), tanto para Taylor como para Ford a divisão entre trabalho e lazer era clara e ríspida, isso impedia a criatividade e gerava estresse.
Franky Lloyd Wrigth foi o primeiro arquiteto a propor uma forma global e integrada nos espaços de trabalho. O arquiteto procurava dispor as atividades de maneira prática e funcional, e adicionava aos espaços elementos do design. Essas características são perceptíveis no projeto do edifício Larkin Building, 1904, em Buffalo. O átrio central era bem iluminado e destinado a funcionários de baixo escalão, que estavam circundados por quatro pavimentos de galerias que eram distribuídas aos funcionários de alto escalão (Figura 13) (FONSECA, 2004, p. 23). Foi só em 1963, de acordo com Andrade (2007), que surgiu, na Alemanha, uma nova concepção espacial que transformou a disposição dos escritórios. Esse modelo ganhou força no pós Segunda Guerra Mundial, quando houve uma descentralização nas empresas que provocou mudanças na economia de mercado e na reestruturação dos negócios. O Ladscape Office ou Escritórios Panorâmicos (Figura 13) teve como adeptos pioneiros os irmãos Alemães Eberhard e Wolfgang Schenelle. Eles acreditavam que salas fechadas eram barreiras e que os escritórios precisavam estimular comunicação e inter-relacionamento maior entre as áreas, para valorizar o funcionário e dar maior flexibilidade aos espaços. Então, pela primeira vez um lado mais humano começou a ser implementado no ambiente de trabalho. Esse incentivo em algumas empresas, acarretou no fim da hierarquia de salas entre chefias e demais trabalhadores e proporcionaram o surgimento de áreas para conversas chamadas de salas de estar (ANDRADE, 2007). Para Bast, Nos dias de hoje os escritórios panorâmicos ainda são muito utilizados, mas foram agregadas inovações que facilitam o dia-a-dia e contribuem para um bom ambiente, através de iluminação adequada, ventilação e acústica. Um exemplo estas inovaçãoes são os paineis que separam, um posto de trabalho do outro. (BAST, 2012, p.11).
Segundo Andrade (2007), a partir dos anos 70 um novo modelo de escritório começa a ser introduzido, onde os ambientes deveriam ser mais dinâmicos, práticos e flexíveis. Pioneiro do modelo denominado Planta Livre, o escritório de Herman Miller, apostou, para sua concepção, em uma nova linha de mobiliários, onde o biombo deixou de ser apenas um elemento divisório para ser um elemento estruturador do ambiente.
Além disso, procuraram trazer novos desenhos aos postos de trabalho, deixando eles mais compactos e funcionais sem perder o conforto (Figura 13). Segundo Fonseca (2004, p.25) esse conceito foi baseado em uma característica principal cujo “novo sistema de planejamento de escritórios era que o arranjo físico deveria ser uma planta livre”. Sem a delimitação de paredes, com o intuito de estimular a comunicação e interação entre pessoas. Nesse contexto, percebe-se que os escritórios panorâmicos também fazem parte do modelo de planta livre, e que o processo está sendo uma evolução do conceito criado pelos irmãos Schnelle (ANDRADE,2007). Por fim, analisando as últimas duas décadas, é possível perceber que as transformações físicas ou conceituais estão acontecendo cada vez mais rápido. Graças a evolução tecnológica que estamos passando, vários escritórios do século XXI são totalmente diferentes dos escritórios do início do século XX. Dentro desta evolução, surgem conceitos como “9 to 5 group” e o “Hat Factory”, criados por BernieDeKoven, onde trabalhavam profissionais da área de tecnologia e que abriam suas portas para aqueles que careciam de um lugar para trabalhar. Também surgiram os coneitos de “Living Office” criado por Herman Miller, e Coworking, desenvolvido por Brad Neuberg para nomear um espaço fisíco, em 2005, onde a partir da insatisfação com seu home office, convidou amigos para trabalhar juntos, dividir custos e espaço (ANDRADE, 2007; FONSECA, 2004). O último espaço, por sua vez, tem o intuito de suprir algumas desvantagens que o profissional autônomo enfrenta ao optar pelo trabalho em “Home Office”, como o isolamento, a marginalização do contexto e da dinâmica de empresa (Segundo Masi, 2000, p. 217) difundido uma arquitetura dinâmica de integração social. Na Figura 12, serão apresentados três organogramas que ilustram de forma clara a evolução da estrutura organizacional dos escritórios ao longo do tempo. É importante destacar que, segundo os autores citados, ainda podemos encontrar os três tipos de escritórios coexistindo, visto que são mudanças não apenas físicas, mas comportamentais também. Os conceitos de Living Oficce e Coworking estão inseridos no ultimo organograma, onde a rede de conexões entre as pessoas é essencial para o desenvolvimento dos trabalhos. A Figura 14 apresenta a evolução das plantas baixas e das ocupações referentes a Figura 13.
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Figura 12: Organograma da evolução dos escritórios
HIERARQUIA
EQUIPE
REDE Fonte: AUTOR (2018).
FIGURA 13 - LINHA DO TEMPO DA EVOLUÇÃO DOS ESCRITÓRIOS. Fuseproject - 2010
Taylorismo
Produção em série Organização continua e não celular
1930
Manheim - 1958
Planta Livre
1945
Ambientes dinâmicos, práticos e flexiveis.
1970
Escritórios abertos, Landscape confortáveis, porém hirarquizados
Coworking
2005
2000 Living Office
Conexão entre pessoas Networking
1500 Espaços
103 Paises
800 Cidades
80.000 Mesas
2017
Agrupamento das atividades executadas diariamente
Action Office - 1964 Brand Collective Coworking - 2013
Nex Coworking - 2012
Edifício Larking - 1905 Fonte: GUIRAU (2017), adaptado pelo autor (2018).
Figura 14: Evolução das plantas baixas referentes aos conceitos de ocupação.
ESCRITÓRIO TAYLORISTA
ESCRITÓRIO PLANTA LIVRE
ESCRITÓRIO PANORÂMICO (LIVING OFFICE)
COWORKING
Fonte: NOVAES (2013) adaptado pelo autor (2018).
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2.5 OS SISTEMAS NACIONAIS DE INOVAÇÃO Abreu et al (2016) define sistema nacional de inovação como um arranjo que engloba instituições como universidades, institutos de pesquisa, empresas, governos, agências de fomento, sistema financeiro e instituições de coordenação que se interagem a fim de produzir redes de cooperação, para geração, absorção e transmissão de conhecimento. Para compreender esses sistemas, Campagnolo (2018), afirma que também é necessário entender a tríplice da inovação, composta por governo, negócios e academia. Nesse modelo (Figura 15), o governo encarrega-se de promover o encontro institucional e a integração entre academia e empresas, podendo ser também um financiador através de suas agências de fomento, a academia garante capacitação e transferência de conhecimento e tecnologia e a empresa transforma esse conhecimento em produtos e valor econômico. (ABREU et al, 2016). É nesse cenário que se fundamenta o conceito dos parques tecnológicos. Segundo Abreu et al (2016): [...] empresas iniciantes de base tecnológica (startups), incubadoras, aceleradoras, escritórios de propriedade intelectual, laboratórios e centros de pesquisa, em ambientes que promovam a inovação, como os parques tecnológicos, podem se articular em rede com agências de fomento, fundações de amparo à pesquisa e outras instituições públicas e privadas com os objetivos de, por meio da cooperação e troca de conhecimentos, introduzir novos produtos e processos no mercado e promover o desenvolvimento econômico (ABREU et al, 2016, p. 104).
De acordo com Rangel (2010), a primeira geração de Parques Tecnológicos surgiu aproximadamente em 1950 e foi formada pioneiramente pela junção de empresas de base tecnológica e universidades renomadas nos Estados Unidos (Figura 16). Um Parque pioneiro é o Standford Reserch Park, do qual se originou o Silicon Valley (Vale do Silício), nos Estados Unidos. O “boom” dos Parques Tecnológicos só aconteceu nos anos 70 a 90, quando as regiões europeias estreitaram laços com as universidades e obtiveram mais políticas públicas de incentivo. (ABREU et al, 2016; RANGEL, 2010). Nesse sentido, segundo Mawadiye (2007), pode-se afirmar que o Brasil a aderiu esses empreendimentos tardiamente, já que a maioria dos parques nacionais foram implementados durante a década de 90. A maioria deles não obtiveram os resultados esperados. Então, no começo do século XXI, tiveram seus aspectos primordiais substituídos, dando mais enfoque aos processos e a gestão desses locais do que a localização. Além disso houve um reposicionamento em relação às políticas públicas de incentivo. Essas modificações visavam atingir objetivos como a ampliação da competitividade regional e nacional (ALLEN, 2007; HAUSER e ZEN, 2011). Com a popularização do termo, segundo Compagnolo (2018), a implementação de parques tecnológicos no Brasil tem enfrentado alguns desafios. Um deles está na demanda excessiva para construção desses ambientes que aliada a outros fatores, acarretou na perda do valor do espaço e, em muitos casos, na não produção de conhecimento cientifico. Essas expectativas demasiadas em transformar toda e qualquer área com um conglomerado de empresas e de universidades em parques tecnológicos, acaba por saturar esse tipo de produção. Além disso, outra grande dificuldade está em promover a sustentabilidade e gerenciamento desse ambiente.
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Figura 15: Tríplice da inovação
Figura 16: Polo de inovação englobando o Stanford Research Park e o mercado local.
Ambientes de Inovação Parques e Polos Tecnológicos incubadoras de Empresas
“POLO DE INOVAÇÃO” Governo
Academia Stanford Reserach Park Empresas de Base Tecnológica
Mercado
Universidade de Stanford
Negócios
Centros e Divisões de Pesquisa e Desenvolvimento Fonte: CAMPAGNOLO (2018), adaptado pelo autor (2018). Figura 17: Evolução da quantidade de iniviativas de Parques Tecnológicos no Brasil.
100
94 74
Fonte: SPOLIDORO, AUDY (2008) adaptado pelo autor (2018). 50
Figura 18: Principais áreas de atuação dos parques no Brasil. 10
Tecnologia da Informação
10
2000
2008
2013
Fonte: MINISTÉRIO DA TECNOLOGIA, CIÊNCIA E INOVAÇÃO (2014), adaptado pelo autor (2018). Figura 19: Evolução das incubadoras no contexto internacional
27
Energia Biotecnologia Saúde Petróleo e Gás Natural
26 20 19
Teleocmunicações
14
Agronegócio
11
Recursos Hidricos
Espaço físico e recursos compartilhados
Serviços de Apoio ao desenvolvimento de negócios
Networking TERCEIRA GERAÇÃO
SEGUNDA GERAÇÃO
PRIMEIRA GERAÇÃO
9
Meio ambiente
7
Transporte Ferroviário e Hidroviário Aeronáutico
6 6
Transporte Aquaviário e Construção Naval
5
Espacial
4
Mineral
4
Econômia criativa
4
0 Fonte: ANPROTEC (2014), adaptado pelo autor (2018).
5
10 15
20
25 30
35 40
Fonte: MINISTÉRIO DA TECNOLOGIA, CIÊNCIA E INOVAÇÃO (2014), adaptado pelo autor (2018).
A partir da explicação das áreas e ecossistemas de inovação (Figura 20), vale ressaltar que os mais importantes parques tecnológicos nacionais estão situados nas regiões metropolitanas e nas principais cidades do interior (Figura 21), já que nesses locais estão concentradas boa parte das universidades e institutos de pesquisa brasileiros. Segundo Mawadiye, 2007: Dentre os parques mais bem-sucedidos, há desde aqueles voltados para a informática, como os de Caxias do Sul (RS), do Recife (PE) e de Campina Grande (PB), até os focados em produtos e serviços de biotecnologia, como o de Lavras (MG), na agroindústria, como o de Cascavel (PR), e em eletrônica e robótica, como o de São Carlos (SP)” (MAWAKDIYE, 2007).
Ainda segundo o autor, os maiores parques abrigam várias empresas e quase sempre uma incubadora de base tecnológica. Entre eles, podemos citar o Parque Tecnológico de São Paulo - Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) - que funciona na Universidade de São Paulo (USP), o ParqTec, junto à Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e a USP-São Carlos e o ParqCamp, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (Figura 22). Ávila, diretor executivo da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), observa que: Em todos esses grandes parques há um traço comum: a preexistência de universidades e institutos de pesquisa referenciais e de pelo menos algumas indústrias com viés high-tech [...] Os parques deram certo porque apresentavam as precondições para isso (ÁVILA em depoimento à MAWADIYE, 2007).
Porém, a maioria das cidades não teve a capacidade ou potencial para ter um parque tecnológico instalado, seja por estarem muito distante dos grandes centros, por não serem tão acessíveis pelas principais rodovias de acesso ou por não terem mão de obra qualificada o suficiente. Além disso, a maioria das boas instituições brasileiras de ensino e pesquisa estão concentradas em poucas áreas do país, e apenas 2% a 3% das cerca de 90 mil empresas industriais que não estão abrigadas nos parques ou em uma ou outra incubadora são de base tecnológica, sendo quase sempre multinacionais ou grandes empresas de capital nacional. Hoje, quase não existe município brasileiro que não tenha seu distrito industrial ou que não planeje implantá-lo. Entretanto, como abordado acima, é necessário primeiramente compreender a demanda, o público alvo e o tipo de projeto que será implementado para promover a economia. Bem como a definição de quais áreas de atuação poderão ser desenvolvidas nesse espaço. É necessário ressaltar que poderia haver mais êxito se os projetos abordassem mais as necessidades dos usuários do entorno do que única e exclusivamente o desenvolvimento cientifico, uma vez que, como já citado acima, o empreendedor ou trabalhador feliz em seu ambiente de trabalho, tende a produzir mais.
Figura 20: Áreas e ecossistemas de inovação.
Figura 21: Parque Tecnológico em São José dos Campos.
ÁREAS/ ECOSSSISTEMAS DE INOVAÇÃO
DISTRITOS DE INOVAÇÃO Áreas geográficas, dentro das cidades, onde instituições-âncora (empresas lideres) e clusters de empresas tecnológicas conectam-se com startups, incubadoras e aceleradoras. São áreas com facil acessibilidade e disponibilidade de tecnologia, com espaços residentcais e mistos.
PARQUES CIENTIFICOS E TECNOLÓGICOS CLUSTERS São aglomerações de empresas e instituiçõs de varios portes e caracteristicas, de uma mesma área ou semento de negócios, geograficamente concentradas, onde os atores se relacionam e interagem, por meio de elementos comuns e complementares, visando ganhos de eficiência e maior competitividade.
Fonte: DIMENSTEIN (2008). Figura 22: Parque Científico e Tecnológico Campinas
OUTROS TIPOS CIDADES INTELIGENTES São cidades que estimulam ações criativas e sustentáveis do ponto de vista ambiental, fazendo uso de modernas tecnologias nas soluções de seus desafios e problemas, envolvendo o processo de planejamento e de participação dos cidadões. As cidades inteligentes promovem a interação das pessoas com novas tecnologias, utilizando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento social e econômico e a melhoria da qualidade de vida. Fonte: AUTOR (2018).
Fonte: GRANZOTTO E PERRI (2016).
Mawadiye (2007) aponta um levantamento feito pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que contabilizou cerca de 55 iniciativas que se autodenominam parque tecnológico no Brasil, grande parte delas localizadas nas cidades do interior paulista (ver Figura 17). Esse número já equivale 15% da quantidade de incubadoras de empresas existentes no país. (MAWAKDIYE, 2007). Para Guilherme Ary Plonski, vice-presidente da Anprotec: À primeira vista, o número parece realmente um pouco alentado. Não sei se há tantas cidades brasileiras capazes de abrigar um parque tecnológico na acepção precisa do termo[...]. Temo que possa estar ocorrendo no país uma certa banalização do conceito de inovação (MAWAKDIYE, 2007).
Mawadiye (2007) afirma que o empenho de várias cidades em abrigar um parque tecnológico é compreensível, seja pelo interesse dos municípios em verbas subsidiadas e vantagens tributárias até a intenção de movimentar a economia através da geração de emprego e renda qualificados. Além disso, os parques, principalmente os instalados em cidades menores, mesmo que por inércia, empurram o conjunto das indústrias para a alta tecnologia. Ainda segundo Mawadiye (2007) os parques tecnológicos, assim como a incubadoras, podem ser montados no âmbito dos mais diferentes setores da economia, desde que tenham interação com a alta tecnologia. Sendo assim, poderiam ser criados a partir de uma pequena base industrial existente, e crescer autossustentáveis (MAWAKDIYE, 2007; HAUSER e ZEN, 2011). Um estudo feito pelo MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (2014) permitiu identificar as principais áreas de atuação dos parques tecnológicos em implantação e operação (Figura 18), vale ressaltar que as atividades criativas, grandes responsáveis por movimentar a economia criativa e por subsidiar autônomos e profissionais liberais, além de serem as mais presentes nos ambientes compartilhados de trabalho (coworking) estão entre as menos desenvolvidas dentro dos parques. Para Mawadiye (2007), os parques tecnológicos constituem “uma figura jurídica delineada por acordos internacionais”. Sendo assim, algumas das regras estabelecidas para sua concepção são rígidas, como por exemplo, aquela que exige uma distância não superior a 4 quilômetros entre a sede do parque e uma instituição de pesquisa de renome internacional. Em contrapartida, as incubadoras podem ser montadas em qualquer local de maneiras muito mais simples e sem a necessidade de manter vínculos com as universidades (Figura 19). Além disso, as incubadoras tem objetivos e aspirações mais modestas e as atividades das empresas nelas residentes não são obrigatoriamente voltadas para a pesquisa e o desenvolvimento (MAWAKDIYE, 2007). Por fim, vale ressaltar a análise de que embora os parques tecnológicos estimulem a cooperação entre empresa e academia, pecam em proporcionar ambientes cooperativos entre os usuários do espaço. Em grande parte dos parques nacionais, o contexto urbano, a geração de economia e a produção de conteúdo cientifico é muito mais valorizado do que o aprendizado e evolução do indivíduo, seja de maneira coletiva, pessoal ou profissional.
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2.6 A EXPANSÃO DO TRABALHO COLABORATIVO E DOS AMBIENTES DE INOVAÇÃO MUNDO Figura 23: Mapa da expansão de Coworkings, Fab Lab e Parques tecnológico no mundo.
FAB LAB
COWORKING/HUB
Fonte: KATCHBORIAN (2017).
COWORKING
PARQUE TECNOLÓGICO
As novas regiões industriais de alta tecnologia, unem centros produtores de tecnologia com indústrias de informações, associados a grandes centros de pesquisa. Um exemplo disso são os tecnopólos, que muitas vezes abrangem também espaços colaborativos de trabalho e produção, como coworkings e fab labs. O principal tecnopólo dos Estados Unidos é o Vale do Silício, localizado na Califórnia, próximo da Universidade de Stanford. Outros exemplos importantes são: a chamada Route 128, perto de Boston e do MIT (EUA), a região de Tóquio-Yokohama (Japão), a região Paris-Sud (França), o corredor M4, ao redor de Londres Reino Unido), a região de Milão (Itália), as regiões de Berlim e Munique (Alemanha), Moscou, Zelenogrado e São Petersburgo (Rússia), São Paulo-Campinas-São Carlos (Brasil) (CASTELLS, 2000).
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Figura 24: Número de espaços de coworking pelo mundo 7.800
FAB LAB Segundo Katchborian (2017) a expansão desses espaços pelo mundo tem se difundido com tanta rapidez que a Hackermoon em parceira com o Anase Group junto a uma rede de colaboradores e patrocinadores, criou um atlas global de inovação. Nessa plataforma foram mapeados os Fab Labs, hakerspaces, makerspaces, incubadoras, espaços de coworkings, entre outros. O intuito do mapa é ajudar as pessoas que buscam por lugares ao redor do mundo para desenvolverem suas ideias e projetos. Através do mapa (ver Figura 23) nota-se uma grande quantidade desses espaços, que tendem a se expandir cada vez mais e com mais velocidade, uma vez que a tendência da tecnologia e das redes de comunicação é evoluir constantemente, o mercado e os espaços de trabalho possivelmente acompanharão esses desenvolvimentos (Figura 24).
3.400
1.130 75
310
2007 2009 2011 2014 2015 Fonte: KNOLL (2016) adaptado pelo autor (2018).
BRASIL Segundo Pereira (2017), tanto os espaços compartilhados de trabalho, como os laboratórios de fabricação digital e os espaços colaborativos que promovem a inovação, têm se difundido e se multiplicado em vários países. Considerando a pesquisa do SEADE (2013) nota-se que o Brasil vem conquistando espaço no mercado que envolve a “economia criativa” (ver página 28) em regiões como: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, que adotaram esse modelo nas grandes cidades. Ao analisar infográficos e mapas (Figura 25) foi possível perceber que o principal setor de expansão acontece no Sudeste, principalmente no Estado de São Paulo. Mesmo com uma velocidade menor se comparada aos Estados Unidos e a Europa, há uma crescente expansão dos ambientes colaborativos e dos espaços de inovação nessa região, seja pela crise econômica, que fez os profissionais procurarem alternativas liberais e autônomas de trabalhos ou pela necessidade de se adequar nova realidade, onde boa parte dos serviços passou a ser terceirizado. Essas difusões dos ambientes colaborativos acontecem principalmente próximo a tecnopólos, onde estão grande parte das industrias e das universidades. A cidade de Campinas, segundo Ito (2007) pode ser considerada umas das principais concorrentes ao título de “Vale do Silício brasileiro”, graças à concentração de institutos de desenvolvimento tecnológicos e empresas da região. Ainda segundo a autora, a cidade de São Carlos também é destaque, ali estão situadas universidade como a USP, UFSCAR e UNICEP, responsáveis por departamentos nos campos de engenharia, agricultura, biotecnologia, computação e física no Brasil. Além disso, a cidade abriga centros de pesquisa da Embrapa e o Parque tecnológico dedicado à incubação de novas empresas.
FIgura 26: Eixo Viário - Potencial Expansão dos Sistemas de Inovação. Araraquara SÃO CARLOS Leme Araras Rio Claro
SP-330
SP-310
Limeira
SP-330
Americana
CAMPINAS SP-348
Jundiaí
Rodovia Washinton Luís (SP-310) Rodovia Anhanguera (SP-330) Rodovia dos Bandeirantes (SP-348)
SÃO PAULO
Segundo Francisco (2018), outro motivo pelo destaque dos números do Sudeste acontece porque as maiores concentrações industriais estão situadas no Estado de São Paulo. Com o passar dos anos, a organização industrial da capital do Estado espalhou-se pela área metropolitana ao redor das grandes rodovias que cortam o Estado. Sendo assim, os principais eixos de desenvolvimento da economia e indústria criativa (ver pagina 28) estão às margens das rodovias que ligam a capital ao interior, principalmente a via Anhanguera, por possuir muitos acessos (Figura 26). A cidade de Campinas é cortada pelas rodovias Anhanguera e Bandeirantes e a partir dela, começa um importante eixo de industrialização e inovação do estado, que se subdivide em dois: um, pela rodovia Washington Luís, até a cidade de São José do Rio Preto, e outro, pela via Anhanguera, até Ribeirão Preto.
Fonte: AUTOR (2018).
INDUSTRIAS
UNIVERSIDADES
PARQUES TECNOLÓGICOS
COWORKING
Figura 25: Expansão e eixo industrial no sudeste, Brasil.
Outro fator que auxilia na expansão desses espaços é o perfil do novo empreendedor que necessita de espaços para desenvolver suas ideias. Instituições de Ensino Superior, centros de inovação, federações, associações, hubs de empreendedorismo, espaços criativos, co-working, hubs e demais instituições existentes no Estado de São Paulo se configuram como um ambiente promissor que promove conexões, interações de apoio e iniciativas para a criação, que junto às incubadoras de empresas, potencializa novos negócios. Hoje, no Brasil, já existem cerca de 810 coworkings, a média dos espaços é de 384 m². Esse processo de expansão pode ser uma consequência da crescente presença de empresas inteiras instalando-se em nesses espaços. De acordo com o Censo, a soma de empresas que mantem de e 3 e 6 funcionários já chega a 64% (COWORKING BRASIL, 2017). Para Ito (2017), a dúvida é se haverá demanda suficiente para essa oferta de espaços. O diretor executivo da Gowork, Fernando Bottura, acredita que sim, principalmente pela implementação da Lei da Terceirização (nº 13.429), que muda as diretrizes para contratação. Se por um lado as empresas que devem surgir precisarão de um espaço físico com um custo menor, por outro os autônomos devem preferir coworking por permitir maior network (ITO, 2017). Nesse contexto, Didziakas (ano) afirma que enquanto os grandes coworkings estão em um momento de consolidação, os pequenos devem amadurecer seus planos de negócios. Uma realidade semelhante acontece em relação nos Parques Tecnológicos Brasileiros. Maurício Guedes, diretor executivo do Parque Tecnológico da UFRJ e Presidente da IASP (Associação Internacional de Parques Tecnológicos, ressalta em entrevista que não há necessidade do país consolidar inúmeros parques, pelo contrário, é preciso fortalecer aqueles com melhor êxito. Segundo ele: “Todo lugar em que tiver uma comunidade científica e tecnológica gerando conhecimento, uma sociedade empreendedora, uma base empresarial com vocações compatíveis com essa comunidade científica, ali, talvez se tenha um potencial para uma coisa do gênero parque tecnológico” (MILENA, 2011).
Fonte: MORAIS (2010).
23
A nova era e seus desdobramentos citados anteriormente não teriam se desenvolvido sem o contexto que os favorecem. Além da internet, das tecnologias e dos mecanismos digitais, os laboratórios em que esses ensaios colaborativos e de conhecimento acontecem, são essenciais para a produção de criatividade. São biosferas que oferecem infraestrutura para as diferentes atividades propostas. No começo tinham um caráter informal e experimental, mas adquiriram características particulares e indispensáveis para sua conceituação. Espaços como coworkings e Fab Labs são exemplos provedores e propagadores desses conceitos.
3 FUNDAMENTAÇÃO
25
Figura 27: Campus do Google em Dublin / Camenzind Evolution + Henry J. Lyons Architects.
26
Fonte: MARCON (2013).
3.1 A SOCIEDADE EM REDE O surgimento da internet, em 1969, aconteceu de maneira complexa, num ambiente de disputa entre grandes corporações, pequenos empresários e estudantes universitários. A internet foi criada, pelo governo dos Estados Unidos, como uma estratégia militar para ser um meio de comunicação invariável a ataques nucleares, em um período onde as ameaças de guerras eram uma preocupação iminente. (HAFNER e MARKOFF, 1991). Essa rede chamada de ARPANET (Advanced Research Network) foi fundada pela ARPA (Advanced Research Projects Agency) com o Departamento de Defesa Americano para uso em seus projetos nas Universidades e Centro de Pesquisa Americanos. O primeiro nó foi estabelecido na Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Logo após, seis outros nós foram acrescentados em outras Universidades americanas, entre elas Stanford, MIT e Harvard. Então, por estar inserida em um ambiente de inovação teve um desenvolvimento que atendeu além do seu propósito inicial. (HAFNER e MARKOFF, 1991). O início da Comunicação Global Mediada por Computadores (CMC) em larga escala aconteceu no início da década de 1990, principalmente entre os pós-graduandos e docentes das universidades e depois se espalhou pelo resto do mundo. Graças às inovações na informática e ao desenvolvimento da tecnologia, surgiram novas formas de acesso à rede e a possibilidade da comunicação em tempo real. Consequentemente, novas relações entre o homem e o computador foram estabelecidas. Segundo Castells (1995) a universalidade da linguagem e a racionalidade do sistema de comunicação viabilizaram o início da comunicação horizontal global. Para Negroponte: A internet é interessante não apenas por ser uma vasta e onipresente rede global, mas também como um exemplo de algo que se desenvolveu sem a presença de um projetista de plantão [...] inexiste um comando [...] todas as suas peças se ajustam de modo admirável. (NEGROPONTE, 2006, p. 173)
Esse novo sistema de informação transformou o modo de encarar o espaço e o tempo, isso, aliado a invenção do computador pessoal fez com que todas as relações sociais fossem incluídas em uma Grande Rede. Um exemplo disso, segundo Castells (2000) é a substituição das comunidades espaciais por redes como formas fundamentais de sociabilidade. Não que a interação baseada no lugar tenha desaparecido, ao contrário disso, a rede passou a ser uma forma de organização da interação. Ainda para o autor: A internet é o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informação é hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em nossa época a Internet poderia ser equiparada tanto a uma rede elétrica quanto ao motor elétrico, em razão
3.2 OS CONCEITOS 3.2.1 Open Source
de sua capacidade de distribuir a força da informação por todo o domínio da atividade humana. Ademais, a medida que novas tecnologias de geração e distribuição de energia tornaram possível a fábrica e a grande corporação como os fundamentos organizacionais da sociedade industrial, a Internet passou a ser a base tecnológica para a forma organizacional da Era da Informação: a rede. (CASTELLS, 2000, p. 7).
Desde a antiguidade, segundo Wellman (2001) as comunidades são formadas por redes de laços interpessoais que proporcionam sociabilidade, apoio, informação, senso de integração e identidade social, permitindo a criação e ampliação de laços entre interesses em comum. Para o autor: [...] as redes sociais complexas sempre existiram, mas desenvolvimentos tecnológicos recentes nas comunicações permitiram seu advento como uma forma dominante de organização social” (WELLMAN, 2001, p.1). Dentro das redes digitais estruturadas, formam-se comunidades virtuais pelas quais dados e mensagens podem ser transmitidos o tempo todo e a partir de vários lugares do mundo. Sendo assim, a rede é capaz de manter pessoas interligadas umas às outras e pode ser definida como um conjunto de conexões, ou seja, a internet além do seu propósito inicial, tornou-se uma ferramenta social e de comunicação. Segundo Mitchell (2003, pp. 10-11) “a conectividade se tornara a característica definidora de nossa condição urbana”. A partir dessa afirmação, podemos observar em nossa sociedade o desenvolvimento de uma comunidade híbrida reunindo lugar físico e o lugar virtual. Sendo assim, a arquitetura não sai ilesa dessa evolução surgida a partir das novas relações estabelecidas em rede. Surge através dessas características um espaço de fluxos e de compartilhar conhecimento. Tendo como base a teoria dos grafos (estudo matemático das redes), nota-se que as redes são estruturas descontinuas as quais possuem pontos de acesso definidos (nós) onde as coisas se encontram. Sendo assim, traz a ideia de senso de continuidade e pertencimento, derivados do fato de estar conectado virtualmente em rede, às pessoas e aos lugares de afinidade e interesse. É nesse contexto que surge esse novo espaço, projetado através de uma sobreposição de redes interligadas e altamente complexas em que ocorre um fluxo constante de energias e que está em constante mutação. Para que uma estrutura possa ser durável num espaço mutante, deve-se criar vínculos com os fluxos que acontecem nesse espaço, sendo assim, o ambiente passa a não ter características hierárquicas e formais e passa a ter um caráter informal, que permite a conectividade fácil à “rede”.
Aqui apresentaremos alguns conceitos fundamentais para entender esse universo da comunicação em rede, como Wiki e Open Source. O estudo desses termos serão fundamentais para o desenvolvimento do programa do projeto que será desenvolvido neste trabalho. O termo wiki, cunhado pelo programador Ward Cunningham (1949) pode ser definido segundo o dicionário Oxford, como um website que permite a edição colaborativa do seu conteúdo e estrutura pelos seus usuários (WIKI, 2008). Entre suas plataformas estão websites como Memory Alpha, Wikivoyage, Winkipedia e outros. Segundo a plataforma: Como todos os conceitos simples, a “edição aberta” tem profundos e sutis efeitos no uso do wiki. Permitir que diariamente usuários criem e editem qualquer pagina dentro de um website é animador, encoraja o uso democrático da web e promove a produção de conhecimento por usuários comuns (WIKI, 2018).
Posteriormente, em 1998, o termo “open-source” (código aberto) foi criado na Califórnia, EUA por um grupo de programadores que se voltaram contra a política fechada de softwares caros e da pirataria. O termo faz referência aos softwares de código aberto. A diferença por trás dessa plataforma se dava pela comunidade engajada por trás do conceito que trabalhava na melhoria dos softwares através da disponibilização de dados em rede. Isso estimulava a proatividade e o empreendedorismo. Nesse sistema, a evolução depende das dúvidas que geram aprendizado e o crescimento da comunidade acontece através de novos usuários e novos colaboradores. (BERTAND, 2012) Por agregar essa visão social na distribuição e uso de softwares, o termo Open Source passou a ser utilizado em diversas outras áreas e ganhou um sentido simbólico. Ao invés de ser compreendido literalmente como “código aberto” passou a sugerir uma organização horizontal, inclusiva e participativa para o design e a produção de alguma coisa (BRADLEY, 2005). Quando o termo passou a ser utilizado por outras atividades governamentais, educacionais ou na ciência em geral, perdeu sua relação com os softwares e o seu significado literal e passou a significar "participativo". Na arquitetura e no design, a ideia surgida através do conceito foi a democratização e o compartilhamento de um modelo, permitindo que outras pessoas o reproduzam e o modiquem. Essa cultura da colaboração traduzida nos espaços físicos e virtuais permite a troca de informações e a evolução pessoal e profissional
de uma sociedade que vive em uma grande rede. Alejandro Aravena, que acreditava no termo Open Source, disponibilizou quatro de seus projetos de habitação social completos para download, permitindo que pessoas usassem e adaptassem suas ideias pelo mundo (MARANHÃO, 2017). Segundo Bertand (2012) o mundo corporativo também sofreu o impacto a partir dos novos modelos econômicos baseados no open source. Os sites de compartilhamento de conteúdo, aliados a todas as transformações advindas da evolução da tecnologia fizeram com que o mercado se reinventasse. Hoje os espaços procuram promover o engajamento da inovação através da “inteligência coletiva”. Ainda de acordo com Bertand (2012), funciona como método criativo e de produção revolucionário, que se instalou em nosso sistema de maneira pacífica, evolutiva e vigorosa. Nesse contexto, Yonchai Benkler, professor de Harvard, formulou uma lista que expõe características da autoridade descentralizada (aberta à qualquer colaboração), dos novos modelos de concorrência (Linux, Windows, entre outros) e da produção criativa social (inteligência coletiva). Essa lista tem se expandido para além da indústria do software e vem proporcionando novas dinâmicas econômicas. Os novos processos de comunicação têm induzido esse processo naturalmente no mundo corporativo (BERTAND, 2012). No desenvolvimento desse estudo, o princípio de colaborar com a vida das pessoas é o ponto mais interessante da filosofia Open Source. Nessa premissa estão as melhores oportunidades de inovar e criar novos modelos econômicos colaborativos que são feitos através de ferramentas de comunicação e podem ofertar muito além do comunicar. Essas características alteram a dinâmica no modelo do mercado, desde a produção, até o comércio e consumo de matérias primas. No contexto do projeto, pretende-se que o espaço a ser proposto estimule esses conceitos, valorize o bem-estar, o crescimento pessoal e profissional dos seus usuários, e promova oportunidades de capacitação, e de aprendizagem coletivas e individuais. Como consequência, espera-se que o projeto seja capaz de movimentar a economia da região proposta, principalmente a criativa.
27
3.2.2 Economia e Indústria Criativa Para compreender as características envolvidas na concepção da Indústria e da Economia Criativa, primeiro deve-se entender os conceitos de criatividade. Para OLIVEIRA et. al (2013) a criatividade pode ser dividida em: artística (imaginação e capacidade de gerar ideias originais), científica (curiosidade e vontade de experimentar) e econômica (inovação em tecnologia, prática de vantagens e marketing). A criatividade pode ser considerada uma capacidade inventiva que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, podendo resultar em uma ideia, produto ou até mesmo numa solução para algum problema existente. A partir dessas definições OLIVEIRA et. al (2013) define Economia Criativa como um conjunto de atividades econômicas que valorizam a criatividade como fator imprescindível para a produção de bens e serviços. A lém disso, esses aspectos se relacionam socialmente e interagem com a tecnologia. SISTEMA FIRJAN (2014) setoriza a economia criativa em quatro grupos de atuação, de acordo com os 13 setores criativos estabelecidos por Tony Blair, ministro da Inglaterra, em 1997 (Figura 28). O projeto que será desenvolvido nessa pesquisa, pretende mesclar os itens dessa divisão afim de proporcionar fins, atividades e serviços funcionais que atendam a demanda e o público alvo em questão. O espaço será um ambiente colaborativo livre, onde poderão ser desenvolvidas, desde atividades como design ou marketing, que contenham elementos artísticos e midiáticos, até o desenvolvimento dos setores de TI e Biotecnologia. Apesar da nova economia ser discutida desde 1970, foi apenas em 1994, na Austrália que houve o surgimento do termo “Industria Criativa”, graças a necessidade de reinvenção da cadeia produtiva. Entretanto, só em 1997, na Inglaterra, que a Industria Criativa foi apontada como força produtiva. Nessa época, a crise tinha afetado a produção manufatureira, sendo preciso investir em outros setores da economia, denominados os criativos. Graças à globalização, as trocas passaram a ser efetuadas mais rapidamente e a tecnologia da informação junto às novas mídias, criaram ambientes propícios e impulsionaram a nova economia (DEHEIZELIN, 2012; UNCTAD, 2012) A partir dos anos 2000, a Economia Criativa ganhou relevância. Em 2001 a área recebeu destaque com o lançamento do livro “The Creative Economy”, de John Howkins. Na obra, discute-se inovação e criatividade como forma de geração de renda e produção de valores econômicos (GABRIELLE E RODRIGO, 2017). Para Howkins (2001), conforme Unctad (2012): “a criatividade não é uma coisa nova e nem a economia o é, mas o que é nova é a natureza e a extensão da relação entre elas e a forma como combinam para criar extraordinário valor e riqueza” 28 (UNCTAD, 2012, p.9).
Nesse contexto, a indústria criativa surge como um setor do mercado que trabalha com os valores estabelecidos pela economia criativa. Nesse novo ambiente se encontram indústrias produtoras de bens intelectuais e culturais como indústrias de cinema, moda, design, arquitetura e turismo. (GABRIELLE E RODRIGO, 2017). No Brasil, o início da discussão sobre a Economia e a Indústria Criativa acontece apenas em 2004, no “Consenso de São Paulo”, realizado pela XI Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, 2012). Vale ressaltar que, segundo o MINISTÉRIO DA CULTURA (2012), no Plano da Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura do Brasil, para ser definido como parte da economia criativa no Brasil, as atividades devem ter origem na criatividade, no conhecimento simbólico e intangível e utilizar da cultura e da tecnologia para desenvolver produtos ou serviços que se tornem fonte de renda para profissionais e empresas, ou seja, devem gerar lucro. Os princípios norteadores da economia criativa no Brasil podem ser observados na Figura 39. É notório o potencial da Economia Criativa como fonte de crescimento e movimentação econômica no pais, além de ser uma ótima forma de gerar oportunidades de trabalho, principalmente para empreendedores. A Figura 30, elaborada pelo Sistema Firjan (2014), reforça a ideia acima ao apontar dados sobre o crescimento do número de profissionais que atuam nessa área. Madeira (2014) também reforça essa teoria ao afirmar que: [...] o mercado de trabalho, formado pelo núcleo criativo é composto de 810 mil profissionais ou 1,7% do total de trabalhadores brasileiros, sendo o segmento de arquitetura e engenharia o de maior representatividade, seguido de publicidade e design, e em seguida, do segmento da moda. Há 243 mil empresas no núcleo da indústria criativa no Brasil, que geram R$110 bilhões anuais, o equivalente a 2,7% do PIB nacional, participação superior à de alguns países europeus como Itália e Espanha. (MADEIRA, 2014, p.188).
Sendo assim, a Indústria e a Economia Criativa podem ser compreendidas como uma cadeia produtiva que envolve desde a criação, a produção até a distribuição do objeto e tem como matéria prima a propriedade intelectual. Nesse contexto, criatividade e conhecimento aliados a cultura local, se tornaram alguns dos elementos básicos capazes de promover a Indústria do século XXI. Vale ressaltar que, para Fonseca (2011) a Indústria Criativa não nega a Indústria Tradicional, ao contrário disso a potencializa através de ativos intangíveis como conhecimento e criatividade, o que acaba por atribuir valor aos processos tradicionais, tornando-os mais competitivos e valorizados.
Figura 28: Quatro Àreas Criativas e seus treze segmentos.
CONSUMO
Publicidade
Arquitetura
MÍDIAS
CULTURA
Editorial
Expressões Culturais
Audiovisual
Patrimônio e Artes
TECNOLOGIA
Pesquisa e Desenvolvimento
TIC
Design Música
Moda
Biotecnologia
Artes Cênicas Fonte: SISTEMA FIRJAN (2014) adaptado pelo autor (2018).
Figura 29: A economia criativa brasileira e seus princípios norteadores
Diversidade Cultural
Inovação
ECONOMIA CRIATIVA BRASILEIRA
Sustentabilidade
Inclusão
Fonte: MINISTÉRIO DA CULTURA (2012) adaptado pelo autor (2018).
Nesse cenário, o estímulo proporcionado pelo trabalho criativo impulsionou o surgimento dos novos métodos de produção, como por exemplo a cultura do “Do It Yoself” ou “Faça Você Mesmo”, onde através de recursos tecnológicos disponibilizados em espaços de colaboração, cada pessoa pode colocar suas habilidades em prática. Sendo assim, as novas tecnologias aliadas à criatividade contribuem para novas relações de trabalho e produção. Consequentemente, os ambientes propostos pela economia criativa procuram incentivar a inovação, uma vez que o processo de criação desse sistema tem como princípio o aprendizado e a prática, que são proporcionados em espaços abertos ao público. Além disso, vale resultar o caráter multidisciplinar trazido por essa economia, onde a partir da interação de diversos setores na formação de uma grande rede de processos colaborativos, são produzidos melhores resultados (EYCHENNE e NEVES, 2013, p.10). O desenvolvimento socioeconômico das regiões onde são instaladas Indústrias Criativas ou que estimulam a Economia Criativa também é afetado, geralmente de maneira positiva. Isso acontece porque ao incorporar valores intangíveis como diferenciais de produção, dá oportunidade a novas ideias e à cultura local, o que acarreta na oferta de novas funções para território a partir de sua potencialidade e conhecimento cultural. Além disso, o desenvolvimento desse tipo de indústria demanda um investimento em capacitação, educação, informação, de forma a criar ambientes favoráveis à inovação. Segundo Zandoná (2018):
O desenvolvimento de negócios criativos acontece em bases diferentes do modelo tradicional industrial. Se antes a intenção era ter produtos e serviços de baixo custo com pouca diferenciação e atendimento não personalizado, hoje valoriza-se atender as demandas de clientes em diversos nichos de mercado e comunicar-se de forma participativa e interativa. Somado a isto, existe a possibilidade do empreendedor explorar novas tecnologias baseadas na internet e viabilizar a produção e distribuição de seus produtos e serviços.
Para Deheinzelin (2012), as novas práticas econômicas podem ser percebidas através da substituição do caráter tangível, presente na indústria tradicional, pelo intangível e infinito, proporcionado através da colaboração e da cooperação. Para a autora, enquanto a economia tradicional aborda um modelo organizacional centralizado, onde burocracia, controle e processos especializados de reprodução refletem em uma produção de caráter unidimensional (moeda única), a economia criativa propõe um caráter exponencial, intangível, com modelos organizacionais distribuídos, o que estimula a autogestão, a confiança e a realização de processos sistêmicos, que resulta em um processo multidimensional (multimoedas). Para exemplificar os princípios básicos dessa evolução das formas econômicas, Deheinzelin (2012) cria dois fluxogramas, no primeiro (Figura 31) a autora caracteriza as dimensões e as ações envolvidas em cada modelo econômico exponencial, destaca também os princípios e valores atuantes em cada um e no segundo (Figura 32) aponta as novas práticas ecônomicas impulsionadas pelos princípios descritos.
Figura 31: Dimensões e ações envolvidas nos modelos econômicos exponenciais.
Colaborar Celebrar
Figura 30: Número de Empregados da Indústria Criativa no Brasil, por Áreas Criativas e Segmentos - 892,5 mil trabalhadores formais.
SEGMENTOS
2004
2013
Cresc
Consumo
211,5
422,9
100,0%
Publicidade
45,7
154,6
238,5%
Arquitetura
52,7
124,5
98,5%
Design
42,5
87,0
104,3%
Moda
60,5
56,7
-6,3%
Cultura
43,3
62,1
43,5%
Expressões Culturais
18,3
22,5
22,7%
Patrimônio e Artes
10,2
16,4
60,9%
Música
7,5
12,0
60,4%
Artes Cênicas
7,2
11,2
54,9%
Mídias
64,2
101,4
58,0%
Editorial
27,8
50,8
82,4%
Audiovisual
35,3
50,6
39,1%
Tecnologia
150,9
306,1
102,8%
P&D
82,2
166,3
102,3%
TI
55,5
112,9
103,6%
Biotecnologia
13,2
26,9
102,8%
INDÚSTRIA CRIATIVA
469,8
892,5
90,0%
Fonte: SISTEMA FIRJAN (2014) adaptado pelo autor (2018).
Economia Colaborativa modelo de gestão distribuida em rede Figura 32: Novas práticas econômicas.
Relações de confiança
Generosidade
Economia Compartilhada infraestrutura compartilhamento de espaços equipamentos e marial
Conectar Cuidar
AMBIENTAL tecno natural
intangivel
SOCIAL sócio politica
4D
FINANCEIRO monetário tangivel solidário
Creditar Circular
CULTURAL simbólico cultural
Alegria
Vulnerabilidade Conhecer Comunicar
Economia Criativa matéria-prima exponencial
Fonte: DEHEIZELIN (2012) adaptado pelo autor (2018).
Economia Multimodas valor cultural ambiental e social
SOCIEDADE EM REDE
PROSPERIDADE 4D
Colaborar Celebrar
Creditar Circular
8 Cs = 8 COMOS TECNOLOGIAS, COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Conectar Compartilhar
PATRIMÔNIOS INTANGÍVEIS
Conhecer Comunicar
Fonte: DEHEIZELIN (2012) adaptado pelo autor (2018).
29
3.2.3 Movimento Maker O movimento Maker é fundamentado no pensamento de que qualquer pessoa pode criar, consertar ou alterar objetos. Ascendeu na década de 1970, mas só nos anos 2000 o conceito ganhou força, graças ao surgimento da revista Make e da Maker Faire. A internet e a era do compartilhamento ajudaram na difusão e desenvolvimento dessa cultura (KATCBORIAN, 2017). Segundo Anderson (2012), autor do livro Makers: esta cultura tem um potencial ainda maior do que a revolução industrial, uma vez que transfere as ferramentas das indústrias para o usuário final, os consumidores. Ainda de acordo com Anderson (2012) o movimento Maker está transformando algumas características do setor industrial, uma vez que cada vez mais os empreendedores transformam hobbies em pequenas empresas. As principais características desse movimento emergente estão na democratização de ferramentas digitais para o desenvolvimento de ideias e prototipagem de objetos, no compartilhamento de projetos e na colaboração, física ou online. (ANDERSON. 2012, p. 6). Os makers, como são chamados aqueles que fazem parte da cultura maker, são adeptos do hacking e do Faça-Você-Mesmo, esperam, através do estimulo dessas atividades, trazer a cultura digital para os aspectos físicos, gerando produtos personalizados e sob demanda. Para Ratto e Lee (2012): A combinação de tutoriais online, o acesso a componentes eletrônicos e as novas tecnologias de fabricação tornam possível o design, o desenvolvimento e a manufatura e/ou objetos decorativos, dispostos interativos e computadores customizados que anteriormente necessitavam de investimentos e equipamentos de produção em larga escala (RATTO E LEE, 2012, p.2)
Os espaços destinados a esse tipo de produção são chamados makerspaces, e funcionam como laboratórios e ateliês compartilhados, onde estão disponibilizadas as ferramentas e as máquinas necessárias para o desenvolvimento de ideias. Se assemelham aos Fab Lab (que veremos no tópico seguinte - Página 32), porém de forma menos rigorosa. Segundo Doughetery “um makerspace pode ser visto como uma combinação de oficina mecânica, estúdio de arte e laboratório de computação, mas é fundamental encará-lo como um espaço de trabalho, não um local para só passar o tempo” (ESTADÃO, 2018).
30
Esses ambientes destinados à transformação de ideias em realidade são baseados no compartilhamento de informações e por isso, também são virtuais. A difusão e a acessibilidade desses espaços têm incentivado o empreendedorismo e o empoderamento de cidadãos comuns, além de promover a capacitação, seja através da cooperação dos seus usuários ou através de oficinas e workshops, fazendo com que as atividades desenvolvidas nesse espaço se tornem uma alternativa de trabalho que gere lucro. Essa atitude de receber e difundir informações digitalmente também implica num engajamento mais coletivo do que individual. O compartilhamento gera uma construção coletiva e acessível de conhecimento. Para Ratto e Lee: “os novos espaços de expressão e compartilhamento oferecidos pela fabricação digital doméstica estão ajudando a expandir as oportunidades de formas materiais de engajamento cívico para a população em geral” (RATTO E LEE, 2012, p. 11).
3.2.4 HUB Hub é um termo em inglês que tem origem na aviação. O termo é utilizado para designar um centro de conexão, usado pelas companhias aéreas para transferir seus passageiros até destino desejado. No cenário dos computadores, tem a função de interligar várias máquinas em uma rede. Esse conceito foi apropriado para descrever espaços físicos com as mesmas características, isso se traduz em um ambiente que estimula o conhecimento compartilhado, trocas constantes e pensamento em rede. (DIÁRIO DO GRANDE ABC, 2018). Segundo Canal Tech (2018), esse termo também é utilizado em rádio e telecomunicações. Nesse contexto o termo refere-se à transmissão e difusão de determinada informação, tendo como característica principal o transporte de dados para muitos receptores ao mesmo tempo. No caso dos espaços físicos, os hubs são caracterizados como ponto de encontro, um aglutinador de pessoas que interagem e, consequentemente, criam, empreendem e trabalham juntas. Também podem ser propícios para estimulação de redes sociais e produtivas, onde é possível estabelecer conectividade entre pessoas e experiências. Tendem a funcionar através de múltiplos acontecimentos e atividades simultâneas e podem incorporar desde coworkings, escola, incubadora, consultoria e laboratórios de fabricação e inovação.
Sendo assim, graças à evolução dos métodos de fabricação e a difusão da cultura da rede e do open source, onde a capacidade de inovar e produzir soluções originais se tornou um importante ativo de mercado, é cada vez mais comum o aparecimento desses “hubs”. Uma das inseguranças que os empreendedores relatam é que, após o período de aceleração, as startups ficam soltas, não se veem vinculadas totalmente ao mercado e ao ambiente de inovação. Para Corrêa, Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: Entendendo a solicitação e a necessidade de conexão, desenvolvemos a ideia de implantar o Hub como um espaço permanente de contato dos empreendedores com grandes empresas, fortalecendo as startups em um momento tão importante e oferecendo soluções para o mercado (CORRÊA, 2017 depoimento dado à SEDECTES, 2017)
Ribeiro (2014) lista alguns dos principais hubs da capital paulista, carioca e também do Sul e do Centro-Oeste. Nesses espaços o constante fluxo de ideias e encontros têm gerado ações, projetos, eventos, movimentos, startups e redes transformadoras dos mais variados tipos. Entretanto, vale ressaltar que no Brasil, nenhum deles apresenta um espaço compartilhado de fabricação e pesquisa (laboratórios) e de trabalho (coworkings). Geralmente se restringem a uma opção, ou ainda incubadoras e aceleradoras de startups. Em São Paulo, vale destacar o impact HUB, que foi o primeiro modelo de coworking do
Brasil. Outro destaque é o Laboriosa 89, que possui um sistema organizacional em rede e é aberto a todos interessados (RIBEIRO, 2014). Além desses, outros espaços que englobam esse conceito são o Farol Santander, o Bradesco Coworking, o Cubo da Indústria (Itaú) e o Espaço Cultural Porto Seguro. Nesses ambientes estão presentes diversas das características descritas no decorrer do trabalho, sendo a principal delas o desenvolvimento de inovação nos mais diferentes ramos e o trabalho cooperativo. No Rio de Janeiro alguns exemplos que merecem destaque são o Nitis office, o Templo Coworking e o Goma. O último oferece um trabalho em rede de forma colaborativa, sendo desde souvernirs sustentatveis até a consultorias para micro empresas e grandes corporações. Também vale apontar o Vilaj, em Florianópolis, que tem enfoque na criação e fortalecimento de comunidades e vínculos, desenvolve pessoas e projetos inovadores por meio de encontros e das possibilidades de trabalho em conjunto. (RIBEIRO, 2014) O projeto a ser desenvolvido a partir dessa pesquisa, pretende ser um espaço colaborativo que assim como as características do termo Hub, pretende ser concentrador de pessoas e propor transmissão de informações. Um espaço de estudo, de fabricação, de transformação e trabalho. Serão apresentados no próximo tópico dois modelos de espaços compartilhados. Vale ressaltar que, no Brasil, ainda não existem ambientes de caráter hibrido, ou seja, que englobem os dois modelos descritos a seguir.
Figura 33: Impact Hub - Primeiro Coworking de São Paulo- SP
Fonte: RIBEIRO (2014).
Figura 34: Comunidade Maker em Makerspace.
Fonte: BYS (2016).
31
3.3 OS ESPAÇOS COMPARTILHADOS Nesse tópico serão estudados dois modelos de espaços compartilhados, o primeiro (Fab Lab) de produção, e o segundo (Coworking) de trabalho. A compreensão desses ambientes será fundamental para a elaboração do programa de necessidades do projeto a ser desenvolvido nesse trabalho.
3.3.1 Fab Lab Como já mencionado na Introdução (Página 10), a partir do curso “How to make almosthing anything”, desenvolvido por Neil Gershenfeld em 2001, foi criado o Laboratório Center for Bits and Atoms, em 2003. O espaço foi equipado com um kit de equipamentos para a criação e modelagem de objetos e foi nomeado de Fab Lab (EYCHENN; NEVES, 2013, p.10). A ideia por trás desses espaços, apesar de estarem cada vez mais se expandindo pelo mundo, é o compartilhamento de informações e colaboração em projetos, formando assim uma rede de comunicação e produção. Segundo Gershenfeld (2001), nenhum destes locais tinham uma quantidade mínima de indivíduos com conhecimento para projetar e produzir as redes de forma individual, mas juntos, puderam fazê-lo através do compartilhamento de arquivos de design e produção.
Sendo assim, o conceito de “rede” está implícito na essência do Fab Lab principalmente por serem plataformas de inovação colaborativa, assim como a internet. Além disso, “facilitam e promovem o encontro entre pessoas e organizações, as trocas e os cruzamentos entre os membros que o utilizam” (EYCHENN; NEVES, 2013, p.12) (Ver Figura 35). De acordo Eychenne e Neves (2013) a fabricação digital permite criar uma cadeia integrada desde a concepção até a produção de um produto. Para isso, utilizam da lógica de CAD (projeto assistido por computador) e CAM (fabricação assistida por computador), onde os usuários materializam uma ideia, ao criar, por exemplo, um primeiro protótipo. Segundo os mesmos autores, muitas pessoas alegam que o Fab Lab também permite “refinar” um projeto, estimular sua viabilidade, além de ser capaz de apresentar potenciais investidores em um modelo, cuja ideia seja a produção em larga escala. Nesse contexto, ao reduzirem as barreiras para a inovação, esses espaços passaram a fazer parte do ciclo de vida do produto. Essa mudança de perspectiva
Figura 35: Funcionalidades de um Fab Lab.
Compartilhar e concretizar projetos entre diferentes usuários Um lugar onde se fabrica “quase qualquer coisa”
Uma plataforma de inovação social, digital e econômica
Um lugar de aprendizagem e inovação
também é notável pela possibilidade democratização e facilidade de acesso aos equipamentos de fabricação digital. Sendo assim, o ambiente é propicio a estudantes, empresas, empreendedores e entusiastas inovadores. De acordo com Neves (2013), o Fab Lab deve contar com uma série de equipamentos essenciais no processo de fabricação. Para isso existe uma lista de máquinas que são necessárias e obrigatórias, dentre elas estão ferramentas voltadas a prototipagem rápida, que vão desde impressoras de subtração e adição à usinagem programada (ver Figura 36). Atualmente, esse movimento mundial engloba cerca de 100 países e mais de 1.100 Fab Labs, tendo como destaque a França com 145, os EUA com 151 e a Itália com 131 (FABLABS.io, 2017). Na maioria dos casos, segundo Eychenne e Neves (2013), uma organização “mãe” (estrutura associativa, fundação, universidade ou programa governamental) é responsável pelo projeto de criação de um Fab Lab. Essa entidade determina o público alvo, os tipos de usuários e o modelo de gestão e organização. Então, de acordo com essas premissas é possível caracterizar os fab labs em 3 categorias (Ver Figura 37).
Segundo Eychenne e Neves (2013) o CBA-MIT não define o espaço necessário nem o layout para a criação de um Fab Lab, mas, segundo os autores, nota-se um padrão nos laboratórios ao redor e do mundo. Geralmente os espaços são compreendidos entre 100 e 250 m², tendo ao menos uma sala separada e fechada para o uso da fresadora de grande formato. Eychenne e Neves (2013) também apontam que há, na maioria dos espaços, uma grande peça central, onde de um lado ficam dispostas as maquinas menos barulhentas e do outro aquelas que são perigosas e/ou geram poeira. No layout também há mesas de reunião ou trabalho e vários escritórios livres, além de espaços com possibilidade de relaxamento. As variações dos laboratórios são definidas pelos edifícios e pelos programas em que estão inseridos, junto aos modelos de financiamento e funcionamento. A associação Fab Lab Brasil propõe nesses espaços, que tem por objetivo disseminar o conceito de rede e cooperação, cursos para capacitação, workshops e palestras para os interessados em desenvolver suas ideais, empreendedores e inovadores (EYCHENNE; NEVES, 2013). Vale destacar que, segundo Neves (2013), embora com modelos de gestão e finalidades diferentes, todos os Fab Labs se apoiam nos mesmos eixos estruturantes (ver Figura 38) onde são realizados os mesmos processos (Ver Figura 39).
Figura 36: Kit básico de máquinas necessárias em um Fab Lab.
Softwares: Materiais: MDF, acrílico, madeira, vinil, papelão, placa de cobre, adesivo de cobre, espuma, silicone, dentre outros. Segurança: óculos, extintor de incêndia, kit de 1º socorros. Bancada de trabalho: Furadeira, parafusos, ferramentas diversas, placa de madeira, dentre outros. Biblioteca: Pequena biblioteca com algumas obras gerais sobre fabricação digital, bricolatem, programação eletronica, entre outros.
Um lugar para responder a problemas locais
Uma comunidade de pesquisa e páticas
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Fonte: NEVES (2013) adaptado pelo autor (2018).
Fonte: NEVES (2013) adaptado pelo autor (2018).
Figura 37: Modelos de Fab Labs
Fab Lab Acadêmico O Fab Lab Academico é sustentado por uma universidade ou escola, recebem projetos de estudantes e um número menor de usuários externos. Organizam regularmente workshops e os alunos podem ter acesso às maquinas por um menor custo. No Brasil, o primeiro laboratório associado à rede, o Fab Lab SP, segue este modelo e foi financiado pela Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade de São Paulo, USP, que comprou máquinas e cedeu o espaço para que o laboratório se instalasse. Há outras iniciativas privadas nesse modelo, como o Lab do Insper.
Figura 38: Fab Lab Acadêmico - Insper
Figura 42: Processos desenvolvidos dentro de um Fab Lab.
EIXO 1: ACESSO E FORMAÇÃO Acesso às máquinas Oen Days Formação (cursos, workshops, Fab Academy) OPEN DESIGN
FABRICAÇÃO PESSOAL
EIXO 2: APOIO E CONEXÃO Apoio ao desenvolvimento de projetos, processos e conexão entre: Designers, Makers, Hackers, Profissionais e Empresas. MODELO OPEN SOURCE
Fonte: INSPER (2018).
Fab Lab Profissional O Fab Lab Profissional visa Figura 39: Fab Lab Profissional - Interior do GWiz, o Fab Lab de Sarasota , na Flórida principalmente o desenvolvimento do produtor, concebidos com empresas, startups, auto empreendedores e makers. Apesar da preocupação com manutenção e sustentabilidade financeira e a promoção de atividades pagas, devem promover pelo menos um Open Lab por semana. Nesse dia, o laboratório deve abrir suas portas aos usuários para utilização a custo zero, pagando somente pelo material que utilizarem. Nesse caso, os Fabs Labs precisam ser autossustentáveis, e mesmo com associação a indústrias ou ao governo local para estabelecimento, depois precisam buscar Fonte: FAB LAB FLORIPA (2013). sustentabilidade financeira.
Fab Lab Público
Figura 41: Eixos Estruturantes da formação de um Fab Lab.
Figura 40: Fab Lab Público - Fab Lab Livre SP.
Os Fab Lab Públicos são sustentados pelo governo, por institutos de desenvolvimento ou por comunidades locais. São acessíveis e totalmente gratuitos, disponíveis para utilização de todos os interessados diariamente. Os workshops e cursos de formação são organizados a fim de permitir um grande número de acesso pelo mais variado público. O Open Lab Day é vigente todos os dias. Fonte: NICOLAY (2017). Fonte: EYCHENNE E NEVES (2013) adaptado pelo autor (2018).
EIXO 3: INOVAÇÃO SOCIAL Espaços entendidos enquantro estruturas públicas e abertas à comunidade, conectando-se: às universidades através de programas de extensão ao governo, através da criação de fab labs públicos, às empresas através de projetos de responsabilidade social
COLABORAÇÃO
DESENVOLVIMENTO LOCAL MULTI DISCIPLINARIDADE
Fonte: NEVES (2013) adaptado pelo autor (2018).
Fonte: NEVES (2013) adaptado pelo autor (2018).
Hippel (2005) explica o processo de inovação ascendente que passa a ser produzido pelo usuário. Segundo o autor, graças a história, fomos acostumados a pensar que as empresas eram as únicas responsáveis pelo desenvolvimento de novos produtos para os consumidores, que seriam compradores passivos dos produtos. Porém, pesquisas ao longo dos últimos dez anos mostraram que os consumidores também dão origem a muitas inovações. Hippel (2005), apoiando-se em pesquisas internacionais realizadas na Grã-Bretanha, Estados Unidos e Japão, demonstra que uma parte não negligenciável da inovação é produzida por estes “consumidores-inovadores”. Segundo o autor, nos países mencionados, esse indivíduo geralmente tem alto nível de escolaridade relacionado a áreas de estudo mais técnicas, como a engenharia. Ou seja, como as ferramentas digitais permitem maior e mais velocidade na transmissão das informações adquiridas e oferecem ferramentas para melhor estimar o tamanho do mercado potencial, viabilizam o desenvolvimento de novos produtos e inovações também em termos de marketing. Isso leva ao interesse de algumas empresas, principalmente as pequenas e startups, que utilizam esses dados, produzem e vendem novos produtos, o que leva eleva o potencial de uma comunidade inovadora. Para Gernshenfeld (2012), os FabLabs, pelas possibilidades que permitem e pela cultura do compartilhamento que oferecem, são determinadores da inovação. Não se trata de tentar reproduzir num Fab Lab um processo fabril de produção em massa, mas sim de se criar novas processos de produção que atendem um público também em mudança. Segundo Hippel (2005), os projetos desenvolvidos nesses laboratórios ainda permanecem, em sua maioria, artesanais, ou passam à pequena série e destinam-se aos mercados de nicho, não atingindo um mercado global comparável ao da produção tradicional (Figura 43). Figura 43: Valldaura Lab - Espanha
Fonte: IAAC (2018).
33
3.3.1 Coworking Como abordado no contexto histórico, o termo Coworing surgiu em 1999, criado por Bernie DeKoven, para caracterizar um método de trabalho colaborativo. Porém, foi só em 2005 que o termo foi utilizado pelo engenheiro de software Brand Neuberg para descrever um espaço físico, uma comunidade de trabalho criada por ele, junto há alguns amigos, em um apartamento em São Francisco, EUA. Esse ambiente também acolhia outras pessoas que precisam de espaço para trabalhar (ANDRADE, 2016). No Brasil os espaços compartilhados surgiram em 2007 e até março de 2017 foram contabilizados 810 em todo o pais (COWORKING BRASIL, 2017). Graças à crescente demanda por espaços compartilhados de trabalho, é possível notar que, atualmente, existe uma busca maior por organizações horizontais, ou redes, nas quais não existe uma posição de chefia tão clara. Nesse novo espaço, a liberdade de criação, de comunicação e a flexibilização da produção é o objetivo principal. Nesse contexto, o programa arquitetônico desses ambientes ganhou mais importância, ambientes de lazer e descanso ganharam espaço. Sendo assim, segundo Andrade (2007) e Fonseca (2004) o corworking acontece como um sistema de interesses mútuos, caracterizado pelo atendimento a um público alvo. Nesse ambiente estruturado são agrupados diversos tipos de profissionais que realizam criações e promovem conectividades, as áreas mais comuns de atuação desses espaços podem ser vistos na Figura 44. Assim como os Fab Labs, os Cowowrkings também são comumente utilizados por profissionais autônomos, e empresas, principalmente startups.
Para Moriset (2013), o princípio de um coworking está relacionado ao agrupamento de atividades executadas diariamente. Engloba desde os momentos de concentração até aqueles em que é indispensável uma conversa informal para renovar o fôlego e retornar ao trabalho. Arquitetonicamente falando, os espaços de trabalho e os layouts refletem em colaboração, no encontro de profissionais heterogêneos e na flexibilidade e fluxo de informações. Moriset (2013, p. 7) complementa ao dizer que “além da sua disposição, o coworking é primeiro uma atmosfera, um espírito e até um estilo de vida”.
De acordo com Materials (2016) a tecnologia disponível também é capaz de determinar a utilização da sala e as formas de interação. Durante a pesquisa de opinião feita por Herman Miller a 15 empresas (todas classificadas como colaborativas) nos Estados Unidos, Reino Unido, Índia e Austrália, onde 2.900 funcionários foram entrevistados e observados durante 700 horas, foi destacado que os espaços com ferramentas tecnológicas são cinco vezes mais utilizados do que aqueles que não possuem esse tipo de equipamento. (MATERIALS, 2016)
Ainda segundo os estudos, oitenta e quatro por cento dos indivíduos pesquisados entre 1.500 colegas de trabalho em 52 países relataram que estavam mais engajados e motivados desde que começaram a trabalhar em um coworking, 82% citaram um aumento no tamanho da rede de negócios e 83 por cento relataram uma diminuição em seu senso de isolamento (Figura 46) (KNOLL, 2016). Knoll (2016) afirma que as pessoas preferem trabalhar em coworkings por acreditarem que seu desempenho e produtividade vai melhorar mais Knoll (2016) destaca que a empresa Google rapidamente do que em um ambiente de escritório promove a criatividade através de uma estratégia tradicional ou em casa. nomeada por eles de "Tempo Ocioso para Inovação". Como as empresas tradicionais continuam a Nesse cenário, os engenheiros têm a possibilidade de contratar um número crescente de trabalhadores passar 20% do seu tempo de trabalho desenvolvendo como freelancers, empregados de meio período e suas próprias ideias, que, na maioria das vezes, contratados independentes, o trabalho e os necessitam da ajuda e colaboração de outros colegas. ambientes compartilhados, por serem flexíveis, são Mesmo que nem todas as empresas se comportem da uma estratégia eficiente para promover esse novo mesma maneira, essa atitude salienta a forte relação tipo de relação empregador-empregado (ver Figura entre a cooperação e o êxito empresarial, apontadas 47). nos estudos abaixo. Embora as abordagens de negócios para o
Nesse contexto, o princípio da organização desses espaços está relacionado ao agrupamento de atividades que são executadas diariamente, desde momentos de concentração, lazer e trabalho até aqueles onde a criatividade e a inovação são explorados. Essa divisão de áreas pode ser proposta de diversas formas, seja a partir de salas de reunião, ambientes compartilhados, salas individuais, refeitórios entre outros espaços. O conceito idealizado a partir do mobiliário desenvolvido por Hermam Miller (2011) conseguiu agrupar as áreas de trabalho dentro Segundo Knoll (2016), um estudo internacional dos tipos de usos, sendo os espaços nomeados - encomendado pela Google e pela Fundação Futuro – segundo a figura 45. Para Campos, Schmitz e Teixeira: demonstrou uma relação positiva de 81% entre a [...] os coworking spaces podem ser definidos por colaboração e a inovação. Graças a isso as empresas ambientes que possibilitam o desenvolvimento de estão buscando uma maneira de encorajar essas negócios, da colaboração da geração de atitudes. Embora os espaços de trabalho atuais variem networking, da expressão individual, coletivo, em termos de modelo de negócios, tamanho e organizacional e da interação tendo como base os especialização, a maioria é configurada para valores do compartilhamento, da flexibilidade, da abertura para novas oportunidades, de um modelo acomodar indivíduos que não são empregados por mental propicio para a economia criativa, uma única organização, mas compartilham valores e colaborativas e para a inovação, sendo muito mais interesses iguais. De acordo com uma pesquisa que um espaço físico gerador de facilidades realizada em 2015 pela Emergent Research, a idade estruturais para o desenvolvimento de negócios média dos típicos co-workers satisfeitos varia entre 20 (CAMPOS; SCHMITZ; TEXEIRA, 2015, p.20). e 30 anos, sendo 52% do sexo masculino; além disso, apenas 9% trabalham para empresas com mais de 100 Figura 44: Principais áreas de atuação dos coworkings. funcionários (Figura 46) (KNOLL, 2016).
CONSULTORIA
34
65%
PUBLICIDADE, DESIGN
50%
MARKETING, INTERNET, STARTUPS
45%
ADVOCACIA
38%
NEGÓCIOS SOCIAIS, VENDAS, OUTROS
24%
JORNALISMO, EDUCAÇÃO
20%
JURÍDICO, ARTES
13%
TERCEIRO SETOR, CONTABILIDADE, MODA
10%
Fonte: SEMMELROTH (2016).
Figura 45: Esquema 3D de Miller
Fonte: GUIRAU (2017).
trabalho colaborativo variem amplamente, as metas que direcionam uma estratégia de trabalho conjunto são focadas principalmente em vários ideais comuns: atrair e reter talentos, estimular a inovação, construir comunidade, otimizar a produtividade e usar o espaço com mais eficiência (Figura 48) (KNOLL, 2016). Segundo Birley e Muzika (2001, p. 22) “A função do empreendedor é aplicar criatividade na estruturação de um negócio em torno de uma oportunidade e então implementar as suas ideias”. Para isso é importante criar uma rede de contados dentro do ambiente de trabalho, ou seja, um networking. O coworking possibilita essas conexões por ser um instrumento de indução ao empreendedorismo, que por sua vez é indutor da criação e do compartilhamento de ideias. O modelo de produção denominado “cocriação” utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos voluntários para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias. Para Knoll (2016) à medida que o coworking se expande, o movimento acaba englobando outras áreas, principalmente urbanas, em locais menos povoados ou não tradicionais, como hotéis e armazéns abandonados. Este crescimento gerou a criação de uma nova classe de escritórios. Talvez o exemplo mais proeminente e ambicioso desse estilo seja o WeWork, grande rede que movimenta a economia e proporciona ambientes inovadores. Em São Paulo, o Facebook inaugurou seu primeiro centro de inovação dentro da WeWork. O espaço conta com cursos gratuitos de programação, além de ser uma aceleradora para startups nacionais (CALDAS, 2017).
Figura 46: Perfil dos típicos cowowrkers e modificação no desempenho dos funcionários.
Figura 47: Crescente número de colaboradores em cowowrkers
Afiliação de empresas
SEXO
35% Trabalham para pequenas empresas/start up
51%
49%
Trabalhadores independentes
Funcionários de empresas
more than 9%
52%
48%
Homem
Mulher
5%
Trabalham para empresas com mais de 100 empregados
Trabalhos sem lucro
Figura 48:Espaços de cowowrkings são muito produtivos.
O coworking expande os negócios e leva a um maior sucesso profissional. Desde que se juntou ao seu espaço de coworking:
transmitido graus mais elevados de happinnes
83%
observou uma diminuição do senso de isolamento
84%
engajamento e motivação incidentes relatados
82%
citado um aumento no tamanho de sua rede de negócios Fonte: KNOLL (2016) adaptado pelo autor.
da força de trabalho dos EUA estará trabalhando como trabalhadores contingentes até 2020
80% grandes corporações planejam aumentar substancialmente o uso de uma força de trabalho flexível
Fonte: KNOLL (2016) adaptado pelo autor.
Fonte: KNOLL (2016) adaptado pelo autor.
89%
40%
68%
melhorias designadas em seu conjunto de habilidades existentes
67%
apresentou melhorias no seu sucesso profissional
O estudo do contexto histórico e dos acontecimentos que levaram ao desenvolvimento dos novos modos de produção e das novas relações de trabalho, junto à análise do cenário onde os espaços que promovem a inovação são concebidos, foram essenciais para a compreensão da evolução pessoal e profissional dos usuários desses espaços. Nesse contexto, também foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, a percepção da nova demanda da sociedade atual, o entendimento das novas economias emergentes e os termos adotados por esses espaços físicos. Espaços esses que pretendem promover o desenvolvimento em rede de um indivíduo, que acaba tendo um perfil mais proativo e empreendedor. Além disso, esses ambientes colaborativos pretendem fomentar e promover a inovação em várias áreas do saber, principalmente as que envolvem os setores criativos. Visto que ao final desse trabalho será proposto um projeto que englobe as teorias vistas até aqui, no próximo tópico, serão estudados alguns edifícios de mesmo caráter, a fim de compreender melhor como a configuração desses locais é capaz de estimular a interação e a troca de conhecimento entre seus usuários. Além disso, através dos estudos de caso, será feita uma leitura de como espaços flexíveis, permeáveis e com mobiliários e infraestrutura adequados são capazes de promover o desenvolvimento de projetos e ideias dos mais variados tipos e estimular a criatividade e a inovação. Os projetos estudados demonstrarão como a evolução da sociedade refletiu nos espaços arquitetônicos e urbanos, demonstrando alguns elementos que serão essenciais na escolha do local de intervenção, na proposta do edifício e na elaboração do programa de necessidades que serão desenvolvidos no
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BILL E MELINDA GATES FOUDATION
HUB DE INOVAÇÃO INTERNACIONAL PCH ATELIER ZELIUM ESPAÇO PORTO SEGURO
PIER 9 WORKSHOP AUTODESK GOOGLE CAMPUS SP WE WORK SP
ESCRITÓRIO DA ADOBE
Nesse capítulo do trabalho serão analisados três projetos, desde a localização de cada um deles, o programa, a espacialidade, os fluxos e a funcionalidade do ambiente. Além disso, a compreensão das características, das intenções e do público alvo desses projetos serão fundamentais para o desenvolvimento do espaço colaborativo que será proposto nesse Trabalho Final de Graduação. Vale ressaltar que existem diversos projetos, inclusive no Brasil, de Laboratórios de Fabricação Digital, de coworkings e de espaços para desenvolvimento tecnológico e cientifico, como o We Work, o Espaço Porto Seguro, o Google Campus, entre outros. Porém, ainda são poucos os espaços que aglutinam essas atividades em um mesmo programa. Sendo as iniciativas desse tipo encontradas principalmente na Califórnia, por ser um polo de desenvolvimento tecnológico e criativo graças ao desenvolvimento do Vale do Silício.
4 ESTUDOS DE CASO 37
4.1 HUB DE INOVAÇÃO INTERNACIONAL PCH
Figura 49: Vista Exerna do Hub de Inovação Internacional PCH
FICHA TÉCNICA Arquitetos: ChrDAUER Architects Localização: San Francisco, CA, EUA Área: 2787.0 m² Ano do projeto: 2014 Construtora: GCI General Contractors Interiores: ChrDAUER Architects Estrutura: ZFA Structural Engineers Mecânica: MHC Mechanical Engineering Elétrica: A.G.E. Consulting Inc. Hidráulica: MHC Mechanical Engineering Iluminação: Weller Design Architectural Lighting Acústica: Shen Milsom & Wilke Audiovisual McMillan Media Systems Render studioYVES Mobiliário: Gresham Design Consultor: LEED Environmental Building Strategies Paisagismo: Madrono Landscape Design Studio
Figura 50: Vista do Hub a partir de avenida.
Figura 51: Mapa de localização do Hub na Califórnia. LOCALIZAÇÃO O projeto está localizado em um terreno de 2787 m², num histórico armazém industrial de três pavimentos - muito visível a partir da rodovia 280, a caminho de Silicon Valley (Vale do Silício) e muito próximo à muitas cidades da região com características criativas e inovadoras (Figura 50 e 51).
Fonte: GOOGLE MAPS (2018).
38 18
Fonte: GOOGLE MAPS (2018). Fonte: ARCHDAILY (2015).
Para compreender o programa e a proposta do edifício estudado nesse tópico, primeiro é necessário entender a filosofia da empresa e da marca por trás do projeto. A PCH International, responsável pelo Hub de Inovação Internacional, é uma empresa global de capital fechado que está no mercado há 22 anos. A mesma evoluiu significativamente desde 1996. Fundada por Liam Casey como uma empresa de manufatura e gerenciamento de cadeia de suprimentos, trabalhando com as Fortune 500s, fez uma mudança significativa ao direcionar seu setor de produção para a engenharia, o design e o desenvolvimento de produtos. Além disso, uma de suas divisões começou a trabalhar com startups, como a LittleBits e Blaze, a fim de ajudá-las a fabricar e a dimensionar seus produtos. Nos últimos anos, a empresa também lançou sua incubadora de hardware, que ajuda os empreendedores a trazer seus produtos para o mercado. (ENTREPRENEURHK, 2018) A nova identidade de marca reflete a evolução da PCH ao longo dos anos e suas práticas de negócios foram expandidas para abranger o design, desde a concepção até a distribuição e o comércio eletrônico dos produtos. Segundo Casey, fundador da marca: “Para nós, tudo o que pode ser imaginado pelos nossos clientes, podemos fazer. Adoramos resolver problemas complexos e trabalhar com clientes que são apaixonados pela marca, por design e pela experiência do consumidor” (PCH, 2018) Ainda de acordo com ele, a nova mensagem da marca "we make" reforça essa nova postura (Figura 52). Os clientes da empresa são dos mais diversos setores, incluindo eletrônicos, de consumo, saúde, bem-estar do consumidor, moda, beleza, entretenimento, transporte entre outros. (PCH, 2018) Figura 52: Área 5 - Recepção PCH - We Make
Vale ressaltar que, de acordo com a empresa, a PCH preza pelo trabalho em equipe, visando a comunicação, colaboração e o respeito entre clientes e fornecedores. Promovem essa atitude através do compartilhamento de informações e ideias, além de valorizar o feedback construtivo e perspectivas diferentes (PCH, 2018). Além disso, a empresa incentiva os funcionários a continuarem crescendo e a terem equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Para que isso aconteça, além de apoiar programas de orientação para os funcionários, realizam várias atividades para promover devolução de conhecimento à comunidade. Todos esses conceitos e características foram incorporadas no Hub Internacional desenvolvido pela CdrDAUR, em São Francisco, no ano de 2014. O principal objetivo do projeto era a criação de um espaço onde houvesse interação e produtividade para "idealizar, desenvolver, produzir e entregar". Além da consciência da marca, este projeto foi desenhado e construído para ter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) de ouro (ARCHDAILY, 2015). As operações foram organizadas dentro de uma estrutura de perfis altos, transmitindo o compromisso da empresa com a inovação, o bem-estar dos empregados e a administração ambiental. (CHRDAUER, 2018) O edifício possui grandes painéis de vidro que permitem o vislumbre das atividades em seu interior, além disso, foram criados pontos de vistas onde a visão é filtrada. Esta transparência inclusive é aplicada na escada principal, que é proporcionalmente espaçosa para que os funcionários e visitantes possam se mover, pausar, discutir e ter acesso às atividades que ocorrem no interior e no exterior do edifício (Figura 53) (ARCHDAILY, 2015; CHRDAUER, 2018). A paleta de cores utilizadas no interior remete à características industriais, através da madeira, vidro e elementos de aço em contraste com a estrutura de concreto (Figura 54) (ARCHDAILY, 2015). Figura 53: Área 7 - Escada Principal - Assentos
Figura 54: Laboratório de Fabricação - Madeira, Aço e Vidro
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Quanto ao programa proposto, a sala de apresentações é um destaque, localizada no primeiro pavimento, pode acomodar reuniões e eventos de numerosas escalas. Este espaço aberto conta com pé-direito alto e com grandes mesas para o café, que também funcionam como assentos para eventos ou para que os funcionários possam compartilhar comidas e conversas (Página 40 - Figura 57). (ARCHDAILY, 2015; CHRDAUER, 2018) A luz irradia no espaço através de grandes portas camarões que integram o interior com o terraço jardim. O Hub também conta, ainda no primeiro pavimento, com recepção, salas, espaços de formação e de reuniões, uma cozinha especial para eventos e para os colaboradores e um estacionamento para bicicletas (bicicletário) além de estações de trabalho e oficinas para criação de projetos (Página 40 - Planta Baixa Térro). O segundo pavimento foi pensado como um balanço de luz e uma fábrica de ideias. Conta com estações de trabalho numa planta aberta e oficinas para a criação de protótipos (Página 41 - Planta Baixa Segundo Pavimento). Nessa área está uma das principais características do projeto: salas centrais para reuniões que servem como um ponto de intercâmbio de ideias e de colaboração entre as áreas de projeto e fabricação (Figura 55).
Esses ambientes contam com divisórias de vidro que permitem a visibilidade das atividades desenvolvidas, mas amortecem o ruído das máquinas e impedem a poeira advinda da fabricação. Além disso, toda a ala sul do edifício foi redesenhada para abrigar os novos planos de planta aberta e para suportar o peso máquinas digitais e análogas. (ARCHDAILY, 2015; CHRDAUER, 2018) Atividades comerciais de alto nível estão dispostas no terceiro pavimento (Página 42 - Planta Baixa Terceiro Pavimento) através de uma planta democrática das estações abertas de trabalho, animando o discurso e o fomento da cultura da empresa em crescimento, ou seja, não há escritórios privados. A cabine telefônica e as salas de reuniões são transparentes, mas acusticamente privadas. A Sala de Situações está reservada para as reuniões do diretório e convidados especiais. (ARCHDAILY, 2015; CHRDAUER, 2018) O terraço do edifico também foi projetado para ser um ambiente de descontração, reunião e trabalho. Promove uma integridade visual com o interior do edifico (café) e o torna convidativo e receptivo (Figura 56). O edifício conta com elementos industriais e com um interior tecnológico e colaborativo que difunde as características da marca (Figura 57). Figura 56: Área 11 - Deck/Terraço
Fonte: ARCHDAILY (2015). Figura 57: Área 16 - Laboratório
Figura 55: Área 9 - Sala de Reunião
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Fonte: ARCHDAILY (2015).
39
Tabela 1 - Áreas aproximadas do Hub PCH
ESPAÇO 1 CAFÉ 2 ENTRADAS/HALL 3 ELEVADOR DE MATERIAIS 4 SALA DE TREINAMENTO 5 RECEPÇÃO 6APRESENTAÇÃO/ ESPETÁCULO 7 ESCADA / ASSENTO 8 LOUNGE 9 SALA DE REUNIÃO 10 COZINHA 11 DECK/TERRAÇO 12 BICICLETÁRIO 13 BANHEIROS PARA BANHO 14 SALA ABERTA 15 REMESSA (SHIPPING) 16 LABORATÓRIO 17 SALA DE CONFERÊNCIA 18 SALA DE CÓPIAS 20 SALA DE SITUAÇÃO 21 ESTACIONAMENTO 22 SERVIDOR Fonte: AUTOR (2018). Figura 57: Área 5 - Recepção
Fonte: CLUBMAN (2015).
PLANTA BAIXA - TÉRREO
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ÁREA 110 m² 41 m² 7 m² 104 m² 32 m² 82 m² 31 m ² 102 m² 116 m² 52 m² 220 m² 30 m² 24 m² 380 m² 30 m² 435 m² 15 m² 8 m² 110 m² 640 m² 48 m²
Figura 58: Área 14 - Sala Aberta
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Figura 59: Área 16 - Laboratório
Fonte: ARCHDAILY (2015).
PLANTA BAIXA - 2º PAVIMENTO
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Figura 60: Área 9 - Sala de Reunião
O programa, a disposição dos ambientes, a funcionalidade do espaço e as iniciativas que promovem a inovação e a colaboração serão as principais referências projetuais para o desenvolvimento do edifício colaborativo que será proposto neste Trabalho Final de Graduação. Outra característica de destaque nesse projeto é a multidisciplinaridade do espaço (Tabela 1 e Figuras 58, 59, 60, 61 e 62) ou seja, vários setores e áreas diferentes podem e devem trabalhar juntos nesse ambiente. Para isso, o edifício conta com infraestrutura capaz de auxiliar desde a concepção de uma idéia até a sua distribuição. Por fim, os largos espaços de circulação, a permeabilidade das salas e a visibilidade como características elementares do edifício também serão referências importantes no desenvolvimento do projeto desse trabalho, tanto para o desenvolvimento do conceito como para a criação do diagrama de fluxos e usos. Dentre os edifícios que serão estudados, o Hub de Inovação Internacional PCH é o que mais se assemelha à escala do edifício que será proposto. Fonte: ARCHDAILY(2015).
PLANTA BAIXA - 3º PAVIMENTO
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Tabela 1 - Áreas aproximadas do Hub PCH Figura 61: Área 6 e 7 - Apresentação/Espetáculo e Escada/Assentos
Figura 62: Área 10 - Cozinha
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Fonte: ARCHDAILY (2015).
ESPAÇO 1 CAFÉ 2 ENTRADAS/HALL 3 ELEVADOR DE MATERIAIS 4 SALA DE TREINAMENTO 5 RECEPÇÃO 6 APRESENTAÇÃO/ ESPETÁCULO 7 ESCADA / ASSENTO 8 LOUNGE 9 SALA DE REUNIÃO 10 COZINHA 11 DECK/TERRAÇO 12 BICICLETÁRIO 13 BANHEIROS PARA BANHO 14 SALA ABERTA 15 REMESSA (SHIPPING) 16 LABORATÓRIO 17 SALA DE CONFERÊNCIA 18 SALA DE CÓPIAS 20 SALA DE SITUAÇÃO 21 ESTACIONAMENTO 22 SERVIDOR
ÁREA 110 m² 41 m² 7 m² 104 m² 32 m² 82 m² 31 m ² 102 m² 116 m² 52 m² 220 m² 30 m² 24 m² 380 m² 30 m² 435 m² 15 m² 8 m² 110 m² 640 m² 48 m²
Fonte: AUTOR (2018).
CORTE LONGITUDINAL 43
4.2 PÍER 9 WORKSHOP AUTODESK FICHA TÉCNICA Arquiteto: Lundberg Design Equipe LD: Jeff Loehmann, Gavin Knowles, Ryan Austin Contrante: Construção DPR Cliente: Autodesk Ano: 2013 Localização: California , São Francisco , Estados Unidos Imprensa e prêmios: Metropolis, 2014; Novedge, 2014 e Architizier A+, 2014 Área: Aproximadamente 2.510 m² A Autodesk, fornecedora líder de softwares de projeto auxiliado por computador, converteu parte de um galpão existente no Píer 9, localizado na Baía de São Francisco (antiga zona portuária conhecida como The Embarcadero), em um Workshop de Criação e na Oficina de Máquinas da Autodesk (Figura 63 e 64) (ALSPAUGH, 2014). O projeto foi feito por Olle Lundeberg, da Lundberg Design (LUNDBERG DESIGN, 2018). A motivação do investimento em um espaço tão amplo e diversificado, destinado a pesquisa e a experimentação, partiu de um programa que começou em 2006 como uma ideia do Instructables (http://www.instructables.com/) (NAGANO, 2016). Essa plataforma, que auxilia fabricantes a documentar e compartilhar suas criações foi adquirida pela Autodesk em 2011, graças à quandidade de usuários, que representam um mercado potencial para a empresa, principalmente entre os makers (NAGANO, 2016). Nesse contexto, o ambiente foi desenvolvido para estimular o desenvolvimento de produtos e o processo criativo das pessoas, transformando a maneira como eles criam coisas
Para ter acesso a esse espaço de criação, é preciso ser participante, ou conhecer alguma pessoa que faça parte do programa Artistis in Residence (AIR). Segundo Weinstein, gerente sênior de programas criativos e fundador do AIR: “Começamos o programa para incubar a criatividade e a colaboração em nossas comunidades de design. O programa visa dar aos autores e artistas o acesso, ferramentas e recursos para produzir conteúdo de inspiração de alto nível, ao mesmo tempo em que conecta indivíduos inovadores e criativos em nossa oficina exclusiva no Pier 9” (CCA, 2018).
O programa funciona como uma residência com duração de um até três meses, onde o participante recebe suporte e treinamento no uso dos equipamentos que estão disponíveis todos os dias da semana, 24h. Além disso, os residentes podem desenvolver seus projetos utilizando da construção básica, prototipagem CNC, impressão 3D ou qualquer uma das inúmeras ferramentas e máquinas dispostas no centro (CCA, 2018). A Autodesk também oferece um auxílio mensal de 2 mil dólares para cobrir os custos dos usuários com materiais utilizados no projeto. No fim do programa, o participante, que mantém o direito intelectual sobre a obra, deve fazer uma apresentação do seu trabalho e publicar o conteúdo no site Instructables.com. No hall de entrada do Pier 9, existe uma área onde alguns trabalhos do AIR ficam expostos (Figura 65).
Fonte: GOOGLE MAPS (2018).
Figura 68: Área de trabalho aberta e espaços privados
Fonte: OFFICE SNAPSHOTS (2018). Figura 67: Entrada da Autodesk no Píer 9
Fonte: OFFICE SNAPSHOTS (2018).
Fonte: ELSEN (2014).
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Figura 66: Interior do Píer 9
pequeno e grande porte, controlados manualmente ou por CNC, conta também com laboratórios de eletrônica, impressoras 3D e máquinas de corte a laser, atelier de corte e costura e uma cozinha equipada. Também existem áreas restritivas como o laboratório de robótica do grupo OCTO e o laboratório de pesquisa em bio e nanotecnologia (ALSPAUGH, 2014). No térreo o edifício abriga as várias oficinas (Página 46 e 47), cada uma com sua própria especificação para comportar o uso diferenciado do espaço. A oficina de madeira, por exemplo, é revestida com paredes de madeira compensada e a oficina de metal revestida de aço (LUDEBERG DESIGN, 2018). Mesas, computadores e pessoas ocupam uma área de trabalho aberta, que possuiu uma colmeia de criatividade, feita por painéis de madeira, em forma de balão de fala e cortada na parede (Figura 68 e 76), oferece um espaço para reuniões privadas e descanso do zumbido
Figura 65: Área de exposição dos trabalhos do AIR
Figura 63: Localização da Píer 9 em The Embarcadero
Fonte: GOOGLE MAPS (2018). Figura 64: Exterior Píer 9 - Entrada
Através desses elementos, Lundberg foi capaz de celebrar a antiga estrutura enquanto criava uma nova estética (HOLMES STRUCTURES, 2018). Ao adentrar no edifício no Píer 9, chega-se a uma galeria coberta, cujo espaço está divido por seções alugadas por várias empresas, dentre elas a Autodesk (Figura 66) (ALSPAUGH, 2014). Dentro do cais há um corredor de tração e uma falsa fachada exterior feita de painéis de geo-board e alumínio. Um esboço do robô Instructables amarelo serve como porteiro (Figura 67). “O caráter do antigo galpão domina e é o elemento unificador, mas a expressão varia dependendo de onde você está dentro do prédio”, diz Lundberg. (LUDEBERG DESIGN, 2018).
Para Lundberg: “Muito do trabalho realizado nos prédios portuários foi claramente retrô, e estávamos tentando fugir disso, tentando criar algo que fosse mais interessante e que tivesse um caráter mais moderno” (LUDEBERG DESIGN, 2018). Para que o Workshop da Autodesk atendesse essas características, os responsáveis pela criação utilizaram uma paleta simples de materiais, dentre eles: aço, madeira recuperada e placa de cimento. Todos industriais, mas que obtiveram uma expressão mais contemporânea através do detalhamento.
Uma das oportunidades de design explorada pelo arquiteto foi justapor a nova tecnologia da oficina com a indústria da velha escola, para expressar uma espécie de narrativa honrando a indústria tradicional, ao mesmo tempo em que mostra a tecnologia atual e o caminho que ela prevê. Essa narrativa fica mais nítida nas elevadas visões do espaço do escritório e no mezanino do píer, onde o design integra a nova estrutura com a estrutura antiga. O local do edifício contribuiu para essa aplicação. Através da disposição de janelas para o lado sul do Píer 9, o projeto permite vistas extraordinárias da baía e das atracações dos rebocadores ao longo do pátio adjacente. (LUDEBERG DESIGN, 2018). O espaço multifuncional proposto pela Autodesk é formado por diversas áreas de reunião e convivência, além de diversas oficinas que cobrem as mais diversas áreas da manufatura e ou/ferramentaria. Com máquinas de usinagem de
Fonte: ALSPAUGH (2014). Além desse elemento diferente, há uma uma mesa de balanço personalizada, feita pela Lundberg com uma estrutura de aço e seis assentos de madeira pendurados no teto da sala de conferências. A Autodesk pediu por algo "emblemático de uso colaborativo" e, como resposta, o arquiteto construiu uma mesa suspensa que coloca à prova o estilo de trabalho colaborativo da Autodesk, uma vez que ao menos que os usuários trabalhem em conjunto, eles se sentirão balançando (Figura 69 e 73). "Honestamente, não achamos que eles iriam [...] Você tem que ter cuidado com o que você mostra aos clientes, eles podem realmente gostar”, diz Lundberg. (LUDEBERG DESIGN, 2018). Figura 69: Mesa suspensa - Trabalho Colaborativo
Fonte: HOLMES STRUCTURES (2018).
Figura 70: Corte esquemático ilustrativo do Píer 9 Workshop Autodesk - Elementos foram destacados, como por exemplo o contrante entre o novo e o antigo (edifício histórico) a instalação de placas solares e ventilação, a exploração da paisagem e da iluminação natural, além do design de mobiliário específico e intervenções pontuais que caracterizam o ambiente, como a utilzação de materiais sustentáveis.
Figura 71: Passarela por cima da Fábrica CNC.
Fonte: OFFICE SNAPSHOTS (2018).
explora a história industrial e militar de São Francisco e seu papel na formação da cultura e dos produtos da indústria de tecnologia contemporânea da região. Foi apoiada pela Autodesk no projeto do laboratório de pesquisa experimental nas instalações do píer 9 e realizou várias intervenções especificas no edifício (SITUATED SYSTEMS, 2018). Tentando criar um diálogo em torno do trabalho do Píer, dentro de uma visão expandida de propósito e perspectiva e com um senso de escala cronológica e física, foram propostas algumas intervenções, dentre elas: sobreposições de janelas que enquadram a visão de uma pessoa e sutilezas, como pendurar folhas de zine feitas de madeira compensada em paredes de madeira para justapor a materialidade e integrar uma peça ao ambiente que poderia ser esquecido (SITUATED SYSTEMS, 2018). Depois de interrogar os usuários do Píer 9 para perguntar quais áreas, incluindo aquelas que não são normalmente usadas para exibições, poderiam ser utilizadas, foram identificados locais com base na materialidade, linha de visão, quantidade de tráfego diário e interseções significativas com as histórias, para isso as plantas existentes foram modificadas ao serem inseridas fotos e anotações durante a pesquisa com os usuários (página 47) (SITUATED SYSTEMS, 2018).
Fonte: ELSEN (2014).
Figura 73: Sala de reunião com mesa colaborativa.
Figura 74: Espaço de Coworking.
Fonte: OFFICE SNAPSHOTS (2018).
Fonte: OFFICE SNAPSHOTS (2018).
Fonte: PINTEREST (2018).
Para aumentar o espaço, foi acrescentado um mezanino ao galpão original, onde estão dispostos os escritórios abertos e salas de reunião. As outras áreas do espaço utilizam os tetos de altura dupla expondo a estrutura do galpão original. O laboratório de CNC conta com o maior pé direito, nesse espaço foi introduzida uma passarela que permite que os funcionais e visitantes vejam o trabalho dos outros sem interferir no processo. Sendo assim, a proposta do edifício é que todas as ideias geradas no espaço do escritório, possam ser rapidamente prototipadas e testadas nas instalações no chão de fábrica abaixo. (LUDEBERG DESIGN, 2018; HOLMES STRUCTURES, 2018) Rick Dean, embaixador da Aurodesk, destacou que nem tudo é controlado por computador e ou impresso em 3D. Muitos espaços são dedicados a atividades manuais, como a oficina de marcenaria e de ferramentas, já citadas anteriormente. Ele afirma que isso é influência do site Instructables, já que muitos membros que utilizam o espaço preferem trabalhar com ferramentas mais “simples”. Muitos dos residentes aprenderam a operar as novas tecnologias disponíveis no Workshop da Autodesk (ALSPAUGH, 2014). A Situated.systems é um projeto de pesquisa
Figura 72: Sala do instructables
Figura 75: Cozinha destinada aos usuários
Algumas intervenções adicionais propostas pela Situated System são as sobreposições translúcidas em janelas no Píer 9. Também é possível observar paredes de vidro como limiares entre espaços - entre a cozinha e o corredor e entre a área de expedição e o espaço de trabalho - embora interessantes, essas áreas não foram exploradas. Aliado a essas intervenções, existem objetos lúdicos, encontrados em toda a instalação, a bibliografia digital e o mapa do centro podem ser deixados em tabletes colocados ao lado de áreas de assentos casuais.(SITUATED SYSTEMS, 2018). A Figura 86 (Página 47) foi a única planta obtida e auxiliou, junto a outras diagramações, na compreensão do espaço (mezaninos e algumas oficinas). O corte esquemático do edifício (Figura 70), embora em baixa resolução, também ajuda a entender o Workshop da Autodesk ao indicar alguns elementos importantes, como a disposição das janelas e as diferenças de pé direito. O diagrama (Página 46 Figura 85), demonstra a localização das oficinas que movem o espaço. Essas diagramações, aliadas as Figuras (Figuras 71 à 76 e Página 46 - Figuras 77 à 84), permitiram a compreensão dos fluxos, das oficinas e do funcionamento do espaço.
Fonte: OFFICE SNAPSHOTS (2018).
Figura 76: Área Criativa - Balão de fala cortado
Fonte: OFFICE SNAPSHOTS (2018).
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Figura 77: CNC Shop (Oficina de CNC)
Figura 78: 3D Print Shop (Oficina de Impressão 3D)
Figura 79: Metal Shop (Oficina de metais).
Figura 80: Wood Shop (Oficina de madeira).
Fonte: ALSPAUGH (2014).
Fonte: AUTODESK (2018).
Fonte: ELSEN (2014).
Figura 81: Textile Shop (Oficina Têxtil)
Fonte: ELSEN (2014). Figura 82: Electronics Lab (Laboratório de Eletrônica).
Fonte: SITUATED SYSTEMS (2018).
Figura 83: Test Kitchen (Cozinha para teste)
Figura 84: Hover Bridge (Ponte suspensa)
Fonte: AUTODESK (2018).
Fonte: ALSPAUGH (2014).
Fonte: ELSEN (2014).
As intstalações do Píer 9 incluem um laboratório de fabricação digital de ponta, uma marcenaria, uma oficina de metalurgia, um laboratório de impressão 3D, recursos de corte e impressão a laser, uma oficina eletrônica, uma cozinha de teste comercial e um centro de costura industrial, além de projetos de especialidades com áreas menores. Além disso, cada ambiente tem especificações quanto a temperatura correta para utilização das máquinas, por exemplo: Metal Shop (20ºC), CNC Shop (22ºC).
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Figura 77
Figura 78
Figura 79
Figura 80
Figura 81
Figura 82
Figura 83
Figura 84
Figura 85: Diagrama da disposição dos ambientes no Píer 9. Fonte: HU E LEE (2015).
Figura 86: Planta Baixa Nível 1 - Com as intervenções e anotações propostas pelo Situaded System
Fonte: SITUATED SYSTEMS, 2018).
As principais referências retiradas deste projeto para o desenvolvimento do espaço colaborativo que será proposto são: a gestão do espaço, a multidisciplinaridade do programa e a criação de oportunidades à qualquer profissional que deseja inovar e desenvolver suas ideias. Nesse contexto, o estimulo à criação e à colaboração em um ambiente muldisciplinar são conceitos importantes para funcionamento do programa. Sendo assim, da mesma forma que os residentes do Workshop da Autodesk devem disponibilizar seus projetos no site instructables, espera-se que os usuários do Hub que será desenvolvido tenham a mesma iniciativa. Planeja-se que ao disponibilizar os projetos em rede, numa plataforma específica, a colaboração e o aprimoramento dos produtos sejam alcançados. Outra caracteristica interessante do centro da Autodesk está na variação de espaços e na criação de ambientes individuais para realização de atividades específicas. Dessa forma, o programa permite que os usuários escolham o ambiente em que desejam trabalhar. Além disso, os espaços permeáveis e a criação do sentimento de pertencimento ao incorporar esse programa em um edifício memorável na história da cidade, bem localizado e ponto de referência, também é interessante do ponto de vista projetual. Mesmo com uma linguagem visual mais simples do que outros coworkings é extremamente funcional e atende de maneira exemplar seu objetivo de estimular a criatividade e fomentar a inovação e o desenvolvimento colaborativo dos seus membros.
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4.3 REFORMA NO ESCRITÓRIO DA ADOBE FICHA TÉCNICA Arquiteto: Gensler Localização: San Jose, CA, EUA. Arquitetos Responsáveis: Kevin Schaeffer, Natalier Engels Ano do projeto: 2017 Fabricantes: Interface Hagopian Photography Área: Aproximadamente 13.285 m²
Figura 87: Mapa de Localização do escritório da Adobe
Para compreender um pouco mais sobre a Figura 88: Vista externa do escritório da Adobe em San José reforma do escritório da Adobe, é preciso entender os conceitos da marca e da empresa de arquitetura responsável pelo projeto, a Gensler. A Adobe é uma empresa global de software de criação que vende produtos de multimídias criativas e é especializada em recursos visuais. Então, para atender e incorporar os objetivos da empresa no ambiente, a Gensler trabalhou examinando o ambiente de trabalho moderno e como o design poderia ajudar a tornar os funcionários mais engajados e produtivos, além de promover ambientes de descontração (CAIN, 2017; Fonte: GOOGLE EARTH (2018). GENSLER, 2018). Sendo a maior empresa de tecnologia do A Adobe mudou sua sede para o centro de centro de San José, o projeto abordou tanto o San José, Califórnia, em 1994, e hoje há 2500 passado da cidade quanto seu presente. Seu pessoas trabalhando nessa empresa. Em 2017, para passado agrícola é celebrado com uma instalação atualizar o espaço e adequá-lo a sua filosofia, a sede artística que recria o icônico “A” da Adobe usando da empresa passou por uma renovação, atualizando caixas de plantação originária dos pomares locais os aproximadamente 13.285 m² de sua área de (Figura 89). A cobertura foi projetada para criar um trabalho. As atualizações não foram apenas utilitárias, espaço externo que recebe as pessoas para reuniões agora há muita arte em todo o espaço de trabalho. ou coquetéis, com o horizonte da cidade como plano Segundo Francom, vice-presidente de soluções de fundo (Figura 90). Tapetes, cortinas, móveis e globais de local de trabalho da Adobe: "Nossos outros artigos de decoração feitos por artistas locais espaços de trabalho mostram nossa cultura criativa, são expostos pelo espaço do escritório, funcionando inovadora e colaborativa, colocando uma forte ênfase como uma verdadeira vitrine. no design inspirador e na estética que refletem a Figura 89: A da Adobe feito com pallets vibração de nossa marca" (CAIN, 2017). A sede da Adobe tornou-se uma extensão física da marca que representa os ideais de criatividade e inovação. Está localizada ao lado e próxima a grades avenidas da cidade, que permitem fácil acesso (Figura 87 e 88). Partindo da ideia de que seus funcionários são seu maior bem, a reforma do campus vertical pretendia abarcar colaboração e criatividade para todos os funcionários, a partir de espaços de trabalho abertos e vibrantes. Espaços novos e variados com Figura 90: Terraço com espaço para funcionários ambientes de estar e reunião, incluindo um terraço com uma arquibancada, salas de trabalho em conjunto, salas de criatividade e conferência, oferecem oportunidade para os funcionários se conectarem e se relacionarem (MARTINO, 2018).
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Fonte: MARTINO (2018).
O conceito por trás da reforma do edifício foi fiel aos principais ideais da empresa, criatividade, inovação e comunidade, incentivando um projeto que engloba o uso de cores vibrantes (Figura 91). Os ambientes tem o mínimo de acabamentos possível, incorporando a curadoria de artigos de arte e objetos feitos localmente e materiais e técnicas sustentáveis. O resultado é um espaço que manifesta as ideias da marca e uma empresa que representa a próxima geração dos espaços inovadores de trabalho. Figura 91: Ambientes de trabalho com cores vibrantes
Fora os espaços de trabalho, os funcionários em busca de uma tarde estimulante podem ir ao café do escritório (Figura 94), que contém diversas opções ou nos restaurantes dispostos pelo edifício (Figura 95), capazes de atender os mais variados gostos. A comida não é gratuita, mas é subsidiada para os funcionários. O design para o espaço Palettes, por exemplo, foi inspirado na história do Vale do Silício como um pomar, em torno desse ambiente também existe jardim comunitário e uma parede vegetal. Nesse espaço, trabalhadores que buscam aprimorar suas habilidades culinárias também podem parar para aulas de culinária do chef executivo da empresa. Nesses ambientes as pessoas podem trabalhar, comer ou simplesmente descansar e conversar com colegas de trabalho. É também um ótimo local para eventos em equipe (MARTINO, 2018). Figura 94: Café Layers Adobe
Fonte: MARTINO (2018).
No térreo, o edifício conta com a sala do Photoshop, onde há várias cabines telefônicas antigas, "da cápsula do tempo", sendo assim, sempre que você entra para fazer uma ligação, você está voltando no tempo (Figura 92) (MARTINO, 2018). Além dessa particularidade, um dos lobbies do escritório agora tem uma tela de toque que permite que convidados e funcionários invoquem inspiração criativa. Com um toque, a tela responde aos termos de pesquisa com imagens e ilustrações (Figura 93).
Fonte: MARTINO (2018). Figura 95:Um dos restaurantes do escritório
Figura 92: Sala do Photoshop
Fonte: MARTINO (2018). Fonte: MARTINO (2018). Figura 93: Lobbie com painel interativo
Fonte: MARTINO (2018).
Segundo Cain (2017), as vantagens da Adobe não se limitam a comer e sentar. No entanto, o escritório tem seu próprio centro de bem-estar, gratuito para os funcionários. Existe por exemplo, uma sala meditação aberta e o“Peace in a Pod”, que permite que os trabalhadores da Adobe realizem uma meditação guiada em uma cápsula pessoal (Página 51 - Figura 102). Além disso, outros ambientes oferecem aulas de ginástica em grupo, como spin, yoga e bootcamp. Os funcionários da Adobe responderam positivamente às vantagens da empresa.
Figura 96: Anfiteatro “os passos”.
Um dos maiores pontos de encontro no escritório é conhecido como "os passos". O anfiteatro inclui uma tela gigante e assentos suficientes para 170 funcionários - sem mencionar as mesas de pingue-pongue para uma pequena competição bem-humorada."No final do dia, esperamos reunir as pessoas e estimular a inovação", diz Francom à Business Insider."Nós criamos uma variedade de áreas comunitárias e espaços de trabalho alternativos que dão aos nossos funcionários a capacidade de escolher onde e como trabalhar, e oferece a oportunidade de conhecer e colaborar de novas maneiras", diz Francom (CAIN, 2017) (Figura 96). Fonte: BYS (2016).
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Planta Baixa - Térreo da torre Oeste
Planta Baixa - 1º pavimento da torre Oeste
Sem escala
Sem escala
Figura 97: Área de Descanso - Torre Oeste
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Fonte: MARTINO (2018).
Figura 98: Ambiente de trabalho colaborativo
Fonte: CAIN (2017).
Figura 99: Ambientes de trabalho e colaboração
Fonte: CAIN (2017).
Figura 100: Ambientes de trabalho e conversa
Fonte: MARTINO (2018).
Figura 101: Parede interativa e área de trabalho
Figura X: Área 9 - Sala de Reunião
Fonte: MARTINO (2018). Figura 102: Ambiente destinado ao Yoga
Planta Baixa - 6º pavimento Torre Oeste Sem escala
Fonte: MARTINO (2018).
Embora nesse último projeto estudado não haja oficinas nem ateliês de criação, foi adotado como estudo de caso graças à sua linguagem visual, utilização de cores que estimulam a criatividade e aos ambientes de entretenimento e lazer incorporados no ambiente corporativo. Durante esse trabalho foi evidenciado que ambientes de descontração proporcionam troca de informações de maneira mais informal e são indispensáveis para aumentar a produtividade e a qualidade de vida dos funcionários de uma empresa. além de serem espaços propícios para a criatividade e a inovação. As Figuras 97 à 101, aliado à leitura das plantas baixas permite a compreensão da proposta dos ambientes e dos fluxos estabelecidos no edifício. Sendo assim, cabe destacar nesse projeto a capacidade estimulante dos ambientes propostos pela Gensler e a tradução dos conceitos da Adobe em cada detalhe. Além disso, outro ponto de destaque também está na criação de ambientes diversificados, permitindo que os trabalhados optem por aquele que mais atende suas necessidades. Essas caracteristícas tornam o ambiente mais dinâmico e impulsionam a criatividade. Planta Baixa - Térreo da Torre Leste Sem escala
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5 CONTEXTO TERRITORIAL 53
5.1 A ESCOLHA DO TERRENO DE INTERVENÇÃO
Mapa 1 - Justificativa da área de abrângencia prioritaria do projeto que será desenvolvido.
Porque nessa região? Escolhemos a região de Limeira para a implantação de nosso projeto de um espaço de trabalho, pesquisa e desenvolvimento colaborativo e, para compreender o porquê de sua escolha, principalmente o recorte delimitado no Mapa 1, é preciso retomar os dados expostos nos capítulos 2 e 3, que, junto à análise feita por Queiroz (2012) apontam a região como um potencial eixo de expansão das indústrias e dos centros tecnológicos, principalmente às margens da rodovia Anhanguera. Segundo Queiroz (2012), na região administrativa de Campinas, forte eixo de expansão da indústria, foram implementados, além das industrias, diversos centros de pesquisa, escolas técnicas e centros de convenções que atendem usuários em escala regional (Mapa 1), promovendo um deslocamento intermunicipal, seja em veículos particulares ou transporte público, viável através das linhas e horários visíveis (Tabela 2). Bordo (2006) aponta que os investimentos, no Estado de São Paulo, têm sido feitos, em sua maioria, ao longo das principais rodovias de acesso, sobretudo aquelas com forte presença de atividade industrial de tecnologias mais avançadas. A partir dessa compreensão, foram destacados, no Mapa 1, a exitência de três eixos rodoviários importantes que cruzam o recorte proposto para área de abrangência primordial do projeto a ser desenvolvido: a Rodovia Anhanguera, que corta os municípios de Limeira e Araras; a Rodovia Washington Luís, que passa pelo município Rio Claro e, a Rodovia dos Bandeirantes, importante eixo de ligação a São Paulo que também passa pelo município de Limeira. Apesar da crise, posterior à publicação de Queiroz (2012), que vem demonstrando um cenário de crescimento bem menos favorável, acreditamos que ainda há um potencial para essa região, já que a mesma conta com as cidades abastecidas pelos principais eixos rodoviários do Estado (Mapa 1) o que possibilita sua consolidação como um aglomerado industrial do Estado. “Segundo o PNLT, entre 2002 e 2023, haverá crescimento de PIB entre 3,75% a 8,42% ao ano e crescimento populacional, entre 1,21% e 1,77% ao ano, transformando-se numa região de alta intensidade” (QUEIROZ, 2012, p. 72). Dentre as três cidades, Limeira (275.715 hab.) tem uma localização privilegiada, já que é cortada por duas das principais rodovias. Além disso é considera uma cidade multi setorial, uma
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vez que os setores secundário e terciário apresentam desempenho e contribuições semelhantes. O município de Rio Claro (186.061 hab) é mais evidente no setor industrial, na educação e na cultura e Araras (186.061 hab), mesmo não sendo tão populosa quanto as outras duas, destaca-se no setor primário, investindo em setores diversos como, transporte, cultura e lazer (QUEIROZ, 2012) (Figura 103). Esses dados auxiliam na criação de diretrizes para o estabelecimento de projetos de espaços que pretendem atender uma escala regional, afirmando vínculos intermunicipais. Outro diagnostico importante, graças às pesquisas realizadas por Queiroz (2012), destacam que 7% da população de Araras e de 3% a 4% da população de Limeira e Rio Claro estão matriculadas no ensino superior. Essa característica é explicada pela presença de diversas instituições particulares e públicas (ver Mapa 1), com destaque para a Faculdade de Agronomia da Universidade Federal em Araras (UFSCAR), para a Faculdade de Ciências Aplicadas e Faculdade de Tecnologia da Unicamp em Limeira, além da UNESP em Rio Claro e do Colégio Técnico da Unicamp, também em Limeira. Por fim, todos os dados nos levam a concluir que, ao unirmos as diversas indústrias, muitas de base tecnológica, às atividades propostas pelas universidades, que em sua maioria incentivam o desenvolvimento de pesquisas, criatividade e inovação nas mais variadas áreas do saber através de iniciativas como startups, incubadoras, (ITCP Unicamp Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares - Limeira) e grupos de pesquisas (Aerodinâmico da Uniararas - Araras), tem se um potencial público alvo para o espaço que será desenvolvido. Espera-se que o espaço proposto para seja capaz de concentrar os profissionais, estudantes, empreendedores e empresas em busca de desenvolvimento, além de promover cursos de capacitação pessoal e profissional para o ingresso nas indústrias existentes na região. Vale destacar que essa área já conta com alguns órgãos de fomento à inovação, como o Sebrae e o Ciesp, que tem introduzido os conceitos de Indústria 4.0 e da manufatura avançada. Entretanto, ainda atuam de forma descentralizada, sem contar com um espaço referencial, dotado de infraestrutura e tecnologia para o desenvolvimento das atividades propostas.
Fonte: GOOGLE MAPS (2018) adaptado pelo autor (2018). Tabela 2: Tempo de acesso por público e pessoal entre Figura 103: Setores cidades Mapa 1. as cidades do Mapa 1. Fonte: AUTOR (2018). Indústria Agropecuária Rodovia Bandeirantes SP Serviços ARARAS-LIMEIRA Rodovia Anhanguera SP 51,9 67,40 55,7 Carro: 29 min/ Linha de Onibus: Via Sol - 35 min Rodovia Whasinton Luiz ARARAS-RIO CLARO Empresas e Industrias 47,0 41,7 29,0 Carro: 35 min/ Linha de Onibus: Via Sol - 40 min 1,0 2,6 3,6 Orgãos de fomento a inovação RIO CLARO- LIMEIRA Rio Claro Limeira Araras Universidades Carro: 33 min/ Linha de Onibus: VR - 40 min Fonte: QUEIROZ (2012).
LEGENDA
Mapa 2 - Potencialidades que fizeram a cidade de Limeira ser escolhida como sede de intervenção do projeto.
Porque na cidade de Limeira? Segundo Queiroz (2012, p. 32), “as relações horizontais de centralidade, polaridade ou hierarquia regional passam a ser entendidas como continuidades territoriais”. Nesse cenário, uma cidade de médio ou pequeno porte pode estabelecer relações diretas com outras de grande porte, não através de disputa, mas como uma relação de complementaridade de suas funções urbanas. Dadas as relações intermunicipais contínuas e cotidianas estabelecidas entre Limeira, Rio Claro e Araras, a definição do terreno de intervenção foi feita a partir de outras características, como quantidade de iniciativas existentes e acessibilidade por toda a região. Nesse contexto, a primeira característica que levou a cidade de Limeira a ser escolhida como sede do projeto que será desenvolvido nesse trabalho, se apoia na tese de Queiroz (2012) de que são as cidades médias as que mais crescem e demandam maior quantidade de trabalho intelectual, por estarem mais incorporadas ao meio técnico-científico e mais próximas das grandes áreas metropolitanas. Outra característica determinante para a escolha da cidade foi o apontamento de Queiroga (2001) da localização estratégica da região e principalmente da cidade de Limeira, por estar localizada junto ao entroncamento de três vias importantes do Estado: Rodovia Anhanguera (SP-330), Rodovia Washington Luís (SP-310) e Rodovia dos Bandeirantes (SP-348). O eixo da rodovia Anhanguera e os municípios de Campinas e Ribeirão Preto, exercendo papéis de maior polaridade, enquanto o município de Limeira apresenta uma atração mais suave (QUEIROZ, 2012). Além disso, Limeira foi considerada, nas décadas de 1970 e 1980, polo de desenvolvimento, atraindo a população migratória em busca das potencialidades econômicas e das disponibilidades de comércio e serviços. A região encontrava-se, até o final da década de 1990, entre as regiões mais industrializadas da região administrativa de Campinas (QUEIROZ, 2011). Nota-se um crescimento da cidade ano após ano, o que a torna ainda mais atrativa para as indústrias, já que passou a contar com programas de incentivo. Esta política adotada pelas últimas administrações tenta reverter o aumento do desemprego e do trabalho informal na cidade.
Outro ponto determinante na escolha foi o fato de Limeira contar com várias universidades e um número significativo de profissionais criativos (destacados no mapa apenas os relacionados à arquitetura). Junto a essas potencialidades, outra demanda de instalação foi a localização de órgãos de fomento à inovação dispostos de maneira descentralizada no espaço, como o caso do Sebrae e do Hub de Inovação (Página 57). As iniciativas da cidade em incentivar a criatividade e o empreendendorismo são visíveis, Limeira foi a primeira cidade do interior do estado de São Paulo a receber o Hackaton, uma maratona de palestras e desenvolvimento de soluções na plataforma digital. “O Hackathon leva o nome de Limeira para todo o país. Estas discussões também reforçam que o município sai na frente rumo a indústria 4.0”, enfatizou o 1º vice-diretor do Ciesp/Limeira, Jairo Ribeiro Filho (LIMEIRA, 2017b). Esses eventos potencializam a criação de network e a troca de experiências, promovendo um processo colaborativo de aprendizagem, ponto chave para a implementação de um espaço que viabiliza esses conceitos num espaço físico aglutinador. Segundo Almirall, secretário de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, “Limeira tem potencial para realizar outros eventos como este, com foco na inovação e na apresentação de novas ideias e soluções na plataforma digital” (LIMEIRA, 2017b) Por fim, após tomada a decisão de qual cidade abrigaria o projeto que será desenvolvido no TFG II, tomou-se como base para a delimitação da área de intervenção e do terreno os estudos expostos na Contextualização, na Fundamentação e a análise dos Estudos de Caso. O terreno foi escolhido principalmente por sua acessibilidade e proximidade com a Rodovia Anhanguera, mas, diferente dos parques e centros tecnológicos, está inserido no contexto urbano da cidade. Ainda pensando na viabilização e manutenção desse espaço, que terá caráter concentrador e promovedor de atividades intelectuais, serão propostos a seguir, intervenções e aglomerações dos órgãos de fomentos já existentes na cidade, a fim de promover maior rotatividade e utilização do ambiente.
UNIP UNICAMP EINSTEN
COTIL E FT UNICAMP
ISCA
FAAL ANHANGUERA
Fonte: LIMEIRA (2012) adaptado pelo autor (2018), Universidades
Rodovia Bandeirantes SP
Área de Intervenção e Estudo
Empresas e Industrias
Rodovia Anhanguera SP Ferrovia
Terreno de Intervenção
Profissionais Criativos
Rodovia Intermunicipal
Terminal Rodoviário a Implantar
Rodovia de Conexão a Iplantar Anel Viário existente
Terminal de Logistica
Anel Viário a ser implementado
Terminal Rodoviário Existente
Corredores Industriais
Orgãos de fomento a inovação
55
Para compreender a atuação dos órgãos de fomento e incentivo à inovação presentes na cidade de Limeira, mesmo que de forma descentralizada, serão expostos a seguir sua localização (também visível no Mapa 2) e as suas principais atividades. Figura 104: Incubadora de Ciência e Tecnologia
Fonte: GOOGLE MAPS (2018).
INCUBADORA DE CIENCIA E TENCOLOGIA (Figura 104): é um órgão que se destina a apoiar projetos empreendedores nas fases de instalação, crescimento e consolidação, propiciando-lhes durante a incubação ambiente e orientação para o funcionamento apropriado. Está situado perto da Rodovia dos Bandeirantes (ver Mapa 2) e tem por missão apoiar a criação e consolidação de empresas de base tecnológicas e/ou projetos nos diversos segmentos demandados pelo município, pelas vocações regionais e por outras instâncias governamentais (estadual e federal) (LIMEIRA, 2018). A Incubadora visa o desenvolvimento e proporcionar mais oportunidades para as empresas limeirenses e pretende fazer com que Limeira seja reconhecida pelo seu ambiente de inovação. Conforme o secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Wladimir dos Santos, a incubadora promoverá uma propagação do empreendedorismo inovador, além de proporcionar um ambiente exclusivo de contato com universidades. A capacidade do espaço é de receber até 14 empresas. Figura 106: Sala do Sebrae na Prefeitura de Limeira.
Figura 105: CIESP Limeira.
Fonte: GOOGLE MAPS (2018).
CIESPE (Figura 105): é uma entidade comprometida em defender os interesses das indústrias, realizando diversos trabalhos em prol dos empresários, trabalhadores e da comunidade. Tem sua sede em Limeira, em frente ao Colégio Técnico Cotil (Unicamp) (CIESP, 2018). A mão-de-obra qualificada também é uma preocupação do CIESP, já que a escassez de colaboradores qualificados é preocupante. Entre as ações promovidas pela entidade para tentar minimizar esse problema, está a realização de cursos, palestras, visitas e eventos em geral que promovem capacitação e atualização profissional, além de ações estratégicas para promoção da Industria 4.0 e a difusão das tecnologias e da manufatura avançada ao longo das cadeias produtivas. Parceria com universidades também foram firmadas com o objetivo de promover um intercâmbio de conhecimentos e pesquisas com ênfase em tecnologia e inovação. Através dessas iniciativas, o aluno tem a oportunidade de atuar dentro da indústria, adquirindo experiência e sendo um potencial colaborador futuro e em contrapartida, a empresa conta com profissional que tem por trás professores altamente qualificados (CIESP, 2018). Figura 107: Fab Lab Sesi Limeira.
Relocação dos orgãos e entidades que não contem inraestrutura adequada A partir da compreensão das atividades exercidas pelas entidades e órgãos de fomento à inovação e de suporte técnico a empreendodores e indústrias, junto à análise da localização desses ambientes, das indústrias, dos profissionais criativos e das universidades na cidade de Limeira (Mapa 2), nota-se uma dispersão desses ambientes no contexto territorial, com uma concentração de industrias próximas a Rodovia Anhanguera e próximo ao local de intervenção escolhido. Nesse contexto, embora Limeira seja favorável para o desenvolvimento da inovação e do empreendedorismo, graças à existência de algumas iniciativas, como o FabLab do Sesi, ainda não são suficientes para atender às demandas dos profissionais recém-formados, estudantes, empreendedores, empresas e profissionais autônomos da região. Os espaços físicos, principalmente os que abrigam os órgãos de fomento, ainda não contam com infraestrutura e tecnologias avançadas, adequadas para viabilizar, além do encontro entre academia e empresa, atividades que impulsionem e permitam a realização dos projetos desenvolvidos nesses encontros. A partir dessas análises e visando incrementar o programa a ser estabelecido pelo projeto que será desenvolvido no decorrer do Trabalho Final de Graduação, será proposta a relocação das atividades de dois dos espaços de fomento da cidade: o Sebrae, que atualmente está situado dentro da prefeitura e não conta com infraestrutura adequada e a Incubadora, que apesar de ter uma estrutura melhor, está inserida numa região periférica, afastada do contexto urbano, que, aliado à falta de infraestrutura, faz com que o espaço não seja tão frequentado. O Ciesp funciona bem em sua sede e conta com a áreas do Cotil e da Unicamp, próximos à sua localização, para realização das atividades propostas. O Fab Lab Sesi, apesar de distante das instituições e do centro, apresenta infraestrutura adequada para a demanda escolar que se propõe à atender. Como o espaço que será projetado visa promover a colaboração, o aprendizado e a capacitação, principalmente de estudantes universitários e jovens profissionais entrando no mercado de trabalho, que pretendem ingressar na vasta gama de indústrias presentes na região, ter esses órgãos incorporados no seu programa ajudará a movimentar e trazer verba para o espaço. Auxiliaria também na criação de parcerias público-privada, e entre empresa-academia, que trariam mais empreendedores para o local, aglutinando pessoas com ideias semelhantes: inovar, desenvolver e compartilhar.
Porque o terreno escolhido? A partir de todas as características expostas nesse capítulo, pode-se afirmar que a escolha do terreno de intervenção foi feita de maneira progressiva e cautelosa, para que o espaço fosse acessível, próximo à Rodovia Anhanguera, mas dentro do cotidiano da cidade, sendo um ponto referencial e visualmente representativo (Figuras 109 á 112). Sendo assim, o terreno escolhido, destacado no Mapa de Acessibilidade (ver Página 57), está inserido num contexto que contém todas as características destacadas como prioritariamente necessárias. Além disso, como podemos ver na Figura 108, o terreno possui uma área extensa e adequada ao amplo programa que será proposto, situado em um cruzamento de avenidas importantes e de acessíveis (Francisco D’Andrea e Major Jose Levi Sobrinho) e próximo a indústriais, serviços e comércio, o que faz com que a relação entre diferentes áreas de atuação aconteça de maneira muito mais ágil. Figura 108: Vista do terreno de intervenção a partir da Rua Apparecida Bosqueira Boldrin (ver Mapa Zonemanto - Pg. 57)
Fonte: LIMEIRA SP (2018).
SEBRAE (Figura 106): O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma entidade privada sem fins lucrativos, que objetiva apoiar o desenvolvimento dos micro e pequenos negócios de todo o país. Em Limeira, os atendimentos ocorrem no Posto do Sebrae Aqui, localizado dentro da Prefeitura, cujo trabalho resultou no atendimento a aproximadamente 16.200 micros e pequenos empreendedores do município, 142% maior do que o registrado em 2016, quando 511 empresários iniciaram contato com o serviço. (LIMEIRA SP, 2017a).
56
Fonte: SESI LIMEIRA (2018).
FAB LAB SESI (Figura 107): foi feito através de uma parceria entre a Prefeitura e a Escola, o Laboratório de Fabricação Digital Escola Sesi, situado na Rodovia Doutor João Mendes (em direção a Iracemapolis) visa integrar e aplicar conhecimentos pautados em experiências práticas, resolução de problemas, invenção e criatividade É um ambiente flexível e colaborativo, onde alunos e professores das escolas SESI-SP, públicas e comunidade fazem uso do espaço colocando seus potenciais criativos em prática utilizando as ferramentas disponíveis (SESI LIMEIRA, 2018)
Fonte: AUTOR (2018).
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Figura 109 à 112: Visualização do entorno para o terreno de intervenção de acordo com os números do mapa de Acessibilidade.
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13, 14, 17
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TAXA MÍNIMA DE PERMEABILIDADE
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1,5 9, 19, 21, 22
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Conforme Lei 3877/04.
H (Residencial
DO IMÓVEL FECHA-DA EMPRE(m²) ENDIMENTO LOTE
IDEAL PRIVATIVA
FRAÇÃO AREA LARGURA MÍNIMA ÁREASde PÚBL considerada area usoCOMUM comum e podendo ser no máximo 20% impermeável; 5. Para Usos mistos, PRIVATIVA RECUO FRONTAL RECUO FRONTAL RECUOS MÍNIMOS DE LATERAIS, DO LEITO MÍNIMO DE VIAS MÍNIMO DE VIAS FUNDO, ENTRE UNIDADES BLOCOS CARROÇÁVEL DE e industriais horizontais, T.O: 0,75 e para(m)lotesE até 200m², T.O: DENSI-comerciais, de serviçõs, institucionais Nº PÚBLICAS (m) PARTICULARES (m) VIAS PARTICULARES TAXA MÍNIMA DE A.V. DADE MAX (m) PERMEABILIDADE 75%. INTER-NA PAV T.O. C.A. A.V. A.I. (hab/ha) 8
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CONFORME LEI
5,00% 7,50% Apesar dee estar na Zona Predominantemente Residencial 1, o5,00% Plano Diretor, através do ANEXO 24, abre espaço para construção GLEBA 3877/04 REC.de HÍDR. Unifamiliar Residencial situado 5 7 6 30 ou outra solução Multifamiliar) e Ø Ø LOTE serviços, indústria de pequeno porte, comércio, edifícios de uso misto. Como o projeto a ser desenvolvido terá caráter multifuncional, atenderá as equivalente. VERTICAL conforme Anexo 24 30.000 Ø 1600 Ø Ø 3 4,5 6 0,5 5 5 5 2 5,00% 7,50% GLEBA leis estabelecidas. A sua localização é estratégica por estar situado ao lado de uma Zona Industrial e próximo à entrada principal, permitindo maior * TODOS OS ÍNDICES PODERÃO SER REVISADOS CONFORME EIV, PODENDO-SE AUMENTAR AS EXIGÊNCIAS. mobilidade para os limeirenses e moradores da região. Mais estudos sobre o entorno e a inserção do espaço serão abordados nas páginas a seguir. 18
18
11, 12
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ÁREAS PÚBLICAS
1.E PARÂMETROS Usos comerciais até 10% conforme disposições dos Anexos 21 e 24 ; 2. A serem doadas ; 3. PARA FRACIONAMENTO E CONSTRUÇÃO EM CONDOMÍNIO* ** *** ZI - Zona Predominantemente IndustrialDISPOSIÇÕES 1 Localizada externamente ao núcleo fechado; 4. Localizada Internamento ao núcleo fechado, sendo FRACIONAMENTO para vazios urbanos CONSTRUÇÃO EM CONDOMÍNIO Residencial 1
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DISTR. ÁREA TAM. FRENTE MÁX. LOTES MíNIMA DA GLEBA FECHA-DA DA ÁREA LOTEÁ(m) (m²) VEL (%)
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** EM QUALQUER TIPO DE NÚCLEO FECHADO É ADMITIDO O USO DE DEPENDÊNCIAS PARA SEDE DE ASSOCIAÇÃO DE MORADORES. *** VAGAS PARA VEÍCULOS CONFORME DISPOSIÇÕES DOS ANEXOS 21 E 24. 1. USOS COMERCIAIS ATÉ 10% CONFORME EIV. 2. A SEREM DOADAS. 3. LOCALIZADA EXTERNAMENTE AO NÚCLEO FECHADO. 4. LOCALIZADA INTERNAMENTE AO NÚCLEO FECHADO, SENDO CONSIDERADA ÁREA DE USO COMUM E PODENDO SER NO MÁXIMO 20% IMPERMEAVEL. 5. PARA USOS MISTOS, COMERCIAIS, DE SERVIÇOS, INSTITUCIONAIS E INDUSTRIAIS HORIZONTAIS, T.O.= 0,75. E PARA LOTES ATÉ 200m², T.O. = 75%.
57
5.2 ESTUDO DO ENTORNO PA VA NE LL I RE NA TO
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Após a análise dos mapas desenvolvidos após levantamentos feitos em campo, pode-se concluir que o terreno de intervenção está inserido num entorno composto por usos heterogêneos, sendo o industrial e o de serviços os que mais se destacam (Mapa de Usos e Ocupação). Como o projeto que será proposto será de uso misto, composto por atividades industriais, de pesquisa, serviços e comercial, salienta a adequabilidade do terreno. Sendo pontos de destaque próximos ao terreno os apontados no Mapa dos elementos urbanos institucionais. Quanto ao gabarito (Mapa de Gabarito), nota-se uma heterogeneidade nos pavimentos, que majoritariamente atingem apenas 2 pavimentos, demonstrando uma área, embora com forte caráter industrial, horizontal, não verticalizada. Há, principalmente no bairro Jardim Porto Real II, no qual o terreno está inserido, uma grande quantidade de lotes desocupados, que podem ser utilizados a partir da instalação do projeto que será proposto. Quanto ao sistema viário, está situado em frente a um cruzamento de uma via arterial extensa que leva ao centro da cidade e do anel viário (arterial perimetral) que, principalmente nos horários de pico, apresenta problemas de trafego, sendo necessário um planejamento estratégico para que não aumente o fluxo no nó viário e não cause transtorno na acessibilidade do edifício que será proposto. Algumas alternativas de acesso por vias locais paralelas e perpendiculares são apontadas no Mapa de Viário. Além disso, o entorno conta com linhas de ônibus, tanto de Limeira, quanto das cidades do entorno, uma vez que a Via Arterial Major Jose Levi Sobrinho, é a entrada principal da cidade e leva a Rodoviária (Mapa Viário). O entorno também contém vários pontos de ônibus próximos ao terreno de intervenção, que viabiliza o acesso por transporte particular ou público.
Figura 113 à 115: Visualiazação da declividade do terreno de intervenção. VIA
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NSC
FICHA TERRENO DE INTERVENÇÃO
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Área Total: 4.081,25
REA
CA: 1,3 634 RUA APA RECIDA B O
TO: 0,75
633 Recuos: Frontal - 5m / Fundos - 3m Lateriais (até 4 pav) - 3m AV. MAJOR JOSE LEVI SOBRINHO
Área dispoível para construção: 3.060
632
SQUEIRO BOLDRIN
631
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626
628 629
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Mapa Topográfico do Terreno de Intervenção Escala1:1000
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Mapa do estudo de insolação e ventilação Escala 1:1500 Insolação Ventilação predominante durante o ano
Inclinação: 11,2%
Como é possível observar no Mapa Topográfico do Terreno de Intervenção, o terreno de intervenção possui 7 curvas de nível passando pela sua totalidade, tendo uma inclinação aproximada de 11,2%. Isso fica ainda mais evidente nas Figuras 113 à 115. Essa inclinação permite a visibilidade de vários pontos do entorno e da cidade no sentido sudoeste (Figura 114). Então, o projeto que será proposto pretende explorar a topografia e aproveitar a inclinação para o posicionamento dos usos em patamares diferentes, proporcionando campos visuais diferentes, sem romper com a heterogeneidade de altura do entorno. Além disso, a intenção é viabilizar o acesso pelas partes mais baixas do terreno, através da via local Rua Aparecida Bosqueiro Boldrin. Fonte: AUTOR (2018).
Figura 116 à 119: Fotos do terreno de intervenção para o entorno de acordo com as letras do Mapa de estudo ao lado. As imagens 116 a 119 demonstram as vistas B do terreno para o entorno, e nota-se, como já A havia sido observado no mapa de gabarito, que não há edifícios verticais capazes de realizar sombreamento na área de intervenção, uma vez que o mesmo tem sua parte norte disposta em um nível superior. Sendo assim, a partir do estudo da insolação, nota-se que as fachadas que mais receberão insolação ao longo do ano são: norte e oeste (destacados em amarelo no Mapa do estudo de insolação e ventilação). Quanto à ventilação, de acordo com o site Meteoblue (2018), os maiores ventos incidentes na região de Limeira são advindos do Sudeste e em direção a Noroeste. Nesse cenário, como as C D construções do entorno do terreno são dispersas e o mesmo está situado ao lado de dois largos corredores viários, possivelmente serão formados corredores de ventilação que deverão ser utilizados estrategicamente no projeto, a fim de conceber um ambiente arejado, com ventilação cruzada. Como o espaço contará com máquinas e tecnologias avançadas que tem certas restrições de temperatura, o estudo da insolação e da ventilação será de extrema importância. A disposição desses ambientes no terreno, deverão promover salas amenas para instalação desse Fonte: AUTOR (2018) e GOOGLE MAPS (2017). tipo de infraestrutura. 59
6 O PROJETO 61
6.1 PROPOSTA DO EDIFÍCIO
6.2 CONCEITO Figura 120: Processo de criação.
Para desenvolver a proposta, o conceito, o programa e o diagrama de usos preliminar do projeto que será desenvolvido nessa pesquisa, foram levadas em consideração todas as informações expostas até agora no trabalho. O projeto pretende responder, através de seu uso, layout, design e características, como os espaços colaborativos de trabalho e produção influenciam no desenvolvimento profissional e pessoal de cada indivíduo. Para isso, foram definidas pioneiramente algumas palavras conceitos básicas que estruturarão a proposta do edifício. CONEXÃO Como grande parte dos profissionais
que buscam espaços compartilhados para trabalhar e utilizar as novas tecnologias utilizam a Internet e a rede (digital ou pessoal) criada em sociedade, a conexão deve estar presente. É por meio dela que se estabelece a comunicação, o compartilhamento de informações e experiências.
Atividade chave capaz de incentivar a criação e as relações interpessoais, auxiliando tanto no desenvolvimento INTERAÇÃO pessoal de cada usuário, como na qualidade dos produtos desenvolvidos, que são construídos por profissionais de áreas de conhecimento diferentes, fazendo com que o produto tenha mais valor agregado. Além disso, interação é de extrema importância para possibilitar o trabalho em equipe e a produção de artefatos inovadores, principalmente os originados pela economia criativa.
CRIATIVIDADE É por meio da criatividade que a inovação surge, seja pelas relações pessoais e produtivas existentes presentes nos espaços colaborativos ou pelos equipamentos artísticos presentes nesse cenário.
A partir dessas ações definidas como norteadores na concepção do projeto, destaca-se a intenção da proposta em promover a colaboração, a difusão de informações, a capacitação e o fomento à inovação através de ambientes que estimulem o processo de criação (Figura 120) que envolve desde o primeiro contato com as ferramentas disponíveis e os usuários do local até a realização de protótipos e testes, para viabilização final da ideia.
62
Fonte: MARQUES (2017).
Para gestão e funcionamento do espaço, a ideia primordial consiste na construção de uma plataforma digital onde as empresas, startups, estudantes e interessados poderão se cadastrar para ter acesso ao espaço. Essa rede online servirá também como networking entre os usuários, como banco de dados e promoverá chamadas mensais por startups que necessitam de infraestrutura e divulgará cursos de capacitação e eventos. Além disso, a sugestão é que todos os projetos desenvolvidos possam ser disponibilizados nessa rede, promovendo o conceito de Open Source. Além da disponibilização online, outra proposta é que os projetos possam ser consultados em uma área de exposição permanente do edifício. Planeja-se que o edifico ceda seu espaço diariamente, durante algumas horas, de forma gratuita a todos os interessados. A intenção é que o projeto seja mantido através de parcerias público-privadas, entre universidades e empresas, e pela renda arrecadada em cursos de capacitação, eventos e atividades de incentivo à cultura, em nível regional e municipal. Espera-se também, que, as universidades públicas e privadas sejam grandes colaboradoras no desenvolvimento de projetos que visem a solução de problemas regionais e ambientais, e, além disso, que os resultados obtidos no desenvolvimento das pesquisas promovam retorno econômico a médio e longo prazo e melhorem o desempenho e o método de trabalho das empresas e dos estudantes. Então, inspirado no diagrama exposto na Figura 121, que contempla princípios diferentes de colaboração, como a co criação, o co-working e o co-aprendizado nasceu o conceito do edifício, que será descrito no tópico a seguir.
O conceito incorporado ao edifício parte da compreensão da proposta do projeto como espaço concentrador para conexão de pessoas e difusão de conhecimento para além dos limites da internet. Nesse contexto, o termo HUB, exposto na página 30, conseguiria transmitir de forma clara a principal proposta do edifício. A partir disso, pensando em como esse projeto será capaz de aglutinar atividades, usos, pessoas e profissionais heterogêneos, surgiu a ideia de nomeá-lo de Quimera, palavra que caracteriza um ser mitológico de aparência híbrida, ou seja, constituído a partir da junção de dois ou mais animais distintos. Em algumas narrativas da mitologia grega, a descrição de sua aparência é feita da seguinte maneira: uma cabeça e corpo de leão, além de duas cabeças anexadas, sendo uma de dragão e outra de cabra (Figura 122). Assim como esse mito é composto por elementos diferentes que constituem um todo, caracterizado por animais distintos compartilharem de um mesmo corpo, será o Hub Quimera, proposto para ser um concentrador de elementos heterogêneos que irão compor um mesmo espaço. Esse conceito define não só o nome, mas auxilia na criação de um programa multifuncional e de uso misto, que proporcione fluxo contínuo de informações para a coexistência em harmonia de diferentes atividades.
Sendo assim, o projeto, diferente dos coworkings, dos parques tecnológicos e dos laboratórios de fabricação digital desenvolvidos no Brasil até agora, terá uma proposta semelhante aos estudados de caso analisados, mas adequada ao contexto territorial e à demanda regional de Limeira. Para alcançar esse objetivo, o edifício pretende unir espaços de trabalho colaborativo, de pesquisa, criação, fabricação, fomento e de descompressão. Também contará com a infraestrutura necessária para a concepção e materialização de uma ideia desde a sua concepção até a fabricação. Outro diferencial do projeto, estará em seu caráter genérico e na variedade e flexibilidade de ambientes, que serão desenvolvidos para serem capazes de atender os mais variados tipos de profissionais e Figura 122: Quimera - ser mitológico estudantes, fazendo com que o usuário possa escolher o espaço mais propício para desenvolver suas ideias. Também é esperado, que, através da inserção de órgãos de fomento existentes e consolidados na cidade de Limeira (Sebrae e Incubadora), o projeto seja capaz de auxiliar na orientação técnica na fase de constituição e arranque de startups. Isso fomentará a criação e o desenvolvimento de empresas inovadoras, com grande potencial de crescimento e com ligação ao tecido econômico e empresarial da Fonte: AUTOR (2018). Região. Figura 121: Diagrama dos princípios de colaboração. Espera-se que, através das propostas valor citadas acima, o contato e a ligação entre compartilhado empresas, universidades e investidores Figura 123: Logo Q institucionais e/ou privados seja facilitado e promovido com mais frequência, principalmente criação COcognição através de espaços e atividades de capacitação CRIAÇÃO aos estudantes para ingresso ao amplo mercado de trabalho da região. Também espera-se promover o acesso a consultores especializados COCOem distintas áreas (Gestão, Investimentos, Fonte: AUTOR (2018). WORKING APRENDIZADO Marketing, Fiscal, Tecnologias, Qualidade, entre outros) e na criação de espaços para a O logo Q (Figura 123), referente Quimera, participação das empresas em eventos de também faz alusão ao botão “on/off”, presença conhecimento promoção da inovação e do empreendedorismo remetendo à capacidade dos usuários de emoção compartilhada compartilhado na região. “ligar” sua criatividade e a sua conexão, com os outros indivíduos e com o ambiente. Fonte: SCHROLL (2012) adaptado pelo autor (2018).
6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES
6.4 DIAGRAMA DE USOS
Após a compreensão da proposta e do Figura 125: Diagrama de Usos conceito do projeto, para a criação de um programa PRODUÇÃO Criação, prototopagem, redes de de necessidades que incorporasse as intenções O tamanho de cada esfera simboliza a COLABORATIVA experimentação como resposta arquitetônica do edifico as sua proporcão (área) características definidas nos tópicos acima, foram Capacitação e qualificação COWOWRKING ENSINO dentro do edifcio, de indicados alguns usos estruturantes (ver Figura profissional APOIO acordo com as 124). A partir disso, foi elaborado um programa tabelas presentes em Troca de experiências, preliminar, baseado principalmente nas relações EVENTOS Programa de networking dos usuários entre si e na possibilidade de variação Necessidades. do espaço conforme as atividades no decorrer do CENTRO DE FOMENTO Pesquisa, ponto de encontro uso. PESQUISA REFERÊNCIA público APOIO Para essa estruturação primordial também CRIAÇÃO INCUBADORA Incentivo a novas ideias, auxílio foi imprescindível a análise dos estudos de caso e a a startup e empreendedores público/privado compreensão do contexto territorial, que permitiram CONVÍVIO E Divulgação de ideias e retorno adequar os espaços ao tamanho do terreno e às privado demandas da Região de Limeira, propondo um EXPOSIÇÃO à região PRODUÇÃO caráter mais genérico que atendesse várias áreas Fonte: AUTOR (2018). ESTACIONAMENTO do saber. ESPAÇO ÁREA Então, foram propostos no programa preliminar os ambientes ESTACIONAMENTO 300 GERENCIAMENTO dispostos nas tabelas abaixo. Vale ressaltar que, para delimitação da EVENTOS APOIO ACOLHIDA (670m²) área destinada a cada atividade, foi importante conhecer o tamanho do EXPOSIÇÃO terreno e o porte da infraestrutura e das tecnologias necessárias, em ESPAÇO ÁREA termos de comunicação e informação, para realização dos usos RECEPÇÃO 20 m² ACOLHIDA propostos. WC 50 m² fluxo horizontal O Hub também pretende contar com espaços equipados para RESTAURANTE 150 m² instalação de empresas (co-workings), para a criação e produção de DESCOMPRESSÃO 100 m² fluxo vertical ideias, para fomento e encontro entre instituições e entidades ligadas ao SALAS MULTIUSO 60 m² Fonte: AUTORA financiamento de projetos empresariais e universidades da região. Além COMÉRCIO 40 m² disso, o edifício contará com áreas de uso comum, como salas de reunião Arquitetonicamente falando, a disposição dos A partir do programa preliminar definido, foram ESPAÇO EXTERNO 250 m² e formação, auditório, recepção e bar. usos e a criação dos fluxos está sendo projetada para estabelecidas relações de uso e fluxos visando sempre que promova interação entre as atividades e encontros o incentivo à colaboração, a promoção da visibilidade COWORKING (502 m²) EVENTOS/EXPOSIÇÃO (860 m²) FOMENTO (440 m²) casuais entre os usuários, principalmente através de entre exterior e interior e a mobilidade no projeto. Essas ESPAÇO ÁREA ESPAÇO ÁREA ESPAÇO ÁREA áreas comuns para socialização e conexão. Pensando relações podem ser observadas no diagrama exposto REUNIÃO 60 m² AUDITÓRIO 200 m² SALAS PARA STARTUPS 100 m² nisso, o térreo, será um ponto interligador de todos os acima (Figura 125), que será explicado a seguir. Vale ESPAÇO COLABORATIVO 200 m² MÍDIAS DIGITAIS 100 m² SALA BRAINSTORMING 60 m² setores do edifício. Nesse pavimento serão dispostas ressaltar que, os usos propostos pretendem ser SALAS INDIVIDUAIS (6) 12 m² cd EXPOSIÇÃO 200 m² CONSULTORIA 40 m² atividades de acolhida, socialização, gerenciamento e espacialmente contínuos e sequencialmente ALMOXARIFADO 20 m² SALAS MULTIUSO 60 m² SALA MULTIUSO 60 m² apoio, além de ambientes multifuncionais passiveis de complementares. ESPAÇO ZEN 40 m² CONVÍVIO 100 m² receber exposições, oficinas, palestras e eventos. SEBRAE 100 m² Como o programa do projeto é variado e SALA DE IMPRESSÃO 20 m² Também no térreo será instalado o setor de fabricação, MIDIATECA 80 m² INCUBADORA 80 m² engloba várias atividades diferentes que acontecem que prevê oficinas e laboratórios que exigirão CAFÉ/BAR 50 m² MODATECA 80 m² simultaneamente, foi necessário diferenciar os níveis de manutenção e acessibilidade. MARKETING 40 m² LEITURA 40 m² acessibilidade para que todas pudessem funcionar de No segundo pavimento serão dispostos os forma independente e segura, uma vez que alguns espaços de fomento, de criação, pesquisa e espaços contarão com maquinários e ferramentas que CAPATICAÇÃO/COLABORAÇÃO/INOVAÇÃO GERENCIAMENTO/APOIO (455 m²) capacitação. Os ambientes de trabalho colaborativo, demandam mais cuidado, fiscalização e suporte. PESQUISA E CRIAÇÃO (700m²) PRODUÇÃO (860 m²) ESPAÇO ÁREA destinados à instalação de empresas e startups, No diagrama (Figura 125), é possível ver essa ESPAÇO ÁREA ESPAÇO ÁREA ADMINISTRAÇÃO 100 m² principalmente as auxiliadas pelas entidades de classificação: os ambientes que tem acesso livre ao BIBLIOTECA 130m² FAB LAB (IMPRESSORA 3D) 80 m² DEPÓSITO 50 m² fomento presentes no programa, ficarão em níveis público são compostos principalmente por espaços que ESPAÇOS LÚDICOS 150 m² OFICINA DE CORTE CNC 120 m² COORDENAÇÃO 30 m² superiores e contarão com espaços mais reservados promovem a acolhida e a conexão entre pessoas e ATELIÊ 200 m² LAB ELETRONICA 60 m² VESTIÁRIO 80 m² para atender às necessidades do uso, porém também entre o espaço; os que são parcialmente acessíveis SALA MULTIUSO 60 m² LABMADEIRA 120 m² COPA 15 m² serão integrados ao resto do programa. (público-privado) seguirão uma tabela de horários, já ESPAÇO MULTIMÍDIA 80 m² LABMETAL 120 m² REUNIÃO 40 m² Nesse contexto, como a colaboração é um que demandam um controle maior na circulação, SALA BRAINSTORM 80 m² LAB TEXTIL 80 m² ÁREA TÉCNICA 100 m² ponto chave para a proposta do edifício e essencial supervisão de algumas atividades e instruções no uso ATELIÊ DE ARTE 80 m² WC 40 m² para o desenvolvimento da criatividade, a diversidade das ferramentas que abrigam. Os espaços privados, ou LAB GASTRONÔMICO 100 m² do espaço será um fator fundamental. Ou seja, a seja, restritos, são destinados ao trabalho colaborativo possibilidade em escolher qual dos ambientes os ÁREA DE TESTE 50 m² de empresas e startups sediadas (coworking), para que usuários pretendem trabalhar, pesquisar ou estudar fluxo e barulho gerado por outros usos não atrapalhe as DEPÓSITO 50 m² Fonte: AUTOR (2018). será um diferencial no projeto. atividades desenvolvidas. 63 Figura 124: Usos estruturantes para programa.
6.5 CROQUIS Croqui 1 - Espaço Externo - Vista Oeste
Na realização dos primeiros estudos volumétricos do projeto que será desenvolvido até o final deste trabalho, foram incorporadas na sua volumetria as características principais do projeto e as propostas do diagrama de uso e fluxos, abordados no tópico anterior. Além disso, a compreensão da potencialidade do terreno em relação ao entorno foi um elemento importante para o desenvolvimento dos primeiros croquis. O Croqui 1 demonstra a intenção do edifício em ser acolhedor e motivador, através de aberturas e recortes estratégicos para o entorno, permitindo o fácil acesso dos pedestres e a visualização das atividades do interior. A utilização de elementos translúcidos reforça essa característica, ao permitir, principalmente a partir do interior do edifício, que algumas atividades realizadas simultaneamente nos ambientes heterogêneos propostos no programa, sejam visíveis, atraindo a atenção dos usuários. A visibilidade, aliada à criação de fluxos contínuos e integrados, auxilia na criação de áreas destinadas à socialização, como pátios internos. Esses espaços flexíveis também poderão funcionar como uma extensão dos usos propostos no programa. Espera-se utilizar iluminação natural e promover espaços de descontração, para que a produtividade dos usuários seja incentivada. Também há a intenção de criar espaços de convivência externa, incorporando caminhos que cortem o edifício, uma vez que o mesmo está inserido em um espaço referencial.
Croqui 2 - Espaço Externo - Vista Norte
Fonte: AUTOR (2018)
Como o edifício está inserido em um terreno íngreme, tem se a intenção de desenvolver o projeto do Hub aproveitando os desníveis criados pela topografia. Espera-se, como visto no Croqui 2, dispor as funções do edifício de maneira que sejam interligadas e funcionais. Planeja-se, por exemplo, que o estacionamento seja acessado pelas vias locais (menos movimentadas) e que evitem o nó viário, deixando a parte mais elevada do terreno destinada ao acesso de pedestres. Os espaços recortados também tendem a ser voltados para as vias de menor fluxo, para que o movimento e o barulho não influencie nas atividades desenvolvidas no interior dos ambientes (Croqui 1) Além disso, como o programa contará com muitos espaços translúcidos, de exposição e eventos, tem-se a intenção de utilizar painéis e fachadas que fomentem a proposta e o conceito do projeto, principalmente para controle da insolação e da exposição dos usos. Os estudos da volumetria apresentados nessa página ainda expõem ideias iniciais para o projeto, que serão amadurecidas e desenvolvidas no decorrer deste trabalho.
64
Fonte: AUTOR (2018)
Croqui 3 - Espaço Interno - Salas individuais
Croqui 4 - Espaço Interno -Linguagem visual e descompressão
Quanto ao espaço interno, o projeto contará com ambientes colaborativos e espaços individuais para realização de atividades que necessitem de mais concentração, estes serão isolados acusticamente e estarão dispostos por todo o programa (ver uma possibilidade em Croqui 3). Como as pessoas fazem coisas diferentes durante o dia, precisam ter o poder de escolher os lugares onde vão realizar o que precisam realizar.
Fonte: AUTOR (2018)
Croqui 5 - Espaço Interno - Primeiro estudo de visibilidade
Fonte: AUTOR (2018)
Croqui 6 - Espaço Interno-Mobiliário compartilhado Planeja-se que para obtenção da visibilidade e da conexão entre as pessoas, o espaço interno seja amplo e conte com largos caminhos. Outra caraterística estará na criação de espaços suspensos, transparentes, entre os caminhos, para que sejam iluminados naturalmente e visíveis por vários ângulos do edifício (ver Croqui 5). Espera-se estimular a colaboração, seja na pesquisa, na fabricação ou no trabalho, através da utilização de mobiliários colaborativos. Por meio da inserção desse design, as pessoas terão mais setores e ambientes destinados à socialização e troca de experiências (ver Croqui 6). Além disso, por meio de uma linguagem visual comunicativa, com utilização de cores e símbolos, o edifício terá a intenção de incentivar a criatividade e a inovação, principalmente nos espaços onde os usos são propícios para o desenvolvimento de ideias (ver Croqui 4).
Fonte: AUTOR (2018)
Fonte: AUTOR (2018)
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SUMÁRIO 2
7
O PROJETO - ETAPA 2
67
7.1 DESENVOLVIMENTO E MORFOLOGIA
68
7.2 AS PRAÇAS - EXTENSÃO E ESPACIALIDADE
69
7.3 O ACESSO E A GESTÃO
73
7.4 A CIRCULAÇÃO E A COMUNICAÇÃO VISUAL
74
7.5 O LAYOUT E A EXPERIÊNCIA
76
7.6 O SISTEMA CONSTRUTIVO E A VEDAÇÃO
79
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS
82
REFERÊNCIAS 84
Para iniciar a segunda etapa do Trabalho Final de Graduação, onde o projeto do Quimera Hub foi desenvolvido e apresentado, foi necessário realizar algumas revisões quanto ao programa e fluxograma, embora com a mesma intenção e proposta. Essas propostas preliminares foram adequadas para atender às áreas disponíveis do terreno e a legislação da cidade de Limeira. É importante salientar que os princípios norteadores do projeto não se alteraram, e que todo o embasamento teórico apresentado no TFG foi fundamental para realização do projeto arquitetônico que será apresentado no tópico 7. Todos os anexos estão disponíveis na parte final deste documento.
7 O PROJETO - ETAPA 2
7.1 DESENVOLVIMENTO e MORFOLOGIA
Após algumas revisões necessárias no TFG I para adequar o programa e as áreas à demanda e ao terreno escolhido, deu-se início o desenvolvimento do projeto Quimera Hub. Podemos destacar alguns princípios físicos norteadores para a criação do espaço: a topografia, os acessos disponíveis (faixas de pedestres e rampas de acesso) e a acústica. Para evitar corte e aterro no terreno íngrime, foram criados acessos em níveis diferentes (Figura 126 e 127). Além disso, a parte superior do terreno conta apenas com dois pavimentos, enquanto a parte mais baixa apresenta três níveis (Figura 127).
O acesso principal do edifício foi posicionado estrategicamente na esquina do terreno na parte mais alta (nível +631,0), com a proposta de ser visível e atraente. Já o acesso secundário foi planejado na Elevação Oeste, que fica de frente para uma via local mais tranqüila. Sendo assim, sua abertura não influencia na acústica de dentro do ambiente. Já para atender às experiências que o Quimera Hub proporcionará, foi planejada uma praça interna no nível +628,0, cujo acesso é feito por uma escadaria que ambém serve como ponto de encontro e comunicação visual (Figura 128).
MORFOLOGIA Figura 126: Corte e aterro no terreno. Destaca-se o aproveitamento do terreno, sendo que a única parte subterrânea é o restaurante (em vermelho). A topografia também foi adequada para que a inclinação em todo o terreno atingisse 8%, sendo acessível em sua totalidade.
Nesse caso, a própria circulação cria espaços de convivência e troca de experiências. Além disso, permite que o usuário entre em outro ambiente, tranqüilo para trabalhar ou passar uma tarde. Também foram abertos eixos visuais de visualização para o ambiente externo. Com a intenção de promover visualização das atividades internas, a circulação lateral foi disposta radialmente, ou seja, corredores internos voltados para a praça. Junto a isso foram anexadas marquises e uma fachada metálica perfurada na elevação norte, com maior insolação, a fim de filtrar os raios solares.
Figura 127: Parte superior com apenas dois pavimentos. Aproveitamento do desnível da topografia para criação de “dois pavimentos térreos”. Criação dos acessos, o principal na parte mais elevada do edifício, e o secundário na parte mais inferior, voltada para via de menor movimento, e, consequentemente, menos barulho.
ível +631,0
Figura 128: Abertura da praça interna e eixos visuais para a cidade.
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Figura 129: Criação da circulação interna voltada para a praça interna, proposta da escada arquibancada como ponto de encontro e colaboração. Proposta de painel perfurado na elevação Norte, para filtrar a insolação.
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68
Fonte: AUTOR (2018).
7.2 AS PRAÇAS EXTENSÃO E ESPACIALIDADE VER ANEXO 1, 2, E 3
Como observado durante o desenvolvimento do projeto, uma das maneiras encontradas para promover o principal objetivo do Quimera Hub, que é estimular a colaboração e a troca de experiência entre os usuários, foi imprescindivel o desenvolvimento de uma praça interna que fosse acessível e visível a todos os ambientes. Planejada no térreo do edifício, a Praça interna apresenta uma grande escadaria e arquibancada que é ponto chave de comunicação do Quimera Hub. Além disso, aproveita o desenho criado pelas formas do
edifício para a fixação de um telão de alta resolução para exposição de imagens (Figura 130). Com a maior parte da sua extensão composta por piso drenante, fato que auxilia na permeabilidade, a praça é a tradução do conceito de que o usuário, ao entrar no espaço, pode se desligar do mundo exterior e ativar outras experiências e emoções. A praça externa, como podemos observar nas implantações disponíveis nos Anexos 1, 2, e 3, se tornou responsável por conduzir o pedestre até os acessos do edifício.
Durante o caminho, foram criados pontos de descanso que se tornam uma pequena extensão de uso da praça interna. Essas áreas estão dispostas perto das entradas ao terreno, delimitadas pelas faixas de pedestres e rampas de acesso. Na praça externa foram dispostas as vagas de carro e moto. Como o terreno está situado em uma área com bastante ruído, foi necessário o fechamento em alguns pontos para a área externa, como por exemplo, a Avenida Major José Levi Sobrinho.
Figura 130: Perspectiva escada e arquibancada, vista para o telão.
Fonte: AUTOR (2018).
69
PERSPECTIVA PRAÇA EXTERNA Figura 131: Perspectiva da entrada da praça externa
Fonte: AUTOR (2018).
Usos e barreira verde
Como os caminhos foram traçados? Pode-se notar no Anexo 1 e 2, que os caminhos externos da praça foram traçados a partir das faixas de pedestres e rampas de acesso já existentes na região. Apenas a faixa e a rampa de acesso ao acesso secundário foram inseridos no espaço. A partir desse eixos traçados, o pedestre é conduzido para dentro do espaço e atravessa pontos de extensão que contém os mesmos mobiliários da praça interna, contando com bancos versáteis e mesas de jogos, como por exemplo, xadrez e futebol de mesa, o que confere versatilidade à esses pontos, que são 70 sombreados e se tornam uma opção para
encontros e trabalho. Aliados ao trajeto, o projeto contará co sinalização no piso da praça externa e interna,que conduz o usuário até o ambiente desejado. Ficarão expostas nas entradas da praça, painéis informativos que auxiliarão o pedestre a se localizar.
Indíces urbanísticos
O projeto desenvolvido atende os índices urbanísticos estabelecidos pelo município de Limeira, com área total de aproximadamente 3.564 m². Além disso, atende o índice de permeabilidade do solo por ter, em quase toda sua extensão piso drenante.
As extensões foram planejadas em lugares estratégicos que não interferissem no caminho, mas que fizessem parte dele. Tanto para a calçada, quanto para ciclovia, esses pontos de parada são opções para quem não quer entrar dentro da praça interna, podendo observar o movimento, conversar e até mesmo trabalhar. Embora menores e dispersas esses pontos, dispostos pelo caminho estão alocados principalmente perto das entradas e rampas de acesso, além disso, são sombreados por árvores.
Como o edifício, em sua composição, é constituido por uma parcela de vidro, a vegetação será responsável por filtrar os raios solares dentro dos ambientes. De maneira geral, a praça interna é um espaço onde o usuário pode se desligar dos ruídos e se concentrar para trabalhar, além de ser mais reservado. Já a praça externa são opções para os pedestres que passam pelo local, como exemplo, os alunos que saem da escola Sesi localizada à frente do Quimera Hub, na Av. Major José Levi Sobrinho proporcionando uma vista agradável dos terraços criados pelos vazios.
MOBILIDADE Transporte individual e coletivo Em toda extensão da praça externa, principalmente nos espaços onde não foram propostos mobiliários como extensão da praça interna, foram dispostas vagas de carro, totalizando 36 vagas para carro e 20 vagas de motocicleta, dispostas em aproximadamente 400 metros quadrados, contudo, esse número ainda é pequeno, se comparado com a quantidade de pessoas que podem utilizar o complexo ao mesmo tempo. Entretanto, o terreno foi escolhido por estar situado na borda do Anel Viário do município e perto de vários pontos de ônibus (Ver Mapa Viário, página 58). Embora Limeira tenha um déficit em relação ao transporte coletivo, nessas vias principais o acesso é mais fácil. Além disso, como observamos no Mapa de Ocupação na página 58, existem vazios urbanos ao redor da área e as vias locais ficam vazias, sendo assim, poderiam ser ocupadas sem que isso implicasse em problemas de infraestrutura para as quadras adjacentes. Outra proposta é, além do transporte público, a utilização de serviços como o Uber e o estímulo às caronas através de painéis no próprio espaço. Como a intenção do projeto é estimular a colaboração, espera-se que essa ação se estenda ara fora do projeto.
Ciclofaixa no anel viário Embora a mobilidade não seja o ponto central do projeto, ao planejar uma ciclofaixa que adentra a quadra e conduz o ciclista entre os espaços de parada disponíveis na praça externa, é necessário salientar a importância da delimitação e planejamento da ciclofaixa para toda a extensão do anel viário no município de Limeira (Figura 132). Na praça externa, planeja-se a disponibilização de bicicletas e bicicletário em todos os pontos de parada que são extensões do edifício. No projeto, como é possível ver nas Implantações disponíveis nos Anexos 1, 2, e 3 a ciclofaixa só não acompanha a rua criada para realização de carga e descarga. Dessa maneira, espera-se que também possa incentivar outros meios de transporte e não apenas o individual.
Figura 132: Proposta de ciclofaixa para o Anel Viário no município de Limeira.
Fonte: IABSP adpatado pelo AUTOR (2018).
MOBILÁRIO URBANO Para atender a proposta, tanto da praça interna, como da externa, foram necessários a utilização de mobiliários urbanos flexíveis e versáteis. Para isso, foram adotados alguns modelos da VESTRE, que são capazes de conferir flexibilidade aos espaços. O Banco Vroom (Figura 133) foi disposto na praça interna para comportar vegetação dentro do edifício. Já a mesa Forum (Figura 134) e o banco modular Code Square (Figura 135) podem ser adaptados para diversos usos, além disso, suas formas estimulam a colaboração e a troca de experiências entre os empreendedores.
Figura 134: Mesa para espaço público FORUM
Figura 135: Banco modular CODE SQUARE
Figura 133: Banco redondo VROOM
Fonte: VESTRE (2018). Fonte: VESTRE (2018).
Fonte: VESTRE (2018).
71
PERSPECTIVA DAPRAร A INTERNA
72
Figura 137: Perspectiva da entrada secundรกria e da praรงa interna.
Fonte: AUTOR (2018).
Durante o desenvolvimento do projeto foram criados três acessos para o edifício, como já demonstrado no item 7.2 deste capítulo. Esses acessos foram norteadores na concepção e disposição dos ambientes no espaço. Pode-se dizer que o fluxograma foi definido a partir desses acessos.O acesso principal, na parte superior do terreno no nível +631,0, está a recepção e logo em seguida a escada de acesso (Figura 138). O acesso secundário é na lateral esquerda (Figura 138) na parte mais baixa do edifício.
7.3 O ACESSO E A GESTÃO ALAS
Figura 138: Perspectiva para visualização das alas no Quimera Hub.
Como já mencionado no Trabalho de Graduação I, a nomenclatura Quimera foi dada a partir do ser mitológico constituido pela junção de vários elementos heterôgenes, que é uma das principais características do projeto. Pensando nisso, os pavimentos foram dividos em alas cujos nomes referem-se às partes constituentes da Quimera. A Ala Cobra é a base, situada térreo (nível +628,0) e é acessivel diretamente pela entrada secundária e pela escadaria da recepção. A Ala Leão é o corpo do projeto, é composta pelo primeiro pavimento do edificio (nível +631,0), acessível diretamente pela recepção. O segundo pavimento. nomeado de Ala Dragão (nível +634,0), tem seu acesso restrito aos usuários pagantes para utilização do coworking e terá seu acesso controlado através de um dispositivo de senha instalado nos elevadores.
Fonte: AUTOR (2018).
ALA DRAGÃO
ALA LEÃO
ALA COBRA
Circulação vertical
EXPERIÊNCIAS Cabeça da quimera, ala com acesso restrito, apenas para funcionários pagantes. Nela estão as atividades que promovem lucro para o espaço. Corpo da quimera, tem o acesso livre, porém, controlado. É necessário cadastro em site ou na recepção, para realização de gendamento para utilização. Os laboratórios e atêlies tem acesso livre em dois dias da semana. A ala cobra é caracterizada por ser a base da Quimera, com acesso totalmente livre, seu programa estimula a colaboração e convívio, e conta com espaços de coworking livres. É o principal ponto de encontro dos usuários do local.
A terceira e última entrada, de serviços, pode ser observada na parte posterior do projeto, onde os ângulos da forma do edifício escondem o acesso. Também foi criada uma via de acesso para carga e descarga. Assim, a partir dos estudos de caso e de revisões bibliográficas, foi necessário incorporar ao projeto, um controle de acessos para funcionamento e gestão do espaço, para isso o edifício de 3 pavimentos foi dividido em três alas.
TRABALHAR
INOVAR
RELAXAR DIVERTIR
CONVERSAR
CONCENTRAR
EMPREENDER
PRODUZIR
CRIAR
PENSAR TROCAR
INOVAR
PENSAR
CONECTAR CONHECER
2 2
1 1
DESCANSAR
COMPARTILHAR TÉRREO
PROGRAMA COWORKING PAGO
SALA STARTUP
DESCOMPRESSÃO
SEBRAE LABORATÓRIOS
ÁREAS INDIVIDUAIS
ATÊLIE
MENTORIA
BRAINSTORM
COWORKING LIVRE
PRAÇA INTERNA
RESTAURANTE
AUDITÓRIO
ADMINISTRAÇÃO
73
7.4 A CIRCULAÇÃO E A COMUNICAÇÃO VISUAL VER ANEXO 1, 2, E 3
Outros dois partidos arquitetônicos adotados para a concepção do projeto foram a visualização da circulação e a utilização de linguagens de comunicação visual. Como todo o projeto conta uma história e pretende estimular a inovação e a imaginação, foram utilizadas imagens gráficas, como o desenho da sinalização dos caminhos e a utilização de painéis de vidros adesivados. O edifício é auto explicativo, e conduz os interessados a explorar o espaço. É possível identificar os espaços e os pontos de circulação verticais, pelas cores e pelos materiais (Figura 139).
Figura 139: Pespectiva da circulação visual e horizontal e de alguns dos elementos de comunicação visual.
74
Fonte: AUTOR (2018).
75
MAPA DE CIRCULAÇÃO VERTICAL E HORIZOTAL Mapa da princpal circulação vertical e horizontal - Nível +631
LEGENDA Circulação vertical
Circulação horizontal
17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6
5 4 3 2 1
O mapa destaca o projeto de circulação horizontal e vertical propostos no Quimera Hub. A circulação horizontal acontece, em sua mairoia, nos corredores voltados para a praça interna que, aliado a transparência proporcionada pelos vidros, permite a visualização das atividades desenvolvidas na praça interna e nos outros ambientes durante o percurso. A circulação vertical apresenta três pontos de destaque: a escadaria que é o ponto conector entre a recepção e a praça interna e os dois pontos de elevadores. O primeiro deles, com acesso pela recepção, tem abertura para os dois lados, promovendo acessibilidade à praça interna. O segundo, foi planejado para ser visível a partir de todas as áreas do edifício, além disso, está situado próximo a entrada de serviços, o que facilita o fluxo dos colaboradores. Foram utilizados cores e materiais diferenciados para dar destaque as àreas de circulação.
8 9
1 10 1
1 1 7 1 6 1 5 13 4
7
6
5
4
3
2
1
S 12
Figura 140: Perspectiva do painel infornativo e elementos de comunicação visual na recepção do Quimera Hub.
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO VISUAL Como identificar a circulação através dos materiais? Os caminhos das praças são constituidos, em sua maioria, com pisos drenantes. O trajeto foi planejado para conduzir os usuários desde os pontos de acesso à praça externa até as entradas do Quimera Hub. Associados a eles, o projeto apresenta sinalização de piso, em pintura epoxi com sinais de alerta e direcional, para promover acessibilidade à portadores de necessidades especiais relacionadas a visão. Além disso, esses caminhos são capazes de direcionar os usuários até a área desejada. Como o projeto é misto e apresenta um amplo programa, optou-se por destacar os principais deles através das faixas e das sinalizações nas portas (Figura 140). Na praça interna, foram projetados os revestimentos em cimento queimado que servem para diferenciar as áreas de permanência das áreas de passeio. Nas caixas dos elevadores e nas escadas, foramutilizados revestimentos de porcelanato que imitam mármore, com o objetivo de destacar e conduzir o usuário que precisa utilizar os outros andares do edifício. Fonte: AUTOR (2018).
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7.5 O LAYOUT E A EXPERIÊNCIA VER ANEXO 4, 5 E 6
Para concepção do layout do projeto, foram pensadas e planejadas as experiências que os usuários do espaço poderão ter ao utilizar os ambientes. A fim de traduzir o intuito do Quimera Hub, que é proporcionar ambientes colaborativos e mistos, foram criados espaços amplos e com layout que promovesse pontos de encontro e trocas de experiências entre os caminhos propostos. Além disso, foram criados espaços para networking e descompressão, que também acomodam as atividades de trabalho, caso o usuário tenha a intenção de sair do escritório, tenha opções para escolher onde quer trabalhar.
Esse é um dos grandes diferenciais do projeto Quimera Hub, criar opções e dar liberdade ao colaborador, estudante ou empreedendor de criar, inovar ou trabalhar onde achar necessário. Além disso, o projeto, ao acomodar o Sebrae em suas instalações, teve que promover ambientes de fomento e inovação. Para isso, seguindo a gestão do espaço, já explicada no capítulo 7.3, foram criadas salas de mentorias na ala Leão (1º pavimento) onde, a partir de agendamentos feitos em site ou na recepção, os usuários poderão ser orientados quantos aos projetos desenvolvidos no edifício, seja por usuários do coworking pago, ou por usuários externos.
Já as startups poderão se instalar no coworking ou nas duas salas disponíveis na Ala Dragão (2º pavimento). Outro diferencial do projeto está na criação de alas individuais e menores de reunião dentro de containers, a fim de promover espaços privados e/ou de concentração para aqueles que precisam. De maneira geral, os espaços são complementares, porém, auto suficientes. Os usuários podem inovar, criar e produzir, bem como encontrar empreendedores e oportunidades para seus projetos.
Figura 141: Perspectiva da vista do terraço para descomprressão na Ala Dragão para o interior do edifício.
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Fonte: AUTOR (2018).
MATERIAIS E TEXTURAS A escolha dos materiais propostos para o projeto levou em conta características como facilidade de manutenção de pisos, paredes e elementos de vedação. Alguns materiais adotados foram determinantes na conceituação e definição do partido arquitetônico adotado, como por exemplo, a utilização de vidros, onde através de sua transperência e capacidade de integrar espaços, permite um elevado grau de exposição.
Para pavimentação da área externa adoratam-se, o piso drenante e o cimento queimado e na área interna o material vinílico, adotado por proporcinar atenuação nos impactos mecânicos e garantir uma boa absorção acústica. As paredes externas variam entre aplicação de tintas de diferentes cores, paredes de vidro e paredes de lousa. Além do grande painel de vidro adesivado com o recorte a partir do qual o Quimera se inspirou.
A padronagem das paredes internas variam de acordo com cada ambiente. Os containers metálicos foram adotados para as áreas individuais e esses serão climatizados e proporcionarão privacidade. Outros materiais e técnicas foram adotados visando a manutenção do edifício, como revestimento em porcelanato nas áreas molhadas, a utilização da fachada metálica em aço corten, o que confere contraste com a estrutura.
MOBILIÁRIO Em sintornia e harmonia com a conceituação projetual, foram indicados mobiliários flexíveis, colaborativos e contemporâneos. Alguns exemplos foram descritos e justificados nas plantas de Layout, disponíveis nos anexos 4, 5 e 6.
Figura 142: Perspectiva do terração na Ala Dragão.
Fonte: AUTOR (2018).
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PERSPECTIVAS INTERNAS
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Figura 143: Áreas individuais dentro dos containers na Ala Dragão.
Figura 144: Espaço de coworking restrito na Ala Dragão.
Figura 145: Sala de reunião na Ala Dragão.
Figura 146: Hall do elevador e ponto de encontro na Ala Leão.
Fonte: AUTOR (2018).
7.6 O SISTEMA CONSTRUTIVO E A VEDAÇÃO VER ANEXO 8, 9, 10, 11 e 12.
O projeto foi realizado com estrutura metálica composta por pilares e vigas perfil H (20cmx20cm). Esse sistema construtivo foi escolhido primeiramente por suportar grandes vãos e também por proporcionar um canteiro de obra mais enxuto e uma construção mais limpa . Além disso, o padrão de acabamento confere ao espaço um caráter industrial e agrega o conceito do projeto esteticamente. Na página a seguir (80) está o grid padrão, utilizado para disposição dos pilares e vigas no projeto arquitetônico. Como a disposição dos pilares e os vãos das vigas são irregulares e variáveis, graças a forma do edifício, os Perfis H
Figura 147: Composição da laje seca. A superficie cimenticia é inconbustivel e não propaga chamas, no projeto Quimera Hub os montantes serão soldados aos perfil H metálicos.
utilizados contam com a expessura da alma e da aba reforçados, com 25mm, para promover maior rigidez estrutural. Os vãos das vigas variam entre 2 metros (caixa dos elevadores) e 10 metros (recepção e auditório), mas a maioria deles tem de 5 à 7 metros. Essas dimensões, associadas a inteção de realizar uma construção leve e versátil, levaram a escolha da laje seca (Figura 147). Esse tipo de laje é capaz de vencer grandes vãos e pode substituir lajes pré moldadas de concreto, conferindo maior agilidade executiva, garantindo a resistência e permitindo aplicação imediata de diversos acabamentos.
No projeto, os montantes serão soldados aos perfis H e revestidos por placas OSB e cimenticia nos dois lados, objetivando uma maior qualidade de acabmento. Na parte inferior, os frisos metálicos ficarão aparentes, e na parte superior, revestidos com piso vinílico (conforme demostrado no Detalhe 4, do Anexo 11). As marquises são extensões de 1,5m da laje seca, contendo o mesmo tipo de revestimento, porém, sem o piso vinílico em sua face superior, e também serão fixadas nos perfil H. Todas as conexões serão soldadas (Figura 148).
Figura Figurax:148: Tipo de acabamento das junções entre os perfis H metálicos.
ESQUADRIAS
Ligações soldadas são esteticamente agradáveis, especialmente quado polidas.
Cantoneira de apoio para montagem. Fonte: FASTCON (2018) adaptado pelo AUTOR (2018).
As esquadrias são compostas por peles de vidro. Nesse sistema, foram intercaladas janelas Maxim Air (1,60x1,00m) que proporcionam abertura e consequentemente ventilação do ambiente. Os painéis de vidro, são do mesmo tamanho das janelas Maxim Air, mas estes sofrerão ajustes de acordo com as medidas necessárias para encaixe dos montates de Drywall ou nos pilares metálicos (H) e nas vigas metálicas (H). A tabela das esquadrias é visível na Planta Baixa de estrutura e vedação, disponível nos Anexos 7,8 e 9.
Fonte: STEIN LUZ adaptado pelo AUTOR (2018).
VEDAÇÃO Drywall - Flexibilidade Hoje é cada vez mais comum a construção com Drywall, tecnologia que permite rapidez executiva e limpeza no canteiro de obras. Além disso, esse sistema permite flexibilidade ao edifício ao possibilitar a montagem e desmontagem das paredes com mais rapidez, e fazendo com que os ambientes possam mudar, caso necessário. Os vão dos montantes são, assim como a laje seca, padronizados em 40 ou 60cm, de acordo com a carga estrutural solicitada. Tanto para a área externa, quanto para a interna, serão utilizados o mesmo tipo de fechamento (Placas OSB, Membrana Hidrófuga e Placa cimentícia) (Figura 149). No interior das paredes de Drywall serão instaladas lã de rocha para proporcionar isolamento acústico nos ambientes (Figura 150). Como destacado na Figura 150, esse tipo de vedação confere isolamento acústico 60db e resistência ao fogo de CF 120.
Figura 149: Composição da parede de Drywall externa e interna.
Figura 150: Composição e especificações de parede de DryWall com expessura de 14cm.
Argamassa + Pintura OSB + Placa cimentícia Membrana Hidrófuga Parede 14cm
Hidrófuga
Lã de vidro
60 dB
CF 120
OSB + Placa cimentícia Membrana Hidrófuga Argamassa + Pintura
Fonte: GOUVEIA (2018) adaptado pelo AUTOR (2018).
Fonte: FASTCON adaptado pelo AUTOR (2018).
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GRID ESTRUTURAL PRELIMINAR
80
9
8
1 1 7 1 6 1 5 1 4 12 3 1 10 1
7
6
5
4
3
2
1
S
Planta baixa - Grid Preliminar Vigas e Pilares metรกlicos Escala 1:200
PROGRAMAÇÃO NA ARQUITETURA
Figura 152: Painel metálico perfurado anexao a elevação norte do edifício.
Figura 151: Geometria complexa desenvolvida no projeto de Iniciação Científica através da linguagem da programação, onde foram inseridos paramêtros para perfuração do painel.
Fonte: AUTOR (2018). Pensando em promover maior conforto visual, principalmente no terraço do Coworking, na área de descompressão, na fachada que recebe maior insolação (norte), foi proposto um painel metálico perfurado, com o intuito de filtrar os raios de sol e amenizar as
temperaturas internas nos ambientes. A perfuração desse painel foi desenvolvida durante o projeto de iniciação científica intitulado “Uso de Geometrias Complexas em Superfícies Arquitetônicas”, orientado pela professora Dra. Renata La Rocca na Unimep - Universidade Metodista de Piracicaba, em 2018. Além de promover conforto, a aplicação desse elemento introduz os conceitos da programação na arquitetura, uma vez que a concepção do mesmo foi baseada em parâmetros inseridos através da linguagem da programação.
Figura 154: Padrão de encaixe para o painel perfurado à fachada do edifício.
MÓDULOS E FIXAÇÃO Para viabilização da construção, o painel, com altura máxima de 8.6 metros e comprimento de 32 metros, o mesmo deverá ser divido em módulos de 2,5 metros de largura por 3 metros de altura, sofrendo adequações para que as emendas não prejudiquem a estética e a fixação dos painéis na estrutura. Um exemplo da fixação dos módulos pode ser observado na Figura 153. Como no painel desenvolvido para o Quimera Hub, as perfurações estão em escala maior e as emendas acontecem nos vazios, sendo assim as fixações serão feitas pelas extremidades da chapa.
Fonte: AUTOR (2018).
Figura 153: Exemplos de módulos de perfuração do painel metálico anexado a elevação norte 3x2m.
Para fixação do painel na elevação norte, foi planejado um sistema de encaixe semelhante ao apresentado pela Figura 154, desenvolvido pelo escritório Frontis 3D, estudado durante o projeto de iniciação científica já mencionado anteriormente. Sua estrutura será composta por perfis I anexados nos pilares e vigas metálicas que estão aparentes na fachada do edifício. Podemos observar esse tipo de encaixe das plantas estruturais e nos cortes disponíveis nos anexos 7, 8, 9, 10, 11 e 11 dando enfoque ao Detalhe 2 do Anexo 11. As placas serão fixadas na estrutura através do elemento apresentado na figura 154.
Fonte: FRONTIS 3D (2018).
Fonte: FRONTIS 3D (2018).
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8 COSIDERAÇÕES FINAIS
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DETALHE PAINEL PERFURADAO PARA ELEVAÇAO NORTE
Com as dificuldades em manter uma empresa, os empreendedores estão buscando alternativas como o coworkings e os hubs para promover networking e conseguir realizar seus projetos pessoais e/ou profissionais. Nessa atmosfera, projetos como o Quimera Hub estão se destacando diante de outros formas alternativas de espaço para trabalho, por oferecerem autonomia, econômico financeira, estrutura, facilidade e versatilidade. O projeto proporciona a estrutura física e os serviços básicos com custos reduzidos, além de networking e interatividade entre pessoas de diferentes cargos e profissões, garantindo o ambiente ideal para criação e inovação, e a movimentação da economia. Vale ressaltar que o trabalho coletivo e os novos métodos de fabricação digital não significam o fim da independência, nem da individualidade, pelo contrário,
é o compartilhamento de espaço e recursos que resultaem conhecimento e novas ideias. A intenção de realizar esse projeto como Trabalho Final de graduação é incentivar e ser um precursor da inovação e do empreendedorismo. O Quimera Hub apresenta inúmeras possibilidades e aglomera diversas funções complementares e ainda é capaz de funcionar como incubadora, consultoria, mentoria, além de ser capaz de estimular a criativade, inovação e colaboração, graças aos seus ambientes integrados e o design dos espaços. O projeto foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas, nos estudos de caso e em visitas ao terreno escolhido. Um estudo preliminar resultou na proposta que se transformou em embasamento para criação do projeto arquitetônico. A comunicação visual, a gestão do espaço e a criação de uma história, foram os elementos
norteadores para criação do projeto. Princípios físicos como a abertura de visuais no entorno e a integração do edifício com a praça interna através da utilização da topografia, a utilização de um sistema estrutural contemporâneo e versátil, foram adotados como partidos arquitetônicos e traduzem, integralmente, os novos conceitos da atualidade na solução arquitetônica, considerado o principal desafio neste trabalho Conclui-se, portanto, que a implementação do Quimera Hub na área escolhida, irá construir com o processo de renovação e requalificação da área, e ainda, fomentar novos empregos e impulsionar a carreira de jovens estudantes e empreendedores, além de gerar diversas oportunidades de negócios e rede de contatos.
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88
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ANEXOS
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ANEXO 4 PLANTA BAIXA LAYOUT
Espaços individuais e pequenas salas de reunião Utilização de containers para criação de espaços privados nas áreas de coworking livre (gratuito) e pago. Utilização de mobiliários versáteis e flexíveis com tecnologia embutida (pontos de tomada e roteadores).
17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6
5 4 3 2 1
S
3
2
1
S i: 8%
S
6
5
4
i: 8%
8
3
1 10 1
9
1
S
1 1 7 1 6 14 5 13
7
5 4
2
12
LEGENDA Pisos externos S
Pisos internos
Piso cimento queimado (25x25x7cm)
Piso vinílico
Grama natural
Porcelanato
S S
8
Planta baixa - Layout Nível +628,0 (Térreo) 6M
2M
0 1M
4M
Piso drenante cor palha Granilli (20x10x6cm)
Trabalho Final de Graduação II Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La Rocca
Folha
4/12
ANEXO 5 PLANTA BAIXA LAYOUT
Sofás colaborativos Dispostos em lugares estratégicos, permite que as pessoas trabalhem ou tomem café juntas. Dispostos perto ao SEBRAE e a um ponto de café, visam estimular o encontro e a troca de informações.
Sofá com apoio O design desse sofa da ao usuário a possibilidade de trabalhar na bancada atrás do assento enquanto assiste televisão. Também proporciona um ambiente mais reservado em áreas movimentadas.
17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6
5 4 3 2 1
S
3
2
1
S
Mesa flexível Para as salas de capacitação do SEBRAE, também foram planejadas a inserção de mesas modulares e flexíveis, para que o layout se ajuste as diversas situações propostas (trabalho colaborativo ou individual).
i: 8%
S
6
5
4
i: 8%
8
3
1 10 1
9
1
S
1 1 7 1 6 14 5 13
7
5 4
2
12
LEGENDA Pisos externos Mesas e cadeiras com regulagem de altura e flexíveis Esse tipo de mobiliário, planejado para o atêlie e para os laboratórios permite que a sala seja configurada de diversas maneiras, são adaptáveis à diferentes situações de uso e layout.
S
Pisos internos
Piso cimento queimado (25x25x7cm)
Piso vinílico
Grama natural
Porcelanato
S S
Piso drenante cor palha Granilli (20x10x6cm)
Planta baixa -Layout Nível +631,0 (1º Pavimento) 6M
2M
0 1M
4M
Trabalho Final de Graduação II Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La Rocca
Folha
5/12
ANEXO 6 PLANTA BAIXA LAYOUT
Mesas de trabalho colaborativas Mesas que proporcionam o design colaborativo, com tecnologia embutida permitem que os usuários possam trabalhar juntos e trocar experiências.
LEGENDA Pisos externos
Mobiliário individual para trabalho A intenção de utilizar poltronas individuais com tecnologia embutida (tomada) em alguns pontos estratégicos no edifício, foi proporcionar ao usuário a liberdade para trabalhar. Se o mesmo precisar se concentrar para exercer suas atividades de maneira individual, o mobiliário oferece essa oportunidade, além de incorporar principios de ergonômicos em seu design.
Piso cimento queimado (25x25x7cm)
Piso vinílico
Grama natural
Porcelanato
Piso drenante cor palha Granilli (20x10x6cm) Trabalho Final de Graduação II
Planta baixa - Layout Nível +634,0 (2º Pavimento) 6M
2M
0 1M
4M
Pisos internos
Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La Rocca
Folha
6/12
B
C
ANEXO 7 PLANTA BAIXA ESTRUTURA E VEDAÇÃO
17 16 15 14 13 12
P4
J3
11 10 9 8 7 6
J2 P1
5 4 3 2 1
P1
J3
J2 P2
P5
P1
J1 J3 A J2
P2
P1 P1 J2
P1
P3
P1
QUADRO DE ESQUADRIAS
P3
PORTAS
P3
J1
P1
EL
O ÇÃ A EV
J1
P5
Vista frontal
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
P1
P1
5
P2
i: 8%
P3J2
P4
J2 P5 i: 8%
6
4
3
2
1
S
A
7
1,70mx2,10m
0,85mx2,10m
1,90mx2,10m
2,00mx2,10m
ABRIR
PIVOTANTE
PIVOTANTE
ABRIR
CORRER
ALUMÍNIO E VIDRO GUARNIÇÃO 7CM ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
8
3
9
1
TIPO
2
12
1 10 1
1 1 7 1 6 1 5 13 4
DIMENSÕES 0,90mx2,10m 4
J1
5
P4
P4
MATERIAL
J1
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
GUARNIÇÃO 6CM ALUMÍNIO
GUARNIÇÃO 4CM ALUMÍNIO
QUADRO DE ESQUADRIAS PORTAS
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
QUADRO DE ESQUADRIAS JANELAS
P1 DIMENSÕES 0,90mx2,10m TIPO
B
MATERIAL Vista frontal
Planta baixa
6M
2M
J1
4M
J2
J3
J4
1,00x1,60m
3,00mx1,10m
1,00mx2,80m
1,00mx2,80m
PEITORIL
1,20m
2,20m
MATERIAL
P4
P5 2,00mx2,10m
1,70mx2,10m
0,85mx2,10m
1,90mx2,10m
PIVOTANTE
PIVOTANTE
ABRIR
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
Trabalho Final de Graduação II
DIMENSÕES
TIPO
1M
P3
CORRER
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
GUARNIÇÃO 6CM ALUMÍNIO
GUARNIÇÃO 4CM ALUMÍNIO
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa - Estrutura e Vedação Nível +628 (Térreo) 0
Planta baixa
ABRIR ALUMÍNIO E VIDRO GUARNIÇÃO 7CM ALUMÍNIO
P2
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
Folha
7/12
Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La RoccaQUADRO DE ESQUADRIAS JANELAS
C
ANEXO 8 B
PLANTA BAIXA ESTRUTURA E VEDAÇÃO
J3
J3
J3
J1
P5
J1
P5
P5
P5
J3
J3 P5
J1
J1 17 16 15 14 13 12
P4
J1
P5 11 10 9 8 7 6
J2 P1
5 4 3 2 1
P1
J1
J2 P1
J1
J1
P1
P1
J1 J3
A
A J2 P1 P1
P1 P1
P1
J2
P1 P1 QUADRO DE ESQUADRIAS PORTAS
J1
J1 J1 P1
EL
ÃO AÇ V E
P1
P5
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
P1
J1
1
S
A
3
DIMENSÕES 0,90mx2,10m
6
P2 J2
P3
J4
J1
ABRIR
TIPO
8 9
13
1 11 2
17
1 14 5
16
MATERIAL
10
ALUMÍNIO E VIDRO GUARNIÇÃO 7CM ALUMÍNIO
P4 J2
P5
1,70mx2,10m
0,85mx2,10m
1,90mx2,10m
PIVOTANTE
PIVOTANTE
ABRIR
7
5
P1
J4
4
2
P5
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
2,00mx2,10m CORRER
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
GUARNIÇÃO 6CM ALUMÍNIO
GUARNIÇÃO 4CM ALUMÍNIO
QUADRO DE ESQUADRIAS PORTAS
J1
J1
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
QUADRO DE ESQUADRIAS JANELAS
P1 DIMENSÕES 0,90mx2,10m TIPO
J3
MATERIAL
P3
P4
P5
1,70mx2,10m
0,85mx2,10m
1,90mx2,10m
2,00mx2,10m
ABRIR
PIVOTANTE
PIVOTANTE
ABRIR
CORRER
ALUMÍNIO E VIDRO GUARNIÇÃO 7CM ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
GUARNIÇÃO 6CM ALUMÍNIO
GUARNIÇÃO 4CM ALUMÍNIO
B
Vista frontal
P2
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa - Estrutura e Vedação Nível +631 (1º Pavimento) 6M
2M
0
J1
4M
J3
J4
1,00mx2,80m
1,00mx2,80m
DIMENSÕES
1,00x1,60m
3,00mx1,10m
PEITORIL
1,20m
2,20m
TIPO
1M
J2
MATERIAL
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
Trabalho Final de Graduação II
Folha
8/12
Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La Rocca QUADRO DE ESQUADRIAS JANELAS
B
C
ANEXO 9 PLANTA BAIXA ESTRUTURA E VEDAÇÃO
J3
P5 P5
J3
P4
J1 11 10 9 8 7 6
J2 P1
5 4 3 2 1
P1
J1
P1 P1
P1
P1 J1 A J2
P1 P1 J2
P1
P1
QUADRO DE ESQUADRIAS
O ÇÃ A EV EL
PORTAS
P1 J1
P1
P1 Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
P1
J1
2
1
S
A
6
4
3
P1
5
J1
P2
J2P3
P4
J2
1,70mx2,10m
0,85mx2,10m
1,90mx2,10m
PIVOTANTE
PIVOTANTE
ABRIR
P5 2,00mx2,10m
8
ABRIR
CORRER
9
TIPO 12
1 10 1
P5
1 1 7 1 6 14 5 13
7
DIMENSÕES 0,90mx2,10m
MATERIAL
J1
ALUMÍNIO E VIDRO GUARNIÇÃO 7CM ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
GUARNIÇÃO 6CM ALUMÍNIO
GUARNIÇÃO 4CM ALUMÍNIO
QUADRO DE ESQUADRIAS PORTAS
J1 Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
QUADRO DE ESQUADRIAS JANELAS
P1 DIMENSÕES 0,90mx2,10m TIPO
J3
MATERIAL
Planta baixa
B
6M
0
J1
4M
J2
J3
J4
1,00mx2,80m
1,00mx2,80m
DIMENSÕES
1,00x1,60m
3,00mx1,10m
PEITORIL
1,20m
2,20m
TIPO
1M
P5
0,85mx2,10m
1,90mx2,10m
2,00mx2,10m
PIVOTANTE
PIVOTANTE
ABRIR
ALUMÍNIO E VIDRO
P3
ALUMÍNIO E VIDRO
MATERIAL
CORRER
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO E VIDRO
GUARNIÇÃO 6CM ALUMÍNIO
GUARNIÇÃO 4CM ALUMÍNIO
Planta baixa
Planta baixa
2M
P2
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa - Estrutura e Vedação Nível +634 (2º pavimento)
ABRIR ALUMÍNIO E VIDRO GUARNIÇÃO 7CM ALUMÍNIO
P4
1,70mx2,10m
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
Trabalho Final de Graduação II
Folha
9/12
Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La RoccaQUADRO DE ESQUADRIAS JANELAS
PLANTA BAIXA ESTRUTURA E VEDAÇÃO
B
C
ANEXO 10
11 10 9 8 7 6
B
O ÇÃ A EV EL
5 4 3 2 1
Planta baixa - Cobertura 6M
2M
0 1M
4M
Trabalho Final de Graduação II Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La Rocca
Folha
10/12
Vista frontal
ANEXO 11
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
Planta baixa
CORTES
J2
J3
DIMENSÕES
1,00x1,60m
J1
3,00mx1,10m
1,00mx2,80m
1,00
PEITORIL
1,20m
2,20m
PAIN
TIPO
MONTANTE PERFIL U
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
MATERIAL
FECHAMENTO INTERNO FECHAMENTO EXTERNO
ACABAMENTO PISO
ANCORAGEM DO PAINEL
ARMADURA FUNDAÇÃO
DETALHE 1 Escala 1:20
Detalhe 1
Corte AA
6M
2M
0 1M
4M
VIGA PERFIL H
PAINEL METÁLICO PERFURADO EM AÇO CORTEN
ESTRUTURA METÁLICA PERFIL I
Muro de arrimo
PERFIL CONECTOR
DETALHE 2 Escala 1:20
Corte BB
6M
2M
0 1M
4M RUFO E PINGADEIRA EM CHAPA GALVANIZADA
Detalhe 3
TELHA SANDUICHE TIPO TRAPEZOIDAL i=5%
ACABAMENTO PISO VINÍLICO
PLACA OSB E CIMENTÍCIA FECHAMENTO
Detalhe 2 MONTANTE LAJE SECA
PLACA OSB E CIMENTÍCIA
Detalhe 4 VIGA PERFIL H
Muro de arrimo
CALHA
DETALHE 4 Escala 1:20
CONDUTOR PLUVIAL Ø4
ESTRUTURA METÁLICA LAJE SECA
DETALHE 3 Escala 1:25
Trabalho Final de Graduação II
Corte CC
6M
2M
0 1M
4M
Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La Rocca
Folha
11/12
ALUMÍN
Vista frontal
Planta baixa
Planta baixa
ANEXO 12
J4
Planta baixa
J1
ELEVAÇÕES
mx2,80m
Planta baixa
1,00mx2,80m
1
PA
1,00x1,60m
3,00mx1,10m
PEITORIL
1,20m
2,20m
MATERIAL
O E VIDRO
J3
DIMENSÕES
TIPO
EL FIXO
J2
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
PAINEL FIXO E MAXIM AIR
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
ALUMÍNIO E VIDRO
Elevação Norte 6M
2M
0 1M
4M
Elevação Leste 2M
0 1M
4M
Elevação Sul 2M
0
6M
1M
6M
4M
Trabalho Final de Graduação II
Elevação Oeste 2M
0 1M
4M
6M
Título: QUIMERA HUB Aluno: Júlia Vechetini Menin Orientadora: Dr. Renata La Rocca
Folha
12/12
ALUM