Pranchas do Opera Prima | Vila Naval

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diretrizes para o desenvolvimento de proposta de uma operação urbana

VILA NAVA

01|08

paulista

área de intervenção

olinda

Santo Amaro Santo Amaro Centro expandido do recife

jaboatão

[1] LOCALIZAÇÃO: Bairro de Santo Amaro, no limite entre os municípios de Recife e Olinda. Localização estratégica, no centro expandido do Recife, próximo aos centros históricos do Recife.

[2] BAIRRO DE SANTO AMARO • Potencial de transformação (presença de vazios e áreas subutilizadas)

• Processo de transformação iniciado com empreendimentos de serviço e residenciais (incetivado pelo aumento do potencial construtivo pelo Plano Diretor); • Grande conectividade com outras áreas da cidade e região metropolitana; • Grande oferta de transporte público; •Próximo a polos geradores de emprego, comércio e serviços (Bairro do Recife).

introdução Requalificar uma área central estratégica subutilizada. Ampliar o impacto positivo da sua transformação urbanística. Propor intervenções responsivas ao contexto local. Promover a integração de territórios.

Os desafios impostos pela transformação urbana de uma área estratégica e com o porte da Vila Naval (12,5ha), localizada no centro expandido do Recife, traz à tona uma série de questionamentos sobre como deve se dar a sua renovação. Esta tem impactos significativos não só no seu entorno imediato, mas, também, na cidade, sua dinâmica, paisagem e patrimônio.

Para isso, propõe-se um plano urbanístico com abordagem propositiva, que explora a linguagem do desenho urbano como forma de garantir a construção de um espaço urbano integrado e com qualidade espacial, responsivo ao contexto local. Considera-se uma área mais ampla de requalificação do que a Vila Naval em si, utilizando seu potencial de renovação para promover transformações urbanísticas estruturais, com melhorias sociais e valorização ambiental.

Como forma de viabilizar a implantação, propõe-se a realização de uma operação urbana, que conta com o papel chave do poder público enquanto agente do planejamento.


leitura dos territórios

presença de barreiras;

O Plano Urbanístico abrange uma área maior que a prevista pelo Plano Diretor, para compreender como a Vila Naval se relaciona com entorno e que papel desempenha para este e a cidade. Limites: frente d’água ao leste, a Av. Agamenon Magalhães a oeste e a Av. Norte ao sul. A delimitação se deu pelo caráter de barreira dessas vias de escala metropolitana para área, apesar da importância para sua conectividade. A área contempla territórios com morfologias bastante distintas, que pouco se relacionam.

• Presença de canal urbanizado, um respiro à densa ocupação (canal sem arborização e espaços públicos de permanência).

Os equipamentos da Av. Cruz Cabugá são a maior barreira para a integração da ZEIS com a cidade formal, criando um enclave no interior da comunidade, área tida como a mais violenta. Esta possui poucos pontos de ligação com a Av. Cruz Cabugá, como o Beco da Tramways (ocupado por habitações). Outra barreira é o muro no limite da comunidade próximo ao Shopping, construído por este.

1. Equipamentos ao longo da Av. Cruz Cabugá (Eixo Metropolitano) • Baixa taxa de ocupação do solo, alto coeficiente

O único local em que a comunidade não está por trás de nenhum equipamento é na Praça General

espaço urbano ao leste. Presença de comércio local, concentrado na periferia

Pinto (praça de alimentação informal), para atender à demanda de comércio popular gerada pelo

do como uma barreira. Ele se auto-isola no espaço ur-

Shopping Tacaruna, sobretudo pelos

bano, priorizando estritamente o acesso motorizado.

seus funcionários.

es hã l a ag nm o en am g a av.

[2] Hospital do Câncer [3] Hospital de Santo Amaro Se destaca pelo seu valor histórico e ar-

bu

cial de atrair pessoas de outras áreas da cidade, mas

ca

non Magalhães e ao redor da Praça General Carlos

uz

Forte presença de comércio na via local da Av. Agame-

Se destaca entre os equipamentos pela escala e poten-

das comunidades, no encontro com a cidade formal.

[1] Shopping Tacaruna

Terrenos Vazios Muros e barreiras Área residencial de transição entre ZEIS e cidade formal

potencial para promover a integração da ZEIS com o

possui pouca relação com o entorno, se caracterizan-

Setor de Preservação ambiental Setor de Preservação Rigorosa

(Campo do Onze, Santo Amaro) • Malha urbana característica de assentamentos espontâneos, com quadras sem definição e miolos ocupados por residências sem acesso direto à rua; • Baixa permeabilidade interna e legibilidade; • Relativa conectividade e continuidade com a cidade formal; • Trecho do canal sem urbanização, com margens ocupadas de forma bastante precária; • Presença de comércio no interior da comunidade e em seus limites, onde atende a uma demanda mais externa e cria uma interface com a cidade formal.

Carlos Pinto, onde há um terreno vazio, com grande

de utilização; • Edificações soltas no lote, cercadas por muros/ grades.

1

FUTEBOL

FUTEBOL

quitetônico. É um setor Setor de Preservação Rigorosa da Zona Especial de Patrimônio Histórico (ZEPH) 19

2

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– Hospital de Santo Am-

3

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aro/Vila Naval.

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FUTEBOL

av

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Ocupação informal Grandes lotes com equipamentos Ocupação formal

2. Assentamentos espontâneos de baixa renda • Alta densidade construtiva e populacional; • Carência de espaço público .

Comunidadesao Norte da Av. Doutor Jayme da Fonte (Santa Terezinha e Vila dos Casados) •Permeabilidade interna, quadras pequenas e regulares (casas com acesso direto à rua); • Baixa integração com o entorno, devido à

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3. Vila Naval ar

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contexto

Comunidades ao Sul da Av. Doutor Jayme da Fonte

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Condomínio residencial da marinha, área murada sem integração com o entorno, o que diminui a legibilidade do território, pois impede a percepção da frente d’água e o desfrute do seu potencial paisagístico. • Baixa densidade populacional e construtiva; • Traçado regular e ortogonal, com parcelamento característico de conjuntos habitacionais unifamiliares; • Predominância de residências unifamiliares térreas soltas no lote; • Presença de equipamentos que servem à comunidade naval; • Configuração com pouca relação com a frente d’água. FUTEBOL

O Plano Diretor da Cidade do Recife reconhece o potencial da Vila Naval (Setor de Preservação Ambiental da Zona Especial de Patrimônio Histórico 19)para sofrer transformação, classificando-a como uma área de projetos especiais, a ser regulamentada por lei específica. A classificação dos vazios urbanos remanescentes no Recife como áreas de projetos especiais introduziu uma nova escala no planejamento da cidade, trazendo desafios quanto à forma de legislar sobre esses territórios. No entanto, os planos têm se mostrado ineficientes na garantia de um espaço urbano de qualidade, por se pautarem na mera definição de parâmetros normativos genéricos para o vazio em si, abordagem falha em lidar com dinâmicas complexas. Como resultado, a mesma lógica geradora do espaço urbano lote a lote vem sendo aplicada, criando espaços genéricos e sem urbanidade. As edificações têm sido concebidas como objetos isolados, que não conformam espaços públicos de qualidade. Na prática, os planos têm se limitado a legalizar as propostas com pouca qualidade advindas do mercado imobiliário. É em meio a esse contexto que o trabalho faz uma proposta processual e projetual para a renovação da Vila Naval enquanto exemplar do processo de ocupação desses vazios, propondo outra estratégia, viabilizada por uma operação urbana. A abordagem coloca o poder público enquanto protagonista da formulação e coordenação do planejamento urbano, ao mesmo tempo em que considera sua viabilidade financeira dentro de uma economia de mercado.


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propostas de interveção

2. Terreno na Praça General carlos pinto Terreno vazio cuja ocupação com HIS e comércio tem o potencial de criar uma interface entre a cidade formal e a ZEIS, promovendo uma transição entre essas duas escala. Potencial para abrigar a população removida pelas intervenções. Atualmente, ao redor do terreno há barracas de alimentação nas calçadas, que devem ser incorporadas ao projeto enquanto boxes comerciais e de serviços.

Parque na comunidade

conectar

SESC + espaço público Creche Escola Estadual Almirante Dutra Largo Hospital de Santo Amaro

Eixo principal Leste-oeste Promove a integração leste-oeste do território e se configura como uma ‘infiltração de urbanidade na ZEIS’; Articula novos espaços e equipamentos públicos de escala local e metropolitana, devido à importância desse território para a escala do bairro e da cidade. Conecta diferentes modais: os ônibus na Av. Agamenon Magalhães e Cruz Cabugá e a estação fluvial de passageiros.

visão: costurar a cidade • Promover a integração, sobretudo lesteoeste, dos diferentes padrões de ocupação; • Modificar a relação da área com a frente d’água, aumentando a legibilidade do espaço urbano e garantindo o acesso e a apropriação do espaço pela população (criação de parque linear na margem e equipamentos de uso público); •Requalificar o espaço público, conferindo -lhe qualidade urbana e ambiental. requalificação

renovação

assentamentos espontâneos Promover a continuidade entre a ZEIS e a ‘cidade formal’, diluindo barreiras urbanísticas e simbólicas e garantindo o acesso da população às infraestruturas, oportunidades e serviços do entorno.

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2

Áreas críticas Remoções Projeto de referência: projeto de HIS para Paraisópolis, que promove transição de escalas entre uma nova Av. perimetral e a comunidade. Fonte:cidadeinformal.prefeitura. sp.gov.br

*

3

Área de requalificação Área de renovação

<<Every increment of construction must be made in such a way as to sew the city>> (Alexander et al, 1987)

1. Parque O terreno deve ser transformado em parque e abrigar equipamentos de lazer, como espaços para ensaio e apresentação dos grupos de teatro e orquestra da comunidade, além de habitação. Papel fundamental na melhoria da qualidade urbana e ambiental da ZEIS, pela sua escala e grande arborização. Potencial de modificar a relação do interior da comunidade com o entorno, pela introdução de um equipamento atrativo e a criação de novos acessos. Atualmente é um lote murado e sem uso, um foco de criminalidade em uma área sem conectividade da ZEIS.

3 Terrenos com potencial para HIS para abrigar a população removida e para a expansão e consolidação das comunidades

requalificação do beco da Tramways, com relocação da populaçõa

Projeto de referência: Urbanização do córrego do Antonico. Fonte: mmbb.com.br

urbanização do canal

comunidades ao norte da av. dr. jayme da fonte: Estratégia de requalificação: Infiltrações de urbanidade:

Fonte: Vigliecca & Associados

comunidades ao sul da av. dr. jayme da fonte:

Estratégia de requalificação:

Comunidades ao norte da Av. Dr. Jaime da Fonte: Conectar a ZEIS • Acabar com o isolamento por trás dos equipamentos e muros, com a abertura de vias estratégicas para sua conexão; • Remover os muros remanescentes do lote do Shopping Tacaruna; • Requalificar, arborizar e criar espaços de convivência ao longo do canal. Comunidadesao sul da Av. Dr Jaime da Fonte: Requalificar a estrutura urbana da ZEIS • Reestruturar as áreas críticas (margem do canal e “miolos de quadra”), realocando a população em habitações precárias na própria área, através do seu reordenamento e ocupação de terrenos vazios; • Promover um reassentamento pulverizado.

Outras propostas: • Criar espaços de lazer e de apoio às atividades desenvolvidas na comunidade, como vestiários para os campeonatos de futebol; • Requalificar as moradias existentes, através de um programa de reformas, ampliações e execução de instalações. Equipamentos ao longo da Av. Cruz Cabugá: • Modificar a relação dos equipamentos com o espaço público, acabando com seu auto-isolamento;

Fonte: Vigliecca & Associados Vazios urbanos e tipologia de complementação:

Renovação: Vila Naval • Explorar a transformação da vila naval enquanto ‘novo elemento’, capaz de induzir a integração do território,com a provisão de novos usos, espaços públicos e potencial paisagístico. Fonte: Vigliecca & Associados


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Renovação

Redesenhar o espaço urbano, estabelecer uma relação com a água, projetar para pessoas, criar espaços de fruição da vida urbana, estabelecer paradigmas, pautados em um modelo de cidade que queremos construir. Criar um espaço urbano com melhor qualidade do que áreas já consolidadas, favorecido pelo seu grande potencial paisagístico. Mas, como fazer? Como garantir a qualidade urbana tão almejada? O que faz com que o espaço urbano tenha qualidade? Como criar um lugar? Qual o caráter do lugar? Qual a relevância desse caráter? Qual o valor do existente? Qual papel a área pode desempenhar para o entorno e para a cidade? Qual a densidade ideal?

O conceito de vila parece ser incompatível com o adensamento necessário nas cidades, sobretudo em zonas centrais. Estas precisam ser mais compactas e vivas, racionalizando a infraestrutura e encurtando distâncias, na busca por um espaço urbano mais sustentável. Diante da necessidade de promover o adensamento em áreas centrais, como manter o caráter de vila do território? É preciso reinterpretar a vila, recriar a sua ambiência dentro do espaço urbano, em diferentes escalas. O espaço urbano e até mesmo as edificações têm múltiplas escalas, uma dessas, ou várias, pode ter a escala da vila. Ela pode estar no nível do térreo das edificações, no interior de uma quadra, no vazio de um prédio, na relação entre as edificações.

[1]

[2]

[1]

[3]

casas preservadas

Quais usos? Quais parâmetros urbanísticos?

[4]

Renovação e re-desenho Desafio de promover a transformação do território sem apagar sua memória. A manutenção desta não se dá necessariamente pela preservação da estrutura sua urbana e edílica ou sua mimetização, mas pela apreensão da sua essência e caráter, que deverá ser incorporado a uma proposta de redesenho urbano.

[5]

[1] Edf. Mirador, MVRDV [2] Amorepacific Headquarters, David Chiperfield [3] Linked Hybrid, Steven Holl [4] De Citadel, Cristian de Portzamparc [5] Croquis de Christian de Portzamparc

Caráter do lugar A Vila Naval ocupou a Vila das Lavadeiras da antiga Fábrica Tacaruna na década de 60. Entretanto, a maior parte dessas casas da década de 1930, encontra-se deteriorada ou modificada e não possui reconhecido valor histórico ou arquitetônico. Apesar de ter mudado de caráter fabril para naval, o território permaneceu enquanto vila. Vila: 1 Povoação, de categoria inferior a de cidade e superior a de aldeia; 2 Conjunto de pequenas casas parecidas, dispostas de modo que formam rua ou praça interior; 3 Distrito ou comunidade autônoma em uma cidade, que possui características de uma vida em vila.

Conjunto edílico Vila Naval e Caráter do lugar

A preservação de todo o conjunto edílico não se justifica, por inviabilizar o adensamento da área e pelo mau estado de conservação. Não é a tipologia isolada, mas a morfologia do lugar e a ambiência criada pela relação entre as casas que configuram o caráter do espaço urbano. As casas das patentes mais baixas, que se repetem ao longo das vias, são as que criam a ambiência mais característica de uma vila, as mais relevantes para manutenção da sua memória, portanto. << A cidade não é estática, com o tempo ela cresce sobre si mesma, adquire consciência e memória de si mesma >> (Aldo Rossi, 1966) Ruas da Vila Naval com ambiência de vila (a ser preservada)

possíveis estratégias processuais para a renovação da vila naval (jon lang,2005): • ‘total urban design: senvolvimento da área como um todo.

uma equipe controla todo o projeto, das áreas públicas e infraestrutura às edificações. Risco: espaço urbano pouco plural

•‘all-of-a-piece urban design’: uma equipe desenvolve um plano geral que guia as propostas de diversos empreendedores, que possuem uma equipe própria para o desenvolvimento de cada empreendimento. Requer uma equipe responsável pelo acompanhamento do projeto de cada área e pela administração e compatibilização do de-

Potencial: criação de área plural •‘piece-by-piece urban design: parâmetros urbanísticos são definidos de forma a controlar e orientar o desenvolvimento da área. Risco: criação de um espaço urbano fragmentado, que se constrói lote a lote. • ‘plug-in urban design’: há a implantação de infraestrutura, que permite que projetos se ‘pluguem’. Risco: a qualidade da transformação depende da atuação do mercado


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espaço público Foi proposta uma rede de espaços públicos que estimula a fruição da vida urbana: o parque linear na frente d’água, a praça e o deck do SESC e o pátio em frente ao Hospital de Santo Amaro. Este último tem o intuito de valorizar o Hospital, mantendo sua escala e referência enquanto marco e transformando-o em ponto focal, através de sua conexão visual com a frente d’água. As calçadas possuem no mínimo 5m de largura, com arborização e travessia de pedestre em nível. Além disso, buscou-se a criação de um espaço urbano com variedade e ritmo para os pedestres, a partir da alternância entre edificações e jardins, edifícios com diferentes gabaritos e expressões arquitetônicas. Promoveu-se o contato visual entre a rua e as edificações, para garantir a vigilância social.

5 eixo de visada

(amazéns + frente d’água)

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1

1. SESC 2. Escola 3. Creche 4. Edf Garagem + Aluguel de Bicicletas 5. Estaleiro

plano de massa

faseamento e variedade

Propõe-se a realização um plano de massa para a Vila Naval, que define o parcelamento, a configuração dos espaços públicos, a volumetria das edificações e regulamentações específicas. Este prevê um trabalho de acompanhamento dos projetos futuros, para garantir sua implantação em acordo com o proposto, gerando um espaço urbano com qualidade.

A execução do plano será faseada e este poderá ser dividido em até 15 empreendimentos, o que facilita sua viabilidade e execução. A divisão em empreendimentos assegura maior pluralidade ao espaço urbano, pois os arquitetos de cada um destes podem imprimir, dentre dos limites estabelecidos, sua expressão arquitetônica e concepção de uma cidade contemporânea.

conexão pedestre ciclovia

sistema viário

O sistema de ruas e quadras é mantido, por ser um ‘paradigma’ da forma urbana das cidades, garantindo que residentes e usuários se localizem e tenham um endereço no sistema espacial da cidade As vias existentes transversais à Av. Cruz Cabugá foram mantidas, para dar continuidade ao tecido urbano do entorno e promover sua integração. Foi criada uma via transversal enquanto Eixo

Principal, associado à equipamentos públicos, para acabar com o caráter de barreiras dos Hospitais. Foi criado um eixo de visada em relação à água e aos armazéns de açúcar do Porto do Recife (ponto focal na paisagem), descortinando a paisagem. O eixo foi prolongado até a água, criando uma Marina.

pavto térreo - usos

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Residencial Escritório Equipamento público Hotel Garagem

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0 10

Cruciais para incentivar a apropriação da área pela população local e da cidade • SESC: equipamento âncora na frente d’água, com potencial de atração de pessoas de outras áreas da cidade. Impulsiona a extensão da movimentação cultural do Bairro do Recife para a Vila Naval;

pavtos mais baixos - usos OE

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Residencial Escritório Comércio Equipamento público Hotel Garagem

equipamentos públicos

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pavtos mais altos - usos

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Sesc

planta de coberta Equipamento público


06|08 • Escola Estadual Almirante Soares Dutra e creche: equipamentos de atendimento local; • Estaleiro: garantia de espaço digno de trabalho para as pessoas que constroem barcos embaixo da Ponte do Limoeiro(local próximo); • Estação fluvial: promove a conectividade da área (prevista pelo projeto de navegabilidade do Recife).

a quadra

Propõe-se o desenho urbano a partir da escala da quadra, unidade capaz de definir a qualidade do espaço urbano de forma mais efetiva que o lote. Modelo base de quadra não aberta com permeabilidade visual entre o espaço público e privado, com dimensão média de 150m por 60m. A quadra é cortada por rua pedestrianizada, que encurta as distâncias do espaço urbano e o torna mais convidativo para pedestres. A única quadra aberta é a em frente a Praça General Carlos Pinto, onde há o maior número de casas preservadas da Vila Naval. Nela é recriada a ambiência de vila no nível do térreo e assume um caráter de centro cívico da vila, com concentração de comércio, serviço e escritórios, uma extensão do Shopping para o espaço urbano.

vista do eixo transversal principal

vista do eixo transversal principal [105] Implantação em função do afastamento progessivo

simulação de um empreendimento hospital de santo amaro armazéns do porto

[106] Implantação em função da maximização da visada e do afastamento entre as edificações e da proximidade com a rua.

edificações O plano de massa define a volumetria das edificações, uma espécie de ‘envelope’ tridimensional dentro do qual o arquiteto tem liberdade para desenvolver o seu projeto, podendo ultrapassar o volume em 10%. A implantação das edificações visa maximizar o afastamento entre elas, para potencializar as visadas e a ventilação, enquanto uma de suas

faces está sempre no paramento da rua, para conformar e estabelecer uma relação com o espaço público. Foram propostas edificações verticais e outras mais baixas e horizontais, para garantir variedade tipológica, contribuindo para a criação de um espaço urbano mais rico espacialmente e com uma escala mais humana.

Os projetos devem fugir dos volumes monolíticos, através de quebras, recortes, recuos e avanços, que estabelecem diferentes escalas e referências no espaço urbano.

inserção na paisagem No sentido transversal, as edificações na frente

Implantação resultante do afastamento progessivo da lesgislação do Recife Implantação em função da maximização da visada e do afastamento entre as edificações e da proximidade com a rua.

Santo Amaro Esquema da implantação da Vila Naval na paisagem urbana da cidade.

Vila Naval

Zona amenização de paisagem

Olinda

Relação entre as edificações na Av. Cruz Cabugá e o espaço público Relação entre as edificações na frente d’água e o espaço público

d’água possuem um gabarito mais baixo, de modo a garantir uma escala mais humana e de vila na frente d’agua. Na medida em que se aproxima da Av. Cruz Cabugá, a altura das edificações aumenta em acordo com a escala de uma via metropolitana, mas seguem um modelo de galeria com comércio no térreo para manter a escala humana e gerar sombra no poente.


07|08

uso misto e mobilidade

A área deve ser multifuncional, com comércio, serviço, habitação, hotel, escritórios e equipamentos. A diversidade de usos é crucial para garantir um espaço urbano vivo em todas as horas do dia e viabilizar que os próprios moradores realizem as mais diversas atividades na área. Mobilidade não está necessariamente associada à ideia de percorrer grandes distâncias com eficiência, mas conseguir realizar diferentes atividades em um espaço de tempo razoável, com o menor deslocamento possível (Bertolini e Le Clercq,2003). Dessa forma, um espaço urbano acessível e sustentável, deve ter essas atividades o mais próximo possível, maximizando o uso do transporte ativo. Além disso, a área está em um corredor de transporte público. A oferta deste possibilitou a definição de um limite máximo de vagas por empreendimento, além de outras medidas como o compartilhamento da infraestrutura de garagem nas quadras e a mudança da relação das garagem com o espaço urbano, com uso misto e teto verde.

traffic calming

Utilização da estratégia de traffic calming, como travessias de pedestre em nível, para alcançar um espaço urbano mais humanizado.

vista da av. cruz cabugá e deixo de visada

ÁREAS PARCELAMENTO (Vila Naval) Área da gleba 124,895.00 Sistema viário (leito carroçável) 11,240.55 Sistema viário (leito não carroçável) 29,974.80 Área privada loteável 52,455.90 Área pública (áreas livres + equipamentos) 31,223.75 Área de equipamentos públicos 7,614.00 Taxa de solo natural 31,723.33 ÁREA DE CONSTRUÇÃO Área privativa total Área construída total Área privativa/Área construída m² PRIVATIVA/Nº VAGAS CUT privativo CUT total CUT privativo bruto CUT total bruto

Esquema de cruzamento elevado a ser adotado na área da Vila Naval Fonte: NYC DOT - Street Design Manual - NYC.gov Faixa de pedestre elevada no meio de quadra a ser adotado na área da Vila Naval Fonte: NYC DOT - Street Design Manual - NYC.gov

A via na frente d’água é compartilhada e nivelada, para evitar que se transforme em uma barreira na frente d’água. Ela contorna a Praça do SESC por trás, desincentivando seu uso enquanto alternativa à Av. Cruz Cabugá e garantindo o contato direto do equipamento com a frente d’água. O padrão viário da Av. Cruz Cabugá é transformado, para minimizar seu caráter de barreira. Propõe-se a implantação de ciclovia e a criação de faixa exclusiva para ônibus.

Densidade: 302 hab/ha A densidade estipulada, em função do parâmetro previsto pela Prefeitura, é baixa em

162,363.50 280,024.75 58% 39.75 3.10 5.34 1.30 2.24

ÁREA CONSTRUÇÃO PRIVATIVA/USO Área comércio (base das edificações) 14,482.75 9% Área escritório 40,425.11 25% Área residencial 94,325.25 58% VGV área privativa preço/m² 811,817,500.00 162,363.50 5,000

densidade

9% 24% 42% 25% 6%a partir da marina vista 25%

relação ao contexto internacional, quando comparada à de cidades consideradas como exemplo de urbanidade, como Paris e Barcelona. Entretanto, deve-se considerar o contexto do Recife, que possui baixas densidades. Propõe-se uma densidade superior à média da cidade, em uma lógica de desenvolvimento orientado pelo transporte (DOT), que prevê o adensamento ao longo dos corredores de transporte público. Apenas o uso intensivo de transporte público, associado a políticas de restrição à oferta de vagas, minimizariam o impacto de novos empreendimentos de escala, viabilizando desidades mais altas.

Nº unidades residenciais (DU) Tamho médio da unidade habitacional Nº pessoas/família (CENSUS IBGE - Recife) Nº habitantes DENSIDADE BRUTA (hab/ha) Densidade líquida (hab/ha)

1,179.07 80.00 3.20 3,773.01 302 719

Desidade do espaço urbano em função do número de habitantes/ha, número de unidades residenciais/ha e área construída/ha. Fonte: Density Atlas, MIT

Densidade do Bairro de Santo Amaro: • 73,52hab/ha Densidade dos bairros vizinhos: • Bairro do Recife: 2,23hab/ha • Boa vista: 84hab/ha • Espinheiro: 142hab/ha

cota de solidariedade É prevista a aplicação de cota de solidariedade, com a destinação do equivalente a 10% da área computável dos empreendimentos para a produção de HIS.


08|08

operação urbana

A implementação do Plano Urbanístico deve se dar por meio de uma operação urbana, que inclui as áreas de requalificação e renovação urbana. Essa ferramenta viabiliza uma escala de planejamento mais local e estratégico, que proporciona transformações significativas em uma área, associando a renovação de áreas urbanas à reestruturação do existente, vinculadas por meio de uma modelagem econômica. Ela permite a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterar as normas edílicas, considerando o impacto ambiental delas decorrente. A viabilização da Operação depende do papel ativo do poder público enquanto coordenador, inclusive para minimizar as possíveis consequências excludentes do processo de renovação urbana. É primordial envolver atores locais, da sociedade civil e diversas esferas governamentais, buscando diferentes modelos de governança. Deve-se atender as populações locais com a geração de empregos e renda, além de atender às suas necessidades habitacionais, de equipamentos e infraestrutura. A viabilidade da operação urbana Vila

Naval é facilitada pelo fato da gleba de renovação pertencer à União. A renovação da Vila Naval e a comercialização da terra seriam responsáveis por gerar a receita para viabilizar as intervenções de requalificação no entorno. É necessário o desenvolvimento de uma modelagem econômica detalhada, incluindo os custos provenientes das propostas de requalificação e dos equipamentos públicos. Residencial Escritório Comércio

números ÁREAS PARCELAMENTO (Vila Naval) Área da gleba 124,895.00 Sistema viário (leito carroçável) 11,240.55 Sistema viário (leito não carroçável) 29,974.80 Área privada loteável 52,455.90 Área pública (áreas livres + equipamentos) 31,223.75 Área de equipamentos públicos 7,614.00 Taxa de solo natural 31,723.33 ÁREA DE CONSTRUÇÃO Área privativa total Área construída total Área privativa/Área construída m² PRIVATIVA/Nº VAGAS CUT privativo CUT total CUT privativo bruto CUT total bruto

162,363.50 280,024.75 58% 39.75 3.10 5.34 1.30 2.24

ÁREA CONSTRUÇÃO PRIVATIVA/USO Área comércio (base das edificações) 14,482.75 Área escritório 40,425.11 Área residencial 94,325.25 VGV área privativa 811,817,500.00 162,363.50 Nº unidades residenciais (DU) Tamho médio da unidade habitacional Nº pessoas/família (CENSUS IBGE - Recife) Nº habitantes DENSIDADE BRUTA (hab/ha) Densidade líquida (hab/ha)

1,179.07 80.00 3.20 3,773.01 302 719

O presente trabalho faz uma proposta para a relização de 9% uma operação urbana, definin24% do as diretrizes para a área de 42% requalificação e fazendo uma 25% proposta processual e projetual 6% para a Vila Naval, na qual se 25% propõe a explorar o papel do desenho urbano na criação de um espaço urbano de qualidade. É preciso haver o desenvolvimento das propostas de requalificação, associadas à um trabalho participativo junto às comunidades, para o fechamento da proposta de operação urbana. Estima-se que haja a remoção 9% de 407 famílias, com base nos 25% estudos desenvolvidos, incluin58% do o reordenamento de áreas preço/m² críticas e reestruturação da 5,000 malha urbana.

Planta - Pavto Semi-enterrado Apartamentos com 40m² Planta - Pavto +6.00m Apartamentos com 215m² Apartamentos com 190m² Salas Escritório 41m²

Planta - Pavto Térreo

a quadra (simulação de um empreendimento) A fim de ilustrar e simular como seria a etapa seguinte ao desenvolvimento do Plano de Massa, no qual diferentes escritórios de arquitetura desenvolveriam os empreendimentos, foi realizado um estudo preliminar para umas das quadras. O desenvolvimento do estudo possibilita uma melhor visualização e compreensão da proposta apresentada enquanto Plano de Massa.

Corte Esquemático longitudinal

Escritório 270m² Apartamento 126m² Apartamento 160m² Apartamento 165m²

Apartamento 35m² Planta - Pavto +21.00m Apartamento 75m² Apartamento 95m²

Corte Esquemático transversal


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