UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO AMAZÔNICA - UNIAM
UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO AMAZÔNICA – UNIAM COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO
PROJETO DE IMPLANTAÇÃO (1a Edição)
Santarém, Junho/2009
PROJETO DE IMPLANTAÇÃO (1a Edição)
Realmente, a Amazônia é a última página, ainda por se escrever, do Gênesis Euclides da Cunha
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APRESENTAÇÃO Tenho a satisfação de apresentar, em nome da Comissão de Implantação, o Plano de Implantação da Universidade Federal da Integração Amazônica – UNIAM, com destaque para as características inovadoras da estrutura organizacional, alicerçada em novos valores e princípios. A Comissão de Implantação foi instituída pela Secretaria de Educação Superior do MEC, por meio da Portaria n. 410, de 3 de junho de 2008, retificada no Diário Oficial da União, de 3 de julho de 2008, integrada pelos seguintes profissionais: José Seixas Lourenço – Presidente Emídio Cantídio de Oliveira Filho – CAPES/MEC Rodrigo de Araújo de Ramalho Filho – SESU/MEC Arlete Moraes – UFRA/Santarém Horácio Schneider – UFPA/Bragança Maria Marlene Escher Furtado – UFPA/Santarém Ricardo Bezerra de Oliveira – UFPA/Santarém Adailson Viana Soares – UFPA/Santarém Compete à Comissão de Implantação realizar estudos e atividades para o planejamento institucional, a organização da estrutura acadêmica e curricular, administração de pessoal, patrimônio, orçamento e finanças, visando atender aos objetivos previstos no Projeto de Lei, PL 2879/2008, encaminhado ao Congresso Nacional, em fevereiro de 2008, que dispõe sobre a criação da nova Universidade, por desmembramento da Universidade Federal do Pará – UFPA e da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA. Desde a sua instalação, em 4/7/2008, a Comissão de Instalação vem recebendo o apoio do Conselho Consultivo, integrado pelo Governo do Estado do Pará (Vice-Governadoria, SEDECT/FAPESPA, SEDUC, SEPAQ, IDEFLOR e CIDS), Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM, Banco da Amazônia, UFPA, UFRA e Prefeitura Municipal de Santarém. No processo de elaboração do Plano de Implantação da UNIAM tem sido promovida uma ampla discussão com a comunidade acadêmica local, regional e nacional, por meio de vários encontros, entre os quais destacamos aqueles realizados em Santarém, nos dias 14 e 15 de agosto de 2008: • Seminário “Pensando uma Nova Universidade – modelos inovadores de formação de recursos humanos” e • Seminário “Santarém: Pólo de Conhecimento, catalisador do desenvolvimento regional”. Estes eventos reuniram vários Reitores e Dirigentes de algumas das mais destacadas instituições de ensino e pesquisa do país, bem como dirigentes do MEC/SESU, CAPES, CNPq, SBPC, ABC, Governo do Estado e Prefeitura de Santarém, e contaram com ampla participação de docentes, discentes e técnicos administrativos das unidades acadêmicas locais. Daqueles importantes eventos obtivemos muitos e relevantes subsídios para a elaboração do presente Projeto. A Comissão de Implantação da UNIAM está definindo novos padrões e procedimentos institucionais, nova estrutura e novos projetos pedagógicos, em sintonia com as fronteiras e as atuais dinâmicas do conhecimento, levando em consideração a pluralidade dos saberes e a interdisciplinaridade, objetivando a formação competente e cidadã e seus alunos. Estão sendo estruturadas 5 novas unidades multidisciplinares de pesquisa, ensino e extensão, em grandes áreas temáticas, em que as ciências humanas e sociais se interconectem com as ciências da natureza e a tecnologia, agregadas nos seguintes Institutos: Instituto de Biodiversidade e Florestas; Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas; Instituto de Engenharia e Geociências; Instituto de Ciências da Sociedade; Instituto de Ciências da Educação. Os cursos de graduação e pós-graduação a serem oferecidos pela nova Universidade deverão constituir experiências inovadoras, e responder à necessidade de adoção de um projeto acadêmico-administrativo flexível, inovador e racional em recursos humanos e materiais, conforme exigem os novos tempos. José Seixas Lourenço Presidente da Comissão de Implantação
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5 1. UNIAM: ASPECTOS SÓCIO AMBIENTAIS E EDUCACIONAIS ........................................ 9 2. ESTRUTURA ACADÊMICA DA UNIAM............................................................................. 13 3. PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO ......................................................................................... 30 4. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.............................................................................................. 31 5. PROGRAMAS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL...................................................... 34 6. SISTEMA DE INFORMÁTICA PARA GESTÃO ACADÊMICA E ADMINISTRATIVA..36 7. INSTITUTOS: PROGRAMAS E CURSOS OFERECIDOS ................................................... 39 8. INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE......................................................................40 9. INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ...................................................................... 43 10. INSTITUTO DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS - IBEF ...........................................48 11. INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS - ICTA................................. 52 12. INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS (IEG) .................................................56 13. ESTRUTURA FÍSICA............................................................................................................ 60
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INTRODUÇÃO
O projeto inicial de criação e implantação de uma Universidade Federal da Integração Amazônica, com atuação multicâmpica, tendo como sede a cidade de Santarém-PA, foi entregue ao Exmo. Senhor Ministro da Educação Fernando Haddad, por ocasião da solenidade de celebração dos 50 anos da Universidade Federal do Pará, em Belém, no dia 02 de julho de 2007. A proposta recebeu de imediato, a adesão da comunidade científica nacional, por meio de duas de suas mais representativas entidades: • a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, em sua Reunião Anual, realizada em Belém, em julho de 2007; e • a Academia Brasileira de Ciências – ABC, em publicação intitulada “Amazônia: Desafio Brasileiro do Século XXI - a necessidade de uma revolução científica e tecnológica”, na qual destaca, como um dos desafios urgentes, a criação de novas universidades públicas, atendendo às mesorregiões que possuem densidade populacional que justifiquem tal investimento. Na Exposição de Motivos Interministerial n. 332/2007/MP/MEC de 11/12/2007, encaminhada ao Exmo. Senhor Presidente de República, os Senhores Ministros do Planejamento e da Educação, Paulo Bernardo Silva e Fernando Haddad, respectivamente, manifestaram que: A expansão da rede de ensino superior e a ampliação do investimento em ciência e tecnologia, promovendo a inclusão social, são objetivos centrais do Governo Federal e foco do debate sobre a reforma universitária. O desmembramento da Universidade Federal do Pará - UFPA e da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, com a criação de uma Universidade Pública, localizada no Oeste do Estado, atenderá não só a esses propósitos, como também à demanda de uma região com economia e cultura peculiares. Acreditamos Senhor Presidente, que a criação da nova Universidade ampliará oferta de ensino superior e, ao mesmo tempo, gerará conhecimentos científicos e tecnológicos necessários ao desenvolvimento, à prosperidade e ao bem estar de aproximadamente um milhão de habitantes da região, além de contribuir de forma estratégica em defesa dos nossos recursos naturais, gerando um desenvolvimento sustentável, como fator preponderante na manutenção da soberania nacional na região amazônica, repercutindo positivamente para o resto do mundo.
A Presidência da República acolheu a EM Interministerial, e enviou ao Congresso Nacional, em fevereiro de 2008, o Projeto de Lei-PL2879/2008, propondo a criação da Universidade Federal do Oeste do Pará. O Ministro da Educação instalou a Comissão de Implantação da nova Universidade, e empossou o seu Presidente, Professor Doutor José Seixas Lourenço, em solenidade realizada em Brasília, em 4/7/2008. Considerando a localização geográfica privilegiada da nova Universidade, na parte central da Amazônia (no coração da Amazônia continental), tendo uma extensa faixa de fronteira dos municípios de sua abrangência, com os vizinhos Estados do Amapá, Amazonas e Mato Grosso, bem como a Guiana e o Suriname, ela está sendo estruturada, com o objetivo de promover a cooperação internacional transfronteiriça, com a construção de vínculos institucionais duradouros, em atividades de pesquisa, formação de profissionais, e extensão, em temas de interesse comum entre os parceiros, por meio de uma rede multi-institucional, com a
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participação dos Estados da Amazônia Brasileira, e dos países membros da Organização do Tratado da Cooperação Amazônica. A nova Universidade tem, portanto, uma clara vocação para juntamente com as outras Universidades da Região constituir um verdadeiro projeto de integração – Universidade da Integração Amazônica -, aberta aos países Pan Amazômicos, na linha das recomendações emanadas do Encontro de Governadores da Frente Norte do MERCOSUL, realizado em Belém, em dezembro de 2007. Houve, por conseguinte, a proposta, acolhida entusiasticamente pelo Ministro da Educação, de alteração do nome da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA para Universidade Federal da Integração Amazônica – UNIAM. A UNIAM será a primeira Universidade pública instalada com sede no interior da Amazônia, e já nasce como uma instituição de médio porte, formada da junção das instalações, dos recursos humanos e materiais, bem como dos cursos de graduação e pós-graduação, já existentes, da UFPA, na região oeste do Pará (que inclui o Campus Universitário de Santarém, e os Núcleos de Óbidos, Oriximiná e Itaituba), e da UFRA (Unidade Descentralizada do Tapajós). A nova Universidade desenvolverá suas atividades numa vasta área, de mais de 500 mil km², que envolve todos os municípios das messoregiões do Baixo Amazonas e do sudoeste paraense, com uma população de cerca de um milhão de pessoas. Para responder às demandas e às vocações regionais, serão implantados, a partir de 2010, novos cursos de graduação e pós-graduação, cobrindo as diversas áreas do conhecimento, que, em seu conjunto, irão agregar a oferta de mais de 1.600 novas vagas as 350 já ofertadas, anualmente, nos nove (9) cursos regulares de graduação existentes em Santarém (Engenharia Florestal, Sistema de Informação, Direito, e as Licenciaturas em Letras, Pedagogia, Física, Matemática, Biologia e Geografia). Por outro lado, é inquestionável a importância da pesquisa e da pós-graduação para o desenvolvimento regional. A pós-graduação tem um papel crucial na produção de recursos humanos altamente qualificados, e no avanço do conhecimento, por meio da formação de futuras gerações de profissionais, que, por sua vez, podem contribuir para o efetivo exercício da cidadania e da soberania na região. Foi, recentemente, aprovado pela CAPES o Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia, em nível de Mestrado, já iniciado no primeiro semestre de 2009, no Campus Universitário da UFPA em Santarém. Portanto, a implantação da Universidade Federal da Integração Amazônica - UNIAM se constitui como um importante instrumento para a formação de recursos humanos e produção de conhecimentos necessários ao desenvolvimento sustentável da Região Amazônica, em especial da Região Oeste do Pará. A UNIAM possibilitará estudos acerca da realidade de uma região compartilhada por oito países que tem características comuns, tais como: a questão da segurança nacional em uma região que possui um enorme vazio demográfico; o equilíbrio do desenvolvimento sustentável das populações tradicionais que residem no maior ecossistema florestal do mundo; as distâncias geográficas dos aglomerados populacionais que convivem com um distanciamento dos centros político e econômico dos países, que dificulta ainda mais a ação política dos Estados; e os problemas ambientais, com destaque da questão do gerenciamento dos recursos hídricos, florestais e minerais.
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O compartilhamento desses problemas repercute na necessidade de organizar ações integradas e articuladas entre os diversos Estados da Amazônia Brasileira e os países que compõem a Amazônia Continental, pois a resolução dos mesmos não partirá de uma visão reducionista de fronteiras físicas, mas de um processo conjunto que requer uma articulação entre sujeitos que estão na região, cita-se como exemplo as questões ambientais que não têm fronteiras e surgem nos países amazônicos a partir de problemas comuns, como a exploração desordenada da madeira, garimpos ilegais, dentre outros. Acrescenta-se a essa questão, o fato da maioria dos países que compõem esse grande complexo natural compartilharem também de recursos naturais comuns. A maior parte dos programas e projetos sobre a Amazônia trata, geralmente, de espaços circunscritos (micro/mesorregião, Estados) por fronteiras político-administrativas, e/ou são monodisciplinares. A UNIAM desenvolverá projetos integrados que ultrapassem estas fronteiras, e que estejam orientados para a compreensão do mundo amazônico, com abordagem holística (cada fato, físico ou social, torna-se um fato "total", combinando os aspectos ambientais, sócioeconômicos e culturais). O modelo institucional e acadêmico a ser adotado para a implantação da UNIAM será multicampi, o que permitirá a exploração do potencial sócio-ambiental de cada subespaço da região, servindo, ao mesmo tempo, de pólo integrador desses subterritórios. O quadro de pessoal previsto para a Universidade será composto, além do existente (83 docentes e 59 técnicos-administrativos), dos mais 432 cargos de docentes (3º grau), 120 técnicoadminstrativos de nível superior e 212 cargos de técnicos-adminstrativos de nível médio conforme Projeto de Lei mencionado. O campus principal da UNIAM em Santarém está sendo instalado em área pertencente ao patrimônio da União, a qual havia sido cedida à SUDAM, e que, ultimamente, vem sendo compartilhada por algumas instituições federais, tais como UFRA, UFPA, INPA, IEL e EMBRAPA, constituindo o chamado Núcleo de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia NDSA. No Plano Diretor da UNIAM está definida uma área de uso interinstitucional de modo a acolher aquela, e outras unidades de pesquisa que queiram estabelecer acordos de cooperação técnico-científica. Assim como no Campus I da UFPA em Santarém, localizado na Av. Marechal Rondon, Bairro do Caranazal, onde funcionam sete (07) cursos de graduação e um (01) curso de pós-graduação stricto sensu. Está também sendo regularizada, em favor da UNIAM, uma grande área de cerca de 70mil hectares no município vizinho de Prainha, onde foi instalada pela SUDAM, a Estação Experimental de Curuá-Una, com experimentos silviculturais sobre mais de 100 espécies florestais tropicais, testes de manejo florestal em escala comercial, bem como estudos biológicos. A área dispõe de facilidades, tais como alojamento, escritório, refeitório, necessárias para a realização de um amplo programa de cooperação regional, nacional e internacional. É auspicioso o fato do Governo do Estado do Pará, através de sua Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, estar estruturando o Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós, com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES, o qual se pretende que seja instalado na área do campus de Santarém, na nova Universidade. Visando contribuir para o fortalecimento do sistema regional de CT&I, o Governo do Estado do Pará, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia
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(SEDECT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), lançou o Edital n. 001/2009 - Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional – DCR, que tem como objetivo, estimular a fixação de 20 doutores com experiência em ciência, tecnologia e inovação, no Campus da UFPA de Santarém e/ou na UFRA/Campus de Santarém, as quais serão partes integrantes da UNIAM, para que atuem nas áreas selecionadas (Ciência e Tecnologia Florestal, Ciência e Tecnologia de Águas Interiores, Pesquisa de Recursos Naturais da Amazônia, Tecnologia e Sistemas de Informação e Comunicação, Ensino de Ciências, Modelagem Matemática e Computacional, e Geologia), consideradas estratégicas para o desenvolvimento do Estado e da mesorregião. Por iniciativa da Comissão de Implantação da nova Universidade, em parceria com a UFRJ, está sendo realizado o Projeto Piloto “Agenda Cidadã”, com apoio da Secretaria de Educação Básica - SEB/MEC e participação da Secretaria de Educação do Estado do Pará SEDUC e da Secretaria Municipal de Educação de Santarém - SEMED, tendo por objetivo apoiar o ensino de ciências nas escolas de educação básica, em articulação da universidade pública com o sistema estadual e municipal, por meio de um processo comunitário de construção da cidadania, com a efetiva participação dos jovens estudantes, na perspectiva do desenvolvimento regional sustentável. A proposta tem como público-alvo as Escolas da rede pública municipal (51 Escolas) e da rede pública estadual (29 Escolas) de Educação básica no Município de Santarém-PA, envolvendo 800 alunos da Educação Básica, 80 professores da Educação Básica, 90 graduandos, 15 professores universitários e 6 técnicos.
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1. UNIAM: ASPECTOS SÓCIO AMBIENTAIS E EDUCACIONAIS
Um novo ciclo de valorização se configura para a Amazônia no início do novo milênio. A revolução científico-tecnológica e a crise ambiental, ao gerarem um novo modo de produzir e um novo padrão de desenvolvimento, não só alteram a base tecno-produtiva e a organização da produção e do trabalho, como também as relações da sociedade com a natureza e seus recursos. À ela são atribuídos novos significados: sua conservação é considerada indispensável pela consciência ecológica mundial, enquanto as novas tecnologias a valorizam como capital natural de realização atual e futura. A importância estratégica da Amazônia assume novas dimensões. Sua extensão territorial adquire o significado de um duplo patrimônio, o de terras propriamente dito, e o de um imenso capital natural. Acresce que, dadas a continuidade dos ecossistemas e as redes de relações hoje existentes, só se pode pensar a Amazônia em termos continentais. Por outro lado, sua posição geográfica torna-se estratégica como meio entre os novos blocos de poder norte-americano, europeu e asiático, favorecendo a política multilateralista perseguida pelo Brasil. Tais potencialidades aliadas às baixas densidades demográficas fazem convergir para a região múltiplos e conflituosos interesses, mas também representam oportunidade, impar no mundo de hoje, de promover uma utilização sustentável de sua base de recursos, fundada na identidade cultural e na diversidade social, que constituem inestimável fonte de saber local e de conhecimento ímpar sobre as relações do homem com o trópico úmido. A Amazônia pode ser vista, pois, como o lugar privilegiado de uma experiência pioneira e criativa, cabendo ao governo federal a responsabilidade de lidar com esse imenso patrimônio como uma questão regional, nacional e global. É o desafio de transformar capital natural da região em ganhos econômicos e sociais, de maneira ambiental e necessariamente inovadora. Nessa região ainda é possível a concepção de um novo modelo de produção e consumo sustentável dos recursos naturais que permita não somente desenvolvimento socioeconômico, mas também a conservação da natureza e da cultura dos povos que nela habitam. Portanto, a Educação, a Ciência e a Tecnologia têm um papel crucial no enfrentamento desse desafio; e o Ensino Superior, fundamentalmente público, precisa passar a responder por isso, uma vez que está, em grande parte, restrito às capitais da região. No entanto, em que pese a Amazônia possuir instituições científicas antigas e de excelente qualidade, elas precisam de acréscimos cooperativos que aumentem o alcance e a distribuição espacial para a execução de uma estratégia visando estabelecer, com essas parcerias, um novo paradigma de C,T&I para a região, capaz de impactar decisivamente o seu desenvolvimento. A carência do quadro de recursos humanos e de infra-estrutura de pesquisa e de desenvolvimento tecnológicos, por todos reconhecida, é, sem dúvida, um entrave básico a ser superado e somente uma política pública de interiorização qualificada do ensino superior poderá vir a contribuir para a superação dessas deficiências. O sucesso no desafio do desenvolvimento da região só poderá vir por meio desse efetivo investimento em educação, ciência e tecnologia, de modo a contribuir de forma estratégica para a defesa do nosso patrimônio natural e cultural, gerando um desenvolvimento que seja sustentável, fator preponderante na manutenção da soberania nacional na Amazônia, repercutindo positivamente para o país e para a comunidade internacional.
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Em termos físicos, a região Amazônica, é a maior extensão de floresta tropical do mundo. Na sua bacia hidrográfica está a quinta parte das reservas mundiais de água doce, numa imensa rede de rios, compartilhada por oito países, sendo, portanto, um elemento natural de interligação entre estes. No campo do desenvolvimento tem-se observado que, ao longo dos períodos de ocupação, existiu uma distinção entre o processo produtivo, o processo educativo e a sustentabilidade. Essa falta de conectividade possibilitou crescimentos estanques na região com repercussões pontuais e sem continuidade, muitas vezes com resultados negativos, principalmente de caráter social. A região apresenta, também, um mosaico de cultura, etnias e valores, que precisam ser preservados e que, em consonância com as discussões acerca da diversidade, tem tomado espaço significativo nos debates e políticas públicas e não poderiam de deixar de ter destaque em qualquer discussão sobre alternativas de desenvolvimento para o futuro da Amazônia. Qualquer direcionamento de políticas para a integração amazônica impõe não só o fortalecimento dos setores públicos e orientações precisas para o setor privado, mas, especialmente, o que diz respeito ao descompasso extremamente mais acentuado entre as áreas rurais e urbanas. E isso é verdadeiro também para a área da educação: ainda que a região norte sofra integralmente descompassos em relação às outras regiões do país, em seu interior as desigualdades educacionais ficam mais extremas entre as grandes cidades, como Manaus e Belém, por exemplo, e as áreas mais interiorizadas e rurais. Há universidades federais e estaduais em quase todas as capitais da região, mas o restante padece ainda mais de faltas desse tipo, de modo que as deficiências de pessoal qualificado potencializa os problemas locais, abandonando suas comunidades a um ciclo perverso de pobreza e abandono milenar, porque uma educação mais acessível e de melhor qualidade não chega a ela – daí a importância da criação de uma universidade regional integradora que, para atender a seu amplo e isolado interior, terá que também desenvolver inovações no ensino, no acesso e na comunicação a seus bens educacionais. Outro aspecto importante é o crescimento acelerado da população urbana. Os vazios demográficos e a distância dos centros de decisões políticas e de circulação econômica tem proporcionado uma elevação acelerada a nível regional na taxa populacional urbana (60% da população), e um conseqüente desordenamento territorial, ainda que observe-se uma leve tendência ao crescimento da população rural, satélite às maiores cidades, especialmente a partir do ano 2.000. Isso se deve à expansão da agropecuária e migração associada de famílias oriundas de regiões à sul, mais recentemente do Mato Grosso, também gerando problemas de ajustes ambientais e sociais que, com toda certeza, merecem mais atenção dos governos, especialmente federal, dado que não se restringe às fronteiras políticas dos estados federativos. Assim é que alguns fatores são preponderantes para o desenvolvimento regional: a superação da pobreza e a viabilidade de geração de riqueza e renda, que tem que levar em consideração o locus e valores dos habitantes, especialmente nativos. Mas, principalmente, há que conseguir romper com modelos de crescimento econômico desequilibrado entre classes sociais, degradação da natureza e desrespeito à cultura dos povos, missão que, certamente, depende de uma política de produção de conhecimento endógeno e formação adequada de recursos humanos que uma universidade pública de qualidade poderá propiciar.
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Levando-se em consideração o desenvolvimento humano da região Norte no contexto nacional, verifica-se que a região ainda vivencia graves problemas. O IDH é decrescente entre as regiões Sul/Sudeste e Centro Oeste, estes mais elevados do que em relação às regiões Norte e Nordeste, onde estes índices são menores. No entanto, existe ainda uma divisão expressiva entre os Estados do Norte e Nordeste, estes últimos com IDH ainda melhores que os primeiros. Portanto, a atenção mais urgente deve dar-se para a região norte e, dentro desta, para seu interior, aonde estão os piores índices nacionais. Cabe aqui ainda ressaltar que a geografia econômica está mais consolidada nas três primeiras regiões mais a sul, onde a produção, atividade econômica e renda estão bem mais concentradas, e que, mesmo existido uma tendência de migração de setores produtivos para as outras regiões mais ao norte, pode não representar uma alternativa, por falta de pessoal qualificado. Neste cenário, a educação se apresenta como vetor de melhoras no IDH, não só em termos de qualificação, mas de possibilidades para o desenvolvimento regional, com implicações para o desenvolvimento nacional. Há a necessidade de pessoas qualificadas para fortalecer a inserção de novas alternativas nos deslocamentos dos eixos produtivos. A formação qualificada de recursos humanos de nível superior e a geração de conhecimentos - que se origina numa nova atitude científica e repercute nos processos de P&D - são condições específicas e essenciais para a exploração de conexões criativas que gerem produtos, processos e serviços que produzam vantagens competitivas nacionais. Isso não acontece sem boas instituições de ensino superior! Em termos de acesso à educação superior, a região norte apresenta um atraso na superação das desigualdades regionais em relação à proporção de oferta de vagas, levando-se em conta o total da população no país. Segundo o INEP (2006), a Região Sudeste, que concentra 49% do total de matrículas do país, possui 42% da população; a Região Nordeste tem 16% das matrículas e 28% da população; a Região Sul tem 19% dos alunos matriculados na graduação e 15% da população; a região Centro-Oeste tem 9,5 % das matrículas e 7% da população. Mas, no caso da Região Norte, a oferta de vagas chega a 5,9% das matrículas, sendo que a região representa aproximadamente 8 % em relação ao quantitativo total da população nacional. Certamente que trata-se da região mais premente de vagas para o ensino superior e, neste caso, especialmente públicas, dadas as condições financeiras das populações locais. Em números, das 1.753.068 de vagas ofertadas no ensino presencial em 2006, a Região Norte correspondeu a 100.303 vagas, sendo que destas 66.926 foram ofertadas por instituições privadas, certamente potencializando mais ainda os déficits regionais e, no seio da região, as desigualdades entre as áreas urbanas, rurais e ribeirinhas mais interiorizadas. Levando-se ainda em consideração os dados INEP (2006), a Região Norte possui cerca de 755.773 jovens no ensino médio e o número de matrículas no ensino superior só chega a 13,27% desse público. Somado à demanda acumulada ao longo dos anos, termina por representar um universo ainda mais reduzido, uma injustiça social muito mais acentuada! Tem-se, também como foco, a migração acadêmica, ainda tão comum entre o corpo docente da região Norte, principalmente no quadro de docentes doutores, que abandonam suas instituições, especialmente após obterem melhor qualificação. Nesse sentido, para a viabilização do desenvolvimento sustentável da região, faz-se necessário ainda mais investimento no fortalecimento da formação de profissionais para a ciência, voltados à produção do conhecimento científico local, organizado coerente e significativo.
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No entanto, a diversidade e a singularidade dessa região representam, ao mesmo tempo, uma grande possibilidade de produção de novos conhecimentos, como também um desafio para a construção de alternativas do desenvolvimento sustentável. Esse desafio de uma nova universidade deverá estar articulado entre a produção científica acadêmica e a valorização dos conhecimentos locais, pois além de ser uma região que possui uma vasta diversidade biológica, possui também uma diversidade de povos, costumes, culturas e valores que precisam ser estudados e valorizados. Frente a um cenário como este, a determinação do governo federal em criar uma universidade que, contribuindo com as outras, esteja voltada para a integração amazônica e direcionada ao seu interior será um passo decisivo para o desenvolvimento não só regional, mas, principalmente nacional, pois trata-se de sua maior e mais importante fronteira física, social e de desenvolvimento. A criação da Universidade da Integração Amazônica - UNIAM atende a esses objetivos. Será criada no centro geográfico da Amazônia brasileira, a qual compreende: 60% do território nacional; um terço das florestas tropicais; e local que comporta, aproximadamente, 50% da diversidade biológica do planeta. A magnitude e diversidade de suas riquezas naturais são características únicas deste Bioma, abrigando cerca de 15% da água doce não congelada do planeta e 80% da água disponível no território brasileiro. Possui meio bilhão de hectares de solos com aptidão agrícola e um subsolo com gigantescas reservas de minérios (ferro, bauxita, ouro, cassiterita, entre outros). A UNIAM - que será implantada diretamente no coração da Amazônia - exercerá uma influência considerável sobre a área de domínio da BR-163 Sustentável. É uma região de grande interesse dos movimentos ambientalistas, sociedade civil organizada, setores empresariais e autoridades governamentais. Entretanto, por outro lado, tem-se a ocupação desordenada das terras públicas, conflitos sócio-ambientais, expansão da pecuária e cultivos extensivos de grãos na Amazônia Central. A BR-163 liga o Planalto Central do Brasil até a confluência dos rios Amazonas e Tapajós, conectando a região central do Brasil à Amazônia Central e aos mercados mundiais, pela localização estratégica que tem a cidade-porto de Santarém-PA, escolhida como matriz, cidade-foco de expansão desta política de interiorização do ensino superior público na região. A localização do porto de Santarém tem a vantagem competitiva de diminuir consideravelmente tanto os custos de transporte da produção do Centro-Oeste para os portos europeus e dos Estados Unidos quanto aqueles associados aos produtos industrializados na Zona Franca de Manaus para o Centro-Sul do país. Representa muitíssimo para o país, mas precisa de ter um direcionamento de C,T&D que tenha novos padrões e que atenda aos princípios de sustentabilidade ambiental por que clama o nosso país e o mundo contemporâneo. Isso não se atingirá se, na região, não se desenvolver uma universidade extremamente qualificada para a abordagem desses aspectos tão complexos. Essa é a missão da UNIAM e ela começa a responder por ela já, iniciando seus cursos logo, a partir de março de 2009, com uma das mais inovadoras propostas de formação de recursos humanos de nível superior que garantam à sociedade brasileira a produção de conhecimentos efetivamente inovadores para lidar com uma região como a nossa Amazônia!
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2. ESTRUTURA ACADÊMICA DA UNIAM
(A) A Formação Geral na UNIAM (Sistema UNIAM) A Universidade Federal da Integração Amazônica - UNIAM se constituirá como um Sistema UNIAM devido a integração que buscará constituir entre suas partes – sejam elas administrativas ou acadêmicas, locais, nacionais ou internacionais, conforme os elos que estabeleça. Sua concepção curricular modular e flexível também atenderá à esta condição, buscando a integração entre seus conteúdos, numa concepção modular que possibilite o máximo aproveitamento de sua produção acadêmica por todos os componentes do sistema e com oferta diversificada em termos de horários, tipo e local de acesso aos diferentes campi e modalidade de ensino com variado grau de presencialidade, especialmente possibilitados pela mediação tecnológica que se pretende dar ao processo formativo acadêmico regular, de modo que a grande parte de sua produção acadêmico-científica esteja permanentemente disponível em diversas mídias e accessível continuamente ao seu alunado. Dada a flexibilidade curricular, o aluno poderá candidatar-se a cursar gradativamente habiliatções diferentes, mas complementares. Disporá de três ciclos de estudos: 1o Ciclo Básico de Estudos Amazônicos, com a duração de um ano; 2o Ciclo de Graduação Profissional, com diversas possibilidades de duração para as variadas habilitações profissionais; e o 3o Ciclo de Formação Continuada - Pós Graduação da UNIAM, com inúmeros cursos de Especialização, Mestrado e Doutorado. Ainda que as aulas devam estar concentradas entre os períodos da manhã e da noite, a UNIAM funcionará em três turnos – matutino, vespertino e noturno, respectivamente das 7.30 às 12.30 horas; 13 às 18.00 h; e 18.30 às 22.30 h – para atender mais adequadamente às demandas específicas de estudo, estágios variados e acesso aos meios (biblioteca e material audiovisual) por seu diversificado alunado, bolsistas de pesquisa, nas inúmeras atividades extraclasse e eventos especiais. Haverá funcionamento aos sábados das 8.00 às 18 horas, para atendimento presencial aos cursos a distância, bem como atividades especiais dos outros cursos, especialmente noturnos, sempre coordenadas entre si. Acesso e Promoções no Sistema UNIAM de Educação Continuada O acesso dos estudantes dar-se-á gradativamente, após o ENEM, em duas diferentes fases do processo seletivo, cada qual consistindo de um percurso seguido de uma etapa avaliativa final para aquela fase. Qualquer outra promoção dentro do Sistema de Educação Continuada da UNIAM, seja na graduação ou na pós graduação, dar-se-á sempre mediante exames, provas ou entrevistas, e/ou avaliações do desempenho anterior e resultados classificatórios, definidos pelos Conselhos da Instituição.
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Acesso à UNIAM 1.
1a fase - Entrada Geral/EG em Instituto da UNIAM: acesso à UNIAM sem exame vestibular, mas por meio do resultado obtido no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), com resultado igual ou acima dos valores mínimos a serem oportunamente definidos pela instituição (linha de corte), com a possibilidade de duas opções dentre os (5) Institutos da UNIAM. Haverá ainda um indicativo de dois cursos dentre as diversas opções de curso existentes nos respectivos Institutos selecionados, opções estas neste momento ainda preliminares, mas que deverão ser efetivadas na 2a fase do processo seletivo, com início após a conclusão de um ciclo básico comum a todos os cursos, de natureza multidisciplinare interdiciplinar (Ciclo Básico em Estudos Amazônicos) e a análise do desempenho do aluno neste ciclo. Assim sendo, ao final do Ciclo Básico - primeiro ano de estudos multidisciplinares (dois semestres) comum a todos os cursos - o aluno passará à 2a fase do processo seletivo, podendo confirmar ou não (alterar) sua opção inicial em relação ao Instituto a que esteve inicialmente matriculado. Dependendo de sua classificação em função de seu desempenho acadêmico anterior, poderá então ter acesso às diversas disciplinas interdisciplinares ofertadas no Instituto e que são comuns a todos os cursos daquele Instituto (Semestre Interdisciplinar do Instituto).
2.
2a fase do processo seletivo - curso de um Semestre Interdisciplinar do Instituto e candidatura posterior ao Curso/EC. Somente após a conclusão do terceiro semestre, tendo o aluno obtido índice de desempenho satisfatório para a classificação em função do número de vagas, terá, enfim, acesso efetivo ao curso para o qual tiver optado, podendo também fazer duas opções dentre os cursos do respectivo Instituto.
Desta forma, entre sua aplicação para o acesso à UNIAM e o acesso propriamente ao curso, o aluno deverá cumprir um fluxo de três semestres (dois no Ciclo Básico) e apresentar desempenho acadêmico contínuo e suficiente para sua classificação no curso específico pretendido, passando tanto pelo conhecimento integral da instituição, seus projetos e cursos, quanto pelos cursos integrados aos (5) Institutos existentes. Entretanto, além da permanente possibilidade de alteração de suas opções, se, porventura, o aluno ainda não tiver obtido índice suficiente para entrar no Instituto ou curso pretendido, poderá continuar seu curso em turmas especiais, atendendo a módulos de ensino que lhe possibilitarão, no semestre seguinte, uma reclassificação. Estas situações especiais poderão ocorrer por um prazo máximo de um ano. No segundo semestre nesta condição, o aluno será individualmente acompanhado por um tutor – este orientado por professores -, até submeter-se novamente à seleção para a nova opção, seja ela de Instituto ou de curso. Se, após estas duas oportunidades ao longo de um ano de estudos e, ainda assim, o aluno não tiver alcançado índices suficientes para ser admitido num curso da UNIAM de sua escolha, mas tiver tido índices satisfatórios, sendo aprovado no Ciclo Básico, poderá obter, como Curso Livre de natureza extensionista, um Certificado em Estudos Amazônicos com todo o seu percurso acadêmico
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registrado, encerrando assim este período na Instituição. Novas entradas em outros níveis da estrutura dependerão sempre de novos processos seletivos. Uma vez aprovados os critérios nos conselhos superiores da UNIAM, os Institutos poderão ter autonomia relativa aos seus critérios seletivos. Poderão adotar, inclusive, exames especiais para a seleção de seus alunos no seu percurso acadêmico, bem como à definição de outros aspectos essenciais que julguem necessários para o seu melhor desempenho como instituição pública de ensino superior que deve ser capaz de ajustar-se à realidade do país e, especialmente, às suas condições locais. (B) Os Princípios e o Objetivo Geral Os Princípios que orientarão a formação profissional na UNIAM serão: • • • • • • •
a identificação com os valores éticos fundamentais da humanidade; o respeito à diversidade cultural em nossa sociedade; a preservação do meio ambiente, especialmente o amazônico; a garantia destes valores para a produção do conhecimento e a formação especial dos seus recursos humanos, multi, inter e transdisciplinares; o compromisso com a identidade regional numa visão integrativa de toda expressão amazônica, cultural, econômica e ecológica; perseguição dos parâmetros de sustentabilidade integral do ambiente global; contribuir para a soberania do país, o compromisso social e o desenvolvimento dos povos da Amazônia; em uma atitude institucional compatível com os tempos contemporâneos da Humanidade.
Objetivo Geral: Produção de conhecimento identificado com os princípios de uma efetiva e integral sustentabilidade da Amazônia e Formação de Recursos Humanos de nível superior capacitados para este fim, numa concepção de Educação Continuada, em que a formação e capacitação oferecida seja de qualificação multidimensional, integrada entre as diversas áreas do conhecimento; e contínua, com seus cursos tendo caráter cumulativo na história de vida de seu alunado; buscando sempre que diferentes níveis de certificação possam ser obtidos, conforme o desempenho alcançado. (C) As Diretrizes para a Formação Profissional Em conformidade com os parâmetros que estão se constituindo no mundo globalizado e a necessidade de flexibilidade curricular, capilaridade entre os cursos e o fluxo dos alunos e professores, nos diferentes sistemas nacionais e internacionais, a formação na UNIAM dar-se-á em três ciclos: • Ciclo Básico em Estudos Amazônicos ao longo de um ano de estudos por meio de módulos de ensino com oferta contínua; • Um Segundo Ciclo, Profissional em nível de Graduação, com um primeiro semestre, terceiro do curso, interdisciplinar comum para todos os cursos do Instituto (Semestre Interdisciplinar do Instituto) que constituirão os vários semestres seguintes; e, por fim,
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•
O Terceiro Ciclo, de Formação Continuada, em nível de Pós-Graduação, lato e stricto sensu. O Sistema de Matrícula/SIMA na UNIAM também será integrado entre os três ciclos, numa concepção de educação continuada, por meio de registro acadêmico com numeração única. No Histórico Escolar do aluno constará sempre todo o seu percurso na instituição, seja ele como graduação ou pós graduação, assim como todas as atividades extensionistas que tiver participado. A passagem gradativa do aluno ao longo destes ciclos dar-se-á sempre por meio de avaliação do seu desempenho acadêmico (Índice de Desempenho Acadêmico/IDA), registrado através dos conceitos e notas que obtiver ao longo do curso. Este IDA também poderá estar associado a outras avaliações complementares, definidas pela instituição, bem como avaliações específicas que os Institutos venham a considerar. Para isso, antes dos momentos específicos das avaliações necessárias às definições ao longo dos cursos, o aluno informará, confirmando ou alterando suas opções iniciais, suas alternativas prioritárias de escolhas relativas tanto (a) ao Instituto quanto ao (b) Curso desejados na UNIAM, podendo apresentar sempre no máximo duas opções: (i) 1a opção – a sua escolha principal (maior peso); e (ii) 2 a opção - a escolha alternativa, O aluno não deseje alternativa alguma (opção única/OU), ainda poderá ter outra chance de melhoria de seus índices, permanecendo no nível em que está, em alguma condição especial, inclusive com possibilidades de acompanhamento tutorial, para o alcance de índice que lhe possibilite a entrada naquele único Instituto ou curso almejado. Os dados serão sempre de conhecimento do aluno, ainda que sejam sigilosos. Índice de Desempenho Acadêmico - IDA O aluno da UNIAM terá o aproveitamento acadêmico acompanhado permanentemente ao longo de sua inserção nos processos acadêmicos da UNIAM, por meio do registro contínuo de seus dados e resultados. Isso gerará um “índice” denominado de Índice de Desempenho Acadêmico – IDA, que servirá sempre como um dos parâmetros para avaliação de seu desempenho acadêmico na UNIAM. Poderá ser complementado por outros parâmetros, conforme a etapa seletiva em que esteja inserido, como outros resultados em exames ou entrevistas específicos para determinado fim de acesso a patamares diferenciados, dentro do processo de educação continuada que se pretende desenvolver nesta universidade. Haverá ainda condições especiais de oportunidades para os candidatos que ainda não conseguirem atingir os patamares exigidos para o acesso a determinadas instâncias acadêmicas da UNIAM. (i) Uma delas é o preenchimento de todas as vagas existentes nos cursos e módulos de ensino para alunos especiais/AE, quando candidatos externos que ainda não conseguiram ser selecionados num determinado momento, caso venham a ser admitidos, possam ter reconhecidos os créditos cursados anteriormente nestas condições especiais. (ii) Outra situação é aquela em que o aluno, mesmo já estando na instituição, aprovado em
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instâncias anteriores, não tenha ainda alcançado resultado suficiente para o avanço e entrada específica num determinado curso de opção posterior, complementar ou sequencial ao seu de origem, mas que poderá prosseguir nos seus estudos cursando - em caráter especial (turma, turno ou modalidade especial, onde haja vagas). Neste caso, poderá cursar - como aluno-turno especial/atn, aluno-turma especial/atm, aluno-modalidade especial (presencial ou a distância) /amp ou amd - as disciplinas que possibilitarão o aproveitamento futuro no nível seguinte que deseja atender. (iii) Há ainda a possibilidade de um aluno regular em determinado curso ou habilitação também não ter conseguido atingir o critério seletivo para outro curso ou modalidade de ensino, o que lhe possibilitará também a condição de aluno regular especial/are para a instância pretendida. Por fim, há ainda a possibilidade de vagas especiais/ve serem criadas ad hoc em determinadas turmas para atender situações específicas mais imediatas. Deste modo, a UNIAM pretende possibilitar uma atuação sistêmica que consiga manter um funcionamento completo, regulado proximamente ao idealizado como melhor, de modo a apresentar resultados de economia e aproveitamento máximo de seus recursos humanos, estruturais e financeiros, ao mesmo tempo em que garanta ao cidadão que deseja pertencer a seus quadros, o máximo de oportunidades, sempre estimulado pelo melhor desempenho. Com este estímulo ao bom desempenho acadêmico (especialmente o “IDA” qualificado para o respectivo fim), o aluno disporá de mais chances ao seu alcance, desde que dedique-se bastante ao estudo. Também haverá menos perdas institucionais ao longo do processo, favorecendo sobremaneira a economia acadêmica, sem perda de tempo, porque os créditos obtidos num determinado curso ou habilitação poderão ser computados para a efetivação em cursos. A possibilidade de reaproveitamento onde haja vagas só potencializa positivamente este processo. Favorece ainda, com baixo custo, a abertura de condições especiais, seja por meio de novas turmas, novas ofertas em outras modalidades de ensino, além de outros turnos. A Mediação Tecnológica A mediação tecnológica possibilitará que todos os procedimentos pedagógicos sejam analisados em termos da diversidade de oferta, para atender as mais diversas condições de ensino e aprendizagem do aluno, inclusive possibilitando o seu acesso aos conteúdos mesmo após a sua vivência em sala de aula presencial. Para tal, as aulas, principalmente do Ciclo Básico, serão disponibilizadas para o acesso do aluno tanto on line (internet) quanto off line, em arquivos disponíveis em Audio-Visualtecas/AVTecas (CDs, CDRoms, DVDs etc...) na Biblioteca Central, do mesmo modo que a Bibliografia Impressa (Coleções, Livros e Artigos), e nos diversos campi e pólos do Sistema UNIAM.
(D) O Funcionamento em Três Turnos A UNIAM funcionará em turnos pela manhã, tarde e noite, para que se busque uma organização que aproveite ao máximo a distribuição dos cursos no espaço institucional (locais dos cursos e disciplinas) e tempo de permanência dos alunos nos campi. A oferta das vagas será
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para dois turnos, manhã e noite, ficando o turno da tarde para as atividades completamentares (estudo, pesquisa e extensão) à formação dos alunos. Buscar-se-á a melhor economia quanto à oferta desses cursos, com o maior aproveitamento possível de recursos em relação ao tempo, para que também possa melhor atender às condições particulares da vida de seu alunado, especialmente com possibilidades para o estudo individual, estágio e/ou pesquisas, com acesso aos meios disponíveis na instituição. As características especiais de seu alunado, com grandes deslocamentos espaciais para realizar seus estudos, e, também, imensas dificuldades de transporte e subsistência, foram especialmente consideradas nesta definição por diferentes turnos, com atividades mais concentradas. As ofertas das disciplinas serão o mais próximas possíveis, em termos de organização temporal e espacial, para evitar dificuldades ao tipo de alunado da região. Isso também minimizará custos da instituição porque diminuirá perdas devido a vagas de horários, mau uso dos recursos humanos, como tempo ocioso ou perdido, deslocamentos dos indivíduos, atrasos, desistências por dificuldades ou impossibilidades de continuar os estudos etc. Além disso, também estará mais ajustado ao clima regional. Tampouco haverá impedimentos para que o aluno se tiver condições, possa avançar no seu curso, seja por cursar outras disciplinas em outro turno, desde que haja vagas, seja por avançar em sua formação por meio dos projetos de pesquisa e de extensão, também exigidos para complementação dos créditos necessários à conclusão do curso, passíveis de serem realizadas em outro turno que não o de curso nas aulas. A organização clara e inequívoca dos turnos possibilitará aos Institutos maior racionalidade em sua programação, facilidade para o atendimento dos alunos e organização do tempo docente. Evidentemente o corpo técnico-funcional deverá ser suficiente para atuar nos três turnos e inclusive aos sábados, cada funcionário cumprindo o total de horas previstas pela legislação e servindo em dois desses turnos consecutivos (manhã-tarde ou tardenoite). De igual modo, o corpo docente também deverá atender em dois turnos, neste caso podendo ser alternados. Este tipo de organização funcional exige maior flexibilidade – e obviamente fiscalização - para que possa ajustar-se ao tempo exigido para as aulas noturnas e aos sábados, mantendo as atividades programadas para o horário vespertino. É facilmente passível de compensação específica, inclusive às tardes, se houver necessidade. Os períodos diários de aula serão: Matutino: das 7.30-9.00 h; 9.10–10.40 h; intervalo de 20 minutos (10.40 às 11 h); 11–12.30 h Vespertino: das 14.30-16.00 h; intervalo de 30 min.; 16.30-18.00 h Noturno: das 18.30 às 20.00; intervalo de 30 min.; 20.30 às 22.30 h. Aos sábados deverão atender a aulas no período de 9.30 às 11.00 e de 11.30 às 12.30, para Atividades Extra-Classe.
(E) O Modelo Acadêmico 1. O Ciclo Básico O ciclo básico será de natureza formativa geral e multidisciplinar para todos os cursos, com os créditos aproveitáveis na regulamentação de todos eles. Terá a duração de dois semestres com 400 horas de estudos, totalizando o ciclo com 800 horas como um Ciclo Básico de Estudos Amazônicos. Terá a finalidade de contextualizar o estudante para os aspectos mais fundamentais
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da região-foco, suas características e problemas contemporâneos, de um modo fundamentado pelas várias ciências básicas relacionadas com isso, sejam exatas, naturais, sociais e humanas, bem como com as outras expressões do conhecimento que caracteriza a região e que se projetem do local para o global. Esta formação inicial básica do aluno, que será comum a todas as carreiras profissionais da UNIAM, buscará portanto garantir a visão integrada da realidade e processos que ocorrem na natureza e sociedade - especialmente amazônica - e que se voltam para as mais diversas expressões do desenvolvimento nas comunidades e para a promoção humana. Também deverá prover ao aluno informações básicas sobre as ciências e os Institutos da UNIAM, seus cursos e as pesquisas que desenvolve, trazendo mais informações sobre as carreiras profissionais sobre sua responsabilidade, de modo a favorecer as opções profissionais do aluno com mais conhecimento, informações e experiências. Para tal, no Ciclo Básico, o aluno deverá passar um tempo mínimo de duas sessões totalizando 8 horas (4 h cada), em cada um dos cinco Institutos da UNIAM, num total mínimo de 40 horas neste ano. A aprendizagem, na graduação, de pelo menos uma língua estrangeira em nível de compreensão de textos será obrigatória, mas não incluída no total de horas mínimas dos cursos. Consiste de um nível básico que será oferecido pela universidade, por meio dos laboratórios de línguas existentes, acompanhados por tutores e professores do curso de Letras e com exame de proficiência sempre que o aluno quiser a certificação em alguma língua. Ele pode ou não contar com isso como atividade extra-classe, até um máximo de 60 horas de créditos no Ciclo Básico. O aluno poderá cursar quantas línguas quiser, sempre com certificação resultante de exame de proficiência na língua escolhida, no ciclo básico correspondendo a um nível mínimo de compreensão de textos. Conforme vá prosseguindo em seus estudos o aluno pode avançar no seu grau de proficiência, até alcançar o nível mais elevado, avançado, quando não só compreenderá as expressões mais complexas da língua em estudo, como já estará em nível de complementar os estudos para a licenciatura daquela língua. 2. As Disciplinas na UNIAM As disciplinas dos cursos, em geral têm um caráter mais clássico, conhecidas normalmente, nos cursos tradicionais, como relativas a alguns conteúdos das grandes áreas de conhecimentos como Matemática, Física, Direito, Sociologia etc... Na UNIAM terão um caráter mais multi e interdisciplinar, estruturadas em diferentes módulos, sem que também deixem de atender à estas demandas mais tradicionais dos cursos. Esta organização diferente, em módulos, poderão ser maiores, mais inclusivos, bem como menores, mais especializados. Serão dimensionados em termos de horas necessárias de ensino para cada habilitação envolvida, numa proporção de trabalho acadêmico efetivo nos Institutos cumprindo o total por eles definido para a diplomação do alunado, a depender do curso profissional. Estas módulos nos cursos da UNIAM poderão ter (ou não) caráter cumulativo, como pré-requisito para outros, se assim for a organização curricular de algum curso.
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Uma concepção modular integrando as disciplinas (MÓDULOS DISCIPLINARES - MD) e seus conteúdos (módulos de ensino - me) As Disciplinas poderão ser constituídas por conteúdos próprios compartilháveis entre sí ou não. Também podem resultar de composições de conteúdos comuns a outras disciplinas, por isso organizadas preferencialmente em módulos de ensino/me1, inclusive com possibilidades de oferta disponibilizada tecnologicamente. Podem ser módulos de fundamentação em - (nas “disciplinas” de) “física”, “química”, ou “biofísica”, ou “biologia” ou “ecologia”; ou “fundamentos em teoria de sistemas”. Enfim, compõem-se de um conjunto de conteúdos necessários à disciplinas de diversas carreiras da UNIAM. Para facilitar a sua dispersão parcial pelos currículos, a mediação tecnológica pode e deve ser aplicada quando mostrar-se mais adequada às finalidades de integração multidisciplinar que deverão orientar seus cursos. No entanto, os me das Disciplinas são diferentes dos Módulos Disciplinares/MD, um outro tipo de conjunto passível de ser formado por disciplinas ou conteúdos que se ligam e compõem unidades maiores, mais inclusivas, como por exemplo: um Módulo de Formação Pedagógica, com muitas disciplinas obrigatórias para o ensino, tais como Psicologia, Didática, Estágios em sala de aula etc.., exigidos para a formação licenciada; o Módulo de Atividades Extra-Classe, com 200 horas obrigatórias a todos os cursos; o Módulo de Estágios Profissionalizantes, para os diversos níveis de estágios em indústrias, empresas ou instituições relacionadas com o exercício da profissão em curso; ou outros mais específicos, unindo diversas disciplinas que tenham, em algum momento, a mesma finalidade, como poderiam ser: Módulo de Saneamento, Módulo de Tecnologias Aplicadas (a determinadas áreas específicas) etc... Os Módulos Disciplinares (MD), as Disciplinas (DC) e seus conteúdos modulares de ensino (me) do Ciclo Básico. No Ciclo Básico, os MDs serão de oito (8) tipos, essenciais para uma boa formação inicial, como se fossem “eixos integradores” de conteúdos das diversas disciplinas mais clássicas, quanto a abordagem dos conhecimentos interdisciplinares que possibilitem novas construções cognitivas, reorganizações de conteúdos que facilitem novos conhecimentos e compreensões dos fenômenos, especialmente de interesse para a Amazônia que, nos tempos atuais, já começam a ser estruturados e que, certamente, trarão uma formação profissional mais contemporânea e melhor qualificada. São eles:
1
- pequenas unidades de conteúdo (objetos de aprendizagem) que poderão fazer parte de mais de uma disciplina, seja para relembrar parte ou todo, seja por aplicações cumulativas, com aprofundamentos sequenciais. Ex: Corrente Marítimas; Segunda Guerra; Evolução; Respiração; Integral; Tabela Periódica; Eletromagnetismo; e muitos outros conteúdos que são usados mais de uma vez numa mesma área do conhecimento (geografia, história, biologia, saúde, matemática, química ou física) ou mesmo por mais de uma dessas disciplinas. Poderiam estar disponíveis tecnologicamente, de modo a poderem ser utilizadas por quem desejar ou precisar, e cuja nova organização do conteúdo seja redefinida pelo docente da disciplina que usará este ou parte deste conteúdo. Tal qual um “lego”, estas unidades compõem-se com outras e resultam em diferentes abordagens para novas aprendizagens, cumulativas, com objetivos diferenciados.
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1. OS MÓDULOS DISCIPLINARES E SUAS DIRETRIZES CONSTITUTIVAS PARA OS DOIS SEMESTRES DO CICLO BÁSICO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
Sociedade, Natureza e Desenvolvimento Origem e Evolução do Conhecimento Lógica, Linguagem e Comunicação Formação Profissional Seminários Integradores Seminários Gerais Atividades Extra-Classes Disciplinas Optativas dos Institutos em qualquer destas modalidades
Assim, o Currículo do Ciclo Básico - a ser realizado no primeiro ano de estudos na UNIAM, concebido por Módulos Disciplinares compostos de “DISCIPLINAS” constituídas de módulos de ensino que tragam os conteúdos didáticos necessários - atenderá aos critérios abaixo identificados e será composto pelos conteúdos disciplinares apresentados em seguida. As Diretrizes Constitutivas dos Módulos Disciplinares (I) SOCIEDADE, NATUREZA E DESENVOLVIMENTO terá a finalidade de integrar os conhecimentos acerca dos fundamentos para o desenvolvimento sócio-econômico, especialmente regional, e suas implicações ambientais. (II) ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO terá a finalidade de promover os conhecimentos relativos à filosofia e o desenvolvimento das ciências, em seus aspectos teóricos e metodológicos. (III) LÓGICA, LINGUAGENS E COMUNICAÇÃO, com o objetivo de capacitar nos conhecimentos básicos das Matemática, Línguas, Portuguesa e pelo menos uma Língua Estrangeira, Estatística e Informática, todas de interesse geral para os cursos. (IV) FORMAÇÃO PROFISSIONAL trará conteúdos bastante introdutórios que, neste nível, serão somente aqueles mais comuns aos diversos cursos da UNIAM. (V) SEMINÁRIOS INTEGRADORES. Serão aqueles relativos aos conteúdos interdisciplinares das diversas ciências de maior aplicação aos Institutos e suas carreiras. Dizem respeito aos grandes temas, mais clássicos, de interesse mais específico e comum aos Institutos, suas áreas de conhecimento e seus objetos de estudo mais compartilhados. (VI) SEMINÁRIOS GERAIS. São os que vão abordar os temas mais diretamente de interesse para a Pan Amazônia. Em ambos os casos de “Seminários” pode dar-se a apresentação de aspectos de interesse de cada um Instituto, que digam respeito a seus cursos, pesquisas e extensão, para que o
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estudante da UNIAM, desde o início de seu ingresso, vá gradualmente tomando conhecimento das ciências envolvidas e suas relações com os cursos e as carreiras que todos os Institutos da UNIAM oferecem; (VII) ATIVIDADES EXTRA-CLASSE que, neste nível básico, já possam ter utilidade à formação comum entre os cursos ofertados pelos Institutos. Abrangem principalmente as “Atividades de Extensão Universitária”, previstas para até 10 % do currículo (mínimo de 200 horas previstas por curso, um máximo de 60 h no Ciclo Básico). Dentre as possibilidades também estão as Língua(s) Estrangeira(s), ofertadas livremente pela UNIAM, mas que não constam de sua programação regular, optativas, são de exigência “obrigatória” para a diplomação em graduação. Consistirá de “Exame de Avaliação de Proficiência em Leitura e Compreensão de Textos em Língua Estrangeira” – ExP-Língua Específica (I, F e/ou E, conforme seja Inglês, Francês ou Espanhol). Será realizado no momento que o aluno quiser candidatar-se. Pode ser numa única língua, mas ele também poderá realizar quantas quiser, dentre as que a instituição ofereça; (VIII) Haverá um cardápio de Disciplinas Optativas - OPT dos e nos Institutos, dentre todas as que possam ser oferecidas por estes, variando semestralmente, para que os alunos possam cursálas em todos os semestres. A finalidade é propiciar alguma variabilidade que possa vir a atender interesses mais individualizados dos alunos, como complementação aos objetivos mais gerais e comuns a todos que cursam o Ciclo Básico. As OPT podem atender a quaisquer dos módulos disciplinares previstos, conforme o tema e conteúdos envolvidos, de interesse naquele momento, devendo isso estar identificado no momento da oferta. O estudante também pode solicitar reconhecimento do crédito em algum outro módulo disciplinar que não o previsto na oferta, mas estará sujeito a análise administrativo-acadêmica. Estas OPT atenderão especialmente aos seminários, sejam gerais, sejam integradores. Aqui também poderão estar incluídas algumas das horas obrigatórias que cada estudante deverá cumprir em cada um dos cinco (5) Institutos da UNIAM, para que efetivamente conheça as carreiras profissionais, as pesquisas e a extensão que desenvolvem, bem como o conjunto das disciplinas que oferecem. Conhecendo melhor os Institutos da UNIAM antes de cursarem suas disciplinas específicas e se candidatarem à seleção do curso pretendido. A previsão de que os alunos conheçam em mais detalhes os (5) Institutos da UNIAM tem como finalidade subsidiar o aluno com informações que lhe permitam uma escolha profissional mais consciente. Consiste dele conhecer as carreiras, o corpo docente e suas atividades acadêmico-científicas, devendo ser orientado em visitas, minimamente duas, uma em cada final de semestre, totalizando um período de 8 a 10 horas, que também poderão (ou não) serem computadas como atividades extra-classe. Servirão como complemento aos conteúdos que foram abordados ao longo dos dois semestres do Ciclo Básico, como conhecimento, in loco, de atividades de interesse para as várias opções profissionais. A sua conclusão será obrigatória para a inscrição na segunda fase do processo seletivo, antes do início do curso do semestre interdisciplinar já num Instituto e a candidatura à um curso de graduação. Os Institutos deverão divulgar amplamente sua programação para esta finalidade, de modo a propiciar condições para organização pessoal dos alunos e sua inscrição nas atividades.
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Conteúdos do Ciclo Básico de Estudos Amazônicos - Primeiro Ano na UNIAM (400 horas semestrais, total de 800 horas de estudo)
MÓDULOS DISCIPLINARES I. SOCIEDADE, NATUREZA & DESENVOLVIMENTO (I e II) (mínimo de 60 h/semestre – Total: 120 horas)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
II. ORIGEM & EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO (I e II) (mínimo de 90 h/semestre – Total: 180 horas)
1. 2. 3.
III. LÓGICA, LINGUAGENS & COMUNICAÇÃO (I e II) (mínimo de 90 h/sem Total: 180 horas)
1. 2. 3. 4.
IV. ATIV. EXTRA-CLASSES 2 (mínimo 30h/semestre Total: 60 horas) V. SEMINÁRIOS GERAIS (I e II) (Mínimo de 30 h/semestrais Total: 60 horas) VI. SEMINÁRIOS INTEGRADORES (I E II) (mínimo de 30 h/semestrais Total: 60 horas) VII. FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMUM (mínimo de 20 h/semestre – Total: 40 horas) VIII. OFERTAS ESPECIAIS DOS INSTITUTOS 4 (variável, com um mínimo de 50 h semestrais optativas – 10 por Instituto) Total: 100 h (em todo o Ciclo)
TOTAL- 800 horas 2
DISCIPLINAS (que serão compostas por módulos de ensino) 10 Semestre 20 Semestre Desenvolvimento & Meio Ambiente 1. Antropologia dos Povos da Geografia do Brasil Amazônia História do Brasil 2. Geografia Econômica & Social Ética, Sociedade & Cidadania da Amazônia Diversidade Linguística & Sócio3. Culturas Tradicionais Ambiental Amazônicas Antropologia Cultural 4. Culturas Íbero - Americanas Poder, Estado & Movimentos Sociais 5. Biologia Geral Educação Ambiental 6. Biomas Amazônicos 7. Ciências Ambientais Introdução Filosofia 1. Epistemologia das Ciências História e Filosofia das Ciências Naturais & Sociais Metodologia das Ciências 2. Introdução às Teorias Econômicas 3. Fund. Planejamento & Gestão 4. Evolução Biológica Lógica Formal, Matemática Elementar 1. Língua Portug. II & Aplicada 2. Redação Científica Ciência, Tecnologia,TICs & 3. Introdução à Estatística Desenvolvimento Introdução Semiótica Língua Portuguesa I 30
30
1. Introdução aos Estudos Amazônicos 2. Formações Geológicas da Amazônia 3. Gestão Territorial das Cidades 4. Papel da Univ. no Contexto Amazônico 1. Ecologia da Paisagem 2. Interação Aquático – Florestais 3. Geopolítica 4. Diversidade Cultural 5. Clima Global 6. Saúde & Meio Ambiente. 1. Psicologia do Desenvolvimento Humano 2. Práticas Quantificadas em Laboratórios3
1. Bacias Hidrográficas 2.Estudos dos Ecossistemas Amazônicos 3.Políticas de Ocupação da Amazônia 4. Conflitos Sociais na Amazônia 1. Conservação & Manejo da Biodiversidade Amazônica 2. Biodiversidade & Biotecnologia 3. Tecnologias Limpas 4. Impacto & Legislação Ambiental 1. Universidade & Trabalho 2. Psicologia das Mudanças Comportamentais (Aprendizagem)
(a ser definido semestralmente)
(a ser definido semestralmente)
400
400
Inclui atividades em EXTENSÃO que, no Ciclo Básico, serão permitidos um máximo de 60 horas (previsão total nos cursos de até 10% de seus currículos - 200 h totais). Também poderá ser incluído aqui, por opção do aluno, o estudo de “Línguas Estrangeiras”, previsto no ementário, mas não na computação das horas, pois será registrado no currículo do aluno por meio de Exame de Proficiência para Leitura e Compreensão de Textos (ExPro-Língua Específica – Inglês, Francês, Espanhol). 3 Os cursos podem inserir disciplinas ou conteúdos programáticos voltados especificamente para suas Práticas de Laboratório ou Práticas de Campo. 4 Cardápio oferecido pelos Institutos, variando semestralmente e opcionais para o estudante, que também pode cursá-las nos requisitos obrigatórios para sua opção de Instituto ou curso.
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Além da Mediação Tecnológica, adotada largamente pela UNIAM, possibilitar acesso permanente aos conteúdos, flexibilidade curricular e maior capilaridade em todo o Sistema UNIAM, trará também um acréscimo processual extremamente relevante para seus procedimentos pedagógicos, que será a possibilidade de seus conteúdos de ensino serem trabalhados como módulos articuláveis, “objetos de aprendizagem” que poderão reagrupar-se parcialmente para compor novos conteúdos de novas disciplinas, articulando e enriquecendo todo o currículo acadêmico. O fato é que, mesmo antes de uma opção profissional mais definida, todos os componentes do Ciclo Básico devem garantir os princípios para uma verdadeira cidadania, especialmente amazônida, e os fundamentos das diversas ciências envolvidas na qualificação de uma imensa gama de profissionais a serem formados; bem como a introdução nos fundamentos de lógica, de modo a desenvolver a capacidade de expressão correta nas linguagens mais comuns, especialmente em português, mas também em alguma língua estrangeira, matemática e estatística, necessários ao prosseguimento dos estudos nas áreas mais específicas de sua formação. Vale dizer que, em ao longo de todo este percurso, o currículo deve prever a aquisição destes atributos do modo que for julgado mais apropriado para a competência em relação a esses usos profissionais, cada vez mais aprofundados ao longo dos ciclos. Esses atributos são de tamanha importância que, mesmo sem prosseguir nos estudos, o aluno que obtiver bom nível de desempenho no Ciclo Básico de Estudos Amazônicos poderá dispor de certificação a respeito: Certificado de Extensão em Estudos Básicos Amazônicos, com registro de todo o seu percurso ao longo do período de curso, inclusive com as horas dedicadas e os conceitos obtidos nas avaliações intermediárias e finais. Se, porventura, este aluno já dispuser de algum título em nível de graduação, poderá candidatar-se à defesa de uma monografia especial que, sendo aprovada, poderá lhe propiciar, já como resultante de um processo de “educação continuada”, um Certificado de Aperfeiçoamento na temática apresentada, que sempre deverá ser sobre Estudos Amazônicos, aprofundados naquela temática. Assim sendo, se puder e quiser prosseguir nos estudos após o Ciclo Básico, o aluno dará início à 2a fase do processo seletivo, com o curso do Semestre Interdisciplinar no Instituto e a posterior seleção para o curso profissional (2o Ciclo). Ele poderá seguir diretamente deste Ciclo Básico em Estudos Amazônicos para o terceiro semestre nos cursos, dando início à esta 2a fase do processo seletivo, já dentro dos Institutos e atendendo ao Semestre Interdisciplinar do Instituto. Mas também poderá alterar sua opção, sem prejuízo quanto a sua classificação, pois sua nova opção continuará com valores de peso de opção principal. O único aspecto que pode ser comprometido neste processo de alteração de opção é que as vagas existentes para o Semestre Interdisciplinar nos Institutos serão primeiramente garantidas ao pessoal selecionado na primeira fase do processo seletivo, com os resultados do ENEM. Mas o volume de vagas para este semestre ainda não serão muito restritivas, dado que trata-se de um semestre ainda muito geral e teórico, passível de muitas alterações em função das vagas demandadas pelos alunos após o Ciclo Básico. Afinal, a finalidade deste modelo curricular é continuar preparando os estudantes para melhores escolhas de cursos e profissões, o que só deverá ocorrer ao final deste terceiro semestre letivo. Somente depois disso é que os alunos da UNIAM poderão candidatar-se à seleção para o curso específico. Neste período de formação entre o Ciclo Básico em Estudos Amazônicos e o Semestre Interdisciplinar no Instituto de opção, é que o estudante adquiriu e continuará adquirindo
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conhecimentos mais aprofundados sobre as condições da região e seus contextos, e perceberá as relações mais profundas entre as ciências básicas, naturais, humanas e sociais, bem como entre as partes mais comuns à grande área de conhecimento relativo aos seus interesses de formação profissional. Contudo, deverá também ter adquirido mais e detalhadas informações sobre os trabalhos desenvolvidos nos Institutos e a relação com as carreiras profissionais. Já deverá, em complementação aos conhecimentos mais teóricos, estar se iniciando nos aspectos mais práticos de sua formação. Afinal, após terem adquirido aqueles conhecimentos comuns a determinados Institutos como por exemplo, a imensa variedade dos que deverão existir entre os Institutos da Terra, das Florestas e o das Águas; ou entre o de Formação Docente e o das Sociedades; bem como entre alguns bacharelados e as licenciaturas em áreas correlatas – os alunos ainda vivenciarão graus mais elevados de interação entre eles, por meio deste Semestre Interdisciplinar que, apesar de já ser num Instituto ainda terá algumas disciplinas mais especializadas e comuns entre eles. Isso propiciará ainda mais detalhamento do conhecimento sobre as profissões mais relacionadas e seus conteúdos mais integrados, o que facilitará sobremaneira a opção de curso profissional. Somente após este semestre especial no e para o Instituto escolhido é que os alunos se qualificarão para a etapa seletiva final, especificamente para o curso que almejam. Para esta seleção, os Institutos poderão ou não seguir as mesmas orientações anteriores para o Ciclo Básico – seja em termos de parâmetros para seleção, seja em termos de composição curricular, ambos atendendo a critérios mais clássicos, conforme julguem adequado e oportuno. Se não, terão a liberdade de constituição de indicadores próprios, desde que submetam sua proposta aos conselhos institucionais superiores e atendam ao princípio de abordagem multi e interdisciplinar dos conteúdos, especialmente para o início dos cursos sob sua responsabilidade, ficando os aspectos mais especializados para a composição final de suas carreiras profissionais. No entanto, ainda que ao entrar na UNIAM, o aluno já havia se habilitado para o curso num Instituto - muito embora não tivesse ainda iniciado os estudos neste, pois teve que cursar o ano inteiro no Ciclo Básico de Estudos Amazônicos -, poderá ainda mudar sua opção, tomando outra decisão. Após a avaliação de seu desempenho neste primeiro ciclo, o aluno da UNIAM poderá, portanto, ainda confirmar ou alterar sua opção de Instituto, sem penalidades ou perdas curriculares que em geral existem quando se muda de opção de curso. Foi exatamente para evitar isso que a UNIAM desenvolveu o modelo curricular baseado em alternativas de opções já ao longo de seus cursos, com amplo grau de transitoriedade entre eles. Assim, ao final do primeiro ano na UNIAM, sem diminuições no seu índice de desempenho (IDA), o aluno poderá ainda alterar sua opção, caso assim o deseje, após ter conhecido com mais profundidade as áreas do conhecimento, os cursos e as profissões que a UNIAM qualifica. Irá cursar já um primeiro semestre dentro do (novo ou não) Instituto de opção, ainda um semestre letivo que o propiciará mais conhecimento sobre os cursos e as profissões relacionadas daquele Instituto, antes de fazer a escolha de curso. 3. O CICLO DE GRADUAÇÃO PROFISSIONAL será a parte específica da formação, qualificativo para uma diplomação profissional superior, diferenciada em nível de graduação. Apesar de ter tido início no Semestre Interdisciplinar, todo o percurso específico de graduação na UNIAM dependerá da seleção para um dos cursos num de seus Institutos. Entretanto, para tal, buscou-se uma organização sistêmica de modo que o aluno possa, ao longo de seu curso, decidir-
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se ainda sobre as titulações intermediárias e finais pretendidas. Ele sempre poderá fazer o curso mais direto a uma das diplomações finais e, para isso, além do Ciclo Básico (800 horas de aulas), deverá cursar as disciplinas previstas para a referida habilitação. Contudo, também poderá perseguir de forma complementar, outros fluxos, mais ou menos relacionados ao inicial que veio desenvolvendo, pois buscou-se uma integração curricular que permita maior cumulatividade entre os conteúdos necessários às formações profissionais, aproveitando oportunidades e evitando repetições. O primeiro semestre letivo já dentro do Instituto – terceiro do curso - terá como finalidade garantir a continuidade da formação multi e interdisciplinar, agora num nível mais intermediário, envolvendo de modo já mais específico as grandes áreas do conhecimento, ainda que comum entre os diferentes cursos daquele Instituto. Este semestre, também com duração de 400 horas letivas, deverá possibilitar a percepção do conhecimento como abordagens analíticosintéticas resultantes de uma articulação mais aprofundada entre as diversas áreas que constituem o conhecimento humano naquelas áreas mais relacionadas e aqueles cursos dos Institutos na UNIAM voltados para atender as demandas específicas da grande região amazônica (Pan Amazônia). Deve-se estimular a perspectiva integradora desses conhecimentos para o enfrentamento e busca de soluções dos problemas que digam respeito às sociedades humanas, os indivíduos e as profissões para as quais se qualificam os recursos humanos de vocação do referido Instituto, especialmente aqueles voltados para a Região Amazônica. Muitas das disciplinas inicialmente oferecidas serão comuns a diversos cursos, não só do próprio Instituto, mas também de alguns mais relacionados. Além disso, uma variada oferta de módulos já deverá possibilitar ao estudante algum nível de opções disciplinares, além das obrigatórias, que, a par de garantirem a sua boa formação, também proporcionem as condições de satisfação de seus interesses mais específicos. Exemplos de conteúdos de interesse neste período já dentro do Instituto (terceiro semestre): Biologia Terrestre e Biotecnologia de Produtos Florestais (para o Instituto de Florestas); Aquicultura e Tecnologia de Pesca (Instituto das Águas); Direito Internacional (Instituto das Ciências da Sociedade); assim como muitos dos conteúdos de Química, Física ou Biologia para o Instituto de Ciências da Educação, responsável pela Formação de Professores, para os cursos relacionados com as Ciências Naturais; e os de Matemática, para todas as licenciaturas; Geografia e História, Sociologia e Filosofia, para as Ciências Sociais; Biologia Aquática, Química de Produtos Naturais, Economia de Recursos Naturais e tantos outros conteúdos que se relacionam com mais de um curso, ou mesmo mais de um Instituto. Assim, ao fim deste Semestre Interdisciplinar, compondo um primeiro ano e meio de estudos, o estudante já deverá ter alcançado qualificação quanto a uma correta visão global da sua grande área de opção de atuação profissional, alguma competência quanto aos requisitos necessários à sua boa formação científica, conhecimentos sobre os processos mais fundamentais à área em que pretenda atuar, além de uma habilidade mais trabalhada para lidar com a quantificação na respectiva área de conhecimento, a escrita científica própria e os conceitos necessários à uma comunicação profissional adequada, mesmo que ainda num estágio inicial de sua formação. Também deverá ter experiência maior quanto às profissões envolvidas e o tipo de trabalho que o seu Instituto de opção desenvolve, seja profissional ou acadêmico. Se optar por encerrar esta etapa de seu percurso na UNIAM neste nível (1.200 horas), o aluno poderá ter um Certificado em Estudos Amazônicos Interdisciplinares no
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respectivo Instituto. De modo análogo à etapa anterior, se já tiver título em nível de graduação e assim o desejar, poderá apresentar monografia especial de estudos neste nível conquistar Certificado de Aperfeiçoamento em Estudos Amazônicos Interdisciplinares no respectivo Instituto. As várias possibilidades de certificações especiais e diplomações pela UNIAM A UNIAM propiciará – além de: (i) diplomações profissionais finais, completas e integrais, para as diversas carreiras, bacharelados, licenciaturas e profissões clássicas, que podem variar entre 2.800 e 4.000 horas de estudo; e/ou (ii) diplomações integradas entre elas, a partir das 2.800 e chegando a 3.200 horas de estudo regular, envolvendo estudos menos especializados que os anteriores, portanto mais gerais, só que em mais de uma área do conhecimento; Possibilidades de certificações alternativas, variando entre 800 e 2.000 horas de estudos: (iii) sejam as certificações mais genéricas, como as que propicia - ao final do Ciclo Básico (800 horas): Extensão Universitária em Estudos Amazônicos para os que não prosseguiram nos estudos; - ou os que foram aprovados para Certificados de Aperfeiçoamento em Nível Superior, com defesa de monografia em algum tema amazônico; - ou cumulativamente, para os que interromperam após o Semestre Interdisciplinar (1.200 horas) Certificado em Estudos Amazônicos Interdisciplinares em um dos Institutos da UNIAM. - ou, analogamente, os que foram aprovados em defesa de monografia para Certificado de Aperfeiçoamento em Estudos Amazônicos Interdisciplinares em ... um dos Institutos da UNIAM. - ou ainda as de diplomação como Tecnólogo em diferentes habilitações (2.000 horas); - ou Técnicos de Apoio em nível superior, para determinadas funções que demandem capacitações mais específicas (duração variada, específica às finalidades); (iv) abertura para realizar diplomas do tipo bacharelados interdisciplinares, como os do Programa REUNI (MEC), ao final do terceiro ano (sexto semestre, 2.400 horas de estudo); (v) que também terão denominação correlacionada analogamente, para as licenciaturas, como as Licenciaturas Interdisciplinares (do tipo “Ciências Naturais” e Ciências Sociais” para atender ao Ensino Fundamental etc...), com 2.400 ou 2.800 horas de estudos . Há ainda a possibilidade de: (vi) cursos técnicos mais apropriados especificamente às profissões promovidas pela instituição, com imensa variedade de tipos e durações, a serem ainda definidas pelos Institutos da UNIAM. Concluindo, os Institutos estarão definindo suas possibilidades de certificações mais gerais - do que a diplomação profissional mais tradicional, clássica - para aqueles alunos que concluírem satisfatoriamente outros níveis anteriores de ensino ao longo dos ciclos dos seus
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cursos. A possibilidade permanente de condições para a aprendizagem de (sempre) mais uma língua estrangeira, que também será garantida a todos os alunos da UNIAM, ainda que não conste do desenho escolar, é também outra vantagem que a UNIAM oferecerá à região, para melhor qualificação de seus profissionais, bem como Cursos Regulares de Extensão para a população em geral, não só nas línguas estrangeiras, mas também em diversas outras áreas, para a promoção das comunidades locais. Sintetizando, por meio de um caminho direto, sem intercalações após o Ciclo Básico, de 2 semestres (800 h) e mais outro (400 horas), totalizando 1.200 h em Estudos mais Gerais sobre a Amazônia, o aluno poderá estar habilitado a exercer uma profissão com mais três a cinco semestres (mais ano e meio a dois anos e meio de estudo, com mais 1.200 a 2.200 horas de aulas), totalizando entre 2.400 a 3.400 h – seis a oito semestres e meio - a depender da profissão, no amplo leque de formação pela UNIAM. Se, no entanto, como no caso das Licenciaturas, levarmos em consideração a grande parte das várias possibilidades de titulações intermediárias, comporia uma duração total máxima para mais de uma titulação em Curso de Graduação -, entre 3,5 a 4,5 anos de estudos (total de 2800 a 3600 horas). Certamente um avanço, posto que, historicamente, as licenciaturas mais tradicionais, as mais clássicas, variam entre 2.800 e 3.400 horas de estudo para um único curso. Assim, uma graduação completa – a depender de suas características - poderá compreender o Ciclo Básico mais um Ciclo Profissional que mantenha muitas relações com outros cursos de graduação, capilaridade maior do que a observada hoje em dia nas IES, de modo que uma variedade de áreas de concentração, ou mesmo de habilitações possam ser concebidas, trazendo mais flexibilidade aos currículos, diversidade de opções ao alunado e melhores ajustes às demandas locais e temporais e uma grande economia de recursos a UNIAM. Pode e deve ainda ser analisada a necessidade, em outros Institutos além do que responde pelas licenciaturas, de poder haver outras certificações (além do Ciclo Básico e do Semestre Interdisciplinar), com o curso de mais alguns semestres, como entre o quarto e o quinto, que já representariam um total entre 1.600 e 2.000 horas de estudos, dentre os cursos e profissões promovidas por um mesmo Instituto. Uma visão sistêmica do processo de formação dos recursos humanos, certamente possibilita isso, é questão de analisar o grau de terminalidade de seus conteúdos e as habilidades e competências que propiciam. Lembremos que, para grande parte dos serviços públicos hoje em dia – com tantos concursos acontecendo – não há necessidade de grandes níveis de especialização. Muitos desses cursos superiores podem e devem responder por este tipo de qualificação. Isso propiciaria ao alunado uma formação básica, para o atendimento de demandas sociais mais gerais, especialmente as da região amazônica. Seria uma grande economia de tempo e de recursos da nação! Além desses cursos, certamente que existem condições de garantir conhecimentos científicos mais comuns às áreas de atuação da UNIAM, aprofundando mais alguns conteúdos básicos e interdisciplinares entre os cursos de um mesmo Instituto, como deverão ser os conhecimentos mais específicos, mas comuns, por exemplo, entre as ciências florestais e agrárias; geociências e outras ciências da terra; direito, sociologia e administração para as ciências da sociedade; e pedagogia para as ciências naturais etc..., todos envolvendo uma formação restrita a um ou dois Institutos mais específicos, mas ainda comum às diversas profissões que estes formam. Isso deverá ser definido entre os Institutos, de modo a facilitar o
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percurso do alunado por todo o espectro multi e interdisciplinar que o conhecimento humano demanda atualmente. A UNIAM irá acompanhar o surgimento e desenvolvimento de novas carreiras e profissões, de modo a responder por uma formação mais adequada aos novos tempos. Assim é que, aspectos como esses relatados acima, podem e devem caracterizar uma Formação Profissional Específica, em complementação à formação geral dada por alguns semestres além do Ciclo Básico, que venha a ter a duração letiva mínima variável de mais um a dois anos de estudo nos Institutos da UNIAM. Seria responsável pela formação já bem mais específica, especializada, própria e apropriada a novos Institutos, como os nossos, e suas carreiras, bem como às novas demandas profissionais do mundo contemporâneo nas diversas competências hoje demandadas por cada uma das profissões, bem como pelas demandas regionais mais emergentes. Assim, ao longo deste processo, poderá ser realizada uma Formação Graduada Profissional Integral - que somaria à formação geral, a formação específica nas áreas próprias desses novos Institutos -, perfazendo um total mínimo entre 3 anos (2400 h) a 4 ou 5 anos de estudo (3200 a 4000 h), a depender dos tipos de diplomação de suas áreas profissionais, cada qual definido em seu próprio currículo. Estas novas habilitações deverão cuidar de atender as demandas de formação dos recursos humanos para a região amazônica, especialmente para a sócio-economia de seus estados e países constituintes. •
O TERCEIRO CICLO: PÓS-GRADUAÇÃO COM PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
A UNIAM dará à sua concepção de Pós-Graduação uma perspectiva bem estruturada de educação permanente e continuada. Para tal, o sistema de registro acadêmico é contínuo, registrando ao longo da vida acadêmica de seu alunado todas as suas conquistas, de modo a estimular, sempre, sua volta aos estudos universitários, como forma de aprendizagens ao longo de toda a vida, especializações contínuas, de modo a estarem sempre capacitados a novas performances profissionais. Os cursos serão sempre concebidos de maneira cumulativa quanto a seus requisitos e reconhecimentos, de modo que todo o esforço para o ensino e a aprendizagem de novos padrões de competência e habilitações, desde que bem qualificados, possam ser aproveitados. Desde sua implantação a UNIAM disporá de dois grandes programas de pós graduação: 1. PROGRAMA INTERNO DE QUALIFICAÇÃO, ainda em montagem junto as respectivas instituições, identificadas abaixo: 1.1 em nível de doutorado para seu corpo docente, com demanda para 34 professores, já sendo analisada as possibilidades de três programas de Doutorado Interinstitucional. 1.2 e em outros níveis, especialização e mestrado interinstitucional, para seu corpo funcional técnico, que terão início gradual e individualmente, de modo a atender a objetivos específicos dos cursos e pesquisas em desenvolvimento na instituição. 2. PROGRAMAS DE DEMANDA EXTERNA, que já têm previsão inicial de cinco (5) cursos, pelo menos um de doutorado, dois de mestrado e três especializações, ainda em análise pelos Institutos.
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3. PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO A pesquisa na UNIAM será orientada para a problemática regional que, devido à sua natureza, deve ser enfrentada por uma abordagem multidisciplinar. A perspectiva estratégica é pesquisar no ecossistema regional, mas com perspectiva global, bem como o papel que essas pesquisas têm para a economia do país e para a redução das assimetrias regionais. A rápida expansão econômica (agroflorestal, mineração e turismo) traz, certamente para a região, uma série de problemas, especialmente ambientais e sociais, que impõem à pesquisa regional, grandes desafios para as universidades, inclusive quanto a formação de pessoal em nível de pós-graduação. Será estruturada em grupos interdisciplinares, de professores que se alocarão nos Institutos conforme sua prevalência temática, mas, que, obviamente, expressarão a profunda interface entre estes Institutos e o envolvimento de todos com a pós-graduação. A par de todos os problemas existentes, há um cenário inicial já favorável ao desenvolvimento da pesquisa e pós-graduação na UNIAM: já existem 20 grupos de pesquisa atuantes; vários editais de fomento vêm sendo conquistados, envolvendo tanto os orgãos nacionais quanto locais, como a FAPESPA, FADESP e a FUNPEA; já se tem parcerias com diversos programas nacionais e internacionais; bem como se configura a abertura de novos concursos que, certamente, possibilitarão grandes avanços institucionais na região. Cada um dos Institutos da UNIAM está se organizando em termos de grupos e linhas de pesquisa, priorizando alguns temas de maior interesse institucional para a região amazônica. Todas estas linhas fornecerão os subsídios acadêmico-científicos para os cursos de pósgraduação que se realizarão na universidade. O Instituto de Ciências da Sociedade dará foco a linhas de pesquisas voltadas para o Uso Sustentável dos Recursos Naturais, as Políticas Públicas no contexto da Amazônia e o Desenvolvimento Regional. O Instituto de Ciências das Águas, tendo como base as pesquisas sobre climatologia, hidrologia, limnologia e biodiversidade aquática em áreas preservadas e impactadas, também privilegiará a questão da gestão dos recursos hídricos, com linhas sobre o gerenciamento ecoresponsável dos recursos hídricos e aquáticos continentais (rios, lagos, represas, áreas alagadas naturais, canais e sistemas de irrigação), com foco na gestão integrada de bacias hidrográficas e a questão do saneamento básico. O Instituto de Biodiversidade e Florestas já desenvolve o Programa de Mestrado em Recursos Naturais da Amazônia e estão criando três Programas de Mestrado e Doutorado: em Botânica Econômica; Ciências Florestais e Agrárias; e Ecologia e Conservação da Biodiversidade, além do Curso de Especialização em Georeferenciamento de Imóveis Rurais. O Instituto de Engenharia e Geociências está criando dois Programas de Pós-Graduação: mestrado em Modelagem e mestrado e doutorado em Geociências. Por fim, o Instituto de Ciências da Educação já oferecerá, a partir de 2010, o Mestrado em Comunicação Multimídias e o Doutorado-interinstitucional em Tecnologias e Educação a Distância, com o Instituto Politécnico de Santarém (Portugal). Ainda oferecerá, a partir do segundo semestre deste mesmo ano, o Mestrado e Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática. Outros cursos serão ainda criados, como o Mestrado em Metodologias de Ensino. Está sendo ainda analisada a possibilidade de outro mestrado, em Educação da Amazônia, para posteriormente vir a ofertar o doutorado.
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4. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA A Extensão Universitária na UNIAM visará garantir à formação acadêmica do alunado a experiência profissional e comunitária necessária à sua melhor qualificação e o atendimento das demandas sociais que se colocam para uma universidade com missão de contribuir para o desenvolvimento regional. Será constituída de forma absolutamente integrada com o ensino, de graduação e pós, e a pesquisa realizados na instituição, de modo a fortalecer seus laços culturais e compromissos com a sociedade. Se organizará em termos de Programas de Ação Contínua, Projetos e Eventos. Projeto Agenda Cidadã Este é o primeiro projeto da nova Universidade que realiza uma Extensão efetivamente integradora do ensino e da pesquisa com a ação comunitária, envolvendo quase todos os setores da cidade de Santarém, onde começou a operar, mas cuja tendência é a expansão gradual para o interior da Amazônia. O projeto tem por objetivo apoiar o ensino de ciências nas escolas de educação básica, numa articulação envolvendo esta Universidade pública com o sistema estadual e municipal, na perspectiva do desenvolvimento regional sustentável. Envolvendo 800 alunos e 80 professores da educação básica, 80 professores universitários, e mais 40 professores e/ou técnicos distribuídos em outras funções (coordenações, programadores, bolsistas de iniciação científica etc...), este processo de construção de uma agenda socioambiental, por meio de um processo comunitário com a efetiva participação dos jovens estudantes, representa um grande avanço, um verdadeiro processo de construção de cidadania. O desenvolvimento sustentável, como hoje é visto, abrange muitos temas lastreados basicamente num tripé dimensional: desenvolvimento social, econômico e proteção ambiental, ampliam-se para incluir a justiça social (respeito a direitos) e a solidariedade, que se transformam efetivamente em cidadania. Em complementação ao aumento do volume de recursos nas comunidades e o avanço financeiro das pessoas que caracteriza o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social passa a realizar a transformação dos atores da sociedade (capital humano) e suas interações (capital social) de um novo modo, em que ambos passam a serem vistos sob a égide da responsabilidade histórico-ambiental, garantindo assim os recursos para as futuras gerações. As escolas, atualidade e em sua quase totalidade, não estão verdadeiramente inseridas nas comunidades que lhe cercam. Muitos dos professores e dos alunos estão alheios às principais questões comunitárias, sem qualquer participação na resolução dos problemas e das angústias que permeiam estas sociedades, de modo que permanecem elas presas a um ciclo vicioso de inércia social que leva à pobreza material e espiritual, e estas que potencializam cada vez mais àqueles problemas da sociedade. Já, em um processo de construção de uma Agenda 21 que promova cidadania, com uma metodologia de sustentabilidade ambiental com forte inserção social, os jovenspassam a serem instigados a refletirem sobre sua comunidade e seu futuro (o seu próprio e de todos). Esta nova percepção de sua inserção na sociedade, desperta um novo olhar sobre si mesmo, sobre o seu lugar e seu espaço físico. Ao fortalecer os elos de identidade e potencializando sua formação como cidadãos proativos, capazes de pensar e decidir sobre o seu futuro e de sua comunidade,
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estarão efetivamente caminhando para uma inserção social plena e seu protagonismo como jovem. Desta maneira, aprende a exercitar a cidadania com direitos e deveres além de atuar, proativamente, na busca do seu próprio futuro e torná-lo factível. A criação de um banco de dados georeferenciados possibilitará análises variadas e precisa localização física dos problemas. Também será possível fazer um planejamento, com mais acuidade, da gestão escolar a partir deste banco de dados. O sistema foi desenvolvido pelo LAGEOP/UFRJ e é chamado VICON/SAGA tendo sido testado e implantado em diversas organizações públicas e privadas. O sistema possibilita a gestão escolar em diversos recortes (nacional, estadual, municipal e unitário), aumentando o potencial do uso do banco de dados inclusive em outros setores. E, a partir disso, constitui-se num forte estímulo às transformações reais que as sociedades demandam. A UNIAM já vem desenvolvendo este processo, agora em fase da análise dos dados coletados por estes 800 jovens em suas comunidades, por meio do processo extensionista que o projeto da universidade já possibilita.
Escola de Extensão Para difusão de conhecimento, melhoria das práticas profissionais e atendimento das demandas sociais mais diretamente dependentes de uma institução acadêmica, a UNIAM também criará sua Escola de Extensão para oferecer cursos presenciais e a distância. Estará integrada à visão de Educação Continuada desenvolvida pelo Sistema UNIAM.
Núcleo de Inovação Tecnológica Um dos instrumentos que permite ações de cooperação entre Governo, Empresa e Instituições de Ciência e Tecnologia e estimule a transferência de tecnologia previsto na Lei de Inovação é a criação de Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) que tem a finalidade de gerir e proteger conhecimento nas ICTs, bem como promover a transferência de tecnologia, principalmente entre as ICTs e as empresas. Vinculado aos NITs normalmente são criados os Parques Tecnológicos e Inculbadoras de Empresas com a finalidade de criar ambientes favoráveis a inovação e transferência de tecnologia. O Ministério de Ciência e Tecnologia através de seus órgãos de Fomento (CNPq, FineP) e dos Fundos Setoriais tem incentivado a estruturação de NITs em todo o país Considerando a necessidade de fortalecer o Sistema Nacional de Inovação, e consequentemente, os Sistemas Regionais e Estaduais de Inovação, é fundamental que uma nova Universidade para integração Amazônica, como a UNIAM, inclua na sua estrutura organizacional em Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), posto que a Inovação passa a ser uma das atividades-fim desta instituição juntamente com o ensino a pesquisa e a extensão. A inclusão de disciplinas de Proteção Intelectual, Inovação e Desenvolvimento no Ciclo Básico de todos os cursos da UNIAM poderá contribuir para consolidação da cultura da inovação na instituição e superar um dos maiores problemas existente hoje nas ICTs. Neste processo, é fundamental a ampliação da articulação com o Governo do Estado do Pará visando à implementação do Parque Tecnológico do Tapajós na Região de Santarém/PA.
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Assistência Estudantil Será parte da política da UNIAM apoiar os estudantes que necessitem, com os meios para aproveitamento integral de seu tempo de estudo. Esta política servirá para melhorar os índices de formação da instituição, assim como se constituirá de política afirmativa de inclusão social. Estes recursos poderão ser realizados como bolsas de trabalho, ou mesmo empréstimos para os alunos, os quais poderão, inclusive, virem a ser devolvidos futuramente à constituição para criação de um fundo permanente de apoio ao corpo discente. Pelo menos 5 % dos recursos de OCC alocados orçamentariamente serão utilizados para a finalidade de assistência estudantil. Além desses, também estarão sendo criadas as condições para que as empresas regionais possam doar recursos para um fundo desta natureza, bem como programas de apoio específicos nas suas áreas de interesse. Também estará sendo analisada a possibilidade de criação de algum tipo de serviço social como retribuição, do alunado à sociedade, por todo o investimento que esta fez para que a UNIAM tenha podido ofertar seus cursos. Sintetizando os Percursos Acadêmicos na UNIAM Oferta-Piloto: em março de 2010, para 350 alunos em nível de graduação; pós-graduação para cerca 200 alunos (150 em especializações; 50 stricto sensu). Graduação Regular: ofertas seguintes anuais de 1.000 alunos no polo de Santarém e e gradativamente para alcançar mais 1.000 alunos nos outros polos. Modalidade a Distância: 500 professores da rede pública sem habilitação, a ter início já no segundo semestre de 2010. Educação Continuada - Prosseguimento Permanente dos Estudos (oferta variável) 1. como Extensão Universitária 2. em nível de Graduação (novos cursos e habilitações) 3. e de Pós-Graduação lato sensu (Especialização) 1a Fase do processo seletivo: a. Seleção pela nota no ENEM b. Entrada UNIAM: preliminarmente para um Instituto, podendo alterar a opção, posteriormente ao final do Ciclo Básico c. Aprovação no Ciclo Básico em Estudos Amazônicos d. Seleção para o Instituto Segundo Ciclo: 2a Fase do processo seletivo: Profissional – Graduação e. Curso do Semestre Interdisciplinar no Instituto f. Seleção para o Curso Profissional – Graduação Admissão e Início do Curso (duração variável Terceiro Ciclo - Pós- Especialização, Graduação stricto sensu e Mestrados, acadêmicos e profissionais; Doutorados; lato sensu
Primeiro Ciclo: Básico
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5. PROGRAMAS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça O projeto visa criar uma rede de instituições universitárias e científicas amazônicas voltadas para subsidiar as autoridades públicas e os atores das sociedades civis (Brasil, Guiana, Suriname) na formulação de políticas públicas melhor adaptadas às condições reais e às potencialidades do mundo amazônico; e desenvolver o interconhecimento prático e acadêmico das sociedades e comunidades concernentes, de modo a favorecer a integração regional transfronteiriça. O conjunto destas iniciativas e operações contribuirá para a implantação do Instituto Internacional para a Integração Amazônica (I3A) de Santarém, vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA) até que seja formalmente criada a uniam que o acolherá. As principais atividades são: (1) organização de cursos de língua, português e francês, intensivos e extensivos presenciais e à distância, destinados aos estudantes, aos responsáveis e membros do projeto e aos funcionários das administrações públicas; (2) Pesquisa pluridisciplinar objetivando criar um quadro de conhecimentos comuns sobre os eixos: (I) Desenvolvimento da Amazônia: exploração de recursos locais, artesanato, microcrédito, luta contra a pobreza, serviços ambientais; atividades econômicas, empresas e trocas regionais, (II) Recursos naturais e políticas de gestão territorial e ambiental (biodiversidade e substâncias naturais, floresta, pesca, infraestrutura, energia, minerais, transporte e comunicação, etc.), (III) Estruturas e dinâmicas sociais e demográficas (movimentos de população, migrações, diversidade étnica e social, políticas sociais, etc.), e (IV) Estruturas políticas e administrativas (organização e funcionamento de órgãos governamentais e legislativos); (3) Participações cruzadas em Cursos de Mestrado e de Doutorado; (4) Recepção recíproca de estudantes em nível de Mestrado e Doutorado; (5) Participações cruzadas em bancas de defesa de mestrado e de doutorado; (6) Criação de uma revista transfronteiriça e trilingue, pluridisciplinar, sobre o mundo amazônico (artigos universitários e seções com informações gerais e práticas). O projeto que funcionará sob a forma de rede, terá como pontos focais as seguintes instituições: Polo Universitario Guianense (PUG, Caiena); Universidade Federal do Pará (UFPA) - campi Belém e Santarém; e Universidade Estadual do Pará (UEPA), aos quais serão associados colegas do Suriname. A maior parte dos projetos sobre a Amazônia trata, geralmente, de espaços circunscritos por fronteiras administrativas (microrregião, região, Estados), políticas e linguísticas e/ou são monodisciplinares, oferecendo uma visão parcial das situações e fenômenos estudados. O presente projeto buscará ultrapassar estas fronteiras, intranacionais ou internacionais, e vencer as barreiras da língua. O projeto está fundamentalmente orientado para a compreensão pluridisciplinar do mundo amazônico, a partir de abordagens integradas (cada fato, físico ou social torna-se um fato «total», combinando os aspectos materiais, econômicos, sociais e culturais). Enfim, o projeto não propõe desenvolver conhecimentos no campo puramente acadêmico, mas colocá-los a serviço dos atores, objetivando contribuir para a implantação das políticas públicas no mundo amazônico. Daí a importância de documentos e resultados de reuniões de restituição que serão produzidos, difundidos e colocados à disposição das autoridades públicas.
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Até o presente, dos três pertencimentos da Guiana – o francês, o europeu e o amazônico – este último não tem recebido toda a atenção que merece. É verdade que tanto as oportunidades de crescimento (investimento, transferências financeiras, etc.) quanto as normas (técnicas, sanitárias, ambientais, etc.) que regulam a ação pública provêm, muitas vezes, da metrópole e de Bruxelas. As características da geografia física, as dificuldades de transporte e de comunicação têm contribuído para o “relaxamento” da referência amazônica da Guiana. Todavia, o desenvolvimento desta Região não pode ser alcançado sem que se volte para seus vizinhos imediatos. O comércio da Guiana com o Brasil e o Suriname representa menos de 5% de seu comércio exterior: isto é, há grande margens para que amplie seus contatos com as entidades do mundo amazônico. A ponte sobre o Oiapoque e o projeto da Academia Internacional da Biodiversidade anunciadas pelas mais altas autoridades do Brasil e da França prefiguram a ampliação desejável destas relações transfronteiriças. As trocas econômicas e as relações políticas exteriores dos países e territórios são muitas vezes herdados da história, constrangidos pela geografia, limitados pelas fronteiras oficiais. Isto é tanto mais verdade em se tratando da Bacia Amazônica. Iniciativas têm sido tomadas, encontros regulares têm sido, no presente, organizados entre a Guiana e seus vizinhos imediatos, Brasil e seus Estados Federados (Amapá, Pará, Amazonas principalmente) assim como o Suriname. É evidente que o Programa Operacional Amazônia da União Européia visa não somente a consolidar e ampliar as relações oficiais entre a Região Guiana e seus vizinhos, mas também a alargar as possibilidades de cooperação: além das relações entre autoridades políticas respectivas, o presente projeto propõe intensificar as ligações culturais pelo viés da formação linguística; de favorecer os programas conjuntos de pesquisa sobre temas de interesse comum, de ajudar à ampliação das relações econômicas e à construção de objetivos compartilhados voltados para a gestão dos recursos da biodiversidade e, por consequência, da floresta. Podemos esquematicamente identificar duas séries de beneficiários. Na primeira série, podemos citar: estudantes, professores e pesquisadores, profissionais de médio escalão, funcionários das administrações públicas engajadas no apoio e acompanhamento dos projetos. Na segunda série de beneficiários, podemos incluir os poderes públicos transfronteiriços envolvidos, que aprenderão a melhor se conhecer e a trabalhar em conjunto. Podemos também citar as universidades e instituttos de pesquisa participantes, que serão reforçados com formações de competência internacional e por programas de pesquisa que visam tanto a excelência quanto a aplicação concreta.
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6. SISTEMA DE INFORMÁTICA PARA GESTÃO ACADÊMICA E ADMINISTRATIVA Atualmente, a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é uma área fundamental e estratégica dentro das nas instituições, sejam privadas ou públicas, através do TIC é possível prover serviços básicos, como, troca de informações intrainstitucional e interinstitucional, controle e registro dos processos internos de funcionamento destas organizações e auxílio à tomada de decisões estratégicas. As universidades públicas federais fazem uso do TIC nas suas principais vertentes de atuação: ensino, pesquisa e extensão. Através da oferta de recursos e prestação de serviços, como: prover acesso à Internet à comunidade acadêmica; Sistemas de gestão acadêmica, de gestão administrativa e Sistemas de apoio à pesquisa e extensão; Comunicação por meio eletrônico, tanto no ambiente interno como externo; Suporte em informática (HelpDesk, entre outros.); No contexto amazônico, algumas especificidades da região como vasta área territorial coberta por densas florestas, recortada por grandes rios como o Amazonas e Tapajós que formam imensos espelhos d`água. Essas características encarecem a construção de rodovias. O que propiciou ao longo dos anos que grande parte das cidades amazônicas desenvolvesse as margens de rios, pois estes são utilizados como principal via de transporte tanto de passageiros como de carga. As áreas territoriais dos municípios muitas vezes são superiores a área de alguns Estados Brasileiros ou de alguns Países da Europa. O que dificulta o acesso a direitos básicos como educação e saúde as comunidades do interior destes municípios distantes. Essas peculiaridades devem ser consideradas na operacionalização multicampica da UNIAM, pois afetam diretamente quais serviços a área de TIC deve prover e o nível de qualidade desses serviços em seus links de dados. Diante disso, algumas características devem ser consideradas, tais como, sistemas de comunicação robustos e preferencialmente redundantes para prover videoconferência/ teleconferência, acesso a Internet, sistemas acadêmicos e administrativos, dentre outras. No entanto, os sistemas ainda são bastante deficientes, quantitativamente (largura de banda) e qualitativamente (tempo de resposta). Isso implica em dificuldades na implementação e bom funcionamento de outras ações, como o sistema de videoconferência. Tendo em vista que a UNIAM já nasce multicampica, esse aspecto deve-se levar em consideração no planejamento de TIC, para que o dimensionamento de recursos atenda a todas as necessidades da universidade, uma vez que os CAMPI necessitam de redes de comunicação, que viabilizem o tráfego de dados multimídia para à utilização dos sistemas acadêmicos e administrativos, assim como atividades de educação à distância, videoconferências/ teleconferência e demais tipos de comunicação, como, email, FTP e acesso à páginas web. Os dados a serem trafegados provenientes das comunicações listadas requerem links com requisitos de qualidade de serviço formalmente especificados e garantidos em todos os campi, propiciando, desta forma, melhor disponibilidade dos serviços de rede. Missão Oferecer serviço de qualidade em uma infraestrtutura adequada, além de buscar soluções inovadoras de Tecnologia da Informação e da Comunicação para a comunidade universitária, atuando de forma integrada e comprometida com os valores da instituição, e sua missão.
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Estrutura Física O Planejamento da estrutura física só poderá ser realizado mediante a definição dos prédios que comporão a UNIAM. Contudo, é possível definir algumas diretrizes para a implantação do serviço de TIC. Quanto ao prédio do Serviço de TIC será independente, localizado em ponto preferencialmente centralizado no Campus da Universidade, no sentido de favorecer o acesso dos cabos aos demais prédios, isto é, infraestrutura de backbone com fibra óptica entre os prédios utilizando rede Gigabit Ethernet, de preferência com a topologia física estrela-anel, conforme Figura abaixo, de modo haver link redundante em todos os Institutos. E que sejam seguidas normas de cabeamento estruturado, de modo a propiciar qualidade, modularidade e durabilidade para a rede. Internamente aos Institutos da UNIAM será utilizado rede Gigabit Ethernet, utilizando, portanto o cabeamento estruturado nos Institutos utilizará partrançado CAT6e. Nas áreas internas a UNIAM de uso comum será disponibilizado o acesso via rede sem fio (WI-FI). Instituto 5
Instituto 1
Instituto 4
TIC
Instituto 2
Instituto 3
Figura – Backbone da UNIAM
O prédio de TIC deve ter alimentação elétrica independente dos demais prédios e possuir sistemas de proteção para evitar sobrecargas elétricas e possuir mecanismos que garantam energia ininterrupta aos servidores. Por questão de segurança da rede e dos dados, deve ser implementado em outro prédio ao qual deverá pertencer a outra rede elétrica, o espelhamento dos principais equipamentos que provêem serviços vitais para a UNIAM como sistemas acadêmicos, administrativos, gestão e backup, dentre outros. Há, atualmente, duas opções de interligação entre campi em estudo para interligar a UNIAM/Santarém aos seus Campi de Oriximiná e Monte Alegre para prover internet e os sistemas da UNIAM, bem como videoconferência/teleconferência: primeiro, utlizando o backbone a Calha Norte da Operadora de Telefonia Celular VIVO; e segundo, utilizando enlace de satélite. Os Sistemas a serem utilizados pela UNIAM serão provenientes de aquisições ou desenvolvimento, tais como: acadêmico, administrativo, de gestão, dentre outros. Quando desenvolvidos externamente os sistemas deverão permitir que sejam realizadas alterações pela
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equipe de desenvolvimento da UNIAM. Devem obedecer aos requisitos destes rodarem em plataforma cliente-servidor, de forma centralizada e com interface com o usuário via browser. Além disso, na UNIAM será utilizado controle de acesso biométrico as salas de aulas e laboratórios, de modo que um indivíduo possa ser autenticado com elevado grau de segurança, dispensando o professor do controle de frequencia, pois a autenticação via biometria estará integrada com o sistema acadêmico. O interior dos campus contarão com sistemas de vigilância utilizando câmeras IPs em locais estratégicos. Estrutura Administrativa O organograma proposto na Figura a seguir apresenta as principais áreas identificadas dentro das necessidades da Universidade e que se deseja para a UNIAM. A proposta para a gestão dos TICs não esgota o tema, porém configura-se como um ponto de partida para discussões e identificação de novas demandas do TIC. REITOR
Assessoria Administrativa
Direção de TIC
Gerência de Sistemas de Software
Gerência de Redes
Assessoria de Pesquisa e Inovação
Gerência de Suporte
Administração de servidores de rede
Sistemas Acadêmicos
Atendimento ao usuário
Telefonia IP
Sistemas WEB
Manutenção de equipamentos
Videoconferência/ Teleconferência
Sistemas Administrativos
Treinamento
Infraestrutura Física
Desenvolvimento
Gerência de Segurança
Tratamento e resposta a incidentes de segurança
Banco de Dados
Figura – Organograma da estrutura administrativa de TIC na UNIAM
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7. INSTITUTOS: PROGRAMAS E CURSOS OFERECIDOS Cada um dos (5) Institutos definiu propostas de cursos, certificações e carreiras promovidas e seus interesses a partir do Ciclo Básico, conforme figura a seguir (mandala). Estão organizados, vide figura abaixo, em “Programas” (letras maiúsculas) e “Cursos” (letras minúsculas). Já são quase 40 possibilidades de conclusão de cursos universitários, com 10 novas licenciaturas, além de cursos tecnológicos, bem como de especialização (pós-graduação lato sensu). A pós graduação stricto sensu também será definida oportunamente, mas já estão sendo planejados alguns mestrados e doutorados, especialmente interinstitucionais.
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8. INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE Caracterização Desde os anos 70 observam-se mudanças significativas no sistema produtivo, em sua organização e na dinâmica de mercado. Nos anos 80, experimentou-se, de forma mais visível, uma profunda ruptura no nível dos paradigmas da ação do Estado e dos processos desenvolvimentistas. Ao longo desse período ocorrem novas mobilizações políticas de atores que resistem à orientação dada pelas políticas estatais e pelas elites. As idéias de universalidade, centralidade, integração e intervenção são paulatinamente substituídas pelas de pluralidade social, multiplicidade de pontos de referência, coordenação múltipla de atores e participação em redes e em parcerias. Uma série de acontecimentos políticos e de mudanças econômicas ocorridas no mundo tem indicado ao meio acadêmico uma agenda com novos desafios à educação, exigindo um esforço de reflexão e capacidade de resposta imediata. Recoloca-se o lugar do conhecimento e a necessidade de romper fronteiras disciplinares que possibilitem outros olhares sobre a sociedade e sua relação com a natureza. A discussão sobre desenvolvimento regional acompanha essas mudanças em nível macro, embora seja necessário entender o que se passa nos espaços mais localizados, onde se dá a experiência social real, reconhecendo o saber científico, no sentido de aprender o diálogo e o reconhecimento de outro saberes. Uma Universidade inovadora deve “projetar o futuro, mas sem perder a riqueza do presente e da experiência vivida”, onde o caminho da integração de saberes é também da integração de territórios, de economias e de valores. A Universidade Federal da Integração Amazônica ao se localizar em região central da Amazônia, na cidade de Santarém, terá uma área de abrangência formada de regiões de várzea, ocupada desde o século XVI, com uma economia colonial próspera baseada no agroextrativismo e na pecuária, irradiando-se para a calha norte do rio Amazonas e afluentes, cujas cidades mais ao norte, como Óbidos e Oriximiná, são exemplos dessa ancianidade; e de regiões de terra firma, com ocupação intensificada, sobretudo mais recentemente, ao longo da Rodovia Transamazônica (BR-230), da Rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163) e de muitas outras estradas estaduais e municipais. Em um e outro caso configuram-se economias e formas de uso da terra bastante diferentes, certamente uma realidade social complexa à observação. A composição social dessa região guarda as marcas das várias etnias que ali viveram, e vivem, e expressa sua transformação e a integração com os grupos trazidos pela colonização oficial e espontânea que redesenhou o território e produziu uma arqueologia de disputas sociais pela terra e pelos seus recursos. A paisagem do oeste do Pará vai da exuberância, sobretudo nas regiões de várzea, a um crescente desmatamento nas áreas mais interiores de terra firma, onde se alojou fortemente a pequena produção familiar, as médias e as grandes fazendas de gado. Em torno da mineração e do garimpo, outras formas sociais e atividades econômicas influenciaram nas mudanças sociais, com evidentes alterações no território em direção a Itaituba. Os indicadores sociais mostram um alto grau de pobreza e um alto grau de dependência das prefeituras, de transferências financeiras estaduais e federais para custear os serviços públicos municipais. Superar essa situação de carência não vai ser possível sem uma ampliação de
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espaços institucionalizados de participação popular no nível municipal e um aumento da efetividade dessas instituições. Nossa tarefa é procurar pensar de forma inovadora como construir uma instituição capaz de se impor justamente pela forma competente de produzir conhecimentos numa região periférica, mas de enorme valor real e simbólico no mundo, que é a Amazônia. Significa ainda o interesse de compartilhar com o esforço nacional de formar competências com originalidade necessária a uma universidade no século XXI, passando de um conhecimento predominantemente disciplinar, ortodoxo, para a construção de um lugar interdisciplinar, ou transdisciplinar, no qual as ciências da sociedade possam dialogar com o que aprendemos das ciências da Terra e da vida. O saber transdisciplinar aproxima-se de linguagens de outros saberes não científicos, presentes na Amazônia de forma extraordinária, e que podem ser a chave de descobertas em várias áreas de maior importância para o mundo. O Instituto de Ciências da Sociedade da UNIAM deve, assim, pautar-se numa formação integrada, com pesquisa-ação que modifica inclusive a noção tradicional de extensão, e uma ecologia dos saberes, como consideram Félix Guattari e Boaventura de Souza Santos. Missão Gerar e difundir conhecimento para formar recursos humanos capazes de atuar em processos de formulação e implementação de decisões coletivas que visam um aumento do bem estar da população por meio da implementação de um processo de desenvolvimento democrático e participativo e responsável na sua relação com a natureza. Linhas de pesquisa A atividade de pesquisa é considerada parte fundamental do processo de formação do discente de graduação. Isso requer uma formação que prepare para essa atividade, tais como disciplinas sobre métodos e técnicas de pesquisa, e oportunidades de inserção em grupos de pesquisa. Assim sendo, o TCC deve obrigatoriamente ser elaborado dentro de um projeto do orientador/supervisor. Um programa institucional de iniciação científica fornecerá oportunidades para estudantes de graduação com maior interesse e aptidão para a pesquisa. Linhas de pesquisas recomendadas Uso sustentável dos recursos naturais Políticas públicas no contexto da Amazônia Desenvolvimento regional Direitos Humanos Cursos de Graduação e Pós-Graduação O ensino de graduação será organizado em quatro fases distintas a fim de garantir a formação de recursos humanos com uma visão interdisciplinar e com habilidades de abertura e capacidade de resolução de problemas complexos (ensinar a aprender).
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Programa Direito
Desenvolvimento e gestão regional e urbana
Ciências Sociais
Programa de Graduação Existente Áreas de Atuação Profissional Curso existente, que deverá passar uma reformulação metodológica, Bacharel em Direito adequando-se à procedimentos de natureza mais interdisciplinar e que permita o diálogo primeiro com os demais Cursos de Graduação do Instituto de Ciências da Sociedade, e segundo, desta com os demais Institutos, de Ciências Florestais e Agrárias e o Instituto de Recursos Hídricos. Programas de Graduação Novos Elaboração e execução de políticas públicas para o desenvolvimento regional e urbano. A inserção profissional não ficará restrita na esfera pública (administração pública municipal e estadual), abrangendo também o “terceiro setor”. Sociólogo Interpretação da sociologia, economia, antropologia, história e Cientista Político geografia, sobretudo, na realidade, uma síntese da análise da Antropólogo realidade social e de suas dinâmicas. Formação
Programas de Pós-Graduação Novos Especialização
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Direito agroambiental Ecoturismo Planejamento urbano e rural Uso sustentável de recursos naturais
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9. INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO Caracterização A Região Amazônia é conhecida internacionalmente pelas suas riquezas naturais, porém, sua importância para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. Essa região é o berço de inúmeros povos indígenas e constitui-se numa riquíssima fonte de matéria-prima (alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais). Apesar de toda sua importância para o planeta, revela características próprias das regiões carentes e periféricas do País, cuja parte significativa de sua população vive em condições sócioeconômica precária. Nesse contexto, se insere o Estado do Pará, com uma realidade sócio-econômica que não se diferencia da de outros Estados da Amazônia e do Brasil. Durante longo tempo à população do Estado do Pará vem vivendo a margem de rios, com crescimento demográfico local, e pouca presença do aparelho estatal. A abertura de rodovias cortando esse território mudou rapidamente esse quadro, trazendo para as regiões grandes contingentes populacionais, em geral vivendo em situação precária. A rápida ocupação do Estado do Pará, por populações sem educação ambiental e tecnológica, vem causando a perda de grandes extensões do patrimônio florestal desse Estado, comprometendo a exploração destes recursos de forma sustentável, e eliminando do horizonte a possibilidade de sobrevivência condigna destas mesmas populações em médio prazo. A certeza de conter este movimento de ocupação não está no aparelho de controle do Estado. Somente a educação pública, criando alternativas de novos meios de sobrevivência no Estado, pode proteger o patrimônio existente e transformá-lo em meio de vida digno para gerações futuras. É importante ressaltar que a estrutura educacional existente é frágil, pouco qualificada e dispersa. As ações rápidas, extensas e organizadas sobre esta estrutura educacional é o meio de reverter esta situação e nesse particular, a universidade brasileira, principalmente as localizadas na Região Amazônica têm um papel significativo do ponto de vista, educacional, econômico, científico, ambiental e social. Embora a Universidade Federal do Pará - UFPA tenha se interiorizado na década de 70, possuindo atualmente 11 Campi, ela não tem conseguido dar conta da demanada de profissionais qualificados que o Estado necessita, em face das disparidades sócio-cultural e educacional dos 113 municípios que o compõem. A região Oeste, onde se localizará a Universidade da Integração Amazônica - UNIAM, é um exemplo dessa complexidade do Estado, essa região é composta de 21 municípios e desses, somente o município de Santarém foi contemplado com um Campus da UFPA. As ações desenvolvidas pelo Campus desde meados da década de 70 tem sido importante para ajudar no desenvolvimento sócio-econômico e educacional da região, porém sem a envergadura necessária para obter os efeitos desejados em um prazo razoável. Com a criação da UNIAM, e o aporte de novos recursos humanos, podemos planejar uma ação mais organizada, extensa e efetiva sobre a realidade da população que vive nessa região.
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Um dos graves problemas da região a ser enfrentado de forma efetiva pela UNIAM é a melhoria da escolarização dos povos amazônidas, principalmente os que vivem na região Oeste do Pará. A formação dos professores para atuar na educação básica deve ser um aspecto de constante preocupação dentro dessa universidade, uma vez que até o presente momento a região amazônica ainda conta com a presença do chamado professor “leigo5”, lecionando em turmas de educação infantil e ensino fundamental de 1ª a 4ª, assim como, um número considerável de professores sem formação em nível superior lecionando disciplinas de 5ª a 8ª série, ou ainda, quando portador desse diploma, leciona disciplina para a qual não foi habilitado, devido à carência de profissional com a formação específica. O Instituto de Ciências da Educação da UNIAM deverá ser o lócus da política de formação de professores, sendo o planejamento, a execução e a avaliação desta ação uma preocupação constante desse Instituto. A reunião em um único Instituto dos recursos humanos dos diversos programas de licenciatura vai potencializar o trabalho destes docentes, através da ação organizada, utilizando recursos escassos de modo comum e as várias modalidades de ensino de modo unificado e complementar. As Ciências da Educação, enquanto campo científico interdisciplinar, constituem o elemento agregador e identitário da atividade de formação de educadores no Instituto. Dessa forma, a UNIAM deverá ajudar a suprir a lacuna aberta em nível de formação de professores e conseqüentemente contribuir na melhoria do ensino básico na Região Amazônica. Missão Formar educadores comprometidos com a transformação social do Brasil e da Amazônia para atuar na educação básica e educação superior, quer no espaço escolar ou em outros espaços sociais nos quais a atuação desse profissional se fizer necessária, sempre numa perspectiva de promover o ensino crítico e reflexivo que instrumentaliza o indivíduo a intervir na sociedade, tendo em vista a sua transformação e a construção da cidadania. Linhas de Pesquisa Os projetos de pesquisa dos professores deverão estar vinculados a uma linha de pesquisa do ICED, como forma de fortalecer os grupos de pesquisa, sempre visando a qualidade da graduação e da pós-graduação dentro do Instituto. As linhas recomendadas são as seguintes: Práticas pedagógicas na educação básica; Avaliação educacional; Ensino interdisciplinar; Educação ambiental; Ciência e Tecnologia para a educação; Educação inclusiva; Políticas públicas educacionais,
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Ensino fundamental Ensino médio; Ensino Infantil; Currículos e Programas; Educação e diversidade cultural; Educação do Campo; Ensino a distância;
Professor que possui formação em nível de ensino fundamental completo.
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Cursos de Graduação e Pós-Graduação No âmbito da formação e do ensino, o ICED é responsável, a partir de sua criação, pelos cursos de licenciatura pertencentes a UFPA/Campus de Santarém que já se encontram em andamento, devendo prevalecer o Projeto Pedagógico originário do Curso, salvo, se o aluno quiser fazer opção por um dos projetos pedagógicos novos do Instituto. Os cursos de licenciatura do Instituto de Ciências da Educação deverão ser ofertados de forma gradual integrada ou de forma profissional específica, cuja carga horária deve variar entre 3 anos (2400 a 2.800 h) a 4 ou 5 anos de estudo (3200 a 4000 h), a depender dos tipos de diplomação definida em cada projeto pedagógico de curso.
Programa Licenciatura em Matemática* Licenciatura em Biologia* Licenciatura em Física Ambiental* Licenciatura e Bacharelado em Geografia* Licenciatura em Letras;
Programa de Graduação Existente Formação Áreas de Atuação Profissional Licenciado em Atuação em equipes multidisciplinares e emprego de Matremática práticas facilitadoras do processo de ensinoaprendizagem e docência Licenciado em Biologia Licenciado em Física Docência e Pesquisa Ambiental Licenciado em Geografia e Docência e Órgãos Governamentais e Empresas ou Geógrafo Privadas. Licenciado em Letras 1. Ensino de Língua Portuguesa 9 Em escolas de Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular de ensino; 9 Em empresas públicas ou privadas, inclusive nos cursos Pré-vestibulares. 2. Trabalho autônomo como 9 Professor particular; 9 Colaborador e/ou elaborador de livros-texto; 9 Assessor em empresas públicas ou privadas; 9 Assessor em centros de documentação, editoras, etc. 9 Em empresas de comunicação (rádio, televisão, jornal escrito etc.)
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Licenciatura Integradas em História e Geografia
Licenciatura Integrada em Biologia e Química
Licenciatura Integrada em Matemática e Física
Pedagogo
Atuação em ambientes escolares Administrar e supervisionar unidades e sistemas escolares; Exercício da docência e de múltiplas funções de orientar alunos e professores. Atuação em ambientes não escolares Treinamento, seleção e gestão de pessoal; Relações interpessoais; Avaliação; Diagnose empresarial e/ou de organização da sociedade civil. Programas de Graduação Novos Licenciado Integrado em O egresso do curso poderá atuar na docência da História e Geografia educação básica, em sua área de competência em instituições de ensino pública e privada, cursos prévestibulares; projetos ligados ao meio ambiente e acervos históricos. Licenciado Integrado em O profissional com licenciatura em Biologia e Biologia e Química Química poderá atuar como professor do Ensino Básico, (Ensino Fundamental – Ciências Naturais e Ensino médio – Biologia e Química) e estará capacitado para desenvolver ações pedagógicas em sistemas de ensino, atuando como coordenador de projetos, avaliador, parecerista e executor de projetos ambientais. Licenciado Integrado em O profissional com licenciatura em Física e Matemática e Física Matemática poderá atuar como professor do Ensino Básico (Ensino Médio e quatro últimas séries do fundamental) e estará capacitado para desenvolver ações pedagógicas em sistemas de ensino, atuando como coordenador de projetos, avaliador e parecerista. A formação acadêmica na área poderá ser complementada pela Especialização ou Mestrado em Educação Matemática, Física ou Educação.
Pós-graduação acadêmica
* Estas Licenciatura deixarão de existir individualmente passando a ser integrada
Especialização
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Programas de Pós-Graduação Existentes Especialização em Estatísticas Educacionais (Auto financiado) Especialização em Informática na Educação (Auto financiado) Especialização em Educação Matemática (Auto financiado) Especialização em Física Contemporânea – Gratuito Língua e Literatura na escola: reflexões alternativas Língua Portuguesa: Uma abordagem textual Linguagem e Educação Infantil nas séries inicias Programas de Pós-Graduação Novos Língua e Literatura Estrangeira na escola: reflexões alternativas Ensino de Língua no ensino: uma abordagem A pós-modernidade em língua e literatura: abordagem textual Estudos culturais da Amazônia Metodologia do Ensino de Matemática Metodologia do Ensino de História e Geografia Educação do Campo Gestão escolar Coordenação Pedagógica Educação Inclusiva
Mestrado
Comunicação Multimídias Ensino de Ciências e Matemática Metodologias de Ensino
Doutorado
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Tecnologias e Educação a Distância Ensino de Ciências e Matemática
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10. INSTITUTO DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS - IBEF Caracterização A sociedade globalizada tem buscado empreender ações que visam o desenvolvimento sustentável, sob os aspectos econômicos, respeito social e conservação ambiental. É um procedimento que vem balizando as decisões dos formuladores e gestores de políticas públicas, sociedade organizada e o meio científico-acadêmico. Com o aumento exponencial da população mundial a tendência é aumentar cada vez mais o desmatamento para atender a demanda por alimentos e produtos necessários à manutenção da sociedade. Por outro lado, a sociedade cobra a conservação da biodiversidade. A criação de um Instituto de Biodiversidade e Florestas (IBEF) é de grande importância para a produção de alimento, produção de bens, manutenção de serviços ambientais e conservação do Bioma Amazônia, ou seja, para o desenvolvimento sustentável da região Amazônica. Isso justifica a agregação no Instituto dos cursos de Engenharia Florestal, Engenharia Agronômica, Engenharia de Alimentos, Biotecnologia e Biologia Vegetal. O IBEF-UNIAM será implantado num contexto histórico favorável, devido a temática florestal emergir mundialmente como um fator essencial na governança ambiental dos países tropicais. Na América Latina a maioria dos países avança na formatação de políticas ambientais para o desenvolvimento sustentável em suas áreas florestais. Isso ocorre devido a acelerada busca aos recursos florestais. Portanto, existe uma grande demanda para o desenvolvimento de sistemas sustentáveis de manejo para produtos florestais (madeireiros e não-madeireiros), que são as alternativas capazes de contribuir para a conservação da biodiversidade aliada ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades amazônicas. Os países da Pan-Amazônia, especialmente o Brasil, avançam no ordenamento territorial de suas florestas, criam novas unidades de conservação e reconhecem direitos de povos e comunidades tradicionais, criando as condições básicas para a manutenção de grandes corredores de florestas e estoques de biodiversidade. Na Amazônia, os planos de desenvolvimento sustentável da BR-163 e da BR-319 são exemplos de compatibilização de múltiplos usos, conservação de grandes corredores de florestas e respeito a direitos das populações tradicionais. O Governo do Estado do Pará também vem trabalhando com o ordenamento territorial, com a Lei do Macrozoneamento Econômico e Ecológico (ZEE). Outros aspectos que irão necessitar do apoio tecnológico e de mão-de-obra formada na região é o licenciamento ambiental para a utilização dos recursos ambientais, a implementação de governança das florestas pública (Lei Federal n° 11.284 de 03/2006 e Lei Estadual n° 6.963 de 04/2007) e os métodos de aproveitamento dos recursos florestais. Aliado a isso podemos citar a crescente consciência da sociedade do valor das florestas e da biodiversidade; desenvolvimento de novas capacidades tecnológicas e científicas para o aprimoramento dos sistemas de produção; agregação de valor aos produtos; desenvolvimento de técnicas de monitoramento e controle e, principalmente, a produção de novos conhecimentos que, uma vez apropriados pela sociedade, possam resultar em empreendimentos inovadores e sustentáveis.
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Missão Formar Recursos Humanos de alto nível para desenvolver Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) visando o desenvolvimento sustentável da Amazônia em parceria com o setor produtivo e comunidades rurais, buscando um modelo de desenvolvimento que garanta sustentabilidade econômica, respeito ao ambiente e a ética social. Linhas de Pesquisa Considerando que a Amazônia abriga a maior biodiversidade e a maior cobertura florestal do planeta, cabe a este Instituto garantir ao seu quadro discente uma formação de ponta, que questione modelos, teorias e práticas vigentes e proponha soluções inovadoras para os problemas regionais, embasado em conhecimento científico, respeitando-se o conhecimento tradicional. Neste sentido, o Instituto irá formar profissionais com capacidade técnica para diagnosticar, solucionar os problemas gerenciais, tecnológicos e organizacionais em suas respectivas áreas de atuação. A aprendizagem será baseada em resolução de problemas, metodologia de problematização, estudo de caso, interdisciplinaridade e integração de conteúdo entre disciplinas, cursos e Institutos visando uma sólida formação ética e humanística. Área de Concentração - Conservação e Manejo da Biodiversidade na Amazônia. - Estudo de Ecossistemas Amazônicos. - Sensoriamento remoto e geoprocessamento
- Manejo de recursos florestais e agroflorestais. - Manejo e conservação do solo e água. - Processamento de Alimentos.
- Manejo e conservação de plantas de interesse econômico. - Tecnologia e mercado de plantas de interesse econômico. - Melhoramento genético vegetal
- Ecologia florestal; - Conservação da natureza;
Linhas de Pesquisa - Processos de Interação da Biosfera e Atmosfera; - Bioprospecção de Recursos Naturais da Amazônia; - Genética e Conservação da Biodiversidade. - Cartografia - Planejamento rural - Manejo de recursos florestais; - Silvicultura tropical; - Tecnologia e utilização de produtos florestais; - Recuperação de áreas degradadas. - Tecnologia de transformação e conservação de produtos de origem animal e vegetal. - Diagnóstico sócio-ambiental - Taxonomia; - Etnobotânica e etnofamarcologia; - Química de produtos naturais; - Manejo e beneficiamento de plantas de interesse econômico. - Unidades de Conservação; - Manejo de Paisagem; - Biotecnologia de recursos naturais; - Biopirataria e Biosegurança; - Uso sustentável dos recursos naturais - Interface entre sistemas naturais e artificiais; - Fragmento florestal.
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Cursos de Graduação e Pós-Graduação Programa de Graduação Existente Programa
Formação
- Engenheiro Florestal CIÊNCIA FLORESTAL
- Tecnólogo Florestal
Áreas de Atuação Profissional - Manejo Florestal; - Silvicultura; - Tecnologia e Industrialização de Produtos Florestais; - Socioeconômia e desenvolvimento rural; - Ambiência.
Programas novos BIOTECNOLOGIA
- Farmacêutico - Tecnólogo em Produtos Naturais
- Engenheiro Agrônomo - Tecnólogo em Agroecologia AGROECOLOGIA
Pósgraduação acadêmica
- Engenheiro de Alimentos
- Desenvolvimento de produtos naturais; - Produção de produtos naturais; - Avaliação farmacológica e toxicológica; - Emissão e validação de laudos. - Manejo de culturas agronômicas; - Paisagismo; parques e jardins; - Doenças e pragas das plantas cultivadas; - Manejo e conservação do solo; - Tecnologia de transformação e conservação de produtos de origem animal e vegetal. - Produção; - Processos de Qualidade; - Mercado e Marketing; - Fiscalização de Alimentos e Bebidas.
Programa de Pós-Graduação Existente Programa Áreas de concentração Recursos Naturais da Amazônia - Conservação e Manejo da Biodiversidade na Amazônia. (PGRNA) - Estudo de Ecossistemas Amazônicos.
Pós-graduação acadêmica
Programas de Pós-Graduação Novos ESPECIALIZAÇÃO: Georreferenciamento de Imóveis Rurais MESTRADO e DOUTORADO: Ciências Florestais e Agrárias MESTRADO e DOUTORADO: Botânica Econômica MESTRADO e DOUTORADO: Ecologia e Conservação da Biodiversidade
- Sensoriamento remoto e geoprocessamento - Manejo de recursos florestais e agroflorestais. - Manejo e conservação do solo e água. - Processamento de Alimentos. - Manejo e conservação de plantas de interesse econômico. - Tecnologia e mercado de plantas de interesse econômico. - Melhoramento genético vegetal - Ecologia florestal; - Conservação da natureza;
O Instituto de Biodiversidade e Florestas irá ofertar cursos de graduação nos níveis de bacharelado e tecnológico. Após concluírem o Ciclo Básico os alunos que ingressarem no Instituto passarão a cursar os módulos do Semestre Interdisciplinar do Instituto, neste caso até Inter Instituto, com alguns módulos em comum com o Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas. Após o aluno cursar com aproveitamento esses módulos interdisciplinares é que começará a cursar o módulo profissionalizante com as disciplinas específicas do seu curso.
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11. INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS - ICTA Caracterização A região Amazônica abriga a maior bacia hidrográfica do mundo, compreendendo um território dimensionado entre 5.147.970 km² e 8.187.965 km², o que representa de 4 a 6% da superfície total da Terra e entre 25 e 40% da superfície da América Latina e Caribe. A Amazônia é abundante em quantidade de água e grande quantidade de chuvas que caem nessa região são responsáveis pela formação de rios (igarapés) que contribuem para a formação do eixo Solimões-Amazonas. Além disso, dependem da água o clima, a vegetação, os organismos em geral da região e todas as formas de vida. O rio Amazonas é o maior rio do mundo, com 6.992,06 km (Brasil: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, 2008), e a bacia hidrográfica mais extensa do planeta (7.165.281 km² (Novo, 1997; INPE 2008), o maior volume de descarga de água (220.000 m³ por segundo, em média), e mais de 1.000 tributários, sendo 3 destes com mais de 3.000 km de comprimento (rios Madeira, Purus e Juruá). Nessa região existe uma extraordinária concentração de biodiversidade. Em seu conjunto, é uma região de grande potencial econômico para o homem. Os ecossistemas naturais fornecem bens e serviços essenciais para o homem (Millennium Ecosystem Assessment – MEA, 2006), mas infelizmente, seu aproveitamento não sustentável tem propiciado a redução de grandes extensões naturais, o que tem gerado desmatamento e fragmentação de habitats, despertando atenção mundial devido estes ecossistemas serem elementos fundamentais para estabilidade de processos globais como o ciclo do carbono, a regulação hidrológica, a conservação e a manutenção da biodiversidade, e os efeitos potenciais sobre o clima global (FEARNSIDE, 1995). As águas superficiais da região estão perdendo a sua qualidade por causa da exploração de minérios, derramamentos de hidrocarbonetos, uso de agroquímicos na agricultura, resíduos sólidos de áreas urbanas, entre outros. Outro risco é a falta de saneamento básico nas cidades próximas aos rios, posto que cerca de 70% da deposição de resíduos sólidos é efetuada a céu aberto. Calcula-se que chegam aos rios amazônicos cerca de 1.700.000 t de dejetos e de 600 l/s de efluente lixiviado do meio ambiente (Nadalutti 2002; Brasil: IBGE 2006; GEO Brasil Recursos Hídricos 2007). Dessa forma os rios e os lagos precisam ser bem mais cuidados já que também a atividade pesqueira é realizada em larga escala e muitas vezes de forma predatória tanto para consumo como para exportação. Estima-se que hoje cerca de 100 espécies de peixes habitem os rios da Amazônia, e os mais consumidos são: tambaqui, jaraqui, matrinxã, curimatã, pacu, arucu e tucunaré. Outro aspecto hídrico da região é o Aqüífero Alter do Chão com suas águas subterrâneas que abastecem as duas principais capitais da Região Norte (Manaus e Belém) e se constitui no mais importante sistema hidrogeológico da Amazônia. Missão Ser um Instituto de referência na formação de profissionais habilitados em recursos hídricos e aquáticos, com capacidade técnica e científica para diagnosticar, pesquisar, solucionar os
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problemas gerenciais, tecnológicos e organizacionais em suas respectivas áreas de atuação na região Amazônica. Linhas de Pesquisa O processo efetivo do gerenciamento eco-responsável dos recursos hídricos e aquáticos e o seu papel na economia do país, só será possível investindo no conhecimento científico dos sistemas aquáticos continentais: rios, lagos, represas, áreas alagadas naturais, canais e sistemas de irrigação. Todavia, do ponto de vista da pesquisa científica se faz necessário um investimento permanente em estudos integrados: climatologia, hidrologia, limnologia, biodiversidade aquática em áreas preservadas e áreas impactadas. Para tal, é necessário apoiar a implementação de centros de excelências nessas áreas de estudo e que se dediquem a pesquisar no ecossistema regional, mas com perspectiva global. Igualmente importante, é a ênfase em centros de excelência que se dediquem à pesquisa e desenvolvimento nas áreas de saneamento básico e gestão integrada de bacias hidrográficas. Linhas de Pesquisas do ICTA: Biologia e ecologia de organismos aquáticos amazônicos Limnologia geral e aplicada à qualidade da água Dinâmica de áreas alagáveis Genética e conservação de organismos aquáticos Controle de espécies exóticas Ecologia da pesca e dinâmica de populações Bioprospecção e química biológica aquática Manejo de bacias hidrográficas Ecotoxicologia e Biogeoquímica aquática Hidrosedimentologia fluvial e lacustre Dimensão humana e Etnobiologia associada a áreas úmidas Geotecnologia aplicada aos ambientes aquáticos
Ecologia e Limnologia aplicada à aqüicultura Piscicultura de espécies nativas amazônicas; Carcinicultura de espécies nativas amazônicas Reprodução e larvicultura de organismos aquáticos; Alimentação e nutrição de organismos aquáticos; Plâncton e aqüicultura; Biomanipulação e mesocosmos aquáticos controlados (MAC); Ecofisiologia e evolução molecular de organismos aquáticos; Processos de Interação da Biosfera e Atmosfera. Bioprospecção de Recursos Naturais da Amazônia. Genética e Conservação da Biodiversidade.
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Cursos de Graduação e Pós-Graduação Programas de Graduação Novos Formação Bacharel em Biólogia com ênfase em Biologia de Água Doce Bacharel em Biólogia com ênfase em Biologia Vegetal
Engenharia de Pesca Continental
Engenheiro de Pesca
Saneamento Ambiental
Bacharel Ambiental
Tecnologia em Recursos Pesqueiros
Tecnólogo Pesqueiros
Tecnologia em Pesca e Tecnologia do Pescado
Tecnólogo em Pesca Tecnologia do Pescado
Tecnologia em Aquicultura
Tecnólogo em Aquicultura
Pósgraduação acadêmica
Programa Biologia de Água Doce e Vegetal
Programa Recursos Naturais Amazônia (PGRNA)
Pós-graduação acadêmica
Programa
em
Saneamento
em
Recursos
e
Áreas de Atuação Profissional Manejo das bacias hidrográficas, na conservação e uso da biodiversidade, políticas de saúde, qualidade ambiental (gestão de efluentes, balneabilidade, potabilidade), biotecnologia, bioprospecção, biossegurança e em estudos de impacto ambiental que envolvam atividades antrópicas sobre o meio ambiente em áreas submetidas a pesca, a exploração madeireira, mineração, usinas hidrelétricas e criação de hidrovias e rodovias. - Aqüicultura e Ecologia Aquática; - Desenvolver técnicas de engenharia biológica com ênfase para as áreas de nutrição, genética, reprodução e sanidade animal; - Monitorar o metabolismo dos ecossistemas aquáticos associados a ambientes de cultivo; - Desenvolver, adaptar ou otimizar, as técnicas existentes de localização e captura de animais aquáticos; - Tecnologia da pesca; - Gestão e ordenamento pesqueiro; - Tecnologia do Pescado; - Manejo sustentável em áreas de preservação ambiental avaliando os seus efeitos no contexto econômico e social. - Programação e na execução de projetos de fiscalização por meio do planejamento e do monitoramento da qualidade do meio ambiente, com a realização de pesquisas, inspeções e aplicações de tecnologias para preservação e recuperação ambiental; - Para supervisionar a construção de estações de tratamento de redes para abastecimento de água e para canalização de esgotos domésticos e industriais; - Implantação de sistemas de gestão ambiental; - Fiscalizar a qualidade da água de abastecimento público; - Projeta e opera sistemas de drenagem de águas pluviais. Instituições públicas e privadas ligadas à pesca. Empresas de pesca e de beneficiamento de pescado e de forma autônoma. Instituições de pesquisa e ensino, indústrias, empresas de extensão rural, colônia e associações de pescadores. - Adequação dos meios de produção pesqueira (embarcações, artes e métodos de pesca); - Atuar na assistência técnica e na extensão pesqueira. -Compreende atividades de (extração e) de cultivo e produção de organismos animais ou vegetais; -Atuar na assistência técnica e extensão rural pública ou privada; -Elaborar e implementar projetos e prestar consultoria em aqüicultura.
Programa de Pós-Graduação Existente Áreas de concentração da - Conservação e Manejo da Biodiversidade na Amazônia. - Estudo de Ecossistemas Amazônicos.
Programas de Pós-Graduação a serem Implantados Áreas de concentração
Mestrado e Doutorado em Conservação de Recursos Aquáticos da Amazônia Mestrado e Doutorado em Aqüicultura na Amazônia
- Biodiversidade, ecologia e conservação de ecossistemas aquáticos amazônicos; - Liminologia, biogeoquímica e manejo de bacias hidrográficas. - Aquicultura de espécies nativas amazônicas; - Ambiente, água e controle ambiental da atividade aquícola na Amazônia;
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Este Instituto irá ofertar cursos de graduação nos níveis de bacharelado e tecnológico, com carga horária mínima de 3.600 e 2.400 horas, respectivamente. Todos os alunos que ingressarem no Instituto serão obrigados a cursar os módulos de ensino geral do Instituto. Após o aluno cursar com aproveitamento esses módulos (400 horas) é que começará a cursar o quarto semestre com as disciplinas específicas do seu curso.
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12. INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS (IEG) Caracterização A Amazônia Legal ocupa uma área aproximada de 5 milhões de Km2, que corresponde a cerca de 60% do território nacional e 67% da Amazônia Continental, o que evidencia a sua importância nacional e global. A criação de uma universidade federal de integração da Amazônia Continental constitui um marco nas ações estratégicas internacionais, do governo brasileiro e em particular do MEC, para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Para cumprir a sua missão a nova universidade deve desenvolver um modelo pedagógico inclusivo, com forte ênfase nas ciências básicas e que amplie as oportunidades de aprendizagem numa visão inter, multi e transdisciplinar, propiciando um ambiente de interação e complementaridade entre os Institutos, programas e cursos, que será um diferencial da UNIAM quando comparada com as universidades já existentes, nas quais predominam a compartimentação, isolamento, excessiva fragmentação nos vestibulares e outros aspectos limitantes da cooperação interunidades e da atividade interdisciplinar. O Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), inicialmente, compreenderá três programas, com forte política de formação continuada: Engenharia Física, Ciências da Terra e Tecnologias da Informação e Comunicação. A necessidade de desenvolvimento tecnológico da região amazônica passa, obrigatoriamente, pela formação de um profissional diferenciado. Nesse contexto os cursos do Programa de Engenharia Física darão ênfase as ciências básicas, com forte formação em Física e Matemática, a fim de produzir um profissional com conhecimento multidisciplinar, visão ampla e capaz de transitar entre as diversas áreas tecnológicas. Ou seja, o opostos dos cursos tradicionais de engenharias, os quais são divididos em áreas que valorizam, ao extremo, a formação tecnológica localizada, formando um profissional com campo de atuação muito especializado, não integrador, pouco empreendedor e inovador, e com restrições de relacionamento com as demais áreas do conhecimento, e até mesmo dentro da sua área de atuação. O cenário local, região oeste paraense, em que a UNIAM se insere é altamente favorável ao perfil dos engenheiros, geólogos, cartógrafo e graduados em tecnologia que propomos. Com uma população aproximada de 1 milhão de habitantes a região oeste paraense conta apenas com três cursos de Engenharias (Engenharia Florestal-UFRA, Engenharia Agrícola e Civil – ULBRA) e nenhum curso de Geologia, embora se tenha a presença de grandes empreendimentos nessas áreas, instalados ou em fase de instalação, como: Porto Graneleiro da Cargil-Santarém, Província Trombetas-Jurutí (ALCOA e MRN), PEMATEC – Santarém, CAIMA – Itaituba, Província Aurífera do Tapajós, bem como o asfaltamento das Rodovias Federais (BR 163 Santarém-Cuiabá e BR 230 - Transa-mazônica), e a transposição da energia de Tucuruí para os municípios da Calha Norte, construção da Hidrelétrica de Belo Monte, entre outros. Estes, empreendimentos vão fomentar mudanças sociais, ambientais e econômica significativas, propiciando a geração de uma grande demanda por recursos humanos qualificados especialmente na área tecnológica. Soma-se, a esses fatos, o esforço governamental no sentido de fortalecer e estabelecer, na Amazônia, instituições e grupos de pesquisas que atuem na produção de novas tecnologias e no desenvolvimento da região.
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O Programa de Ciências da Terra contribuirá para formação de recursos humanos e geração de conhecimento tendo como eixo os processos que operam na Pedosfera, com ênfase nos solos da Amazônia, buscando interagir com as demais unidades de ensino e pesquisa da UNIAM. Os solos fazem parte da Pedosfera, a mais interessante das esferas terrestres, pois nela ocorrem os processos de interface com as rochas (geosfera), águas (hidrosfera), seres vivos (biosfera) e atmosfera e, não menos importante, os processos induzidos pelo homem (agricultura, indústria, cidades, etc.). A partir dessa opção assumem importância conteúdos ainda pouco desenvolvidos no Brasil como a Geologia do Quaternário, a Neotectônica, a Geoquímica Superficial, a Geofísica, a Arqueologia, certas aplicações das Geociências em saúde ambiental e humana, Geomorfologia e Pedologia, ciências do clima, etc. No caso específico da Amazônia também os mais importantes depósitos minerais como os de bauxita, ferro, manganês, níquel e outros, têm a sua formação relacionada aos processos superficiais regidos pelo clima do Terciário até o presente. Além disso, as aplicações da Geologia em obras de engenharia, planejamento de uso e ocupação do solo e planejamento de cidades requerem o conhecimento aprofundado dos solos e dos processos superficiais da Crosta Terrestre. Essas características levam a propormos os cursos de Geologia, Cartografia e graduação tecnológica em Geoprocessamento. O terceiro programa proposto, Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), está se tornando o alicerce para o funcionamento dos principais serviços oferecidos pelas organizações, tanto privadas como públicas. Serviços como comunicação convencional e de dados, controle e registro dos processos internos, e auxílio estratégico através de Sistemas de Apoio a Decisão; estão se tornando essenciais às organizações. Na região amazônica, onde as extensões e os volumes de informações são gigantescas, e os acessos as comunidades são, em geral, feitos por via fluvial; o desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação são preponderantes para a socialização do conhecimento e diminuição das desigualdades sociais. A própria UNIAM será portadora da necessidade de utilização dessas tecnologias, no intuito de minimizar custo e ampliar a oferta de cursos na modalidade a distância, na integração dos campi e das redes de pesquisas. Missão Realizar a educação tecnológica, com responsabilidade social e ambiental, visando a formação e qualificação de profissionais capazes de promoverem o desenvolvimento tecnológico da amazônia de forma sustentável, por meio do ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica.
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Programas de Pós-Graduação e Graduação Programa de Graduação Novos Programa
Formação
Áreas de Atuação Profissional
ENGENHARIA FÍSICA
- Engenharia Física Ambiental; - Engenharia Física de Energia; - Engenharia Física de Controle e Automação.
- Produção/Processo; - Pesquisa e desenvolvimento; - Avaliação de impactos ambientais; - Modelagem; - Recursos Hídricos; - Planejamento energético e energias renováveis; - Projetos de Manufatura/Fabricação e Automação de processos.
CIÊNCIAS DA TERRA
Cursos de Graduação Tecnológica: - Processos Ambientais; - Biocombustíveis - Bacharelado em Geologia; - Bacharelado em Cartografia.
-Planejamento, análise, promove e gerencia processos ambientais em industrias, agropecuárias, serviços, etc. -Produção, comercialização e uso de biocombustíveis;
- Pesquisa e desenvolvimento em Ciências da Terra; - Prevenção e remediação de problemas urbanos; - Busca de Recursos Naturais, jazidas minerais, petróleo e gás; - Estudos de aqüíferos e aproveitamento de água subterrânea; - Avaliar depósitos minerais; Análise de viabilização de jazidas; - Mapeamentos, geoquímicos, geofísicos e geotécni-cos; - Planejamento Territorial e Urbano; - Aquisição, processamento, representação e análise da Geoinformação; -Coleta, armazenamento e processamento de informações referenciadas espacialmente; -Sensoriamento remoto, cartografia, análise espacial.
TEC. DA INFORMAÇÃO E
Curso de Graduação Tecnológica: - Geoprocessamento - Bacharelado em Sistema da Informação; - Engenharia da Computação.
COMUNICAÇÃO
Curso de Graduação Tecnológica: - Banco de Dados; - Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Pós-graduação acadêmica
Programa
Mestrado e Doutorado em Modelagem (PGM)
Mestrado e Doutorado em Geociências
- Pesquisa e desenvolvimento; - Desenvolvimento de Sistemas de Informação; - Desenvolvimento de Sistemas de Telecomunicações e Automação de processos; -Projeto, implantação e manutenção de sistemas computacionais de informação; - Projeto, implementação e gerenciamento de bases de dados
Programa de Pós-Graduação Novos Áreas de Linhas de pesquisa concentração Modelagem - Métodos Geofísicos; Ambiental. - Geofísica Aplicada; - Sensoriamento remoto; - Processamento de Sinais; - Águas superficiais; - Meios porosos e Aqüíferos; - Modelos Ambientais; - Biologia e Saúde. - Modelos e Métodos; -Física- Otimização. Matemática. - Bacias Sedimentares e Geração de Com-bustíveis Fósseis; - Geologia e Gestão Ambiental, com ên-fase em recuperação de áreas degradadas; - Minerologia Aplicada; - Beneficiamento de Minérios; - Arqueologia geológica.
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Uma vez que todos os acadêmicos da UNIAM devem completar o Ciclo Básico de Estudos Amazônicos, com carga horária total de 800 horas (2 semestres), teremos uma média de 3 anos para a conclusão da graduação tecnológica, porém o egresso terá um visão social, ambiental e multidisciplinar ampliada. O acadêmico do IEG que optar pela graduação tecnológica poderá prosseguir o percurso acadêmico, a partir do curso tecnológico, ingressando nos bacharelados ou na pós-graduação, especializações, ofertadas pelo IEG.
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13. ESTRUTURA FÍSICA A UNIAM está sendo instalada em Santarém-PA deverá ser implantada em dois campi localizados na área urbana, nos quais serão implantados os cinco Institutos componentes da estrutura acadêmica da Universidade. O Campus I, com área de 60.000m², está localizado na Av. Marechal Rondon, S/N atualmente Universidade Federal do Pará, será destinado para a instalação do Instituto de Ciências da Educação, especialmente para formação de professores. Neste Campus já existem oitos blocos construídos que serão aproveitados para as instalações físicas do referido Instituto. Complementando a estrutura existente neste Campus deverão ser construídos mais dois blocos. Primeiramente um com 1.373m², para área de Vivência e Salas de Aula, e a seguir, um bloco, com 1.509m², para Laboratórios, Coordenações dos Cursos e Salas de Professores. O Campus II, localizado na rua Vera Paz, Bairro do Salé, às margens do Rio Tapajós, apresenta área total de aproximadamente 16 hectares, incluindo área ocupada pela antiga SUDAM, já utilizada pela UFPA e pela UFRA; e área do 8° BEC, ambas no processo de inclusão no patrimônio da UNIAM. Nesta área, já existem construídos vários blocos, a maioria dos quais será utilizada pela Universidade, sendo demolidos apenas os galpões mais antigos e já deteriorados do antigo Centro de Tecnologia da madeira da SUDAM. O Plano Diretor deste Campus, prevê a implantação dos Institutos de Biodiversidade e Florestas, de Ciência e Tecnologia das Águas, de Engenharia e Geociências e de Ciências da Sociedade. No que se refere ao investimento em obras, as prioridades para este e para o próximo ano são a construção de um bloco de Salas Especiais de Ensino para os Ciclo Básico em Estudos Amazônicos, com 3.400 m²; a reforma do bloco da garagem para servir à Reitoria e à parte da administração - meio da Instituição; alem das melhorias necessárias para o sistema viário, estacionamentos e infraestrutura. No que se refere ao Planejamento Físico, a prioridade seguinte é a elaboração dos projetos dos Prédios de Salas de aula, Laboratórios e a Administração Acadêmica dos Institutos que serão implantados neste Campus. Destes prédios o primeiro a ser construído, já em 2010, é o de Salas de Aula (16 salas para 50 alunos) e Vivência para atender ao ciclo profissional dos quatros Institutos deste Campus. A seguir são apresentadas as plantas referentes à estrutura física da UNIAM
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1ª ETAPA DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO DIRETOR FÍSICO - CAMPUS PRINCIPAL DA UNIAM EM SANTARÉM, PA
LEGENDA 1234567891011-
CICLO BÁSICO ADMINISTRAÇÃO INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS VIVÊNCIA INSITUTO DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS REITORIA E LABORATÓRIOS INSITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE ÁREA INTERINSTITUCIONAL PREFEITURA DO CAMPUS PARQUE TECNOLÓGICO
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA 1ª ETAPA DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO DIRETOR FÍSICO - CAMPUS PRINCIPAL DA UNIAM EM SANTARÉM, PA
OBS: - O MÊS 1 CONSIDERADO É ABRIL/2009 - O MÊS 15 CONSIDERADO É JUNHO/2010
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CAMPUS II – INSTITUTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES SITUAÇÃO ATUAL
1 – Auditório da Biblioteca e Direção da Faculdade de Educação 2 – Blocos de Salas de aula/Lab. De Informática/LASERS e Banheiros 3 - Bloco Administrativo 4 - Bloco Recreativo/Lab. De Letras e EAD (Educação à Distância) 5Adm. Acadêmica/Lab. De Matemática/Lab. De Informática/Lab. De Pedagogia/Telecentro e Diretório Acadêmico 6 – Bloco de Laboratórios e Direção da Fac. De Biologia 08 – Biotério 09 – Núcleo de Práticas Jurídicas/ Juizado Especial das Relações de Consumo 10 – Curso de Direito e Coordenadorias 11 – Física Ambiental 12 – Almoxarifado 13 – Cantina / Jogos e Reprografia 14 – Guarita 15 – Caixa d’água e Cisterna
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CAMPUS II– INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROPOSTA