Instituto de Longa Permanência para Idosos com Alzheimer

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TCC1 INSTITUTO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS COM ALZHEIMER

JULLIEN PATRICIO VEIGA ORIENTADORA: PROFª. ARQ. MSC. ANNA PAULA VIANA

2016.1


Dedico este trabalho a todos os idosos com Alzheimer, que possam receber um tratamento especial e carinhoso. Ao meu tio Lino que possui a doença, foi através dele que percebi a situação em que se encontram algumas instituições e a falta de não ter um espaço que trate exclusivamente de idosos com Alzheimer em Joinville.


AGRADECIMENTO Primeiramente agradeço a Deus que me deu força, perseverança e sabedoria para chegar até onde cheguei... Aos meus amados pais, Sálvio e Rosa, que com amor incondicional sempre me apoiaram e me deram forças para não desistir, e pelas suas orações que sempre me fortaleceram nos momentos mais difíceis. Ao meu amado esposo João Antônio, que tem sido meu braço direito, meu ajudador, meu protetor, meu amigo, que sempre me apoiou, fazendo o melhor para que tudo pudesse dar certo para mim. A Eduarda, que foi minha principal parceira nos trabalhos e projetos da faculdade, junto com nosso grupo de amigas: Adecléia, Jéssica e Larisi, sempre me ajudaram e me deram forças para continuar, espero levar a amizade de vocês para sempre. A todos os professores que acreditaram em mim e que de alguma forma me ajudaram a estar aqui hoje, principalmente a minha orientadora Anna Paula que se envolveu com o tema, me dando todo o suporte necessário para a realização deste trabalho.


"Só quem conhece alguém que sofre com a Doença de Alzheimer é capaz de mensurar a dor que se sente ao perceber que aos poucos uma história vai sendo apagada, sem deixar vestígios. E isso não se trata de uma dor física, mas uma dor emocional, que toma conta da gente e nos deixa impotentes diante de uma situação tão difícil. Se fosse para resumir o que a Doença de Alzheimer representa, poderíamos dizer que somente o corpo fica e a essência vai-se embora!" (Virgínia Célia).


RESUMO A doença de Alzheimer (DA) ainda é pouco conhecida da sociedade Brasileira. Considerando o aumento da taxa de envelhecimento no Brasil, o crescimento da DA na população idosa é constante. Não existe cura para a doença, mas buscam-se alternativas que favoreçam o bem estar do paciente e possibilite promover a progressão no tratamento da DA. Além do tratamento farmacêutico e de acompanhamentos da medicina, é possível fazer com que o espaço em que o paciente vive, influencie diretamente no tratamento de forma positiva, através da arquitetura do ambiente projetada pensando na autonomia, segurança e qualidade de vida dos pacientes. O presente trabalho tem como proposta, a concepção de um projeto de ILPI para idosos com doença de Alzheimer, para atender a carência de Instituições do gênero na cidade de Joinville, visando melhor qualidade de vida e o tratamento da Doença de Alzheimer. Palavras-chave: Arquitetura para idosos com Alzheimer. Idosos. ILPI. Doença de Alzheimer.


SUMÁRIO CAPITULO 1: INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3 1.1 TEMA .................................................................................................................... 4 1.2 PROBLEMA .......................................................................................................... 4 1.3 PARADIGMAS ...................................................................................................... 4 1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 5 1.4 OBJETIVO PRINCIPAL ......................................................................................... 6 1.4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 6 1.5 FERRAMENTAS UTILIZADAS E RESULTADO.................................................... 7 CAPÍTULO 2: PESSOAS ............................................................................................ 8 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS - O ENVELHECIMENTO ........................ 8 2.1.1 AS PRINCIPAIS DEMENCIAS DA TERCEIRA IDADE ...................................... 9 2.2 DOENÇA DE ALZHEIMER .................................................................................. 10 2.2.1 OS SINTOMAS DA DOENÇA DE ALZHEIMER ............................................... 11 2.2.2 O DIAGNÓSTICO............................................................................................. 13 2.2.3 AS FORMAS DE TRATAMENTO ..................................................................... 13 2.2.4 Terapias alternativas: ....................................................................................... 14 2.2.5 Musicoterapia: .................................................................................................. 14 2.3 ASPECTOS FÍSICOS.......................................................................................... 16 2.3.1 O AMBIENTE COMO RECURSO TERAPÊUTICO .......................................... 16 2.4 RELAÇÕES DO AMBIENTE FÍSICO COM A DOENÇA DE ALZHEIMER .......... 16 2.4.1 luminação ......................................................................................................... 16 2.4.2 Cores ................................................................................................................ 17 2.4.3 Temperatura do ambiente interno .................................................................... 19 2.4.4 Mobiliário e planejamento espacial interno e externo ....................................... 20 .................................................................................................................................. 21 2.4.5 Acústica ............................................................................................................ 22 2.4.6 Paisagismo ....................................................................................................... 22 2.5 NORMAS E LEGISLAÇÃO .................................................................................. 23 2.5.1 Estatuto do idoso .............................................................................................. 23 2.5.2 Atendimento Integral Institucional..................................................................... 23 2.5.3 NBR 9050 ......................................................................................................... 24 1


CAPÍTULO 3: LUGAR ............................................................................................... 27 3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS ............................................................... 27 3.1.1 SITUAÇÃO DE ATENDIMENTO AOS IDOSOS COM ALZHEIMER EM JOINVILLE ................................................................................................................ 29 3.2 ASPECTOS FÍSICOS.......................................................................................... 30 3.2.1 CIDADE DE IMPLANTAÇÃO ........................................................................... 30 3.2.2 A ESCOLHA DO TERRENO: ........................................................................... 31 3.2.3 LOCALIZAÇÃO, ACESSO E ENTORNO DO TERRENO ................................ 31 3.3 NORMAS E LEGISLAÇÃO .................................................................................. 34 CAPÍTULO 4: CONSTRUÇÃO .................................................................................. 37 4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS ............................................................... 37 4.2 ASPECTOS FÍSICOS.......................................................................................... 38 4.3 INSTITUTO BETHESDA – Lar Elizabeth ............................................................ 38 4.4 Análise do Alzheimer’s Respite Centre ............................................................... 40 4.3 NORMAS E LEGISLAÇÃO .................................................................................. 43 .................................................................................................................................. 45 CAPÍTULO 5: PROPOSTA DE OCUPAÇÃO ............................................................ 46 5.1 CONCEITOS ....................................................................................................... 46 5.2 PARTIDO ............................................................................................................ 46 5.3 TÉCNOLOGIAS A SEREM APLICADAS ............................................................ 48 5.3.1 Materiais ........................................................................................................... 48 5.3.2 Métodos construtivos........................................................................................ 48 5.4 Programa de necessidades ................................................................................. 49 5.5 ESTUDO DE VOLUMETRIA: .............................................................................. 50 5.6 Organograma e Fluxograma ............................................................................... 51 5.7 SETORIZAÇÃO: .................................................................................................. 53 5.8 IMPLANTAÇÃO JUSTIFICADA ........................................................................... 54 CAPITULO 6: CONCLUSÕES FINAIS ...................................................................... 55 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 56 ANEXOS ................................................................................................................... 61 ANEXO 01: PORTARIA MPAS/SEAS Nº 73, DE 10 DE MAIO DE 2001 NORMAS DE FUNCIONAMENTO DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO AO IDOSO NO BRASIL .... 61 2


CAPITULO 1: INTRODUÇÃO Com o aumento da longevidade, é cada vez mais necessário conceder ao idoso melhor qualidade de vida. Para isto, é preciso projetar um espaço com ambiente adequado para que eles possam viver com conforto e segurança, dar apoio aos familiares e competência aos cuidadores. Nesta etapa da vida, os idosos se tornam muito mais vulneráveis á doenças, e as doenças cognitivas são muito comuns nesta fase. A doença de Alzheimer (DA) é uma das principais doenças que afeta os idosos, ela não tem cura, por isto, é necessário uma preocupação maior com os pacientes e com seus familiares para que consigam lidar com a doença. Pensar no conforto do paciente através do espaço construído (arquitetura) é pensar na qualidade de vida e promover o tratamento da doença. É necessário entender, que os idosos com DA possuem necessidade especiais diferentes dos demais idosos, por isso é importante proporcionar a eles conforto físico e psicológico para enfrentar a doença. Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo principal, a realização de um anteprojeto de um Instituto de Longa Permanecia para Idosos (ILPI) com Alzheimer, na cidade de Joinville – SC, através da arquitetura, projetar um espaço voltado a promover o tratamento da doença e trazer melhor qualidade de vida aos idosos, bem como também aos seus familiares que na maioria dos casos, não possuem tempo integral para se dedicar aos cuidados que esta doença incurável exige. A escassez de instituições bem preparadas que amparem os idosos e a inexistência de espaços exclusivos para idosos portadores da doença de Alzheimer foi o que levou á escolha do tema. Em estudos, observou - se que o ambiente construído através das características arquitetônicas projetadas, pode estimular a qualidade de vida e promover o tratamento da doença.

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1.1 TEMA O trabalho de conclusão de curso tem como tema: Instituição de longa permanência para idosos com doença de Alzheimer. Partindo do tema central que é lar para idosos, foi escolhido um público alvo para ser trabalhada a delimitação do tema: idosos com doença de Alzheimer (DA). A escassez de espaços adequados, e a falta de profissionais habilitados para atender este público específico, induziu a escolha do tema. 1.2 PROBLEMA O processo de envelhecimento traz consigo transformações, tanto para quem está envelhecendo quanto para aqueles que convivem com estas pessoas. Destacam-se nesta fase da vida os problemas relacionados à saúde, perda de resistência física e psicológica, onde a mais frequente é a Doença de Alzheimer (DA) (ABRAZ, 2016). Em Joinville, não existe um espaço especializado e adequado para moradia e acolhimento de idosos com DA. A arquitetura pode contribuir para a promoção da qualidade de vida e no tratamento da doença. Como desenvolver um anteprojeto de um espaço para idosos com doença de Alzheimer, que promova o bem estar destes idosos e ajude no retardamento da evolução da doença? 1.3 PARADIGMAS As instituições de longa permanência para idosos geralmente não diferenciam os ambientes por modalidade de atendimento aos idosos, fazendo com que todos os idosos sejam atendidos da mesma forma, independente do seu grau de dependência física ou metal. O ambiente construído deve ser projetado para estimular o doente e até mesmo retardar a evolução da doença, levando em conta que as fases da doença são diferentes e exigem características arquitetônicas diferentes para tratar o idoso em todas as etapas do processo da doença. Dessa forma, é possível proporcionar melhor qualidade de vida aos idosos com doença de Alzheimer, através de projetos pensados exclusivamente a estes pacientes, seja qual for à fase da doença em que estes se encontrem. 4


1.4 JUSTIFICATIVA Segundo dados do IBGE (2010), pode-se afirmar que a população idosa está aumentando a cada dia, com isso aumenta a procura por instituições que apoiam os familiares nesta fase da vida. Muitas vezes, a família tem dificuldade para encontrar um lugar adequado para cuidar do idoso, isso agrava ainda mais quando a procura é para um idoso com doença de Alzheimer. (ABRAZ, 2016) Pesquisas realizadas em todo o mundo afirmam que em 2010 haveria 35,6 milhões de pessoas no mundo com demência. Prevê-se que este número quase duplique a cada 20 anos, atingindo os 65,7 milhões em 2030 e os 115,4 milhões em 2050. Este aumento deve-se ao aumento do número de pessoas com demência em países de baixo e médio rendimento (ALZHEIMER’S DISEASE INTERNATIONAL, 2009). O gráfico abaixo mostra que o número de pessoas com demência é muito maior em países com baixo e médio rendimento, segundo pesquisas realizadas pela Alzheimer’s Disease International (2009).

Gráfico 01: O crescimento do número de pessoas com demência (em milhões) em países de elevado rendimento e de baixo e médio rendimento.

Fonte: Alzheimer’s Disease International (2009)

Não há dados que informem se há no Brasil um espaço exclusivo para idosos portadores desta doença, atualmente existem alguns lares que recebem estas pessoas, mas também não há informações se os profissionais possuem treinamento especializado para tratar de idosos com DA. Por não existir dados sobre a incidência da doença no Brasil, é utilizada a pesquisa de outros países e dados do IBGE 5


(2010), onde pode-se afirmar que 1,2 milhão de pessoas sofram com a doença no país. Como não há dados que confirmem a quantidade de pacientes na cidade de Joinville, foi utilizada a média nacional que é de 7% dos idosos (IBGE, 2010), onde pode-se estimar que o número de idosos com DA em Joinville ultrapassa 3 mil, considerando que a cidade possui em média 45 mil idosos (IPPUJ, 2015). A proposta é desenvolver um anteprojeto de uma ILPI1 exclusivo para idosos com doença de Alzheimer, que promova o bem estar, respeito e ajude no retardamento da evolução da doença.

1.4 OBJETIVO PRINCIPAL O objetivo principal é desenvolver um Anteprojeto de um Instituto de longa permanência para Idosos especializado no tratamento da doença de Alzheimer. 1.4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1- Identificar necessidades atuais e futuras para os usuários deste espaço. 2- Estudar leis e normas, aspectos sociais e psicológicos das pessoas que possuem DA. 3- Analisar soluções arquitetônicas que possam suprir as necessidades de um espaço para vivência um Idoso com Alzheimer. 4- Propor uma Instituição de Longa Permanência de Idosos com modalidade III, prevendo amenizar as dificuldades relativas à doença de Alzheimer.

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Instituto de Longa permanência para idosos

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Normas e Aspectos Normas e Aspectos Aspectos Aspectos Legislaçã Históricos Legislaçã Históricos Físicos Físicos o e Sociais o e Sociais Normas e Aspect Aspectos Legislaçã os Históricos e o Físicos Sociais

CONSTRUÇÃO

LUGAR

PESSOAS

1.5 FERRAMENTAS UTILIZADAS E RESULTADO

Ferramentas Utilizadas Levantamento Bibliográfico Entrevistas

Resultados evolução histórica conhecer o dia-a-dia de enfermeiras e cuidadores

TCC's relacionados Levantamento Bibliográfico TCC's relacionados

referencial teórico referencial teórico conforto e segurança Estudos sobre a doença de Alzheimer soluções arquitetonicas para idosos com Alzheimer Dados demográficos normas de acessibilidade direito dos idosos normas a ser aplicada em ILPIs referencial teórico Informações sobre a história escolha do terreno condicionantes fisicos do lugares referencial teórico Entrevista com cuidadores Fotos do terreno Estudo de espaço Acessibilidade direitos dos idosos Dados, mapas Mapas evolução história dos asilos

Pesquisas em sites de medicina abordam sobre o tratamento

IBGE NBR 9050 Estatuto do idoso RDC 283 Levantamento Bibliográfico Jornais Pesquisas a campo Levantamento Bibliográfico Entrevistas Levantamento Fotográfico Estudo de caso NBR 9050 Estatuto do Idoso Ippuj Simgeo Levantamento Bibliográfico

TCC's relacionados Levantamento Bibliográfico Análise de Correlatos Estudo de caso Estatuto do Idoso NBR 9050 RDC 283 Ippuj

referencial teórico referencial teórico Estudos de forma e função dos espaços direito dos idosos acessibilidade normas a ser aplicadas na edificação leis municipais

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CAPÍTULO 2: PESSOAS 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS - O ENVELHECIMENTO O ser humano está sempre em mudanças e transformações.

O

envelhecimento humano inicia-se ainda quando criança, passando por várias etapas, adolescência, juventude, fase adulta e assim a velhice vai chegando como um fenômeno natural que faz parte do processo da vida, portanto é necessário aceitar estas mudanças que a natureza traz (STUCCHI, 1998). No Brasil, a velhice é um dos temas que mais ganharam importância nos últimos anos, há diversas iniciativas voltadas para o atendimento aos idosos. Em muitas cidades formaram-se conselhos de idosos, diversas discussões sobre a possibilidade de um envelhecimento adequado e respeitado (STUCCHI, 1998). A expectativa de vida vem crescendo em todo o mundo. No Brasil, na década de 60, essa marca era de 62 anos; hoje, ultrapassa os 71 (ALBERT EINSTEIN, 2009). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2000), até 2055 o número de pessoas com mais de 60 anos supere o de brasileiros com até 29 anos. O aumento da população brasileira tem aumentado continuamente, conforme análise do gráfico abaixo, que mostra o aumento acelerado da população idosa desde a década de 40, podendo chegar em 14% até 2020. Gráfico 02 – Evolução da proporção de idosos na população brasileira por sexo – 1940/2020

Fonte: Itamaraty (2002)

O Hospital Vila da Serra (2016), afirma que envelhecer faz parte do processo e esta fase da vida é chamada de melhor idade, a chave da longevidade é passar 8


por esta fase com qualidade de vida. Para que isto ocorra é importante que ao longo da vida, sejam tomadas algumas providências, priorizando desde cedo à saúde da mente e do corpo. 2.1.1 AS PRINCIPAIS DEMENCIAS DA TERCEIRA IDADE O idoso durante o processo de envelhecimento apresenta perdas de reflexos, coordenação motora e perdas sensoriais. Porém, é necessário dar atenção á estes sinais, pois pode ser um indicativo de alguma doença (ABRAZ, 2016). O quadro abaixo mostra um comparativo entre envelhecimento normal e demência: Quadro 01: Comparativo entre envelhecimento normal e demência

No Atividade

envelhecimento

Na demência

normal Esquecer Esquecer coisas

detalhes de um evento

Lembrar mais tarde

Seguidamente

Capacidade de entender

Usualmente, sim

instruções escritas Cuidar-se, cuidar da higiene pessoal.

Esquecer todo o evento

Raramente

Gradualmente incapaz

Usualmente, sim, embora

Gradualmente

com

incapaz

dificuldades.

Fonte: Hartmann; Lucchese (2014).

A Classificação Internacional de Doenças (2010), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1993) define demência como: “Síndrome decorrente de uma doença cerebral, usualmente de natureza crônica ou progressiva, na qual há perturbação de múltiplas funções corticais superiores, a começar pela memória, incluindo distúrbios do

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pensamento,

orientação,

compreensão,

cálculo,

capacidade

de

aprendizagem, linguagem e julgamento” (OMS, 1993).

O idoso que possui algum tipo de demência perde algumas funções intelectuais, afetivas, psicomotoras e linguísticas. Isto afeta seu comportamento social junto aqueles que convivem diretamente com ele. De acordo com Bizar, Canineu (2013) existem aproximadamente sessenta tipos de demências, sendo que as principais são: - Demências Vasculares - Demência Fronto – Temporal (DFT): - Demência por Corpúsculos de Lewy (DCL) - Demência na Doença de Parkinson (DP): - Doença de Huntington: - Doença de Alzheimer: A demência do tipo Alzheimer está entre as principais demências, sendo a mais comum entre os idosos (ABRAZ, 2016) e será explicada com mais detalhes no próximo tópico.

2.2 DOENÇA DE ALZHEIMER O nome Alzheimer vem do médico alemão chamado Alois Alzheimer, foi este médico que descobriu a doença em 1906. Ele diagnosticou a doença em uma de suas pacientes que havia perdido a memoria por anos. Após o falecimento dela, estudou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como: Doença de Alzheimer. (ABRAZ, 2016) A Doença de Alzheimer é uma enfermidade que não tem cura e que vai se agravando ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada para retardar a evolução da doença. Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas, porém, também pode ser diagnosticada raramente em pessoas em outras fases da vida A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. (ABRAZ, 2016) A revista da Associação Médica Americana afirma que: 10


“O desenvolvimento de doença de Alzheimer está relacionado com 2 proteínas anormais no cérebro chamada β-amilóide e tau , que são tóxicos para as células nervosas (neurónios) no cérebro. O acúmulo dessas proteínas em neurônios eventualmente leva à morte de neurônios, piora da função cerebral, e os sintomas de demência. A demência é um termo usado para descrever um declínio nas habilidades mentais, incluindo memória, linguagem

e

raciocínio

lógico”.

(JAMA,

AMERICAN

MEDICAL

ASSOCIATION, 2015). Figura 01: Alterações do cérebro na doença de Alzheimer

Fonte: Ineuro, (2016)

O paciente com DA possui alterações no cérebro que identificam a doença, através da figura acima, pode-se observar o cérebro com Alzheimer avançado possui lesões cerebrais, e atrofia do hipocampo 2. 2.2.1 OS SINTOMAS DA DOENÇA DE ALZHEIMER Os sintomas começam muito antes do diagnóstico da doença, a ação silenciosa da DA começa de 10 a 20 anos antes de identificá-la, começando discretamente, a maioria das pessoas acha normal e não procura orientação médica. A perda da memória é o primeiro sinal da doença. A maioria dos pacientes e 2

órgão pequeno situado dentro do lóbulo temporal central do cérebro e faz uma parte importante do sistema límbico, a região que regula emoções.

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seus familiares não percebe a perda inicial de memória, ou atribui ao envelhecimento normal. À medida que a doença evolui, a dificuldade de o paciente executar suas atividades da vida diária aumenta (ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL, 2016). Conforme Hartmann, Lucchese (2014), os sintomas da doença de Alzheimer, podem ser divididos em quatro fases: Primeira Fase (Alzheimer Leve): Na primeira fase da doença, ela afeta inicialmente a memória para fatos recentes ou aprendizado. Afasia: incapacidade de se comunicar, dificuldade para compreender sua própria língua falada ou escrita. Apraxia: incapacidade para executar movimentos complexos e com significado, tão necessários no dia-a-dia (como dirigir, pedalar bicicleta, vestir-se). Confusão de tempo, local, compromissos, dificuldades de Juízo, problemas para lidar com dinheiro, mau humor, depressão e ansiedade. Segunda Fase (Alzheimer Moderado): Dificuldade para reconhecer pessoas: Dificuldade para identificar as pessoas menos importantes e progressivamente passará a esquecer também quem são as pessoas mais importantes e mais próximas. Comportamento repetitivo: ir repetidamente ao banheiro, vestir-se com diversas roupas sobre as outras, perguntar diversas vezes as mesmas coisas. Perambulação, andar sem parar: caminhar pela casa sem propósito ou motivos, às vezes por horas, divagar ou "pensar alto" - estes comportamentos podem levar a um nível muito alto de atividade física e desencadear perda de peso. Alucinações e viver no passado também são sintomas da segunda fase da doença. Terceira Fase (Alzheimer Severo): O paciente fica totalmente dependente de outras pessoas, pois perde completamente a capacidade de realizar qualquer tipo de tarefa.

Nesta

fase

as

funções

cognitivas

estão

totalmente

danificadas,

impossibilitando o paciente de se comunicar. A perda de peso é bastante comum nesta ultima fase, não por razoes de alimentação, mais sim por alterações neurológicas. Podem ocorrer convulsões e imobilidade: à medida que áreas motoras 12


do cérebro são afetadas, o paciente progressivamente perde habilidades motoras; chegando a imobilização completa.

Quarta fase (Alzheimer Terminal): Nos estágios finais da doença o paciente terá perdido a maioria das funções cerebrais. A fragilidade e a imobilidade comumente

levam

à

morte

por

infecções,

notadamente

por

pneumonia.

(LUCCHESE, 2014)

2.2.2 O DIAGNÓSTICO Não existem exames para diagnosticar a Doença de Alzheimer (DA), hoje em dia o diagnóstico é realizado através de um processo de eliminação de outras doenças que podem causar a falta de memória, com isso a precisão ultrapassa 90%, sendo avaliados por especialistas como neurologistas, psiquiatra e psicólogos (LUCCHESE, 2014 pag. 57). Recomenda-se que, diante dos primeiros sinais, as famílias procurem profissionais e/ou serviços de saúde especializados para diagnóstico precoce no estágio inicial da doença, o que favorecerá a evolução e o prognóstico do quadro (ABRAZ, 2016).

A certeza do diagnóstico só pode ser obtida por meio do exame microscópico do tecido cerebral do doente após seu falecimento. Antes disso, esse exame não é indicado, por apresentar riscos ao paciente (ABRAZ, 2016). É importante que nas consultas, esteja presente uma pessoa que convive diretamente com o paciente e que conheça bem o seu comportamento, pois o relato deste acompanhante ajudará a estabelecer o diagnóstico. (HOSPITAL VILA DA SERRA, 2016).

2.2.3 AS FORMAS DE TRATAMENTO A Alzheimer's Association (2016) relata que a doença de Alzheimer ainda não tem cura, mas os tratamentos para os sintomas estão disponíveis e a investigação continua. Os tratamentos atuais de Alzheimer não podem parar com a doença, mas podem auxiliar a diminuir temporariamente o agravamento dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e dos seus cuidadores. Os medicamentos utilizados para tratar os sintomas de Alzheimer são chamados inibidores da 13


colinesterase3, que ajudam no tratamento relacionado á memoria, pensamento, linguagem, e outros processos de pensamento. Também são prescritas doses elevadas de vitamina E para as alterações cognitivas da doença de Alzheimer. 2.2.4 Terapias alternativas: A Associação Brasileira de Alzheimer (2016) afirma que embora alguns destes remédios sejam válidos para o tratamento da DA, existem também tratamentos alternativos não farmacológicos, que consistem em realizar atividades que estimulem as funções cognitivas do paciente: Estimulação cognitiva: Consiste em realizar atividades e programas que potencializem as habilidades cognitivas, utilizando técnicas que resgatam memória antiga, raciocínio, e proporcionem treinamento das funções motoras, oferecendo controle comportamental e emocional, através de jogos e desafios mentais. Estimulação social: Priorizam o contato social e estimulam a comunicação, promovendo integração e convivência com outras pessoas. Estimulação Física: Realizada através de atividades físicas e fisioterapia, a fim de melhorar a coordenação motora, percepção sensorial. Organização do Ambiente: Organizar o ambiente que o idoso com DA convive, amenizando barulhos e ruídos, proporcionando um ambiente limpo e agradável e estabelecendo uma rotina. 2.2.5 Musicoterapia: A terapia musical pode contribuir para o bem estar do paciente com DA, conforme Hartman e Lucchese (2014 pag. 57) a música faz bem para a mente e para a alma, melhora a comunicação não verbal, reduz o estresse e melhora a interação social. Segundo Levitin (2010), a intensa capacidade da música como fator estimulante das áreas cerebrais pode ser assim explicada:

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A colinesterase é enzima responsável pela hidrólise da acetilcolina, presente nas sinapses, com a função de mediadora química da transmissão de impulsos nervosos através de fibras pré-ganglionares parassimpáticas e pós-ganglionares simpáticas.

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A atividade musical mobiliza quase todas as regiões do cérebro de que temos conhecimento, além de quase todos os subsistemas neurais. Os diferentes aspectos da música são tratados por diversas regiões neurais: o cérebro vale-se da segregação funcional para o processamento musical, utilizando um sistema de detectores cuja função é analisar determinados aspectos do sinal musical, como altura, andamento, timbre, etc. [...] Várias dimensões de um som musical precisam ser analisadas – geralmente envolvendo vários processos neurais quase independentes –, para em seguida serem reunidas e formarem uma representação coerente daquilo que estamos ouvindo (ibidem, p. 100).

O trabalho com a música em idosos com DA é recomendável, pois a emoção e a memória para a música podem permanecer muito tempo depois que as outras formas de memória tenham desaparecido. É um recurso de grande importância na atenção aos idosos, estimula o prazer do convívio social, influencia nas mudanças comportamentais, deixando-os mais atuantes e proporciona-lhes a sensação de conforto, paz, tranquilidade e confiança. Por meio da música o idoso também pode entrar em contato com suas lembranças e emoções, percebendo-as e manifestandoas, dentro da sua possibilidade motora e cognitiva atual (Albuquerque MCS, et al, 2012). Outras atividades terapêuticas como jardinagem, recreação, trabalhos manuais, animal de estimação e caminhadas também ajudam na qualidade de vida dos idosos com DA, mesmo que a doença não tenha cura, muito pode ser feito para promover o tratamento da doença. O objetivo das terapias alternativas é de acalmar os períodos de agitação do paciente, que são causadas por repetição constantes das mesmas perguntas, ou por atividades constantes. (HARTMANN; LUCCHESE, 2014 pag. 63).

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2.3 ASPECTOS FÍSICOS 2.3.1 O AMBIENTE COMO RECURSO TERAPÊUTICO Conforme Abraz (2016), o ambiente onde a pessoa com DA vive influencia no seu humor, sua relação com as pessoas e até sua capacidade cognitiva. Algumas situações de agitação ou desorganização podem prejudicar o funcionamento mental do paciente. Oferecer um ambiente adequado pode ser uma forma de minimizar sintomas, bem como favorecer a qualidade de vida. Organizar o ambiente tem como objetivo inibir ou controlar as manifestações de sintomas comportamentais como ansiedade e agitação, delírios e alucinações e inadequações sociais. O ambiente deve ser tranquilo, com situações previsíveis, evitando características que possam ser interpretadas como ameaçadoras. Sugerese utilizar tom de voz ameno e evitar confrontos e conflitos desnecessários, repetitivos e duradouros, diminuir e evitar barulhos e ruídos, amenizar estímulos luminosos muito intensos, deixar o ambiente claro, limpo e organizado, estabelecer uma rotina estável e simplificada. 2.4 RELAÇÕES DO AMBIENTE FÍSICO COM A DOENÇA DE ALZHEIMER Observa-se uma associação positiva ente a configuração do ambiente projetado e os sintomas da DA, tendo como consequência, promover a qualidade de visa do idoso com Alzheimer, por isso a influência ergonómica do ambiente interno, como iluminação, cores e contrastes, conforto acústico e mobiliário, podem ser um potencial para o tratamento da DA (SOUZA; MAIA, 2014). 2.4.1 luminação A iluminação dos ambientes projetados para idosos são necessariamente diferentes da iluminação em ambientes comuns. As decisões sobre iluminação são, normalmente, baseadas na percepção das pessoas, por isso, é fundamental, na concepção dos espaços de cuidados especiais continuados, incorporar o máximo possível de luz natural, balanceada com a luz artificial, sendo necessário providenciar pátios, alpendres, varandas e sacadas, para encorajar e incentivar os residentes há passar mais tempo na área externa da instituição (PASCALE, 2002). 16


A iluminação desempenha um papel essencial na gestão de vários processos biológicos e psicológicos no corpo humano (SOUZA; MAIA, 2014), os sistemas de iluminação bem projetados, tornam o ambiente mais seguro e menos estressante, tornando os ambientes mais confortáveis (PASCALE, 2002). 2.4.2 Cores A Cor está intimamente interligada com a iluminação, tanto que a intensidade da luz afeta substancialmente o resultado da cor. Por isso, a escolha das cores precisa ser baseada nos estudos científicos que indicam o efeito psicológico das cores nos usuários do espaço (VASCONCELOS, 2004), transmitem mensagens e tendem a predispor determinados estados de humor, desencadeando emoções, modificando comportamentos e, por vezes, alterando o funcionamento do organismo. Podemos dividir a cor em quatro planos: químico, físico, sentidos e o psíquico; estando cada um destes aspectos associados a leis e fenômenos específicos (NOVA FISIO, 2007). Quadro 02: Planos de aplicabilidade das cores

Fonte: Nova Fisio (2007)

Existem muitos estudos envolvendo o efeito psicológico das cores nas pessoas, porém o número de pesquisas publicadas abordando o efeito das cores nos portadores de demência, ainda é pequeno. Utilizar as cores conforme os princípios já conhecidos de percepção das cores. Pessoas com demência possuem características únicas, elas lutam para entender o seu ambiente e não deve ter sua atenção dirigida a elementos que não lhes providenciam nenhuma informação útil. Assim, para camuflar a porta de um ambiente que não deve ser acessível ao portador de DA, a mesma deve ser pintada da cor das paredes adjacentes (SOUZA; MAIA, 2014). O uso das cores em arquitetura pode favorecer realçar, esconder, provocar alterações na percepção de forma, espaço, tamanho e movimento. Mas dentre todas essas características a influência psicológica dos espaços edificados é 17


certamente a mais importante dentro de um ambiente de tratamento, já que se trata de um lugar onde as pessoas lidam constantemente com fortes emoções. O tratamento de doenças por meio das cores vem sendo feito desde 2800 A.C, a cromoterapia pode ser definida como o tratamento que, por intermédio das cores, estabelece o equilíbrio e a harmonia entre corpo, mente e emoções, por isso pode ser utilizada como um método de terapia para o tratamento de doenças. Cada cor tem sua função terapêutica específica, impactando fortemente no tratamento de doenças, controle de emoções e restabelecendo energias (PERSONARE, 2016). Através do quadro a seguir, pode-se entender o que as cores transmitem e como pode ser utilizadas positivamente em um ambiente, a fim de colaborar para a recuperação e bem estar dos usuários. Quadro 03 - Efeito das cores e as propriedades da Cromoterapia

Vermelho

Cor

Propriedades das cores

Propriedades da cromoterapia

Utilização nos ambientes

- Deve ser utilizado com prudência;

- Cuidar na

- Cor do amor ao ódio, da

- Estimula o sistema nervoso central;

utilização dos

felicidade e do perigo.

- Produz calor que revitaliza o corpo

ambientes, pois

- Pode trazer irritação ou

físico;

pode intimidar e

excitação.

- Estimula o sangue e libera

assustar os

adrenalina.

pacientes.

- Cor da recreação e da - Pode ser

Laranja

sociabilidade - Cor da diversão e do lúdico, - É a combinação de luz e calor. - Clareia e aquece, e essa é a

- Cor da alegria e do calor;

utilizados em locais

Antidepressivo; Aumenta o otimismo;

de diversão e

- Estimula a apetite;

atividades e no

- Rejuvenesce e vitaliza.

refeitório, pois

mistura ideal para alegrar o

estimula a apetite;

corpo e a mente. - Cor do otimismo, recreação e

Amarelo

entendimento. - Como a cor do sol, o amarelo age de modo alegre e revigorante.

- Estimulante, energizante, purificador e eliminador; - Estimula a percepção, o intelecto e o sistema nervoso central; - Desperta esperança em doentes que desistiram da cura;

- Cor da espontaneidade, da impulsividade.

- Indicado para obter concentração

- Podem ser utilizados em locais de diversão e atividades, oficinas e salas de terapias.

mental e fixar informações.

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- Cor analgésica é refrescante e antiinfecciosa;

Verde

Cor da esperança, da natureza,

- Deve ser utilizada com muito

- Por ser uma cor

cor da vida e da saúde.

cuidado, pois pode ser fatigante e

que acalma e

- O verde é uma ideologia, um

estimular a depressão, quando usada

tranquiliza, pode

estilo de vida: consciência

em excesso;

ser utilizada nos

ambiental, amor à natureza.

- Associada à paz, à natureza, à

dormitórios e em

- Cor que acalma, sentimento de

saúde, à abundância, à tranquilidade,

locais de reflexão

estar em segurança.

ao equilíbrio, à esperança e à

internas e externas

juventude;

- Cor da simpatia, da harmonia e da fidelidade

Azul

- Cor do céu – portanto azul é também a cor do divino, a cor eterna. - É a principal cor das virtudes intelectuais. Cor da inteligência,

- Cor do equilíbrio, da harmonia e da expansão espiritual; - Tem efeito relaxante, calmante e analgésico; - Atua no sistema nervoso, nos vasos sanguíneos, e em todo o sistema muscular;

da ciência, da concentração. - Cor do bem e dos espíritos

Branco

Princípio e a ressurreição: o branco é o início. Associa-se com a luz. - Com branco, tudo se torna positivo; -limpo e esterilizado

- A cor que apresenta maior sensibilidade na presença da luz; Permite boa iluminação, uma vez que absorve pouca luz e transmite pouco calor ao ambiente interno, permitindo, desta forma, um maior conforto.

propriedade intelectual, pode ser utilizada em locais de atividades manuais e oficinas.

- Pode ser utilizadas nos dormitórios pelas suas características de conforto, e em locais de reflexão. - Cuidar na

- Cor do aconchego Marrom

- Por possuir

- Sentimento de estar em

- Relacionado ao pesar, à melancolia

segurança;

e ao desconforto;

- Cor dos materiais rústicos,

- Associa o marrom a outono,

como a madeira, o couro e o

doenças, terra, melancolia e orações.

algodão;

utilização dos ambientes, para não trazer melancolia e desconforto ao local.

Fonte: Cagnini (2015)

2.4.3 Temperatura do ambiente interno Os idosos são mais suscetíveis às doenças respiratórias do que os mais jovens, isto é decorrente da perda de temperatura corporal, visto que esses indivíduos são menos ativos fisicamente. Por isso, é importante a manutenção de uma temperatura confortável, possibilitando ao ambiente a combinação de ventilação natural e ventilação mecânica (condicionadores de ar e/ou ventiladores). (PASCALE, 2002). 19


Além das soluções de conforto térmico, faz-se necessário uma escolha criteriosa de materiais a ser utilizada, a localização das aberturas e estudo do clima, para projetar ambientes com total conforto para idosos com DA (SOUZA; MAIA, 2014). 2.4.4 Mobiliário e planejamento espacial interno e externo Um bom planejamento espacial é aquele que permite que o idoso com DA maximize sua capacidade de orientação e locomoção, a segurança não pode ser negligenciada tratando-se de um ambiente para idosos e com DA, algumas precauções devem ser tomadas para minimizar os possíveis riscos com acidentes domésticos, removendo ou posicionando itens que possam causar queda, por exemplo, tapetes, objetos pontiagudos e fáceis de quebrar não deve estar ao alcance das mãos. (SOUZA; MAIA, 2014) O espaço construído pode ser projetado ou adaptado para oferecer total segurança para idosos, um ambiente seguro visa oferecer aos idosos, uma ambientação adequada, com independência e qualidade de vida. (CASA SEGURA, 2016)

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Figura 02: Disposição de mobiliário

Fonte: (CERBRAS, 2016)

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2.4.5 Acústica Para promover um bom conforto acústico, é necessário utilizar materiais que ajudem a absorver o som, principalmente nos ambientes privados como, por exemplo, os quartos, para que o idoso possa ter um bom local para descansar. Para isto, podem ser utilizados forros acústicos, cortinas com tecidos pesados, pisos acústicos ou carpetes, que diminuam a reverberação e garantindo maior conforto para o usuário. (SOUZA; MAIA, 2014) Sendo assim, os ambientes que possuem materiais de acabamento que absorva o som, torna a comunicação mais fácil e suave para os usuários deste espaço, além de proporcionar períodos de descansos sem ruídos que interfiram no bem estar do idoso. 2.4.6 Paisagismo Conforme Forcelini (2006) o paisagismo pensado para idosos deve requerer interesse e preocupação, pois necessita de ambientes agradáveis e seguros para o bem estar dos usuários deste espaço. O paisagismo precisa ter total acessibilidade, uso de vegetação que atraia a fauna, uso de vegetação nativa, iluminação adequada, corrimãos e cultivo de plantas. Os jardins sensoriais são os mais indicados, pois despertam todos os sentidos: 

Paladar: ervas aromática

Tato: vegetação e elementos esculturais agradáveis ao tato

Visão: flores que se destacam pela cor

Olfato: flores perfumadas

Audição: folhagens que produzam sons, e uso da água.

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2.5 NORMAS E LEGISLAÇÃO 2.5.1 Estatuto do idoso Conforme o estatuto do idoso (LEI NO 10.741, DE 1O DE OUTUBRO DE 2003), idosos são todas as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. (Estatuto do Idoso, pág. 16).

No que se refere do direito a saúde, o Estatuto do idoso diz que: Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda. (Estatuto do Idoso, pág. 18).

O envelhecimento é um direito do idoso, sendo assim, goza de todos os direitos inerentes a qualquer ser humano, o envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Tem direito a habitação forme consta no artigo 37 do estatuto do idoso, paragrafo 3: § 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei. (Estatuto do Idoso, pág. 22)

Os cuidados com o idoso devem ser feitos em âmbito familiar, exceto quando a família não tem condições de cuidar do idoso, que torna responsabilidade do Estado, conforme descrito no Estatuto do idoso (2003). Ainda segundo o Estatuto, o idoso tem direito a vida, saúde, alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito e a convivência comunitária ou familiar, permitindo que o idoso tenha um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

2.5.2 Atendimento Integral Institucional As Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil (Portaria MPAS/SEAS nº 73, de 10 de maio 2001), estabelece normas de 23


funcionamento de serviços de atenção ao idoso no Brasil. Essa portaria propõe novas modalidades de atenção ao idoso, que poderão ser adequadas à realidade de cada município, entendendo que é fundamental a participação do idoso, da família, da sociedade, dos fóruns e dos conselhos nas formas de organização dos serviços de atenção ao idoso, a saber: família natural; família acolhedora; residência temporária; centro dia; centro de convivência; casa lar; república; atendimento integral institucional; assistência domiciliar/atendimento domiciliar. O atendimento integral institucional é aquele prestado por instituição asilar, para atender pessoas com 60 anos ou mais, sob regime de internato, oferecendo-lhes serviços nas áreas sociais, psicológica, médica, fisioterapeuta, terapeuta, e outras atividades deste segmento. São classificados em três modalidades: Modalidade I: É a instituição para idosos independentes, mesmo que façam uso de algum equipamento de ajuda, como por exemplo, andador, bengala, cadeira de rodas, etc. a capacidade máxima recomendada é de 40 pessoas em uma instituição. Modalidade II: É a instituição destinada para idosos independentes ou não, que necessitam de auxílio e de cuidados especializados, e de acompanhamento de profissional de saúde. Não são aceitos idosos com dependência física acentuada e doentes mentais. A capacidade máxima é de 22 pessoas. Modalidade III: É a instituição destinada a idosos dependentes que requeiram assistência total, no mínimo de uma atividade da vida diária (AVD). Necessita de uma equipe interdisciplinar de saúde. Capacidade máxima recomendada é de 20 pessoas, com 70% de quartos para 2 idosos e 30% para 4 idosos. A modalidade adotada para este trabalho de conclusão de curso será a modalidade III.

2.5.3 NBR 9050 A NBR 9050 (2015) estabelece parâmetros técnicos em diversas condições de mobilidade e percepção do ambiente, proporcionando á maior quantidade de pessoas, independente da idade ou limitações, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente. 24


Acessibilidade é definida pela NBR 9050 (2015) como: “Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”.

Os idosos se enquadram na definição da NBR 9050 (2015) como pessoa como mobilidade reduzida: “Pessoa

com

mobilidade

reduzida

é

aquela

que,

temporária

ou

permanentemente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante entre outros.” NBR 9050 (2004).

As formas de comunicação e sinalização são importantes para projeto de ILPI, principalmente para idosos com Alzheimer, facilitando a eles o uso dos espaços que circulam diariamente. Visual: É realizada através de textos ou figuras. Tátil: É realizado através de caracteres em relevo, Braille ou figuras em relevo. Sonora: É realizada através de recursos auditivos. Tipos de sinalização: Permanente: Sinalização utilizada nas áreas e espaços cuja função já esteja definida, identificando os diferentes espaços ou elementos de um ambiente ou de uma edificação. Direcional: Sinalização utilizada para indicar a direção de um percurso ou a distribuição espacial dos diferentes elementos de um edifício, através de setas, figuras ou símbolos. Tátil: utiliza recursos como linha-guia ou piso tátil. De emergência: Sinalização utilizada para indicar as rotas de fuga e saídas de emergência das edificações, dos espaços e do ambiente urbano, ou para alertar quanto a um perigo iminente. 25


Temporária: para indicar informações provisórias ou que podem ser alteradas periodicamente. As informações essenciais aos espaços devem ser sinalizadas de forma visual, tátil ou sonora, no mínimo conforme o quadro abaixo: Quadro 04: Aplicação e formas de comunicação e sinalização

Fonte: NBR 9050 (2015)

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CAPÍTULO 3: LUGAR 3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS O número instituições para idosos vem crescendo muito atualmente, porém não é recente o surgimento de ILPIS no Brasil. O cristianismo foi pioneiro no amparo aos velhos: "Há registro de que o primeiro asilo foi fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa em um hospital para velhos" (ALCANTARA, 2004). A palavra Asilo vem grego ásylos, significa: casa de assistência social onde são acolhidas pessoas pobres e desamparadas, mendigos, crianças abandonas, orfãos e velhos. Considera-se ainda que seja o lugar onde as pessoas que a ele se recolhem ficam isentos de execução das leis. As instituições que dão assistência para idosos são denominadas de ILPI, uma nomenclatura padronizada do nome: Instituição de longa permanência para idosos. (ARAÚJO; SOUZA; MANCUSSI, 2007). O primeiro Asilo (nome como era chamado antigamente) fundado em Joinville foi o Lar Abdon Batista em 1911, pelo então prefeito Abdon Batista, e foi chamado de Sociedade de Caridade e Asylo de Órfãos e Desvalidos. O lar funcionava no prédio que hoje abriga a Secretaria Municipal de Assistência Social, na Procópio Gomes, bairro Bucarein. A partir de 1916, a Congregação das Irmãs da Divina Providência assumiu a administração e gerência das ações da Sociedade. Em 1970, os idosos foram transferidos para o recém-fundado Asilo Bethesda, e a instituição passou a ser chamada de Lar Abdon Batista, atendendo somente crianças e adolescentes. (A NOTÍCIA, 2011) Figura 03: Lar Abdon Batista em 1911

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Fonte: História de Joinville (2012)

Conforme pesquisas do jornal A Notícia (outubro, 2010), a população Joinvillense está vivendo mais. A expectativa de vida na cidade, que em 1991 era de 70,6 anos, passou a ser de 74,5 em 2008, conforme estimativa do IBGE, número acima da média nacional, de 72,7 anos. A porcentagem de idosos em Joinville chegou a 8,97% da população em 2015. No Censo de 2000, Joinville tinha 28 mil idosos, já em 2011 o aumento foi para 43 mil habitantes com mais de 60 anos. São 54% mais idosos em dez anos. O jornal A notícia realizou em 2009, uma pesquisa com 953 idosos que residem em Joinville, nestes dados apenas 1,9% disseram ter uma saúde perfeita. No total, foram relatados 7.398 problemas, o que corresponde a uma média de 7,7 problemas por idoso. Em pesquisas no Ippuj (2015), os bairros com mais índice de idosos na cidade de Joinville são: Gráfico 03: Bairros com maior quantidade de Idosos

Fonte da autora, março 2016 – conforme dados do Ippuj – Joinville Bairro a bairro (2015)

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Para delimitar as diretrizes projetuais, foi utilizado referencial teórico, análises de correlatos e estudo de caso destinado aos idosos com Alzheimer, os quais servirão como base para a elaboração do anteprojeto de Lar para Idosos com Alzheimer. 3.1.1 SITUAÇÃO DE ATENDIMENTO AOS IDOSOS COM ALZHEIMER EM JOINVILLE Em pesquisa á 22 Institutos de longa permanência em Joinville para identificar a quantidade de idosos que atualmente residem nesses institutos e que possuem a doença de Alzheimer. Dos 22 institutos pesquisados, foi possível contato telefônico com 11 destes, os quais me passaram informações sobre quantidade de idosos com Doença de Alzheimer (DA): Tabela 01: Quantidade de Idosos com Alzheimer em Joinville

ILPI Lar Filhos do Rei Casa de Repouso Nova Jerusalém Casa de Repouso Cantinho do Imigrante Caldas Casa de Repouso Casa de Repouso Feliz Idade Lar Recanto do Idoso Ventura Residence Lar do Idoso Betânia Lar Annibusc Armelinda Lar de Idosos Lar Elizabeth

TOTAL BAIRRO IDOSO M (DA)H (DA) S Anita Garibaldi 26 0 0 Anita Garibaldi 20 0 1 iririu 12 1 1 Anita Garibaldi 21 2 1 Bom Retiro 20 3 1 América 16 0 1 Bucarein 44 7 1 Bucarein 43 6 1 Floresta 15 4 2 Dona Francisca 15 4 2 Pirabeiraba 14 10 2 Total: 246 37 13 Fonte: autora

Nestas 11 instituições, soma-se o número total de 246 idosos, sendo que destes, 50 idosos possuem Alzheimer (37 mulheres e 13 homens). Em contato com estas instituições, através de entrevistas com cuidadores, foi concluído que nenhum destes oferece tratamento específico para a doença de Alzheimer, e não possuem instalações adequadas para o tratamento da doença.

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3.2 ASPECTOS FÍSICOS 3.2.1 CIDADE DE IMPLANTAÇÃO A cidade escolhida para a implantação do anteprojeto é Joinville, localiza-se no Sul do País, é a maior cidade do Estado de Santa Catarina. Conforme dados do IBGE (2010), a população em 2010 era de 515.288, estimando chegar em 2015 com 562.151. O crescimento vai muito além da economia, nossa cidade conseguiu aliar desenvolvimento econômico e social. Sua localização, infraestrutura, economia diversificada e a colonização - que reuniu as mais diversas culturas e etnias criaram o cenário ideal para Joinville se transformar no que é hoje e no que quer para o futuro. (IPPUJ, 2015) Figura 04: Localização de Joinville

Fonte: IPPUJ (2015) com adaptação da autora

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3.2.2 A ESCOLHA DO TERRENO: Através dos estudos realizados, pode-se observar que uma edificação voltada para idosos, é determinante que a escolha do lugar favoreça o bom desempenho da instituição, para isso, é necessário que alguns critérios sejam analisados: 

Estar em Região/bairro com maior proporção de idosos;

Apresentar em seu entorno equipamentos de comércio e serviços para garantir a integração do idoso à sociedade;

Oferecer facilidade de acesso de veículos e pedestres.

Fácil acesso a BR 101;

Local tranquilo, sem alto trafego de veículos;

Sem risco de alagamento e deslizamento;

Terreno totalmente plano que favoreça a acessibilidade dos usuários;

Proximidades com atendimento de saúde.

3.2.3 LOCALIZAÇÃO, ACESSO E ENTORNO DO TERRENO Diante dos critérios estabelecidos e analisados, o terreno escolhido para a implantação do ILPI esta localizado no bairro Floresta, o qual faz divisa com o bairro Anita Garibaldi, onde se localizam a maior parte dos lares de idosos na cidade de Joinville. O terreno escolhido possui geometria retangular com área aproximada de 9155,00 m², Zoneamento ZR4a o terreno é plano, dotado de infraestrutura de água, esgoto tratado, energia elétrica, coleta de lixo, e rua com pouco trafego de veículos. A escolha do terreno baseou-se ainda na sua dimensão (tendo em vista o prédimensionamento e o programa de necessidades a ser proposto), na legislação e na topografia. Conforme a Portaria nº 73 (2001) indica que a topografia seja predominantemente plana ou apresente pouca diferença de nível, de forma que sejam priorizadas as normas de acessibilidade, evitando o uso de escadas e prevendo a instalação de rampas, e se possível com locais para atividades ao ar livre. A norma ainda sugere que as instituições estejam localizadas em locais urbanos não isolados, possibilitando, assim, aos idosos usufruir das características do lugar, com facilidade de acesso por transporte coletivo e acesso a serviços diversos. O terreno tem acesso pela Rua Olaria, tendo sua testada frontal com 124,75 m. 31


Figura 05: Metragem do terreno

Fonte: A autora (2016)

O terreno localizado na Rua Olaria possui acesso por principais ruas como: Av. Santa Catarina e Copacabana, possui linha de transporte coletivo nas proximidades do terreno, e projeção da continuação da rua Chile, na lateral direita do terreno que não ainda não possui abertura Figura: 06 Localização do terreno

Fonte: Simgeo (2016) Figura 07: Fotografia do terreno

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Fonte: A autora (2016)

Através do levantamento fotográfico, pode-se observar que o terreno atende as exigências normativas de terreno plano para o uso, fazendo com que a edificação a ser projetada seja totalmente acessível aos idosos.

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3.3 NORMAS E LEGISLAÇÃO A LEI COMPLEMENTAR Nº 312, de 19 de fevereiro de 2010, define os seguintes usos para o Zoneamento ZR4a: E2.2- Saúde: Casa de saúde; Centro de saúde; Consultórios comunitários; Dispensários; Hospital; Hospital psiquiátrico; Maternidade; Pronto atendimento médico; Pronto-socorro. E2.3- Social: Albergue; Asilo; Centro de reintegração social; Clubes-de-serviços; Colonização e migração (centro assistencial); Templos, Conventos; Mosteiros; Orfanatos; Organizações associativas de profissionais; Figura 08: Zoneamento

Fonte: Mapa de Uso e ocupação do solo, Ippuj (2015).

Em pesquisas realizadas no site do Simgeo (2016), observou-se que o terreno está livre de deslizamentos conforme mostra o mapa abaixo:

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Figura 09: Mapa de Riscos de Deslizamentos

Fonte: Simgeo (2016)

O terreno fica localizado em uma área próxima á rio, por isso foi realizado um estudo sobre a possibilidade de enchente, o qual mostrou área alagável nas proximidades, não atingindo o terreno. Figura 10: Mapa riscos de enchente

Fonte: Simgeo (2016)

Nas proximidades do terreno está situado a Unidade Básica de Saúde do Bairro Floresta, á 350 metros de distancia, localizada a rua república do Peru, S/N. 35


Duas unidades da secretaria de assistência social também estão localizadas á 500 metros de distância do terreno, conforme mostra o mapa abaixo: Figura 11: Localização de saúde e assistência social

Fonte: Simgeo (2016)

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CAPÍTULO 4: CONSTRUÇÃO 4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS No Brasil a ideia dos asilos surgiu primeiramente pela igreja católica, as instalações eram em locais mais afastados da cidade, geralmente em residências pouco adaptadas para o uso, não eram regulamentadas, não havendo nenhum preparo nas questões de acessibilidade, conforto térmico e acústico. Na metade do Século XX, com a instituição do direito á aposentadoria e pensão, começou a melhoria na qualidade de vida dos idosos, que antes eram vistos pela sociedade com um ser degradado (BIANCHI, 2013). Ao longo dos anos inúmeras instituições para idosos surgiram no País e, consequentemente, outros termos para batizá-las, como casas de repouso, clínicas geriátricas, hotéis para idosos, residências assistidas etc. Durante esta evolução histórica, o que sempre se quis foi desvincular ao termo “asilo”. O termo “ILPIs” nasceu no Brasil em 2003, sugeridas pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, denominadas como Locais destinados à moradia, permanente ou temporária, para pessoas idosas e que geralmente oferece cuidados de saúde, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e outros serviços (CORA RESIDENCIAL, 2015). O envelhecimento da população e o aumento da sobrevivência de pessoas com incapacidades físicas e mentais obrigaram uma mudança: os asilos deixaram de fazer parte da rede de assistência social ao idoso e passaram a fazer parte da rede de assistência à saúde. Na história de Joinville, os idosos geralmente eram cuidados em sua própria casa, por um parente, ou nos poucos asilos que existiam, estes eram encontrados anexos á hospitais, ou mantidos por ordens religiosas, em casas adaptadas pouco adaptadas para o uso. (COUTINHO, 2015) Conclui-se que com o passar dos anos, a necessidade de lares regulamentados foi aumentando, não só para o cuidado de idosos doentes, mas também idosos que para não ficar sozinho em casa, devido nos dias de hoje a maioria das famílias trabalharem, procuram uma ILPI para viver.

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4.2 ASPECTOS FÍSICOS Para o site Utopia (2016), o espaço projetado para Idosos deve ser bem específico, e possuir um conjunto mínimo de espaços necessários de acordo com a legislação em vigor: Átrio ou Recepção: Espaço para receber visitantes. Sanitários: Casas de banho divididas por género e incluindo acesso a pessoas de mobilidade reduzida ou condicionada através de espaço autónomo ou integrado em cada género. Sala de convívio: destinada à sociabilização entre utentes ou com visitantes. Sala de refeições: Espaço destinado às refeições comuns. Cozinha e copa: devidamente ligada a uma entrada de serviço, depósito de lixos. Quartos dos idosos: A lei prevê um número máximo de quartos por ala e um máximo de idosos por quarto. Os quartos poderão ser individuais, duplos ou superiores. Todos deverão possuir um sanitário privativo com as dimensões mínimas para pessoas de mobilidade condicionada. Administração e gabinete de atendimento: Deverá ser prevista uma zona administrativa com possibilidade de atendimento público de modo a permitir reuniões com familiares, fornecedores ou técnicos de ação social ou jurídica. Zona técnica do pessoal: Deverá possuir uma entrada de serviço autónoma (preferencialmente poderá dar também acesso à cozinha) e incluir WC do pessoal e vestiários. Depósitos gerais e da limpeza: Trata-se da zona prevista para armazenar mobiliários e produtos e utensílios de limpeza (UTOPIA, 2016). 4.3 INSTITUTO BETHESDA – Lar Elizabeth Para realizar este anteprojeto, foi necessário visitar um ILPI que estivesse mais próximo da realidade dos pacientes idosos com DA, tendo visto que em Joinville não há instituições específicas, visitou-se o lar Elizabeth, localizado no Distrito de Pirabeiraba, o qual possui área construída de aproximadamente 720 m², 38


foi inaugurado em 2008 para atender idosos que precisam de tratamento especial, não é especifico para Alzheimer, porém de 14 idosos residentes no local, 12 deles possuem a DA. Figura 12: Setorização do pavimento térreo – Lar Elizabeth

Fonte: Souza (2013)

In loco, foi constatado que a maioria dos idosos não se movimenta sozinhos, obtendo ajuda das enfermeiras para todas as atividades diárias. A única idosa que eu foi vista andando possui 85 anos, a senhora Charlotte, a qual foi possível contato e observado seu comportamento. No momento da visita, não foi permitido fazer registro através de fotos, pois segundo a enfermeira responsável pelo local, precisaria de uma autorização assinada de que nenhuma foto fosse divulgada, então, respeitando o seu posicionamento, apenas foi realizada anotações de tudo o que foi observado em relação à construção do local. Os quartos são identificados com nome de flores, para melhor identificação dos usuários, são amplos para dois idosos e cada quarto possui banheiro totalmente acessível, todos os quartos são equipados com oxigênio caso algum idoso precise de internação, o mesmo permanece no próprio quarto, não precisando se deslocar para o hospital. Todos os ambientes possuem piso vinílico com exceção das áreas molhadas que são de piso cerâmico. Todos os corredores são largos e possuem corrimão, e cada ambiente possui proteção de madeira nas quinas das paredes para proteção. 39


O Lar Elizabeth possui um pavimento superior, tendo acesso por escada e elevador, porém, não tive acesso a todo o pavimento devido estar passando por uma reforma. Uma sala de fisioterapia fica no pavimento superior, o qual é utilizado muitas vezes para exercícios e também para aulas de artesanato. Muitos dos trabalhos e atividades realizadas com os idosos são feitas na sala que possuem poltronas e uma grande Televisão, ou também, realizadas na varanda ou jardim. Uma enfermeira é responsável pelo local, e possui 4 técnicos em enfermagem que fazem revezamento para que os idosos estejam 24 horas sendo acompanhados. A volumetria do Instituto remete ao uso residencial, com amplas janelas, em terreno bem arborizado e próximo a natureza. 4.4 Análise do Alzheimer’s Respite Centre O Centro Respite de Alzheimer, em Dublin, o projeto arquitetônico foi elaborado por Niall McLaughlin Architects e as obras foram concluídas em 2009. Está situado dentro de um jardim murado existente no convento adjacente, dispostos dentro deste espaço protegido, está interligada uma série de pavilhões que incorporam espaços sociais, jardim e pátios. O centro visa eliminar qualquer sentido da institucional ou médica através do uso de cuidado de madeira, anunciou detalhamento, o fluxo relaxado de espaços internos. O desafio na concepção de um ambiente de cuidados para as pessoas com doença de Alzheimer é produzir, espaços coerentes calmas que reduzem distração enervante, orientação ajuda e incentivo da mobilidade. Através de um projeto, é possível aliviar a desorientação, confusão e agressão nos usuários de construção e promover a interação social e uma sensação de segurança. Figura 13: Fachada Alzheimer’s Respite Centre

Fonte: Níall McLaughlin Architects (2016).

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O centro de dia e descanso foi encomendado pelo Alzheimer Society of Ireland para prestar cuidados flexíveis curtos prazo para as pessoas que sofrem de doença de Alzheimer e oferecer um meio de suporte para as famílias afetadas. Figura 14: Revestimentos de madeira

Fonte: Níall McLaughlin Architects (2016).

As cores diferenciadas servem para marcar determinadas áreas da instituição. Os corredores possuem assentos e janelas, de forma que também se tornaram espaços de interação, corrimãos foram instalados por todas as paredes para facilitar e estimular o deslocamento do usuário.

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Figura 15: Aberturas no alto e iluminação natural

As

áreas

internas

possuem aberturas, com janelas de madeiras em diferentes

alturas,

que

possibilitam a vista para o jardim de diferentes locais da instituição. Fonte: Níall McLaughlin Architects (2016).

Figura 16: Planta baixa

Figura 17: Cores fortes para demarcar

Fonte: Níall McLaughlin Architects (2016).

Os ambientes

Figura 18: Corredores largos

Fonte: Níall McLaughlin Architects (2016).

Fonte: Níall McLaughlin Architects (2016)

42


4.3 NORMAS E LEGISLAÇÃO Para construção de edificação de ILPI no terreno escolhido, é necessário seguir alguns critérios estabelecidos conforme Anexo IV da lei 312 (2010), os quais descrevem: os recuos mínimos devem ser: frontal de 5 metros, laterais e fundo de 3 metros. A taxa de ocupação para a edificação é de 50 % e o gabarito máximo de 6 pavimentos, tendo visto que a concepção projetual será totalmente térrea, o gabarito mínimo descrito em lei não se aplica ao projeto. Quadro 05 - Usos admitidos para construção de edificações

Fonte: Anexo IV da Lei 312 de 2010

Sobre vagas de estacionamento, a Lei 312 de 2010, afirma em seu anexo V: E2.2 – Saúde: 01 vaga a cada 50,00 m²ou fração/Sujeito a exame específico do órgão de planejamento da Prefeitura. E2.3 – Social: 01 vaga a cada 100,00 m² ou fração Portanto, para este anteprojeto será considerado 1 vaga a cada 100 m², pois se enquadra com ênfase no dimensionamento de instituição social, E2.3. As Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil (Portaria MPAS/SEAS nº 73, de 10 de maio 2001) define o programa de necessidades mínimo para a Modalidade III, a qual afirma que a capacidade máxima para esta modalidade é de 20 idosos.

Programa de Necessidades

Dimensão mínima (m2)

01. Sala para Direção/Técnicos e Reuniões

12,00

02. 2 Salas para Atividades Coletivas (p/ 15

2 x 25,00 = 50,00

43


pessoas) 03. Sala para Atividades Individuais 04. 3 Salas para Atendimento (Multiuso)

8,00 3 x 12,00 = 36,00

05. Sala de Convivência

30,00

06. Espaço Inter-religioso e para Meditação

20,00

07. Ambulatório

8,00

08. Almoxarifado

10,00

09. Copa/cozinha

16,00

10. Área de serviço/lavanderia (c/ tanque)

4,00

11. Depósito Geral

4,00

12. 2 Banheiros para Funcionários (com armários)

2 x 3,00 = 6,00

13. 4 Dormitórios c/banheiro para 02 pessoas

4 x 15,00 = 60,00

14. 3 Dormitórios c/banheiro para 04 pessoas

3 x 20,00 = 60,00

Subtotal

324,00

Circulação interna e divisórias (25% do total)

81,00

TOTAL

405,00 Fonte: Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil (2001)

As instituições de atendimento integral devem estar localizadas dentro de malha urbana, com facilidade de acesso por transporte coletivo, e preferencialmente próximas a rede de saúde, comercio e demais serviços, portanto não deve ser pensada como local isolado. O projeto deve contemplar o uso de elementos que atuem de forma positiva sobre a memória física e afetiva dos idosos e em suas relações com o espaço. (PORTARIA 71, 2001) 44


Os sanitários devem ser executados de acordo com a NBR 9050 (2015), conforme segue exemplo na figura abaixo: Figura 19: Banheiro acessível

Fonte: NBR 9050 (2015)

Outras necessidades de conforto e acessibilidade estão descritas na Norma de Funcionamento de Serviços de atenção ao idoso no Brasil, as quais constam no anexo X deste presente trabalho de conclusão de curso.

45


CAPÍTULO 5: PROPOSTA DE OCUPAÇÃO 5.1 CONCEITOS Nada melhor para um idoso com saúde debilitada, sentir-se aconchegado e amparado no ambiente que vive todos os dias, por isso para realizar o anteprojeto que venha de encontro com este principio, o aconchego foi o conceito escolhido. Conforme o dicionário Aurélio, Aconchego significa: amparo, proteção, comodidade, acolhimento, amparo físico junto a alguém ou algo; abraço. Ação ou efeito de aconchegar. Através de elementos construtivos, formas, relação entre cheio e vazio, textura e liso, iluminação natural e artificial, ventilação, cor, mobiliário e design, podemos explorar o contraste dos diversos materiais e estilos, o uso e as sensações, trazendo assim um aconchego para os usuários deste espaço. Algumas formas de colocar isso em prática e deixar o ambiente mais aconchegante são: utilizar materiais naturais como madeira, pedra ou tijolos maciços que equilibre com materiais mais limpos e tecnológicos como vidro, alvenaria e concreto aparente (PORTAL VIP GAROPABA, 2016) 5.2 PARTIDO Através dos estudos realizados conclui-se que projetar uma ILPI para idosos com Alzheimer requer além de conhecimento técnico, uma preocupação com o bem estar e a segurança dos usuários. O Idoso com DA, dependendo do estágio da doença, possui dificuldade de saber onde está, como voltar, etc., por isso à proposta deste anteprojeto é trazer ao idoso e aos cuidadores, a proteção dos usuários através da implantação, que será voltada para o centro do terreno, fazendo com que o idoso não se sinta perdido e reconheça sempre o ambiente em que se encontra. Será adotado neste anteprojeto a organização centralizada da implantação, segundo Ching (2005) a organização centralizada é um espaço dominante ao redor do qual uma série de espaços secundários é agrupado.

46


Figura 20: Organização Centralizada

. Fonte: Ching (2005) A intenção projetual é de proporcionar aos idosos e a todos os usuários deste espaço, um lugar de descanso e de lazer, proporcionando a sensação de proteção e aconchego. A ideia principal é criar um jardim central, que possa ser integrado a todas as setorizações, para isto será projetado um jardim sensorial centralizado que proporcione aos idosos o contato com a natureza, e seja acessível a todos, utilizando-se os quatro sentidos do corpo humano: • O tato, através das texturas das plantas, • A audição, com os repuxos d’água, • A visão, através das cores exuberantes e, finalmente • O olfato com os aromas das espécies. Para isto, o jardim sensorial deverá ficar suspenso a uma altura prédeterminada, considerando passagem tanto para cadeirantes quanto deficientes visuais e idosos. Este recurso garante o livre acesso a todos que queiram tocar ou cuidar das espécies com facilidade. 47


5.3 TÉCNOLOGIAS A SEREM APLICADAS 5.3.1 Materiais Serão utilizados neste anteprojeto materiais construtivos que remetam conforto e aconchego dos usuários, que lhes tragam além de beleza visual, conforto térmico, acústico e lumínico, favorecendo o bem estar e a recuperação dos idosos com DA. Para isso, alguns materiais foram escolhidos como principais componentes da edificação, listados abaixo:  Madeira  Tijolos maçicos  Piso Vinílico  Vidro  Brises metálicos (imita madeira)  Elemento vazado, ou cobogó 5.3.2 Métodos construtivos Fundação: Radier com espessura mínima de 20 cm De acordo com o engenheiro Nelson Gerab, da Civic Engenharia e Construções, em entrevista a revista PINI (novembro, 2011) a fundação radier é uma solução aplicável à maioria dos tipos de solo: "Como há distribuição uniforme da carga, o radier admite um solo com menor resistência do que aquela necessária para fundação em estaca”. Estrutura: pilares e vigas. Revestimentos: alvenaria de tijolos. Cobertura: laje pré-moldada e telhado verde. Esquadrias: Alumínio com vidros. Pisos: Porcelanato nas áreas molhadas, vinílico nos quartos e nas área de convivência. 48


5.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES De acordo com estudos realizados, foi definido espaços de acordo com a necessidade do instituto de longa permanência para idosos com Alzheimer, o qual atenderá 20 idosos, conforme Modalidade III (RDC 283 de 2005). Para isto, lista-se abaixo o programa de necessidades e pré-dimensionamento mínimo dos espaços, desenvolvido com base na RDC 283 de 2005, e na Norma de funcionamento de serviços de atenção ao idoso no Brasil. Tabela 02 – Programa de Necessidades

institucional

Administrativo

SETOR

AMBIENTE

Serviço

QUANT TOTAL M²

Poltronas, TV, bebedouro, mesa de apoio Balcão, computadores, cadeiras mesas e cadeiras, TV Sanitários, lavabos mesa com cadeiras mesas, cadeiras, armários, TV

35 20 12 4 25 20

1 1 1 2 1 1

35 20 12 8 25 20

mesas e cadeiras, TV

25

2

50

mesa, cadeira, TV mesas, cadeiras, armários bancos, altar armários, mesa, cadeira armário, maca, equipamentos equipamentos de fisioterapia, mesas, cadeiras, cama mesas, cadeiras, armários, churrasqueira

8 12 20 8 18

1 3 1 1 1

8 36 20 1 18

18

1

18

100

1

100

bancos, equipamentos de ginástica 900 bancos, plantas, chafariz, calçada 1000 armários, prateleiras 10 freezer, geladeira, fogão, armários 16 maquina de lavar roupas, ferro de Área de serviço (lavanderia) passar, tanque 4 Deposito Geral armários, prateleiras 4 Vestiário Funcionários armarios, pias, sanitários 3 Sala para descanso de sofas, poltronas, mesas e cadeiras, funcionários TV 25 Estacionamento 12 Dormitórios duplos com camas hospitalares, guarda-roupas, banheiro acessível criado mudo, poltronas 15

1 1 1 1

900 1000 10 16

1 1 2

4 4 6

1 28

25 336

10

150

10 total:

150 2972

Hall Recepção Sala de reuniões Banheiro Sala multiuso Gerencia e coordenação Sala para atividades coletiva Sala para atividades individuais Sala Multiuso Espaço para meditação Ambulatório Emfermaria Sala de fisioterapia Sala de convivência Pátio privativo para exercícios Jardim sensorial central Almoxarifado Copa/Cozinha

Semiprivado

MOBILIÁRIO

Varandas

cadeiras, flores

15

Fonte: A autora

49


5.5 ESTUDO DE VOLUMETRIA: A partir do programa de necessidades, um estudo de volumetria foi realizado no terreno, conforme segue: Figura 21: Estudo para volumetria 01

Fonte: autora Figura 22: Estudo para volumetria 02

Fonte: autora Figura 23: Estudo para volumetria 03

Fonte: autora

50


Após este estudo, fica claro que forma que mais está associada ao conceito e partido, é o estudo 03, onde os blocos não estão totalmente fechados mas faz com que todas as visuais estejam voltadas para o centro do terreno, com vista para o jardim sensorial. A volumetria que foi proposta permite a facilidade de setorização, deixando os setores bem distintos, os quais cada um exerce bem sua função. 5.6 Organograma e Fluxograma A seguir serão apresentados o organograma e fluxograma do Instituto de longa permanência para idosos com Alzheimer a ser projetado.

Organograma

Fonte: A autora

51


Fluxograma

Fonte: a autora

52


5.7 SETORIZAÇÃO: A setorização do Instituto foi estudada a partir da definição da volumetria, dividindo os setores em 4 blocos, sendo eles: Administrativo, institucional, semiprivado e serviços, conforme segue na figura a seguir: Figura 24: Setorização

Fonte: A autora

A partir da integração dos espaços na implantação, os setores estão dispostos de forma que todos se abrem para o jardim central, que é a principal área de convivência do Instituto, os caminhos serão amplos, para facilitar a locomoção de todos os idosos, totalmente plano, sem uso de rampas e escadas.

53


5.8 IMPLANTAÇÃO JUSTIFICADA Substituir por A3

54


CAPITULO 6: CONCLUSÕES FINAIS A partir das pesquisas realizadas sobre a população idosa, observa-se que o índice de pessoas idosas vem crescendo aceleradamente, além disso, as doenças cognitivas tendem a aparecer com maior frequência nesta faixa etária. O que devemos levar em consideração é que para que os idosos tenham melhor qualidade de vida nesta idade é preciso realizar alguns ajustes na maneira como eles vem sendo observados. Diferente de outras doenças, O tratamento para os idosos com Alzheimer deve ser diferenciado, o que carece de cuidados especiais, pois não afeta apenas o corpo, mas também o cérebro. Em entrevistas através de contatos telefônicos com a maioria das ILPIS em Joinville, foram constatado que o número de idosos com a doença de Alzheimer tem aumentado muito nos últimos anos, e consequentemente, as famílias procuram por instituições qualificadas que possam tratar estes idosos com exclusividade. Em busca por uma localização que atendesse a proposta para implantação do projeto, concluiu-se que o bairro Floresta possui as características ideais para a implantação, tendo visto que se localiza ao lado do bairro Anita Garibaldi (bairro com maio índice de idosos, e com maior concentração de ILPIs), porém é o que menos possui instituições nesta categoria. Os critérios utilizados para a escolha do terreno estão relacionado com lugar calmo, sem alto fluxo de veículos, fácil acesso á BR101, sem risco de enchentes e deslizamentos, terreno totalmente plano para atender a acessibilidade para os idosos, e com dimensões favoráveis a proposta. O conceito do projeto é Aconchego, por isso a proposta é que a edificação seja totalmente voltada para a parte interna do terreno, com um jardim ao meio, proporcionando aos idosos sensação de acolhimento e segurança. Foi possível compreender através deste trabalho a necessidade de existir espaços votados para idosos com Doença de Alzheimer, e como a arquitetura pode ajudar na promoção da doença, obtendo através das pesquisas, fundamentação necessária para realização do anteprojeto de Instituto de longa permanência para idosos, á ser projetado na etapa 2 deste Trabalho de Conclusão de Curso.

55


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ANEXOS ANEXO 01: PORTARIA MPAS/SEAS Nº 73, DE 10 DE MAIO DE 2001 NORMAS DE FUNCIONAMENTO DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO AO IDOSO NO BRASIL “Garantia de direitos e cumprimento de deveres para um envelhecimento saudável com qualidade de vida.” MODELO PARA FINANCIAMENTO DE PROJETOS DE ATENÇÃO À PESSOA IDOSA MODALIDADE DO PROJETO: ATENDIMENTO INTEGRAL INSTITUCIONAL 9 - ATENDIMENTO INTEGRAL INSTITUCIONAL 9.1- Definição Atendimento integral institucional - é aquele prestado em uma instituição asilar, prioritáriamente aos idosos sem famílias, em situação de vulnerabilidade, oferecendo-lhes serviços nas áreas social, psicológica, médica, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de enfermagem, de odontologia e outras atividades especificas para este segmento social. Tratam-se de estabelecimento com denominações diversas, correspondentes aos locais físicos equipados para atender pessoas com 60 anos e mais, sob regime de internato, mediante pagamento ou não, durante um período indeterminado e que dispõe de um quadro de recursos humanos para atender às necessidades de cuidados com assistência, saúde, alimentação higiene, repouso e lazer dos usuários e desenvolver outras atividades que garantam qualidade de vida. São exemplos de denominações: abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica ancianato. Estes estabelecimentos poderão ser classificados segundo as modalidades, observando a especialização de atendimento. 9.1.1 - Modalidade I É a instituição destinada a idosos independentes para Atividades da Vida Diária (AVD), mesmo que requeiram o uso de algum equipamento de auto-ajuda, isto é, dispositivos tecnológicos que potencializam a função humana, como por ex., andador, bengala, cadeira de rodas, adaptações para vestimenta, escrita, leitura, alimentação, higiene, etc. Capacidade máxima recomendada: 40 pessoas, com 70% de quartos para 4 idosos e 30% para 2 idosos. 9.1.2 - Modalidade II É a instituição destinada a idosos dependentes e independentes que necessitam de auxilio e de cuidados especializados e que exijam controle e acompanhamento adequado de profissionais de saúde. Não serão aceitos idosos portadores de dependência física acentuada e de doença mental incapacitante. Capacidade máxima recomendada: 22 pessoas, com 50% de quartos para 4 idosos e 50% para 2 idosos. 9.1.3 - Modalidade III É a instituição destinada a idosos dependentes que requeiram assistência total, no mínimo, em uma Atividade da Vida Diária (AVD). Necessita de uma equipe interdisciplinar de saúde. Capacidade máxima recomendada: 20 pessoas, com 70% de quartos para 2 idosos e 30% para 4 idosos. 9.2- Objetivo Garantir aos idosos em estado de vulnerabilidade serviços de atenção biopsicossocial, em regime integral, de acordo com as suas necessidades, priorizando sempre que possível, o vínculo familiar e a integração comunitária. 9.3 - Publico Alvo Idosos dependentes e ou independentes em estado de vulnerabilidade social, com e ou sem vinculo familiar que não dispõe de condições de permanecer em sua família ou em seu domicilio. 9.4 - Rede de Parceria / Ações Articuladas Ministério da Previdência e Assistência Social - SEAS, Ministério da Saúde Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, de Assistência Social ou congênere, famílas, universidades, organizações não-governamentais, voluntários, e outros. 9.5 - Custo Per Capita e Forma de Manutenção Descrição dos Serviços

Modalidade I Modalidade II (22 Modalidade III (20 idosos) (40 idoso) idosos)

Alimentação

61


Limpeza Materiais RH Manutenção/segurança Materiais RH 3 cuidadores / (3 cuidadores 24 (5 cuidadores 24 horas/dia) 12 horas horas/dia)

Cuidadores

*(6 horas de atendimento de qualquer um dos profissionais da equipe por semana para cada idoso)

Equipe de saúde

(12 horas de atendimento de qualquer um dos profissionais da equipe por semana para cada idoso)

Medicamentos Equipamentos Descartáveis Transporte Outros (materiais para reabilitação, lazer, etc.) Total: * O quadro de profissionais será da secretarias estaduais e/ou municipais de saúde, assistência social e/ou congênere. * O coordenador deverá ser de nível superior e pertencer a equipe de trabalho. * Estas 6 horas serão distribuídas de acordo com a especificidade de cada idoso e da especificidade de cada profissão.

9.5.1 - Forma de Manutenção Termo de cooperação técnica e financeira inter-ministerial e inter-governamental, conforme especificidade e competência de cada área de atuação. 9.6 - Grade de atividades - Atendimento e Apoio individual e sócio-familiar -Atendimento biopsicossocial aos idosos, de acordo com suas necessidades. -Atividades lúdicas, sociais, esporte, laborátivas, produtivas, e de integração social. -As atividades deverão sempre ser planejadas em parceria e com a participação efetiva dos idosos, respeitando suas demandas e aspectos sócio-culturais do idoso e da região onde está inserido. 9.7 - Recursos Humanos

RH

Médico Fisioterapia Fonoaudiologia Terapia Ocupacional Psicólogo

Atendimento Integral Institucional (horas/dia) Mod.I Mod.II Mod.III 8 (e plantão à distância as 0 4 outras 16 horas) 0 8 12 0 6 8 0 8 12 0 4 6

Pedagogo

4

6

Assistente Social

2

6

8

62


Enfermeira

0

8

24

Auxiliares de enfermagem Cuidadores

0 0

24 48

48 72

Farmacêutico

0

8

8

Odontólogo

0

2

2

Limpeza

16

24

32

Segurança

24

24

24

Copa/cozinha

16

16

16

Síndico/gerente/coordenador Nutricionista

01 01

01 04

01 04

Obs.: * Os recursos humanos deve ser das Secretarias Municipais e/ou Estaduais de Saúde, Assistência Social ou congênere e estar em disponibilidade nas Unidades de Referência do Município, e estabelecer uma rede de suporte as Instituições de Atendimento Integral Institucional. ** Um dos recursos humanos da equipe, nível superior deverá ser o coordenador do serviço. *** Este quadro corresponde a necessidades e de cada instituição cada modalidade de atendimento

9.8 - Descrição de Equipamentos Os equipamentos abaixo indicados serão adaptados de acordo necessidades das instituições a serem instaladas ou revitalizadas, bem como de acordo com o público alvo a ser atendido. A) DORMITÓRIO

ITEM ESPECIFICAÇÃO

QUANT.

VALOR UNITÁRIO

M- M- MI II III

M-I

1

Cama Hospitalar com grade dos 2 lados e fowler

2

Cama comum

3

Colchão com capa 40 22 20 impermeabilizada

4

Comadre / aparadeira

3

5

5

Marreco

3

4

6

Escada de Ferro

3

5

7

Suporte para Soro

8

Mesa de Cabeceira com prateleira

M-II

VALOR TOTAL

MM-I M-II III

M-III

22 20 40 22

2 40 22 5

TOTAL B) REFEITÓRIO – COZINHA

QUANT. ITEM ESPECIFICAÇÃO

M- M- MI II III

1

Geladeira - 370L

1 1 1

2

Freezer - 150L

1 1 1

3

Fogão Industrial-6. 1 1 1 B

VALOR UNITÁRIO M-I M-II

VALOR TOTAL

MM-I M-II III

M-III

63


4

Panelas Nº 40

2 2 2

5

Panelas Nº 45

3 3 3

6

Talheres Diversos

7

Pratos Diversos

8

Utensílios Cozinha

9

Armário (12)

10

Mesa com lugares

para

2 2 2 2 2 2

12

11 Cadeiras

1 1 1 20 20 20

TOTAL

C) ENFERMARIA QUANT. ITEM ESPECIFICAÇÃO

1 2 3 4 5 6

Cama Hospitalar com colchão Cadeira Ambulatorial Cadeira de Rodas Sofá Cama (enfermaria) Armário com Porta Medicamentos Apar, Esterel Estufa

7 8 9

Arquivo de Aço Maca com Rodas Geladeira 110 LT Carrinho de 10 Emergência 11

Carrinho de Curativo

Aparelho de pressão 13 Balança 14 Otoscópio 12

15 Eletro cardiógrafo 16 Martelo de Reflexo

VALOR UNITÁRIO

M- M- MM-I I II III

M-II

VALOR TOTAL

MM-I M-II III

M-III

1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 3 2 2 1 3

Materiais de consumo 18 Impressos 17

19 Prontuários TOTAL D) LAVANDERIA ITEM ESPECIFICAÇÃO QUANT.

VALOR

VALOR TOTAL

64


UNITÁRIO M- M- MI II III 1

Máquina de Lavar 1 1 1 Roupas

2

Secadora

M-I M-II

M- M- MIII I II

M-III

1 1 1

TOTAL E) OUTROS VALOR UNITÁRIO

QUANT. ITEM ESPECIFICAÇÃO

M- M- MI II III

1

Armário porta medicamento

2

Aparelho de esterel - Estufa

1

3

Divã fixo

1

1 1

M-I M-II

VALOR TOTAL

M- M- MIII I II

M-III

1

TOTAL F) FISIOTERAPIA

Quant. 01 01 02 02

Especificação Mesas para aparelho com rodízio, com duas prateleiras. Espelho montado em suporte de madeira com rodízio. Relógios marcadores de minuto de metal (timer). Kits fixador de courvim com velcro.

Tamanho 0,80 x 0,50 x 0,36 cm 0,7 0 x 1,60 cm

Quant.

Vr. Vr. Unit. Total

CARCI

Fernandes - fis. 0,65 x 0,65 x 0,60 cm

05

Bolas de plástico e o bastão.

02

Banquetas giratórias reguláveis na altura (mostro).

01

Mesa de madeira.

01

Colchonete de espuma revestido por courvim D’33.

01

Estrado de madeira

2,00 x 2,20 m

01

Colchonete revestido de courvim.

2,00 x 2,00 m

02

Kit de avaliação de sensibilidade/microfibramentos.

02

Andador de alumínio com altura regulável.

01

Muleta canadense (par)

Regulável

02

Bolas.

45 cm/65 cm55 cm Diâmetro.

ITAF ITAF

1,80 x 0,80 x 0,80 cm ITAF

ITAF

2,00 m

TheraBand

65


04

Bengalas diferenciadas.

02

Voldyne adulto - aparelho respiratório.

02

Rolos.

Verm, amar, verde, azul

TheraBand

50cm/40cm Diâmetro

ITAF

Diversos (estetoscópio, aparelho pressão, martelo, goniômetro, etc) TOTAL G) TERAPIA OCUPACIONAL Materiais para a Terapia Ocupacional ( lista reduzida) Locais: casas de material ortopédico, de mobiliário e de roupa de cama.

Produto/Especificação

Quantidade

Velcro 2,5 e 5,0 cm largura

5 caixas de cada

Valor Valor Unitário Total

Velcro autocolante 2,5 e 5,0 cm 5 caixas de de largura cada Armários de duas portas com prateleiras e chaves Mesa para 6 lugares Cadeiras sem braço com espaldar baixo e sem braço Andador regulável

fixo

com

altura

3 2 7 1

Andador com rodízios dianteiros

1

Bengalas em diferentes modelos, de preferência com altura regulável

3

Cadeira de rodas com pneus infláveis, com regulagem na altura do apoio de pés,largura 41cm.

1

Almofada de espuma densidade 40 com 6 cm de altura na medida do assento da cadeira de rodas citada acima.

1

Colchonetes para ginástica

4

Bolas de plástico tamanho volei

4

Tablado 45 cm de altura X 200 cm X 180 cm para atendimento deitado com colchão de espuma densidade 30 com 7 cm de altura. O forro do colchão deve ser impermeável

1

Bolas para terapia, 80 cm de diâmetro

2

Rolo para terapia, 30 cm de diâmetro Lençóis

1 4

66


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