Ebook - Portfólio FIOCRUZ MG

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Portfólio

FIOCRUZ MINAS PLOA 2022

66 anos

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Senhoras e Senhores Parlamentares, O presente portfólio destaca de maneira sucinta os programas priorizados pelo Instituto René Rachou/Fiocruz Minas, para solicitar de V.Sa. a indicação de emendas ao Orçamento Geral da União, de 2022, para nossa Instituição. A Fiocruz acredita que o investimento em ciência, tecnologia e inovação na área da saúde é fundamental para o desenvolvimento humano e tecnológico do país, com forte efeito positivo sobre a economia. O próximo capítulo traz um pouco da nossa história e o que fazemos. Recebemos e executamos nos anos de 2020 e 2021 respectivamente R$3.521.161,00 e R$2.000.000,00 que possibilitaram a execução de 33 projetos. Para o ano de 2022 o seu apoio será fundamental para que a Fiocruz Minas possa continuar cumprindo a sua missão de buscar soluções para os problemas de saúde que afetam o estado de Minas Gerais e todo o país. Gostaria da sua especial atenção aos seguintes programas: (I)Tecnologias para combater o câncer; (II)Diagnóstico de Doenças Infecciosas; (III)Fármacos para doenças infecciosas; (IV) Prevenção de doenças infecciosas; (V) Pesquisas com seres humanos em COVID-19; (VI) Educação em Saúde; (VII) Mobilização Social; (VIII) Saúde e Ambiente; (IX) Políticas Públicas, Programas e Serviços de Saúde. Certo de poder contar com o apoio de V.Sa., coloco-me à disposição para os esclarecimentos necessários. Roberto Sena Rocha

Diretor da Fiocruz Minas

Belo Horizonte, agosto de 2021 E-mail: diretoria.minas@fiocruz.br Telefone: 31 3349-7724

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Fiocruz Minas: trajetória dedicada à pesquisa e ao ensino O Instituto René Rachou (IRR), ou Fiocruz Minas, completou, no dia 26 de agosto, 66 anos de existência. Desde a sua criação, a unidade passou por diversas modificações administrativas, teve o nome alterado quatro vezes, sobreviveu a mudanças no regime de governo do país e ajudou no enfrentamento de muitas epidemias. Ainda agora, diante da pandemia de Covid-19, contribui com dezenas de estudos voltados para o combate à doença. Olhar para a trajetória da Fiocruz Minas permite perceber que, a despeito das transformações ocorridas, há algo que foi permanente na sua história: sua vocação para a pesquisa e para o ensino, a serviço das necessidades da população. O atual IRR foi idealizado, no início da década de 1950, para ser uma unidade de pesquisas voltadas para as parasitoses, os famigerados vermes, que desde a instalação da barragem da Pampulha, em 1938, geravam problemas de saúde para a capital mineira, sendo a esquistossomose um dos principais. O médico mineiro Amílcar Martins, um dos primeiros a publicar estudos sobre essa situação, foi quem propôs a criação da unidade em Belo Horizonte e pleiteou, junto à prefeitura, a doação de um terreno para a sua construção. Entretanto, em 1955, quando o prédio ficou pronto, dois anos após o início das obras, negociações com o Ministério definiram que a edificação passaria a abrigar o Instituto de Malariologia, que funcionava em condições precárias no Rio de Janeiro, com a direção do pesquisador René Guimarães Rachou. Transferiram-se, então, o diretor e mais 35 pessoas que atuavam em estudos sobre malária e, assim, o prédio recém-construído virou a sede do Instituto de Malariologia. Mas a situação mudaria já no ano seguinte, em 1956, com a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu). A entidade compunha-se de vários órgãos, dentre eles o Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), chefiado por Amílcar Martins. Ao INERu ficaram subordinadas unidades de pesquisa situadas em Recife, Salvador, Rio de Janeiro e ainda o Instituto de Malariologia, que, a partir de então, passou a ser chamado de Centro de Pesquisas de Belo Horizonte. Permaneceu com essa denominação até 1966, quando, em homenagem ao seu primeiro diretor, falecido três anos antes, recebeu o nome de Centro de Pesquisas René Rachou e, em 2016, virou Instituto René Rachou. “O IRR que conhecemos hoje é resultado de diferentes eventos históricos, várias iniciativas e decisões governamentais, bem como de uma série de movimentações da própria comunidade científica. São histórias de diferentes órgãos e instituições que se entrelaçam e acabam dando origem ao que viria a ser o Instituto. Essa origem multifacetada foi positiva porque resultou de laços com diferentes instâncias, laços com pesquisadores de diferentes lugares do país, levando a unidade a ser um polo de disseminação de pesquisa e de cientistas. O IRR revela, então, um esforço que não é de uma pessoa só, mas um esforço coletivo, muito vantajoso”, avalia a historiadora Natascha Ostos, que integra o Projeto Memória: trajetória histórica e científica do Instituto René Rachou (IRRFiocruz Minas), coordenado pela direção da unidade. A partir da integração ao INERu, em 1956, o então Centro de Pesquisas de Belo Horizonte pôde ampliar sua área de atuação, passando a se dedicar não somente à malária, mas também a outros agravos que afligiam a população do estado de Minas Gerais. Juscelino Kubitschek, presidente da República naquela época, havia chegado ao poder com a promessa de fazer o país crescer 50 anos em 5. Os problemas sanitários se tornavam um entrave para o desenvolvimento econômico do país e, por isso, o combate às endemias foi encarado como prioridade. “JK privilegiou o combate às endemias rurais, com o objetivo de tornar a população fisicamente saudável para trabalhar. Havia o órgão central -o DNERu- para estabelecer as prioridades, mas com capilarização das ações, por meio dos centros de pesquisa que atuavam de acordo com a realidade sanitária e social de cada região. Em Minas Gerais, esquistossomose e doença de Chagas eram doenças que acometiam bastante a população e, por isso, o Centro de Pesquisas, desde o começo, desenvolve linhas de pesquisa bastante fortes em relação a esses agravos. Os estudos e experimentos realizados davam suporte ao enfrentamento dessas doenças”, explica a historiadora.

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Fiocruz- Em 1970, 15 anos após o início de suas atividades, o Centro de Pesquisas René Rachou teria um dos mais importantes marcos institucionais de sua história: a integração à Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), recém-criada por meio de um decreto. A nova Fundação passava a abranger o Instituto Oswaldo Cruz, a Escola Nacional de Saúde Pública, o Instituto de Produção de Medicamentos, o Instituto Fernandes Figueira, o Instituto Evandro Chagas, o Instituto de Leprologia e o Instituto Nacional de Endemias Rurais, da qual o Centro de Pesquisas René Rachou fazia parte. Internamente, a proposta de incorporação da unidade à Fiocruz foi bastante discutida e cogitou-se a possibilidade de vinculação à Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), que tinha mais recursos financeiros e mobilidade nacional. Mas a maior parte dos pesquisadores entendeu que pertencer à estrutura da Fundação daria mais autonomia às pesquisas científicas. “A SUCAM priorizava ações voltadas para a solução de problemas mais imediatos. Então, a incorporação à Fiocruz conferia maior independência no sentido de permitir a expansão da pesquisa com diferentes focos, ou seja, além da pesquisa aplicada, também a básica. Essa decisão resultou em uma instituição mais diversa do ponto de vista científico”, explica Ostos. “Além disso, as unidades que integravam o INERu já eram voltadas para a pesquisa e isso foi um fator que pesou, pois os objetivos convergiam. Os cientistas desses órgãos já se conheciam, já dialogavam. Assim, não foi um movimento estranho, teve um sentido histórico”, afirma. Com a mudança de vínculo, passou a fazer parte da estrutura da unidade mineira o Centro de Estudos e Profilaxia da Moléstia de Chagas (CEPMC), que havia sido criado, em 1943, pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), no município de Bambuí. Visando racionalidade administrativa, o CEPMC transformou-se em um posto avançando do CPqRR. Em 1980, passaria a se chamar Posto Avançado de Pesquisas Emmanuel Dias, em homenagem ao cientista que esteve à frente de suas atividades desde a fundação até 1962, ano de sua morte, quando seu filho João Carlos Pinto Dias assumiu o comando. De acordo com os registros históricos, nos primeiros anos após a vinculação à Fiocruz, não houve mudanças significativas na atuação do Centro de Pesquisas, que continuou desenvolvendo estudos mais regionalizados e com muitas dificuldades financeiras e falta de profissionais. Eram anos complicados para toda a Fundação, devido ao recrudescimento do regime militar que, em abril de 1970, havia cassado os direitos políticos de dez pesquisadores do IOC, que foram obrigados a deixar a instituição. A situação começaria a melhorar após 1975, com a nomeação do economista Vinícius Fonseca para a Presidência da Fundação. Fonseca promoveu uma série de melhorias, destinando mais verbas para a pesquisa e oferecendo condições de trabalho mais adequadas. Ainda assim, foi um momento difícil, em virtude de um decreto que obrigava a adesão ao regime de CLT, levando ao desligamento de pesquisadores em várias unidades. As mudanças significativas, de fato, viriam a acontecer a partir da década de 1980, com o início do processo de redemocratização do país. É nesse período que vão ter início as reuniões do Conselho Deliberativo da Fiocruz e o as assembleias do Congresso Interno. “A redemocratização promoveu um redesenho das instituições do estado, incluindo a Fiocruz e, consequentemente, o IRR. Com o fim da ditadura militar, as demandas sociais que não podiam ser reivindicadas foram incorporadas à Constituição de 1988, entre elas a saúde, que passou a ser considerada direito de todos e dever do Estado. A partir dessa época, duas palavras se tornam bem conhecidas: participação e diálogo. Isso se dá tanto externamente como internamente. A Fiocruz cria vários órgãos de decisão coletiva. Então, é uma democratização externa e interna. Já o IRR ganha um olhar renovado, com crescimento da área de humanas. Pode-se dizer que isso se dá em toda a Fundação”, destaca a historiadora. A segunda metade da década de 1980 também seria marcada no Centro de Pesquisas René Rachou pela melhoria na infraestrutura. Ocorre, nessa época, a duplicação da área física e ainda a modernização dos equipamentos e das linhas de pesquisa dos laboratórios. Ainda nesse período, houve um aumento do número de pesquisas e trabalhos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Na década seguinte, a instituição teria mais avanços, com ampliação das áreas administrativas para apoio aos laboratórios de pesquisa, que já somavam 14.

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Ensino- A história do IRR ganharia capítulos importantes a partir dos anos 2000, com a criação dos programas de pós-graduação. O primeiro deles, fundado em 2002, foi o Ciências da Saúde, que, dentro de 15 anos, conquistaria nota 7 da Capes, a máxima. Em 2012, a Saúde Coletiva, uma das áreas de concentração do Ciências da Saúde, deu origem à segunda pós-graduação da unidade. A proposta de criar um programa específico surgiu a partir do aumento da demanda pela formação na área; haja vista que pelo menos metade dos alunos do Saúde Coletiva tem vínculo com alguma instituição que presta serviços para o SUS. E foi também com o objetivo de criar quadros qualificados para atuar no SUS que, mais recentemente, em 2020, foi criado o primeiro curso de pós-graduação lato sensu do IRR, a Especialização em Auditoria de Sistemas de Saúde, voltado para a gestão dos serviços públicos de saúde. Importante salientar que, embora o primeiro curso de pós-graduação tenha sido implementado em 2002, as atividades de ensino estão presentes na instituição desde os seus primórdios. Entre 1956 e 1958, o então Centro de Pesquisas de Belo Horizonte já ministrava uma série de cursos para médicos e chefes dos serviços sanitários de todo o país, versando sobre doença de Chagas, malária, esquistossomose, entomologia, inseticidas, parasitologia, entre outros temas. Nas décadas de 1960 e 1970, o CPqRR e a Universidade Federal de Minas Gerais firmaram convênios que permitiam a orientação conjunta de alunos, bem como o uso comum das instalações de ambas as instituições, possibilitando estágios em seus laboratórios e facilitando a elaboração de teses e dissertações. Muitos pesquisadores da unidade eram professores da UFMG e isso viabilizava os acordos. Pode-se dizer, portanto, que o IRR forma mestre e doutores muito antes de ter cursos de pós-graduação. O Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e a pósgraduação em Parasitologia, ambos da UFMG, foram criados no contexto dessas parcerias, mostrando a participação do IRR no fortalecimento de algumas áreas da universidade. Já no fim da década de 1990, quando os programas de pós-graduação do país passaram por reformulações que impossibilitaram esse tipo de parceria, os pesquisadores do IRR foram incorporados como professores e orientadores em alguns cursos de mestrado e doutorado da própria Fiocruz, possibilitando dar continuidade ao exercício de sua vocação para o ensino. Para a historiadora Natascha Ostos, a implementação dos programas de pós-graduação do IRR foi a formalização como política institucional de uma prática histórica. “Para resumir, se hoje a instituição tem esse papel tão constituído na área de ensino, com uma série de outras iniciativas, como, por exemplo, o Provoc [Programa de Iniciação Científica], é graças à atuação histórica desses pesquisadores que, há muito tempo, se dedicam tanto à pesquisa quanto ao ensino e à formação para os quadros da área de saúde”, destaca. Ao longo desse período, os cursos de pós-graduação da unidade formaram 318 mestres e 220 doutores. Já no lato sensu, em seu primeiro ano, serão 40 formandos qualificados para atuar nos serviços de regulação do SUS até o fim de 2021. Números expressivos também podem ser verificados na produção científica da unidade, que, nos últimos anos, vem publicando em média 250 artigos anualmente. Tais resultados se devem à capacidade de dar respostas e se reinventar sempre que necessário para atender às demandas da sociedade. Há, entre os 25 grupos de pesquisa hoje credenciados, uma diversidade de temas abordados. Além das tradicionais áreas ligadas às ciências naturais, como esquistossomose, doença de Chagas, leishmanioses, arboviroses, ganharam espaço na instituição, nos últimos anos, outras temáticas, como bioinformática, direitos humanos à saúde e ao saneamento, violência contra a mulher e questões de gênero, políticas públicas e proteção social, entre outras. Há, ainda, dezenas de estudos em andamento voltados para a Covid-19. “Todas essas conquistas são resultado do trabalho de muitas pessoas, incluindo pesquisadores, estudantes, técnicos, além dos profissionais das diferentes áreas administrativas que dão suporte ao trabalho dos cientistas. Toda essa gente junta faz o IRR avançar e cumprir sua missão institucional”, destaca o diretor da unidade, Roberto Sena.

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DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO O investimento na pesquisa tecnológica em saúde tem consequência direta no fortalecimento do SUS, além de criar base para o desenvolvimento econômico do país. O Brasil vivencia uma forte dependência externa de insumos e produtos para a saúde de alta intensidade tecnológica. Sendo assim, o fomento à inovação tecnológica em saúde fortalece o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, aumentando a força competitiva e a soberania nacional. Na área de Desenvolvimento Tecnológico, apresentamos 4 Programas, os quais agrupam projetos nas seguintes áreas: “Tecnologias para combate ao câncer”, “Diagnóstico de doenças infecciosas”, “Fármacos para doenças infecciosas”, e “Prevenção para doenças infecciosas”, além de Iniciativas Estruturantes. 9


PROGRAMA:

TECNOLOGIAS PARA COMBATE AO CÂNCER

Neste Programa, estão incluídos projetos que visam a melhoria do tratamento da Leucemia Linfoide Aguda (LLA), um câncer que acomete prioritariamente crianças (80% dos casos) e representa 25% dos cânceres infantis, e do câncer de mama, neoplasia mais incidente em mulheres no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) a incidência estimada de leucemias no Brasil é de mais de 10.000 casos novos por ano, e, para o câncer de mama, 66.000 casos novos por ano.

PROJETOS

Contribuindo com o tratamento da Leucemia Linfoide Aguda: Desenvolvimento de dispositivo para simulação do microambiente tumoral da medula

ORÇAMENTO R$ 289.572,00

Vacina terapêutica contra Leucemia Linfóide Aguda

490.112,00

Desenvolvimento de nanopartículas moduladoras da imunidade para o combate ao câncer

100.000,00

Marcadores para avaliar o progresso de pacientes com câncer de mama durante tratamento

313.400,00

Miniórgãos para potencializar a identificação de drogas contra o câncer de mama

398.400,00

Biópsia líquida não invasiva para diagnóstico precoce e direcionamento da quimioterapia de tumores de colón e reto, leucemias agudas e osteossarcoma

152.400,00

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Contribuindo com o tratamento da Leucemia Linfoide Aguda: Desenvolvimento de dispositivo para simulação do microambiente tumoral da medula COORDENAÇÃO: Dra. Maria Gabriela Reis Carvalho PARCEIROS: UFMG / Hospital Infantil Domingos Boldrini PROBLEMA: Muitas crianças submetidas à quimioterapia convencional para Leucemia Linfóide Aguda não respondem ao tratamento, o que demonstra a necessidade de desenvolvimento de novas drogas para a doença. Para otimizar o sucesso dos estudos de novas drogas, é necessário ter ferramentas que reproduzam o ambiente do corpo humano em laboratório. Nesse sentido, atualmente existem os Dispositivos Microfluidicos, que são “chips” que podem ser construídos de forma a reproduzir, em miniatura, o funcionamento de um órgão. Os Dispositivos Microfluidicos até então disponíveis possuem custo elevado e são importados, além de apresentarem limitações técnicas que dificultam a transposição dos resultados em laboratório para o organismo humano. PROPOSTA: Propomos o desenvolvimento de novo modelo de dispositivo nacional, capaz de simular a medula óssea, que é onde está o ambiente tumoral da Leucemia Linfóide Aguda. Já desenvolvemos uma primeira versão do dispositivo, que demonstrou resultados iniciais extremamente promissores nos testes realizados. Temos como objetivos: 1) Gerar, com auxílio de métodos computacionais, uma geometria otimizada do dispositivo para simulação do microambiente da medula afetada pela LLA; 2) Produzir os dispositivos em material polimérico para emprego em testes de bancada; 3) Avaliar, experimentalmente, o dispositivo otimizado com culturas de células da medula, incluindo células de pacientes com LLA; 4) Implementar estratégias de divulgação científica do projeto, levando a informação científica à sociedade. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos disponibilizar um chip de simulação do ambiente da medula óssea com desempenho ajustado para teste de novas drogas para tratamento da leucemia linfoide aguda, o que terá grande impacto tecnológico e colocará a ciência brasileira e mineira em destaque. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$ 289.572,00 [R$239.572,00 em itens de custeio e R$50.000,00 em item de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Vacina terapêutica contra a Leucemia Linfóide Aguda COORDENAÇÃO: Dr. Jerônimo Conceição Ruiz PARCEIROS: Hospital Infantil Domingos Boldrini PROBLEMA: A incidência da Leucemia em Minas Gerais é de 960 casos por ano. O tratamento padrão adotado pelo SUS é a quimioterapia. Esse tratamento ataca todas as células de crescimento rápido no corpo (células dos tumores, do sistema digestivo, do cabelo, etc) e traz efeitos colaterais sérios para o paciente. Atualmente, as vacinas terapêuticas, que estimulam o sistema imune do próprio paciente a combater e destruir as células cancerígenas, tem sido considerada uma estratégia promissora, por possuírem alto potencial curativo e baixo efeito tóxico. PROPOSTA: Propomos o desenvolvimento de uma vacina terapêutica contra a leucemia linfoide aguda, partindo da identificação de moléculas promissoras para compor esta formulação. Temos como objetivos: 1) Estabelecer um modelo computacional para identificação de moléculas alvo promissoras para compor uma vacina terapêutica contra a leucemia linfoide aguda; 2) Validar em laboratório as moléculas selecionadas como melhores candidatas para compor a vacina terapêutica, avaliando a capacidade de estimular o sistema imune; 3) Imunizar camundongos modelo para leucemia com as moléculas selecionadas; 4) Construir de um website para divulgação científica do projeto tanto para o público especializado, quanto para o público-geral por diferentes meios e mídias. RESULTADO ESPERADO: Esperamos disponibilizar um de protótipo de vacina terapêutica para leucemia linfoide aguda, que possa ser transferido para a realização de testes em humanos e, posteriormente, representar nova opção terapêutica específica para a doença. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$490.112,00 [R$240.112,00 em itens de custeio e R$250.000,00 em itens de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Desenvolvimento de nanopartículas moduladoras da imunidade para o combate ao câncer COORDENAÇÃO: Dr. Carlos Eduardo Calzavara Silva PARCEIROS: UFPE PROBLEMA: Apesar do avanço no diagnóstico precoce, nos últimos anos observou-se crescimento superior a 42% no número de mortes por câncer de mama no Brasil. As terapias atuais são imperfeitas e os graves efeitos colaterais reforçam a importância da busca por novas opções terapêuticas. A imunoterapia do câncer é a tendência mais promissora na oncologia. Esta abordagem é representada pela administração ao paciente de formulações que estimulam seu próprio sistema imune a combater e destruir as células cancerígenas. Nessa linha, estudos mostram que nanopartículas de óxido de ferro são capazes de reprogramar células específicas do sistema imune do paciente para adquirir funções que inibem o crescimento de tumores. PROPOSTA: Propomos o desenvolvimento de uma nova nanopartícula de óxido de ferro, compatível com tecidos humanos, para tratamento do câncer. Temos como objetivos: 1) Avaliar, mediante cultivo de células tumorais juntamente com as nanopartículas, a sobrevivência das células tumorais e a reprogramação do perfil das células do sistema imune; 2) Avaliar o crescimento tumoral, a ocorrência de metástases, e os níveis de mediadores e de células do sistema imune infiltradas nos tecidos tumorais de camundongo modelo para câncer de mama tratados com as nanopartículas. RESULTADO ESPERADO: Esperamos disponibilizar novo insumo que possa ser transferido para a realização de testes em humanos, visando oferecer uma opção terapêutica segura e de baixo custo para combate ao câncer de mama, utilizando tecnologia nacional. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$100.000,00 [R$75.000,00 em itens de custeio e R$25.000,00 em item de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Marcadores para avaliar o progresso de pacientes com câncer de mama durante tratamento COORDENAÇÃO: Dra. Soraya T. Gaze Jangola PARCEIROS: Hospital da Baleia PROBLEMA: Somente em 2020, 8.250 mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama em Minas Gerais. Durantes o tratamento, as pacientes precisam ser acompanhados periodicamente e necessitam de exames de imagem que são caros e demandam disponibilidade de equipamento e pessoal especializado. Exames de sangue não são precisos para avaliar o progresso do tratamento. Nesse sentido, existe a necessidade de se desenvolver novas soluções para diminuir o tempo de espera entre os exames e monitorar a eficiência do tratamento, auxiliando, assim, o médico na tomada de decisão de modificar o protocolo de tratamento. PROPOSTA: Propomos o desenvolvimento de um conjunto de testes para avaliar o progresso de pacientes diagnosticados com câncer de mama durante tratamento. Temos como objetivos: 1) Captar amostras de pacientes em tratamento no Hospital da Baleia para manter um banco de amostras na Fiocruz Minas; 2) Determinar os marcadores, que possam ser determinados em exame de sangue, capazes de determinar a eficiência do tratamento de pacientes com câncer de mama; 3) Definir um conjunto de testes que determine a provável evolução da paciente com câncer de mama. RESULTADO ESPERADO: Desenvolvimento de teste para auxiliar na correta determinação da terapia a ser seguida e na diminuição do tempo de recuperação do paciente. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$313.40,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Miniórgãos para potencializar a identificação de drogas contra o câncer de mama COORDENAÇÃO: Dra. Soraya T. Gaze Jangola PARCEIROS: Hospital da Baleia PROBLEMA: Atualmente a ciência é capaz de desenvolver miniórgãos através da utilização de células especiais extraídas do sangue de humanos. Estes miniórgãos são junções de células capazes de mimetizar a função e a formação do órgão original em pequena escala. Dentre os muitos órgãos que podem ser mimetizados estão: pulmão, coração, pâncreas, cérebro, mama e intestino. A possiblidade de formar miniórgãos para um laboratório de pesquisa amplia consideravelmente a capacidade de resposta a diversas questões de pesquisa e o teste de novas drogas ativas para o órgão em questão, diminuindo, assim, o uso de animais experimentais e acelerando o processo de desenvolvimento de novos fármacos. PROPOSTA: Propomos o desenvolvimento de mama como miniórgão para realização de testes de reposicionamento de drogas já disponíveis no mercado com outras indicações, para tratamento de câncer. Temos como objetivos: 1) desenvolver tecnologia de miniórgãos no laboratório da Fiocruz Minas; 2) selecionar computacionalmente drogas com o potencial de minimizar o crescimento celular; 3) testar a eficiência das drogas selecionadas em controlar o crescimento celular utilizando os miniórgãos desenvolvidos. RESULTADO ESPERADO: Esperamos produzir dados técnicos suficientes para sustentar a indicação de pelo menos uma droga já disponível comercialmente para tratamento do câncer de mama. Tais dados darão suporte à realização de testes em humanos, possibilitando a incorporação pelo SUS de uma nova opção terapêutica para o câncer de mama em um prazo razoável. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$398.400,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Biópsia líquida não invasiva para diagnóstico precoce e direcionamento da quimioterapia de tumores de colón e reto, leucemias agudas e osteossarcoma COORDENAÇÃO: Dra Rafaella Fortini Grenfell e Queiroz PARCEIROS: Hospital da Baleia PROBLEMA: Câncer é a segunda principal causa de morte em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 9,6 milhões de mortes, ou uma em cada seis mortes, em 2018. Câncer de pulmão, próstata, colorretal, estômago e fígado são os tipos mais comuns de câncer em homens, enquanto o câncer de mama, colorretal, pulmonar, cervical e de tireoide são os mais comuns entre as mulheres. Muitos sistemas de saúde em países de baixa e média renda estão menos preparados para administrar essa alta prevalência, e um grande número de pacientes com câncer em todo o mundo não tem acesso a diagnóstico e tratamento de qualidade em tempo hábil. Hoje, o diagnóstico se baseia na soma de exame clínico, hemograma, teste de imagem pouco resolutivo e biópsia invasiva com sedação e anestesia de tecido de difícil acesso. Há a necessidade urgente de se desenvolver métodos minimamente invasivos que atendam duas questões: primeira, o diagnóstico precoce de tumores já no aparecimento dos primeiros sinais e sintomas (quando as metodologias atuais não conseguem dar respostas precisas), período em que o tratamento é mais efetivo e deve ser rapidamente iniciado; segunda, possibilitar que o médico identifique se o paciente responderá bem ao protocolo de tratamento usual ou se deverão ser feitos tratamentos específicos, permitindo a definição assertiva do tratamento para cada paciente. PROPOSTA: Propomos desenvolver novo método de biópsia líquida não invasiva por PCR digital (ddPCR) para diagnóstico precoce, prognóstico e direcionamento médico ao melhor protocolo de quimioterapia de tumores de colón e reto, leucemias agudas e osteossarcoma, em substituição da biópsia aberta de tecido. Temos como objetivos: 1) Desenvolver biópsia líquida não invasiva para diagnóstico precoce, prognóstico e direcionamento médico ao melhor protocolo de quimioterapia de tumores de colón e reto, leucemias agudas e osteossarcoma, em substituição da biópsia aberta de tecido; 2) Acompanhar por 2 anos pacientes com tumores para claro entendimento clínico de cada caso individualmente; 3) Definir marcadores celulares que demonstram metástase de tecidos e órgãos a partir do tumor primário; 4) Melhorar o diagnóstico e prognóstico com novas técnicas moleculares e imunológicas que ajudem os médicos na tomada de decisão classificatória de tumores. RESULTADOS ESPERADOS: Com este estudo, desenvolveremos novo e inovador método não invasivo que utiliza pequeno volume de amostras de sangue por biópsia líquida para o diagnóstico precoce, prognóstico e direcionamento médico ao melhor protocolo de quimioterapia de tumores de tumores, em substituição da biópsia aberta de tecido. Inicialmente, será desenvolvida para tumores de colón e reto, leucemias agudas e osteossarcoma, e será em futuro breve direcionada para outros tipos de tumores. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$152.400,00 em itens de custeio

Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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PROGRAMA:

DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS INFECCIOSAS

Neste Programa, estão incluídos projetos com foco no desenvolvimento e/ou incorporação de novas tecnologias diagnósticas para doenças negligenciadas, sendo dois deles aplicados, prioritariamente, à rotina de Bancos de Sangue. Malária, HTLV, leishmanioses e ancilostomíase (Amarelão) fazem parte do grupo das doenças negligenciadas, condições assim denominadas devido aos recursos limitados investidos em seu diagnóstico, tratamento e controle, juntamente com sua forte associação à pobreza e condições sociais precárias. Por não serem foco de investimentos significativos por parte da indústria farmacêutica, é necessário que o poder público assuma o suporte financeiro para o desenvolvimento de novas tecnologias que melhorem a condição de saúde desses pacientes.

PROJETOS

Transfusão sanguínea segura: novas tecnologias de alta sensibilidade para a detecção da malária em bancos de sangue

ORÇAMENTO R$ 200.000,00

Transfusão sanguínea segura: nova tecnologia para detecção do HTLV, vírus causador de leucemia e doenças neurológicas

196.000,00

Desenvolvimento de diagnóstico rápido e eficiente para o Amarelão

348.400,00

Produção de moléculas para compor testes diagnósticos e vacinas contra a Leishmaniose Visceral

80.000,00

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Transfusão sanguínea segura: novas tecnologias de alta sensibilidade para a detecção da malária em bancos de sangue COORDENAÇÃO: Dra. Cristiana Ferreira Alves de Brito PARCEIROS: Hemominas e Hemopa PROBLEMA: Cerca de cinco pessoas por minuto precisam de transfusão de sangue no Brasil. Entretanto, diversas doenças podem ser transmitidas através do sangue, como AIDS, hepatites, Doença de Chagas e a Malária. A malária é um grave problema de saúde pública cujo parasito causador infecta células sanguíneas e por isso pode ser transmitido durante uma transfusão de sangue. Infelizmente, no caso da malária, os hemocentros fora da região Amazônica (área de transmissão da doença) não realizam qualquer exame laboratorial para justificar o descarte de doadores potencialmente infectados com os parasitos da malária. O cenário atual também é desfavorável na região Amazônica, pois os hemocentros da região utilizam técnicas antigas e pouco sensíveis para detecção do parasito nos doadores. De fato, o Brasil tem sido responsável por cerca de 7% dos casos de malária transfusional, com alto potencial de letalidade descritos na América Latina. PROPOSTA: Propomos utilizar tecnologias moleculares e imunológicas inovadoras para desenvolver métodos de alta sensibilidade e melhor custo-benefício para serem utilizados para a detecção de malária em hemocentros brasileiros, eficazes mesmo em indivíduos com poucos parasitos, situação muito comum na região extra-amazônica. Temos como objetivos: 1) Desenvolver um método baseado na detecção do material genético dos parasitos da malária; 2) Desenvolver um método capaz de detectar anticorpos específicos contra os parasitos causadores da malária; 3) Avaliar a capacidade dos dois métodos na identificação de pessoas infectadas com diferentes quantidades de parasitos; 4) Identificar qual a melhor metodologia a ser implantada através de um estudo piloto para avaliar os dois testes em hemocentros de Minas Gerais (extra-amazônica) e Pará (amazônica) RESULTADO ESPERADO: Esperamos disponibilizar tecnologias de alta sensibilidade para identificar, de forma mais assertiva, doadores infectados para exclusão de bolsas de sangue nos processos de doação, evitando a malária transfusional, e possibilitando a inclusão segura de doadores aptos não infectados. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$398.400,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Transfusão sanguínea segura: nova tecnologia para detecção do HTLV, vírus causador de leucemia e doenças neurológicas COORDENAÇÃO: Dr. Olindo Assis Martins Filho PARCEIROS: UFMG, HEMOMINAS, UFPA, HEMOPE, HEMOAM PROBLEMA: Pertencentes à mesma família do HIV, os vírus HTLV (HTLV-1 e HTLV-2), apesar de pouco conhecidos, podem levar ao desenvolvimento de doenças sérias como leucemia e doenças neurológicas, entre outras. O Brasil é o país com o maior número absoluto de casos de HTLV no mundo, e a transfusão sanguínea é uma das principais vias de transmissão do vírus. Sendo assim, os hemocentros brasileiros realizam testes específicos para esses vírus durante a triagem das bolsas de sangue. Em relação aos testes atualmente utilizados, observamos: limitações técnicas na capacidade de detecção e diferenciação dos vírus HTLV-1 e HTLV-2; necessidade da utilização paralela de vários métodos; e custo elevado, por se tratar de produtos importados. Foi desenvolvido na Fiocruz Minas um teste de alta acurácia para diagnóstico de infecções por HTLV-1 e HTLV-2 em larga escala, utilizando tecnologia imunológica de ponta, o kit “FC-Duplex HTLV-1/2-IgG1”. O método já foi padronizado, sendo agora necessária sua validação na prática, para que possa ser solicitado o registro para sua comercialização e/ou incorporação no SUS. PROPOSTA: Temos como objetivos: 1) validar o teste “FC-Duplex HTLV-1/2 IgG1”, desenvolvido na Fiocruz Minas para diagnóstico diferencial da Infecção Humana pelo HTLV-1 e HTLV-2, em diferentes bancos de sangue do país e 2) obter o protótipo laboratorial do kit. RESULTADO ESPERADO: Esperamos concluir o desenvolvimento, a nível laboratorial, do kit “FC-DUPLEX HTLV-1/2 IgG1”, para que este possa ser produzido em larga escala e disponibilizado para os bancos de sangue e outros centros de saúde, garantindo diagnóstico simplificado, de alta eficácia e com menor custo, utilizando tecnologia brasileira. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$196.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Desenvolvimento de diagnóstico rápido e eficiente para o Amarelão COORDENAÇÃO: Dra. Soraya T. Gaze Jangola PARCEIROS: UFMG PROBLEMA: Especialmente no norte de Minas Gerais, reconhecida área de baixo IDH, a ancilostomíase (Amarelão) se manifesta com frequência em muitas cidades da região. A infeção não garante imunidade contra uma nova infecção no futuro, reincidindo muitas vezes em menos de 6 meses pós tratamento. A doença gera anemia, deficiência de ferro, deficiência cognitiva, e falta de vitaminas, afetando fortemente a qualidade de vida de adultos e crianças. Atualmente, o teste realizado para verificar a infecção é a observação de ovos do parasito nas fezes, um teste trabalhoso e de baixa eficácia. Além disso, há dificuldade em se realizar o teste devido à recusa ou vergonha de fornecer as fezes, especialmente pelas crianças. Em estudos anteriores, foram identificados dois marcadores que podem ser identificados a partir da coleta de sangue do paciente, com potencial para o diagnóstico do Amarelão. Análises preliminares demonstraram que esses candidatos foram capazes de diferenciar pessoas da mesma localidade não infectadas e infectadas, mesmo com baixo número de parasitos. PROPOSTA: Propomos dar continuidade ao trabalho já realizado para que seja possível o desenvolvimento de um teste sorológico para o Amarelão. Temos como objetivos: 1) validar os marcadores candidatos ao diagnóstico com amostras já colhidas e com novas amostras de outras áreas; 2) produzir os insumos do teste diagnóstico (anticorpo específico) em pequena escala; 3) Buscar parceiros para a obtenção do protótipo de kit de diagnóstico. RESULTADO ESPERADO: Esperamos concluir o desenvolvimento do protótipo laboratorial do kit para diagnóstico do Amarelão, de forma que este possa ser transferido para a produção em larga escala e incorporado no SUS. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Norte de Minas Gerais ORÇAMENTO: R$348.400,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Produção de moléculas para compor testes diagnósticos e vacinas contra a Leishmaniose Visceral COORDENAÇÃO: Dr. Edward Oliveira PROBLEMA: A Leishmaniose Visceral é uma grave doença que se não diagnosticada e tratada oportunamente, pode ser fatal em 90% dos casos. Recentemente, nosso grupo de pesquisa desenvolveu um teste para diagnóstico de leishmaniose visceral baseado na detecção de anticorpos, usando, como antígeno, um grupo de moléculas liberadas pela Leishmania durante a infecção, conhecidas, coletivamente, como “exo-antígenos”. Tais moléculas estimulam forte produção de anticorpos pelo paciente durante a infecção e, portanto, representam potenciais candidatos a comporem exames para diagnóstico da leishmaniose visceral. O teste que desenvolvemos, chamado “ELISA-Exo”, apresentou resultados muito promissores quando validado em amostras de pacientes. Entretanto, sua capacidade de distinguir pacientes acometidos por leishmaniose visceral, dos pacientes acometidos por leishmaniose tegumentar ou doença de chagas pode ser melhorada. PROPOSTA: Propomos identificar e caracterizar os exoantígenos secretados/excretados pela Leishmania com maior capacidade de estimular o sistema imune de pacientes, como ponto de partida para aplicação em vacina e testes diagnósticos para leishmaniose visceral. Temos como objetivos: 1) Desenvolver a metodologia de obtenção de exo-antigenos de Leishmania; 2) Produzir, em laboratório, anticorpos específicos contra os exo-antígenos com maior capacidade de estimular o sistema imune de pacientes; 3) Produzir, purificar, caracterizar e identificar os exo-antígenos com maior capacidade de estimular o sistema imune de pacientes; 4) Avaliar o potencial dos exo-antígenos selecionados para comporem testes diagnósticos e vacinas contra leishmaniose visceral. RESULTADO ESPERADO: Esperamos disponibilizar moléculas bem caracterizadas e com alto potencial para compor testes diagnósticos ou vacinas contra a leishmaniose visceral. Tais produtos, uma vez transferidos para a produção em larga escala, representarão grande avanço para o controle da leishmaniose visceral no Brasil. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional / Minas Gerais (norte, nordeste, Jequitinhonha, centro, leste, e vale do aço) ORÇAMENTO: R$80.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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PROGRAMA:

FÁRMACOS PARA DOENÇAS INFECCIOSAS

Neste programa, apresentamos soluções para o desenvolvimento de medicamentos para doenças infecciosas ainda sem tratamento específico (Dengue e COVID-19) e para as leishmanioses (Leishmaniose Tegumentar/Leishmaniose Visceral), cujos tratamentos disponíveis apresentam grandes limitações. As estratégias de pesquisa utilizadas nos projetos a seguir se baseiam na busca por compostos naturais de plantas e fungos e no “reposicionamento de fármacos”. As plantas e fungos são importante fonte para a descoberta de novos agentes terapêuticos para tratamento de várias doenças. A Fiocruz Minas possui uma rica coleção com milhares de extratos obtidos de plantas e fungos componentes da nossa biodiversidade para fins de bioprospecção. O “reposicionamento de fármacos” se refere ao uso de medicamentos já existentes, com eficácia e segurança comprovadas para uma determinada doença, para tratar uma outra condição de saúde. Esta estratégia diminui significativamente os custos e gastos associados ao processo de desenvolvimento de novas drogas.

PROJETOS

Descoberta de fármacos para o tratamento específico da COVID-19: Estudo do efeito antiviral de extratos naturais de plantas e fungos contra SARS-CoV-2

ORÇAMENTO R$ 200.000,00

Estratégia de desenvolvimento rápido de medicamento contra a Dengue

196.000,00

Identificação de novos fármacos e produtos naturais para tratamento das leishmanioses

120.000,00

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Descoberta de fármacos para o tratamento específico da COVID-19: Estudo do efeito antiviral de extratos naturais de plantas e fungos contra SARS-CoV-2 COORDENAÇÃO: Dra Jaquelline Germano de Oliveira e Dra Tânia Maria Almeida Alves PARCEIROS: UFMG / FAMERP PROBLEMA: Apesar da existência de vacinas com alta eficácia contra a COVID-19, a descoberta de drogas antivirais se faz urgente e necessária para tratamento de uma parcela considerável dos pacientes vacinados ou não que apresentam resposta imune ineficiente contra a infecção pelo vírus e suas várias variantes de preocupação. A Fiocruz Minas possui um banco de extratos naturais de plantas e fungos, contendo milhares de exemplares, o que representa fonte potencial para identificação de substâncias potencialmente promissores para o tratamento da COVID-19. PROPOSTA: Propomos identificar substâncias com ação antiviral produzidos por plantas e fungos contra variantes do SARS-CoV-2. Temos como objetivos: 1) Investigar o efeito antiviral contra SARS-CoV-2 de 3000 extratos de plantas e de fungos e de substâncias naturais purificados. 2) Avaliar, em laboratório, os parâmetros relacionados à potência antiviral e ao potencial tóxico para células humanas dos extratos e das substâncias naturais purificados ativos contra SARS-CoV-2. RESULTADO ESPERADO: Esperamos fornecer pelo menos uma substância com atividade antiviral promissora contra o SARS-CoV-2 para ser testado em modelos animais. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$166.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Estratégia de desenvolvimento rápido de medicamento contra a Dengue COORDENAÇÃO: Dr. Carlos Eduardo Calzavara Silva PARCEIROS: UFMG / FAMERP PROBLEMA: Devido à ausência de vacina efetiva e terapia específica, a busca por agentes antivirais contra o Dengue vírus é urgente. A descoberta e desenvolvimento de um fármaco possui alto custo e demora muitos anos. Sendo assim, uma estratégia para encurtar esse tempo de desenvolvimento é o “reposicionamento de fármacos”, que se refere ao uso de medicamentos já existentes, com eficácia e segurança comprovadas para uma outra doença. Em estudos anteriores, identificamos potenciais alvos para desenvolver estratégias terapêuticas para a Dengue. Após uma busca foi verificado que o medicamento Cloridrato de Tansulosina, medicamento de baixo custo disponível no mercado brasileiro para o tratamento de outras doenças, atua no alvo específico anteriormente identificado por nosso grupo de pesquisa, podendo ser um potencial candidato para o tratamento da Dengue. PROPOSTA: Avaliar, em laboratório, a atividade do fármaco Cloridrato de Tansulosina contra os vírus da Dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Temos como objetivos: 1) Determinar, em laboratório, os parâmetros relacionados à potência antiviral e ao potencial tóxico para células humanas; 2) Avaliar o efeito do Cloridrato de Tansulosina em camundongos infectados com vírus da Dengue. RESULTADO ESPERADO: Esperamos fornecer dados necessários para credenciar o medicamento Cloridrato de Tansulosina como candidato para o tratamento da Dengue, justificando a realização de testes em humanos para liberação do uso na população. Consequentemente, a iniciativa terá grande impacto no combate da doença, diminuindo o número de casos graves a partir do tratamento específico. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$160.000,00 em itens de custeio incluindo recursos humanos Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Identificação de novos fármacos e produtos naturais para tratamento das leishmanioses COORDENAÇÃO: Dra Silvane Maria Fonseca Murta PROBLEMA: As leishmanioses (leishmaniose visceral e leishmaniose tegumentar) representam grave problema de saúde pública para o Brasil. A ausência de vacinas de uso humano e de programas eficazes de controle do mosquito vetor fazem com que o tratamento medicamentoso seja a principal medida para o controle das formas da doença. Todavia, os poucos medicamentos disponíveis atualmente são associados a fortes efeitos colaterais e ao surgimento de parasitos resistentes. Recentemente nosso grupo identificou um conjunto de genes associados com a resistência de Leishmania ao antimônio, um fármaco de uso clínico. Este rico banco de dados pode ser explorado para selecionar fármacos já disponíveis com potencial para agir sobre alvos terapêuticos identificados em importantes vias metabólicas do parasito. Nosso grupo também desenvolveu uma linhagem de Leishmania modificada em laboratório que expressa fluorescência vermelha, e se configura em uma ferramenta para facilitar a triagem de compostos potencialmente ativos sobre Leishmania, aumentando a capacidade de análise e tornando esses ensaios mais rápidos e baratos. PROPOSTA: Propomos utilizar o novo modelo de Leishmania fluorescente para identificar fármacos e produtos naturais ativos contra Leishmania. Temos como objetivos: 1) Identificar computacionalmente fármacos que possam atuar contra os alvos terapêuticos identificadas a partir da obtenção do perfil de atividade genética do parasito; 2) Avaliar a atividade contra Leishmania de 10 fármacos identificados computacionalmente e de 2.000 extratos de plantas e fungos oriundos do banco de extratos da Fiocruz Minas; 3) Avaliar os parâmetros relacionados à potência da atividade anti-leishmania e ao potencial tóxico para células humanas dos fármacos e compostos naturais selecionados; 4) Avaliar a eficácia terapêutica desses fármacos e compostos selecionados usando camundongos como modelo para o estudo de Leishmaniose. RESULTADO ESPERADO: Esperamos identificar pelo menos uma substância com características químicas, farmacológicas e toxicológicas capazes de atrair a atenção das indústrias farmacêuticas, privadas ou públicas, ou de iniciativas como o DNDi para utilizar esta substância como protótipo para o desenvolvimento de um novo medicamento contra a leishmaniose. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional / Minas Gerais (norte, nordeste, Jequitinhonha, centro, leste, e vale do aço) ORÇAMENTO: R$120.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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PROGRAMA:

PREVENÇÃO PARA DOENÇAS INFECCIOSAS

A Fiocruz Minas possui reconhecida experiência no desenvolvimento de vacinas. Domina tecnologias de ponta para a seleção de insumos, produção de anticorpos e para composição de formulações vacinais. Essa expertise tem sido direcionada principalmente para doenças negligenciadas, e, desde o último ano, grande esforço vem sendo empreendido para o desenvolvimento de vacinas 100% nacionais contra a COVID-19.

PROJETOS

ORÇAMENTO R$

Ferramenta de ponta para identificação de alvos para compor vacina contra leishmaniose visceral

389.712,00

NanoCoVax: Estratégia de vacina contra a COVID-19 contendo nanotecnologia, adaptada ao surgimento de variantes

100.000,00

Anticorpos contra a COVID-19: proteção para pacientes que não podem se vacinar

428.000,00

Produção de moléculas para compor testes diagnósticos e vacinas contra a Leishmaniose Visceral

80.000,00

Vacinas em estágio avançado contra a COVID-19 e doenças negligenciadas: Estabelecimento de condições para produção de lotes de vacinas para testes em seres humanos

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2.000.000,00


Ferramenta de ponta para identificação de alvos para compor vacina contra leishmaniose visceral COORDENAÇÃO: Dr. Jerônimo Conceição Ruiz PARCEIROS: UFOP PROBLEMA: Até o momento não existem vacinas de uso humano para a leishmaniose visceral. O tratamento padrão é realizado com fármacos que estão em uso há mais de 70 anos e apresentam diversos problemas de toxicidade, efeitos colaterais severos, além de requererem, por parte do paciente, uma adesão prolongada ao tratamento. Sendo assim, o desenvolvimento de uma vacina surge como alternativa para controle da doença e redução no custo de assistência, por prevenir os gastos com tratamento a médiolongo prazo. Os métodos clássicos de busca por candidatos vacinais exigem alta demanda de recursos e principalmente de tempo, dificultando seu desenvolvimento. As “Redes de Interação Gênica” representam ferramenta de ponta para a identificação de candidatos vacinais, mediante prospecção computacional de alvos potenciais. Esta ferramenta integra dados genéticos e imunológicos, revelando como os genes podem interagir uns com os outros e ativar vias de resposta imune eficientes, possibilitando a realização de simulações computacionais que indicam quais são as moléculas chave associadas a uma melhor resposta imunológica frente à infecção pelo parasito. Em última instância, candidatos vacinais potenciais são indicados de forma assertiva. PROPOSTA: : Propomos prospectar alvos para o desenvolvimento de uma vacina baseada em diferentes moléculas, que ofereça proteção contra Leishmaniose visceral humana. Temos como objetivos: 1) Identificar Redes de Interação Gênica que possam estar associadas à infecção por Leishmania spp; 2) Identificar computacionalmente moléculas de Leishmania com alto potencial para estimular a resposta imune protetora do paciente; 3) Identificar e validar em laboratório, utilizando animais experimentais, as moléculas selecionadas como potenciais candidatos vacinais; 4) Construir um website para divulgação científica do projeto tanto para o público especializado, quanto para o público-geral por diferentes meios e mídias. RESULTADO ESPERADO: Esperamos disponibilizar moléculas bem caracterizadas e com alto potencial para compor vacinas contra a leishmaniose visceral. Tais moléculas, uma vez transferidas para a produção em larga escala, representarão grande avanço para o controle da leishmaniose visceral no Brasil ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional / Minas Gerais (norte, nordeste, Jequitinhonha, centro, leste, e vale do aço) ORÇAMENTO: R$389.712,00 [R$309.712,00 em itens de custeio e R$80.000,00 em itens de capital] Programa: 5020-Desenvolvimento Científico, Tecnológico e Produtivo em Saúde Ação: 21BF - Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde Modalidade de aplicação: Aplicação direta Unidade orçamentária: 36.201 – Fundação Oswaldo Cruz

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NanoCoVax: Estratégia de vacina contra a COVID-19, adaptada ao surgimento de variantes COORDENAÇÃO: Dr. Carlos Eduardo Calzavara Silva PROBLEMA: Apesar de existirem 14 vacinas autorizadas para uso na prevenção da COVID-19, já foram registrados 4 variantes de interesse (variant of interest -VOI) e 4 variantes de preocupação (variant of concern -VOC) do vírus SARS-CoV-2, fazendo com que aumente a preocupação de que essas novas cepas do vírus reduzam a proteção gerada pelas vacinas disponíveis atualmente. Uma alternativa às estratégias vacinais clássicas é a utilização de pequenas porções do vírus construídas artificialmente em laboratório. A seleção dessas porções é feita computacionalmente, a partir de dados genéticos e imunológicos disponíveis, identificando moléculas com alto potencial para estimular imunidade nos pacientes. Além disso, a nanotecnologia pode potencializar o desenvolvimento de vacinas eficazes, uma vez que nanopartículas utilizadas como veículo para carregar moléculas que estimulam imunidade oferecem oportunidade para aumento da proteção vacinal para o paciente. PROPOSTA: : Propomos o desenvolvimento de vacinas que possam ser, de forma dinâmica, adaptadas ao surgimento de variantes de SARS-CoV-2. Temos como objetivos: 1) Selecionar pequenos fragmentos do vírus SARS-CoV-2 e suas variantes com alto potencial para estimular imunidade nos pacientes; 2) Ligar os fragmentos selecionados em nanopartículas de óxido de ferro compatíveis com o corpo humano; 3) Verificar em laboratório e em animais experimentais a capacidade dessas nanopartículas em estimulador a imunidade contra SARS-CoV-2. RESULTADO ESPERADO: Esperamos disponibilizar protótipo de vacina para COVID, com cobertura direcionada também para as principais variantes. Uma vez transferido para a realização de testes em humanos, poderá representar grande avanço no combate à doença. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$180.000,00 [177.500,00 em itens de custeio incluindo recursos humanose R$2.500,00 em item de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Anticorpos contra a COVID-19: proteção para pacientes que não podem se vacinar COORDENAÇÃO: Dra. Soraya T. Gaze Jangola PROBLEMA: A infecção por SARS-CoV-2 atinge fortemente o sistema imune do paciente, levando à produção de anticorpos específicos, mas não está claro se esses anticorpos são de fato protetores. Vacinas contra a COVID-19 estão sendo introduzidas como ferramentas importantes para conter a pandemia. Algumas pessoas possuem, no entanto, impedimento para vacinação. Dentro deste grupo encontram-se os pacientes transplantados, os imunossuprimidos com ou sem medicação, bebês prematuros, com cardio ou pnemopatias. O SUS já utiliza injeção de anticorpos protetores para tratamento de doenças, como é o caso de crianças pré-maturas, cardio ou pneumopatas que recebem, até os 2 anos de idade, uma injeção mensal de anticorpo protetor contra o vírus sincicial respiratório, potencialmente fatal para essas crianças. PROPOSTA: : Propomos a busca por ANTICORPO protetor contra a COVID-19 para subsidiar uma terapia preventiva para a população que não pode se beneficiar da vacinação e está em risco de contrair a infecção por SARS-CoV-2. Temos como objetivos: 1) Avaliar a reação dos anticorpos de pacientes recuperados de COVID-19 frente ao SARS-CoV-2; 2) Criação e manutenção de células produtoras de anticorpos protetores contra SARS-CoV-2. RESULTADO ESPERADO: Esperamos desenvolver linhagem celular produtora de anticorpo protetor contra a COVID-19, capaz de diminuir a taxa de infecção do vírus, consequentemente prevenindo infecções. A terapia preventiva com tal anticorpo protetor no período de maior circulação de vírus causadores de síndrome respiratória aguda grave (março-julho) diminuiria o número de internações e gravidade da doença. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$428.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Vacinas em estágio avançado contra a COVID-19 e doenças negligenciadas: Estabelecimento de condições para produção de lotes de vacinas para testes em seres humanos COORDENAÇÃO: Dr Ricardo Tostes Gazzinelli PARCEIROS: UFMG PROBLEMA: Hoje o país vive situação gravíssima no contexto da pandemia da COVID-19. Além disto, por anos, a população mais desfavorecida do estado de Minas Gerais e do país como um todo vem sofrendo com doenças infecto-parasitárias que não recebem atenção das grandes farmacêuticas por terem como principal população alvo uma camada da sociedade que possui baixo poder aquisitivo. O Centro de Tecnologia de Vacinas (aliança entre Fiocruz e UFMG) tem trabalhado há anos no desenvolvimento de vacinas para doenças negligenciadas, como malária, doença de Chagas e leishmaniose. Desde 2020, o foco principal do grupo tornou-se a vacina 100% nacional contra COVID-19, que atualmente encontra-se apta para ser testada em humanos. Porém, grande parte de vacinas em desenvolvimento, apesar de terem sido mostradas muito efetivas em modelos animais, não puderam ser levadas adiante para os testes em humanos por falta de recurso e infraestrutura necessária para este avanço. PROPOSTA: Propomos equipar o Centro de Tecnologia de Vacinas com infraestrutura necessária para torná-lo apto à produção de lotes de vacinas nas condições exigidas pela ANVISA e outras agências regulatórias para aplicação em testes com seres humanos. RESULTADO ESPERADO: A partir da melhoria da infraestrutura do Centro de Tecnologia de Vacinas, poderemos avançar em projetos de vacinas para malária, doença de Chagas, leishmaniose e COVID-19 que já estão com o protótipo pronto para ser testado em humanos. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional / Minas Gerais (norte, nordeste, Jequitinhonha, centro, leste, e vale do aço) ORÇAMENTO: R$2.000.000,00 Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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PROGRAMA:

INICIATIVAS ESTRUTURANTES

A Fiocruz Minas conta com plataformas tecnológicas e laboratórios multiusuários, que visam favorecer o desenvolvimento tecnológico para gerar soluções em saúde. Essas unidades contam com equipamentos de alto desempenho para atender às necessidades internas e externas à Fundação. Melhorias estruturantes são demandadas nesse sistema, a fim de possibilitar a execução de pesquisas na fronteira do conhecimento.

PROJETOS

ORÇAMENTO R$

Implantação de plataforma tecnológica para produção de proteínas recombinantes de Sars-Cov2

1.050.633,21

Construção de Laboratório Multiusuário de Biossegurança nível 3 (NB3), na Fiocruz Minas, para investigação científica da COVID-19 e de outros patógenos emergentes ou re-emergentes.

2.000.000,00

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Implantação de plataforma tecnológica para produção de proteínas recombinantes de Sars-Cov2 COORDENAÇÃO: Diretoria Instituto René Rachou – Fiocruz Minas PROBLEMA: O Instituto René Rachou possui um Laboratório Multiusuário para Produção de Proteínas Recombinantes (ProRec) que é compartilhado no momento por quinze grupos de pesquisa totalizando sessenta e um usuários cadastrados. Neste laboratório são desenvolvidas atividades de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico relacionadas a COVID-19, Influenza, Dengue, Malaria, Esquistossomose, Leishmaniose, Tripanossomose e Meningite. A estrutura atual do ProRec não permite uma produção em larga escala e é executada pelo próprio pesquisador. Diante do atual cenário da pandemia de COVID-19, a Fiocruz Minas demonstrou sua capacidade de resposta para o enfrentamento da emergência em saúde pública apresentando um portfólio com mais de trinta projetos, em diferentes áreas. Proteínas recombinantes desenvolvidas com qualidade e em quantidade suficiente são fundamentais para execução de alguns desses projetos, com foco em novos métodos diagnósticos e vacinas. PROPOSTA: Propomos modernizar e ampliar a estrutura do Laboratório Multiusuário de Produção de Proteínas Recombinantes (ProRec) da Fiocruz Minas e transformá-lo em uma plataforma tecnológica que possa prestar serviço com qualidade, atendendo não só a demanda interna quanto a externa. RESULTADO ESPERADO: No primeiro momento, o objetivo é produzir proteínas recombinantes de Sars-Cov2 para atender a demanda interna e externa dos projetos relacionados às soluções de diagnóstico, profilaxia, como o desenvolvimento de vacina contra a COVID-19, que estão em andamento. Além disso, a implantação da Plataforma de proteínas recombinantes beneficiará outros projetos de pesquisa relacionados às soluções diagnosticas e desenvolvimento de vacinas contra outros patógenos como parasitos e bactérias desenvolvidos na Instituição e em outras Instituições. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$ 1.050.633,21 em itens de capital Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Construção de Laboratório Multiusuário de Biossegurança nível 3 (NB3), na Fiocruz Minas, para investigação científica da COVID-19 e de outros patógenos emergentes ou re-emergentes COORDENAÇÃO: Diretoria do Instituto René Rachou – Fiocruz Minas PARCEIROS: UFMG PROBLEMA: Nos últimos anos, as epidemias têm se sucedido de forma acentuada e novos agentes infecciosos estão sendo identificados. O desenvolvimento dos grandes centros urbanos, o surgimento de doenças que causam imunossupressão, o uso de drogas imunossupressoras, além de outros fatores que afetam a saúde da população apontam para a necessidade da ampliação da pesquisa científica no estado de Minas Gerais. A Fiocruz Minas está comprometida na busca de soluções para o diagnóstico, prevenção e terapia de doenças e quadros sindrômicos de importância para a saúde pública. Para isto, é necessário espaço seguro e bem estruturado que permita realizar procedimentos de isolamento, manipulação, cultivo e caracterização de agentes infecciosos de alto risco. O Laboratório NB3 destina-se ao trabalho com agentes infecciosos de risco biológico da classe 3, ou seja, com agentes infecciosos que possuem capacidade de transmissão, em especial por via respiratória, e que causam doenças em humanos ou animais potencialmente letais, para as quais não existem medidas profiláticas e terapêuticas. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Neste laboratório, também poderão ser realizados estudos com outros vírus emergentes e reemergentes além de hantavírus, tuberculose e HIV. O acesso a um NB3 possibilitará a nossa Instituição a independência científica, o crescimento e consolidação de suas pesquisas, além do incremento de parcerias locais e regionais para o diagnóstico de doenças de elevado risco para saúde humana. PROPOSTA: Construir um laboratório de biossegurança nível 3 (NB3), multiusuário, que contará com sistema de despressurização de ar ambiental microprocessado/pressão negativa, ultrafreezer vertical -80ºC, cabine de segurança biológica, esterilizador HI VAC II (autoclave de barreira), incubadora de CO² e banho de troca térmica com beads. O local deverá seguir todas as premissas do Manual SVS/MS/2015 Biocontenção: O Gerenciamento do Risco em Ambientes de Alta Contenção Biológica NB3 e a Resolução Nº 18, de 23 de março de 2018 da CTNBio. Entre os trabalhos a serem desenvolvidos estão a multiplicação viral em cultura de células, a inoculação do vírus em células e em animais susceptíveis para estudos de resposta de vertebrados in vitro e in vivo, o teste de drogas e vacinas contra o vírus, o sequenciamento genômico do SARS-CoV-2, o desenvolvimento de kits de diagnóstico rápido e biodispositivos com sensores flexíveis descartáveis para o diagnóstico do vírus, a busca por novos fármacos para o tratamento de pacientes e o desenvolvimento de estratégias vacinais, entre outras atividades. RESULTADO ESPERADO: A ampliação dos trabalhos científicos e desenvolvimento de pesquisas avançadas que até agora não podem ser executadas na instituição uma vez que só possuímos laboratórios de biossegurança nível 2. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: A Fiocruz Minas deverá atuar como um hub, dando suporte a atividades de inovação em estratégias terapêuticas e profiláticas no combate à Covid-19 e demais doenças emergentes e reemergentes em Minas Gerais com impacto todo o país. ORÇAMENTO: R$ 2.000.000,00

Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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PESQUISA CLÍNICA

A pesquisa clínica é uma atividade de investigação científica que envolve seres humanos e têm como objetivo avaliar a segurança e eficácia de drogas e vacinas, acurácia de testes diagnósticos ou, ainda, acompanhar os aspectos clínicos exibidos durante o curso de uma determinada condição de saúde ou mediante alguma intervenção.

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PROGRAMA:

PESQUISA COM SERES HUMANOS EM COVID-19

A partir do surgimento da pandemia da COVID-19, a realização de pesquisas com seres humanos tem se mostrado como elemento fundamental para produzir mudanças significativas nas decisões terapêuticas com base em evidências científicas. A Fiocruz Minas tem se engajado em iniciativas importantes de pesquisa clínica no contexto da pandemia.

PROJETOS

Ferramentas laboratoriais para identificação da provável evolução do paciente e resposta ao tratamento em COVID-19: contribuindo para um protocolo médico mais eficaz

ORÇAMENTO R$ 232.000,00

Crianças com Covid-19: análise de alterações em genes da imunidade como ponto de partida para a evolução do tratamento

248.400,00

Efeito da COVID-19 a longo prazo

414.400,00

Projeto amplo em COVID-19: acompanhamento de pacientes e vacinados adultos e crianças com monitoramento de diversos fatores críticos da doença

290.000,00

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Ferramentas laboratoriais para identificação da provável evolução do paciente e resposta ao tratamento em COVID-19: contribuindo para um protocolo médico mais eficaz COORDENAÇÃO: Andréa Teixeira Carvalho PARCEIROS: UFMG / Hospital Risoleta Tolentino Neves / Hospital Felício Rocho. PROBLEMA: Estudos brasileiros que relacionam manifestações da doença, resposta imune e sua aplicabilidade no monitoramento dos pacientes são escassos, embora tenham potencial para impactar no grau de gravidade da infecção. Neste contexto, avaliar parâmetros de imunidade e associá-los às formas clínicas da doença e seus desfechos é importante para maior compreensão da doença em si e para o desenvolvimento de ferramentas laboratoriais que identifiquem a provável evolução do paciente, contribuindo para a adoção de um protocolo médico mais eficaz. PROPOSTA: Propomos identificar biomarcadores identifiquem a provável evolução do paciente com COVID-19 e sua resposta ao tratamento. Temos como objetivos: 1) caracterizar e quantificar diversos marcadores de imunidade; 2) Construir, por meio de inteligência artificial, redes de interação que revelem qual associação existe entre os marcadores de imunidade e: -os desfechos da doença (alta x óbito); -os estágios e gravidade da doença; -principais manifestações clínicas; -comorbidades (hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e tromboembólicas). RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos desenvolver novas ferramentas de fácil aplicação na rotina de acompanhamento clínicolaboratorial com foco em biomarcadores imunológicos. Tais ferramentas contribuindo para a adoção de um protocolo médico mais eficaz, levando também à redução de custos do manejo clínico dos pacientes. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional / Outros países ORÇAMENTO: R$232.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Crianças com Covid-19: análise de alterações em genes da imunidade como ponto de partida para a evolução do tratamento COORDENAÇÃO: Dr Marco Antônio da Silva Campos PARCEIROS: UFMG / Hospital João Paulo II / Hospital da Baleia PROBLEMA: Tem sido relatado na literatura científica que crianças e pacientes jovens, tiveram doença grave causada por SARSCoV-2 (COVID-19), pacientes estes sem comorbidades pré-existentes. Alterações em genes relacionados à resposta imune inata dos pacientes, podem aumentar a predisposição destes indivíduos a algumas doenças, dentre elas a COVID-19. Atualmente, estamos coletando o sangue de pacientes abaixo de 12 anos, que foram internados no hospital João Paulo II (Rede pública-SUS) e no Hospital da Baleia, e analisando se estes pacientes possuem alterações em genes da imunidade inata. Nossos resultados preliminares indicam a identificação de algumas alterações de genes da imunidade inata em crianças que tiveram uma doença mais grave. PROPOSTA: Propomos ampliar o estudo em andamento, quanto ao número de crianças e aos genes estudados, para desenvolver ferramentas que possam verificar presença de alterações de genes importantes para a resposta imune inata, em crianças infectadas pela Covid-19, responsáveis pela manifestação mais grave da doença COVID-19. Temos como objetivos: 1) Desenvolver os meios para identificar as alterações genéticas adicionais aos já testados em projeto em andamento; 2) Sequenciar o DNA obtido de amostras de sangue de um maior número de crianças com COVID-19, identificando a presença das alterações genéticas; 3) Identificar medicamentos que possam compensar as alterações de imunidade relacionadas a manifestações mais graves da doença. 4) Publicar e informar à classe médica as principais alterações em genes da imunidade inata encontradas nas crianças com quadro grave de COVID-19 e os possíveis fármacos para compensar as alterações do sistema imune inato; 5) Investigar e implementar possíveis ferramentas laboratoriais que possam fazer detecção rápida de alterações nos genes da imunidade inata identificados e que possam servir como teste para prever a evolução da doença. RESULTADO ESPERADO: Esperamos criar ferramentas para identificar crianças como de alto risco de COVID-19 grave, possibilitando entrar com a terapia adequada, de imediato, para evitar doença grave e até morte destas crianças. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional / Outros países ORÇAMENTO: R$248.400,00 Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Efeito da COVID-19 a longo prazo COORDENAÇÃO: Dra. Soraya T. Gaze Jangola PARCEIROS: Hospital Risoleta Tolentino Neves PROBLEMA: Dentre as inúmeras questões que a pandemia de COVID-19 trouxe está a consequência da doença a longo prazo, especialmente em doentes acometidos mais gravemente. É sabido que alguns pacientes persistem com sequelas, mas, como a pandemia se iniciou em 2020, não houve tempo para análises temporais. Além disso, muitos dos pacientes graves possuem co-morbidades cardíacas e endocrinológicas. Outros pacientes começam a desenvolver problemas desse tipo durante a infecção, e eles podem se tornar persistentes. PROPOSTA: Propomos buscar ativamente pacientes que receberam alta hospitalar e proporcionar dois tipos de avaliação: uma avaliação médica presencial ou on line, e uma coleta de exames laboratoriais para avaliação do acompanhamento pós-COVID por até dois anos. Temos como objetivos: 1) Avaliar clinicamente os pacientes de COVID-19 que tiveram alta hospitalar; 2) Avaliar parâmetros sanguíneos relativos a doenças cardíacas, endocrinológicas, doenças autoimunes e inflamações; 3) Avaliar resposta de anticorpos contra o vírus por dois anos. RESULTADO ESPERADO: Esperamos criar base de conhecimento para direcionar a avaliação pós-internação de pacientes que foram acometidos com COVID-19 para que o surgimento de sequelas seja minimizado ou impedido. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional / Outros países ORÇAMENTO: R$414.400,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Projeto amplo em COVID-19: acompanhamento de pacientes e vacinados adultos e crianças com monitoramento de diversos fatores críticos da doença COORDENAÇÃO: Dra Rafaella Fortini Grenfell e Queiroz PARCEIROS: ECO Diagnostica-MG / Hospital da Baleia / Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro/ UFOP / Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto-SP PROBLEMA: Este estudo tem sido conduzido desde Março de 2020, quando pacientes começaram a ser diariamente acompanhados por nossa equipe da Fiocruz Minas nos hospitais parceiros. O acompanhamento dos pacientes se inicia quando o mesmo é internado com suspeita de COVID-19, cuja abordagem envolve: -avaliação clínica; -teste de antígeno como triagem; -RT-qPCR; -sequenciamento genético da linhagem ou variante do vírus; -monitoramento diário durante a internação e uma vez por mês no pós-internação por um ano com coleta de amostras biológicas para avaliação do perfil epidemiológico, da resposta imune desenvolvida e das sequelas e sintomas remanescentes no pós-infecção. Este acompanhamento tem hoje cerca de 600 pacientes adultos e crianças, sendo continuamente capitados novos pacientes. Em paralelo, os dados dos prontuários, relatórios médicos e formulários são associados com os resultados dos demais testes realizados pela Fiocruz Minas para que sirvam como ferramenta de predição de risco de infecção, de risco de óbito e de gravidade da infecção, por meio de ferramenta de computacional desenvolvida para este estudo. Da mesma forma, desde o início da vacinação no estado em janeiro de 2021, monitoramento similar é feito com pessoas vacinadas. Estas são monitoradas desde a vacinação e seguem em acompanhamento por 2 anos. Durante esse tempo, os vacinados são monitorados presencialmente quando são obtidas amostras biológicas para determinação da resposta imune protetora e de sua duração. Os vacinados são ainda monitorados quanto ao aparecimento de sintomas suspeitos de COVID-19, quando são diagnosticados por RT-qPCR e encaminhados ao sequenciamento viral, quando positivos, de forma a identificarmos as linhagens ou variantes causadoras da infecção no pós-vacina. Este acompanhamento tem hoje cerca de 2.600 pessoas vacinadas em acompanhamento, sendo continuamente captados novos voluntários. PROPOSTA: Propomos dar continuidade ao acompanhamento de pacientes Covid19 positivos e pessoas vacinadas, adultos e crianças, para definir a resposta imune protetora desenvolvida e sua duração, determinar o perfil epidemiológico, aparecimento de reinfecções, e infecções pós-vacina, com monitoramento de diversos fatores críticos da doença. RESULTADO ESPERADO: Esperamos fornecer informações de alta relevância no atual cenário da pandemia e no preparativo para o póspandemia, a fim de subsidiar Ministério da Saúde e OMS quanto à inclusão de novas doses de vacina, ao aparecimento de novas variantes, ao risco de novos picos de transmissão e a definição do perfil epidemiológico e vacinal da nossa população do estado de Minas Gerais. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$290.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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EXTENSÃO, COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO EM SAÚDE Na área de Extensão, Comunicação e Divulgação em Saúde, apresentamos 2 Programas, os quais agrupam projetos nas seguintes áreas: “Educação em Saúde”, “Mobilização social. Tais projetos representam estratégias de interlocução entre a Fiocruz Minas e a sociedade visando promover a composição de saberes científicos e espontâneos, e realizar mudanças positivas para a sociedade.

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PROGRAMA:

EDUCAÇÃO EM SAÚDE

A Educação em Saúde é a estratégia mais eficiente na prevenção das doenças, pois somente ela traz mudança de comportamentos, valores e atitudes. O processo de educação e saúde, que visa gerar vínculos de corresponsabilidade entre a população e os componentes do sistema de saúde, se baseia nos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), cujos eixos básicos são equidade, universalidade e integralidade, a descentralização político-administrativa e a participação ativa da comunidade. Este processo prioriza a prevenção e a promoção da saúde, o controle de doenças e dos agravos à saúde, buscando a melhoria da qualidade de vida da população em consonância com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com as metas de desenvolvimento do milênio. Tendo como finalidade a transformação, as ações de Educação em Saúde contribuem de forma efetiva para a consolidação e princípios do SUS acima citados, onde os atores são os profissionais de saúde, grupos sociais e população em geral, cada um com sua forma de organização.

PROJETOS

ORÇAMENTO R$

Dialogando sobre as doenças infecciosas e parasitárias nos territórios onde elas ocorrem

291.600,00

Desenvolvimento do pensamento crítico pela compreensão e aplicação do método científico

441.600,00

Construção das Masculinidades em Redes Sociais: ações de educação em saúde no contexto da violência de gênero

114.400,00

Capacitação à distância de agentes de combate a endemias e agentes de saúde que atuam no controle de doenças infecto-parasitárias

800.000,00

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Dialogando sobre as doenças infecciosas e parasitárias nos territórios onde elas ocorrem COORDENAÇÃO: Dra Cláudia Gersen Alvarenga e Dra Cristiana Ferreira Alves de Brito PARCEIROS: Escola de Saúde Pública de Minas Gerais PROBLEMA: Alguns entraves relacionados à promoção da saúde nas escolas são a ausência de integração entre os professores e a comunidade, a falta de abordagens multidisciplinares e a carência de qualificação dos profissionais. Além disto, o enfoque dado aos temas da saúde é predominantemente curativo, em detrimento da prevenção das doenças (Diniz et al, 2010). É muito importante tratar a saúde com base em um conceito ampliado de saúde incluindo a relação com o ambiente, como por exemplo o papel do saneamento na prevenção das doenças e o impacto das mudanças climáticas nas diversas doenças. A importância das atividades de educação em saúde, no contexto das doenças prevalentes no estado, deve levar em conta as situações de risco em cada comunidade, vinculando os problemas de saúde de grupos específicos com suas condições reais de vida, senão, essas atividades tendem a desenvolver-se como um fim em si mesmas. Considerando-se a rápida expansão geográfica, a urbanização, e a carência de conhecimento a respeito de diferentes doenças infecto-parasitárias, torna-se fundamental desenvolver ações voltadas para a educação em saúde, por meio da produção de material educativo e realização de atividades educativas participativas com a comunidade abordando tópicos relacionados aos agravos que acometem cada localidade. PROPOSTA: Propomos elaborar de forma coletiva e participativa material e atividades para auxiliar na educação em saúde sobre as doenças infecto-parasitárias nos territórios onde elas configuram problemas de saúde pública. Temos como objetivos: 1) Produzir material educativo sobre as diferentes doenças e formas de prevenção; 2) Realizar atividades de divulgação científica, abordando as doenças infecto-parasitárias (leishmanioses, doença de Chagas, malária, arboviroses, esquistossomose, cimicose, entre outras), sua transmissão e formas de prevenção, para formação em saúde da comunidade afetada por cada doença a ser trabalhada; 3) Promover espaços de reflexão para integração das informações e as particularidades do território, que possam resultar em novas atitudes para prevenção de enfermidades transmitidas por vetores. RESULTADO ESPERADO: Esperamos produzir material a ser utilizado em atividades de educação em saúde em diferentes comunidades, permitindo a constituição de sujeitos capazes de compreender as diferentes doenças do seu território e de atuar de forma crítica na prevenção e no controle dessas doenças. Os professores e estudantes participarão da construção dos materiais, se apropriando de forma maior das informações discutidas dialogicamente. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$291.600,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Desenvolvimento do pensamento crítico pela compreensão e aplicação do método científico COORDENAÇÃO: Dra Cristiana Ferreira Alves de Brito PROBLEMA: No contexto de excesso de informações em que vivemos, as notícias mentirosas (fake news) têm alimentado o negacionismo

científico que sempre existiu em parte da nossa sociedade. O combate a esse negacionismo passa, sem dúvida alguma, pela capacidade crítica dos interlocutores e pelo conhecimento e entendimento do método científico. Podemos pensar que ambos estão interligados, pois a compreensão do método científico pode ser uma das estratégias para o desenvolvimento do pensamento crítico. A divulgação científica tem um papel fundamental nesse processo, pois muito mais do que levar informação é preciso produzir condições de formação crítica do cidadão. A compreensão do método científico deve ser um processo constante e que deve iniciar nas mais tenras idades, já que as crianças são por natureza curiosas e questionadoras. Esse padrão de comportamento natural é muitas vezes modificado pela escola, que faz com que os alunos se enquadrem em modelos conteudistas de ensino-aprendizagem comuns atualmente. Lembramos que o método científico é profundamente embasado na crítica e no questionamento. Assim, em todos os níveis de escolaridade o método científico deve ser abordado, com diferentes graus de aprofundamento, provocando uma reflexão sobre o papel da ciência, sua função na sociedade e tomada de decisões relacionadas à ela para se tornarem parte do próprio pensamento crítico dos estudantes.

PROPOSTA: Propomos desenvolver de forma coletiva e cooperativa materiais didáticos que visam a compreensão e a aplicação do método científico nos diferentes níveis escolares. Temos como objetivos: 1) Elaborar um plano de formação com etapas e atividades para cada nível escolar; 2) Desenvolver material didático para ser utilizado na educação infantil explorando a observação e questionamentos; 3) Desenvolver material didático para ser utilizado no ensino fundamental baseado nos conceitos básicos do raciocínio lógico, teoria de conjuntos e probabilidade, bem como na elaboração de hipóteses e teste dessas hipóteses; 4) Desenvolver material didático para ser utilizado no ensino médio baseado na análise crítica dos resultados, compreensão de métodos estatísticos básicos e interpretação de tabelas e gráficos; 5) Construir estratégias que permitam acompanhamento e avaliação do material produzido, mediante interação com os professores e outros atores envolvidos no processo. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos ampliar a compreensão do método científico como uma ferramenta importante para desenvolvimento do pensamento crítico. Os professores e estudantes terão participação ativa na construção dos materiais, se apropriando de forma maior das informações discutidas. Desta forma estudantes críticos serão capazes de exercer de forma plena sua cidadania reivindicando direitos e exercendo seus deveres com responsabilidade. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$441.600,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Construção das Masculinidades em Redes Sociais: ações de educação em saúde no contexto da violência de gênero COORDENAÇÃO: Dra Janete Gonçalves Evangelista PROBLEMA: Segundo dados da Rede de Observatório da Segurança, pelo menos 5 mulheres foram assassinadas por dia no país em 2020, em sua maioria praticados por companheiros, ex-companheiros ou pretendentes. Tais casos de feminicídio tem aumentado ao longo do tempo, tendo se agravado durante a pandemia de Covid-19, cujo crescimento superou anos anteriores. Nessa mesma esteira, o número de denúncias de violências contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexo, assexuais, dentre outras identidades (LGBTQIA+) em 2020 dobrou em relação a 20192. E, apesar do número geral de assassinatos ter diminuído, as mortes de pessoas trans e travestis aumentou, sendo o grupo mais vulnerabilizado neste segmento. Esse cenário violento aponta para um contexto de violências ligadas aos gêneros que, há tempos, configura-se como uma questão de saúde pública. No contexto da pandemia, em decorrência da Covid-19, esse problema agravou-se, seja pela expansão do tempo em casa, onde a maioria dos agressores estão, seja pela mudança de vínculos, como trabalho e escola, que expõe as vítimas a mais contextos de violência. Tal sistema social que mantém esse tipo de violência é a cultura do patriarcado. É nessa cultura que os homens, responsáveis por esse tipo de violência, são educados e constroem suas masculinidades. Evidenciado pelo aumento massivo de tecnologias de informação e comunicação durante a pandemia, essa sociabilidade masculina tem se constituído com destaque em redes sociais digitais, como aplicativos para celular e sites de interação. PROPOSTA: Propomos desenvolver ações e produtos de educação em saúde, no ambiente das redes sociais, com homens jovens, buscando a prevenção e a promoção da saúde da mulher e da população LGBTQIA+ ao mitigar a violência contra esse segmento da população. Temos como objetivos: 1) Mapear espaços virtuais que hospedam coletivos e redes destinados aos homens e às juventudes; 2) Promover rodas de conversas virtuais com homens jovens; 3) Identificar e analisar como jovens homens percebem a si mesmos como tal; 4) Produzir materiais educativos, como vídeos, podcasts e infográficos sobre violências baseadas no gênero com e para homens jovens. RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se oferecer outros discursos e dispositivos acerca das violências de gênero para homens jovens, no sentido de promover a cultura de paz e de prevenir a perpetuação de ações danosas para mulheres e para a comunidade LGBTQIA+. O impacto esperado é a diminuição das violências apoiadas no patriarcado, em especial com homens jovens, assim como a majoração de debates nas comunidades científicas acerca da temática. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$114.400,00 [108.400,00 em itens de custeio e R$6.000,00 em item de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Capacitação à distância de agentes de combate a endemias e agentes de saúde que atuam no controle de doenças infecto-parasitárias COORDENAÇÃO: Rita de Cássia Moreira de Souza; Fabiano Duarte Carvalho; Edelberto Santos Dias; Cristiane Lafetá Furtado de Mendonça PARCEIROS: Secretarias Estaduais de Saúde de Minas Gerais e Ceará; Secretarias Municipais de Saúde de Divinópolis e Montes Claros; UFMG; Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais PROBLEMA: O Instituto René Rachou (Fiocruz Minas) possui cinco laboratórios considerados centros de referência nacional ou internacional,

que atuam em diferentes doenças infecto-parasitárias . Além das atividades laboratoriais especializadas, os Serviços de Referência prestam consultoria e assessoramento nas suas respectivas áreas de atuação, bem como promovem a formação de recursos humanos para o sistema de laboratórios de saúde pública do país. No processo de descentralização das atividades de controle de vetores e hospedeiros de doenças para os municípios, preocupa a escassez de recurso humano capacitado e a grande rotatividade dos agentes de combate a endemias (ACEs), levando ao comprometimento das ações de controle. Esta carência é compartilhada pela maioria dos estados e municípios, e mencionada pelos próprios ACEs durante a capacitação oferecida pelas equipes da Fiocruz Minas. Sem recursos humanos capacitados para atender as diferentes demandas relacionadas ao controle de doenças infecto-parasitárias, no que se refere a seus vetores ou hospedeiros, muitos municípios deixam de fazê-lo. Assim, a disponibilização de vídeos que possam fomentar a capacitação para atividades relacionadas ao controle vetorial pode ser considerada como uma ótima estratégia de ação para vigilância entomológica em apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS).

PROPOSTA: Promover capacitação à distância de agentes de combate a endemias e agentes de saúde que atuam no controle de doenças infectoparasitárias (doença de Chagas, leishmaniose, dengue, zika, Chikungunya, febre amarela, esquistossomose). Temos como objetivos:

1) Produzir e disponibilizar vídeos relacionados às diferentes atividades desempenhadas pelos ACEs que atuam para o controle de vetores ou hospedeiros; 2) Desenvolver e disponibilizar E-book incorporando conteúdo técnico/científico complementar aos vídeos, otimizando a capacitação; 3) Viabilizar a capacitação à distância de agentes de combate a endemias e agentes de saúde que atuam no controle de Triatomíneos, flebotomíneos, moluscos e de mosquitos transmissores de arboviroses no território nacional.

RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos oferecer melhorias significativas para os serviços realizados pelos agentes de combate a endemias e agentes de saúde na perspectiva do controle de vetores e hospedeiros de doenças e, consequentemente, diminuir o risco de novos casos de transmissão de diferentes patógenos. Ao final desse trabalho produziremos 31vídeos e três E-books, de forma a contribuir com a. capacitação dos profissionais que atuam para o controle da doença de Chagas, leishmaniose, dengue, zika, Chikungunya, febre amarela, esquistossomose. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$800.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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PROGRAMA:

MOBILIZAÇÃO SOCIAL

A Pandemia do novo Coronavírus provocou o agravamento das crises econômica, social e política que já afetavam o Brasil. Contribuir para o enfrentamento da crise sanitária e humanitária pela qual passamos por meio da organização de redes de interlocução e cooperação entre as ICT (Instituições Científica, Tecnológica e de Inovação ) e a sociedade civil, nos diferentes territórios mineiros, é de suma importância, pois a partir daí podem se estabelecer redes virtuosas que contribuam para a solução de problemas, construídas de forma coletiva e com base nas experiências vividas por todos esses atores.

PROJETOS

ORÇAMENTO R$

Projeto IntegrAÇÃO: Advocay, Direitos Humanos e Saúde integral da população LGBTQI+

242.400,00

ACAMARES: reciclagem e cidadania

165.600,00

Profissionais do sexo: trabalho, saúde e autonomia

165.600,00

Mais Meninas na ciência: Meninas Negras na Computação

357.600,00

Gênero, Saúde e Quilombo no contexto da Covid-19: desenvolvimento de tecnologias sociais para promoção de saúde no Médio Jequitinhonha, Minas Gerais

252.200,00

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Projeto IntegrAÇÃO: Advocay, Direitos Humanos e Saúde integral da população LGBTQI+ COORDENAÇÃO: Dra Zélia Maria Profeta da Luz PARCEIROS: (ABGLT) Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos PROBLEMA: A problemática da LGBTQIFOBIA no Brasil apresenta uma natureza multifacetada que abarca muito mais do que as violências tipificadas

no código penal. A violação de direitos humanos relacionada à orientação sexual e identidade de gênero inclui, cotidianamente, a violência simbólica, psicológica, física e até assassinatos. Mesmo com a subnotificação, levantamento da Acontece Arte e Política LGBTI+ e Grupo Gay da Bahia divulgado em 4.mai.2021 registrou a ocorrência de 237 mortes violentas de LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) em 2020 no Brasil. Foram 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%). Outra questão muito preocupante e que afeta diretamente essa população é a política de enfretamento à epidemia de AIDS. Apesar de inúmeros avanços nas políticas de enfrentamento ao HIV/AIDS, há um crescimento de novas infecções. Além disso, o preconceito e estigma continuam sendo um desafio para as pessoas que vivem com HIV e AIDS (PVHA). Na esteira do crescimento da violência extrema à população LGBTI, sucateamento da política públicas sociais, criminalização dos movimentos sociais e a crise sanitária causada pela epidemia do COVID-19, a população LGBTIQI+ tem sofrido todos esses impactos diretamente e adoecido. O Advocacy tem sido uma estratégia muito utilizada para elaboração de políticas públicas, garantia de orçamento, espaços de controle social e mobilização comunitária. Neste sentido a capacitação sobre a técnica e estratégia de Advocacy será fundamental para realizar incidência política em nível nacional, estadual e municipal, qualificar a participação de ativistas em espaços de controle social, bem como reafirmar a agenda em Direitos Humanos, saúde integral da população LGBTQI+, prevenção às IST/HIV/AIDS e defesa do SUS.

PROPOSTA: Integrar ações de saúde, direitos humanos, cultura, assistência e outras áreas que possam transversalizar a técnica de advocacy, por meio da qual serão formados e capacitados ativistas e organizações da sociedade civil para que possam atuar na agenda dos Direitos Humanos e política de Saúde integral LGBTQI+ na prevenção às IST, HIV/AIDS. Temos como objetivos: 1) Capacitar cerca de 30 militantes LGBTQI+ nos temas relacionados por meio da técnica de Advocacy; 2) Constituir uma rede de ativistas e organizações para que possam atuar com as técnicas e estratégias de Advocacy nos espaços de controle e decisão, e mobilização comunitária; 3) Criar um canal de comunicação virtual para subsidiar os militantes e organizações sobre a técnicas de Advocacy, Direitos Humanos, Saúde Integral LGBTI e prevenção às IST/HIV/AIDS; 4) Elaborar campanha virtual com os temas de Direitos Humanos, direitos da população LGBTQI+, Saúde Integral LGBTI e prevenção às IST/HIV/AIDS; 5) Elaborar um plano de incidência política com recomendações ao poder público para melhorias dos serviços voltados à população LGBTI; 6) Elaborar um guia de advocacy, Direitos Humanos, Saúde Integral LGBTQI+ e prevenção às IST/HIV/AIDS. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos suscitar clima favorável na sociedade e poder público para que haja melhoria nos serviços, programas e políticas públicas voltados para a população LGBTQI+ e dos Direitos Humanos. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$242.400,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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ACAMARES: reciclagem e cidadania COORDENAÇÃO: Dra Zélia Maria Profeta da Luz PARCEIROS: ACAMARES- Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Sarzedo-MG PROBLEMA: No Brasil, além da crise sanitária, vivemos também uma crise humanitária. Nessa perspectiva, um grupo formado pela SBPCMG, a FIOCRUZ Minas, a Presidência da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, professoras(es) e pesquisadoras(es) de várias Instituições de Ensino Superior e de Institutos Federais de Educação do estado de Minas Gerais decidiu por meio da iniciativa Inteligência Coletiva Minas Gerais (ICMG) contribuir para o enfrentamento deste momento complexo organizando redes de interlocução e cooperação, em conjunto com a sociedade civil organizada. Para que possamos enfrentar as dificuldades atuais e aumentar o bemestar do conjunto da população mineira, será crucial um olhar muito atento para as questões ambientais, da produção econômica, do trabalho, da educação, da saúde e da cultura. Será fundamental uma atuação mais decisiva do Estado por meio de políticas públicas voltadas para o enfrentamento do momento atual e para a construção de um futuro mais próspero e com menos desigualdades. PROPOSTA: Elaborar campanhas e treinamentos visando a implementação de políticas públicas voltadas para o fortalecimento do trabalho de coleta de materiais recicláveis. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos promover ações colaborativas que fortaleçam o desenvolvimento humano e social sustentável dos catadores de materiais recicláveis, e levantar elementos que subsidiem a discussão/elaboração de propostas de política pública para o fortalecimento do trabalho dos catadores. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$165.600,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Profissionais do sexo: trabalho, saúde e autonomia COORDENAÇÃO: Dra Zélia Maria Profeta da Luz PARCEIROS: Coletivo Rebu, Clã das Lobas, Aprosmig e Coordenação Municipal de Saúde Sexual e Atenção às IST, AIDS e Hepatites Virais/SMSA PROBLEMA: Atualmente, vivemos uma crise sanitária e humanitária que exige das instituições e da sociedade organizada esforços colaborativos na reflexão e na proposição de políticas públicas que atendam à população brasileira em sua diversidade e no enfrentamento às desigualdades em áreas como, por exemplo, educação, saúde e cultura. Através do Coletivo Rebu (que atua na defesa dos direitos das trabalhadoras sexuais à saúde, no reconhecimento do trabalho sexual como trabalho e no combate ao estigma), o grupo Inteligência Coletiva Minas Gerais – ICMG teve acesso à realidade da saúde das profissionais do sexo em um contexto marcado pelo agravamento das infecções sexualmente transmissíveis – ISTs na pandemia. A partir disso, o ICMG e outros três coletivos, que representam as profissionais do sexo – [Clã das Lobas, Aprosmig e Coletivo Rebu] buscam construir, junto à Secretaria Municipal de Saúde – SMS, propostas voltadas para o enfrentamento e controle das ISTs, na promoção da saúde, redução de danos e possibilidade das trabalhadoras sexuais possam exercer seu trabalho com todos os cuidados à saúde. PROPOSTA: 1) Elaborar atividades que contribuam para o fortalecimento da luta contra o preconceito e o estigma social relacionado às profissionais do sexo; 2) Desenvolver uma campanha de prevenção de IST’s junto às trabalhadoras sexuais de Belo Horizonte, mediante avaliação das melhores soluções na redução das ISTs e na promoção da saúde. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos estruturar propostas de ações contra o estigma e preconceito social vivenciados pelas profissionais do sexo e soluções eficientes para redução das ISTs e promoção da saúde. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$165.600,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Mais Meninas na ciência: Meninas Negras na Computação COORDENAÇÃO: Dra Zélia Maria Profeta da Luz PROBLEMA: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2015) tem como estratégia central adotar Objetivos e Metas universais que incluem em seu escopo: “proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas em todos os níveis”. Embora a participação de mulheres na ciência tenha tido avanços nos últimos 10 anos, ainda há um caminho longo a ser percorrido para a equidade de gênero na ciência. Ainda temos um ambiente hostil, machista na ciência que torna mais difícil a participação das mulheres. Essa participação é menor ainda quando comparamos mulheres negras e brancas. No Brasil, em 2015, das pesquisadoras que recebiam bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq, apenas 7% eram negras e, dessas, 6,2% eram pardas e 0,8%, pretas. Outro aspecto importante refere-se as áreas nas quais estão distribuídos homens e mulheres. Ainda existem na ciência, “territórios” essencialmente masculinos, como por exemplo em áreas das ciências exatas como a ciência da computação. PROPOSTA: Estimular meninas negras, moradoras de locais de baixo poder aquisitivo, a se interessarem pela ciência de modo geral e especificamente na área da Computação. Temos como objetivos: 1) Apresentar e discutir o que ciência, a participação das mulheres e sua condição ao longo da história; 2) Apresentar a área da computação e programação e seu potencial de uso; 3) Capacitar meninas negras para a utilização da computação; 4) Compartilhar experiências bem-sucedidas, especialmente de mulheres, como forma de incentivar a participação de mais mulheres na área computação e programação; 5) Criar aplicativos e ou outros produtos e possibilidades para resolução de problemas que serão definidos pelo grupo de participantes. RESULTADOS ESPERADOS: Construir ações que contribuam para estimular meninas negras a se interessarem pela área da computação ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$357.600,00 Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Gênero, Saúde e Quilombo no contexto da Covid-19: desenvolvimento de tecnologias sociais para promoção de saúde no Médio Jequitinhonha, Minas Gerais COORDENAÇÃO: Dra Denise Nacif Pimenta PARCEIROS: Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais - N’Golo PROBLEMA: As comunidades quilombolas do Médio Jequitinhonha/MG sofrem há décadas com a falta d’água e recursos hídricos. A região,

localizada no semiárido mineiro, tem muitas comunidades quilombolas formadas em torno de córregos, que inclusive deram nome às comunidades aqui pesquisadas: Comunidade Quilombola Córrego do Narciso e Comunidade Quilombola Córrego do Rocha. Contudo, com a intensificação do plantio de eucalipto, estimulado pela chamada Revolução Verde, na década de 1970, há graves impactos na bacia hidrográfica da região. Os quilombolas desta região vivem uma luta histórica com o poder público em busca de melhorias na canalização e bombeamento de água, construção de cisternas para coleta de água das chuvas e poços artesianos. As mulheres quilombolas são as que mais sofrem as consequências da falta de água: são elas que caminham longas distâncias com baldes de água na cabeça, carregam suas roupas para lavar no rio e criam formas de purificar e aproveitar ao máximo a água. No contexto da pandemia de Covid-19, a falta de água se tornou um problema ainda mais grave, diante da necessidade de higienização como prevenção da contaminação pelo vírus e do aumento do consumo de água devido ao isolamento social dentro de casa. Somase a isto, o fato de que no ano de 2021 a estiagem no então esperado período de chuvas foi maior, e como resultado as lideranças já relatam a perda significativa de seus plantios. Ademais, com a diminuição da renda não terão como comprar água, como fazem em situações de emergência.

PROPOSTA: No contexto da pandemia da Covid-19, propomos auxiliar na melhoria das condições de saúde de duas comunidades quilombolas localizadas na região do Médio Jequitinhonha por meio de implementação de tecnologias sociais de baixo custo e de reaproveitamento de recursos hídricos, no intuito de garantir a sustentabilidade e a autonomia desses territórios. Temos como objetivos: 1) Potencializar o acesso à água por meio de tecnologias de reutilização e produção de água; 2) Promover a melhoria no saneamento com técnicas de baixo custo; 3) Realizar a avaliação técnica sobre o problema do acesso à água apresentadas pelas próprias comunidades; 4) Mapear e registrar as práticas de cuidados e os saberes tradicionais voltados à saúde desenvolvidas por cada território; e, 5) Problematizar o racismo e a desigualdade de gênero envolvidos na luta pelo direito de acesso à água. RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se que o desenvolvimento e aplicação de tecnologias sociais possam minimizar os efeitos da escassez dos recursos hídricos e por consequência promover a melhoria da qualidade de vida e da prevenção da Covid-19. Serão beneficiadas pelo projeto cerca de 100 famílias quilombolas, sobretudo mulheres, jovens e crianças, residentes nas comunidades remanescentes de Quilombos de Córrego do Rocha e Córrego do Narciso, em Minas Gerais. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Médio Jequitinhonha/MG ORÇAMENTO: R$252.200,00 [R$166.000,00 em itens de custeio e R$86.200,00 em itens de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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SAÚDE COLETIVA A área de Saúde Coletiva representa um “campo científico onde se produzem saberes e conhecimentos acerca do objeto saúde e onde operam distintas disciplinas (epidemiologia, ciências sociais em saúde e planejamento e gestão) e um conjunto de práticas” (CAPES. Documento da área 2009), sobretudo aquelas voltadas para o Sistema Único de Saúde. Na área de Saúde Coletiva apresentamos 2 Programas, os quais agrupam projetos nas seguintes áreas: “Saúde e Ambiente”, “Políticas Públicas, Programas e Serviços de Saúde”.

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PROGRAMA:

SAÚDE E AMBIENTE

O Programa “Saúde e Ambiente”, agrega projetos focados em análises e proposições relacionadas às interferências dos ambientes físico e social na situação de saúde.

PROJETOS

O processo de regionalização do setor de saneamento no Estado de Minas Gerais e a garantia dos Direitos Humanos à Água e ao Esgotamento Sanitário

ORÇAMENTO R$ 206.400,00

A inclusão das populações em situação de vulnerabilidade nos processos de regionalização do serviço de saneamento: comparação entre o Estado de Minas Gerais e outros modelos no país

254.400,00

Epidemiologia voltada para implementação de estratégias de controle e prevenção da leishmaniose visceral nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, estado de Minas Gerais

153.580,00

Estudos entomológicos integrados a uma abordagem de educação em saúde, em área de leishmanioses, município de Baldim, Minas Gerais

100.000,00

Estudo das leishmanioses no município de Brumadinho, Minas Gerais: antes e depois do desastre de 2019

258.216,00

Alternativas para o controle químico de insetos vetores da doença de Chagas e leishmaniose

219.243,87

Coleções biológicas e vigilância em saúde: uma proposta usando a abordagem “One Health”

186.000,00

Estratégias integradas para a eliminação da esquistossomose

650.000,00

Monitoramento de insetos vetores em Belo Horizonte como estratégia para prevenção de Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela

299.144,00

Vamo Junto? Mobilização social para o enfrentamento da dengue, zika, chikungunya e Covid-19 e Redes de Solidariedade no contexto de Zika

429.600,00

Desastres da mineração: gestão de risco e direitos humanos

367.080,00

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O processo de regionalização do setor de saneamento no Estado de Minas Gerais e a garantia dos Direitos Humanos à Água e ao Esgotamento Sanitário COORDENAÇÃO: Dr Léo Heller PARCEIROS: Ondas – Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento PROBLEMA: Em julho de 2020, o governo federal sancionou a Lei n. 14.026/2020, a qual revisou o marco legal e regulatório do setor de saneamento básico no Brasil. Um dos pilares da reforma do marco consiste no princípio da regionalização, isto é, na ideia de incentivar a provisão de serviços para conjuntos de municípios, organizados em arranjos regionais. Nitidamente, o arranjo regional determinado em Lei visa à transferência dos serviços ao setor privado, em uma privatização massiva e sem precedentes em escala global na atualidade. Uma das questões que se coloca em relação ao processo de “regionalização para privatização” dos serviços de saneamento é quanto à capacidade e interesse das prestadoras de serviços na garantia dos Direitos Humanos à Água e ao Esgotamento Sanitário (DHAES). Os DHAES, além da garantia de princípios como a participação social, transparência, responsabilização, não-discriminação e igualdade, apontam a necessidade de se garantir o acesso à água e ao esgotamento sanitário respeitando elementos como disponibilidade, acessibilidade física e econômica, qualidade, aceitabilidade e privacidade. Dessa forma, analisar a implantação da regionalização do setor de saneamento no estado de Minas Gerais, examinando os movimentos em direção à privatização dos serviços e sob a ótica dos elementos e dos princípios dos DHAES, auxiliará a identificar riscos, lacunas e possibilidades de universalização dos serviços no Estado. PROPOSTA: Propomos analisar a implantação do processo de regionalização do setor de saneamento no estado de Minas Gerais, sob a ótica dos elementos e dos princípios dos DHAES. Temos como objetivos: 1) Analisar a inclusão dos diversos grupos sociais nos processos decisórios; 2) Verificar os impactos da regionalização sobre a aplicação das tarifas sociais e proteção dos usuários em maiores condições de vulnerabilidade; 3) Analisar como as empresas planejam ampliar o acesso da população rural e da população urbana em condições de vulnerabilidade aos serviços de água e esgotos. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos compreender em que medida e de que forma as prestadoras dos serviços de água e esgotos no estado de Minas Gerais, no contexto de regionalização, incorporam a garantia dos DHAES. Essa análise auxilia na identificação de potenciais violações aos DHAES, possibilitando uma melhor atuação do Estado no que se refere à garantia dos DHAES e à universalização do acesso. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$206.400,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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A inclusão das populações em situação de vulnerabilidade nos processos de regionalização do serviço de saneamento: comparação entre o modelo de Minas Gerais e outros modelos no país COORDENAÇÃO: Dr Léo Heller PARCEIROS: Ondas – Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento PROBLEMA: Em julho de 2020, o governo federal sancionou a Lei n. 14.026/2020, a qual revisou o marco legal e regulatório do setor de saneamento

básico no Brasil. Um dos pilares da reforma do marco consiste no princípio da regionalização, isto é, na ideia de incentivar a provisão de serviços para conjuntos de municípios, organizados em arranjos regionais. Nitidamente, o arranjo regional determinado em Lei visa à transferência dos serviços ao setor privado, em uma privatização massiva e sem precedentes em escala global na atualidade. Uma das questões que se coloca, com relação ao processo de “regionalização para privatização” dos serviços de saneamento é quanto ao interesse das prestadoras de serviços em atender populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica, incluindo as que vivem em municípios com baixo IDH, em comunidades rurais, quilombolas e populações indígenas, entre outros grupos. Segundo dados do SNIS e do Censo de 2010, a média de municípios com prestação privada está concentrada em municípios mais populosos, com maior IDH, maior porcentagem de população urbana e maior renda per capita, o que levanta preocupações quanto à seletividade das empresas. Dessa forma, compreender como os arranjos regionais planejam incluir os municípios com maior índice de vulnerabilidade, em especial no que se refere às populações rurais, é essencial na busca pela universalização do acesso e na garantia dos Direitos Humanos à Água e ao Esgotamento Sanitário. Dessa forma, esse projeto visa comparar os movimentos em curso para a regionalização do saneamento em Minas Gerais com outros modelos no país, a fim de verificar as principais diferenças e semelhanças entre eles no que se refere à inclusão das populações em vulnerabilidade.

PROPOSTA: Propomos comparar o modelo de regionalização do setor de saneamento do Estado de Minas Gerais com outros modelos no país, tendo como foco a inclusão das populações em situação de vulnerabilidade, em especial populações rurais. Temos como objetivos: 1) Verificar em que medida e de que forma os municípios com maior índice de vulnerabilidade estão inseridos nos arranjos regionais no estado de Minas Gerias e nos outros modelos de regionalização no país; 2) Analisar como municípios com mais baixo IDH e as populações em situação de vulnerabilidade, em especial as populações rurais, estão incluídas nos processo decisórios das unidades regionais; 3) Analisar como as prestadoras de serviço abordam o acesso das populações vulnerabilizadas, em especial as populações rurais, aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, comparando o modelo de Minas Gerais como o de outros estados brasileiros.

RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos compreender de que forma as populações vulnerabilizadas, em especial as populações rurais, estão incluídas

no processo de regionalização do setor de saneamento no Estado de Minas Gerais, quando comparado com outros modelos de regionalização no país. Com isso, espera-se ampliar o debate sobre a importância da inclusão desses grupos populacionais nos debates e nos processos de tomada de decisão, estimulando a participação e a transparência, e, consequentemente, ampliando o acesso destas populações aos serviços de água e esgotos. Pretende-se também identificar quais modelos de regionalização propiciam melhor inclusão dessas populações.

ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$254.400,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Epidemiologia voltada para implementação de estratégias de controle e prevenção da leishmaniose visceral nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, estado de Minas Gerais COORDENAÇÃO: Dr Edelberto Santos Dias PARCEIROS: UFOP / UFMG / UFVJM PROBLEMA: O controle de leishmaniose visceral (LV) no Brasil tem sido baseado em três linhas de ações recomendadas pela Organização Mundial

de Saúde: (1) tratamento dos casos humanos, (2) eliminação dos cães infectados, para reduzir as fontes de infecção pelos insetos vetores (3) combate ao inseto vetor (flebotomíneos), pulverizando inseticidas em áreas onde os casos humanos são diagnosticados. No entanto, essas medidas não têm apresentado bons resultados em relação ao controle e vários estudos questionam a eficácia dessas ações. As características peculiares dos reservatórios animais, vetores e a variedade de situações, têm mostrado que estratégias de controle, devem ser flexíveis e designadas especialmente para cada região. As macrorregiões do nordeste do estado de Minas Gerais apresentam municípios classificados pelo Ministério da Saúde como de transmissão intensa, ainda não possuem estratégias de ações que possam esclarecer quais os condicionantes epidemiológicos que atuam nessas áreas O nosso grupo de pesquisa vem traçando o panorama epidemiológico urbano da LV no estado de MG, desde 1998. Na presente proposta, pretendemos estender nossos estudos para duas novas macrorregiões do estado, representada pelo Vale do Mucuri e Jequitinhonha, regiões onde são encontrados os piores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Minas Gerais.

PROPOSTA: Propomos estudar os aspectos relacionados à epidemiologia da LV (reservatórios, vetores, casos humanos e aspectos ambientais), visando apontar as áreas de risco de transmissão, como também programar, direcionar e implementar ações de controle das leishmanioses nos municípios pertencentes aos Vales do Mucuri e/ou Jequitinhonha. Temos como objetivos: 1) Estudo de flebotomíneos (avaliar a fauna flebotomínica em relação a variáveis bioclimáticas e verificar a infecção natural dos mesmos por Leishmania); 2) Estudo da leishmaniose visceral em cães domésticos (determinar a taxa de positividade dos cães para leishmaniose nas áreas selecionadas; realizar necropsia e coleta de amostras biológicas, para caracterizar a espécie de leishmania presente nas amostras); 3) Epidemiologia descritiva (avaliar a relação espacial entre os casos humanos, casos caninos e a presença de vetores de leishmaniose); 4) Educação em saúde (desenvolver atividades de educação em saúde junto à população e ao Setor de Vigilância epidemiológica do município centradas no manejo ambiental; apresentar os resultados do projeto para os servidores da Secretaria Municipal de Saúde dos municípios e discutir conjuntamente as medidas de controle a serem empregadas na situação atual). RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos prover informações consistentes relacionadas à avaliação integrada dos condicionantes que determinam a ocorrência de leishmaniose visceral na região. Tais informações trarão subsídios para a adoção de medidas mais eficazes de controle que poderão ser implementadas pelos órgãos competentes de saúde dos municípios. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Vales do Mucuri e Jequitinhonha ORÇAMENTO: R$153.580,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Estudos entomológicos integrados a uma abordagem de educação em saúde, em área de leishmanioses, município de Baldim, Minas Gerais COORDENAÇÃO: Dra. Érika Michalsky Monteiro PARCEIROS: Prefeitura Municipal de Baldim, UFVJM, UFOP PROBLEMA: O conhecimento dos elos de transmissão, parasito-vetor, e os aspectos ambientais, são importantes para o entendimento da cadeia de transmissão

e controle das leishmanioses. Neste contexto, a descontinuidade das ações de controle, o conhecimento escasso da população acerca da doença, atrelado à falta de atenção dada à educação e saúde, são responsáveis, dentre outros aspectos, pela continuidade da transmissão e ocorrência de casos. Vários estudos demonstram que as populações acometidas pelas leishmanioses desconhecem conceitos, como transmissão, tratamento e prevenção, e uma proporção reduzida emprega efetivamente as medidas preventivas. Além disto, observa-se que os profissionais da atenção primária à Saúde (APS) desconhecem importantes conceitos, demonstrando menor domínio em relação às medidas preventivas. De acordo com o Ministério da Saúde as atividades de Educação em Saúde devem ser inseridas nos serviços prestados pelo setor de Vigilância em Saúde do SUS, que são responsáveis pelas ações de prevenção e controle das leishmanioses. Em Baldim, região metropolitana de Belo Horizonte, localizada na região da Serra do Cipó, importante ponto turístico da região, foram notificados nos últimos 5 anos, 14 casos de LT e recentemente 1 caso de LV, entretanto a taxa de positividade canina vem apresentando um aumento considerável nesses anos, ficando em torno de 30% em 2017. Nenhuma pesquisa em relação à fauna vetorial foi desenvolvida até o momento, por isso faz-se necessário o conhecimento da biologia vetorial, do comportamento das espécies de flebotomíneos e dos aspectos ambientais e climáticos particulares do município associados às ações de Educação em Saúde.

PROPOSTA: Propomos estudar os aspectos relacionados aos insetos vetores (flebotomíneos), aspectos ambientais e desenvolver estratégias de

educação e saúde junto aos profissionais de saúde e educação, buscando auxiliar nas medidas de prevenção e controle das leishmanioses em Baldim, MG. Temos como objetivos: 1) Determinar a fauna de flebotomíneos das áreas selecionadas; 2) Estabelecer o número mensal das espécies de flebotomíneos correlacionando-os com as variáveis bioclimáticas (temperatura, umidade relativa do ar e pluviosidade); 3) Estudar a infecção natural dos insetos vetores capturados por Leishmania; 4) Realizar o diagnóstico ambiental das residências selecionadas, a fim de se obter dados sobre os locais mais propícios para a proliferação do vetor; 5) Identificar o conhecimento prévio dos profissionais de saúde e educação do município; 6) Compreender as atividades desenvolvidas pelos profissionais dos setores de educação e de saúde e como eles percebem a importância de seu próprio trabalho para o controle da doença no município; 7) Realizar atividades de educação em saúde com a temática leishmaniose com representantes do setor saúde (Agentes de Combate às Endemias/ACE, Agentes Comunitários de Saúde/ACS e gestores) e do setor educação (gestores e professores de Ciências/Biologia); 8) Reavaliar o conhecimento dos profissionais de saúde e educação após as práticas de educação em saúde; 9) Realizar a devolutiva dos resultados da pesquisa desenvolvida para as respectivas comunidades (escolares e de saúde).

RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos que com os resultados obtidos no projeto possamos direcionar e orientar, de modo eficaz, a aplicação de medidas preventivas, como também a capacitação de profissionais dos serviços de saúde e educação no âmbito municipal contribuindo no estabelecimento da relação dinâmica e da compreensão global do processo saúde/doença. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Baldim ORÇAMENTO: R$100.000,00 Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Estudo das leishmanioses no município de Brumadinho, Minas Gerais: antes e depois do desastre de 2019 COORDENAÇÃO: Dr José Dilermando Andrade Filho PROBLEMA: O Grupo de Estudos em Leishmanioses do Instituto René Rachou avaliou nos anos de 2013 a 2015 o cenário epidemiológico de

Brumadinho frente às leishmanioses, sob dois aspectos: 1) Estudo sobre os flebotomíneos, insetos responsáveis pela transmissão das leishmanioses e 2) Estudo dos reservatórios silvestres (pequenos mamíferos) de Leishmania, que são fonte de infecção para os flebotomíneos. A investigação sobre os insetos vetores verificou a presença de uma grande abundância destes em Casa Branca, totalizando 16.771 exemplares, distribuídos por 23 espécies, incluindo vetores da leishmaniose tegumentar e vetores da leishmaniose visceral. A fonte alimentar dos insetos também foi pesquisada e mostrou que as fêmeas se alimentaram de cães, galinhas, seres humanos e roedores (Carvalho et al. 2017). Foi possível, ainda, detectar o DNA de Leishmania em algumas espécies de flebotomíneos. Em relação ao estudo dos reservatórios silvestres (pequenos mamíferos), foi verificada a infecção por Leishmania nos seguintes mamíferos: gambá, rato silvestre, e rato de telhado. Sabe-se que a expansão e urbanização das leishmanioses está relacionada com ocupação urbana desordenada e desequilíbrio ambiental e ainda que Brumadinho é área endêmica para ambas as formas da leishmaniose. Diante disso, após grandes modificações ambientais em decorrência do desastre tecnológico da barragem do Córrego do Feijão, faz-se necessário, estudar, comparar e monitorar os vetores (flebotomíneos), bem como os reservatórios silvestres (pequenos mamíferos), a fim de observar as variações comportamentais/epidemiológicas das leishmanioses no local.

PROPOSTA: Propomos realizar o estudo da fauna e da infecção por Leishmania em flebotomíneos e nos pequenos mamíferos na região, pós-desastre, abrangendo as mesmas áreas estudadas em 2014/2015 e agregando pontos próximos à tragédia da barragem Córrego do Feijão em Brumadinho. Temos como objetivos: 1) Identificar a fauna de flebotomíneos e pequenos mamíferos na localidade Casa Branca e Córrego do feijão; 2) Determinar as espécies de flebotomíneos que estão envolvidas na epidemiologia das leishmanioses nestes locais; 3) Estudar a variação das espécies de flebotomíneos em relação às épocas do ano; 4) Detectar DNA de Leishmania spp. nas fêmeas de flebotomíneos coletadas e amostras dos pequenos mamíferos; 5) Identificar espécies de Leishmania spp. encontradas nos flebotomíneos e nos pequenos mamíferos; 6) Determinar a fonte alimentar das fêmeas de flebotomíneos; 7) Comparar os dados atuais com a situação anteriormente registrada através de técnicas de geoprocessamento; 8) Prover ações de controle e vigilância para prevenção das leishmanioses; 9) Confecção de material informativo/ educativo baseado na realidade local.

RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos obter dados que nos permita comparar as diferentes situações vividas no município de Brumadinho (pré e pós-desastre) e determinar as alterações que possam ter ocorrido na dinâmica das leishmanioses na localidade de Casa Branca. Desta forma poderemos entender melhor o ciclo de transmissão da doença na localidade e auxiliar na formulação de materiais educativos, bem como nas medidas de prevenção e controle em consonância com os órgãos de saúde municipais e estaduais. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Brumadinho ORÇAMENTO: R$258.216,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Alternativas para o controle químico de insetos vetores da doença de Chagas e leishmaniose COORDENAÇÃO: Dra Lileia Gonçalves Diotaiuti PARCEIROS: UFMG PROBLEMA: As últimas décadas foram marcadas por importantes avanços no controle de triatomíneos, insetos vetores da doença de Chagas no Brasil. Este resultado se deve, especialmente, pelo uso de inseticidas de ação residual, alcançando a eliminação do principal vetor (Triatoma infestans), a diminuição significativa da densidade triatomínica domiciliar e forte queda na prevalência da doença. Espécies nativas de triatomíneos, entretanto, seguem infestando as casas e mantendo o risco de transmissão humana do parasito causador da doença de Chagas . Não se sabe se as infestações persistem pela por invasão de insetos silvestres, por falha operacional, pela resistência dos triatomíneos aos inseticidas ou mesmo por deficiência das formulações dos produtos utilizados. Esse mesmo raciocínio se aplica aos flebotomineos, insetos vetores da leishmaniose, uma vez que a borrifação das casas infestadas segue a mesma metodologia utilizada para triatomíneos, e que da mesma forma, há relatos de persistência de infestação em áreas borrifadas, assim como de resistência a inseticidas. Populações de triatomíneos de Espinosa, Norte de Minas Gerais, apresentam mortalidade em torno de 40%, com forte indicativo de resistência. Vários inseticidas poderiam ser incluídos nos editais de compra governamentais, mas nos últimos anos apenas a alfacipermetrina (SC), na dose de 40 mg ia/m2 é cotada. A disponibilidade de outros produtos, no entanto, é bastante desejável, tendo-se em vista a ampliação das possibilidades de escolha sob o ponto de vista de efetividade técnica, barateamento de custos e alternativa para o combate a insetos resistentes. PROPOSTA: Propomos avaliar a efetividade de inseticidas já aprovados pelo Ministério da Saúde para uso no o controle de outros insetos vetores, para combate aos triatomíneos, vetores da doença de Chagas e flebotomíneos, vetores das leishmanioses. Temos como objetivos: 1) Avaliar o perfil de suscetibilidade/resistência a piretróides de amostras de triatomíneos suscetíveis e resistentes em condições de laboratório; 2) Avaliar o perfil de suscetibilidade/resistência a piretróides de amostras de flebotomíneos em condições de laboratório; 3) Avaliar a suscetibilidade de triatomíneos e flebotomíneos ao contato com diferentes formulações de inseticidas recomendados para o controle vetorial doença de Chagas e leishmanioses em condições de campo (Espinosa para ensaios de triatomíneos e Jaboticatubas para ensaios de flebotomíneos); 4) Avaliar a percepção dos moradores e aplicadores sobre a borrifação utilizando as diferentes formulações. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos fortalecer ações de vigilância desses vetores contribuindo para melhoria das atividades desenvolvidas para controle químico dos triatomíneos e flebotomíneos no país. O projeto está em sintonia com a Resolução da Assembleia Mundial da Saúde WHO 63.20/2010 (controlar e eliminar as doenças negligenciadas) e colabora com os objetivos de desenvolvimento sustentável assumidos na agenda 2030 (WHO, 2010; NAÇÕES UNIDAS, 2015). ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$219.243,87 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Coleções biológicas e vigilância em saúde: uma proposta usando a abordagem “One Health” COORDENAÇÃO: Dra Raquel Aparecida Ferreira / Paloma Helena Fernandes Shimabukuro PARCEIROS: ICMBio/CEMAVE PROBLEMA: A abordagem “One Health” é baseada no reconhecimento de que a saúde humana está intimamente ligada à saúde de animais não-humanos e ao meio ambiente compartilhado. Novas doenças continuam a surgir no mundo, envolvendo patógenos e hospedeiros desconhecidos e até novos mecanismos de transmissão. Compreender estes aspectos nunca foi tão urgente como neste momento de crise sanitária e humanitária causado pela pandemia de COVID-19. Num contexto em que cerca de 60% das espécies que causam doenças em humanos são zoonóticas (transmitidos entre animais não-humanos e seres humanos) e 17% das doenças são transmitidas por vetores, as coleções biológicas da Fiocruz Minas podem ser fontes críticas de informação sobre como as doenças passam entre os componentes dos ecossistemas. Exemplares depositados em coleções, com seus dados associados, podem ser muito úteis para elaboração de modelos de nicho ecológico e predição de doenças. Além disso, o próprio exemplar e suas partes preservadas podem oferecer inúmeras possibilidades para pesquisa que vão além do exemplar em si, com aplicações em campos diversos tais como genômica, caracterização do microbioma, e tecnologias que nem existem ainda. Do ponto de vista ecológico, a coleta de exemplares fornece informações sobre mudanças no uso da terra e de como a fragmentação de habitats altera a diversidade genética e a composição de espécies. PROPOSTA: Propomos caracterizar, descrever e comunicar/divulgar os grupos taxonômicos representados no Parma Serra do Cipó e Lapinha da Serra, no que tange os vetores de patógenos depositados nos acervos das Coleções Biológicas da Fiocruz Minas, bem como patógenos e hospedeiros associados, considerando-se diferentes condições ambientais e ecológicas e tendo como pano de fundo a abordagem ‘One Health’. Temos como objetivos: 1) Coletar e identificar espécies comprovadas ou suspeitas de transmitirem patógenos de importância à saúde pública e seus hospedeiros; 2) Investigar as relações patógenos-hospedeiros e ambiente; 3) Desenvolver e implementar boas práticas e procedimento operacionais relacionados às atividades curatoriais e de coleta/preservação de exemplares; 4) Articular ações de comunicação, popularização e divulgação científica relacionadas aos temas que perpassam o estudo; 5) Confeccionar materiais educativos, voltados à divulgação e disseminação da ciência para a população e visitantes do parque. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos produzir diagnósticos ambientais por meio do registro de padrões de uso e ocupação do solo, mudanças climáticas entre outros fatores que promovem condições para o surgimento e estabelecimento de doenças, auxiliando na prevenção do risco de novas zoonoses. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Serra do Cipó e Lapinha da Serra ORÇAMENTO: R$186.000,00 [R$120.00,00 em itens de custeio e R$66.000,00 em itens de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Estratégias integradas para a eliminação da esquistossomose COORDENAÇÃO: Dra Roberta Lima Caldeira PARCEIROS: Secretaria de Saúde de São Domingos do Prata PROBLEMA: Com o objetivo de controlar a esquistossomose no país, O Ministério da Saúde implantou há algumas décadas o Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (PCE), baseado na busca ativa de casos diagnosticados pelo método Kato-Katz de exame de fezes. O método, apesar de barato, é pouco sensível, levando a um diagnóstico falso negativo que impede que o indivíduo portador da infecção seja tratado, além de demandar um longo tempo para exame. O parasito da esquistossomose possui um ciclo de vida complexo com dois hospedeiros, o homem e o molusco, Biomphalaria. Assim como o diagnóstico da infecção em humanos pelo teste de Kato-Katz, o exame parasitológico e identificação morfológica dos moluscos para detecção de formas larvais do parasito também é pouco sensível. Tão importante quanto tratar os doentes, é a identificação de focos de transmissão e atividades vinculadas ao contato com a água contaminada para que sejam realizadas propostas de redução de riscos de infecção. Neste sentido, nos últimos anos, temos trabalhado no desenvolvimento e avaliação de técnicas de diagnóstico da infecção em indivíduos moradores de áreas endêmicas bem como no molusco. Acreditamos que a utilização de técnicas modernas moleculares e imunológicas para triagem e diagnóstico da doença em humanos e métodos moleculares de detecção de infecção e identificação do caramujo levarão a uma identificação mais acurada de indivíduos infectados, possibilitando acesso ao tratamento da doença, bem como a identificação de áreas e comportamentos de risco na comunidade em estudo. PROPOSTA: Propomos implantar um projeto piloto de monitoramento de casos, identificação de focos de transmissão e construção coletiva, com a sociedade, de ações de controle da esquistossomose na região de “José Fortunato Mendes” pertencente à cidade de São Domingos do Prata/MG. Temos como objetivos: 1) Identificar os indivíduos portadores de esquistossomose e outras parasitoses intestinais; 2) Avaliar as coleções hídricas da área delimitada para estudo e os motivos de contato da água pela população; 3) Identificar e mapear a presença de moluscos e de focos de transmissão da esquistossomose; 4) Identificar os moluscos utilizando métodos morfológicos e moleculares; 5) Avaliar o nível de conhecimento sobre a doença pré- e pós-implantação do projeto; 6) Elaborar mapas georreferenciados dos casos e criadouros de moluscos; 7) Construir juntamente com a comunidade propostas que possam contribuir para o controle/eliminação da esquistossomose. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos: Tratar todos os habitantes diagnosticados com qualquer parasitose; Mapear os focos de esquistossomose e propor juntamente com os moradores locais soluções viáveis para o uso racional e apropriado das coleções hídricas; Aprimorar os conhecimentos da comunidade sobre a esquistossomose e outras parasitoses para que se tornem multiplicadoras e defensoras da política de eliminação da esquistossomose como problema de saúde pública; Monitorar as coleções hídricas e os habitantes para observar a eficácia das intervenções de controle.

ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: São Domingos do Prata/MG ORÇAMENTO: R$650.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Monitoramento de insetos vetores em Belo Horizonte como estratégia para prevenção de Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela COORDENAÇÃO: Dr Fabiano Duarte Carvalho PROBLEMA: As Arboviroses, doenças transmitidas por vetores, são um crescente problema para os órgãos de controle e saúde pública do nosso país, se tornando ameaças importantes. Dentre as arboviroses transmitidas, podemos citar as de maiores impactos em saúde pública como Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. O Brasil possui um clima tropical e sub-tropical, condições essas que favorecem a ocorrência dos insetos vetores. Belo Horizonte possui mais de 70 parques urbanos que atendem a uma necessidade social, protegem recursos naturais e oferecem à população opções de lazer, atividade física e conforto. No ano de 2017, importantes parques de Belo Horizonte foram fechados. Naquele ano, Minas Gerais enfrentou o maior surto de Febre Amarela já registrado no país. Apenas no Parque das Mangabeiras, são cerca de 50 mil visitantes/mês. Outras seis mil frequentam o mirante e o Parque da Serra do Curral, que foram fechados durante o mesmo período, já que ambos os parques apresentaram morte de primatas, servindo assim de alerta para a circulação da Febre Amarela. A Vigilância Entomológica há muito tempo vem sendo usada como um instrumento que tem base técnica e ajuda administrar e operacionalizar os indicadores nos programas e controle de vetores. Assim, o mapeamento das doenças e seus vetores são fundamentais em parques da cidade, quando se considerada a necessidade de vigilância diante de uma epidemia, pois conhecer o padrão geográfico das doenças e dos possíveis vetores podem fornecer informações para promover barreiras de entrada e circulação do vírus.

PROPOSTA: Propomos fazer o levantamento e a identificação da fauna de culicídeos, insetos de importância na transmissão de arboviroses, presente em áreas estratégicas da cidade de Belo Horizonte, e verificar sua interação com as principais arboviroses circulantes. Temos como objetivos: 1) Conhecer a fauna de culicídeos de locais estratégicos de Belo Horizonte, MG (Parque Municipal das Mangabeiras, Parque Ecológico da Pampulha, Zoológico e Jardim Botânico de Belo Horizonte); 2) Verificar as espécies presentes nas áreas estudas nas estações seca e chuvosa; 3) Relacionar a presença dos culicídeos ao hábitat, identificando os principais criadouros usados por esses mosquitos (urbano e silvestre); 4) Verificar a positividade dos culicídeos para as principais arboviroses circulantes na região (detecção dos vírus Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela). 5) Direcionar estratégias e medidas de controle de culicídeos para cada local estudado; 6) Divulgar os resultados dessa pesquisa para a Prefeitura de Belo Horizonte e para a população da cidade.

RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos conhecer melhor as espécies de culicídeos que circulam em áreas estratégicas da cidade de Belo Horizonte e identificar se alguma delas está infectada com algum dos arbovírus estudados. Pretendemos direcionar melhor as estratégias de vigilância e controle dessas doenças, consolidando assim a parceria entre o Instituto René Rachou e a Prefeitura de Belo Horizonte. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Belo Horizonte/MG ORÇAMENTO: R$299.144,00 [R$100.000,00 em item de capital e R$199.144,00 em itens de custeio] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Vamo Junto? Mobilização social para o enfrentamento da dengue, zika, chikungunya e Covid-19 e Redes de Solidariedade no contexto de Zika COORDENAÇÃO: Dra Zélia Maria Profeta da Luz PARCEIROS: Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares, Secretaria Municipal de Saúde de Bambui, Secretaria Municipal de Saúde de Betim. Secretaria de Estado da Educação de MG, Grupo Mães de Anjos

PROBLEMA: O Vamo Junto? é uma proposta de Vigilância em Saúde, de base territorial visando à mobilização social para o enfrentamento da dengue, zika, chikungunya e controle do Aedes aegypti em Minas Gerais, e atualmente incluímos a Covid-19. A proposta é fundamentada na Vigilância em Saúde, enquanto modelo baseado na intersetorialidade, participação e intervenção sobre problemas produzidos pelas condições de vida, na noção de território socialmente organizado de Milton Santos – onde operam componentes históricos, sociais e culturais; e pela ideia de mobilização social, enquanto potente estratégia no fomento à participação coletiva para a elaboração de políticas públicas. O projeto possui dois eixos de atuação:1) Formação de Comitês Populares; 2) Redes de Solidariedade de mães com crianças com a síndrome congênita pelo Zika vírus. A formação de comitês populares é feita junto à população para que essa possa atuar no território, realizando um diagnóstico local, elaboração de planos de ação e execução de ações de vigilância em saúde territorializadas, visando à criação de ambientes saudáveis. A interlocução com os territórios é feita a partir da uma plataforma virtual e por tutores que são os membros da equipe da pesquisa. A Rede de Solidariedade é composta por mães com crianças com microcefalia no contexto do Zika vírus e nesse caso o trabalho vem sendo feito pelo acompanhamento do Grupo de Mães Anjos de Minas. PROPOSTA: Implementar o Vamo Junto? nos municípios de Bambuí e Governador Valadares, tendo o Agente Comunitário de Saúde (ACS) e o Agente de Combate de Endemias (ACE) como mobilizadores no território / Implementar o Vamo Junto? No município de Bambui por meio de um Grupo de moradores do Bairro Duque de Caxias / Dar continuidade ao trabalho de acompanhamento do Grupo de Mães Anjos de Minas. Temos como objetivos: 1) Atuar na preparação dos ACS e ACE como mobilizadores nos territórios; 2) Acompanhar e analisar a formação e atuação dos comitês populares nos territórios; 3) Identificar e analisar aspectos facilitadores e dificultadores durante o processo de desenvolvimento do projeto; 4) Analisar a concepção de território dos integrantes dos diferentes comitês formados; 5) Identificar redes de solidariedade acionadas e construídas pelas mulheres mães de crianças com microcefalia, para a garantia de cuidados à saúde e direitos. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos que o trabalho possibilite a compreensão das diferentes fases de implementação da proposta de vigilância em saúde de base territorial nos diferentes locais nos quais o projeto vem sendo implementado e da maneira como a concepção de território dos participantes influencia na atuação dos comitês, contribuindo, assim, para a elaboração e implementação de estratégias baseadas no território que favoreçam a sustentabilidade das ações do projeto. Com o projeto envolvendo a atenção primária por meio dos agentes esperamos verificar se o trabalho com os agentes contribui na potencialização dos comitês na vigilância em conjunto com a estratégia de saúde da família. No estudo aprofundado das redes de solidariedade esperamos verificar o papel diversas redes construídas e constituídas pelas mulheres mães no cotidiano do cuidado, e como se dão as vinculações, suas inter-relações e implicações. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Governador Valadares-MG / Bambuí-MG / Minas Gerais ORÇAMENTO: R$429.600,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Desastres da mineração: gestão de risco e direitos humanos COORDENAÇÃO: Dra Zélia Maria Profeta da Luz PARCEIROS: Ministério Público Federal / Ministério Público Estadual de Minas Gerais / Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) / UFMG PROBLEMA: O Observatório é uma iniciativa do Instituto René Rachou – Fiocruz Minas em parceria com a SBPC e Pro Reitoria de Extensão da UFMG.O Observatório foi lançado em março de 2021 e tem como princípios organizadores o trabalho em rede a partir da escuta de diferentes atores, principalmente daqueles que estão expostos aos diversos riscos e impactos de rompimento de barragens da mineração. O trabalho do Observatório será embasado na ciência numa articulação entre pesquisa, ensino e extensão, tendo a perspectiva dos Direitos Humanos perpassando todas as suas atividades e ações. O Observatório atuará como repositório e como espaço de sistematização de informações e conhecimentos para contribuir com gestores e população atingida. O trabalho da equipe também será a de contribuir com as instituições, movimentos sociais organizados e população com a elaboração de materiais técnicos que contribuam para a gestão de risco envolvendo rompimento de barragens e/ou riso iminente de rompimento. PROPOSTA: Organizar, produzir e sistematizar informações, trabalhando na translação do conhecimento em territórios atingidos pelo rompimento de barragem ou sob risco de ocorrência desse evento, sob a perspectiva da ciência e dos Direitos Humanos. Temos como objetivos: 1) Desenvolver website que irá reunir conteúdos, os projetos em desenvolvimento, informações, análises relativas ao tema das barragens no âmbito da saúde pública e direitos humanos; 2) Contribuir com a discussão e com a elaboração de documentos técnicos em colaboração com municípios, instituições, movimentos sociais em defesa dos atingidos que possam subsidiar a construção dos Planos de Ação em Saúde em função do rompimento de barragens da mineração ou risco iminente de rompimento; 3) Elaborar Guias para orientação do Setor Saúde e população em decorrência dos diferentes processos enfrentados pelos territórios em função do rompimento ou possibilidade de rompimento de barragens; 4) Elaborar planos de preparação e resposta multirriscos para municípios coletivamente com gestores municipais e profissionais de saúde. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos subsidiar o setor público da saúde dos municípios que sofreram (ou poderão sofrer) evacuações

em decorrência do nível de emergência de barragens ou de processos de descaracterização/descomissionamento de barragens, na elaboração dos planos de ação em saúde. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$367.080,00 em itens de custeio

Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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PROGRAMA:

POLÍTICAS PÚBLICAS, PROGRAMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE

Não há dúvidas sobre a relevância de se aplicar conhecimento científico ao processo de formulação de políticas públicas, além da melhoria dos programas e serviços de saúde. Nesse sentido, os projetos descritos a seguir têm o propósito de gerar insumos técnicos para que os gestores proponham intervenções na estrutura e organização de serviços de saúde e, mais ainda, no gerenciamento dos fatores relacionados aos indicadores sociais de saúde.

PROJETOS

ORÇAMENTO R$

Atendimento à Violência Sexual na Atenção Básica

147.000,00

Reorganização da Assistência Farmacêutica diante da Covid-19: apoio à formulação de política pública informada por evidências no contexto da Atenção Básica à Saúde. Projeto PAF-Covid

256.272,00

Construindo cidades saudáveis e sustentáveis pós-COVID-19 no Brasil

208.600,00

Programa de Organização de Serviços de Saúde no Vale do Mucuri: ênfase em doenças infecto-parasitárias e saúde da mulher

300.000,00

Curso de especialização em gestão de sistemas e serviços de saúde

300.000,00

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Atendimento à Violência Sexual na Atenção Básica COORDENAÇÃO: Dra Paula Dias Bevilacqua PARCEIROS: Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Minas Gerais PROBLEMA: A violência sexual é um sério problema de saúde pública e é definida como qualquer ato sexual, tentativa de obter um ato sexual, comentários

ou investidas sexuais indesejados, ou atos direcionados ao tráfico sexual ou, de alguma forma, voltados contra a sexualidade de uma pessoa usando a coação, praticados por qualquer pessoa independentemente de sua relação com a vítima, em qualquer cenário, inclusive em casa e no trabalho, mas não limitado a eles (Krug EG et al.,2002). Embora possa ocorrer com mulheres e homens, as desigualdades de gênero contribuem para que as mulheres sejam as que mais vivenciem as violências sexuais. Como consequência, há danos para a saúde física e mental, de curto e longo prazos, além de impactos econômicos e sociais (OMS, 2012). No Brasil, dados da segurança pública de 2019 apontaram o registro de 66.348 casos de estupro, sendo 85% em pessoas do sexo feminino. Em Minas Gerais, foram registrados 5.009 casos de estupro em 2019, sendo 86% em pessoas do sexo feminino (Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2020). Na atenção básica em saúde, por ser mais próxima ao território e à comunidade, é fundamental que os profissionais identifiquem e prestem atendimento integral e humanizado nos casos de violência sexual, assim como, realizem os encaminhamentos adequados para os serviços de referência (Ministério da Saúde, 2016). Em Minas Gerais, uma busca no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) retornou que somente 22 estabelecimentos estão cadastrados para oferecer o serviço nº165 “Atenção às pessoas em situação de violência sexual”, na classificação nº7 “Atenção ambulatorial a pessoas em situação de violência”, distribuídos em 19 municípios.

PROPOSTA: Propomos avaliar os serviços de atendimento às pessoas em situação de violência sexual na atenção básica em saúde em uma amostra de municípios mineiros, utilizando dois níveis de investigação: (i) município e (ii) unidade básica de saúde (UBS). Para o primeiro nível, selecionaremos 50 municípios mineiros, distribuídos dentre as 14 macrorregiões de saúde do Estado, considerando a proporção populacional. Para o segundo nível, serão selecionados dois municípios de cada macrorregião, dentre aqueles selecionados para o primeiro nível, para aplicação do questionário em uma UBS, totalizando 28 UBS pesquisadas. Temos como objetivos: 1) Descrever o perfil epidemiológico das violências sexuais no estado de Minas Gerais, a partir dos dados das notificações dos casos no setor saúde; 2) Identificar os estabelecimentos da atenção básica envolvidos no cuidado aos casos de violência sexual; 3) Identificar os procedimentos realizados para o cuidado e o encaminhamento dos casos na atenção básica para os serviços de referência, assim como compreender como eles retornam para esse nível de atenção; 4) Produzir documento técnico-científico a partir dos resultados da pesquisa. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos compreender como o cuidado e a atenção aos casos de violência sexual são ofertados, identificando os profissionais envolvidos, procedimentos realizados, fluxos da notificação de violências no SINAN, os encaminhamentos e atuação articulada com outros serviços que compõem a rede de proteção e garantia de direitos. O documento técnico-científico produzido contribuirá para a orientação de profissionais e gestores no planejamento e oferta de serviços para a atenção às mulheres em situação de violência sexual. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Minas Gerais ORÇAMENTO: R$147.000,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Reorganização da Assistência Farmacêutica diante da Covid-19: apoio à formulação de política pública informada por evidências no contexto da Atenção Básica à Saúde. Projeto PAF-Covid COORDENAÇÃO: Dra Tatiana Chama Borges Luz PARCEIROS: Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Minas Gerais PROBLEMA: Um dos pilares da ABS é a Assistência Farmacêutica Básica (AFB), que pode ser compreendida como “um conjunto de práticas que envolvem atividades de regulação, planejamento, distribuição e dispensação de medicamentos essenciais na rede de Atenção Básica da saúde pública e aqueles relacionados a agravos e programas de saúde específicos nesse âmbito, a saber: hipertensão e diabetes, asma e rinite, saúde mental e saúde da mulher, alimentação e nutrição”. Particularmente com relação ao enfrentamento da COVID-19, a AFB tem papel adicional, apoiando as redes de atenção à saúde na provisão de insumos e medicamentos, bem como efetuando o monitoramento das reações adversas às vacinas e outros tratamentos. Por outro lado, evidências apontam que a AFB no Brasil enfrenta diversos problemas em relação ao seu planejamento, à falta de medicamentos e aplicação de recursos financeiros por habitante/ano abaixo do valor mínimo recomendado aos municípios, à infraestrutura e ao atendimento nos serviços que, em conjunto, comprometem o uso racional e o acesso aos medicamentos pela população. A vigência da COVID-19 impõe desafios adicionais ao atendimento, monitoramento e à manutenção dos tratamentos aos usuários dos serviços farmacêuticos da ABS. Estudos mostram impactos da pandemia na capacitação das equipes, na logística de estoques e na continuidade da assistência aos pacientes. Uma forma de contribuir para o replanejamento da AFB, considerando os desafios relacionados ao enfrentamento da COVID-19 e seu potencial de se tornar endêmica, é por meio de pesquisas científicas. No entanto, ainda não há uma investigação robusta realizada junto aos municípios e nem tampouco trabalhos que promovam a aplicação do conhecimento gerado na formulação de políticas públicas. PROPOSTA: Analisar o impacto da pandemia de COVID-19 na provisão de serviços farmacêuticos e nortear a elaboração de políticas públicas informadas por evidências relacionadas ao enfrentamento da COVID-19 na Assistência Farmacêutica Básica em Minas Gerais. Temos como objetivos: 1) Analisar as políticas farmacêuticas e ações municipais adotadas em decorrência do surgimento da pandemia; 2) analisar a percepção de atoreschave da assistência farmacêutica municipal em relação à capacidade de resposta diante da pandemia, as lições aprendidas, bem como as perspectivas para o replanejamento da AFB; 3) discutir os principais resultados da pesquisa e realizar oficinas de diálogos deliberativos de modo a capacitar os atores-chave para elaboração de políticas públicas informadas por evidências. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos contribuir para a proposição de políticas e de rearranjos no âmbito da AFB que considerem as especificidades dos territórios. Como perspectivas destaca-se o empoderamento dos atores-chave em relação à formulação de políticas públicas informadas por evidências no âmbito da AFB. A pesquisa foi delineada para ser aplicável ao SUS, tendo Minas Gerais como lócus de investigação. Uma vez que o Estado reproduz características demográficas e epidemiológicas do Brasil como um todo, acredita-se no alcance ainda maior dos resultados. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$256.272,00 [R$231.272,00 em itens de custeio e R$25.000,00 em itens de capital] Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Construindo cidades saudáveis e sustentáveis pós-COVID-19 no Brasil COORDENAÇÃO: Dr Rômulo Paes de Sousa PROBLEMA: Em 2020, a pandemia de COVID-19 causou mais de 82 milhões de casos confirmados da doença e aproximadamente 1,8 milhão de óbitos em todo o mundo (OPAS, 2020). No Brasil, estima-se que a COVID-19 tenha sido a principal causa de óbito em 2020 (Oliveira, 2020). Os impactos da infecção no país são sentidos de maneiras diferentes nos estados e municípios devido às desigualdades econômicas e sociais (Estrela et al. 2020; Rafael et al. 2020; Minayo, Freira, 2020), tornando necessário compreender os desdobramentos da pandemia e o seu comportamento nos diferentes territórios. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável explicita a necessidade de esforços por parte das nações para alcance da equidade em saúde. Tais esforços têm como foco central os determinantes sociais de saúde, o que possibilita uma visão transversal de como esses determinantes interagem com as emergências sanitárias de saúde (ONU, 2020). Sabendo que o Brasil assumiu, em 2015, compromissos para atingir as metas da Agenda 2030, este estudo propõe compreender a correlação entre alguns indicadores relacionados à saúde dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os indicadores de mortalidade e de internação por COVID-19. Temos a hipótese de que a infraestrutura hospitalar, a distribuição por sexo e faixa etária e a presença de comorbidades, embora importantes, não são suficientes para explicar a distribuição de óbitos e internações por COVID-19 nos municípios brasileiros, sendo necessário entender as condições de vulnerabilidade econômica e social a que grande parte da população está exposta e a o impacto de alguns indicadores das metas propostas pela Agenda 2030. PROPOSTA: Propomos a realização de um estudo epidemiológico, do tipo ecológico, sobre óbitos e internações por Covid-19

nos 324 municípios brasileiros com mais de 100.000 habitantes, de março de 2020 (início da pandemia) até dezembro de 2021.

RESULTADOS ESPERADOS: É de se esperar que os efeitos da pandemia se prolongarão por muitos anos no Brasil. Neste sentido, as metas relacionadas a erradicação da pobreza, fome zero, agricultura sustentável e saúde e bem-estar da Agenda 2030 podem funcionar como referência para a compreensão das demandas estruturais, agravadas pela pandemia, nos munícipios brasileiros. Dessa forma, espera-se que este estudo possa ser útil aos gestores de saúde, descrevendo a relação entre estes indicadores e vulnerabilidade dos municípios ao COVID-19 e, com isso, fornecendo insumos para a tomada de decisão e para a construção de políticas públicas sustentáveis e inclusivas nos próximos anos. Esperamos que os resultados possibilitem que os governos nos níveis estadual e municipal possam compreender os diversos contextos em que se desenvolve a doença no Brasil e propor intervenções compatíveis com as demandas identificadas. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$208.600,00 em itens de custeio Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Programa de Organização de Serviços de Saúde no Vale do Mucuri: ênfase em doenças infecto-parasitárias e saúde da mulher COORDENAÇÃO: Dra Vanessa Peruhype Magalhães Pascoal PARCEIROS: Secretaria Estadual de Saúde de MG / Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni / Secretaria Municipal de Saúde de Teófilo Otoni / Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) PROBLEMA: A macrorregião sanitária Nordeste compreende os Vales do Mucuri, São Matheus e Baixo Jequitinhonha, sendo o município de Teófilo Otoni polo da macrorregião, recebendo um grande fluxo de pacientes para atendimentos e procedimentos de saúde diversos. O Vale do Mucuri é dividido em 6 microrregiões sanitárias, compostas por 32 munícipios. Nessas localidades, assim como em outras regiões do Brasil, os casos de doenças infecto-parasitárias altamente estigmatizantes como a leishmaniose e hanseníase, bem como, questões que envolvem a saúde da mulher como infecção pelo HPV e sua associação com o câncer de colo de útero e óbitos, tem aumentado nos últimos anos. Considerando o cenário atual para o diagnóstico/prognóstico laboratorial da leishmaniose, hanseníase e infecção pelo HPV fica patente a necessidade de priorização dos esforços na tentativa de oferecer à população alternativas de elevado desempenho e que possam ser aplicadas na atenção primária e também por serviços de referência. Na primeira etapa do projeto (2019/2020), no município de Teófilo Otoni, reestruturamos ações e serviços em saúde e implementamos o Ambulatório de Referência para atendimento e tratamento da leishmaniose, bem como o diagnóstico no Laboratório Macrorregional do Estado, localizado no município. O serviço está funcionando adequadamente, embora necessite ainda de recursos para melhoramento da infraestrutura do consultório e laboratório. PROPOSTA: Propomos levar a experiência de sucesso obtida em Teófilo Otoni para as outras 5 microrregiões sanitárias, citadas acima. Ou seja, os outros 25 municípios do Vale do Mucuri-MG poderão usufruir dos serviços voltados ao cuidado em leishmaniose estruturados. Além disso, pretendemos implementar todos os processos de sucesso em leishmaniose para hanseníase e saúde da mulher, ênfase em HPV/câncer do colo do útero em Teófilo Otoni e nas outras 5 microrregiões. Temos como objetivos: 1) Analisar a situação atual da atenção à população quanto às doenças infecto-parasitárias e saúde da mulher nas microrregiões sanitárias; 2) Estabelecer estratégias de organização, fluxos e gestão dos serviços associados aos agravos; 3) Implementar atendimento e tratamento adequados dos casos, bem como adequação de métodos de diagnóstico; 4) Avaliar por meio de estudo de custo-efetividade as estratégias implementadas. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos realizar capacitação teórica/prática de profissionais de saúde em diagnóstico e tratamento, educação em saúde (diálogos e interação com a população), adequação de procedimentos, implementação de fluxos e reestruturação de espaços físicos para proporcionar atendimento de qualidade à população. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Vale do Mucuri. ORÇAMENTO: R$300.000,00 em itens de custeio. Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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Curso de especialização em gestão de sistemas e serviços de saúde COORDENAÇÃO: Dr Fausto Pereira dos Santos PROBLEMA: O surgimento da Pandemia do COVID-19, somado a complexidade dos normativos do SUS, o caráter heterogêneo da rede prestadora

nos municípios, os avanços tecnológicos e a multidisciplinaridade dos sistemas de saúde exigem dos profissionais da gestão uma ampla gama de conhecimentos e habilidades para o bom exercício de suas funções. Um levantamento de cursos de especialização em gestão voltado aos gestores dentro dos conceitos da educação permanente em saúde indica que há uma falta de ofertas em Minas Gerais. Instituições tradicionais como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais, não ofertam mais o curso de pós-graduação lato sensu em gestão. Portanto, existe demanda para criação de cursos por instituições sólidas, como a Fiocruz Minas. A Fiocruz Minas tem tradição na formação de quadros na pós-graduação em Ciências da Vida, Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva e, mais recentemente, com a incorporação do curso de pós-graduação/especialização lato sensu em Auditoria de Sistemas de Saúde. Todos os cursos da instituição são dotados de sólida base científica, humanística e de vasto acúmulo de equipe e infraestrutura pedagógica, tecnológica e física para oferta. O Grupo de Pesquisa em Políticas de Saúde e Proteção Social (GPPSPS), constituído na unidade em 2019, tem como objetivo interagir com os serviços e gestões do SUS, no sentido de executar pesquisas de interesse científico e acadêmico, mas vinculadas às diversas realidades dos municípios e do estado de Minas Gerais, além de apoiar iniciativas na formação de quadros técnicos das gestões do SUS no estado. No período de 2020 a 2021, o grupo realiza o curso de especialização em Auditoria de Sistemas de Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Betim e COSEMS MG. Este foi o primeiro curso latu sensu da Fiocruz-Minas e permitiu formar 45 gestores de saúde no estado de Minas Gerais.

PROPOSTA: Propomos a oferta do Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, curso interdisciplinar realizado remotamente, com carga horária de 360 a 380 horas e duração de 12 meses. Envolverá a discussão de temas relacionados à gestão de sistemas e serviços de saúde, numa perspectiva ampla, tendo caráter eminentemente interdisciplinar. O conteúdo dos módulos abrange desde as políticas de saúde, a ética organizacional, a gestão de pessoas, até áreas técnicas mais operacionais, como a gestão de cadeia de suprimentos. As disciplinas abordarão os seguintes temas: políticas de saúde no brasil; redes de atenção à saúde; vigilância em saúde; sistemas de informação; avaliação de políticas públicas; ética; gestão de pessoas; modalidades de contratação de serviços; gestão financeira; gestão clínica; logística; gestão da qualidade; regulação em saúde, epidemiologia; emergências sanitárias; incorporação de tecnologias e metodologia científica. RESULTADOS ESPERADOS: Esperamos proporcionar aos profissionais conhecimentos teóricos e habilidades técnicas para pensar estrategicamente frente aos desafios da Gestão de sistemas e serviços em saúde. Capacitar o aluno para a identificação de problemas e busca de soluções mediante a aplicação de instrumentos intrínsecos à própria gestão, que permitem a intervenção adequada sobre variáveis que condicionam o processo produtivo do setor saúde, sobretudo discutindo a resposta das políticas de saúde no Brasil e no mundo frente às emergências sanitárias, como no atual cenário da Pandemia pela COVID-19, e a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável. ABRANGÊNCIA DO IMPACTO: Nacional ORÇAMENTO: R$300.000,00 Órgão (Unidade Orçamentária): Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Função: 10- Saúde Ação: 4013- Fortalecimento da Pesquisa em Saúde no âmbito do SUS

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