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XXIX CONGRESSO ALAS CRISE E EMERGÊNCIAS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA SANTIAGO DO CHILE 2013 29 DE SETEMBRO A 4 DE OUTUBRO

GT 03: Produção, consumos culturais e mídia. Coordenadores/as GT: Pablo Cottet (coordenador principal), Modesto Gayo, Ana Wortman, Ana Rosas Mantecón.

Contato: 03.grupotrabajo@gmail.com Campo que abarca o tema do GT Realizar reflexões sobre as políticas e os consumos culturais no marco das transformações geradas pelo auge das novas tecnologias da comunicação e da informação que transformaram os sistemas de comunicação. Se durante o século XX a conformação material e simbólica das sociedades ocidentais foi atravessada pelo impacto da mídia – telefone, rádio, cinema e televisão- incidindo fortemente nos imaginários históricos, a partir dos anos setenta em adiante e fundamentalmente, com o novo século, a eletrônica e a informática vão conformando sociedades de um novo tipo, que no marco da globalização, instam a reformular as categorias clássicas da análise social e cultural e a analisar as maneiras diversas nas que se transformam as práticas sociais. Neste contexto, novos e velhos atores sociais lutam para definir a direção das transformações implementando políticas e práticas de consumo cultural na América Latina que serão o objeto fundamental da nossa reflexão. Linhas temáticas 1)Pesquisas sobre as novas apropriações dos bens e serviços culturais É neste contexto onde pretendemos reatualizar o debate em torno aos consumos culturais. De fato, os públicos da cultura são atravessados por estas mudanças, assim como também são modificadas as formas de apresentação dos bens culturais. A complexização dos aparelhos de reprodução técnica no nível do lar e do uso cotidiano incidiram nas formas de aceso à cultura. Uma das características centrais do computador e fundamentalmente da Internet está fundada no fato de que as apropriações que as pessoas fazem deles podem ser infinitas, modificando radicalmente o cenário da cultura, o campo cultural, produtores, difusores e público assim como também o que entendemos como capital cultural. Ao


contrário do que aconteceu com a mídia no passado que proponha um lugar mais passivo do usuário, as novas tecnologias promovem uma apropriação quase infinita na atualidade por parte dos mesmos. Por outro lado, não só são consumidos bens culturais através da web, também são produzidos bens culturais, transformando radicalmente a noção tradicional de público, para dar lugar à do internauta. A Internet habilita um uso mais interativo e criativo, ampliando a existência de produtores culturais, comportamento mais visível nas novas gerações que, em geral, têm web sites ou blogs nos quais interagem com seus seguidores, neles, o denominado público tem um lugar e pode se transformar em um criador cultural. 2) Pesquisas sobre as novas formas de sociabilidade e sua articulação com as realizadas em co- presença O computador com aceso a banda larga ocupa uma parte importante do denominado tempo livre dos sujeitos contemporâneos, já seja pela possessão de um computador no lar, pela difusão crescente dos computadores portáteis, ou pela proliferação no nível urbano dos Cybercafés. Na atualidade, o correio eletrônico, a telefonia digital, em particular o celular, o chat, o twitter, etc. constituem a mídia habitual nas sociedades globalizadas, o que supõe a substituição do contato pessoal que é lembrado geralmente com saudades. As duas maneiras– virtuais e corporais, convivem e constroem subjetividades, linguagens, sinais, etc. A massificação do uso da web tem consequências nas organizações e movimentos sociais assim como também modifica a prática de assistir televisão e em consequência a questão das audiências. Por exemplo, a divulgação de capítulos de series de televisão pela web, modifica esta prática e constitui novas comunidades virtuais. 3) Pesquisas sobre as novas formas de desigualdade no aceso e apropriação A informatização social não está alheia aos processos de crescente desigualdade social que gera o capitalismo atual. A diferenciação é mais complexa e não passa exclusivamente pela possessão do equipamento. As pessoas que não têm computador no lar acedem a este mundo cultural, a um novo modo de relacionamento social, à geração de novas produções através dos cybercafés, cenários privilegiados de socialização tanto em grandes quanto em pequenas cidades. Tanto jovens de classes médias altas e altas quanto jovens marginais dos subúrbios compartilham este novo imaginário da globalização. 4)Pesquisas sobre as políticas culturais regionais e nacionais Pensar em consumos culturais do plano da globalização supõe ter mais presente que nunca a dimensão econômica. A produção cultural não é irradiada só no nível nacional, senão que na indústria cultural, mas com a circulação intensa de produtores culturais por diversos lugares do globo, são redefinidos os mercados de circulação dos bens culturais. Também as


políticas culturais orientadas ao consumo são transformadas nesta perspectiva. É fundamental ter em conta nestes processos os novos processos de integração regional que podemos advertir na América Latinam que incidem na nova demanda e diversas possibilidades de circulação dos bens culturais. Se bem do plano cultural, por exemplo, o MERCOSUR é ainda incipiente, podemos visualizar um novo interesse pela produção cultural dos países vizinhos, questão inexistente há algumas décadas. Selo latino-americano, de ciências sociais e atualidade. Nos últimos anos, os países latino-americanos perceberam como cresceram suas economias, em um contexto internacional caracterizado pela crise dos países que até agora foram considerados mais desenvolvidos. Isto provocou que os olhares do denominado “primeiro mundo” se voltaram para os países que mostram mais dinamismo social e níveis mais altos de benefícios econômicos empresariais, junto a um papel fundamental dos estados. As ciências sociais na América Latina responderam a este desafio com uma crescente inovação e qualidade nas suas pesquisas, tudo isso fortemente informado pela influência de teorias e metodologias gestadas na Europa e nos Estados Unidos. Porém, a crescente massa crítica assentada na América Latina, permite- nos pensar que este talvez seja o momento em que posam ter a liderança pesquisas e pesquisadores desta parte do mundo. Este grupo de trabalho quer ajudar a que isto seja possível.


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