A Pátria para Cristo - Ed. 282

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sumário

Editorial Após um ano sem novos exemplares, a revista A Pátria para Cristo retorna adaptada ao “novo normal”. No ano de 2020 precisamos mudar nossos planos e encaixá-los às necessidades de um tempo de pandemia. Enquanto investíamos em outras maneiras de fazer as igrejas e parceiros de todo o Brasil se manterem informados com as notícias dos campos missionários, também tivemos tempo para reestruturar o projeto dessa histórica publicação que neste ano completa 75 anos. Como está escrito em Provérbios 16.1, o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Por isso, cremos que essa pausa foi necessária para pensarmos em um planejamento com padrão de excelência, para a glória de Deus, que, neste primeiro momento, facilite a leitura virtual, e, em breve, dê muitas novas possibilidades para que você, leitor, esteja sempre antenado com o que acontece em nossos projetos por todo o País. Para grande parte da população brasileira, o ano de 2021 e a vacina contra a Covid-19 trouxeram uma “luz no fim do túnel”; contudo, para nós, crentes em Cristo, a única e verdadeira esperança nunca deixou de existir. Nossa fé em Jesus e em nossa salvação através dele motivou nossos missionários a não interromper o trabalho pelo Brasil. O que você vai ler nas próximas páginas são registros das ações do Dono da Obra, que não deixou que parássemos de avançar na multiplicação de seus discípulos, mesmo com todas as limitações do isolamento social. Ele realizou milagres no meio de nós, porque depositamos nossa esperança nele. Milagres como o legado da Família Cowsert, que ainda hoje gera frutos; o testemunho de transformação de vida de Marcus Vinicius Soares; o envolvimento das igrejas na Campanha “Porque Ele me amou”; a história missionária de Lizete Perruci, entre outros. Todos estes você poderá conhecer nesta edição da revista A Pátria para Cristo, a primeira da série comemorativa pelos 75 anos de publicações missionárias.

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PALAVRA DO DIRETOR

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VIDAS QUE INSPIRAM

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DAS DROGAS PARA A GRADUAcão

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UMA CAMPANHA DOS SONHOS

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SEMINÁRIO DO SUL

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VIDA E OBRA

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Boa leitura!

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Pr. Jeremias Nunes dos Santos Gerente Executivo de Comunicação de Missões Nacionais

matéria de capa

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MULTIPLICANDO PELO BRASIL

CLUBINHO MISSIONÁRIO

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A Pátria para Cristo | ISSN 2316-6843 Nossa Missão: “Multiplicar discípulos” | Nossa Visão: “Alcançar todos com o Evangelho”

Uma publicação da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Ano LXXIV | nº 282 | Tiragem: Digital | Março de 2021 | Direção Executiva: Pr. Fernando Brandão | Gerência Executiva de Comunicação: Pr. Jeremias Nunes | Jornalista Responsável: Desirée Aguiar – 0040105/RJ | Redação: Desirée Aguiar, Fabiane Ventura e Thatiana Cordeiro | Revisão: Maria Stela Lopes Bomfim | Arte: Oliverartelucas


palavra do diretor

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Jesus Cristo é a única esperança! m 1965, Mário Barreto França escreveu o hino que diz: “Cristo é a única esperança neste mundo tão hostil, para a santa liderança do Evangelho no Brasil”. Após mais de 50 anos dessa composição, a mensagem continua atual e eficaz para os dias que vivemos hoje, quando completamos um ano de uma pandemia catastrófica. Enquanto a morte é a pauta principal dos noticiários, a Bíblia nos instrui a confiar em dias melhores com Cristo. Somente Jesus é a nossa esperança e alegria, somente Ele nos dá força para encararmos a dura realidade dos nossos dias. “E em nenhum outro há salvação porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12). E esta, sim, é a boa notícia! Como discípulos de Cristo, nossa missão é fazer com que essa mensagem alcance todos, sem nenhuma restrição. Nossos missionários conectados a você, parceiro da obra missionária, não têm medido esforços para que essa esperança seja propagada nos quatro cantos do Brasil. Por meio de ações de compaixão e graça, formação de novos líderes, plantação de igrejas, evangelização discipuladora e, claro, muita oração, cada vez mais pessoas têm suas vidas transformadas e, assim, têm depositado sua fé e esperança no Salvador. Louvado seja Deus por isso!

Espaç,o do leitor

Onde havia choro e medo, agora existe fé, esperança e amor! É isso que a certeza da salvação nos dá. Mesmo em um período tão difícil, temos a certeza de que o Dono da Obra faz acontecer, mesmo que aos olhos humanos seja impossível. Reaprendemos a forma de ser Igreja, nos esforçamos para não deixar de proclamar a única esperança possível para humanidade e, como era de se esperar, o Senhor fez maravilhas no meio de nós. Não há privilégio maior do que fazer parte dos planos de Deus, e a cada dia tenho mais certeza disso. Contamos com você para superar os desafios ainda maiores que se apresentam para nós, neste ano de 2021. Cremos que se nossa esperança está nele, nada é impossível para nós. Vamos continuar avançando, sem recuar, porque estamos certos de que a única esperança para o Brasil é Jesus Cristo!

Pr. Fernando Brandão Diretor Executivo de Missões Nacionais

Envie sua mensagem para jornalismo@missoesnacionais.org.br. Seu comentário poderá ser publicado na próxima edição!

Aqui deixo minha imensa gratidão a todos membros de igrejas que apoiam o trabalho de Missões Nacionais. Que Deus continue os abençoando grandemente! Estou liberta das drogas e de tudo que não agrada a Deus. Sou fruto da Cristolândia Feminina da Bahia e hoje vivo feliz com minha família.

Keila Bianca Cardoso Macapá, Amapá

Nossa congregação aqui em Capanema (PA) é pequena, mas temos o privilégio de colaborar com Missões Nacionais sempre. Neste início de ano, nos alegramos por cooperar com a arrecadação para as cestas do S.O.S. Manaus.

Alber S. Santos Capanema, Pará



vidas que inspiram

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s o n a 0 10 da Família

Cowsert no Brasil

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o mês de janeiro de 1921, o casal Jack Jimmerson Cowsert e Grace Bagby Cowsert, junto com sua filha Helen Elizabeth Cowsert, chegou ao Rio de Janeiro. Eles haviam sido nomeados e comissionados em 15 de julho de 1920 para serem missionários no Brasil, por meio da Junta de Richmond, hoje chamada International Mission Board (IMB), da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos. Após uma longa viagem, vindos de Nova Iorque (EUA), eles iniciaram o que hoje é considerado um grande legado missionário. J. J. Cowsert, como ficou conhecido, foi Secretário Executivo da Convenção Batista do Distrito Federal, na época localizado na cidade do Rio de Janeiro, por vários anos na década de 20. Em relatório de 1925, quatro anos após sua chegada, o Distrito Federal tinha 18 igrejas organizadas e 27 congregações. O missionário também foi responsável pela construção do Parque Gráfico da Casa Publicadora Batista no Rio de Janeiro, a conhecida JUERP, que, então, era o maior parque gráfico da América Latina. Naquela época, a instituição produzia a literatura para a Escola Bíblica Dominical, a União de Treinamento, a União Feminina Missionária, a Mocidade Batista, além de O Jornal Batista. Em 1934, enquanto Cowsert cuidava da área administrativa de OJB, o número de exemplares desta publicação dobrou.

Junto com o missionário T. B. Stover, J. J. Cowsert desejava criar uma entidade para imprimir Bíblias no Brasil. Por causa da Segunda Guerra Mundial, as Bíblias em português, que vinham da Europa e Estados Unidos, não chegavam mais ao Brasil. Assim, em 1942, foi organizada a Imprensa Bíblica Brasileira (IBB), a primeira a imprimir Bíblias no território nacional. Durante os 40 anos que passou no Brasil, Cowsert pastoreou igrejas, entre elas a Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro, hoje, na Praça da Bandeira (RJ); a Igreja Batista de Tomás Coelho, hoje Igreja Batista da Redenção (RJ), e também a Primeira Igreja Batista de Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ). Enquanto J. J. Cowsert marcava a história da publicação cristã no Brasil, sua esposa, a missionária Grace, também traçava sua história como obreira. Graça - como ficou conhecida no Brasil - foi professora de música no Colégio Batista Shepard e uma das idealizadoras do Instituto de Treinamento Cristão para Moças (ITC), que depois se tornou o Instituto Batista de Educação Religiosa (IBER) e agora é o Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM). Graça, que era prima do primeiro missionário ao Brasil, William B. Bagby, sempre foi envolvida na área de música das igrejas tocando órgão, piano e regendo corais no Rio de Janeiro. Ela foi a primeira missionária americana a traduzir


e publicar partituras de diversos hinos e canções infantis para o português, era professora de Escola Bíblica Dominical e também foi diretora da União Feminina Missionária.

1a Geração

Durante o tempo no Brasil, a família Cowsert cresceu com o nascimento de mais dois filhos: Esther Ruth, que nasceu em 1922, e George Bagby, em 1924. Depois de 40 anos, o casal se aposentou do Brasil no dia 30 de setembro de 1960, após o histórico congresso da Aliança Batista Mundial no Rio de Janeiro. O legado missionário da família Cowsert no Brasil continuou por meio do filho mais novo dos pioneiros, George Bagby Cowsert. Ele foi criado no Rio de Janeiro, onde nasceu, e estudou no Colégio Batista Shepard na Tijuca. Na juventude, foi para os Estados Unidos seminarista, conheceu aquela que viria a ser a sua esposa, Hilda Kathryn Bean. Depois de os dois terminarem o seu preparo ministerial, foram nomeados missionários da Junta de Richmond para o Brasil, em 10 de julho de 1952. O casal foi morar em Campinas (SP). George pastoreou e liderou a construção dos templos da Igreja Batista de Vila Arenas, em Jundiaí, e a Igreja Batista em Ouro Fino, em Minas Gerais, enquanto Hilda aprendia o português. Eles mudaram-se para Santa Maria (RS), onde foram trabalhar no Acampamento Batista Estadual; depois foram para o Rio Grande (RS), onde George foi usado para trazer reconciliação a uma igreja que se dividira três vezes, e também liderou a Segunda Igreja Batista em Pelotas (RS). Nesse tempo, George foi eleito Secretário Executivo da Convenção Batista Gaúcha e a família precisou se transferir para Porto Alegre (RS), onde ele também pastoreou a Igreja Batista Gaúcha; Hilda atuou na liderança da União Feminina Missionária da Convenção Gaúcha e foi professora no Colégio Batista em Porto Alegre. Nesse período no Rio Grande do Sul, o casal teve os seus quatro filhos: Naomi, Norma, Elena e Jack. Em 1965, eles mudaram-se para Goiânia (GO), onde o missionário pastoreou em Jardim Novo Mundo, Vila Redenção, Goiabeiras e Itumbiara, além de ter fundado a igreja em Nova Canaã. Ainda em Goiás, George dirigiu o Acampamento Batista do estado, foi o Secretário Executivo da Convenção Batista Goiana por vários anos e atuou em várias comissões da Convenção Batista Brasileira, incluindo o Conselho Executivo da Convenção Batista Brasileira. Hilda também atuou no Conselho Executivo, nos anos seguintes, como diretora da União Feminina Missionária em Goiás e também serviu no Conselho Executivo da União Feminina Missionária Batista do Brasil. George e Hilda mudaram-se para Vitória (ES), em 1977, onde ajudaram a plantar o Seminário Batista (SETEBES) e foram professores dessa casa. Ele atuou como diretor do Departamento de Educação Cristã da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo, como pastor interino da igreja em Monte Sinai e também como diretor do Acampamento Batista Estadual; ela, mais uma vez, como diretora da União Feminina Missionária do estado. George Cowsert faleceu quando ainda atuava no campo missionário, no dia 6 de junho de 1986, mas Hilda continuou sua trajetória no Brasil. Ela foi autora de vários artigos para revistas da União Feminina Missionária Batista Brasileira e do livro Contando História. Após o falecimento do marido, Hilda mudou-se para o Rio de Janeiro, onde morou no prédio que tem o nome de seu sogro, J. J. Cowsert, no campus do CIEM, e trabalhou como Secretária de Promoções da UFMBB. Inovou a sede da instituição, ao conseguir a doação de oito computadores, transformando-a na primeira instituição da Convenção Batista Brasileira a ser computadorizada. Hilda se aposentou em outubro de 1993, após 41 anos de serviço ao nosso Senhor em solo brasileiro. O legado de 100 anos da família Cowsert no Brasil hoje se mantém vivo por meio da filha do casal, Elena Cowsert, que faz parte da terceira geração de obreiros. Criada no Rio Grande do Sul e em Goiás, ela foi para os Estados Unidos cursar a faculdade com 18 anos de idade. A PÁTRIA PARA CRISTO 5

2a Geração


A família de Elena já era próxima de uma outra família missionária que atuava no Rio de Janeiro, também por meio da Junta de Richmond, a família de Jerry e Joana Key. Um dos filhos do casal Key, Michael Jay, casou-se com uma das filhas do casal Cowsert, Naomi Grace, no templo da Primeira Igreja Batista de Goiânia, em 1977. Em 1976, Elena Cowsert começou a namorar o outro filho da família Key, Jonathan Guy. O jovem, que passou a sua infância e adolescência no Rio de Janeiro, era aluno universitário no estado de Arkansas, enquanto Elena cursava a faculdade no estado da Carolina do Norte. Poucos anos depois, os dois completaram as suas graduações na Universidade Batista de Ouachita e se casaram no dia 30 de junho de 1979.

3a Geração

O casal mudou-se para o Texas, onde estudou no Southwestern Seminary, mesma instituição em que os pais de ambos e os avós de Elena haviam estudado. Guy pastoreou uma igreja em Little Rock e depois na cidade de Greenville; Elena foi professora do Ensino Fundamental. Após o término dos seus estudos ministeriais, eles foram nomeados missionários e enviados para o Brasil, no dia 6 de julho de 1984, pela IMB. Seu primeiro campo missionário foi o Litoral Paulista – Ubatuba, no Norte, a Peruíbe, no Sul -, enquanto moraram na cidade de Santos. Pr. Guy foi diretor da Associação Batista do Litoral Paulista, onde deu ênfase à plantação de novas igrejas. Elena atuou na Primeira Igreja Batista de Santos e na Igreja Batista do Marapé. Foi um tempo de expansão! Quando o casal chegou a Santos, a associação contava com 32 igrejas; atualmente, são duas associações no Litoral Paulista com um total de 77 igrejas. Ainda na região, Pr. Guy Key pastoreou a Igreja Batista do Marapé, foi pastor interino da Primeira Igreja Batista de Cubatão e do Centenário, e ainda plantou, juntamente com Elena, a Igreja Batista da Orla. De Santos, o casal foi convidado pela Convenção Batista para coordenar a área de Evangelismo e Missões de todo o estado de São Paulo. Isso aconteceu durante um tempo de ênfase na plantação de novas igrejas, chamado Projeto de Adensamento. Durante os dez anos desse projeto, o estado de São Paulo cresceu de 470 para mais de 800 igrejas. O casal mudou-se para Campinas e Pr. Guy viajava pelo estado por causa dos trabalhos convencionais, enquanto Elena era Ministra de Música da Igreja Batista do Bonfim e professora de coros graduados na Faculdade Teológica de São Paulo. Nesse período, o casal tinha seus três filhos: Jonathan, Cristina e Vanessa. Em 1998, a convite da Convenção Batista Carioca, a família mudouse para o Rio de Janeiro, para atuar na área de plantação de novas igrejas, especificamente na Zona Sul da cidade. A família plantou a Igreja Batista Orla Sul e, em seguida, Pr. Guy e Elena participaram da plantação da Igreja Batista Orla Rio. Já em 2012, o casal foi convidado pela IMB para um trabalho novo e diferente: ajudar a Convenção Batista Brasileira através de suas juntas missionárias na mobilização missionária. Guy e Elena se tornaram grandes aliados e parceiros do Pr. João Marcos Barreto, líder de Missões Mundiais, e do Pr. Fernando Brandão, líder de Missões Nacionais. Hoje, Guy é o representante da IMB no Conselho Geral da CBB; o casal tem um ministério de mentoria com missionários brasileiros e trabalha com candidatos brasileiros em potencial para a obra missionária no Brasil e no contexto transcultural. Guy e Elena Cowsert Key têm o lema de “procurar onde Deus está trabalhando e se juntar a Ele”. Continuam até hoje trabalhando com plantadores de novas igrejas, incentivando e encorajando esses líderes a cumprirem a Grande Comissão implantada em Mateus 28:1920. Completando a terceira geração da família Cowsert no Brasil, o casal continua firme no cumprimento do ministério que Deus colocou diante deles nesta nação. A PÁTRIA PARA CRISTO 6


Marcus Vinicius Soares: Das drogas para a graduação

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dia 25 de fevereiro de 2021 certamente será inesquecível para o Chefe de Cozinha Marcus Vinicius Soares. Este foi o dia de sua formatura na Graduação em Gastronomia, um sonho antigo que se realizou. Ele, que não teve uma vida fácil, hoje tem muitos motivos para comemorar e para agradecer. Há dez anos Marcus já sabia que precisava tratar a sua dependência química, mas somente em 2018 ele entendeu que precisaria de ajuda para se ver livre desse mal e recuperar sua esperança de viver. Através de seu amigo de infância, Pr. Emmanuel Viana Bispo, da Terceira Igreja Batista de Linhares (ES), que fica na cidade de mesmo nome, Marcus foi apresentado à Cristolândia e ali sua vida começou a mudar, no mesmo lugar onde nasceu e cresceu. Ele foi acolhido na unidade da Serra (ES) e lá, Marcus Vinicius concluiu seu Ensino Médio. Avançando em seu tratamento, ele fez parte da primeira turma que foi para a Casa do Estudante Universitário Cristolândia, em Anápolis (GO), que é uma parceria de Missões Nacionais com a UniEvangélica, que oferece aos acolhidos da Cristolândia a oportunidade de cursar o Ensino Superior. Aos 43 anos, Marcus Vinicius Soares vive um dos momentos mais especiais de sua vida. Após dois anos de curso, ele colou grau no Curso de Graduação em Gastronomia, realizando, assim, um sonho que o acompanha desde a juventude e que, graças ao Senhor e ao trabalho de tantas pessoas, tornou-se realidade! “Quando eu era jovem, eu e meu pai resolvemos fazer uma sociedade e investimos no ramo da gastronomia, o que me fez ter contato direto com a profissão, me proporcionando algumas experiências”, conta ele, que ressalta o período que passou na Cristolândia, principalmente as atividades de laborterapia, as quais o fizeram entender que o ato de cozinhar está diretamente ligado ao ato de amar.

O caminho não foi fácil até aqui. Marcus passou a infância em um ambiente familiar tranquilo, que se alterava quando o seu pai chegava em casa alcoolizado e mudava o comportamento com ele, sua mãe e seu irmão. Já na adolescência, no convívio com amigos e frequentando ambientes noturnos, ele descobriu o álcool e a cocaína. “O convívio familiar sempre foi de muito afeto, mas por causa de algumas escolhas que fiz, passei a ter momentos de conflitos com minha mãe e, aos 15 anos, por causa do meu comportamento, fui morar com o meu pai, já que a minha mãe não sabia mais como lidar com minhas atitudes”, conta o formando. Marcus também se lembra de outros momentos difíceis em sua trajetória, que o fizeram perder a autoestima e a esperança. “Há cinco anos passei por uma experiência de falência financeira em decorrência de má gestão dos meus negócios e, depois disso, comecei a perder minha autonomia como ser humano devido ao uso abusivo de substâncias psicoativas”, relembra ele. Ingressar na Cristolândia para ele foi um marco muito importante, pois não se limitou ao tratamento da dependência química. “Muito mais que a libertação dos vícios, eu entendi e permiti que Deus tratasse o meu caráter cristão e assim minha autoestima e esperança foram, naturalmente, recuperadas”, celebra Marcus. Hoje, Marcus se alegra pela conclusão da faculdade, por seu relacionamento com Cristo, que o restaurou, e também por seu atual emprego, já na área de formação. Ele foi contratado como chefe de cozinha em uma das três melhores pousadas de pesca do Brasil, em Mato Grosso do Sul, onde realizou seu período de estágio. “Esse diploma e essa colação de grau eu quero entregar ao Senhor Jesus, por tudo o que Ele tem feito na minha vida. Eu sou um privilegiado. Quando falam que Deus cuida de tudo nos mínimos detalhes, eu sou a prova viva disso”, são as palavras de Marcus em seu discurso de formatura.

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Uma Campanha dos Sonhos

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Campanha de Mobilização 2020 foi extraordinária! A princípio, a pandemia de Covid-19 trouxe preocupações, mas a oração fez toda a diferença. O envolvimento do povo de Deus orando, de segunda a sexta-feira, na Sala de Oração, moveu os céus e os corações! Um “novo normal” estava diante de nós com templos fechados, cultos on-line, distanciamento e tantos novos desafios. Mas, neste tempo, Deus levantou um exército de missionários mobilizadores voluntários, dispostos a orar, sonhar, servir e mobilizar sua região! Com o marcante tema “Porque Ele me amou” todo material foi preparado. O Site Oficial disponibilizou esse rico material de sete revistas completas para a realização da Campanha. Muitas crianças e adultos colecionaram as figurinhas do álbum dos missionários. No Blog do Promotor, disponibilizamos inúmeras sugestões para cultos on-line e presenciais. Fizemos treinamentos on-line e acreditamos na força do voluntariado! Os Missionários de Alianças Estratégicas e Missionários Mobilizadores Voluntários trabalharam com dedicação, capacitando e cuidando dos Promotores. Muitos pastores se envolveram e não se abateram com a pandemia. Para a glória de Deus, 1.406 novas igrejas fizeram Campanha em 2020 e 782 igrejas cresceram mais de 10% em suas ofertas, em relação ao ano de 2019. Algo realmente milagroso em plena pandemia! Quando oramos, o Senhor nos faz tirar os olhos das dificuldades e enxergar o quanto podemos sonhar e ir além! Com muita criatividade, grandes e pequenas igrejas se envolveram fazendo delivery, drive-thru e muito mais. Crianças, adolescentes, jovens e adultos, todos unidos no mesmo ideal! Sonhamos todos juntos com a carreta para o Sertão! Púlpitos enfeitados com carretas, crianças vestidas com carreta de papelão, carretas por todos os lados. Não foi apenas mais uma Campanha Missionária, foi a Campanha dos Sonhos! Sonhamos e choramos juntos, imaginando a linda carreta amarela - com um grande “Jesus Transforma” na sua lateral - chegando nas comunidades sertanejas mais carentes e isoladas, levando compaixão e graça ao nosso povo, nossa gente. O dono da Missão está acima da pandemia! Aleluia! Essa Campanha marcou a vida de muita gente, inclusive de crianças, que jamais se esquecerão desses dias. Um exemplo disso é o Joãozinho, filho da Maria Rosa Soares, Promotora de Missões da Congregação da Primeira Igreja Batista em Jataí (GO), que conta com apenas 6 adultos e 30 crianças. Maria preparou os cofrinhos, porém percebeu que aquelas crianças não teriam nem moedas para contribuir. ConhecenA PÁTRIA PARA CRISTO 8


Congregação da Primeira Igreja Batista em Jataí (GO)

do o desejo das crianças, de ofertar, Maria desafiou-as a juntarem latinhas. Joãozinho, seu filho, andava olhando nas lixeiras; cada latinha que encontrava era um motivo de festa. A congregação tinha o alvo de 800 reais e alcançou 1.200 reais. Glória a Deus! A Igreja Batista da Tabua, no município de São Fidélis, no Norte do Rio de Janeiro, também fez uma Campanha extraordinária. Uma igreja rural, com uma média de 100 membros, pessoas simples, na grande maioria sitiantes, fez o alvo de 80.000 reais; com trabalho e união organizaram bazar, almoços com entrega delivery, leilão e muito mais. Dessa forma, alcançaram mais de 143.000 reais. A pandemia tem nos ensinado muitas coisas. Vimos que a missão realmente é do Senhor e é Ele quem a sustenta. Com ou sem pandemia, Ele é o dono da obra missionária e provê todo o sustento. Cabe a nós decidir se queremos ou não usufruir do privilégio e honra de fazer parte da Sua missão. Nossa palavra é de gratidão, primeiramente a Deus, por nos deixar fazer parte da Sua obra e também por nos ensinar tanto com esta Campanha. Agradecemos a todos os Missionários Mobilizadores Voluntários e Promotores de Missões que abraçaram essa causa e, voluntariamente, se dedicaram com imenso desprendimento e amor. Agradecemos também aos pastores, que, mesmo vivendo o desafio deste “novo normal”, não desfaleceram, mas, pela fé, contagiaram seu rebanho com a visão missionária. Agradecemos a todas as igrejas que sonharam conosco e par-

ticiparam dessa mobilização. E ainda louvamos a Deus por todos os Missionários de Alianças Estratégicas que trabalharam incansavelmente em 2020. Um novo ano já se iniciou e ainda estamos sonhando! Pela graça de Deus, em julho será a inauguração do Projeto Novo Sorriso do Sertão com a carreta missionária. Muitos sonhos ainda tomam nossos corações, pois nós sempre podemos fazer mais! Quantos ribeirinhos ainda precisam ser alcançados, quantos ainda vivem nas ruas das Cracolândias, quantos suicídios no Sul e em todo Brasil, quantos encarcerados, surdos e crianças sem Jesus! Certamente, nossos desafios vão muito além dos desafios da pandemia. Precisamos continuar sonhando com um Brasil transformado por Cristo e, para isso, precisamos de mais barcos, mais Cristolândias, mais radicais, mais intercessores, mantenedores, mobilizadores e muito mais.

Igreja Batista da Tabua (RJ)

Nós podemos trabalhar secularmente em diversos projetos de grande envergadura, porém, ao nos envolvermos com a obra missionária estamos fazendo parte do projeto mais relevante do universo, o maior projeto de toda a humanidade, em todos os tempos, participando daquilo que Deus está fazendo, pois, a missão dele é fazer com que as pessoas creiam naquele que Ele enviou, Jesus. Que honra fazer parte disto! Porque dele, por Ele e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém! Silvana S. P. Martines Coordenadora da Mobilização Voluntária em Missões Nacionais


Seminário do Sul

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marca presença em mais uma campanha missionária

ssim como na última Campanha da Junta de Missões Nacionais, a produção da Campanha de Mobilização de 2021 da Junta de Missões Mundiais contou com a participação de alunos e professores da Faculdade Batista do Rio de Janeiro | Seminário do Sul. “Viva o poder transformador” é o tema que inspirou as composições musicais. A música infantil, composta pela professora da instituição Mônica Coropos, com o título “Viva: Jesus é poder”, propõe-se a aumentar a fé dos pequeninos. Mônica Coropos é especialista no tema e, além de dar aulas no curso de Licenciatura em Música, ela coordena a pós-graduação em Ministério com Crianças, na Faculdade Batista, mas seu envolvimento com a obra missionária já vem de muitos anos. “Sinto alegria por cumprir o meu chamado missionário, que aconteceu aos nove anos, no Sítio do Sossego, quando era Mensageira do Rei - por meio dos talentos e habilidades que o Senhor da seara me confiou”, conta ela. O professor Marcelo Nelles, que também atua no curso de Música na Colina, também se sentiu lisonjeado em ter mais esta experiência. Ex-aluno desta casa, da turma de 2004, ele foi o diretor do culto oficial de lançamento da Campanha de Missões Mundiais, além de ter feito os arranjos, a produção musical e a elaboração de todo material musical da música oficial (playback, partituras, kits de ensaio e orquestração). Os alunos do curso de Licenciatura em Música, que também sempre apoiam a causa missionária, além

de terem ajudado o professor nessas funções, também interpretaram a canção, no dia 30 de janeiro, no culto de lançamento realizado na Capela do Seminário do Sul, que foi transmitido através do canal do YouTube. Para os alunos, foi mais um momento inesquecível. “Fazer parte da Campanha para mim é motivo de grande alegria. Anunciar a Jesus, por meio das canções, e falar do Seu poder é a minha missão. Sou muito grata a Junta de Missões Mundiais e ao Seminário do Sul, pela oportunidade de servir a Cristo e Sua Igreja. Vejo Deus confirmando o meu chamado”, afirma Sara Barreto, aluna do 5° período. Para o aluno Fabiano Lima, do 3° período, essa foi mais uma oportunidade de proclamar o amor de Deus. “Foi uma experiência única, abençoadora e edificante. Poder falar do poder transformador de Deus e pregar o Seu evangelho é maravilhoso. É nossa missão. Minha oração e desejo é que todos sejam impactados e alcançados pelo amor de Deus”, afirma ele. Ano após ano a Faculdade Batista do Rio de Janeiro | Seminário do Sul reafirma seu compromisso de formar líderes comprometidos com a obra missionária e que colaboram para a expansão do Reino de Deus pelo Brasil afora, usando seus dons e conhecimentos adquiridos na instituição. Faça como eles, estude no Seminário do Sul e viva experiências missionárias como essas. Saiba mais: www.seminariodosul.com.br. Fabiane Ventura Jornalista Voluntária da FABAT/Seminário do Sul

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S.O.S. Manaus

Cumprindo a vontade de Deus no Norte do Brasil

colapso no sistema de saúde em Manaus, por conta da pandemia da Covid-19, gerou um alerta: a população precisa de ajuda. Em um momento delicado, no qual muitas necessidades que não existiam ganharam grandes proporções e outras que eram pequenas e contornáveis cresceram e ficaram fora do controle, os batistas brasileiros se uniram a fim de prestar socorro à população amazonense. Assim, nasceu a campanha S.O.S. Manaus. O trabalho, liderado pelo casal de missionários Pr. André e Germana Matheus, teve o apoio de 100 missionários e 30 voluntários. A ação começou na capital, Manaus, no dia 15 de janeiro de 2021, mas logo se expandiu para outras localidades, que também viviam momentos bastante difíceis. Ao todo, o projeto alcançou outros 10 municípios do estado: Nova Olinda, Caapiranga, Manacapuru, Codajás, Coari, Tefé, Jutaí, Tonantins, Iranduba e Manaus. Um dos grandes focos da campanha foi apoiar o trabalho dos profissionais de saúde, que estavam cansados, preocupados e cumprindo suas funções sem material adequado para cuidar dos pacientes. A falta de insumos básicos nos hospitais dificultava ou até impossibilitava muitos atendimentos, o que gerava desespero para profissionais, pacientes e familiares. Assim, diariamente, uma equipe liderada pelo casal missionário na região servia café da manhã na porta dos hospitais para profissionais da área da saúde e da área da segurança, e para familiares de pacientes. Era uma forma de cuidar fisicamente daquelas pessoas, levando alimento e sustento para mais um dia; emocionalmente, era um jeito de oferecer carinho e cuidado, em um tempo de tanta dor; e espiritualmente, a equipe missionária levava uma mensagem de esperança e orava com muitas pessoas que passavam por ali. Outra frente de ação nos hospitais consistiu na doação de material para que os profissionais pudessem trabalhar no cuidado com os pacientes, que chegavam em grande número, devido à alta taxa de contaminação pelo vírus. Os batistas brasileiros doaram materiais hospitalares, como equipamentos de proteção individual, luvas, toucas, aventais cirúrgicos e gases. Essas ações de café da manhã e doação de materiais alcançaram 45 hospitais e unidades básicas de saúde. Com a participação de tantos apoiadores da obra missionária, o trabalho cresceu e, além do que já

vinha sendo feito na área saúde, mais de 2.500 famílias necessitadas começaram a receber cestas básicas. Em decorrência da paralização de muitas atividades no período de pandemia, sobretudo para evitar aglomerações, diversos trabalhadores não puderam dar continuidade às suas tarefas, o que colocou em risco o sustento de inúmeras famílias. O povo de Deus se posicionou e segue trabalhando incansavelmente para amenizar o sofrimento de muitas famílias. Quando os servos e amigos do Deus Todo Poderoso se unem em comunhão, em nome de Jesus, obras maravilhosas acontecem e, para a glória de Deus; a Campanha S.O.S. Manaus é prova disso. Distribuição da Palavra de Deus 5.550 livretos evangelísticos 1.450 Novos Testamentos 265 Bíblias

Alimentos distribuídos nos hospitais 7.060 sucos 5.200 cafés da manhã

2.840 garrafas de água mineral

Materiais hospitalares doados 21.500 toucas

15.540 frascos de álcool gel 13.500 máscaras 12.300 luvas Dados de 15 de janeiro de 2021 a 08 de fevereiro de 2021.

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Conheça histórias de famílias que foram abençoadas com as doações Dona Júlia foi uma das pessoas alcançadas pelas doações, na Comunidade Marajó, em Tefé (AM). Mãe de três filhos, já havia compartilhado com as missionárias locais, Cleyde Hiorrane e Letícia Castro, sobre a dificuldade que passava para sustentar sozinha os filhos, inclusive porque, fazia pouco tempo, uma parte de sua casa havia sido destruída pelo fogo.

Geisa é moradora do município de Manacapuru (AM). Mãe de nove filhos, à espera do 10º, ela vive em uma casa de um cômodo, com os filhos e o marido que trabalha com vendas no mercado. Essas foram vidas também impactadas no período de pandemia. “Eu quero agradecer, primeiramente a Deus e, em segundo lugar, a vocês. Que Deus venha renovar cada vez mais a atitude que vocês têm para ajudar as famílias mais carentes”, conta Geisa, feliz com a ajuda que recebeu.

Três famílias, que moram juntas em Tonantins (AM), receberam os alimentos. No total, vivem na mesma casa oito adultos e 15 crianças, que têm passado necessidades pela falta de comida, além de terem alguns familiares com problemas de saúde. Graça, a anciã da família, chorou, ao receber a visita dos missionários, se alegrou com a bênção da cesta básica e agradeceu aos irmãos que doaram.

Esta é a Dona Ana, mais uma das pessoas que receberam os alimentos em Tonantins (AM). Além de passar por dificuldades financeiras durante este tempo de pandemia, ela também perdeu 5 familiares vítimas da Covid-19. “Emocionada, ela agradeceu pela cesta básica e, mais ainda, pela palavra de esperança que trouxemos nesse momento tão difícil”, conta a missionária Gabriela Muzy, que atua no local ao lado do marido, o missionário Pr. Ednardo Neves.

A irmã Elizete recebeu uma cesta básica em um momento de muita dificuldade. Membro da Segunda Igreja Batista de Nova Olinda do Norte (AM), ela ficou viúva há 3 meses, quando seu marido veio a falecer em decorrência da Covid-19. Mulher de oração e temente a Deus, dona Elizete agradece ao Senhor todas as vezes que recebe uma visita dos missionários e, dessa vez, não foi diferente. “Eu agradeço a Deus pela vida dos irmãos que mandaram essa cesta. Que Deus possa estar tomando conta de cada um, abençoando e livrando de todo o mal. Muito obrigada, meu Deus!”, ora a irmã Elizete. Mais uma moradora de Nova Olinda do Norte (AM), Jéssica, mãe de Messias, de apenas 1 ano de idade, fez questão de agradecer repetidas vezes pelo alimento que chegou até sua casa. “Eu estou muito agradecida a Deus por essa cesta básica. Eu lavava roupa e, por causa da pandemia, parou tudo. Eu não estou trabalhando. Às vezes, a gente não tem 1 real para comer. Eu estou muito emocionada. Obrigada”, disse Jéssica à missionária Fernanda Almeida, que atua na região com o seu esposo Pr. Gleidson Almeida.

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Ações do S.O.S. Manaus chegam também em outros estados O tempo de pandemia trouxe dificuldades econômicas para muitas famílias. Por isso, o trabalho que começou em Manaus se espalhou não apenas por outros municípios do Amazonas, mas também alcançou estados vizinhos como Pará, Roraima e Acre. Assim como já vinha acontecendo em hospitais e unidades básicas de saúde do Amazonas, a porta do Hospital Geral de Roraima também foi local de atuação da equipe de missionários e voluntários. Foram distribuídos lanches, que chegam como um apoio físico e emocional, diante de um contexto de medo e insegurança. Além disso, uma mensagem simples, mas profunda, era mostrada em uma cartolina: Jesus te ama. Dessa forma, o grupo levou carinho e esperança para profissionais da saúde, para pacientes e familiares destes que passavam por ali. O estado do Pará também viveu a alegria de receber ajuda em um tempo difícil. Pela graça de Deus, pelo trabalho de missionários, de voluntários e de muitos apoiadores da obra missionária, 500 cestas foram entregues no município de Oriximiná (PA) e distribuídas, também em Porto Trombetas (PA), por meio do missionário Pr. Marison Feijão e de outros obreiros na localidade.

Uma esperança aos obreiros do Amazonas Como parte do planejamento para a distribuição das doações, pastores e outros obreiros também foram alcançados pelo trabalho dos missionários e voluntários na região. Por conta da pandemia e da diminuição na renda de diversas famílias, muitas igrejas deixaram de receber os recursos, o que também afetou o sustento de muitos pastores. Com o objetivo de apoiar famílias pastorais, foram identificadas as que estavam em situação de vulnerabilidade e, em parceria com representantes da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil na região, 60 famílias de obreiros serão constantemente abençoadas com uma cesta básica mensal. Uma das famílias que foram visitadas é a de um pastor de uma igreja pequena. Contaminado pela Covid-19, ele perdeu a mãe neste tempo, que tem sido de muitas lutas e privações. Durante a visita, a equipe orou com essa família de oito pessoas, orou com todos eles e entregou a cesta básica. Os encontros dos missionários com os que necessitam de ajuda em um momento difícil como esse chegam não apenas como sustento material, mas também como apoio emocional e espiritual. As doações de alimentos, as orações e as palavras de esperança são prova do cuidado de Deus, que se importa com todas as áreas da vida de cada ser humano.

Um presente especial ao Pr. Fernando Brandão No dia 4 de fevereiro, o Diretor Executivo de Missões Nacionais, Pr. Fernando Brandão, comemorou mais um ano de vida. Desta vez, diante do trabalho em crescente movimento no norte do país, o pastor deixou a dica de um presente que ele gostaria de ganhar: cestas básicas para o Amazonas. O trabalho no Amazonas se tornou possível, sobretudo, por causa das doações que foram enviadas desde o início do projeto. Com a mobilização feita em prol do aniversário do Pr. Fernando, muitos apoiadores da obra missionária decidiram doar mais recursos para as ações do S.O.S. Manaus e o investimento total garantiu a compra de 500 cestas básicas, que abençoaram muitas famílias.

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VIDA E OBRA

Lizete Perruci: Nascida para servir

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oram 29 anos servindo a Deus com a importante missão de levar o evangelho a toda criatura deste Brasil. Lizete de Souza Perruci encerrou, no início do ano de 2021, sua atuação no quadro oficial de obreiros de Missões Nacionais, mas, como ela mesma disse, seguirá com o mesmo empenho cumprindo o Ide em solo brasileiro. “Dessa forma [aposentada], continuarei com muita alegria atuando como missionária voluntária de Missões Nacionais”, afirma Lizete. A obreira demonstra, em suas palavras, que é uma mulher “nascida para servir” e, após tanto tempo atuando na obra missionária, ela continuará trabalhando para a expansão do Reino de Deus, agora auxiliando seu esposo Pr. Gerson Perruci no pastoreio da Primeira Igreja Batista em Itabaianinha (SE). Confira, a seguir, a entrevista com Lizete, uma missionária que construiu uma história repleta de desafios superados através da oração, e de vitórias, sempre na dependência de Deus. MISSÕES NACIONAIS: Como aconteceu sua conversão e seu chamado missionário? LIZETE: Tendo pais cristãos, fui criada nos princípios e valores da Bíblia, então, aos 13 anos confessei minha fé em Jesus Cristo como meu Salvador e logo fui batizada na Igreja Batista do Jequiezinho, em Jequié (BA). Participava das atividades da Igreja, principalmente das Mensageiras do Rei. Certo dia, quando estava com 16 anos, tive um encontro com Deus que mudou completamente a minha vida. Estava lendo uma revista da Juventude, quando um texto saltou diante dos meus olhos: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara.” (Mateus

9.37-38). Fui então para a Bíblia e percebi no texto que Jesus andava pelas cidades e seu olhar estava posto sempre nas pessoas que estavam em sofrimento. Entendi que Deus falava comigo. Minha mente foi inundada com a situação de várias pessoas que caminhavam para um grande abismo espiritual sem Jesus e sem Salvação. Era o chamado certo de Deus para a oração e compaixão pelas pessoas que estão longe de Deus, sem certeza de uma vida eterna com Cristo. Daí por diante, meus interesses e minha razão de viver convergiam para levar a mensagem do evangelho para todos os que, em sua caminhada, não tinham esperança, nem certeza da vida eterna. Continuei meus estudos e com grande participação na Igreja, principalmente na área de Evangelismo e Juventude, sempre com foco missionário. Aos 21 anos, fui para o Seminário de Educação Cristã, onde aconteceu minha formação missionária até a pós-graduação na mesma área. Louvo a Deus por esse precioso tempo. Ainda nesse tempo, conheci Gerson Perruci e nos casamos no dia 05 de julho de 1980. Ele foi consagrado ao Ministério como pastor e no final desse ano fomos nomeados como missionários de Missões Nacionais para Plantação de Igreja na cidade de Itabaiana em Sergipe. MISSÕES NACIONAIS: Como foi o processo de trabalhar com plantação de igrejas? LIZETE: Entendemos que as ações do discipulado e evangelismo, compaixão e graça, e formação de líderes sempre foram as melhores estratégias para plantação de igrejas e expansão do evangelho em nosso Brasil. Sendo assim, iniciamos a Primeira Igreja Batista em Itabaiana

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com um grupo de crianças, que foi crescendo e Louvo a Deus pelo trato, cuidado e encorajamenagregando novos discípulos em Cristo. to com seus missionários. Como o nosso Diretor No ano seguinte, conseguimos organizar a Igreja. Executivo sempre afirma, “O melhor de Missões Ficamos seis anos e meio naquela cidade com Nacionais, são os seus missionários”, e por isso foco em ampliar os grupos de estudos bíblicos, e eu agradeço muito ao Pr. Fernando e sua espoformando líderes. Em seguida, meu esposo e eu sa, Márcia Brandão. Glorifico a Deus por Missões saímos do quadro missionário para nos dedicar Nacionais, a organização dos batistas brasileiros exclusivamente ao Ministério Pastoral e Educa- que realiza a gestão missionária em nossa nação ção Cristã em igrejas locais. O ardor missionário de forma estratégica, tendo como princípios e e a necessidade da expansão do evangelho semvalores a Palavra de Deus, com o mandado de pre estiveram muito fortes em nossos corações Cristo na expressão da Grande Comissão, “Pore tivemos a alegria de ver um abençoado motanto ide e fazei discípulos...” (Mt. 28.19-20). vimento de plantação de Igrejas na cidade de Itabuna (BA); em cinco anos plantamos quatro novas Igrejas e desenvolvemos projetos em MISSÕES NACIONAIS: Além de missionáduas escolas públicas. ria, a irmã também é mãe e avó. Como sua Quando tudo estava indo bem, em 1998, Deus trajetória influenciou na vida de seus fifalou mais uma vez ao nosso coração para vol- lhos e netos? tarmos ao ministério missionário para coorde- LIZETE: Acredito que o exemplo influenciou, mas narmos os projetos de Missões Nacionais em o chamado missionário foi o mais importante todo o Nordeste, onde permanecemos até 2014. para os meus três filhos: Areli, Eliezer e Lucas. Depois disso, meu esposo foi pastorear uma igreja em Belo Horizonte (MG) e eu continuei na Areli e seu esposo, Pr. Samuel Fernandes, foram Junta, trabalhando na área de mobilização até missionários de Missões Nacionais de 2010 a 2015; depois disso continuaram ao meu lado cojaneiro de 2021. Neste novo tempo, estou retornando ao trabalho mo voluntários, trabalhando na área de mobilizadireto com uma igreja local, a Primeira Igreja ção junto aos Promotores de Missões de Minas Gerais. Eliezer e sua esposa Batista em Itabaianinha (SE), onde Jacqueline também atuaram meu esposo assumiu o pastorado, e seguirei também a atuação missioconosco no período de 2011 Fui chamada nária como mobilizadora voluntária a 2013, e hoje trabalham copor Deus, e, em Sergipe. mo missionários da Crossover

onde quer que eu esteja, sempre serei missionária!

MISSÕES NACIONAIS: Durante sua trajetória, quais foram os maiores desafios? LIZETE: Neste tempo, o que posso destacar como desafios de evangelização, discipulado e plantação de igrejas na região Nordeste foram os Projetos Jesus Transforma, como o que realizamos na região da Chapada Diamantina, onde envolvemos cerca de 800 voluntários de várias partes do Brasil. Pastores, igrejas, missionários e promotores de Missões, juntos alcançamos um resultado de mais de 5 mil decisões por Cristo como Salvador, e cerca de 15 novas plantações de igrejas. Como foi importante, encorajador e maravilhoso ver o envolvimento dos batistas baianos na obra de evangelização em nossa Pátria.

MISSÕES NACIONAIS: Quanto tempo a irmã atuou em Missões Nacionais e o que isso representou em sua vida? LIZETE: Os dois períodos que passei como missionária em Missões Nacionais somam 29 anos de grandes realizações, muitas lutas, mas também muitas vitórias. Em tudo que passamos, posso dizer que a solidez da nossa segurança e perseverança foi a oração. Missões Nacionais me apontou que a oração constante, sem esmorecer é a chave de toda realização na obra missionária e também na vida pessoal.

Global. Já o Lucas e sua esposa Renata são fiéis apoiadores da obra missionária em seu ministério em São Paulo.

Além dos filhos, me encho de alegria ao ver o reflexo da dedicação por missões também em meus três netinhos André, Analiz e Isabella. Eles já expressam amor pela nossa Pátria e têm desenvolvido a dedicação à oração e à leitura da Bíblia. MISSÕES NACIONAIS: Deixe um conselho para as novas gerações de missionários. LIZETE: Sirva ao Senhor com alegria e se entregue a Ele em todo o tempo. Tenha sempre a convicção de que, na obra missionária, nós servimos a Cristo, o Senhor de Missões. Nosso maior termômetro de avaliação e realização é que, se nossos filhos receberem o chamado de Deus, eles vejam em nós motivo para obedecer ao Senhor e ao seu chamado. Hoje, encerrando essa etapa missionária, fico refletindo sobre vocação missionária, e posso afirmar que vejo o chamado como uma marca que Deus põe em alguns dos seus servos; e essa marca é para a vida inteira. Portanto, como sempre falei: Fui chamada por Deus, e, onde quer que eu esteja, sempre serei missionária!

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Multiplicando pelo Brasil A obra missionária continua avançando no sertão de Barreiras (BA). Por meio do trabalho dos seus missionários Pr. Márcio Levyr Sena e Larissa Oliveira, Cristina e Jean desceram às águas. Para a glória de Deus eles são frutos dos Relacionamentos Discipuladores e dos Pequenos Grupos Multiplicadores.

A Igreja Batista Semente, em Santarém (PA), recebeu três novos convertidos. Por meio do trabalho dos seus missionários Josias e Eliene Pereira, e Pr. Arlison e Mirian Oliveira, os irmãos Wiliames Cardoso, Gabriela Torres e Luiz Natanael desceram às águas, confessando publicamente a fé em Cristo Jesus. Glórias ao Senhor!

Tempo de festa no Rio Grande do Sul! A Congregação Batista em Santo Antônio da Patrulha ganhou três novos membros. Por meio do trabalho dos seus missionários Pr. Filipe e Cristiane Niemeyer, Amanda Caroline Lessing Duarte, Milena Kappel e Valdirene Geraldo da Silveira aceitaram Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas e confessaram publicamente essa decisão mediante o batismo.

Deixai vir a mim os pequeninos! A Primeira Igreja Batista em Beberibe (CE) recebeu dois novos membros. Com o trabalho da missionária Zilanda Maurício, Miguel de Sousa Lima, de 9 anos, e Vitória Barros Queiroz, de 11, aceitaram Jesus Cristo como Senhor e Salvador e foram batizados. As crianças, que já participavam do Pequeno Grupo Multiplicador, dos cultos e dos estudos bíblicos, sentiram o desejo de se batizar e compartilharam com os pais, que manifestaram alegria e emoção. A PÁTRIA PARA CRISTO 20


A alegria foi grande, na Congregação Batista no Punã, localizada em uma comunidade ribeirinha na Amazônia, porque mais quatro irmãos foram batizados. Adriel, Rangel, Ariquele e Mário são frutos do trabalho das missionárias radicais Bianca dos Santos Vieira e Millena Ribeiro Rocha Nascimento. Louvado seja Deus!

Graças a Deus a obra missionária no Pará continua dando frutos! Dessa vez, o Lago do Iripixi, em Oriximiná (PA), foi o lugar do batismo dos cinco novos convertidos. Após o trabalho com muita dedicação dos seus missionários Cleber Ferreira e Elis Regina, as irmãs Taís Feijão, Dielia Silva, Maiara dos Santos e o casal Raimunda Maria e Manoel Evangelista desceram às águas, confessando Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador de suas vidas.

Estamos muito alegres com o batismo do irmão Davi de Souza. Acolhido pela Cristolândia, Davi completou seu tratamento e foi batizado pelo Pr. Carlos Alviso, gestor da Cristolândia Masculina da Serra, por meio da Igreja Batista Central de Feu Rosa (ES).

Duas pessoas confessaram publicamente o Senhor Jesus como Salvador e desceram às águas, no Vale do Amanhecer, em Planaltina (DF). Por meio do trabalho dos seus missionários Pr. Cleber e Maria Rodrigues, o irmão Roque Jr., de 41 anos, se reconciliou com Jesus Cristo e fez sua pública profissão de fé pelo batismo. Além dele, Sara de Araújo, de apenas 13 anos, aceitou Jesus durante uma ação evangelística com crianças e foi batizada na mesma ocasião. A PÁTRIA PARA CRISTO 21





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