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Revista JM - O que você faz quando o seu plano não sai como o planejado?

O que você faz quando o seu plano não sai como o planejado?

Como advogado, acompanho de perto as diversas tentativas das pessoas em lograr êxito na vida, em diversas áreas, mas, nem sempre, a realidade corresponde às nossas expectativas. Então, começa-se o processo de separação judicial, guarda compartilhada, pensões, divisão de bens, brigas, discussões, inventários, famílias rompidas e etc. Bom, e agora? Bate um desespero. Calma, vamos ENTENDER DIREITO.

Quando o nosso plano não sai como idealizamos, é natural sentir frustração, desapontamento e até mesmo desespero. Afinal, investimos tempo, esforço e expectativas na construção daquela estratégia que acreditávamos ser infalível. No entanto, é importante lembrar que nem sempre temos controle absoluto sobre todas as variáveis da vida.

O escritor GABRIEL GARCIA

MARQUEZ, em CEM ANOS DE SOLIDÃO, nos faz refletir: Às vezes, ficamos tomados pelo sentimento do ódio, do rancor, da tristeza e ficamos CEGOS, turvamos a nossa compreensão. Nada disso adianta, porque a ganância em suas mais variadas formas pode cegar o homem, mesmo aquele que possui

extraordinária visão. Então, não se deixe levar por quaisquer sentimentos que façam de você um CEGO, em qualquer momento de sua vida.

Assim, o primeiro passo para lidar com essa situação é permitir-se sentir e reconhecer essas emoções. É normal experimentar a tristeza da falha, mas também é crucial não deixar que ela nos domine por muito tempo. Afinal, a vida é repleta de desafios e contratempos, e é na forma como reagimos a eles que encontramos a nossa força e resiliência.

A escritora BRENÉ BROWN, autora do best-seller MAIS FORTE DO QUE NUNCA, ensina que o processo da volta por cima é o RECONHECI-

MENTO: Entrar em nossa história, ou seja, reconhecer as emoções e sentir curiosidade em relação aos nossos sentimentos e à maneira como eles estão ligados ao nosso modo de pensar e agir.

Com isso, poderemos escrever um novo final para nossa história, com base nos principais ensinamentos extraídos da nossa descoberta. Para quê?

Talvez para modificarmos a forma de nos relacionarmos com o mundo, para, em última análise, transformar nossa maneira de viver, amar, liderar e cuidarmos de nós mesmos e daqueles que amamos, diz a autora. Para fecharmos essa ideia, a autora, RENÉ BROWN, em seu livro A CORAGEM DE SER IMPERFEITO, nos ensina que, muitas vezes, a resposta está na RESILIÊNCIA, que é a nossa capacidade de nos recuperar rapidamente de um revés ou de nos adap-

tarmos a uma mudança. Para isso, a resiliência tem a ver com sair do sentimento de vergonha para o afeto que chamamos de empatia – o verdadeiro antídoto da vergonha.

Ao invés de se render ao desânimo, é hora de reavaliar a situação. Reflita sobre o que deu errado, analise os obstáculos que surgiram e tente compreender as causas da falha. Essa análise crítica é fundamental para aprender com os erros e evitar repeti-los no futuro. Lembre-se de que cada revés é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

Por exemplo, se a sua decepção foi Amor, podemos extrair a seguinte observação do livro ROMEU E JULIETA, de William Shakespeare: “Quem não sofreu debocha de quem chora”. Bom, assim, é muito difícil ter empatia quem nunca sofreu na vida. Então, não se aconselhe com essa pessoa. Lembre-se, a dor provoca no indivíduo uma espécie de evolução. Segundo Buda: “O homem só cresce na dor”. Todos nós temos valor, talvez você esteja no lugar errado. O fato de alguém estar por cima, de estar bem, de estar em destaque, não significa que sempre será assim. Aproveite, esse momento, e exercite a sua HUMILDADE.

Em seguida, seja flexível e aberto a ajustar o plano original. Aceite isso, por mais difícil que possa parecer. Nem sempre precisamos abandonar completamente a ideia inicial; muitas vezes, pequenas adaptações podem ser suficientes para alcançar o sucesso. Esteja disposto a rever suas estratégias, fazer mudanças e tentar novas

abordagens.

Cabe, aqui, salientar, que a sabedoria nasce do conselho, mas é possível que este (conselho) tenha pitadas de ingenuidade, quando aquele que fala não tem experiência. Então, certifique-se de buscar orientação com a pessoa certa, isto é, o bom advogado, o bom médico, o bom professor, o bom padre, aquele que dar um bom conselho, pois este pode arrancar você de um caminho mal. Às vezes, a separação não é a solução, a briga por bens materiais não é a solução, o desfazimento de grandes amizades não é a solução. Busque, sempre, o consenso.

Além disso, buscar apoio emocional e orientação é muito importante. Conversar com amigos, familiares ou colegas de confiança pode fornecer novas perspectivas e encorajamento para seguir em frente. Às vezes, compartilhar nossos desafios com os outros nos faz perceber que não estamos sozinhos em nossas lutas.

Nesse compartilhamento de ideias, quando estamos dentro de um turbilhão de emoções, exasperados, devemos perceber que as pessoas fazem leituras diferentes da mesma situação. Por exemplo, se a pessoa é otimista, perceba que a sorte poderá estar ao seu lado. Dentro da realidade eu posso fazer outra leitura da minha vida, ou seja, há uma vitória nessa derrota. Assim devemos prosseguir, pedindo ajuda, nos momentos mais difíceis, compartilhando nossos medos com aqueles que consideramos os mais adequados.

Por outro lado, também é fundamental ser realista e aceitar que nem todos os planos são realizáveis a curto prazo. Alguns objetivos podem levar mais tempo para serem alcançados, e é preciso paciência e persistência para enfrentar esses momentos de incerteza.

Para isso, às vezes, é importante evocar a paciência e não o direito (seu advogado). É preciso existir uma racionalidade na dor. Reflita sobre os motivos da sua queda (seja na vida espiritual, sentimental, financeira, profissional ou familiar) para se evitar uma segunda queda.

Por fim, encare cada falha como uma oportunidade para crescer e melhorar. Lembre-se de que mesmo os indivíduos mais bem-sucedidos enfrentam adversidades em suas jornadas. O que os diferencia é a capacidade de aprender com os erros e continuar avançando com determinação.

Por exemplo, um dos maiores físicos da história, Einstein enfrentou dificuldades na infância e juventude. Ele tinha dificuldade em se comunicar quando criança, o que levou algumas pessoas a pensarem que ele era lento ou com problemas de aprendizado. Outro exemplo, Da Vinci tinha interesses diversos, o que o tornava difícil de encaixar nas estruturas tradicionais da educação e do trabalho. Este enfrentou grandes desafios para equilibrar a sua genialidade.

Esses são apenas alguns exem-

plos de grandes gênios que enfrentaram adversidades significativas. Suas histórias nos ensinam que a perseverança, a paixão pelo conhecimento e a capacidade de superar obstáculos são características cruciais para alcançar a grandeza em qualquer campo. Pense nisso e não desanime nunca. As adversidades fazem parte e tenha a coragem de ser imperfeito.

Por fim, quando o seu plano não sair como idealizou, respire fundo, aceite o momento e levante-se com ainda mais força. A vida é um constante aprendizado, e é com base nas experiências, sejam elas positivas ou negativas, que construímos um caminho sólido para o sucesso e a realização de nossos sonhos. Todavia, na ousadia você corre riscos, mas após refletir sobre isso. Na imprudência, você faz o que quer, sem refletir. Como advogado, eu aconselho: Você pode ser ousado, mas não seja imprudente. Obrigado!

advwagner1212@gmail.com

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