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Revista JM - Como os Artistas Obtinham Suas Tintas e Cores em Diferentes Períodos da História
from Revista JM - 28
Como os Artistas Obtinham Suas Tintas e Cores em Diferentes Períodos da História
A jornada das cores nas artes visuais é tão vibrante e matizada quanto as próprias obras que adornam as galerias e museus ao redor do mundo. A busca e criação de pigmentos definiram eras, estabeleceram status sociais e impulsionaram a inovação tecnológica. Nesta edição, mergulhamos nas técnicas históricas dos mestres da cor.
Na Antiguidade: A Alquimia das Cores Naturais
Na antiguidade, a obtenção de cores era um processo alquímico. Os egípcios, por exemplo, eram mestres na arte de criar azul egípcio a partir de misturas de areia, cobre e natrão, aquecidos a altas temperaturas. Vermelhos e amarelos eram frequentemente extraídos de minerais como o ocre, enquanto o preto poderia ser obtido a partir de carvão ou ossos calcinados.
Idade Média: O Valor Sagrado das Cores
No período medieval, a criação de
tintas era um ofício cercado de segredos e espiritualidade. O azul ultramarino, feito da pedra semipreciosa lápislazúli, era mais caro que o ouro e reservado para a Virgem Maria ou Cristo. A púrpura, obtida de moluscos, era tão custosa que se tornou sinônimo de realeza.
Renascimento: A Ciência Encontra a Arte
O Renascimento foi um período de intensa experimentação. Artistas como Leonardo da Vinci investigavam pessoalmente as propriedades das cores. O vermelho brilhante era frequentemente retirado do minério de chumbo, enquanto o verde vinha do cobre. Essa era também a época do desenvolvimento de aglutinantes a óleo, que permitiam uma aplicação mais suave e tons mais ricos.
Era Moderna: A Revolução Industrial e Além
A revolução industrial trouxe a síntese química de cores, liberando os artistas das limitações dos pigmentos
naturais. O século XIX viu a invenção do azul da Prússia, do verde esmeralda e do vermelho cádmio. No século XX, a paleta expandiu-se ainda mais com a introdução de acrílicos e outras tintas sintéticas.
Hoje: Sustentabilidade e Inovação
Atualmente, o foco mudou para a sustentabilidade e a toxicidade das cores. Com a inovação contínua, artistas agora têm acesso a uma gama quase ilimitada de cores sintéticas, embora muitos ainda prefiram os métodos tradicionais por sua autenticidade e qualidade.
A história das tintas e cores é um reflexo da evolução humana, marcada pela busca incessante pelo perfeito espectro visual. Cada cor traz consigo uma história, uma origem e uma aplicação que transcende o tempo, unindo artistas de todas as épocas na linguagem universal da arte.
