Jovem
NÚMERO 433 || 22 DE FEVEREIRO DE 2005
socıalista Director Miguel Lopes || Director Adjunto André Fonseca Ferreira; Patricia Palma || Equipa de Redação Bruno Noronha; João Gonçalves
ORGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA
AVITÓRIA DE PORTUGAL! Editorial
Portugal virou á esquerda... e deu a confiança ao PS! “Conseguimos! Conseguimos!” Foi assim que José Sócrates exprimiu o que lhe ia na alma depois do extraordinário resultado obtido pelo PS nas eleições legislativas do passado dia vinte. E não era para menos. A mobilização dos portugueses foi acentuada e o país entrou em estado de êxtase. Parecia uma segunda revolução de Abril…(digo eu que não vi a primeira!). Até pelo desafio que sente quem agora, com tamanhas responsabilidades, olha de frente o futuro. E o futuro é mesmo agora! Mas agora há que refrear a exuberância e lançar mãos ao trabalho. E esse exige muitas vezes tudo o mais do que a exaltação de uma campanha, do que a emoção da vitória. Agora, o PS tem de cumprir a esperança que os Portugueses esperam desta “Fevreirada”, que sempre será lembrada.
E há ainda que não esquecer o que nos dizem os resultados das eleições. Que Portugal virou à esquerda, mas que deu ao PS uma maioria absoluta. Tal significa que o PS deverá governar em consonância com princípios de esquerda, tentando compreender porque lhe não deram o voto muitos desses eleitores, mas que não poderá frustrar aqueles que nele depositaram a sua vontade e que rejeitaram o voto nos outros partidos de esquerda. Em suma, o PS terá de cumprir o seu programa eleitoral! Nem os Portugueses perdoariam se assim não fosse. E para essa jornada, também os Jovens Socialistas devem dizer “Presente!”. Tal como aconteceu ao longo da campanha eleitoral, onde o papel da JS tantas vezes foi reconhecido como fundamental, também agora devemos estar disponíveis uma vez mais. Neste momento em que o país espera de nós o nosso melhor, temos todos de ajudar, pelo nosso trabalho, pelo esforço e pela capacidade, a construir o Portugal desejado que criamos aos Portugueses. >> miguellopes@juventudesocialista.org
Miguel Lopes Director Jovem Socialisa
> LEGISLATIVAS 2005
Um futuro para P A DATA DE 20 DE FEVEREIRO DE 2005 MARCA UMA NOVA ERA NA HISTÓRIA DA DEMOCRACIA PORTUGUESA. O PARTIDO SOCIALISTA NÃO APENAS VENCE AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS, COMO ALCANÇA A MAIORIA ABSOLUTA (CERCA DE 45.05% DO TOTAL DE VOTOS), ELEGENDO 119 DEPUTADOS PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. NA REALIDADE, O PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA NÃO CONSEGUIU IR ALÉM DOS 28.69% DO TOTAL DE VOTOS. ara além da nossa vitória arrebatadora sobre o Partido Social Democrata e o seu parceiro de coligação, o dia de ontem consagra um outro acontecimento digno de assinalar: a diminuição do nível de abstenção. Um olhar atento aos de abstenção das eleições legislativas anteriores níveis (37.8% em 1995 e 37.2% em 2002) permite-nos verificar que nestas eleições a abstenção reduziu (34.98%). Pareceme um sinal claro de vontade de mudança. A maioria dos portugueses não optou por ficar alienado, à margem da grande decisão respeitante ao futuro do nosso país. Não! Os portugueses saíram à rua para explicitar de forma muito clara a sua vontade em mudar, em conceder um Por Patrícia Palma novo rumo para Portugal. Os resultados destas eleições legislativas não espelham apenas o cansaço e a inquietação em relação aos partidos de direita. Do mesmo modo, estes resultados também não pautam apenas a vitória da esquerda em Portugal. Marcam, fundamentalmente, a vitória esmagadora do Partido Socialista. Daí a maioria absoluta no partido socialista. O voto em massa no nosso partido expressa a intenção dos portugueses em proporcionar as condições que assegurem um governo socialista estável e forte para os próximos quatro anos. Os portugueses depositaram toda a confiança no nosso programa, nas nossas ideias, nas nossas políticas e, principalmente, nas nossas pessoas e na nossa capacidade para melhorar o nosso país. Várias perspectivas podem ser avançadas para explicar estes resultados. Friso apenas uma: o tipo de campanhas que foi desenvolvida pelos partidos, em especial a do Partido Socialista. Para além de denotar um cariz extremamente positivo, como já foi assinalado por diversas individualidades do nosso país, a campanha do Par-
P
%
VOTOS
MANDATOS
PS
45.05%
2573302
119
PPD/PSD
28.69%
1638940
72
CDU
7.57%
432130
14
CDS-PP
7.26%
414856
12
B.E.
6.38%
364296
8
PCTP/MRPP
0.84%
47744
0
PND
0.70%
39986
0
PH
0.30%
16866
0
PNR
0.16%
9365
0
POUS
0.10%
5572
0
PDA
0.03%
1604
0
2005
tido Socialista estava claramente orientada para o futuro. Da análise dos discursos proferidos pelos diversos membros do nosso partido ressaltam medidas concretas com vista ao aumento do emprego, à melhoria da educação, à COMPARATIVO MANDATOS TOTAL PAÍS
inversão da pobreza ou à implementação do choque tecnológico. Estamos perante discursos que procuram passar a visão de um futuro, melhor para Portugal, indicando estratégias concretas para o atingir. Esta tendência foi visível, inclusivamente, no discurso final do nosso agora Primeiro-Ministro, Eng. José Sócrates, no Largo do Rato. Do discurso emanaram expressões como “optimismo” ou “esperança”, que reflectem bem esta viragem que o Partido Socialista pretende para Portugal. E os portugueses querem esta mudança! Podemos afirmar que a votação em massa no Partido Socialista assinalou esta vontade dos portugueses em mudar para este futuro de Portugal, tão aclamado pelo nosso partido. É grande agora a nossa responsabilidade. Não podemos defraudar as expectativas e toda a esperança que os portugueses depositaram em nós. Por Portugal e pelos Portugueses o novo governo sairá vencedor nos próximos quatro anos! >> patriciapalma@juventudesocialista.org
Portugal!
DEPUTADOS DA JUVENTUDE SOCIALISTA ELEITOS DIRECTAMENTE: O espectacular resultado do PS nas eleições foi acompanhado de uma representação directa de representantes da JS no parlamento. Para além do Secretário-Geral Pedro Nuno, foram também directamente eleitos os camaradas João Portugal e Marisa Costa. Dado o esmagador resultado obtido pelo Partido Socialista em todo o país, a JS virá certamente a contar com a presença de mais deputados no parlamento. Todos juntos, nunca serão a mais para lutar pelas propostas da JS e pela implementação de medidas que dignifiquem e contribuam para a melhoria das condições de vida dos jovens portugueses. A todos congratulamos e desejamos votos de um excelente trabalho. Nós acreditamos em vocês! << Pedro Nuno Santos Secretário-Geral da Juventude Socialista Eleito pelo Círculo Eleitoral de Aveiro
>> João Portugal Presidente da Federação Distrital da Juventude Socialista de Coimbra Eleito pelo Círculo Eleitoral de Coimbra
<< Marisa Costa Membro da Comissão Nacional da Juventude Socialista Eleito pelo Círculo Eleitoral de Setúbal
> LEGISLATIVAS 2005
Uma vitória absoluta(mente) histórica do PS O DIA 20 DE FEVEREIRO DE 2005 IRÁ FICAR DURANTE MUITOS E LONGOS ANOS NA MEMÓRIA DOS SOCIALISTAS. SERÁ RECORDADO COMO O DIA EM QUE O PS ATINGIU PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA DA DEMOCRACIA PORTUGUESA UMA MAIORIA ABSOLUTA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. COM MÁRIO SOARES FICÁMO-NOS PELOS 36,1%, ELEGENDO 101 DEPUTADOS, COM ANTÓNIO GUTERRES PELOS 44,1%, ELEGENDO 115 E AGORA, SOB A LIDERANÇA DE JOSÉ SÓCRATES, ATINGIMOS OS 45%, CORRESPONDENDO A UM TOTAL DE 119 DEPUTADOS NUM UNIVERSO DE 230. ão obstante o claro e expresso voto de confiança que os Portugueses depositaram no Partido Socialista e no seu Secretário-Geral, o camarada José Sócrates, para constituir um Governo credível, consistente, coerente e com qualidade, importa reter algumas notas e consequências deste momento histórico: i) A esquerda Portuguesa assume proporções históricas na Assembleia da República, o que naturalmente terá as respectivas consequências no que respeita às políticas emanadas desta instância no futuro; ii) Considerando a proximidade das eleições autárquicas o PS deve proceder a uma série análise
N
destas eleições no sentido de assegurar a continuidade da “onda rosa” que cobriu Portugal (à excepção do distrito de Leiria onde o PSD/PPD elegeu mais 1 deputado que o PS); iii) A nova configuração política Portuguesa reacende de forma inequívoca a questão das eleições presidenciais. O PS e os restantes partidos de esquerda não podem deixar vingar a tese de que é melhor para Portugal um Presidente da República do quadrante da direita na óptica do equilíbrio de forças. O PS deve apresentar o seu candidato e demonstrar aos Portugueses o quão desejável é para o País a sua estabilidade política; iv) Todos os socialistas são agora chamados a con-
tribuir para o sucesso do projecto governativo com que o PS se apresentou às eleições e com base no qual elaborará o seu Programa de Governo. Não basta ganhar as eleições, há que justificar essa vitória, pelo que a coesão interna e o respeito pelas normas democráticas devem pautar a intervenção de todos os socialistas doravante; v) É indubitável o papel que a JS desempenhou nesta campanha eleitoral. Não fora a capacidade de liderança e a motivação impressa por alguns camaradas nas diversas caravanas e o PS não teria tido nem metade da projecção que conseguiu ter. Como tal a JS está de parabéns. Porém, também é chegada a altura de a JS imprimir o seu cunho no futuro de Portugal e mais concretamente no que respeita às políticas de Juventude. Está na altura da nossa estrutura realizar uma profunda introspecção de forma a avaliar os seus quadros e a intervenção que estes podem ter na definição e concretização das políticas que Portugal necessita. Terá, no entanto, que fazê-lo com a coragem necessária para renunciar à “moeda má” e optar pela “moeda boa”, incorrendo, caso contrário, na hipotecação precoce da oportunidade que os Portugueses deram ao PS e consequentemente também à JS. Não é esta a altura para pagar velhas dívidas e vingar antigos acordos. Portugal não merece isso, e o sentido de responsabilidade político de cada um deve falar mais alto que o mero interesse por um “tacho” para o qual muitas vezes não se está preparado; vi) O PS não se pode esquecer que independentemente da maioria absoluta alcançada vai governar PARA os Portugueses, pelo que será de todo o interesse governar também COM os Portugueses. É de saudar a intenção do camarada, e actualmente 1º ministro de Portugal, José Sócrates, de manter as Novas Fronteiras. Um Povo que vê reconhecida a sua legitimidade para intervir e moldar as políticas que ditam o seu dia-a-dia é um Povo estimulado a participar e é um Povo que acredita em quem o lidera e que reconhece essa mesma liderança. Esta é a hora de continuar a acreditar! >> Bruno Noronha >> brunonoronha@juventudesocialista.org