Realização Colégio Sesi, Quatro Barras Revisão por Eloah de Almeida Ilustrações por Josué Ferreira Supervisão de Conteúdo Magáli Fortunato Edição e Diagramação por JA Design.
Quatro Barras JA Design Edição e Diagramação
À nossa querida professora Magáli Fortunato e à coordenação pedagógica do Colégio SESI Quatro Barras. Este livro reflete a diversidade das riquezas linguísticas presentes na língua portuguesa.
Sumรกrio Agradecimentos
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Trovadorismo
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Humanismo
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Classicismo
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Barroco
33
Arcadismo
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Romantismo
49
Realismo
57
Simbolismo
65
Linha do Tempo
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Agradecimentos Finais
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Agradecimentos
À todos os integrantes da Oficina Guerra e Paz A do período da manhã (Antoni David Martins Wujeczko, Eduardo Oliveira, Eloah Cristina de Almeida, Estevão Ferraz da Silva, Everton Ferreira de Souza, Fernanda Irenos de Souza, Gabriela Collet dos Santos, Gabriela de Moraes Cicarello, Gustavo Battiston de Campos, João Emílio Tonin da Rocha, João Vitor Vieira, José Alfredo Gurgel, Josué Ferreira de Souza, Julia de Fátima Curupaná, Laura Maria Mendes, Leonardo José Saskoski Radun, Lorena dos Santos Araújo, Lucas Batista Rodrigues, Lucas Prysiaznyj Godoi, Mayara Botelho, Talita de Elizandra Fonseca, Thiago Henrique Levandoski, Tiago Luiz Raitz Felicio e Vinícius Salvio Batista) que participaram deste projeto. Ao Josué pelos desenhos. Ao João Aquino pela edição e toda colaboração. À professora Magáli Fortunato por seus incentivos. À Nilce Almeida pelos conselhos. À Alinne Ross pela revisão. À Deus.
Soli Deo Gloria!
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Trovadorismo 1189 - 1418
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Ilustração por Josué Ferreira 15
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Trovadorismo 1189 - 1418
ode-se dizer que o Trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. O marco inicial desta escola foi a Cantiga da Ribeirinha de Paio Soares de Taveirós. Os trovadores eram artistas que vieram da nobreza, faziam e cantavam suas poesias. O conjunto das poesias quando são colocadas em um livro era chamado de Cancioneiro e só existem três conhecidos: Cancioneiro da Biblioteca, Cancioneiro da Vaticana e Cancioneiro da Ajuda. As cantigas são divididas em modalidades: Latíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo).
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Cantigas de Maldizer: neste tipo de cantiga se faz crítica direta à pessoa. Eram usados até palavrões; Cantigas de Escárnio: as sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos; Cantigas de Amor: o poeta trovador destaca todas as belezas da mulher amada Cantigas de Amigo: o eu lírico não é mais um homem e sim uma mulher, onde o tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado. Principais Trovadores: Paio Soares de Taveirós, Dom Duarte e João Garcia de Guilhade, Dom Dinis, Aires Nunes e Meendinho.
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“No mundo non me sei pareiha, Mentre me for como me vai, Ca já moiro por vós – e ai! Mia senhor branca e vermelha, Queredes que vos retraia Quando vos eu vi em saia! Mau dia me levantei, Que vos enton non vi fea! E, mia senhor, dês aquel di’, ai! Me foi a mim mui mal, E vós, filha de don Paai Moniz, e bem vos semelha D’haver eu por vós guarvaia, Pois, eu, mia senhor, d’alfaia Nunca de vós houve nen hei Valia d’ua Correa.” “No mundo não conheço quem se compare A mim enquanto eu viver como vivo, Pois eu moro por vós – ai! Pálida senhora de face rosada, Quereis que eu vos retrate Quando eu vos vi sem manto! Infeliz o dia em que acordei, Que então eu vos vi linda! E, minha senhora, desde aquele dia, ai! As coisas ficaram mal para mim, E vós, filha de Dom Paio Moniz, tendes a impressão de Que eu possuo roupa luxuosa para vós, Pois, eu, minha senhora, de presente Nunca tive de vós nem terei O mimo de uma correia.” Paio Soares de Taveirós – Cantiga da Ribeirinha
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Humanismo 1418 - 1527
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Humanismo 1418 - 1527
Humanismo foi a segunda escola literária. Ocorreu no período de transição entre a Idade Média e o Renascentismo e foi nessa época que surgiu a burguesia. Antes Deus era o centro de tudo e depois o homem passou a ser o centro do universo, com isso, os escritores começaram a dar mais valor ás emoções humanas. A manifestação literária que mais representou características desse período foi o teatro; Gil Vicente foi o nome que mais se destacou. Na poesia continham temas amorosos, satíricos e religiosos. Nas crônicas, registravam os acontecimentos históricos. O cronista mais importante da época foi Fernão Lopes; ele atribuiu ao povo um papel importante em relação às mudanças ocorridas na história.
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Classicismo 1527 - 1580
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Ilustração por Josué Ferreira 29
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Classicismo 1527 - 1580
Classicismo é um movimento cultural que valoriza e resgata elementos artísticos da cultura clássica greco-romana. Foi também consequência do renascimento, importante movimento de renovação científica e cultural ocorrido na Europa. Nesse período, as grandes navegações ampliaram a visão de mundo europeu que entrou em contato com diferentes culturas. Suas características são: influência do pensamento humanista, críticas às explicações e a visão de mundo pautada pela religião, racionalismo, valorização das explicações baseadas na ciência, busca do equilíbrio, rigor, pureza formal e universalismo. Os escritores classicistas retomam a ideia de que a arte deve ser fundamentada na razão e no controle da expressão dos sentimentos, mostrando a visão geral da realidade. Os versos deixam de ser escritos em redondilhas, de cinco a sete sílabas, esta que passa a ser chamada de “Medida Velha”. Tornam-se então decassílabos, dez sílabas poéticas, sendo chamada então de “Medida Nova”. Introduz-se o soneto, quatorze versos decassílabos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. Em Portugal, o Classicismo tem seu marco em 1527, quando o escritor Sá de Miranda volta de sua viagem á Itália, lugar de onde trouxe ideias para a renovação literária e novas formas de composição poética, como o soneto. O período se encerra com a dominação de Portugal pela Espanha e também pela morte de Luís Vaz de Camões.
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Principais Classicistas
Luís de Camões (maior autor do período) com a obra “Os Lusíadas” - nela, ele contava os mais recentes feitos marítimos de Portugal João de Barros com sua obra “Décadas” e Fernão Mendes com sua obra “Peregrinação”.
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Barroco 1601 - 1768
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Ilustração por Josué Ferreira
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Barroco 1601 - 1768
Barroco teve seu desenvolvimento na crise renascentista, esta se deu principalmente por divergências religiosas e dificuldades econômicas devido à queda do comércio no oriente. Iniciou na Itália em meados do século XVII e chegou ao Brasil em 1601, através da colonização, sendo o marco inicial a obra Prosopopéia, de Bento Teixeira. Neste ano Salvador era a capital do país. Costuma-se afirmar que no Brasil existem duas vertentes barrocas, uma criada na Bahia, Barroco do açúcar (sua principal característica é a literatura), e em Pernambuco, Barroco do ouro (originou-se em Minas Gerais e teve como sua principal característica as artes plásticas e a arquitetura), no século XVIII. A justificativa para a arte ser chamada de barroca era a grande quantidade de detalhes e formatos, explorando novos efeitos e perspectivas e aparências irreais. Para o barroco não existia meio termo, ou se vivia uma vida de prazeres, ou se acalmava e conquistava a eternidade. O homem barroco faz muita referência a sua consciência sobre a eternidade humana, que é expressa em muitos poemas. O tempo, sua velocidade e avassaladora forma é o que tudo destrói. A contradição entre gozar dos prazeres da vida antes que o tempo a destrua, ou se alcançar a eternidade, está muito presente neste movimento. Entre muitos homens que se destacam no barroco brasileiro, os mais conhecidos foram Gregório Matos (1625-1695) e Antônio
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Francisco de Lisboa (1730-1814). As antíteses, os paradoxos, as inversões e incertezas humanas são características do movimento barroco. Sua linguagem poética pode ser rebuscada, extravagante, usando várias figuras de estilo, jogos de palavras, metáfora e hipérbole, que pode ser definido como cultismo.
“Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, A quem infiéis despedaçaram. O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga que é parte, sendo o todo.”
(Gregório de Matos)
Outra ideia que se desenvolve nos poemas barrocos é o conceptismo, onde o escritor ‘’seduz’’ o leitor com seus jogos de palavras intelectuais despertando o interesse do mesmo a ir atrás dos amplos significados. “Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos.”
(Pe. Antônio Vieira)
O fim da influência barroca se deu no século XVIII. O barroco não era só uma arte e sim uma filosofia, onde os que viveram na época entraram em uma grande depressão por já não poderem mais recorrer a Deus, causando grande dualidade tanto na arquitetura; relevo, na musica; antíteses, pintura; luz e sombra e na literatura com paradoxos e efeitos existentes até os dias de hoje.
¹mister: necessidade de, precisão. 40
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Arcadismo 1768 - 1830
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Ilustração por Josué Ferreira
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Arcadismo 1768 - 1830
Arcadismo, também conhecido como Neoclassicismo, surgiu no continente europeu no século XVIII. Derivado do espírito iluminista tem como objetivo a recuperação dos gêneros, formas e técnicas clássicas. Arcadismo período é um literário inspirado em uma lendária região da Grécia Antiga, a Arcádia, que segundo as lendas era dominada pelo deus Pan e habitada por pastores, que viviam de modo simples e espontâneo, se divertindo com musicas e disputas poéticas celebrando o amor e o prazer. A influência neoclássica penetrou em todos os setores da vida artística europeia, no século XVIII. Os artistas desse período compreendiam que o Barroco havia ultrapassado os limites do que se considerava arte de qualidade e procuravam recuperar e imitar os padrões artísticos do Renascimento, tomados então como modelo. O Arcadismo no Brasil iniciou no ano de 1768, com a publicação do livro Obras de Cláudio Manuel da Costa. A independência das treze colônias norte-americanas desencadeia na Inconfidência Mineira, em 1789 e é no interior dela que nasce o arcadismo brasileiro.
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Principais características: • Simplicidade, clareza e equilíbrio • Valorização da vida no campo • Crítica à vida nos centros urbanos 47
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• Uso de apelidos • Objetividade • Idealização da mulher amada. • Abordagem de temas épicos • Linguagem simples • Pastoralismo • Fingimento poético Principais arcadistas:
José Inácio de Alvarenga Peixoto (1743-1792) autor de “Obras Poéticas”, coletânea de poesias. Frei José de Santa Rita Durão (1722-1784) autor do poema Épico “Caramuru”, que exalta o descobrimento e a conquista da Bahia por Diogo Correia. Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814) autor do poema Heroico-Cômico “O Deserto das Letras”, que fala sobre as reformas universitárias pombalinas. José Basílio da Gama (1741-1795) autor do poema Épico “O Uruguai”, que narra a luta dos índios de Sete Povos da Missão no Uruguai. Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) autor do poema Épico “Vila Rica” (1837), que narra à história de Vila Rica, atual Ouro Preto. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) autor dos poemas Satíricos “Cartas Chilenas”, que satiriza a arbitrariedade do Governo de Minas Gerais na época da inconfidência. Também escreveu a Poesia Lírico-Amorosa “Marília de Dirceu”.
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Romantismo 1836 - 1881
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Romantismo 1836 - 1881
romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX. O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro lugar e através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América. As características principais deste período são: valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa. No Brasil, inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do país. As obras brasileiras valorizavam o amor sofrido, a religiosidade cristã, a importância de nossa natureza, a formação histórica do nosso pais e o cotidiano popular.As obras dos pintores brasileiros buscavam valorizar o nacionalismo, retratando fatos históricos importantes. Desta forma, os artistas contribuíam para a formação de uma identidade nacional. As obras principais deste período são: A Batalha do Avaí de Pedro Américo e A Batalha de Guararapes de
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Victor Meirelles. A emoção, o amor e a liberdade de viver são os valores retratados nas músicas desta fase. O nacionalismo, nosso folclore e assuntos populares servem de inspiração para os músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra musical de maior importância desta época. No ano de 1836 é publicado no Brasil Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães. Esse é considerado o ponto de largada deste período na literatura de nosso país. Essa fase literária foi composta de três gerações: 1ª Geração Conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como o “Bom selvagem”, portanto o símbolo cultural do Brasil. Destacam-se nesta fase os seguintes escritores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza. 2ª Geração Conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultrarromântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire. 3ª Geração Conhecida como geração condoreira, poesia social ou hugoana. Textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio Negreiro. Assim como na música e na literatura os temas do cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a religiosidade também aparecem na dramaturgia brasileira desta época. Em 1838, é encenada a primeira tragédia de 56
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Gonçalves de Magalhães: Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também podemos destacar a peça O Noviço de Martins Pena.
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Realismo 1881 - 1922
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Realismo 1881 - 1922
Realismo foi um movimento artístico e cultural que se desenvolveu na segunda metade do século XIX. A literatura surge na França com a publicação de Madame Bovary de Gustavo em 1857, o qual foi processado por imoralidade. A sociedade não tinha total conhecimento da realidade, as coisas eram sempre para favorecer quem estava no poder. O Realismo foi então uma nova perspectiva, ou seja, a verdade nunca antes revelada. O Realismo surgiu em meio ao fracasso da Revolução Francesa e de seus ideias de liberdade e igualdade. O capitalismo já estava em crise e os anos de 1845 e 1846 são de péssimas colheitas. Isto elevou drasticamente os custos de vida e também à miséria de muitas famílias camponesas. Com menos pessoas comprando produtos manufaturados, a crise atingiu a indústria e a massa popular estava propensa aos apelos revolucionários. Os artistas tomaram as dores do povo e então iniciou o movimento cultural do Realismo, o qual analisa a realidade através das observações e das constatações racionais que norteiam temas do Positivismo. A principal característica deste movimento foi à abordagem de temas sociais e um tratamento objetivo da realidade do ser humano. Os escritores desejavam retratar a face nunca antes revelada, a do cotidiano massacrante, da falsidade, do egoísmo humano e da impotência do homem comum diante dos poderosos. Características que refletem o momento em que surgem. As condições
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políticas, econômicas e sociais as quais influenciam os comportamentos individuais que determinam a organização social, são os conceitos tratados no Realismo, como por exemplo: miséria, pobreza, exploração, corrupção entre outros. O "eu" literário não será mais fruto da emotividade, como no Romantismo, mas de uma reflexão realística consciente dos limites que a sociedade impõe ao homem e das angústias e insatisfações daí decorrentes. Ressaltando que a mulher é mostrada com defeitos e não idealizada. O realismo manifestou-se principalmente na pintura, onde as obras retratavam cenas do cotidiano das camadas mais pobres da sociedade. O sentimento de tristeza se expressa claramente através das cores fortes. Um dos principais pintores realistas foi o francês Gustave Coubert. Na literatura brasileira o realismo manifestou-se principalmente na prosa. Os romances realistas tornaram-se instrumentos de crítica ao comportamento burguês. Muitos escritores românticos começaram a entrar para a literatura realista. Os especialistas em literatura dizem que o marco inicial do movimento no Brasil é a publicação do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis em 1881. No livro, Brás Cubas é um homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos podem fazer dele. No teatro as peças dão destaque para os principais problemas sociais. Os personagens românticos dão espaço para trabalhadores e pessoas simples. Machado de Assis escreve Quase Ministro e José de Alencar destaca-se com O Demônio Familiar. Principais Obras Realistas: O Ateneu, de Raul Pompeia: o discurso narrativo que compõe o
mundo do pequeno Sérgio, levado pelo pai para um colégio interno (Ateneu), instaura, na verdade, um microcosmo que acentua e intensifica a realidade existente fora do colégio. É o primeiro romance a retratar, no Brasil, a adolescência. O autor mescla refinada psicologia e crítica aos valores da sociedade. Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha: com traços naturalistas, o ro-
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mance critica o castigo corporal, comum na Marinha da época, e faz um estudo do homossexualismo. É uma construção sóbria e precisa.
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Simbolismo 1881 - 1922
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Simbolismo 1881 - 1922
poesia universal é toda ela na essência simbólica. Os símbolos povoam a literatura desde sempre. Todavia, ao longo da década de 1890, desenvolveu-se na França um movimento estético a princípio apelidado ‘’decadentismo’’ e depois ‘’Simbolismo’’. Por muitos aspectos ligados ao Romantismo, o Simbolismo gerou-se como uma reação contra a fórmula estética parnasiana¹, que dominara a cena literária durante a década de 1870, ao lado do Realismo e do Naturalismo, defendendo o impessoal, o objeto, o gosto do detalhe e da precisa representação da natureza. As duas últimas décadas do século XIX, na Europa, mostram uma sociedade apoiada principalmente em duas classes sociais: Os capitalistas, que viviam de lucros, e uma classe média em crise. O materialismo, que havia prometido a felicidade para todos, vai ser questionado. Desse questionamento emergem valores esquecidos, que voltam a era cultivados, numa espécie de reação: a metafísica, que a ciência expulsara da filosofia, o misticismo, o sonho, a fé, a religiosidade, a valorização do que se passava no subconsciente e no inconsciente.
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Caracterísitcas:
• Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos. • Caráter individualista; Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo; • Estética; marcada pela musicalidade (a poesia aproxi71
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ma-se da música); Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão. Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos). • Simbolismo Brasileiro; inicia-se em 1893, com a publicação de dois livros: Missal (coletânea de poemas em prosa) e Broqueis (poemas), de Cruz e Souza (únicos publicados em sua vida) que marcam o início deste estilo no Brasil. A fusão de poesia e prosa é uma característica do modernismo antecipada pelos simbolistas. Cruz e Souza foi o mais importante autor desta época, e os pequenos grupos de simbolistas agregou-se em torno dele, mas após sua morte, em 1898, provocou a dissolução do grupo. Se na literatura europeia o simbolismo teve grande aceitação, o mesmo não ocorreu no Brasil, pois esse estilo mal se fez notar pelo público, acostumado a ler poesia parnasiana. O parnasianismo vinha ao encontro de uma vasta camada de leitores e os simbolistas não tiveram sequer a chance de se manifestar de forma consciente pelos jornais e revistas, veículo sempre disponível para os parnasianos. Só muito mais tarde os simbolistas passaram por um processo de reavaliação crítica, e hoje sua poesia é considerada fundamental para o surgimento de nosso morfinismo.
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Arcadismo 1768 - 1830
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Realismo 1881 - 1922
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Romantismo 1836 - 1881 Simbolismo 1893 - 1922
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"Este compêndio é a demonstração física de que quando há um trabalho direcionado e com objetivos claros há resultados. Confesso estar muito feliz pela conscientização de cada aluno que participou deste projeto e com entusiasmo o realizou. Parabéns a cada um e meus sinceros votos de muito sucesso nas carreiras que seguirem.”
Professora Magáli Fortunato /2014.
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Escolas Literárias foi escrito por e para alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio; a todos aqueles que acreditam no potencial desta geração que é o futuro do Brasil.
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