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Amanda Costa Raphael Cruz Thiago Rodrigues

Ant olo gia Poesia


Antologia Organização Oi Kabum! BH (Flávia Péret/ Renato Negrão) Oi Kabum! Rio de Janeiro (Lorenzo Aldé/ Soraia Melo) Oi Kabum! Salvador (Lucia Manisco) Diagramação: Gráfica Oi Kabum!BH Produção gráfica: João Victor/ Thaís Geckseni/ Wederson Victor Supervisão Editorial: Flávia Péret/ Renato Negrão/ Warley Bombi Revisão: Maria Clara Xavier

Esta antologia apresenta trabalhos selecionados na segunda edição do projeto Escreve Que Quero Ler, edital de fomento à produção literária juvenil, idealizado e desenvolvido pela gráfica-laboratório da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia de Belo Horizonte, em parceria com as unidades da Oi Kabum! de Rio de Janeiro, Recife e Salvador.


A Oi Kabum! BH é uma escola de Arte e Tecnologia voltada para jovens de 16 a 24 anos da periferia urbana de quatro capitais brasileiras: Belo Horizonte, Salvador, Recife e Rio de Janeiro. A escola oferece cursos técnicos gratuitos nas áreas de Multimídia, Artes Visuais e Produção de Áudio e Vídeo, todos eles com 18 meses de duração. O objetivo é permitir que os jovens se apropriem das tecnologias de modo a desenvolver sua capacidade de intervenção criativa nos campos da comunicação, da arte e da cultura. Nesta perspectiva, pensando uma formação múltipla, trabalhamos a linguagem verbal e escrita de forma continuada em nossos processos formativos. O edital Escreve que Quero Ler é uma iniciativa da Gráfica

Oi Kabum! Belo Horizonte que tem como objetivo fomentar a produção literária juvenil a partir da publicação de textos de estudantes e egressos do programa Oi Kabum!. Nesta segunda edição, o edital promoveu a integração entre as quatro escolas e, no futuro, pretende ampliar sua abrangência para toda cidade (BH). Esta antologia é a prova material da crença da Oi Kabum! nas atividades ligadas a literatura, a escrita criativa e a interface das relações entre palavra e imagem, produzidas ao longo do nosso percurso, desde a transversal Oficina da Palavra e mais recentemente na disciplina Poéticas da Narrativa. Gráfica Oi Kabum! Belo Horizonte. 2015


Uma crise na escrita ou “literatura e suor têm tudo a ver” Laura Cohen Rabelo

São 7:59 da manhã de uma terça-feira e eu estou toda suada porque acabei de correr cinco quilômetros antes de me sentar para trabalhar. Devia ter enviado esse texto para a Oi Kabum! ontem, para sair em uma antologia que ajudei a preparar (ou ajudei os escritores a prepararem), então, escorrendo suor no limite do prazo e pensando em como começar a escrever, me lembro de um acontecimento do ano passado. Eu tinha ido ao lançamento do livro de um amigo, Carlos de Brito e Mello, mas mais conhecido como Trovão. Era um sábado de manhã e eu estava toda suada porque tinha acabado de sair da academia – e quando fui cumprimentá-lo, avisei que estava inabraçável. Ele me abraçou da mesma forma e assinou o meu livro. Alguns meses depois, quem estava lançando livro era eu, num bar lotado em uma quinta-feira de noite. O Trovão chegou todo suado (acho que também tinha acabado de malhar) com o livro para ser assinado e disse: “vim retribuir o suor” e ainda completou: “acho que literatura e suor têm tudo a ver”. 1Indico

Não que eu seja partidária da ideia tão gasta do “escrever é 1% inspiração e 99% transpiração”, nem naquele dito extremamente desrespeitoso: “a musa está morta”. Acho que há algo além. Acredito mais em uma relação tríplice que o professor Jacyntho Lins Brandão coloca em seu livro Antiga Musa1: o contexto de surgimento de um texto depende de três instâncias – a musa, o poeta e o público. Isso é uma ideia que vem da antiguidade, dos poemas gregos mais antigos que conhecemos. Penso que hoje a musa está além de uma das nove deusas invocáveis que sussurram ao nosso ouvido – a musa pode ser composta de ideias que descem ao papel como se tivéssemos sido possuídos por algum ente externo, mas a musa também pode ser todas as influências que carregamos, uma cena vista, uma música, palavras que combinam, um acontecimento real, um caso que alguém nos contou cuja escrita é irresistível. O autor, nós já sabemos – o ser que sua para colocar no papel um discurso maluco de forma adequada. E o público? O

fortemente a leitura: BRANDÃO, Jacyntho Lins. Antiga Musa: uma arqueologia da ficção. Belo Horizonte: Relicário, 2015.


tão esquecido público vai do invisível editor que te ajuda a preparar o texto, ao seu amigo que te sugere soluções, a sua mãe que chora ao te ver escrevendo uma coisa tão linda, o cricrítico do jornal, a uma pessoa que diz que se identificou muito com sua história e seus personagens. É nessa relação entre o poeta, as minhas musas e aqueles que recebem o meu texto que habita a crise. A palavra crise vem do grego krísis, e pode significar de fazer uma seleção, uma escolha, encontrar uma solução, enfrentar uma luta, o poder de discernimento, até um processo jurídico. Na origem, a palavra crise não tem esse significado apocalíptico que os jornais gritam hoje – por isso gosto de voltar ao nascimento de algumas palavras, porque as palavras sempre têm alguma coisa a nos ensinar. Preparando coletivamente alguns textos dessa antologia com alguns/algumas escritores/escritoras do Rio de Janeiro, de Salvador e de Belo Horizonte tentei fazer com que eles entendessem esse aspecto da crise: essa relação tão desequilibrada que tenho com a minha musa, que fala de uma maneira aleatória, às vezes precisa ser mediada pela figura do editor. Os textos chegaram aqui um tanto grosseiros, às vezes vindos diretamente da musa e sem uma leitura. Às vezes

vinham de forma genial, mas mais comumente o núcleo genial estava carregado de lugares comuns, gralhas, rimas involuntárias, cacoetes, soluços, tropeços, correções descabidas do word, poemas lotados de letras maiúsculas desnecessárias e irrefletidas. Alguns não haviam lido o texto em voz alta – haviam escrito, postado em um blog, no máximo mostrado a um professor-editor – e à medida que iam sofrendo a crítica (lembrando que crítica é uma palavra também derivada da crise!), o escritor conseguia decidir o seu desejo na escrita. Além de desejo, certamente existe uma necessidade tão fisiológica quanto o suor do corpo – uma das primeiras perguntas que fiz a esses escritores e escritoras, tão aptos a ouvir o cantar da musa, foi se eles sentiam necessidade de escrever. Quase todos levantaram a mão. No começo, timidamente, depois levantando a bandeira da escrita. E a edição foi acontecendo de forma coletiva – aos poucos, eu, contratada para preparar aqueles textos para publicação, fui me retirando e deixando que os escritores conversassem entre si e tomassem a autonomia da decisão da crise, cortando e colando o texto até que ele ficasse de dar frio na barriga. O que estou querendo dizer é isso: não basta o suor. A gente tem é que suar junto.

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Thiago Rodrigues

Raphael Cruz

Amanda Costa

Su mรก rio 07 12 15


Amanda Costa

PO ES IA

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A madrugada morreu Amanda Costa

A madrugada morreu quando de súbito não encontrei seu olhar no meu. Quando por um segundo o luar imundo se rompeu. E com a visão de um autorretrato aquela pintura já não era eu. A madrugada morreu Quando o quarto foi liberdade e a rua foi prisão Quando o adeus foi com vontade e o amor não veio do coração Quando eu te calo com um sexo hostil e no seu corpo debruço te enfeitiçando até o fim A madrugada morreu nos sorrisos batomizados de quem se corrompeu. Nos gestos padronizados da beleza que se perdeu No momento que aquela em seus braços já não era eu.

8 ANTOLOGIa oi kabum!


telerapia

Encorajada pelo medo E sentada num divã Eu desvendo meus segredos e penso na hipocrisia de quando estava salva e sã Com seus olhos eu me vejo de maneira delinquente Com meus olhos não enxergo o meu lado consciente Eu aprendo com as folhas que dependem só do vento Pra voar livre sem rumo divulgando meus momentos Das árvores que regem a sombra e a rotina que desvenda o dia Da natureza que o homem desonra Nada mais é analogia

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A vida sexual da sereia

Os gemidos da bela mulher do mar não são gritos de gozo de quem tem volúpia a se libertar. A cauda áspera e animalesca confunde-se com o brilho das algas. Exclui qualquer tipo de genitália fresca e aniquila o prazer clitoresco da alma. A musicalidade e as curvas que surtam a todos os pescadores presentes entrelaçam uma história inventada de toda uma sedução aparente. A bela moça anfitriã das águas a uma maldição está fadada. A que desfrute serve sua promiscuidade? A dona dessa beleza terá em pendência sua sexualidade. Sedutora, calculista e malvada, apenas se vinga por não ter seu corpo para o prazer pessoal, por vias transviadas. E todos aqueles homens servis, afinal, não servem para nada! 10 ANTOLOGIa oi kabum!


reinado dos sentidos

Onde chega escuridão Onde o frio é a razão Onde o vinho te toca os lábios E de silêncio morre envenenado Por obséquio aqui me entrego E me condeno ao teu olhar Morrerei tão cedo Te esperando me salvar Estou farta de palavras Minha fúria me enche De problemas sem fim Se agora estou contigo Quem estará contra mim?

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Raphael Cruz

PO ES IA 12 ANTOLOGIa oi kabum!


Felicidade Tetânica Raphael Cruz

Duas luas cheias brilhando você vai assistir quando eu retornar antes de morrer, uma por saudade e outra por paixão lacrimejando brilhos ao luar viu? não falei que ia voltar? por você, por favor não possua alguéns de alguéns são só reféns numa felicidade tetânica mata quando enferruja pisa machuca o pisado fura mais tarde é fúria, fuja!

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Nós

Outras pessoas precisam de nós, nós de outras pessoas precisamos também, de mãos roçando dos pés ao além, de palavras frouxas junto ao pescoço. Vontade sendo o impulso, reféns no passado ganham o mundo. Me divido por amor mesmo que em minutos apareça e for seu coração tem que ser mútuo para que sem dor seja tratado com louvor. De te ter que eu tenho medo o poder é só do querer na primeira desolação iludi com loucura porque eu sou meu e você é só sua tens o poder de querer seduza a si reconheça sem pestanejo a ira de um carinho aliado de um desejo.

14 ANTOLOGIa oi kabum!


Thiago Rodrigues

PO ES IA

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Cidade Cinza Thiago Rodrigues

É cinza a cidade Seus carros e a fumaça Dos carros e dos fumantes É cinza a cor do asfalto E das paredes sujas Das fardas e da camisa do homem A tarde é cinza na cidade As nuvens de chuva e a preguiça A capa do livro e o jogo de palavras perdido O horizonte de montanhas é cinza E todas as cores se empalidecem E até a canção é cinza Serão meus olhos (e ouvidos) cinzas Que deixam tudo assim? Como é a cidade através dos seus olhos castanhos? A tempestade que chega tem a cor dos meus olhos cinzas E mesmo a água transparente Quando cai se torna cinza Formando cinzentas poças Que molham o asfalto, a bota e as rodas cinzas O prédio é cinza Vidro e concreto e o branco encardido Um caminhão passou na rua Seu ronco é cinza E por um breve instante O vento se tornou cinza também.

16 ANTOLOGIa oi kabum!


Estrelas Artificiais

Estrelas artificiais Postes de supernovas E constelações cercadas de paredes As luzes do cotidiano Sala de estar, cozinha, banheiro Vias lácteas de vidro e fios Por trás de centenas de janelas De qual delas você olha pra mim?

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Estrelas Artificiais II

Eu vejo estrelas artificiais Ao meu redor E à distância Centenas delas Faiscantes, amarelas Cerro os olhos e as vejo Como constelações Do alto onde estou Contemplo o céu no chão De fios e conexões Rastros de partículas Que fazem de faróis, cometas Será que há vida além? Por que ainda não responderam ao meu sinal?

18 ANTOLOGIa oi kabum!


À Beira...

À beira do abismo alguém me disse: – Vai pular? Pensei em um milhão de razões plausíveis para fazê-lo Rostos que não precisaria mais ver Problemas que não seriam mais meus Dias longos que não precisaria viver Sorrisos que não eu teria mais que dar Enfim, discorri mentalmente as razões pelas quais De livre e espontânea vontade Eu deixaria o vento correr sobre meu corpo em queda livre Mas longo pensei na sujeira que causaria E no trabalho para recolher o que sobraria... Não, nunca quis dar trabalho, não faria isso depois do fim Além disso, havia muitas coisas que ainda tinha que fazer Ter um filho, plantar uma árvore, escrever um livro Inventar uma receita de bolo inédita Compor um samba com poucas notas Escalar uma montanha e não me atirar dela... Por que alguém pensaria que estava prestes e me matar? Meus olhos não estava tristes, mas sim melancólicos ao sol E mesmo meu trabalho me enlouquecendo Voariam papéis aos ares e não a mim mesmo – Sou covarde demais para isso!, respondi – Não precisa de coragem para morrer. Quem exige coragem é a vida! Fiquei em silêncio e, no silêncio, tudo fez mais sentido.

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Utopia

O pesadelo do fogo é a água O sonho da água é o mar O pesadelo do mar é o barco O sonho do barco é o vento O pesadelo do vento é a calma O sonho da calma é a paz O pesadelo da paz é a guerra O sonho da guerra é o fim O pesadelo do fim é o recomeço O sonho do recomeço é o novo O pesadelo do novo é o tempo O sonho do tempo é a eternidade O pesadelo da eternidade é o tédio O sonho do tédio é o sono O pesadelo do sono é o despertar O sonho do despertar é o dia O pesadelo do dia é a noite O sonho da noite são as estrelas O pesadelo das estrelas é a claridade O sonho da claridade é o sol O pesadelo do sol são as nuvens O sonho das nuvens é o céu O pesadelo do céu é a terra O sonho da terra são as árvores O pesadelo das árvores é o fogo O sonho do fogo é o papel

20 ANTOLOGIa oi kabum!


O pesadelo do papel é o vazio O sonho do vazio é ser cheio O pesadelo do cheio é a explosão O sonho da explosão é o rastro O pesadelo do rastro é o fim O sonho do fim é um pesadelo O pesadelo do pesadelo é um sonho O sonho do sonho é ser real O pesadelo da realidade é o espelho O sonho do espelho é a verdade O pesadelo da verdade é a mentira O sonho da mentira é a ela mesma O pesadelo do ego é a humanidade O sonho da humanidade é uma busca O pesadelo da busca é nunca encontrar

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Tudo Que Eu Sei Sobre o Mar

As ondas fortes que batem nas pernas As águas deliciosas para as mãos Mas frias demais para as costas O azul-esverdeado e um tom indefinido Os azuis e cinzas se fundindo no horizonte Ilhas, estrelas e cavalos Peixes, tubarões, recifes de coral Correntes, triângulos, sereias Atlântida, Tritão, fossa abissal Navios, icebergs, submarinos Piratas, Titanic, Poseidon Bob Esponja, Ariel, Aquaman Os Portos Cinzentos e o último barco Um bom lugar para estar com amigos Marés, pedra e areia Pegadas e nomes escritos Castelos que a espuma levou Mensagens em garrafas E tesouros naufragados Histórias de pescador Atlânticos amores, pacíficos crepúsculos

22 ANTOLOGIa oi kabum!


Uma calma de verão... Tsunamis... Um cais onde a estrada chega ao fim E o fim de tarde é lilás O vaivém de jangadas Trazendo o que precisamos de lá Muitas rotas sem avisar Um caminho entre as águas Um barquinho a deslizar Um caminho sobre as águas Entre outras coisas, Tudo que eu sei sobre o mar

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É Tudo Sobre Nuvens

É tudo sobre nuvens Eu, você, a humanidade Como as coisas passam e mudam De repente aqui E o instante seguinte é o que diz o vento É tudo sobre efemeridades A vida e a missão De transformar em eternidade As nossas paisagens provisórias Os instantes que não param Que nascem para morrer É tudo sobre tentativas Nadar e não morrer na praia Desenhando linhas de chegada Em cada horizonte Esperando chegar até ele Mas, ele é onde?

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É tudo sobre nuvens Sim, é tudo sobre elas Como as maiores engolem as menores E como elas mesmas se dissipam É tudo sobre observar Esperar encontrar na vida o que só nós enxergamos Um coração, um cavalo ao vento, uma árvore Um outro sentimento onde não há Ah, sim, eu, você, nossas poesias Tudo existe no eterno fugaz E na precedência da ventania É tudo sobre nuvens Sim senhor, nuvens...

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Palavra Falha

A palavra falha Porque há sentimentos que não tem nome Há desejos inqualificáveis E vontades fora do vocabulário A palavra falha Porque a gargalhada existe Porque o choro existe Porque o rosto existe A palavra falha Porque um olhar diz O que um livro inteiro não diria E um fechar de olhos É poesia além de versos A palavra falha Porque acordes nos tocam antes das letras Porque o preto é dor O branco é paz e o verde é esperança Sem uma linha A palavra falha Inclusive aqui Ao tentar dizer algo que não sei Inventaria uma palavra que dissesse Mas a palavra é falha E o que eu diria seria Bem menos que o meu olhar.

26 ANTOLOGIa oi kabum!


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Este livro foi impresso na gráfica da Oi Kabum! BH Escola de Arte e Tecnologia. Belo Horizonte, 2016. A Oi Kabum! é um programa do Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi, executado em Belo Horizonte pela Associação Imagem Comunitária. É também um dos núcleos do PlugMinas - Centro de Formação e Experimentação Digital do Governo de Minas. graficaoikabumbh@gmail.com graficaoikabum.concatena.org


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