Centro de Acolhimento e Apoio à População de Rua

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CENTRODE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO D E RUA


CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO APRESENTADO AO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS, PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ARQUITETO E URBANISTA. GRADUANDO: KAIO AUGUSTO DOMICIANO DE PAULA 608978 ORIENTADOR: PROF. JOSE EDEL DAMASCENO JUNIOR

SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP NOVEMBRO / 2018


agradecimentos Primeiramente agradeço à Deus, por me dar a oportunidade de vivenciar e superar tudo que passei nessa trajetória universitária, e também ao longo de toda minha vida. Mesmo diante das dificuldades Ele me manteve de pé e me deu forças para enfrentar cada uma delas. Aos meus pais, Celia Maria Domiciano de Paula e Waldemar Luciano de Paula, que sempre me incentivaram e me ensinaram a nunca desistir dos meus sonhos. Aos professores que ao longo desses 5 anos estiveram presentes se esforçando para passar todo conhecimento possível para me tornar um profissional de sucesso. Ao meu orientador José Edel Damaceno Jr, pelo apoio e esforço dedicado à elaboração deste trabalho. Aos meus companheiros de faculdade e amigos pessoais, que também fizeram parte desta conquista. A todos que de alguma forma colaboraram para minha formação, o meu muito obrigado.

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RESUMO Esta pesquisa se refere à População em situação de Rua em Andradas/MG, e tem como objetivo, analisar e esmiuçar, não somente os diversos perfis dessa população, mas também o cenário nacional como um todo, buscando uma maior familiaridade e conhecimento sobre o tema, a fim de possibilitar a elaboração de um projeto arquitetônico para um Centro de Acolhimento e Apoio à População de Rua. Apresenta análises dos principais motivos para o crescimento repentino dos moradores de rua no Brasil, e também a respeito dos dados do último senso realizado com esta mesma população possibilitando uma análise mais precisa sobre o tema. Complementado por estudos de caso, que auxiliaram na elaboração de um programa de necessidades mais eficiente que atendesse de forma eficaz as necessidades dos usuários. PALAVRAS-CHAVES: MORADOR DE RUA, RECUPERAÇÃO, ACOLHIMENTO.

FIGURA 02 : MORADORa DE RUA sentada. FONTE: PEXELS

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abstract This research refers to the homeless people in Andradas, MG, and aims to analyze and analyze not only the different profiles of this population, but also the national scenario as a whole, seeking a greater familiarity and knowledge about the subject , in order to enable the elaboration of an architectural project for a Center for Reception and Support to homeless people. It presents analyzes of the main reasons for the sudden growth of the homeless in Brazil, as well as of the data of the last sense realized with this same population allowing a more precise analysis on the subject. Complemented by case studies, which helped in the elaboration of a more efficient needs program that effectively met the users’ needs.

KEYWORDS: HOMELESS, RECOVERY, SHELTER.

FIGURA 02 : MORADORa DE RUA sentada. FONTE: PEXELS

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 : MORADOR DE RUA CAMINHANDO. FONTE: PEXELS........................................................................................................................................................ 1 FIGURA 02 : MORADORA DE RUA SENTADA. FONTE: PEXELS...............................................................................................................................................................4 FIGURA 03 : ROSTO DE UM MORADOR DE RUA. FONTE: PEXELS......................................................................................................................................................13 FIGURA 04 : FOTO DE UMA INDÚSTRIA. FONTE: PEXELS......................................................................................................................................................................14 FIGURA 05 : GRÁFICO - POPULAÇÃO URBANA E RURAL. FONTE: IBGE.........................................................................................................................................14 FIGURA 06 : INDÚSTRIA EM FUNCIONAMENTO. FONTE: PEXELS....................................................................................................................................................15 FIGURA 07 : GRÁFICO - EVOLUÇÃO DA POBREZA E INDIGÊNCIA. FONTE: IBGE.........................................................................................................................15 FIGURA 08 : PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA DEITADA. FONTE: POLITIZE.................................................................................................................................... 16 FIGURA 09 : BANDEIRA DO BRASIL. FONTE: FATOS DESENHECIDOS..............................................................................................................................................17 FIGURA 10 : HOMEM EM SITUAÇÃO DE RUA. FONTE: PEXELS............................................................................................................................................................19 FIGURA 11 : MORADOR DE RUA DORMINDO. FONTE: CAROLINA VILA NOVA............................................................................................................................. 20 FIGURA 12 : GRÁFICO - PREFERÊNCIAS DOS MORADORES DE RUA. FONTE: META/MDS 2008........................................................................................ 20 FIGURA 13 : GRÁFICO - MORADORES DE RUA ONDE DORME. FONTE: META/MDS 2008......................................................................................................21 FIGURA 14 : HOMEM DORMINDO NA RUA. FOTO: MONICA ALMEIDA, NYT.................................................................................................................................. 22 FIGURA 15 : GRÁFICOS - TRABALHO/RENDA E ATIVIDADES REMUNERADAS. FONTE: META/MDS 2008.................................................................... 23 FIGURA 16 : VISTA DA CIDADE. FONTE: PEXELS........................................................................................................................................................................................ 24 FIGURA 17 : GRÁFICOS - SEXO E FAIXA ETÁRIA. FONTE: META/MDS 2008................................................................................................................................. 25 FIGURA 18 : GRÁFICOS - ALFABETIZAÇÃO E ESCOLARIDADE. FONTE: META/MDS 2008.................................................................................................... 25 FIGURA 19 : GRÁFICO - HISTÓRICO DE INTERNAÇÕES. FONTE: META/MDS 2008.................................................................................................................. 26 FIGURA 20 : GRÁFICOS - MOTIVOS PRA VIVER NA RUA E ORIGEM. FONTE: META/MDS 2008.......................................................................................... 26 FIGURA 21 : GRÁFICOS - ALIMENTAÇÃO E PROBLEMAS DE SAÚDE. FONTE: META/MDS 2008........................................................................................ 27 FIGURA 22 : GRÁFICO - ACESSO A PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS. FONTE: META/MDS 2008..................................................................................... 27 FIGURA 23 : PRAÇA DO “THE BRIDGE” . FONTE: ARCHDAILY.............................................................................................................................................................. 28 FIGURA 24 : FACHADA DO “THE BRIDGE” . FONTE: ARCHDAILY........................................................................................................................................................ 28 FIGURA 25 : JARDIM DO “REDBRIDGE” . FONTE: E-ARCHITECT........................................................................................................................................................ 28 FIGURA 26 : FACHADA DA OFICINA BORACEA. FONTE: LOEBCAPOTE........................................................................................................................................... 28 FIGURA 27 : ARQUITETOS DA OVERLAND PARTNERS. FONTE: OVERLANDPARTNERS......................................................................................................... 29

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 28 : ACESSO AO THE BRIDGE. FONTE: GOOGLE EARTH...................................................................................................................................................... 29 FIGURA 29 : IMPLANTAÇÃO DO THE BRIDGE. FONTE: GOOGLE EARTH........................................................................................................................................ 30 FIGURA 30 : CROQUI THE BRIDGE. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................................................................................................................... 30 FIGURA 31 : 3D DO PROJETO THE BRIDGE. FONTE: OVERLANDPARTNERS................................................................................................................................ 30 FIGURA 32 : DETALHE DA FACHADA DO THE BRIDGE. FONTE: CGOJER........................................................................................................................................ 30 FIGURA 33 : VISTA ÁREA DO EDIFÍCIO. FONTE: GOOGLE EARTH.......................................................................................................................................................31 FIGURA 34 : PLANTAS COM DETALHE DO FLUXO DO EDIFÍCIO. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE ARCHDAILY................................31 FIGURA 35 : CROQUI DA PRAÇA CENTRAL DO EDIFÍCIO. FONTE: DALLAS OBSERVER........................................................................................................... 32 FIGURA 36 : ANÁLISE DO VENTO DURANTE O ANO DE DALLAS. FONTE: WINDFINDER....................................................................................................... 32 FIGURA 37 : DISTRIBUIÇÃO DO VENTO DURANTE O ANO EM DALLAS. FONTE: WINDFINDER.......................................................................................... 32 FIGURA 38 : ANÁLISE DA ISOLAÇÃO NO PROJETO. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE ARCHDAILY.......................................................... 33 FIGURA 39 : ANÁLISE DA ISOLAÇÃO NOS DORMITÓRIOS. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE ARCHDAILY............................................ 33 FIGURA 40 : ANÁLISE DA ISOLAÇÃO NA FACHADA. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE CSPHOTO............................................................ 33 FIGURA 41 : SETORIZAÇÃO DO PROJETO. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE ARCHDAILY............................................................................ 34 FIGURA 42 : SETORIZAÇÃO DO TÉRREO. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE ARCHDAILY............................................................................... 34 FIGURA 43 : SETORIZAÇÃO DO PAV 1. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE ARCHDAILY.................................................................................... 35 FIGURA 44 : SETORIZAÇÃO DO PAV 2. FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE ARCHDAILY.................................................................................... 35 FIGURA 45 : IMAGENS DE DETALHES DO EDIFÍCIO. FONTE: OVERLANDPARTNERS............................................................................................................... 35 FIGURA 46 : IMPLANTAÇÃO DO REDBRIDGE. FONTE: GOOGLE EARTH......................................................................................................................................... 37 FIGURA 47 : FORMA DO REDBRIDGE. FONTE: GOOGLE EARTH......................................................................................................................................................... 37 FIGURA 48 : CROQUI DOS FLUXOS AO JARDIM. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................................................................... 37 FIGURA 49 : CROQUI DO EDIFÍCIO . FONTE: PINTEREST....................................................................................................................................................................... 37 FIGURA 50 : FACHADA DO EDIFÍCIO . FONTE: PETER BARBER ARCHITECTS.............................................................................................................................. 38 FIGURA 51 : ANÁLISE DOS FLUXOS DO PAV TÉRREO E PAV 1 . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGNAL DE DEZEEN............................................ 38 FIGURA 52 : ANÁLISE DOS FLUXOS DO PAV 2 E PAV 3 . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGNAL DE DEZEEN.......................................................... 39 FIGURA 53 : DETALHE DO INTERIOR DO EDIFÍCIO . FONTE: PETER BARBER ARCHITECTS.................................................................................................. 39 FIGURA 54 : ANÁLISE ANUAL DO VENTO NA CIDADE DE LONDRES . FONTE: WINDFINDER............................................................................................... 40

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 55 : ANÁLISE DA INSOLAÇÃO NO PROJETO . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN............................................................ 40 FIGURA 56 : ANÁLISE DA VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO NO PROJETO . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN.............................41 FIGURA 57 : SETORIZAÇÃO DO TÉRREO . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN......................................................................................41 FIGURA 58 : SETORIZAÇÃO DO PAV 1 . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN.......................................................................................... 42 FIGURA 59 : SETORIZAÇÃO DO PAV 2 E PAV 3 . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN......................................................................... 42 FIGURA 60 : DETALHES DO PÉ DIREITO DUPLO . FONTE: PETER BARBER ARCHITECTS....................................................................................................... 43 FIGURA 61 : FACHADA AO ANOITECER . FONTE: DEZEEN.................................................................................................................................................................... 43 FIGURA 62 : FACHADA DURANTE O DIA. FONTE : BJ-BSC................................................................................................................................................................... 43 FIGURA 63 : ROBERTO LOEB E LUIS CAPOTE . FONTE : LOEBCAPOTE........................................................................................................................................... 44 FIGURA 64 : ENTRADA DA OFICINA BORACEA . FONTE : LOEBCAPOTE......................................................................................................................................... 45 FIGURA 65 : LOCALIZAÇÃO DO EDIFÍCIO . FONTE : GOOGLE EARTH.............................................................................................................................................. 45 FIGURA 66 : PÁTIO DO EDIFÍCIO . FONTE : MATRACA CULTURAL..................................................................................................................................................... 46 FIGURA 67 : DETALHE DA TEXTURA DA PAREDE. FONTE : LOEBCAPOTE..................................................................................................................................... 46 FIGURA 68 : VISTA AÉREA DO EDIFÍCIO. FONTE : LOEBCAPOTE....................................................................................................................................................... 46 FIGURA 69 : ANÁLISE ANUAL DO VENTO NA REGIÃO DE SÃO PAULO. FONTE : WINDFINDER........................................................................................... 47 FIGURA 70 : CARRINHOS DOS MORADORES DE RUA . FONTE : AECIDADANIA.......................................................................................................................... 47 FIGURA 71 : DETALHE DAS HORTAS . FONTE : LOEBCAPOTE............................................................................................................................................................. 48 FIGURA 72 : PÁTIO DE CONVIVÊNCIA . FONTE : LOEBCAPOTE.......................................................................................................................................................... 48 FIGURA 73 : CIDADE DE ANDRADAS . FONTE : EYECHANNEL............................................................................................................................................................ 49 FIGURA 74 : BRASIL/MINAS GERAIS/ANDRADAS . FONTE : LEROY................................................................................................................................................ 49 FIGURA 75 : IGREJA MATRIZ ANDRADAS. FOTO: MATHEUSPRATA................................................................................................................................................... 50 FIGURA 76 : DADOS DEMOGRÁFICOS DE ANDRADAS. FONTE : IBGE............................................................................................................................................. 50 FIGURA 77 : ANDRADAS EM MEADOS DO SÉC. XX. FONTE : CASA DA MEMÓRIA........................................................................................................................51 FIGURA 78 : IGREJA MATRIZ 1928. FONTE : CASA DA MEMÓRIA........................................................................................................................................................51 FIGURA 79 : FESTA DE 7 DE SETEMBRO 1943. FONTE : CASA DA MEMÓRIA.................................................................................................................................51 FIGURA 80 : ANDRADAS NA DÉCADA DE 1940. FONTE : CASA DA MEMÓRIA...............................................................................................................................51 FIGURA 81 : REUNIÃO DO CONSEP . FOTO : PORTAL DA CIDADE DE ANDRADAS...................................................................................................................... 52 FIGURA 82 : MAPA DE PROXIMIDADE DE CIDADES IMPORTANTES. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................ 52

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 83 : MORADOR DE RUA E SEU CACHORRO. FONTE: PEXELS............................................................................................................................................. 53 FIGURA 84 : CIDADE DE ANDRADAS - MAPA. FONTE: GOOGLE EARTH......................................................................................................................................... 54 FIGURA 85 : ZOOM DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO. FONTE: GOOGLE EARTH...................................................................................................... 55 FIGURA 86 : FACHADA DO TERRENO NA RUA IRINEU TREVISAN. FOTO: AUTORIA PRÓPRIA.............................................................................................. 56 FIGURA 87 : CRUZAMENTO RUA IRINEU TREVISAN E PROF. ACIR COSTA. FOTO: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................. 56 FIGURA 88 : ZOOM DA LOCALIZAÇÃO DO TERRENO. FONTE: GOOGLE EARTH......................................................................................................................... 56 FIGURA 89 : FACHADA DO TERRENO NA RUA PROF. ACIR COSTA. FOTO: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................................. 56 FIGURA 90 : DIAGRAMA E GRÁFICO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO . FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................. 57 FIGURA 91 : DIAGRAMA E GRÁFICO DO GABARITO DE ALTURA . FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................................. 57 FIGURA 92 : DIAGRAMA E GRÁFICO DOS CHEIOS E VAZIOS . FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.................................................................................................... 58 FIGURA 93 : DIAGRAMA DE PONTOS RELEVANTES - PERÍMETRO 1KM . FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................. 58 FIGURA 94 : MAPA DO BRASIL INDICANDO A ZONA 1 . FONTE: NBR 15220................................................................................................................................ 59 FIGURA 95 : ANÁLISE DE INSOLAÇÃO, VENTILAÇÃO E TOPOGRAFIA . FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................................60 FIGURA 96 : CARTA SOLAR DO TERRENO . FONTE: SOL - AR.............................................................................................................................................................60 FIGURA 97 : MACROZONEAMENTO DE ANDRADAS . FONTE: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE PLANO DIRETOR............................................ 61 FIGURA 98 : TABELA DE OCUPAÇÃO DE SOLO . FONTE: PLANO DIRETOR................................................................................................................................... 61 FIGURA 99 : HOMENS PROJETANDO. FONTE: PEXELS.......................................................................................................................................................................... 62 FIGURA 100 : PANÔRAMICA DA CIDADE DE ANDRADAS . FONTE: ANDRADAS ESPIRAL........................................................................................................ 63 FIGURA 101 : TABELA PLANO DE NECESSIDADES. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................................................................................... 64 FIGURA 102 : FLUXOGRAMA DO PROJETO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................................ 65 FIGURA 103 : IMAGENS DO PROJETO EM 3D. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.................................................................................................................................... 67 FIGURA 104 : CROQUI DE IDEIAS INICIAIS . FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................................ 69 FIGURA 105 : CROQUI PROPOSTA INICIAL 1. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................................................................................... 70 FIGURA 106 : CROQUI PROPOSTA INICIAL 2. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................................................................................... 70 FIGURA 107 : CROQUI PROPOSTA INICIAL 3. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................................................................................... 70 FIGURA 108 : CROQUIS DA FORMA DEFINIDA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................................................................................71 FIGURA 109 : CROQUIS DAS 4 OPÇÕES DE PILARES. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.................................................................................................................... 72 FIGURA 110 : IMAGENS DO PROJETO EM 3D. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.................................................................................................................................... 73

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 111 : 3D DA ENTRADA DO EDIFÍCIO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.......................................................................................................................................74 FIGURA 112 : 3D DA VISÃO DO EDIFÍCIO VISTO DA RUA IRINEU TREVISAN. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.........................................................................74 FIGURA 113 : DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO DO PAVIMENTO TÉRREO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................. 75 FIGURA 114 : ESQUEMA DE FLUXO DA COZINHA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................... 76 FIGURA 115 : ESQUEMA DE ABERTURA DOS PAINÉIS PIVOTANTES. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA...................................................................................... 76 FIGURA 116 : ESQUEMA DOS FLUXOS NO BLOCO 1. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA...................................................................................................................... 77 FIGURA 117 : 3D DO PAVIMENTO TÉRREO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................................................................................................... 77 FIGURA 118 : SETORIZAÇÃO + FLUXOS PAVIMENTO 1. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.................................................................................................................. 78 FIGURA 119 : 3D DO PAVIMENTO 1. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................................................ 78 FIGURA 120 : SALAS DE TREINAMENTOS COM DIVISÓRIAS FECHADAS. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................. 79 FIGURA 121 : SALAS DE TREINAMENTOS COM DIVISÓRIAS ABERTAS. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................. 79 FIGURA 122 : SETORIZAÇÃO + FLUXOS DO PAVIMENTO 2. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..........................................................................................................80 FIGURA 123 : 3D DO PAVIMENTO 2. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................................................80 FIGURA 124 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................... 81 FIGURA 125 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO COM ENTORNO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................................................... 82 FIGURA 126 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................... 83 FIGURA 127 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO COM ENTORNO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................................................... 84 FIGURA 128 : ESQUEMA DEMONSTRANDO TÉCNICAS DE CONFORTO TÉRMICO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................... 85 FIGURA 129 : ESQUEMA DEMONSTRANDO TÉCNICAS DE CONFORTO TÉRMICO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................... 86 FIGURA 130 : CORTE DEMONSTRANDO ESTRUTURA DOS QUARTOS E BRISES. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................. 86 FIGURA 131 : ESQUEMA DEMONSTRANDO TÉCNICAS DE CONFORTO TÉRMICO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................... 86 FIGURA 132 : IMAGEM 3D DA VEGETAÇÃO DO PROJETO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................................................ 87 FIGURA 133 : IMAGEM 3D DA VEGETAÇÃO DO PROJETO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................................................ 88 FIGURA 134 : ESQUEMA DE ESTRUTURA EM CONCRETO ARMADO. FONTE: HABITISSIMO................................................................................................. 89 FIGURA 135 : ESQUEMA DA COMPOSIÇÃO DA PAREDE COM BLOCO DE CONCRETO. FONTE: CLIQUE ARQUITETURA.......................................... 89 FIGURA 136 : IMAGENS DEMONSTRANDO O FUNCIONAMENTO DO BLOCO DE CONCRETO FONTE: JCRB................................................................ 89 FIGURA 137 : ESQUEMA DE COMPOSIÇÃO DA TELHA SANDUICHE. FONTE: SOLUÇÕES INDUSTRIAIS.......................................................................... 90 FIGURA 138 : LAJE COM PAINÉIS TRELIÇADOS. FONTE: HPSSOCIETY.......................................................................................................................................... 90

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 139 : ACABAMENTO DA LAJE COM PAINÉIS TRELIÇADOS. FONTE: DESAPEGA.NET.............................................................................................. 90 FIGURA 140: PLANTA COTADA DO PAVIMENTO TÉRREO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................................................91 FIGURA 141 : PLANTA DO PAVIMENTO TÉRREO COM LAYOUT. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................................ 92 FIGURA 142: PLANTA COTADA DO PAVIMENTO 1. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................... 93 FIGURA 143: PLANTA DO PAVIMENTO 1 COM LAYOUT. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................................................ 94 FIGURA 144: PLANTA COTADA DO PAVIMENTO 2 .FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................... 95 FIGURA 145: PLANTA DO PAVIMENTO 2 COM LAYOUT .FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................................................ 96 FIGURA 146: PLANTA DE COBERTURA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................................................................................ 97 FIGURA 147: CORTE AA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.............................................................................................................................................................................. 98 FIGURA 148: CORTE BB. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.............................................................................................................................................................................. 98 FIGURA 149: CORTE CC. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.............................................................................................................................................................................. 98 FIGURA 150: DETALHAMENTO DOS BRISES. FONTE : AUTORIA PRÓPRIA.................................................................................................................................... 99 FIGURA 151: ELEVAÇÃO POSTERIOR. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................................................................................................100 FIGURA 152: ELEVAÇÃO FRONTAL. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................................................................................................................100 FIGURA 153: ELEVAÇÃO LATERAL ESQUERDA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.............................................................................................................................. 101 FIGURA 154: ELEVAÇÃO LATERAL DIREITA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................................................................................... 101 FIGURA 155: IMPLANTAÇÃO COLORIDA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA........................................................................................................................................... 102 FIGURA 156: PLANTA DE SITUAÇÃO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA................................................................................................................................................... 102 FIGURA 157: IMPLANTAÇÃO TÉCNICA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA............................................................................................................................................... 103 FIGURA 158: VISTA 3D DA RUA PROF. ACIR COSTA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................................................................................104 FIGURA 159: PERSPECTIVA 3D DO PROJETO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.................................................................................................................................. 105 FIGURA 160: VISTA DA ESQUINA DO EDIFÍCIO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA...............................................................................................................................106 FIGURA 161: VISTA DAS JANELAS E BRISES DOS QUARTOS MASCULINOS. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA..................................................................... 107 FIGURA 162: VISTA ELEVADA DA ENTRADA DO EDIFÍCIO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.........................................................................................................108 FIGURA 163: VISTA DA RUA PROF. ACIR COSTA. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.............................................................................................................................109 FIGURA 164: VISTA DAS VARANDAS + JANELAS E BRISES DO BLOCO FEMININO FONTE: AUTORIA PRÓPRIA......................................................... 110

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Sumário PROBLEMÁTICA......................................................................................... 13

ENTORNO................................................................................................................57

INTRODUÇÃO AO TEMA............................................................................... 13

ZONA BIOCLIMÁTICA.................................................................................... 59

HISTÓRIA DA POPULAÇÃO DE RUA....................................................14

INSOLAÇÃO, VENTILAÇÃO E TOPOGRAFIA.................................60

PANORAMA SÓCIO CULTURAL..............................................................16

MACROZONEAMENTO..................................................................................61

POLÍTICAS PÚBLICAS.................................................................................... 17

CÓDIGO DE OBRAS......................................................................................... 62

PERFIL DO

MORADOR DE RUA.........................................................19

PROGRAMA..................................................................................................63

DADOS CENSITÁRIOS....................................................................................24

PLANO DE NECESSIDADES...................................................................... 63

ESTUDOS DE CASO..................................................................................28

FLUXOGRAMA..................................................................................................... 65

THE BRIDGE.......................................................................................................... 29

O PLANO DE PROJETO................................................................................66

RED BRIDGE.......................................................................................................... 36

O PROJETO..................................................................................................67

OFICINA BORACEA.......................................................................................... 44

DESENVOLVIMENTO.....................................................................................68

CIDADE DE ANDRADAS..........................................................................49

PROPOSTA PROJETUAL...............................................................................74

DADOS DEMOGRÁFICOS............................................................................ 50

ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS............................................................. 85

HISTÓRIA DA CIDADE..................................................................................... 51

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS......................................................................89

A PROBLEMÁTICA NA CIDADE................................................................52

PRANCHAS TÉCNICAS..................................................................................91

ÁREA DE IMPLANTAÇÃO........................................................................54

PROJETO 3D.......................................................................................................104

LOCALIZAÇÃO..................................................................................................... 55

CONCLUSÃO....................................................................................................... 111

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO........................................................ 56

REFERÊNCIAS........................................................................................... 112

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PROBLEMÁTICA

INTRODUÇÃO AO TEMA

O

Brasil hoje enfrenta diversos problemas de cunho social, dentre eles se destaca a ocorrência de pessoas

em situação de rua, um fenômeno complexo que deixou de ser uma particularidade das grandes cidades para se tornar algo comum nos pequenos e médios municípios. Este problema se destaca por se estabelecer nas ruas e ser visível a todos usuários do meio público, entretanto, possui sua complexidade, pois se trata de pessoas, e as mesmas se encontram em um ciclo vicioso, fragilizados, com vícios, sem moradia e na extrema pobreza. Da mesma forma que são “invisíveis” para a sociedade, para o poder público não é muito diferente, existem poucas ações sendo tomadas para solucionar este problema, e quando acontecem, são em pequena escala, não conseguindo atender à necessidade real do município.

FIGURA 03 : rosto de um morador de rua. FONTE: PEXELS

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PROBLEMÁTICA

HISTÓRIA DA POPULAÇÃO DE RUA Desde os primórdios da história das cidades, se pode observar a ocorrência de moradores de rua. Segundo David A. Snow e Leon Anderson (1998) o desabrigo esteve presente durante a maior parte da história da humanidade. Já a “situação de rua”, aparece desde o desenvolvimento e aparecimento das cidades na história como um todo, principalmente pelo desenvolvimento capitalista. Porém há justificativas diferentes em cada país para a origem desta distinção social/econômica. No Brasil, a desigualdade social e a pobreza atuam como protagonistas na relação de origem e perpetuação desta posição social. “A

pobreza,

evidentemente,

não

pode

ser

definida

de

forma

única

e

universal.

Contu-

do, podemos afirmar que se refere a situações de carência em que os indivíduos não conseguem

manter

um

padrão

mínimo

de

vida

condizente

com

as

referências

socialmen-

te estabelecidas em cada contexto histórico. ” (BARROS; HENRIQUES; MENDONÇA; 2000, p 124)

A partir dos anos 40, com a revolução industrial, houve um crescimento muito grande na oferta de empregos nas cidades, consequentemente a população rural em busca de melhores condições de vida, começou sua migração para o ambiente urbano, o chamado êxodo rural, que resultou em um crescimento da população urbana de forma intensa e desgovernada que dificultou a adaptação

das cidades à tamanho crescimento.

FIGURA 05 : Gráfico - população urbana e rural. FONTE: IBGE FIGURA 04 : foto de uma indústria. FONTE: PEXELS

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FIGURA 06 : INDÚSTRIA EM FUNCIONAMENTO. FONTE: PEXELS

PROBLEMÁTICA Entretanto, no fim dos anos 70 e começo da década 80, com o aumento da modernização, tecnologia, e a robotização na indústria, o mercado recebeu uma remodelação da divisão do trabalho, o que acarretou em grandes dispensas de funcionários e aumento da taxa de desemprego; a única saída era buscar oportunidades em outros setores, porém não tinham uma demanda tão alta, gerando um aumento da informalidade e dos subempregos. “A

combinação

entre

as

flutuações

macroeconômicas

e

o

crescimen-

to populacional fez com que o número de pobres chegasse a quase 64 milhões na crise de 1984 e a menos de 38 milhões em 1986.” (BARROS; HENRIQUES; MENDONÇA; 2000, p 124).

No entanto, os dados também mostram que após a implantação do Plano Real, em 1994, cerca de 10 milhões de brasileiros deixaram de ser pobres, o que ajudou no controle da situação econômica do país, porém em 1995 o número de pobres no Brasil ainda ultrapassava os 50 Milhões. O

crescimento

da

desigual-

dade social e da pobreza no Brasil, criam diversas situações de instabilidade no mercado de trabalho, deixando

a

situação

trabalhadores

econômica

vulnerável,

dos

sugerin-

do uma relação direta com o aumento da população em situação de rua.

FIGURA 07 : GRÁFICO - EVOLUÇÃO DA POBREZA E INDIGÊNCIA. FONTE: IBGE

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PROBLEMÁTICA

PANORAMA SÓCIO CULTURAL A existência da população em situação de rua não co-

“Crianças e adolescentes aí vivem a sua condi-

meçou recentemente, é algo que faz parte do cotidiano das

ção híbrida de seres culturalmente invisíveis que

cidades desde a sua criação, um fato pertinente que evoluiu junto das mesmas; ele se mantém em uma crescente em grande parte das cidades, que muitas das vezes não sabem

mimetizam a paisagem urbana como se fizessem parte e ao mesmo tempo são objetos de ações caritativas e de políticas sociais” (ARANTES, 1994 p. 194)

e não conseguem lidar com este tipo de ocorrência. O fato

Ignorados pelo setor público por não serem uma es-

é, que eles são identificados como um problema, seja social,

tatística interessante a ser divulgada (ai o motivo da difi-

de segurança pública, saúde pública, político ou econômi-

culdade em encontrar pesquisas e dados censitários so-

co, e isto acaba dificultando na hora da busca por soluções,

bre a população em situação de rua), eles também são

cada setor tenta se esquivar da responsabilidade, o que re-

ignorados e negligenciados por grandes empresas e en-

sulta em nenhuma ação tomada pelos setores responsáveis.

tidades por não fazerem parte do mercado de consumo.

Segundo Arantes (1994), a população em situação de rua,

Tudo isso acaba dificultando a forma com que o Estado,

é tida como invisível, e observada apenas quando necessário.

como responsável primário, lida com este tipo de situação.

FIGURA 08 : PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA DEITADA. FONTE: POLITIZE

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FIGURA 09 : bandeira do brasil. FONTE: fatos desenhecidos

PROBLEMÁTICA

POLÍTICAS PÚBLICAS

A

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 instituiu o “Estado Democrático” a fim de garantir a to-

dos direitos sociais e individuais, de igualdade, justiça, liberdade, segurança, bem-estar, desenvolvimento, propriedade e da vida. E é baseado nisso que todas políticas de assistência aos moradores são criadas, com a finalidade de promover a igualdade e todos os demais direitos civis propostos na Constituição, que foram citados anteriormente. Porém a realidade desde esse ponto da história brasileira até os dias de hoje, demonstram muitas frustrações nas tentativas de aplicações de

Em 1997 foi criada a Norma Operacional Básica – NOB – que foi de grande importância, aprimorando a forma com que as políticas seriam gerenciadas, e ampliando a responsabilidade do tema, assistência social, para não somente o governo federal, que antes era o único responsável, mas também para os governos estaduais e municipais. A partir daí começou o aparecimento de planos municipais de assistência social, que são exigências para poder receber recursos federais.

diversos programas de apoio a população em situação de rua. Em 1993 foi criada a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS – que traz garantia de assistência social, direito

E

m 2004 foi fundado o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome

- MDS – que foi

do cidadão e o dever do Estado na criação das políticas pú-

responsável pela implementação do Sistema Único de As-

blicas. O que resulta em um benefício assistencial que é ga-

sistência Social – SUAS – e também responsável pela cria-

rantia constitucional do cidadão, presente no art. 203, inci-

ção da nova Política Nacional de Assistência Social – PNAS.

so V da Constituição Federal, sendo regulamentado pela Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS).

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FIGURA 09 : bandeira do brasil. FONTE: fatos desenhecidos

PROBLEMÁTICA

Porém somente em 2005, (em 2011 também houve al-

como um determinado público, com necessidades singu-

terações) o LOAS recebe algumas alterações, e entre elas,

lares, a fim de serem alvos de políticas públicas específicas.

a reelaboração do Capitulo IV - Dos Benefícios, dos Servi-

Em 2008, a política nacional para a Inclusão Social da Po-

ços, dos Programas e dos Projetos de Assistência Social. Em

pulação em situação de rua foi instituída, através do Decreto

sua Seção III - Dos Serviços. Artigo 23. Onde é decretado:

s/n, de 25 de outubro de 2006, que segundo seu Art. 1º, foi

“Art. 23. Entendem-se por serviços sócio assistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei.

criado o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), com a finalidade de elaborar estudos e propostas de políticas públicas para inclusão social da população em situação de rua. “Parágrafo único:

Os estudos e propostas de políti-

§ 1o O regulamento instituirá os serviços sócio assistenciais.

cas públicas de que trata o caput devem primar pela

§ 2o Na organização dos serviços da assistência social serão criados programas de amparo, entre outros:

ação Inter setorial entre as políticas de assistência so-

I - às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da Constituição Federal e na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); II ação

às de

pessoas rua.”

que vivem em situ(BRASIL 1993, Art.23.)

cial, saúde, educação, habitação, trabalho e renda, cultura e garantia de direitos humanos.” (BRASIL 2006, Art. 1º)

Mas de forma prática a realidade é um pouco distorcida, os albergues existentes funcionam mais como uma forma de esconder da própria sociedade a real situação das cidades, em relação à este tema, evitando assim que o as-

Sendo assim, foi a partir de 2005 que os moradores

sunto se torne algo muito questionado e/ou muito cobra-

de rua receberam esta nomenclatura, de “pessoas que vi-

do dos responsáveis, já que o retorno dos investimentos

vem em situação de rua “e apareceram verdadeiramente

nesta área são mínimos e não atraem as grandes mídias.

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S

egundo os dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em seu artigo nomeado “Estimativa da População em Si-

tuação de Rua no Brasil”, foi estimado que o Brasil possui cerca de 122.890 moradores em situação de rua. Este dado foi possível graças ao 1º Censo Nacional realizado em 2008, que abrangeu 48 municípios com mais de 300

PROBLEMÁTICA

PERFIL DO

MORADOR DE RUA

mil habitantes e em 23 capitais, encontrando um número de 31.922 pessoas em situação de rua, a partir daí foi feita estimativa através da quantidade. De acordo com o relatório final do 1° Censo Nacional sobre a população em situação de rua, de 2008, são entendidas como população em situação de rua as pessoas que utilizam, em um dado momento, como local de moradia ou pernoite, espaços de tipos variados, situados sob pontes, marquises, viadutos, à frente de prédios privados e públicos, em espaços públicos não utilizados à noite, em parques, praças, calçadas, praias, embarcações, estações de trem e rodoviárias, à margem de rodovias, em esconderijos abrigados, dentro de galerias subterrâneas, metrôs e outras construções com áreas internas ocupáveis, depósitos e prédios fora de uso e outros locais relativamente protegidos do frio e da exposição à violência.

FIGURA 10 : homem em situação de rua. FONTE: pexels

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PROBLEMÁTICA

PERFIL DO MORADOR DE RUA

FIGURA 11 : morador de rua dormindo. FONTE: CAROLINA VILA NOVA

É

inegável a importância do estudo e pesquisa do perfil

reservada como dormir, banhar-se, alimentar-se, passam

do morador de rua, para conseguir soluções que re-

a fazer parte do cotidiano público da cidade através deles.

almente funcionem para este público alvo. Segundo Oliveira (2012), as primeiras pesquisas e análises sobre a questão da população em situação de rua aconteceram em meados dos anos 70; como consequência ao processo de modernização e industrialização, a oferta de empregos industriais cresceu de forma estrondosa na região Sudeste do Brasil, - principal-

Segundo dados do primeiro censo e pesquisa nacional sobre a população de rua realizado em 2008, os mesmos estão divididos de maneira quase igual entre os que preferem dormir na rua, e os que preferem dormir em albergues, com motivos específicos para a escolha de cada um, segue o gráfico.

mente na cidade de São Paulo-, o que atraiu milhões de migrantes de toda parte do país. Com passar dos anos o mercado se estagnou, e muitos ficaram desempregados, a partir daí a análise entrou em ação, relacionando a existência de moradores de rua, à migração e o desemprego. A intenção era ter dados para criação de políticas públicas que pudessem atender de forma eficiente este segmento populacional. Algo interessante é que esta população em situação de rua utiliza o espaço público de forma única, trazendo à rua, características de um espaço privado e amenizando o sentimento de público. Ações normalmente tomadas de forma FIGURA 12 : GRÁFICO - PREFERÊNCIAS DOS MORADORES DE RUA. FONTE: META/MDS 2008

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PROBLEMÁTICA Porém mesmo com grande parte dos indivíduos tendo Os dados demonstram a importância de se ter um local para acolhida provisória, já que uma grande parte dos usuários, preferem dormir em albergues principalmente nas épocas mais frias do ano, porque os moradores de rua acabam se mantendo muitas vezes, contra a sua própria vontade, na situação de

preferência por dormir em albergues, cerca de 44% segundo o censo de 2008, o mesmo, indica que 69% costumam dormir nas ruas; o que traz uma contradição, e nos indica que o problema não está apenas nos moradores de rua, mas também na forma com que as soluções propostas são apresentadas à eles.

desabrigo, em condições precárias de alimentação, saúde e psicológicas, levando muitos ao caminho das drogas, depres-

Acompanhando e analisando o Documentário “À Margem

são, entre outros. Este fato fica claro quando comparamos os

da Imagem”, que teve Evaldo Mocarzel como diretor, além do

dados anteriormente citados sobre a preferência de local para

apoio do Ministério da Cultura, pode se observar que a maio-

dormir, com os dados de onde realmente acabam dormindo.

ria dos moradores de rua ao serem entrevistados apontaram uma rejeição muito grande ao albergue e declararam que se sentem, envergonhados e inferiorizados com a própria situação e que se houvesse uma melhor opção, eles deixariam a rua. Partindo destas declarações a equipe foi visitar algumas destas instituições citadas pelos entrevistados, e chegando ao local se depararam com uma situação degradante. Ambientes silenciosos, com pouca iluminação, desconfortáveis e repleto de regras, que transformavam os abrigados em indivíduos totalmente desprovidos de convívio social, dando sentido a tamanha rejeição criada pela população em situação de rua.

FIGURA 13 : GRÁFICO - MORADORES DE RUA ONDE DORME. FONTE: META/MDS 2008

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PROBLEMÁTICA Outra variável importante que dificulta a saída das ruas é o tempo de rua. “(...) a duração da permanência na rua alDentre as reclamações feitas pelos entrevistados, a mais

tera o comportamento das pessoas, sua percepções, projetos

recorrente foi sobre os horários rígidos dentro dos albergues,

e possibilidades de saída.” (FIPE, 2010, p.6). Quando o indiví-

elas regiam entrada, saída e a realização de atividades cor-

duo acaba de chegar nas ruas, sua intenção na grande maioria

riqueiras dentro dos centros, que consequentemente atin-

das vezes, é ter condições para sair dela o mais rápido possí-

giam a liberdade individual dos abrigados; motivos estes, que

vel, entretanto, com o tempo ele acaba criando vínculos so-

criam uma falsa visão de que os moradores de rua querem

ciais com outros moradores de rua, e criando grupos onde

permanecer nela. No entanto, é necessário observar o outro

existe ajuda mútua para que todos possam ter condições de

lado, segundo Quintão (2012), esta falsa visão também atinge

se manter mesmo em condições sub-humanas. Encontrando

os próprios desabrigados, que muitas vezes mesmo escolhen-

pessoas que entendem e vivem a mesma situação, o indiví-

do as ruas, são enganados pela visão de uma real liberdade.

duo acaba se sentindo acolhido e amparado, criando laços e

“É importante não confundir a ideia de “liberdade” que

perdendo muitas vezes o anseio que tinha por sair das ruas.

a rua proporcionaria, uma visão romântica sobre o pro-

“(...) o fato de você pertencer a uma certa turma ou conviver

blema, com o motivo mais amplo, que é o significado

com uma certa turma influencia a sua performance eco-

das privações do estar na rua. É claro que há pesso-

nômica e social. A rede de relações sociais que você tem

as que podem escolher as ruas por tais motivos, inclusi-

contribui para comprometer os resultados que você vai ter

ve por quererem o anonimato das ruas, mas isto não lhes

em diferentes circunstâncias ao longo da vida” (SPOSA-

confere o real exercício da liberdade.” (QUINTÃO 2012).

TI TORRES PASTERNAK, Espaço & Debates, 2004. p.101).

FIGURA 14 : homem dormindo na rua. FOto: MONICA ALMEIDA, NYT

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PROBLEMÁTICA Estes dados evidenciam o aparecimento de um novo perMesmo diante dos fatos apresentados, que reforçam este conflito entre, querer sair das ruas e se acomodar nelas, existe um dado muito interessante que contraria um pouco a nomeação que a população em situação de rua recebe, como pedinte e mendigo, nomes que sugerem passividade com o fato de estar na ruas; o Censo 2008 indica que 70,9% exercem atividades remuneradas, segue o gráfico.

fil entre a população em situação de rua, o perfil de trabalhadores pobres que não possuem moradia e não são atingidos pelos programas sociais de apoio do governo, e acabam entrando nesta situação. O senso 2008 mais uma vez nos mostra que o desemprego, como causa da ocorrência de moradores de rua, já alcançou uma taxa de 29,8%, beirando o valor de 35,5% protagonizado pelo alcoolismo e drogas que lideram os números. O Brasil hoje vive um momento difícil, diversos profissionais formados estão se direcionando para outras áreas, buscando condições para se manterem financeiramente, entretanto, essa adptação pode muitas vezes não ser suficiente para os compromissos assumidos e tendem a passar dificuldades ou se tornarem parte da população em situação de rua, mesmo possuindo ensino superior e conhecimento. “A pessoa em situação de rua não está fora do sistema, é fruto dele.” “Ela foi empurrada para a margem

quando

o

Estado

não

conseguiu

garan-

tir o que está previsto em Lei.” (SILVA 2013, p.59).

FIGURA 15 : gráficos - trabalho/renda e atividades remuneradas. Fonte: meta/mds 2008

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É

notória a dificuldade em se conseguir dados sobre a população em situação de rua no Brasil. Pelo fato da ausência de domicílio, eles

acabaram ficando de fora das pesquisas do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, até então não existiam dados estatísticos sobre esta população. Porém no ano de 2000, foi encomendada pela Secretária de Assistência Social da Prefeitura Municipal de São Paulo – SAS/PMSP

PROBLEMÁTICA

DADOS CENSITÁRIOS

– uma pesquisa à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE – que foi realizada entre agosto de 2007 e março de 2008, pelo Instituto de Pesquisa e Opinião Meta, que se tornou o “1º Censo Nacional sobre a população em situação de rua”. A seguir estão alguns dos dados mais relevantes. “Foram identificadas 31.922 pessoas em situação de rua nas cidades pesquisadas vivendo em calçadas, praças, rodovias, parques, viadutos, postos de gasolina, praias, barcos, túneis, depósitos e prédios abandonados, becos, lixões, ferro-velho ou pernoitando em instituições (albergues, abrigos, casas de passagem e de apoio e igrejas) (...) O público-alvo da pesquisa foi composto por pessoas com 18 anos completos ou mais vivendo em situação de rua. O levantamento abrangeu um conjunto de 71 cidades brasileiras. Desse total, fizeram parte 48 municípios com mais de 300 mil habitantes e 23 capitais, independentemente de seu porte populacional. (...) Assim, o total de pessoas em situação de rua vivendo no Brasil é mais elevado. O contingente ora descrito equivale a 0,061% da população dessas cidades.” (BRASIL 2008, p. 3 e 6)

FIGURA 16 : VISTA DA CIDADE. Fonte: PEXELS

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PROBLEMÁTICA

DADOS CENSITÁRIOS

FIGURA 17 : GRÁFICOS - SEXO E FAIXA ETÁRIA. Fonte: META/MDS 2008 FIGURA 18 : GRÁFICOS - ALFABETIZAÇÃO E ESCOLARIDADE. Fonte: META/MDS 2008

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS

FORMAÇÃO ESCOLAR

A pesquisa revelou que a gran-

Podemos observar que o nível de

Já a escolaridade, a grande maio-

de maioria dos moradores de rua são

alfabetização dos moradores de rua

ria não tem 1º Grau completo 48%, já

do sexo masculino 82%, apenas 18%

não é tão baixo como são taxados, 75%

os que nunca estudaram são 15%. Os

são mulheres, e a faixa de idade mais

dos entrevistados sabiam ler e apenas

dados mostram que mesmo de for-

comum são entre 25 e 44 anos com

8% assinam apenas seu próprio nome.

ma dissonante, existe uma varieda-

53%, as demais idades somam 47%.

de de nível de escolaridade grande em meio aos moradores de rua.

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PROBLEMÁTICA

FIGURA 19 : GRÁFICO - HISTÓRICO DE INTERNAÇÕES. Fonte: META/MDS 2008

HISTÓRICO DE INTERNAÇÃO EM INSTITUIÇÕES A Pesquisa mostra em 60% dos casos, os entrevistados já passaram por pelo menos uma instituição de apoio, já falando das instituições, a maioria já passou ou pelos CRD químicos ou por algum abrigo institucional.

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FIGURA 20 : GRÁFICOS - MOTIVOS PRA VIVER NA RUA E ORIGEM. Fonte: META/MDS 2008

TRAJETÓRIA NAS RUAS Os dados demonstram um equilíbrio entre os motivos que segundo os entrevistados, os levaram a morar nas ruas: O alcoolismo/drogas está um pouco a frente com 38%, porém o desemprego e as desavenças familiares, ambos têm 31%, o que demonstra uma equiparação entre os motivos apontados, deixando claro que a solução não pode ser focada em apenas um dos problemas.

Já sobre a origem da população em situação de rua, 54,2% vem de outros locais e 45,8% são do município onde residem, um dado muito interessante, que demonstra vestígios do ápice do êxodo rural nos anos 70 80 e até 90, e também muito da migração mais recente das regiões mais pobres do Brasil, principalmente para regiões metropolitanas e grandes centros em busca de melhores oportunidades de vida que nem sempre dão certo.


PROBLEMÁTICA

FIGURA 22 : GRÁFICO - acesso a programas governamentais. Fonte: META/MDS 2008

ACESSO AOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS FIGURA 21 : GRÁFICOS - ALIMENTAÇÃO E PROBLEMAS DE SAÚDE. Fonte: META/MDS 2008

ACESSO À ALIMENTAÇÃO, SERVIÇOS E CIDADANIA Os dados demonstram que a grande maioria tem acesso a pelo menos uma refeiçao por dia, seja por meio de abrigos, ajuda da população ou pelo próprio dinheiro conquistado através das atividades remuneradas que exercem em alguns casos.

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

Sobre a saúde grande maioria declara não possuir problemas médicos 62%, até porque normalmente nas instituições por onde passam, eles acabam sendo encaminhados, ou recebendo atendimentos médicos, mesmo que básicos para um controle da vitalidade dos mesmos, tendo como resultado apenas 8% declarando possuir um problema médico.

Acima um dado relacionado à utilização dos programas governamentais por parte dos moradores de rua, e os dados demonstram que a grande minoria possuí acesso a estes programas. Como descrito anteriormente, as políticas públicas buscam criar uma situação de igualdade, porém na prática isto acaba nem sempre funcionando de maneira esperada, e aqui vemos resultados expressivos, porém para o lado negativo, com apenas 7% usufruindo destes programas e os demais não recebem benefício algum.


FIGURA 24 : fachada do “the bridge” . Fonte: archdaily

ESTUDOS

DE CASO FIGURA 25 : jardim do “redbridge” . Fonte: e-architect

FIGURA 26 : fachada da oficina boracea. Fonte: LoebCapote

FIGURA 23 : praça do “the bridge” . Fonte: archdaily

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FIGURA 24 : fachada do “the bridge” . Fonte: archdaily

ESTUDOS DE CASO

THE BRIDGE FICHA TÉCNICA: Arquitetos: Overland Partners Local: Dallas – Texas, EUA Área construída: 22860 m² Área do terreno: 34100 m² Ano da conclusão: 2008

HISTÓRICO DA EDIFICAÇÃO

OVERLAND PARTNERS Fundada em 1987 em San Antônio, a Overland é formada

A cidade de Dallas passava por uma grande dificuldade, a

por uma equipe de 60 pessoas, reunindo diversos talentos para

quantidade de moradores de rua e a ausência de um local que aten-

fornecer serviços abrangentes em design arquitetônico, design

desse suas necessidades de forma satisfatória. Quando quiseram

urbano e masterplan em todo o mundo. Sensíveis ao contexto

resolver este problema, eles sabiam que não seria tão simples como

ambiental e estético de nossos projetos, integramos a tecnologia,

dar uma apenas um abrigo às mais de 6000 pessoas que estavam

a arte e o artesanato para descobrir soluções sustentáveis ino-

neste estado. Era necessário um replanejamento da estrutura de

vadoras de classe mundial para projetos altamente complexos.

apoio aos sem teto e que toda cidade fizesse parte deste projeto.

FIGURA 27 : arquitetos da overland partners. Fonte: overlandpartners

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

FIGURA 28 : acesso ao the bridge. Fonte: google earth


ESTUDOS DE CASO

PARTIDO ARQUITETÔNICO O partido teve como premissa básica o apoio e a integração entre os moradores de rua e a comunidade da cidade de Dallas, a partir de um projeto que atendesse as

LOCALIZAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO Localizado à beira do centro da cidade, o projeto tem em seu entorno o distrito comercial central, e também proximidade com os pontos importantes como o Farmers Market (enorme mercado de alimentos regionais), uma escola pública e a

necessidades destes dois públicos diferentes em um mesmo lugar. Não apenas abrigando, mas, ressocializando estes moradores através da interação entre ambos os públicos. Resultando em um projeto com edifícios independentes que se ligam através de uma praça de convivência interna.

prefeitura da cidade. Ocupa uma quadra inteira, o que obrigou a realização de uma desocupação de parte do quarteirão para acomodação do projeto, demonstrando a importância que foi dada por parte da administração em relação a este problema.

FIGURA 30 : croqui the bridge. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

FIGURA 29 : implantação do the bridge. Fonte: google earth

30

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

FIGURA 31 : 3d do projeto the bridge. Fonte: overlandpartners

FIGURA 32 : detalhe da fachada do the bridge. Fonte: cgojer


ESTUDOS DE CASO

FORMA O projeto possuí formas simples e retas, com exceção do hall de alimentação, que dispõe de uma cobertura arredondada. Apenas um dos 6 edifícios possui mais de um pavimento,

resultando

em

uma

volumetria

horizon-

tal, que protege a praça interna, porém não a isola.

FIGURA 33 : vista área do edifício. Fonte: google earth

FLUXOS Os estudos apontam a forma com que acontece o fluxo pelos edifícios, as entradas principais, que dão acesso ao projeto, tanto à praça quanto ao edifício principal. FIGURA 34 : plantas com detalhe do fluxo do edifício. Fonte: editado a partir do original de ARCHDAILY

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


VENTILAÇÃO

ESTUDOS DE CASO

Na região de Dallas no Texas, o vento predominante se mantém a Noroeste durante a maior parte do ano, com uma temperatura média anual de 18,5 °C, há a necessidade de utili-

SUSTENTABILIDADE

zar da melhor forma possível a predominância desta ventilação.

O edifício está certificado como LEED Silver neste quesito,

e

possuí

diversas

estratégias

de

sustentabilidade.

•Reutilização de um edifício existente (adaptado). •Sistema de reciclagem e reuso dos materiais reciclados. •Utilização da luz natural de forma eficiente a fim de dimi-

FIGURA 36 : ANÁLISE DO VENTO DURANTE O ANO DE DALLAS. Fonte: WINDFINDER

nuir o gasto com eletricidade. •Telhados e pavimentos com baixo albedo (índice de refrexão da luz solar nas superfícies) • Medidas de conservação de energia e água.

Sabendo disso foi utilizada como fachada principal do edifício mais alto a face noroeste, onde se localizam todos os dormitórios no ultimo pavimento, e dispõem de um pé direito duplo, que diminui a ação do ar quente aliviando a temperatura no ambiente; que também possui um sistema de ar condicionado para situações de necessidades.

FIGURA 35 : CROQUI DA PRAÇA CENTRAL DO EDIFÍCIO. Fonte: Dallas Observer FIGURA 37 : DISTRIBUIÇÃO DO VENTO DURANTE O ANO EM DALLAS. Fonte: WINDFINDER

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO

INSOLAÇÃO Sobre a insolação, a fachada Noroeste recebe o sol na parte da tarde, esquentando os quartos para o período noturno, momento em que os ambientes serão utilizados. FIGURA 39 : análise da isolação nos dormitórios. Fonte: editado a partir do original de ARCHDAILY

O da niza

segundo,

dos e

que

dormitórios controla

a

compõe

quase

possui

uma

entrada

de

toda

a

facha-

camada

que

ame-

luz

ambimente.

no

FIGURA 38 : análise da isolação no projeto. Fonte: editado a partir do original de ARCHDAILY

Sabendo disso, beirais longos foram colocados para evitar a entrada do sol durante horários indesejáveis, aliados a dois tipos de vidros: um na parte superior, que recebe a luz e a repassa ao ambiente interno de forma direta.

FIGURA 40 : análise da isolação na fachada. Fonte: editado a partir do original de csphoto

33

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO

PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa foi dividido em seis edifícios locados de modo a formar um pátio aberto central, com um refeitório como centro, criando um espaço externo com áreas verdes ao ar livre, vasto e agradável para convivência e descanso. As atividades que ali ocorrem, foram divididas de tal forma: Um edifício de recepção e áreas comunitárias como biblioteca, um de refeitório, um de depósito e armazenamento, um de serviços nos pavimentos inferiores e de acolhimento nos superiores, e um edifício existente que foi adaptado para um pavilhão de dormitórios ao ar livre.

FIGURA 42 : setorização do térreo. Fonte: editado a partir do original de archdaily

Para atender as necessidades dos usuários, foi criado um plano diversificado que oferece serviços que incluem dormitórios, consultórios médicos, escritório de advocacia, setor de apoio à saúde mental e física, setor para crianças, refeitório, setor de treinamento, local para cuidado aos animais, e dormitórios tanto internos quanto no pavilhão ao ar livre.

FIGURA 41 : setorização do projeto. Fonte: editado a partir do original de archdaily

34

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO PROGRAMA DE NECESSIDADES

CONCLUSÃO O “The Bridge” é um edifício muito completo e que ganhou diversos prêmios, não só sobre o projeto em si, mas também na forma em que se relaciona com seus usuários e o sentimento que traz a eles na maneira em que são tratados, se tornando referência projetual, conceitual e social.

FIGURA 43 : setorização do pav 1. Fonte: editado a partir do original de archdaily

FIGURA 45 : IMAGENS DE DETALHES DO EDIFÍCIO. Fonte: OVERLANDPARTNERS

FIGURA 44 : setorização do pav 2. Fonte: editado a partir do original de archdaily

35

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO

RED BRIDGE FICHA TÉCNICA: Arquitetos: Peter Barbers Architects Local: Liford Building, East London Ano da Conclusão: 2012

FIGURA 25 : jardim do “redbridge” . Fonte: e-architect

PETER BARBERS ARCHITECTS Peter Barber trabalhou com Richard Rogers, Will Alsop e Jestico + Whiles antes de começar a trabalhar em seu próprio escritório em 1989. Atualmente é professor e leitor de arquitetura da Uni-

HISTÓRICO DA EDIFICAÇÃO

versidade de Westminster. Foi convidado pelo governo para dirigir

Com a necessidade de um centro de apoio e acolhimento

uma discussão sobre “Projetando para melhores espaços públicos”

aos moradores de rua do leste de Londres, foi requisitado um pro-

com uma equipe de profissionais do meio ambiente construídos.

jeto, que além de abrigar, integrasse os usuários ao meio exterior,

Ele foi descrito pelo “The Independent” como um dos prin-

retirando qualquer sentimento de prisão, assim tendo uma aceita-

cipais urbanistas do Reino Unido. Tem projetos de todos os tipos

ção maior por parte dos sem-teto. Assim surgiu o Redbridge Wel-

como edifícios de uso misto, residencial, individuais, até estudos

come Centre, que buscava manter essa liberdade aliada aos cui-

de planejamentos que foram premiados em todo Reino Unido.

dados necessários para cada usuário deste conceito de projeto.

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO

LOCALIZAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO FIGURA 47 : FORMA DO REDBRIDGE. Fonte: GOOGLE EARTH

Locado em Ilford Building no leste de Londres em um ponto importante da cidade, o REDBRIDGE se situa em um cruza-

PARTIDO ARQUITETÔNICO

mento de uma área residencial maciça, com grande movimen-

O partido se baseia em construir um edifício compos-

tação de veículos e pessoas, o que traz uma relação direta do

to por uma série de planos dobrados que constituem uma fita

edifício com o exterior, através de elementos arquitetônicos.

continua na estrutura, e que este projeto seja “transparente”, e torne sutil a transição entre a rua e ele; trazendo uma interação e integração entre usuários e o meio externo, melhorando a forma de aceitação por parte dos usuários. E que na parte de dentro um jardim esteja na vista de todos os dormitórios para auxílio no psicológico de quem vai usufruir do projeto.

FIGURA 46 : IMPLANTAÇÃO DO REDBRIDGE. Fonte: GOOGLE EARTH FIGURA 48 : CROQUI dos fluxos ao jardim. Fonte: autoria própria

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

FIGURA 49 : CROQUI do edifício . Fonte: pinterest


ESTUDOS DE CASO FORMA

FLUXOS Os estudos apontam a forma com que acontece o fluxo dentro do edifício e na parte do jardim, a entrada principal que dá acesso a recepção e também a entrada direta ao andar dos quartos.

O projeto tem uma forma imponente e desafiadora, muito inspirada em Le Corbusier, são blocos dispostos de forma a parecer que a estrutura segue uma linha continua. Mesmo com sua forma imponente, os materiais usados na fachada, trazem um ar de transparência ao projeto, o deixando mais “invisível”, o que era a intenção do arquiteto desde a formulação do seu partido. Estas variações de blocos criam terraços encima dos pavimentos inferiores conforme o edifício sobe.

FIGURA 50 : FACHADA DO EDIFÍCIO . Fonte: peter barber architects FIGURA 51 : ANÁLISE DOS FLUXOS DO PAV TÉRREO E PAV 1 . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGNAL DE DEZEEN

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO SUSTENTABILIDADE FLUXOS

FIGURA 52 : ANÁLISE DOS FLUXOS DO PAV 2 E PAV 3 . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGNAL DE DEZEEN

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

O projeto não possui variadas estratégias de sustentabilidade, porém podemos citar a composição do grande jardim, e também da utilização extremamente eficaz da iluminação natural, através do vidro em quase todas suas vistas, dispensando a utilização de luz artificial durante praticamente o dia todo.

FIGURA 53 : detalhe do interior do edifício . Fonte: Peter Barber Architects


ESTUDOS DE CASO

VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO Na região de Londres onde o projeto está situado, os ventos predominantes se mantem a Oeste e Sudoeste, mesmo sendo uma região com temperaturas mais baixas, a utilização do vento de forma adequada permi-

Como o edifício é envidraçado em quase toda sua fachada, a posição do projeto em relação ao sol e ao vento predominante faria toda diferença no conforto térmico do projeto. Por se tratar de um terreno de esquina, a fachada ficou dividida um lado para Norte e outro para Oeste, sendo assim os quartos acabam recebendo sol durante quase o dia todo deixando-os preparados e quentes para o período noturno, momento em que serão utilizados.

te um controle de temperatura interno mais controlado.

FIGURA 55 : ANÁLISE DA INSOLAÇÃO NO PROJETO . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN FIGURA 54 : ANÁLISE ANUAL DO VENTO NA CIDADE DE LONDRES . Fonte: WINDFINDER

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO

PROGRAMA DE NECESSIDADES O edifício está localizado em lugar de destaque da cidade,

VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

disponibiliza unidades de internação a dependentes de drogas e de álcool, oferece abrigo e oficinas profissionalizantes para os

A área no térreo de recepção e convivência, onde o flu-

desabrigados. Uma preocupação do arquiteto foi criar um proje-

xo de pessoas é maior, possui pé direito duplo, proporcio-

to transparente, mantendo uma relação entre projeto e exterior,

nando uma melhor movimentação do ar, onde o ar quen-

tornando mais discreta a transição entre rua e edifício. A edifi-

te sobe e o ar fresco fica embaixo, resultando na melhora

cação foi composta por uma série de planos cruzados sobre-

do conforto térmico nessas áreas de grande movimento.

postos e que se sobressaem ao longo dos quatro pavimentos.

FIGURA 56 : ANÁLISE da ventilação e insolação no projeto . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN

A forma também influencia nesta questão, o projeto tem blocos com variados níveis de escalonamento, criando beirais diversificados que protegem as fachadas de forma individual. 41

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

FIGURA 57 : SETORIZAÇÃO DO TÉRREO . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN


As fachadas de vidro além da iluminação natural, ainda auxiliam

ESTUDOS DE CASO

no contato, privado e público, trazendo aos usuários a vista de tudo que acontece na rua, e vice-versa, mantendo aos internos o senti-

PROGRAMA DE NECESSIDADES No térreo, o refeitório é o local de maior fluxo, atenden-

mento de liberdade ativo. O edifício ainda conta com um jardim interno, que é sede de diversas atividades realizadas com os usuários.

do cerca de 60 pessoas por refeição, por isso a importância do pé direito duplo, auxiliando no conforto térmico do ambiente. Neste pavimento os usuários têm ainda acesso ao banheiro e lavanderia. O arquiteto ainda teve a preocupação de criar ambientes muito bem iluminados e amplos, através do pé direito duplo no térreo e da fachada envidraçada.

FIGURA 58 : SETORIZAÇÃO DO PAV 1 . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN FIGURA 59 : SETORIZAÇÃO DO PAV 2 E PAV 3 . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE DEZEEN

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ESTUDOS DE CASO FIGURA 61 : FACHADA AO ANOITECER . Fonte: DEZEEN

CONCLUSÃO O “Redbridge” mesmo sendo um projeto com uma área pequena comparado ao “The Bridge” atendeu de forma muito interessante as necessidades dos usuários, utilizando da verticalização e dos painéis de vidro, trazendo uma relação entre exterior e interior, proporcionando aos usuários um sentimento de abrigo porém não de exclusão ou prisão.

FIGURA 62 : FACHADA DURANTE O DIA. Fonte : bj-bsc

FIGURA 60 : DETALHES DO PÉ DIREITO DUPLO . Fonte: Peter Barber Architects

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ESTUDOS DE CASO

OFICINA BORACEA FICHA TÉCNICA: Arquitetos: Roberto Loeb e Associados Local: Dallas – São Paulo – SP – Brasil Área construída: 17.000 m² Área do terreno: 90.000 m² Ano da conclusão: 2003

FIGURA 26 : fachada da oficina boracea. Fonte: LoebCapote

ROBERTO LOEB E ASSOCIADOS LOEBCAPOTE ARQUITETURA E URBANISMO é um escritório de arquitetura liderado pelos arquitetos Roberto Loeb e Luís Capote. O escritório tem se concentrado nos últimos anos na concepção, desenvolvimento e implantação de projetos de complexidade programática e tecnológica, atuando em diversos segmentos. Estes projetos, coordenados e compatibilizados pela equipe técnica do escritório incluem todas as especialidades de engenharia que compõem o projeto detalhado, incorporando em todas as fases de desenvolvimento soluções de sustentabilidade. FIGURA 63 : roberto loeb e luis capote . Fonte : loebcapote

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LOCALIZAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO

ESTUDOS DE CASO

O Projeto Oficina Boracea está localizado na antiga oficina de transportes da Prefeitura de São Paulo, na BarHISTÓRIA DA EDIFICAÇÃO

ra Funda, em um projeto de 17.000 m2, que possibilitava o

O Oficina Boracea, é um projeto de iniciativa da Prefeitura ma

Municipal

AcolherA

cidade

de

São

Paulo,

Reconstruindo passava

por

agregando

Vidas, um

e

iniciou

momento

o em

Progra2002.

complica-

atendimento de 680 pessoas em situação de rua. O local é estratégico por estar em região central comum e ser integrante do percurso de grande contingente de moradores de rua. O entorno ainda contava com diversas usinas de reciclagem, locais muito importantes para o público alvo do projeto.

do em relação ao suporte dado aos moradores de rua, a partir disso, foi proposto este centro social, que converge uma série de atividades e espaços de convivência visando restituir a dignidade dos moradores de rua.

FIGURA 64 : entrada da oficina boracea . Fonte : loebcapote

FIGURA 65 : LOCALIZAÇÃO dO EDIFÍCIO . Fonte : GOOGLE EARTH

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ESTUDOS DE CASO PARTIDO ARQUITETÔNICO Como principal conceito, a acolhida aos moradores, respeitando e preservando suas particularidades e dignidades, aliado a busca de promover um convívio social através do projeto, fortalecendo auto estima e promovendo uma autonomia e inserção

FIGURA 67 : DETALHE DA TEXTURA DA PAREDE. Fonte : LOEBCAPOTE

FORMA

no mercado de trabalho, tudo através de mudanças nas rotinas

O projeto possui uma forma simples e comum, por se tratar

dos usuários através de um modelo de projeto inovador no Brasil.

de uma adaptação feita em galpões de transporte da prefeitura.

FIGURA 66 : PÁTIO dO EDIFÍCIO . Fonte : Matraca Cultural FIGURA 68 : VISTA AÉREA DO EDIFÍCIO. Fonte : LOEBCAPOTE

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ESTUDOS DE CASO

PROGRAMA DE NECESSIDADES Com uma área de 17 mil m², a oficina Boracea é composta de antigos galpões de transporte da prefeitura que foram reformados e adaptados para possibi-

VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

litar o novo programa. O projeto disponibiliza diversos tem-

tipos de serviços, como abrigo para idosos, restaurantes, ofi-

ven-

cinas profissionalizantes, albergues, oficinas variadas (espor-

to predominante segue entre a direção Sul e Sudeste.

te, artes, música e cultura), atendimento médico e lavanderia.

A

análise

peraturas O lise, tro

alta

fato

pois tipo

mostra na

do não

de

ventos

maior

edifício dispõe

desenho

parte

bem do

ano.

ser adaptado, de

plantas

técnico

fortes, Já

dificulta

nem

disponível

e o a

qualquer para

anáou-

estudo.

FIGURA 70 : CARRINHOS DOS MORADORES DE RUA . Fonte : aecidadania

Um diferencial do projeto, é o seu núcleo de atendimento aos catadores de reciclável, disponibilizando um estacionamento, para os carrinhos e também um espaço para a coleta seletiva, contando ainda com um canil, com 30 vagas para animais que normalmente acompanham os desabrigados. FIGURA 69 : ANÁLISE ANUAL DO VENTO NA REGIÃO DE SÃO PAULO. Fonte : WINDFINDER

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ESTUDOS DE CASO

CONCLUSÃO A Oficina Boracea, foi um projeto com um conceito inovador para o país, porém, o apoio e o suporte que recebeu fo-

PROGRAMA DE NECESSIDADES Todo este atendimento acontece de forma primária em uma central de informação, orientação e acolhimento que funciona 24 horas. A hospedagem tem capacidade para 400 pessoas, e faz a combinação de espaços particulares com áreas de convívio público. Ainda contam com áreas de informática, posto de agência bancária, lanchonetes, horta comunitária e brechó.

ram incompatíveis com a idéia final, por este motivo ele entra como um “estudo de caso negativo”, que demonstra os rumos que um projeto desta temática não deve seguir em nosso país. Edifícios

adaptados,

que

não

são

construídos

espe-

cificamente para a função que vão exercer, acabam tendo limitações e dificuldades, que muitas liam

na

reprovação

e

no

insucesso

vezes do

auxi-

programa,

Hoje a Oficina Boracea acolhe na sua maioria um público diferente do perfil da época de inauguração, deficientes físicos e mentais são a maior parte dos usuários do projeto. O edifício perdeu grande parte do apoio e da assistência que recebia, entregando hoje um atendimento precário e deixando em ruinas um conceito que poderia ser referência em todo brasil e no mundo.

FIGURA 71 : DETALHE DAS HORTAS . Fonte : LOEBCAPOTE

FIGURA 72 : PÁTIO DE CONVIVÊNCIA . Fonte : LOEBCAPOTE

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A

ndradas é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, situado na microrregião de Poços de Cal-

das, possui cerca de 41.000 habitantes, ocupa uma área de 469,3 km² e sua densidade demográfica é de 79,40 hab/km². A cidade também é formada por dois distritos: Gramínea e Campestrinho.

CIDADE DE ANDRADAS

BRASIL

MINAS GERAIS

ANDRADAS

FIGURA 74 : brasil/minas gerais/andradas . Fonte : leroy

FIGURA 73 : cidade de andradas . Fonte : eyechannel

49

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


andradas

DADOS DEMOGRÁFICOS

FIGURA 76 : dados demográficos de andradas. Fonte : ibge

FIGURA 75 : IGREJA MATRIZ ANDRADAS. FoTO: MATHEUSPRATA

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


andradas

HISTÓRIA DA CIDADE Data de 1790 a ocupação do território de Andradas.

das recebeu os primeiros colonos italianos, a maioria de-

Felipe Mendes do Prado e o Guarda-Mor Antônio Rabe-

dicada à viticultura, ramo que mais tarde conferiu ao mu-

lo de Carvalho, explorando outras regiões, atravessaram o

nicípio a posição de bom produtor de vinho do país.

rio das Antas, cruzaram a cachoeira Grande Córrego do Tamanduá e foram fixar-se às margens do Córrego do Cipó, um à margem direita e outro à margem esquerda, com o gado que traziam de Baependi, onde eram fazendeiros. A

serra,

seu

principal

acidente

Pecuária, café, vinicultura, banana, rosas, indústria cerâmica, confecções, fabricas de doce, biscoito e bolacha configuram o atual perfil econômico de Andradas. Seu processo de formação histórica, com forte influência da imigração e da cul-

geográfi-

tura italianas, conformou um perfil sociológico diferenciado dos

c o , d e u o r i g e m a o n o m e C a r a c o l . O nome Andra-

municípios vizinhos, que influi e aparece em diversos indicado-

das veio da homenagem que a cidade prestou a Antô-

res de desenvolvimento econômico e de qualidade de vida. A

nio Carlos Ribeiro de Andrada, Governador do Estado.

polarização exercida por Poços de Caldas, a proximidade com

Em 1848, foi feita a doação, por Candido José Mendes, de um alqueire de terra ao patrimônio da igreja. Anos após, com a abolição da escravatura, Andra-

FIGURA 77 : ANDRADAS EM MEADOS DO SÉC. XX. Fonte : CASA DA MEMÓRIA

51

FIGURA 78 : IGREJA MATRIZ 1928. Fonte : CASA DA MEMÓRIA

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

as cidades paulistas de Campinas, Águas da Prata, Espírito Santo do Pinhal, Mogi Mirim, Mogi Guaçu e a própria capital (São Paulo), bem como o afastamento econômico, político e cultural da capital mineira definem fluxos e expectativas econômicas.

FIGURA 79 : FESTA DE 7 DE SETEMBRO 1943. Fonte : CASA DA MEMÓRIA

FIGURA 80 : ANDRADAS NA DÉCADA DE 1940. Fonte : CASA DA MEMÓRIA


andradas

A PROBLEMÁTICA NA CIDADE

Através de entrevistas e pesquisas, pôde se observar também uma peculiaridade de Andradas; aliado a fama da cidade na região, a mesma se encontra na fronteira MG/SP, e ainda se localiza em um eixo de ligação entre cidades importantes

A problemática se passa em Andradas, no estado de Mi-

não só do estado de Minas Gerais, como também do estado

nas Gerais, a cidade vem passando por um problema bem

de São Paulo. Muitos dos que fazem este percurso acabam

específico nos últimos anos, o expressivo aumento na quan-

parando nas cidades até terem condições de continuar a via-

tidade de moradores de rua e pedintes. Esta problemática

gem, em Andradas, encontram uma cidade hospitaleira, re-

chegou até ser questão de debate entre o CONSEP (Conse-

ceptiva e acabam permanecendo por um tempo inconstante.

lho Comunitário de Segurança Pública) com representantes da Policia Civil e Militar, guarda municipal e dos poderes executivo e legislativo. Neste mesmo debate foi criada a campanha “Não dê Esmolas”, onde foi exposto a situação de que Andradas obteve uma fama regional de sempre ajudar moradores de rua, e isso acabou acarretando em uma migração maciça de pessoas em situação de rua, que buscavam uma facilidade maior de sobreviver através da mendicância.

FIGURA 81 : REUNIÃO DO CONSEP . FoTO : PORTAL DA CIDADE DE ANDRADAS

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

FIGURA 82 : MAPA DE PROXIMIDADE DE CIDADES IMPORTANTES. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA


FIGURA 83 : MORADOR DE RUA E SEU CACHORRO. FONTE: PEXELS

andradas

O

principal ponto é a quantidade de pessoas neste estado, hoje existem uma média de 50 pessoas em situação de rua

em Andradas, porém este número é muito oscilante, pois uma parte destes indivíduos é composta pela população de rua variável, estes são os andarilhos que passam de cidade em cidade. Com a ausência de um centro de acolhimento e apoio, os moradores acabam dormindo em lugares impróprios, contraindo doenças, sendo alvo de vandalismos, passando fome, frio, e tendem a continuar nessa situação pela falta de perspectiva de vida dos próprios e da sociedade. Uma particularidade de Andradas é que diferente dos dados da pesquisa nacional do Senso 2008 da população de rua, onde mais de 70% exerciam atividades remuneradas, na cidade esta população vive apenas de esmolas e

sem nenhuma outra forma de renda.

Dependendo apenas da ajuda da população, estes indivíduos necessitam não só de um abrigo, mas de um local que possa atender os diversos tipos de moradores existentes, suprindo suas necessidades não só básicas, mas dando oportunidades e expectativa de um futuro melhor, para que possam se despir dos conceitos de marginalidade e periculosidade, que são atribuídos a eles muitas vezes de forma injusta, trazendo a eles novamente um sentimento de acolhimento, de relação familiar, de humanidade como um todo.

53

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


A

escolha

do

-requisitos

terreno já

se

iniciou

estabelecidos,

com que

alguns foram

pré-

defini-

dos através das pesquisas e análises anteriores, são elas:

ÁREA DE

IMPLANTAÇÃO

• Localização mais central, porém, não nas principais ruas do centro, algo que poderia dificultar o acesso para os moradores de rua, principalmente os que utilizam de carrinhos. • Terreno próximo a área de maior densidade residencial, criando uma integração maior entre os moradores da região e os usuários, auxiliando na ressocialização dos mesmos. • Local

FIGURA 84 : CIDADE DE ANDRADAS - MAPA. FONTE: GOOGLE EARTH

54

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

em

situação

de

vazio

urbano.


ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

LOCALIZAÇÃO Seguindo os requisitos antes citados, o terreno esta cerO terreno se localiza na Vila Mosconi, no cruzamento das

ca de apenas 300m da rua principal do comércio da cidade,

ruas, Prof. Acir Costa e Irineu Trevisan, é composto por 3 lotes, a

e mesmo estando em uma área central, o movimento de car-

face da Rua Irineu Trevisan possui 23,20 m e a da Rua Prof. Acir Cos-

ros e pedestres ao redor do terreno é reduzido comparado ao

ta possui 37,20 m, totalizando cerca de 1.000 m². Atualmente se

movimento do centro, mesmo ambos estando muito próxi-

encontra em situação de vazio urbano, estando totalmente inu-

mos. Ainda está locado em uma área de maior densidade re-

tilizado e sem cuidados constantes por parte dos proprietários.

sidencial, auxiliando no plano de ressocialização dos usuários.

ANDRADAS

BAIRRO FIGURA 85 : ZOOM DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO. FONTE: GOOGLE EARTH

55

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

QUADRA


ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

FIGURA 88 : zoom da localização do terreno. Fonte: google earth

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

FIGURA 86 : FACHADA DO TERRENO NA RUA IRINEU TREVISAN. FOto: AUTORIA PRÓPRIA

FIGURA 87 : CRUZAMENTO RUA IRINEU TREVISAN E PROF. ACIR COSTA. FOTO: AUTORIA PRÓPRIA

56

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

FIGURA 89 : FACHADA DO TERRENO NA RUA PROF. ACIR COSTA. FOTO: AUTORIA PRÓPRIA


ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

ENTORNO

Para um estudo mais detalhado do entorno foi separada uma área com raio de 300m a partir do terreno, onde foram feitas as análises de cheios e vazios, uso e ocupação do solo e gabarito de altura.

E para um

cial

com

e

amplo, foi

separada

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

FIGURA 90 : Diagrama e Gráfico do Uso e ocupação do Solo . Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

uma

área

raio

estudo de

mais

superfi-

1.000m a partir do terreno.

GABARITO DE ALTURA

FIGURA 91 : Diagrama e Gráfico do gabarito de altura . Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

O gráfico demonstra que o local analisado possui predomi-

Quase toda totalidade da área é composta por constru-

nância de áreas residenciais, seguida de grande quantidade de

ções de apenas 1 pavimento, poucas com 2 pavimentos e ape-

área verde a sudeste, o comércio se concentra a noroeste onde

nas 4% com 3 pavimentos. Interessante observar que na área

começa a área central, e os pontos institucionais são poucos.

analisada não existem construções com mais de 3 pavimentos, mesmo pegando uma parte da área central da cidade.

57

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

ANÁLISE DE PROXMIDADES

CHEIOS E VAZIOS

FIGURA 92 : Diagrama e Gráfico dos cheios e vazios . Fonte: AUTORIA PRÓPRIA FIGURA 93 : Diagrama de Pontos relevantes - perímetro 1km . Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Na análise do perímetro de 1.000 metros, pode se obNa área analisada houve um equilíbrio entre cheios e vazios,

servar a proximidade do terreno com a área central da ci-

pois o perímetro abrange uma região que engloba uma grande

dade, cerca de 4 quadras, e com pontos relevantes da ci-

área verde, resultando na igualdade entre ambos os parâmetros.

dade como a rodoviária, o teatro, dentre outros. Além disso, nota-se a proximidade com uma grande massa de área verde e também com a passagem do Rio Pirapitinga.

58

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


As estratégias a serem adotadas são A, B, C e F:

ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

“A - O uso de aquecimento artificial será necessário para ame-

ZONA BIOCLIMÁTICA

nizar a eventual sensação de desconforto térmico por frio. B

Zona

de

aquecimento

solar

da

edificação;

A forma, a orientação e a implantação da edificação, além

Segundo a NBR 15220 pode-se analisar que a cidade de An-

da correta orientação de superfícies envidraçadas, podem

dradas – MG pertence a Zona bioclimática 1, conforme o mapa:

contribuir para otimizar o seu aquecimento no período frio através da incidência de radiação solar. A cor externa dos componentes também desempenha papel importante no aquecimento dos ambientes através do aproveitamento da radiação solar. C

Zona

de

massa

térmica

F

Zona

de

desumidificação

para

aquecimento;

(renovação

do

ar);

As sensações térmicas são melhoradas através da desumidificação dos ambientes. Esta estratégia pode ser obtida através da renovação do ar interno por ar externo através da ventilação dos ambientes.” (ASSOCIAÇÃO

P

BRASILEIRA

DE

NORMAS

TÉCNICAS,

2003)

ara a Zona Bioclimática 1, as recomendações construtivas são o uso de aberturas com dimensões mé-

dias, sombreamento nas aberturas de forma a permitir o sol do inverno. As paredes e coberturas com materiais de inércia térmica leve, utilizar isolamento térmico nas coberturas.

FIGURA 94 : MAPA DO BRASIL INDICANDO A ZONA 1 . Fonte: NBR 15220

Utilizando tações to

de

projeto 59

destas

construtivas conforto no

informações,

pré-estabelecidas

térmico,

momento

algumas

poderão

da

ser

concepção

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

no

orien-

As estratégias bioclimáticas são: o uso de aquecimento so-

âmbi-

lar, com materiais de grande inércia térmica nas vedações

no

internas. A norma adverte que apenas o condicionamento

mesmo.

passivo não será suficiente nos períodos mais frios do ano.

utilizadas do


ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

INSOLAÇÃO, VENTILAÇÃO E TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA O terreno possui uma declividade de cerca de 2 metros na sua face sudeste, e na face sudoeste a área é praticamente plana.

FIGURA 96 : CARTA SOLAR DO TERRENO . Fonte: SOL - AR

VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO O vento predominante vem da direção Leste, para Oeste, já a respeito da Insolação, temos o terreno com duas faces para rua, uma à Sudoeste e outra à Sudeste, resultando em um percurso solar mais ameno e na diagonal em relação as fachadas. A carta solar demonstra que a face noroeste do terreno recebe uma insolação mais agressiva principalmente no inverno, porém é onde pode se localizar os quartos, já que o uso dos mesmos ocorre somente na parte da noite, assim o calor é aproveitado para um maior conforto noturno. FIGURA 95 : ANÁLISE DE INSOLAÇÃO, VENTILAÇÃO E TOPOGRAFIA . Fonte: autoria própria

60

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


S

egundo o Plano Diretor da Cidade de An-

ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

MACROZONEAMENTO

dradas MG, o terreno do projeto está locali-

zado na área de zoneamento número 4, que corresponde a Zona de Adensamento Preferencial 1; como descrição da mesma: são aquelas onde as condições do meio físico e disponibilidade de infraestrutura possibilitam maior adensamento populacional, sendo permitidos usos residenciais e não-residenciais. Possui delimitação, taxa de ocupação de 70%, taxa de permeabilidade de 20% e um gabarito de altura de até 36 metros.

FIGURA 98 : TABELA DE OCUPAÇÃO DE SOLO . Fonte: PLANO DIRETOR

ZAP 1 e 2 (Zona de Adensamento Preferencial): são aquelas onde as condições do meio físico litam FIGURA 97 : MACROZONEAMENTO DE ANDRADAS . Fonte: EDITADO A PARTIR DO ORIGINAL DE PLANO DIRETOR

61

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

e

disponibilidade maior

permitidos

de

infraestrutura

adensamento

usos

residenciais

populacional, e

possibisendo

não-residenciais.


FIGURA 99 : homens projetando. Fonte: pexels

ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

CÓDIGO DE OBRAS Segundo o Código de Obras de Andradas, instituido na Lei N° 984/1990: • Paredes entre divisões de lotes com no mínimo 0,25 cm de espessura. • As paredes de banheiros, dispensas e cozinhas, deverão ser revestidas no mínimo até a altura de 1,50 m de material impermeabilizante, lavável, liso e resistente. • Escadas, rampas e corredores devem ter largura mínima de 1,20 m livres. • Os degraus das escadas devem ter espelhos de no mínimo 0,18 cm de altura e pisos com profundidade mínima de 0,25 cm. • Nas escadas de uso coletivo, sempre que a altura à vencer for superior a 2,80, será obrigatório intercalar um patamar com extensão mínima de 0,80 cm de largura mínima igual à largura exigida para a escada. • Rampas de ligação entre pavimentos, não poderão ter inclinação superior a 12% e ser revestida com material antiderrapante. • A construção de marquises na fachada não poderá exceder ¾ da largura do passeio e não poderão possuir nenhum elemento, acima do passeio público, que esteja abaixo dos 3 de altura.

62

CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA


O

PROGRAMA PLANO DE NECESSIDADES

plano de necessidades foi criado já com expectativas futuras, de um possível aumento da população em situação

de rua, seguindo o crescimento populacional da cidade, porém de forma reduzida, já que a função do projeto não é apenas acolher, mas capacitar e recuperar os usuários, dando oportunidades a eles de regressarem à sociedade de forma íntegra. Levando em conta o crescimento populacional projetado pelo IBGE, que até 2042 a população brasileira vai crescer cerca de 12%, a capacidade do projeto foi ampliada em 20%, a mais do que a demanda atual, trazendo uma vida útil muito maior para o edifício.

FIGURA 100 : PANÔRAMICA DA CIDADE DE ANDRADAS . Fonte: ANDRADAS ESPIRAL

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PROGRAMA

PLANO DE NECESSIDADES A capacidade de acolhimento estabelecida foi de 48 pessoas individualmente mais 3 quartos familiares, e alimentação de 60 pessoas, visto que muitos vão para se alimentar e não voltam para passar a noite.

FIGURA 101 : tabela plano de necessidades. Fonte: autoria própria

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PROGRAMA

FLUXOGRAMA

FIGURA 102 : fluxograma do projeto. Fonte: autoria própria

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PROGRAMA

O Plano de projeto O Plano de projeto foi baseado nas pesquisas feitas sobre o tema durante o estudo inicial, sendo elas diretamente à população em situação de rua e indiretamente através dos estudos de caso de projetos que se propunham a abordar a mesma temática, o apoio e suporte à população de rua. Fundamentado nestas pesquisas, optou-se por um programa que proporcionasse não somente a opção de higienização e um local para pernoitar, mas também outras necessidades básicas e ainda mais, disponibilizar assistência para que os usuários tenham uma perspectiva maior e real de reinserção na sociedade.

Este auxílio se concretiza através das características deste programa: • Auxílio pessoal (Atendimento psicológico e assistência social). • Auxílio profissional (Salas de Treinamentos e Oficinas profissionalizantes). • Auxílio Social (Áreas de convívio, varandas, espaços abertos). • Auxílio interpessoal (Inserção dos usuários em trabalhos feitos no edifício como: Limpeza, lavanderia, alimentação e etc). • Alimentação (Cozinha, refeitório e copas). • Acolhimento (Dormitórios masculinos, femininos, familiares e sanitários). • Serviços de apoio (Lavanderia, limpeza) • Funcionários (Administração, recepção, copa e banheiros).

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O PROJETO FIGURA 103 : IMAGENS DO PROJETO EM 3D. Fonte: autoria própria

FIGURA 84 : CIDADE DE ANDRADAS - MAPA. FONTE: GOOGLE EARTH

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O PROJETO

DESENVOLVIMENTO PARTIDO ARQUITETÔNICO De posse do programa de necessidades e do estudo do terreno, se iniciou o processo criativo para a concepção do projeto.

• Integração entre edifício e entorno, principalmente através da permeabilidade, desmaterializando qualquer

Primeiramente foi definido o partido arquitetônico, “In-

pré-conceito que os usuários costumam ter com locais que

teração e Integração”, duas palavras chaves que nortearam

seguem esta temática, que normalmente traz à eles um

todo desenvolvimento da ideia e que surgiram durante a

sentimento de confinamento.

pesquisa inicial, onde o objetivo era compreender e conhecer de forma mais profunda o tema, buscando compreender quem são essas pessoas, suas necessidades, dificuldades e entender a relação delas com o espaço urbano público.

• Interação entre os usuários, público externo e colaboradores. Cada usuário do projeto terá participação direta, junto aos colaboradores, na rotina de diversos setores do projeto como, limpeza, lavanderia, cozinha, jardinagem etc.

Durante as pesquisas, um dado em especial chamou

Trazendo a eles um sentimento de zelo e de serem impor-

atenção, segundo o Primeiro censo e pesquisa nacional so-

tantes ao edifício. Além das relações profissionais e inter-

bre a população de rua realizado em 2008, quando pergun-

pessoais presentes no programa que visam restituir o senti-

tado aos moradores de rua sobre os pontos negativos de

mento humanitário, capacitário e de pertencer a sociedade

um albergue, 44,3% disseram ser a falta de liberdade, isso implicou diretamente na proposta.

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O PROJETO

PRINCÍPIOS CONDUTORES

Logo em seguida foi definido os princípios condutores para alcançar estes objetivos: • Possuir uma praça interna aberta que fosse capaz de projetar os dois pontos do partido arquitetônico de forma visível para todos. • Utilizar da localização do terreno na esquina de forma positiva afim de que contribua para expressão do partido. • Quartos voltados para o Leste/Nordeste para aproveitar o vento predominante, porém com proteção solar. FIGURA 104 : CROQUI DE IDEIAS INICIAIS . Fonte: autoria própria

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O PROJETO

2. O edifício se fechou um pouco mas manteve uma abertura para Rua Prof. Acir Costa, já a face para a Rua Irineu Trevisan, ficou praticamente toda aberta, isso foi importante já que esta é a rua onde o fluxo de pessoas é muito mais intenso.

PROPOSTAS INICIAIS Após estas definições, de imediato surgiram 3 propostas: 1. O edifício se concentraria nas divisas do lote, e deixaria todo centro aberto voltado pra rua dando ênfase maior na Rua Prof. Acir Costa, a face de maior dimensão do terreno, utilizando de forma eficaz a locação de esquina do terreno.

FIGURA 106 : CROQUI PROPOSTA INICIAL 2. Fonte: autoria própria

3. O edifício manteve a abertura da Rua Irineu Trevisan, porém optou por estendê-la ao longo de toda sua dimensão, deixando a fachada toda livre com o bloco superior trabalhando como cobertura de uma grande parte desta extensão. Por outro lado, a abertura que havia mais no centro da Rua Prof. Acir Costa foi fechada.

FIGURA 105 : CROQUI PROPOSTA INICIAL 1. Fonte: autoria própria FIGURA 107 : CROQUI PROPOSTA INICIAL 3. Fonte: autoria própria

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O PROJETO DEFINIÇÃO DA FORMA

De posse destas 3 propostas, após alguns estudos, ficou decidido que seriam unidas 2 propostas; utilizando toda abertura para a Rua Irineu Trevisan da proposta 3 e juntando com a abertura central para a Rua Prof. Acir Costa da proposta 2, decidindo assim a forma base do edifício. Após isso, começou a ser distribuído o plano de necessidades para identificar a necessidade de mais pavimentos no projeto, que viria a ser 3. O bloco do térreo que acabou afastado do bloco principal veio a se tornar a cozinha e o refeitório, trazendo uma real utilização do próprio pátio aberto que se localiza a sua frente.

FIGURA 108 : CROQUIS DA FORMA DEFINIDA. Fonte: autoria própria

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O PROJETO DEFINIÇÃO DE DETALHES Em seguida, houve necessidade de definir como seria os pilares aparentes logo na fachada do prédio. Diversas opções foram pensadas, mas no final a que prevaleceu foi um pilar único que possibilitou à fachada uma área coberta mais livre e permeável. Como já estava definido desde o início, os quartos seriam em sua maioria para o leste/nordeste, para aproveitar o vento predominante, porém em contrapartida em questão da insolação foi resolvida com brises móveis verticais, que foram escolhidos pela orientação da fachada.

FIGURA 109 : CROQUIS DAS 4 OPÇÕES DE PILARES. Fonte: autoria própria

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FIGURA 110 : IMAGENS DO PROJETO EM 3D. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

PROPOSTA PROJETUAL

FIGURA 111 : 3D DA ENTRADA DO EDIFÍCIO. Fonte: autoria própria

FUNDAMENTAÇÃO

A proposta Projetual da edificação, tem como principal partido duas palavras, Integração e Interação, ambas entre utilizadores, edifício e entorno, por meio do programa e de elementos arquitetônicos.

Devido as características do terreno, como a pequena dimensão (950m²) e ser locado em uma esquina, a objetivo da proposta se tornou integrar o edifício a rua, minimizando o sentimento de “confinamento” que os usuários sentem em locais mais fechados; gerando uma extensão da calçada e criando uma praça/refeitório aberto, trazendo a rua até o projeto. A intenção é que a população de rua continue se sentindo livre, porém, em um lugar onde suas necessidades básicas sejam atendidas e seus direitos cumpridos. FIGURA 112 : 3D DA VISÃO DO EDIFÍCIO VISTO DA RUA IRINEU TREVISAN. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

A segunda é uma área coberta, porém, totalmente aberta, ela tem sua cobertura criada pelo pavimento superior que possui mais de 18 metros de extensão e ainda

TÉRREO O terreno de esquina, trouxe a oportunidade de um edifício muito mais permeável, contando com duas entradas.

conta com os diversos mobiliários e vegetação. No local, a utilização para a alimentação será constante, não só pelo ambiente convidativo, mas também pela integração e interação conseguidas através das áreas de circulação criadas.

• A primeira se tornou praticamente uma extensão da calçada na rua Irineu Trevisan, tirando qualquer delimitação entre público e privado, deixando um acesso livre em seus quase 24 metros, porém, na esquina o acesso conti-

Ambos ambientes são utilizados como uma praça e um refeitório aberto através dos mobiliários neles instalados.

nua fluido, trazendo mais 5 metros na face da Rua Prof. Acir Costa. • A segunda entrada, se dá no meio do terreno na face da Rua Prof. Acir Costa dando acesso à toda praça central e também ao edifício principal. Através de toda essa permeabilidade conquistada pela proposta, acabou se criando dois ambientes público/privado. O primeiro uma área aberta com mobiliários como, bancos e mesas, para utilização do espaço de forma livre, aliados a vegetação trazendo um aspecto acolhedor e livre de uma praça pública . FIGURA 113 : DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO DO PAVIMENTO TÉRREO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO TÉRREO

Na área permeável, entre os dois acessos ao projeto, se encontra um bloco afastado do principal, nele se localiza a cozinha e o refeitório fechado. O bloco tem como característica, ter suas duas faces, que se voltam para a área de convívio, compostas por painéis retráteis que em dias frios e chuvosos podem permanecer fechados man-

FIGURA 114 : esquema de fluxo da cozinha. Fonte: autoria própria

tendo o ambiente com a característica de um refeitório interno, porém em dias quentes e ensolarados, os painéis se abrem aumentando o espaço e ampliando a área utilizada como refeitório, melhorando também o fluxo no edifício. No mesmo bloco se encontra a cozinha, ela é composta pela área de limpeza de louças, que se liga diretamente com o refeitório através de um balcão que recebe a louça suja, despensa, depósito de frios, área de preparação e higienização de carnes e de legumes, área de processamento com fogão e um balcão de expedição onde são servidas as refeições. FIGURA 115 : esquema de abertura dos painéis retráteis. Fonte: autoria própria

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O PROJETO De frente para a Rua Prof. Acir Costa o bloco principal tem um acesso restrito, que serve de saída de lixo e TÉRREO

entrada de funcionários, onde sem passar pela recepção, eles tem acesso ao dormitório e a todas as salas, desde lavanderia, DML, depósito, área de serviço e também à uma

Na fachada leste esta locado o bloco principal, onde se encontra a recepção, que tem o trabalho de distribuir

escada de acesso também restrito, facilitando o fluxo dos funcionários.

os usuários no pavimento todo, entre triagem, pavimentos superiores através da escada ou elevador e o dormitório masculino, que se localiza ao fundo, local de ampla iluminação e ventilação, auxiliando na eficiência energética do projeto.

FIGURA 116 : esquema dOS FLUXOS NO BLOCO 1. Fonte: autoria própria

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FIGURA 117 : 3D DO PAVIMENTO TÉRREO. Fonte: autoria própria


O PROJETO

PAVIMENTO 1

. Primeiro, o dormitório masculino segue o mesmo padrão do térreo, sendo 12 vagas para homens com banheiro e

Subindo pelo acesso público, temos o hall, que distribui os usuários em 4 grandes setores, dormitório masculino, dormitório feminino, treinamento e administração.

copa. A área administrativa é composta por escritório, copa, banheiro e varanda, lembrando que o corredor de acesso a estes ambientes fica aberto de frente para o pátio, trazendo iluminação e ventilação extra a cada ambiente. O Dormitório feminino fica no bloco em balanço que sobrepõe a área coberta do térreo, nele existem 12 vagas e mais um banheiro exclusivo às mulheres.

FIGURA 118 : SETORIZAÇÃO + FLUXOS PAVIMENTO 1. Fonte: autoria própria

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FIGURA 119 : 3D DO PAVIMENTO 1. Fonte: autoria própria


O PROJETO

PAVIMENTO 1

A área de treinamentos conta com duas salas de atendimentos individuais, onde acontecem trabalhos psicológicos e de assistência social para os usuários, seguindo temos duas grandes salas, uma de oficinas e outra de treinamentos/cursos que é acompanhada de um lavabo; a grande sacada destas salas é que no limite entre as duas, a parede é composta por divisórias retráteis, que se abrem transformando-as em uma única sala.

FIGURA 120 : SALAS DE TREINAMENTOS COM DIVISÓRIAS FECHADAS. Fonte: autoria própria

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FIGURA 121 : SALAS DE TREINAMENTOS COM DIVISÓRIAS ABERTAS. Fonte: autoria própria


O PROJETO PAVIMENTO 2 No pavimento 2 saindo do acesso público temos o hall, neste bloco existem 3 setores principais: o dormitório masculino, que tem capacidade para 12 pessoas com banheiro; os dormitórios familiares que se dividem em 3 quartos com cama de casal e uma de solteiro, possuindo ainda banheiro e varanda própria, trazendo uma privacidade maior as famílias; e a área de convívio, que é composta por uma copa e um terraço, estes dois ambientes são os locais onde os usuários do edifício ficarão antes de dormir, onde poderão se divertir, conversar e interagir entre si.

FIGURA 123 : 3D DO PAVIMENTO 2. Fonte: autoria própria FIGURA 122 : SETORIZAÇÃO + FLUXOS DO PAVIMENTO 2. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

FIGURA 124 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

FIGURA 125 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO COM ENTORNO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

FIGURA 126 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

FIGURA 127 : PERSPECTIVA EM 3D DO PROJETO COM ENTORNO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS CONFORTO TÉRMICO • No térreo, um pergolado com vidro tem intenção de O projeto utiliza de algumas técnicas para melhoria do conforto térmico e da eficiência energética do edifício: • Áreas permeáveis com vegetação baixa/alta dentro do pátio interno, voltadas para a face Noroeste, amenizam a incidência solar e a temperatura do ar em todo térreo.

filtrar a luz solar e trazer iluminação a entrada do bloco principal, diminuindo a necessidade de iluminação artificial durante o dia. • Todos os dormitórios são ambientes grandes sem divisórias altas, foram criadas paredes de 2m de altura que apenas dividem os quartos, porém não atrapalha a ventilação, auxiliando na troca e movimentação de ar.

FIGURA 128 : ESQUEMA DEMONSTRANDO TÉCNICAS DE CONFORTO TÉRMICO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

CONFORTO TÉRMICO

• O edifício tem diversas varandas e um terraço que trazem opção de ventilação cruzada e iluminação natural aos diversos pavimentos. • Os Dormitórios que estão voltados para Noroeste e Nordeste, possuem brises verticais móveis que protegem a fachada amenizando a temperatura dentro dos ambientes.

FIGURA 130 : CORTE DEMONSTRANDO ESTRUTURA DOS QUARTOS E BRISES. Fonte: autoria própria

• Os mesmos dormitórios possuem também um canteiro logo em frente aos brises, que é composto por plantas baixas, que amenizam tanto a incidência solar quanto a temperatura do ar que ventila pela janela, lembrando que a maioria dos quartos estão voltados para o Leste/Nordeste que é de onde vem o vento predominante, além disso existe a cobertura avançada que diminui o acesso do sol.

FIGURA 129 : ESQUEMA DEMONSTRANDO TÉCNICAS DE CONFORTO TÉRMICO. Fonte: autoria própria

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FIGURA 131 : ESQUEMA DEMONSTRANDO TÉCNICAS DE CONFORTO TÉRMICO. Fonte: autoria própria


O PROJETO

FIGURA 132 : IMAGEM 3D DA VEGETAÇÃO DO PROJETO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

FIGURA 133 : IMAGEM 3D DA VEGETAÇÃO DO PROJETO. Fonte: autoria própria

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O PROJETO

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS ESTRUTURA

VEDAÇÃO Toda vedação fica por conta dos blocos de concreto, que conta com padronizações em suas dimensões, isso traz vantagens na hora da execução como, eficiência, limpeza, economia e etc. Além de serem vazados, por onde pode ser passado toda tubulação da obra.

Para a construção do projeto será utilizada toda estrutura em concreto armado, uma combinação entre a alta resistência à compressão do concreto e a alta resistência à tração do aço, suprindo as necessidades estruturais do projeto. FIGURA 135 : ESQUEMA DA COMPOSIÇÃO DA PAREDE COM BLOCO DE CONCRETO. Fonte: Clique Arquitetura

FIGURA 134 : ESQUEMA DE ESTRUTURA EM CONCRETO ARMADO. Fonte: Habitissimo

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FIGURA 136 : IMAGENS DEMONSTRANDO O FUNCIONAMENTO DO BLOCO DE CONCRETO Fonte: JCRB


O PROJETO

LAJE A laje será de Painéis treliaçados, uma tipologia de laje pré-fabricada composta por vigotas de concreto com armações treliçadas, que neste caso são instaladas lado a lado.

COBERTURA Telhadas Sanduiche com EPS para composição da cobertura, trazendo um conforto termo acústico para todo o

Elas possuem valor um pouco maior por utilizarem mais concreto, porém, em contrapartida dispensam acabamento interno da laje no projeto.

edifício, possuem também características impermeabilizantes além de aceitar menores inclinações, resultando em uma opção estética mais próxima ao procurado.

FIGURA 138 : laje COM painÉIS treliçadoS. Fonte: Hpssociety

FIGURA 137 : ESQUEMA DE COMPOSIÇÃO DA TELHA SANDUICHE. Fonte: Soluções Industriais FIGURA 139 : ACABAMENTO DA LAJE COM PAINÉIS TRELIÇADOS. Fonte: DESAPEGA.NET

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O PROJETO

PRANCHAS TÉCNICAS

FIGURA 140: PLANTA COTADA DO PAVIMENTO TÉRREO. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 141 : PLANTA DO PAVIMENTO TÉRREO COM LAYOUT. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 142: PLANTA COTADA DO PAVIMENTO 1. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 143: PLANTA DO PAVIMENTO 1 COM LAYOUT. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 144: PLANTA COTADA DO PAVIMENTO 2 .Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 145: PLANTA DO PAVIMENTO 2 COM LAYOUT .Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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PROJETO OOPROJETO

FIGURA 146: PLANTA DE COBERTURA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 147: CORTE AA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

FIGURA 148: CORTE BB. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

FIGURA 149: CORTE CC. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 150: DETALHAMENTO DOS BRISES. FONTE : AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 151: ELEVAÇÃO POSTERIOR. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

FIGURA 152: ELEVAÇÃO FRONTAL. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 153: ELEVAÇÃO LATERAL ESQUERDA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

FIGURA 154: ELEVAÇÃO LATERAL DIREITA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 156: PLANTA DE SITUAÇÃO. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

FIGURA 155: IMPLANTAÇÃO COLORIDA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 157: IMPLANTAÇÃO TÉCNICA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

PROJETO 3D

FIGURA 158: VISTA 3D DA RUA PROF. ACIR COSTA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 159: PERSPECTIVA 3D DO PROJETO. FONTE: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

FIGURA 160: VISTA DA ESQUINA DO EDIFÍCIO. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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FIGURA 161: VISTA DAS JANELAS E BRISES DOS QUARTOS MASCULINOS. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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FIGURA 162: VISTA ELEVADA DA ENTRADA DO EDIFÍCIO. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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FIGURA 163: VISTA DA RUA PROF. ACIR COSTA. Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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FIGURA 164: VISTA DAS VARANDAS + JANELAS E BRISES DO BLOCO FEMININO Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O PROJETO

CONCLUSÃO Através da pesquisa realizada, ficou evidente a não particularidade do Brasil em relação a existência da população que vem utilizando o espaço público como forma de sobrevivência, porém, existem variantes bem claras e importantes entre o perfil desta população ao redor do mundo, principalmente pela cultura e contexto social de cada país e cidade, acarretando também em aplicações de formas variadas de intervenções de apoio com programas diferenciados, cada qual adequado ao seu panorama social. Porém como semelhança, o preconceito ainda se mostra fluente em todos os lugares, muito disso pois a rua é entendida com espaço público, mas é apropriada por eles a fim de configura-la como moradia, causando incômodo na sociedade e como consequência concebendo formas de arquitetura expulsivas, segregativas e diminuindo as expectativas desta população de um dia voltar a ser respeitada pela sociedade.

O objetivo do projeto, é de trazer novas formas de abordagem a temática na região, como uma variação ao habitual “albergue” desmistificando o programa clássico de “pernoite + banho” e partindo para um mais funcional, com formas de profissionalização, ressocialização e reestruturação do sentimento humanitário desta população de rua, buscando não ocultar um problema social, mas tentar resolve-lo, diminuindo gradativamente a quantidade dos usuários através da reinserção dos mesmos na sociedade e no mercado de trabalho.

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O PROJETO

CONCLUSÃO

Com a finalização deste trabalho conclui-se que o projeto atingiu seu objetivo, materializando arquitetonicamente o partido que foi definido inicialmente, aliado ao programa proposto; resultando em um edifício que cria relações e que convida, de forma natural, seus usuários a interagir e usufruir do espaço externo disposto de forma livre, sem uma função pré-estabelecida; e do interno com todos os demais serviços, criando um edifício que condiz com a realidade e necessidade da cidade.

Após a conclusão, espera-se que a arquitetura consiga fazer a diferença na sociedade não apenas no quesito estético, mas também no social, através de projetos que tenham programas baseados nas reais necessidades do público alvo, e que através do êxito desta proposta, ela venha a ser pluralizada em outros municípios, afim de que a sociedade passe a enxergar da mesma forma todos, independentemente da sua condição social.

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO À POPULAÇÃO DE RUA

1998.


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