Revista Potência

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POTÊNCIA EDIÇÃO ESPECIAL

2ªguerra mundial

IMIGRAÇÃO

JAPONESA A HISTÓRIA DOS IMIGRANTES JAPONESES NO BRASIL


__________________________ Universidade Nove de Julho - Projeto Discente Nome e Ra dos integrantes do grupo Alan Ribeiro Gomes Ra: 313200007 Andressa Carvalho Pontes dos Santos Ra: 413110570 Elizeu Lima RA 913107217 Greice Jardim RA 313106192 Guilherme Garcia Alves Neto Ra: 914120392 Karina Cristina de Queiroz Souza Ra: 913206238 Luiz Eduardo RA 313104740 Mirian Freire Romão Ra: 413110571 __________________________

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APRE

SENT AÇÃO

Este trabalho é o resultado da nossa pesquisa sobre a Imigração japonesa, as informações são veridicas e agradecemos aos nossos professores pelos auxílios durante a elaboração deste projeto. Equipe Revista Potência

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IMAGEM: MUSEUBUNKYO

MUSEU

Contato Horário de funcionamento De terça-feira a domingo, das 13:30h - 17:00h. Fechado às segundas-feiras.

Ingressos Adulto: R$ 10,00 Estudantes com carteirinha: R$ 5,00 Crianças de 5 a 11 anos: R$ 5,00 (menores de 5 anos isento) Idosos a partir de 60 anos: R$ 5,00 (Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso) Audioguia Tablet disponível no 8° andar do Museu Contribuição: R$ 10,00 (Pagamento somente em dinheiro. Não aceitamos cartão de débito ou crédito.) Observação: Locação do tablet somente com documento original válido. O documento ficará retido até a devolução do tablet. Favor devolver até 17h25. Agendamento de visitas monitoradas Para grupo de 50 pessoas, período de 60 minutos - de terça à sexta-feira. Monitoria: R$ 130,00 Horario de funcionamento do Escritorio do Museu (3º andar) De terça à sexta-feira: 9h00 às 17h30. Segunda-feira e sábado: 13h30 às 17h30. Domingo: fechado. O acervo do Museu só é acessível aos pesquisadores com agendamento prévio, mediante o envio do plano de pesquisas ou de estudos, por email. Maiores informacoes: (11) 3209-5465 / 3208-1755 (ramal 117) E-mail: museu@bunkyo.org.br

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

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XENOFOBIA

SHINDO RENMEI (LIGA DO CAMINHO DOS SÚDITOS) VITORISTAS (TAMBÉM CONHECIDOS COMO KATIGUMI)

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DERROTISTAS

DURANTE A GUERRA

CRISE CHEGADA AO BRASIL

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VOLTA POR CIMA

AMIZADE ATUAL ENTRE O BRASIL E JAPÃO FILME CORAÇÕES SUJOS

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CURIOSIDADES

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2ª GUERRA MUNDIAL IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL

“O preconceito foi a maior dificuldade que encontrei, falavam dos costumes e da comida, tudo nos japoneses era defeito. ” Edson Ichinose Edson Ichinose de 65 anos, natural de Inuyama-Japão, mudou-se para o Brasil em 1935. Quando questionado sobre como os japoneses reagiram com as campanhas nacionalistas implantadas no Brasil, Sr Edson Responde: “Nenhum Japonês gostava de ter que falar o português, muito menos ensinar a seus filhos e família uma outra cultura, os mais velhos repudiavam por proibirem o hasteamento da bandeira japonesa. ” Edson diz que as recordações que tem da Segunda Guerra Mundial são histórias contadas por seu pai e não lhe trazem lembranças agradáveis, por isso não gosta de tocar muito no assunto. Quando questionado se a Guerra lhe afetou de algum modo ele 6

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diz: “Sim, a intenção de meu pai era plantar e colher no Brasil, depois retornar ao Japão quando tudo acabasse, mas ficamos aqui por não saber o que se passava lá .” Entre 1939 a 1945, com a Segunda Guerra Mundial e a derrota do Japão, o governo de Getúlio Vargas reprimiu a cultura japonesa no Brasil. Os japoneses foram discriminados e perseguidos pelo povo brasileiro, pois alguns não acreditavam na derrota de seu país de origem. A consequência da devoção ao seu país e ao imperador japonês, Hirohito, foram os ataques de preconceito que sofreram aqui no Brasil. Era proibido jornal e livros em japonês, escolas que ensinavam a cultura japonesa e falar em público em japonês, a repressão foi mais dura no caso dos nipo-brasileiros, que em sua maioria não eram fluentes em português. De acordo com Paulo Takeda,70, que trabalha na comissão de administração do Museu de Imigração Japonesa no Brasil: “japoneses não desistiram de falar japonês, es-

Kasato Maru primeiro navio da imigração japonesa |imagem: Mirian Romão

XENOFOBIA


condido ou não, e muitas vezes, devido ao fato da insistência, foi motivo de ser capturado pela justiça e ia para o xilindró. Meu sogro foi preso porque estava conversando na praça em japonês, meu sogro é um pouco mais radical, ele praticava Kendo, então ele tinha um espirito de guerreiro”. Em 1943 a 1945 os nipo-brasileiros foram expulsos de suas casas no bairro da liberdade, para o interior de São Paulo e em 1943 a polícia militar brasileira começou a recolher livros e revistas em japonês. A proibição de jornais em japonês fez com que eles ficassem isolados culturalmente e socialmente, do que estava acontecendo no Japão, ouvia-se “boatos”, quando um ou outro japonês que falava em português ia aos centros de São Paulo a mando de seus patrões. Essa forte pressão psicológica que propiciou as consequências do pós-guerra. Haviam rumores de que o Japão nunca havia perdido a guerra e que a declaração feita no rádio pelo Imperador Hirohito foi falsa, pois nenhum imperador admitiria que o Japão perdesse a guerra. Perseguidos e abandonados aqui no Brasil, colocados diante da escolha entre Brasil e Japão, os imigrantes e seus descendentes viram-se em um intenso conflito de identidade. Assim criou-se o grupo denominado Shindo Renmei, os “vitoristas” que eram aqueles que acreditavam na vitória do Japão fervorosamente e que estavam em constante conflito com os denominados “derrotistas” que eram aqueles que aceitavam o abandono de sua pátria e sua derrota.

SHINDO RENMEI (LIGA DO CAMINHO DOS SÚDITOS) Com o fechamento de jornais e revistas nikkeis e com a falta de informações especificas em japonês sobre o que acontecia na Guerra, mais a opressão e as escassas notícias sobre como ocorreu a derrota do Japão originou-se um grupo considerado “terrorista” Shindo Renmei. Seus membros não acreditavam que o seu país tinha sido derrotado e não aceitavam que outros japoneses acreditassem na derrota.

A colônia dividiu-se entre os que aceitavam a derrota e os que não acreditavam, sendo assim “vitoristas” e “derrotistas”. O grupo Shindo Renmei era formado em sua maioria por jovens patriotas, que não acreditavam na mídia brasileira, como a circulação do jornal e rádio japoneses foram proibidas, não havia como saber o que estava acontecendo no Japão. Ao receber a notícia que o país havia perdido a guerra, através da imprensa brasileira, muitos acharam que era um golpe do Brasil. “Os imigrantes japoneses daqui do Brasil ficaram praticamente abandonados da visão dos japoneses lá do Japão” Takeda Em uma rádio clandestina japonesa, que alguns japonese tinham acesso, só havia notícias de que o Japão estava vencendo a guerra, a notícia de que o Japão havia perdido foi de um dia para o outro. Sendo assim, dificultou considera-la como real. De acordo com um membro do grupo de Tokkais (abreviação de Taiatari Tokubetsu Kogekitai ou “pelotão dos moços suicidas”, era a forma que a imprensa brasileira se referia aos membros do grupo) Tokuiti Hidaka em uma entrevista para JCNET desabafou “O difícil não é entrar na cabeça, é entrar no coração mesmo. Meu pai me ensinava duas lições: ‘você não pode mentir e nunca envergonhar o Japão’. Tem que ter orgulho de ser japonês”. Tokuiti Hidaka faleceu em 2012, morava em Marilia, São Paulo. Foi o único membro do Shindo Renmei a dar entrevista e falar sobre o ocorrido, todos os outros integrantes faleceram antes dele. Na época Hidaka tinha 20 anos, muito jovem e patriota, como ele mesmo diz, fazia tudo para orgulhar o seu país. O conflito vitoristas e derrotistas ocorreu nos maiores centros de imigração japonesa, em São Paulo, foram cerca de 13 meses de terrorismo, com 24 pessoas mortas.

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suspensão do jornal em idioma japonês

VITORISTAS (TAMBÉM CONHECIDOS COMO KATIGUMI) Era considerado vitorista todo aquele que se recusava a pisar na bandeira do Japão ou na foto do imperador. Mas ainda sim muitos inocentes foram presos, por apenas se recusar a humilhar a sua pátria. Os vitoristas se sentiram abandonados pelo seu país, como não havia rádio e nem jornal, os japoneses acreditavam naquilo que ouviam da cidade, ou seja, do centro de São Paulo, pois era lá que alguns tinham notícias sobre a guerra. Seu principal líder foi o ex-Coronel da cavalaria Junji Kikawa e todos os outros participantes foram isseis, incluindo um ex-militar Kyo Yamauchi. Sua sede encontrava-se na rua Paracatu, 96, no bairro do Jabaquara em São Paulo e outras 64 filiais espalhadas pelo interior do estado de São Paulo. O primeiro ataque do grupo, ocorreu em 2 de abril de 1946, assassinaram o industrial Chuzaburo Nomura, dono de um jornal. Os próximos foram Shigetsuna Furuya e o Ikuta Mizobe, que morreram baleados. Mi8

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(1941)|imagem: mirian romão

zobe foi o primeiro a distribuir o documento comprovando a derrota do Japão. Em 1946 o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) deu início ao desarmamento da Shindo Renmei. A maioria dos participantes foram presos e enviados para casa de detenção em São Paulo. Dos japoneses presos, 155 foram enviados para o presídio da Ilha Anchieta, litoral norte estado de São Paulo. Ao todo o grupo matou 23 pessoas e feriu pelo menos 147 japoneses, os “derrotistas”. Em Osvaldo Cruz, um brasileiro morreu esfaqueado por um japonês, o que causou uma verdadeira “guerra” contra os ascendentes nipônicos. Os membros da facção receberam condenações de 1 a 30 anos de cadeia, apesar de nenhum ter chegado a 30, no máximo 10, pois o governo decretou liberdade aos imigrantes japoneses. Paulo Takeda explica que “Não é bem um grupo “terrorista”, o que eles queriam defender era que, aquele que acreditava que o Japão havia perdido era antipatriota. Porque eles pensavam assim “um navio normal tem um capitão, quando o navio afunda o


DURANTE A GUERRA O caos era enorme, o Brasil se tornou aliado dos Estados Unidos, logo os imigrantes japoneses junto com os imigrantes

cartaz de propaganda da imigração

Os derrotistas conhecidos também como Makegumi, eram pessoas que não acreditavam na vitória do Japão, que aceitavam a dura realidade de ter sido abandonado por seu país, pois tinham acesso aos jornais em língua portuguesa e espalhavam a notícias que continham nos jornais sobre a derrota do Japão. Assim, o imperador Hiroito deixou de ser uma figura “divina” para os “derrotistas”. Em um livro do Fernando Morais, ”corações sujos”, conta como era naquela época, por mais que o termo “coração sujo” seja fictício, era como os derrotistas eram vistos na época, aceitar a rendição do imperador e a derrota do Japão era ter um coração sujos. Os derrotistas não aceitaram facilmente a derrota do Japão, pois jamais um imperador japonês declarou mundialmente o fracasso. Ao perguntar ao Sr Edson Ichinose sobre associação Shindo Renmei ele afirma: “Isso não aconteceu, foi só uma história que inventaram para assustar, nada mais”

|imagem: imigracaojaponesa

DERROTISTAS

japonesa para o brasil

capitão vai junto”, então os japoneses daqui do Brasil acreditavam nisso, se um país afunda é porque o imperador, o “dono” do país também vai junto. A declaração é um disfarce, porque o nosso imperador está lá são e salvo anunciando pela rádio o fim da guerra, então o Japão não perdeu a guerra.” Já segundo um representante do centro de Estudos Nipos-Brasileiros, em explicação aos motivos da criação do grupo: “A percepção que temos hoje não é de que os japoneses simplesmente se recusavam a acreditar na derrota de seu país. Alguns tinham dúvidas, outros sabiam que o Japão havia perdido -- poucos defendiam tão cegamente a ideia da vitória. O fato, porém, é que a maioria tinha sido submetida a uma educação militarista, com forte matiz nacionalista, e a crença de que o Japão jamais tinha perdido uma guerra no passado era usada para reforçar a ideia da vitória.”

“O japão é cercado pelo mar, então as atividades pesqueiras no Japão são muito intensas, tem que sair com o barco para praticar a pescaria, para isso eles tem que ter muita sorte, evitar certas intempéries da natureza e ter uma boa pescaria, para ter sorte eles colocam maru no final do nome deles. Maru em japoneses significa redondo, bola ou círculo e o significado desse cicrulo-maru é sorte, felicidade, tudo que é de positivo está no maru” - Paulo Takeda

de outros países não-aliados tiveram suas rotinas mudadas, as escolas que ensinavam suas línguas foram fechadas, isso por que os Estados Unidos entraram em guerra com alguns países que por um acaso tinham refugiados no Brasil entre outros países. Para o governo e exército brasileiro aqueles que não seguissem suas regras seriam punidos. A punição era severa e seus soldados eram muito radicais tanto que obrigavam os imigrantes japoneses a falarem português, mesmo sabendo que eles tinham dificuldades com o idioma. “Foi um período obscuro para a vida dos japoneses” Refere-se Takeda à repressão. POTÊNCIA

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Era considerado traição ao asilo que o Brasil tinha concedido a eles, e falta de respeito ao apoio que o Brasil depositou aos Estados Unidos. Outros países tomaram a mesma atitude, a fim de não entrar em conflitos com as maiores potências mundiais. O Brasil tomou a decisão de suspender as publicações de jornais em japonês e os correios pararam de enviar e receber cartas vindas do Japão para o Brasil. Proibiram também as imigrações do Japão para o Brasil o ultimo navio foi o Buenos Aires Maru. Os japoneses sofrem muitos ataques de racismo e tiveram suas famílias retiradas de suas casas de imediato, foram isolados em fazendas no interior.

CRISE Uma das grandes potências mundiais, principalmente no quesito tecnológico, o Japão atualmente é o país que movimenta dinheiro e que cresce cada dia no índice de desenvolvimento humano. No século XX, o país sofreu uma crise econômica, após a mudança do sistema de governo (era feudal), por ter uma superlotação de habitantes e poucos recursos para suportar tantas pessoas. As oportunidades de emprego foram se esgotando, muitos moradores foram perdendo suas casas, por acumular dividas com o governo. No campo não havia como suportar a queda de produção e o país não estava mais progredindo. Então o governo japonês tomou a decisão de incentivar a população a imigrar para outros países, com o intuito de enriquecer no exterior e logo voltar para sua terra natal. Sabendo que o Japão ganhou no conflito com a Rússia, o Brasil aceitou, em acordo com o Ministro Fukashi Sugimura, a vinda dos imigrantes japoneses. Senhor Paulo Takeda conta como ocorreu essa crise “desemprego em massa, na época quando acabou o feudalismo, o desemprego atingiu 80% da população japonesa. Consequentemente acabaram as guerras que tinha entre os fazendeiros, para defender suas terras. Assim acabou também os guerreiros, os samurais (guerreiros que lutavam com kata-

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imperador hirohito| imagem: filmeshistoricos

na), essa classe não tinha como guerrilhar, acabou o emprego para eles também, sendo 7%, quase 90% da população japonesa totalmente desempregados. Assim criou o caos no Japão, muitos passaram fome. O governo japonês procurou alternativa fora do país, a imigração, na qual foi escolhido na época o Brasil, o governo incentivava essa imigração dizendo que no Brasil tinha a arvore que dava dinheiro (o café)” Assim era vendida uma falsa ideia de que no Brasil os japoneses poderiam prosperar e voltar para o seu pais, “Os imigrantes teriam ajuda para reerguer as suas vidas, a grande maioria veio de Okinawa e norte do Japão, e estavam passando até fome por lá, de certa forma foi um pouco de propaganda enganosa, muitos chegaram aqui endividados com os custos da viagem, e fugiram das lavouras, alguns deles eram pescadores e não agricultores” Diz Edson Santana (Representante da Associação Japonesa de Santos).

CHEGADA AO BRASIL Em São Paulo, em 1907 foi firmado um acordo de imigração entre o Brasil e Japão, foi assinado pelo Sr. Ryu Mizuno, Diretor Presidente da Companhia de Imigração Kôkoku


revistas e jornais que eram distribuídos no brasil escrito na língua japonesa

(antes da

proibição)|imagem: mirian romão

do Japão e pelo Dr. Carlos Botelho, Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo. Os primeiros japoneses chegaram ao Brasil em 1908 no navio Kasato-Maru, que transportou um grupo de aproximadamente 781 japoneses, que foram contratados para trabalhar em lavouras de café em São Paulo, possuindo entre eles mais de 165 famílias de agricultores. Eles chegavam, tinham algumas aulas de português e eram encaminhados aos donos de fazenda para assinar contratos de trabalho. Takeda afirma que “naquela época, os japoneses não tinham outra escolha, se ficasse no Japão iam morrer de fome, a única alternativa era vir para o Brasil.” A colônia japonesa no Brasil está dividida entre Isseis que são os japoneses de primeira geração nascidos no Japão, Nisseis que são os filhos de japoneses, Sanseis que são os netos de japoneses e Yonseis que são os bisnetos de japoneses. Além do Estado de São Paulo, a colônia japonesa possui uma forte presença nos estados do Pará, Paraná e Mato Grosso do Sul possuindo também grandes colônias nesses estados.O próximo navio da imigração japonesa chegou somente em 1917, quase dez anos depois.

VOLTA POR CIMA O Japão passou por grandes dificuldades no período Pós-Guerra. Apesar de ter duas cidades importantes completamente devastadas pelas duas bombas atômicas, que foram lançadas num intervalo de apenas 3 dias, o Japão conseguiu se reerguer economicamente em menos de 40 anos. Através do seu sistema educacional, que já vinha avançando de mais qualificado, formando um grande número de profissionais técnicos e de cientistas altamente qualificados, suas tecnologias e inovações de suas multinacionais e sua própria economia.A indústria automobilística também se desenvolveu rapidamente, com a produção de carros de passeio e de transporte leve que foram exportados para diversos países do mundo. Portanto, o Japão conseguiu dar a volta por cima de modo realista, se reorganizando sua mão de obra e valorizando seus valores morais com planejamento e não de modo milagroso. O país acabou recuperando-se e atualmente é das maiores potências mundiais.

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notícia anunciando sobre o fim da guerra em 1945 |imagem: mirian romão

AMIZADE ATUAL ENTRE O BRASIL E JAPÃO A frase “Haverá paz perpétua e amizade constante entre Estados Unidos do Brasil e Império do Japão” marcou o início oficial dos 120 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e o Japão. Ela foi dita por Toledo Piza Almeida, então embaixador do Brasil no Japão, em dia 5 de novembro de 1895, quando foi assinado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação do Brasil e Japão. E no ano de 2015 essa relação é marcada por um respeito mútuo entre ambas as nações. Há cerca de 7 bilhões de dólares em exportações e importações entre Brasil e Japão, segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, há que se mencionar a forma exata como este ponto foi atingido após um período em que a amizade sofreu um teste de existência muito grande durante a Segunda Guerra Mundial, para só depois ser fortemente reatada. A reaproximação entre os países foi gerada pelo crescente processo de abertura comercial brasileira ao mercado estrangeiro. A parceria em ciência e tecnologia é a de maior interesse entre ambos os paí-

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ses hoje e outras provas disso são o intercâmbio em pesquisa científica entre o Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo e a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia do Mar que fizeram o primeiro estudo tripulado do leito do atlântico Sul no ano de 2013, também entre o Centro Internacional Japonês para Pesquisas em Ciências Agrícolas e a EMBRAPA, na área da biotecnologia. Além disso, o Sistema Nipo-Brasileiro de tv digital, desenvolvido a partir de 1994 e lançado em novembro de 2003, já foi adotado por 15 países no mundo e é o maior e mais conhecido projeto de parceria tecnológica existente entre Brasil e Japão.

Filme Corações Sujos O filme conta a história dos japoneses que sofreram com esse preconceito aqui no Brasil. O grupo Shindo Renmei no filme usava o termo para os derrotistas como “coração sujo”, mas esse termo nunca existiu. Como é uma ficção, muitas coisas foram acrescentada para torna mais “atraente”. Hidaka comentou com o filme em uma entrevista da JcNET “Disseram que


réplicas das roupas que usavam para trabalhar

o filme é muito bom. Mas o livro é ficção. Não existia isso de Corações Sujos, isso ‘seo’ Fernando (Morais, escritor) que inventou. ”

CURIOSIDADES • Na segunda guerra mundial 150 mil Japoneses imigraram para o Brasil. • O “Caso Shindo Renmei” é considerado um dos processos com o maior número de indiciados na história do Brasil com mais de 600 japoneses. • Em 1895 foi estabelecido as relações diplomáticas entre Japão e Brasil, com o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação. • A religião budista foi trazida pelos primeiros imigrantes japoneses no Brasil. Em 1932, Sukeichi Ito fundou em Cafelândia (83 quilômetros de Bauru) o Templo Komyôji, administrado pela Associação Japonesa local e filiado ao Budismo Shin. Foi o primeiro Templo budista a ser construído no Brasil. • Alguns imigrantes vieram da ilha de Okinawa, uma ilha que na época não possuía muitos recursos na agricultura, por isso teve queda no índice de população. Atualmente a ilha é conhecida como um dos pontos turísticos de

|imagem: mirian romão

casais em lua de mel e possui grandes recursos turísticos. • Como brasileiros sem ascendência japonesa conseguem emprego e moradia no Japão? É feito o mesmo processo que dos outros países incluindo o Brasil (caso seja um imigrante que queira residir no Brasil). É preciso tirar um visto que permita ficar no país por determinados meses ou residir. Os vistos mais comuns são os de curta duração, mais ou menos 90 dias, o visto de Estudante para aprender línguas ou curso profissionalizante podendo ser renovado é valido por cerca de 2 anos e o visto de Trabalho vale de 1 a 3 anos, podendo renovar de acordo com a empresa em questão. • Muitos brasileiros foram morar no Japão! Cerca de 230 a 250 mil brasileiros deixaram sua terra natal para ir morar no Japão. Sendo a terceira maior comunidade estrangeira no Japão, a maioria dos brasileiros moram nas províncias de Aichi Shizuoka e Gunma. • As Cidades com maior concentração Nikkei São: Atibaia, Mogi das Cruzes, Suzano, Bastos, Marília, Lins, Registro, Araçatuba, Presidente Prudente, Pereira Barreto e Bairro da Liberdade em São Paulo.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

ENTREVISTADOS Paulo Teruachi Takeda, Comissão de Administração do Museu da Imigração Japonesa no Brasil; Maria Akemi Ichinose, aposentada; Edon Ichinose, aposentado; Kenji Matsuzaka, centro de estudos Nipo-Brasileiro; Edson Santana; Senhora Mitiko. SITES UTILIZADOS NAS PESQUISAS ABEP NEPO UNICAMP http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_abep/PDF/ ABEP2004_599.pdf APRENDEBRASIL http://www.aprendebrasil.com.br/reportagens/japao/ CNV http://www.cnv.gov.br/outros-destaques/354-audiencia-publica-resgata-tortura-sofrida-por-japoneses-no-governo-dutra.html FILMES HISTORICOS http://filmeshistoricos.blogspot.com.br/2013/12/ataque-pearl-harbor_8.html (Foto do imperador Hirohito IMIGRACAO JAPONESA http://www.imigracaojaponesa.com.br/?page_id=66 (foto da propaganda da imigração) JAPAO100 http://www.japao100.com.br/ JCNET http://www.jcnet.com.br/Geral/2012/10/o-ultimo-tokkotai.html PORTAL NIKKEI

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http://www.portalnikkei.com.br/promocao-coracoes-sujos-2a-etapa/ (Foto do filme “corações sujos”) PUBLISH NEWS http://www.publishnews.com.br/materias/2012/09/21/70345-a-repressao-aos-imigrantes-e-livros-japoneses-durante-a-guerra-em-sao-paulo REVISTA DE HISTORIA http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/conspiracao-sol-nascente REVISTA SUPER http://super.abril.com.br/historia/shindo-renmei-fanaticos-e-assassinos SAO PAULO .GOV http://www.saopaulo.sp.gov.br/imigracaojaponesa/historia.php SUAPESQUISA.COM http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/imigracao_japonesa.htm UOL http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/realidade_alterada_o_poder_ da_shindo_renmei.html http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/realidade_alterada_o_poder_ da_shindo_renmei.html http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/37688/hoje+na+historia+1945+-+rendicao+do+japao+marca+fim+da+segunda+guerra+mundial.shtml WEB ARTIGOS http://www.webartigos.com/artigos/shindo-renmei-uma-breve-historia/15966/ YOUTUBE https://www.youtube.com/watch?v=wvKUZOrsoZI https://www.youtube.com/watch?v=I-blka_xhtU https://youtu.be/I-blka_xhtU https://youtu.be/27_cRZRPeXg https://youtu.be/TG34eVyNKP0 https://www.youtube.com/watch?v=QDf_egB3MG4 ZASHI http://www.zashi.com.br/especial/

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