A influência das atividades econômicas no traçado e na forma urbana da cidade de Manaus

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Acervo CCPA – Centro Cultural Povos do Amazonas


Palestra extraída da Tese de Doutorado de Antônio Carlos Rodrigues Silva, intitulada: A influência das atividades econômicas no traçado e na forma urbana da cidade brasileira entre 1741 e 1912m


Origem de Manaus Manaus teve sua origem no ano 1669, com a construção de um forte denominado de São José da Barra do Rio Negro, construído pelo Capitão Francisco da Mota Falcão, com o objetivo de proteger as confluências dos rios Negro e Amazonas dos holandeses e espanhóis. Nasce, assim, o povoado de São José da Barra do Rio Negro. (Soares e Filippini,2006).

Ruínas do forte denominado de São José da Barra do Rio Negro. Fonte: Marcoy (1875).


Origem de Manaus Manaus foi uma das múltiplas cidades do Brasil fundadas a sombra de uma fortificação, no caso a Fortaleza de São José do Rio Negro, construída numa elevação, a três léguas da foz desse rio (Santos, 2008). As características urbanas da Vila são bem retratadas nessa imagem, onde o igarapé do Espírito Santo se destaca em primeiro plano.

Xilogravura que ilustra a obra Voyage a Travers L’Amerique du Sud de l’Océan Pacifique a L’Océan Atlantique par Paul Marcoy, em 1669. A gravura encontra-se assinada pelos gravadores Riou e A Bertrand e se refere à entrada da cidade no sentido Norte, destacando o igarapé do Espírito Santo. Fonte: Mesquita (2005).


FORMAÇÃO INICIAL DA MALHA URBANA DE MANAUS


Manaus - 1844

Formação inicial da malha urbana

75 anos Planta da cidade de Manaus, margem do rio Negro, no Amazonas. Desenho de 1844, da Engenharia Militar. Fonte: Santos(2008).


Manaus - 1844

Formação inicial da malha urbana

A Vila não contempla uma forma linear, encontrando-se os edifícios distribuídos por vários núcleos situados em áreas delimitadas por igarapés.

A figura tem como base a planta croqui do ano de 1844 (anexo 3). Fonte: arquivo do autor.


Manaus - 1844

Formação inicial da malha urbana

Igarapés atuam como obstáculos naturais, dificultando os seus crescimentos urbanos.

A figura tem como base a planta croqui do ano de 1844 (anexo 3). Fonte: arquivo do autor.


Manaus - 1844

Formação inicial da malha urbana

No núcleo principal encontram-se os edifícios com funções administrativas, militares e religiosas, além de praças e de largos que cumulativamente desempenham o papel de elementos estruturadores e polarizadores do espaço urbano.

A figura tem como base a planta croqui do ano de 1844 (anexo 3). Fonte: arquivo do autor.


Manaus - 1844

Formação inicial da malha urbana Composta por ruas de pequena extensão, formadas por casas situadas distantes umas das outras.


Manaus - 1844

Formação inicial da malha urbana Os conjuntos de edifícios com formato aproximado de quarteirão parecem desiguais e de geometrias irregulares.


Manaus - 1844

Formação inicial da malha urbana Ao fazer uma projeção da malha urbana de cada núcleo, percebe-se que cada um possui um desenho diferente, com as suas vias, tendendo a acompanhar a direção das margens dos igarapés.


Manaus - 1852

Formação inicial da malha urbana

Planta (croquis) da Cidade de Manaus – 1852. Fonte: Mesquita (2006).


Manaus - 1852 A cidade em 1852 • Categoria de Cidade: 1850; • População em 1852, igual a 5.081 hab.; ( 183 anos.) • Crescimento = oeste/leste.

Formação inicial da malha urbana


Manaus - 1865

Manaus em 1865 segundo Elizabeth Agassi. Fonte: Agassi (2000).


Vila da Barra

Vista panorâmica da Barra, da torre da capela de Nossa senhora dos remédios. Ao fundo a esquerda as ruínas da fortaleza de São Jose do Rio Negro.M. Paul Marcoy, 1840-1860. Fonte: Foto do acervo do CCPA, Centro Cultural Povos da Amazônia


Manaus - década de 1870

Fotografia de Huebner, década de 1870 apresenta o igarapé do Espírito Santo no sentido Sul, nas proximidades da ponte do Espírito Santo (atualmente o cruzamento da avenida Eduardo Ribeiro com a avenida Sete de Setembro). Fonte: Mesquita(2005).


Igarapé da Ribeira

75.704 hab.

Igarapé do Espírito Santo aterrado para dar passo a Av. Eduardo Ribeiro. Fonte: Fonte: Foto do acervo do CCPA, Centro Cultural Povos da Amazônia.


Igarapé da Ribeira

75.704 hab.

Igarapé das Ribeiras das Nauss , aterrado para a construção da Av. Floriano Peixoto. Fonte: Carmélia Esteves, disponível em https://picasaweb.google.com/102002266420520810562/O# 5496760503006807906


Manaus

75.704 hab.

Manaus – Vista da Praça Riachuello e da ponte do Espírito Santo. O local corresponde atualmente ao cruzamento da Avenida Sete de Setembro. Desenho de Taylor, a partir de uma fotografia. Fonte: Foto retirada do livro, de António Loureiro – O Amazonas na Época Imperial- acervo do CCPA, Centro Cultural Povos da Amazônia.


Manaus – por volta de 1873

75.704 hab.

Desenho mostrando parcialmente a frente de Manaus, talvez executado na segunda viagem de Orton, em 1873, já apresentando o trabalho de aterro dos alagados da praça da imperatriz. Note-se o conjunto de embarcações idealizado para representar os vários tipos delas, usadas à época. Fonte: Retirada do livro, de António Loureiro – O Amazonas na Época Imperial- acervo do CCPA, Centro Cultural Povos da Amazônia.


A FORÇA DA ECONOMIA

NA TRANSFORMAÇÃO URBANA


A força da economia na transformação urbana Quadro de exportação

75.704 hab.

Quadro de população

Fonte: Souza(2009).

Fonte: Le Coint

Em 1871, foram exportados 6.765 t. Em 1910, foram exportados 34.248 t.

Em 1852 , ao completar 183 anos, a cidade atinge 5.081 habitantes. Em 1872, alcança os 17.028 hab. em apenas 20 anos. Em 1910, chegou a 80.000 hab.

Em 1920, foram exportados 23.586 t.

Em 1920, diminui para 75.704 hab.


A força da economia na transformação urbana A cidade em 1879

População em 1872 = 17.028 hab. Até 1852

crescimento oeste/leste adapta-se a hidrografia

Manaus -1879

A partir de 1852

crescimento sul/norte


Manaus - 1879

- Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (19011902).


A força da economia na transformação urbana Expansão da cidade • Período = 24 anos;

105,88 hectares

• População/1879 - ultrapassado 17.028 hab.; • População/1903 = 52.000 hab.

- Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (19011902). Cidade de Manaus -1879

750,28 hectares

Cidade de Manaus -1903


A força da economia na transformação urbana Infraestrutura 1870, inaugurado serviço de iluminação a querosene.

Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, 1901-1902. - Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (1901Após 1895 1902).

•Abastecimento de água e esgoto; • Iluminação elétrica; •Telefone e telégrafo subfluvial; • Bondes movidos a eletricidade.

Jardins da Praça da Matriz, 1901-1902


A força da economia na transformação urbana Transformação no tecido urbano Aterramento de igarapés

Igarapé do Espirito Santo.

- Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (19011902).

Igarapé dos Remédios.


A força da economia na transformação urbana Transformação no tecido urbano Construção de pontes

Ponte Benjamin Constant, construida em 1896.

- Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (19011902).

Ponte Romana, construida em 1896.


A força da economia na transformação urbana Transformação no tecido urbano

Elementos estruturadores e polarizadores.

Até 1879 7 edifícios

- Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (19011902).

Manaus,1903

Entre 1880 e 1912, foram 26 obras = edifícios e intervenções urbanas


A força da economia na transformação urbana Transformação no tecido urbano Distribuição espacial dos elementos arquitetônicos. Inaugurado,1896.

- Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (19011902). Inaugurado,1900.

Inaugurado,1910.

Manaus,1903

Inaugurado,1882.


A força da economia na transformação urbana CARACTERISTICAS DA FORMA E DO TRAÇADO URBANO

Área D = 665 ha Área C = 95 ha • ruas retas • ruas retas • cruzamento em • cruzamento em 90° diferentes ângulos • regularidades em • quarteirões de distância e ritmos • quarteirões -diversos Bonde circulando pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Teatro Amazonas, (1901tamanhos quadrados

1902).

Área A = 23 ha • ruas menores • cruzamento em diferentes ângulos • quarteirões de diversos tamanhos Manaus,1903

Área B = 36 ha •cruzamento em diferentes ângulos • quarteirões mais regulares


Síntese da evolução urbana de Manaus

• realidades • naturezas


Síntese da evolução urbana de Manaus

• realidades • naturezas


Manaus de Hoje

• realidades • naturezas

Vista aérea da cidade de Manaus. Fonte: site do Google, editada pelo o autor.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andrade, Wilma Therezinha Fernandes de. (1989). O discurso do progresso: a evolução urbana de Santos 1870-1930. Doutorado, Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. ______. (1995). Santos: urbanismo na época do café. 1889-1930. Acedido a 12 de março de 2012. http://www.novomilenio.inf.br. Araújo, André Vidal de. (1974). Sociologia de Manaus – Aspectos de sua aculturação. Ed. Fundação Cultural do Amazonas. Manaus. Araujo, Patrícia Vargas Lopes de. (2011). O Brasil no século XVIII/XIX e a formação territorial das Minas Gerais. A vila de Campanha da Princesa. Acedido a 12 de outubro de 2012. http://revistas.ceurban.com/numero7/artigos/patriciavargaslopesdearaujo.htm. Araújo, Renata Malcher de. (1998). As cidades da Amazônia no século XVIII. Porto: FAUP Publicações. Araújo, Rozana Rivas de. (2011b). As relações entre as transformações económicas e o ritmo da produção do espaço urbano. Estudo de caso: Aracaju. Tese de Doutorado, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Assumpção, Lívia Romanelli d’. (1989). Considerações sobre a formação do espaço urbano setecentista nas Minas. Revista do Departamento de História, Belo Horizonte. Avé-Lallemant, Robert. (1980). No Rio Amazonas (1859). Belo Horizonte.

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Castro, José Flávio Morais. (2011). Organização espacial da capitania de minas gerais no século XVIII. IV Simpósio Luso Brasileiro de Cartografia Histórica. Porto, 9 a 12 de Novembro de 2011. Acedido a 10 de abril de 2012. Coelho, Gustavo Neiva. (1997). A formaçao do espaço urbano nas Vilas de Ouro Preto. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Goiás.

Costa, Carlos Alberto Santos. (2005). A Influência do Colegio dos Jesuitas na Configuração da Malha urbana de Salvador(1549-1760). Dissertação de Mestrado, Departamento de História, Universidade Federal de Pernambuco.


Muito obrigado!


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