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ALONSO TAPIA, J., CARRIEDO LÓPEZ, N. Problemas de compree~o na leitura: avaliação e intervenção. In: MONEREO, c., SOLE, I. (orgs.) O assessoramento psicopedagógico: uma perspectiva profissional e construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2000~.
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Problemas de compreensão da leitura: avaliação e intervenção JESÚS
ALONSO
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fa dos orientadores é determinar não tanto se os I a unos compreendem bem ou não, mas que fatores pessoais e contextuais determinam tais dificuldades,já que, ao identificá-los, se poderá determinar que tipo de ajudas específicas precisamos proporcionar aos alunos para que possam progredir. Então, como avaliar a compreensão da leitura, assim como as razões das dificuldades que os alunos experimentam ao lerem, para decidir que ajuda proporcionar-Ihes? A partir de que pressupostos? Com que procedimentos? E, igualmente, a partir de que pressupostos, sobre a aquisição das habilidades envolvidas na compreensão, propor linhas de ação que facilitem o desenvolvimento da capacidade mencionada? A seguir, tentaremos responder a essas questões, considerando o estado dos conhecimentos sobre a natureza e os determinantes da compreensão da leitura, para o que contribuíram, com muitos trabalhos e revisões dos mesmos, autores como: van Dijk e Kintch, 1983; Stemberg e PowelI, 1983: Schwarth, 1984; Alonso Tapia e Mateos, 1985; Hunt, 1985; Perfetti, 1989; Alonso Tapia,
1991.1995:MateoseAlonsoTapia.1991:Alon· so Tapia, Carriedo e outros. 1992: Belinchón. Riviére e Jgoa, 1992: Sánchez Miguel. 1993: Carriedo e Alonso Tapia. 1994. 1995: Madruga e outros, 1995; Carriedo, 1996.
NívEIS, INDICADORES
relativa aos diferentes pressupostos para avaliar os problemas de leitura e seus possíveis deterrninantes, O exame dos dados contidos em tal revisão sugere que a maioria dos problemas exceto os ;elativos a uma inadequada visão binocular - se devem a uma aprendizagem insuficiente ou inadequada do que se deve fazer ao ler e de sua importância para a compreensão - fixação suficiente, emprego de estratégias de !evlsão, atenção à ordem da informação, atençao,ao significado do que se vai lendo, etc. -; deficiências superáveis mediante a ação docente. Conseqüentemente, se se observa que um sujeito não compreende o que lê e, além disso. lê mal, procede-se a um exame dos aspectos meneio-
ender o Texto I.
nados. A decodificação permite que se tenha acesso ao significado das palavras. A quantidade de palavras cujo significado se conhece, assim como a rapidez com que o mesmo é identificado durante a leitura - processo conhecido como acesso léxico - constitui, propriamente, o primeiro nível de entendimento que condiciona a compreensão que é produzida em outros níveis, Nesse sentido, compreender um texto como o
DETERMINANTES COMPREENSÃO
Causas da Revotução Francesa. As dificuldades econômicas da população francesa durante o século XVIII contribuíram. em grande parte. para o desencadeamento da Revolução Francesa. devido ao descomentamento SOCIalque geraram, Po~ um lado ..a França havia perdido ~i-
E
cio ser seriamente prejudicado. como conseqüência de diversas guerras contra os ingleses, Entre elas. sua participação na guerra de independência dos Estados Unidos, ajudando os colonos. Ao ver-se prejudicada em sua riqueza. o desconlentamento da burzuesia crescia a cada ano, Por outro lado. a alternincia de anos de abundância. com a conseqüente baixa de preços. e anos de escassez de colheitas havia arruinado muitos camponeses, Na realidade, as crises agrícolas eram profundas pelo fato de o campo francês não ler experimenlado o processo de modernização surgido na Inglaterra. F,nalmente. junto com o descontentamento burguês e do campo estava o das classes modestas urbanas que. em anos prolongados de más colheitas. sofriam a subida dos preços e a escassez dos alimentos,
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Para avaliar se os alunos compreendem ou não o que Iêem é preciso ter claro o que é que
pode constituir
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indicador inequivoco de CO/1/'
preensão: Compreender um texto equivale a formar-se uma representação do conteúdo do mesmo. A construção de tal representação é o resultado de um processo interativo no qual intervêm tanto as características do texto como os diversos tipos de conhecimentos do sujeito, Quando se lê um texto, no começo, o leitor constrói uma representação de seu significado. guiado pelas características do mesmo -letras e palavras. No entanto, em geral, as primeiras proposições evocam conhecimentos que possui, conhecimentos que lhe permitem integrar a informação e ajudar-lhe na compreensão das seguintes proposições, pois estabelecem um limite em relação ao tipo de informação que pode seguir ou que pode inferir-se a partir do texto. Apesar disso, às vezes, aparecem dados que não "batem" com a re-
Bóveda, Ciencia.\' sncia/es 8". Anaya. 1990 (p, 24),
De acordo com o que colocamos, para compreender um texto é preciso, primeiro. ser capaz de lt~-Io - decodificar os padrões gráficos -. o que permite. a seguir. ter acesso ao significado das palavras. Em um trabalho prévio (AI~n~o Tapia e Mateos, 1987), revisamos a evidência
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presentação que o leitor vai construindo, o que,o obriga a revisar suas idéias iniciais para ajustaIas ao conteúdo do texto. O resultado deste processo, que vai sendo produzido à medida que o leitor progride na leitura do texto, é uma representação mutante. cada vez mais complexa. que pode ajustar-se ou não, a cada passo, ao que o autor quer comunicar. Este fato faz com que a compreensão - a representação que o leitor constrói do texto - possa e deva ser examinada em vários níveis, já que os problemas de cada um deles podem determinar que o aluno não chegue a compreender o texto em seu conjunto. Para entender o que acabamos de dizer, consideremos, por exemplo, o que implica compre-
Texto 1
Um dos problemas que mais freqüentemente I exigem a atenção de psicólogos e de pedagogos, dedicados a tarefas de orientação educativa. é o i dos alunos e alunas que têm problemas para comI ' preender a informação contida nos textos. Dado que, sem uma adequada capacidade de compreensão, dificilmente eles progredirão nas ---''I'-!f..I~------aprendizagel'ls que dependem da lIIeSlJla. a tale"
Psic;pedag<igico
anterior implica. em primeiro lugar, conhe_c_e.r:.,..o sigmtJcado dos termos que sao UtilIzados - aízuns como "burzuesia". muito abstratos -, as~im ~omo o de e:pressões que fazem referência a conceitos-chave no texto, tais como "crises agrícolas", "processo de modernização", etc. Sem uma representação minimamente adequadade tais expressões, dificilmente, pode ser entendido o texto. Compreender um texto implica, em segundo lugar, representar adequadamente as relaçõe~ entre as proposições que o formam. O texto e composto de diversas proposições que se relacionam entre si. Essas relações, que podem ser de diversos tipos, manifestam-se tanto por meio das características sintáticas do texto como por meio de seu conteúdo semântico, e sua correta detecção é fundamental para a compreensão. Por exemplo, uma adequada compreensão do Texto I requer que os alunos percebam a relação de dependência
entre:
"... guerras contra os ingleses" -+ "perda de territórios cotoniois" -+ "diminuição do comércio" -+ "(burguesia) prejudicada em sua riqueza" -+ "o descontentamento crescia",
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