parque urbano santo ant么nio em BLU menau
SC
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 01 ARQUITETURA E URBANISMO
KATLIN FERNANDES WEIDGENAND
PARQUE URBANO SANTO ANTÔNIO EM BLUMENAU | SANTA CATARINA
Caderno teórico apresentado à disciplina de Trabalho Final de Graduação 01 (TFG01) como requisito parcial para a obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista Autora: Katlin Fernandes Weidgenand Orientadoras: Isabela Almada Abi-Zaid Priscila Kannenberg
Centro Universitário Leonardo da Vinci | Biblioteca Setor de Arquitetura e Urbanismo
Katlin Fernandes Weidgenand Trabalho final de graduação 01 WEIDGENAND, Katlin Fernandes. Parque Urbano do Santo Antônio. Indaial, SC, 2015. Orientadores: Isabela Almada Abi-Zaid e Priscila Kannenberg Monografia (graduação) - Centro Universitário Leonardo da Vinci, departamento de Arquitetura e Urbanismo
INDAIAL | SANTA CATARINA OUTUBRO | 2015
Acima de tudo, nunca perca a vontade de caminhar. Todos os dias, eu caminho até alcançar um estado de bem estar e me afasto de qualquer doença. Caminho em direção aos meus melhores pensamentos e não conheço pensamento algum que, por mais difícil que pareça, não possa ser afastado ao caminhar. Soren Aabye Kierkaard Filósofo Dinamarquês Fotografia: Eduardo Gouvea
THANK YOU
ISABELA
professora
professora
HVALA MERCI
EDSON
WILLIAM
mãe
pai
irmão
GAUEN namorado; meu melhor amigo é meu amor
HVLANVAM
GRÀCIES
ESKERRIK
LOUISE
ADAIRTON
parceira de projetos e amiga
parceiro de projetos e amigo
DANKIE
KIITOS
SHUKURIA
ZICOMO
SUELI
GRAZIE
GRACIAS ARIGATO
MÉSI
DANKIE
DZIEKUJEMY
PRISCILA
OBRIGADO
TANAME BEDANKT
BARAKA
DANKON DAKUJEM
HVLANVAM
GRÀCIES
ESKERRIK
FALEMINDERIT
SHUKURIA
ZICOMO
TAK
HVALA MERCI
GRAZIE
GRACIAS ARIGATO
MÉSI
DAKUJEM
SALAMAT
Aos meus pais, que carinhosamente não se cansavam de perguntar todas as noites a que horas da madrugada eu iria dormir, afinal, tinha que acordar cedo no outro dia. Preocupação de não fazer barulho, para não me atrapalhar, disposição e amor de querer me ajudar a fazer resumos. Tanto eles como eu, não esperam a hora de erguer o canudo e jogar o capelo. Ao meu irmão, que me salvou diversas vezes enviando trabalhos e projetos que KOSZONOM esqueci em cima da cama ou na área de trabalho de um GRAZAS computador qualquer. Ao meu amigo, amor e namorado, com seu nome inspirado em um cavaleiro cortês e corajoso, que protegeu e lutou ao lado do rei Arthur, e que tinha seu lugar especial na távola redonda; Assim como tem um lugar especial em meu coração, que me protege, FALEMINDERIT cuida e me inspira nesta e em outras etapas da minha, e das nossas, vidas. Amo partilhar minha vida com você. Aos meus amigos, que com muito bom humor e paciência aguentaram por vários semestres minha frase predileta não vai dar tempo - além de uma avalanche de mensagens e e-mails preocupados todas as noites e manhãs. Aliás, que passam pelas mesmas dificuldades de montar um trabalho de graduação. Fomos um trio de projetos durante oito semestres, e pode-se dizer que continuamos a ser um trio nesta etapa, afinal nós nos ajudamos mesmo em trabalhos individuais. E por último, a minha mascote, uma cadelinha simpática e com cara de pidona, que dormiu muitos dias ao meu lado em longas leituras e escritas deste trabalho. Somente quem tem e entende seu mascote, sabe que eles nos acalmam sem falar, nos aconselham com a alma em seus olhos. Estas pessoas não são importantes em minha vida; elas são minha vida e minha fonte de inspiração a cada dia que levanto. Eu preciso dizer que os amo, um grande muito obrigada e que este trabalho de graduação seja apenas uma das muitas etapas vencidas em nossas vidas.
KIITOS
TANAME BEDANKT
BARAKA
DANKON
GRAZAS
DANKE
A minhas orientadoras, que com conselhos e esforços dentro e fora de sala, indicando livros, lendo e corrigindo este caderno.
SALAMAT
EKELE UNU
TAK
KOSZONOM
EKELE UNU
OBRIGADO
OBRIGADO
THANK YOU OBRIGADO
DANKE
Primeiramente gostaria de dizer que fazer um trabalho de conclusão de curso não foi fácil; Mesmo sabendo que esta é apenas a primeira etapa de um longo trabalho de graduação. Além de noites, tardes e fins de semana utilizados para escrever e montar este caderno, outras extensas horas foram dedicadas ao abastecimento do cerne deste trabalho, com leituras de livros, vários diga-se de passagem, trabalhos científicos, conversas com historiadores e a escrita, afinal um tal de apaga e reescreve que imaginei que não terminaria a tempo. Além da dedicação pessoal, as pessoas que compõe meu redor, minha família de sangue e meus amigos, família escolhidas pelo coração; foram a base para sustentar a vontade de fazer algo com a maior dedicação possível.
DZIEKUJEMY
MAIA um anjo, de quatro patas
sumário 06 07
Introdução Espaços públicos, praças, jardins e parques urbanos: sua história e definição legal
1. CONCEITOS 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7
Acupuntura urbana - Jaime Lerner O planejamento dos parques urbanos de Curitiba - Alexandre Buccheri e Antônio Castelnou Os usos dos parques de bairros - Jane Jacobs Critérios de um bom espaço público - Jan Gehl, Lars Gemzøe e Sia Karnaes Espaço urbano: uma contribuição a saúde - Jan Gehl Clima bom ao nível dos olhos, por favor - Jan Gehl Princípios de planejamento - Jan Gehl
11 12 13 14 15 17 18
2. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5
Parque urbano e vivencial do Gama - Brasília Pracinha Oscar Freire - São Paulo Horto florestal Antônio de Albuquerque - Minas Gerais SESC Guarulhos - São Paulo Praça Vitor Civita - São Paulo
20 21 22 23 24
3. LEVANTAMENTO 3.1 3.2 3.3 3.4
A escolha do lugar Itoupava Central Uso e ocupação do solo Diagnóstico Social
26 27 28 29
4. ANÁLISE 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6
31 32 33 34 35 38
Terreno Características físicas Legislação Vistas do terreno atualmente Uso e ocupação do solo e a protocolo SNAP - Douglas Farr O inventário de um bairro ideal - Douglas Farr
5. PROGRAMA 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5
Diretrizes do programa de necessidades Mapa de Diretrizes Dimensionamento e Organização: Geral | Ginásio de Esportes Dimensionamento e Organização: Centro de convivência de Idosos | Biblioteca Dimensionamento e Organização: Restaurante | Cafeteria
41 42 43 44 45
6. FLUXOGRAMAS 6.1 6.2
Ginásio Esportivo | Centro de convivência de Idosos | Biblioteca Restaurante | Cafeteria
47 48
7. BIBLIOGRAFIA 7.1
Referências bibliográficas
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FIGURA 01 - Ilustração cidade para pessoas Fonte: RUSSO, 2015
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IN TRO DU ÇÃO
O terreno de estudo localizado na zona norte de Blumenau bairro Itoupava Central, está inserido em um típico bairro ideal, termo criado por Farr (2008); e refere-se a uma lista de quinze equipamentos que definem um bairro auto suficiente, são eles: mercado, restaurante familiar, padaria, banco, salão de beleza, farmácia, posto de saúde, consultório odontológico, creche, escola fundamental, biblioteca, centro comunitário, local de culto, correios e parque urbano. Nesta lista existe um equipamento de suma importância que não está presente no bairro de estudo: o parque urbano.
Os Parques Urbanos são grandes espaços verdes localizados em áreas urbanizadas de uso público, com o intuito de propiciar recreação e lazer aos seus visitantes. Em sua maioria, oferecem também serviços culturais, como museus, casas de espetáculo e centros culturais e educativos. Também estão frequentemente ligados a atividades esportivas, com suas quadras, campos e ciclovias (SÃO PAULO,2015)
Segundo pesquisas realizadas pelo Diagnóstico social do bairro na Leitura da Cidade de Blumenau, ano de 2006, a primeira exigência da população seria a construção de espaços de convívio, lazer e/ou parque urbanos. Já a segunda exigência seria a construção de ginásios e/ou centros esportivos. Não obstante com a falta de parques, o bairro possui outra deficiência: das vinte e sete instituições de ensino presentes na região e nos bairros limítrofes, onze possuem apenas equipamentos esportivos a céu aberto, como quadras de areia ou espaço para prática de esporte, cinco instituições possuem espaços a céu aberto e equipamento esportivo fechado, como quadras esportivas por exemplo, e onze instituições não possuem nenhum espaço aberto ou fechado para prática de esporte
Com a ideia de que o arquiteto tem o dever de promover o papel social, este trabalho tem o objetivo de promover o convívio entre as pessoas, com a criação de um parque urbano e vivencial que possua centro e equipamentos de apoio esportivo. Baseado na ideia de grandes mestres do urbanismo, como Jane Jacobs e Jan Gehl, o parque precisaria de diferentes usos para não acabar abandonado.
Um parque de bairro genérico, que esteja preso a qualquer tipo de inércia funcional de seu entorno, fica inexoravelmente vazio por boa parte do dia. E aí se estabelece um círculo vicioso. Mesmo que o vazio não seja atingido por várias espécies de praga, ele exerce pouca atração devido ao número restrito de frequentadores potenciais. Chega a entediá-los terrivelmente, por que a agonia é enfadonha. Nas cidades, a animação e a variedade atraem mais animação; a apatia e a monotonia repelem a vida (JACOBS, 2011)
Este princípio da Jane é o norteador do projeto do parque urbano: a varidade de usos. O objetivo é atingir diferentes públicos e em diferentes horários para manter a circulação de pessoas; afinal circulação de pessoas gera um caráter de segurança (GEHL,2011) Sendo assim, foi realizada uma análise da área de intervenção e de seu entorno, a fim de criar um projeto aberto que inclua as pessoas de dentro e fora da comunidade, gerando dinamismo ao local e respeitando os aspectos sociais, econômicos, climáticos e culturais da região.
FIGURA 02 - Ilustração cidade para pessoas Fonte: RUSSO, 2015
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Espaços públicos, praças, jardins e parques urbanos: sua história e definição legal A cidade é um espaço construído, que se constitui de espaços públicos e privados. Os espaços privados são aqueles que pertencem a algum proprietário, como residências, empresas ou comércios. Estes proprietários são responsáveis pela manutenção dos espaços. Já os espaços públicos são locais de uso comum, aonde as pessoas praticam atividades coletivas; e são divididos em duas categorias: espaço público com restrição e espaço público livre. Os espaços públicos com restrição são locais que pessoas têm acesso mas a presença é controlada, com horário de atendimento, por exemplo. É o caso de edifícios públicos, como uma prefeitura. Nos espaços públicos livres as pessoas têm o direito de ir e vir, como é o caso de ruas, calçadas, praias, parques, praças e jardins; ainda que possam existir estes tipos de equipamentos em caráter privado também,como um famoso jardim privado que é aberto ao público, por exemplo. Dentro do uso de espaços públicos livres estão os parques urbanos, logo, se faz necessário considerar a definição do que seja um parque, envolvendo suas dimensões, usos, funções e equipamentos. É entender a diferença entre parques urbano, florestal e linear; praças e jardins. (PUIME,2014) O conceito de espaço público surgiu a partir do século XVII, aonde começou-se a discutir sobre a moradia, o trabalho, circulação, elementos como praça, igreja, mercado ou até festas comemorativas. Hausmann, o pai do urbanismo, considera que espaços públicos são as ruas, arruamentos e passeios; diferente da Carta de Atenas, que considera como espaço público os locais de lazer, os canteiros e as superfícies verdes. Basicamente a expressão refere-se tanto a locais de permanência e convivência tanto quanto a locais de circulação. A expressão dita espaço público surge no ano 1970 na França, aonde se inicia uma nova abordagem da cidade, que prefere requalificar do que reabilitar. (MATOS,2010)
Historicamente, o parque urbano surgiu na Inglaterra, no período em que o país passava pela Revolução Industrial. Como a estrutura urbana estava crescendo de forma rápida, espaços para lazer e recreação estavam sendo aclamados pelas pessoas, as cidades precisavam de pontos de respiro.(BOVO;CONRADO,2012) Os parques foram se transformando, e no século XX o movimento americano Park Moviment promoveu: [...] a utilização econômica dos espaços livres, criando oportunidades de recreação e também de preservar os recursos naturais, controle de enchentes, proteger os mananciais, criando espaços agradáveis para passear e morar. Esses trabalhos, além de inspirar a criação de inúmeros parques e da cidade-jardim de Howard, mudou o conceito de qualidade ambiental urbana. (BOVO;CONRADO, 2012 APUD SCALISE, 2002, p. 02)
Já no Brasil, o surgimento dos parques não aconteceu devido ao crescimento urbano que aclamava por áreas de respiro. Nesta época, as cidades brasileiras ainda não possuíam uma expressiva evolução, como acontecia nos modelos ingleses ou franceses. Neste caso, a população elite brasileira da época gostava de imitar os cenários franceses e ingleses para coroar suas vias de passeio; fazer com que a atividade do passeio fosse feita com elegância e a moda européia: [...] a aristocracia passeava trajando a última moda francesa. Estes jardins eram espaços públicos quanto à sua localização, mas espaços reservados quanto ao seu uso. Apenas as pessoas com vestes apropriadas podiam circular entre as palmeiras imperiais e a vegetação nativa brasileira, pois, a maioria da população não tinha acesso a esses espaços. (BOVO;CONRADO, 2012 )
parques urbanos Segundo Ferreira (2007, apud Macedo e Sakata, 2003) “ os parques urbanos são todo espaço de uso público destinado a recreação da massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação, e cujo estrutura morfológica é autossuficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura construída em seu entorno.” Além da forma e função é necessária a presença de árvores no parque, pois a vegetação é que torna o parque diferente do ambiente urbano; caso a vegetação arbórea seja predominante em relação ao uso, e tenha caráter de preservação, torna-se um parque ambiental. Os parques urbanos podem ser divididos como elementos de lazer e área de abrangência, sendo como parques de vizinhança e parque de bairro. Os de vizinhança se localizam em cidades menores, estão dispostos em finais de rua ou quintais de casas e tem tamanho reduzido, devem possuir equipamentos de lazer e vegetação além de estarem a uma distância de, no máximo, 1000 metros das residências. Nos parques de bairro devem ser em maior tamanho, com mais opções de equipamentos de lazer, vegetação arbórea, elementos com água e espaços livres, por exemplo. (FERREIRA,2007). “ A presença do elemento árvore nos espaços livres é que vai fazer a diferença dos efeitos, como o sombreamento, a luminosidade, temperatura, textura da paisagem, estações do ano (...)” (FERREIRA, 2007).
FIGURA 03 - Passeio público do Rio de Janeiro, localizado na Lagoa do Boqueirão, local insalubre e degradado na época. O vice-rei do Brasil Don Luís de Vasconcelos e Souza mandou construir o jardim público, o primeiro do Brasil. Nota-se pelas vestimentas das pessoas que somente membros da aristocracia visitavam este lugar; logo não era acessível para maior parcela da população. Fonte: MAIA, 2015
FIGURA 04 - Parque urbano Barigui, em Curitiba Fonte: (PREFEITURA DE CURITIBA, 2015)
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horto florestal O horto florestal trata-se de uma área de mata nativa que fica próxima aos centros urbanos. (...) constituem unidades terrestres e/ou aquáticas, normalmente extensas, destinadas à proteção de áreas representativas de ecossistemas, podendo também ser áreas dotadas de atributos naturais ou paisagísticos notáveis, sítios geológicos de grande interesse científico, educacional, recreativo ou turístico, cuja finalidade é resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos científicos, educacionais e recreativo (SECRETARIA MEIO AMBIENTE SÃO PAULO, 2015)
São áreas que possuem florestas nativas ou exóticas, de domínio público ou privado, com centros de pesquisa que cultiva, conserva e recompõe a população vegetal e animal, além de fornecer educação ambiental. (BUDKE,2015) Sobre seu surgimento histórico, data-se que no Brasil, em 1876, a preocupação com a preservação ambiental estava sendo proposta através da criação de dois parques nacionais, em Tocantins e no Mato Grosso. Porém, apenas em 1937 aconteceu a criação de um parque nacional, chamado Itatiaia, localizado na serra da Mantiqueira, entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Unidades de conservação ambiental é forma mais conhecida de proteger a biodiversidade. (SECRETARIA MEIO AMBIENTE SÃO PAULO,2015)
FIGURA 05 - Ilustração da esquerda: Parque do Itatiaia, na serra da Mantiqueira. Fonte: Instituto Chico Mendes, 2015
FIGURA 06 - Ilustração da direita: Parque Emerald Necklace Fonte: (THE EMERALD NECKLACE CONSERVANCY, 2015)
parques lineares Os parques lineares são intervenções urbanísticas associadas a cursos da água. “ Tem como um de seus princípios fundamentais aumentar a área de várzea dos rios, permitindo assim, o aumento das zonas de inundação e a vazão mais lenta da água durante as cheias dos rios. Além disso, ajudam a evitar a ocupação humana irregular em áreas de proteção ambiental.”(MOTA,2015) Neste tipo de parque existem funções ligadas as pessoas, como equipamentos de lazer, culturais e rotas para circulação de veículos não motorizados. Seu surgimento aconteceu entre 1878
e 1895 com a criação do parque Emerald Necklace, na cidade de Boston, EUA. Projetado pelo arquiteto e paisagista Frederick Law Olmsted, tinha como objetivo controlar as cheias do rio Muddy além de preservar a qualidade da água. A recreação pública foi algo “incidental, o próprio Olmsted objetava o uso da palavra “parque” (...) pois não o considerava um lugar apropriado a qualquer tipo de recreação além de caminhadas e passeios ao longo da margem do pântano.” (BROCANELI,2014)
praças e jardins Segundo Alex sun (2008) “ a praça em sua origem latina, caracteriza-se como espaço de encontro e convívio, urbano por natureza (...) Imprimem a este espaço o caráter de lugar e ponto central de manifestação da vida pública. É, em sentido amplo, o espaço para a troca.” É um espaço público acessível a todos os indivíduos, sejam moradores ou visitantes, não importando sua condição social. A localização da praça, seus acessos e o que a praça irradia, são os fatores que convidam, ou não, pessoas a adentrá-la. Outra característica da praça é que ela permite uma infinidade de atividades: comércio, lazer, contemplação, encontro ou descanso. Porém, uma praça não é apenas um espaço aberto, ela é um centro social integrado com a cidade, com suas ruas, arquitetura e pessoas. Kevin Linch apresenta a definição de praça da seguinte forma: Este é um modelo diferente de espaço aberto urbano, tomado fundamentalmente das cidades históricas européias. A plaza pretende ser o foco de atividades no coração de alguma área “intensamente” urbana. Tipicamente, ela será pavimentada e definida por edificações de alta densidade e circundada por ruas ou em contato com elas. Elas contém elementos que atraem grupos de pessoas e facilitam encontros: fontes, bancos, abrigos e coisas parecidas. A vegetação pode ou não ser proeminente (...) (SUN,2008 apud Kevin Lich, Good City Form, 1981).
Uma condição muito importante são os acessos a uma praça, sejam eles acessos visuais, físicos ou sociais. O acesso visual se baseia no que o usuário possa perceber, mesmo a distância, da praça. É uma ação instintiva das pessoas, usufruírem mais do que elas possam identificar como um local seguro, não sendo uma possível ameaça. Por isso, praças a nível da rua tendem a ser mais utilizadas. Os acessos físicos tratam da ausência de barreiras, para entrar ou sair da praça, além das condições para chegar a praça, como atravessar uma rua, por exemplo. O acesso social trabalha com tipo de perfil público desejado para atrair à praça. Por exemplo, a presença de guardas na praça pode inibir a presença de um determinado público. Construções ou atividades também podem acabar selecionando um determinado tipo de público. Combinando estes acessos é possível tornar a praça convidativa ou não. (SUN,2008)
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os tipos de praças Segundo GEHL; GEMZOE (2002) existem diferentes tipos de praça como: praça oásis, dura ou praça cascalho. O que varia entre elas é sua amplitude, disposição, quantidade e tipo de mobiliário urbano. Praças que servem como locais de descanso, verdadeiras salas de estar urbanas são chamadas de praças duras. Têm esse nome por possuírem mobiliários duros, muitas vezes de concreto, que são suavizados pela presença da vegetação arbórea. Existem outros espaços públicos um pouco mais aconchegantes, chamados de praças de cascalho. Estes lugares possuem locais para praticar ou jogar algo e possuem elementos como cascalho e areia, que junto com a vegetação confere um visual mais agradável. Outro tipo de praça, segundo Gehl; Gemzoe, é a praça oásis. Este tipo de praça combina cascalho, areia, pedras e elementos que possuam água, sendo um verdadeiro paraíso.
FIGURA 07 - Exemplo de praça oásis, o Parc Joan Miró, em Barcelona Fonte: (HOTELS HCC, 2015)
FIGURA 08 - Exemplo de praça dura, a Plaça Reial, em Barcelona. Fonte: (WORLD TRAVEL IMAGES, 2015)
FIGURA 09 - Exemplo de praça cascalho, a Plaça del General Morales, em Barcelona. Fonte: (RIVERO, 2015)
FIGURA 10 - Croqui de espaços públicos Fonte: RUSSO,2015
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CON CEI TOS Baseada em conceitos de arquitetos, urbanistas, geógrafos e jornalistas, o capítulo tem como objetivo apresentar o embasamento teórico utilizado para a realização deste projeto. A ideia de convívio, contato, sentimento e que as cidades são para pessoas do Jan Gehl; as agulhadas precisas no corpo da cidade doente vindas Jaime Lerner; as teorias certeiras de Douglas Farr e a observação precisa do cotidiano de uma cidade feita por uma mulher movida ao senso do real, Jane Jacobs.
FIGURA 11 - Acima esquerda Jane Jacobs Fonte: BORTOLUZZI, 2012
FIGURA 12 - Abaixo esquerda Douglas Farr Fonte: FARR, 2015
FIGURA 13 - Acima direita Jaime Lerner FIGURA 14 - Abaixo direita Jan Gehl Fonte: ZOTTIS, 2015 Fonte: ROSENFIELD, 2015
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acupuntura urbana - Jaime Lerner “Sempre tive a ilusão e a esperança de que, com uma picada de agulha, seria possível curar doenças. O princípio de recuperar a energia de um ponto doente ou cansado por meio de um simples toque tem a ver com a revitalização deste ponto e da área ao seu redor. (...) Cutucar uma área de tal maneira que ela possa ajudar a curar, melhorar, criar reações positivas e em cadeia. É indispensável intervir para revitalizar, fazer o organismo trabalhar de outra maneira”. (JAIME LERNER,2003).
A acupuntura urbana se refere a intervenções, grandes ou pequenas, que são feitas em alguns pontos de uma cidade. Por exemplo, se em uma rua existe uma cafeteria, ela pode não ser importante em nível municipal, mas para a rua em que ela está inserida, se torna um instrumento que gera convívio e movimentação local, se tornando muito importante. O mesmo acontece com uma casa antiga sem uso presente em um bairro, ela poderia se tornar um importante referencial ao moradores do bairro se viesse a se tornar um equipamento com uso, como uma biblioteca, por exemplo. Podem ser também obras de mudança cultural, como o grandioso Centro Pompidou em Paris, que com sua arquitetura tecnológica e brutalista causou um grande impacto na população, seja por seu estilo, tamanho ou uso (possui uma biblioteca, museu, centro de música e espaços para eventos urbanos). Acupuntura urbana pode surgir com apenas um toque de genialidade, conforme disse Lerner (2003), como a inserção da pirâmide do Louvre ou a recuperação do Porto Madero, na Argentina. Além do desejo, a acupuntura pode surgir por necessidade, como recuperar uma área degradada que foi estragada pelo homem, como por exemplo, a retirada da freeway em São Francisco, que seria uma movimentada avenida para carros, mas passou a ser um parque urbano para as pessoas. Acupuntura urbana não precisa ser necessariamente uma obra física. Ás vezes, “a introdução de um novo costume ou hábito cria condições positivas de transformação”. (LERNER,2003). Um exemplo muito interessante citado por Jaime são os serviços que funcionam 24 horas em Nova York, um hábito introduzido por coreanos na cidade que possuem suas lojas restaurantes, que trazem animação em todos os locais. Outra situação é na cidade Zócalo, no México. O arquiteto cita que no fim da tarde, as ruas do centro ficam tão abarrotadas de pessoas que ele sente medo de se perder em um mar de gente. A maioria destas pessoas são vendedores ambulantes que vendem todo tipo de produto e que competem mercado com os comércios formais. Mas a indagação feita é: porque não estipular diferentes horários para vendedores informais? Por exemplo, após as seis da tarde o comércio formal fecha e o informal abre, assim a movimentação de pessoas estaria presente em todos os horários e os dois tipos de comércio trabalhariam junto ao invés de se enfrentarem. Um grande problema apontado por Lerner (2003) é a falta de continuidade no meio urbano, como uma região que possui um vazio urbano, seja ele pela falta de atividade ou por terrenos baldios. Ele aponta que uma ótima acupuntura seria preencher este vazio. Mas, é importante incluir uma função que realmente fosse necessária naquele área; se existem muitos terrenos baldios, seria interessante incluir residências e caso já existam residências e falte animação seria necessário incluir um equipamento de lazer para estes moradores.
“Ás vezes, fico observando como uma gota de melado vai juntando as formigas. Ou como num bar ou armazém de bairro bem pobre, a luz e a animação atraem as pessoas. Mas são principalmente as pessoas que atraem pessoas”. (JAIME LERNER,2003) Uma boa acupuntura é aquela que se baseia em encontro de pessoas. A cidade precisa ser um encontro de pessoas. Um terminal rodoviário, por exemplo, não precisaria ser frio e ter cara de terminal rodoviário, ele pode ser agradável e ter cara de praça, com usos para pessoas enquanto elas esperam seu ônibus. Outra questão é o pensamento de que as cidades são problemas. Na verdade, de acordo com Lerner (2003) as cidades são soluções. Se o local sofre com o problema da separação de lixo reciclável, por exemplo, poderia-se criar uma troca; trocar o lixo por algo de valor. Em Curitiba, troca-se o lixo por passagens de ônibus. Ou os “problemas” que se ouve em relação aos rios, por exemplo. Por que tentar se livrar dele? Cobrir, aterrar ou virar as costas? Á água é um importante elemento de acupuntura urbana, aliás, o arquiteto se refere a ela como uma aquapultura. Água traz movimento de pessoas, paz, animação, frescor. “ Para uma praça você vai; num parque você se perde. Uma praça, às vezes, é para você ver o que está em volta; um parque é para você ver o que está dentro dele.” (LERNER,2003) Mas o conceito de praças e parques não se baseia somente nesta frase. Estes elementos dependem de seu entorno, de sua moldura. Estas áreas precisam parecer especiais. Podem ser grandes ou pequenas, abertas ou fechadas, cercadas ou cobertas. Se por exemplo, possuírem uma entrada ou um portal, se tornam especiais. Um praça entre prédios que possuam entradas ligadas ao prédio, tem um sentimento de apropriação. Já um praça entre um conjunto habitacional, um espaço aberto sem delimitação, não gera este sentimento de cuidado e parece não pertencer a ninguém. Um exemplo engraçado citado por Jaime é a inauguração do bosque do papa, em Curitiba. Seria um local para prestar uma homenagem ao pontífice que um dia visitou a cidade. Surgiu a ideia de colocar um busto dele no bosque. A ideia foi aceita, o busto foi feito por um artista. No dia da inauguração, o povo presente, o prefeito, o deputado, a banda. Quando o elemento foi descoberto, foi um deus-nos-acuda. Ele cita que uma velhinha com uma sobrinha mirava o artista como se estivesse segurando uma baioneta. A estátua era assustadora com seus olhos esbugalhados. As pessoas, revoltadas, pediram a remoção. Ao invés de remover, a estátua seria coberta com vegetação. Quando foram colocar o plano em prática, aconteceu um suposto milagre junto a estátua. Ninguém mas queria remover, nem esconder. Todos passaram a defender a estatua. Todos com sentimento de apropriação. Outro atraidor de pessoas são mercados. Sempre com pessoas, querendo ver pessoas fazendo a mesma coisa que você. Ver comida, o preparo e o manuseio. A modernidade trouxe tudo muito pronto. Ter o sentimento nostálgico de ver a fruta, o peixe fresco, carnes e verduras atrai pessoas naturalmente. Começar a manhã com o cheiro de café e fruta fresca, com vendedores alegres oferecendo seus produtos é um bom início de dia. “Todos nós ficamos cansados de ver as coisas iguais demais, um shopping normal nos exclui da cidade, com sua lojas tão iguais a ponto de você não saber a cidade em que está” (LERNER,2003) Os mercados são acupunturas salvadoras de identidade da cidades. FIGURA 15 - Jaime Lerner Fonte: LERNER, 2015
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o planejamento dos parques urbanos de curitiba Alexandre Buccheri e Antônio Castelnou Os espaços públicos estão cada vez mais importantes no planejamento das cidades pois eles promovem qualidade de vida e ambiental. Segundo Buccheri Filho (2012) “em muitos países, estes espaços são considerados parte integrante nas decisões de planejamento quanto ao uso e parcelamento do solo”. Curitiba possui dezenove parques, sem contar bosques, praças e jardins, em seu território. Estes parques estão dispostos de forma aleatória, eles foram aproveitados de situações facilitadoras e já encontradas no lugar (como por exemplo, a doação de um terreno ou um problema específico do lugar) ao invés de passar por um processo de planejamento, característica do modelo oportunista. O planejamento de parques em países como Alemanha e Holanda, por exemplo, passam pelo chamado Planejamento de Espaços Livres, ou seja, antes de ser implantado, a área do parque é estudada e a potencialidade da paisagem é avaliada para então depois ser proposta a implantação dos espaços livres e verdes (BUCCHERI FILHO,2012). No início estas áreas verdes de Curitiba possuíam apenas propósitos ambientais, ou seja, apenas áreas verdes de conservação, porém, as administrações públicas que estavam por vir transformaram estes espaços em lugares vivenciais, e principalmente para pessoas. Os primeiros parques surgiram em meados de 1970, porém, somente no ano de 2000 apareceu uma legislação específica, que garantiria a proteção e classificação das áreas verdes. À medida que Curitiba evoluía, a área urbanizada crescia, avançando em direção aos limites do município, mas não havia ainda instrumentos reguladores que garantissem o atual conceito de espaços verdes em toda a cidade.(CASTELNOL,2006) Depois do ano de 1970, o então prefeito Jaime Lerner, implementou uma série de transformações urbanas, entre as quais a desapropriação de terrenos e o acerto com proprietários, visando à criação, já em 1972, dos três primeiros parques públicos da cidade: os Parques São Lourenço e Barreirinha e o Parque Municipal do Barigüi, todos ao norte da cidade (CASTELNOL,2006).“Esses espaços verdes projetados, assim como os que surgiriam nas décadas seguintes, apresentam seus traçados derivados dos atributos naturais de onde se situam, preservando flora e fauna local, principalmente de espécies nativas, e garantindo áreas de contemplação, esporte, lazer e cultura.” (MACEDO,2003) Os parques possuem curiosidades quanto a sua instalação. Os parques Barigüi e São Lourenço teriam uma função de contenção de enchente. O plano Preliminar de Urbanismo de 1965¹, apontava que devia-se criar lagos para servir de reguladores de enchentes. Já o Parque Iguaçu “tem função de evitar a ocupação e auxiliar a preservação da qualidade da água na bacia do Iguaçu, conforme se verifica no Plano de 1965¹ .”(CASTELNOL,2006). Outra questão em relação ao entorno dos parques é sua valorização imobiliária. Segundo Buccheri Filho (2012) “o passeio público virou opção de lazer para elite curitibana e acabou desencadeando um processo de reurbanização de suas áreas vizinhas (...).” Ou seja, o parque recebe mais infraestrutura e, por isto seu entorno se valoriza. “A partir de então implementou-se na cidade uma metodologia de produção de parques e bosques às margens de rios que possibilitassem a criação de lagos, ao mesmo tempo que a promoção de algum tipo de ação voltada à cultura e conservação desses locais.” (CASTELNOL,2006)
FIGURA 16 - Mapa da linha de Turismo de Curitiba Fonte: PARANÁ, 2013
Por consequência do planejamento oportunista, os parques de Curitiba ficaram localizados aleatoriamente na cidade. No mapa ao lado é possível observar que a maioria dos parques se encontram na região norte da cidade. Segundo Buccheri Filho (2012) “isto ocorre devido a necessidade de criarem-se lagos para servirem de reguladores de enchentes (...)” logo os parques estão localizados na parte montante dos rios (devido ao represamento das águas, que pode ocasionar enchentes ou inundações). Segundo Pedron (2013) “os parques urbanos de Curitiba, em sua maioria, são parques turísticos, mas essa não foi a sua função inicial (...) foram planejados para uso dos habitantes locais.” A utilização por turistas ocorre por diversos fatores, como a valorização cultural e o marketing, por exemplo.(BUCCHERI FILHO,2012) Para facilitar o acesso dos moradores e turistas aos parques da região, a Urbanização Curitiba S/A criou em 1990 a linha do turismo. Segundo Paraná (2013) “consiste em uma linha de ônibus especial que circula nos principais pontos turísticos de Curitiba. Com ela, é possível conhecer os parques, praças e atrações da cidade”.
¹ Plano Preliminar de Urbanismo de 1965: A partir da década de 1950, em função do acelerado ritmo de crescimento do município, o planejamento urbano tornou-se uma necessidade. Em 1965, a administração municipal realizou um concurso público para a elaboração do Plano Diretor da cidade. (...) Foi esse plano que deu origem ao primeiro Plano Diretor de Curitiba, aprovado no ano seguinte. (PARANÁ,2013).
FIGURA 17 - Projeto do ônibus Linha Turismo Fonte: PERES, 2015
FIGURA 18 - Calunga no ônibus, adaptação da autora Fonte: RUSSO, 2015
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os usos dos parques de bairros - Jane Jacobs Os parques urbanos são considerados um presente para a população, mas se este raciocínio fosse invertido, as pessoas que seriam um presente para os parques urbanos. Este último pensamento está mais coerente com a realidade dos espaços públicos, pois quem proporciona vida a estes espaços são as pessoas. Os parques são momentâneos: enfrentam crises de popularidade e impopularidade muito breves; tudo depende de seu uso. Muitos espaços vazios e abandonados pela cidade são chamados de parques. Espaços vazios é que são o problema. No planejamento urbano modernista as áreas livres de um bairro parecem ser a solução de tudo. Se questionar um construtor em como melhorar seu projeto na cidade ele responderá -mais áreas livres- ou se andar com um planejador pela cidade e passar por praças e jardins descuidados ele sonhará com mais áreas livres. A questão é, como Jacobs (2011) cita: “mais áreas livres para quê? Para facilitar assaltos? Para haver mais vazios entre os prédios? Ou para pessoas comuns usarem ou usufruírem? Porém, as pessoas não utilizam as áreas livres só porque elas estão lá (...)”. Este raciocínio ilustra o uso real versus fantasioso dos parques. Existem diversas influências presentes em parques urbanos: eles podem ter usos específicos, como zoológicos ou museus, serem uma extensão da rua ou terem um uso geral, com espaços públicos em uma localidade comercial, residencial ou misto. Este é o tipo mais comum de parque urbano; podem ser projetados ou aproveitados de um área de preservação, como topos de morros ou encostas de rios. Não deve-se confundir as áreas de parques com áreas de respiro da cidade ou como Jacobs (2011) cita: “a baboseira de ficção científica de que os parques são os pulmões da cidade (...) São necessários cerca de doze mil metros quadrados de árvores para absorver o dióxido de carbono diário de quatro pessoas.” Jacobs cita também que “os parques também não são âncoras de valorização imobiliária. Como são efêmeros, hoje podem ser populares, amanhã impopulares”. E não só os parques mudam de conceito brevemente: a vizinhança que o circunda também. Jacobs (2011) cita um exemplo do Madison Park, em Nova York, aonde o parque em si é maravilhoso, porém, sua vizinhança é feita de grandes casarões antigos que ao mínimo problema são demolidos, e o que sobra, são entulhos como vizinhos. Outro exemplo
é o parque Corlears Hook que é voltado para o rio. As pessoas estão aonde há movimento de pessoas, logo, em um dia quente de verão Jacobs (2011) percebeu que existiam mais pessoas nas ruas de concreto do que nas frescas calçadas arborizadas a beira do lago.
“Por que é tão frequente não haver ninguém onde há parque e nenhum parque aonde há gente?” (JACOBS, 2011) Além disso, parques com pouco uso tornam-se alvos de vandalismo e as pessoas começam a fugir desses lugares, diminuindo cada vez mais a circulação de pessoas, tornando-se um círculo vicioso do espaço vazio. Ou seja, não é simplesmente acrescentar um parque, ele precisa ter funcionalidade. De acordo com Jacobs (2011) existem quatro elementos para um parque funcionar: complexidade, centralidade, insolação e delimitação espacial. A complexidade trata-se da diversidade de usos que afeta o parque diretamente. A variedade de usos dos edifícios propicia ao parque uma variedade de usuários que nele entram e dele saem em horários diferentes. Eles utilizam o parque em horários diferentes porque seus compromissos diários são diferentes. Portanto, o parque tem uma sucessão complexa de usos e usuários. (JACOBS, 2011).
Outra questão ligada a complexidade é a riqueza do espaço; elementos que propiciem dinâmica na paisagem: diferença de níveis, elementos visuais interessantes, diferentes pontos de vista do mesmo parque ou agrupamentos de vegetação.O segundo elemento é a centralidade. Segundo Jacobs (2011) “os parques bons, mesmo que pequenos, possuem um local que é reconhecido por todos como sendo o centro, um ponto de destaque ou um cruzamento principal. As pessoas são inventivas ao utilizarem o centro dos parques” (...) Como exemplo ela cita: “Há muito tempo, a depressão no piso teve um ornamento de ferro com um chafariz. Só restou a depressão circular de concreto, seca, margeada por quatro degraus que levam a uma mureta de pedra (...) na verdade trata-se de um teatro arena e é assim que é usado (...)
tocadores de violão, cantores, grupos de crianças atirando dardos, dançarinos, pessoas tomando sol ou conversando”. (JACOBS,2011) Estas pessoas não estavam ali por falta de opção, existiam outros bancos no parque, porém estavam em lugares mais distantes da movimentação. A insolação é o terceiro elemento de um bom funcionamento. “O sol faz parte do cenário das pessoas.” (JACOBS,2011) Claro que é dever balancear bons lugares de sombras e sol, principalmente por nosso país ser tropical. “Cuidado com muitas sombras; elas são apagadores de pessoas!” (JACOBS,2011) E finalmente o último elemento, a delimitação espacial. Os parques precisam ter seu espaço delimitado e não ser limitado entre edificações,em seus espaços ociosos, como defendia o modernismo. Para concluir o bom uso de parques no bairros, Jacobs (2011) possui uma teoria interessante sobre os parques genéricos e parques específicos. Os genéricos, como já citado, abrangem todo o tipo de uso em diferentes horários. Para ele funcionar, precisa-se de um entorno bem mistificado. Já os parques específicos, possuem funções diretas que chamam as pessoas para seu uso, por exemplo: um parque com uma quadra esportiva ou uma concha acústica. Em lugares mais afastados ou com pouca mistura de usos na vizinhança, o uso específico é o mais indicado, já que as pessoas se deslocarão ate lá para um determinado uso.
FIGURA 19 - Parque Corlears Hook em Manhattan, NY Fonte: PANORAMIO, 2015
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critérios de um bom espaço público - Jan Gehl, Lars Gemzøe e Sia Karnaes “Aglomerados humanos e usos espontâneos da cidade são excelentes indicadores para a melhoria da infraestrutura de determinados espaços da cidade.”(GATTI,2013) Simone Gatti (2013) ainda cita que “projetar um espaço público qualificado em área onde já existe demanda de estar e convívio entre cidadãos significa melhorar a qualidade de vida para usos já consolidados” Mas o que exatamente determina a qualidade destes espaços? Os autores Jan Gehl, Lars Gemzoe e Sia Karnaes publicaram em 2006 o livro New City Life. Neste livro os autores determinam doze critérios que classificam se um espaço público é bom ou ruim; são eles: Proteção contra o Tráfego; Segurança nos espaços públicos; Proteção contra experiências sensoriais desagradáveis; Espaços para caminhar; Espaços de permanência; Ter onde se sentar; Possibilidade de observar; Oportunidade de conversar; Locais para se exercitar; Escala Humana ; Possibilidade de aproveitar o clima; Boa experiência sensorial. O primeiro critério se volta para as vias de tráfego e circulação dos pedestres nas cidades, não sendo haver exatamente com parques urbanos. Sucitamente trata-se da segurança de pedestres e ciclistas, que eles devem circular livremente entre os espaços de forma segura. O segundo aspecto trata da segurança em espaços públicos; para que sejam seguros e permitam a circulação das pessoas, “é importante que exista a possibilidade de realizar atividades noturnas, um requisito essencial para que as pessoas se sintam seguras é contar com boa iluminação.” (BARATTO, 2013) As experiências sensoriais merecem uma grande atenção. As condições climáticas nem sempre são as melhores para se realizar atividades ao ar livre, por isso, os lugares públicos deveriam incluir áreas adequadas para proteger-se do calor, da chuva e do vento, e evitar, assim, uma experiência sensorial incômoda. “Se considerarmos que as áreas verdes ajudam a aliviar o calor, a poluição e os ruídos, a sua multiplicação em áreas urbanas deveria ser uma medida incentivada pelos órgãos responsáveis”. (BARATTO ,2013)
Espaços para caminhar aparecem em quarta posição. Para que os espaços públicos atraiam pessoas a fim de caminhar, “é importante que estes apresentem características em toda a sua extensão. Neste sentido, se existem fachadas interessantes de edifícios e superfícies regulares que garantam o acesso a todos, este critério se cumprirá em toda sua totalidade”. (BARATTO, 2013) Conforme Gehl (2013) “reforça-se a potencialidade para que o espaço urbano se torne vivo, sempre com mais pessoas circulando, convidadas a caminhar, pedalar e a permanecer no espaço público”. O permanecer no espaço é o quinto tópico da análise de Gehl para um bom espaço público; É necessário ser agradável visual e sensorialmente para que as pessoas queiram estar neste lugar. Uma das questões para permanecer no espaço público é a questão do sentar, ter mobiliário suficiente para todos. Conforme Baratto (2013) “um dos aspectos mais comuns é que a disponibilidade de assentos não é suficiente”. Para que isso não siga ocorrendo, os urbanistas dinamarqueses postulam que se deve aumentar a quantidade de mobiliário urbano nestes espaços públicos.
exercício é o penúltimo item analisado por Gehl, aonde estabelece que as pessoas precisam ter acesso a equipamentos de esporte em espaços públicos. O último critério trata-se da escala humana. É o ponto inicial de um projeto: se ele é projetado para pessoas, deve ser feito para pessoas. O desenvolvimento sensorial está classificado em sentidos de distância, visão, audição e olfato, e sentidos de proximidade, tato e paladar . A visão é o sentido mais desenvolvido do ser humano. Pode-se resumir em duas distâncias chaves para situações físicas de observação: A distância de 25 metros aonde começamos a perceber emoções e expressões e a distância de 07 metros, aonde os cinco sentidos podem ser utilizados, detalhes percebidos e sentimentos partilhados (GEHL,2013).
Pontos focais são importantes edificações, lugares ou paisagens localizados no entorno da área de projeto, que precisam ser mapeados a fim de se relacionarem com o novo espaço a ser criado. Podem ser classificados em pontos de foco, que serão preservados, valorizados ou escondidos ou podem ser locais de interesse histórico, arquitetônico ou de atividade específica, por exemplo uma escola localizada em uma das faces do terreno de uma praça indica que neste ponto deverá ter um acesso com travessia sinalizada e poderá ser previsto um espaço de estar e convívio para os estudantes. (GATTI,2013)
Como disse o filósofo grego Aristóteles o homem é um animal social, e este ditado tem haver com o oitavo critério da lista de Gehl. As pessoas precisam de locais para conversar. “Os espaços públicos, entendidos como locais de lazer e de encontro, devem contar com um mobiliário urbano que convide e fomente a interação entre as pessoas. Para que isto seja possível, devem existir baixos níveis de ruído que permitam que as pessoas possam conversar sem interrupções”. (BARATTO, 2013) Hoje, o conselho para uma vida saudável é caminhar dez mil passos por dia (GEHL,2013). Os locais para
FIGURA 20 - As distâncias e a percepção do ser humano Fonte: GEHL, 2013
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espaço urbano: uma contribuição a saúde Jan Gehl -
O planejamento urbano influencia o modo de viver das pessoas. Se uma cidade é saudável, ou seja, proporciona oportunidades para praticar exercícios físicos, existe grande chance das pessoas serem saudáveis. Se a cidade não oferece espaços adequados, as chances diminuem drasticamente. A maior preocupação atualmente é modo de trabalho das pessoas, que de manual passou a ser sedentário e na frente da tela de um computador. Em função de um pensamento atrasado, o carro foi dito como principal meio de transporte e atividades como subir escadas, são substituídas por elevadores. O tempo têm seu aproveitamento máximo voltado ao trabalho: falta de tempo para cuidar de si mesmo, da falta do sono tranqüilo, ausência do exercício da mente e do corpo, dos maus e rápidos hábitos alimentares. A comida pronta e de fácil acesso parece se encaixar mais aos padrões de tempo. Irônico pensar que tudo isto é feito para poupar tempo, porém, é ilusório pois hábitos não saudáveis diminuem a expectativa de vida; em outras palavras; tenta-se ganhar tempo em tudo mas na verdade ele se esvai com as tentativas. E o mais preocupante é que as crianças estão sendo as mais atingidas por esse modelo sedentário de vida dos adultos. Segundo GEHL (2013) nas últimas três décadas, 1980 a 2006 nos EUA, o número de crianças obesas dobrou (isto é, com índice de massa corporal (IMC) acima de 30) e o numero de adolescentes obesos triplicou. Uma preocupação alarmante que se espalha por outros países como México, Nova Zelândia e Canadá. Com as rotinas apressadas do dia a dia, é necessário uma boa dose de força de vontade; além de tempo e algumas vezes dinheiro, para se fazer exercício físico. Você pode correr na rua ou ir para uma academia. Mas, se ao invés das pessoas saírem de suas rotinas para fazer o exercício, o exercício fosse adaptado como rotina? Por que os espaços rotineiros não poderiam ser adaptados para isto? Como GEHL (2013) cita: “seria um convite bem amplo e bem concebido para as pessoas caminharem ou pedalarem” durante seu percurso para o trabalho ou escola, por exemplo; “ seria uma forma de utilizar a própria energia pessoal para o transporte.” (GEHL,2013). Conpenhague é uma cidade exemplo: alargou calçadas, inseriu ciclovias, removeu obstáculos e criou
sombreamento com árvores; além do forte incentivo a mudança cultural e de hábito das pessoas, está transformando a bicicleta como principal veículo de deslocamento na cidade. Não é só uma nova política, é um convite para vir para rua. Além da mudança no hábito cultural e a inserção de infraestrutura, o plano da cidade precisa ser alterado para planejamento de pessoas e não mais veículos. Quadras mais curtas e permeáveis, mais atrativos e espaços agradáveis, tornaram a experiência do deslocamento um prazer. Além disto, o convívio social seria estimulado, sair do digital e ir pra rua conversar, conhecer pessoas, como era feito nas antigas cidades. Caminhar pelo passeio público era uma atividade social. O mercado, a feira e a praça eram pontos de encontro. “ Convite é a palavra chave para a qualidade urbana.” (GEHL,2013) FIGURA 21 - Acima. Planta de pisos do passeio público Fonte: MACEDO; SAKATA, 2002
FIGURA 22 - Passeio público. A ideia do elemento com água junto com arborização torna o local uma praça oásis. Porém, é importante observar a segurança, principalmente em relação a profundidade da água, sendo, quando necessário, a adição de guarda corpo, por exemplo. Fonte: KYEE, 2015
FIGURA 23 - Feira hortifrutigranjeira do passeio público em Curitiba. Percebe-se na foto como feiras geram movimentação de pessoas. Fonte: DUNKLEY, 2015
Passeio público de Curitiba, um bom exemplo de ligação de parque com cidade. Na planta de piso pode-se perceber uma enorme quadra, que se fosse para ser percorrida a pé, seu perímetro seria muito longo, porém, o parque possui ligações que cortam a quadra, tornando o caminho mais curto e agradável. As fotos ilustram caminhos agradáveis aos pedestres e usos, como a feirinha do passeio público. Por que não caminhar e aproveitar para comprar e comer uma fruta fresca?
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Outra questão ligada a saúde nos espaços públicos são as brincadeiras infantis. As crianças e suas brincadeiras alegram os lugares e convidam, ou inspiram, os adultos a se juntarem a elas. Conforme GEHL (2013) conta em seu livro “Cidades para pessoas” em Veneza, se uma criança chuta uma bola em meio a um grupo de adultos, alguém vai chutar a bola de volta e essa brincadeira pode se estender por horas. É diferente uma criança poder estar livre brincando de bola em uma praça ou estar destinada a um espaço limitado para brincar, os playgrounds. O modernismo incentivou que estes seriam os espaços para brincar, e deu. Ainda citando o exemplo de GEHL (2013) em Veneza, pode-se ver que isto não funciona: “ a cidade não tem playgrounds, a cidade inteira é um playground.” Elementos interessantes no espaço público fornecem a diversão. Caminhos com água, espaços abertos (e seguros) para correr e chutar bola, elementos mais altos que propiciem esconderijos para o esconde-esconde; isto é um verdadeiro playground para crianças e adultos. Os idosos estão cada vez mais presentes em espaços praticando exercícios. É necessário pensar em espaços que atendam estas pessoas em seus percursos de caminhada ou pedalada. A ideia âncora é que a prática de exercício seja feita a vida toda, desde crianças até idosos. Recreação e criatividade são as palavras chaves para manter a saúde dos espaços públicos. Não pode-se esquecer que as pessoas são fontes de criatividade: músicos, pintores, atores ou dançarinos, circulam entre nós todos os dias. Propiciar espaços que possam atender ocasionalmente estas pessoas é importante. E falando nestes espaços, é interessante ter em mente a diferença entre eles: espaços fixos, flexíveis e fugazes. Segundo GEHL (2013) espaços fixos são os mobiliários e sua disposição, são os elementos que estarão presente no dia-a-dia das pessoas. Eles precisam ser interessantes e convidativos, já que serão eles os convites para usar o local. Os espaços flexíveis são destinados a atividades especiais que acontecem de vez em quando, como por exemplo, festas natalinas, carnaval ou no caso específico da cidade de Blumenau, a Oktoberfest. Os espaços físicos estarão lá, porém, terão uma estrutura flexível para receber estas atividades especiais e de maior porte. Existem também os espaços fugazes, também são lugares flexíveis, porém, recebem atividades ocasionais de menor porte e de curta duração, como por exemplo, teatro na praça, truques de mágico ou tocadores de violão de rua. “ A estrutura da cidade (fixa) precisa estar montada (...) criar cidades para pessoas, que devem ter um espaço convidativo e bem dimensionado que inspiram todo o tipo de atividades, flexíveis ou fugazes.(...) (GEHL, 2013)
FIGURA 24 - Exemplo de espaços fixos, na praça de Ole Bulls Plass, na cidade de Bergen, Noruega Fonte: GEHL; GEMZOE 2001
FIGURA 25 - Exemplo de espaço flexível, na praça de Broadgate, na cidade de Londres, Inglaterra. Durante o inverno é instalada uma pista de patinação no centro da praça. Fonte: GEHL; GEMZOE 2001
FIGURA 26 - Exemplo de espaço fugaz, com pessoas praticando Tai Chi Leque em Pequim, na China. Fonte: GEHL, 2013
FIGURA 27 a 30 - Centro da cidade de Friburgo, na Alemanha. Os canais que passam pelo meio do centro da cidade, junto com a criatividade das crianças, virá um espaço de brincadeiras. Fonte: GEHL, 2013
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clima bom ao nível dos olhos, por favor Jan Gehl -
O clima é um dos fatores mais importantes à serem avaliados no espaço público. A circulação de pessoas depende de como vai estar o tempo, bom ou ruim. Segundo GEHL (2013) o clima se concentra em três divisões: macroclima, clima local e microclima. O macroclima é o clima regional geral. O clima local é o clima das cidades e do ambiente construído, moderado pela topografia, paisagem e construções. O microclima é o clima numa zona atmosférica local. Pode ser tão pequeno como uma única rua, em reentrâncias e recuos, ou em torno de um banco no espaço público. (GEHL, 2013)
O aparecimento do sol e um vento leve convidam as pessoas a saírem nas ruas, mesmo que a temperatura esteja baixa, -10C por exemplo, se a sensação sentida na pele (microclima) é agradável, as pessoas saem as ruas; um tempo bom é um convite. Alguns fatores alteram a sensação de agradabilidade: temperatura e umidade do ar, calor solar ou a intensidade do vento. Roupas e a fisiologia de cada pessoa também alteram a sensação sentida na pele do clima. A arquitetura influencia drasticamente nas condições do clima. Se em um dia de macro e microclima frio com vento as pessoas circularem em parque urbano, a sensação de vento na pele será menor, devido ao grande espaço aberto que o vento tem para se dissipar, tornandose mais suave. Se este espaço possuir mobiliários para sentar ao sol, a sensação se tornará melhor ainda. Agora se estas pessoas resolverem circular entre edifícios altos o efeito é contrário. “ Edifícios altos isolados capturam os ventos rápidos a 30-40 metros, ao passo que uma complicada combinação de pressão alta e baixa pode fazer que a velocidade dos ventos (...) seja quatro vezes a da paisagem circundante.” (GEHL, 2013) Logo, o clima ao redor destes edifícios é mais frio e a circulação de pessoas será menor. É necessário adaptar a arquitetura às condições climáticas. No Brasil, por exemplo, caminhos mais estreitos e sombreados, além de construções com paredes grossas e aberturas menores, se adaptariam melhor ao sol forte e temperaturas mais altas. Mas, é
triste perceber que isto não acontece. As vias são largas e asfaltadas, sem árvores, estacionamentos gigantes em asfalto, os telhados são de cerâmica ou outros materiais rígidos. A temperatura que já era quente fica insuportável. Problema das técnicas de construção adotadas, que se fossem substituídas por telhado verdes, mais árvores ladeando caminhos, gramados e pavimentações porosas, poderiam amenizar o clima local. Independente do projeto ou plano urbano, o macroclima e clima local deveriam ser cuidadosamente analisados, para criar boas condições para as pessoas saírem as ruas. O microclima ao nível dos olhos das pessoas deve ser o melhor possível, pois é ele que causará a sensação na pele, não importando o número da temperatura que marcará no termômetro. É necessária muita atenção e consideração ao criar condições de bom tempo para as pessoas. Para ser um bom arquiteto, você precisa amar as pessoas. (GEHL,2013) FIGURA 32 - Exemplo de café de calçada na Noruega. O microclima do local foi alterado com a adição de uma cobertura para proteção contra o vento gelado, lâmpadas de calor dispostas na área de clientes além de almofadas e cadeiras com materiais mais quentes. Fonte: GEHL, 2013
FIGURA 33 - Devido ao clima quente e a baixa umidade do ar, totens com aspersores de água aliviam o clima dos pedestres na praça do girassol, em Palmas, Tocantins Fonte: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL TOCANTINS, 2012
FIGURA 31 - Exemplo de café ao ar livre em Copenhague, na Dinamarca. Nos meses de outono e inverno, as pessoas não costumavam saírem as ruas devido ao clima e ventos frios, porém, este estabelecimento, entre tantos outros, mostrou uma alternativa criativa para atrair clientes: a distribuição de almofadas e cobertores, além do uso de cadeiras mais aconchegantes. Agora, a circulação de pessoas nos comércios ao ar livre são frequentados de dez a doze meses por ano. Fonte: GEHL, 2013
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princípios de planejamento Jan Gehl -
reunir ou dispersar planejamento de tráfego
convidar ou repelir
Existem alguns preceitos no urbanismo que mostram como criar espaços para as pessoas. Dos cinco princípios apresentados por Jan GEHL (2013), quatro estão voltados para a forma da cidade, do espaço construído e seu uso. O quinto preceito está ligado a qualidade do espaço urbano, “ a fim de convidar as pessoas a passarem mais tempo na cidade.” (GEHL,2013) Os quatro primeiros preceitos de GEHL falam sobre a distribuição dos espaços na cidade, fazer com que o deslocamento seja menor, a mistificação de usos em todos os bairros, gerando mais circulação de pessoas e consequentemente mais segurança, fazer com que pedestres e ciclistas sintam vontade de pedalar e caminhar pela cidade, tornar espaços entre construções permeáveis, para que espaço construído e espaço urbano andem juntos e o último princípio se baseia na permanência das pessoas no espaço público, fazer com que elas se sintam convidadas a permanecerem mais tempo.
Ver e ouvir são as formas mais comuns e importantes formas de contato entre as pessoas, pois é através da audição e visão que todos os outros sentidos são aguçados. Estes sentidos podem ser interrompidos ou incentivados pela construção física dos espaços. Convidar as pessoas quer dizer que elas tem acesso visual ao local, sem visões obstruídas por algo, curtas distâncias, baixa velocidade e espaços de permanência. Edifícios altos ou alta velocidade, por exemplo, repelem o simples e primário contato de ver e ouvir pessoas.
O planejamento de tráfego já passou por algumas modificações: no ano de 1960 e 1970 a prioridade eram os veículos. A ideia de possuir o próprio veículo era um sonho, uma praticidade e independência de se ir e vir quando e aonde queria; além de ser um sinal de status. As vias eram de veículos e as calçadas de pedestre e ponto; Não existia meio termo. Depois de 1970, quando aconteceu a primeira crise do petróleo, começou-se a pensar em novas modalidades de transporte, em ruas mais tranquilas, para pessoas e bicicletas. O primeiro princípio de planejamento de tráfego são vias rápidas, de baixa segurança e somente de passagem de veículos, sendo inutilizáveis. O segundo preceito se baseia na separação do tráfego, fazer com que pedestres fiquem longe de veículos, que atravessem ruas a partir de túneis ou passarelas. O conceito não funciona direito pois o pedestre tem a tendência natural de optar pelo caminho mais curto, não sendo necessariamente o mais seguro. O terceiro conceito se baseia na ideia de tráfego lento, as ruas são espaços públicos de lazer, assim quando os veículos desejarem ir a tal ponto, será mais rápido e vantajoso escolher outra modalidade, como bicicleta ou transporte público. O último preceito é a cidade para pedestres, com tráfego rápido nos limites da cidade e lento nas áreas residenciais, por exemplo. Esse conceito é o mais seguro entre os quatro, pois a prioridade é do pedestre.
CONVIDAR
REPELIR
CONVIDAR
REPELIR
CONVIDAR
SEM PAREDES
COM PAREDES
REPELIR
NO MESMO NÍVEL EM NÍVEIS DIFERENTES
ORIENTAÇÃO FRENTE ORIENTAÇÃO COSTAS A FRENTE COM COSTAS
DISTÂNCIAS CURTAS LONGAS DISTÂNCIAS
BAIXA VELOCIDADE ALTA VELOCIDADE FIGURA 34 - Conceitos de convidar e repelir Fonte: GEHL,2013
projetando espaços térreos As edificações térreas, que estão no nível dos olhos dos pedestres precisam ser estudadas com atenção. São elas que determinaram a circulação de pessoas no local. Se, são fechadas, muradas ou com janelas cegas e sem detalhes, roubam a vida da rua, as deixam mais inseguras e desertas, principalmente no cair da noite. É necessária a criação de fachadas ativas, interessantes e convidativas:
MISTO
ATIVA E INATIVA
CONVIDATIVA E MONÓTONA
FIGURA 35 a 37 - Tipos de fachadas. As fachadas ativas possuem muitas portas, diversas funções, relevos e materiais em sua fachada, as inativas são fachadas cegas, sem porta, sem detalhes para se observar. Fachadas convidativas possuem aberturas mais espaçadas, alguns detalhes em sua fachada e poucas paredes cegas. Já as monótonas não possuem detalhes e nem variação de função. As fachadas mistas se caracterizam por modestas variações de função, alguns detalhes e relevo e algumas paredes paredes cegas. Fonte: GEHL,2013
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RE FE RÊN CIAS PROJETUAIS FIGURA 37 - Pintura a óleo de Robert Gonsalves Fonte: SAPPER GALLERY, 2015
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parque urbano e vivencial do gama - Leandro Rodolfo Schenk, Luciana Bongiovanni Martins Schenk, Mailton Carlos Sevilha, Lisandra dos Santos Casagrande e Michel Platini Barbosa. Projeto vencedor do concurso “ Brasília, território e paisagem” promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, em 2012. O terreno com 580 mil m² localiza-se no centro comercial da cidade. Por ter esta centralidade, o terreno é um espaço bem disputado. No plano da cidade piloto Gama, este espaço deveria ser um parque urbano para atender todos os moradores da cidade. Porém, o parque demorou para sair das linhas escritas do plano diretor, torno-se um grande espaço ocioso e consequentemente foi ocupado por diversos tipos de edificações: igrejas, lojas, campos de futebol, feira livre e área de estacionamento de lojas e shopping center. Depois da aprovação do concurso, o projeto deveria ter sido construído até 2014. (HELM, 2012) Os equipamentos de lazer e esporte consistem em: quadras de areia, society e poliesportivas, campos de futebol profissional, jardim infantil, praças seca e molhada, espelho da água com nautimodelismo, pista de skate, arena com arquibancadas, anfiteatro, pistas de caminhada e ecológicas, horta comunitária, ciclovia, lazer para idosos e pista de aeromodelismo. A parte de apoio conta com administração, sanitários, vestiários e lanchonetes. Além da preocupação com estes equipamentos, seria necessário pensar sobre os usos existentes no terreno, aonde locar estes atuais usos. Como o parque é bem extenso, seria necessário a criação de caminhos rápidos, que levassem os visitantes ao extremos do parque. Por este motivo, um caminho corta diagonalmente o projeto, denominado eixo cívico, desta forma, seria prático de atravessar o lugar. As áreas de preservação do parque urbano foram localizadas nas áreas que existem cursos da água e brejos. (HELM, 2012) A principal referência projetual do parque do gama é a semelhança programática do projeto com este trabalho; Os equipamentos propostos, voltados à prática de esporte e convívio entre pessoas, também são ambicionados. O eixo cívico cortando o parque é interessante, pois em um espaço muito grande, é necessário ter cuidado para não perder a escala humana e as pessoas não se sentirem diminutas, perdidas no espaço. É preciso lembrar que o pedestre sempre vai pelo caminho mais perto e não mais seguro (GEHL,2013), então caso não houvesse o eixo cívico, poderia ocorrer o risco do pedestre preferir passar pela rua, ao invés de cruzar o parque. Outro fator interessante ligado ao projeto foi a proposta de manter os atuais usos, apenas os realocando. Igrejas locadas juntas, com seu próprio estacionamento, anfiteatro também, além dos feirantes localizados na frente do parque. Os campos de futebol profissional do time local , que já existiam, foram mantidos, gerando outro tipo de atividade no local. Existe usos em suas extremidades e não apenas no centro do parque. A Centralidade também é observada neste projeto, pois mesmo possuindo 580 mil m², o parque possui uma praça central, um local de encontro entre as pessoas (JACOBS,2011). A complexidade de usos é observada, pois têm equipamentos que atendem diferentes públicos, em diferentes horários, porém, a complexidade da forma pareceu ausente, pela falta de relevos ou elementos que aguçassem os sentidos e principalmente os olhos; o parque é muito plano e quando os olhos alcançam todos os acontecimentos de uma só vez, o lugar torna-se cansativo ou até tedioso (JACOBS,2011). Outra característica negativa baseada em JACOBS são os espaços ociosos, praças ou centros de convivência sem nenhuma atividade, apenas um espaço grande e calçado; pessoas não vão até os parques para fazerem nada. Nas laterais externas do parque foram mantidas as áreas para estacionamento, que são camufladas pela arborização. Infelizmente o parque ainda não tem previsão de construção. A administração pública entregou um “parque” para atender os pedidos da população, porém, ele ocupa 1/5 do terreno, sem os equipamentos de lazer esperados e o projeto foi feito sem consulta popular, gerando revolta aos moradores do Gama, que moram em uma cidade planejada e não possuem espaços de lazer. (LEITE, 2015)
estacionamento rotativo estacionamento dos equipamentos eixo cívico: pedestres e ciclistas apoio e administração equipamentos de lazer áreas de preservação: cursos da água e brejos
FIGURA 38 a 45 - Da esquerda para direita: Implantação do projeto, implantação com usos demarcados (editado pela autora), maquetes eletrônicas representando a praça molhada com aspersores, praça de atividades livre, pista de skate, campos de futebol profissional, eixo cívico de pedestres e ciclistas e estacionamentos. Fonte: PIAN, 2009
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pracinha oscar freire - Zoom Arquitetura e Instituto Mobilidade Verde A pracinha Oscar Freire é o primeiro pocket park instalado no Brasil. Consiste em um terreno privado, no caso um pequeno espaço ao lado de uma rampa de acesso de um estacionamento, que tornou-se um espaço temporário de lazer e convivência. O local recebe eventos, workshops, e a área de alimentação é sustentada pelos famosos food trucks (pequenos caminhões que servem comidas rápidas). O principal objetivo dos Pockets Parks é tornar a vida na rua mais humana e sociável. A rampa de acesso do estacionamento foi pintada de forma inusitada, para chamar a atenção dos motoristas que neste local o espaço é compartilhado com pedestres. A praça possui degraus de acesso que servem como assentos. Como trabalha com níveis, os mais próximos ao nível da rua possibilitam a permanência de pessoas com a mobilidade reduzida. Nos seus planos verticais, a praça possui painéis de jardins além de uma grande lousa denominada “Before I die”. Nela, as pessoas podem expressar suas opiniões e sentimentos sobre o que vão fazer antes de morrer. A programação da pracinha é de que ela seja instalada em locais diferentes a cada ano, gerando acupunturas temporárias. (AMORIM,2015) Apesar da diferença considerável do tamanho e programa de necessidades desta pracinha com este presente trabalho, a principal referência projetual desta é a permanência e a interação do público com o espaço. A lousa para expressar sentimentos e opiniões é genial, tornando-se aberta a receber a libertação artística de cada pessoa, assim quanto mais as pessoas escreverem e participarem, mais humanizado e movimentado torna-se o espaço. O local para receber caminhões de refeições rápidas também foi uma inspiração, afinal, às vezes no cotidiano das pessoas uma refeição demorada não se encaixa nos horários. Então porque não fazer uma refeição rápida em um local agradável? Outro estímulo de permanência são os mobiliários, como bancos ou degraus que se tornam assentos, a vegetação que unida com a textura da madeira proporciona agradabilidade ao visual além da distribuição gratuita de internet.
Nota: O pocket park surgiu em 1967 em Nova York, quando o presidente da CBS (rede de televisão) William Paley contratou arquitetos e paisagistas para elaborarem um pequeno parque, que possuísse baixa manutenção e fosse removível. Importante frisar que não deve-se confundir pocket park com parklet. “ Pocket Park é instalado em áreas residenciais ou espaços privados, enquanto o Parklet ocupa o espaço dos carros no estacionamento em vias públicas” (AMORIM,2015) FIGURA 46 a 52 - Fotos da pracinha Oscar Freire Fonte: Kelly AMORIM, 2015
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horto florestal antônio de albuquerque - arquiteto Élvio Araújo Garabini O parque implantado em 1991, possui 25.000 mil m² e abrange atividades como esporte, contemplação, recreação infantil e eventos culturais. Segundo MACEDO; SAKATA (2002) “ o parque possui um dos mais elaborados projetos paisagísticos do século XX” Este paisagismo é intercalado com elementos metálicos coloridos e com o uso lúdico conferido a água: espaços sinuosos, jatos de água e espelhos. O parque conta com uma estrutura de: biblioteca, centro de convivência, teatro arena, orquidário, pistas de skate, bicicross e cooper, canchas de bocha e malha, aparelhos de ginástica, lanchonete, refeitório e mesas de piquenique, além de sanitários, vestiários, bebedouros, lixeiras e bancos. A ligação das edificações e/ou dos espaços do parque é feito através de coloridas passarelas e caminhos orgânicos e bem humanizados. (MACEDO,SAKATA,2002) Do ponto de vista paisagístico o parque possui vários pontos positivos, como caminhos entre árvores enfileiradas ou espelhos da água, pórticos nas entradas do parque, conferindo uma sensação especial de quem passa por ele, características essas que ilustram conceito de “passar-entre” do paisagismo. Os elementos metálicos coloridos, como as passarelas, causam dinamismo em meio a natureza, por serem cores vivas e alegres, se tornando pontos focais em meio ao parque. O lugar é adequado para o estar das pessoas pois dispõe de mobiliários, espaços sombreados e agradáveis. As edificações e alturas das passarelas são voltadas a escala humana, não ultrapassando a medida de dois pavimentos. O único ponto de vista negativo observado no parque foi a falta de interação entre os moradores da região com o parque. Talvez por falta de usos, como uma horta comunitária, por exemplo, de mobiliários que deixem os moradores mais a vontade ou a falta de uma campanha eficiente para trazê-los a área com mais frequência, para manter sua vitalidade. Essa crítica construtiva se baseia nas atuais notícias de que o SESC de Campo Grande deixou de administrar o parque e que por conta disto, ele ficou em estado de degradação. Sobre referência projetual este parque apresenta conceitos interessantes de caminhos, passagens e a integração da água com o espaço. O terreno do parque é plano, porém, com a adição de níveis e das passarelas coloridas, a paisagem ganhou um grau de complexidade mais alto; segundo JACOBS (2011) um dos ramos da complexidade se baseia na dinâmica da paisagem, o quão seus olhos vão achar interessante os elementos da paisagem.
1 Pórticos 2 Sanitários 3 Biblioteca 4 Cancha de Bocha 5 Campo de Malha 6 Aparelho de Ginástica 7 Centro de convivência 8 Refeitório 9 Orquidário 10 Pista de Skate 11 Playground 12 Teatro Arena 13 Parlatório 14 Lanchonete 15 Administração 16 Pista de Bicicross 17 Pista de Cooper 18 Pérgolas 19 Vestiários
FIGURA 53 a 58 - De cima para baixo: Implantação do projeto, passarela com pórtico, jatos da água, caminhos e jardins, playground e caminhos entre espelhos da água. Fonte: MAKEDO; SAKATA, 2001
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sesc guarulhos - Dal Pian Arquitetos Projeto vencedor do concurso “Projeto da Unidade Guarulhos” promovido pelo SESC São paulo no ano de 2009. O principal referencial deste projeto foi a integração do conjunto arquitetônico com o entorno, ou seja, mais do que construir um edifício, foi integrá-lo ao entorno e construir um lugar de convivência. O projeto acontece em volta de uma grande praça de convivência coberta, que concentra, articula e distribui as pessoas para diversas atividades. A edificação possui três andares, sendo uma localizada abaixo do nível do terreno, que contém os seguintes programas: no térreo mais baixo que o nível do terreno acontece uma integração com o espaço público, pois ele está alinhado com o nível do espaço urbano, possuí equipamentos de recreação infantil, oficinas culturais, espaço internet, ginásio de esportes coberto com apoio de vestiários e banheiros, além de uma central de atendimento a comunidade e uma clínica odontológica; esses espaços formam as áreas de circulação pública. No térreo superior encontram-se o teatro, com seu foyer integrado com a área externa, o complexo aquático, interno e externo e as quadras e canchas esportivas externas. O restaurante, bar e café são integrados com a praça e as piscinas. No pavimento superior encontram-se as salas de uso flexível, ginástica e piscina coberta. (PIAN,2009) Apesar da considerável diferença entre os tamanhos dos programas do SESC Guarulhos e este trabalho de graduação, existem semelhanças entre eles, principalmente nos equipamentos voltados ao esporte e lazer, afinal ambos possuem o objetivo de incluir socialmente as pessoas através do esporte. É interessante observar o misto de usos presente no projeto: além de esporte, áreas de alimentação e saúde, gerando circulação de pessoas no local. É importante frisar que o projeto se adaptou na paisagem devido sua horizontalidade, ele se adequou a escala humana, proposta ambicionada neste trabalho e elucidada por GEHL (2013) que defende edificações mais baixas para elas fazerem parte dos acontecimentos térreos. Outra característica do volume arquitetônico, é o conjunto de cheios e vazios, opacos e translúcidos, que tornamse fachadas convidativas por mostrarem o que acontece em seu interior, além de se harmonizarem com a paisagem. A praça coberta convida as pessoas a adentrarem em seu interior, por razão das grandes passagens e do material de fechamento translúcido; E quando as pessoas estão dentro do local, o mesmo espaço as dispersa, a fim de direcioná-las a diferentes usos. A localização desta praça no mesmo nível do espaço urbano, causa uma ligação entre os espaços, como se a praça fosse uma extensão do espaço público.
estacionamento interno área de carga e descarga banheiros | vestiários área de alimentação área de odontologia área teatro área quadra esportiva praça de convivência rampa acesso superior
entrada estacionamento saída estacionamento entrada público | serviço entrada quadra esportiva estacionamento externo recreativo externo
implantação
planta baixa térreo banheiros | vestiários área de alimentação área teatro recreativo externo piscina interna biblioteca | educação ambiental auditório rampa acesso superior acesso recreativo externo
planta baixa térreo + 1
educação musical varanda laboral auditório
planta baixa térreo + 2
FIGURA 59 a 63 - De cima da baixo: plantas baixas SESC guarulhos. Maquete eletrônica do projeto.. Fonte: PIAN, 2009
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praça vitor civita - Levisky Arquitetos e Anna Julia Dietzsch Construída em um terreno de 13.648 m² a praça Vitor Civita preenche um vazio urbano deixado pelo antigo incinerador Pinheiros além de imóveis industriais abandonados. O terreno, localizado em Campinas - São Paulo, estava em profundo estado de degradação e contaminação. Este fato se deve a queima de 200 toneladas de lixo por dia, durante quarenta anos. Através de um intenso processo de parceria entre público e privado, o projeto foi entregue em 2007. Além de praça, o projeto se foca na recuperação do solo e tem premissas sustentáveis, como aquecimento solar, reuso da água e permeabilidade do solo. O principal elemento do projeto é o deck de madeira certificada que cruza diagonalmente a praça, suspenso um metro do chão e sustentado por uma estrutura metálica, assim o elemento não entra em contato com o solo contaminado. O deck possui um design interessante: além de caminho, ele se torna mobiliário: suas extremidades se dobram verticalmente formando bancos ou coberturas, além de possuir uma iluminação linear embutida. Segundo HELM (2011):
1 exposição de arte temporária 2 oficina de crianças: atividades e workshops 3 arena coberta para shows e apresentações culturais 4 playground 5 jardins verticais 6 camarins 7 arquibancada 240 pessoas e banheiros 8 antigo incinerador: museu e cursos 9 laboratório de plantas 10 sistema de filtragem e reciclagem 11 deck suspenso de madeira 12 ginástica 13 centro de terceira idade 14 praça dos paralelepípedos 15 aguá reciclada para irrigação 16 salas urbanas: deck mais largo 17 deck permeável de concreto leve 18 jardins existentes 19 núcleo de investigação da água 20 entrada principal
Como o casco de um grande barco, o deck se desdobra do plano horizontal ao vertical com formas curvilíneas, criando ambientes que se delimitam pela tridimensionalidade da forma, grandes “salas urbanas” que diversificam e incentivam o uso público do espaço O programa de praça possui museu, auditório, oficinas educacionais ambientais para crianças, exposições de arte, arena coberta para apresentações de shows, camarins de apoio, centro de ginástica e de convivência de idosos, além de centros de pesquisa de estudo de solo e águas subterrâneas e jardineiras dispostas pelo deck com horta comunitária. Apesar das consideráveis diferenças entre a situação dos terrenos, o projeto Praça Vitor Civita apresenta conceitos interessantes que poderiam ser aplicados neste trabalho de graduação. O principal conceito observado foi a utilização do deck de madeira certificada como caminho, mobiliário e iluminação simultaneamente. O elemento acaba se tornando uma peça coringa do espaço público por não determinar somente um único uso, além de insinuar percursos de caminhada para as pessoas. O alargamento do deck é outro conceito observado: conforme citado, ele se torna salas urbanas, ou sejam espaços de convivência. (HELM, 2011) A praça possui diversidade de usos, desde educacional até de contemplação e atende diferentes públicos, como crianças e idosos, possuindo assim a característica de complexidade citada por JACOBS (2011). As diferenças de altura entre o solo, o deck e as árvores tornam o visual interessante, complexo. A insolação está equilibrada entre espaços de sol e sombra, muito importante em nosso país. A praça passou de um área degradada e contaminada, para um agradável local de encontro de pessoas, tornando-se uma boa acupuntura urbana.
implantação O elemento deck se comporta como pista de caminhada, a virada nas laterais se comporta com banco e a iluminação linear embutida delimita e ilumina os caminhos. O prolongamento do deck urbano se caracteriza como sala urbana e possui cobertura, banco e aparelhos de ginástica. No centro da imagem é possível observar o solo degradado em recuperação e o deck suspenso.
Imagem aérea da maquete eletrônica. É possível observar a arquibancada ao céu aberto, com palco de apresentações coberto. Interessante observar que abaixo da estrutura de arquibancada existe um acesso a praça. Ao fundo o antigo incinerador que se transformou em museu e educação ambiental.
FIGURA 64,65,66 - Praça Vitor Civita implantação e imagens maquete eletrônica. Fonte: HELM, 2011
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LE VAN TA MEN TO FIGURA 67 - Levantamento aerofotomĂŠtrico da Itoupava Central Fonte: PREFEITURA BLUMENAU, 2015
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a escolha do lugar O ponto inicial para o desenvolvimento do projeto foi a escolha do lugar. O bairro Itoupava Central é localizado na região norte do município de Blumenau. Segundo Krummenauer, Moretti e Souza (2006) atualmente a região sofre profundas mudanças, devido a localização privilegiada. Muito dos antigos lotes coloniais se transformaram em loteamentos residenciais ou estabelecimentos industriais. A maior parte de sua população se dedica aos setores da indústria, comércio e prestação de serviços, sendo que, ainda há a ocorrência de algumas famílias que praticam a agropecuária de subsistência com a comercialização dos excedentes. O bairro é cortado pelas vias Dr. Pedro Zimmermann e Gustavo Zimmermann, o que facilita o acesso a chegada de insumos para alimentar as indústrias e o escoamento da produção (KRUMMENAUER;MORETTI;SOUZA ,2006). O desenvolvimento comercial e industrial cresce constantemente na região; em um período de 30 anos estes setores cresceram 7% cada, ou seja, de 40 estabelecimentos comerciais em 1980, atingiu-se 374 em 2010 (KRUMENNAUER;MORETTI;SOUZA,2015). Em questão de infraestrutura, o bairro possui dez equipamentos de orgão público (cemitérios, postos de polícia, subestações e correio) dezoito instituições de ensino (municipais, estadual), dezessete equipamentos sociais e de saúde (postos, ambulatório e casas asilares) e nenhum equipamento voltado ao lazer, convívio e recreação da população. Mas, aonde estão os parques? Segundo Rechia (2013) a cidade é uma organização viva e o que melhor representa essa vitalidade são seus espaços públicos, ou seja, parques, praças, logradouros, entre outros. Os espaços públicos precisam existir para as pessoas manterem contatos e relações.
Entender os atrativos do turismo; Proporcionar à população a possibilidade de expressar-se física e espiritualmente; e ter contatos com localidades, pessoas, clubes, associações, órgãos públicos e de eventos da cidade. Este presente trabalho tem como objetivo utilizar as mesmas diretrizes de Egon Belz juntamente com o conceito de acupuntura urbana de que, segundo LERNER (2012) “é um conjunto de ações pontuais e de revitalização que podem mudar progressivamente a vida na cidade. Essas intervenções na tessitura urbana ajudam a sarar a dor de forma instantânea, eficaz e funcional”.
FIGURA 68 - Mapa de Blumenau com a demarcação da região norte: Itoupava central e Vila Itoupava. FONTE: KRUMMENAUER, MORETTI E SOUZA, 2006.
Não somente a região norte, mas a cidade sofre com a falta de parques urbanos. Blumenau possui três parques ecológicos, o parque São Francisco, das Nascentes e Spitz Kopf todos de caráter ambiental; e dois parques urbanos, o parque Ramiro Ruedguer e o das Itoupavas, cujo ainda não implantado. O parque das Itoupavas possui as diretrizes do plano urbanístico propostas pelo arquiteto Egon Belz:
Além da falta de parques no bairro, outro problema ligado ao bem estar e convívio das pessoas, neste caso principalmente crianças, é a deficiência de espaços esportivos nas escolas de ensino fundamental da região. De vinte e sete escolas presentes na área e limítrofes, onze não possuem nenhum tipo de espaço esportivo. Segundo Barbieri (2015) ao vivenciar atividades físicas e esportivas, adequadas (...) estará desenvolvendo as habilidades de ser, conviver, conhecer e fazer, adquirindo consciência dos seus limites e possibilidades. Fisicamente as atividades ampliam as habilidades motoras, proporcionam boa formação corporal, liberam hormônios que favorecem o bemestar, do psicológico diminui a timidez, favorecendo a autoconfiança para corresponder aos desafios da vida. Através das atividades coletivas aprende a trabalhar em equipe, buscando um objetivo comum, dividindo responsabilidades, praticando a cooperação. A ausência de espaços esportivos nas instituições de ensino locais, a falta de áreas de lazer na cidade e principalmente na região e o desejo da população por este tipo de equipamento juntamente com minha vontade de projetar algo com caráter social, tornaram este local o ideal para o desenvolvimento do projeto.
futuro parque das itoupavas
parque spitzkopf
parque ramiro ruedguer
parque são francisco
parque das nascentes
FIGURA 69 - Mapa de Blumenau com a localização dos parques. Fonte: KRUMMENAUER, MORETTI E SOUZA 2006 Editado pela autora
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itoupava central Para compreender verdadeiramente a área de estudo escolhida, assim como suas potencialidades, é necessário conhecer o contexto na qual ela se insere. Com este objetivo uma breve análise do bairro, contendo a localização, história, características físicas, sociais, culturais e econômicas.
localização da antiga companhia jensen
localização e histórico Localizada na região norte da cidade de Blumenau, a Itoupava Central possui uma superfície de 44.km²; sua população é de 28.164 pessoas (CENSO,2011). Os bairros limítrofes são: Vila Itoupava (á norte), Itoupavazinha (á sul), Fidélis (á leste) e Testo central, bairro pertencente ao município de Pomerode (á oeste). Seu nome se deve a tradução da palavra Itoupava do tupi-guarani, que significa corredeiras; logo como estava localizada ao centro do ribeirão, se chamou Itoupava Central. Sua história está ligada a produção agrícola e pecuária, sendo produtora de leite e frios abastecia os moradores da região e a eles vendiam seus produtos para a Cia Jensen, na qual era conhecida nacionalmente pela produção de alimentos derivados do leite, frios e lacticínios. De acordo com o cientista social Adalberto Day (2015) todos os agricultores da região vendiam seus produtos para a empresa, que era uma potência. A empresa surgiu em 1899 e encerrou suas atividades em 1984; devido a uma dívida maior que o valor de seu capital total. A região da Itoupava que antes já se destacava pela produção agrícola, foi potencializada com a instalação da empresa. Uma curiosidade acerca da empresa é que ela foi a primeira do país a produzir leite embalado em pacote plástico, ficando conhecida em todo país. Após a falência, seu terreno despertou interesse no empresário João Batista Sérgio Murad, que pretendia instalar um parque na região. Como as negociações não deram certo, o empresário instalou o parque no município de Penha; o parque Beto Carrero World.(ADALBERTO DAY,2015) A partir de 1877 vários clubes de caça e tiro foram implantados na região, pois a população local tinha o costume cultural de frenquentá-los. Em 1947 foi implantado o aeroporto Quero-quero, com uma pista de 1100 metros, destinado a atender aeronaves de pequeno porte.
FIGURA 70 - Mapa da divisão de bairros da cidade de Blumenau. Fonte:KRUMENNAUER;MORETTI,SOUZA, 2006 (SEPLAN-PMB,2004)
FIGURA 71 - Mapa político de Blumenau. Fonte:KRUMENNAUER;MORETTI,SOUZA, 2006 (SEPLAN-PMB,2004)
FIGURA 72 a 75 - Fotos da antiga CIA Jensen. Da esquerda para direita: Fachada da empresa, vendedor de leite Frigor (marca da Cia Jensen), galpão de recebimento dos produtos provindos dos agricultores locais e dono da companhia, senhor Guilherme Jensen, ao lado da Blumenauense recém eleita Miss Brasil de 1969. Fonte: WITTMANN, 2015
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uso e ocupação do solo O bairro é cortado pela rodovia estadual SC-474, também conhecida como rua Dr. Pedro Zimmermann; cujo rodavia de ligação entre a BR 470 e a SC 413 que inicia em Luiz Alves e termina no município de Barra Velha. A rodovia apresenta intenso tráfego de caminhões que transitam principalmente em direção a Joinville. Concentra-se ao longo da rodovia usos residenciais, comerciais, de serviços, institucionais e industriais ( de pequeno a grande porte). Localizada no lado esquerdo do ribeirão Itoupava, encontra-se a outra via arterial que corta o bairro no sentido longitudinal: a Gustavo Zimmermann. Esta via apresenta características semelhantes a Pedro Zimmermann, porém, com menor intensidade no tráfego de caminhões. As vias locais apresentam uso predominantemente residenciais, porém, com pequenos comércios e serviços. Apresentam dificuldade de deslocamento pela grande maioria não ter saída na rua. Elas cortam o bairro transversalmente se comparadas as duas vias citadas anteriormente. A via que se encontra o projeto em questão chama-se Tereza Fischer. Uma via coletora que se inicia em um determinado ponto da rua Gustavo Zimmermann e termina em outro ponto mais ao norte. É utilizada por veículos que desviam do tráfego das vias arteriais, principalmente em horários de pico. A via possui uso predominantemente residencial, com pequenos comércios e industrias de pequeno porte, além de possuir vazios urbanos e uma paisagem natural bem preservada. A vegetação do bairro é herbácea (ervas) e arbustiva, sendo mais densa a medida que os morros ganham altitude. (KRUMMENAUER;MORETTI;SOUZA, 2006) Em questão de mobilidade urbana, as duas vias arteriais possuem horários de ônibus bem diversificados, sendo que em intervalos de 40 minutos um transporte público circula por estas vias. Já na via coletora analisada o horário de ônibus é mais escasso, possuindo apenas 10 horários por dia em que o transporte circula. A Gustavo Zimmermann possui trechos com ciclofaixas, porém, eles terminam ou começam sem qualquer ordenação, não oferecendo segurança ao ciclista. Outra questão é que não existem divisões entre via e passeio público, que somado a alta velocidade apresentam riscos ao pedestre. A rua Dr. Pedro Zimmermann apresenta maiores acidentes de trânsito envolvendo pedestres e ciclistas que transitam no acostamento. Segundo reportagem do G1 Santa Catarina (2012) , a rodovia SC 474 foi a que mais registrou mortes no ano de 2012, principalmente no trecho de Blumenau.
FIGURA 77 - Rua Gustavo Zimmermann; percebe-se na foto a ausência de divisão entre passeio e via carroçável além da ausência de ciclofaixa e condições básicas de passeio, tornando-se perigoso para tráfego de pedestres.
FIGURA 78 - Rua Gustavo Zimmermann; percebe-se na foto a ciclofaixa interrompida sem qualquer ordenação. Deste ponto para frente não existe mais a presença da área para ciclistas.
FIGURA 79 - Rua Pedro Zimmermann com ausência de ciclofaixa, tornando-se muito perigoso o tráfego de pedestres e ciclistas pelo acostamento, principalmente pelos veículos de grande porte e a alta velocidade dos carros.
FIGURA 76 - Trecho do mapa da Hierarquização viária da Itoupava central. Fonte: KRUMENNAUER; MORETTI; SOUZA,2006. Editado pela autora. Vias arteriais: Rua Pedro Zimmermann à direita do ribeirão Itoupava e Rua Gustavo Zimmermann à esquerda Via coletora Rua Tereza Fischer Ribeirão Itoupava Área de estudo
FIGURA 80 - Fotos do trânsito em horário de pico na via arterial Dr. Pedro Zimmermann. Fonte: SILVA, 2012
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diagnóstico social O diagnóstico social é o resultado final da leitura comunitária; e esta faz parte da leitura da cidade. A leitura da cidade é um processo aonde levanta-se e analisa-se os principais fatores condicionantes e potenciais ao crescimento da cidade, estuda-se como os instrumentos legais funcionam e quais poderias ser alterados ou acrescentados e por fim, faz-se uma leitura social do município, baseada na opinião dos principais atores de uma cidade: as pessoas. Este processo se desenvolveu em Blumenau entre os anos de 2006 e 2007 com o objetivo de revisar e atualizar o plano diretor vigente (até então o plano vigente era de 1996). O município foi dividido em onze regiões para realização da análise, facilitando a coleta dos dados. A divisão se realizou através da semelhança entre os bairros e o número de pessoas residentes nele; a Itoupava Central ficou definida como região dois. Após diversas reuniões com o município os temas para análise do diagnóstico social foram definidos: Dinâmica econômica e turismo; educação; esporte, lazer e cultura e patrimônio histórico; habitação e regularização fundiária; infraestrutura; regulamentação urbanística; saúde; saneamento básico e ambiental; segurança pública e sistema de circulação e transporte. (KRUMMENAUER;MORETTI;SOUZA,2006)
resultados da região 02 Entre os temas definidos pelo município, os que se encaixam diretamente na proposta deste estudo são: Dinâmica econômica e turismo Educação Esporte, Lazer e cultura; Portanto a ênfase dos gráficos acontecera baseada nestes critérios. O primeiro tema analisado se refere a Dinâmica, economia e turismo. Basicamente seria a movimentação de moradores e turistas a região.
clubes | associações praças parques futuro parque das itoupavas terreno de estudo itoupava central
FIGURA 81 - Gráfico que mostra percentual de opinião dos moradores em relação a equipamentos de esporte, lazer, cultura e patrimônio histórico. Fonte: KRUMMENAUER;MORETTI;SOUZA,2006
Esta abordagem acontece em âmbito municipal. O resultado é interessante: a maior exigência do gráfico aponta mais construções de parques de lazer, esportes ou praças, com o apoio de 53,3 % da população entrevistada. Blumenau possui três parques urbanos (sendo que somente dois estão executados, o Ramiro Ruedguer e o Foz Ribeirão Garcia, o terceiro, parque das Itoupavas, estaria previsto para 2016). Segundo Krummenauer, Moretti e Souza (2006) o parque Ramiro possui infraestrutura mais completa com quadras esportivas, parques infantis, pista de caminhada, entre outros equipamentos. O parque Foz do Ribeirão Garcia possui dimensão mais reduzida e poucos equipamentos. Logo, se vê clara a reivindicação da população por tais equipamentos. FIGURA 82 - Mapa da localização de equipamentos de lazer na cidade de Blumenau. Segundo o mapa, existem 32 praças, sendo que a grande maioria se localiza no centro da cidade; 82 espaços de lazer sendo sedes, associações de moradores ou clubes de caça e tiro; e 02 parques urbanos de lazer, o Parque Ramiro Ruedguer com maior número de equipamentos e o Ribeirão Foz Garcia. O parque das Itoupavas, embora não implantado ainda, se localiza próximo a BR 470. Fonte: KRUMMENAUER;MORETTI;SOUZA,2006. Editado pela autora.
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Pode-se analisar pela relação que das vinte e sete instituições de ensino presentes na região e nos bairros limítrofes, onze possuem apenas equipamentos esportivos a céu aberto, como quadras de areia ou espaço para prática de esporte, cinco instituições possuem espaços a céu aberto e equipamento esportivo fechado, como quadras esportivas por exemplo, e onze instituições não possuem nenhum espaço aberto ou fechado para prática de esporte. Segundo dados do conselho de Desenvolvimento da Itoupava Central, CODEIC (2014), a construção de mais quadras para escolas está presente no cronograma de tarefas pendentes; comprovando a necessidade destes espaços.
9 10
VILA ITOUPAVA
3 8 11
4
Este segundo levantamento se refere especificamente a região 02. O resultado expressa que 61% da população gostaria da implantação de parques de lazer, esporte e praças na região da Itoupava Central. O mapa de equipamentos urbanos ilustrado na página anterior justifica este percentual tão alto: na região não existem parques, apenas clubes de caça e tiro ou clubes particulares, o que acaba excluindo uma parcela da população de usufrir por não ser sócio do determinado local (KRUMMENAUER;MORETTI;SOUZA,2006). O segundo resultado mais elevado, com 19% se refere a construção de mais ginásios de esporte na região. Analisando as escolas da região, foi possível averiguar que existem instituições que não possuem espaços esportivos para os educandos.
Instituição com equipamento esportivo a céu aberto
Localização
Instituição com equipamento esportivo aberto e fechado
Localização
Instituição sem equipamento esportivo
Localização
EBM Pedro Primeiro
Itoupava Central
EBM Wilhelm T. Schürmann
Itoupava Central
EBM Friedrich K. Kemmelmeier Itoupava Central
EBM Visconde de Taunay
Itoupava Central
EBM Anita Garibaldi
Itoupava Central
EBM Lore Sita Bollmann
Itoupava Central
EEB Cel Pedro C. Feddersen
Vila Itoupava
CEI Paulo Zimmermann
Fidélis
Itoupava Central
EBM Leoberto Leal
Itoupavazinha
CEI Walter Rosemann
Fidélis
Fidélis
EBM Olga Rutzen
Itoupavazinha
EBM Prof Paulo Freire
Itoupavazinha
EBM João Joaquim Fronza EBM Duque de Caxias EBM Prof. Rodolfo Hollenweger
Itoupavazinha
EBM Lauro Müller
Itoupavazinha
EBM Paulina Wagner
Itoupavazinha
EBM Felipe Schmidt
Itoupavazinha
EBM Quintino Bocaiúva
Itoupavazinha
EE Emílio Baumgarten
Itoupava Central
EIM Willy Müller
Vila Itoupava
EIM Alves Ramos
Itoupava Central
EM Erich Klabunde
Vila Itoupava
EIM Dr. Blumenau
Itoupava Central
EM Frederico Sievert
Vila Itoupava
EM Carlos Manske
Vila Itoupava
EIM Prof. Ella S. Eichstadt
Vila Itoupava
FIGURA 83 - Gráfico que mostra percentual de opinião dos moradores em relação a equipamentos de esporte, lazer, cultura e patrimônio histórico. Fonte: KRUMMENAUER;MORETTI;SOUZA,2006 FIGURA 84 - Relação das escolas da região da Itoupava Central e limítrofes que possuem ou não equipamentos para prática de esporte dos educandos. Fonte: A autora, 2015
Instituição com equipamento esportivo a céu aberto
Instituição sem equipamento esportivo
1
EBM Pedro Primeiro
1
EBM Friedrich K. Kemmelmeier
2
EBM Visconde de Taunay
2
EBM Lore Sita Bollmann
3
EBM João Joaquim Fronza
3
CEI Paulo Zimmermann
4
EBM Duque de Caxias
4
CEI Walter Rosemann
5
EBM Prof. Rodolfo Hollenweger
5
EBM Prof Paulo Freire
6
EBM Lauro Müller
6
EBM Paulina Wagner
7
EBM Felipe Schmidt
7
EBM Quintino Bocaiúva
8
EE Emílio Baumgarten
8
EIM Willy Müller
9
EIM Alves Ramos
9
9 10
8
10
EM Frederico Sievert
11 EIM Prof. Ella S. Eichstadt
11
EM Carlos Manske
5
EBM Wilhelm T. Schürmann
2
EBM Anita Garibaldi
3
EEB Cel Pedro C. Feddersen
4
EBM Leoberto Leal
5
EBM Olga Rutzen
FIGURA 86 - Quadra aberta escola Pedro I. Fonte: MANTAU,2013
4
1
2
5
TERRENO DE ESTUDO
ITOUPAVAZINHA
1 7
3
Instituição com equipamento esportivo aberto e fechado
1
ITOUPAVA CENTRAL
2
2
EM Erich Klabunde
10 EIM Dr. Blumenau
11
1
3
FIDÉLIS
5
BR 470
4 7
6 6
FIGURA 85 - Localização das escolas com ou sem equipamento esportivo. Parcela do mapa de Blumenau, com bairros Vila Itoupava, Itoupava Central, Itoupavazinha e Fidélis. Fonte: KRUMMENAUER, MORETTI E SOUZA,2006. Editado pela autora
FIGURA 87 - Ginásio da escola Wilhelm Theodor Schurmann. Fonte: EBM WILHELM THEODOR SCHURMANN,2012
FIGURA 88 - Quadra coberta da escola Anita Garibaldi. Fonte: MANTAU,2013
FIGURA 89 - Quadra coberta e aberta escola Duque de Caxias Pedro I. Fonte: EBM DUQUE DE CAXIAS, 2013
30
ANÁ LI SE FIGURA 90 - Levantamento aéreo da área de estudo em questão Fonte: GOOGLE MAPS, 2012
30
terreno A opção pela escolha do terreno foi simbólica. Anos da minha vida convivendo com uma área subutilizada que ao mesmo tempo possuía um potencial incrível: desde seus acessos, a sua área e sua paisagem natural deslumbrante. A população, carente por espaços de lazer, utilizava esta área, que mesmo sem preparo algum, atendia as suas necessidades. A área para implantação existia, a problemática da falta de áreas de lazer também e juntamente com a vontade das pessoas de utilizarem este espaço para este fim me fizeram partir para um projeto de caráter social. Seria necessário analisar as características físicas da área e sua história, afinal as perguntas não paravam de surgir: Porque uma área tão grande abandonada? Nunca foi vendida ou loteada? Da onde surgiu a infraestrutura existente e porque não foi concluída? E o que era para ser construído? Pesquisando a fundo na história, trocando informações com historiadores da cidade e principalmente conversando com os moradores da região encontrei respostas mais interessantes do que imaginava.
história Tudo começou no ano de 1993. O colégio Franciscano Santo Antônio comemorava 120 anos de fundação científica, de 01º e 02º graus. A proposta seria de iniciar a construção de um campus que atendesse cerca de três mil estudantes em período integral, das 08:00 às 16:00 horas, um prédio exclusivo adaptado para portadores de necessidades especiais além da construção de quatro ginásios esportivos. A primeira etapa, de drenagem e pavimentação foi concluída. (SANTA,1993) A previsão seria de 04 anos para o término da obra, porém, após primeira etapa a obra foi interrompida e por lá continua até hoje. Segundo historiadores Adalberto, Braga e Pfau (2015) na época a atual escola Bom Jesus do Santo Antônio pertencia a Ordem da Congreção de Franciscanos de Curitiba. Como esta congregação tinha interesse em expandir o colégio, seria necessário um grande terreno para este fim. Os padres possuíam um terreno localizado no centro da cidade, aonde cultivavam uma horta. Este terreno foi concedido à eles pela prefeitura de Blumenau. Uma curiosidade é que neste terreno também aconteciam dois usos, um com um posto de gasolina (Posto Lelis) e outro uma famosa lanchonete da cidade (Lanche do Feio). Na mesma época um certo empresário possuía um interesse especial em construir um grande centro comercial no centro da cidade.
Este empresário era proprietário do terreno em estudo. Eis que surgiu o negócio: o empresário negociou com os padres o seu grande terreno da Itoupava central pelo terreno bem localizado no centro da cidade. Assim, ele poderia construir seu centro comercial e o colégio expandir sua edificação em uma área de fácil acesso e sem risco de alagamentos. Fazia parte do negócio o empresário executar o projeto do colégio, mas como conhecido hoje, não foi bem o que aconteceu. Esta negociação estava ganhando atenção na época pois o editor do jornal Santa Luiz Antônio Soares batia forte neste assunto e dizia, segundo Pfau (2015), que os padres não poderiam negociar um terreno no qual tinha sido concedido à eles para construir um colégio para a comunidade católica, era dita como um absurdo esta negociação. Em suma, a obra de ampliação do colégio teve as obras paradas pois estava localizada em um lugar remoto, sem nenhuma infraestrutura de apoio e distante do centro da cidade. O terreno, provavelmente, esteve em trâmites da justiça até os dias de hoje e a ordem dos franciscanos foi embora de volta a Curitiba. Conversando com moradores mais antigos da região, soube-se que muitos, naquela época, compraram terrenos e residências na região pois assim ficariam próximos ao colégio dos padres, como era popularmente conhecido. E o terreno ficou conhecido até os dias de hoje como Santo Antônio.
FIGURA 91 - Matéria do Jornal Santa Catarina de 1993 contando a história da colégio. Ênfase ao último parágrafo que destaca a construção do novo campus no terreno de estudo. Fonte: Biblioteca FURB, 2015
31
características físicas Com uma área aproximada de 280 mil metros quadrados, o terreno não possui nenhum uso ou ocupação. O único resquício no local de que algum dia existiu alguma possível ocupação, é a pavimentação executada; embora, atualmente não apareça muito bem em razão da vegetação que tomou conta do espaço. Desta forma, este vazio urbano é rotineiramente utilizado como ponto de consumo de drogas e local de corrida de carros de rua (conhecido como racha), visto a falta de iluminação pública e a falta de usos no local que tragam movimentação e segurança. Esta situação é enfadonha, já que o terreno tem grandes potencialidades. Localizado em uma via coletora, no início da Gustavo Zimmermann, o terreno possui diferentes acessos: pela Itoupava Central ou pelo bairro limítrofe Fidélis; já que se localiza entre os bairros. O local está rodeado de residências, pequenos comércios e indústrias; caracterizando um uso misto, além de equipamentos públicos como escolas, por exemplo. Além do fácil acesso local ou regional, possui uma topografia acentuadamente em aclive, sendo um ótimo local para implantação de um equipamento urbano de grande porte.
1m
6m
1m
PERFIL RUA TEREZA FISCHER
1.5m
7m
1m
PERFIL RUA PROF. HERMANN LANGE
Ponto de ônibus
Iluminação Pública Sentido da via Elevada Hipsometria Curso da água: Ribeirão Fidélis Rua: Tereza Fischer Rua: Prof. Hermann Lange Caixa de água cilíndrica
Área de intervenção
FIGURA 92 - Mapa da área de intervenção Fonte: GOOGLE MAPS, 2015 Editado pela Autora
FIGURA 93 e 94 - Perfil das ruas Fonte: STREET MIX, 2015 Editado pela Autora
32
legislação ficha técnica do terreno logradouro: área do terreno: geometria: topografia: testada principal: situação: uso proposto: situação do uso:
Tereza Fischer, 582 282.825 metros quadrados irregular aclive acentuado 375 metros meio de quadra + uma frente parque de lazer adequado
índices urbanísticos altura: conforme código de zoneamento ART. 27 taxa de ocupação: 60% coeficiente de aproveitamento: 1.2 altura: conforme código de zoneamento ART. 27 de ocupação: 70% ZR4 taxa coeficiente de aproveitamento: 4.8 altura: conforme código de zoneamento ART. 27 ZPA taxa de ocupação: 30% coeficiente de aproveitamento: 0.6 altura: igual zona que se localizam CS2 taxa de ocupação: igual zona que se localizam coeficiente de aproveitamento: igual zona AIA área influência do aeródromo ANEA presença de cursos da água no terreno Zona Residencial 01: Espaço territorial ZR1 caracterizado por baixa densidade e com limitação de altura. Zona Residencial 04: Espaço territorial ZR4 caracterizado por alta densidade, sem limitação de altura. Zona Proteção Ambiental: Espaço territorial com declividade superior a 30% e inferior a 100% e ou que suas características ZPA geológicas, geomorfológicas e ecológicas, determinem sua proteção, de conformidade com indicação municipal competente
ZR1
CS2 Adequação de atividades por zoneamento
classificação das atividades
Comporta comércios de pequeno porte e ZR1 recreacional 3 Comporta comércios de pequeno porte e ZR4 recreacional 3 Comporta comércios de pequeno porte, ZPA r e c r e a c i o n a l 1 d e p e q u e n o p o r t e e recreacional 3 Comporta comércios de médio porte, CS2 recreacional 1 de médio porte e recreacional 3
Comércios e serviços: De pequeno porte com área construída até 150 M² e de médio porte com área construída de 150 M² até 1500 M². Equipamentos previstos no projeto desta categoria: Restaurante, Cafeteria e biblioteca Recreacional 01: De médio porte com área construída até 1500 M². Equipamentos previstos no projeto desta categoria: Ginásio esportivo e centro de convivência de idosos Recreacional 03: Sem criterios. Exemplos de aplicação: Clubes; camping; associações recreativas e desportivas; parques de lazer.
Corredor de Serviço 02: Via coletora adequada a atividade de médio porte
Zona Residencial 01
Zona Residencial 04
Zona Proteção Ambiental
Corredor de Serviço 02
Curvas de nível Vias Cursos da água
FIGURA 95 - Mapa de Zoneamento Fonte: PREFEITURA BLUMENAU, 2015 Editado pela Autora
33
vistas atuais do terreno
FIGURA 96 - Foto do terreno vista da rua Tereza Fischer. Na imagem é possível perceber a infraestrutura existente. Ao fundo percebe-se a bela paisagem natural presente na área de estudos. Fonte: Google Maps, 2015. Editado pela autora.
RUA PROF. HERMANN LANGE
FIGURA 97- Foto que ilustra a ligação entre as vias Tereza Fischer e Prof. Hermann Lange. Possível perceber a boa infra-estrutura existe, e, que apesar dos anos de abandono, continua em bom estado de conservação. Fonte: Google Maps, 2015. Editado pela autora.
FIGURA 98 - Foto ilustra a rua lateral que fornece acesso a caixa da água, cujo setorização seria um cinema ao ar livre. Via principal leva a Rua Prof. Hermann Lange. Possível notar a forte presença de vegetação. Fonte: Google Maps, 2015. Editado pela autora.
rua prof. herm
ann lange
rua
ter
ez
afi
sch
er
FIGURA 99 - Foto que ilustra a saída do terreno a rua Prof. Hermann Lange, no Fidélis. Possível observar a boa infra-estrutura, como rótula e ciclovia. Alguns elementos precisam se reparos, como a faixa de pedestres, por exemplo. Fonte: Google Maps, 2015. Editado pela autora.
FIGURA 100 - Foto ilustra infra-estrutura existente além do acesso a segunda caixa da água. Fonte: Google Maps, 2015. Editado pela autora.
FIGURA 101 - Foto aérea do terreno de estudo. Além da infra-estrutura existente, percebe-se a área com elevada hipsometria. Fonte: Google Maps, 2015. Editado pela autora.
34
uso e ocupação do solo e o protocolo SNAP Na obra Urbanismo Sustentável e o desenho urbano com a natureza, do arquiteto e urbanista Douglas Farr, LOPES (2014, apud Carolee Kokola, 2013) apresenta um método para analisar os bairros denominado SNAP¹, que significa Protocolo e Análise dos Bairros Inteligentes. Este método possui uma listagem com quinze equipamentos ideais de um bairro sustentável: mercado, restaurante familiar, padaria, banco, salão de beleza, farmácia, posto de saúde, clínica odontológica, creche, escola fundamental, biblioteca, centro comunitário, locais de culto, correio e parque urbano. O método tem como objetivo analisar e avaliar as características da área urbana existente, a fim de conhecer os reais usos do bairro e conseqüentemente perceber o que falta nele. Desta forma, conhecendo os usos e entendendo as necessidades, será possível criar um equipamento urbano que atenda as reais necessidades da região., contribuindo para o crescimento do bairro de forma inteligente e sustentável.
participação dos moradores O primeiro passo do método SNAP consiste em coletar informações a respeito da opinião da comunidade em relação ao seu bairro. São questionários ou entrevistas sobre potencialidades e necessidades da região, na visão dos principais agentes sociais de um planejamento: as pessoas. (LOPES,2014) Para efetuar este levantamento de informações, optou-se por utilizar o diagnóstico social da leitura da cidade de Blumenau, efetuado nos anos de 2005 e 2006. Este resultado foi apresentado no capítulo três deste trabalho, com subtítulo diagnóstico social (página 29). Resumidamente as maiores reivindicações dos moradores se focam na criação de equipamentos de lazer, esportes, praças e parques, além de preocupações com mobilidade urbana, preservação do patrimônio cultural e natural além da construção de mais centros esportivos na região. Estas reivindicações, são de extrema importância, afinal são estas pessoas que irão utilizar o equipamento proposto, e além disto combinam com os dados já levantados neste trabalho, comprovando assim as reais necessidades do bairro.
uso e ocupação do solo A segunda característica do método SNAP é o levantamento do uso e da ocupação do solo do bairro, a fim de analisar os usos que entornam o terreno do projeto. Devido as limitações e dificuldades de um trabalho de TG o bairro será analisado em apenas uma parcela de área ao entorno do terreno. O uso predominante é residencial, com edificações de no máximo, dois pavimentos. Próximo as áreas existem alguns pequenos e médios edifícios, com quatro a quatorze pavimentos e de dois a quatro blocos cada. Existe uma variedade de usos na área, com estabelecimentos comerciais e de serviço, além de pequenas e médias indústrias. As indústrias e comércios de grande porte encontrase mais distantes da área de intervenção, precisamente na via arterial Pedro Zimmermann. Pode-se resumir o levantamento de uso e ocupação do solo da seguinte maneira:
As indústrias de pequeno porte que se encontram próximo a área
de estudo, na via Tereza Fischer, são indústrias do ramo têxtil com a exceção de uma madeireira; na Gustavo Zimmermann existem outras indústrias também do ramo têxtil, construção civil e alimentício e na via Pedro Zimmermann, indústrias do ramo de carga e descarga e têxtil. O aeroporto fica próximo a área de estudos, porém, por atender
apenas aviões de pequeno porte não causa grande impacto na região. Existem muitos vazios urbanos na região, porém, isto acontece
devido a velocidade do crescimento do bairro, que ainda está em constante desenvolvimento. Estas características estão ilustradas no mapa de uso e ocupação do solo apresentado a seguir.
A área de estudo têm uso predominantemente
residencial, caracterizado nas vias: Prof. Herman Lange, Tereza Fischer, Willi Schulze, Artur Pereguda, Pérola do vale e Franz Volles. As demais vias adjacentes a estas também possuem uso típico residencial.
Os usos comerciais estão misturados em meio as residenciais nas vias locais. Existem poucas edificações de uso misto.
FIGURA 102 - Vista da Itoupava Central, próximo ao terreno de estudo. Percebe-se na fotografia o típico adensamento residencial. Ao fundo, percebem-se alguns edifícios residenciais, além do ginásio da escola EBM Wilhelm Theodor Schurmann. Fonte: Google Maps, 2015
Na rua Franz Volles existem grandes edificações
industriais abandonadas, sendo áreas de degradação urbana, ambiental e social. Próximo a esta região, existe um enorme projeto para futura implantação de um condomínio industrial
FIGURA 103 - Edificações industriais abandonadas na rua FIGURA 104 - Pequenas edificações industriais Franz Volles. localizadas na rua Gustavo Zimmermann. Fonte: Google Fonte: Google Maps, 2015 Maps, 2015
SNAP¹ , denominação original da língua inglesa: Sustainable Neighborhood Analysis Protocol
35
N
residencial vertical
Rua Arnoldo Jenichen
aeroporto
residencial horizontal Rua Pérola do vale
uso misto uso institucional uso comercial
Rua Artur P
serviços
ereguda
uso industrial
Rua Willi S
chulze
futuro condomínio industrial Rua Pedro Zimmermann
área de intervenção
cher
Rua Tere
o Zimmerma
nn
za Fische
r
za Fis Rua Tere
Rua Prof. H
erman Lang
e
Rua Gustav
Rua Franz Volles
áreas industriais abandonadas
er
h isc
a
z re
a Ru
F
Te
FIGURA 105 - Mapa de uso e ocupação do solo Fonte: GOOGLE EARTH, 2015 Editado pela autora
36
uso e ocupação do solo e o protocolo SNAP O terceiro passou do método SNAP se baseia na análise do terreno. É necessário localizar no entorno alguns conceitos determinados por Douglas FARR (apud Kevin LYNCH,1982), para um melhor entendimento da área. (LOPES,2014)
Escola Wilhelm Theodor Schürmann Creche e Posto de saúde Ponto de ônibus
Mercado e Padaria Ponto de ônibus
* *
Nós de atividade: São locais que costumam ter maior movimentação de pedestres, como por exemplo: escolas, centros comunitários ou cruzamento de várias linhas de ônibus. Limites: Barreiras ou condicionantes naturais que sirvam de limites de crescimento, como por exemplo: vias ou cursos da água. Marcos urbanos: Marcos importantes para a comunidade, como por exemplo: igreja ou edificações de caráter histórico Eixos de circulação: Principais rotas de movimento de veículos ou de pedestres. (LOPES,2014)
*
Escola Rodolfo Hollenweger Creche e Posto de saúde Ponto de ônibus
Mercado e Padaria Ponto de ônibus
fis te ru
m
zi
a:
o
av
n
an
n
man
mer
m
er
m
zim
da água e morros com elevada hipsometria além das vias Tereza Fischer e Prof. Herman Lange. Analisando os limites mais distantes da área de estudo, acrescenta-se as duas vias arteriais, Pedro e Gustavo Zimmermann
ge
st
dro
*
Os limites próximos a área de estudo são cursos
re
gu
: pe
saúde, creches e as indústrias são os principais nós de atividade da região
za
a:
rua
As escolas, mercados, padarias, postos de
nn lan
ru
ch
er
erma
rof. h
rua: p
Mercado e Padaria Ponto de ônibus
Resumidamente conclui-se que:
*
Restaurantes Ponto de ônibus
Posto de gasolina Padaria Farmácia Ponto de ônibus
Os principais marcos urbanos da área são as
igrejas, algumas edificações históricas e o aeroporto Os principais eixos de circulação são as duas
vias arteriais, as vias Prof. Herman Lange, Tereza Fischer e Pérola do Vale. Os eixos de pedestres são vias locais que possuem maior deslocamento de pedestres e ciclistas
* *
Mercado e Padaria Ponto de ônibus
*
Nós de Atividade Limites Marcos Urbanos Eixos de circulação (veículos) Eixos de circulação (pedestres)
FIGURA 106 - Mapa principais atividades Fonte: GOOGLE EARTH, 2015 Editado pela autora
37
o inventário de um bairro ideal O inventário de um bairro ideal consiste em uma lista de equipamentos essenciais de um bairro, criado pela Farr Associates. São quinze equipamentos listados considerados fundamentais ao bairro (LOPES,2014) Alguns itens da lista de equipamentos foram modificados em função da cultura do país de aplicação; ou seja, como a lista foi criada com base na cultura dos Estados Unidos, para adaptar o método no Brasil, foram necessárias algumas modificações.
Inventário de um bairro ideal Legenda
Uso original EUA
Adaptação ao Brasil
01
loja de conveniência
mercado
02
restaurante familiar
restaurante familiar
03
cafeteria
padaria
04
banco
banco
05
lavanderia
salão de beleza
06
farmácia
farmácia
07
consultório médico
posto de saúde
08
consultório dentista
consultório dentista
09
creche
creche
10
escola fundamental
escola fundamental
11
biblioteca
biblioteca
12
centro comunitário
centro comunitário
13
local de culto
local de culto
14
correios
correios
15
parque
parque
FIGURA 107 - Comparação de listagem do inventário do bairro ideal. Na coluna esquerda os usos definidos pela FARR associates e na coluna direta os usos adaptados ao Brasil. Fonte: Fernando LOPES, 2014 Editado pela autora
análise da bairro O bairro possui variedade de comércios e serviços. Dos quinze equipamentos listados pela Farr Associantes, três encontram-se ausentes; Os outros doze equipamentos foram localizados na área analisada. Os equipamentos que se destacam por quantidade são os do ramo alimentício: mercado, restaurante e padaria. Como são comércios básicos diários para a vida de uma pessoa, a quantidade de justifica. É relevante observar que a maioria dos restaurantes se encontram próximo das indústrias, na via Pedro Zimmermann. As padarias e mercados já ficam mais perto das áreas residenciais.
concentração de residências nesta região, se comparada com outras manchas de uso residencial (ver mapa de uso e ocupação de solo, folha 36) Comparando as reivindicações dos moradores, com a análise de uso e ocupação do solo e aplicando as informações no protocolo de análise dos bairros inteligentes, percebe-se que a maior deficiência da área se encontra no segmento de esporte, lazer e cultura, sendo que estes equipamentos não existem na região, não importando o tamanho do raio analisado. Inventário de um bairro ideal em um raio de 800 metros Legenda
Equipamento
Quantidade
Estado
01
mercado
06
Presente
Salões de beleza e locais de culto também possuem uma quantidade relevante, e ambos também ficam próximos das áreas residenciais.
02
restaurante familiar
16
Presente
03
padaria
10
Presente
04
banco
03
Presente
Serviços como creche, posto de saúde e bancos são em menor quantidade e bem distantes uns dos outros perante a análise, porém, se fosse considerado um raio de análise maior, estes equipamentos seriam em maior número. Um exemplo aparece na região leste, que com apenas 250 metros a mais de raio, um novo posto de saúde aparece, além de escola, restaurante e mercado.
05
salão de beleza
06
Presente
06
farmácia
02
Presente
07
posto de saúde
02
Presente
08
consultório dentista
03
Presente
09
creche
03
Presente
10
escola fundamental
12
Presente
11
biblioteca
Ausente
12
centro comunitário
Ausente
13
local de culto
05
Presente
14
correios parque
01
Presente
Os consultórios odontológicos aparecem apenas nas proximidades da via Gustavo Zimmermann, sendo ausentes na região leste e oeste analisada. Na via Pérola do Vale encontra-se a maior concentração de serviços e comércios da área analisada. Este fato pode se justificar devido a maior
15
Ausente
FIGURA 108 -Listagem do inventário do bairro ideal analisado da área. Fonte: Fernando LOPES, 2014 Editado pela autora
38
05 02
08
03 01
09
04
07 10 10
07
05 05
02 03
02
13
02
10
05
03 08
03
05
01
03 01
02
13
03 01
13
05
08
13 02 02
03
09
02
13 09
01
01
02 03 14
02
02
02
01 02 03 04 05 06
mercado restaurante familiar padaria banco salão de beleza farmácia
07 08 09 10 11 12
posto de saúde consultório odontológico creche escola fundamental biblioteca centro comunitário
06
03
02 04
02
02 04
06 02 03
13 local de culto 14 correio 15 parque área de intervenção FIGURA 109 - Mapa da área com demarcação dos usos Fonte: GOOGLE EARTH, 2015 Editado pela autora
39
PRO GRA MA DE NECESSIDADES
FIGURA 110 - Le Corbusier Fonte: Live Journal, 2015
40
diretrizes do programa de necessidades As diretrizes do programa de necessidades foram baseadas na análise do bairro, da área entorno ao terreno de estudo (método SNAP) e do diagnóstico social dos moradores da Itoupava Central. Após um processo de compreensão da problemática local, foi possível destacar diretrizes fundamentais para o projeto, levando em consideração a intenção da criação de um parque urbano que proporcione atividades culturais, esportivas, recreativas e alimentícias, e que além de tudo, integração e convivência entre pessoas. diretrizes baseadas no levantamento histórico: Proporcionar o contato das pessoas com o curso da
água presente no terreno de estudo. A região se desenvolveu e têm seu nome baseado em um curso da água, logo seria de grande valia resgatar de maneira positiva esta relação entre pessoas e a água;
Proporcionar a integração de todos os públicos
no parque, crianças, adolescentes, adultos e idosos, implementando espaços flexíveis e centro de convivência de idosos, por exemplo; Proporcionar eventos de cunho cultural, como
exibições de cinema ao ar livre e implementação de teatro arena; Proporcionar eventos de cunho educativo, como
a implementação de uma biblioteca, além de aulas gratuitas de língua alemã, que possam atender crianças e adultos, conforme necessidade apontada por moradores no diagnóstico social; Incentivar programas sociais para integrar
moradores da região ao parque, como a criação de palestras educativas sócioambientais e a implementação de horta comunitária
núcleo esportivo e recreativo Este núcleo visa criar espaços e equipamentos públicos como quadras poliesportivas externas e internas, com ginásio coberto que possua apoio de vestiários e sanitários, piscina, espaços para prática de brincadeiras infantis, pistas de roller e skate, pistas de caminhada e ciclovias, praças molhadas com aspersores de água, espelhos da água para prática de nautimodelismo além de espaços para prática de esportes coordenados, como locais para ensino de dança, artes marciais ou xadrez. Para terceira idade, um centro de convivência de idosos com atividades esportivas e culturais adequadas, além de palestras voltadas a área da saúde. Estes equipamentos além de gerarem movimentação de usuários, geraria movimentação de profissionais habilitados para ministrar as atividades citadas. Este núcleo estaria ligado diretamente as escolas da região, fornecendo apoio para prática de atividades esportivas. núcleo educacional e cultural
Estabelecer uma feira de hortifrutigranjeiros, para gerar
movimentação de pessoas a este tipo de comércio inexistente na região, além de incentivar a produção e economia local; conforme aconteceu na época em que pequenos hortifrutigranjeiros forneciam seus produtos a companhia Jensen;
Proporcionar à população a possibilidade de expressarse física e espiritualmente, segundo arquiteto Egon Belz.
diretrizes baseadas no diagnóstico social e método SNAP Criar equipamentos de apoio esportivo e recreativo
baseados nas referências projetuais analisadas; que sirva de apoio para as escolas existentes na região e bairros limítrofes; Criar um parque que supra a ausência de equipamentos
de lazer da região, que gere dinamismo para a população local e visitante;
Planejar iluminação públicas das vias Tereza
Fischer e Prof. Hermann Lange; Planejar acessos de pedestres e ciclistas à área,
com a adição de calçadas e ciclovias nas vias de acesso ao parque; Incentivar com programas sociais o acesso ao
Neste espaço se insere a biblioteca pública, com áreas de estudo, informática e internet wi-fi gratuita aos usuários. Também aconteceriam as palestras sócioambientais, incentivo e ensino do cuidado com a horta comunitária, ministrados em auditório, além espaços para organização e cadastro dos feirantes da região para utilização das quitandas da feira livre. O cinema ao ar livre e teatro arena também se encaixam neste núcleo
parque utilizando o transporte público; Planejar ligação entre as vias Tereza Fischer e
Prof. Hermann Lange através do parque urbano, baseados no conceito de eixo cívico (pedestres, ciclistas e possível transporte público). Para organizar as diretrizes apresentadas, o
programa foi separado em três núcleos, divididos por seu conceito geral; porém, isto não significa que a disposição espacial seguirá a mesma divisão.
núcleo alimentício Um parque urbano deste porte além de gerar grande circulação de pessoas, gera nova demandas. É necessário pensar em equipamentos que dêem suporte a esta estrutura e a alimentação é um dos equipamentos indispensáveis. Além de áreas como restaurante familiar e café, a ideia parte da integração dos hortifrutigranjeiros da região com a alimentação local. Promover os produtos orgânicos da feira para abastecer os pontos de alimentação, proporcionar a colheita e o consumo da horta comunitária no próprio parque, fazendo com que uma simples colheita seja um evento social entre os moradores, que poderiam trocar experiências culinárias entre si.
41
diretrizes do programa de necessidades Planejar iluminação e implantação de calçada e ciclovia na rua Gustavo Zimmermann
Planejar iluminação e implantação de calçada e ciclovia na rua Tereza Fischer
Planejar iluminação e implantação de calçada e ciclovia na rua Prof. Hermann Lange Implantar ligação das vias Tereza Fischer e prof. Herman Lange. Aproveitar via existente Entrada | saída de veículos
Planejar melhorias nos pontos de espera de ônibus, implantando cobertura banco e lixeiro. Ribeirão Fidélis: Proporcionar contato com o curso da água através de um parque linear Área de preservação permanente
Caminhos para pedestres e ciclistas Equipamento alimentício Equipamento cultural Equipamento esportivo Centralidade: praça seca, molhada ou teatro arena
Implantação de eventos culturais: cinema ar livre Equipamentos esportivo externos Feira de hortifrutigranjeiros Incentivo de programas sociais, como uma horta comunitária Estacionamento veículos FIGURA 111 - Mapa com diretrizes do projeto Fonte: Krummenauer, Vera; Moretti. Editado pela autora
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O programa de necessidades pode-se resumir na tabela:
Setorização Núcleo
Esportivo e Recreativo
Atividades Qtde Área m² Total m² Quadra poliesportiva 03 800 2400 Ginásio 01 2500 2500 Piscina 01 500 500 Pista de Skate | Roller 01 800 800 Pista de caminhada 4000 m 4000 m 4000 m 4000 m Ciclovia Praça Seca 01 800 800 Praça Molhada 01 500 500 Nautimodelismo 01 300 300 Sala esportiva multiuso 100 400 (dança, arte marcial, etc.) 04
Sala esportiva multiuso 04 100 jogos de tabuleiro Centro de convivência 01 850 Idosos Biblioteca 01 2295 Salas de informática 01 80 Auditório 90 pessoas 01 125 Educacional Feira livre 01 500 e Horta comunitária 01 500 Cultural Cinema ar livre 500 01 Teatro arena 100 pessoas 01 500 Restaurante 100 pessoas 470 01 Cafeteria 20 pessoas 170 01 Alimentício Sala Jardinagem / Colheita 01 50 Área estimada para estacionamento (150 vagas) TOTAL
400 850 2295 80 125 500 500 500 500 470 150 50 3.000 27.190
Conforme citado anteriormente os espaços estão divididos por núcleo de atividade, porém, não significa que sua disposição espacial acontecerá desta forma. A intenção é integrar os núcleos a fim de criar um projeto harmônico e unificado. O detalhamento do programa de necessidades dos espaços citados aparecerão posteriormente juntamente com o seu prédimensionamento.
dimensionamento e organização Baseado na lista de necessidades citada anteriormente foi elaborado o dimensionamento e a organização dos ambientes. Conforme pesquisas focadas em projetos existentes, foi possível estudar a necessidade de cada recinto e elaborar um dimensionamento aproximado. Para estruturar a organização, é necessário dividir fisicamente os núcleos. Pensou-se em criar duas edificações interligadas. Uma abrigaria o setor recreativo e esportivo, sendo o ginásio, a parte de apoio e serviços, além das salas de esporte monitorado (dança, xadrez e artes marciais) e o centro de convivência. O segundo bloco abrigaria o setor educacional e cultural, com biblioteca, salas de informática e auditório. O núcleo alimentício ficará entre as áreas de transição dos blocos, com a piscina próximo a sua área, para obter o visual aquático da praça de alimentação. A horta comunitária ficará próximo a carga e descarga do núcleo alimentício, facilitando assim o deslocamento das frutas e verduras recém colhidas. As pistas de caminhada, skate, roller, ciclovia e espelhos da água circundaram as edificações. A praça seca e molhada, juntamente com o teatro arena serão classificados como a centralidade do espaço, o lugar de encontro, segundo JACOBS (2011). A feira livre ficará próxima a testada principal do lote, na rua Tereza Fischer, a fim de atrair maior movimentação de pessoas moradoras da área, já que o maior adensamento residencial encontra-se próximo a esta rua. O cinema ao ar livre ficará localizado no morro com elevada hipsometria, para assim aproveitar o visual paisagístico da área, além de focar as suas projeções na torre de caixa da água existente. (ver mapa características da área folha 32)
complexo esportivo fechado (ginásio) Ginásio de esportes | Quadro de áreas Núcleo
Ambiente Q P
Mobiliário
Área m² Total m²
Arquibancada 02 250
250 Assentos estofados, guarda corpo de proteção e lixeiras
150
300
Bilheteria
01
30
02 caixas de atendimento, com mesas, cadeiras e armários baixos.
50
50
De acesso 01 hall público Banheiro Fem. 02
30
Bancos, lixeira e vendas de souveniers com balcão e cadeiras
50
50
06
3 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos
20
40
Banheiro Mas. 02
06
20
40
Quadra esportiva
-
800
800
30
60
30
60
30
60
30
60
18
18
Vestiário Mas. De acesso esportivo Vest. árbitros e recreativo Vest. PNE Sala de recuperação
02
06
02
06
01
02
01
05
Palco Sala esportiva multiuso Sala jogos multiuso Sala dos professores
01
-
02
30
2 Cabines sanitárias, 02 mictórios lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos Um uso dentro do outro: Handebol (20x40m), Futsal(18x36m), Basquete(18x32m),Volei (9x18m) 3 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos, 3 chuveiros e armários 3 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos, 3 chuveiros e armários 3 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos, 3 chuveiros e armários 1 Cabine sanitária, lixeiro, bancada com cuba e espelho, 1 chuveiro e armário 3 Macas, 3 cadeiras, 1 pia higiene e 1 armário em inox, expurgo, mesa e cadeira para médico/enfermeiro Espaço para apresentação, 2 coxias e 02 áreas de apoio com 02 banheiros Espaço livre, espaço para guardar equipamentos esportivos, espelhos
02
30
15 mesas com cadeiras, armários para armazenar jogos
01
10
Almoxarifado 02
10
DML
01
02
-
-
03 Mesas com 2 cadeiras, 01 sofá de 03 lugares, poltronas, móvel de água e café, armários Armários para armazenamento de utensílios esportivos, 01 mesa de apoio Armários para armazenamento de produtos de limpeza e vassouras, tanques. Corredores de circulação, espaço entorno da quadra
200
200
-
Escadas de acesso à arquibancada, e escada de emergência
50
50
10
40
04
04
01
Vestiário Fem. 02
Apoio e Serviço
Corredores Circulação
Escadas
05
06
Rampas
04
-
Rampas de acesso da arquibancada para quadra
Elevador
01
10
Elevador de serviço destinado a apoio do palco
150
150
100
200
100
200
20
20
12
24
08
08
2.434
TOTAL
P: Número de pessoas utilizando simultaneamente Q: Quantidade de equipamentos
FIGURA 112 - Tabela com os três núcleos do projeto Fonte: A autora, 2015
FIGURA 113 - Tabela com o programa de necessidades do ginásio esportivo baseado nos projetos SESC Guarulhos e Ginásio Poliesportivo JK Diamantina Fonte: PIAN,2009 e RIGOTTO,2009 respectivamente
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centro de convivência de idosos
biblioteca
O centro de convivência funcionará nos dias da semana, abrindo às 07:00 horas da manhã e se estendendo até as 21:00 horas. Refeições como café da manhã, almoço, café da tarde e janta serão servidos aos participantes. Além da alimentação, acontecerão atividades culturais e recreativas, como aulas de computação, jogos de tabuleiro ou baralho, além de ginástica, ioga e aulas de dança. Trabalhos manuais poderão ser feitos no local, como marcenaria, pintura e outros tipos de artesanato, que poderão ser vendidos na feira livre. Os espaços abertos do parque, como a horta comunitária e a piscina por exemplo, farão parte do roteiro de atividades fornecidas pelo centro. As salas de informática presentes na biblioteca serão utilizadas pelos idosos também, em programas de inclusão cultural.
O equipamento funcionará no horário comercial, de Segunda a Sábado. Atenderá a comunidade e escolas da região, oferecendo empréstimos de livros, salas de estudo além de palestras e salas de computação.
Biblioteca | Quadro de áreas Núcleo
Social
Centro de convivência idosos | Quadro de áreas Núcleo
Ambiente Q P Refeitório
Social
25
Salão multiuso 01
80
Espaço livre, retroprojetor, sistema de som, sofás e poltronas
Academia
01
25
Vestiário Fem. 03
06
Vestiário Mas. 03
06
Vestiário PNE 02
02
Cozinha Refeitório Higienização Louça suja Ateliêr para atividades Sala de jogos
01
04
01
01
01
20
01
01
10
Espaço livre, colchonetes, espelhos, equipamentos de fisioterapia como bolas e halteres 3 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos, 2 chuveiros e armários 3 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos, 2 chuveiros e armários 1 Cabine sanitária, lixeiros, bancada com cuba e espelho, 1 chuveiros e armário Poltronas e televisão para espaço de estar, lixeiro, bebedor e 02 caixas de atendimento, com mesa e cadeira
Área m² Total m² 80
80
40
40
08 50 40
08
40
120
120
50
50
25
75
25
75
18
32
01
50
50 poltronas, retroprojetor, mesa e espaço para apresentações
90
90
Hall
01
20
Balcões de atendimento, poltronas
30
30
Guarda Volumes
01
25
Armários com chaves
50
50
Controle
01
01
Balcão de atendimento para controle do guarda volumes
08
08
Banheiro Fem. 01
04
2 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 2 cubas e espelhos
15
15
Banheiro Mas. 01
06
2 Cabines sanitárias, 02 mictórios lixeiros, bancada com 2 cubas e espelhos
15
15
Banheiro PNE 02
02
Cabine sanitária, cuba, espelho e lixeiro
08
16
Acervo
-
Estantes de armazenamento de 10.000 mil livros
500
500
Computadores 01
40
Mesas com computadores, mesa com cadeira para professor
60
60
Brinquedoteca 01
25
5 mesas com 4 lugares, pufes e almofadas, porta livros e jogos
45
45
15
15
15
15
01 Mesa com 4 cadeiras
06
60
01
Banheiro Fem. 01 04 Banheiro Mas. 01 04 Cabines de 10 06 estudo
Apoio e ADM
Área m² Total m²
Auditório
50 Leitura
Mobiliário
2 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 2 cubas e espelhos 2 Cabines sanitárias, 02 mictórios lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos
Administração 01
03
Armários armazenar documentos, 03 mesas com cadeira, lixeiros.
25
25
Sala Reunião 01
08
Mesa com 08 cadeiras e retroprojetor
15
15
Recepção
01
05
Mesa com cadeira secretária, bebedouro, 05 poltronas de espera
15
15
Almoxarifado
01
02
Armários armazenar documentos
20
20
Copa
01
03
10
10
DML
01
02
08
08
12
12
20
20
03
Armários armazenar documentos, 03 mesas com cadeira, lixeiros.
20
20
06
2 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 2 cubas e espelhos
15
15
Banheiro Mas. 01
06
2 Cabines sanitárias, 02 mictórios lixeiros, bancada com 2 cubas e espelhos
15
15
Sala Servidor 01
02
Depósito de lixo
Mesa com 3 lugares, geladeira, micro-ondas, fogão e televisão Armários para armazenamento de produtos de limpeza e vassouras, tanques. Equipamentos servidor de computadores
-
Tonéis de armazenamento
05
05
Banheiro Fem. 01
06
2 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 2 cubas e espelhos
20
20
Banheiro Mas. 01
06
2 Cabines sanitárias, 02 mictórios lixeiros, bancada com 2 cubas e espelhos
15
15
Administração 01 Banheiro Fem. 01
Serviço
50
12 mesas com 4 lugares, buffet e lixeiros. Fogão e forno industrial, chapa para carnes, geladeira, bancadas, 3 pias, lixeiros e armários de utensílios Bancadas de apoio, armários para guardar louça, 02 pias e máquina de lavar louça 05 mesas de maquetaria com 6 lugares, bancadas altas, armários para guardar utensílios, assentos. 05 mesas com quatro lugares e armários para armazenar jogos
Recepção Apoio
01
Mobiliário
Ambiente Q P
01
04
04
Depósito seco 01 01
Armários para armazenamento de produtos de limpeza e vassouras, tanques. Armários para armazenamento de alimentos secos
05
05
Depósito frio
refrigeradores para armazenamento de alimentos frios
06
06
DML
01 02
01 01
Circulações acréscimo de 30%
200
TOTAL
880
P: Número de pessoas utilizando simultaneamente Q: Quantidade de equipamentos
300
Circulações acréscimo de 30%
1380
TOTAL
P: Número de pessoas utilizando simultaneamente Q: Quantidade de equipamentos FIGURA 114 - Tabela com o programa de necessidades do centro de convivência de idosos, baseado nos projetos Parque Vivencial do Gama e da monografia Centro de Convivência do idoso. Fonte: PIAN,2009 e VALIM,2011 respectivamente.
FIGURA 115 - Tabela com o programa de necessidades FIGURA 116 - Croqui livro Rita Lobo da biblioteca, baseado no projeto Complexo Cultural Fonte: RUSSO,2015 Recreativo do Jardim Peri. Fonte: LOPES,2014
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restaurante
cafeteria
Restaurante| Quadro de áreas Núcleo
Ambiente Q P
Mobiliário
Cafeteria| Quadro de áreas Área m² Total m²
96
15 mesas 4 lugares, 06 mesas 6 lugares,bar e hall garçons
01
02
Banheiro Fem. 02
06
Banheiro Mas. 01
06
Banheiro PNE 01 Preparo de 01 Carnes Preparo de Cozinha pratos quentes 01 Preparo de 01 pratos frios Chegada e higiene louça 01 suja Louçaria 01
01
Bancada com computador, duas cadeiras e armários baixos 2 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos 1 Cabines sanitárias, 02 mictórios lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos Cabines sanitária, cuba, espelho e lixeiro
02
01
Armários para guardar louça limpa
02
02
Depósito Seco 01
01
Armários para armazenamento de alimentos secos
04
04
01
01
refrigeradores para armazenamento de alimentos frios
06
06
DML
01
01
04
04
Higiene de alimentos Carga e Descarga Depósito de lixo Escritório Copa
01
02
06
06
Salão clientes 01 Clientes
Caixa
Apoio e Serviço Depósito Frio
ADM
170
Mobiliário
Área m² Total m²
20
3 mesas 4 lugares, e 4 mesas de 2 lugares
30
30
01
01
01
01
06
06
06
06
05
05
05
05
15
30
Banheiro Fem. 01
06
15
15
Banheiro Mas. 01
06
06
06
Banheiro PNE 01
02
Bancada com computador, uma cadeira e armário baixo 1 Cabine sanitária, lixeiro, bancada com 1 cubas e espelho 1 Cabine sanitária, 01 mictório lixeiro, bancada com cuba e espelho Cabines sanitária, cuba, espelho e lixeiro
02 chapas, coifas, bancadas apoio, refrigerador e 02 pias
07
07
01
01
fogão coifa, bancada apoio, refrigerador e 01 pia
03
03
02
02 fogões, coifas, bancadas apoio, refrigerador e 02 pias
08
08
01
01
Bancadas de apoio, 01 pia, refrigerador
03
03
02
Bancadas de apoio, 02 pias, refrigerador
07
07
01
01
Bancadas de apoio, 01 pia, máquinas de lavar louça
03
03
02
Bancadas de apoio, 02 pias, máquinas de lavar louça
05
05
01
01
Armários para guardar louça limpa
01
01
Depósito Seco 01
01
Armários para armazenamento de alimentos secos
03
03
Depósito Frio
01
01
refrigeradores para armazenamento de alimentos frios
04
04
01
01
02
02
01
01
04
04
01
-
Tonéis de armazenamento
05
05
01
02
Armários armazenar documentos, 02 mesas com cadeira, lixeiros.
08
08
01
02
Mesa com cinco lugares, geladeira, micro-ondas, fogão e televisão
08
08
07
07
07
07
07
07
Armários para armazenamento de produtos de limpeza e vassouras, tanques. Bancadas de apoio, 02 tanques para higienização de alimentos recém chegados ou colhidos
04
Docas para chegada de caminhões, espaço para descarregar produtos
25
25
01
-
Tonéis de armazenamento
06
06
02 05
Vestiário Fem. 01 04 Vestiário Mas. 01 04 Vestiário PNE 01
Ambiente Q P Salão clientes 01
170
01
01 01
Núcleo
01
Armários armazenar documentos, 02 mesas com cadeira, lixeiros. Mesa com cinco lugares, geladeira, micro-ondas, fogão e televisão 2 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos, 2 chuveiros e armários 2 Cabines sanitárias, lixeiros, bancada com 3 cubas e espelhos, 2 chuveiros e armários 1 Cabine sanitária, lixeiros, bancada com cuba e espelho, 1 chuveiros e armário
08 08
08 08
16
16
16
16
16
16
Circulações acréscimo de 30%
100
TOTAL
470
Clientes
Caixa
Preparo de pratos Cozinha Preparo de bebidas Chegada e higiene louça suja Louçaria
Apoio e Serviço DML Higiene de alimentos Depósito de lixo Escritório Copa
Vestiário Fem. 01 06 ADM
Vestiário Mas. 01 06 Vestiário PNE 01
01
Armários para armazenamento de produtos de limpeza e vassouras, tanque. Bancada de apoio, tanque para higienização de alimentos recém chegados ou colhidos
1 Cabine sanitária, lixeiro, bancada com 1 cuba e espelho, 1 chuveiros e armário 1 Cabine sanitária, lixeiro, bancada com 1 cuba e espelho, 1 chuveiro e armário 1 Cabine sanitária, lixeiros, bancada com cuba e espelho, 1 chuveiros e armário
Circulações acréscimo de 30% TOTAL
33 146
P: Número de pessoas utilizando simultaneamente Q: Quantidade de equipamentos
P: Número de pessoas utilizando simultaneamente Q: Quantidade de equipamentos
F I G U R A 11 7 - Ta b e l a c o m o p r o g r a m a d e FIGURA 118 - Tabela com o programa de necessidades de restaurante. necessidades de cafeteria. Fonte: A autora,2015 Fonte: A autora,2015
FIGURA 119 e 120 - Croquis do livro Rita Lobo Fonte: RUSSO,2015
45
FLU XO GRA MAS FIGURA 121 - Frank Lloyd Wright Fonte: EISENHUTH, 2015
46
ginásio esportivo
centro de convivência de idosos sala jogos multiuso sala esportiva multiuso
carga e descarga
depósitos
higienização louça
depósito lixo
cozinha
sala recuperação
palco quadra
banheiros
vestiários
DML
vestiários
sala de jogos
academia sala dos prof.
ateliêr de atividades
refeitório
acesso de serviço almoxarifado
arquibancada
DML
bilheteria
carga e descarga
vestiários administração
sanitários
salão multiuso
recepção
hall
apoio e serviço acesso público
apoio
acesso de serviço acesso público
social
esportivo
acesso público acesso carga e descarga acesso serviço e apoio
acesso público acesso carga e descarga acesso serviço e apoio
biblioteca
carga e descarga
apoio
almoxarifado
sala servidor
copa
sala reunião
DML
administração
banheiros
recepção
acesso de serviço
brinquedoteca
cabines de estudo
guarda volume
computadores
controle
acervo
banheiros
auditório
hall
leitura
banheiros hall
social acesso público
acesso público acesso carga e descarga acesso serviço e apoio
47
restaurante
cafeteria
carga e descarga
carga e descarga
acesso de serviço
escritório
acesso de serviço
copa funcionários
pré higienização
pré higienização
escritório depósito frio
depósito seco
cozinha
depósito frio
copa funcionários
pré-preparo frios e vegetais
louçaria
higienização louças
adm
cozinha
depósito lixo
banheiros
louçaria
higienização louças
acesso público acesso carga e descarga acesso serviço e apoio
caixa salão
banheiros
expositor de alimentos
salão
acesso público
apoio e serviço
adm
preparo bebidas
caixa
depósito lixo
depósito seco
preparo lanches
vestiários
sucos e sobremesas massas e cereais carnes
vestiários
acesso público
clientes
apoio e serviço
clientes
acesso público acesso carga e descarga acesso serviço e apoio
48
bibliografia livros
documentos
FARR, Douglas. Urbanismo Sustentável: Desenho urbano com a Natureza. Bookman. Califórnia: Universidade da Califórnia, 2008. 348 p.
Manual de espaços públicos:
GEHL, Jan; GEMZOE, Lars. Novos Espaços Urbanos. Barcelona: Gustavo Gili, 2002. 261 p.
GATTI, Simone (Org.). Programa Soluções Para Cidades: Espaços Públicos. Diagnóstico e metodologia de projeto. São Paulo: Abcp, 2013. 91 p. Disponível em: <http://www.solucoesparacidades.com.br/wp-content/uploads/2013/11/Manual de espacos publicos.pdf>. Acesso em: 07 set. 2015.
JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. 3. ed. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 2011. 528 p.
Leitura da cidade de Blumenau:
LERNER, Jaime. Acupuntura Urbana. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. 119 p.
KRUMMENAUER, Vera; MORETTI Silva Maria; SOUZA Iacy Aparecida de. Departamento de Pesquisas e Informações. SEPLAN, Prefeitura de Blumenau (Org.). Perfil de bairros. Blumenau: Prefeitura Municipal,2006. Disponível em: <http://www.blumenau.sc.gov.br/downloads/seplan/perfil_bairros/bairro_itoupava_c entral.pdf>. Acesso em: 16 set. 2015.
GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. 262 p.
MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002. 207 p. Projeto Quapá. SUN, Alex. Projeto da Praça: Convívio e Exclusão do espaço público. São Paulo: Senac, 2008. 291 p.
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teses e dissertações
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