ZINE #2 - AINDA SOBREVIDA - KAUE SOUZA

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A

#2

Ainda SOBREVIda

KAUE SOUZA

MESMO QUEM MORREU TEM ESPERANÇA, TEM SAUDADE, TEM LEMBRANÇA. TALVEZ SEJAM AS ÚNICAS SOBREVIDAS PÓS-MORTE EM VIDA.


cĂŠrebro


A pele sem o cheiro do afeto é só carcaça; A boca longe doutra é mordaça; Coração sem propósito é só órgão; Almas sem afinidades são só espíritos; A distância entre dois corpos é saudade.





Teu silêncio revela mais que tua boca teu silêncio revela tua indecisão tua insegurança teu afeto contido tuas vontades oprimidas. Teu silêncio é combustível da minha esperança da minha inquietação da minha ilusão. Não cale, fale. Expresse o que teu silêncio quer dizer Exponha o interior que quer viver Comunique o que sente assim, estará mais presente.



There’s nothing I’ll ever do that gonna bring us together I guess ‘’till death do us apart’’ is truth We’re both dead. Walking artificially bodies No guts, empty hearts. Hollow heads, Wrong choices. See me not like one of your bittersweetest memories but like an actual one. Present, not only in the past ‘cause even we might behave as dead persons, we still feel. We still breath. We still love. Down deeply but we do. Don’t

Did you forget we are oversensitive and observer ones? I know you know. You try to forget it and make it harder to accept but you have no choice. We have not. We can’t run away from destiny, our feelings, our overthoughts or whatever it is. It has been written. And if I try to fight it, I find myself even more lost in my head. Every time I try to, I get lost in time I lose my will

My faith My sleepy nights… Because you don’t act like you should. I know you’re afraid to get hurt but I’m afraid too. Afraid of losing you or to fuck it up again. To might waste my happiness chance. And even if after this, you’re still thinking it’s not worth it, then I’m wasting my years. Waiting in vain for some leftovers of our love and probably I’ll keep being miserable like I feel since I understood the value of love and also the emptiness of not having it.


NÃO QUERO IR NÃO QUERO FICAR NÃO QUERO ESTAR NÃO QUERO QUERER ÀS VEZES, NÃO QUERO VIVER DESDE QUE ENTERRASTE TUA PRESENÇA ÀS VEZES VIVO ÀS VEZES RIO ÀS VEZES PENSO ÀS VEZES, ÀS VEZES, ÀS VEZES... mUItas vezes penso que foi melhor assim noutras julgo que a dor não tem fim me perco em devaneios que te contemplam embalado por melodias fúnebres que fazem sentido desde que fechaste a porta tento interpretar o papel de mocinho na esperança de te reencontrar em algum lugar...


mas à quem quero enganar? Neste palco não há espaço para reviver. No drama de um personagem só, vivo a tentar reaver um coadjuvante que não interpreta mais o mesmo papel pôs uma exclamação nas reticências à quem quero enganar? Acreditando que um dia volte a estar Fazendo o mais cético crer em milagre Por mínima que seja a chance De trazer de volta à vida o que fora arremessado do precipício Queria pôr um fim nessa patologia fantasiosa Curar o vício não químico que é persistir no passado E com a mesma persistência que a nutro, Direcioná-la para o futuro


Para que outra estória seja escrita, PARA QUE OUTROS DESFECHOS TENHAM A CHANCE DOS HOLOFOTES, PARA LIVRAR-ME DA MORTE QUE É AMAR-TE. Meu coração de brechó De mão em mão perdeu o contraste Com o tempo desbotou E com remendos ficou De arremate em arremate Foi perdendo a vontade de acreditar Que pudesse encontrar a mítica felicidade

Alma gêmea sei que é lenda História para renovar as esperanças A não reciprocidade E do rancor largar. Já não dói tanto assim Como quando era novim. Já não sente tanto assim, Como quando era mocim.


FIN


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