Desenho de Programas e Projetos Sociais

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Abril 2014

Desenho de Programas e Projetos Sociais


Ausência da cultura de pesquisa como desafio para o desenvolvimento científico, econômico e cultural do Brasil; nº. 1 (abril - maio , 2014). Belo Horizonte, Faculdade de Políticas Públicas “Tancredo Neves”, Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil, 2014. Texto em português. 1. Trabalho apresentado à disciplina de Desenho de Programas e Projetos Sociais.

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UEMG - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS FaPP - FACULDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS “TANCREDO NEVES” GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR

Ausência da cultura de pesquisa como desafio para o desenvolvimento científico, econômico e cultural do Brasil.

Trabalho

apresentado

à

disciplina

de

Desenho de Programas e Projetos Sociais no 3º período do Curso de Tecnologia em Gerenciais

Ênfase

em

Processos

Gestão

das

Organizações do Terceiro Setor. Professor: Bruno Vasconcelos. Alunos: Gislene Toledo, Gustavo Brandão, Joice Rodrigues, Karla Danitza e Tadeus Mucelli.

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ÍNDICE

Contexto

6

Organizações Proponentes

7

Instituto Cultural Sérgio Magnani - ICSM

7

UEMG – FaPP e Escola Guguinard

7

Plug Minas

7

Justificativa

8

Intervenção

9

Objetivo Geral

9

Objetivo do Projeto

9

Programação

10

Etapas

10

Cronograma

11

Viabilidade de Intervenção

12

Sistemas de monitoramento e avaliação

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Indicadores de Avaliação

19

Orçamento e Plano de Financiamento

21

Orçamento

21

Plano de financiamento

21

Distribuição

22

Anexos

23

Marco Regulatório

23

Entrevista

24

4


Paul Gauguin Self-Portrait 1889 Painting - National Gallery of Art 5


CONTEXTO

O “lugar-comum” de nossas percepções e construções educacionais e de forma mais contundente os desvios provocados por uma ditatura que se inicia nas décadas de 20 e 30 do século XX e é retomada entre os anos de 64 e 85 do mesmo século. Tais interrupções interferem diretamente na fundação ou na extinção de universidades no Brasil, e é fator decisivo em nossa já atrasada construção acadêmica. Arranjos políticos, das diretrizes internacionais, os processos de construção dos planos: educacional e cultural, bem como os desafios da construção de nossas políticas culturais, educacionais e públicas. Com este olhar propomos um caminho possível à relação: educação e a cultura de pesquisa nos ensinos fundamental e médio.

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ORGANIZAÇÕES PROPONENTES

Proponente - Instituto Cultural Sérgio Magnani

Mediador UEMG | FaPP | Escola Guignard Universidade do Estado de Minas Gerais Faculdade de Políticas Públicas Escola Guignard

Execução de projetos e programas culturais, elaboração de projetos, gestão executiva e financeira, além de prestação de contas. O Instituto é o gestor responsável pelos projetos e programas: FCS - Fundação Clóvis Salgado, Circuito Cultural Praça da Liberdade, Plug Minas, Cena Minas e Festival Internacional de Curtas de BH

Fornecedor Plug Minas | Oi Kabum! Espaço de intercâmbio e convivência de jovens entre 14 e 24 anos

Canal/Meio - Alunos do ensino médio Alunos do Oi Kabum! Inseridos na prática de pesquisa em atividades realizadas no Plug Minas

CONECTAR 7


JUSTIFICATIVA

No traçado histórico o Brasil vem ao longo dos últimos 35 anos em uma sequência de lentas transformações em seu perfil de pesquisador científico. Os obstáculos atuais passam não somente pelas constantes questões de financiamento como também pelo desafio de avaliação, de publicação internacional, pelas questões de patentes e a qualidade dos estudos. Complementarmente trazemos como mote de análise a inexistência da pesquisa no corpo educacional brasileiro.

“Fazer ciência é viver na plenitude a aventura do homem sobre a terra” UNICAMP 8


INTERVENÇÃO Objetivo Geral Introduzir e fomentar a prática de pesquisa como meio de sustentabilidade através do encontro universidade, entidades do Terceiro Setor e núcleos de educação não formal. Objetivo do Projeto Promover o encontro/interação entre

Propiciar ao aluno do ensino universitá-

alunos do ensino superior e do ensino

rio a possiblidade de participação em

m é d i o c o m v i st a s a o e n s in o

projetos realizados extra universidade

teórico-prático e a introdução da

como forma de execução prática de

pesquisa como cultura,

seus estudos.

sendo do

ponto de vista do ensino médio a introdução da pesquisa e da prática de

Despertar talentos para a pesquisa.

investigação, do ponto de vista do ensino superior a prática extensionista e

Transferir conhecimentos adquiridos se-

a prática de campo.

ja ele na academia ou na comunidade; estimulando desta forma a troca de

Introduzir alunos do ensino médio ao

saberes

universo acadêmico como forma de conhecimento e iniciação às práticas ali desenvolvidas,

através

do

conhecimento de metodologias de trabalho científico e da criação em artes. 9


PROGRAMAÇÃO Etapas 1ª etapa – Encontro inicial 2ª etapa – Discussão e Convocatórias 3ª etapa – Encontro de alunos, apresentação e início das atividades 4ª etapa – Avaliação e apresentação de resultados parciais 5ª etapa – Avaliação, apresentação e resultado final

SESC 2009 - Karla Danitza 10


Cronograma Abril à Dezembro ETAPA

DESCRIÇÃO Encontro inicial entre os atores envolvidos.

1ª Encontro Inici-

Apresentação da proposta.

A

M

J

J

X

X

A

S

X

X

O

N

X

X

D

X

X

al Mapeamento das atividades de pesquisa, extensão e projetos do núcleo.

X

X

Discutir metodologias de avaliação dos 2ª

participantes.

Discussão e

X

Convocatórias Convocatórias (UEMG e Núcleo)

X

Encontros: UEMG e Plug Minas X

3ª Encontro de alunos,

Apresentar metodologias.

X

apresentação e início das

Direcionar alunos para seus tutores/

atividades

orientadores.

Apresentar espaços de ação e atividades.

X

X

Iniciar atividades de observação e intervenção.

X

Avaliar resultados iniciais das intervenções 4ª Avaliação e

propostas.

apresentação de resultados parciais

Elaborar relatório parcial. Apresentar resultados para todos os envolvidos.

X

Avaliação final. 5ª Avaliação,

Elaborar relatório final.

X

apresentação e resultado final

Apresentação do resultado para todos os envolvidos em atividade única a ser realizada na UEMG.

X

11


VIABILIDADE DE INTERVENÇÃO

(imagem, google: Site BID)

Tadeus Mucelli

CONTEXTO Fomentar a discussão de inserção dos métodos de pesquisa na educação brasileira desde ensino fundamental como grade curricular regular tem sido um desafio, diante de outras prioridades educacionais emergentes e recorrentes. Trazer a funcionalidade da investigação aos jovens estudantes, é mais do que a concepção minimizada da aprendizagem atual. Seria partir da teoria, para a prática de um conhecimento profundo, desenvolvendo jovens com um olhar crítico e investigativo. Permitir a liberdade da escolha em qualquer área de interesse na construção de um histórico educacional e investigativo coerente com sua inserção na sociedade para uma formação de qualidade. É necessário dissecar as questões sociais, políticas e econômicas que envolvem outros fatores e redes que influenciam diretamente nesse processo. Da questão do uso capitalista da tecnologia e da informação ao desenvolvimento das políticas públicas e o terceiro setor. 12


VIABILIDADE DE INTERVENÇÃO NOVAS ATITUDES PARA OS "VELHOS" HÁBITOS DE ATUAÇÃO NA PROPOSIÇÃO DE NOVAS POLÍTICAS PÚBLICAS.

No entendimento das sociedades contemporâneas, não é difícil imaginar um arranjo político onde exista a presença do poder público, as sociedades c i v i s organizadas e as instituições privadas em u m tensionamento respectivo aos seus desejos e interesses de grupo. Apesar da insistência e permanência de exemplos governamentais autoritários, onde a tensão ocorre oculta e com cenários não promissores, é possivelmente real pensarmos no dinamismo possibilista da democracia e os seus resultados. Nossa intervenção para organizações do terceiro setor traz alguns dos problemas que carregam certa genética da instabilidade democrática Brasileira.

"A educação como cultura, por meio de instituições de atuação do terceiro setor, para o incentivo e aperfeiçoamento da prática investigativa na vida estudantil, c o m o processo modificador de realidades em sociedad e " (cit aç ão (imagem stockphoto, google) nossa)". Aceitar que estas instituições funcionem como de fato foram providas; "Ferramentas operacionais". Trata-las como arenas de diálogo político é equívoco. Como já dito, suas características executivas são o ponto forte, pois estão intimamente relacionadas com objetivos pré-estabelecidos de atuação, mediante o planejamento financeiro, político e estratégico em diálogo interno (governo).

A exemplo, as condições em que se formam as entidades sociais de interesse público em meio a diversa gama das sociedades civis organizadas, assim definidas como OSCIPS. 13


VIABILIDADE DE INTERVENÇÃO Se existe a dificuldade de cogitar sua independência de atuação como terceiro setor nativo, imaginar que podem ser inseridas novas funções é inversamente proporcional. Se estabilidade política lhes permite atuar em longo prazo sem grandes riscos, pois independente do cenário político, e do tamanho que se tornou sua atuação e estrutura, não correrá riscos de dissolução com mudanças do jogo político, considerando que passaram a ser parte fundamental de atuação técnica e de poder executivo, ou seja uma política de Estado favorável a qualquer novo poder.

A proposição final é que o controle atual e marginal do terceiro setor, se transforme um poder estratégico para estas instituições, com base no seu fortalecimento político interno, diante de um resultado forte; crescimento de jovens pesquisadores para o avanço econômico. AÇÃO EM REDES PROPORCIONAIS. A ação por redes proporcionais é permitir que hajam novas representações e novos atores nesta rede que traz consigo todas as características públicas e democráticas mas ainda sem legitimidade moral. Se pensarmos que de toda rede mencionada em nossa intervenção tem base no pensamento do Estado, a ação se torna ilegítima. (ICMS, FCS, PLUGMINAS, UEMG). Ao mesmo tempo, no objeto de nosso estudo, o objetivo principal é a relação da força intelectual de nossos jovens à serem desenvolvidas em práticas de pesquisa em sua vida estudantil e por meio de suas características culturais como fator modificador e diferencial de concorrências para o futuro. A rede do nosso projeto de estudo é o próprio braço do Estado, tanto do ponto de vista econômico-financeiro, quanto político. 14


VIABILIDADE DE INTERVENÇÃO A viabilidade financeira é o menor dos males, pois se houver a legitimação moral, se tornará fortemente implacável como política de Estado. No entanto a proporcionalidade na participação da "voz" social, no campo político é ponto fraco, é a forma como se dará a presença e participação das entidades do terceiro setor que atuam entre educação e cultura, tencionando a busca desse espaço de diálogo sendo o ponto de equilíbrio para a atuação proporcional dessa rede e sua manutenção. DIVERSIDADE COMO CONCEITO DE PARTICIPAÇÃO E MUDANÇA. Se defendemos que o Brasil precisa e deve atuar de forma veemente na busca de conhecimentos científicos e tecnológicos em todos os campos, e principalmente produzi-los a partir de sua própria nação o conhecimento desenvolvido dentro do território, evidentemente resguardada as proposições com a capilaridade e abertura as trocas com outros países, precisamos definitivamente entender que o poder da mudança está na forma como as práticas, o financiamento e o acesso a investigação ocorre. Em nossa intervenção proposta, no aspecto da educação como cultura para busca do desenvolvimento dos indivíduos por meio das práticas de investigação, a tecnologia possui duas dimensões distintas. A primeira é a dimensão cultural, no sentido de que a diversidade dos atores culturais

envolvidos na ação são geradores de tecnologias próprias, mediante a troca de experiências. São necessários pontos de ampla visão entre as diferentes culturas, primeiramente estruturais dos agentes proponentes (instituições, gestores, professores e pesquisadores) bem como dos que vão ingressar os mecanismos de aprendizado (as comunidades, os jovens, estudantes), no contexto de que eles serão também os norteadores da busca pela pesquisa do novo, atreladas em suas realidades e não distante delas. Entender que o processo das diversidades ocorre em fluxo de mão dupla. DESAFIO DA INTERCOMUNICAÇÃO PARA A GESTÃO

São necessários pontos de ampla visão entre as diferentes culturas, primeiramente estruturais dos agentes proponentes (instituições, gestores, professores e pesquisadores) bem como dos que vão

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ateliercaseiro.blogspot.com.br


VIABILIDADE DE INTERVENÇÃO ingressar os mecanismos de aprendizado (as comunidades, os jovens, estudantes), no contexto de que eles serão também os norteadores da busca pela pesquisa do novo, atreladas em suas realidades e não distante delas. Entender que o processo das diversidades ocorre em fluxo de mão dupla. O projeto tem previsto um pequeno número de recursos humanos para a operacionalização. Trata a questão de modo em que a alocação dos profissionais em cada entidade envolvida e por setor correspondente, como forma organizacional e a comunicação entre eles, como ação mais importante para a eficiência da gestão.

Potencializar o que já vem sendo desenvolvido por cada entidade, mas adequando objetivos que devem ser comuns do ponto de vista da economicidade dos projetos com o foco principal da intervenção; aumentar a participação da investigação cientifica e extensionista na vida de estudantes formais e não formais, por meio da comunicação de diversos atores responsáveis, usando de estruturas e de uma rede já em atuação, o que concorre favoravelmente à gestão de eficiência.

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SISTEMAS DE MONITORAMENTO AVALIAÇÃO. INDICADORES DE AVALIAÇÃO

O projeto como mediador de inovação.

Atitudes dos envolvidos com o projeto.

A qualidade dos relacionamentos interpessoais.

Reflexão do estudante na descoberta científica.

E

Conexões entre os estudos trabalhados e a experiência pessoal. Aquisição de informações permite escolhas assertivas.

A prática científica na realidade cultural e globalizada.

Os avanços tecnológicos como facilitadores.

Uso dos recursos nas pesquisas científicas. Posicionamento crítico aos paradigmas científicos.

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Indicadores Tabela

ENTIDADES

ENVOLVIMENTO

OBJETIVO DA ENTIDADE

PRINCIPAIS ATIVIDADES DO PROJETO

INDICADOR DESCRITIVO

INDICADOR META/ANO

ICSM

DIRETO

ATUAR NO DESENVOLVIMENTO E NA GESTÃO DE PROJETOS E PROGAMAS CULTURAIS E SOCIOEDUCATIVOS

DESPERTAR TALENTOS PARA PESQUISA CIENTIFICA

NÚM ERO DE J O V E N S PARTICIPANTES NO PROJETO

PERCENTUAL DE SATISFAÇÃO E APROVEITAMENTO

PLUG MINAS

DIRETO

AGENTE DE PROMOÇÃO NA FORMAÇÃO DE J O V E N S CRIANDO OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIM E N T O PESSOAL E PROFISSIONAL

PROPICIAR INTERCÂMBIO DE CONHECIMENTOS A O S ESTUDANTES INTERESSADOS EM ATIVIDADES DE PESQUISA E EXTENSÃO

NÚM ERO DE PROFESSORES ENVOLVIDOS NOS PROJETOS

PROCESSO PEDAGÓGICO C O M O MOTIVADOR

UEMG

DIRETO

PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NOS PROJETOS DE EXTENSÃO E PESQUISA

M E D I A R R E L A Ç Ã O EXTENSÃO E PESQUISA JUNTO AO PLUG MINAS

ATENDER 2 JOVENS PARA CADA PROJETO EM EXECUÇÃO POR ANO

QUANTIDADE DE A L U N O S BENEFICIADOS

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Grafite - http://www.fotosdomundo.com.br/ 20


ORÇAMENTO E PLANO DE FINANCIAMENTO R$ 226.000,00 (duzentos e vinte e seis mil reais)

Distribuição Valor

Esfera

R$ 40.000,00

Estadual

R$ 60.000,00

Federal

R$ 70.000,00

Federal

R$ 40.000,00

Estadual

R$ 16.000,00

Estadual

R$ 226.000,00

Origem dos Recursos Contrato – Fundação Renato Azeredo (FRAMINAS) Programa Oi Futuro de Educação Fundo Nacional da Cultura Governo Federal Termo de Parceria – Governo do Estado de Minas Gerais Contrato – Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPEMIG)

VALOR TOTAL

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A Fundação Renato Azeredo FRA MIN AS nasceu com a missão precípua de apoiar a Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG em suas ações nas áreas da educação, pesquisa, ciência e tecnologia. Viabilização administrativa e financeira de recursos, oriundos dos trabalhos desenvolvidos pela Universidade, contribuindo para seu eficaz desempenho, nas diversas áreas do conhecimento.

Programas de educação do Oi Futuro construção de modelos inovadores que possam servir de referência para o maior número possível de escolas, educadores e jovens, reconhecendo o potencial transformador das tecnologias da informação e da comunicação no ambiente escolar e no desenvolvimento profissional e pessoal dos estudantes beneficiados.

LEI Nº 8.313, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1991. Art. 4º (...) Fundo Nacional da Cultura (FNC), com o objetivo de captar e destinar recursos para projetos culturais compatíveis com as finalidades do Pronac: III apoiar projetos dotados de conteúdo cultural que enfatizem o aperfeiçoamento profissional e artístico dos recursos humanos na área da cultura, a criatividade e a diversidade cultural brasileira.

Parcerias entre o Estado e entidades dispostas a compartilhar responsabilidades e colaborar na realização de atividades de interesse público.

Financiar projetos de extensão, em interface com a pesquisa científica e/ou com o desenvolvimento tecnológico, a serem executados em Minas Gerais, com a finalidade de fortalecer a ação transformadora da pesquisa sobre os problemas sociais e estabelecer uma relação de diálogo entre pesquisadores e sociedade.

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ANEXOS MARCO REGULATÓRIO

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ENTREVISTA PROFISSÃO: Relações Públicas RELAÇÃO COM ICSM: Presidente do Instituto TEMPO DE ATUAÇÃO: Cristiana Kumaira - 29/03/2014 (Foto: Maria Navarro)

Grupo: SE NÃO HOUVESSE MAIS A PARCERIA COM O ESTADO, COMO SERIA A ARTICULAÇÃO DO ICSM PARA CONTINUAR NO MERCADO? O FOCO SERIA REVERTIDO PARA INICIATIVA PRIVADA, OU ATÉ OUTRA INSTÂNCIA. ESSE CAMINHO É PENSADO, EXISTEM PORTAS ABERTAS, É POSSÍVEL? Cristiana: Sim, é possível! O problema é que os Termos de Parceria, o jeito como eles estão estruturados absorvem muito as equipes. Então, quando eu falo que o profissional que trabalha aqui, acaba tendo um trabalho voluntário, é que quando se resolve pensar em sustentabilidade, eu convido a eles para pensarmos juntos naquilo. Isso significa uma hora extra àquele trabalho que ele está tendo de dia. Existem várias perspectivas de sustentabilidade, e o que temos discutido é, qual é possível sustentabilidade dentro dos Termos de Parceria. Não adianta buscar isso se não houver o Termo de Parceria. Eu tenho que começar agora, e preciso de um grupo de funcionários que esteja na construção para dar o primeiro passo.

No mês de maio completa dois anos

Para o Instituto, hoje, perder os termos de parceria seria fatal. E essa possibilidade existe. Por isso essa questão da sustentabilidade é muito importante e é ótimo ter um trabalho como o de vocês, pois esse pensamento, essa reflexão sobre isso, é uma situação que consome a gente, no dia a dia, como todas as outras coisas. E aqui eu tenho muita sorte porque tenho pessoas que estão me ajudando a pensar nisso, só que eu fico com uma responsabilidade muito grande, que antes, por exemplo, a prefeitura de Belo Horizonte vai lançar um projeto que terá uma concorrência entre as instituições e nosso Instituto é uma delas, agora essa decisão não é só minha. É uma decisão que tem que passar pelo conselho e aí também posso entrar no projeto, onde tenho de pensar em uma maneira de não prejudicar o que já temos aqui. E utilizando essa inteligência, esse "know how" que o Instituto adquiriu durante esses anos, com essa maturidade o Instituto tem como assumir novos projetos dentro do mesmo seguimento. O conselho do Instituto não aprovou a ampliação do escopo de atuação, hoje o nosso escopo é na área cultural, juventude e um pouco de educação. 24


ENTREVISTA Não entra no espaço da saúde e outros segmentos, que já tivemos oportunidade, mas a visão clara do conselho foi não fazemos de tudo.

MAS ESSA RELAÇÃO PASSA PELAS POLÍTICAS PÚBLICAS, EM MOSTRAR ESTAR CAMINHANDO EM UMA DIREÇÃO, MAS É POSSÍVEL...

Grupo: E isso é muito importante, porque demonstra a credibilidade da instituição, no sentido que, fazemos isso com excelência e somos capazes de fazer mais, porém optamos por esse caminho.

Cristiana: É um ponto delicado. O presidente do conselho vive falando que nós somos executores de políticas públicas, mas temos de nos conter, nos policiar como Instituição, pois, se não tivermos esse cuidado o poder público inverte, como se o responsável por aquela política publica fosse o Instituto. O Instituto pode contribuir, mas a checagem de todo o contexto é do Estado. A discussão, o desdobramento não pode ser nosso. Nós que estamos no dia a dia fica muito difícil não querer influenciar, é um ponto muito delicado. Nós não podemos ocupar o papel do Estado. Existem questões que são confundidas como se fossem nossas, mas é preferível administrar essa tensão a não tentar influenciar. Vou citar um exemplo, o PLUG MINAS é muito bem gerido, uma gestão primorosa e desafiadora, pois, nós falamos com jovens de 14 a 20 anos, uma idade complicada. Imagine esses jovens que já tem uma bagagem cheia de problemas. Ao discutir com a equipe, nos perguntamos, por termos uma maturidade muito boa e que não nos surpreende, mas a dúvida é:

Cristiana: Por isso a sustentabilidade é um desafio. Falando um pouco da origem do ICSM, faz parte de um grupo de OSCIPS, ONGS intituladas pela sociedade civil que já nasceram com os Termos de Parceria. É diferente de algumas instituições que nasceram de projetos sociais e que ao longo do tempo foram conquistando novos projetos e até conseguindo Termos de Parceria. Então, o que no primeiro momento é muito bom ter nascido com o Termo de Parceria, por outro lado é muito cruel, pois você fica no conforto de ter o projeto e talvez pouco estimulado a buscar essa sustentabilidade. E nesses dois anos que estou aqui como presidente, o ICSM tem dez. E não adianta você tirar essa diferença. Você querer sair da zona de conforto não é comum. Com isso existe um trabalho meu, junto do conselho de que nós temos de nos antecipar.

Grupo: COMO SE ORGANIZA POLÍTICOADMINISTRATIVAMENTE O INSTITUTO E SUA FORMAÇÃO PARA AS FINALIDADES PRETENDIDAS, OS OBJETOS DE SUA AÇÃO? VOCÊ JÁ CITOU O CONSELHO, SOBRE A RELAÇÃO COM O MESMO, A RELAÇÃO COM O ESTADO EM FUNÇÃO DOS TERMOS DE PARCERIA,

• • •

Qual o impacto do PLUGMINAS na vida desses jovens? O que aconteceu com os jovens que saíram do PLUGMINAS? Como esse jovem sai para o mercado de trabalho? Como o PLUGMINAS pode ajudar na inserção ao mercado de trabalho? Não é o primeiro objetivo, mas não podemos fingir que essa pressão não existe.

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ENTREVISTA Nós que gerimos o projeto somos cobrados no que diz respeito à evasão desses jovens. Mas chegamos a um ponto de evasão menor que a Secretaria de Educação. Então, tem uma parte dessa evasão que significa, preciso trabalhar. Entende, são questões ligadas às políticas públicas que nós que fazemos a gestão, somos contratados para fazer essa gestão, mas naturalmente essa reflexão acontece. Não somos pagos para essa reflexão, mas com a qualidade de nossos profissionais a fazemos naturalmente. E o que temos feito é tentar provocar essa reflexão, com os parceiros e a SEPLAG. Grupo: Aproveitando exatamente essa fala, o diálogo tende a ser facilitado, pelo fato de vocês serem os leitores, os executores, então, por existir essa abertura de levar a informação ao Estado, essas portas se abrem para o diálogo ou se fecham as portas? Cristiana: Existe uma boa vontade nessa relação em ouvir, em entender que quem conhece profundamente a situação é quem está ali vivendo a história. Mas, como qualquer relação de parceria, tudo depende de quem está ali representando o outro lado naquele momento. Assim, trabalhos como o de vocês é importante porque o modelo Termo de Parceria com instituições como o ICSM é relativamente novo. Então à medida que vão existindo mais estudos sobre essa questão, vai surgindo mais conforto para as pessoas que estão representando o Estado e também para aqueles que estão nas instituições. Porque se não houver um nível de entendimento muito grande a tendência é seguir o que está no papel.

A área pública passa por uma situação onde eventualmente algumas pessoas são trocadas, ou seja, não são todos que são concursados, que estão prestando serviços a determinados políticos, então se o que está acontecendo hoje vai acontecer nos próximos quatro ou oito anos, eu estou mentindo. Porque dessa experiência que eu vivo nesses dois anos de ICSM, é que todas as vezes que fomos solicitados para dar sugestões, fomos muito bem recebidos, e o que também não quer dizer que fomos atendidos.

Grupo: COMO O ICSM PARTICIPA NOS PROCESSOS EDUCATIVOS, EDUCAÇÃO FORMAL, MEDIANTE O CONSELHO E SUA ORIENTAÇÃO? Cristiana: Bom na área de educação o ICSM, o projeto do PLUG-MINAS nós temos uma superintendência educativa, o que é bom demais interagir no aspecto interativo do grupo, não é uma educação formal. E aí talvez valesse a pena conversar com a superintendência, porque é muito, mais que o “PLUS" do educativo. No caso do Circuito Cultural Praça da Liberdade estamos desenvolvendo uma ação educativa que é a parceria dos espaços e outra que é o que oferecer de ação educativa cultural, em desenvolvimento com consultorias e tem um formato mais lúdico. No caso do PLUG-MINAS entram questões mais profundas, onde se discute com cada um dos seus núcleos. Pois cada núcleo tem uma ação, discutindo a individualidade de cada núcleo.

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ENTREVISTA O SEBRAE, por exemplo, essa escola tem um programa, mas dentro do contexto do PLUG-MINAS, e funciona complementando a ação educativa. Pensando em aumentar a experiência do aluno. Não é o conceito tradicional de ação educativa, é sempre da natureza cultural. Exemplo de outro projeto, que é com a Fundação Clóvis Salgado, onde se pode apresentar uma mostra de cinema, o desafio é como relacionar a educação e a cultura, uma só interação. Agora, o PLUG-MINAS, como projeto, nesse momento está passando por uma mudança, onde no ano passado ela estava com a Secretaria de Cultura e a partir desse ano vai para a Secretaria de Educação, e isso para o projeto é maravilhoso, nesse movimento o ESTADO tem de entender o lugar como um lugar de inspiração, complementando o estudo formal. E a condição do jovem estar no PLUGMINAS é ele ser frequente na escola, caso contrário ele é convidado a se retirar do projeto. E aí isso traz uma nova perspectiva também para o projeto porque a Secretaria de Educação está muita mais a par de inserções desses jovens do que a Secretaria de Cultura, e para o projeto é muito bom, pois trabalhando isso, vai se tiver uma oportunidade de trabalhar em prol do surgimento de uma política pública relacionada a isso. E para nós do Instituto a oportunidade de trabalharmos a educação.

Plug Minas - Oi Kabum! - www.plugminas.gov.br

Instituto Cultural Sérgio Magnani Belo Horizonte - 10/04/2014

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Instituto Tomie Ohtake - Guignard: Noite de São João 1961 Óleo sobre tela 50x46cm 28


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