Manual de redacao cientifica

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MANUAL DE REDAÇÃO CIENTÍFICA Gian Danton

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MANUAL DE REDAÇÃO CIENTÍFICA Gian Danton APRESENTAÇÃO Este livro surgiu quando percebi a dificuldade que meus alunos tinham para escrever cientificamente. O texto científico é muito diferente de uma dissertação de vestibular. Um aluno típico de graduação ou de cursos seqüenciais tem uma série de dúvidas: Como fazer uma referência bibliográfica? Como fazer uma citação? Como fazer uma bibliografia? Resenha é o mesmo que resumo? Para que serve o fichamento? Esse livro pretende responder a essas questões de forma simples e prática. Ele é destinado, portanto, a estudantes que estão se iniciando na redação científica, que precisam fazer um trabalho para determinada disciplina, mas não sabem como fazê-lo. Para evitar que a obra se tornasse demasiadamente +55 (11) 3042-2403 +55 (21) 3492-2403 +55 (31) 3889-2425


Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos extensa, não foram abordados aspectos metodológicos. Se você encontra dificuldades metodológicas, procure livros sobre o assunto. Há ótimas obras de metodologia científica no mercado.

INTRODUÇÃO As características da redação científica A redação científica apresenta algumas características que a diferenciam de todos os outros tipos de redação. A primeira delas, claro, refere-se ao objetivo. Um texto científico não pretende divertir ou distrair (embora possa fazer essas duas coisas). Sua intenção é transmitir informações científicas. Mas aqui há uma diferença. Existem dois tipos de textos relacionados à ciência. O primeiro seria a comunicação científica primária. Nesse caso, o cientista divulga sua descoberta ou suas idéias para outros cientistas. E há a comunicação científica secundária, em que o cientista escreve para o leigo. Atualmente apenas o primeiro tipo tem sido considerado um texto científico. O segundo caso, em que o cientista escreve para nãocientistas, seria divulgação científica. O texto científico (comunicação primária) é representado pelas monografias, papers, artigos científicos e resenhas publicadas em revistas especializadas. A divulgação científica é representada pelos artigos em jornais e revistas populares, como a Superinteressante e a Galileu. A redação científica apresenta algumas características formais muito facilmente perceptíveis. A primeira delas é a utilização do argumento da autoridade. Cada informação importante deve ser validada e confirmada

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos por uma autoridade no assunto. Essa é a razão pela qual os textos científicos têm tantas citações.

A segunda característica formal é a linguagem unívoca. Ou seja, cada palavra importante deve ser muito definida para evitar dupla interpretação. O correto é que todas as pessoas que leiam o texto o compreendam da mesma maneira, ao contrário da literatura, que busca a linguagem plurívoca. Ou seja, cada vez que lemos um bom livro, temos uma interpretação diferente. Isso, que é uma característica da boa literatura, é um pecado mortal em um texto científico. Os dois textos que apresento a seguir mostram bem essa diferença entre um texto científico e um texto de divulgação científica. Ambos discutem alguns aspectos básicos da epistemologia e dão, ao leitor, uma idéia básica a respeito da discussão sobre o que é ciência e o que distingue o conhecimento científico de outros tipos de conhecimento. Reparem que a estrutura do primeiro é mais rígida e que há a utilização quase excessiva do argumento da autoridade. Cada afirmação importante é acompanhada de uma afirmação semelhante de uma autoridade, a fim de reforçá-la. Por outro lado, o texto é muito preocupado com o rigor no uso das palavras. Evita-se o uso de metáforas ou de frases que possam ter dupla significação.

EXEMPLO I CIÊNCIA E IMAGINAÇÃO

(Texto extraído da dissertação de mestrado “A Divulgação Científica nas Histórias em Quadrinhos: Análise do Caso Watchmen”)

No editorial da edição de janeiro de 1988 da revista de divulgação científica Superinteressante lemos o seguinte:

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos Quero afirmar um dos princípios básicos de Superinteressante: nossa matéria prima é a realidade. Jamais usaremos a imaginação para torná-la mais rica, fantástica ou atraente, pois acreditamos que o mundo real é muito mais fascinante do que qualquer outro que o homem possa criar.1 Depreende-se do texto que a imaginação é como um corpo estranho à ciência, um parasita que deve ser eliminado por aqueles que pretendem, de fato, realizar ciência ou exercer a divulgação científica. Tal posição identifica-se, evidentemente, com a distinção entre os contextos da descoberta e da justificativa. Como explica Isaac Epstein, tal distinção remonta a Hans Reinchenbach:

Eu introduzirei os termos contexto da descoberta e contexto da justificativa para marcar a bem conhecida diferença entre o modo como o pensador descobre seu teorema e a sua maneira de apresentá-lo ao público. 2 A imaginação pertence ao contexto da descoberta e os cientistas que defendem tal separação, pregam que esse é um contexto que não interessa à ciência. Hempel explica essa valorização:

O que determina a solidez de uma hipótese não é o modo como se chegou a ela (pode ter sido sugerida até mesmo por um sonho ou por uma alucinação) mas o modo como se mantém quando confrontada com os dados relevantes relacionados com a observação.3 Essa maneira de ver a ciência faz parte de uma tentativa de purificação da mesma. Seus idealizadores pretendiam, com isso,

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos facilitar a distinção entre o que é o que não científico. Assim, a maneira pela qual o cientista chegou ao seu descobrimento seria irrelevante, algo a ser estudado pela história ou pela psicologia da ciência. O que interessaria realmente seria como a hipótese se agüentaria depois de examinada, justificada, criticada e aferida Isaac Epstein, no entanto, argumenta que essa divisão é sublinhada muito mais pelos autores cujos trabalhos se incluem no contexto da justificação do que por aqueles que se ocupam do contexto da descoberta: “Para esses últimos (Feyerabend é um exemplo) a própria divisão dos contextos é irrelevante e artificial. Khun duvida da validade da distinção”.4 O trabalho de Kuhn, ao mostrar que a ciência caminha ao passo das revoluções e não da evolução continuada, valoriza os aspectos sociais e principalmente históricos da ciência. Sua obra pertence ao contexto da descoberta. Kuhn, aliás, reclama da pouca atenção dada à história da ciência: “Se a história da ciência fosse vista como algo mais que um repositório para anedotas e cronologias, poderia produzir uma transformação decisiva na imagem da ciência que atualmente nos domina”.5 Da mesma forma, a imaginação não é valorizada pela ciência que, com isso, corre o risco de parecer ingrata. Segundo Edgar Morin,

A imaginação, a iluminação, a criação sem as quais o progresso das ciências não teria sido possível, só entravam na ciência às escondidas: não eram logicamente assimiláveis e eram sempre epistemologicamente condenáveis. Falava-se delas nas biografias dos grandes sábios, mas nunca nos manuais e tratados, de que no entanto a sombria compilação, como camadas subterrâneas do carvão, eram constituída pela fossilização e pela compreensão de que, em

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos primeiro lugar, tinham sido fantasias, hipóteses, proliferação de idéias, invenções, descobertas.6 Portanto, a ciência e a imaginação estão intimamente ligados:

Vemos, aliás, logo que se pensa na investigação, com sua atividades de espírito, com o papel da imaginação, toma-se consciência de que as noções de arte e ciência, que se opõem na ideologia dominante, têm alguma coisa em comum .7 Essa relação ocorre em duas vias. Por um lado o cientista é influenciado pela sociedade na qual vive. Essa influência se dá em vários aspectos. Não só na teoria, na hipótese, como na observação. Gerald Fourez explica que

existe também, anterior a todo objeto, uma estrutura organizada do mundo no qual se inserem objetos. É o que os sociólogos Peter Berger & Thomas Luckman (1978) chamaram de a “construção social da realidade” . Por isso, entendem essa organização do universo ligada a uma determinada cultura, seja a de uma tribo de pescadores da Amazônia, seja a nossa cultura industrial, e que situa a visão de um tal modo que cada uma das coisas pode encontrar seu lugar (ou antes) , que determina o que serão os objetos.8 Portanto, o cientista é constantemente influenciado pela sociedade na qual vive. Suas teorias são sugeridas pela arte e a visão do mundo que determina os objetos também é constantemente influenciada pela arte. Voltando à imaginação, ela interfere na metodologia científica ainda em dois aspectos: na construção de modelos e nas hipóteses.

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos O real jamais é apreendido exatamente como ele é. Segundo Isaac Epstein: A percepção e inteligibilidade são graus sucessivos de abstração através dos quais nos damos conta da realidade. Percebemos um objeto ou entendemos uma lei, e estes contêm sempre menos variedade ou informação do que o estado mais desordenado do qual esse objeto ou esta lei são abstraídos. 9 Portanto, a percepção se dá sempre através de modelos e usamos a imaginação para condensar essa informação. Alguns argumentariam que esse processo de criação de modelos é racional. Este é, sem dúvida, um ponto de vista equivocado. Isso porque o processo de construção ocorre diariamente, a todo instante, e não é um processo consciente. O tempo todo estamos construindo modelos para perceber a realidade que nos cerca. Instada a visualizar mentalmente um pássaro, pouquíssimas pessoas se lembrarão de um pássaro específico ou de detalhes. A maioria se lembrará de uma silhueta voadora. E, provavelmente, ninguém se lembrará de um pingüim. Se usássemos a razão a cada modelo que construímos, nossa percepção seria extremamente lenta. A imaginação e os sentimentos são muito mais importantes nesse processo. Segundo Fourez, para observar,

é preciso sempre relacionar aquilo que se vê com as noções que já se possuía anteriormente. Uma observação é uma interpretação: é integrar uma certa visão na representação teórica que fazemos da realidade (...) Para dizê-lo ainda de outro modo, observar é fornecer um modelo teórico daquilo que se vê, utilizando as representações teóricas de que se dispunha.10

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos Depois de observar, o cientista precisa explicar o que viu, ou antever o que não viu. Para isso ele usa as hipóteses, uma ferramenta essencialmente imaginativa. Usemos como exemplo a paleontologia. Sendo uma ciência que estuda animais extintos, especula-se como eles seriam a partir dos indícios encontrados. Assim, por uma série de características dos ossos encontrados, sabe-se que o deinonychus era um predador. Como os ossos foram encontrados numa região de floresta, especula-se que sua pele fosse pintada para se confundir com as folhas e sombras.11 Já o diplodochus era herbívoro e, portanto, não precisava ter camuflagem para caça. Por outro lado, seu tamanho afastava os predadores. Daí especula-se que sua pele não precisaria de camuflagem sendo, portanto, marron-escuro. O fato de serem baseadas em evidências científicas reais não diminui o caráter de imaginação das hipóteses. O exemplo da paleontologia é exemplar porque nada realmente garante que os dinossauros eram como imaginam os cientistas. Mas há outros exemplos. O melhor deles, talvez, se relacione com a descoberta de Mercúrio. O astrônomo Urbain Joseph Le Verrier estava intrigado com perturbações na órbita de Urano. Segundo o paradigma newtoniano, essas perturbações deveriam ser provocadas por planetas vizinhos, no caso Júpiter e Saturno. Mas os cálculos não davam apoio a essa hipótese. Deveria haver um terceiro agente provocando aquela perturbação:

Não importava que jamais tivesse sido observado: deveria haver um terceiro astro causando perturbações na órbita de Urano (...) Conhecendo qual a margem daquela perturbação que permanecia inexplicada, calcula as características do corpo que deveria necessariamente causá-las. Calcula não só a massa do astro, como também

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos sua distância de Urano, e até mesmo a posição que deveria ocupar em determinado momento.12 De posse desses dados sobre a posição do astro no céu, Le Verrier escreveu ao astrônomo alemão Johan Gottfried Galle pedindo que verificasse a região do firmamento onde o novo planeta deveria aparecer. Galle, que possuía um telescópio mais potente que o do seu colega francês, não teve dificuldades em visualizar o astro de cor esverdeada, que ganharia o nome de Netuno, em homenagem ao deus romano do mar. Pode-se argumentar que a hipótese de Le Verrier estava calcada no paradigma de Newton, o que é verdade. Não houvesse esse paradigma, o astrônomo não teria nem mesmo formulado a hipótese da existência do novo planeta. Entretanto, o que advoga a favor da imaginação é que o paradigma não levava, necessariamente, a essa hipótese. Le Verrier poderia ter ignorado o problema, ou se conformado com a idéia de que Júpiter e Saturno estavam alterando a órbita de Urano. Ao especular que havia mais um planeta no sistema solar, ele estava usando a imaginação. Isso porque a imaginação é a faculdade que usamos, entre outras coisas, para completar dados da realidade que não estão disponíveis. Assim, a faculdade que o cientista usa ao formular uma hipótese é a mesma que usamos ao nos perguntarmos: “Se houver vida em outro planeta (e provavelmente há), como ela seria?”. É, portanto, uma pergunta do mesmo gênero que Adous Huxley se fez ao escrever Admirável Mundo Novo: “Como seria um mundo em que as pessoas fossem dominadas pelas técnicas de manipulação behavorista?”.

EXEMPLO II PARADIGMAS (Texto publicado no jornal O LIBERAL Amapá)

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos Uma das expressões mais recorrentes no vocabulário de quem tenta falar difícil é paradigma. No entanto, são poucas as pessoas que conhecem o real significado dessa palavra. O termo paradigma, no sentido definido pelo filósofo T.S. Kuhn, está intimamente relacionado à ciência e às revoluções científicas. Ele representa um guia, para análise e interpretação da natureza. Ou, como costumo dizer, o paradigma é um óculo que ajuda o cientista a ver e compreender a natureza. Vamos a um exemplo. Durante uma aula de ciências, o professor solta uma pedra e ela cai ao chão. O mestre, em seguida, explica aos alunos que a pedra despencou em decorrência da força da gravidade, que a puxou para baixo. A explicação é baseada no paradigma newtoniano, segundo o qual matéria atrai matéria. Quanto maior o objeto, mais atração ele exerce. Como nosso planeta é muito maior que a pedra, ele a atrai, e não o contrário. Assim, o paradigma estabelecido por Newton nos ajuda a observar e entender o fenômeno da pedra caindo. A explicação pode parecer óbvia, mas não é. O paradigma aristotélico, anterior ao de Newton, tinha uma maneira diferente de compreender o fenômeno. Para Aristóteles, a tendência das coisas é voltar ao seu estado natural. O estado natural das coisas pesadas são os locais baixos, assim como o estado natural das coisas leves são os locais altos. Assim, uma pedra cai pelo mesmo motivo pelo qual um balão sobe: ela está voltando ao seu estado natural. Digamos, no entanto, que, ao invés de cair, a pedra fique flutuando no ar. Professores e alunos certamente ficariam estarrecidos. Por quê? Porque a natureza estaria contrariando o paradigma. A pedra voadora seria uma anomalia, um fenômeno que não se encaixa na expectativa que temos com relação à natureza. (Detalhe: uma criança de dois anos não acharia nada de anormal no episódio, pois ela ainda não aprendeu o paradigma segundo o qual as coisas caem quando soltas)

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos A maioria dos cientistas tende a ignorar as anomalias. “Ei, crianças! Isso é apenas uma alucinação. Essa pedra não está flutuando”, diria o professor. Mas alguns pesquisadores, jovens e aventureiros, decidem pesquisar a anomalia e descobrem que, para explicá-la, é necessário mudar a maneira como vemos o mundo. São as chamadas revoluções científicas. A história é repleta de revoluções científicas: o heliocentrismo de Galileu; a teoria da evolução, de Darwin; a teoria da relatividade, de Einstein e, mais recentemente, a teoria do caos. Ao contrário do que se poderia pensar, ou do que nos fazem crer os livros de história, os cientistas revolucionários dificilmente são aclamados pela sociedade de seu tempo. Galileu quase morreu na fogueira. Darwin sofreu todo tipo de crítica. A teoria do caos chegou a ser acusada de charlatanismo. A principal contribuição da noção das revoluções científicas parece ter sido acabar com o mito da ciência acumulativa, vista como um muro no qual cada cientista ia acrescentando seu tijolinho. Durante as revoluções científicas, gerações de novos pesquisadores entram em conflito com os cientistas normais. E o que definirá se um paradigma irá sobreviver não é a sua cientificidade, e sim sua capacidade de explicar o mundo. E, bem, há uma outra razão: a comunicação. Triunfam aqueles paradigmas cujos adeptos divulgam seu ponto de vista. Mas isso é assunto para outro artigo.

PARTE I A PESQUISA Aristóteles já dizia que, antes de começar a escrever, devemos pesquisar bastante sobre o tema. É a fase da invenção. Devemos saber o que outras pessoas já escreveram sobre o assunto

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos e quais são os dados já confirmados. Mesmo que sua tese seja sobre um tema aparentemente novo, como “O uso do e-mail como prova em tribunais”, ainda assim haverá textos importantes a serem consultados. Livros ou sites sobre a história da internet, por exemplo, são indispensáveis. Muitos indivíduos acham que essa pesquisa pode tirar a originalidade de seu trabalho. Para eles, citar outros autores pode ser caracterizado como plágio. Nada mais falso. Certa vez fui procurado por um rapaz que tinha pretensões de se tornar escritor. Ele queria informações sobre como escrever um romance policial. Antes de mais nada, eu o aconselhei a consultar os autores clássicos do gênero. O romance policial tem duas principais correntes. Uma, a dedutiva, é representada pela figura de Sherlock Holmes, de Conan Doyle. O detetive se senta em sua cadeira, fuma um cachimbo e, apenas usando a força de seu intelecto, consegue solucionar o crime. No outro lado estaria o chamado romance “noir”, representado por San Spade e Continental Op, ambos de Dashiel Hammett. O detetive noir envolve-se com a ação e, embora seja perspicaz, só consegue solucionar o crime por estar intimamente envolvido com a

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos história, chegando, às vezes a se disfarçar de bandido para conseguir seus objetivos. Eu, portanto, aconselhei o neófito a ler Doyle, Hammett e, claro, Edgar Allan Poe, o pai da narrativa policial. O rapaz se recusou terminantemente, alegando que não queria ser influenciado. Passados dois meses, ele me trouxe um monstrengo de 100 páginas. A história, que deveria ser original, era na verdade um plágio de Hammett. Plágio involuntário, mas ainda assim plágio. O rapaz assistira tantos filmes, tantos seriados baseados na obra de Hammett, que se tornara um imitador dos imitadores do autor americano. A pesquisa serve, entre outras coisas, para isso: para evitar que seja reinventada a roda. Até porque a originalidade é um dos fatores de cientificidade. Fazer uma tese defendendo que a Terra gira ao redor do Sol é uma atitude não-científica. Entretanto, se descobrirmos uma maneira inusitada de comprovarmos esse fenômeno, a tese será científica.

AS FICHAS Um dos instrumentos mais úteis na elaboração de uma pesquisa é a ficha. Há vários tipos de fichas, que veremos a seguir.

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FICHA BIBLIOGRÁFICA Tem como objetivo reunir uma bibliografia sobre o tema pesquisado. Geralmente inicia com um livro sobre determinado assunto, em geral um livro de iniciação. A partir da bibliografia desse livro, pode-se procurar outras fontes de pesquisa. No exemplo abaixo, estávamos interessados no tema “teoria da informação”. Assim, procuramos no livro de Epstein, básico sobre o assunto. O livro de Epstein nos levou ao de Pignatari. Na bibliografia de Pignatari, encontramos uma referência a outra obra de Epstein que não se encontrava no primeiro livro. Também é aconselhável na ficha bibliográfica indicar a possível localização do volume.

Exemplo de ficha bibliográfica

Teoria da informação EPSTEIN, Isaac. Teoria da Informação. São Paulo, Ática, 1986. (Biblioteca do CEAP) PIGNATARI, Décio. Informação. Linguagem. Comunicação. São Paulo, Perspectiva, 1976. (Biblioteca Pública) EPSTEIN, Isaac. Alguns aspectos da Teoria da Informação in Produto e Linguagem, nº 3. São Paulo, Associação Brasileira de Desenho Industrial, 1966.

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FICHA DE CITAÇÕES As citações servem para dar um aspecto mais respeitável ao texto científico. Elas demonstram que você pesquisou o assunto e dão o embasamento de autores consagrados à sua idéias. Importante lembrar que as citações devem ser oportunas e a autoridade citada deve ser, notoriamente, uma sumidade no assunto. As fichas de citações são a maneira mais rápida de recolher possíveis citações para o seu trabalho, especialmente quando você não dispõe do livro (É o caso, por exemplo, de um livro lido na casa de um amigo, ou na biblioteca).

Exemplo de ficha de citação

Teoria da informação MCLUHAN, Marshall & FIORE, Quentin. Os Meios São as Massa-gens. Rio de Janeiro, Record, 1969, p. 100 “A cidade do futuro, de circuitos elétricos, não será esse fenomenal aglomerado de propriedade imobiliária concentrada pela ferrovia. Ela adquirirá um significado inteiramente novo sob condições de movimentação extremamente rápida. Será uma megalópolis de informação. O que resta da configuração das cidades ´anteriores´ se parecerá muito com as Feiras Mundiais – lugares onde se exibem novas tecnologias, não lugares de trabalho ou de moradia”.

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FICHA DE LEITURA Esse tipo de ficha traz um resumo do livro. Segundo Umberto eco, a ficha de leitura é “aquela em que você anota com exatidão todas as referências bibliográficas concernentes a um livro ou artigo, exploralhe o conteúdo, tira dele citações-chaves, forma um juízo e faz observações”.

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Ainda segundo Eco, uma ficha de leitura deve ter as seguintes informações: 1) Indicações bibliográficas precisas; 2) informações sobre o autor; 3) citações literais dos trechos que se pretende usar no trabalho; 4) comentários pessoais no começo, meio e fim da ficha; 5) Uma indicação sobre o tema da ficha.

Exemplo de Ficha de leitura Teoria da informação EPSTEIN, Isaac. Teoria da Informação. São Paulo, Ática, 1986. Epstein é uma sumidade no assunto. Esse, embora seja um livro de introdução ao assunto, acabou se tornando uma referência obrigatória para a teoria. Epstein fala de códigos, mensagens, decifração de mensagens codificadas, redundância e sintaxe. Outros temas: entropia, redundância, fontes ergódicas e quantificação da informação. Atenção para o terceiro capítulo: “O que é informação”. Nesse capítulo, Epstein trabalha o conceito de entropia e explora os

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos conceitos de demônio de Maxwell e demônio Laplaciano, que poderiam servir para meu trabalho, em especial no que diz respeito ao Doutor Manhatthan ser uma referência à entidade imaginada por Laplace para representar o determinismo. Citação importante: “A inteligência suposta por Laplace seria onisciente, mas impotente para provocar qualquer modificação no curso dos eventos. Restaria a ela um olhar entediado sobre o porvir, pois nada poderia ocorrer que não tivesse já previsto” (p. 30-31). Epstein tem também, pela mesma editora, um volume sobre cibernética e outro sobre semiótica. Também dele é uma coletânea sobre cibernética e comunicação, da Cultrix/Edusp, difícil de encontrar.

PARTE II TIPOS DE TEXTOS CIENTÍFICOS RESENHA A resenha se parece muito com uma ficha de leitura, mas costuma ser mais extensa. Ela é um resumo crítico de uma obra, destacando as principais idéias do autor. Mas atenção: resenhar não significa simplesmente resumir, como acredita a maioria das pessoas.

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos Um dos erros básicos de quem faz uma resenha pela primeira vez é esquecer de fazer referência ao texto que está sendo resenhado. Muitos se prendem apenas às idéias e se esquecem do autor e do texto. A resenha, além de condensar as idéias principais do autor, pode trazer também comentários e exemplos pessoais do resenhista. Conexões com outros textos que falem do assunto são não só permitidas como também aconselháveis. Citações do autor resenhado podem e devem ser feitas. Essas citações podem ser diretas ou indiretas.

PAPER É um artigo científico, geralmente escrito para apresentações em congressos. Um paper em geral segue menos regras que uma monografia e costuma ter uma quantidade menor de páginas, em geral um mínimo de oito e um máximo de 15. Esse tipo de artigo não precisa expressar o resultado de uma pesquisa, podendo ser, inclusive, um relato de experiência. Apesar da menor formalidade, um paper deve seguir as regras de citações bibliográficas.

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MONOGRAFIA Chegamos aqui ao principal tipo de texto científico. Monografia, como o próprio nome diz, é um texto que procura analisar e pesquisar um determinado assunto muito específico. Bem, como é óbvio, a primeira coisa ao elaborar uma monografia é a delimitação do tema. Deve-se evitar trabalhar com temas muito amplos justamente porque mais do que em qualquer situação, em um texto científico é impossível abraçar o mundo com as pernas. É a delimitação que permite que o assunto seja aprofundado, e permite também que o autor tenha controle sobre ele. Para fazer uma boa monografia sobre um tema amplo, seria necessário toda uma vida, e mesmo assim é capaz que saísse algo fraco. Além disso, é importante lembrar que o autor de uma monografia deve se tornar uma autoridade naquele assunto. E, teoricamente, ele deve entender mais do assunto mais do que o orientador ou as pessoas que fizerem parte de sua banca. Se faço uma monografia sobre um tema amplo, vamos dizer “Aborto”, dificilmente terei condições de dominar completamente o assunto e certamente os componentes da banca entenderão mais de aborto do que eu. Se, no entanto, eu trabalho o tema “Aborto em casos de violência sexual”, isso delimita mais o meu assunto e me permite ter mais

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos controle sobre ele. Poucas pessoas são especializadas nesse assunto. Mas é possível delimitar ainda mais o tema. Vejam: “O aborto em casos de violência sexual em Macapá no período de 1990 a 1998”. Será absolutamente impossível encontrar alguém que entenda mais do assunto do que a pessoa que fez a pesquisa e ela passa a ser, a partir daí, a autoridade naquele assunto.

PARTE III APRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA MONOGRAFIA MARGEM Hoje, com o advento da informática e o uso dos editores de texto, como o Microsoft Word, a margem se tornou uma preocupação a menos. A maioria dos programas já vêm com uma formatação correta para uma monografia, mas caso isso não ocorra, as medidas são as seguintes:

Superior: 3 ou 4 cm Esquerda: 3 cm Direita 2 cm Inferior: 1,5

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CAPA Na capa devem constar o nome da instituição e o curso, o nome do trabalho, do aluno e data. Atenção: é aconselhável colocar o nome completo, ou pelo menos o primeiro e último nome e, se for o caso, o número de matrícula. Há pessoas que colocam apenas o primeiro nome, o que é um erro gravíssimo. Nome como Maria, João, Paulo e Alan são muito comuns e é bastante provável que haja mais de uma pessoa com esse nome na turma. Outro erro comum é colocar apenas o nome do meio, ou um apelido. Assim, alguém chamado José Aparecido Santos da Silva, acaba assinando apenas como Cido, ou Aparecido, ou Santos. As três formas estão erradas. Um trabalho para uma determinada disciplina deveria ser assinado assim: José da Silva – nº 54. No caso de um Trabalho de Conclusão de Curso, convém perguntar ao orientador se ele aconselha ou não colocar o número de chamada.

EXEMPLO DE CAPA CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ – CEAP CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS TURMA ECN1 –A

A PROFISSÃO DE ECONOMISTA NO ESTADO DO AMAPÁ

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos JOSÉ DA SILVA – Nº 54 MARIA PEREIRA – Nº 17

Macapá – AP Outubro de 1999

FOLHA DE ROSTO Deve conter o nome do aluno, do trabalho e um texto explicativo sobre o trabalho. EXEMPLO DE FOLHA DE ROSTO:

José Marcos da Silva

AVALIAÇÃO E PROPOSTA DE APERFEIÇOAMENTO DE UM PROCESSADOR GRÁFICO INTERATIVO

Tese apresentada ao Departamento de Ciências da Computação do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Ciências da Computação.

RESUMO Normalmente, a maior parte das instituições exigem que as

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos monografias ou papers apresentados tenham um resumo. No caso dos congressos, o resumo costuma ser publicado em um catálogo com todos os trabalhos apresentados. Mesmo quando o trabalho acaba não sendo publicado, o resumo é importante. Existem empresas especializadas em recuperação de informação para as quais os resumos são muito úteis. Digamos que você esteja fazendo uma tese sobre os duplos em Edgar Allan Poe. Essas empresas podem conseguir para você todo o material inédito (monografias, dissertações e teses) escritas sobre o assunto. E elas se guiam pelos resumos. Algumas universidades exigem que os trabalhos tenham, além do resumo, um abstract, que é o resumo em inglês. O objetivo é justamente facilitar a recuperação da informação.

EXEMPLO 1: O artigo demonstra a importância e a significação do tema “o duplo” na poética de Edgar Allan Poe. O tema dos duplos, além de suas significações psicológicas, demonstra a influência de Poe sobre autores contemporâneos, em especial Rubem Fonseca, Umberto Eco e Jorge Luís Borges.

EXEMPLO 2 RESUMO A relação história em quadrinhos/ciência passou por várias fases distintas. Em um primeiro momento, as HQs ignoram a ciência. Depois, com o surgimento da ficção científica nos quadrinhos, escritores e desenhistas se esforçaram em usar a ciência e a

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos tecnologia em suas histórias, tentando prever suas realizações. Esse é um período marcado por muitas antecipações.. Finalmente, em nossos dias, os quadrinistas estão divulgando uma visão crítica da ciência. Isso representa o amadurecimento da linguagem da HQ: os quadrinistas estão tomando partido de uma ciência ética e de paradigmas emergentes, representados pela teoria do caos. Watchmen é, provavelmente, o melhor exemplo desse processo. ABSTRACT The relation between science and comics passed by some different phases. In a first time, comics ignored science. In a second time, with the begin of science fiction in comic stores, writers and drawers strengthen to use science and technology, and to foresee it’s realization. In this moment there are a lot of anticipations. Finally, in now a day, comics authors are divulging a criticism vision of science. It’s represent the maturation of comics language: the authors are taking side of ethic science and new paradigm represented by chaos theory. Watchmen is, probably, the best example of it.

DEDICATÓRIA (opcional) Na dedicatória o autor homenageia alguém, dedicando-lhe o trabalho. A dedicatória é livre, podendo ser feita para pessoas conhecidas (filho, mãe, amigo) ou para personalidades.

EXEMPLO DE DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos os cientistas que foram incompreendidos em seu tempo, de Galileu a Darwin.

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AGRADECIMENTOS (opcional) Em geral o agradecimento deve se restringir às pessoas que tiveram alguma relação com o trabalho. Há pessoas que agradecem a toda a família, do tataravô ao netinho.

EXEMPLO DE AGRADECIMENTO Ao Professor Isaac Epstein, pela paciência e sabedoria. A Flávio Calazans, pelos valiosos conselhos. A Antonio Eder, pela biblioteca de Babel e pelos desenhos.

EPÍGRAFE (ocpcional) A epígrafe é uma citação que se refere ao trabalho. “O que os perturba? São os robôs dos sonhos que esvoaçam por seus berços alimentando-os com o néctar fresco da inteligência, a estrutura química de cada gota codificada com um oceano de conhecimentos? Seus bicos estreitos gotejam álgebra, ciberbotânica e uma cascata de linguagens excelentes. Não seriam eles que os impedem de dormir?” Alan Moore

SUMÁRIO O sumário é o índice do trabalho. Deve conter o número e o título dos capítulos, assim como a página de início dos mesmos. EXEMPLO DE SUMÁRIO

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos APRESENTAÇÃO ———————----------------------------—————— p.17 INTRODUÇÃO ——————-------------------------------————————p. 22 CAPÍTULO I – DE YELLOW KID A CHARLIE BROWN——---------— p. 32 CAPÍTULO II – TIRAS DE JORNAIS E AS PÁGINAS DOMINICAIS--- p.75 CAPÍTULO III – OS CONTEÚDOS IDEOLÓGICOS —--------------——P 108 CAPÍTULO IV – A EVOLUÇÃO DO SIGNO GRÁFICO —---—---——P 137 CONCLUSÃO ————————-------------------------------------------—— P. 156 BIBLIOGRAFIA ——------------------------------------------------------------—— P. 168 ANEXOS —————--------------------------------------------------------——— P. 171

LISTA (OU ÍNDICE) DE ILUSTRAÇÕES/ GRÁFICOS OU ABREVIATURAS Quando seu trabalhar tiver gráficos, ilustrações, ou houver a utilização muito freqüente de abreviaturas, deve-se fazer uma lista para cada um desses itens. A lista segue as mesmas regras do sumário. Importante: no caso das ilustrações, elas devem Ter um título, que deve ser reproduzido na lista.

EXEMPLO DE LISTA DE ILUSTRAÇÕES: LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Efeito Borboleta ——————-------———p. 29 Figura 2 – Júlio Verne ———————-------—-----— p. 41 Figura 3 – Robida, o inventor do futuro ——————p. 47 Figura 4 – Big Numbers ————---------------———p. 58

APRESENTAÇÃO A apresentação refere-se mais ao autor que ao trabalho. Na

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos apresentação é possível, por exemplo, justificar a escolha do tema, e esclarecer a importância do mesmo.

INTRODUÇÃO A introdução pode ser usada para demonstrar as coordenadas do trabalho: objetivos, metodologia etc. Também é aconselhável usar a introdução para definir os principais conceitos utilizados na monografia. Na introdução também deve-se começar a falar da tese do trabalho, mas não concluí-la.

CAPÍTULOS Os capítulos são usados para apresentar os argumentos e exemplos que fundamentarão a tese. Também é interessante reservar um capítulo para fazer um histórico do assunto.

AS CITAÇÕES Como já foi dito anteriormente, o argumento da autoridade é uma das principais características da redação científica. Isso ocorre através das citações, que podem ser diretas ou indiretas.

EXEMPLO DE CITAÇÃO INDIRETA Para Aristóteles14 , a comédia é a imitação das pessoas inferiores. O filósofo ressalta, no entanto, que o cômico se refere a um tipo de feio específico, no qual não cabe a dor. Um exemplo

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos disso é a máscara cômica usada no teatro grego que, embora distorcida e feia, não expressa dor.

EXEMPLO DE CITAÇÃO DIRETA Para Aristóteles, a comédia é a imitação das pessoas inferiores e refere-se à feiúra. Entretanto, para ele, a comicidade “é um defeito e uma feiúra sem dor nem destruição; um exemplo óbvio é a máscara cômica, feia e distorcida, mas sem expressão de dor”15 Observe que tanto no caso da citação direta quanto na citação indireta, a obra de onde foi tirada a informação deve ser referenciada, seja na nota de rodapé, no corpo do texto, ou em nota no final do capítulo. Citações curtas (de até três linhas) são colocadas junto do texto e devem vir referenciadas por uma nota de rodapé, um nota no final do capítulo, ou entre parêntese. As citações longas devem vir em parágrafo próprio, com um recuo. Veja:

EXEMPLO DE CITAÇÃO CURTA Por outro lado, é a redundância que dá forma a uma mensagem e permite que ela possa ser compreendida: “percebemos ou entendemos o mundo, ou seja, num certo sentido, temos informação a respeito dele a partir da redundância, que é uma redução dessa

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos informação ou variedade”. 16

EXEMPLO DE CITAÇÃO LONGA Portanto, o máximo de informação é também a nãocomunicação: Este é então o caráter dual da informação: por um lado, a TI é uma teoria que define a informação como variedade, cuja quantidade máxima ocorre na desordem ou estado caótico. Por outro lado, a própria percepção, segundo a teoria gestaltica, só é possível na medida da emergência de uma forma que, à luz dos conceitos da TI, é forma justamente porque contém menos variedade e portanto menos informação do que o estado caótico17

CITAÇÕES DE FONTES NÃO BIBLIOGRÁFICAS Uma dúvida comum entre os estudantes que elaboram sua primeira monografia é com relação à utilização de fontes que não tenham sido publicadas. Em especial quando se trata de uma palestra, uma conversa ou uma carta. Nesses casos, basta usar, na nota de rodapé, as expressões “Comunicação pessoal do autor” ou “carta pessoal do autor”. É sempre recomendado, quando se faz esse tipo de citação, entrar primeiro em contato com o autor e pedir permissão para a inclusão de sua frase no trabalho. Atenção: essas referências não devem constar na bibliografia final. JARDIM, Silva. Carta pessoal do autor.

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos JARDIM, Silva. Comunicação pessoal do autor.

A REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Todas as citações devem ter uma referência bibliográfica. Além disso, toda vez que se usa uma informação retirada de alguma fonte, deve-se citar a fonte, como no exemplo: Segundo Décio Pignatari, Edgar Allan Poe, um poeta desconsiderado pela crítica e pela história literária, volta novamente à luz. Mas agora não no setor literário, mas nos avançados campos da Linguística Estrutural e da Teoria da Informação. 18 Observe-se que não só o autor da informação é citado, como também o livro do qual foi retirada a mesma (em nota de rodapé). Quando se trata de dados concretos, e não idéias, muitos acreditam que não é necessário citar a fonte. Erro grave. Se, por exemplo, digo que a quantidade de mulheres que realizam abortos no Brasil é superior ao de países da Europa, eu tirei esse dado de alguma fonte. Se eu não a citar, o leitor terá a impressão de que eu inventei os dados. Vejam o exemplo (fictício) de referência bibliográfica de um dado: No Brasil atual as mulheres geram mais economia que os homens.19 Embora eu não tenha citado o autor da fonte no texto, eu o fiz na nota de rodapé.

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COMO FORMATAR A REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA LIVROS

SOBRENOME DO AUTOR, Primeiro nome do autor. Título do Livro sublinhado. Cidade em que foi publicado, Editora, ano, página.

EXEMPLO ECO, Umberto. Como se Faz Uma Tese. São Paulo, Perspectiva, 1998.

COLETÂNEA SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Nome. Título do Artigo in SOBRENOME DO ORGANIZADOR, Nome (org). Título do Livro grifado. Cidade, Editora, ano.

EXEMPLO OLIVEIRA, Ivan Carlo Andrade de. A Ciência e a Razão nas Histórias em Quadrinhos in CALAZANS, Flávio (org). Histórias em Quadrinhos no Brasil: Teoria e Prática. São Paulo, Intercom, 1997.

ARTIGOS E MATÉRIAS EM REVISTAS SOBRENOME DO AUTOR, NOME. Título do artigo in Revista,

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos número. Cidade, editora, ano, página. BERNARDES, Ernesto & NETTO, Vladimir. Os Bruxos das Eleições in Veja, ano 31, nº 37. São Paulo, Abril, setembro de 1998, p. 40-47. FALCONE, Mônica. Os Criativos estão Chegando: Entrevista com Domenico de Masi in Revista Goodyear Especial. São Paulo, Goodyear, 1991, p. 5-7.

INTERNET Coloca-se o nome da página, o endereço e a data da pesquisa. EXEMPLO Idéias de Jeca-tatu http://www.lagartixa.net/jecatatu Site visitado em 06.04.2000. No caso de livros virtuais, como este, coloca-se a citação normal, como no caso de uma citação de um livro normal, mais o endereço. Veja o exemplo: DANTON, Gian. Monteiro Lobato – Vida e Obra. Virtual Books http://www.terra.com.br/virtualbooks/novalexandria/gian/gian.htm. 06.06.2000.

CONCLUSÃO Os argumentos e exemplos apresentados nos capítulos devem ser fechados na conclusão.

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos BIBLIOGRAFIA Na bibliografia devem constar todos os livros citados no corpo do trabalho, e aqueles que serviram como fonte de pesquisa, mas não foram citados. Mais recentemente, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, tem-se visto teses cuja bibliografia é dividida em duas partes: a bibliografia normal, com livros consultados, e a bibliografia multimídia, ou multi-meios. Outros autores preferem juntar na bibliografia todas as fontes consultadas, independente do meio. Algo importante quanto à bibliografia é que, quando a referência passa para a segunda linha, deve-se pular três toques para começar a escrever. Outro detalhe importante: a bibliografia deve vir em ordem alfabética do sobrenome do autor.

Exemplo de Bibliografia CAGNIN, Antônio Luiz. Os Quadrinhos. São Paulo, Ática, 1975. CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara Org.. As Histórias em Quadrinhos no Brasil: Teoria e Prática. São Paulo, IntercomUnesp/Proex, 1997. __. Histórias em quadrinhos segundo o paradigma de Peirce. Leopoldianum, UNISANTOS, 16 (47): 77-86, 1990. __. Para entender as histórias em quadrinhos. Comunicação e Arte, ECA / USP, ano 12, 16:1995-204, 1986. OLIVEIRA, Ivan. O Roteiro nas Histórias em Quadrinhos. Recife, GT- Humor e Quadrinhos, Intercom, 1998. Multimídia CARVALHO, Helio; DONATI, Luisa Paraguai & PRADO, Gilbertto. Sites na Web:Considerações sobre o Design Gráfico e a

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos Estrutura de Navegação. wAwRwT. http://wawrwt.iar.unicamp.br/texto01.htm. 1997. DANTON, Gian. Complexo de Inferioridade. Esfera. http:// www,esfera.net/hq-complexo.htm. 06.06.2000. FRAGA, Tania. Arte e Ciência: Fundamentos Teóricos para a Arte Computacional. Museu Virtual. http://www.unb.br/vis/museu/ www/fund.text. 07.04.1997. PLAZA, Julio & Monica Tavares. Processos Criativos com os Meios Eletrônicos: Poéticas Digitais. WAwRwT. http:// wawrwt.iar.unicamp.br/texto31.htm . 08.05. 1997.

ANEXOS Em diversas ocasiões nos vemos com textos ou documentos que poderiam acrescentar um pouco mais de informação sobre o assunto, mas que não se encaixam nos capítulos. Nesse caso, podemos agregá-lo ao trabalho na forma de anexos. Nesse caso, deve-se iniciar com uma página de abertura na qual se lê apenas a palavra ANEXOS.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA SOBRE REDAÇÃO CIENTÍFICA ARISTÓTELES. Os Pensadores. São Paulo, Nova Cultural, 1996. ECO, Umberto. Como Se Faz Uma Tese. São Paulo, Perspectiva, 1998. Elementos Bibliográficos Para Trabalhos Científicos . Belém,

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Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos Universidade Federal do Pará – Biblioteca Central, 1991. MARTINS, Dileta Silveira & ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português Instrumental. Porto Alegre, Sagra Luzzatto, 1999. MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica. São Paulo, Atlas, 1997. Home Page Roberto Bazanini. http://www.casadosite.com.br/baza5.htm

NOTAS 1

GAJARDONI, Almyr. Carta ao Leitor. Superinteressante, ano 2, n#1. São Paulo, Abril, janeiro de 1988, p. 4. 2 REICHENBACH apud EPSTEIN, Isaac. Revoluções Científicas. São Paulo, Ática, p. 40. 3 (HEMPEL apud EPSTEIN, Ibid, p. 42) 4 Ibid, 43. 5 Kuhn, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Perspectiva, 1992, p. 19. 6 MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Lisboa, Instituto Piaget, 1995, p. 81. 7 Ibid, p. 8 FOUREZ, Gerárd. A Construção das Ciências. Sdb, p. 48. 9 EPSTEIN, Isaac. Teoria da Informação. São Paulo, Ática, 1986, p. 11. 10 FOUREZ, op. cit, p. 42. 11 ZANCHETTA, Maria Inês & FRANCO, Vera. A Nova Face dos Dinossauros in Superinteressante, ano 7, 7. São Paulo, Abril, 1993, p. 22-29 12 13

Os Cientistas. São Paulo, Abril Cultural, 1972, p. 8.

ECO, Umberto. Como Se Faz Uma Tese. São Paulo,

Perspectiva, 1998, p.96 14

ARISTÓTELES. Os Pensadores. São Paulo, Nova Cultural,

1996, p. 35 15

Ibid, p. 35

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EPSTEIN, Isaac. Teoria da Informação. São Paulo, Ática, 1986, p. 12.

17

Ibid, p. 7.

18

PIGNATARI, Décio. Informação. Linguagem. Comunicação. São Paulo, Perspectiva, 1976. 19 IBGE. Censo 1986.

INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR

, pseudônimo de Ivan Carlo Andrade de Oliveira, é jornalista, professor, roteirista e escritor. Mestre em comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo. Gian Danton

Tem realizado trabalhos para publicidade, como o roteiro do desenho animado SUS , para a Secretaria de Saúde de Curitiba. Sua produção literária inclui um livro infantil (Os Gatos, editora Módulo), um artigo na coletânea de artigos acadêmicos Histórias em Quadrinhos no Brasil: Teoria e prática e o livro Spaceballs, publicado pela Associação Brasileira de Arte Fantástica. Colabora com vários sites e publicações, além de manter uma coluna fixa no jornal O Liberal Amapá. Produz roteiros de quadrinhos desde 1989, +55 (11) 3042-2403 +55 (21) 3492-2403 +55 (31) 3889-2425


Keimelion - revisão dehttp://www.keimelion.com.br textos quando estreou na extinta revista Calafrio. Sua produção de roteiros para quadrinhos inclui histórias para as editoras Nova Sampa, ICEA, D´arte, Brazilian Heavy Metal, Metal Pesado e para a editora norte-americana Phantagraphics. Seu trabalho mais recente na área de quadrinhos foi o roteiro e a edição de texto da revista Manticore pelo qual ganhou os prêmios Ângelo Agostini (melhor roteirista de 1999) e HQ Mix (melhor lançamento de terror). Mantém o site Idéias de Jeca-tatu http://www.lagartixa.net/jecatatu, único no Brasil especializado na discussão sobre roteiro para quadrinhos. É membro titular e editor da revista eletrônica do Grupo de Trabalho Humor e Quadrinhos do Congresso de Comunicação Intercom. É professor titular de Língua Portuguesa do Centro de Ensino Superior do Amapá CEAP e de marketing, publicidade e propaganda e redação jornalística do Sistema de Ensino Superior da Amazônia - SEAMA.

Para corresponder com Gian Danton escreva:

calliope@uol.com.br

+55 (11) 3042-2403 +55 (21) 3492-2403 +55 (31) 3889-2425


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