Livro de Goho

Shorinji Kempo

Goho (tradução para Português)

Conteúdo

Nio ken................................................................................................................................................................. 5 Ryusui geri pg.8 ............................................................................................................................................... 5 A diferença entre Goho e Juho..................................................................................................................... 5 E sobre o Goho? ........................................................................................................................................... 5 Pensando na posição, do ponto de vista de quem defende. ....................................................................... 5 Uchi uke zuki pg.16 .......................................................................................................................................... 6 A técnica não é um simples padrão, mas uma opção, dependente das circunstâncias. ............................. 6 Byakuren ken ....................................................................................................................................................... 7 Tsubame gaeshi pg.24 ..................................................................................................................................... 8 Tsubame gaeshi é a forma básica de dan han ko ....................................................................................... 8 Pontos a ter em atenção no tsubame gaeshi .............................................................................................. 8 Chidori gaeshi pg.32 ........................................................................................................................................ 9 Qual a forma correcta de um Hokei?........................................................................................................... 9 Dan ko bo reduz o tempo do contra-ataque ............................................................................................... 9 Tsubame gaeshi e chidori gaeshi são omote e ura...................................................................................... 9 Suigetsu gaeshi pg.40 .................................................................................................................................... 10 Um Hokei que integra verdadeiramente todos os cinco elementos do atemi........................................... 10 O tipo de prática do atemi, que o Hokei lhe permite fazer........................................................................ 11 Hangetsu gaeshi pg.48 .................................................................................................................................. 11 A defesa que assenta apenas nas mãos não é suficiente .......................................................................... 11 Mudar de kokutsu dachi para zenkutsu dachi. .......................................................................................... 12 Prever o ataque e lidar com ele ................................................................................................................. 12 Tenno ken .......................................................................................................................................................... 13 Tsuki ten ichi pg.56 ........................................................................................................................................ 13 O movimento da parte de baixo do corpo não é complexo ....................................................................... 13 Gyaku ten ichi pg.64 ...................................................................................................................................... 14 Um ponto a ver é hiki ashi ......................................................................................................................... 14 Preparar para os movimentos subsequentes é importante ...................................................................... 15 É o convidar ao ataque que faz a técnica funcionar.................................................................................. 15 Tsuki ten ni pg.72 .......................................................................................................................................... 16 Dobrar e esticar o braço é a chave ............................................................................................................ 16 Faça a defesa e o contra-ataque usando todo o corpo ............................................................................. 17 Tsuki ten san pg.80 ........................................................................................................................................ 17

1

Quando lidar com os ataques, tenha em mente o que pode vir a seguir .................................................. 17 A sua linha central do corpo não deve estar inclinada .............................................................................. 18 Keri ten san pg.84 .......................................................................................................................................... 18 A defesa e contra-ataque para san ren ko ................................................................................................ 18 Cuidadosamente, coordene o uso de ambas as mãos............................................................................... 19 Kakuritsu ken ..................................................................................................................................................... 20 Kinteki geri hiza uke nami gaeshi pg.96 ........................................................................................................ 20 Uma técnica com uma resposta finalizadora go no sen............................................................................ 20 Mawashi geri san bo uke nami gaeshi pg.104 ............................................................................................... 21 Não fique fixado no taka mawashi geri..................................................................................................... 21 Primeiro compreender kinteki geri hiza uke nami gaeshi e juji uke geri ................................................... 21 Sango ken .......................................................................................................................................................... 22 Juji uke geri pg.112 ........................................................................................................................................ 22 O tempo necessário para juji uke geri ....................................................................................................... 22 Shita uke jun geri pg.120 ............................................................................................................................... 23 Preste também atenção à postura do atacante ........................................................................................ 23 A preparação mental é fundamental ........................................................................................................ 24 Gyaku tenshin geri pg.128 ............................................................................................................................. 25 Transferir o peso do corpo é a chave ......................................................................................................... 25 Mudar o peso e esquivar estão relacionados ............................................................................................ 25 Han tenshin geri pg.136 ................................................................................................................................ 26 Semelhanças e diferenças em relação a gyaku tenshin ............................................................................ 26 Deixe a técnica fluir suavemente ............................................................................................................... 26 Use uma abordagem composta ................................................................................................................ 27 Yoko tenshin geri pg.144 ............................................................................................................................... 27 Gyaku geri tem força e velocidade ............................................................................................................ 27 Circunstâncias para vantagem do defensor .............................................................................................. 28 A importância do timing para ataque e defesa ......................................................................................... 28 Harai uke geri pg.152..................................................................................................................................... 29 Defenda com uma linha, não com um ponto ............................................................................................ 29 Compreenda como uma técnica se encaixa .............................................................................................. 30 Chio ken ............................................................................................................................................................. 30 Jun geri chi ichi pg.160 .................................................................................................................................. 30 Posições diferentes exigem técnicas diferentes......................................................................................... 30 2

Ken uke é possível especialmente quando o ataque é kinteki geri............................................................ 31 Gyaku geri chi ichi pg.168 .............................................................................................................................. 32 Simular a jodan aumenta a eficiência do pontapé .................................................................................... 32 O treino deve incluir medidas de segurança.............................................................................................. 33 Gyaku geri chi san pg.176 .............................................................................................................................. 33 Uma combinação habilidosa de esquivar e defender................................................................................ 33 Prever ataques com base no que seriam os movimentos óbvios .............................................................. 34 Harai uke chi ni pg.184 .................................................................................................................................. 35 Não se limite a passar pelos movimentos! ................................................................................................ 35 A relação entre harai uke chi ni, gedan gaeshi e harai uke dan zuki ........................................................ 35 Ataque e defesa fundamentados no conhecimento dos possíveis contra-ataques................................... 36

3

Goho (tradução inglês/português)

4

Nio ken Este grupo de Hokei assenta em combinações jodan de ataque/defesa e, constituem um treino essencial do programa para ajudar os principiantes no domínio das técnicas básicas. Quando os kenshi de nível mais elevado executam as técnicas, em vez de um só contra-ataque, eles devem executar sequências de três ou quatro ataques.

Ryusui geri pg.8 A diferença entre Goho e Juho Na prática do Juho ninguém tentará fazer kata muna otoshi como resposta ao agarrar de um pulso, nem gyaku gote em resposta a uma pega à parte de cima do braço. Nem sequer será o caso de todas as maneiras de agarrar a gola poderem ser resolvidas utilizando kata muna otoshi; depois de agarrar, o adversário pode empurrar, puxar ou torcer e para cada tipo de ataque diferente existe um tipo diferente de contra-ataque.

Quando se pensa sobre isto, geralmente em Juho não existem várias maneiras diferentes para lidar com um único tipo de ataque.

E sobre o Goho?

Tomando Nio ken como exemplo, podem existir muitas técnicas diferentes para lidar com o mesmo ataque.

Pode defender-se e contra-atacar a jodan choku zuki, optando entre ryusui geri, uchi age zuki, uchi age geri, uchi uke zuki. Assim, que critérios existem para limitar as respostas que podem ser usadas no Goho?

Indo directamente para a resposta; a questão é que as técnicas que podem ser usadas, quando se enfrenta um atacante, estão limitadas pela distância, posição relativa [tai/hiraki], colocação dos pés, posição do corpo e por aí adiante.

Pensando na posição, do ponto de vista de quem defende.

Olhando para a sequência de fotografias A, podemos ver que após estar concluído o pontapé de resposta contra o ataque desferido, passaram apenas cinco fotografias. Assim, o tempo que leva a realizar-se ryusui geri é comparável ao tempo que leva um piscar de olhos.

Com tão pouco tempo disponível, qualquer que seja o movimento do corpo que se faça, não pode ser complexo.

A lista de técnicas básicas do Kyohan inclui dezasseis categorias de nomes e explicações relacionadas com a posição: oito são baseadas na posição dos pés, e oito na posição corpo [i.e. distribuição do peso].

As quatro variantes do ryusui geri (hidari ou migi, ura ou omote) caem nas três categorias seguintes: Em relação à posição dos pés todas são em gyaku choji dachi [i.e. como se utiliza em chudan gamae]; a posição do corpo será zen kutsu dachi ou ko kutsu dachi. A nossa sequência de fotografias aqui apresentada mostra a variante hidari mae, omote.

De acordo com o Kyohan, zen kutsu dachi é principalmente uma posição defensiva a partir da qual nos movemos para trás, sendo que ko kutsu dachi é principalmente uma posição para mover para a frente e executar um ataque.

5

Na fotografia A1, o defensor tomou conscientemente uma postura ligeiramente zen kutsu. Ele move então o seu peso para a perna para trás, executa ryusui uke, e pontapeia com a perna da frente. Essencialmente, a posição foi escolhida de modo a que corpo se mova facilmente na direcção pretendida.

Ao tentar executar o ryusui geri para a frente a partir de zen kutsu dachi iria colocar-se numa posição inconvenientemente inclinada para a frente; tentar fazer ryusui geri para trás, de ko kutsu dachi implica um desequilíbrio excessivo para trás. Em nenhum dos casos se consegue fazer um contra-ataque eficiente.

Mas vemos frequentemente os kenshi pensarem apenas em kokutsu dachi e zenkutsu dachi em termos de ataque, como sendo as posições para jun geri e gyaku geri, respectivamente.

Portanto, não apenas para o ryusui geri, mas no treino de Goho em geral, devemos estar também conscientes da posição e do kamae de quem defende – compreender qual a direcção em que se pode mudar suavemente o peso, e praticar a combinação de defesa e contra-ataque em resposta a um ataque.

Para transmitir este ponto aos principiantes, levando-os a praticar uma técnica simples, é eficaz ajudá-los a focar a sua a sua atenção. É exactamente por isso que o ryusui geri é a primeira técnica de Goho a ser introduzida.

Nota p8 A fotografia 1 mostra hidari chudan gamae; a fotografia 2 mostra hidari ichiji gamae. Estas são as duas posições mais comuns utilizadas nas posições básicas do Hokei (padrões) no ramo Goho do Shorinji Kempo.

Os pés estão em gyaku choji dachi.

Nota p9 Ryusui geri não depende do ashi sabaki [movimento dos pés], mas sim da mudança de posição de zen kutsu dachi para ko kutsu dachi, ou vice-versa. Desta forma pode esquivar o corpo ao ataque desferido, e juntar então o contra-ataque. Ao fazer ryusui geri, deve não só evitar o soco, mas também preparar ambas as mãos para lidar com qualquer sequência de novos ataques - possivelmente a jodan ou a chudan.

Nota p10 Ryusui geri é um Hokei que envolve o movimento do corpo designado por ryusui [literalmente: água que corre] de forma a esquivar-se a um ataque e, contra-atacar com keri.

Tentar realizar o contra-ataque ao mesmo tempo que se esquiva vai fazê-lo perder a postura e tornar o pontapé impossível.

Da posição utilizada para convidar ao ataque, deve mover o peso para aquela que virá a ser a perna de apoio para o pontapé, e fazer o contra-ataque a partir de uma posição estável.

Uchi uke zuki pg.16 A técnica não é um simples padrão, mas uma opção, dependente das circunstâncias.

A prática do Hokei é um tipo de treino extremamente importante para dominar as bases do Shorinji Kempo.

Para uchi uke zuki a forma praticada mais comum é provavelmente a do caso mostrado na nossa sequência de fotografias – na qual os parceiros assumem uma posição tai gamae, e em resposta a um gyaku zuki o defensor executa a forma ura de técnica.

6

Todas as técnicas têm pelo menos duas formas, lidando com os lados esquerdo e direito. E não é fora do comum, para cada uma delas existir omote e ura, perfazendo um total de quatro.

Isto não é uma variação de nível de diferentes pessoas com o seu próprio estilo pessoal; a questão é que qualquer Hokei apresentado tem pelos menos dois padrões distintos em vez de um só.

A prática do Hokei, posta de forma simples, permite a cada um desenvolver hábitos para responder a qualquer ataque com uma combinação de defesa/contra-ataque. Para desenvolver os hábitos correctos, cada pessoa deve ter consciência dos elementos que devem ser aprendidos, e praticá-los então repetidamente. As pessoas que praticam com a distância mínima issoku ikken, podem pensar que executar uchi uke zuki com mais distância se torna mais fácil; eles não vão certamente achar que se torna mais difícil.

No entanto, aquelas pessoas que praticam utilizando sempre um espaço maior, provavelmente irão ver que, se em vez disso, forem atacados de uma distância curta, o ataque vai parecer mais rápido e os hábitos de defesa que desenvolveram serão insuficientes para resolver a situação.

Através do treino, o atacante e o defensor devem encontrar a distância neutra mínima de treino, e treinar para encurtar a distância a partir da qual podem lidar com os ataques.

Nota p16 Uchi uke é realizado com o polegar e os dedos esticados, e usando o wanto. Ao defender perto do punho do atacante torna-se mais fácil utilizar a defesa para lhe desestabilizar a postura.

Nota p17 A forma omote de uchi uke zuki: em Goho, uma forma ura acontece quando o defensor se move em direcção à retaguarda do atacante; mover na direcção do peito do atacante é omote.

Em omote uchi uke zuki o defensor termina directamente em frente do punho do adversário. Assim, o timing do go no sen (defesa e contra-ataque) será lento. Deve usar tai no sen, em que a defesa e o contra-ataque são realizados quase em simultâneo com o ataque.

Nota p18 O uchi uke zuki é um Hokei em que o ataque choku zuki é enfrentado utilizando uchi uke seguido de um contra-ataque a chudan.

Para neutralizar o ataque, em vez de depender unicamente do uchi uke o defensor pode avançar com o pé da frente em diagonal, levando o corpo para fora da linha de ataque e aumentado a eficácia da defesa.

Byakuren ken Este grupo é constituído por Goho Hokei envolvendo um dan ko bo básico, i.e., uma técnica em duas fases onde a mão que defende é utilizada imediatamente para contra-atacar. O princípio em Byakuren ken é que uma só mão executa a defesa e o contra-ataque de forma tão rápida que é quase um só movimento. Ao realizar este Hokei a atenção deve ser centrada igualmente na velocidade e no controlo.

7

Tsubame gaeshi pg.24 Tsubame gaeshi é a forma básica de dan han ko No Kyohan, o Kaiso descreve tsubame gaeshi da seguinte forma: “Byakuren ken dai ichi é um bonita forma que envolve um rápido movimento de mão, originalmente designado por “depois do voo da andorinha”, que combina uma defesa com uma mão e um contra-ataque como se fossem quase o mesmo gesto, seguido por três pancadas ren han ko com um hábil tai sabaki… Tsubame gaeshi é a forma básica de dan han ko [contraataque a várias níveis], utilizado quando o atacante entra com sashi komi ashi de hiraki gamae e executa jodan gyaku zuki.” Dito isto podemos concluir que o aspecto mais importante ao praticar o tsubame gaeshi é aperfeiçoar a ligação do uchi uke para o shuto giri, como um dan han ko.

Pontos a ter em atenção no tsubame gaeshi O ponto mais importante é compreender e praticar a combinação com uma só mão para defesa e imediato contra-ataque. É também importante não esquivar demais lateralmente no momento da defesa. Se o movimento do corpo for muito grande, não será capaz de executar nem um shuto giri eficaz nem um ren han ko fluido. Uma das causas deste problema é mover os pés incorrectamente, deslocando-te excessivamente para o lado.

O movimento de pés no tsubame gaeshi é mae chidori ashi. Conscientemente dê um passo com o pé da frente, em ligeira diagonal, para que os seus pés conduzam o movimento do seu centro de gravidade e estabilizem a linha central do corpo, permitindo-lhe que lance o contra-ataque.

Compreenda que o propósito do mae chidori ashi do defensor, não se destina a fechar a distância por causa do contra-ataque, mas sim para esquivar do soco que entra.

O atacante lança um ataque procurando a posição onde o defensor se encontra. O que o defensor deve fazer é executar mae chidori ashi e uchi uke como defesa, e então de uma postura estável lançar um contraataque sobre o oponente, o qual neste momento está dentro da distância de contacto. Ao executar shuto giri abre caminho a um ren han ko eficaz.

Nota p25 Taiki gamae é uma posição que convida a um ataque jodan. A posição engloba neko ashi dachi, que lhe permite fazer um rápido kinteki geri a qualquer momento. Sempre que assume uma posição, deve estar claramente consciente de quais as áreas estabelecidas como jitsu e quais como kyo. Em taiki gamae, ao convidar a um ataque jodan, faz dessa parte kyo, enquanto faz de chudan e abaixo jitsu para evitar que os ataques lá cheguem.

O movimento chave em tsubame gaeshi é uchi uke (fotografia 1) para shuto giri (fotografia 2). Certifique-se que executa o shuto giri correctamente, e não se limita a focar no chudan zuki (fotografia 3).

Nota p26 Em resposta ao ataque lançado, o defensor avança com o pé da frente ligeiramente em diagonal para deslocar a parte de cima do corpo para fora da trajectória, defende com uchi uke, e executa então shuto giri com o mesmo wanto. O passo em frente do atacante para fazer o ataque define também a distância para o contra-ataque do defensor – assim não há necessidade do defensor dar um grande passo para a frente.

8

Chidori gaeshi pg.32 Qual a forma correcta de um Hokei?

Vamos confirmar [a partir do Kyohan] os movimentos do atacante e do defensor em chidori gaeshi: “Atacante: de hidari ichiji gamae, sashi komi ashi com o pé esquerdo, depois com a mão direita jodan gyaku zuki”.

“Defensor: de hidari taiki gamae, (1) mae chidori ashi guiado pelo pé esquerdo, então dan ko bo em que um uchi uke com a mão esquerda se transforma num imediato ura te (ura ken) uchi; (2) continuando execute chudan gyaku zuki com a mão direita, e aproxime ligeiramente [yose ashi] o pé direito. (Descrição do ren han ko omitida).”

Mas não será comum ver um kenshi começar com tai gamae e praticar chidori gaeshi contra um ataque sashikae ashi, jun zuki?

Isto não é o caso de um estar certo e o outro errado. A verdade é que chidori gaeshi pode ser um eficiente contra-ataque tanto para gyaku zuki como para jun zuki.

No caso de o atacante tentar um soco a jodan, é perfeitamente possível que a partir de uma distância especialmente curta em hiraki game ele possa tentar gyaku zuki, ou de um tai gamae um pouco mais distante possa encurtar a distância com sashikae ashi e lançar jun zuki.

Parece que existem algumas pessoas que, encontrando uma forma diferente daquela que sempre praticaram a considerem como sendo um erro.

Mas todos os Hokei de Goho têm pelo menos um par de formas à esquerda e à direita, e muitas têm quatro, para esquerda/direita, omote/ura mais um ren han ko. O ren han ko só por si pode variar indefinidamente dependendo das circunstâncias do atacante e do defensor, sendo que assim não se pode de todo dizer que realmente o Hokei não tem de todo uma forma?

Uma das armadilhas mais fáceis em que pode cair é focar-se demasiado numa só combinação de ataque/defesa, e tender assim a limitar a compreensão e a aquisição das técnicas. O padrão para avaliar se o Hokei está a ser correctamente executado deve ser se o defensor, em resposta ao ataque, consegue ou não executar uma sólida defesa e contra-ataque assente nas características especiais de alguma família de técnicas.

Dan ko bo reduz o tempo do contra-ataque No Kyohan, Kaiso diz que "no Byakuren ken embu, a importância deve ser colocada na velocidade e controlo."

Mas ao fixar-se nas palavras "velocidade e controlo", e ao assumir uma posição com a intenção de se mover rapidamente, a tensão no seu corpo tende a estragar a sua resposta.

Juntando mae chidori ashi, uchi uke, meuchi de forma suave mas segura, trabalhando sempre com o seu próprio ritmo, é o que levará ao resultado desejado de um rápido contra-ataque.

Tsubame gaeshi e chidori gaeshi são omote e ura Tanto tsubame gaeshi como chidori gaeshi são técnicas que convidam a um ataque jodan e respondendo com dan ko bo.

9

Em hiraki gamae, tsubame gaeshi é eficaz contra gyaku zuki, e chidori gaeshi contra jun zuki. Para tai gamae o contrário é verdadeiro.

Primeiro estabeleça claramente esta relação na sua cabeça, e comece então com o defensor fixado em qualquer migi mae ou hidari mae ao mesmo tempo que muda a disposição relativa [tai/hiraki], e depois de praticar o jun zuki treine com gyaku zuki, e assim por diante para aumentar a variedade de ataques com que pode lidar.

Nota p32 Chidori gaeshi e tsubame gaeshi têm uma relação ura/omote. A eficácia do meuchi é optimizada se não lhe colocar toda a sua força, mas antes se mantiver o braço descontraído.

Nota p34 O contra-ataque no chidori gaeshi é me uchi. Me uchi é um ataque ura te [costas da mão], no qual os dedos devem estar relaxados.

Depois de ter desviado o soco lançado, o defensor relaxa o braço do cotovelo para baixo, para fazer um contra-ataque em chicote visando os olhos do atacante.

Suigetsu gaeshi pg.40 Um Hokei que integra verdadeiramente todos os cinco elementos do atemi Quando ouve Byakuren ken, a imagem que lhe vem à cabeça é provavelmente dan ko bo, usando a mesma mão para defender e contra-atacar imediatamente.

Mas em suigetsu gaeshi não é porque usa uma só mão para defender e contra-atacar, mas sim porque o contra-ataque envolve uma combinação de dan zuki com yoko furi zuki e shoken uchi.

Vamos rever os movimentos do atacante e do defensor, em suigetsu gaeshi: “Atacante: de migi chudan gamae, sashi komi ashi e jodan choku zuki. Defensor: de hidari taiki gamae, (1) mae chidori ashi, hidari uchi uke, e ao mesmo tempo yoko furi zuki ao suigetsu com migi hiraken, puxa imediatamente a mão novamente para trás. Recolhe então migi shoken para terminar o contra-ataque com um golpe em balanço descendente ao keikotsu [os ossos do pescoço], (2) com as duas mãos empurra o atacante; sagari; zanshin " Em qualquer Hokei Goho, tem que cumprir os cinco elementos do atemi, nomeadamente; (1) a posição do alvo kyushu, (2) distância de ataque (3), ângulo, (4) velocidade e (5) kyojitsu.

O primeiro contra-ataque a suigetsu gaeshi é um yoko furi zuki para o suigetsu do atacante. Como é evidente em cada uma das sequências de fotografias, a posição do atacante depois de fazer jun zuki, abre um kyo na postura - com o peso na perna da frente, o braço da frente esticado e chudan exposto.

O suigetsu deve ser atingido com um golpe para cima directamente em frente. Porque neste caso, o corpo do atacante está meio rodado, um choku zuki chegaria num ângulo errado, e seria ineficaz. Ao utilizar yoko furi zuki é possível fazer o ataque no ângulo correcto para a oportunidade kyo.

Além disso, yoko furi zuki é um ataque especialmente eficaz em casos como este em que é usado contra o tronco a partir de uma curta distância. Isto porque, por ajustamentos, tais como mudar o ângulo do cotovelo, podem ser compensados caso esteja um pouco mais perto ou mais longe como resultado da esquiva em mae chidori ashi.

10

Após o yoko furi zuki, recolha imediatamente a mão para trás e em seguida aplique shoken uchi no keikotsu.

Também neste caso, os cinco elementos do atemi estão satisfeitos na medida em que o ataque a suigetsu fez o atacante inclinar-se para a frente. Em conjunto, isto perfaz um dan zuki eficaz.

Claro que não é apenas no suigetsu gaeshi que é importante para atingir o kyusho da maneira correcta - o que dizer trazer o atacante para uma posição de kyo, e em seguida, tendo em conta a distância entre o atacante e o defensor, aplicar imediatamente um ataque decisivo batendo no kyusho escolhido num ângulo que seja eficiente.

O tipo de prática do atemi, que o Hokei lhe permite fazer Se examinar os contra-ataques contra tsuki usados no Nio ken, a esmagadora maioria são choku zuki. Em contrapartida, em Byakuren ken encontra uma grande variedade de técnicas de contra-ataque: shuto giri em tsubame gaeshi, meuchi em chidori gaeshi, kumade uchi em hangetsu gaeshi e furi zuki em suigetsu gaeshi.

Além disso, estes atemi visam um kyushu no pescoço ou na face; todos são ataques de máxima eficácia, que vão funcionar mesmo a curta distância.

Pode dizer-se que os padrões Byakuren ken são destinados a confrontos a curta distância. Como parte disso exigem técnicas rápidas de contra-ataque, o que coloca dan ko bo e dan zuki como sendo especialmente úteis.

Para praticar atemis como este, que são utilizados para han geki [contra-ataques], em vez de ataques iniciais é vital praticar em sotai. Quando pratica Hokei com um parceiro, tem que assumir a postura correcta (que afecta o kyo e jitsu físicos), a localização do kyushu alvo, o ângulo, distância e o timing – tudo o que é necessário para fazer um atemi de contra-ataque eficaz.

Assim, embora existam alguns elementos do treino que não podem ser alcançados pelo Hokei, eles têm de facto este outro aspecto para permitir a prática eficaz do atemi.

Nota p40 O ponto principal do suigetsu gaeshi é o dan zuki, que envolve atacar o suigetsu (fotografia 1), puxando para trás a mão (fotografia 2), depois de bater no seikotsu do atacante com shoken uchi (fotografia 3).

Nota p42 Suigetsu gaeshi implica enfrentar o ataque desferido com uchi uke, usando a simultaneamente a sua posição ao longo do atacante para aplicar um furi zuki decisivo ao suigetsu. Então, recolhendo o primeiro suigetsu, como que puxando o cotovelo para cima, ataque a parte de trás do pescoço com a mesma mão. Depois deste atemi, termine empurrando o adversário.

Hangetsu gaeshi pg.48 A defesa que assenta apenas nas mãos não é suficiente Em hangetsu gaeshi o defensor posiciona-se em midari gamae e responde a uma entrada ren zuki usando hangetsu uke e shita uke ochi domi, e depois contra-ataca com kumade zuki.

Olhando atentamente para as vezes em que hangetsu gaeshi corre mal, parece que o problema assenta na parte que implica a rotação do corpo.

11

Para ser específico, o problema levanta-se quando o defensor tenta executar oshi dome contra gyaku zuki quando a sua zona chudan ainda está na linha do atacante. O resultado é uma postura com as costa para fora, da qual nem a defesa nem contra-ataque podem ser bem executados.

Mudar de kokutsu dachi para zenkutsu dachi.

Então que tipo de esquiva deve ser utilizada em hangetsu gaeshi? Vamos ver a sequência B. A fotografia 1 mostra o defensor a convidar o ataque em midari gamae, numa posição ligeiramente kokutsu dachi.

Uma coisa a ter em atenção neste momento é que o corpo dele está um pouco direito.

Nas fotografias 2 a 6, o atacante lança um forte ren ko contra a posição para a qual o defensor está a convidar. Durante este momento o defensor responde ao ren ko dando um passo para o lado e para a direita e, mudando de kokutsu dachi para zenkutsu dachi. Neste momento podemos ver corpo dele mais de lado do que quando estava a convidar o ataque.

Mudar a posição do corpo desta forma, permite que o defensor evite o ataque de entrada, como se simplesmente deslizasse passando por ele.

Olhando ainda de uma forma mais detalhada, pode ver na fotografia 3 que o hangetsu uke está em contacto com o jun zuki, mas como resultado do yoko ashi o defensor já evitou o ataque, esquivando-se.

Nas fotografias 4 a 6 o gyaku zuki é travado com oshi dome, mas pode ver-se que a defesa não é feita frente ao ataque, mas sim movendo em redor das costas do atacante e parando o soco lateralmente.

E vendo a sequência de fotografias C, na fotografia 1 os corpos do atacante e do defensor estão em linha, mas na fotografia 9, no ponto onde o defensor terminou a sua defesa, o corpo está completamente fora da linha de ataque.

Dito isto, não é apenas uma questão de sair do caminho do ataque; a combinação do hangetsu uke e do ochi dome actua tanto como uma sólida defesa bem como uma maneira de quebrar a posição do atacante, preparando o contra-ataque.

Prever o ataque e lidar com ele Existe uma tendência para que a defesa e o contra-ataque em resposta a um ren ko pareça precipitada. No entanto, desde que não se fixe no movimento das mãos, mas antes que foque a sua atenção no movimento dos pés e no tai sabaki, que formam o núcleo da defesa, o hangetsu gaeshi não é muito diferente do shita uke geri, também uma técnica de tai gamae.

A questão é que se um atacante aponta e lança o seu ataque, um simples passo é suficiente para afastar o defensor do ponto visado.

Sendo assim, seja um simples ataque ou uma qualquer combinação, o movimento da parte inferior do corpo, necessário para sair do caminho, é o mesmo.

Para juntar uma combinação defesa/contra-ataque tem que assumir a posição sem estar tenso. Acalme a sua mente, clarifique a imagem da defesa e do contra-ataque, e então convide ao ataque e lide com ele.

12

Nota p48 Midari gamae: a mão da frente defende contra jun geri, enquanto a mão de trás protege o tronco. Como taiki gamae, esta posição é utilizada quando se convida a um ataque jodan.

Nota p49 O ren ko do atacante não é evitado somente pelo movimento das mãos. Ao mudar de kokutsu dachi para zenkutsu dachi e movendo o centro do corpo, afasta o corpo da linha de ataque.

Não apenas no hangetsu gaeshi, mas no Goho em geral, a defesa exige uma combinação harmónica dos movimentos do corpo e das mãos.

Nota p50 Lidar com o ren ko do atacante usando apenas os movimentos das mãos, é virtualmente impossível.

Como resposta a uma sequência de ataque jodan, chudan é fundamental acompanhar com uma sequência de defesa hangetsu uke e shita uke com uma mudança da linha central do corpo e um kaishin [mudança do ângulo do corpo]. As defesas devem ser feitas não com a intenção de interceptar os ataques, mas de defenderem a cara e depois protegerem chudan.

Tenno ken Um grupo de Hokei que envolve ren ko bo. Os ataques tanto podem envolver uma sequência de socos, ou socos seguidos de pontapés, e todos começam com um ataque jodan. Uma forma especial é uma combinação de socos em que, numa só tentativa o atacante lança ataques da direita e da esquerda de forma tão rápida que parecem chegar quase em simultâneo e com a força enfatizada no segundo ataque em vez de no primeiro.

Tsuki ten ichi pg.56 O movimento da parte de baixo do corpo não é complexo Tsuki ten ichi é uma técnica de defesa e contra-ataque frente a jodan jun zuki, chudan gyaku zuki.

Comparado com um Hokei como os de Nio ken, pode dizer-se que tsuki ten ichi envolve elementos de elevada complexidade. Mas tal só é verdade para a parte superior do corpo.

Ao estudar os movimentos da parte inferior do corpo do defensor na sequência de fotografias A e B, podemos dizer que englobam um ushiro chidori ashi de tenshin, seguido imediatamente de keri kaeshi. Isto é tão simples como o movimento da técnica tenshin geri.

Podemos também observar que o ushiro chidori ashi deixa o defensor sair do alcance do jun zuki e esquivar ao gyaku zuki. Isto aumenta a eficácia da combinação uwa uke, shita uke, permitindo lidar com o ataque jo chu ni ren ko sem dificuldade.

Se parte do ataque atinge o alvo, é menos provável que o problema seja a lentidão do ren uke do que um ushiro chidori ashi insuficiente.

Ushiro chidori ashi é um recuo diagonal dirigido para atrás; uma forma de hiki ashi. Mas vemos frequentemente as pessoas fazerem tsuki ten ichi sem prestarem atenção ao aspecto de recuar em diagonal – movendo-se simplesmente com um passo para trás.

13

Na maior parte destes casos o defensor não se esquiva mesmo nada do gyaku zuki, mas pára-o com keri kaeshi.

O problema ao fazer tsuki ten ichi desta maneira, é que se o atacante roda para fora torna-se em alguém com um grande alcance, ou se o ataque é especialmente profundo, movimentar-se para trás, o suficiente para resolver o ataque, significa que mesmo que a defesa tenha sucesso, as hipóteses serão de terminar sem ser capaz de lançar o contra-ataque.

Deve registar na sua mente o facto de que ushiro chidori ashi é algo completamente diferente de um simples passo para trás.

Também, para diminuir o tempo necessário para executar a técnica – para que não seja vítima de um ataque rápido – tem que pensar cuidadosamente sobre a sua posição antes de a técnica começar.

A posição preparatória para tsuki ten ichi é hiraki gamae, com uma distância issoku ikken neutra, em ichiji gamae tem de estar pronto para um possível ataque keri. Para ajudar a fazer ushiro chidori ashi desta posição, o peso do defensor deve estar ligeiramente á frente (zen kutsu dachi).

Se estiver prestes a fazer uma corrida de 100 metros, tem que tomar uma posição que lhe permita começar a correr assim que a pistola for disparada. Uma preparação incorrecta para o waza é o mesmo que ouvir a pistola antes mesmo de estar preparado.

Nas técnicas de Shorinji Kempo, onde cada momento conta, uma posição desleixada fá-lo perder imenso tempo.

Nota p57 O defensor espera numa qualquer posição zenkutsu (fotografia 1), executa então uwa uke com sorimi (fotografia 2), depois ren uke com hikimi (fotografia 3). Movendo-se com ushiro chidori ashi, o defensor desloca o corpo para fora da linha de ataque (fotografia 4).

Nota p58 O ataque é ren zuki: jun zuki e depois gyaku zuki. Ao usar ushiro chidori ashi e posicionando a parte superior do corpo sobre a perna de trás, o defensor pode mover os alvos de jun zuki e gyaku zuki para fora de perigo.

Assim que o seu peso estiver na perna de trás, pode executar um contra-ataque com pontapé, com o pé da frente.

Gyaku ten ichi pg.64 Um ponto a ver é hiki ashi Em gyaku ten ichi, os movimentos do atacante e do defensor são os seguintes: Atacante: (1) fumi komi ashi com o pé esquerdo, depois um ni ren ko de jodan choku zuki com a mão direita, seguido de chudan gyaku zuki com a esquerda.

Defensor: (1) ushiro chidori ashi para a esquerda, um ren uke com uchi uke com a mão esquerda seguido de uchi harai com a mão direita, (2) keri komi com a perna direita, (3) kumo ashi para recuar; zanshin.

14

Como o atacante combina o jodan gyaku zuki e chudan jun zuki como um ni ren ko, naturalmente o uchi uke e o uchi harai do defensor formam um ren uke.

Para tornar eficaz a utilização do ren uke, o ashi sabaki mostra-se especialmente importante.

Uma coisa a ter em particular atenção é o hiki ashi. Se fizer um grande passo para longe vai perder a distância para o contra-ataque, assim, o ideal é fazer um pequeno ushiro chidori ashi e balançar a parte de cima do corpo para longe, esquivando ao primeiro ataque com tai sabaki.

Se sair directamente para trás, não retirará satisfatoriamente o seu corpo da linha de ataque. Assim, como em tsuki ten ichi, um ushiro chidori ashi pouco decidido significa que não será capaz de se esquivar totalmente do ataque que entra.

Preparar para os movimentos subsequentes é importante Vamos então verificar os movimentos para gyaku ten ichi, utilizando a sequência de fotografias B Fotografia 1: O defensor posiciona-se em ichiji gamae com zenkutsu dachi, convidando a um ataque tsuki.

Da fotografia 2 à fotografia 7, o atacante lança gyaku zuki. Em resposta a isto, o defensor afasta o corpo com ushiro chidori ashi, fazendo uchi uke ao mesmo tempo que se esquiva do soco lançado. Como o atacante lança o ren han ko focando o local onde o defensor estava inicialmente, na realidade este ushiro chidori ashi também serve para esquivar do segundo ataque jun zuki.

Para juntar a defesa e o contra-ataque fluidamente, deve incluir em cada movimento a preparação para o seguinte.

Para um ushiro chidori ashi movendo-se através do uchi uke, começasse-se em zenkutsu dachi. Depois, se quiser continuar imediatamente com uchi harai uke e keri kaeshi, tem que estar preparado puxando para trás a mão direita.

É o convidar ao ataque que faz a técnica funcionar Acima mencionámos que o atacante lança o ataque tendo como base a posição onde o defensor se encontrava, mas parece que muitas pessoas se preocupam sobre o que fazer se, em vez disso, o ataque for para onde se moveram.

Há também muitas pessoas que, até pensam que mesmo que se movam para o lado com ushiro chidori ashi, serão de facto atingidos.

O que ambos os casos têm em comum é que o defensor falhou ao assumir o seu próprio papel de convidar o ataque. Quando o atacante antecipa a posição para onde o defensor se vai mover, e ataca, o defensor é atingido porque se moveu para aí. Mesmo que o tai sabaki do defensor seja correcto, se ele entrar em pânico e se mover cedo de mais, dá ao atacante a oportunidade de ajustar a trajectória do ataque – aumentando mais uma vez as hipóteses de ser atingido.

Desde que o atacante esteja a utilizar as técnicas correctamente, os seus movimentos são muito compactos.

O que isto significa, é que mesmo contra um defensor rápido é possível que ele possa fazer o ajuste. Como o defensor deve estar perfeitamente consciente disto, em vez de assumir a posição com o pensamento “eu não quero apanhar”, deve realizar uma calma preparação mental com uma atitude semelhante a “vá lá, tenta atingir-me aqui”.

15

Nota p64 O momento seguinte ao executar ushiro chidori ashi para mover o corpo, e defender com uchi uke, o uchi harai deve estar pronto. E quase ao mesmo tempo que o uchi harai uke faz jun geri.

Nota p66 O defensor convida a partir de uma qualquer posição de zenkutsu dachi. Em resposta à combinação gyaku zuki, jun zuki (ren ko) do atacante, move o pé de trás em diagonal para sair do caminho do ataque. Enquanto move o pé deve iniciar o uchi uke, ao mesmo tempo que executa uchi uke inicia uchi harai uke, ao mesmo tempo que executa uchi harai uke inicia o pontapé de contra-ataque.

Tsuki ten ni pg.72 Dobrar e esticar o braço é a chave Os movimentos em tsuki ten ni são os seguintes: “Atacante: fumikomi ashi com o pé esquerdo, depois ren ko de jodan choku zuki com a mão esquerda, jodan choku zuki com a mão direita.”

“Defensor: (1) ushiro chidori ashi guiado com o pé esquerdo, depois dan uke de uchi age com a mão direita seguido de uchi otoshi dirigido para dentro; (2) keri age com a perna direita; (3) taishin [retirar], zanshin.”

Uma característica especial de Tenno ken é a sua combinação de socos direita/esquerda, lançados sem pausa, num único fôlego.

Logo que o ataque vem como um ren ko sem qualquer pausa, será difícil para o defensor lidar com a velocidade dos ataques se o uchi age e o uchi otoshi se separarem em dois tempos.

Para executar um dan uke fluido não adianta tentar manter o braço dobrado e movê-lo num caminho quase horizontal.

Se tentar realmente fazer isto, rapidamente verá que isso coloca uma severa tensão no ombro.

Ao tentar utilizar este tipo artificial de movimento de defesa não só tornará mais difícil lidar com um ataque rápido, como poderá até mesmo levar a lesões no ombro.

Embora o tsubame gaeshi de Byakuren ken seja o arquetípico de dan ko bo [ao invés de um dan uke], o caminho seguido neste caso entre o uchi uke e shuto giri é aqui profundamente relevante.

No tsubame gaeshi, o braço utilizado para dan ko bo contra jodan zuki, primeiro é dobrado para fazer uchi uke, e depois esticado ao longo do braço de ataque do adversário para fazer shuto giri.

Flectir e esticar é um movimento muito natural para o braço humano, por isso não coloca pressão sobre os ombros ou noutro qualquer ponto. Devido a esta falta de tensão, é possível uma rápida combinação defesa/contra-ataque.

Da mesma forma, se para o dan uke em tsuki ten ni não corrigir o cotovelo e tentar movê-lo horizontalmente mas, se pelo contrário, fizer bom uso da flexão e extensão do braço; pode executar um dan uke rápido e adequado ao ataque lançado.

16

Faça a defesa e o contra-ataque usando todo o corpo Vamos confirmar os movimentos envolvidos no tsuki ten ni olhando para a sequência de fotografias.

O defensor convida a um ataque jodan esperando calmamente em ichiji gamae, postura ligeiramente zenkutsu dachi.

O atacante correspondentemente lança um ren zuki para jodan.

Ao olhar para as fotografias 1 a 5 da sequência B pode ver que o defensor se desvia do ataque jodan choku zuki com hidari ushiro chidori ashi, e a seguir enquanto fecha o punho com a mão direita dobra o braço e executa uchi age uke.

Assim nas fotografias 6 a 8 vê-o abrir mão de novo e rapidamente esticar o braço para mudar então para uchi otoshi uke.

A razão para fechar a mão durante o uchi age uke é que isso ajuda a acção dos músculos flexores do braço, sendo que ao abri a mão para uchi otoshi uke ajuda os músculos extensores.

O que quero também aqui realçar, é o facto do uchi age uke ser acompanhado pelo ushiro chidori ashi.

De forma semelhante, a defesa uchi otoshi uke não é apenas uma questão de esticar o braço, mas também envolve uma rotação da anca e um empurrão para a frente no ombro.

Ao lidar com um ataque, é vital não confiar exclusivamente nos movimentos dos braços, mas em combinálos adequadamente com ashi sabaki e tai sabaki.

Desta maneira todos os movimentos do corpo trabalham juntos, deixando-o defender e contra-atacar sem dificuldade.

Nota p73 Então para não ser vítima de um rápido ren geki, o uchi age uke e o uchi otoshi uke não podem ser executados como movimentos “um, dois”, mas devem ser um único ataque. Para torná-lo possível é importante que o braço não esteja tenso, e que as articulações do ombro e do cotovelo se movam fluidamente.

Nota p74 Para maximizar o desempenho dos músculos flexores e extensores do braço ao executar um dan uke de uchi age e uchi otoshi uke, cerre o punho para o primeiro e abra-o para o seguinte. É vital que uchi age uke e uchi otoshi uke sejam executados não como duas acções separadas, mas como um único movimento ligado.

Tsuki ten san pg.80 Quando lidar com os ataques, tenha em mente o que pode vir a seguir Tsuki ten san e keri ten san começam ambos com o mesmo ataque ni ren de jodan choku zuki, chudan choku zuki. Se pensar no tipo de ataque que se poderá seguir a esta combinação jo, chu, vai perceber que terá de ser ou jun zuki ou gyaku geri.

17

Vendo ao contrário, o que isto significa é que após a realização de um ren uke em resposta a um jo chu ni ren ko, o melhor é estar numa postura em que fique preparado para lidar tanto com um soco como com um pontapé, seja qual for o que possa vir a seguir.

Entre os elementos que vão fazer um Hokei, existem os que são visíveis na forma, e aqueles que, tais como chosoku, happomoku e zanshin não têm nenhuma visibilidade óbvia. Após ter realizado ren uke deve estar em zanshin em que, a partir de onde uwa uke e juji uke são possíveis, e para conseguir perceber se o próximo ataque é jodan ou chudan, deve estar usar o happomoku.

Adicionalmente, para lidar calmamente com os ataques, o seu estado mental e sua respiração devem estar tão controlados como o estavam durante a sua posição inicial.

A sua linha central do corpo não deve estar inclinada Se vir de perto os movimentos do defensor na sequência de fotografias, verá que após a realização do ren uke o eixo do corpo está numa posição vertical e estável. Ambas as mãos, depois de fazerem a defesa, estão frente ao corpo, prontas a serem usadas novamente.

De uma maneira geral podemos dizer que um kenshi que neste momento não pode responder livremente tanto a um soco como a um pontapé está tipicamente curvado, e suas mãos estão totalmente comprometidas quer para lidar com um mais provável soco, ou um possível pontapé.

Ter o seu corpo estável e direito é exactamente o que necessita para que numa resposta a um soco possa facilmente executar sorimi uke e um eficiente contra-ataque. Mas a partir dessa posição também pode executar hikimi uke ou hiza uke, e portanto lidar igualmente com um pontapé.

Nota p81 Ao defender com precisão o jun zuki, gyaku zuki ni ren ko usando ushiro chidori ashi e ren uke, defender contra o terceiro ataque torna-se fácil.

Nota p82 A maneira de evitar o ni ren ko de jodan jun zuki, chudan gyaku zuki é a mesma que para tsuki ten ichi, usando um ren uke de uwa uke, doji uke.

Tendo constatado que um terceiro soco está a chegar, faça uwa uke e esquive com um movimento que desloque o peso para a perna de trás, terminando com jun geri.

Keri ten san pg.84 A defesa e contra-ataque para san ren ko Como foi mencionado no início desta secção, as famílias de técnicas Tenno ken todas têm um ren geki que começa com um soco. Keri ten san implica defender socos seguidos por um pontapé, e em seguida executar um pontapé de contra-ataque.

Obviamente, uma técnica que requer que defenda e contra-ataque o pontapé que chega como o terceiro ataque, só se juntarão, se conseguir defender com sucesso o jun zuki e o gyaku zuki anteriores.

Portanto keri ten san não é uma técnica que possa usar, a menos que tenha a capacidade básica para defender os socos e prosseguir com um pontapé de contra-ataque.

18

Também é importante pensar para além da definição deste particular Hokei, e lembrar que o pontapé final do ataque pode ser algo como kinteki geri ou mawashi geri, em vez de keri age.

Assim na medida em que o seu nível melhora, deve compreender e tornar-se hábil nas várias combinações de defesa/contra-ataque que pode fazer após o ren uke, usando shita juji uke, yoko juji uke, hiza uke ou talvez até san bo uke dependendo do ângulo do pontapé de entrada.

Como na vida real a escolha do ataque é inteiramente do atacante, todos os kenshi devem procurar melhorar o seu nível de treino, de acordo com suas capacidades, até que mesmo os ataques potentes possam ser resolvidos.

Cuidadosamente, coordene o uso de ambas as mãos No Kyohan, Kaiso escreveu “A característica especial de ten no san kata reside na utilização coordenada de ren uke e dan uke por ambas as mãos.”

Vamos então ver a sequência de fotografias A para ver como o defensor em keri ten san faz uso das mãos.

A sua mão direita faz uwa uke em resposta ao ataque inicial jodan choku zuki, depois uchi uke para lidar com o terceiro ataque (o pontapé).

A mão esquerda realiza shita uke para lidar com o segundo chudan choku zuki, em seguida, uchi harai uke para o pontapé.

Então na essência trata-se de ren uke de uwa uke com a mão direita e shita uke com a esquerda, e duas combinações de dan uke: uwa uke, uchi uke com a mão direita e shita uke, uchi harai uke com a esquerda.

Deve lembrar-se que é a combinação hábil destas acções de mão, juntamente com ashi sabaki e tai sabaki que juntas fazem a técnica funcionar como um todo.

A perícia em qualquer técnica de Shorinji Kempo requer ser consciente e tornar-se experiente num grande número de elementos individualizados. Mas não é bom tentar avidamente familiarizar-se com todos esses elementos o mais rápido possível. Numa sessão de treino deve concentrar-se num único elemento, construindo o seu leque de técnicas, lenta mas seguramente. Embora possa parecer um caminho mais longo, é a via mais rápida para a progredir.

Uma das coisas interessantes sobre Shorinji Kempo, é que não importa o quão forte possa ser, se não juntar cuidadosamente os elementos que compõem uma determinada técnica não será capaz de a fazer. Na verdade acho que há imensa satisfação envolvida no processo de aprender a realizar a técnica para compensar o caso de não ser tão forte.

Nota p89 Para permitir a confirmação dos movimentos de defesa dos envolvidos em keri ten san dividimo-los aqui em quatro imagens separadas. No entanto, logo que o ataque vem como um rápido ren ko, o defensor não pode separá-los em quatro movimentos distintos. Tenha em atenção que se houver uma pausa no ataque após o jun zuki, o defensor pode realizar uwa uke geri; se houver uma pausa após o ren zuki, o defensor pode fazer tsuki ten ichi.

19

Nota p90 Em keri ten san um equilíbrio correcto de tai sabaki e te sabaki [uso das mãos] é absolutamente vital. Após o ren uke, ambas as mãos mudam para juji uke para enfrentarem o pontapé, mas para isso, no te sabaki é importante não colocar força nos braços excepto no instante focalizado em que a defesa faz contacto.

Kakuritsu ken Estas são formas de ataque e defesa que envolvem o uso das pernas. Todas incluem ficar sobre uma perna para executar hiza uke seguido de keri kaeshi - uma técnica pouco usual de contra-ataque que é referida como haro kyaku geki [perna de ataque como uma onda].

Kinteki geri hiza uke nami gaeshi pg.96 Uma técnica com uma resposta finalizadora go no sen Como indicado pela parte nami gaeshi do nome das técnicas de Kakuritsu ken, a sua combinação de defesa e contra-ataque envolve um movimento contínuo, que é comparado ao fluxo e refluxo das ondas.

Kinteki geri hiza uke nami gaeshi é uma defesa e contra-ataque em resposta a kinteki geri.

Como vai apreciar, a partir da sequência de fotografias, a sequência de hiki ashi, hiza uke e kinteki geri é realizada num movimento sem pausa.

No entanto, é bastante comum ver um kenshi fazer uma pausa no momento do hiza uke, ou têm um momento difícil, porque enfrentou o pontapé do atacante com um golpe directo na canela.

O resultado é um ciclo vicioso no qual as técnicas Kakuritsu ken não são praticadas o suficiente, e assim as pessoas nunca são boas nelas.

Mesmo se for indiferente a uma defesa tipo pancada, vai perder o fluxo da técnica. Se isso acontecer, o atacante terá tempo para puxar para trás a perna, e assim mesmo que inicie o contra-ataque kinteki geri provavelmente ele não chegará ao sítio.

Por outro lado existem aqueles que especificamente evitam o golpe directo da tíbia lançando simplesmente machi geri para kinteki. Em termos de defesa pessoal isso é um jogo perigoso. Não importa o que pode acontecer contra um ataque em arco, como mawashi geri; se tentar lidar com um ataque rápido de curta distância, como kinteki geri esperando apenas por ele, e sem qualquer tentativa de defesa, mesmo que conseguia acertar o alvo, existe uma grande possibilidade de que ser atingido ao mesmo tempo.

Também tem que pensar que esta abordagem com machi geri não vai ajudá-lo a aprender a lição específica desta família de técnicas, i.e., a resposta go no sen a kinteki geri usando um movimento da perna em onda.

Nota p97 Tendo apontado o seu pontapé ao kinteki, o atacante não vai ficar nessa posição para sempre. Para que kinteki geri hiza uke nami gaeshi funcionem, o defensor termina lançando o pontapé de contra-ataque antes que o atacante tenha tempo de puxar a perna atrás. Para fazer uma rápida transição do hiza uke para kinteki geri, o defensor deve manter o joelho solto. Fazendo um esforço para se mover o mais rapidamente

20

possível, torna de facto as pernas rígidas, e reduz a velocidade. Levante o joelho relaxadamente, e contraataque, logo que o pontapé seja defendido.

Nota p98 É importante que depois de ter defendido o kinteki geri com hiza uke não pare, mas que num movimento como o voltar de uma onda, lance de imediato o contra-ataque kinteki geri. Basta levantar o joelho para ter o efeito desejado de criar um obstáculo no caminho do ataque lançado, e simplesmente esticando a mesma perna executa o contra-ataque.

Mawashi geri san bo uke nami gaeshi pg.104 Não fique fixado no taka mawashi geri Ao praticar Hokei, as funções de atacante e defensor são atribuídas e, em claro contraste com a situação durante o randori, a prática é feita através de uma forma de ataque pré-estabelecida. Para mawashi geri san bo uke nami gaeshi, o ataque estipulado pelo Kyohan é taka mawashi geri.

Ser capaz de realizar a técnica, conforme descrito no Kyohan é naturalmente importante. No entanto, não é bom fixar-se ao nível dos traços superficiais como se fossem regras em ferro fundido.

Antes de discutir isto, vamos primeiro ver o Kyohan para a explicação dos tipos de situações em que san bo uke pode ser usado: “San ren bo (san bo uke) é um tipo especial de defesa assente numa postura originalmente conhecida como san bo jin.

Quando um pontapé vem em direcção á cara, como se vê na fotografia é difícil avaliar se é um simples taka geri ou é de facto uma combinação dan geri que ataca a gedan e jodan simultaneamente. Portanto, torna-se necessária uma forma especial de defesa que combina yoko juji uke e hiza uke ".

Como é evidente a partir desta explicação, a razão para usar san bo uke como defesa é que o ataque inicial não é necessariamente a jodan.

O que você não deve fazer é interpretar a especificação Kyohan de taka mawashi geri no sentido restritivo de que nenhum outro ataque é permitido, mas deve vê-lo como um de uma série de ataques possíveis.

Se fosse absolutamente certo que o ataque só poderia ser taka mawashi geri, não haveria necessidade de proteger kinteki. Qualquer tentativa para o fazer seria um desperdício de esforço.

Portanto, mesmo durante o treino do mawashi geri san bo uke nami gaeshi, é importante que de vez em quando o atacante misture outros ataques tais como kinteki geri, chudan geri, e talvez também dan geri.

Primeiro compreender kinteki geri hiza uke nami gaeshi e juji uke geri Mawashi geri san bo uke nami gaeshi é, como kinteki geri hiza uke nami gaeshi, um membro da família técnica Kakuritsu ken. A característica especial desta família é o haro kyako geki [perna de ataque como uma onda]. Como indicado pelo uso da palavra haro [ondas], a transição da defesa para o contra-ataque deve ser um movimento contínuo, como o fluxo e refluxo de uma onda.

Muitas pessoas que têm problemas com mawashi geri san bo uke nami gaeshi têm-nos porque estão a separar a defesa do contra-ataque.

21

Como está escrito na explicação do Kyohan, san bo uke é como uma combinação de yoko juji uke e hiza uke.

Usando este facto de outra maneira, o que tem a fazer é usar a prática de juji uke geri e kinteki geri hiza uke nami gaeshi para captar o timing do juji uke, hiza uke e do keri kaeshi.

Então, quando for capaz de realizar estas duas técnicas, tente fazer kinteki geri hiza nami gaeshi uke gaeshi juntando-lhe juji uke, e ao contrário tente mover-se com a sensação de que está a misturar hiza uke no juji uke geri. Verá que mawashi geri san bo uke gaeshi nami se torna surpreendentemente fácil.

Um outro ponto é que só porque o atacante entra com um pontapé alto, isso não é razão para que o contraataque seja igualmente alto.

O contra-ataque padrão no mawashi geri san gaeshi bo uke nami gaeshi é chudan geri. Por outro lado, o contra-ataque mais fácil e eficaz é provavelmente kinteki geri, e quanto mais alto for o pontapé inicial lançado pelo atacante, mais fácil será pontapear o kinteki. Então, como exercício de aplicação prática de auto-defesa, que tal misturar alguns contra-ataques kinteki geri no seu treino?

Como exemplo de aplicação prática, a sequência de fotografias C mostra um contra-ataque kinteki.

Nota p104 Um defensor posicionado em ichiji gamae dá a entender estar preparado para um pontapé frontal. No entanto, o que deve fazer é preparar-se mental e fisicamente para lidar com qualquer ataque, tanto se trate de kinteki, chudan ou jodan.

Nota p106 Mawashi geri san bo uke nami gaeshi é um Hokei realizado contra um ataque taka mawashi geri, mas isto não significa que sempre que vem um ataque alto, deva usar san bo uke. Pelo contrário, é um método de defender que é eficaz, quando o defensor não consegue avaliar facilmente se o ataque será para kinteki, ou é um dan geri, etc.

Sango ken Este grupo é composto por Hokei que envolvem ataques e defesas chudan. Os ataques são socos ou pontapés, e as respostas envolvem defender com uma mão e contra-atacar com um pontapé. Para economizar espaço na sequência de fotografia estas técnicas são mostradas com combinações de um único ataque/contra-ataque, mas os estudantes avançados devem realizar ren han ko.

Juji uke geri pg.112 O tempo necessário para juji uke geri As técnicas de Goho são feitas com movimentos extremamente rápidos.

Passe os olhos pela sequência de fotografias A. Entre as fotografias 1 e 10, o atacante diminui a distância e pontapeia, e o defensor defende e contra-ataca com pontapé.

Esta sequência foi fotografada com uma velocidade de 14 fotografias por segundo, pelo que entre cada fotografia há aproximadamente 0,07 segundos, e a duração total desta defesa e contra-ataque é de uns míseros 0,63 segundos. Neste período de tempo o defensor faz hiki ashi para proteger kinteki, realiza juji uke, e faz seu pontapé de contra-ataque.

22

O Kyohan tem a seguinte explicação sobre os movimentos do defensor: "De migi ichiji gamae [a nossa sequência mostra hidari ichiji gamae] puxe um pouco para trás o pé direito para proteger kinteki, e enquanto o faz execute simultaneamente uchi harai uke com a mão esquerda e uchi oshi uke com a direita para fazer juji uke, então em seguida use a perna direita para o decisivo contra-ataque com pontapé."

A partir desta explicação, é claro que não pretende terminar hiki ashi antes de fazer a defesa, ou terminar a defesa antes de fazer o pontapé.

Como se viu na sequência de fotografias, o juji uke acontece durante o hiki ashi, e no momento da defesa, o pontapé de contra-ataque já deve estar a caminho. Essencialmente todos os movimentos estão ligados entre si. Este tipo de conjunto de movimentos interligados é referido como ikki dosa.

No entanto, essa expressão ikki dosa, é muitas vezes mal compreendida. Algumas pessoas pensam que significa que apenas faz o contra-ataque. Outros acham que os movimentos acontecem todos ao mesmo tempo, sem distinção entre eles. Se conseguir captar o significado correcto, de ligar um número de movimentos juntos sem pausa, verá logo que ikki dosa não acontece apenas no Goho mas também no Juho.

Na verdade, as técnicas de Shorinji Kempo dependem em tudo dessas contínuas sequências de movimentos.

Assim ao praticar Hokei deve configurar exactamente as condições estipuladas de distância, posição relativa [tai/hiraki], maneira de se posicionar e o kamae, em seguida treinar de modo a que sob essas condições se acostume a dar uma resposta correcta e precisa numa acção contínua.

Nota p113 A preparação mental do defensor quando em kamae é essencialmente a mesma que para mawashi geri sambo uke nami gaeshi.

Juji uke é uma defesa forte, composta simultaneamente por uchi harai uke e uchi uke.

Nota p114 Juji uke não é apenas uma questão de fazer uma cruz com os braços e colocá-los no caminho de um pontapé. Uma mão faz uchi harai uke, a outra uchi uke. No momento da defesa, a perna da frente deve ser puxada para dentro de modo a que sua postura esteja pronta para um pontapé de contra-ataque - caso contrário o contra-ataque estará atrasado.

Shita uke jun geri pg.120 Preste também atenção à postura do atacante A preparação para esta técnica é tai gamae, com o atacante em ichiji gamae e do defensor em hasso gamae.

Para alguém praticar a defesa para shita uke jun geri, pode parecer que o atacante tanto poderia começar a partir de chudan gamae como de ichiji gamae. Mas dado que a técnica Goho adequada para ser usada depende da posição relativa [tai/hiraki] e das respectivas posições do atacante e do defensor, importa como o atacante começa.

A razão para atacar a partir ichiji gamae é que se ficar inconscientemente em chudan gamae enquanto encurta a distância para fazer um soco, o defensor pode não ter que se dar ao trabalho de realizar shita uke jun geri, mas poderá fazer algo mais simples, como machi geri.

Então ichiji gamae é a postura que usa para estar preparado contra a jun geri.

23

Além disso, a razão pela qual o atacante vai lançar chudan jun zuki é precisamente porque ele e o defensor estão em tai gamae, e o defensor, ao adoptar hasso gamae, está a proteger os seus alvos em jodan mas convidando a um ataque chudan. Se o defensor estivesse em chudan gamae, com os cotovelos junto ao corpo, qualquer tipo de soco chudan seria difícil; chudan jun zuki parece ser uma hipótese remota. O defensor também predispõe o convite para jun zuki ao rodar ligeiramente de lado sendo então o hasso gamae usado para shita uke geri, garantindo assim que suigetsu dele está num ângulo desajustado para um ataque gyaku zuki.

A preparação mental é fundamental Assumir uma postura adequada envolve não apenas adoptar a postura correcta, mas também compreender verdadeiramente porque foi essa a postura adoptada. Vejamos o que o Kyohan tem a dizer sobre a posição: “Há muitas pessoas que pensam que a postura é apenas sobre a posição do corpo. Mas, por melhor que seja a postura, se não for acompanhada pela preparação mental, então é como uma pose de uma boneca inútil. Mesmo que pareça que a posição do corpo não deixa lacunas ou brechas, uma mente desfocada vai destrui-la; não é exagero dizer que o elemento mais importante da postura é a preparação da mente.”

“Mais ainda, é também um erro fazer um grande esforço durante a preparação mental, mas pense antes descontraidamente na postura. Se a sua postura não estiver correcta, não será capaz de responder às circunstâncias momento a momento.”

Foi assim que o Kaiso falou sobre importância de ambas postura e mente. E a preparação mental de que estamos aqui a falar não é apenas uma questão de determinação e espírito forte. Uma maneira de pensar sobre isto é que deve conhecer os aspectos kyo e jitsu da sua postura física, e usá-los para preparar na sua cabeça várias estratégias de contra-ataque contra uma série de ataques previsíveis. Por outro lado, poderá pensar na postura física como a particular posição do corpo que tornará possível predispor a sua preparação mental para o efeito. Assim, sem preparação, qualquer postura tem uma imensidão de aberturas a descoberto, enquanto uma postura desleixada torna-o incapaz de responder de forma apropriada. O Kyohan também tem isto para dizer: “O kamae diz respeito ao aspecto da formação de combate que permite ataques e defesas eficazes no Shorinji Kempo. Por outras palavras, deve ser a personificação física da energia – escondida dentro – de uma mente unificada, espírito e força.”

Não apenas para shita uke jun geri, mas, em geral, o sucesso ou o fracasso de uma técnica é largamente determinado, mesmo antes de começar, por essas tácticas subtis de postura e posicionamento.

Nota p120 O defensor assume hasso gamae com zen kutsu dachi.

Nota p121 Mudando de zenkutsu dachi para kokutsu dachi, execute shita uke e um pontapé de contra-ataque.

Nota p122 Tendo assumido hidari tai gamae, quando o atacante executa jun zuki o defensor defende com a mão direita, e move-se então para o ura do atacante. Ao praticar este Hokei não pense apenas nele como um soco a ser defendido com shita uke, mas considere cuidadosamente a relação do atacante com o defensor assim que a defesa tenha sido efectuada.

24

Gyaku tenshin geri pg.128 Transferir o peso do corpo é a chave Para gyaku tenshin geri o atacante e o defensor começam em hiraki gamae e o atacante avança com sashikae ashi para executar jun zuki. O defensor faz gyaku tenshin, keri kaeshi.

Vendo gyaku tenshin geri, vemos muitas vezes uma falha na coordenação dos movimentos das partes superior e inferiores do corpo. Os pés ficam presos, ou o contra-ataque após o tenshin não é realizado fluidamente. Ao contrário shita uke jun geri, para gyaku tenshin geri, o corpo não se move em linha recta: da posição, o pé da frente é puxado para trás enquanto a perna de trás actua como o eixo para um movimento circular do corpo; depois desta rotação, o que era o pé de apoio é utilizado para o keri kaeshi.

Este movimento do pé é gyaku tensoku. Se não for bem executado, a técnica não irá resultar.

Parece que a razão para ter os pés enrolados, ou estar atrasado no pontapé de contra-ataque, é frequentemente um problema na distribuição de peso entre as duas pernas.

No caso de começar em hidari mae hasso gamae, a sua perna direita será o eixo da rotação. Ao preparar-se para o ataque deve estar já em kokutsu dachi, com o seu peso sobre a perna direita.

Pensando num contra-exemplo levado ao extremo, se tentar defender com gyaku tensoku de zen kutsu dachi haverá uma pequena pausa na mudança para kokutsu dachi de maneira a que seu peso esteja sobre o pé pivô no gyaku tensoku. Isso é bom se tiver o tempo livre necessário para este movimento, mas se o ataque é rápido esse tipo de espaço para respirar normalmente não estará disponível. Mesmo um pequeno atraso aumenta a pressão sobre a defesa, tornando-se mais provável que tropece, ou que deixe de coordenar o movimento das partes superiores e inferiores do corpo.

Além disso, não pode executar um pontapé suave com a perna que estava parada a menos que o seu peso tenha sido totalmente transferido para a perna que recolheu.

Tenha em atenção que embora gyaku tenshin rode o corpo, tal não significa que o pé que foi puxado para trás tenha que seguir um caminho circular.

Um bom, rápido gyaku tenshin acontece puxando rapidamente o pé da frente, mudando prontamente o peso e, lançando a anca para frente para o keri kaeshi.

Ao avançar com sashikae ashi, o atacante pode obter um bom ângulo para atingir o chudan do defensor.

Shita uke jun geri aplica-se no caso em que o defensor convida ao ataque com uma qualquer postura zenkutsu dachi. Ao convidar a partir de kokutsu dachi, a maneira eficiente de prejudicar o ângulo de ataque e assumir uma boa posição para um contra-ataque é a utilização de gyaku tenshin.

Mudar o peso e esquivar estão relacionados Os movimentos defensivos em gyaku tenshin geri são uma combinação habilidosa de um tenshin uke assente em gyaku tensoku e num shita uke.

No entanto, muitos kenshi fazem esta técnica dependendo demasiadamente do shita uke. Mas se o gyaku tenshin é fraco e estiver a confiar na defesa, não há maneira de poder ter espaço adequado à manobra de

25

contra-ataque. Mudar o peso para a perna que foi puxada para trás é também um ingrediente imprescindível para conseguir colocar o corpo fora da linha de ataque.

Ao realizar a rotação, a parte superior do corpo é suportada pela perna de apoio. No final da rotação, todo o peso da parte superior do corpo foi transferido para a perna que foi puxada para trás. Assim, para começar a parte superior do corpo está sobre uma perna, e no final está sobre a outra. Logo, o gyaku tenshin é que permite ao corpo esquivar do ataque, e isto combinado com shita uke é que faz um gyaku tenshin geri eficaz.

Nota p128 O defensor assume hasso gamae em kokutsu dachi.

Nota p129 O defensor não precisa expor-se para rodar o corpo. Ao puxar o pé da frente para trás do pé de trás e ao mudar o peso, o corpo roda naturalmente para o movimento gyaku tenshin.

Nota p130 A principal característica do tai sabaki conhecido como gyaku tenshin é a esquiva movendo o corpo completamente para fora da linha de ataque. Ao invés de forçar deliberadamente o corpo a rodar, o defensor puxa o pé da frente para trás e transfere rapidamente o peso para este. Isto permite um simples, suave deslocamento do corpo.

Han tenshin geri pg.136 Semelhanças e diferenças em relação a gyaku tenshin Han tenshin geri é uma técnica na qual o atacante e o defensor começam em hiraki gamae, e em resposta a um ataque fumi komi ashi, gyaku geri o defensor executa han tenshin e um pontapé de contra-ataque.

Tanto han tenshin como gyaku tenshin são formas eficazes de ashi sabaki contra ataques de pontapés de grande profundidade.

Os dois movimentos adequam-se a diferentes maneiras de se posicionar. Gyaku tenshin é um movimento circular com o apoio no pé de trás; Han tenshin é uma rotação com o pé da frente como eixo. Gyaku tenshin é o mais fácil de realizar fluidamente a partir de kokutsu dachi.

Deixe a técnica fluir suavemente Vamos ver de perto han tenshin geri utilizando a sequência de fotografias.

Na fotografia 1 da série A, o defensor prepara-se para o ataque na posição migi mae num ligeiro zenkutsu dachi.

Nas fotografias de 2 a 8, o atacante realiza fumi komi ashi e depois gyaku geri, e o defensor recebe-o puxando seu pé esquerdo para trás para uma posição atrás do lado direito do seu pé direito. Este é um tenshin [rodar o corpo] que envolve han tensoku.

Vamos ver mais detalhadamente.

Nas fotografias 7 e 8, os pés estão nos mesmos lugares, mas na fotografia 7 o calcanhar do pé esquerdo está no ar, enquanto na fotografia 8 é o calcanhar que está fora do chão.

26

Assim poderíamos dizer que 7 é o instante em que termina o han tenshin, enquanto 8 é onde começa o keri kaeshi. Efectivamente o fim de um está em simultâneo com o início do outro.

Olhando para o atacante durante este tempo, na fotografia 7 ele ainda não endireitou o joelho. Mas mesmo quando ele está decidido a fazer o pontapé, o defensor já se afastou e é tarde demais para o atacante mudar a direcção do pontapé. Em seguida na fotografia 8, apesar do pontapé do atacante ainda não estar totalmente esticado o pontapé de contra-ataque do defensor já foi iniciado.

Olhando para as fotografias 9 a 12 vemos que o pontapé do defensor poisa no chão antes de o atacante puxar o pé para trás.

Assim a situação do atacante quando o pontapé de contra-ataque chega, é de tal forma, que de chudan para gedan está totalmente kyo, e está também instável apoiado numa só perna.

Isto mostra como o fluxo preciso do ataque e contra-ataque não pode ser dominado apenas por copiar superficialmente uma técnica.

A técnica só começa a funcionar após a devida compreensão de como o tai sabaki, a defesa e o contraataque estão todos interligados, e fundamentados em movimentos fluidos dos pés e do próprio peso.

Use uma abordagem composta Han tenshin geri inclui uchi otoshi uke como parte da defesa contra gyaku geri. Mas ao invés de considerar a defensa o principal elemento do defensor, deve entendê-lo apenas como uma protecção suplementar de chudan.

Se fizer o han tenshin timidamente e confiar no uchi otoshi uke para se proteger, então, a não ser que consiga parar o pontapé firmemente com o braço, ele vai entrar. Assim está colocar o seu braço em oposição directa com a perna do atacante, e o melhor que pode realmente esperar é um braço dorido. No entanto, não importa quão rapidamente o atacante pontapeia, o tempo necessário para realizar han tenshin deve ser muito menor.

Portanto, não se limite a contar com a defesa, mas conjugue o movimento do pé, o movimento do corpo, a defesa e o contra-ataque; desta maneira, será capaz de lidar até mesmo com um ataque potente.

Nota p136 No final do dia, o uchi otoshi uke em han tenshin geri é apenas suplementar; o foco deve estar no esquivar do ataque com a forma han tenshin de tai sabaki.

Nota p138 Como gyaku tenshin, han tenshin é uma forma de tai sabaki que coloca o seu corpo fora da linha de entrada de um ataque. Um ponto importante compartilhado por han tenshin e gyaku tenshin é que no momento em que o tenshin termina, o seu deslocamento do peso do corpo também deve parar - deixando-o pronto para executar o pontapé de contra-ataque.

Yoko tenshin geri pg.144 Gyaku geri tem força e velocidade Yoko tenshin geri é uma técnica para lidar com um ataque gyaku geri de tai gamae.

27

Ao praticar pontapés com protecções de corpo, a combinação sashi komi ashi, gyaku geri é certamente a forma mais comum de pontapear.

Na verdade, geri gyaku é um tipo clássico de ataque, caindo sobre o defensor, com força e velocidade.

Para evitar um tal ataque, recuar simplesmente não é bom.

Se apenas recuar, não será capaz de conseguir desferir um contra-ataque, e se o ataque for profundo existe o risco de poder atingi-lo de qualquer maneira.

Olhando para as técnicas de sango ken, não há uma única em que o defensor apenas recue. Para shita uke jun geri move-se diagonalmente para trás com ushiro chidori ashi, enquanto tanto han tenshin geri como gyaku tenshin geri fazem uso de movimentos de rotação que levam o corpo a ficar fora da linha de ataque.

Circunstâncias para vantagem do defensor O tai sabaki e o contra-ataque do defensor com pontapé devem que ser mais compactos do que o movimento de entrada e ataque do atacante.

Vamos analisar yoko tenshin geri em detalhe. Por muito que o ataque seja rápido, o facto é que a arma de ataque (a sola do pé esquerdo do atacante) começa a cerca de dois metros de distância do alvo (suigetsu do defensor).

Porque o ataque é dirigido ao seichusen [linha central] do defensor, a distância para que ele se deve mover lateralmente para esquivar é de metade da largura do corpo - talvez cerca de 20cm. Este é apenas um décimo da distância a ser percorrida pelo ataque, e é um movimento de um só passo que qualquer pessoa pode fazer.

Além disso, quando o ataque acontece, o defensor está firmemente em ambos os pés, e assim é fácil fazer o movimento de esquiva.

Em contraste, quando o defensor coloca o seu keri kaeshi, o atacante está em pé sobre uma só perna e, portanto, não se pode esquivar.

A importância do timing para ataque e defesa Mesmo que o defensor rode apenas um décimo da distância do ataque, iniciar os movimentos de defesa no momento errado vai inviabilizar a possibilidade de uma defesa e contra-ataque directos.

Olhando para a sequência de fotografias A, vemos que nas fotografias 1 a 5, quando o atacante está a avançar e até o ponto de executar gyaku geri, o defensor espera calmamente numa posição zenkutsu. O início do movimento yoko tenshin é na fotografia 6, quando o atacante começa o seu gyaku geri. Neste ponto o ataque foi lançado na direcção do alvo escolhido, e será difícil mudar a sua trajectória.

Em contrapartida, se o defensor começou a mover-se mais rapidamente nas fotografias 3 ou 4, o atacante será capaz de ajustar a trajectória do pontapé. Mesmo com um yoko tenshin, a possibilidade de ser atingido pelo pontapé será muito maior.

O pontapé do atacante tem que se mover dez vezes tanto quanto a esquiva do defensor. Se o defensor não se precipitar, ele poderá tranquilamente entrar no ataque sendo que após esta esquiva, o atacante está numa posição onde não pode fazer tai sabaki contra o contra-ataque.

28

Nota p144 As técnicas de Sango ken devem ser feitas com a clara consciência do kamae e da posição relativa [tai/hiraki]. Tanto han tenshin geri como yoko tenshin geri envolvem o mesmo ataque gyaku geri, mas quando espera em zenkutsu dachi em tai gamae, a resposta eficaz para gyaku geri é yoko tenshin geri.

Nota p146 Ao ficarem frente-a-frente em tai gamae, um ataque gyaku geri é resolvido com yoko tenshin geri. Quando o atacante fecha a distância e pontapeia, isso também o traz para o alcance de um pontapé de contra-ataque.

Se não recuar, mas se realizar um movimento tenshin lateral, o defensor pode chegar até à distância de um contra-ataque eficaz.

Harai uke geri pg.152 Defenda com uma linha, não com um ponto Nas sessões de estudo, os alunos costumam dizer (1) contra um ataque como furi geri, certamente harai uke geri não vai funcionar, e (2) quando eu faço harai uke dói-me o braço; como posso evitá-lo?

No que diz respeito a (1), tem que pensar sobre o que é necessário para fazer um ataque bem sucedido. É verdade que a trajectória de um furi geri difere de um sashikomi mawashi geri, portanto fazer harai uke geri duramente contra isso não vai resultar. Mas isso não significa que não se pode defender do furi geri.

O ataque e a defesa do kinteki é um elemento fortemente enfatizado no Shorinji Kempo. Contra alguém que é muito experiente no kinteki geri, como uma táctica de defesa, furi geri é efectivamente afastado como uma opção de ataque.

Sashikomi mawashi geri é o tipo de coisa que um atacante tem de fazer para diminuir a distância sem ficar ele próprio exposto a um contra-ataque kinteki geri.

A pergunta (2) é respondida pensando em como fazer uma defesa bem sucedida.

Vendo a técnica das pessoas que perguntam sobre o magoar dos braços, vemos a maior parte defender perpendicularmente ao pontapé de entrada. Isso significa que um único ponto na perna do pontapé bate num único ponto do braço que defende.

Um elemento importante do harai uke, é bater no ponto vital san in ko. Mas ao concentrar-se demais nisso fica susceptível a conduzir a um choque frontal. Por muito que endureça os braços, isso não é coisa que eles suportem.

Se olhar atentamente para a sequência de fotografias B, verá que o movimento da defesa segue o da perna do pontapé.

O ataque nestas fotografias é muito rasante, assim a defesa não faz muito contacto. Mas mesmo que o ataque fosse profundo, usando uma defesa que segue a linha da perna e corta profundamente san in ko significa que o braço não bate apenas com um ponto.

Transformar a área de contacto de um ponto para uma linha reduz o choque do impacto, e portanto o risco de lesão.

29

Um resultado adicional é que bate no san in ko.

Compreenda como uma técnica se encaixa Como o próprio nome sugere, harai uke geri implica defender contra um pontapé usando harai uke ou uchi harai uke, e então um contra-ataque keri.

Existem muitos Hokei cujos nomes combinam simplesmente aqueles que correspondem à defesa principal e às técnicas de ataque: harai uke geri, juji uke geri, uchi uke geri, ryusui geri e assim por diante.

Assistindo a um cenário em que as pessoas que praticam Goho, vemos muitas vezes que se harai uke ou juji uke estão incorrectos, eles só pensam em tentar corrigir os movimentos das suas mãos.

Uma técnica Goho é composta por elementos que incluem (1) kamae (2), a posição dos pés (3), a movimentação dos pés (4), tai sabaki [o movimento do corpo], (5) técnicas de defesa (6), alternar entre ataque e defesa, (7) conhecimento das alternativas, chosoku, happomoku, zanshin, e assim por aí adiante.

No entanto, elementos como estes não podem ser aprendidos com ataques-relâmpago, um de cada vez. Eles só funcionam quando habilmente interligados.

Entre as técnicas de defesa do Shorinji Kempo, nem uma única envolve movimentos complicados dos braços.

Em última análise, os movimentos passam por estender, encolher, ou balançar o braço.

Portanto quando uma defesa não está a funcionar bem, ao invés de ficar obcecado apenas com o movimento do braço, deve pensar em como postura, colocação dos pés e o movimento dos pés estão todos relacionados, e trabalham para melhorar a combinação como um todo.

Nota p153 Ao usar uchi harai uke enquanto se movimenta com mae kagi ashi, o defensor pode defender-se facilmente contra san in ko.

Nota p154 Em vez de pensar no harai uke como sendo usado para defender o pontapé de entrada, pense nele como protecção do seu próprio chudan. Ao utilizar ashi sabaki e tai sabaki para se esquivar ao ataque, pode parar o pontapé com poucos ou nenhuns danos no seu braço.

Chio ken Como em Tenno ken, estes Hokei são baseados em ren ko bo. Enquanto as técnicas de Tenno ken lidam com ataques que começam com um soco, Chio ken destina-se a ataques que começam com um pontapé.

Jun geri chi ichi pg.160 Posições diferentes exigem técnicas diferentes Além das técnicas de Chio ken, o kinteki geri como ataque é abordado em kinteki geri hiza uke nami gaeshi, em Kakuritsu ken. Como é que essa técnica difere desta?

30

Qualquer um pode ver que em kinteki geri hiza uke nami gaeshi o ataque é apenas um único kinteki geri, enquanto para jun geri chi ichi existe o adicional ebi zuki. Mas a diferença mais significativa reside na posição do defensor.

Em kinteki geri hiza uke nami gaeshi, o defensor está em kokutsu dachi. Em jun geri chi ichi, o peso do defensor é igual em ambos os pés.

Quando está em kokutsu dachi é fácil responder a kinteki geri e de imediato fazer hiki ashi e hiza uke.

Mas se o seu peso está distribuído uniformemente, ou se estiver em zenkutsu dachi, realizar hiki ashi requer uma mudança do peso em fracções de segundo. Para cobrir a vulnerabilidade durante esta fracção de segundo, usa ken uke.

Ken uke é possível especialmente quando o ataque é kinteki geri Um dos membros da equipa de Hombu conta uma história sobre ter partido um dedo num randori, durante os seus dias de estudante, por inconscientemente usado ken uke contra um pontapé.

Eu perguntei qual foi o tipo de pontapé, e como o foi feita a defesa.

A resposta foi que o par estava em tai gamae, e quando o adversário lançou um jun geri contra chudan o defensor apontou imediatamente um ken uke contra o pé que se aproximava.

Em todos os Hokei do Shorinji Kempo, o ken uke nunca é usado contra a outra coisa senão o kinteki geri.

Kinteki geri é um tipo de pontapé concebido para atingir a região da virilha com o peito do pé; não é destinado a alvos mais altos, como suigetsu. Ken uke é uma defesa que pode ser usada contra kinteki geri, e da mesma maneira não é adequada a outros pontapés.

Se um pontapé vem na direcção do seu suigetsu, usando ken uke só porque o seu posicionamento relativo passa por ser o mesmo que para um ataque kinteki geri é um movimento imprudente. Não será uma surpresa se partir os dedos.

Além disso, mesmo quando aplicado contra kinteki geri, para evitar magoar-se, o ken uke deve ser realizado com o punho bem fechado e um pulso activo [i.e., não dobrado].

Assim ken uke é uma defesa que, se for mal feita, traz risco de lesões. No entanto usamo-la porque parar um kinteki geri usando a sua zona-alvo simplesmente não é uma opção viável.

O atacante faz o kinteki geri enquanto a executa ebi zuki como uma simulação para jodan. O alvo do pontapé é orientado para onde o defensor estava inicialmente.

Este é um ponto crucial. Um defensor recebe sempre ataques destinados a chegarem à posição onde ele estava.

Ao mover o corpo para trás, o defensor muda a sua área-alvo para fora da posição para onde o ataque kinteki geri foi convidado.

E então executa ken uke na posição originalmente ocupada pelo alvo. Desta maneira, a defesa atinge naturalmente o pontapé.

31

Não é absolutamente o caso em que a defesa é feita para atingir o pontapé.

O pontapé vem a voar até si em décimos de segundo. Mesmo que tente, não pode esperar para bater no ponto vital pretendido.

Ao ler as intenções do atacante, e usando ken uke para cobrir o kyo na sua postura, é o que permite que seja eficaz.

Nota p160 O defensor enfrenta o atacante em zenkutsu ichiji gamae. Ao proteger-se contra a simulação ebi zuki usando uwa uke, protege-se contra a kinteki geri usando o joelho e ken uke. Ken uke não deve ser considerado como destinado ao pé do pontapé, mas para o anular e proteger a região kinteki.

Nota p162 É muito difícil fazer um bom ken uke, tentando direccioná-lo. Mas, porque pontapé do atacante é dirigido ao kinteki, colocando ken uke na posição do alvo irá atingi-lo. Fazer esta defesa é como montar uma armadilha para um animal cair nela.

Gyaku geri chi ichi pg.168 Simular a jodan aumenta a eficiência do pontapé Em Chio ken chi ichi no kata estão jun geri chi ichi e gyaku geri chi ichi.

Ambos estes Hokei envolvem uma simulação usando ebi zuki ou algo similar, juntamente com kinteki geri. A diferença entre eles, reside em saber se o kinteki geri é jun geri ou gyaku geri.

Quando considera a posição do kyusho [ponto vital] em kinteki, um ataque de frente é claramente o mais eficiente.

Se o ataque pode ser feito mais eficientemente usando jun geri ou gyaku geri é fortemente determinado pela posição relativa [tai/hiraki] e a separação entre o atacante e o defensor.

De uma dada distância, porque gyaku geri usa como perna de apoio aquela que já está mais perto do defensor, o pontapé chega mais longe do que jun geri.

O que isto significa é que quando os adversários estão posicionados na distância issoku ikken é que gyaku geri requer um menor movimento de aproximação do que jun geri.

Por outro lado, porque gyaku geri vem de uma posição mais distante do defensor, é um movimento mais longo que torna mais fácil ao defensor de lê-lo do que um jun geri.

No caso de jun geri chi ichi o atacante e o defensor estão em tai gamae, da qual jun geri oferece a oportunidade mais fácil para um ângulo de ataque eficiente contra kinteki.

No entanto, porque o defensor é obrigado a criar posição a uma distância segura do atacante, é necessário distraí-lo com ebi zuki encurtando a distância para a jun geri.

Gyaku geri chi ichi é realizado de hiraki gamae. Em hiraki gamae é gyaku geri que oferece uma melhor hipótese de um bom ângulo de ataque contra kinteki.

32

A fim de fazer uso eficaz do grande movimento gyaku geri, ele deve ser realizado após o uso de ebi zuki para chamar a atenção do defensor para longe da região gedan.

Assim, o ebi zuki utilizado nas técnicas tais como jun geri chi ichi ou gyaku geri chi ichi não é apenas parte de alguns kata fixos, mas serve para aumentar a eficácia do ataque com pontapé.

O treino deve incluir medidas de segurança Pode dizer-se que quanto mais feroz for o ataque utilizado na prática de alguns Hokei, maior o nível do treino que se consegue.

No entanto, porque os Hokei no Chio ken envolvem ataques potencialmente perigosos para os olhos e para o kinteki, há uma tendência para os atacantes para se conterem.

Portanto, dependendo do nível da prática pode ser necessário para o defensor usar uma “conquilha” ou um capacete como medida de segurança.

Em termos da intensidade dos seus efeitos, e ao facto de que ninguém pode resistir a ser batido aí, poderá pensar no kinteki como o kyusho número um contra um homem.

Quando Shorinji Kempo é praticado como um método de defesa pessoal, treinar defesas e contra-ataques para este kyusho «número um» é claramente de enorme importância. Assim, na medida em que pratica Chio ken’s chi ichi no kata envolvendo o treino de ambos os parceiros no ataque e defesa do kinteki, poderá considerar estas técnicas como sendo técnicas finalizadoras no Shorinji Kempo.

Nota p169 Embora Chio ken assente em torno de sequências ren ko bo que começam com um pontapé, jun geri chi ichi e gyaku geri chi ichi tornam-se uma excepção por começarem realmente com ebi zuki. Da mesma maneira que Tenno ken tem a característica de que as combinações do seu ataque são lançadas sem uma pausa, o ebi zuki e o kinteki geri nas técnicas de Chio ken não são dois movimentos distintos. O atacante deve ter a noção de que o ebi zuki é para chamar a atenção do defensor para jodan por um fugaz instante, durante o qual o kinteki geri também é colocado.

Certifique-se que o pulso está “activo” quando executa o ken uke.

Nota p170 Nem gyaku geri chi ichi nem jun geri chi ichi envolvem um ataque kinteki geri lançado do nada; ambos usam ebi zuki para primeiro desviarem a atenção para longe da área gedan. Se o ebi zuki não é realizado de forma convincente, não vai funcionar como uma simulação; o atacante deve fazer deste o primeiro ataque que deveria atingir o defensor se não fosse defendido.

Gyaku geri chi san pg.176 Uma combinação habilidosa de esquivar e defender.

Vamos confirmar os movimentos de gyaku geri chi san no Kyohan: “Atacante: (1). Sashikomi ashi, pé direito kinteki geri; (2) baixar o pé, mão direita para shuto giri ao keichu; (3) continuar com chudan gyaku zuki com a mão esquerda. “

33

“Defensor: (1) puxa o pé esquerdo para trás, faz ken uke com a mão esquerda, (2) soto oshi uke com a mão direita, (3) shita uke com a mão esquerda, então enquanto se move para ichiji gamae executa keri kaeshi com o pé direito. “ Embora esta explicação esteja dividida nas etapas 1, 2, 3, escusado será dizer que, na prática o gyaku geri, shuto giri, chudan zuki formam um ren ko contínuo.

A sequência de fotografias A mostra o defensor a convidar o kinteki geri partir de uma posição zenkutsu, em seguida protege o kinteki realizando ken uke enquanto muda para kokutsu dachi.

De acordo com as instruções dadas acima, no passo 1 o defensor deve fazer ken uke enquanto puxa para trás o seu pé esquerdo. Parte do objectivo deste hiki ashi é mover o alvo kinteki para trás, longe do ataque.

Pode ver na sequência de fotografias que o defensor não puxa realmente o seu pé esquerdo para trás.

No entanto, o que o defensor está a fazer aqui em vez de hiki ashi é esquivar o kinteki do pontapé de entrada usando o movimento de zenkutsu dachi para kokutsu dachi.

Utilizando o seu “momento”, o atacante, continua o kinteki geri com shuto giri e chudan zuki. Este shuto giri tem o mesmo ângulo de tsubame gaeshi, e constitui um ataque extremamente perigoso.

Portanto, imediatamente após o ken uke, o defensor usa ushiro chidori ashi como um tai sabaki que o move para fora do alcance e da direcção dos ataques recebidos, e enquanto defende com soto oshi uke e shita uke executa o contra-ataque keri kaeshi. Assim cada ataque é evitado por uma combinação eficaz de tai sabaki e defesa.

Prever ataques com base no que seriam os movimentos óbvios Enquanto Tenno ken se refere a um ren bo ko começado com um soco, Chio ken lida com sequências que começam com um pontapé.

Um meio para avaliar se um ataque vai começar com um soco ou um pontapé é a distância entre o atacante e o defensor.

Uma vez que os braços são mais curtos que as pernas fazer um ataque com soco envolve aproximar-se mais do que seria necessário num pontapé. Assim a uma determinada distância a primeira preocupação deve ser ter cuidado com os pontapés e não com os socos.

Vamos considerar as condições necessárias para fazer um jun geri ou um ataque gyaku geri de issoku ikken, hiraki gamae, posição preparatória usada em gyaku geri chi san. Definimos issoku ikken como a distância da qual um gyaku geri sem um movimento keri komi falharia ao procurar atingir o seu alvo.

Se o atacante avança o seu pé de trás [yose ashi], o pé da frente que seria o pé de apoio para gyaku geri não está mais próximo do defensor, assim jun geri é o pontapé mais útil para executar.

Se, em vez disso ele avançar o pé da frente [fumikomi ashi], a forma mais directa possível de pontapear é gyaku geri – apesar de o jun geri exigir que ele movesse primeiro a perna de trás para a frente e colocasse todo seu peso sobre ela. Quando pensa sobre isso, tudo é natural e óbvio.

Dentro de Chio ken encontramos pares de jun/gyaku: jun geri chi ichi e gyaku geri chi ichi, e jun geri chi san e gyaku geri chi san.

34

Praticar qualquer um destes isoladamente, torna-se apenas uma questão de repetir inconscientemente os mesmos movimentos.

Mas ao praticar o Hokei a pares, de tal forma que o atacante tanto possa lançar a versão jun ou gyaku, o defensor não tem outra escolha a não ser usar a cabeça, usando os movimentos iniciais do atacante como pista para prever e lidar com qualquer ataque que seja uma sequência natural.

Nota p176 Verificação dos movimentos do atacante: De hiraki gamae realiza um san ren ko começando com kinteki geri, em seguida baixando o pé que pontapeou à frente, executa shuto giri e chudan gyaku zuki.

Nota p178 O atacante lança um san ren ko composto por kinteki geri, shuto giri, chudan gyaku zuki.

Mesmo tendo protegido com sucesso o kinteki com ken uke, se o defensor em seguida apenas ficar parado, os restantes ataques ren ko vão atingi-lo em cheio. Assim pode continuar o ken uke com keri kaeshi ou, como em gyaku geri chi ichi, ou, como vimos aqui, distanciando-se e preparando-se para esses ataques.

Harai uke chi ni pg.184 Não se limite a passar pelos movimentos!

A explicação do Kyohan para harai uke chi ni é a seguinte: “ (1) Atacante: dá um passo em frente, mawashi geri com o pé esquerdo. Defensor: enquanto abre com o pé esquerdo para fora, uchi harai uke com o braço direito; a mão esquerda na posição chudan gamae”. “ (2) Atacante: enquanto a avança, com fumikomi ashi, a mão direita faz jodan gyaku zuki. Defensor: enquanto roda o corpo, executa uchi uke com a mão esquerda, e logo em seguida usa a mão direita para um atemi decisivo a chudan”.

Atendendo a estas instruções e ao segui-las descuidadamente ao executar harai uke chi ni, há uma tendência para cair em práticas que passam simplesmente pelos movimentos: quando chega o mawashi geri defenda-se com uchi harai uke; depois defenda o gyaku zuki com uchi uke; a seguir faça um atemi para chudan.

O Hokei fora de Chio ken ao lidar com mawashi geri, inclui harai uke geri, gedan gaeshi, chudan gaeshi, juji uke geri, mawashi geri san bo uke nami gaeshi, e harai uke dan zuki.

Assim com todas essas técnicas disponíveis contra o primeiro ataque em harai uke chi ni, porque ir para um esforço especial na preparação de um gyaku zuki adicional?

Para responder a isto, temos que olhar para quais destes Hokei estão relacionados com harai uke chi ni.

A relação entre harai uke chi ni, gedan gaeshi e harai uke dan zuki Em Goho, as técnicas disponíveis para usar ao enfrentar um adversário são limitadas pela distância, posição relativa [tai/hiraki], colocação dos pés, kamae, e assim por diante.

Se olhar para a posição preparatória nas fotografias, verá que é hiraki gamae. Nesta fase podemos portanto descartar da lista de respostas juji uke geri e mawashi geri san bo uke nami gaeshi.

35

Olhe então para o instante em que o defensor defendeu mawashi geri. Porque o seu pé de trás saiu para o lado, temos de afastar harai uke geri e chudan gaeshi.

As únicas opções que restam são neste momento gedan gaeshi e harai uke dan zuki.

O atacante, tendo também em mente essas diversas possibilidades, lança gyaku zuki. A edição 1955 do Kyohan deixa isso claro com a seguinte orientação para o atacante: “Substituindo o pé esquerdo no chão, e mantendo a mão esquerda como defesa contra a perna direita do defensor, jodan gyaku zuki com a mão direita.”

Ataque e defesa fundamentados no conhecimento dos possíveis contra-ataques Vemos que o atacante não passa somente pelos movimentos para lançar gyaku zuki, mas tem o cuidado de se proteger contra um pontapé de contra-ataque do defensor. E o defensor, se entender contra-atacar com um soco, deve lembrar-se de proteger o próprio rosto enquanto o faz.

Os Hokei Goho são decididos pelas aberturas momentâneas no kyo do seu opositor.

Portanto tem que treinar o lançar de contra-ataques que aproveitem as aberturas kyo que aparecem na postura de seu oponente como resultado dos ataques que ele faz.

Ao praticar qualquer Hokei, não basta simplesmente lembrar a sua forma global. À medida que o seu nível aumenta, não deve apenas juntar mecanicamente os movimentos. Deve compreender a relação com outros Hokei, e explorar aspectos tais como estratégias de ataque e defesa, e a disputa sobre que tem a iniciativa (sen), de modo a que seu Hokei não seja fundido em formas rígidas.

Nota p184 A posição após defender o mawashi geri do atacante também permitirá a resposta gedan gaeshi.

Nota p185 Harai uke chi ni torna-se eficiente quando o atacante lança gyaku zuki frontalmente ao possível contraataque do defensor.

Nota p186 Pensando no que pode vir após o sashikomi mawashi geri, a distância é grande demais para jun zuki ser eficaz, e gyaku geri não se pode fazer porque a perna direita está a actuar como perna de apoio. Assim pode dizer-se que o segundo ataque deve ser gyaku zuki. Durante a prática do Hokei é importante compreender e familiarizar-se com os aspectos kyo/jitsu da postura.

36