Revista
Carnaval Ano I n Edição nº 2 n Outubro/2011 n R$ 2,50
A trilha sonora do Sambódromo
Escolas do Rio e de São Paulo escolheram seus sambas para 2012
A força dos cantores de apoio Outubro / 2011
Lesga e Riotur Ensaios definem local técnicos já dos barracões têm datas Revista Carnaval l 1
EDITORIAL
AGENDA DO CARNAVAL
(Grupo Especial e Grupos de Acesso do Rio de Janeiro) Grupo Especial Passarela do Samba Domingo – 19/02 n Renascer de Jacarepaguá n Portela n Imperatriz Leopoldinense n Mocidade Independente de Padre Miguel n Unidos do Porto da Pedra n Beija-Flor n Unidos de Vila Isabel Passarela do Samba Segunda – 20/02 n São Clemente n União da Ilha do Governador n Acadêmicos do Salgueiro n Estação Primeira de Mangueira n Unidos da Tijuca n Acadêmicos do Grande Rio Grupo de Acesso A Passarela do Samba Sábado – 18/02 n Paraíso do Tuiuti n Acadêmicos da Rocinha n Estácio de Sá n Inocentes de Belford Roxo n Império da Tijuca n Unidos do Viradouro n Acadêmicos de Santa Cruz n Império Serrano n Acadêmicos do Cubango Grupo de Acesso B Passarela do Samba Terça – 21/02 n Unidos de Vila Santa Teresa n União de Jacarepaguá n Sereno de Campo Grande n Alegria da Zona Sul n Arranco n União do Parque Curicica n Mocidade de Vicente de Carvalho n Tradição n Caprichosos de Pilares n Unidos de Padre Miguel n Difícil é o Nome
Grupo de Acesso C Estrada Intendente Magalhães Domingo – 19/02 n Independente de São João de Meriti n Rosa de Ouro n Lins Imperial n Unidos da Ponte n Império da Praça Seca n Unidos da Vila Kennedy n Arrastão de Cascadura n Favo de Acari n Unidos da Villa Rica n Em Cima da Hora n Acadêmicos da Abolição n Acadêmicos do Sossego n Boi da Ilha do Governador n Unidos do Jacarezinho n Unidos do Cabuçu
No tempo certo
A
espera foi longa, mas os samba-enredos das escolas
do Grupo Especial estão escolhidos. Reclamações dos perdedores, euforia dos vencedores, ajustes na
letra e na melodia e as obras já começaram a ser gravadas. Rápido! Sem demora para muita discussão. Todos agora aguardam o lançamento do CD. O Carnaval poderia ser dividido em fases, deliciosas esperas. Aliás, e não há nada de gostoso nisto, quem aguarda muito tempo por uma solução são as escolas despejadas para as obras na Zona Portuária. A Lesga e a Prefeitura encontraram
SUMÁRIO CANTO O valor dos apóios
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INESQUECÍVEL As campeãs de 1980
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REGULAMENTO notas entre nove e dez
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ENSAIOS A preparação para a festa
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DE OLHO CD do especial no forno
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DE OLHO J30 desfilará na Beija-Flor
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CRIANÇAS Escolhida a Corte Mirim
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ACESSO Frisas mais baratas
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ACESSO Demora e nâo rebaixamento
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HOMENAGEM O amigo das rosas
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Boa leitura!
POVÃO A rua é a passarela
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Revista
CORTE Rei e rainha na reta final
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SAMBAS RJ No ritmo da Sapucaí
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um local, mas apenas emergencial. A Cidade do Samba do
Grupo de Acesso D Estrada Intendente Magalhães Segunda – 20/02 n Flor da Mina do Andaraí n Unidos de Cosmos n Vizinha Faladeira n Acadêmicos do Engenho da Raínha n Unidos do Anil n Mocidade Unida de Jacarepaguá n Unidos de Lucas n Leão de Nova Iguaçu n Acadêmicos de Vigário Geral n Unidos de Manguinhos n Gato de Bonsucesso n Corações Unidos do Amarelinho n Acadêmicos do Dendê
Acesso colocaria um ponto final na questão.
Grupo de Acesso E Estrada Intendente Magalhães Terça – 21/02 n Canários das Laranjeiras n Unidos do Cabral n Boca de Siri n Mocidade Independente de Inhaúma n Paraíso da Alvorada n União de Vaz Lobo n Matriz de São João de Meriti n Chatuba de Mesquita n Mocidade Unida do Santa Marta n Delírio da Zona Oeste n Arame de Ricardo n Imperial de Nova Iguaçu
a folia. Mas sem pressa, curta cada página a seguir.
No tempo certo, REVISTA CARNAVAL publica as letras da trilha sonora da próxima folia e o sonho da Cidade do Samba do Acesso. Mostra, também, a importância de bons cantores de apoio para que um samba-enredo seja um sucesso na Avenida e empolgue os componentes, o público e cative o corpo de jurados. E como não se pode perder tempo. Marque na agenda os ensaios técnicos, que começam no dia 8 de janeiro. Não demore, o tempo é curto até o Carnaval e há muita informação sobre
Carnaval
EXPEDIENTE
A Revista Carnaval é uma Publicação Portifolyo Produções Rua Garcia Redondo, 30, Cachambi, Rio de Janeiro-RJ. Tel.: 9835-1828 Editor: David Júnior. Diretor Comercial: Otávio Sobrinho.
Email: revistacarnaval@revistacarnaval.com.br. www.revistacarnaval.com.br. Foto de capa: Divulgação/Riotur/AF Rodrigues.
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Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
SAMPA Os intérpretes e os sambas
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CANTO
Apoios, os fiés escudeiros dos intérpretes
C
Leonardo Bessa, Pixulé e Zé Paulo Sierra avaliam a importância de bons cantores de apoio para um ótimo desfile.
4 l Revista Carnaval
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Setembro Outubro / 2011 / 2011
omunicar-se com o público, manter a alegria dos componentes, interagir com a bateria ... Não é tarefa fácil fazer tudo isto sem deixar de cantar afinadamente e sem perder o ritmo. O trabalho de um intérprete oficial na Avenida seria muito mais difícil se não fossem os cantores de apoio. Eles são fundamentais para o sucesso de um samba-enredo durante o desfile. Leonardo Bessa, um dos integrantes do trio de intérpretes principais do Salgueiro, com Quinho e Serginho do Porto, afirma que sem um bom cantor de apoio falta tranquilidade. “Eles liberam o principal para injetar ânimo no componente e na arquibancada. Dão segurança.” Principal na Império da Tijuca e apoio de Bruno Ribas, junto com Sereno Thiago Brito, Celino Dias e Ronaldo Ylê, na Unidos da Tijuca, Pixulé concorda com Bessa. “O cantor fica confortável na interpretação com um bom apoio,
tem segurança para se comunicar com o público. A escola depende de um bom carro de som para a boa execução do samba. Uma andorinha só não faz verão.” Zé Paulo Sierra, que divide o microfone principal da Mangueira com Luizito e Ciganerey, classifica como importantíssimo a presença de bons apoios no carro de som, no caso da verde-e-rosa Vadinho Freire e Húdson. “O intérprete fica bem à vontade, seguro e confiante, para fazer o seu trabalho. Este ano, por exemplo, a coreografia da bateria era puxada pelos cantores. Eu pedia a continência, por exemplo, e os ritmistas faziam. Enquanto isso, o canto continua.” Dividir o microfone principal, como acontece no Salgueiro e na Mangueira, vem sendo uma boa experiência, como acreditam Leonardo Bessa e Zé Paulo. “O entrosamento precisa ser muito bom, e isto vem acontecendo conosco”, frisa o cantor mangueirense. Revista Carnaval l 5
Foto: Divulgação/Leonardo Marques.
CANTO
Leonardo Bessa, um dos intérpretes do Salgueiro, está otimista quanto a acústica do novo Sambódromo. n
“É sempre legal ter alguém de confiança ao nosso lado”, Zé Paulo Sierra.
Zé Paulo Sierra, da Mangueira, gostou de trabalhar como parte de um trio. n
6 l Revista Carnaval
Já o intérprete da vermelho-e-branco tijucana afirma que a iniciativa foi bastante acertada: “Todos têm seu espaço.” Outro benefício destacado por Zé Paulo Sierra em se ter um grupo de intérpretes principais é o cumprimento da agenda de shows da escola. “Muitas vezes o contrato pede o cantor principal. Como somos três, podemos administrar isto. Quando é preciso peço ao Luizito ou ao Ciganerey para me substituir. Eles também me pedem para ir no
lugar deles. Vamos trabalhando em equipe.” A individualização da função não passa pela cabeça de qualquer intérprete. Ser o único cantor no carro de som seria uma tarefa difícil. Pixulé acredita que seria possível mas o rendimento ficaria prejudicado. “É preciso ao menos tomar água”, lembra. A quantidade e o nome dos cantores de apoio, normalmente, são definidos pelos intérpretes principais em conjunto com a escola. Zé Paulo lembra que ano passado, quando cantou também na X-9 Paulistana, não fez qualquer alteração, mas quando é necessário busca no mercado cantores com as características que precisa para um bom canto. “É sempre legal ter alguém de confiança ao nosso lado, a mesma coisa acontece com os músicos do carro de som.” O número ideal de cantores, para Leonardo Bessa, pode variar. “Quatro ou cinco estaria de bom tamanho, mas o principal é a qualidade.” PiOutubro / 2011
xulé também frisa a participação do intérprete principal na escolha dos apoios. “Sempre indicamos ou avaliamos a chegada de alguém para o carro de som. Há o consentimento, ao menos.” Pixulé afirma que, independente de quem escolha o grupo de cantores, o entrosamento é essencial. “Na Unidos da Tijuca, nos reunimos toda segunda-feira. Na Império, também nos encontramos. Com isso, vamos lapidando o trabalho.” Se o trabalho com um grupo pode trazer benefícios, também pode gerar controvérsias e até ciúmes. Pixulé não põe fogo na possibilidade da tradicional puxada de tapete, mas acredita que alguns companheiros podem ficar preocupados sem razão. “Às vezes, o cantor cisma que um apoio quer derrubá-lo e isto não é verdade. Se ficarmos preocupados com isso, não cantamos.” Zé Paulo exalta o bom relacionamento no grupo. “É o melhor para todos. Se nos entrosarmos, isto não acontece.” A constante requisição de intérpretes do Rio para cantar em São Paulo também pode prejudicar o desempenho na Sapucaí se não houver a devida preparação com os desfiles, muitas vezes, em dias seguidos. Contra esta possibilidade, Pixulé apresenta suas armas. “Com repouso, alimentação adequada e bom sono, tudo vai bem.” Zé Paulo concorda e conta que chegou a se hospedar na capital paulista no último ano para não se Outubro / 2011
desgastar muito. Os cuidados contra o desgaste são conhecidos. A grande incógnita para os intérpretes do Rio no próximo desfile é a acústica do novo Sambódromo. Leonardo Bessa está bastante otimista. “Será um outro Carnaval. Creio que vai melhorar, o que poderemos saber nos ensaios técnicos, a oportunidade de se testar o som.” A uniformidade do som é um dos benefícios esperados por Zé Paulo Sierra. Com a experiência de ter cantado no Anhembi, que possui arquibancadas dos dois lados da pista, ele crê na melhora e faz uma reivindicação técnica benéfica a todos os colegas de trabalho. “Gostaria de poder realizar o ensaio técnico com o carro de som que será usado no dia do desfile. Ele poderia chegar um pouquinho mais cedo. Não tenho nada contra o que é utilizado, mas sempre existem diferenças.”
“Sempre indicamos ou avaliamos a chegada de alguém para o carro de som”, Pixulé.
Pixulé, da Império da Tijuca e da Unidos da Tijuca, acredita que um bom entrosamento do carro de som é essencial. n
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INESQUECÍVEL
E
A magia de 1980
ra o tempo de arquibancadas tubulares, de som terrível (conseguia ser pior que o atual) e de um mar de gente assistindo aos desfiles na pista. Contudo, quem já ultrapassou a faixa dos 40 e poucos anos de idade não deixa de colocar o Carnaval de 1980 entre os melhores da história. Os matemáticos podem argumentar com o tríplice empate na primeira posição, com Beija-Flor, Imperatriz e Portela, mas o que se passou na Marquês de Sapucaí naquele domingo 17/02 não pode ser medido em números, ficou marcado no consciente, subconsciente e inconsciente dos que viveram a noite e a manhã, seja como expectador ou componente. O desfile contou com 10 escolas de samba e o tríplice empate na primeira colocação se repetiu também com as que vieram logo atrás: Mocidade, União da Ilha e Vila Isabel. A verde-e-branco de Padre Miguel tentava o bicampeonato e mostrou capacidade para isto. A tricolor insulana empolgou a Sapucaí com Bom, Bonito e Barato e a
escola do bairro de Noel Rosa levou para a avenida o lírico Sonho de um Sonho. Mas, apesar de grandes apresentações, o trio só mereceria o título em outro Carnaval. Em 1980, não havia como superar as três campeãs. Há quem acredite que uma ou outra tenha conseguido ser um pouco melhor que as demais. O empate, porém, foi perfeito. A Beija-Flor, depois do vice-campeonato do ano anterior, levou novamente muito luxo para retomar o título com o enredo O Sol da Meia-Noite, uma Viagem ao País das Maravilhas, de Joãozinho Trinta. Quinta a desfilar, deixou o público maravilhado com o esplendor de suas fantasias e alegorias. Parecia que a campeã havia passado. A sensação permaneceu até a oitava escola a entrar na Avenida. A Portela fez um desfile mágico. A criação do carnavalesco Viriato Ferreira e a evolução magistral da Águia extasiaram a Sapucaí. O enredo Hoje Tem Marmelada levou o circo para a Avenida, mas era também uma crítica ao julgamento do Carnaval de 1979, em que a imprensa especializada apontou a azul-
-e-branco de Madureira como a grande campeã. Se a sensação de dúvida pairava a cabeça dos presentes, eles não sabiam o que iriam ainda presenciar. Última a desfilar, a Imperatriz Leopoldinense arrebatou o público com O que É que a Bahia tem, do genial Arlindo Rodrigues. O desfile foi um marco na história da agremiação e a inseriu, definitivamente, entre as grandes da folia. O Carnaval de 1980 foi inesquecível para quem o presenciou e até hoje é possível ouvir dos mais jovens a afirmação de que gostariam de ter vivido naquela época. Uma outra apresentação, embora pouco comentada, ainda, colabora para a eternização daquele ano. A Unidos da Tijuca fez um desfile memorável no Grupo 1-B, com o enredo Delmiro Gouveia, de ninguém menos que Renato Lage, um iniciante na época. E muita gente que estava nas arquibancadas no domingo vendo o grupo principal presenciou o acesso, pois o ingresso, então, dava direito aos dois dias.
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Portela (mais à esq.), Imperatriz e Beija-Flor (à dir.) dividiram o título em 1980. n
88llRevista Revista Carnaval Carnaval
Outubro Outubro//2011 2011
Outubro Outubro//2011 2011
Revista Revista Carnaval Carnavalll99
REGULAMENTO
ENSAIOS
Liesa reduz número de jurados
A
em 2012, haverá quatro julgadores para cada quesito e as notas irão variar de 9 a 10, com frações decimais.
Foto: Divulgação/Riotur/AF Rodrigues.
reunião plenária de 5 de outubro da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) definiu o regulamento para o desfile de 2012. Para o próximo ano, duas novidades ganharam destaque. O número de julgadores foi reduzido de cinco para quatro. Já as notas, embora continuem com as variações decimais, serão entre 9 e 10, com a menor sendo descartada. A bonificação para as melhores por quesito está de volta, mas, como antes, de forma opcional e sem computá-las na classificação final.
O número menor de jurados, que cairá para 40 no total, permitirá a redução dos módulos de julgamento. Esta medida facilitará o trabalho dos diretores de harmonia, uma vez que serão apenas quatro paradas para a apresentação da comissão-de-frente e outras tantas para o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Sobre a avaliação entre 9 e 10, o presidente da Liesa, Jorge Luis Castanheira, afirmou que a maioria das notas atribuídas nos últimos anos fica neste intervalo, o que evidencia o alto nível do espetáculo.
Com a redução do número de jurados, os casais de mestre-sala e porta-bandeira se apresentarão para quatro julgadores.
n
Foto: Divulgação/Riotur/Raphael David.
As comissõe-de-frente receberão notas entre 9 e 10, com variações decimais, a exemplo de todos os quesitos. n
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temporada 2012 chegando
A
s obras na Sapucaí avançam e os amantes do Carnaval contam os dias para pisar na Avenida. E o reencontro já está marcado, será dia 8 de janeiro. Neste dia acontece o
Janeiro
primeiro ensaio técnico para o desfile de 2012. Caberá à Beija-Flor o primeiro treino no novo Sambódromo, logo após a cerimônia de lavagem da pista feita pelas baianas, integrantes das velhas guar-
Dia 8 19h – Lavagem e encontro das baterias 22h – Beija–Flor n Dia 13 20h – Império Serrano 22h – União da Ilha do Governador n Dia 14 19h – Paraíso do Tuiuti 20h – Acadêmicos da Rocinha 22h – Portela n Dia 15 19h – Renascer de Jacarepaguá 20h – Mocidade 22h – Unidos da Tijuca n Dia 21 20h – Inocentes de Belford Roxo 22h – Unidos do Porto da Pedra n Dia 22 19h – Acadêmicos de Santa Cruz 20h – Grande Rio 22h – Unidos de Vila Isabel n Dia 27 20h – Acadêmicos do Cubango 22h – Império da Tijuca n Dia 28 20h – Estácio 22h – Imperatriz Leopoldinense n Dia 29 19h – Unidos do Viradouro 20h – União da Ilha do Governador 22h – Salgueiro n
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das e baterias das escolas dos Grupos Especial e Acesso A. A escola de Nilópolis também encerrará a temporada no dia 12 de fevereiro, com o teste de som e luz da Passarela do Samba.
Fevereiro
Dia 3 20h – Unidos de Vila Isabel n Dia 4 19h – Renascer de Jacarepaguá 20h – São Clemente 22h – Unidos de Porto da Porto da Pedra n Dia 5 20h – Mangueira 22h – Unidos da Tijuca n Dia 10 20h – Mocidade Independente 22h – Salgueiro n Dia 11 20h – Portela 22h – Imperatriz Leopoldinense n Dia 12 22h – Teste de som e luz com a Beija–Flor n
Entre os dias 8 de janeiro e 12 de fevereiro o Sambódromo receberá os ensaios técnicos das escolas de samba dos Grupos Especial e Acesso A. n
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DE OLHO
CD do Grupo Especial estará nas lojas no dia 24 de novembro O diretor artístico da GravaSamba, Zacarias Siqueira de Oliveira, com os produtores Laíla e Mário Jorge. n
seu hino para o Carnaval 2012, a Beija-Flor foi dia 20, as escolas estão colocando bases de ritmo e vozes, com a participação das baterias e corais das comunidades, no estúdio montado na Cidade do Samba. O Diretor Artístico do CD, Zacarias Siqueira de
Oliveira, explicou que este trabalho inicial se estenderia até 21 de outubro. Segundo ele, o próximo passo seria a colocação dos instrumentos de base e vozes dos intérpretes oficiais no estúdio da Companhia dos Técnicos. A mixagem está marcada para 13 de novembro.
Serginho Procópio cantando Foto: Divulgação.
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Serginho lançou seu primeiro CD. n
S
amba pro Povo Cantar é o primeiro CD de um dos maiores compositores brasileiros, Serginho Procópio. Autor de obras gravadas por nomes como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Neguinho da Beijaflor,Reinaldo,Grupo Fundo De Quintal, Exaltasamba, Katinguele, Soweto, Negritude Jr, entre outros, ele lançou seu disco de estréia cantando no dia 4 de outubro, no Teatro Rival. Aos 43 anos, filho de Osmar do Cavaco, recebeu das mãos de Candeia seu primeiro cavaquinho e hoje, apesar da pouca idade, compõe a Velha Guarda da Portela. Outubro / 2011
Joãosinho Trinta de volta à Beija-Flor de Nilópolis
U
Foto: Divulgação/Beija-Flor/Irapuã Jeferson.
contagem regressiva entre os amantes do Carnaval para a chegada do CD das escolas de samba do Grupo Especial de 2012 já começou. O cronograma da GravaSamba, responsável pela produção da obra, prevê que o disco esteja nas lojas no dia 24 de novembro. Desta vez com uma faixa a mais em relação aos últimos anos, fruto do aumento no número de agremiações, devido ao não descenso em 2011. As gravações começaram antes da escolha dos dois últimos sambas do Grupo Especial. Desde o dia 17 de outubro, data em que a Imperatriz definiu, à noite,
Foto: Divulgação.
A
DE OLHO
Joãosinho Trinta, participou da escolha do samba-enredo em homenagem a sua terra natal. n
Samba e rock O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou no último dia do Rock In Rio, 2 de outubro, que sugeriu ao empresário Roberto Medina, presidente do festival, que inclua o samba na próxima edição do evento, em 2013. O chefe do executivo municipal disse ainda que poderia haver um espaço chamado Palco Sambaset, em analogia ao alternativo Sunset deste ano. Embora, frise que não há planos para a inclusão do samba no próximo Rock In Rio, Medina não descartou a idéia e lembrou que o festival será o enredo da Mocidade no próximo Carnaval. Outubro / 2011
m dos maiores ícones do Carnaval carioca e também uma figura importantíssima na trajetória de sucesso da Beija-Flor estará na Marquês de Sapucaí no desfile da escola de Nilópolis. Joãosinho Trinta, carnavalesco que conquistou cinco títulos para a agremiação, quando comandou o barracão da azul-e-branco, entre os anos de 1976 e 1992, será o principal destaque de uma das alegorias que ajudarão a contar o enredo São Luis, o Poema Encantado do Maranhão, em homenagem aos 400 anos de sua cidade natal. Durante o processo de escolha de samba-enredo, o artista participou da comissão julgadora e recebeu o carinho de muitos componentes da escola.
Eleição de musa A Unidos de Porto da Pedra escolherá uma musa pela internet. A escola de São Gonçalo realizará um concurso em parceria com a rede social Popstarbook. Poderão participar meninas do mundo inteiro, desde que tenham ao menos 18 anos. As interessadas devem criar um perfil em www.popstarbook.com, clicar no banner da disputa e adicionar muitos amigos. Eles serão importantes na escolha. Até o dia 9 de dezembro, as 20 candidatas com mais fãs cadastrados estarão classificadas para as semifiniais. Já no dia 20 de dezembro, as 10 pretendentes ao cargo com mais amigos serão selecionadas para a final, que acontecerá na quadra da agremiação em janeiro. Revista Carnaval l 13
CRIANÇAS
Carnaval elege Rei Momo e Rainha mirins
O
Carnaval das crianças já tem sua corte. A Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro elegeu, no dia 24 de setembro, o Rei Momo e a Rainha e as princesas mirins. Em um evento realizado na quadra da Estácio de Sá, 30 crianças disputaram os cargos, sendo 24 meninas. Venceu David de Souza, da Mangueira do Amanhã, pela segunda vez, como comandante da folia infantil, e Yasmim dos Santos, passista da Nova Geração do Estácio, para a Rainha. Andressa Regina, da Estrelinha da
Mocidade, e Jéssica Dias, da Infantes do Lins, ocuparão os cargos de primeira e segunda princesas, respectivamente. As crianças esbanjaram simpatia e samba no pé para um público que contou com os diretores das escolas mirins, componentes, pais e familiares. O ex-Rei Momo Marcelo Reis e o carnavalesco Sandro Gomes prestigiaram o evento, que contou com a apresentação de Leandro Santos, intérprete oficial da Estácio e que começou sua carreira na Nova Geração.
Foto: Divulgação/Aesm-Rio/Arleson Rezende.
Garotada nota 10. A Corte do Carnaval Mirim mostrou que entende de samba e que o futuro da folia está garantido.
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CD da garotada no forno
Estrelinha completa 20 anos A Estrelinha da Mocidade comemorará duas décadas de existência no Carnaval de 2012. A história da agremiação será contada no enredo A Novidade Vem lá de Padre Miguel: Estrelinha, 20 anos a Despontar no Céu – Uma Fábula sobre o Futuro, do carnavalesco Levi Cintra. A escola mirim de Padre Miguel foi fundada em 1992, com a então primeira dama da Mocidade, Beth Andrade, na presidência. A estréia arrebatadora na Avenida, quando ganhou muitos elogios dos presentes e da crítica especializada, não impediu que a verde-e-branco pedisse licença do desfile do ano seguinte, só retornando em 2002 para manter sua trajetória de grandes apresentações.
O CD das escolas de samba mirins do Rio de Janeiro já está na fase final de produção. Os intérpretes e coros das agremiações colocaram as vozes nas bases e arranjos pré-gravados até o dia 18 de outubro. O diretor musical da Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro, Alexandre Moraes, um dos responsáveis pela produção do disco afirmou que serão 18 faixas, sendo o samba-enredo para 2012 de 17 agremiações e o hino da Aesm-Rio. O CD teve co-produção de Maurício Fonseca. 14 l Revista Carnaval
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ACESSO
Frisas com valores reduzidos para o Acesso
O
s amantes da folia ganharam mais um motivo para não ficarem de fora dos desfiles dos Grupos de Acesso A e B, respectivamente, no sábado e na terça-feira de Carnaval.
A Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (Lesga) anunciou que reduzirá o valor dos ingressos para as frisas nos dois desfiles, ambos sob responsabilidade da entidade.
Assistir os desfiles dos Grupos A e B nas frisas ficou mais barato. n
Ponte reedita Faz casaco de jaguar / Sapato de jacaré / Com a caça proibida / O caçador faz o que quer ... O belo refrão do samba-enredo da Unidos da Ponte para o Carnaval de 1989, de Jorginho do Axé, Renato Camunguelo e Gelson PM estará de novo na Avenida. O palco desta vez, porém, não será a Marquês de Sapucaí, mas a Estrada Indendente Magalhães. A escola reeditará o enredo Vida que te Quero Viva, de Cid Camilo e Sanclair Boiron, que levou a agremiação ao 15º lugar naquele ano. A azul-e-branco será a quarta a desfilar pelo Grupo de Acesso C, no domingo 19 de fevereiro, e desta vez Ricardo Paulino desenvolverá o tema. Outubro / 2011
Para assistir os desfiles do Acesso A, o expectador pagará R$ 1.500,00 por uma frisa na fila A no Carnaval 2012, uma redução de R$ 500 em relação a este ano. Já a fila B terá uma redução de R$ 300,00, passando a custar R$ 1.200,00. Uma frisa para o Acesso B valerá R$ 200,00, na fila A, e R$ 100,00, na fila B, exatamente R$ 100,00 a menos que os valores do último desfile. O presidente da Lesga, Reginaldo Gomes, justificou a diminuição no preço dos ingressos com o aumento no número de lugares no Sambódromo.
Regência dupla na Alegria A Alegria da Zona Sul está disposta a ter uma passagem muito rápida pelo Grupo de Acesso B. Com sede da primeira colocação, o que garante o retorno da agremiação de Copacabana ao Acesso A, a diretoria da escola contratou um importante reforço para o desfile de 2012. Mestre Esteves, que ano passado comandou a bateria do Arranco e que ficou por uma década na Estácio de Sá, dará expediente na vermelho-e-branco da Zona Sul no próximo ano. A contratação aconteceu com o aval de Mestre Claudinho Tuiuti, que desde 2010 é o comandante dos ritmistas da escola, sempre com ótimas notas. Amigo pessoal de Esteves, ele dividirá o comando da bateria com o novo reforço. Revista Carnaval l 15
Foto: Divulgação/Lesga.
ACESSO
O presidente da Lesga, Reginaldo Gomes, crê que as escolas que ficaram sem barracão já estão prejudicadas. n
Demora pode levar ao não rebaixamento
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Em nome da igualdade, Grupos A e B podem não ter descenso.
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Carnaval 2012 pode não ter rebaixamento nos Grupos A e B. O presidente da Liga das Escolas do Grupo de Acesso (Lesga), Reginaldo Gomes, deu a entender que a entidade pode tomar a medida pelas dificuldades que nove escolas encontraram para iniciar a produção de seus desfiles. A falta de igualdade entre as agremiações seria o motivo. As escolas foram despejadas dos barracões que utilizavam, no local conhecido como Carandiru e em suas proximi-
dades, para as obras de revitalização da Zona Portuária, e só conseguiram um novo local no dia 20 de outurbro, quando a Prefeitura alugou um terreno de 6 mil m2, no Caju, para abrigar as fábricas de alegorias e fantasias das agremiações. A Renascer de Jacarepaguá, do Grupo Especial, também sofreu com a medida, enquanto não pode se mudar para a Cidade do Samba. A escola saiu do Carandiru e se alojou no antigo espaço da Acadêmicos de Santa Cruz, que fica na mesma região. PoOutubro / 2011
rém, por lá ficará apenas até o dia 30 de novembro, quando assumirá seu espaço definitivo no complexo de barracões do Grupo Especial.. A indefinição durou quatro meses. As agremiações foram notificadas judicialmente, em junho, para deixar os locais onde funcionavam seus antigos barracões. Em julho, a Prefeitura chegou a anunciar que havia conseguido um espaço, por indicação da Lesga, na Avenida Brasil, próximo ao Caju. A área, porém, não pôde ser utilizada e a situação voltou à estaca zero, até que a Justiça ordenou definitivamente a saída das escolas. A Lesga, contudo, continuou trabalhando junto à Prefeitura e o Estado até conseguir um novo espaço para a execução das alegorias e fantasias, mas a qualidade já foi prejudicada. União do Parque Curicica, União de Jacarepaguá, Unidos de Padre Miguel, Mocidade de Vicente Carvalho, Difícil É o Nome e Unidos da Vila Santa Tereza, do Grupo de Acesso B, ficavam no Carandiru, no Santo Cristo. Já a
Unidos do Viradouro, a Acadêmicos de Santa Cruz e a Acadêmicos do Cubango, as três do Grupo de Acesso A, possuíam barracões na mesma região. Todas foram transferidas para o terreno alugado pela Prefeitura, na Rua Peter Lund, 30, no Caju, e já podem, mesmo que tardiamente, comaçar a plástica de seus desfiles do Carnaval 2012. Reginaldo Gomes destaca que a área em questão seria uma alternativa emergencial para o próximo Carnaval e solucionar rapidamente o problema supera o próprio desfile, tornando-se uma questão social. “Além do espetáculo, não podemos nos esquecer que existem muitas famílias que tiram seus sustentos dos barracões.” O sonho da Lesga, contudo, está num projeto enviado há dois meses para a Prefeitura. “Fizemos um estudo de viabilidade de criação da Cidade do Samba do Acesso na Rua Frei Caneca, antiga área dos presídios. Formaríamos um corredor cultural com o Sambódromo e com o Terreirão.”
A Lesga sonha com a área onde existia o Complexo Penitenciário da Rua Frei Caneca.
Reprodução Google Earth.
No círculo mais à esquerda, o objeto do desejo da Lesga, a área do antigo Complexo Penitenciário da Frei Caneca. O destaque mais à direita mostra a Praça da Apoteose. n
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HOMENAGEM
O que diriam as rosas?
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e as rosas falassem, contariam a vida de um grande amigo delas. Angenor de Oliveira, ou simplesmente Cartola, um homem que soube perceber nestas flores a essência para cantar seu amor pela amada. Elas lembrariam cada verso do belíssimo jardim poético que brotou em suas composições, obras repletas de pétalas coloridas que marcaram a arte de alguém com uma vida em que as cores custaram a se apresentar. As rosas lembrariam que Angenor nasceu no Catete, em 11 de outubro de 1908, e aos 8 anos mudou-se para Laranjeiras. Já nesta época, tocava cavaquinho, que aprendera com o pai, Sebastião Joaquim, nos ranchos carnavalescos União da Aliança e Arrepiados, ambos do bairro onde morava. Contudo, com apenas 11 anos, passou por seu primeiro momento sem cores, quando dificuldades financeiras obrigaram sua família a se mudar para a então pequena favela que surgia no morro da Mangueira, próxima ao bairro de São Cristóvão. Na Mangueira, ganhara a amizade do seu parceiro de toda vida, Carlos Cachaça, sete anos mais velho. Mas as dificuldades aumentara e, aos 15 anos, abandonou os estudos para trabalhar, primeiro e
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rapidamente como tipógrafo, depois como pedreiro, profissão em que ganhou o apelido de Cartola. Ele usava um chapéu-coco para proteger os cabelos do cimento. O morro também havia lhe apresentado a boemia e, quando aos 17 anos sua mãe, Aída, falecera, suas brigas com o pai se intensificaram. Seu Sebastião não tolerava a malandragem e o expulsou de casa. Mas, se as rosas chorariam pelo tempo que Cartola perambulou pelas ruas dormindo em vários lugares, bebendo, frequentando zonas de prostituição e contraindo doenças venéreas, elas sorririam pelo encontro do primeiro grande amor, Deolinda. Ele tinha 18 anos e ela era vizinha da casa de sua família, casada, sete anos mais velha e com uma filha de dois anos, menina que ele criou. Deolinda bancava a casa, cozinhando e lavando roupas para fora. Cartola tornou-se pedreiro nas horas vagas. Dedicava-se a compor e tocar violão nas biroscas da favela. Com o amigo Carlos Cachaça e outros compositores, formavam uma turma de brigões e arruaceiros que criou o Bloco dos Arrengueiros para brincar o Carnaval em 1925. Ao se fundir com outros da favela, nascia em 1928 a Estação Primeira de
Mangueira. As composições de Cartola começaram a transpor os limites da favela e as rosas, se falassem, contariam que astros da época, especialmente Francisco Alves, gravaram suas músicas. Diriam, também, que ele tocara com Donga, Pixinguinha, João da Baiana, Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres, entre outos craques, que despertara a admiração de gênios, como o maestro Heitor Villa-Lobos, e que virara cantor no rádio, já nos anos 40. Mas, lamentariam as rosas, na segunda metade da década, as cores novamente sumiram da vida de Cartola. Fora pouco lembrado no cenário musical, contraíra meningite, chegou a ficar em coma e andar de muleta, levando-o, por vergonha, a se mudar para Nilópolis, e Deolinda, que continuara a seu lado, falecera. Cartola fora morar no Caju, com uma mulher chamada Denária, e, sumido, muitos acharam que ele tivesse morrido. Vivera momentos difíceis e tivera trabalhos modestos, como o de vigia e lavador de carros, até encontrar, já na década de 50, aquela por quem o perfume das rosas muito lhe inspirou, Eusébia Silva do Nascimento, ou simplesmente Zica. Outubro / 2011
Moradora da Mangueira, ela já o conhecia e o admirava. Agora, encontrou-o entregue à bebida, sem dentes, sem trabalho fixo e com um problema no nariz, rinofima, que o fez aumentar de tamanho. Tudo isso, contudo, não impediu que Zica se apaixonasse por Cartola. De volta ao morro, onde foi morar o casal. Ele compôs para sua amada o clássico As Rosas não Falam. Voltou à vida, primeiro, trabalhando em atividades simples, depois redescoberto pelo jornalista Sérgio Porto (Sta nislaw Ponte Preta), que o ajudou a retomar a carreira. Além das belas composições, Cartola, junto com Zica, marcou a história da Música Popular Brasileira com uma iniciativa comercial. Contando com o apoio financeiro de alguns empresários, eles criaram o Zicartola, em 1963, num sobrado na Rua da Carioca, Centro do Rio, lugar que uniu os bambas do morro com músicos e compositores da classe média, especialmente da Bossa Nova. Administrar, porém, não era o que sabia fazer e a casa fechou dois anos depois. A ascenção na vida profissional e pessoal de Cartola não ficaria de fora da narrativa das rosas, se elas falassem, bem como alguns fatos curiosos como a descoberta de seu verdadeiro nome. Até 1964, chamava-se Agenor de Oliveira. Porém, somente quando oficializou o casamento com Zica, descobriu que em sua Certidão de Nascimento constava Angenor de Oliveira. Outubro / 2011
A narrativa das rosas contaria que, mesmo com a dificuldade empresarial, a vida amorosa, pessoal e artística ganhou muitas flores. É do início dos anos 60, escrita no Zicartola, o clássico O Sol Nascerá, que fez com Elton Medeiros em 30 minutos, depois de um desafio do amigo Renato Agostini. Nos anos seguintes, seguiram-se participações em discos e shows de artistas renomados, composições ganhando fama na voz de outros artistas e, finalmente, em 1974, gravou seu primeiro LP solo. Uma obra antológica, repleta de sucessos e que ganhou inúmeros prêmios. Nele, Cartola canta Acontece, Tive Sim, Alvorada, Quem me Vê Sorrindo e muitos outros clássicos. As Rosas não Falam só entrariam no segundo LP, gravado em 1976 e que levaria o nome do sambista, Cartola. A carreira artística, enfim, decolou. Faltava, contudo, a Estação Primeira, e em 1977, depois de 28 anos de ausência, Cartola voltou à Avenida trajando verde-e-rosa e cantando orgulhoso o samba da Mangueira, no enredo Parapanã, O Segredo do Amor. Cartola falecera em 30 de nove mbro de 1980, vítima de um câncer, não sem an-
tes ter recebido uma grande homenagem. O poeta Carlos Drummond de Andrade publicou uma belíssima crônica no Jornal do Brasil três dias antes de sua morte. No seu velório, dia 1º de dezembro, uma das mais belas interpretações de As Rosas não Falam. Apenas ao som do surdo, tocado por Mestre Waldomiro, da Mangueira, como o próprio Cartola havia pedido, uma legião de súditos famosos entoou seu maior sucesso. Clara Nunes, Alcione, Emilio Santiago, Chico Buarque, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Nelson Sargento, Jamelão, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, Gal Costa, Simone, Elizeth Cardoso, Paulo Cesar Pinheiro, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, entre muitos outros craques, cantaram a linda flor escrita para a eterna esposa Zica.
Revista Carnaval l 19
Foto: Divulgação/Riotur/Paulo Múmia.
POVÃO
REALEZA
Riotur define os finalista para Rei Momo e Rainha do Carnaval
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eis homens e oito mulheres estão classificados para final do concurso que elegerá a corte da folia 2012. A final acontecerá no dia 28 de outubro, na Cidade do Samba, quando serão conhecidos o Rei Momo, a Rainha e as princesas do Carnaval carioca do próximo ano. A disputa promete ser bastante acirrada, pois na fase classificatória os postulantes ao cargo apresentaram todos os atributos necessários para fazerem parte da realeza. Milton Rodrigues da Silva Júnior, Marcos Luiz da Silva, Wagner de Freitas, Amenon Teixeira Silva, Danyel Rodrigues da Silva e Alex de Oliveira Silva exibiram desem-
n Bangalafumenga toma conta da Rua Jardim Botânico.
A rua é O uma festa
Foto: Divulgação/Riotur/Paulo Múmia.
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n Seis candidatos continuam na disputa para Rei Momo.
baraço, sociabilidade, facilidade de expressão, simpatia, espírito carnavalesco e domínio da arte de sambar e, por isso, continuam na disputa do cargo de Rei Momo, Primeiro e Único do Carnaval 2012, bem como do prêmio de R$
Foto: Divulgação/Riotur.
Diversidade na Banda de Ipanema. n
Rio de Janeiro deverá ter mais um grande Carnaval de Rua em 2012. A Riotur recebeu a inscrição de 476 blocos para a folia do próximo ano, 11 a mais que em 2011. A Zona Sul, contudo, foi responsável por uma redução do número de pedidos, com 162 contra 173 deste ano. Caíram, também, as inscrições para a região da Grande Tijuca e da Barra da Tijuca. O secretário de Turismo e presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira de Mello acredita que o aumento representa uma melhor distribuição da folia pela cidade. “O que vemos é um movimento de saída da Zona Sul e da região da Tijuca, já comprometidas com muitos desfiles e que não comportam o aumento no número de blocos. Na minha opinião, os organizadores se conscientizaram da necessidade de mudanças e optaram pelo Centro da Cidade e outros bairros como Ilha do Governador e a Zona Norte.
Foto: Divulgação/Riotur/Fernando Maia.
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São oito candidatas e um sonho: ser Rainha do Carnaval.
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20 mil. O segundo e terceiros colocados receberão, respectivamente, R$ 3,5 mil e R$ 1,5 mil. Já Angela Denise dos Santos, Luciana Cordeiro de Abreu, Patrícia Pontes Pereira Costa, Egili Aparecida de Oliveira Conceição, Letícia Martins Guimarães, Jaqueline de Jesus Rocha, Susam Maria Souza Gonçalves,Cristiane de Souza Alves mostraram simpatia, desenvoltura, harmonia, sociabilidade, espírito carnavalesco, elegância e samba no pé. Elas são as classificadas para a finalíssima que escolherá a Rainha do Carnaval, com a premiação de R$ 20 mil, a 1ª Princesa e a 2ª Princesa, que receberão R$ 15 mil cada uma. Revista Carnaval l 21
Foto: Divulgação/Riotur/AF Rodrigues.
SAMBAS/RJ
O som da Sapucaí
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Beija-Flor fechou, nas primeiras horas do dia 21 de outubro, a escolha dos sambas-enredos que agitarão a Sapucaí no Carnaval 2012. Disputas equilibradas e bastante aguardadas marcaram as eliminatórias que definiram a trilha sonora. da folia. Na Portela, o samba, de Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Naldo e Toninho Nascimento, inovou, com três refrões e 37 versos, fugindo completamente da atual fórmula das composições.
Renascer de Jacarepaguá
Portela
Compositores: Claudio Russo, Adriano Cesário, Fábio Costa e Isaac Intérprete: Rogerinho
Compositores: Luiz Carlos Máximo, Naldo, Toninho Nascimento e Wanderley Monteiro Intérprete: Gilsinho
Romero Brito, o Artista da Alegria Dá o Tom na Folia
…E o Povo na rua Cantando é Feito uma Reza, um Ritual…
Esse dom que faz o artista imortal É luz do céu para pintar É Renascer no carnaval O faz buscar em cada cor o infinito Acreditar romero brito Que deus mora na inspiração Em páginas arte que viu O inverso se abriu, presente de irmão Contraste que se refletiu Universo do artista, outra direção
Meu rei Senhor do Bonfim alumia Os caminhos da Portela Que eu guardo no meu patuá Eu vim com a proteção dos meus guias Com Clara Guerreira à Bahia Cheguei, eu cheguei pra festejar Deixa levar, nos altares e terreiros Tem jarro com água de cheiro Vou jogar flores no mar
Nas cores de sua aquarela Valores brincando na tela Aquele abraço desenhar Gira o compasso eu quero outra vez sambar
No mar Procissão dos navegantes Eu também sou almirante De nossa Senhora Iemanjá
Sensibilidade, pop arte ao mundo espalhou Sorrir é brilhar, Dar ao papel a emoção que seduz Eu sei que arte vai reinar Tal qual as telas na cidade luz Do alto do morro o redentor abraça o gênio Que hoje repinta esta cidade Moleque recife é saudade Há tantos meninos assim Querendo um sonho, Na liberdade das cores sem fim
Vou no gongá Bater tambor Rezo no altar Levo o andor Vem chegando os batuqueiros Desce a ladeira meu amor Que a patuscada começou Eu vim pra rua Que o samba de roda chegou
Pintor da alegria, calor da emoção Pintou renascer no meu coração No tom da folia vou me apresentar Na galeria Jacarepaguá
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Imperatriz Leopoldinense
Mocidade Independente
Compositores: Jeferson Lima, Ribamar, Alexandre D’Mendes, Cristovão Luiz e Tuninho Profesor Intérprete: Dominguinhos do Estácio
Compositores: Diego Nicolau, Gabriel Teixeira e Gustavo Soares Intérprete: Luizinho Andanças
Ave, Bahia sagrada! Abençoada por Oxalá! O mar, beijando a esperança, Descansa nos braços de Iemanjá. Menino amado... Destino bordado de inspiração. Iluminado... Vestiu palavras de fascinação.
Eu guardei A mais linda inspiração Pra exaltar em sua arte A brasilidade de sua expressão Desperta, gênio pintor Mostra seu talento, revela o dom Deixa a estrela guiar Faz do firmamento, seu eterno lar Solto no céu feito pipa a voar Quero te ver qual menino feliz Planta a semente do sonho em verde matiz
Jorge, Amado Jorge
Olha o acarajé! Quem vai querer? Temperado no axé e dendê Quem tem fé vai a pé... Vai, sim! Abrir caminhos na lavagem do Bonfim BIS O vento soprou As letras em liberdade. Joga a rede, pescador! O povo tem sede de felicidade. A brisa a embalar Histórias que falam de amor. Memórias sob o lume do luar. O doce perfume da flor. Ê Bahia! Ê Bahia! Dos santos, encantos, magia. Kaô kabesilê! Ora iê iê Oxum! Tem festa no Pelô Na ladeira, capoeira mata um. Sou Imperatriz! Sou emoção! Meu coração quer festejar! Ao mestre escritor, um canto de amor Jorge Amado, saravá!
Emoção me leva Livre pincel a deslizar Vou navegar, desbravador Um errante sonhador Voar pelas asas de um anjo Num céu de azulejos, pedir proteção Vida de um retirante No sol escaldante que queima o sertão Moinhos vencer, histórias de amor Riscar poesias em lápis de cor Você que do morro fez vida real Pintou nossos lares num lindo mural Você, retratando a alma, se fez ideal Meu samba canta mensagens de “guerra e paz” Seu nome será imortal em nosso carnaval É “por ti” que a Mocidade canta Portinari, minha aquarela Rompendo a tela, a realidade Nas cores da felicidade
Unidos do Porto da Pedra
Beija-Flor de Nilópolis
Compositores: Vadinho, Fernando “Macaco”, Tião Califórnia, Cici Maravilha, Bento, Denil e Oscar Bessa Intérprete: Wander Pires
Compositores: J. Veloso, Adilson China, Carlinhos do Detran, Silvio Romai, Hugo Leal, Gilberto Oliveira, Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR Beija-Flor, Ricardo Lucena, Thiago Alves e Rômulo Presidente Intérprete: Neguinho da Beija-Flor
Da Seiva Materna ao Equilíbrio da Vida
Poema à vida e ao seio jorrando amor A seiva materna, Meu porto da pedra alimentou Hera gera o caminho das estrelas Mãe loba amamentou o grande império Mistério no deserto da solidão O mercador viu a transformação Do leite em primeira iguaria A fé se envolveu e foi saborear Na história, a humanidade vive a cultuar A dádiva que fez o animal sagrado Fermentou fartura e saber Fonte rica de prazer No calor dessa receita, deixa provar A combinação perfeita ao paladar A essência é derivada da mistura dos sabores É no mel que se adoça a magia dessas cores
Iaiá De saia rendada em cetim Bota o tempero na festa Oi, tem abará e quindim
Por ti, Portinari, Rompendo a Tela, a Realidade
São Luis, O Poema Encantado do Maranhão
Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão O homem nativo da terra Resiste em bravura a dor da invasão Do mar vem três coroas Irmão seu olhar mareja No balanço da maré A maldade não tem fé sangrando os mares Mensageiro da dor Liberdade roubou dos meus lugares Rompendo grilhões, em busca da paz A força dos meus ancestrais Na casa Nagô a luz de Xangô axé Mina Jêje um ritual de fé Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá Toda magia do Vodun e do Orixá BIS
Portela cheia de encantos Acolhe a bahia em seu canto De festas, rezas, rituais Vestido de azul e branco Eu venho estender o nosso manto Aos meus santos do samba que são Orixás
Seguiu o alimento vencendo batalhas Esse doce sabor pelo mundo Com o tempo rompendo muralhas Brilhou à luz da civilização Pelos mares navegou Embalando a evolução Leveza, o equilíbrio se traduz em beleza Do dia a dia me refaz Iogurte é leite, tem saúde e muito mais
Ê rainha o bumbá meu boi vem de lá Eu quero ver o Cazumbá Sem a serpente acordar Hoje a minha lágrima transborda todo mar Fonte que a saudade não secou Ó Ana assombração na carruagem Os casarões são a imagem Da história que o tempo guardou No rádio o reggae do bom Marrom é o tom da canção Na terra da encantaria a arte do gênio João
Madureira sobe o Pelô... Tem capoeira Na batida do tambor... Samba ioiô Rola o toque de olodum... Lá na Ribeira A Bahia me chamou
Vem no ritmo do Tigre de São Gonçalo Alimenta seu povo apaixonado Cada porção traz um cuidado especial Para o deleite e a emoção no Carnaval
Meu São Luís do Maranhão Poema encantado de amor Onde canta o sabiá Hoje canta a Beija-Flor!
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Unidos de Vila Isabel
São Clemente
Unidos da Tijuca
Compositores: Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Artur das Ferragens Intérprete: Tinga
Compositores: Ricardo Góes, Serginho Machado, Marcos Antunes, FM, Guguinha, Vânia e Flavinho Segal Intérprete: Igor Sorriso
Compositores: Vadinho, Josemar Manfredini, Jorge Calado, Silas Augusto e Cesinha Intérprete: Bruno Ribas
Vibra, oh minha Vila A sua alma tem negra vocação Somos a pura raiz do samba Bate meu peito à sua pulsação Incorpora outra vez Kizomba e segue na missão Tambor africano ecoando, solo feiticeiro Na cor da pele, o negro Fogo aos olhos que invadem, Pra quem é de lá Forja o orgulho, chama pra lutar
Prepare o seu coração É pura emoção A sirene acabou de tocar (u-lá-lá) A orquestra começou E entoou o meu cantar Vem viajar na magia Do meu cabaré, com samba no pé Vem exibir, pode aplaudir Será que é sonho meu? “Sucesso aqui vou eu”
Nessa viagem arretada “Lua” clareia a inspiração Vejo a realeza encantada Com as belezas do sertão! “Chuva, sol” Meu olhar Brilhou em terra distante Ai que visão deslumbrante, se avexe não! Muié rendá é rendeira E no tempero da feira O barro, o mestre, a criação!
Reina ginga ê Matamba vem ver a lua de Luanda nos guiar Reina ginga ê Matamba negra de Zambi, sua terra é seu altar
Põe a máscara pra mim Vem comigo a hora é esta Não sei viver sem você És o artista, faz a nossa festa
Mandacaru a flor do cangaço.... Tem “xote menina” nesse arrasta pé Oh! Meu padim, santo abençoado É promessa eu pago, me guia na fé
Você Sembo Lá ... Que Eu Sambo Cá - O Canto Livre de Angola
Somos cultura que embarca Navio negreiro, correntes da escravidão Temos o sangue de Angola Correndo na veia, luta e libertação A saga de ancestrais Que por aqui perpetuou A fé, os rituais, um elo de amor Pelos terreiros (dança, jongo, capoeira) Nasci o samba (ao sabor de um chorinho) Tia Ciata embalou Com braços de violões e cavaquinhos a tocar Nesse cortejo (a herança verdadeira) A nossa Vila (agradece com carinho) Viva o povo de Angola e o negro rei Martinho Semba de lá, que eu sambo de cá Já clareou o dia de paz Vai ressoar o canto livre Nos meus tambores, o sonho vive
Uma Aventura Musical na Sapucaí
Estação Primeira de Mangueira
De tudo aconteceu Puxa! Aqui Paris é avenida Hoje o malandro sou eu VI a tristeza feliz da vida Dei um susto o fantasma sumiu (búuu) Sou irreverente Se o samba empolgou, virou carnaval Nossa aventura musical Noviça dançou, ao som da canção E conquistou meu coração...
Vou Festejar! Sou Cacique, Sou Mangueira! Compositores: Igor Leal, Lequinho e Jr. Fionda e Paulinho Carvalho Intérprete: Luizito, Zé Paulo Sierra e Ciganerey Salve a tribo dos bambas! Onde um simples verso se torna canção... Salve o novo palácio do samba! O “Doce refúgio” pra inspiração Debaixo da tamarineira Um índio guerreiro me fez recordar Um lugar... O meu berço num novo lar Seguindo com os “pés no chão” “Raiz” que se tornou religião Da boêmia, dos antigos carnavais Não esquecerei jamais!
Tem bububu no bobobó Sem sassarico é o “ó” Bumbum de fora, pernas pro ar Bravo!!! A São Clemente vai passar
Firma o batuque, quero sambar... Me leva! A Surdo Um faz festa! Esqueça a dor da vida... Caciqueando na avenida
União da Ilha do Governador
Acadêmicos do Salgueiro
Compositores: Marquinhos do Banjo, Alberto Varjão, Eduardo, Alan das Candongas, Márcio André Filho, Carlinhos Fuzil, Fabiano Fernandes, Aloisio Villar, Cadinho e Roger Linhares Intérprete: Ito Melodia
Compositores: Marcelo Motta, Tico do Gato, Ribeirinho, Dilson Marimba, Domingos PS e Diego Tavares Intérprete: Quinho, Leonardo Bessa e Serginho do Porto
De Londres ao Rio: Era uma Vez ... Uma Ilha
Uma história vou contar Tem lendas, mitos e magias Era uma ilha onde um povo valente vivia Que um grande império conquistou Virou cidade das realezas O reino unido e seus heróis Peguem as armas diz a voz De um santo guerreiro Os bravos vão lutar cruzar fronteiras Com sua fé estampada na bandeira Vou botar molho inglês na feijoada Misturar chá com cachaça Ser ou não ser eis a questão Tem choro e riso nesse palco de ilusão Vão dominar o mar e grandes tesouros Guiado pelos olhos da ciência Lindos contos vão brotar ... A luz do cinema é a arte a brilhar Olha bicho, paz e amor suingou Batuquei meu samba com rock’n roll Na minha terra tem o reino da folia Futebol que contagia... É gol!!! É a vitória um momento divinal Acesa a chama pela paz universal A minha Ilha e ouro é prata Tem o bronze da mulata Canta meu Rio em verso e prosa Com a cidade ainda mais maravilhosa
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O Dia em que Toda Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão
Cordel Branco e Encarnado
Sou “cabra da peste” Oh minha “fia”, eu vim de longe pro Salgueiro Em trovas, errante, guardei Rainhas e reis e até heróico bandoleiro Na feira vi o meu reinado que surgia Qual folhetim, mais um “cadim, Vixe Maria!” Os doze do imperador Que conquistou o romanceiro popular Viagem na barca, a ave encantada Amor que vence na lenda Mistério pairando no ar
Sim... Vi o bloco passando, o nobre rezando e o povo a cantar Sim... Era um nó na garganta ver o Bafo da Onça desfilar... Chora, chegou a hora eu não vou ligar Minha cultura é arte popular, Nasceu em Fundo de Quintal... Sou Imortal e vou dizer Agonizar não é morrer Mangueira, fez o meu sonho acontecer... O povo não perde o prazer de cantar Por todo universo minha voz ecoou Respeite quem pôde chegar Onde a gente chegou! Vem festejar, na palma da mão Eu sou o samba, “A voz do morro”! Não dá pra conter tamanha emoção Cacique e Mangueira num só coração
Cabra macho justiceiro Virgulino, é Lampião! Salve, Antônio Conselheiro O profeta do sertão
Em cada estação, a “triste partida” Eu vi no caminho vida Severina À margem do Chico espantei o mal Bordando o folclore raiz cultural... Simbora que a noite já vem, “saudades do meu São João” “Respeita véio Januário, seus oito baixo tinhoso que só” “Numa serenata” feliz vou cantar No meu pé de serra festejo ao luar... Tijuca a luz do arauto anuncia Na carruagem da folia, hoje tem coroação! A minha emoção vai te convidar Canta Tijuca vem comemorar “Inté Asa Branca” encontra o pavão Pra coroar o “rei do sertão”
Acadêmicos do Grande Rio
Eu Acredito em Você. E Você? - Histórias de Superação Compositores: Edispuma, Licinho Jr., Marcelinho Santos e Foca Intérprete: Wantuir A luz que vem do céu Brilhou no meu olhar Trazendo a esperança Que os anjos vêm anunciar Lutar sem desistir Das cinzas renascer Eu encontrei na fé A força pra vencer A felicidade mandou avisar É preciso superar Derrubar o “gigante” eu vou É lição de coragem e amor Eu sou “guerreiro do bem” vou caminhar A minha história vai te emocionar
Vá de retro, sai assombração Volta pra ilusão do além No repente do verso O “bicho” perverso não pega ninguém Oh meu “Padinho”, venha me abençoar Meu santo é forte, desse “cão” vai me apartar Quero chegar ao céu num sonho divinal... É carnaval! É carnaval! Salgueiro, teus trovadores são poetas da canção Traz sua côrte, é dia de coroação Não se “avexe” não
A arte de viver... É aprender no dia a dia Usando a imaginação Ao som da melodia Posso enxergar... Sei que meu coração vai me guiar Eu sigo em frente sem desanimar Faço da vida um grande “festival” Acreditar que pra sonhar não há limitações A “roda gira” e traz a solução Me dê a sua mão por liberdade Sou brasileiro mandei a tristeza embora Eu “tô” sentindo que chegou a nossa hora
Salgueiro é amor que mora no peito Com todo respeito, o rei da folia Eu sou o cordel branco e encarnado “Danado” pra versar na Academia
Quem me viu chorar... Vai me ver sorrir Eu acredito em você... Pro desafio E abro meu coração, cantando a minha emoção Superação é o Carnaval da Grande Rio
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SAMPA
SAMBAS/SP
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ão é novidade alguma a presença de sambistas vindos do Rio de Janeiro para abrilhantar o Carnaval de São Paulo. Embora o desfile das escolas de samba paulistanas tenha conseguido desenvolver uma identidade própria, as datas das apresentações, na sexta e no sábado, tem possibilitado que as agremiações da Terra da Garoa possam contar com o reforço da turma da Cidade Maravilhosa. Para 2012, não será diferente, especialmente com o microfone. O número de intérpretes com currículo robusto na Sapucaí garantidos no Anhembi se destaca. Há cantores consagrados no Rio nos Grupos Especial e de Acesso. Na elite do Sampa paulistano, estarão o premiadíssimo Nêgo, que terá a
Reprodução do Site/Águia de Ouro.
Serginho do Porto, Águia de Ouro. n
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companhia de outra figurinha carimbada, Quinho, na Unidos de Vila Maria. Wander Pires, da Unidos do Porto da Pedra e ex-Mocidade Independente de Padre Miguel, Salgueiro, União da Ilha, Grande Rio e Viradouro, levará o samba da Vai-Vai. Serginho do Porto será o dono do microfone na Águia de Ouro. Já Clóvis Pé e Igor Sorriso formarão dupla na Mocidade Alegre. O último a confirmar presença foi Ânderson Paz, com passagem de destaque por escolas como Portela, Lins Imperial, São Clemente, Estácio de Sá, Acadêmicos da Rocinha e Paraíso do Tuiuti. Ele estará no carro de som da Unidos do Peruche, no domingo de Carnaval paulistano, pelo Grupo de Acesso, em que também cantará ou-
Nêgo, Unidos de Vila Maria. n
tro nome consagrado da folia carioca, Preto Jóia, campeoníssimo na Imperatriz Leopoldinense, será novamente o comandante do carro de som da Acadêmicos do Tatuapé. A presença de intérpretes conceituados no Rio em São Paulo é antiga e já trouxe grandes mestres para o Carnaval Paulistano. Jamelão cantou em 1988, 1994 e 1998, na Unidos do Peruche. Neguinho da Beija-Flor cantou na Mocidade Alegre, em 1999. Carlinhos de Pilares, Richachs e Quinzinho também deram expediente na Terra da Garoa. E mais recentemente, Gilsinho, Bruno Ribas e Paulinho Mocidade, entre muitos outros, trouxeram o sotaque carioca para o Anhembi. Outubro / 2011
O
s sambas que embalarão o Sambódromo do Anhembi no desfile do Grupo Especial de São Paulo, nos dias 17 e 18 de fevereiro, já estão definidos. A partir de agora, as músicas deixam de ser do compositor A ou B e passam a ser de cada escola. Torcedores e componentes podem decorar as letras a seguir.
Nos embalos do anhembi
Reprodução do Site/Mocidade Alegre.
Cantores do Rio na folia paulistana
Camisa Verde e Branco
Império da Casa Verde
Compositores: Anderson Banana, Rodney Cheto, Fabio Bogalho, Rodrigo CP, Rafinha e Xuxa do Cavaco. Intérprete: Agnaldo Amaral.
Autores: Amós TK, Bruninho, Jorginho Soares, P.H., Sérgio, Luis, Henrique e V. Tomageski. Intérprete: Carlos Júnior
É o Amor ...
É verde e branco o meu amor Meu pavilhão, minha paixão Eu sou camisa onde for O trevo é meu coração Sinta o romance no ar, é o amor Conquistando os corações o cupido te flechou Emoções lindas histórias e loucuras Platonico, o sol enamorado pela lua É divinal, é imortal e vai se propagar Inexplicável pode transformar, e mudar a humanidade Na obra de arte do imperador a dor de uma saudade que ficou Flores num lindo jardim, personagens de amores sem fim É puro e verdadeiro o meu orgulho de ser brasileiro Ora ie ieo mamãe Oxum Deusa do amor conduza minha fé É o povo clamando em uma só voz Em cada um de nós derrame seu axé Um grito de gol ecoa no ar É universal não dá pra negar Sem preconceito de cor, é colorido o amor Estenda a mão ao seu irmão Como é nobre o gesto de doar! E o vento levou embora a tristeza Do outro lado da vida existe a beleza Nas ondas do rádio, casais apaixonados Na tela do computador a esperança Respeite a inocência de uma criança Mascarados no salão, é carnaval vou te beijar A “furiosa” vai fazer você sambar
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Na Ótica do meu Império, o Foco É Você
Vem meu amor Olha prá mim, sou casa verde na avenida Vem pra ver, essa viagem que fascina Brilhou o sol do Egito No vidro a transformação Surgiram criações Moldaram a história, das civilizações Da literatura a proteção solar Clara e cristalina para enxergar Poder de aumentar Visualizar, fotografar To nessa onda de esquimó e vou zuar Pra embalar, tem rock pra gente dançar Vou mergulhar na moda de um profissional Entra em cena nossa tribo é carnaval Tão pequenino prá ver Mas nas lentes vou ter a precisão Tanta beleza nessa noturna visão Eu vi do céu a terra é azul No raio de luz, tecnologia Posso observar toda magia Que tem o universo Se deus é por nós Minha caçula canta em uma só voz És a razão do meu viver, meu bem querer O foco é você Refletindo no espelho. . . Eu vi Na imagem meu império. . . Feliz E na lente uma visão que faz sonhar Lá vem o tigre seduzindo o seu olhar
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X-9 Paulistana
Vai-Vai
Mancha Verde
Dragões da Real
Compositor(es): André Nova União, Aquiles da Vila, Marquinhos Boldrini, Mauricio Paiva, Rafael, Rig e Santos. Intérprete: Royce do Cavaco
Compositores: Zeca do Cavaco, Ronaldinho FDQ, Afonsinho BV, Valter Camargo e Evaldo “Sean”. Intérprete: Wander Pires
Compositores: Freddy Vianna, Armênio Poesia e Channel Intérprete: Freddy Vianna
Compositores: Dico, Eduardo, Vagner, Ricardo e Rico Intérprete: Daniel Collete
Trazendo para os Braços do Povo o Coração do Brasil, a X-9 Paulistana desbrava os Sertões dessa Gente Varonil
No ar , o cheiro da arte Herança moderna , é cultura popular Vou desbravando os sertões Rumo á “ terras sagradas “ Progresso , aventura e emoções Lá vou eu nessa jornada Brasil , abençoado pelo astro-rei Cenário de contrastes e magia Reluz o verde das matas No céu , lindas serenatas A fauna e a flora em harmonia Salve o nosso chão de cada dia Sou mestiço , brasileiro Sertanejo , sim senhor! Ao som da viola , te faço sambar Meu amor! Festeiro esse povo canta e agiganta o meu país Tem bumba-meu-boi , bumbá Tem festa de reis , obá É tão divino o meu maracatú Nessa viagem , diversas linguagens Folclore e tradições O brilho dos olhos reflete o encanto E a fé desse povo no espírito santo Chegou a hora da largada Além do horizonte encontrar A consagração e o orgulho de ser campeão
Mulheres que Brilham
Bixiga é alegria, é bom brilhar Gira a porta bandeira Rodam minhas baianas Vêm que o show vai começar
Pelas Mãos do Mensageiro do Axé a Lição de Odú Abará: A Humildade
O dia veio anuncia, humildade é a voz da nação. Sou Mancha Verde guerreira erguendo a bandeira, Aceitando a missão. A fé eu fui buscar Com meu clamor ao mensageiro Sou Babalorixá A dor de um mundo inteiro Tenho a sede do saber E ainda há muito o que aprender Se Olorun é o pai na criação Eu sou mais um dos filhos desse chão Orunmilá criou senhores do destino A cada irmão deu seu ensino O dom em conhecer as direções
A mão de deus abençoou o meu cantar Fonte de inspiração A essência de adão Luz para o meu caminhar A duras penas prosseguiu a lutar Na graça da índia faceira Com a força da negra guerreira A realeza de grande brio Aos olhos do regente do Brasil Ora ie ieo mamãe oxum Liberdade!!! Soam os tambores quilombolas Um sonho que virou realidade (ora ie ieo)
Ôba !! Ôba !! o olhar de cobiça vai perceber Babalaô Faz a justiça vencer meu pai Xangô A simplicidade vai determinar A riqueza na lição de Obará
E hoje, tão linda e tão bela Toda passarela a te exaltar És música, poema Arte a me fascinar Te vejo nas ruas Nos bares, esquinas És como as estrelas bordando o luar 1001 faces no mundo a brilhar
Mães, Ventre da Vida e Essênsia do Amor
É ela, da Mãe “Natureza”, O Ventre da Vida Sua Essência é o Amor! Oh Mãe, a sua luta é minha inspiração, Venceu batalhas, me deu proteção O seu olhar me viu nascer, crescer, viver E ser quem sou, Pois sua voz vai sempre me educar Em suas mãos vou melhorar, O tempo nunca vai nos separar Felicidade e Alegria Ao me ensinar a Oração Cantamos juntos, naquele dia Com muita fé e devoção! Tem Mãe levando a culpa Com os erros do filho no jogo A mãe da minha flor “Por ela eu ponho a mão no Fogo” Tu és a forma divina de expressão Sentimento verdadeiro Vai além da explicação Guardei na memória, e tão bom recordar Em sua História eu vou me espelhar Um Sonho real, “Ser Especial”
Sou X-9 guerreira , levanto a bandeira Dessa gente varonil Trazendo pros braços do povo O coração do brasil
Senhora da vida Guerreiras na lida Hoje és presidente e me rendo a teus pés Prá sempre te amarei mulher
Vem preservar Respeitar a natureza do criador Os orixás são provas do seu amor Que os ventos de Iansã Levem Oxum, Obá, Nanã No encontro com o mar, a vida é linda ,salve Oxalá Sementes vão trazer às folhas o poder É o fim de uma era que se regenera em Obaluae Oh senhor,perdoai a humanidade, iluminai a consciência Pra guiar essa mudança Vou guardar no coração, levar em minhas mãos A mensagem de esperança
Rosas de Ouro
Acadêmicos do Tucuruvi
Pérola Negra
Mocidade Alegre
Compositores: Léo do Cavaco, Rogério Morgado, Leonardo Lima, Eric Lisboa, Luciano Godoi e Cleverson Japa. Intérprete: Darlan Alves
Compositores: Rodrigo Atração, Fábio Jelleya, Edson Liz, Henrique Barba, Silvinho, Márcio Alemão, Waltinho, Felipe Mendonça, André Filosofia, Maurício Pito, Diley Machado, Leandro Franja e Xandinho.
Compositores: Tigrão, Serginho, Guga Mercadante, Marcelo Soares, Tião, Mydras, Carlinhos, Bola, Regianno e Michel Intérprete: Douglinhas
Compositores: Fernando, Leandro Poeta, Renato Guerra, Rodrigo Minuetto, Thiago e Vitor Gabriel Intérpretes: Clóvis Pê e Igor Sorriso
O Reino dos Justus
O vento sopra magia, Vem viajar na imaginação. Era uma vez, um reino abençoado Onde imperava a igualdade, Justiça e liberdade. Em seus jardins, brotava a mais bela flor E a rosa encantada, o lindo cenário enfeitou. Às margens de um rio, o esplendor de um brasão É meu orgulho, minha tradição Sou mais um guerreiro nessa multidão. As damas da corte e o doce bailar, Exuberância sem igual. Ao som de violinos Um grande cortejo real. Hei de lutar por minha bandeira E defender meu ideal, Mas a tirania trouxe a invasão Na luta do bem contra o mal. Buscando a felicidade, A esperança cruzou o mar E no Brasil, um ser de luz nasceu para brilhar Um lindo conto assim se fez, ao olhos do menino rei Hoje… “O Reino dos Justus” é inspiração, Vou coroar essa conquista Honrando as cores do meu pavilhão É mais que um caso de amor Rosas de ouro, razão do meu viver, Trazendo a Hungria no coração E o sonho de ser campeão!
28 l Revista Carnaval
O Explendor da África no Reinado da Folia
A Pedra que Encanta Também Samba. Itanhaém, Hoje a Pérola É Você!
Rica herança a cintilar Que em solo brasileiro fez brotar O colonizador impôs sua maneira E o índio rezou Benditas histórias são flores no chão Aquarela de inspiração Reluz amazônia paulista Traduz a beleza infinita Canoa de fé, esperança O pescador não se cansa “Rio Acima” sempre alcança O amor do criador
Teu filho, oh mãe áfrica, Faz festa pra te exaltar Sou tucuruvi, tua história Meu samba vai revelar África! Terra de raro esplendor Berço de uma nação Que acolhe teus filhos em teu coração “brilhou em teu solo a riqueza” Lindas obras da mãe natureza Selvagem paraíso: um tesouro natural! Em cada filho teu, o amor por esse chão Levantando a bandeira da preservação
Tá no peito, de quem ama, no brilho do olhar Gira baiana, vem abençoar O meu caminho de fé, o povo em devoção Oh Padroeira Imaculada Conceição
É a fé que embala o teu caminhar Na mãe feiticeira o dom de curar Ao som do tambor, há celebração A magia se espalha e traz proteção
Divina a cidade está em festa Saudando a bandeira da corte imperial “Soca no pilão” mantendo a tradição Perfeição...das belas mulheres de areia No Paraíso encontrei O abraço cortês e gente festeira Na praia...o calor da amizade Um banho...de felicidade Presente de Deus, maravilhosa jóia rara Itanhaém meu coração é caiçara
No dia a dia, A arte era a tradução da criação Modelada pelas mãos, A inspiração transformou-se em alegria Chegou à bahia, na ginga da capoeira, Com seu sabor, essa cultura Fez nascer a raça afro-brasileira Hoje, com a benção dos bambas, Minha escola de samba vai passar Com garra defendo meu pavilhão No peito, a marcação Herdeiro, eu sou, da batida do tambor (ô ô ô)
É nessa onda que a Vila Madalena diz no pé Meu samba no balanço da maré A Pérola que brilha hoje é você Pedra que canta o mundo vai te conhecer
Outubro Agosto / 2011
Outubro / 2011
Quem é que não tem ama nessa passarela? Que linda homenagem, Dragões! Aplausos guerreira, brilhou sua estrela Em nossos corações!
Ojuobá – no Céu, os Olhos do Rei…na Terra, a Morada dos Milagres…no Coração, Um Obá muito Amado
O rufar do tambor vai ecoar Tenho sangue guerreiro, sou Mocidade A luz de Ifá vai me guiar Ojuobá espalha axé, felicidade Kaô kabecile Kaô meu pai Xangô Ouça o clamor de Ojuobá É fogo, é trovão, é justiça Assim, cruzando o mar de Yemanjá Aponta o seu Oxé a nos guiar Raiou o sol da liberdade a quebrar correntes E nessa terra o negro vence Com a proteção do Rei de Oyó Contra o preconceito ao seu povo Conduz a mão que escreve um mundo novo No Pelô... Salve a Bahia de São Salvador Eu vou à capoeira, meu amor Morada dos Milagres, devoção e fé Um grito de igualdade, axé É magia, na mistura de raças surgiu A pele morena, linda é a cor do Brasil Na crença, um traço cultural E pelas ruas o povo a cantar É arte popular que faz emocionar, o Afoxé a embalar No Ylê a sua luz brilhou As mãos de Mãe Senhora o consagrou Eternizado, é coroado Obá de Xangô Jorge, orgulho da nação, Amado em cada coração Feliz o povo canta em oração
Revista Carnaval l 29
Águia de Ouro
Unidos de Vila Maria
Compositores: Jairo, Fernando Sales, Tadeu e Rodrigues Intérprete: Serginho do Porto
Compositores: Russo, Moleque Pará, Nininho, Wagner Yhai, Prof. Wal Intérprete: Nêgo, participação Quinho
Tropicália da Paz e do Amor! O Movimento que não Acabou!
Águia de Ouro eterna paixão O tesouro que guardo no meu coração No swing da Pompéia eu vou Na Tropicália da paz e do amor Brasil, oh pátria amada Terra abençoada de encantos mil Sua natureza é divinal Paraíso de beleza Tropical A Beira Mar a Bossa Nova Nasceu Guitarras a tocar, como inspiração Pra jovem guarda e o rock em apogeu (apogeu) Com Caetano e Gil, a Tropicália Surgiu Em liberdade de expressão “Caminhando contra o Vento” Ao novo tempo sem repressão No ar, ecoam notas musicais Pra eternizar, grandes festivais E os talentos, o povo consagrou E a musica embalou Sucesso no cinema Terra em transe na tela A arte a moda em poema No teatro, “o rei da vela” Bate tambor no iê iê iê pro povo balançar O caldeirão a ferver de cultura popular A nave louca partiu a dor foi demais Na luta os seus ideais (Ideais) Mas, Chacrinha tropicalista imortal Recebe os novos baianos no Planeta Carnaval
A força infinita da criação. Vila Maria feita à mão
Quem é Vila Maria, levante as mãos É a força infinita da criação A batucada é raiz verdadeira Sou comunidade valente e guerreira Divino Artesão O Criador do Universo Fez o primeiro homem, a sublime criação Da poeira das estrelas, filhos desse chão Chama ardente é fogo, clareia a evolução Pra semear, colher, compartilhar E dizer não a covardia Vamos dar as mãos nossa família Fazer na avenida a corrente de fé Bate forte no tambor...axé No som do batuque...”Eu tô” No compasso do Samba, eu vou ... Pode Aplaudir A mão que faz a guerra Levanta a bandeira (branca) Da paz e amor Mãos que falam, conduzem Engrandecem o meu viver O futuro em nossas mãos Na internet online com você Retalhos vão se transformar No Artesanato Brasileiro Trago bordado no meu Pavilhão Um gesto de igualdade e união Óh Pai, abençoai as mãos que fazem carnaval Que a magia do artista Conquiste a alma do sambista
AGENDA DO CARNAVAL (Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro) Escolas Mirins Passarela do Samba Sexta – 17/02 n Inocentes da Caprichosos n Aprendizes do Salgueiro n Mel do Futuro n Infantes do Lins n Corações Unidos do Ciep n Ainda Existem Crianças na Vila Kennedy n Nova Geração do Estácio n Império do Futuro n Herdeiros da Vila n Filhos da Águia n Miúda da Cabuçu n Pimpolhos da Grande Rio n Mangueira do Amanhã n Golfinhos da Guanabara n Tijquinha do Borel n Petizes da Penha n Estrelinha da Mocidade
AGENDA DO CARNAVAL
(Grupo Especial e Grupo de Acesso de São Paulo)
Gaviões da Fiel
Tom Maior
Compositores: Grandão, Batata, Netinho, Max, Dentinho, Luciano, Mariano Araújo e Magrão R1 Intérprete: Ernesto Teixeira
Compositores: Darlan Alves, Carlos Dorea, Vinicius Faria, Pedro Barnabé, André Nascimento, Bruno Tomageski e Tonn Queiroz, Marquinhos Godin e Emerson Bernado Intérprete: Renê Sobral
Verás que o Filho Fiel não Foge à Luta. Lula, o Retrato de uma Nação
Vai meu gavião... Cantando a saga do menino sonhador Um filho do sertão, cabra da peste... Irmão Que deus pai iluminou! Trouxe no sangue a coragem, a fé O poder regendo seu destino! Na cidade grande a esperança... O futuro promissor! Traçou seu o caminho Cresceu foi à luta... Prá vencer E o sonho se torna real Luiz Inácio o operário nacional! Companheiro fiel... Por liberdade Na corrente do bem... Contra a maldade! Elo forte da democracia A luz da nossa estrela guia! Viu... No coração do Brasil Tanta desigualdade O retrato da realidade A utopia buscando a dignidade! Solta o grito da garganta e vem comemorar A soberania popular Felicidade... O povo unido venceu A cidadania resplandeceu Uma nova era aconteceu! Sou da nação, sou valente e festeiro Corinthiano loucamente apaixonado! Em oração a São Jorge guerreiro Peço que o brasileiro seja sempre abençoado!
30 l Revista Carnaval
Paz na Terra e aos Homens de Boa Vontade
Vem nessa amor... Vermelho e amarelo Sumaré chegou! A nossa bateria hoje vai dar um show É sensação, vai te levar Na proteção de um exército celestial Arcanjos da corte divina Tocando o seu coração, mais amor violência não A luta da natureza pra não sucumbir Chega de ambição de poluir, isso não pode se profetizar E a paz que eu sempre sonhei não pode acabar É tempo de mudar, somos todos irmãos E de mãos dadas vamos juntos nessa união Fazer o bem, sem distinção, por onde for... Paz e amor A esperança de um novo amanhecer É a criança, abençoado ser Se cuidarmos bem dará bom fruto Cidadão de fé, fraterno e justo De boa vontade, feito poucos Que sempre lutaram pelos outros Estrela, no céu a brilhar O samba não te esquecerá Linda trajetória, de sonhos e glórias Um “Marko” em nossa história Vai clarear chegou a emoção Vai levantar poeira do chão Em Tom Maior vou conquistar seu coração
Outubro / 2011
Grupo Especial Passarela do Samba do Anhembi Sexta – 17/02 n Camisa Verde e Branco n Império de Casa Verde n X-9 Paulistana n Vai-Vai n Rosas de Ouro n Acadêmicos do Tucuruvi n Mancha Verde Passarela do Samba do Anhembi Sábado – 18/02 n Dragões da Real n Pérola Negra n Mocidade Alegre n Águia de Ouro n Unidos de Vila Maria n Gaviões da Fiel n Tom Maior
Grupo de Acesso Passarela do Samba do Anhembi Domingo – 19/02 n Unidos de São Lucas n Estrela do 3º Milênio n Unidos do Peruche n Nenê de Vila Matilde n Morro da Casa Verde n Imperador do Ipiranga n Acadêmicos do Tauapé n Leandro de Itaquera
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Rua Garcia Redondo, 30, Cachambi, Rio de Janeiro-RJ. Tels.: 2229-7931 e 3079-0371. 32 l Revista Carnaval
Outubro / 2011