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Capítulo XXVI –Acesso Proibido

CAPÍTULO XXVI

ACESSO PROIBIDO

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Economia de tempo e de energia, todos nós procuramos a todo o momento. Desse modo, qualquer ação que contemple esses dois fatores, são prioridades. Mas nem sempre é o melhor caminho, se isso esbarra em atitude reprovável. Pois é; um dia fiz algo –mais ou menos -reprovável. Mas quem um dia não o fez?

Na geometria plana, diz-se que a distância entre dois pontos é uma reta. Mais ou menos no meu caso. Explico: Olhando a antiga foto aérea da fábrica, lembrei-me de uma das minhas aventuras daquele tempo. Quando comecei a trabalhar na Refrigeração, fui morar com um dos meus irmãos que residia quase ali nos fundos e ao lado da fábrica, e próximo à Rua Francisco H. dos Santos.

Naquela época, como já mencionei em outro capítulo, o único acesso à fábrica, tanto de pessoal quanto de caminhões, era pela Rua Dionísio Baglioli, (hoje fechada) entrando pela Av. Salgado filho. Sendo assim, para que eu pudesse chegar ao emprego, era obrigado a dar uma grande volta, saindo próximo dos fundos da fábrica, indo pela Rua Ministro Gabriel Passos (que ainda não era pavimentada nem totalmente aberta) até a Av. Salgado Filho, virando à esquerda até a Rua Dionísio Baglioli, para, então, adentrar aopátio da fábrica.

Outro caminho era indo pela Francisco H. dos Santos até a Av. Salgado Filho, depois até a Dionizio Baglioli. De qualquer forma era uma caminhada e tanto. Pior quando chovia; nenhuma das duas era asfaltada. Só lama e com grande possibilidade de chegar sujo no serviço.

Certo dia, observando que o terreno nos fundos da fábrica era separado da rua ao lado por apenas uma cerca de arame farpado, tive uma “grande” ideia. No dia seguinte me aproximei daquela cerca e, vendo que ela não era muito firme e com ajuda de um graveto, forcei a passagem entre um arame e outro e passei para dentro do terreno.

Nos dias seguintes fazia a mesma coisa. Como naquele horário da manhã a fábrica já estava funcionando e com os portões internos e externos abertos, cruzava a cerca, e passava por dentro da metalurgia até chegar ao Escritório Técnico, local do meu trabalho. Assim, poupava tempo e uma longa caminhada cortando caminho. Não era propriamente uma linha reta entre aqueles dois pontos, mas era um acesso curto e rápido.

Fiz esse trajeto várias vezes, porém, essa facilidade não durou muito. Numa certa manhã cheguei ao meu ponto de passagem e, qual não foi minha surpresa: aquela cerca estava sendo consertada, e o pessoal que ali estava, me alertou que eu não poderia mais passar, impedindo, portanto, meu acesso. É claro que a vigilância deve ter notado aquele vão na cerca, e trataram de arrumar. Frustrado, porém entendendo que eu estava fazendo algo – digamos assim - errado, tive que voltar a fazer aquele percurso mais longo por um bom tempo, até que mudei de casa e, passei a usar uma bicicleta comprada de segunda mão, agora entrando pelo portão oficial.

Coisas da vida.

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