ATLAS SANTA MARIA DA FEIRA
35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIA UM TEMPO DE EXCELÊNCIA
Alfredo Oliveira Henriques Presidente da Câmara Municipal
APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever: retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua progressão, verificadas nas últimas três décadas.
Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à
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União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.
O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem qualquer subjectividade ou propaganda.
A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas
CONHECIMENTO HUMANO
dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.
É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa e objectivamente dá conta.
Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também, na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.
ATLAS SANTA MARIA DA FEIRA
35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIA UM TEMPO DE EXCELÊNCIA
Alfredo Oliveira Henriques Presidente da Câmara Municipal
APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever: retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua progressão, verificadas nas últimas três décadas.
Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.
O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem qualquer subjectividade ou propaganda.
A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.
É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa e objectivamente dá conta.
Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também, na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.
DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA
DE 1974 A 2009
UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA Desfolhando o presente Atlas, pode-se ler pelo texto e pelos gráficos e cartas, que estamos perante uma notável explosão demográfica, decorrida num curto espaço de tempo, à qual corresponde uma modernização do território, que se transformou em três décadas e meia, evidenciando uma impressionante infraestruturação urbanística, de freguesia a freguesia.
O progresso do concelho de Santa Maria da Feira, que se promoveu, usando um modelo de desenvolvimento multipolar, deve muito à iniciativa municipal ao tornar prioritária a dotação das suas 31 freguesias com equipamentos públicos e criação de serviços, essenciais ao bem-estar das populações, na educação, na saúde, na acção social, na cultura, no desporto, em todos os sectores das suas competências, correspondendo ao dinamismo da sociedade civil, quer no que se refere ao seu associativismo rico e diversificado, quer ao forte empreendorismo das actividades económicas.
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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Este percurso de mudança, de 1974 a 2009, foi
ram emprego, fortaleceram a coesão social e fixaram a população
pontuado por sete factos relevantes que fizeram alcan-
activa, que não parou de crescer, ao contrário da média nacional
çar, com excelência, patamares de qualidade de vida
e da região.
para o todo concelhio e para a afirmação regional, nacional e internacional de Santa Maria da Feira:
7 – A ampliação e reforço da identidade concelhia, sustentada numa afirmação cultural pujante, com eventos de grande singu-
1 – O traçado da auto-estrada A1, com entrada em local estraté-
laridade, valorizando as raízes locais, de frequência regular e de
gico para o desenvolvimento do concelho, reforçando acessibili-
relevo nacional e internacional, como a Festa das Fogaceiras, a
dades à região e ao país.
Viagem Medieval, o Imaginarius e festivais de cinema e de música, que promovem a tradição e as artes contemporâneas.
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2 – A elaboração e a entrada em vigor do Plano Director Municipal, documento indispensável à transformação e ao ordenamento
Há uma correspondência biunívoca, do fenómeno da explosão
do território.
demográfica com a expansão urbana operada a partir da implantação da democracia, em conjugação com os sete factores de
3 – A construção do Europarque, um conjunto de equipamentos
desenvolvimento referidos.
de ordem e dimensão nacionais. Interessante notar, ao contrário do perspectivado por alguns 4 – A construção do Hospital de S. Sebastião, equipamento de
analistas da época, que a acessibilidade franca ao centro da Área
ordem regional, unidade de saúde de referência.
Metropolitana do Porto, proporcionada pela auto-estrada A1, não veio transformar Santa Maria da Feira num espaço-dormitório da
5 – O alargamento da rede educativa, da formação profissional
cidade do Porto, pelo contrário, serviu para dilatar o seu dinamis-
e a criação do ensino superior, com a entrada em funcionamento
mo económico, social e cultural e a sua asserção singular entre o
do ISVOUGA - Instituto Superior de Entre Douro e Vouga e do
conjunto dos municípios da AMP.
ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão. Estas notáveis transformações ofereceram à população uma 6 – A consolidação das áreas centrais urbanas e criação de novos
crescente mobilidade interna e com o exterior, que facilitou o
eixos urbanos e estruturantes, como o Feira/Cruz e o Lourosa-
acesso a bolsas de emprego, especialmente na Indústria
-Fiães/Lamas-Mozelos, a par da criação de novas zonas indus-
e nos Serviços.
triais, que diversificaram o tecido produtivo do concelho, dotaram o território de boas condições de acolhimento empresarial, cria-
DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA
De notar que em 2001, Santa Maria da Feira foi recenseada com
No conjunto dos municípios da Área Metropolitana do Porto, esta
135 964 pessoas residentes, um dos municípios de maior di-
ordem de importância, que reflecte a afirmação crescente de
mensão demográfica de Portugal. Em 1970, Santa Maria da Feira
Santa Maria da Feira, decorre do seu processo de transformação
tinha 94 970.
urbana, que consolidou os núcleos de maior densidade, invertendo o modelo de crescimento difuso e reforçou o carácter de qualidade
Considerando que em 1974 o contexto demográfico é sensivel-
das polaridades locais que transformaram o município como um
mente o mesmo de 1970, assim como acontece de 2007 a 2009,
dos mais dinâmicos, entre os territórios policentrados metropolita-
verifica-se um aumento da população residente de 54,1%, em
nos.
Santa Maria da Feira, entre 1974 e 2009. No mesmo período, em Portugal, foi registado um aumento de 23,3% da população
A transformação do território e os instrumentos de planeamento e
residente, ou seja, a explosão demográfica já referida
as políticas que suportaram o surto de progresso, vivido nestes 35
corresponde a 2,32 vezes mais do que o crescimento nacional.
anos, é indissociável do papel da “população laboriosa, inteligente,
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diversificada, com uma razoável coesão e com aptidões provadas Relativamente à sua posição, entre os municípios da Área
no seu labor diário”, no dizer do Prof. Manuel da Costa Lobo.
Metropolitana do Porto, também é interessante notar a ordem
E se o abrandamento da actividade industrial verificada nos últimos
de importância demográfica e a evolução verificada, conforme o gráfico em baixo.
330 000 300 000 270 000 240 000 210 000 180 000 150 000 120 000 90 000 60 000
1981
30 000
1991 2001 AROUCA
ESPINHO
GONDOMAR
MAIA
MATOSINHOS
O. AZEMÉIS
PORTO
P. VARZIM
S. M. FEIRA
S. TIRSO
S. J. MADEIRA
TROFA
V. CAMBRA
VALONGO
V. CONDE
V. N. GAIA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
anos, devido à conjuntura internacional, é um factor de preocu-
Ainda na área do ambiente, é de salientar a adopção de um sis-
pação, dado o volume de desemprego que gerou, é de registar
tema de recolha de resíduos sólidos, em grande parte já de forma
a estratégia municipal de diversificação, que já tem resultados,
selectiva e a cobertura de todo o concelho com abastecimento de
como se comprovam nos níveis elevados verificados no sector
água (praticamente inexistente em 1974, tal como o saneamento
terciário e na emergência de novas actividades e formas de pro-
e com grande incremento na última década), que correspondeu
duzir bens e serviços, como o Design, as Tecnologias de
a um impressionante conjunto de obras, com mais de mil quiló-
Informação e Comunicação, a Formação Profissional e Tecnológi-
metros de rede executada e respectivos reservatórios. Mas mais
ca, a Acção Social, as Indústrias Criativas, as Recriações
gigantesco foi o esforço de resolução do saneamento – dada a
Históricas e o Turismo.
complexidade do relevo e da existência de 12 bacias hidrográficas – com a construção da rede, que já cobre cerca de 70% do
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Entre outros factores que se destacaram no período de 1974 a
território e das Estações de Tratamento de Águas Residuais.
2009, é de referir o desenvolvimento da inclusão social, a requalificação do Castelo, do Centro Histórico, do Convento dos Lóios
Por fim e marcante neste percurso de progresso, que as peças
e do Património Cultural em geral, a preservação e promoção dos
desenhadas de um atlas não podem retratar, é a implementação
recursos paisagísticos e ambientais, sendo de destacar a articula-
de uma política de modernização administrativa e de transparên-
ção entre os núcleos urbanos mais densos e as vastas manchas
cia para os munícipes, com sofisticados recursos informáticos,
florestais, que dão corpo substancial à estrutura ecológica do
levando-os a aceder mais activamente e com mais eficiência aos
concelho.
serviços e ao conhecimento geográfico, o que tem fomentado o conceito de Nova Cidadania.
Releve-se, ainda, a “descoberta” e promoção de áreas de grande sensibilidade ambiental, como a frente para o Rio Douro, no Porto
E se o apego aos valores da terra, o associativismo e o forte
Carvoeiro, a encosta do Castelo e o vale do Rio Cáster, o vale do
empreendorismo, são atributos dos feirenses, as três décadas e
Rio Uíma, o Monte das Pedreiras, em Fiães, o Parque do Monte
meia aqui retratadas e a autêntica revolução experimentada
Coteiro, em Mozelos, a Quinta do Engenho Novo, em Paços de
reforçaram o sentido de pertença e a coesão social, porque o
Brandão, o Parque de Santa Maria de Lamas, a zona envolvente
munícipe se revê no avanço do Município. Perante as dificulda-
das Termas das Caldas de S. Jorge, a praia Fluvial da Mámoa, em
des da conjuntura global que se vive, o espírito feirense, assim
Milheirós de Poiares. São espaços de grande utência da popula-
reforçado, está preparado para vencer as batalhas do futuro, com
ção, que cada vez mais os procuram, para actividades saudáveis
optimismo, trabalho, inovação e com a sua tradicional inteligência,
de lazer e de contemplação da Natureza.
continuando um rumo de desenvolvimento e excelência.
José Manuel Bastos
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
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CAPÍTULO I INTRÓITO
I ´
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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
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CAPÍTULO I INTRÓITO
1. (D)A importância de um Atlas A tradição dos Atlas remonta aos tempos de Ptolomeu, verdadeiro precursor do conhecimento geográfico e deste tipo de documentos geográficos, sendo que o primeiro Atlas conhecido, de sua autoria, remonta ao ano de 150 antes de Cristo.
Por definição, “Atlas” é uma colecção de mapas, de informações cartográficas, geográficas ou astronómicas, tradicionalmente agrupadas em livro, mas também possível de encontrar em formatos electrónicos ou digitais.
Pelo grande número de estudos que potenciam, os Atlas assumem-se como instrumentos de inquestionável interesse e utilidade na compilação e na análise da realidade de um determinado lugar. São um excelente instrumento de consulta.
Ora, nessa linha de pensamento, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira pretendeu proceder à realização do seu
Atlas Municipal. Ambicionou-se a construção de um documento que pudesse proceder à definição de um retrato da realidade de um município, composto por 31 freguesias, não negligenciando o papel deste espaço geográfico num contexto de âmbito regional.
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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Importará, pois, conhecer a diversidade de Santa Maria da Feira,
Ora, é precisamente esse o enfoque que se pretende conferir ao
as suas gentes, o seu território, as suas potencialidades, mas
Atlas Municipal de Santa Maria da Feira: esta ligação
também as suas fragilidades.
Homem /Meio.
Sendo a paisagem um sistema particularmente com-
Santa Maria da Feira é “berço” de uma gente que importa conhe-
plexo, não bastará “vê-la”. É necessário, pois, “olhá-
cer, analisar, tipificar… mas também um território que condicionou
-la”, algo que só se poderá tornar exequível através de
(e condiciona ainda) as actividades do Homem, o que, por si só,
uma análise aturada, atenta, aprofundada e crítica.
justifica que para ele olhemos de forma atenta também, pois essa análise do território ajuda-nos não só a compreender o porquê de
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A longa tradição que une a Geografia à História deriva, também,
algumas realidades, mas possibilita também uma visão prospecti-
dos mesmos princípios. A ideia de que o território é inseparável
va de realidades vindouras.
da vida dos habitantes, de que a evolução humana se explica em larga medida pelo quadro físico no qual se desenvolve, surge já
De tudo isto, resulta óbvio que deveremos tecer uma
com todo o vigor na famosa frase de Heródoto: “O Egipto é um
análise direccionada numa dimensão FÍSICA (porque
dom do Nilo”.
suporte de toda a actividade Humana), mas também as suas GENTES e os seus MODOS DE VIDA, analisan-
A Geografia tem um objectivo: a superfície da Terra; tem um mé-
do, portanto, uma dimensão HUMANA até porque é
todo: a observação; e tem um modo de expressão: a descrição
desta relação Meio / Homem / Meio que resulta toda
apoiada num mapa.
uma complexidade de factores que exigem ser observados e analisados para que neles possamos intervir.
Uma Região não é, na maior parte dos casos, apenas um produto do natural. Será antes, o resultado de uma combinação, num
Resulta claro, portanto, que Santa Maria da Feira está ciente de
quadro físico, de obras e acções humanas. Socorrendo-nos da
que um município (assim como um país) estará tão preparado
interpretação da citada frase de Heródoto, deveremos sublinhar
para enfrentar o seu próprio futuro quanto mais conhecedor for
que o Egipto se tornou um dom do rio quando se criou a civiliza-
do seu passado e do seu presente, já que um e outro se perfilam
ção que o soube aproveitar. Mas foi nas suas margens fertilizadas
como determinantes sementes para a conquista de um futuro que
pelas cheias e ao longo do curso de água navegável que essa
se quer (e precisa) melhor.
mesma civilização se desenvolveu, superando os fracassos e entesourando os êxitos que lhe permitiram vencer e perdurar.
No fundo, trata-se de assegurar, através de uma visão estratégica, o reforço de boas políticas implementadas, rectificação e
CAPÍTULO I INTRÓITO
(nalguns casos até) a inflexão de outras menos conseguidas, de
Sem se ter a presunção de se querer assumir como
modo a que se possa extrair do concelho (do seu território, das
verdade indiscutível ou irrefutável, o Atlas Municipal
suas gentes, dos seus recursos) todo o seu potencial socioeconó-
procura explicar o porquê de determinados trilhos
mico, promovendo o aumento da qualidade de vida e o bem-estar
traçados, a existência de algumas realidades e as suas
da população.
implicações futuras. É uma observação e uma análise que se destina a todos os possíveis interessados em
A concepção de um Atlas Municipal não pode cingir-se nunca à
conhecer, estudar, viver, investir, planear, trabalhar…
mera compilação de elementos cartográficos ou estatísticos. Se
em Santa Maria da Feira. No entanto, não se pense que
esse fosse o desiderato último desta obra, tal significaria o defrau-
este documento tenha a veleidade de querer apontar
dar de todas as suas potencialidades na tentativa de municiona-
rumos, políticas ou estratégias. Essa não é, de todo, a
mento das ferramentas de base para a projecção do nosso futuro.
missão que lhe estará destinada ou reservada.
Planear implica conhecer: o que fomos e somos, mas igualmente o que queremos ser.
É indubitável que o futuro passa, em grande medida, por uma participação mais activa, interessada, crítica e incisiva dos munícipes, algo que muitos designam de desenvolvimento da Cidadania. Nesse sentido, o presente Atlas Municipal pode (e deve) desempenhar um papel de aproximação dos munícipes da (sua) realidade permitindo-lhes o desempenho de um papel activo na construção do seu próprio futuro, o que se pode chamar de Nova Cidadania.
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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
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2. Enquadramento histórico, socioeconómico e político, com a Região, Portugal e a União Europeia Sem embargo do referido até aqui, a análise da Geografia de
Dito de outra forma, pretende-se potenciar uma demonstração
um lugar encontra, em grande medida, maior esplendor na sua
aos feirenses, com recurso a exemplos concretos, reais e caros,
própria História. Daí que não nos devamos quedar somente na
porque deles, de que modo pode o Meio, o Clima, o Solo, a
mera e simples análise do presente. Tal revelaria pouca ambição e
História, a Cultura, a Demografia, a Economia (etc.) influir nos
seria o desperdiçar de inúmeras potencialidades. É preciso, pois,
nossos modos e qualidade de vida.
debruçarmo-nos sobre uma realidade que ficou para trás. É preciso, então, “olhar” para a história recente de Santa Maria da Feira porque dela se explica, percebe e projecta o município na realidade e no futuro. Ao realizar-se a análise evolutiva de alguns aspectos, estar-se-á a compreender e a perceber os motivos que concorrem para essa mesma evolução.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Ao atingir-se esse objectivo, estar-se-á a alcançar não só o
região ou cada município assume-se como parte integrante de
desenvolvimento e crescimento de uma consciência crítica, mas
um sistema mais amplo e complexo, um sistema de permanentes
também o fomento de uma participação cívica. Ora, quanto mais
trocas, sejam estas de carácter económico, social ou demográ-
(sustentados) contributos as Instituições forem capazes de poten-
fico. Um sistema que se prolonga até à História desse mesmo
ciar e gerar no seu seio, mais e melhor poderão os seus legítimos
território. Ou dito de outra forma, um sistema que se prolonga, so-
representantes, ponderar, projectar, decidir, agir e actuar.
bretudo, à sua História, porque esta concorre, em grande medida, ao auxílio da percepção e compreensão de uma multiplicidade de
A História da Humanidade (e da Europa em particular) diz-nos que
realidades existentes no presente, permitindo, simultaneamente, a
as mutações de índole diversa registadas ao longo dos últimos 50
antecipação de cenários futuros.
anos transformaram totalmente a face dos territórios por nós ocu18
pados. Não nos devemos abstrair que os dois conflitos armados
Nesse sentido, o Mundo, a Europa, o País e Santa Maria da Feira
de escala mundial tiveram como cenário principal o Continente
assistiram, ao longo das últimas décadas, a vincadas alterações
Europeu. Este facto implicou novas forma de pensar e de agir,
de índole diversa. Por ventura, essas mesmas alterações, ainda
com reflexos claros na demografia, nas actividades humanas,
que decorridas num curto espaço de tempo, serão bem mais de-
no capítulo social. A reconstrução do território, a construção da
cisivas da determinação dos seus respectivos futuros que todas
União Europeia e a emergência de novas potências económicas a
as outras verificadas ao longo das suas histórias.
nível mundial influíram de forma decisiva numa nova organização mundial. Importa pois perceber como Portugal se enquadrou e como se localiza nesta nova organização geopolítica mundial. E, na mesma ordem de ideias, porque também peça deste complexo xadrez, importa também perceber qual o papel e a acção de Santa Maria da Feira neste contexto.
A análise das mutações referidas de índole diversa permitem afirmar que o concelho de Santa Maria da Feira cresceu, desenvolveu-se, ganhou notoriedade a nível regional e nacional. Nenhum território poderá ser visto e analisado de forma isolada ou estanque, quer seja no tempo ou no espaço. Cada país, cada
CAPÍTULO I INTRÓITO
Enquadramento do concelho de Santa Maria da Feira em Portugal e na Região (Área Metropolitana do Porto e Entre Douro e Vouga)
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Todo o processo de mudança é acompanhado de um outro… de
originaram (ou originam ainda) essa realidade.
adaptação. E a história recente do Mundo dita-nos que as regiões
A pertinência dessa análise adquire maior relevância
que revelam maior capacidade de adaptação à mudança têm
se observarmos os números da realidade nacional, que
sido precisamente aquelas que desenvolvem maior aptidão para
em idêntico período registou o aumento populacional de
crescerem e se desenvolverem de forma mais rápida e eficiente.
21,69%.
Por oposição, aquelas que menores competências revelam no reconhecimento e assumpção das mudanças, correspondem preci-
Deste modo, resulta claro que importa proceder-se ao retrato do
samente ao conjunto de regiões que vêem aumentada a distância
cenário actual do município, mas também ao retrato de há 30/40
que as separa do desenvolvimento e da sustentabilidade.
anos atrás. Porém, e talvez bem mais importante, será tentar perceber quais os factores, que políticas, que realidades (endógenas
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Ora é precisamente neste contexto de permanente mudanças que
ou exógenas) nos ajudam a perceber essa mesma evolução.
se desenvolveu nos últimos 35 anos que poderemos e deveremos enquadrar Santa Maria da Feira. A análise dos últimos anos
Retratar-se a História de um país, de uma região ou de um conce-
revela-nos que o concelho sofreu notáveis alterações, transforma-
lho não se perfila tarefa fácil. E quanto menos for a distância tem-
ções e mutações. Este intervalo temporal, da actualidade até há
poral em relação aos factos em causa, mais se intensificam essas
meio século atrás, foi palco de uma fortíssima expansão urbana
dificuldades, pois cada qual pode cair na tentação de escrever a
no concelho, resultante de um aumento particularmente signifi-
sua própria versão da história. No entanto, há momentos, episó-
cativo da população feirense, sendo que ambos os fenómenos
dios, realidades que, pela sua intervenção decisiva e determinantes
se explicam, em grande medida através da crescente mobilidade
na História dos países e das regiões, merecem ser analisadas com
entre municípios e regiões em busca de focos de emprego e
especial cuidado e pormenor.
melhor acessibilidades. Ora, este indicador revela, por si só, que o município foi capaz de desenvolver uma capacidade
No caso da História recente de Portugal, o 25 de Abril de 1974
atractiva para as populações. Uma observação atenta da
terá sido, com toda a certeza, o grande momento histórico do
evolução da população no concelho de Santa Maria da
país. Não só pelo seu significado imediato (derrube de um regime
Feira permite concluir-se que, num curto espaço tempo-
politico ditatorial que oprimiu Portugal e os portugueses durante
ral (1970 a 2001), se registou um aumento do número de
meio século) mas também, e sobretudo, pelo significado que de-
feirense em cerca de 42%. Este indicador, analisado de
sempenhou para o futuro do país e cujos ecos ainda hoje se fazem
forma isolada poucas ou nenhumas ilações nos permitirá
sentir. Com o 25 de Abril de 1974 e o surgimento de um Portugal
retirar, mas deverá ser, contudo, o mote para uma aná-
democrático, os modos de vida dos portugueses alteraram-se de
lise mais aprofundada e atenta sobre os fenómenos que
forma indelével. O país foi, aos poucos, abandonando um forte
CAPÍTULO I INTRÓITO
teor rural que o caracterizava, para se modernizar, industrializar
para poder encarar com maior optimismo e confiança
e urbanizar. A economia do país foi-se alterando e adquirindo
os desafios de um processo globalizante e globalizador
contornos diferentes dos que possuía até então. Esse momento
em curso.
significou o virar de uma página no país, uma ruptura com o passado e abertura de novos horizontes com vista à construção de
Com o final da 2.ª Guerra Mundial, a Europa viu-se confrontada
um (novo) futuro.
com a necessidade de resolução de graves problemas estruturais. Na alvorada do pesadelo gerado por este conflito armado, a
Portugal é um país em permanente crescimento e evolução desde
Europa estava “ferida de morte” no seu mais profundo âmago e
esse dia, consolidando a sua Democracia, almejando trilhar os
constatava-se a imperiosidade de se proceder à reconstrução de
rumos do Desenvolvimento e procurando alcançar a edificação
países “alma” do velho Continente, como o Reino Unido, França
plena de uma sociedade mais avançada, justa e solidária. Hoje,
ou Alemanha. Obviamente, e porque inserido neste contexto
volvidos quase quatro décadas sobre esse autêntico marco histó-
regional, Portugal via também a sua posição bastante enfraque-
rico, é comummente aceite que o Portugal de hoje mais não será
cida. O regime colonialista ou ultramarino que havia sustentado
que uma remota recordação do Portugal de outrora. As mudanças
largos anos a estrutura económica de um país revelava francos
precipitaram-se a um ritmo alucinante e o país metamorfizou a sua
sinais de enfraquecimento. A estrutura do país revelava-se, aos
face. E com o país as suas gentes.
poucos, trémula e ameaçava ruir. Consequência desse mesmo facto Portugal agudizava com os efeitos de uma grave crise eco-
Os indicadores de mudança económica e social das últimas três
nómica e financeira que o estrangulava.
décadas confirmam esta evolução vincada do país que possui hoje modernas infra-estruturas rodoviárias e de transportes, onde
Ao mesmo tempo, a juntar a tudo isto, eclodia a Guerra Colonial
a qualidade de vida média das populações cresceu de forma
Portuguesa, que mais não foi do que uma desesperada tentativa do
significativa, a esperança média de vida aumentou para níveis
regime em evitar o inevitável: a queda de um Portugal Ultramarino.
semelhantes aos dos países mais avançados da Europa, e em que a generalidade da população tem acesso a todos os níveis de
Portugal estava, assim, confinado a si próprio. E é neste
ensino, a cuidados de saúde, bem como aos meios culturais.
contexto que em 25 de Abril de 1974 se dá uma revolução militar que perspectivou conferir um novo rumo ao país. Com o derrube
Estes passos dados pelo país apenas foram possibilita-
do regime que vigorou perto de meio século em Portugal, era tem-
dos pela consolidação do edifício democrático nacional
po, então, de fazer surgir um novo sentimento, uma nova política,
que potenciou um processo de desenvolvimento da
um novo rumo que haveriam de mudar a face do mais ocidental
economia e da sociedade portuguesas, hoje preparadas
país do Continente Europeu.
21
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO I INTRÓITO
Propalava-se a necessidade de se Democratizar, Descolonizar e
Este vigor económico do município protagoniza uma enorme
Desenvolver Portugal. Estas eram as aspirações de um povo e de
transformação a vários níveis: demográfico, económico, social, de
um país que se via mergulhado numa grave crise económica.
estrutura urbana.
Com a Revolução, Portugal aboliu as reformas de proteccionismo
Conhecer esta “história de 35 anos do município é, sem
económico e foi deixando cair por terra uma política financeira
dúvida, um exercício deveras importante, até para que possamos
assente em constantes desvalorizações do Escudo. O país abria-
responder afirmativa e cabalmente aos desafios que são, hoje,
-se, deste modo, aos ditames de uma política económica global,
colocados ao concelho. Desafios que exigem maior competitivida-
realidade que viria a ser, anos mais tarde, reforçada com a adesão
de e produtividade, sob pena de se falhar o objectivo fulcral para a
à Comunidade Económica Europeia (CEE, actual União Europeia).
sustentabilidade económica. 23
Inserido num contexto Europeu, Portugal era (e é) desafiado a cumprir pactos de convergência. Os incentivos comunitários
Como será fácil perceber, os desafios atrás referidos relacionam-
permitiram, numa primeira fase, encetar-se um processo de
-se com a convergência com o pelotão da frente do comboio
desenvolvimento e modernização do país assente na melhoria das
europeu. Importa, pois, aquilatar de que forma o concelho de
condições infra-estruturais responsáveis por uma industrialização
Santa Maria da Feira se tem preparado para este desafio que é
do país e um progressivo abandono das actividades rurais.
colocado ao país, ao seu tecido económico e social, aos seus sectores de actividade, cientes de que o caminho apontado como
Este momento catalisa um outro fenómeno associado no tempo,
o garante do sucesso do país assenta num processo de qualifi-
bastante acentuado, de litoralização do país e um progressivo
cação e especialização da mão-de-obra, aumento dos índices de
abandono das regiões interiores.
produtividade, maior competitividade dos produtos e empresas nacionais num contexto global.
Opera-se como que uma metamorfose no país; e no concelho de Santa Maria da Feira também. Mercê de um
Nas últimas décadas, Portugal fez um enorme progresso no
vincado carácter laborioso das suas gentes e da sua mão-
processo de convergência com a média da actual União Europeia.
-de-obra, o município especializa-se em actividades liga-
É até considerado como um dos países que mais progressos
das ao sector industrial, com especial ênfase para os sec-
fez neste domínio, Porém, nestes últimos anos, esse processo
tores de transformação da cortiça e calçado. Decorrentes
conheceu uma substancial desaceleração.
desta alteração da estrutura produtiva do município, as actividades relacionadas com o sector agrícola foram perdendo o peso específico que possuíam até então.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
24
CAPÍTULO I INTRÓITO
É, pois, nesta encruzilhada que Portugal se encontra. Os desafios
os desafios de um fenómeno que, na época, se começava a fazer
que se colocam ao país são, claro está, de enorme grandeza.
sentir: a globalização.
Com uma Europa a 27, Portugal deverá saber modernizar-se (nas suas estruturas físicas e humanas), no sentido de poder competir
A democracia foi sendo consolidada, facto que permitiu o reforço
com os demais parceiros comunitários.
da estabilidade e competitividade nacionais e a melhoria significativa das condições de vida dos cidadãos. Portugal deixou
Só um Portugal “competente”, “competitivo” e
de estar, como até então, circunspecto em torno de si próprio,
“seguro de si mesmo” poderá enfrentar, com sucesso,
passando a ser mais aberto e capaz de actuar num quadro
os desafios que se lhe deparam.
marcado pela diversidade e alcançando uma visão cosmopolita das relações internacionais. Com a ajuda dos fundos estruturais –
A história de uma vivência europeia em comunidade é já uma
a maior operação de solidariedade na história de Portugal – o país
História de 50 anos. O resultado de integração é único: estamos
foi elevado (e capaz de se elevar) a um outro nível de expansão
perante a maior comunidade de democracias do mundo, com 27
económica, como evidencia a convergência do seu Produto In-
países e, simultaneamente, o maior espaço de comércio livre do
terno Bruto (PIB) com a média comunitária. É certo que nem tudo
mundo, onde uma moeda única circula e é partilhada pela maioria
tem sido perfeito neste trajecto de 20 anos, mas certamente da
dos cidadãos europeus e com normas comuns de protecção
experiência acumulada se retirarão as lições que permitirão apro-
ambiental e de segurança dos produtos.
veitar, no futuro, de forma ainda mais eficiente, as oportunidades de desenvolvimento que a União Europeia proporciona.
Se a História da Comunidade Europeia é de sucesso, o balanço dos cerca de 20 anos de adesão de Portugal à União Europeia é,
Em 22 anos de integração europeia, Portugal
indiscutivelmente, positivo. Para os que, na altura, se mostravam
apresenta, globalmente, uma evolução positiva.
mais relutantes, cépticos e pessimistas, para os que elaboraram
Ninguém ousa fazer cenários sobre o que seriam a
prognósticos mais reservados e derrotistas, os números compila-
economia e a sociedade portuguesas num contexto de
dos desta história de duas décadas de adesão são número que
não integração europeia.
retratam uma história de sucesso. A interrupção do processo de convergência real entre a economia Condições económicas, sociais e culturais foram criadas para
portuguesa e a europeia, observada no início da presente década,
que o país acedesse ao conjunto dos países mais desenvolvidos.
coloca aos portugueses um novo desafio. No entanto, uma
Portugal deixou de estar condenado à periferia de uma Europa
análise mais ampla e mais atenta sugere que esta interrupção se
em franco progresso e tornou-se, por isso, mais apto a enfrentar
deve a factores mais amplos do que às meras consequências do
25
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
26
CAPÍTULO I INTRÓITO
processo recessivo que a economia portuguesa atravessa.
Assim sendo, mudanças ao nível da estrutura produtiva nacional,
A economia nacional tem em curso uma mudança do seu modelo
do seu comércio externo e do funcionamento do mercado de
de crescimento económico (balizada por necessidades de incor-
trabalho, são fundamentais para que a economia portuguesa
poração de emprego mais qualificado) que é complexa e exigente
alinhe estruturalmente com a economia da União Europeia.
do ponto de vista das estratégias empresariais ganhadoras. Essa
A relevância das mudanças ocorridas em 20 anos de integração
mudança está a ser concretizada em pleno processo de conso-
europeia revela um forte alinhamento de Portugal em algumas
lidação de contas públicas e dos primeiros passos em matéria
áreas essenciais, fundamental para potenciar um contributo mais
de reformas estruturais. Além do mais, essa mudança ocorre em
activo de Portugal na construção europeia.
contexto de globalização agressiva e com plena integração na zona Euro, cujo comportamento nos mercados cambiais tendeu a constituir uma dificuldade adicional para a consolidação das exportações portuguesas.
ÁREA CENTRAL DE LOUROSA
27
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
28
Na últimas duas décadas o país progrediu em termos da
As mutações políticas, sociais e económicas vividas ao longo
melhoria das condições de vida e de saúde, transformou profun-
destes 35 anos pelo mais ocidental país da Europa tiveram, como
damente as suas condições de mobilidade/acessibilidade, reagiu
é óbvio, reflexos vários no concelho de Santa Maria da Feira. Tal
favoravelmente à crescente importância do tema da susten-
como em Portugal, muito mudou no município ao longo destas
tabilidade ambiental, alinhou positivamente nos progressos a
quase quatro décadas. Com uma economia local assente sobre-
sociedade de informação e do governo electrónico e revelou
tudo na indústria transformadora, Santa Maria da Feira soube
capacidade significativa de integração de populações etnica-
percorrer um trilho de crescimento e modernização. Hoje, lembrar
mente diversificadas. Por outro lado, a integração europeia
o concelho de 1974 é olhar para trás e perceber que muito
propiciou condições favoráveis ao crescimento estruturado do
mudou. Quase tudo. A única excepção será mesmo o carác-
sistema científico nacional e à sua internacionalização. Simulta-
ter laborioso das suas gentes. Hoje, como ontem, os feirenses
neamente, em alguns domínios, observou-se uma forte e rápida
continuam a fazer do trabalho o seu principal cartão-de-visita.
convergência com a realidade europeia.
Alteraram-se os modos de vida; os núcleos urbanos adensaramse e multiplicaram-se. A rede viária concelhia cresceu e ramificou-
Assim, no período mais recente desde a integração no contexto
se, aproximando o concelho do país e do mundo; equipamentos
europeu, Portugal, e depois de uma fase de vivacidade demográ-
surgiram um pouco por todo o lado, escorando e potenciando o
fica, o nível de envelhecimento da população aproximou-se da
crescimento económico e o desenvolvimento das populações. Ao
média europeia. Do mesmo modo, o funcionamento do mercado
longo dos últimos 35 anos, Santa Maria da Feira tem sido, sem
de trabalho tende também a apresentar padrões de funciona-
exagero nas afirmações, um dos municípios portugueses que
mento mais próximos dos europeus. Persistem, é certo, algumas
mais notoriedade soube conquistar e assume-se hoje como um
dissonâncias cuja superação abrirá a Portugal um novo ciclo de
modelo inspirador de outros municípios.
convergência real. A mais rápida evolução da produtividade do trabalho, a melhoria dos contributos do sistema científico para a
Em poucos anos, o concelho soube “munir-se das
inovação empresarial, a mais rápida tradução das melhorias infra-
armas” para poder enfrentar o competitivo mundo
estruturais da sociedade de informação em modelos de gover-
da globalização. As suas empresas e os seus produtos
nação mais eficientes e com melhor serviço público e a melhoria
estão presentes nos quatro cantos do mundo e fazem
sustentada das qualificações dos portugueses activos e empre-
parte do dia-a-dia de milhões de pessoas. O nome de
gados constituem domínios em que é legítimo esperar progressos
Santa Maria da Feira conquista, diariamente, novas
na próxima década de integração europeia.
fronteiras e internacionalizou-se.
CAPÍTULO I INTRÓITO
29
ÁREA INDUSTRIAL EM MOZELOS
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
30
ZONA INDUSTRIAL DE ROLIGO
CAPÍTULO I INTRÓITO
31
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Santa Maria da Feira destaca-se, portanto, pela força da sua
A indústria da cortiça (que representa 11% da
história, mas também pelo vigor que assume no desafio dos
actividade industrial nacional e assume-se como 60%
tempos de hoje. Com uma população de cerca de 145 mil
no total da Indústria em todo o mundo deste sector,
habitantes e uma área de cerca de 215 km2 repartida por 31
sendo, por isso, o maior pólo corticeiro a nível
freguesias, Santa Maria da Feira é um município que se
mundial) perfila-se como um dos grandes “cartões-de-
destaca, então, tanto pela força histórica do seu passado
-visita” deste concelho, sendo a indústria do calçado
milenar, como pelo vigor com que desafia os tempos modernos.
outro sector estratégico da actividade económica do
É desta simbiose entre passado longínquo e glorioso e um
concelho e que possui elevado peso na sua balança
presente assente no labor das suas gentes que resulta a força e
produtiva.
dinamismo de um concelho que se tem vindo a afirmar nos 32
contextos regional e nacional. Dotado desde sempre de uma
Há ainda a presença de actividades industriais relacionadas com
boa rede viária com privilegiadas ligações a todo o país, o mu-
a metalomecânica, ferragens, madeiras, papel e a puericultura,
nicípio destaca-se grandemente no contexto distrital de Aveiro
sendo que, neste último caso, se trata do único pólo de produção
em termos de concentração industrial e de mão-de-obra activa
do país.
(29,8% e 23,5% respectivamente).
A economia local assenta, sobretudo, em actividades relacionadas com a actividade transformadora (Indústria), que representa 62% do total de toda a actividade económica local, sendo que, num passado recente, as actividades económicas relacionadas com os serviços e o turismo têm vindo a adquirir cada vez mais intenso peso representando na actualidade cerca de 37%.
As actividades relacionadas com a agricultura apresentam valores quase residuais na microeconomia de Santa Maria da Feira, o que, e se atendermos à realidade de há 50 anos atrás, nos permite concluir que a metamorfose deste município se deu de forma intensa e rápida.
CAPÍTULO I INTRÓITO
33
CARTA DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS Indústria Comércio/Serviços
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Apesar de, tradicionalmente, Santa Maria da Feira ser um município de forte teor industrial, a aposta estratégica dos seus órgãos gestores tem envidado esforços no sentido de diversificar a economia local. Nesse sentido, e conscientes de que o Turismo se apresenta como vector estratégico para o país, porque possuidor de um património histórico e cultural riquíssimo, Santa Maria da Feira tem vindo a ganhar notoriedade nacional e internacional neste domínio. O património histórico edificado e natural faz perfilar a actividade turística como verdadeira oportunidade para o município vencer os desafios da competitividade que se lhe deparam.
O castelo, belíssimo exemplar da arquitectura militar medieval, as Termas das Caldas de S. Jorge, unanimemente consideradas com uma das melhores estâncias do país, o Museu Convento dos Lóios, o Museu de Papel das Terras de Santa Maria, os Castros Romanos de Romariz e Fiães são apenas alguns dos exemplos da enorme riqueza de um município que “respira” história e tradição. Sublinhe-se ainda a existência do Europarque e Visionarium, o Museu de Santa Maria de Lamas ou o Parque Ornitológico de Lourosa, que se assumem, igualmente, como vértices estratégicos da actividade turística do concelho.
CAPÍTULO I INTRÓITO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO I INTRÓITO
37
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO I INTRÓITO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
40
No entanto, a dinâmica e o vigor crescente da actividade turística
dade de se vencer a Globalização em curso. Batalha que só será
de Santa Maria da Feira advém, sobretudo, da forte aposta no
vencida a utilizando a força da inovação, do conhecimento e da
denominado “Turismo Cultural”. A Festa das Fogaceiras, tradição
criatividade. No caso de Santa Maria da Feira a diversificação das
com mais de 500 anos, que radica no cumprimento de um voto
actividades económicas, já iniciada, é imperiosa. Alguns indica-
de agradecimento feito ao Mártir S. Sebastião e o Imaginarius
dores apontam nesse sentido. Basta atentarmos no surgimento
– Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira
de estruturas âncora como os centros tecnológicos, o adensar
que, anualmente, traz ao concelho os melhores espectáculos
dos parques pré-escolar e escolar municipais, o surgimento do
de teatro de rua de diversos países são apenas dois exemplos.
Ensino Superior no concelho, a proliferação de Zonas Industriais,
Evento de grande relevo e excelência, que merece um especial
espalhadas pelas freguesias do concelho, fazendo conviver as
destaque, é a Viagem Medieval em Terras de Santa Maria que,
actividades ditas tradicionais com novas oportunidades decorren-
durante 10 dias, recria espaços e episódios históricos da época
tes de alterações do mercado global.
medieval e que faz acorrer às ruas do centro histórico de Santa Maria da Feira mais de 500 000 visitantes, ano após ano.
Caracterizar o concelho de Santa Maria da Feira é um exercício que exige uma visão ampla e integradora de vários factores, até porque, o dinamismo deste município assenta em diversos vértices como aspectos geográficos, a sua história e a sua economia. Nenhum destes factores poderá, por si só, explicar de forma isolada a realidade deste concelho, até porque, é desta combinação complexa de factores, realidades e diversidades que resulta a realidade de Santa Maria da Feira e que distingue o município dos demais.
Somente com esta visão integradora dos factores é que Santa Maria da Feira poderá conquistar um desafio denominado FUTURO.
As inúmeras análises prospectivas realizadas são unânimes ao considerar que a Portugal e à Europa estão reservados tempos difíceis só superados (ou superáveis) tendo presente a necessi-
CAPÍTULO I INTRÓITO
41
PARQUE ORNITOLÓGICO DE LOUROSA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
42
CARTA DE PONTOS DE INTERESSE TURÍSTICO
Fonte: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, 2009
CAPÍTULO I INTRÓITO
O Conselho Europeu de Lisboa (realizado no ano de 2000) fixou para
to assentes na tecnologia e no domínio do conhecimento.
a União Europeia o objectivo estratégico de se tornar a economia do
Por seu lado, e em termos internos, a Resolução do Conselho de
conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo, capaz
Ministros n.º 25/2006 de 10 de Março de 2006, que aprova as
de um crescimento económico duradouro acompanhado de uma
orientações fundamentais para a elaboração do Quadro de Referência
melhoria quantitativa e qualitativa do emprego e de uma maior coesão
Estratégico Nacional (QREN) e Programas Operacionais (PO) para o
social. Para tal, e neste contexto, aponta-se, a Europa deve saber
período 2007/2013, insere-se plenamente na abordagem adoptada
renovar as bases da sua competitividade, aumentar o potencial de
pela União Europeia e estabelece como prioridades estratégicas
crescimento, bem como a produtividade e reforçar a coesão social,
nacionais por parte do QREN e de todos os PO:
apostando sobretudo no crescimento, na inovação e na valorização do capital humano.
a) Promover a qualificação dos portugueses, desenvolvendo e estimulando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação como
A política de coesão assume-se como um instrumento privilegiado
principal garantia do desenvolvimento do País e do aumento da sua
desse processo, devendo dar contributo relevante à consecução
competitividade;
deste desiderato, designadamente nas regiões menos favorecidas da União. Os fundos estruturais tornam-se assim parte integrante da
b) Promover o crescimento sustentado através, especialmente, dos
estratégia de Lisboa, adoptando os objectivos então estabelecidos e
objectivos do aumento da competitividade dos territórios e das em-
passando a ser vector essencial da sua realização, através de progra-
presas, da redução dos custos públicos de contexto, incluindo os da
mas de desenvolvimento nacionais e regionais.
administração da justiça, da qualificação do emprego e da melhoria da produtividade e da atracção e estímulo ao investimento empresa-
As Orientações Estratégicas para a Política de Coesão no período de
rial qualificante;
programação financeira em curso definem: o reforço da atractividade dos Estados-Membros, das regiões e das cidades;
c) Garantir a coesão social actuando, em particular, nos objectivos
o reforço da inovação, do espírito empresarial e do crescimento da
do aumento do emprego e do reforço da empregabilidade e do
economia do conhecimento; e a criação de mais e melhor emprego
empreendedorismo, da melhoria da qualificação escolar e profissional
como sendo as três grandes prioridades a almejar pela aplicação dos
e assegurando a inclusão social, nomeadamente desenvolvendo o
recursos comunitários.
carácter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a igualdade de oportunidades para todos e a igualdade do género, bem como
De salientar, desde logo, a dimensão territorial da intervenção estru-
a reabilitação e reinserção social, a conciliação entre a vida social e
tural comunitária e, em particular, a relevância que é dada às cidades
profissional, e a valorização da saúde como factor de produtividade e
como pólos aglutinadores e motores de processo de desenvolvimen-
medida de inclusão social;
43
CASA DA PORTELA
QUINTA DO SEIXAL
QUINTA DA TORRE
QUINTA DA MURTOSA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
46
CARTA DE EQUIPAMENTOS SOCIAIS
(apoio ao imigrante)
CAPÍTULO I INTRÓITO
d) Assegurar a qualificação do território e das cidades traduzida, em
potenciar a formação de quadros qualificados, de serviços de maior
especial, nos objectivos de assegurar ganhos ambientais, promover um
valor acrescentado, de produção científica e de infra-estruturas e equipa-
melhor ordenamento do território, prevenir riscos e, ainda, melhorar a co-
mentos de comunicação e internacionalização. É neste pressuposto que
nectividade do território e consolidar o reforço do sistema urbano, tendo
deve assentar a lógica do novo paradigma de desenvolvimento do País,
presente a vontade de reduzir assimetrias regionais de desenvolvimento;
da Região Norte e do Município.
e) Aumentar a eficiência da governação, privilegiando, através de
É pois este enquadramento, às escalas europeia, nacional e
intervenções transversais nos diversos PO relevantes, os objectivos de
regional, que dita a necessidade de apostar na sociedade e economia
modernizar as instituições públicas, melhorar a eficiência e qualidade
do conhecimento e de eleger a inovação como factor chave do reforço
dos grandes sistemas sociais e colectivos com reforço da sociedade
da competitividade. Para tal, é necessário saber-se transformar os
civil e melhoria da regulação.
territórios em áreas ordenadas, com respeito pelos valores ambientais e fomentar-se espaços socialmente coesos. Este será, então, o desiderato
Tais prioridades articulam-se naturalmente com o Plano Tecnológico e
comum a qualquer política de desenvolvimento para os próximos anos,
com o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego.
visto serem as vertentes essenciais de uma estratégia de progresso sustentável para uma região que se situa aquém dos níveis médios de
A nível regional, os trabalhos de análise e reflexão sobre o futuro da
riqueza comunitários, que está exposta a uma cada vez maior concor-
Região Norte e as opções de afectação das verbas que daí decorrem
rência de bens e serviços dentro e fora da Europa e que está a viver,
conduziram também a prioridades que se enquadram perfeitamente
por imposição da economia “mundializada”, um progresso rápido de
na abordagem europeia e nacional que acima se identifica. Com
reconversão produtiva com significativos impactos sociais negativos.
efeito, as três prioridades de desenvolvimento da Região Norte para o período são as seguintes:
No quadro de referência nacional, a competitividade da Região, marcada pela especialização em actividades produtivas tradi-
– Promover a intensificação tecnológica da base produtiva
cionais, por uma força de trabalho relativamente desqualificada
regional;
e pela debilidade de oferta de serviços de apoio às empresas, é
– Assegurar sustentadamente a competitividade regional;
colocada em risco. Esta debilidade económica é ainda agravada
– Promover a inclusão social e territorial.
pela evolução salarial crescente dos últimos anos, situação que se torna incompatível com o modelo produtivo em vigor, e também
Numa estratégia deste tipo, assente na economia do conhecimento,
pela consequente vulnerabilidade da estrutura produtiva regional à
na tecnologia, na investigação científica e na inovação, exige-se uma
concorrência do binómio capital-trabalho e da produção em série,
actuação planeada e concertada a diversos níveis, de forma a poder-se
criam condições favoráveis à deslocalização industrial.
47
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Para contrariar estas tendências é necessário intervir, colocando-
Este padrão confere à região uma vocação específica, em termos
-se o desafio de repensar a natureza das vantagens competitivas,
nacionais, que é a de estar no centro de um sistema económico
aproveitando os recursos produtivos disponíveis, incentivando a
predominantemente constituído por actividades transaccionáveis
criação de competências específicas de apoio a esses mesmos
e fortemente internacionalizadas. Ganham assim relevo, actual ou
recursos. Para o efeito, a solução passa pela especialização da
potencial, as actividades terciárias associadas à internacionaliza-
região em actividades com potencial para criar condições para a
ção e à competitividade.
competitividade e para dar o salto qualitativo indispensável à consecução de uma estratégia que volte a colocá-la numa trajectória
As estatísticas são duras para a Região Norte, seja na economia,
de convergência económica e social com as médias europeias.
na educação, no emprego, ou no rendimento per capita dos seus habitantes. O empobrecimento da região nos últimos anos é
48
A análise da estrutura produtiva da região permite observar a exis-
alarmante. Sabe-se que somente em 2002 e 2003, o PIB regional
tência de uma base industrial bastante significativa, consolidada e
teve uma quebra acentuada, registando um crescimento negativo
dinâmica, caracterizada pela existência de um conjunto de zonas
de dois pontos, com idêntica tendência nos anos seguintes. A
de “monoespecialização”, direccionadas para a produção de bens
crise económica e social decorrente do ciclo económico, mas
de consumo final.
sobretudo da profunda reestruturação e reconversão da actividade económica regional, tem vindo a fazer aumentar continuamente a taxa de desemprego e a colocar a Região Norte na cauda de alguns indicadores nacionais.
No entanto há factores competitivos que importa realçar. Nas décadas de referência, intensificou-se o crescimento demográfico à semelhança do que registara em décadas anteriores; a população é jovem, face à realidade nacional, embora revele nas últimas décadas um maior envelhecimento e uma maior participação feminina. Entre 1991 e 2001 a qualificação académica da população aumentou. A qualificação da mão-de-obra disponível tem vindo também a aumentar.
TERMAS DE S. JORGE
CAPÍTULO I INTRÓITO
O crescimento substancial da actividade turística consiste num dos fenómenos económicos e sociais mais marcantes do último século, com o crescimento médio superior ao da economia mundial, um que se prevê continue a ser mantido. Em Portugal, o turismo representa um contributo significativo para a criação de riqueza e de emprego. Em 2004, Portugal ocupava a 19.ª posição na hierarquia dos destinos turísticos, com uma quota de mercado das chegadas de 1,5%.
Para além do valor económico associado directamente à actividade ao nível local, o turismo deve ser entendido como um veículo de marketing territorial de promoção da competitividade, assumindo-se como um vector determinante do futuro concelhio.
PORTO CARVOEIRO
49
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
50
MUSEU CONVENTO DOS Lテ的OS
CAPÍTULO I INTRÓITO
No cenário actual de economia global, a competição entre as diferentes
e no empreendedorismo e uma administração pública magra, ágil e
regiões ou cidades intensificou-se. O âmbito concorrencial é hoje global,
flexível onde o espírito de missão e de serviço sejam reencontrados.
não se resume à região ou mesmo ao país, mas sim a todo o globo, independentemente da área de negócio em que actuemos. Face a
A estratégia de desenvolvimento de Portugal num contexto Europeu as-
este cenário os decisores políticos têm de estabelecer estratégias de
sentou, durante largos anos, numa aposta intensa e clara na edificação
vanguarda que posicionem as cidades, regiões, países ou mesmo conti-
de infra-estruturas físicas de apoio às actividades económicas. A história
nentes, numa posição privilegiada face aos presumíveis concorrentes.
da Europa e da Humanidade diz-nos que as regiões menos desenvolvidas corresponderam sempre a regiões periféricas, com débeis acessibili-
Face aos desafios impostos pela acentuada internacionalização dos
dades físicas, económicas e sociais às regiões mais desenvolvidas.
mercados de factores e de bens, a competitividade dos países e das regiões passa, em grande parte, pela capacidade das empresas, mas
Deste modo, o apoio maciço à construção de redes de estradas e
também dos governos nacionais e locais, de definirem estratégias acti-
outras infra-estruturas e equipamentos de transportes nas áreas mais
vas de internacionalização. As intervenções ao nível da provisão de bens
frágeis, resultou do pressuposto de que tal se assumiria como condição
e serviços públicos, bem como as acções coordenadas entre empresas
essencial e necessária ao desenvolvimento dessas mesmas áreas. A
e instituições no domínio daquilo que se designa por eficiência empre-
política regional em Portugal, dominada essencialmente, nos últimos
sarial colectiva, constituem os domínios centrais para o sucesso dessas
anos, pela aplicação dos fundos estruturais foi, naturalmente, marcada
estratégias e, em consequência, para a promoção da competitividade.
por este pressuposto.
O reconhecimento dessa relevância do nível infra-estrutural para as intervenções converge, pelo menos em parte, com a ideia mediatizada pelo slogan “think global, act local”. O país e as regiões precisam de promover o aparecimento de uma nova classe empresarial, assente num profundo conhecimento científico, tecnológico e da História do país, virada para negócios de base tecnológica e com uma crescente componente de informação e conhecimento. Esta alteração de paradigma obriga a uma maior capacidade académica, científica e tecnológica dos recursos humanos do país, das empresas e à necessidade de criar uma maior competitividade dos nossos sistemas de ensino, formação profissional e educação ao longo da vida. Implica também a capacidade de desenvolver uma nova cultura empresarial baseada na inovação, na competência
VISIONARIUM
51
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
NÓ DA A1/A41 – NOGUEIRA DA REGEDOURA
CAPÍTULO I INTRÓITO
CENTRO TECNOLÓGICO DA CORTIÇA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Nunca foi, porém, possível aferir os reais impactos dessas mesmas
Num contexto global é importante (decisivo até) saber-
infra-estruturas no processo de desenvolvimento das regiões, ainda
mos extrair o melhor de todas as nossas potencialidades
que, de uma forma geral, se possa concluir que as mesmas, por si só,
de modo a garantirmos um desenvolvimento sustentado.
apesar de condição necessária não seriam condição suficiente para a
Ultrapassar os constrangimentos do desenvolvimento, or-
sustentabilidade desse mesmo desenvolvimento.
ganizar o território e modernizar o tecido socioeconómico salvaguardando o equilíbrio Homem / Meio é a chave para
No actual cenário actual de economia desenvolvida à escala global,
o sucesso, sem negligenciar a indispensável coesão social,
a competição entre as diferentes regiões, ou cidades, intensificou-se
porque bem vistas as coisas o planeamento do território
fortemente. O âmbito concorrencial de hoje não se cinge a uma simples
faz-se a pensar nas pessoas.
região, mas sim a todo o Globo, independentemente da área de negócio 54
em que se actue. Confrontados com este cenário, necessitamos que os nossos decisores políticos estabeleçam estratégias de vanguarda que posicionem as nossas cidades, regiões, países ou mesmo continentes numa posição privilegiada neste novo e complexo “xadrez” geopolítico e económico.
Ora, é precisamente este enquadramento nas escalas europeia, nacional e regional, que dita a necessidade de se proceder a uma aposta firme e determinada no reforço da competitividade de uma região que está exposta a uma cada vez maior concorrência de bens e serviços, dentro e fora da Europa, e que está a viver um processo rápido de reconversão produtiva com alguns impactos sociais negativos, por imposição desta economia mundializada.
Os desafios que se colocam num futuro próximo são imensos e todos deverão estar disponíveis para, de uma forma activa, empenhada e em acção conjunta com os restantes actores do processo, contribuir para que a região possa dar o salto qualitativo indispensável ao estabelecimento de uma estratégia que vise a conquista de uma trajectória de convergência económica e social com as médias europeias.
55
CARTA DA REDE VIÁRIA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
56
CAPÍTULO I INTRÓITO
II
´ CONHECIMENTO FISICO
57
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
58
CASTRO DE ROMARIZ
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
O território, unidade orgânica resultante da multiplicidade complexa
lhe coloca ao dispor do que propriamente em promover a susten-
de agentes vários, é o reflexo de uma história de milhares de anos
tabilidade desses mesmos recursos. Ora, ao agir desse modo, o
da estreita relação entre a acção humana sobre as características
Homem estará, por certo, a colocar em causa a sustentabilidade
do substrato físico onde se desenrola essa mesma intervenção.
das actividades económicas e/ou a sua própria subsistência.
A essa história de milhares de anos damos, genericamente, o nome de Civilização e importa procedermos ao seu estudo já que
A questão do determinismo físico sobre a acção do homem é uma
só a partir deste poderemos tomar consciência e conhecimento de
discussão que vem sendo promovida, de forma acesa, desde há
uma História que justifique o Presente e ajude a projectar o Futuro.
algumas décadas. Esse mesmo determinismo atribui ao Meio Físico o papel explicador, justificador e condicionador do estádio de
O Homem tem tido a única e ímpar capacidade de moldar (ou de
desenvolvimento humano. Por oposição, existe também a corrente
se moldar a) as características físicas do terreno em benefício pró-
que advoga precisamente o oposto, defendendo que o Homem
prio, de acordo com o seu estádio de desenvolvimento. Os efeitos
tem a capacidade única de moldar o terreno físico.
da “mão do Homem” no Ambiente, na Geologia, no Clima, na Hidrologia, nos Solos, (etc.) são tão mais pronunciados quanto o
Se por um lado parece óbvio que o carácter inóspito das gélidas
grau de desenvolvimento das técnicas que sustentam a Civilização
paisagens da Tundra desaconselha e inviabiliza até a presença
Humana num dado momento da História.
Humana nessas latitudes, também não será menos verdade que o Homem tem tido a grande capacidade de ultrapassar obstáculos
Desde há milhares de anos que o Homem vai “esculpindo” o
físicos impostos pela Natureza, convertendo-os em potencialidade
substrato físico que serve de garante às actividades económicas
e em benefícios próprios. Daí que se deverá, com toda a certeza,
e permite a sua subsistência. Importa enfatizar este aspecto já
abordar a questão sem determinismos de índole qualquer. A todo
que, não raras vezes, o Homem parece estar mais interessado em
o momento, o Homem e as comunidades recompõem a História e
garantir uma quase total exploração dos recursos que a Natureza
recriam as paisagens.
59
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Ora, a paisagem mais não é do que a interpretação do substrato
Por força da sua posição geográfica e geológica, a este território a que
físico que se depara aos nossos olhos, tendo sempre presente que
damos o nome de Portugal vêm morrer quase todos os elementos mor-
o Homem é agente integrante e activo na constituição e construção
fológicos da Península Ibérica, situação que lhe confere particularidades
dessa mesma paisagem. Negligenciar a presença Humana na
únicas e singulares.
paisagem é, desassombradamente, esquecer um dos agentes activos mais importantes na sua construção.
O velho soco que confere forma à Península Ibérica foi, ao longo da sua história geomorfológica, retalhado em grandes blocos por força da acção
60
A História da Civilização diz-nos que a fixação Humana tende a, de
de um denso sistema de falhas e fracturas. Este dado é tão ou mais
forma preferencial, efectuar-se em territórios que garantam a viabilidade e
importante se atendermos ao facto de que é, precisamente, esse sistema
sustentabilidade das actividades humanas. Os povos em que a actividade
de fracturação que imprime a orientação de conjunto dos principais rios
piscatória, a dado momento da sua história, adquiriu maior importância
ibéricos que tanto se vêem forçados a esventrar o resistente sistema de
fixaram-se junto dos recursos naturais que serviam de base à
rochas duras ou a espraiarem-se por entre os materiais mais brandos das
subsistência. De igual modo, com o aparecimento e desenvolvimento
orlas costeiras.
da Agricultura, o Homem buscou aqueles solos mais propensos a essa actividade. Ainda hoje, embora de forma mais esbatida por força do
O carácter único do território português decorre, sobretudo, na sua
desenvolvimento das redes de transporte e comunicação, esta acção
fachada atlântica. A proximidade e o contacto com o Oceano Atlântico
condicionadora do Meio sobre o Homem mantem-se.
são, indubitavelmente, os factores que conferem maior originalidade ao rectângulo mais a ocidente da Europa, até porque este será, com toda a
Assim se explica, em grande medida, a História de alguns dos mais anti-
certeza, o mais importante e o mais activo agente na definição do clima
gos povos e deste modo se torna possível igualmente perceber a nossa
de Portugal, devendo-se à presença do Oceano Atlântico o teor ameno
própria História. Daí que seja importante proceder-se a um exercício de
do clima português, por exemplo, já que é através das suas massas de ar
análise de Santa Maria da Feira, do seu território, das suas gentes ou das
que são suavizadas as temperaturas baixas e altas.
suas actividades económicas, integrando essa análise num sistema mais complexo e mais vasto, do qual o município faz parte, contribuindo, com a
A Natureza criou condições únicas para a diferenciação deste espaço em
sua especificidade e singularidade, para a construção de uma identidade
relação aos demais, diferenciação essa que promove a sua singularidade
colectiva a que chamamos de “portugalidade”.
à escala do Globo. Várias foram as civilizações que pela Península Ibérica passaram ou por aqui se fixaram, moldando este espaço.
O território em que o país se encontra não é, especificamente, português, dado que nos inserimos no extremo mais ocidental de uma Península que,
É neste cenário físico que desde há milhares de anos se têm instalado
do ponto de vista geológico, possui características e contornos maciços.
várias populações e povos.
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Portugal foi-se forjando num território fisicamente muito
Por outro lado, os rios, quando muito encaixados, dificultam as liga-
diversificado, onde muitos povos, com diferentes capa-
ções entre as margens. Na desembocadura, colmatam com rapidez
cidades e culturas se radicaram ao longo dos tempos,
e tornam difícil, quando não impossibilitam por completo, a passagem
pese embora essas acomodações conhecessem sucessos
para o mar, via de comunicação de cabotagem usual até há bem
e insucessos vários. Os portugueses de hoje, como os
pouco tempo entre povoações costeiras. Com mais graves conse-
portugueses de ontem, são continuadores da modelação
quências, levaram ao encerramento de numerosos portos importan-
de uma terra que só aparentemente será una, sendo que
tes no tempo das Descobertas que, por falta de águas profundas,
essas diversidades concorrem para as singularidades
ficaram inutilizados para base de navios de maior porte.
regionais e locais que chegaram até aos nossos dias, ao fim de quase nove séculos de identidade de um povo, de
Para além destes factos, a posição das povoações que se desenvol-
uma cultura.
veram em margens fluviais e em vertentes montanhosas, dita-nos que a maior parte se situa na margem direita, a menos escarpada pelos
A relevância do Atlântico na constituição da “portugalidade” não se
efeitos erosivos e simultaneamente a vertente soalheira e, por força
cinge única e simplesmente nos aspectos históricos da formação de
disso, a mais ocupada nas nossas latitudes.
um país ou da construção de um império ultramarino. A proximidade ao Oceano moldou um país e um povo que sempre dele dependeu.
O Atlântico, ao longo da sua própria história, oscilou entre níveis altos e baixos, modelando a sua própria paisagem, retalhando plataformas litorais ou obrigando o encaixe ou a colmatagem da parte terminal de alguns rios que irrigam a Península.
Estes acidentes têm forte impacto na ocupação do território.
As plataformas litorais, por serem quase varridas por ventos (secos no sul, húmidos no norte) e terem solos esqueléticos ou muito pobres vão assumir, dependendo dos casos, importâncias diferentes consoante a sua própria região, porque a humidade e o tipo de solos condiciona, sobremaneira, a vegetação natural e a gama possível de culturas agrícolas.
PARQUE DA MÁMOA – MILHEIRÓS DE POIARES
61
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
62
PARQUE DA VÁRZEA – PIGEIROS
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
As povoações são sempre atraídas pela água, seja ela fluvial ou
que se tornaram importantes pela valorização dos terrenos agrícolas
do mar. Qualquer análise que se estabeleça do povoamento em
e agro-pastoris à sua volta, as quais, muitas vezes, evoluíram para um
Portugal mostra que o apelo do Oceano foi sempre marcante. Na
complemento manufactureiro.
actualidade, quatro quintos da população vive a menos de 50 km da linha de costa, deixando atrás de si um território vazio de gente e de
Foi, então, deste modo que evoluiu o conceito de cidade em Portugal,
actividades, sendo esta uma das mais importantes características do
sem que houvesse qualquer tipo de relações entre os principais núcleos
povoamento moderno de Portugal.
urbanos portugueses, situação que se viria a alterar, paulatinamente, com o surgimento dos caminhos-de-ferro, em finais do século XIX. O comboio
Todo o agrupamento humano cria o seu ambiente local que interfere com
foi, portanto, responsável pela criação de uma malha urbana que ainda
o meio ambiente envolvente. A acção do Homem, por força de uma teia
hoje subsiste, não obstante uma certa “subalternização” imposta pelo
de relações físicas e mentais, tende a procurar uma valorização do territó-
transporte rodoviário que, entretanto se tem vindo a subalternizar.
rio. Esta poderia ser, de resto, uma definição de cultura que, em geral, funciona como factor de resistência a qualquer mudança mesmo que dessa, no fundo, possa resultar uma melhoria. As transformações podem ser lentas, aparentemente insensíveis à percepção e escala humanas, ou mais rápidas, por vezes bruscas até. E o último meio século foi, indubitavelmente, um pouco por todo o Mundo, um palco de modificações importantes.
Uma dessas transformações assinaláveis deu-se no domínio das cidades, quer na sua dimensão, quer nas suas funções. Hoje, as cidades dominam e estruturam o espaço. Fazem-no tanto mais e tão mais longe quanto maior for o seu poder demográfico, funcional e/ou político.
As cidades sempre organizaram a área envolvente e sempre absorveram, também, território em seu proveito.
O “nascimento” da maior parte das tradicionais cidades portuguesas radica em raízes militares ou militar-administrativas. Essa foi a lógica que presidiu ao surgimento da cidade em Portugal. Estas funcionalidades estabeleceram a diferenciação entre pequenas cidades e vilas LINHA DO VALE DO VOUGA
63
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Com uma maior multiplicidade de acessos, as cidades têm-se desenvolvido e enriquecido do ponto de vista funcional: inicialmente por acção da função “Indústria”, posteriormente por acção dos “Serviços”, alguns dos quais determinantes para a atractividade e fixação das populações e a sua maior “abertura”, como é o caso da introdução e generalização do ensino superior.
Os núcleos e centros urbanos não são só organizadores do espaço, delineando o seu crescimento, mas também hierarquizam funções. Se em Portugal, a Indústria raramente teve o impacto primordial que deteve noutros países, como em Inglaterra, por exemplo, não poderá, contudo ser menosprezada, nomeadamente, no noroeste nacional e o seu prolongamento atlântico até Coimbra (fazendo Santa Maria da Feira parte integrante desta realidade) e em alguns nichos de certa importância como na área de Leiria e no Algarve. Nestes casos, a Indústria tem origens essencialmente manufactureiras e é, muitas vezes, resultante de uma longa evolução cuja origem se dilui no tempo.
Outro aspecto da organização das cidades diz respeito ao mundo rural envolvente. A repartição regional e local das culturas, das espécies florestais e dos efectivos pecuários está intimamente relacionada, obviamente, a factores climáticos e pedológicos. No entanto, é bastante influenciada por factores socioeconómicos: ao lado de áreas agrícolas atrasadas podem encontrar-se explorações “modernas e eficientes”, sendo esta uma das características bem vincadas no Portugal de hoje, onde o espaço rural se transforma a grande velocidade.
65
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
EXPANSÃO POENTE DE SANTA MARIA DA FEIRA
ÁREA CENTRAL DE CANEDO
CAPÍTULO I INTRÓITO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
O espaço é, cada vez mais, tridimensional (aprofunda-se à
e económicos já que, genericamente falando, se alguns aspectos
medida que se escavam minas e abrem poços de petróleo, se
da Geografia podem explicar a distribuição das riquezas, é à
multiplicam túneis para a passagem de vias de comunicação, à
História e à valorização das técnicas que elas podem ser valori-
medida que se elevam as alturas dos edifícios), e tudo interligado
zadas. Ora, os particularismos regionais resultam, precisamente,
por redes de telecomunicações cada vez mais potentes, eficazes
desta simbiose que se edifica ao longo do tempo.
e de acesso e utilização generalizados. Todo e qualquer espaço, deve ser organizado de forma a esbater
68
O mundo metamorfiza-se diariamente. Vivemos num meio cada
ou eliminar as necessidades da comunidade que acolhe. No
vez mais “emaranhado”, fruto de um adensar da complexidade
entanto, essa organização do espaço que se pretende, tem que
das relações internas estabelecidas. Graças ao desenvolvimento
saber respeitar as indicações, potencialidades e limitações forne-
impressionante das telecomunicações o mundo assume-se hoje
cidas pela Natureza e ser apoiada nas técnicas disponíveis, que a
como uma autêntica “Aldeia Global”. É hoje, e cada vez mais, um
ela se devem ajustar de modo a poder-se promover o necessário
complexo sistema de relações. A este fenómeno em curso dá-se
equilíbrio entre o natural e humanizado.
o nome de Globalização e o mesmo é visível não só no ponto de vista das telecomunicações ou da facilidade de se contactar
Hoje (porventura bem mais do que no passado) Meio
instantaneamente com alguém do outro lado do Globo terrestre,
e Homem são agentes maiores de uma relação que se
mas sobretudo nos domínios económico-financeiro, energético e
estreita progressivamente e cada vez mais. Assim de-
político. Qualquer decisão tomada neste complexo espaço pode
corre a uma escola Global, Continental, Nacional. Mas
ter (e tem frequentemente) efeitos a milhares de quilómetros de
assim decorre, também, a uma escala local. Conhecer,
distância, muitas vezes nefastos e reveladores de um
perceber, explicar o presente de Santa Maria da Feira
desconhecimento das especificidades e características únicas de
é compreender esta história / relação Homem – Meio,
cada região.
uma história de séculos, uma história com futuro.
É, pois, óbvio que o “desenho” do Mundo se alterou profundamente com a impressionante evolução da sociedade nos tempos mais recentes. Ora, precisamente devido a esse factor, é imperioso e imprescindível que se compreenda e conheça o Mundo de uma forma aprofundada nos seus múltiplos aspectos, com especial enfoque na sua História e Geografia, não só numa perspectiva geral mas, em especial, nos desenvolvimentos sociais
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
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1. Geomorfologia
Do ponto de vista geomorfológico, o território português é parte integrante da maior unidade morfoestrutural da Península, o Maciço Antigo que, de Espanha, entra largamente no nosso país, ocupando todo o Minho e Trás-os-Montes e a maior parte das Beiras e do Alentejo, formando um troço de contornos aplanados – a Meseta Ibérica.
ROMARIZ
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
PEDREIRA DE GRANITO
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
A altitude média desse troço ronda dos 800/900 metros de
calcários lacustres, aluviões fluviais e fluviomarinhos), pouco
altitude e os 200/300, a norte e a sul, respectivamente, da Serra
deslocados e transbordando sobre as rochas do Maciço Antigo.
da Estrela, que promove a separação entre a Meseta Norte e a Meseta Sul. A Serra da Estrela, maior elevação de Portugal
A partir de Sines até à Orla Sedimentar Meridional, o Maciço Antigo
Continental (1900 metros) corresponde a um horst que forma a
estende-se quase até ao mar, separado deste por uma estreita
Cordilheira Central.
fímbria de areias, e no Algarve, estende-se de lés a lés, tendo
Sete décimos do território nacional são constituídos por rochas
com os calcários e as margas Cenozóicas.
como limite o sopé sul da Serra Algarvia, onde contacta de novo,
pré-câmbricas e paleozóicas, com predomínio de xistos, granitos e quartzitos. Por serem rochas muito antigas, sofreram uma longa
As rochas mais antigas de Portugal formam grupos litológicos
história de enrugamentos, deslocamentos e fracturação ao longo
muito heterogéneos, profundamente transformados por força de
de vários ciclos orogénicos, de entre os quais o ciclo Hercínico
sucessivos episódios tectónicos e erosivos que os afectaram.
imprimiu a orientação de conjunto e afloramentos das cristas
Estas rochas são de idade pré-câmbrica, quer seja a denominada
quartzíticas, principalmente no Norte, região mais fortemente
“Série Negra”, como alguns gneisses, quartzitos e vulcanitos do
influenciado por estes movimentos.
Nordeste Alentejano, ou o Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico com grandes extensões de xisto na Beira e no Leste
Nas bordaduras centro-oeste e sul deste Maciço Antigo en-
do Douro.
contram-se as Orlas Sedimentares, cujos sedimentos variados, sobretudo calcários e margas, assentam num substrato pouco
No decurso do Mesozóico, inicia-se o ciclo da orogenia alpina,
profundo e que sofreram várias fases de enrugamento e erosão.
embora os principais impulsos compressivos tenham ocorrido no
O limite da Meseta com a Orla Sedimentar de Oeste corresponde,
Cenozóico, sendo muito atenuado nesta área da Península Ibérica
grosso modo, a um limite estabelecido entre Aveiro e Tomar, de
(devido ao afastamento em relação ao centro da actividade) apenas
acordo com a direcção Norte/Noroeste da linha de costa, em
são característicos nos relevos da Arrábida, essencialmente pela sua
contacto abrupto, rectilíneo a partir de Tomar, e sempre para
direcção NNE/WSW e pelo intenso dobramento dos seus materiais.
Ocidente, o contacto passa a fazer-se de forma muito irregular (atingindo a Meseta, de dois a três quintos de largura de Portugal
Na passagem do Mesozóico para o Cenozóico, dá-se uma
ao longo do Alentejo) com as bacias Cenozóicas do Tejo e Sado,
acentuada actividade magmática, responsável pela génese dos
grandes áreas de abatimento, cuja subsidência foi sendo gradual-
maciços de Sintra, Sines e Monchique e, posteriormente, na região
mente compensada pelo preenchimento com materiais detríticos,
de Lisboa, originando derrames de lava basáltica e episódios de
essencialmente continentais (arenosos, cascalhentos, argilosos,
fases explosivas. Este final de período foi ainda marcado por uma
71
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
emersão generalizada do território, que continuou a ser retocado
são registados diariamente pequenos e médios abalos sísmicos
por agentes diversos, sobretudo paleoclimáticos Quaternários, de
que indiciam uma actividade sísmica activa.
grande importância e ainda hoje visíveis na paisagem através de unidades como praias levantadas, terraços fluviais, vales em U e
Todo o relevo é resultado, num dado contexto geológico, da
depósitos grosseiros.
acção dos agentes erosivos sobre as estruturas. A Península Ibérica é, no seu conjunto, uma área de terras altas, fendidas pelas
No Pliocénico estabeleceu-se a plataforma litoral e a actual rede
bacias mais importantes. De um modo geral, o relevo português
hidrográfica.
caracteriza-se pela concentração no norte de mais de 95% das áreas de altitude superior a 400 metros e de todos os cimos supe-
72
O Miocénico foi caracterizado por intrusões marinhas que atin-
riores a 1000 metros, que, muitas vezes, se erguem abruptamente
giram as bacias litorais, nomeadamente a Bacia do Tejo e do
na paisagem a menos de 50 quilómetros da linha de costa actual.
Sado, atingindo áreas tão longínquas como Ferreira do Alentejo ou Vendas Novas. A partir do final deste período, as tensões tec-
No sul, o relevo caracteriza-se pela predominância de terras
tónicas resultam do choque entre as placas eurasiática e africana,
baixas e aplanadas, onde, acima dos 500 metros só persistem
originando o basculamento da Península para Sudoeste.
alguns relevos mais resistentes à erosão como os sinclinais de S. Mamede e as cristas quartzíticas do Marvão, no Nordeste
A energia libertada pelas numerosas falhas activas que atraves-
Alentejano, as corneanas de Évora e o maciço eruptivo de
sam o território português, ou que se encontram próximo dele,
Monchique, no sudeste algarvio.
podem originar sismos de intensidade variável. Portugal é considerado como uma área de risco de sismicidade moderada.
O Concelho de Santa Maria da Feira, situado no
No entanto, vários episódios ocorreram em que se registaram
contexto do centro litoral norte do país é, do ponto
elevadas sismicidades.
de vista geomorfológico, uma região de transição entre os acentuados e muito antigos relevos do extre-
Desses episódios, o mais catastrófico nos seus efeitos destrutivos
mo ocidental da Meseta Ibérica e os solos recentes,
foi o de 1 de Novembro de 1755, ficando célebre como o
Terciários e Quaternários, que confinam com a Orla
“Terramoto de Lisboa”. O último abalo importante registado
Marítima, constituindo-se em anfiteatro fronteiro ao
ocorreu em 28 de Fevereiro de 1969, tendo o sismo atingido uma
Oceano Atlântico.
magnitude de 7,2 na escala de Richter, e sido sentido em todo o Continente, em especial na Costa Atlântica e no ocidente Algarvio. Embora de risco moderado, no território continental português
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
73
2. Hipsometria A carta hipsométrica do concelho revela um relevo irregular em
A nascente localiza-se as zonas mais elevadas do concelho. As
que a altitude pode variar entre os 50 e os 450 metros.
altitudes atingem os 450 m próximo das nascentes do Rio Inha, no limite de Romariz com o concelho de Arouca e na cumeada
Na zona poente, faixa que se estende desde o Oceano Atlântico
que define o limite do concelho da Santa Maria da Feira com os
até à Linha de Festo coincidente com o traçado da Estrada
concelhos de Gondomar, Castelo de Paiva e Arouca, local deno-
Nacional N.º 1, no concelho de Santa Maria da Feira, a altitude
minado, os quatro concelhos.
varia entre os 50 e os 250/300 metros. Nesta zona estão compreendidas as cotas menos elevadas do concelho e o relevo é
A depressão que se localiza no centro do concelho corresponde
nitidamente menos acidentado.
aos limites das freguesias de Fiães e Lobão e prolonga-se para norte para as freguesias de Sanguedo e Vila Maior. É uma unidade
Ao longo da cumeada coincidente com o traçado da Estrada
geomorfológica bastante importante no concelho, uma vez que,
Nacional N.º 1, constata-se que as altitudes vão aumentando de
nesta área conjugam-se terrenos planos e deprimidos, constituin-
Norte para Sul. No limite da freguesia de Nogueira da Regedoura
do o vale com maior dimensão do concelho, atravessado pelo
com Argoncilhe, a altitude máxima situa-se próximo dos 200 m,
rio Uíma. A altimetria pode variar entre os 125 e os 150 metros
ao passo que a Sul, entre o limite de S. João de Ver e Caldas de
no fundo do vale. Verifica-se ainda uma depressão a nordeste do
S. Jorge, e entre Sanfins e Pigeiros a altitude situa-se próxima
concelho, concordante com o vale do rio Inha, no entanto, não é
dos 300 m, atingindo um máximo de 325 m em S. João de Ver.
tão significativa como a depressão associada ao Vale do Uíma.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
74
CARTA HIPSOMÉTRICA
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
O relevo apresenta um vale mais encaixado com desníveis mais
com inicio na cumeada coincidente com a Estrada Nacional N.º1.
abruptos, podendo as cotas variar entre os 50/75 m junto ao vale
As zonas de cumeada concordantes com a Estrada Nacional
do Douro e os 125 metros junto ao limite norte da freguesia do
N.º1 e com a Linha de Festo que divide as bacias hidrográficas do
Vale com Canedo.
Rio Uíma e do Rio Inha, revelam-se áreas altas, alongadas e com declives bastante suaves.
Salienta-se o facto de na parte Oeste do território predominarem as encostas voltadas a Noroeste. Nesta mesma área concelhia é notória ainda a alternância das encostas voltadas a Noroeste com as encostas voltadas a Sul, Sudoeste e Sudeste.
75
Na parte Central do Município as vertentes encontram-se maioritariamente expostas a Nordeste e a Este, enquanto que no Nordeste do Concelho não é notória uma orientação predominante, verificando-se terrenos expostos nas diversas orientações.
A carta de declives evidencia mais uma vez um concelho com fortes assimetrias no que diz respeito ao relevo. As assimetrias mais evidentes são as mesmas verificadas através da carta hipsométrica. A poente constata-se que o relevo tem declives mais suaves, que podem variar entre os 0-4%, atingindo em algumas áreas os 8% e esporadicamente os 16% nas zonas próximas à cumeada. Por sua vez, a nascente, dominam relevos com declives mais acentuados, que variam entre os 8-16%, atingindo com frequência os 16 e os 30%.
A depressão que se localiza no centro do concelho correspondente aos limites das freguesia de Fiães/Lobão (Vale do Rio Uíma)
CARTA DE DECLIVES
apresenta declives muito suaves (0-4%), contrastando com as
ATÉ 4% ENTRE 5% E 8%
encostas que a circunscrevem, das quais, se destaca a vertente
ENTRE 9% E 16% SUPERIOR A 17%
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
76
3. Hidrologia Do ponto de vista hidrológico, o concelho de Santa Maria da Feira localiza-se na fronteira de duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do Douro (de dimensão internacional) e a Bacia do Vouga.
A divisória entre estas duas unidades é constituída por uma série de linhas de cumeada, de direcção N/NW-S/SE, em que a principal acompanha o traçado da EN1, com inflexão para NE/ SW, no Sul do concelho, em Milheirós de Poiares e Romariz, com prolongamento para o interior do território – Arouca.
A estas duas grandes bacias nacionais, associam-se várias subbacias do concelho de Santa Maria da Feira. As sub-bacias do Rio Uíma, do Rio Inha e da Ribeira de Mosteiro integram a bacia do Douro. As sub-bacias da Ribeira do Cáster e do Rio Ul integram a bacia do Vouga e confluem para a Ria de Aveiro.
RIO UÍMA – LUGAR DA GAETA
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
77
CARTA DA REDE HIDROGRÁFICA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
As bacias da Ribeira do Mocho e da Ribeira de Silvalde desembo-
Do ponto de vista morfológico, o território é caracterizado por
cam directamente no Oceano Atlântico, no concelho de Espi-
12 bacias hidrográficas. Oito delas dirigem-se de nascente para
nho. As Bacias da Ribeira da Remolha e da Ribeira de Rio Maior
poente, três têm sentido de escoamento de Sul para Norte e uma
desaguam na Lagoa de Paramos, na fronteira entre Espinho e
de Norte para Sul.
Esmoriz (concelho de Ovar). Associam-se ainda as sub-bacias da Ribeira da Lage e da Ribeira da Senhora da Graça, sub-bacias da
As bacias do concelho de Santa Maria da Feira apre-
sub-bacia do Cáster e a sub-bacia da Ribeira de Beire, sub-bacia
sentam características distintas, tanto ao nível da
da sub-bacia da Remolha.
forma, como da ocupação e uso do solo, influenciando o escoamento e o território em que estão inseridas.
78
RIO UÍMA – CALDAS DE S. JORGE
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
79
ENVOLVENTE DAS TERMAS DE S. JORGE
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
80
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
81
CARTA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
82
4. Geologia No que diz respeito à constituição geológica do Concelho de Santa Maria da Feira, predominam de granitos e rochas do Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico. Este complexo apresenta uma distribuição diversificada no concelho, salientando-se os xistos bióticos a piroblásticos na freguesia do Souto e Travanca, os gneisses em Escapães, os grauvaques em Mosteirô e os xistos esteaurolíticos em Canedo, Vila Maior, Lobão, Vale e Gião.
Existem afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos em grande parte do território, que surgiram por acção de um antigo mar, testemunhado pela existência do Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico. Estas rochas são constituídas quer por granitos porfiróides de grão grosseiro e médio nas freguesia das Caldas de São Jorge e Sanguedo, quer por granitos não porfiróides de grão médio, de duas micas, nas imediações das freguesia de Guisande, Lobão e Romariz.
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
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CARTA GEOLÓGICA
Fonte:Instituto Geológico e Mineiro - IGM
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Na proximidade das ribeiras existem também depósitos de praias
mais baixos nas freguesias a poente. Este factor está relacionado
antigas e terraços fluviais Plio-Plistocénicos, nomeadamente os
com a maior proximidade ao Atlântico, bem como com as formas
vales junto às freguesias de Nogueira da Regedoura, Oleiros,
de relevo mais acentuadas aí existentes (chuvas orográficas). A
Paços de Brandão, Rio Meão, Espargo, Santa Maria da Feira,
temperatura é mais elevada a poente e mais baixa a nascente.
Travanca e Souto que, por sua vez, são as freguesias onde os solos são mais férteis.
Desta forma é de salientar que a amenidade do clima e a influência marítima é decrescente à medida que se avança para o inte-
84
Os aluviões surgem no Vale do Rio Uíma e na Ribeira de Cáster e
rior, possibilitando, sobretudo nos vales e encostas viradas a sul,
os filões aplito-pegmatíticos em São João de Ver.
a existência de vegetação muito diversificada.
Observa-se ainda uma grande mancha de rochas eruptivas que
No município em estudo os factores físicos, em conjugação com
atingem os extremos das freguesias de Argoncilhe e Romariz,
a acção antrópica, causaram acções sobre a paisagem que mani-
tendo a direcção de Noroeste-Sudoeste.
festaram reflexos na repartição e composição florística. A pressão demográfica nos solos com aptidão agrícola originou o recuo da
Desta forma, no Concelho de Santa Maria da Feira
floresta e o não aproveitamento dos resíduos florestais contribui
predominam as formações Plio-Plistocénicas a Oeste,
para situações que levam à ocorrência de fogos florestais com
enquanto que no restante território se podem observar
mais frequência nos últimos anos.
afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos.
O comportamento litológico, associado à realidade morfológica, é um dos factores de forte incidência no clima, na cobertura vegetal e mesmo no tipo de ocupação humana. Esta caracterização é propiciadora de iguais contrastes climatéricos com precipitação moderada na zona litoral e um aumento para Nordeste, verificando-se Invernos suaves e pluviosos e Verões relativamente quentes e sem chuvas.
A principal linha de festo (coincidente com a EN1) divide o Concelho em duas áreas distintas. Assim, no Inverno, para nascente dessa linha os valores de precipitação são mais elevados, sendo
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
85
5. Climatologia Portugal Continental forma um rectângulo muito alongado no
Todavia, o contraste é menos evidente no Norte de Portugal e de
sentido Norte – Sul, localizado no Hemisfério Norte, sendo igual-
Espanha, sendo os Verões moderadamente chuvosos.
mente, o mais Ocidental Estado político do Continente Europeu. As dimensões deste rectângulo oscilam entre os 848 km de
A fisionomia do país é, indelevelmente, influenciada pela existência
comprimento e os 250 de largura, situado entre os 42º9’ e 36º57’
de uma fachada atlântica que influi sobre as condições naturais
de Latitude Norte e 6º11’ e 9º30’ de Longitude Oeste.
do país já que a proximidade do mar proporciona a existência de um clima mais húmido do que no resto do país e, por isso mes-
Os dois factores que mais influenciam o clima de Portugal Conti-
mo, possibilita a existência de solos mais profundos, abrindo uma
nental são a sua posição geográfica e as características fisiográ-
maior variedade de espécies cultiváveis e cultivadas. Por outro
ficas, essencialmente devido à posição meridional da Península
lado, a presença desta estreita faixa possibilitou, ainda a existên-
Ibérica entre a zona temperada do Hemisfério Norte e o limite
cia de um eixo de comunicação norte-sul aproveitado pela
setentrional da zona de altas pressões subtropicais. Em conse-
população densa e dispersa que, à medida do desenvolvimento
quência, o clima da Península Ibérica é bastante influenciado por
da sua própria cultura, soube aproveitar os recursos naturais exis-
essas deslocações em latitude (sentido norte durante o Verão e
tentes no mar em seu benefício, favorecendo, ainda, uma saída
sul durante o Inverno). Este facto determina a existência de uma
para o mar que, sendo traiçoeiro muitas vezes, foi elemento de
acentuada sazonalidade na distribuição das precipitações.
primordial importância ao longo da sua história.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Este teor atlântico que domina todo o ocidente do país, vai-se
O tempo de uma região varia não só ao longo do ano (em con-
esvaindo à medida que se caminha para leste, tornando-se mais
sequência do movimento de translação da Terra em torno do
seco e menos temperado, os campos tornam-se “dourados” no
Sol), como ao longo do dia, por força do movimento de rotação.
início do Verão, quente e seco, a população diminui e agrupa-se:
Para além desta variabilidade cíclica, há que ter em linha de conta
é um Portugal quase continental a norte e mediterrânico a sul.
variações não periódicas, como a variação da radiação solar ou da transparência da atmosfera terrestre.
O clima é definido por uma série de valores médios ou normais
86
da atmosfera, num dado lugar durante um período de tempo re-
Em Portugal, as condições gerais da circulação atmosférica provo-
lativamente longo. O 1.º Congresso Internacional de Meteorologia
cam uma sensível diminuição da precipitação anual de norte para
fixou esse período em 30 anos, iniciando as séries em 1901. Não
sul do continente, facto esse reforçado pela assimetria orográfica.
raras vezes, o termo “clima” é, erradamente, confundido, com o conceito de “tempo” que mais não é do que a síntese de estado e
O norte português é, simultaneamente, mais montanhoso e, muito
de fenómenos atmosféricos num lugar e num dado momento. Às
por força dessa característica conjugada com a circulação geral
combinações meteorológicas mais usuais dá-se o nome de tipos
atmosférica, mais chuvoso que o sul.
de tempo. A barreira de condensação do Norte e o afastamento ao litoral O clima é um dos mais importantes factores que con-
provocam menos queda de chuva também no interior, facto esse
tribuem para a formação das paisagens pois, defi-
facilmente comprovado com a análise da muito encaixada rede
ne, por exemplo, o comportamento dos rios, ajuda a
hidrográfica do Douro.
“fazer” os solos preparando os mosaicos de vegetação, concorrendo, ainda hoje, e de forma muito activa,
A distribuição espacial das precipitações em Portugal é bastante
para a definição dos tipos de agricultura.
desigual. Em oposição às áreas extremamente pluviosas existentes no noroeste (precipitações anuais superiores a 2000 mm, por
Os elementos mais importantes para o Clima são a precipitação, a
exemplo, 3500 mm na Serra do Gerês), encontram-se as áreas
humidade, a pressão atmosférica, o vento, a exposição solar,
correspondentes às planícies alentejanas e alguns vales xero-
sendo que as suas variadas combinações originam diferentes
térmicos do Alto Douro, onde a precipitação anual pode nem
situações de tempo sentidas pelo Homem e condicionando até a
atingir os 500 mm.
própria subsistência ou a subsistência das suas actividades.
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Relativamente à distribuição sazonal da precipitação, esta segue, genericamente, o padrão tipicamente associado ao clima mediter-
A humidade relativa tem uma distribuição regional pouco mar-
rânico, onde existe um período estival marcadamente seco.
cada de Inverno e uma diminuição acentuada, paralela ao litoral,
A única excepção reside do noroeste e em algumas áreas monta-
nos meses de Verão.
nhosas do norte e centro, onde é possível reconhecer a existência de condições climáticas de características temperadas.
O vento (ou movimentos horizontais de ar) é outro elemento de clima que interfere muito directamente com o sentimento de
Esta gradação Norte / Sul é também evidente na análise da distri-
conforto sentido pelo Homem. Como nos demais indicadores
buição do número de dias com precipitação igual ou superior a
referidos, também neste aspecto, Portugal é um país de
1 mm, concentrando-se a maior parte desses dias na região
contrastes. As direcções e intensidades do vento são variáveis,
norte.
em correlação importante com a orientação do relevo e os seis alinhamentos, no interior, sendo mais vincadas as direcções norte
A precipitação é um dos elementos mais importantes na
e noroeste no litoral do país.
definição do clima. Define-se como a quantidade de água que é transferida da atmosfera para a superfície da Terra, seja no estado
As frentes separam massas de ar de densidades diferentes. Pela
líquido ou sólido, nas formas da chuva, neve ou granizo. A preci-
sua posição o Continente e o Arquipélago dos Açores estão mais
pitação depende de alguns factores, nomeadamente a altitude,
sujeitos à passagem de frentes no Inverno que no Verão.
orografia e época temporal. A irregularidade do tempo é uma característica do clima no contiA temperatura média do ar evolui em sentido contrário ao da
nente, tanto na temperatura como na pluviosidade. Ocorrem anos
realidade observada ao nível da precipitação. Dito de outra forma,
de secas intensas (que tanto podem ser generalizadas a todo
aumenta de norte para sul, onde as amplitudes térmicas são
o território ou só afectar apenas determinadas regiões) e com
maiores. Evolução idêntica se regista entre as temperaturas do
muita frequência, especialmente no Outono, crises de elevada
litoral (sempre mais amenas) e do interior (com amplitudes
precipitação, provocadas pela passagem de frentes frias e, se
térmicas muito mais elevadas). As áreas montanhosas do norte,
na maior parte dos casos são episódios localizados e de curtas
ilhas de frescura ao longo dos meses de Verão e no Inverno
durações, vezes há em que se prolongam no tempo, originando
atingem as temperaturas mais baixas, sendo elevado o risco de
cheias e inundações, destacando-se os Outonos de 1978/1979,
geada, fenómeno praticamente desconhecido a sul do Tejo e em
1989/1990 e 1995/1996.
todo o litoral.
87
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
O período Outono/Inverno de 2000/2001 caracterizou-se por
aproximadamente semelhante aos dados referidos. No entanto,
valores muito altos de precipitação, na Região Norte e Centro.
os dados recolhidos da Estação Udométrica de Fiães permitem
Uma análise comparativa em relação aos valores normais de
verificar que a precipitação anual dessa estação atinge
1961/1991 dita-nos um aumento de 44% desses valores em Faro
os 1664,0 mm, ou seja, valores bem mais elevados que no Porto
e de 272% nas Penhas Douradas, no mês de Novembro, enquan-
e em Estarreja.
to que Dezembro foi, para a maioria das estações do Continente, o mês mais chuvoso da década de 1991/2000.
Ora, esta realidade está, claramente, associada ao relevo, sendo
As características do clima Português e a sua evolução ao longo
modo, poder-se-á referir que esta é uma região chuvosa, sendo
do ano dependem essencialmente da posição marginal do país
as chuvas, portanto, tipicamente orográficas.
este o factor que justifica as diferenças entre as estações. Deste
88
em relação ao Oceano Atlântico. As variações regionais serão, por isso, o resultado do gradiente de latitudes Norte – Sul e da
Do mapa de distribuição no território concelhio é notória a exis-
distância ao litoral, numa direcção Oeste – Este.
tência da razão de proporcionalidade directa entre a precipitação, altitude e os ventos dominantes de oeste. É nas zonas de maior
O concelho de Santa Maria da Feira encontra-se na região
altitude, nomeadamente no eixo que inclui as freguesias de
norte de Portugal Continental e, tal como todo o país, vê o
Pigeiros, Milheirós de Poiares e Romariz, com altitude superior ou
seu clima ser regulado por esse agente decisivo na determi-
igual a 300 metros com progressão para sudeste, onde se
nação do clima das regiões e do país: o Atlântico.
verificam valores mais elevados de precipitação média anual, 1600 – 2000 mm. No centro do concelho, os valores de precipi-
De uma forma sintética, poder-se-á dizer que a precipitação
tação média anual são de 1400 – 1600 mm e na zona litoral do
no concelho de Santa Maria da Feira se concentra no período
concelho os valores são de 1200 – 1400 mm. Em relação à
compreendido entre Outubro e Março. Entre Abril e Setembro,
distribuição do número médio de dias no ano em que ocorre
o regime é mais seco, com especial destaque para os meses
precipitação, verifica-se que o mesmo é uniforme no concelho,
de Julho e Agosto. A sazonalidade das precipitações obedece a
entre 75 e 100 dias que corresponde a 25 a 27% dos dias do ano
um padrão típico, com elevada precipitação no Outono e Inverno
em que a precipitação é superior a 0,1 mm.
e baixa no Verão. Os dados obtidos permitem observar que a precipitação anual é de 1235,5 mm na Estação Meteorológica de Estarreja e 1151,5 mm na Estação Meteorológica do Porto. Ora, por inferência, os dados de precipitação de Santa Maria da Feira (situado entre as referidas estações meteorológicas), deveria ser
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
89
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL ENTRE 1200 E 1400 MM ENTRE 1400 E 1600 MM ENTRE 1600 E 2000 MM
Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
90
ESCOAMENTO MÉDIO ANUAL ENTRE 400 E 600 MM ENTRE 600 E 800 MM ENTRE 800 E 1000 MM Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
A par da precipitação, a temperatura do ar é um dos elementos de maior relevo na caracterização do clima, encontrando-se condicionado tanto por factores locais como por factores de carácter mais geral. Em conjunto, a precipitação e a temperatura exercem influência na distribuição das plantas e em todo o ciclo hidrológico.
A quantidade de radiação solar, latitude, exposição, relevo, inclinação e proximidade / afastamento a corpos de água assumem-se como os principais factores que influenciam a temperatura.
O clima de Santa Maria da Feira caracteriza-se pela
91
existência de Verões relativamente quentes e de Invernos suaves e húmidos.
Os valores médios anuais da temperatura média do ar variam entre um mínimo de 12,5 – 15 ºC na zona alta do interior do concelho e na zona litoral, e um máximo de 15 – 16ºC na zona central. Os valores da temperatura média mensal variam regularmente durante o ano, atingindo o valor médio máximo em Julho/ Agosto e um valor médio mínimo em Dezembro/Janeiro. No Verão, os valores médios da temperatura máxima do ar variam entre os 25-26ºC e no Inverno, os valores médios da temperatura mínima variam entre os 5-6ºC.
Até Julho há um aumento da temperatura, verificando-se neste mês as temperaturas mais elevadas. O mês de Julho é o mês que regista valores médios mais elevados de temperatura máxima média, temperatura mínima média e temperatura média média, com respectivamente, 24,8ºC, 14,8ºC e 19,8ºC, para a Estação do Porto / Serra do
TEMPERATURA MÉDIA ANUAL ENTRE 12,5 E 15,0ºC ENTRE 15,0 E 16,0ºC
Pilar e 24,9ºC, 13,3ºC e 19,1ºC para a estação de Estarreja. Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
92
Desde meados de Julho até ao final do ano observa-se uma
Também o vento pode contribuir para o aumento da evaporação
diminuição progressiva da temperatura. A amplitude térmica das
na medida em que, quando este se faz sentir, a camada de inter-
estações é de 10,5ºC no Porto / Serra do Pilar e de 10,3ºC em
face ar / água é constantemente renovada facilitando a passagem
Estarreja. A temperatura média anual é de 14,4ºC e de 13,9ºC,
de moléculas do estado líquido para o estado gasoso.
respectivamente, para as estações do Porto / Serra do Pilar e Estarreja. Os registos obtidos permitem ainda constatar que nos
Relativamente à evolução da evaporação ao longo dos meses
meses de Julho, Agosto e Setembro a amplitude térmica é maior.
do ano, é possível verificar que, a par da temperatura, a varia-
As menores amplitudes são registadas nos meses de Janeiro.
ção é intensamente proporcional à da precipitação. As taxas de evaporação mais elevadas são obtidas no Verão, especialmente
Intimamente relacionado com a temperatura está a evaporação.
nos meses de Julho e Agosto. Os valores de maior evaporação
De um modo geral, esta corresponde à transferência do vapor de
correspondem a 100,2 e 132,9 mm, para as Estações do Porto /
água a partir da superfície terrestre para a atmosfera. Depende,
Serra do Pilar e Estarreja respectivamente. Por outro lado, os valo-
essencialmente, da temperatura e do vento. Quanto maior for a
res mais baixos de evaporação registam-se no mês de Dezembro,
temperatura de uma superfície mais facilmente as moléculas de
com 46,7 mm na Estação do Porto / Serra do Pilar e 52,5 mm
água conseguem passar do estado líquido para o gasoso, graças
para a Estação de Estarreja.
ao aumento de energia cinética provocado pela radiação incidente.
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
93
A evapotranspiração real fornece os valores (normalmente em
No concelho de Santa Maria da Feira verifica-se uma
milímetros, no intervalo de tempo considerado) de quantidade de
faixa litoral em que a humidade média anual é mais ele-
água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração.
vada, registando-se valores de 80 a 85% de humidade do ar. Para o interior do concelho os valores descem para
A humidade do ar corresponde à quantidade de vapor de água
os 75 a 80%. Esta diferença de valores médios anuais é
existente na atmosfera. A avaliação da humidade do ar é realizada
justificada, na faixa oeste, pela proximidade do Oceano
por intermédio de vários índices, nomeadamente através da
sob a influência de massas de ar muito húmidas.
humidade relativa, que corresponde à razão entre a tensão actual do vapor de água e a tensão de saturação para a mesma
Os maiores valores de humidade relativa do ar registam-se nos
temperatura. Os valores de humidade relativa expressam-se em
meses mais frios e chuvosos, ou seja, durante a estação húmida. É
percentagem em que 0% corresponde a ar completamente seco
na estação do Porto / Serra do Pilar que se registam os valores mais
e 100% a ar saturado de vapor de água.
elevados de humidade relativa do ar. Durante o Verão, os valores de humidade relativa do ar são menores do que aqueles registados no
As variações de humidade relativa do ar são principalmente
Inverno. As diferenças na humidade relativa do ar entre as estações
condicionadas pelas variações da temperatura, altitude (pressão
de referência (Porto / Serra do Pilar e Estarreja) são menos acentua-
atmosférica) e proximidade ao oceano.
das no período matinal.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
94
NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA ENTRE 1 E 5 DIAS ENTRE 5 E 10 DIAS ENTRE 10 E 20 DIAS Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
A geada é um hidrometeoro que se encontra intimamente
tende a crescer desde Janeiro (onde atinge o valor mínimo de 126
relacionado com as condições meteorológicas vigentes entre o
horas) até Julho, voltando depois a decrescer.
final da tarde e o início da manhã. A ocorrência e a intensidade destes fenómenos encontram-se relacionadas com diversos factores, nomeadamente a estabilidade do ar, a temperatura, a
O valor médio de insolação decresce no país, em termos gerais,
rugosidade e microtopografia, a cobertura do solo, existência de
de sul para norte, com a altitude, e de leste para oeste. Na região
massas de água e transparência da atmosfera. De acordo com os
em que se localiza o concelho os menores valores de insolação
dados da estação do Porto / Serra do Pilar, existe em média 14,2
verificam-se a sudeste entre 2400 a 2500 horas. O maior número
dias com ocorrência de geada. Relativamente ao concelho de
de horas de horas de sol verifica-se no sector Norte / Noroeste,
Santa Maria da Feira, os dias com geada decrescem de Nordeste
com valores compreendidos entre as 2600 a 2700 horas. Na faixa
para Sudeste. Na zona Nordeste do concelho o número médio de
central de Santa Maria da Feira registam-se valores médios de
dias no ano com temperaturas inferiores a 0ºC varia entre os 10 e
2500 a 2600 horas.
20 dias. Na zona central do concelho varia entre os 5 e 10 dias. A zona Sudoeste é a zona onde se registam menos dias com temperaturas negativas, 1 a 5 dias.
A ocorrência de geada é registada entre Outubro e Abril. No entanto, são os meses de Dezembro e Janeiro que apresentam maior número de dias com ocorrência de geada.
A insolação corresponde ao período de tempo em que o sol se encontra a descoberto. Quanto menor for a quantidade de nuvens maior será a insolação.
De acordo com os dados disponíveis, a insolação média anual é de cerca de 2582 horas. O mês de maior insolação, com pouco mais de 328 horas de sol, é o mês de Julho. De facto, a insolação
95
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
96
NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA ENTRE 2400 E 2500 HORAS ENTRE 2500 E 2600 HORAS ENTRE 2600 E 2700 HORAS Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Designa-se por vento o deslocamento horizontal do ar em rela-
Quando a velocidade do vento é igual ou inferior a 1 km/h, sem
ção à superfície do globo terrestre. A principal causa de formação
rumo determinável, diz-se que há calma. A calma assume um
de vento encontra-se com a desigual distribuição horizontal da
valor baixo de 3,8%.
pressão atmosférica. A pressão atmosférica representa uma força que desloca o ar de modo a poder-se estabelecer equilíbrio. Quase todas as regiões da Terra encontram-se sujeitas a ventos que afectam zonas relativamente reduzidas, sendo, por isso, designados como ventos locais, que ocorrem sempre que exista uma diferença de temperatura entre duas regiões contíguas,
NE
NW
como por exemplo, o mar e a terra. 97 Devido à inexistência de dados para o concelho de
25 20
Santa Maria da Feira dever-se-á optar por considerar os valores encontrados pela Estação Meteorológica
15 10 5
W
E
0
mais próxima (Porto / Serra do Pilar) como sendo os mais coadunados com a realidade do município. Deste modo, a velocidade média dos ventos em todos os quadrantes pode considerar-se como sendo fraca, embora seja de Noroeste e de Sul que se registam as maiores
SW
SE
velocidades, com valores próximos dos 25 km/hora. S
Os ventos mais frequentes sopram de Este (25%) e de NW (/20%)
CALMA: 3,8% FREQUÊNCIA (%) VELOCIDADE (KM/H)
e os menos frequentes de NE. No entanto, se associarmos a frequência dos ventos de NW com os de W, estes totalizam cerca de 40%. Por sua vez os ventos de E, embora com grande percentagem de frequência de ventos, não são considerados fortes, visto que a velocidade média anual assume valores na ordem dos 15 km/h.
PORTO/SERRA DO PILAR (546) LAT. 41º08’N, LONG. 08º36’W, ALT. 93M Figura - Vento (valores médios anuais) – Normais Climatológicas (1961 – 1990) Fonte: Instituto de Meteorologia
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
98
CAPÍTULO I INTRÓITO
III
CONHECIMENTO HUMANO
99
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
101
1. Origens de um povoamento, histórias de um povo O território português tem vindo a ser “edificado” desde há milhares de anos e o Portugal de hoje é, sem dúvida, o resultado de um infindável número de contributos fornecidos por um vasto número de povos e civilizações. Ao longo dos muitos séculos de Historia do mais ocidental país Europeu, muitos foram os contributos deixados pelos Visigodos, Celtas, Romano, Muçulmanos… todos eles responsáveis por uma História rica e diversificada, traduzida e vertida no nosso património arquitectónico, na Cultura e tradições de um povo… na Língua Portuguesa. DISTRIBUIÇÃO DAS FEIRAS MEDIEVAIS NO NORTE DE PORTUGAL (SEGUNDO V. RAU, 174, 1983)
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
102
Embora durante séculos Portugal tenha vivido de costas voltadas
gimento e adensamento de uma multiplicidade de acessos, pelo
para o imenso Oceano que abraça o território, a presença do
desenvolvimento de funcionalidades (primeiro a Indústria, depois
mar ajuda a explicar muito do modelo de organização do espaço
os serviços) que têm grande capacidade de fixação das pessoas.
português.
Dito de outra forma, o modelo de organização demográfico português acompanha, desde sempre, o modelo de desenvolvimento
Ao longo de todo o século XX (com especial ênfase para a segun-
socioeconómico das suas regiões. As populações tendem a
da metade) as cidades portuguesas foram enriquecidas pelo sur-
localizar-se próximo dos principais pólos produtores dos países e
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
103
das regiões, aproximando-se, assim, do emprego, da riqueza e, de
remonta ao século XI, aludindo aos actuais concelhos
uma maneira geral, da qualidade de vida, conforto e bem-estar.
de Albergaria-a-Velha, Arouca, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Gondomar, Murtosa, Oliveira de
Ora, foi precisamente no referido “emaranhado” de
Azeméis, Ovar, S. João da Madeira, Santa Maria da
influências e confluências de povos que se situam as
Feira, Sever do Vouga, Vale de Cambra e Vila Nova de
“Terras de Santa Maria”, “berço” do actual município
Gaia. Uma região com uma longa história… uma his-
de Santa Maria da Feira. Uma designação antiga e que
tória que se confunde com a própria nacionalidade.
PORTO CARVOEIRO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Esta é uma região imbricada nos eixos Norte / Sul e Litoral / Interior do território
MUNICÍPIO
POPULAÇÃO
nacional, o que faz com que o seu posicionamento tenha que ser considerado como estratégico, tendo sido, desde sempre, ponto de encontro e de pas-
Albergaria-a-Velha
25 497
Arouca
24 019
Castelo de Paiva
17 089
Espinho
31 703
Estarreja
28 279
sagem de muitos povos.
O povoamento desta terra é fértil e antigo, como atentam a presença de várias mamoas que remontam ao IV-V milénio antes de Cristo, bem como castros pré-romanizados ou romanos. O império romano e as suas vias de comunicação e pontes (algumas das quais ainda se encontram bem conservadas, assim como as
Gondomar
169 239
vias que ligavam Lisboa a Braga ou Porto a Viseu) reforçaram, substancialmente, a acessibilidade desta região e conferiram-lhe a
Murtosa
9 657
capacidade de ser um pólo aglutinador de povoamento. Oliveira de Azeméis
71 243
Ovar
56 715
A título de exercício meramente demonstrativo desta teoria, e segundo o qual se pretende demonstrar o peso demográfico que as “Terras de Santa Maria” sempre tiveram no contexto nacional,
Santa Maria da Feira
142 295
S. João da Madeira
21 538
Sever do Vouga
12 940
POPULAÇÃO
Vale de Cambra
24 761
PORTUGAL
10 529 255
100%
Vila Nova de Gaia
300 868
TERRAS DE MARIA
935 843
8,89%
Total
935 843
bastará “recriar” esse espaço com os actuais dados numéricos da população.
Fonte: INE
107
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Ora, em apenas 14 dos 308 actuais municípios do país, concentra-se cerca de 9% da população portuguesa, podendo-se inferir (sem nunca esquecer toda uma tradição histórica bem visível nestes territórios) que este dinamismo demográfico já seria bem evidente aquando da afirmação da nacionalidade.
O Castelo da Feira, construído em inícios do século XI, sede de pagamento de tributo, era local privilegiado de comércio (de produtos das colheitas, ferramentas agrícolas, vinho, fruta, vestuário). Esta feira tornou108
-se tão importante que a aglomeração populacional tomou o seu nome Civitas Sanctae Mariae, dando origem à actual cidade de Santa Maria da Feira. a designação “Terras de Santa Maria”, atribuída em 868 por Afonso III de Leão e Astúrias, pressupõe uma evidente afirmação de fé católica e pretende invocar a protecção divina sobre este território que estava em guerra com os mouros.
Desde bem cedo, devido a acontecimentos históricos e, sobretudo, a factores geográficos bem demarcados (a norte o Rio Douro; a Sul, o Vouga; a Oeste o Oceano Atlântico e a Leste as regiões montanhosas de Arouca, Vale de Cambra e Sever do Vouga) a determinação exacta dos limites desta região não acarretou os problemas que era usual acontecer. Tal facto concorreu para que se propiciasse a criação de uma zona socioeconómica pujante e de grande vitalidade resultante, por um lado da diversidade das terras, por outro, pelo seu posicionamento estratégico entre dois pólos políticos, comerciais e religiosos da época: Porto e Coimbra.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
109
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
É nesta envolvência geográfica, económica, militar, sociológica,
forte concentração populacional para a realidade da época, este
política, religiosa e/ou cultural que convergem, no início do
aglomerado populacional terá emergido, assim, como consequên-
séc. XII, as convulsões políticas geradas com a morte do Conde
cia dessa dinâmica que fomentava o encontro de mercadores às
D. Henrique e que irão reforçar a importância e o prestígio das
portas da fortaleza. Trocavam produtos agrícolas, alfaias
Terras de Santa Maria.
agrícolas, têxteis, ferragens, etc. sendo esta uma ocasião frequentada por grande número de camponeses da região.
Ora, a história do povoamento em Portugal diz-nos que a localiza-
110
ção privilegiada das Terras de Santa Maria fizeram deste território
A posição estratégica do município é facilmente
ponto de passagem obrigatória como, de resto, confirmam os
reconhecível. Sempre o foi. É um território com po-
vestígios das antigas vias romanas (Lisboa – Braga e Porto – Vi-
sição geográfica central, o eixo do desenvolvimento
seu), ainda hoje bem visíveis nas paisagens destes municípios.
socioeconómico do país, próximo do Douro e do mar e na confluência das vias comerciais mais importantes,
Todos estes dados permitem que se sublinhe, de forma inequí-
sejam elas de cariz fluvial, marítimo ou terrestre.
voca, que Santa Maria da Feira é, desde os tempos contemporâneos da génese da “portugalidade”, não só um importante centro
Este facto justificaria, por si só, a existência de um castelo medie-
de desenvolvimento económico e social, mas também (e intima-
val para assegurar o patrulhamento da via Porto – Coimbra, eixo
mente relacionado com esse desenvolvimento) um importante
vital para o Reino de então, assegurando a circulação de pessoas
pólo demográfico. A corroborar tudo isto, encontra-se ainda hoje,
e bens entre dois dos mais importantes núcleos urbanos, institu-
e bem visível na paisagem, o mais inequívoco dos testemunhos:
cionais e religiosos do país.
o castelo de Santa Maria da Feira, classificado como Património Nacional. Mais do que mero elemento embelezador da paisagem, este monumento é o mais claro testemunho da importância que este território (desde sempre) possuiu para a região e para o país. Mais do que fortaleza militar, as firmes paredes do castelo evidenciam uma história de dinamismo a nível social e económico, história essa que ainda hoje se escreve.
Foi precisamente nas terras envolventes ao castelo, local de depósito do tributo, que se verificou um surto de desenvolvimento intenso e, de certo modo, precoce na região. Fruto de uma
VIA ROMANA – S. JOÃO DE VER
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Essa mesma via foi, de resto, uma das principais estruturas da
No decurso do século XIII assistiu-se a um claro e pronunciado
romanização na Península Ibérica. Através desta via chegavam e
fenómeno de expansão das actividades comerciais. O tradicional
partiam militares, comerciantes, sempre presentes na sua função
sistema agro-pastoril que pautava a economia da época abre-
de abastecer os exércitos e também os principais aglomerados
-se progressiva e paulatinamente aos mercados de trocas de
populacionais, mas também na tentativa de recolha dos recursos
excedentes agrícolas e artesanais. O sector comercial de então
e riquezas regionais, na compra do resultado dos saques de guer-
baseava-se essencialmente no sistema de troca directa de pro-
ra e no fornecimento de matérias-primas aos artesãos locais, uma
dutos, mas também por moeda corrente. Deste modo, era junto
via quase paralela ao mar e que servia directa ou indirectamente
aos maiores pólos demográficos (que correspondiam também aos
os núcleos urbanos existentes longitudinalmente em relação a
mais dinâmicos pólos económicos de então) que se realizavam
si. A importância desta estrutura era por demais evidente, até
estas ocasiões de transacções comerciais. 111
porque a ela convergiam outros itinerários de âmbito mais regional ou local. Ao longo dela foram-se desenvolvendo alguns centros
Ora, só a mera existência de provas documentais da
do ponto de vista demográfico e económico. A esses centros,
realização de uma grande feira nas Terras de Santa
primitivos esboços da génese dos centros urbanos em Portugal,
Maria parece mostrar que já nos séculos XIII e XIV
atribuía-se o nome de “Civitates”, termo que está na origem do
esta região se assumia como importante pólo demo-
termo Cidade. Ora, na realidade visigótica, “Civitates” seria a
gráfico do Reino.
circunscrição territorial em torno de uma cidade fortificada e, na maioria dos casos, sede episcopal, condição que, no caso da
Para além dos tradicionais ofícios agrícolas, que demonstram que
“Civitates Sanctae Mariae” [Santa Maria da Feira] não se verificou,
esta região se assumiria como um ambiente rural em franca ex-
já que este território nunca foi sede episcopal.
pansão económica, há notícias claras acerca da existência de taberneiros, sapateiros e carniceiros nas Terras de Santa Maria. Os
Para além do factor “localização” outros factores concorreram
taberneiros eram, com os respectivos estabelecimentos de venda
para que as Terras de Santa Maria adquirissem um elevado e
(tabernas), muito importantes para apoiar o intenso movimento de
precoce grau de protagonismo e notoriedade em termos demo-
pessoas ao longo dos caminhos que cruzavam o território.
gráficos. A terra era fértil e possibilitava boas e diversificadas culturas agrícolas, como bons cereais, vinho, fruta, pastagens para
Estas referências a sapateiros, taberneiros e carniceiros são,
o gado, condições que potenciavam uma actividade económica
também, particularmente significativas de um consumo local que
(assente nas actividades agrícolas) particularmente intensa para a
se vai aproximando daquele que tradicionalmente só se verificava
realidade de então.
nos centros urbanos.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
112
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Por outro lado, referências a estes ofícios na feira das Terras de
O facto de ser uma festa realizada em Agosto, sublinhando uma
Santa Maria remetem-nos para uma progressiva entrada da vila
vez mais a enorme religiosidade do território e das gentes, faz
(ou “Civitates”) numa estrutura urbana, já que atesta a existência
com que se possa crer que esta ocasião se assumisse, também
de um mercado consumidor constituído por famílias que já com-
como uma centralidade religiosa em torno do culto a Santa Maria,
pram e necessitam de consumir.
que se assinala a 15 desse mês. Dito de outra forma, ganha consistência a ideia de que a feira das Terras de Santa Maria seria
Quanto ao comércio, ele aparece bem representado pela exis-
como que o prelúdio à preparação da feira de Gaia, ocasião para
tência de mercados e não tanto pela acção dos almocreves,
os mercadores se abastecerem de grande número de produtos a
personagens mais características dos espaços interiores (e menos
preços mais baixos para depois, em Outubro, os transaccionarem
desenvolvidos) do Reino.
na feira régia da Foz do Douro.
114 Intimamente relacionada com esta feira das Terras de Santa Maria parece ter sido a feira de Gaia, já mais dedicada aos portos, às pescas, ao negócio do sal e do peixe seco e salgado.
A vila de Gaia, a norte das Terras de Santa Maria, atrai os aldeões, funcionários régios e os seus criados, artesãos e os senhores, mercadores e almocreves por ocasião da feira
2. Demografia a) A evolução da população
organizada anualmente entre os dias 25 de Outubro e 25 de Novembro, incluindo, por conseguinte, a festa religiosa e profana
Ao longo da história demográfica portuguesa, o município de Santa
de S. Martinho, a 11 de Novembro.
Maria da Feira tem, de forma mais ou menos pronunciada, acompanhado as grandes tendências de crescimento ou de retrocesso
Sobre a feira das Terras de Santa Maria pouco se sabe, a
demográfico nacional. No entanto, é digno de destaque o facto de,
não ser que a feira se realizaria em Agosto e que existiria
sobretudo a partir de 1930, o município apresentar taxas de cresci-
já em 1315, se bem que é perfeitamente admissível (e plau-
mento demográfico bem superiores às médias nacionais. Digno de
sível até) que a mesma seja muito anterior. Nesta grande
destaque é, também, o facto de, contrariamente ao verificado a nível
feira apareciam os produtos das colheitas do ano, como
nacional (com crescimento negativo da população de 3,13%) Santa
cereais, gado, vinho, linho, manteiga, fruta, pescado seco
Maria da Feira ter registado, no período intercensitário de 1960/1970,
e fumado, sal, cera, mel, potes, cerâmica, ferragens, etc.
um aumento populacional de 13,76%. Este dado reforça o evidente dinamismo demográfico do concelho de Santa Maria da Feira.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
SANTA MARIA DA FEIRA
PORTUGAL ANO
População Residente
Taxa Crescimento
População Residente
Taxa Crescimento
1864
4 286 995
-
31 692
-
1878
4 698 984
9,61%
33 676
6,26%
1890
5 102 891
8,60%
36 684
8,93%
1900
5 446 760
6,74%
38 494
4,93%
1911
5 999 146
10,14%
45 048
17,03%
1920
6 080 135
1,35%
45 008
- 0,09%
1930
6 802 429
11,88%
52 679
17,04%
1940
7 755 423
14,01%
61 505
16,75%
1950
8 510 240
9,73%
70 532
14,68%
1960
8 889 392
4,46%
83 483
18,36%
1970
8 611 125
- 3,13%
94 970
13,76%
1981
9 833 014
14,19%
109 531
15,33%
1991
9 867 147
0,35%
118 641
8,32%
2001
10 356 117
4,96%
135 634
14,32%
2004
10 529 255
1,67%
142 295
4,91%
2006
10 599 095
0,66%
145 247
2,07%
115
1991/2006 PORTUGAL
SANTA MARIA FEIRA
Taxa de Crescimento
Taxa de Crescimento
7,42%
22,43% Fonte: INE
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
116
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Nas últimas décadas, o município de Santa Maria da Feira logrou
Nogueira da Regedoura, Paços de Brandão, Pigeiros, Rio Meão,
conquistar importantes e assinaláveis ganhos populacionais. Em
Romariz, Sanfins, Sanguedo, Santa Maria da Feira, Santa Maria
cerca de 50 anos viu duplicada a sua população, o que é indicia-
de Lamas, Santa Maria do Vale, S. Miguel do Souto, S. João de
dor da alteração de comportamento de diversas variáveis
Ver, São Paio de Oleiros, Travanca e Vila Maior.
socioeconómicas, alterações essas agentes de mutações também ao nível demográfico.
Daí ser importante conhecer-se esta “história” e analisar com mais pormenor essas alterações e os efeitos que dela decorrem, assim como conseguir enquadrar o município num contexto regional e/ ou nacional.
O município de Santa Maria da Feira insere-se hoje na Grande Área Metropolitana do Porto, juntamente com os municípios de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, S. João da Madeira, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
Do ponto de vista administrativo é um dos municípios do Distrito de Aveiro, localizando-se no seu limite norte. Confina a Norte e a Nordeste com o município de Vila Nova de Gaia e Gondomar, respectivamente, ambos concelhos do Distrito do Porto. A oeste confina com Espinho, a Este com Arouca, Sul com S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis e a Sudoeste com o município de Ovar.
Os 215,6 km2 do território do município repartem-se por 31 freguesias: Argoncilhe, Arrifana, Caldas de S. Jorge, Canedo, Escapães, Espargo, Fiães, Fornos, Gião, Guisande, Lobão, Louredo, Lourosa, Milheirós de Poiares, Mosteirô, Mozelos,
117
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Conforme se poderá constatar da observação do quadro com
ANO
PROPORÇÃO
1864
0,74 %
1878
0,72 %
1890
0,72 %
1900
0,71 %
1911
0,75 %
1920
0,74 %
local e regional, como igualmente no contexto nacional.
1930
0,77 %
Este dinamismo demográfico advém do comportamento de alguns
1940
0,79 %
1950
0,83 %
1960
0,94 %
a evolução da população do município de Santa Maria da Feira, o esforço realizado aquando do último momento censitário em Portugal (Recenseamento Geral da População de 2001) permitiu contabilizar 135 964 indivíduos e uma densidade populacional de 653 hab. / km2. Os estudos demográficos entretanto realizados pelo Instituto Nacional de Estatística admitem um crescimento progressivo dos valores totais da população (142 295 em 2004 e 145 247 em 2006).
De um modo genérico, poder-se-á sublinhar Santa Maria da Feira como um município que demonstra um dinamismo demográfico assinalável, não só nos contextos
indicadores demográficos que contrastam com o registado a uma escala nacional.
DENSIDADE POPULACIONAL
POPULAÇÃO
ÁREA
PORTUGAL
10 529 255
92 117,5
114,30
1970
1,10 %
CONTINENTE
10 043 763
88 967,5
112,89
1981
1,11 %
NORTE
3 727 310
21 287,5
175,09
1991
1,20 %
CENTRO
2 376 609
28 198,7
84,28
2001
1,31 %
EDV
283 856
862,2
329,22
2004
1,35 %
SM FEIRA
142 295
215,6
659,99
2006
1,37 %
Fonte: INE
119
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
De um modo genérico poder-se-á dizer que a população do
Este crescente peso proporcional de Santa Maria da Feira no contex-
município de Santa Maria da Feira no contexto nacional tem vindo
to dos municípios portugueses (e, consequentemente, da sua noto-
a conquistar maior importância. Presentemente, mais de 1,3%
riedade nacional) poderá facilmente ser corroborado através da leitura
dos portugueses são feirenses, sendo que há 40 anos esse peso
do quadro referente aos números do recenseamento eleitoral.
percentual não chegava, sequer, a 1% (0,94% em 1960). Com efeito, no universo dos 308 municípios portugueses, Santa Maria Com efeito, a década de 1960 poderá marcar o arranque de uma
120
da Feira assume a 16.ª posição no que diz respeito ao número de
notória evolução do município de Santa Maria da Feira que se
eleitores recenseados. Segundo os dados da Comissão Nacional de
sente da análise feita nos números da população, uma evolução
Eleições, referentes a 31 de Dezembro de 2007, nas 31 freguesias
que se propaga muito para além da contagem dos efectivos
do concelho de Santa Maria da Feira contabilizavam-se 113 978
populacionais. Se a população deste município cresceu tal será
eleitores, número esse que sublinha, com particular ênfase, o peso
sintoma de que a economia desse mesmo espaço se fortaleceu,
específico que o município de Santa Maria da Feira foi alcançando ao
se diversificou e (consubstanciado por este comprovado aumento
longo das ultimas décadas. E estes elementos estatísticos serão tão
populacional) frutificou.
ou mais significativos se lembrarmos que no concelho encontram-se recenseados cerca de 20% (19,1%) do total de eleitores de todo o círculo eleitoral de Aveiro, número francamente superior ao peso específico do município de Aveiro (10% do total de eleitores do Distrito).
1864
1950
EVOL. PESO PERCENTUAL
0,74 %
0,83 %
0,09 %
1950
2000
EVOL. PESO PERCENTUAL
1,10 %
1,37 %
0,27 %
Este momento coincidiu, igualmente, com a conquista de um papel de notoriedade e afirmação do município no contexto nacional. Não só do município enquanto entidade institucional, mas também do município enquanto sede e berço de uma notável capacidade produtiva das suas empresas e do seu tecido produtivo.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
LISBOA
513 931
OURÉM
38 016
VAGOS
17 983
VOUZELA
10 299
VIMIOSO
6 060
SINTRA
265 475
TOMAR
37 824
RIO MAIOR
17 804
TÁBUA
10 291
BELMONTE
6 042
VILA NOVA DE GAIA
236 429
GUARDA
37 038
MACEDO DE CAVALEIROS
17 673
VENDAS NOVAS
10 262
PENAMACOR
5 990
PORTO
227 713
ABRANTES
36 516
MEALHADA
17 613
MELGAÇO
10 200
PORTEL
5 976
LOURES
156 850
MONTIJO
35 703
AMARES
17 299
ÓBIDOS
10 091
ALFÂNDEGA DA FÉ
5 922
CASCAIS
147 323
SESIMBRA
34 441
SALVATERRA DE MAGOS
17 013
TORRE DE MONCORVO
9 683
VILA NOVA DE POIARES
5 916
ALMADA
139 166
LOUSADA
33 966
PRAIA DA VITÓRIA
16 877
CARREGAL DO SAL
9 592
CASTRO MARIM
5 813
AMADORA
138 568
BRAGANÇA
33 525
AZAMBUJA
16 749
CHAMUSCA
9 527
MONCHIQUE
5 694
OEIRAS
136 199
CANTANHEDE
33 197
SÃO PEDRO DO SUL
16 613
MORTÁGUA
9 373
VILA NOVA DE PAIVA
5 606
MATOSINHOS
136 043
OLHÃO
32 723
VILA POUCA DE AGUIAR
16 503
PAREDES DE COURA
9 177
ALANDROAL
5 563
BRAGA
135 872
ALENQUER
31 570
PESO DA RÉGUA
16 417
REGUENGOS DE MONSARAZ
8 980
POVOAÇÃO
5 559
GONDOMAR
134 226
TORRES NOVAS
31 418
ENTRONCAMENTO
16 054
OLIVEIRA DE FRADES
8 921
PENELA
5 378
GUIMARÃES
132 027
SANTA CRUZ
31 040
LAGOA
15 869
ALJUSTREL
8 908
FORNOS DE ALGODRES
5 246
COIMBRA
122 248
TROFA
30 765
CABECEIRAS DE BASTO
15 856
ARRUDA DOS VINHOS
8 840
VIDIGUEIRA
5 184
SEIXAL
116 788
ESPINHO
30 154
CASTRO DAIRE
15 509
MURTOSA
8 668
OURIQUE
5 146
SANTA MARIA DA FEIRA
113 978
ÍLHAVO
30 070
CAMINHA
15 222
SANTANA
8 657
MORA
5 129
ODIVELAS
110 144
MARINHA GRANDE
29 701
MONTEMOR-O-NOVO
15 215
VILA FRANCA DO CAMPO
8 558
VIANA DO ALENTEJO
4 749
VILA NOVA DE FAMALICÃO
107 525
BEJA
29 694
PONTE DE SOR
15 122
PROENÇA-A-NOVA
8 479
NORDESTE
4 745
LEIRIA
100 681
ESPOSENDE
28 859
GOUVEIA
15 071
CELORICO DA BEIRA
8 441
SOUSEL
4 726
FUNCHAL
100 218
ANGRA DO HEROÍSMO
28 434
SERTÃ
15 068
SANTA MARTA DE PENAGUIÃO
8 398
PAMPILHOSA DA SERRA
VILA FRANCA DE XIRA
99 709
FUNDÃO
28 375
VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO
15 048
VILA NOVA DE FOZ CÔA
8 347
GOLEGÃ
4 691
BARCELOS
98 757
TONDELA
28 091
SABUGAL
14 724
PENALVA DO CASTELO
8 344
MADALENA
4 647
4 723
MAIA
98 650
SILVES
27 597
MONTALEGRE
14 543
ALMEIDA
8 343
VELAS
4 556
SETÚBAL
94 161
CÂMARA DE LOBOS
27 261
VIEIRA DO MINHO
14 326
VILA NOVA DE CERVEIRA
8 218
VILA DO PORTO
4 535
VISEU
82 843
ANADIA
26 786
CASTELO DE PAIVA
14 191
PONTA DO SOL
8 207
MESÃO FRIO
4 497
VIANA DO CASTELO
79 392
SANTIAGO DO CACÉM
25 972
PENACOVA
14 129
MONDIM DE BASTO
8 137
PORTO SANTO
4 407
VALONGO
71 998
ARCOS DE VALDEVEZ
25 823
SERPA
14 054
RIBEIRA DE PENA
8 118
ALJEZUR
4 188
BARREIRO
70 391
LAMEGO
25 673
MOURA
13 695
TERRAS DE BOURO
8 081
LAJES DO PICO
4 184
PAREDES
66 241
SEIA
25 376
LOUSÃ
13 641
MIRANDA DO DOURO
7 955
GÓIS
4 155
AVEIRO
62 480
ALBUFEIRA
25 207
ALIJÓ
13 282
FERREIRA DO ZÊZERE
7 931
GAVIÃO
4 150
VILA DO CONDE
61 400
MIRANDELA
23 806
ESTREMOZ
13 153
SÃO BRÁS DE ALPORTEL
7 929
AVIS
4 072
SANTO TIRSO
61 297
ESTARREJA
23 079
NAZARÉ
13 130
FERREIRA DO ALENTEJO
7 774
VILA DO BISPO
4 050
TORRES VEDRAS
60 658
PENICHE
22 826
NELAS
12 899
SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
7 620
CUBA
3 971
OLIVEIRA DE AZEMÉIS
57 423
PORTALEGRE
21 776
VALENÇA
12 876
VILA FLOR
7 560
MANTEIGAS
3 834
PENAFIEL
57 083
ODEMIRA
21 746
PONTE DA BARCA
12 429
MAÇÃO
7 543
PEDRÓGÃO GRANDE
3 825
MOITA
56 295
VALE DE CAMBRA
21 572
GRÂNDOLA
12 402
TAROUCA
7 524
FREIXO ESPADA À CINTA
3 824
FIGUEIRA DA FOZ
55 475
MONTEMOR-O-VELHO
21 414
BATALHA
12 377
MÉRTOLA
7 504
SANTA CRUZ DA GRACIOSA
3 790
PÓVOA DE VARZIM
53 021
TAVIRA
21 385
ALCANENA
12 300
CARRAZEDA DE ANSIÃES
7 434
SARDOAL
3 649
SANTARÉM
52 247
RIBEIRA GRANDE
21 042
CADAVAL
12 228
VILA VIÇOSA
7 423
CRATO
3 617
PONTA DELGADA
51 348
PÓVOA DE LANHOSO
21 022
RIBEIRA BRAVA
12 214
ALMODÔVAR
7 306
VILA VELHA DE RÓDÃO
3 603
AMARANTE
50 157
LAGOS
20 711
SÁTÃO
12 201
SOBRAL DE MONTE AGRAÇO
7 269
CALHETA
3 533
FARO
49 901
VALPAÇOS
20 599
ALCÁCER DO SAL
11 829
NISA
7 268
MARVÃO
3 401
COVILHÃ
48 611
LOURINHÃ
20 557
ANSIÃO
11 817
ALVAIÁZERE
7 082
CONSTÂNCIA
3 386
LOULÉ
48 360
AROUCA
20 417
MIRA
11 814
MURÇA
7 024
ALTER DO CHÃO
3 295
CASTELO BRANCO
47 478
ALBERGARIA-A-VELHA
20 224
VINHAIS
11 743
CAMPO MAIOR
6 953
PENEDONO
3 284
POMBAL
47 127
MONÇÃO
19 961
BOMBARRAL
11 712
BOTICAS
6 907
FRONTEIRA
3 255
ALCOBAÇA
46 784
MACHICO
19 811
ARGANIL
11 552
SABROSA
6 825
CASTANHEIRA DE PÊRA
3 244
FAFE
46 151
PORTO DE MÓS
19 771
ALCOCHETE
11 463
ARMAMAR
6 810
ALCOUTIM
3 242
MAFRA
46 088
CARTAXO
19 650
HORTA
11 450
OLEIROS
6 552
PORTO MONIZ
3 141
ÉVORA
45 900
ELVAS
19 519
CONDEIXA-A-NOVA
11 381
VILA NOVA DA BARQUINHA
6 541
VILA DE REI
3 118
FELGUEIRAS
45 674
BENAVENTE
19 466
SEVER DO VOUGA
11 268
BORBA
6 510
CASTELO DE VIDE
3 110
OVAR
44 787
MANGUALDE
19 278
CALHETA
11 233
FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO
6 368
MONFORTE
2 845
VILA REAL
44 276
SÃO JOÃO DA MADEIRA
19 196
RESENDE
11 218
FIGUEIRÓ DOS VINHOS
6 328
SÃO ROQUE DO PICO
2 840
PALMELA
43 339
OLIVEIRA DO HOSPITAL
19 089
MOGADOURO
11 214
ALPIARÇA
6 298
ARRONCHES
2 814
CHAVES
42 565
ALMEIRIM
18 723
SANTA COMBA DÃO
11 171
CASTRO VERDE
6 273
MOURÃO
2 506
ÁGUEDA
41 711
VIZELA
18 691
LAGOA
10 980
SERNANCELHE
6 266
ALVITO
2 113
MARCO DE CANAVESES
41 503
BAIÃO
18 583
SINES
10 938
ARRAIOLOS
6 251
SANTA CRUZ DAS FLORES
1 975
VILA VERDE
41 065
CORUCHE
18 566
PINHEL
10 783
SÃO VICENTE
6 227
BARRANCOS
1 570
PAÇOS DE FERREIRA
41 011
CINFÃES
18 388
MOIMENTA DA BEIRA
10 650
TABUAÇO
6 196
LAJES DAS FLORES
1 266
CALDAS DA RAINHA
40 221
CELORICO DE BASTO
18 381
MIRANDA DO CORVO
10 519
MEDA
6 164
CORVO
337
PORTIMÃO
39 454
OLIVEIRA DO BAIRRO
18 038
IDANHA-A-NOVA
10 377
REDONDO
6 158
PONTE DE LIMA
38 915
SOURE
18 028
TRANCOSO
10 310
AGUIAR DA BEIRA
6 084
Total Nacional
8 784 959
Fonte: Comissão Nacional de Eleições (dados referentes a 31.12.2007)
121
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Dito de outra forma, este peso específico da população do município de Santa Maria da Feira conquistou valores mais expressivos e notórios.
Ora, sendo o município parte integrante de um sistema mais amplo, dever-se-á proceder a uma análise dos fenómenos tendo uma visão globalizante das realidades. Ou seja, os comportamentos verificados em Santa Maria da Feira não serão, como é óbvio, indissociáveis da realidade regional e nacional.
122
Deste modo, e como já foi sublinhado, Portugal é dos países do contexto europeu que protagonizou um dos mais profundos e rápidos processos de metamorfose socioeconómica no decurso dos últimos 35/40 anos. Ora, a situação demográfico do país irá reflectir, nessa exacta medida, as profundas alterações ocorridas na sociedade e economia portuguesas desde meados da década de 1970.
Nessa altura, comparativamente com os países mais desenvolvidos a nível europeu, a dinâmica interna da demografia portuguesa caracterizava-se por elevados níveis de fecundidade e de mortalidade infantil, uma esperança média de vida inferior à média europeia e por fluxos migratórios significativos. A conjugação destes indicadores permitem traçar um cenário não muito animador do contexto sociocultural português da época.
O estudo de uma população e das suas variáveis e indicadores é, desassombradamente, a melhor forma de se poder aferir o grau de desenvolvimento (ou não) de um dado território.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
123
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Na década de 1980, o cenário demográfico português alterou-se
duos dos Países Africanos de Expressão de Língua Portuguesa,
significativamente, passando a população portuguesa a mani-
Brasil e mais recentemente oriundos do Leste Europeu.
festar novos comportamentos demográficos. A este propósito destaca-se a redução dos níveis de fecundidade (aproximando-se
- Envelhecimento demográfico gerado na base da pirâmide etária
dos valores médios europeus) e importantes ganhos na esperan-
(redução do número de nascimentos) como no seu topo
ça média de vida, mercê da melhoria generalizada do contexto
(acréscimo da população com 65 e mais anos).
socioeconómico do país. Paralelamente, neste período ocorre ainda uma importante diminuição da mortalidade infantil e juvenil e
De um modo geral poder-se-á afirmar que Santa Maria
o país torna-se em país de imigração, rompendo décadas de uma
da Feira tende a acompanhar o comportamento a nível
tradição emigratória.
nacional dos principais indicadores demográficos, demonstrando, no entanto, uma dinâmica mais
124 Em resumo, a evolução da situação demográfica portuguesa nos 35 anos pode sintetizar-se do seguinte modo:
- Redução dos valores da fecundidade, em especial nos anos 90, para níveis dos mais baixos da União Europeia, pese embora uma recente melhoria deste indicador. Esta redução poder-se-á explicar, em parte, pela entrada definitiva da mulher no mundo do trabalho assim como por uma generalização de utilização dos meios contraceptivos.
- Acréscimo significativo dos valores de esperança média de vida da população, tanto no sexo masculino como no feminino. Este acréscimo explica-se pela melhoria assinalável das condições de assistência médica e saúde pública em Portugal.
- Encerramento dos grande ciclos emigratórios transoceânicos e europeus, seguindo Portugal a tendência de outros países da União Europeia, como Espanha, Itália ou Grécia, passando Portugal a assumir-se como um país de imigração, acolhendo indiví-
positiva e mais vincada em todos eles.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
b) Natalidade e Mortalidade
No que se refere aos valores da natalidade, os últimos 35 anos em Portugal registaram uma tendência de forte decréscimo destes valores. A metamorfose socioeconómica em Portugal tem, obviamente, reflexos vários nos modos de vida das populações e até na estrutura das famílias.
125
EVOLUÇÃO DA TAXA DE NATALIDADE E MORTALIDADE * ÂMBITO GEOGRÁFICO
1998 NATALIDADE
MORTALIDADE
2000
2002
NATALIDADE MORTALIDADE
NATALIDADE
MORTALIDADE
Arouca
11,3
9,6
11,6
9,2
9,9
tt9,5
Oliv. Azeméis
11,3
8,4
11,5
8,3
10,3
7,7
SM Feira
12,4
6,8
13,3
6,6
11,7
6,6
SJ Madeira
12,5
7,7
7,6
7,6
11,5
7,2
Vale Cambra
10,1
9,3
9,6
9,6
9,0
9,4
EDV
11,8
7,7
12,0
7,6
10,9
7,4
Região Centro
10,08
12,09
10,10
11,6
Região Norte
12,1
8,9
12,3
8,7
11,2
8,7
Portugal
11,4
10,6
11,7
10,3
11,4
10,7
* Valores em permilagem
7,14
8,65
Fonte: INE
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
126
HOSPITAL DE S. SEBASTIテグ E ENVOLVENTE
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
O número de nascimentos no país diminuiu significativamente. Uma análise às estatísticas permite concluir que o concelho é, no contexto regional em que se insere, o município que apresenta um comportamento mais positivo da natalidade, suplantando, inclusive, os valores totais do país.
Tal facto é revelador de um maior dinamismo demográfico que os restantes municípios. Relativamente ao comportamento da mortalidade há uma tendência de quebra generalizada dos valores no conjunto dos municípios do Entre Douro e Vouga. De resto, o agrupamento destes municípios acompanha as tendências de quebra da Região Norte e do desempenho Nacional. Digno de realce é ainda o facto do município de Santa Maria da Feira ser, num contexto local, o concelho com menores taxas de mortalidade.
Sendo a Taxa de Mortalidade um dos indicadores demográficos usualmente utilizados na aferição da qualidade de vida das populações, poder-se-á inferir uma posição de maior relevo do município de Santa Maria da Feira (6,6) em relação aos demais municípios da Região de Entre Douro e Vouga (7,4). Mesmo comparando a realidade numérica da mortalidade com a Região Norte (8,7) ou com os valores nacionais (10,7), facilmente se conclui um melhor desempenho do município de Santa Maria da Feira.
O facto das alterações socioeconómicas registadas no país terem os seus reflexos no comportamento dos indicadores demográficos. Como foi já referido, nestes últimos 35 anos, o País modernizou-se e foram criadas estruturas importantes no garante da melhoria das condições de vida dos portugueses, nomeadamente no que concerne a hábitos de cuidados de saúde e assistência médica. O abaixamento dos números da mortalidade feirense estará, indelevelmente, associado ao surgimento do Hospital Distrital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.
127
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
128
CARTA DOS EQUIPAMENTOS DE SAÚDE
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
c) Saldo Natural
129
É sabido que após anos de um crescimento demográfico que
O índice de fecundidade (número médio de filhos por mulher) está
se poderá considerar como sendo forte, Portugal tem vindo a
hoje estabilizado em 1,5, nível inferior ao necessário para asse-
registar valores mais modestos neste indicador. Todavia, e dado
gurar a substituição das gerações (2,1) e um dos valores mais
que o país registou uma melhoria do enquadramento socioeconó-
baixos da Europa. Nascem menos crianças, mas a melhoria dos
mico visível através do abaixamento significativo da mortalidade,
cuidados de saúde permitiu, por um lado, uma evolução muito
seria expectável que o diferencial entre natalidade e mortalidade
positiva das taxas de mortalidade infantil (de 22%0 em 1981 para
resultasse num crescimento demográfico não residual, tal como
4,1%0 em 2003) e, por outro, o aumento considerável nos valores
sucede. No entanto, tal situação deriva do abaixamento significa-
de esperança média de vida.
tivo da natalidade tendo sido essa uma das principais alterações A conjugação destes diversos indicadores resulta num
comportamentais da demografia portuguesa moderna.
alteração significativa dos padrões demográficos portuNa origem dos reduzidos saldos naturais registados no país está a
gueses, sendo que, estas alterações repercutem-se, obvia-
forte quebra do número de nascimentos.
mente, ao nível do concelho de Santa Maria da Feira.
NASCIMENTOS EM PORTUGAL 1960
1991
2002
213 900
152 100
114 500 Fonte: INE
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Um dos aspectos mais marcantes deste novo cenário demográfico português resulta num processo de envelhecimento da população. Nos anos 60, os níveis de natalidade portugueses eram elevados, representando os jovens quase 30% do total da população. Nessa época, num contexto Europeu, Portugal apresentava uma estrutura jovem. No entanto, hoje o cenário é bem diferente e o país apresenta-se, nesse mesmo contexto, como um país com uma menor proporção do grupo etário mais jovem.
Paralelamente, a proporção do grupo etário de população idosa 130
(indivíduos com 65 e mais anos) mais que duplicou desde 1960, situando-se, presentemente, muito próximo dos valores médios europeus, podendo-se, portanto, aludir a um envelhecimento da população portuguesa.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
d) Envelhecimento da população As mutações socioeconómicas de Portugal ao longo das últimas
anos uma evolução conducente à confirmação desta teoria,
quatro décadas têm sido responsáveis por algumas das mais
será de todo pertinente que se equacionem diferentes formas de
importantes alterações do comportamento demográfico nacional.
encararmos as sociedades actual e vindoura. Não será excesso
As alterações da (e na) estrutura económica, e dos modos de vida
linguístico admitir que o envelhecimento demográfico se assume
dos portugueses, a melhoria quase generalizada das condições
como o fenómeno mais relevante nas sociedades desenvolvidas
de saúde e higiene ou os novos paradigmas sociais de um país
devido às suas múltiplas implicações na esfera socioeconómica
têm sido agentes activos e decisivos para um progressivo enve-
das regiões e dos países.
lhecimento da população. A baixa dos valores da fecundidade e o aumento da longevidade Este fenómeno, de resto comum a outros países da Europa do
são dos factores que explicam este fenómeno de envelhecimento
Sul, caracteriza-se pelo aumento da importância da proporção
da população portuguesa. Durante muito tempo considerou-se
da população envelhecida (com 65 ou mais anos) relativamente à
que a causa do envelhecimento residia única e exclusivamente
população jovem (com menos de 15 anos).
numa diminuição da mortalidade. No entanto, conclui-se hoje que o declínio da fecundidade e os fluxos migratórios, internos e exter-
Segundo Alfred Sauvey, o século XXI será o século do envelhe-
nos, têm um papel particularmente preponderante no processo de
cimento. Ora, e se assim é, e se Portugal acelerou, nos últimos
envelhecimento da população.
131
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
132
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
O declínio da fecundidade, porque influi directamente na dimensão dos efectivos mais jovens da população. Os fluxos migratórios com consequência directa e imediata na estrutura etária da população, sobretudo em idade activa, mas também com uma consequência indirecta pelas transferências de nascimentos que
GRAU DE ENVELHECIMENTO NA UNIÃO EUROPEIA PAÍS
POPULAÇÃO IDOSA (%)
Bélgica
17,0 %
Dinamarca
14,8 %
Alemanha
17,5 %
Grécia
17,3 %
Espanha
17,1 %
França
16,3 %
Irlanda
11,1 %
Itália
18,2 %
originam.
Os dados disponíveis da realidade portuguesa ditam-nos que a proporção de população portuguesa com 65 ou mais anos (população idosa) duplicou nos últimos 40 anos. Crê-se ainda que, até 2050, essa proporção volte a duplicar, sendo que, à luz desta análise prospectiva, em 2050 o total de população idosa portuguesa totalize cerca de 32% da população do país.
EVOLUÇÃO DA PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA EM PORTUGAL (1960 – 2050) 1960
1981
1991
2001
2050
Luxemburgo
14,0 %
8%
11%
14%
16%
32%
Holanda
13,7 %
Áustria
15,5 %
Portugal
16,7 %
Finlândia
15,3 %
Suécia
17,2 %
Reino Unido
15,6 %
União Europeia
16,8 %
Com base nas projecções do INE
O grau de envelhecimento demográfico de Portugal enquadra-se com os valores médios da União Europeia, conforme se pode concluir da análise da tabela seguinte.
Proporção de população idosa (65 ou mais anos), União Europeia (15), 2002 Fonte: INE
133
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Quando foram divulgados os resultados definitivos do Censos
No caso do envelhecimento da população portuguesa patente no
2001, não constituiu grande surpresa a constatação do índice de
período intercensitário de 1991 a 2001, estar-se-á a falar de um
envelhecimento ultrapassar o valor de 100. De resto, a consta-
duplo envelhecimento. A análise dos dados evidencia um estreita-
tação da realidade deixava antever que o peso proporcional da
mento da base, sobretudo nas classes mais baixas, demonstrativo
população idosa fosse superior ao do peso da população com
de uma quebra dos índices de fecundidade, e um alargamento do
menos de 15 anos (o índice de envelhecimento calculado para
topo, sobretudo nas classes acima dos 65 anos de idade (popu-
2001 refere 102 idosos por cada 100 jovens).
lação idosa). Entre 1991 e 2001, a proporção de jovens diminuiu de 20,0% para 16,0%, enquanto que a de idosos subiu de 13,6%
No entanto, considerando o conjunto do país, é possível consta-
para 16,4%, suplantando, portanto, a população jovem.
tar-se ritmos diferenciados entre as diversas regiões. Desde há 134
muito que as regiões do interior têm assistido a um constante e progressivo abandono das suas gentes, especialmente das franjas
ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL
populacionais mais jovens. Tal facto concorre sobremaneira para o aumento do peso percentual da população idosa nestas
1991
2001
68
102
regiões. Ora, nestes casos, estar-se-á a falar de um envelhecimento provocado pela base da pirâmide etária, até porque poderá assistir-se ao fenómeno de diminuição da população idosa e, simultaneamente ao aumento do peso percentual deste grupo
Relaciona a população idosa (65 ou + anos) com a população jovem (- 15 anos). Valor expresso em n.º de idosos por cada 100 jovens. Fonte: INE
etário. Para tal basta somente que diminuam os efectivos dos outros escalões etários.
A evolução do índice de envelhecimento neste período compreendido entre os últimos momentos censitários em Portugal traduz-se
Por outro lado, em determinadas regiões do país, observam-se
num aumento de cerca de 40 idosos por cada 100 jovens, que,
ainda níveis de natalidade considerados altos quando vistos,
segundo as projecções demográficas realizadas se prevê que
analisados e comparados com as médias nacionais. Nestes casos
continue e se intensifique nos próximos anos.
verifica-se um equilíbrio entre o rácio da população jovem e a população mais idosa.
Outros casos há em que as variações positivas da população se ficam a dever aos fluxos migratórios, sobretudo mais visível nos grupos etários da população em idade activa.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
AGRAVAMENTO DO ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO
2001
0-14
15-64
65 ou +
0-14
15-64
65 ou +
NORTE
17,5
68,5
14,0
1991
20,0
66,4
13,6
CENTRO
15,0
65,5
19,4
2001
16,0
67,7
16,4
LISBOA
14,9
69,7
15,4
2010
15,4
68,9
17,7
ALENTEJO
13,7
63,9
22,3
2020
13,9
65,7
20,4
ALGARVE
14,6
66,8
18,6
2030
12,7
63,0
24,2
RAA
21,4
65,6
13,0
2040
12,9
58,5
28,6
RAM
19,1
67,2
13,7
2050
13,2
55,1
31,8
2030
0-14
15-64
65 ou +
NORTE
12,8
62,9
24,3
CENTRO
11,8
61,3
26,9
LISBOA
13,5
64,4
22,1
ALENTEJO
10,9
60,6
28,5
ALGARVE
12,5
64,3
23,2
RAA
14,7
66,2
19,1
RAM
13,9
65,1
21,0
Fonte: INE
135
Como se pode verificar da análise da tabela, o recuo da natalidade começa a ter os seus reflexos na população em idade activa a partir de 2010, representando no final do período cerca de 55% do total da população, contra 68% recenseados em 2010. Destes valores projectados resulta igualmente clara uma certa recuperação dos valores da fecundidade a partir da década de 2020, algo que se repercutirá nos valores da proporção de população jovem a partir do ano de 2040 (recuperação de 0,02% de 2030 para 2040 e de 0,03% de 2040 para 2050). Ainda assim, este ganho de proporção de população jovem previsto para este período será “à custa” da população em idade activa, já que a população idosa não cessará de aumentar a sua proporção no período referido.
Fonte: INE
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
sivo e contínuo em todas as regiões nacionais, sobretudo também
2050
0-14
15-64
65 ou +
NORTE
12,9
54,3
32,8
CENTRO
12,0
53,0
34,9
no Norte e Regiões Autónomas, ou seja, naquelas regiões até agora menos envelhecidas e que só muito recentemente deixaram de garantir a substituição das gerações.
De um modo geral, o envelhecimento da população será LISBOA
14,4
57,3
28,2
ALENTEJO
10,9
50,9
38,2
ALGARVE
13,0
57,3
29,7
RAA
13,4
58,2
28,4
RAM
13,1
56,0
30,9
um fenómeno comum a todo o país e a todas as regiões nas próximas décadas, embora em momentos e com
136
ritmos de mudança diferenciados, tornando-se o ritmo mais lento à medida que a população idosa reforça o seu peso proporcional na população total.
Uma das notas mais salientes da interpretação dos dados, tanto
Fonte: INE
numa perspectiva retrospectiva como numa prospectiva, tem a ver com o comportamento da evolução da população idosa e da população muito idosa. Nos 30 anos que decorreram entre 1960
A nível regional, as metamorfoses da estrutura etária da população
e 1991 a população portuguesa cresceu, em média, 0,4% ao ano.
revelam comportamentos diferenciados, pese embora ser trans-
Valor muito semelhante foi verificado na evolução da população
versal a todo o território português uma generalizada tendência de
em idade activa (0,5% ao ano). No entanto, as taxas de cresci-
envelhecimento.
mento da população idosa e muito idosa registaram valores bem acima dos registados nos outros grupos etários. A população
De acordo com os dados disponíveis, é visível que os maiores de-
idosa regista um crescimento médio anual de 2,1% e a população
créscimos de população jovem entre 2001 e a baliza temporal de
muito idosa (indivíduos com 85 ou mais anos) atinge o ritmo mais
2050 (limite da projecção) se registam (ou registarão) nas Regiões
rápido de crescimento: quase 3,0% ao ano.
Norte e Centro de Portugal, assim como em ambas as Regiões Autónomas. Esta tendência é de tal forma evidente que, em 2050,
Paralelamente, a população jovem, identificada com a faixa etária
se projecta que a Região Norte e as Regiões Autónomas dos Aço-
inferior (menos de 15 anos), regista um decréscimo médio de
res e da Madeira deixem de ser as regiões mais jovens do país,
0,9% ao ano.
apresentando valores muito semelhantes às restantes regiões. A população idosa, por seu turno, verificará um aumento progres-
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
TAXA MÉDIA ANUAL DE CRESCIMENTO (PORTUGAL) POPULAÇÃO TOTAL E IDOSA, 1960-2050
No período subsequente, compreendido entre 1991 e 2020, o crescimento médio da população total tenderá a abrandar e a ser reduzido a metade (0,2%). Tal deve-se a ritmos muito fracos até 2010 e negativos na década seguinte.
1960-1991
A população jovem mantém uma variação negativa e a população em idade activa regista um crescimento igualmente baixo (cerca
POPULAÇÃO TOTAL
0,4%
65 + ANOS
2,1%
85 + ANOS
2,9%
de 0,2% média anual), enquanto que a população com mais de 65 ou mais anos cresce a ritmos de 1,8% ao ano. No mesmo período, e mais evidente será mesmo o aumento da longevidade, com a população com 85 ou mais anos a evoluir grandemente (média de 3,4%/ano).
Entre 2020 e 2050, a população total observa uma evolução média anual simétrica, comparativamente ao período de 1960 a
1991-2020
1991. Esta evolução resulta de trajectórias diferentes nos grandes POPULAÇÃO TOTAL
0,2%
65 + ANOS
1,6%
85 + ANOS
3,4%
grupos etários. A população em idade activa junta-se à população jovem, assumindo ambas trajectórias negativas, e unicamente a população idosa (e com especial ênfase a população muito idosa) regista valores positivos, embora mais moderados que no período anterior, tendência esperada dado o grau de envelhecimento entretanto atingido.
Ora, se é na Região Norte que mais alterações irão ocor-
2020-2050 POPULAÇÃO TOTAL
rer ao nível da estrutura etária da população portugue0,4%
sa, é óbvio que essas mesmas alterações terão repercussões e reflexos na própria estrutura populacional de
65 + ANOS
1,1%
85 + ANOS
1,9%
Santa Maria da Feira. A tendência será, claro está, para serem sentidas no município as transformações demo-
Cálculos com base nos Recenseamentos Gerais da População, de 1960 a 2001 e projecções da população residente, 2000-2050) Fonte: INE
gráficas previstas para o país: um progressivo aumento
137
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
do peso proporcional da população idosa e muito idosa,
PROPORÇÃO:
POPULAÇÃO JOVEM
MUNICÍPIO
1991
2001
VARIAÇÃO
Arouca
23,79
18,12
-5,67
Espinho
20,12
15,23
-4,89
Gondomar
20,91
17,31
-3,60
AMP * VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 91-01:
Maia
21,26
17,43
-3,83
JOVEM
ADULTA
IDOSA
Matosinhos
20,64
15,98
-4,66
-5,34
2,74
2,61
Oliveira de Azeméis
21,72
17,25
-4,47
Porto
16,95
13,14
-3,81
Póvoa do Varzim
23,82
19,03
-4,79
S. João da Madeira
21,81
17,33
-4,49
Santa Maria da Feira
22,19
18,41
-3,79
Santo Tirso
21,61
16,84
-4,77
Trofa
23,69
19,17
-4,52
Vale de Cambra
21,32
15,85
-5,47
Valongo
22,20
17,85
-4,35
Vila do Conde
22,32
17,97
-4,35
Vila Nova de Gaia
20,22
17,05
-3,17
muito “à custa” dos demais grupos etários, particularmente do escalão da população mais jovem. No entanto, esta tendência não será tão pronunciada no concelho como nos demais municípios da Área Metropolitana do Porto. Embora inegável, o envelhecimento da população Feirense traduzir-se-á a um ritmo bem mais lento do que na grande maioria dos municípios envolventes.
138
* AMP: Área Metropolitana do Porto Fonte: INE
Do conjunto de dados vertidos nas tabelas seguintes, conclui-se que Santa Maria da Feira foi dos municípios que, no contexto da Área Metropolitana do Porto e no intervalo temporal de 1991 a 2001 conseguiu conservar um maior teor de juventude da sua população (apesar de perdas na ordem dos 3,79% do peso percentual efectivos populacionais de idade inferior a 15 anos), como um aumento menos rápido da população idosa e muito idosa do que na maior parte dos municípios da AMP e até do País. Esta tendência quase “contra ciclo” com a Região e os fenómenos nacionais evidencia um dinamismo demográfico importante do município e que permite, de forma desassombrada, sublinhar-se que a população é um importante recurso que Santa Maria da Feira tem ao seu dispor, importando, por isso, que saiba retirar desse mesmo recurso todas as suas potencialidades.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
POPULAÇÃO ADULTA
POPULAÇÃO IDOSA
1991
2001
VARIAÇÃO
1991
2001
VARIAÇÃO
61,34
65,72
4,38
14,87
16,16
1,29
69,45
70,25
0,80
10,42
14,51
4,09
70,35
71,73
1,38
8,74
10,96
2,22
69,79
72,04
2,25
8,95
10,53
1,58
70,36
71,75
1,39
9,01
12,27
3,26
67,78
69,56
1,79
10,50
13,19
2,69
68,25
67,47
-0,77
14,80
19,38
4,58
66,83
69,74
2,90
9,34
11,23
1,89
68,97
70,56
1,59
9,21
12,11
2,90
68,97
70,54
1,56
8,83
11,06
2,23
68,59
70,16
1,57
9,80
13,00
3,20
68,22
70,84
2,62
8,08
9,99
1,91
65,31
67,86
2,55
13,37
16,29
2,92
70,66
72,36
1,70
7,14
9,79
2,65
68,20
70,36
2,16
9,48
11,67
2,19
70,15
71,06
0,91
9,63
11,90
2,27
139
Fonte: INE
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1991 MUNICÍPIO | POPULAÇÃO
JOVEM
2001 ADULTA
IDOSA
JOVEM
ADULTA
IDOSA
Arouca
5 685
14 656
3 553
4 391
15 921
3 915
Espinho
7 034
24 278
3 644
5 134
23 676
4 891
Gondomar
29 938
100 726
12 514
28 411
117 706
17 979
Maia
19 804
65 013
8 334
20 940
86 527
12 644
Matosinhos
31 303
106 720
13 659
26 686
119 842
20 498
Oliveira de Azeméis
14 520
45 305
10 479
12 198
49 197
9 326
Porto
51 269
206 423
44 780
3 584
177 544
51 003
Póvoa do Varzim
13 053
36 617
5 118
12 081
44 262
7 127
S. João da Madeira
4 025
12 727
1 700
3 656
14 890
2 556
Santa Maria da Feira
26 332
81 830
10 479
25 028
95 904
15 032
Santo Tirso
15 078
47 857
6 838
12 193
50 794
9 409
Trofa
7 776
26 622
2 653
7 206
26 622
3 753
Vale de Cambra
5 231
16 025
3 281
3 931
16 828
4 039
Valongo
16 466
52 407
5 299
15 349
62 233
8 423
Vila do Conde
14 470
44 217
6 149
13 369
52 342
8 680
Vila Nova de Gaia
50 261
174 370
23 934
49 222
205 180
34 347
312 245
1 055 793
162 414
243 379
1 159 468
213 622
20,4
68,99
10,61
15,06
71,73
13,22
A.M.P. PROPORÇÃO % Fonte: INE
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
POPULAÇÃO MUITO IDOSA (+ DE 85 ANOS) 1991 MUNICÍPIO
TOTAL
2001 %
TOTAL
%
VARIAÇÃO
Arouca
234
0,98
455
1,88
0,9
Espinho
235
0,67
415
1,23
0,56
Gondomar
669
0,47
1 343
0,82
0,35
Maia
498
0,53
942
0,78
0,25
Matosinhos
845
0,56
1 618
0,97
0,41
Oliveira de Azeméis
494
0,74
796
1,13
0,39
3 404
1,13
4 939
1,88
0,75
308
0,56
584
0,92
0,36
S. João da Madeira
96
0,52
205
0,97
0,45
Santa Maria da Feira
714
0,6
1 208
0,89
0,29
Santo Tirso
406
0,58
826
1,14
0,56
Trofa
146
0,44
285
0,76
0,32
Vale de Cambra
294
1,2
426
1,72
0,52
Valongo
317
0,43
634
0,74
0,31
Vila do Conde
336
0,52
688
0,92
0,4
Porto Póvoa do Varzim
Vila Nova de Gaia
A.M.P. Fonte: INE
1 482
0,6
2 556
0,89
0,29
10 478
0,68
17 920
1,11
0,43
141
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
142
3. Educação A educação assume-se como um dos pilares basilares da so-
do o aproveitamento das capacidades de cada um dos indivíduos,
ciedade moderna tal como a conhecemos. Se assim não fosse,
também não será menos verdade que a educação conjunta
seriam impensáveis os investimentos feitos pelos governos do
de uma sociedade eleva exponencialmente a possibilidade de
mundo desenvolvido neste sector estratégico para a sustentação
aproveitamento dessas capacidades, almejando o bem comum.
da sociedade e do tecido socioeconómico. A educação sempre
Através da educação, os indivíduos tomam consciência dos valo-
assumiu um papel de destaque nas civilizações antigas que mais
res que dão consistência ao meio social em que estão inseridos,
se notabilizaram, como a Civilização Egípcia, a Grécia Antiga ou o
desenvolvendo o sentido crítico necessário para uma interven-
Império Romano. Ontem, como hoje, não é possível pensarmos
ção que contribua para o desenvolvimento do mesmo. Todos
em desenvolvimento, crescimento, inovação ou bem-estar sem
os elementos que constituem um grupo necessitam de interagir
que todos os que compõem a sociedade possuam os
concertadamente entre si para beneficiarem do progresso que
instrumentos básicos que lhes permitam intervir de forma activa
vão construindo, colocando ao serviço de todos a riqueza criada,
no esforço que conduz ao avanço colectivo a que damos o nome
preservando o meio que os rodeia e propiciando o bem-estar.
de desenvolvimento. É da responsabilidade de cada geração preparar os instrumentos Se é verdade que a educação é um processo de crescimento, de-
necessários para que os que vêm a seguir consigam uma fácil
senvolvimento, valorização e aperfeiçoamento pessoal, potencian-
integração social. É através da educação que cada geração deixa
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
à geração seguinte o seu legado mais rico, transmitindo a susten-
As mutações socioeconómicas registadas no Portugal moderno
tabilidade do seu desenvolvimento. No actual estado de desenvol-
tiveram, como foi já referido, reflexos múltiplos na estrutura social
vimento da nossa sociedade, compete ao sistema educativo, do
portuguesa. Tal será facilmente comprovável se nos detivermos
qual uma parte substantiva está assente na organização escolar,
com maior pormenor nas mudanças ao nível do tecido econó-
fornecer uma quota importante daqueles instrumentos.
mico, nas estruturas familiares, na organização do espaço e do território, na distribuição da população, na habitação, entre uma
Ora, desta forma, e se o desenvolvimento social a todos interessa,
infindável listagem de indicadores. O sector da educação não é
então a todos tem que interessar o modo como se educam os
excepção. Os efeitos da democratização política resultante da
cidadãos, assim como não pode haver um desenvolvimento com-
revolução de Abril possibilitaram idêntico progresso no sector do
pleto da comunidade sem que todos os seus membros possuam
ensino e da educação em Portugal. O que seria privilégio para
as condições para o desempenho correcto do seu papel social,
poucos passou a ser, paulatinamente, um direito de todos. Causa
também não é possível ter condições de obter uma boa educação
e consequência do desenvolvimento inquestionável do país,
e formação sem a intervenção da comunidade envolvente. E nesta
nenhum outro sector terá merecido tão forte investimento como
intervenção a comunidade aproveita para “crescer”. A educação
a educação, facto esse sintomático da importância enquanto
é, pois, um esforço que não pode, de modo algum, ser
“motor” de desenvolvimento.
individual mas, interessando a todos e tendo todos de intervir nela, dilui os papéis de actores e de espectadores.
Este facto pode ser facilmente corroborado com a análise da evolução da taxa de analfabetismo em Portugal nas últimas três
Conhecer uma população é bem mais do que apenas saber
décadas. Com efeito, apesar do decréscimo da população em
quantificá-la numericamente. Esse indicador, embora não possa
idade escolar (entre os 6 e os 24 anos), o número de alunos que
ser negligenciado, é pouco ambicioso na tentativa de perspectivar
frequentam os diversos graus do sistema de ensino aumentou
o futuro. Deste modo, importará saber caracterizar essa mesma
significativamente. Não obstante o analfabetismo ter vindo a
população através de uma análise mais ampla e mais alargada. Só
diminuir de forma acentuada desde a década de 70 (de 25,7%
assim se poderão avaliar os graus de cumprimento das políticas
para 9,0%), em 2001 nove em cada 100 portugueses com dez
em curso para que possam ser reforçadas ou, em alternativa,
ou mais anos não sabiam ler nem escrever, continuando Portugal
revistas e melhoradas, isto sempre tendo como horizonte final a
a apresentar uma das taxas mais elevadas no contexto europeu.
prossecução do objectivo central que é a melhoria da qualidade
A taxa de analfabetismo das mulheres foi sempre superior à dos
de vida e bem-estar das populações através de um desenvolvi-
homens, ao longo deste período. Em 2001, cifrava-se em 11,5%
mento económico sustentável que almeje a coesão social.
para as mulheres e em 6,3% para os homens. Apesar de subsistir ainda esta diferença considerável, verificou-se uma aproximação
143
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
nas últimas três décadas (em 1970, a taxa para as mulheres era de 31,0% e para os homens de 19,7%). Os principais factores que têm influenciado a diminuição da taxa de analfabetismo são a já referida escolarização progressiva dos jovens em idade escolar e a renovação das camadas mais idosas da população por outras com menores taxas de analfabetismo.
É de referir que as taxas de analfabetismo, quer dos indivíduos do sexo masculino, quer dos indivíduos do sexo feminino da população idosa (com 65 e mais anos), ainda que elevadas, diminuíram 144
nos últimos 30 anos: nos homens, a proporção de pessoas que não sabiam ler ou escrever passou de 47,0%, em 1970, para 24,5%, em 2001; nas mulheres, a percentagem de analfabetismo apresenta-se bastante superior: 64,6%, em 1970, e 40,8%, em 2001. Ao longo dos 30 anos ocorreu uma efectiva redução de alunos que se encontravam a frequentar os dois primeiros ciclos do ensino básico: em 1970 estavam matriculados cerca de um milhão de alunos e em 2001 apenas 800 mil. Para esta redução deverá ter contribuído, entre outros factores, a queda da natalidade entretanto ocorrida.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
145
CARTA DA REDE ESCOLAR
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
146
Quanto aos alunos matriculados no terceiro ciclo do ensino básico
Os números registados no domínio da Educação e
e no ensino secundário, o número triplicou em trinta anos, pas-
da Qualificação dos feirenses não são, grosso modo,
sando de 224 mil, em 1970, para mais de 735 mil, em 2001. Esta
particularmente brilhantes. Pelo menos é esta a ideia
massificação escolar está associada ao alargamento da escolarida-
preconcebida aceite pela generalidade das pessoas. Tal
de obrigatória ao 3. º ciclo do ensino básico. No ensino superior a
fica a dever-se, em grande medida, ao elevado vínculo
evolução foi ainda mais significativa, já que o número de estudantes
da sua população aos sectores mais tradicionais, como
decuplicou nas três décadas, passando de cerca de 38 mil, em
a Indústria ou a Construção Civil, ou seja, sectores de
1970, para mais de 390 mil, em 2001. Para este aumento terá con-
actividade que, por norma, não exigem grande pre-
tribuído o alargamento e descentralização do parque escolar univer-
paração académica. Tal denuncia, igualmente, uma
sitário, com a criação de novas universidades públicas e privadas,
entrada precoce da mão-de-obra feirense no mundo de
assim como de institutos politécnicos. Também se verificou que as
trabalho, tese que será corroborada pelas estatísticas
mulheres passaram a constituir a maioria dos estudantes do ensino
relacionadas com o abandono escolar.
superior, 56% do total, em 2001, percentagem que, em 1970, pertencia aos homens. Ao longo das últimas três décadas, a crescente
Ora, neste aspecto surgirá, desde logo, o primeiro grande
escolarização da população portuguesa suscitou a diminuição da
constrangimento para o município, já que a unanimidade dos
proporção da população sem qualquer qualificação (de 60,6%, em
estudos que se debruçam sobre as questões do desenvolvimento
1970, para 26,4%, em 2001) e o aumento do peso da população
apontam a educação e a qualificação como o principal motor para
com o ensino secundário completo (de 2,3% para 11,0%) e o su-
a prossecução dos objectivos centrais de desenvolvimento. Se
perior completo (0,6% para 6,5%). Assistiu-se também a uma cres-
assim é, então, a baixa qualificação e preparação da mão-de-obra
cente feminização dos níveis de ensino mais elevados (secundário,
de um município poderá, a não ser revertida a situação, funcionar
médio e superior). De facto, a proporção de mulheres ultrapassou
como obstáculo a esse mesmo desenvolvimento, concorrendo
a proporção de homens nesses níveis de ensino. Simultaneamen-
para a perda de vigor económico do seu tecido empresarial. Daí
te, a proporção de mulheres sem qualquer qualificação continua
que seja de todo imperativo que estas questões relacionadas com
superior à dos homens. Refira-se que, em 1970, em todos os níveis
a educação possam ser equacionadas, previstas e planeadas o
de ensino, a proporção de população masculina com qualificações
mais atempadamente possível.
académicas era superior à feminina. O reconhecimento da importância da educação por parte do poder político consubstanciou-se
Aliás, este compromisso com a Educação é, também, um desígnio
no aumento da despesa pública neste sector que, em percentagem
nacional. O problema não se confina apenas e só aos limites do
do PIB, cresceu significativamente nas últimas três décadas, pas-
município de Santa Maria da Feira ou da Região Norte. É um pro-
sando de 4,3%, em 1977, para 7,0%, em 2001.
blema transversal a todo o país e que ajuda, em grande medida,
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
a explicar as dificuldades que Portugal tem tido para, de uma vez por todas, entrar no “comboio” europeu da convergência.
A tenacidade dos esforços encetados pelas entidades responsáveis pelo sector da educação nos últimos anos tem vindo a frutificar. Um pouco por todo o país foi sendo renovado o parque escolar com a construção de novas escolas ou a reconversão de outras. Foram feitos reajustes nos conteúdos programáticos dos curricula, a escolaridade obrigatória foi alargada para nove anos e os ensinos secundário e superior foram democratizados. Estes esforços coincidiram no tempo com o desenvolvimento registado pelo país nos últimos 20 anos.
No entanto, dado estarmos inseridos num contexto de enorme competitividade determinada pela globalização, não nos bastará apenas darmos sequência ao que tem vindo a ser feito. Tal não significa que o percurso percorrido neste domínio esteja incorrecto, mas apenas que está a ser efectuado a velocidade inferior ao requerido pelas necessidades do país, de forma a atingir-se um desenvolvimento económico sustentado que possa patrocinar a coesão social dos portugueses.
CENTRO ESCOLAR DO MURADO
147
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
TAXA DE ANALFABETISMO MUNICÍPIOS AMP (1991 – 2001) CONCELHOS
1991
2001 A evolução da taxa de analfabetismo no município de
8,4
6,7
Arouca
15,0
11,7
Espinho
6,7
7,0
Gondomar
6,6
5,5
Maia
5,9
4,8
Matosinhos
5,5
5,2
Oliveira de Azeméis
7,1
6,8
Santa Maria da Feira
Santa Maria da Feira no decénio compreendido entre 1991 e 2001 permite-nos concluir que os esforços registados neste domínio têm surtido os seus efeitos. Neste intervalo temporal, os números do município afastaram-se da média nacional, de 8,4 para 9,9 em 1991 (1,5 de diferença para os números do país) passando essa mesma diferença para 1,6 em 2001.
Dito de outra forma, Santa Maria da Feira conseguiu 148
registar maior evolução neste domínio que a média nacional. Tal é sintomático dos resultados de uma aposta clara no sector nos últimos anos.
Porto
4,8
4,8
Póvoa do Varzim
7,0
5,9
S. João da Madeira
8,5
7,2
Santo Tirso
5,1
4,8
Trofa
6,7
5,6
11,4
9,7
Valongo
5,5
5,0
Vila do Conde
7,2
6,2
Comparativamente aos demais municípios da Área Metropolitana do Porto, verifica-se que os números verificados pelo município feirense estão, grosso modo, ainda algo desfasados da maioria dos municípios tidos como mais urbanos e desenvolvidos. Tal denuncia o vínculo claro entre a educação e a qualificação das populações com o grau de desenvolvimento dos territórios, sendo este facto, simultaneamente, causa e consequência desse mesmo desenvolvimento, causa, já que se uma população possui melhoVale de Cambra
res condições de vida, obviamente que irá procurar proporcionar aos seus filhos uma educação melhor, consequência, dado que essa maior qualificação da mão-de-obra vai ser motor de potenciamento e de fixação de actividades económicas com maior teor técnico e tecnológico: as denominadas actividades de
Vila Nova de Gaia
6,4
5,4
Região Norte
9,9
8,3
11,0
9,0
Portugal Fonte: INE
valor acrescentado.
CAPÍTULO I INTRÓITO
ÁREA CENTRAL DE SANTA MARIA DE LAMAS
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ESCOLA SECUNDÁRIA DE FIÃES
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Mantendo a incrementação dos projectos municipais de combate
reservado um papel de mero observador. Embora as competên-
ao analfabetismo e ao abandono precoce do sistema educativo,
cias dos municípios neste sector centrem-se muito nos níveis
Santa Maria da Feira continuará com uma taxa inferior à média
pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, tal não significa que
nacional e à Região Norte, perspectivando-se – pelas políticas
não possa haver forte empenhamento das autarquias na
recentes – resultados mais positivos entre os municípios da Área
educação em geral; pelo contrário, até porque estes níveis de
Metropolitana do Porto.
ensino se assumem como a base de todo o sector e determinam, em grande medida, o sucesso das políticas nos níveis de ensino
Daqui se conclui que a educação é um pilar inequívoco do
subsequentes. Deste modo, uma intervenção das Autarquias que
desenvolvimento de um país, de uma região ou de um município.
conduza ao ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico de
A sua importância é de tal modo inquestionável que este sector
elevada qualidade terá, obviamente, reflexos positivos nos ciclos
pode assumir-se tanto como constrangimento ou como excelente
seguintes. Para almejarmos a qualidade e a excelência do nosso
veículo para o desenvolvimento.
sector educativo teremos que necessariamente revelar ambição nos projectos e estratégias que projectamos, abraçamos
Deste modo, dado que o diagnóstico realizado sobre a realidade
e desenvolvemos.
de Santa Maria da Feira aponta algumas lacunas a este nível, importará apontar-se rumos a seguir com vista à superação desses
A educação e a formação são factores de extrema relevância para
constrangimentos.
o desenvolvimento dos indivíduos, a competitividade dos países e a participação activa nos processos de mudança social. Sendo o
A educação é uma das áreas essenciais a considerar e a intervir,
conhecimento, a qualidade e a inovação elementos centrais das
pois trata-se da “trave-mestra” com forte expressão não só numa
economias contemporâneas, a aposta na excelência dos sistemas
óptica de desenvolvimento pessoal e humano, mas também con-
de formação e de educação constitui o aspecto decisivo quando
dição indispensável de suporte das exigências de desenvolvimen-
se insere num quadro de instrumentos de planeamento ou de
to das economias baseadas no conhecimento e tecnologia como
projecção do futuro. Estes pressupostos estão, de resto, consa-
pretende ser a economia de Portugal.
grados em quadros de instrumentos como o “Norte 2015” ou o
Assim sendo, resulta claro que uma firme intervenção a este nível
científico e tecnológico, sobretudo no sistema de ensino superior
deverá ser devidamente articulada e coordenada pela administra-
da região, intensificando a formação de jovens nestas áreas e
ção central, que detém os meios e as competências necessárias
ainda em mecanismos de apoio à intensificação tecnológica de
para desencadear os mecanismos e as políticas indispensáveis.
empresas da região.
“PROT-N” que assumem a aposta clara, entre outras, no sistema
No entanto, não se pense que à administração local deverá estar
151
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Estes serão, pois, os pressupostos em que assentam a estra-
para a integração nos sistemas intermédio e universitário, permi-
tégia de desenvolvimento gizada para o norte de Portugal. Uma
tindo o potenciamento de reais mais-valias no tecido produtivo.
estratégia que reclama forte investimento no sector da educação, nomeadamente numa formação de base que permita aos jovens a
Contudo, para que tal possa, de facto, ser alcançado, impõe-se a
necessária qualificação para responder às exigências da cada vez
prossecução de um plano que vise o desenvolvimento de
mais premente intensificação tecnológica, através da qualificação
condições infra-estruturais e de equipamentos, assim como a
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
acção atenta sobre as complementaridades educativas e pedagó-
crianças, mas também concorre para a competitividade e para a
gicas. Ambos os eixos visam a constituição de um projecto funda-
coesão social.
mental de estabelecimento de prioridades estratégicas, sendo que o ensino pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico se assumem
A rede do ensino pré-escolar revela uma dimensão equipamen-
determinantes para o sucesso.
tal insuficiente, estimando-se que, no contexto da AMP, sejam necessárias 645 novas salas e a requalificação de 297, de modo
Daqui se vê, de forma evidente, qual o grau de comprometimen-
a contribuir-se para o aumento das taxas de escolarização deste
to que as autarquias deverão assumir para o desenvolvimento
nível de ensino, almejando-se a sua universalização.
dos seus territórios e do país através da educação. Para tal, será necessária a requalificação e modernização do parque escolar,
As mudanças da sociedade actual colocam a escola perante o
através de acção assente em estudos, projectos, assistência
desafio de proporcionar maior cobertura de horário, muitas vezes
técnica e fiscalização, obras de construção / ampliação / requalifi-
a tempo inteiro, permitindo combinar as necessidades de guarda
cação dos estabelecimentos, arranjos exteriores dentro do
das crianças com a oferta de actividades extracurriculares nas
perímetro dos estabelecimentos, mobiliário escolar, material
áreas das tecnologias, das línguas, do desporto e das expressões.
didáctico e equipamento informático destinado a apetrechar as novas salas de aula e outros equipamentos necessários ao funcio-
A escola a tempo inteiro concorre para a qualificação das crianças
namento de espaços específicos resultantes da construção e/ou
mais desfavorecidas, sendo contributo para a competitividade e
ampliação das escolas.
ajuda no combate à exclusão social. É necessário que a complementaridade de horários contemple actividades que possi-
O ensino pré-escolar é a primeira etapa do processo de educação
bilitem a génese, crescimento e generalização de uma consciência
dos indivíduos que se pretende contínuo ao longo das suas vidas.
crítica e de cidadania.
Assim sendo, importa que se potencie a existência de condições de acolhimento das crianças no sistema que se traduzam no aumento das taxas de escolarização nesta faixa etária.
Este nível de ensino contribui ainda para o desenvolvimento das crianças e é instrumento considerável no combate à exclusão social, dado que, além de garantir um espaço de desenvolvimento humano, disponibiliza ainda o serviço de guarda das crianças. A rede de ensino pré-escolar serve, assim, o desenvolvimento das
153
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
No concelho de Santa Maria da Feira têm sido vários os passos dados no sentido desta estratégia fundamental da Educação. A escola a tempo inteiro é já uma realidade. Os apoios sociais de combate ao abandono escolar são presença diária na vida de milhares de famílias, através do fornecimento de refeições e lanches, dos transportes escolares e das bolsas de estudo. São promovidos programas de saúde escolar ao nível da saúde oral, rastreios oftalmológicos e prevenção da obesidade. Diversos projectos educativos complemen154
tam e enriquecem o programa curricular dos alunos, com especial incidência sobre o conhecimento do património do concelho, a prevenção rodoviária, o convívio com a família e as gerações mais idosas, a participação democrática, a protecção do planeta e a expressão artística. O programa de Férias Escolares e Universidade Júnior proporcionam aos alunos um Verão simultaneamente divertido e produtivo, perspectivando o futuro. O melhoramento do parque escolar, através da renovação das EB1 e JI já existentes (Programa Sala +) e da construção de novos equipamentos como os Centros Escolares, e o acesso livre à Internet são outros exemplos de como se pode investir na educação para se ganhar o amanhã.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
156
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
IV
ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
157
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
158
Etapas do Crescimento Urbano
análise ao período de 1974 a 2009, pelas fotografias aéreas disponíveis referentes aos anos de 1958, 1967, 1974, 1983, 1995 e 2007, é possível verificar, num período mais dilatado e numa visão mais ampla, as principais etapas de crescimento urbano das últimas décadas, no que se refere à cidade de Santa Maria da Feira e às cidades de Lourosa e Fiães. Nestas duas são
A expansão e consolidação urbanas, que são expressas,
referenciadas apenas três etapas, mas igualmente elucidativas da
claramente, pela análise dos ortofotomapas que se seguem, é a
evolução verificada.
demonstração do efeito de urbanização intensiva que, reconhecidamente, é resultado da estrutura económica do concelho, para
Refira-se que Santa Maria da Feira é um dos três Concelhos
além do contributo de factores indutores de dinâmicas de mobi-
portugueses que integram três cidades.
lidade, acessibilidade e infraestruturação. Como os casos mais relevantes, que pontuam estas etapas de crescimento: a maior
Esta notável evolução urbana apresenta novos desafios: a procura
proximidade do centro da Área Metropolitana do Porto devido aos
de critérios de incremento à qualificação das infraestruturas,
nós viários da auto-estrada A1; a criação do Europarque, equipa-
que em cada freguesia despoletaram o desenvolvimento local e
mento de nível metropolitano e indutor de novas funcionalidades
fomentaram, para a população, a inclusão social, educativa e cul-
ligadas à ciência, indústria, turismo, congressos, eventos culturais
tural. Refira-se, ainda, que os perímetros urbanos que se podem
e lazer; a aceleração das infraestruturas criadas, pelas oportunida-
desenhar, a partir das etapas retratadas, convivem com a estrutu-
des de financiamento, usufruídas pela adesão à União Europeia.
ra ambiental e paisagística, valorizando o território e equilibrando a
Embora o Atlas retrate a evolução do concelho, com particular
relação construção/espaço ecológico.
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
159
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Centro de Santa Maria da Feira
1958
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1967
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1974
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1983
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1995
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
2007
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Fi達es
1958
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1995 . 2007
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Lourosa
1958
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1995 . 2007
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
170
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
V
UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
171
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
172
Um olhar sobre o território Compilação dos ortofotomapas do concelho à escala 1:5.000
Da leitura dos ortofotomapas que as páginas seguintes convidam a um olhar privilegiado e de descoberta, perspectiva-se a tradução da multipolaridade que (mais) marcou a evolução de 1974 a 2009, em especial na criação de equipamentos públicos relevantes, distribuídos por todas as 31 freguesias.
As políticas levadas a efeito, factualmente e num plano de desenvolvimento sustentado e polarizador, espelham-se claramente neste olhar sobre o território, onde convergem a iniciativa pública, o forte movimento associativo e o empreendedorismo, três pilares que caracterizam o caminho de excelência e da identidade feirense.
CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
173
001
002
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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012 ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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147
148
149
331
BIBLIOGRAFIA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Bibliografia
332
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RIBEIRO, O.; LAUTENSACH, H.; DAVEAU, S. Geografia de Portugal. Lisboa: João Sá da Costa Edições, 1989.
ÍNDICE
Índice
03
05
APRESENTAÇÃO
DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA
99
III CONHECIMENTO HUMANO
101
1. Origens de um povoamento, histórias de um povo
114
2. Demografia
114
a) A evolução da população
125
b) Natalidade e Mortalidade
129
c) Saldo natural d) Envelhecimento da população
10
I INTRÓITO
13
1. (D)A importância de um Atlas
131
16
2. Enquadramento histórico, socioeconómico e
142
3. Educação
157
IV ETAPAS DE CRESCIMENTO URBANO
171
V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
político, com a Região, Portugal e a União Europeia
57
II CONHECIMENTO FÍSICO
69
1. Geomorfologia
73
2. Hipsometria
76
3. Hidrologia
82
4. Geologia
85
5. Climatologia
332
BIBLIOGRAFIA
335
ÍNDICE
340
FICHA TÉCNICA
335
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
336
EQUIPAMENTOS COLECTIVOS
PARQUES VERDES
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
A001
Rio Meão
Pavilhão das Colectividades
B001
Mozelos
Parque do Monte Coteiro
A002
Escapães
Biblioteca de Escapães
B002
Sta. Maria da Feira
Parque do Cáster
A003
Canedo
Biblioteca de Canedo
B003
Paços de Brandão
Parque da Quinta do Engenho Novo
A004
Caldas de S. Jorge
Biblioteca Escolar de Caldas de S. Jorge
B004
Lourosa
Parque da Cidade de Lourosa
A005
Lourosa
Biblioteca de Lourosa
B005
Lobão
Parque das Ribeiras
A006
Sanguedo
Biblioteca de Sanguedo
B006
Caldas de S. Jorge
Parque de Lazer do Ilha
A007
Fiães
Biblioteca de Fiães
B007
Pigeiros
Parque da Várzea
A008
Sta. Maria da Feira
Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
B008
Mozelos
Parque do Murado
A009
S. Paio de Oleiros
Biblioteca de S. Paio de Oleiros
B009
Sta. Maria de Lamas
Parque de Santa Maria da Lamas
A010
Milheirós de Poiares
Biblioteca de Milheirós de Poiares
B010
Lourosa
Parque da Variante Lourosa-Lamas
A011
Arrifana
Esplanada do Livro de Arrifana
B011
Argoncilhe
Parque de São Pedro
A012
Arrifana
Bombeiros Voluntários de Arrifana
B012
Canedo
Parque do Mirante
A013
Lourosa
Bombeiros Voluntários de Lourosa
B013
Arrifana
Parque da Azenha
A014
Sta. Maria da Feira
Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira
B014
Milheirós de Poiares
Zona de Lazer do Outeiro
A015
Lobão
Espaço I
B015
Milheirós de Poiares
Parque de Lazer da Mâmoa
A016
Sta. Maria da Feira
Estação de Tratamento de Águas Residuais da Feira
B016
Travanca
Parque de Lazer Drª Domítilia de Carvalho e Jardim S. Pedro
A017
Espargo
ETAR da Remolha
B017
Escapães
Parque do Eleito Local
A018
Fiães
ETAR de Fiães
B018
Caldas de S. Jorge
Parque das Termas
A019
S. Miguel de Souto
Biblioteca de S. Miguel de Souto
B019
Escapães
Parque da Nossa Senhora das Necessidades
A020
Lourosa
ETAR do Casalinho
B020
Escapães
Parque de Lazer de Escapães
A021
S. João de Vêr
ETAR de S. João de Vêr
B021
Lobão
Parque Nossa Senhora da Saúde
A022
Sanguedo
ETAR de Argoncilhe/Sanguedo
B022
Lobão
Parque de Lazer de S. Bartolomeu
A023
Canedo
ETAR de Canedo
B023
Caldas de S. Jorge
Parque de Lazer de Casaldoido
A024
Vale
ETAR do Vale
B024
Fiães
Parque de Lazer Monte das Pedreiras
A025
Espargo
Europarque
B025
S. Miguel de Souto
Zona de Lazer AlmiSouto
A026
Lourosa
Parque Ornitológico de Lourosa
B026
Louredo
Parque de Lazer de Louredo
A027
Canedo
Porto Carvoeiro
B027
Fornos
Parque de Lazer de Fornos
A028
Sta. Maria de Lamas
Esplanada do Livro de Sta. Maria de Lamas
B028
Rio Meão
Parque de Lazer de Sto. António
B029
Lobão
Parque de Lazer de S. Judas Tadeu
B030
S. João de Vêr
Parque de Lazer da Quinta do Arieiro
B031
S. João de Vêr
Parque de Lazer das Airas
B032
Sanfins
Mini-Golf e Parque de Lazer de Sanfins
B033
Vila Maior
Parque de Lazer das Capelas
B034
S. João de Vêr
Zona de Lazer de São Bento
B035
Vila Maior
Parque de Lazer da Zona Desportiva
B036
Sta. Maria da Feira
B037
Argoncilhe
Parque de Argoncilhe
B038
Sta. Maria de Lamas
Parque do Broquista e Mini-Golf
B039
Sta. Maria de Lamas
Jardim da Ponte - Valada
Parque da Quinta do Castelo
ÍNDICE
EQUIPAMENTOS CULTURAIS
EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
C001
Lobão
Centro Cultural de Lobão
D001
Gião
Pavilhão Gimnodesportivo de Gião/Lobão
C002
Sta. Maria da Feira
Cine-Teatro António Lamoso
D002
Sta. Maria da Feira
Pavilhão Desportivo da Escola Secundária
C003
S. João de Vêr
Cinema do Suil Park
D003
Fiães
Pavilhão Monte das Pedreiras
C004
Lourosa
Auditório da Junta de Freguesia de Lourosa
D004
Sta. Maria da Feira
Piscinas do Cavaco
C005
Sta. Maria de Lamas
Auditório do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
D005
S. João de Vêr
Piscinas Municipais de S. João de Vêr
C006
Louredo
Auditório Multiusos de Louredo
D006
Sanfins
Centro de Estágios do Clube Desportivo Feirense
C007
Sta. Maria de Lamas
Museu de Santa Maria de Lamas - Museu Henrique Amorim
D007
S. Paio de Oleiros
Pavilhão Desportivo S. Paio de Oleiros
C008
Paços de Brandão
Museu do Papel Terras de Santa Maria
D008
Sta. Maria da Feira
Piscinas Municipais de Sta. Maria da Feira
C009
Sta. Maria da Feira
Museu Municipal Convento de Lóios
D009
Sta. Maria da Feira
Pavilhão Desportivo da EB23 de Sta. Maria da Feira
C010
Sta. Maria da Feira
Visionarium
D010
Sta. Maria da Feira
Pavilhão Desportivo da Lavandeira
C011
Milheirós de Poiares
Cine-Teatro do Centro Comercial Dr. Crsipim
D011
Fiães
Pavilhão Desportivo da Escola Secundária Coelho e Castro
C012
Sta. Maria da Feira
Ao Quadrado - Galeria de arte contemporânea
D012
Paços de Brandão
Complexo do Clube de Ténis de Paços de Brandão
C013
Fornos
Centro Cultural e Recreativo de Fornos
D013
Lourosa
Pavilhão Desportivo do Lusitânia Futebol Clube
D014
Paços de Brandão
Pavilhão Desportivo da EB23 de Paços de Brandão
D015
Sta. Maria de Lamas
Pavilhão Desportivo das Piscinas do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
D016
Sta. Maria de Lamas
Piscina Coberta do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
D017
Sta. Maria de Lamas
Pavilhão Desportivo do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
D018
Sta. Maria de Lamas
Piscinas do Clube de Futebol União de Lamas
D019
Sta. Maria de Lamas
Pavilhão Desportivo do Clube de Futebol União de Lamas
D020
Lourosa
Pavilhão Desportivo EB23 de Lourosa
D021
Lourosa
Piscinas de Lourosa
D022
Fiães
Pavilhão do Clube Desportivo de Fiães
D023
Fiães
Piscinas Municipais de Fiães
D024
Canedo
Pavilhão Gimnodesportivo de Canedo
D025
Argoncilhe
Pavilhão Gimnodesportivo de Argoncilhe
D026
Paços de Brandão
Pavilhão Desportivo de Paços de Brandão
D027
Milheirós de Poiares
D028
Arrifana
Pavilhão Municipal de Arrifana
D029
Escapães
Pavilhão Desportivo da Associação do Centro Social de Escapães
D030
Argoncilhe
Pavilhão Desportivo da EB23 de Argoncilhe
D031
Sta. Maria da Feira
Pavilhão Desportivo da EB23 do Cavaco
D032
Canedo
Pavilhão Desportivo da EB23 de Canedo
D033
Pigeiros
Campo Desportivo do F.C. Pigeiros
D034
Paços de Brandão
Estádio D. Zulmira Sá e Silva
D035
Sta. Maria da Feira
Campo Desportivo Marcolino de Castro
D036
Gião
Pavilhão Polidesportivo de Gião
D037
Caldas de S. Jorge
Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Caldas de S. Jorge
D038
Lourosa
Pista de Atletismo de Lourosa
D039
Sanfins
Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Sanfins
D040
Escapães
Campo de Desportivo Amadeu Joaquim Gonçalves
D041
Arrifana
Campo de Desportivo do C.D.Arrifanense
D042
Lobão
Campo de Desportivo do Lobão F. C.
D043
Argoncilhe
Campo de Futebol de Argoncilhe
D044
Sta. Maria de Lamas
Campo de Hoquei em Campo União de Lamas
D045
Arrifana
Campo de Jogos de Sto. Estevão
D046
Mozelos
Campo de Jogos de Mozelos
D047
Louredo
Campo de Jogos de Parada
D048
Lourosa
Campo de Jogos do Parque de Lazer de Lourosa
D049
Sta. Maria de Lamas
Campo de Treinos do C.F.União de Lamas - Junta de Freguesia
D050
Canedo
Campo de Treinos do Canedo F.C.
D051
Fiães
Campo de Treinos de Fiães Sport Clube
D052
Fiães
Pavilhão Gimnodesportivo de Fiães
D053
Milheirós de Poiares
Campo de Treinos do G.D.Milheiroense
Pavilhão Desportivo da EB23 de Milheirós de Poiares
337
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
338
EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS (CONTINUAÇÃO)
EQUIPAMENTOS ESCOLARES
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
D054
Lourosa
Campo de Treinos do Lusitânia F.C.Lourosa
E001
Paços de Brandão
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
D055
S. João de Vêr
Campo de Jogos do Ervedal
E002
Sta. Maria da Feira
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Fernando Pessoa
D056
Pigeiros
Campo de Treinos do F.C.Pigeiros
E003
Mozelos
EB1/JI do Sobral
D057
S. Miguel de Souto
Campo Desportivo do C.D.Tarei
E004
Caldas de S. Jorge
Escola Básica do 1º Ciclo de Azevedo
D058
Canedo
Campo Desportivo do Canedo F. C.
E005
Caldas de S. Jorge
Jardim de Infância de Azevedo
D059
Travanca
Campo Desportivo do Travanca
E006
S. João de Vêr
Jardim de Infância de S. Bento
D060
Sanguedo
Campo Desportivo do A.D.C.Sanguedo
E007
Argoncilhe
EB1/JI do Carvalhal
D061
Fornos
Campo Desportivo de Fornos
E008
Sanguedo
EB1/JI do Arraial
D062
Paços de Brandão
Campo de Treinos do C. D. Paços de Brandão
E009
Lourosa
Escola Básica do 1º Ciclo de Aldeia Nova
D063
Sta. Maria de Lamas
Campo Desportivo do C.F.União de Lamas
E010
Lourosa
Jardim de Infância da Igreja
D064
Nogueira da Regedoura
Campo Desportivo do C.Pop.Trab. Pousadela
E011
Lourosa
EB1/JI da Igreja
D065
Vila Maior
Campo Desportivo do Vila Maior F. C.
E012
S. João de Vêr
EB1/JI da Fonte Seca
D066
Rio Meão
Campo Desportivo do Clube Juventude ATL.Rio Meão
E013
Escapães
EB1/JI de Stº António
D067
Nogueira da Regedoura
Campo Desportivo Relâmpago União Clube Nogueirense
E014
Lourosa
EB1/JI de Vendas Novas
D068
Fiães
Campo Desportivo do Fiães Sport Clube
E015
Lourosa
EB1/JI de Casalmeão
D069
Guisande
Campo Desportivo do F.C. Guisande
E016
Sta. Maria da Feira
EB1/JI do Cavaco
D070
Vale
Campo Desportivo do Vale F.C.
E017
Sta. Maria de Lamas
EB1/JI de Santa Maria de Lamas nº3
D071
Milheirós de Poiares
Campo Desportivo do G.D.Milheiroense
E018
S. João de Vêr
EB1/JI de Beire
D072
Lourosa
Campo Desportivo do Lusitânia F.C.Lourosa
E019
Romariz
EB1/JI de Goim
D073
Mosteirô
Campo Desportivo do Mosteirô F.C.
E020
Caldas de S. Jorge
Jardim de Infância da Igreja
D074
Romariz
Campo Desportivo do Romariz F.C.
E021
Sta. Maria da Feira
ISVOUGA - Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga
D075
S. MIguel de Souto
Campo Desportivo do S. Miguel de Souto F.C
E022
Paços de Brandão
ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão
D076
S. João de Vêr
Campo Desportivo do S.C.S.João de Vêr
E023
Milheirós de Poiares
Jardim de Infância do Pereiro
E024
Sta. Maria de Lamas
Colégio Liceal de Sta. Maria de Lamas
E025
Sta. Maria da Feira
Escola Secundária de Sta. Maria da Feira
E026
Canedo
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Canedo
E027
Argoncilhe
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Argoncilhe
E028
Sta. Maria da Feira
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Prof. Dr. A. Ferreira de Almeida
E029
Lourosa
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Lourosa
E030
Paços de Brandão
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Paços de Brandão
E031
Milheirós de Poiares
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Milheiros de Poiares
E032
Arrifana
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Arrifana
E033
Canedo
Escola Básica do 1º Ciclo de Mosteirô
E034
Canedo
Escola Básica do 1º Ciclo do Mirante
E035
Argoncilhe
Escola Básica do 1º Ciclo de Aldriz
E036
Nogueira da Regedoura
Escola Básica do 1º Ciclo de Pousadela
E037
Vale
Escola Básica do 1º Ciclo do Pessegueiro
E038
Vale
Jardim de Infância do Pessegueiro
E039
Vila Maior
Escola Básica do 1º Ciclo da Presinha
E040
Argoncilhe
Escola Básica do 1º Ciclo da Cavadas
E041
Mozelos
Escola Básica do 1º Ciclo da Vergada
E042
Mozelos
Escola Básica do 1º Ciclo de Prime
E043
Mozelos
Jardim de Infância de Prime
E044
Argoncilhe
Jardim de Infância de Aldriz
E045
Argoncilhe
Jardim de Infância de S. Domingos
E046
Sanguedo
Jardim de Infância da Igreja
E047
Escapães
E048
Escapães
Jardim de Infância de Nadais
E049
Sta. Maria da Feira
Universidade Sénior
E050
Milheirós de Poiares
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
E051
Lobão
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
E052
Lobão
Jardim de Infância da Igreja
E053
Rio Meão
Escola Básica do 1º Ciclo de Sto. António
E054
Rio Meão
Jardim de Infância de Santo António
Escola Básica do 1º Ciclo de Nadais
ÍNDICE
EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO
EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
E055
Sta. Maria da Feira
Jardim de Infância da Cruz
E109
Fornos
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
E056
Espargo
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº2
E110
Fornos
Jardim de Infância do Ribeiro
E057
Espargo
Jardim de Infância da Igreja
E111
S. Miguel de Souto
Escola Básica do 1º Ciclo de Tarei
E058
Fornos
Jardim de Infância do Carvalheiro
E112
S. Miguel de Souto
Jardim de Infância de Tarei
E059
Fornos
Escola Básica do 1º Ciclo do Farinheiro
E113
Sta. Maria de Lamas
Jardim de Infância da Lagoínha
E060
Fornos
Jardim de Infância do Farinheiro
E114
Caldas de S. Jorge
E061
Mosteirô
Jardim de Infância da Agoncida nº1
E115
Fiães
Escola Básica do 1º Ciclo de Vendas Novas
E062
Mosteirô
Escola Básica do 1º Ciclo de Agoncida
E116
Fiães
Jardim de Infância de Vendas Novas
E063
Mosteirô
Jardim de Infância da Agoncida nº2
E117
Vale
Jardim de Infância de Póvoa nº1
E064
Paços de Brandão
Jardim de Infância da Igreja nº1
E118
Guisande
Escola Básica do 1º Ciclo do Viso
E065
Mosteirô
Jardim de Infância da Proselha
E119
Louredo
Escola Básica do 1º Ciclo de Vila Seca
E066
Sta. Maria da Feira
Jardim de Infância Montinho
E120
Espargo
IDIT - Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica
E067
Sta. Maria da Feira
Escola Básica do 1º Ciclo nº2
E121
Mozelos
Centro Escolar de Mozelos
E068
Sanfins
Escola Básica do 1º Ciclo da Aldeia
E122
Canedo
Escola Básica do 1º Ciclo de Framil
E069
Sanfins
Jardim de Infância da Carvalhosa
E123
Fiães
Escola Básica do 1º Ciclo de Chão do Rio
E070
Argoncilhe
Escola Básica do 1º Ciclo de S. Domingos
E124
S. João de Vêr
Escola Básica do 1º Ciclo de S. Bento
E071
Nogueira da Regedoura
Escola Básica do 1º Ciclo do Souto
E125
Escapães
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
E072
Canedo
Escola Básica do 1º Ciclo de Vilares
E126
S. Paio de Oleiros
Jardim de Infância da Quebrada
E073
Vale
Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa
E127
Fiães
Escola Básica do 1º Ciclo da Barroca
E074
Vale
Jardim de Infância da Póvoa nº2
E128
Fiães
Jardim de Infância da Barroca
E075
Louredo
Jardim de Infância de Lagoa
E129
Sanfins
Jardim de Infância da Gândara
E076
Fiães
Jardim de Infância da Avenida
E130
Sanfins
Escola Básica do 1º Ciclo da Gândara
E077
Fiães
Escola Básica do 1º Ciclo da Avenida
E131
S. João de Vêr
Escola Básica do 1º Ciclo da Gesteira
E078
Nogueira da Regedoura
Jardim de Infância de Pousadela
E132
S. João de Vêr
Escola Básica do 1º Ciclo de Souto Redondo
E079
Vila Maior
Jardim de Infância da Igreja
E133
S. João de Vêr
Jardim de Infância de Souto Redondo
E080
Gião
Escola Básica do 1º Ciclo da Beira
E134
S. Paio de Oleiros
Jardim de Infância da Lapa
E081
Guisande
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
E135
Escapães
Jardim de Infância da Igreja
E082
Guisande
Jardim de Infância da Igreja
E136
Pigeiros
Jardim de Infância da Bajouca
E083
Paços de Brandão
Academia de Música
E137
Fiães
Escola Básica do 1º Ciclo de Soutelo
E084
Guisande
Jardim de Infância de Fornos
E138
Sta. Maria da Feira
Escola Básica do 1º Ciclo nº1
E085
Lobão
Jardim de Infância de Aldeia Nova
E139
Sta. Maria de Lamas
Escola Básica do 1º Ciclo nº1
E086
Romariz
Escola Básica do 1º Ciclo da igreja
E140
Sta. Maria de Lamas
Escola Básica do 1º Ciclo nº2
E087
Romariz
Jardim de Infância da Igreja
E141
Escapães
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
E088
Sta. Maria da Feira
Escola Básica do 1º Ciclo de Milheirós
E142
Espargo
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº1
E089
Sta. Maria da Feira
Jardim de Infância de Milheirós
E143
Paços de Brandão
Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa
E090
Rio Meão
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
E144
Mosteirô
Escola Básica do 1º Ciclo da Proselha
E091
Rio Meão
Jardim de Infância de Murtais nº1
E145
Travanca
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
E092
Rio Meão
Jardim de Infância de Murtais nº2
E146
Travanca
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
E093
S. Miguel de Souto
Jardim de Infância do Padrão nº2
E147
S. Paio de Oleiros
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
E094
S. Miguel de Souto
Jardim de Infância do Padrão nº1
E148
S. Miguel de Souto
Escola Básica do 1º Ciclo do Padrão
E095
Paços de Brandão
Escola Profissional de Paços de Brandão
E149
S. Miguel de Souto
E096
S. Miguel de Souto
Jardim de Infância de Macieira
E150
Arrifana
Jardim de Infância de Manhôce
E097
S. Miguel de Souto
Escola Básica do 1º Ciclo de Valrico
E151
Caldas de S. Jorge
Escola Básica do 1º Ciclo de Caldelas
E098
S. Miguel de Souto
Jardim de Infância de Valrico
E152
Arrifana
Escola Básica do 1º Ciclo da Carvalhosa
E099
Travanca
Jardim de Infância do Outeiro
E153
Arrifana
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
E100
Travanca
Jardim de Infância do Mieiro
E154
Pigeiros
Escola Básica do 1º Ciclo do Cimo da Aldeia
E101
Travanca
Escola Básica do 1º Ciclo do Mieiro
E155
Arrifana
E102
Canedo
Escola Básica do 1º Ciclo de Monte S. Roque
E156
Argoncilhe
Jardim de Infância de Ordonhe
E103
Canedo
Escola Básica do 1º Ciclo de Mota-Ilha
E157
Nogueira da Regedoura
Jardim de Infância do Souto
E104
Canedo
Jardim de Infância de Mota-iIha
E158
Canedo
Jardim de Infância da Várzea
E105
Lobão
Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro
E159
Sanguedo
Jardim de Infância do Candal
E106
Lobão
Jardim de Infância do Ribeiro
E160
Gião
Jardim de Infância da Igreja
E107
Arrifana
Escola Básica do 1º Ciclo do Bairro
E161
Canedo
Jardim de Infância da Sobreda
E108
Arrifana
Jardim de Infância do Bairro
E162
Canedo
Jardim de Infância de Vilares
Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro
Jardim de Infância de Arcozelo
Escola Básica do 1º Ciclo de Badoucos
Escola Básica do 1º Ciclo de Manhôce
339
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO
340
SERVIÇOS PÚBLICOS
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
E163
Fiães
Jardim de Infância de Chão do Rio
F001
Sta. Maria da Feira
Câmara Municipal Santa Maria da Feira
E164
Fiães
Jardim de Infância de Valos de Igreja
F002
Sta. Maria da Feira
E165
Paços de Brandão
Jardim de Infância da Igreja nº2
F003
Sta. Maria da Feira
Cartório Notarial de Drª Cristina Moreira Ramos
E166
Fiães
Escola EB2.3/S Coelho e Castro
F004
Sta. Maria da Feira
Conservatória de Registo Civil, Predial e Comercial
E167
Arrifana
Jardim de Infância das Fontaínhas
F005
Sta. Maria de Lamas
Auditório da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lamas
E168
Paços de Brandão
Escola Básica do 1º Ciclo da Portela
F006
Romariz
Correios - Posto de Romariz
E169
Paços de Brandão
Jardim de Infância da Portela
F007
Arrifana
Correios - Posto de Arrifana
E170
Lobão
Escola Básica do 1º Ciclo do Candal
F008
Paços de Brandão
Correios - Posto de Paços de Brandão
E171
Lobão
Jardim de Infância do Candal
F009
Milheirós de Poiares
Correios - Posto de Milheirós de Poiares
E172
Lobão
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga
F010
Caldas de S. Jorge
Correios - Posto de Caldas de S. Jorge
E173
Gião
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga
F011
S. Miguel de Souto
Correios - Posto de S. Miguel de Souto
F012
Mozelos
Correios - Posto de Mozelos
F013
Rio Meão
Correios - Posto de Rio Meão
F014
S. Paio de Oleiros
Correios - Posto de S. Paio de Oleiros
F015
Escapães
Correios - Posto de Escapães
F016
Fiães
Correios - Posto de Fiães
F017
Sta. Maria de Lamas
Correios - Posto de Sta. Maria de Lamas
F018
Sta. Maria da Feira
Correios - Posto de Sta. Maria da Feira
F019
S. João de Vêr
F020
Lourosa
Correios - Posto de Lourosa
F021
Argoncilhe
Correios - Posto de Argoncilhe
F022
Lobão
Repartição de Finanças de Lobão
F023
Sta. Maria da Feira
Repartição de Finanças da Feira
F024
Lourosa
Repartição de Finanças de Lourosa
F025
Paços de Brandão
Repartição de Finanças de Paços de Brandão
F026
Arrifana
Junta de Freguesia de Arrifana
F027
Lourosa
Junta de Freguesia de Lourosa
F028
Sanguedo
Junta de Freguesia de Sanguedo
F029
Gião
Junta de Freguesia de Gião
F030
Guisande
Junta de Freguesia de Guisande
F031
Louredo
Junta de Freguesia de Louredo
F032
Mozelos
Junta de Freguesia de Mozelos
F033
Nogueira da Regedoura
Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura
F034
Paços de Brandão
Junta de Freguesia de Paços de Brandão
F035
Pigeiros
Junta de Freguesia de Pigeiros
F036
Rio Meão
Junta de Freguesia de Rio Meão
F037
S. João de Vêr
Junta de Freguesia de S. João de Vêr
F038
S. Paio de Oleiros
Junta de Freguesia de S. Paio de Oleiros
F039
Sanfins
Junta de Freguesia de Sanfins
F040
Sta. Maria da Feira
Junta de Freguesia de Sta. Maria da Feira
F041
Travanca
Junta de Freguesia de Travanca
F042
Fornos
Junta de Freguesia de Fornos
F043
Milheirós de Poiares
Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares
F044
Fiães
Junta de Freguesia de Fiães
F045
Escapães
Junta de Freguesia de Escapães
F046
Vila Maior
Junta de Freguesia de Vila Maior
F047
Romariz
Junta de Freguesia de Romariz
F048
Caldas de S. Jorge
Junta de Freguesia de Caldas de S. Jorge
F049
Vale
Junta de Freguesia do Vale
F050
Canedo
Junta de Freguesia de Canedo
F051
Mosteirô
Junta de Freguesia de Mosteirô
F052
Sta. Maria de Lamas
Junta de Freguesia de Sta. Maria de Lamas
F053
S. Miguel de Souto
Junta de Freguesia de S. Miguel de Souto
F054
Espargo
Junta de Freguesia de Espargo
Cartório Notarial de Dr. Luis Manuel Moreira de Almeida
Correios - Posto de S. João de Vêr
ÍNDICE
SERVIÇOS PÚBLICOS CONTINUAÇÃO
PATRIMÓNIO CLASSIFICADO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
F055
Lobão
Junta de Freguesia de Lobão
G001
Caldas de S. Jorge
Casa Senhorial
F056
Argoncilhe
Junta de Freguesia de Argoncilhe
G002
S. João de Vêr
Casa dos Condes de S. João de Vêr - Quinta da Torre
F057
Sta. Maria da Feira
Tribunal de Santa Maria da Feira
G003
S. João de Vêr
Troço da Estrada Real Lisboa - Porto, em Airas
F058
Caldas de S. Jorge
Hotel Pedra Bela
G004
Sanfins
Malaposta
F059
Sta. Maria da Feira
Residencial Tony
G005
Romariz
Castro de Romariz
F060
Sta. Maria da Feira
Hotel Nova Cruz
G006
Pigeiros
Mamoela de Vinhó
F061
Caldas de S. Jorge
Pensão Residencial São Jorge
G007
Pigeiros
Mamoa da Quinta da Lage
F062
Rio Meão
Residêncial ‘Chão do Rio’
G008
Paços de Brandão
Quinta da Portela
F063
Caldas de S. Jorge
Termas de S. Jorge
G009
Paços de Brandão
Quinta do Engenho Novo
F064
Espargo
Hotel Ibis
G010
Mosteirô
Quinta da Murtosa
F065
Sta. Maria da Feira
Quartel da GNR de Sta. Maria da Feira
G011
Mosteirô
Troço da Via Antiga de Mosteirô
F066
Sta. Maria da Feira
Residencial dos Lóios
G012
Milheirós de Poiares
Quinta do Seixal
F067
Sta. Maria da Feira
Posto da PSP de Sta. Maria da Feira
G013
Fiães
Castro de Fiães
F068
Lourosa
Quartel da GNR de Lourosa
G014
Sta. Maria da Feira
Castelo de Santa Maria da Feira
F069
Sta. Maria de Lamas
Quartel da GNR de Sta. Maria de Lamas
G015
Sta. Maria da Feira
Mercado Municipal
F070
Canedo
Posto da GNR de Canedo
G016
Sta. Maria da Feira
Igreja Matriz e Convento dos Lóios
F071
Sta. Maria da Feira
Cartório Notarial de Dr. Vitorino José Marques Martins Oliveira
G017
Sta. Maria da Feira
Igreja da Misericórdia
F072
Sta. Maria da Feira
Tribunal de Julgados de Paz de Santa Maria da Feira
G018
Arrifana
Capela de Sto. Estevão
F073
Sta. Maria da Feira
Inatel
F074
Rio Meão
Residencial Dona Maria
F075
S. João de Vêr
Residencial Solar
F076
Sta. Maria de Lamas
Posto de Turismo de Sta. Maria de Lamas
F077
Sta. Maria da Feira
Posto de Turismo de Sta. Maria da Feira
F078
Sta. Maria de Lamas
Sociedade de Turismo de Sta. Maria da Feira
F193
Sanfins
Fábrica da Igreja de Sanfins, Conferência de S. Vicente de Paulo de Sanfins
F194
Louredo
Fábrica da Igreja de Louredo
F195
Mozelos
Fábrica da Igreja de Mozelos, Conferência S. Vicente Paulo de Mozelos
F196
Sta. Maria da Feira
Fábrica da Igreja de Sta. Maria da Feira, Conferência S. Vicente Paulo
F197
Paços de Brandão
Fábrica da Igreja de Paços de Brandão, Conferência de S. Vicente Paulo
F198
Milheirós de Poiares
Fábrica da Igreja de Milheirós de Poiares, Conferência de S. Vivente Paulo
341
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
PÓLOS DE HABITAÇÃO SOCIAL
342
IPSS’S INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
H001
Mozelos
Habitação de Custos Controlados para Jovens de Mozelos
I001
Sanguedo
Centro de Assistência Social Castis
H002
S. Paio de Oleiros
Habitação de Custos Controlados de S. Paio de Oleiros
I002
Mozelos
Centro de Apoio Social de Mozelos
H003
Fornos
Habitação de Custos Controlados para Jovens de Fornos
I003
Canedo
O Jardim - Centro de Solidariedade Social de Canedo
H004
S. João de Vêr
Habitação de Custos Controlados para Jovens de S. João de Vêr
I004
Espargo
Centro Paroquial e Social de S. Tiago de Espargo
H005
Nogueira da Regedoura
Habitação Social de Nogueira da Regedoura (Coteiro)
I005
Vila Maior
Centro Social Vilamaiorense
H006
Nogueira da Regedoura
Habitação Social a Custo Controlado de Nogueira da Regedoura
I006
Milheirós de Poiares
Centro Social Dr. Crispim Teixeira Borges Castro
H007
Arrifana
Habitação Social de Arrifana (Manhôce)
I007
Lobão
Centro Social de S. Tiago de Lobão
H008
S. Paio de Oleiros
Habitação Social de S. Paio de Oleiros
I008
S. João de Vêr
Instituição Social Particular - O Abrigo
H009
Sta. Maria de Lamas
Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Valada)
I009
Nogueira da Regedoura
Centro Social S. Cristóvão
H010
Sta. Maria de Lamas
Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Salgueirinha)
I010
S. João de Vêr
Casa Ozanan
H011
Lourosa
Habitação Social de Vila Verde
I011
Argoncilhe
Centro de Apoio Social de Argoncilhe
H012
Lourosa
Habitação Social da Cadinha
I012
Guisande
ATL da Igreja
H013
Argoncilhe
Habitação Social de Argoncilhe
I013
Caldas de S. Jorge
Centro Social e Paroquial de Caldas de S. Jorge
H014
Sanguedo
Habitação Social de Sanguedo
I014
S. João de Vêr
A.T.L. e Creche - Cruzada do Bem - Patronato Amor de Deus
H015
Canedo
Habitação Social de Canedo
I015
Arrifana
Centro Social e Paroquial de Arrifana
H016
Caldas de S. Jorge
Habitação Social de Caldas de S. Jorge
I016
Paços de Brandão
Centro Social - ATL de Paços de Brandão
H017
Guisande
Habitação Social de Guisande
I017
Sta. Maria da Feira
Lar da 3ª Idade da Santa Casa da Misericórdia da Feira
H018
Rio Meão
Habitação Social de Rio Meão (Canto)
I018
S. Miguel de Souto
Centro Social de Souto
H019
Fiães
Habitação Social de Fiães (Ferradal)
I019
Pigeiros
Associação Particular de Solidariedade Social - Padre Osório
H020
Paços de Brandão
Habitação Social de Paços de Brandão
I020
Fiães
Centro Social Santa Maria de Fiães
H021
Paços de Brandão
Habitação Social da Quinta de Baixo
I021
Mozelos
Centro Comunitário Espaço Aberto
H022
Mozelos
Habitação Social de Mozelos
I022
Fornos
Centro Social Paroquial de Fornos
H023
Lobão
Habitação Social de Lobão
I023
Lobão
Arbusto - Associação Particular de Solidariedade Social
Sta. Maria da Feira
Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Picalhos)
I024
Louredo
Centro Social, Cultural e Recreativo de Louredo
H025
Milheirós de Poiares
Habitação Social de Milheirós de Poiares
I025
Mosteirô
Centro Social e Paroquial de St. André de Mosteirô
H026
Arrifana
Habitação Social de Arrifana (Monte)
I026
Mosteirô
Pôr do Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô
H027
S. Miguel de Souto
Habitação Social de S. Miguel de Souto
I027
Paços de Brandão
Centro Social - Creche de Paços de Brandão
H028
Travanca
Habitação Social da Barrela
I028
Rio Meão
MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio
H029
Escapães
Habitação Social de Escapães
I029
Romariz
Centro Social Paroquial de Romariz - Lar da Paróquia
H030
Sta. Maria da Feira
Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Cavaco)
I030
S. Paio de Oleiros
Associação de Alcoólicos Recuperados
H031
Sta. Maria da Feira
Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Vila Boa)
I031
Sanfins
Centro Social Paroquial de Sanfins
H032
S. João de Vêr
Habitação Social de S. João de Vêr
I032
Paços de Brandão
Centro Social - Centro de Dia de Paços de Brandão
H033
Fiães
Habitação Social de Fiães (Engenho)
I033
Sta. Maria da Feira
Centro Social de Sta. Cruz das Irmãs Passionistas
H034
Escapães
Habitação Social da Junta de Freguesia de Escapães
I034
Sta. Maria da Feira
Centro Paroquial e Social de Sta. Maria da Feira
H035
Rio Meão
Habitação Social de Rio Meão (Monte do Outeiro)
I035
Sta. Maria da Feira
Liga dos Amigos do Hospital São Sebastião
H036
Arrifana
Habitação Social de Arrifana (Adoufe)
I036
Sta. Maria de Lamas
Cercilamas
I037
Travanca
Centro Paroquial de Travanca
I038
Vale
Centro Social de Vale
I039
Rio Meão
MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio
I040
Sta. Maria da Feira
CAT - Centro de Atendimento de Toxicodependentes de Santa Maria da Feira
I041
Mozelos
Pelo Prazer de Viver - Associação Concelhia de Desenvolvimento Social
I042
Romariz
Centro Social Paroquial de Romariz
I043
Lobão
Obra do Frei Gil
I044
Sta. Maria da Feira
Cercifeira
I045
Escapães
Associação do Centro Social de Escapães
I046
Escapães
Centro de Dia e Lar de Escapães
I047
S. Paio de Oleiros
Lar dos Condes de S. João de Vêr
I048
Sta. Maria de Lamas
Centro de Dia e ATL
I049
Fiães
Centro Social e Paroquial Padre José Coelho
I050
Lourosa
Centro Social de Lourosa
I051
S. Paio de Oleiros
Casa de Nossa Senhora do Sameiro
I052
S. Paio de Oleiros
MASSPO - Movimento de Acção Social de S. Paio de Oleiros
I053
Sanfins
Associação de Apoio Social de Sanfins
I054
Gião
Centro Social de Gião
I055
Sta. Maria da Feira
Cercifeira
I056
Sta. Maria de Lamas
Centro Pneumológico de Santa Maria de Lamas
H024
ÍNDICE
EQUIPAMENTOS DE SAÚDE
LOCAIS DE CULTO RELIGIOSO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
J001
Caldas de S. Jorge
Farmácia Romy
K001
Argoncilhe
Igreja Matriz de Argoncilhe
J002
Sta. Maria de Lamas
Farmácia Santa Maria
K002
Gião
Igreja de Nossa Senhora da Hora
J003
Fiães
Farmácia Tamar
K003
S. Paio de Oleiros
Igreja Paroquial de S. Paio de Oleiros
J004
Argoncilhe
Farmácia de São Martinho
K004
Sta. Maria da Feira
Igreja Matriz de São Nicolau (Lóios)
J005
Rio Meão
Farmácia Santo António
K005
Lourosa
Igreja Matriz de Lourosa
J006
Sta. Maria da Feira
Farmácia Sousa
K006
Nogueira da Regedoura
Igreja Paroquial de Nogueira da Regedoura
J007
Paços de Brandão
Farmácia Stygio
K007
Sta. Maria da Feira
Igreja da Misericórdia
J008
Lourosa
Farmácia Teles
K008
Paços de Brandão
Igreja Matriz de Paços de Brandão
J009
Sta. Maria da Feira
Farmácia do Cavaco
K009
Sta. Maria de Lamas
Igreja Matriz de Santa Maria de Lamas
J010
Sta. Maria da Feira
Farmácia Araújo
K010
Espargo
Igreja Matriz de São Tiago de Espargo
J011
Arrifana
Farmácia Aliança
K011
Sanfins
Igreja Matriz de Sanfins
J012
S. João de Vêr
Farmácia do Areal
K012
Escapães
Igreja Matriz de São Martinho de Escapães
J013
Fiães
Farmácia Central
K013
Arrifana
Igreja Matriz de Arrifana
J014
Milheirós de Poiares
Farmácia Costa Oliveira
K014
Mosteirô
Igreja Paroquial de Santo André de Mosteirô
J015
Lobão
Farmácia da Corga
K015
Fornos
Igreja da Nossa Senhora da Saúde
J016
Vale
Farmácia Graça
K016
Milheirós de Poiares
Igreja Paroquial de Milheirós de Poiares
J017
Sanguedo
Farmácia Granja
K017
Argoncilhe
Igreja de Cristo Rei de Argoncilhe
J018
S. Paio de Oleiros
Farmácia Leme
K018
Canedo
Igreja Paroquial de São Pedro de Canedo
J019
Lourosa
Farmácia Lima
K019
Gião
Igreja Matriz de Gião (Santo André)
J020
Escapães
Farmácia Lino
K020
Vila Maior
Igreja Paroquial de Vila Maior
J021
Nogueira da Regedoura
Farmácia Martins Oliveira
K021
Sanguedo
Igreja Paroquial de Sanguedo
J022
Mozelos
Farmácia Milheiro
K022
Fiães
Igreja Paroquial de Fiães
J023
S. João de Vêr
Farmácia Oliveira
K023
Mozelos
Igreja Paroquial de Mozelos
J024
Canedo
Farmácia Paes Moreira
K024
Lobão
Igreja Matriz de São Tiago de Lobão
J025
S. Miguel de Souto
Farmácia Reis
K025
Caldas de S. Jorge
Igreja Paroquial de Caldas de S. Jorge
J026
Romariz
Farmácia de Romariz
K026
S. Miguel de Souto
Igreja de São Miguel de Souto
J027
S. Paio de Oleiros
Hospital de S. Paio de Oleiros
K027
Travanca
Igreja Matriz de Travanca (São Mamede)
J028
Sta. Maria da Feira
Hospital S. Sebastião, EPE (Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE)
K028
S. João de Vêr
Igreja Matriz de São João de Vêr
J029
Argoncilhe
Farmácia Santa Isabel
K029
S. João de Vêr
Igreja Paroquial de São João de Vêr
J030
Lourosa
Unidade de Saúde Familiar Famílias
K030
Rio Meão
Igreja Paroquial de Rio Meão
J031
Milheirós de Poiares
Extensão de Saúde de Milheirós de Poiares
K031
Rio Meão
Igreja Matriz de Rio Meão
J032
Mozelos
Extensão de Saúde de Mozelos
K032
Pigeiros
J033
Sanguedo
Extensão de Saúde de Sanguedo
K033
Romariz
Igreja de São Silvestre (Duas Igrejas)
J034
Argoncilhe
Extensão de Saúde de Argoncilhe
K034
Romariz
Igreja Matriz de Romariz
J035
Sta. Maria da Feira
Unidade de Saúde Familiar Terras de Santa Maria
K035
Guisande
Igreja Matriz de Guisande
J036
Fiães
Unidade de Saúde Familiar Fiães
K036
Louredo
Igreja Paroquial de São Vicente de Louredo
J037
Paços de Brandão
Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais
K037
Vale
Igreja Paroquial de Vale
J038
Sta. Maria de Lamas
Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais
K038
Vale
Igreja de Santa Maria do Vale
J039
Escapães
Extensão de Saúde de Escapães
K039
Sta. Maria da Feira
Igreja do Seminário dos Missionários Passionistas
J040
Vila Maior
Extensão de Saúde de Vila Maior
K040
Arrifana
Outros Cultos Religiosos
J041
S. Paio de Oleiros
Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras
K041
Arrifana
Outros Cultos Religiosos
J042
Lobão
Extensão de Saúde de Lobão
K042
Escapães
Outros Cultos Religiosos
J043
Romariz
Extensão de Saúde de Romariz
K043
Espargo
Outros Cultos Religiosos
J044
Sta. Maria da Feira
Centro de Saúde de Santa Maria da Feira
K044
Lourosa
Outros Cultos Religiosos
J045
Sta. Maria da Feira
Unidade de Saúde Familiar Egas Moniz
K045
Lourosa
Outros Cultos Religiosos
J046
S. João de Vêr
Unidade de Saúde Familiar Cuidar
K046
Nogueira da Regedoura
Outros Cultos Religiosos
J047
Caldas de S. Jorge
Extensão de Saúde de Caldas de S. Jorge
K047
Sanfins
Outros Cultos Religiosos
J048
Vale
Extensão de Saúde do Vale
K048
Sanguedo
Outros Cultos Religiosos
J049
Canedo
Extensão de Saúde de Canedo
K049
Sta. Maria da Feira
Outros Cultos Religiosos
J050
Rio Meão
Unidade de Saúde Familiar Cuidar
K050
Sta. Maria da Feira
Outros Cultos Religiosos
J051
Nogueira da Regedoura
Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras
K051
S. João de Vêr
Outros Cultos Religiosos
J052
Arrifana
Unidade de Saúde Familiar Sudoeste
K052
S. Paio de Oleiros
Outros Cultos Religiosos
J053
S. Miguel de Souto
Unidade de Saúde Familiar Sudoeste
K053
Fiães
Outros Cultos Religiosos
K054
Sta. Maria da Feira
Outros Cultos Religiosos
K055
S. Paio de Oleiros
Outros Cultos Religiosos
K056
Sta. Maria da Feira
Outros Cultos Religiosos
Igreja Paroquial de Santa Maria de Pigeiros
343
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ASSOCIAÇÕES
ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
L001
Argoncilhe
ADCR-Associação Desportiva, Cultural Vergada, Fábrica da Igreja da Vergada,
L046
Fornos
CCR Fornos / JUF - Juventude Unida de Fornos, Conservatório de Música de
L002
Argoncilhe
L047
Gião
Sociedade Columbófila de Gião, Fábrica da Igreja de Gião, Conferência de S.
L048
Guisande
Conferência de S. Vicente Paulo Associação Argoncilhe Jovem, ELOS, AD Argoncilhe, Fábrica da Igreja de
Fornos, Desp. Clube Fornos
Argoncilhe, Conferência S. Vicente Paulo
344
Vicente Paulo de Gião
L003
Argoncilhe
Casa de Gaia - C.C.D.R. de Argoncilhe
L004
Argoncilhe
Centro Columbófilo de Argoncilhe
L005
Argoncilhe
Dragões de Argoncilhe - Casa do Futebol Clube do Porto - Argoncilhe
L049
Guisande
Guisande Futebol Clube
L006
Argoncilhe
Liga de Melhoramentos e Beneficiência da Vergada
L050
Lobão
Associação Desportiva e Cultural de Lobão
L007
Argoncilhe
Grupo Musical Estrela de Argoncilhe
L051
Lobão
Banda Musical de S. Tiago de Lobão, Rancho Folc. de S. Tiago de Lobão,
L008
Argoncilhe
Grupo Recreativo e Beneficiente “A Flor de Aldriz” (Teatro de Aldriz)
L009
Argoncilhe
Rancho Regional de Argoncilhe
L052
Lobão
Fanfarra da Vila de S. Tiago de Lobão
L010
Arrifana
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Arrifana
L053
Lobão
Rancho Regional da Vila de Lobão
L011
Arrifana
Banda Musical dos Bombeiros Voluntários de Arrifana
L054
Louredo
L012
Arrifana
Centro de Cultura e Desporto de Arrifana - Hippyes Futebol Clube
L055
Lourosa
Associação Aliança da Família Cadete
L013
Arrifana
Centro de Cultura e Desporto de Manhôce
L056
Lourosa
Associação Desportiva e Cultural dos Bombeiros Voluntários de Lourosa
L014
Arrifana
Clube Desportivo Arrifanense
L057
Lourosa
L015
Arrifana
Dragões de Arrifana - Associação de Cultura, Desporto e Recreio
L016
Arrifana
JUAT - Núcleo Desportivo, Recreativo e Cultural de Arrifana
L058
Lourosa
Centro Cultural e Recreativo “Os Malmequeres de Lourosa”
L017
Arrifana
Grupo Columbófilo de Arrifana
L059
Lourosa
Clube de Caçadores de Lourosa
L018
Canedo
Associação Clube de Caçadores, Rancho Folclórico de S. Pedro,Sociedade
L060
Lourosa
Clube de Ténis de Lourosa
Columbófila, ACM Canedo
L061
Lourosa
Gabinete da Juventude de Lourosa
Associação de S. Mamede de Guisande, Associação Cultural de Guisande “O Despertar”
C. Incentivo Cultural Lobão, Soc. Columbófila de S. Tiago de Lobão
Centro Social Cultural e Recreativo de Louredo
CFC Porto, Associação Budokai, Rolar - Hóquei Clube, GCR Fanfarra de Lourosa, Futsal Feminino LFC, FCC Lourosa, Clube Defesa Pessoal
L019
Canedo
Associação Cultural do Rancho Folclórico “As Ceifeiras de Canedo”
L062
Lourosa
GRICL - Grupo Recreativo de Intervenção da LouroCoop
L020
Canedo
Associação Recreativa de Pesca de Canedo e Louredo
L063
Lourosa
Grupo Cultural e Recreativo de Lourosa “Os Corticeiros”
L021
Canedo
Grupo Cénico de Canedo, Grupo Recreativo e Cultural de Canedo
L064
Lourosa
Grupo Desportivo e Cultural “Os Vilaverdenses” - Lourosa
L022
Canedo
Canedo Futebol Clube
L065
Lourosa
Grupo Musical de Solidariedade de Lourosa, Moto Clube “Rota Livre”
L023
Canedo
CME - Escuteiros de Canedo, Fábrica da Igreja de Canedo, Conferência de S.
L066
Lourosa
Lusitânia Futebol Clube de Lourosa, Clube de Ténis de Mesa de Lourosa
Vicente Paulo de Canedo
L067
Lourosa
Sociedade Columbófila de Lourosa
L024
Canedo
Rancho Folclórico “As Lavradeiras de Rebordelo”
L068
Milheirós de Poiares
Ritus - Associação Recreativa e Cultural, Grupo Cénico e Recreativo
L025
Caldas de S. Jorge
Associação de Moradores de Arcozelo
L026
Caldas de S. Jorge
Associação Juventude Inquieta, Centro Cultural e Recreativo - Escola de
L069
Milheirós de Poiares
Clube de Caçadores e Pescadores de Milheirós de Poiares
Música de Caldas de S. Jorge
L070
Milheirós de Poiares
Grupo Desportivo Milheiroense
Milheiroense “Os Velhos”, CCD de Milheirós de Poiares
L027
Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge Sport Clube, Atletismo de Caldas de S. Jorge
L071
Mosteirô
Sport Clube de Mosteiró, Associação Recreativa e Columbófila de Mosteirô
L028
Caldas de S. Jorge
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 901
L072
Mosteirô
ANIFEIRA - Associação dos Amigos dos Animais de Santa Maria da Feira
L029
Caldas de S. Jorge
Rancho Folclórico “As Florinhas das Caldas S. Jorge”
L073
Mosteirô
Pôr-do-Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô
L030
Escapães
Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Escapães, Clube Desportivo
L074
Mozelos
Grupo Columbófilo de Mozelos
de Escapães
L075
Mozelos
Os Dragões de Mozelos
L031
Escapães
Associação Recreativa e Columbófila de Escapães
L076
Mozelos
Tuna Musical Mozelense, Futebol Clube de Mozelos
L032
Escapães
Centro Cultural e Desportivo de Nadais
L077
Mozelos
GDC-M - Grupo de Dinamização Cultural de Mozelos
L033
Escapães
Escola de Música de Escapães / Junta de Freguesia de Escapães
L078
Mozelos
Juventude Atlética Mozelense
L034
Escapães
Rancho Folclórico de S. Martinho de Escapães
L079
Mozelos
Os Amigos da Columbófila de Ermilhe
L035
Espargo
Escola de Música de Espargo, Abrir Horizontes - ACD - Espargo, Grupo
L080
Nogueira da Regedoura
Centro Popular dos Trabalhadores de Pousadela
Cultural e Recreativo Andorinhas de Espargo
L081
Nogueira da Regedoura
Associação de Desenvolvimento de Nogueira da Regedoura
L036
Fiães
AMICAF, Fábrica da Igreja de Fiães, Conferência de S. Vicente Paulo de Fiães
L082
Nogueira da Regedoura
Centro Social Luso-Venezolano - Nogueira da Regedoura
L037
Sta. Maria da Feira
Clube Desportivo Feirense, Liga dos Amigos da Feira
L083
Nogueira da Regedoura
Grupo Columbófilo de Nogueira da Regedoura
L038
Fiães
Fiães S. C., Associação de Motociclismo de Fiães - Ulfilanis Motards
L084
Nogueira da Regedoura
Rancho Folclórico S. Cristóvão de Nogueira da Regedoura
L039
Fiães
CDPAC - Comissão de Defesa do Património e Acção Cultural, Clube
L085
Nogueira da Regedoura
Relâmpago União Futebol Clube Nogueirense
Desportivo de Fiães
L086
Paços de Brandão
Academia Música de Paços de Brandão / Tuna Musical Brandoense
L040
Fiães
Centro de Cultura e Desporto de Fiães / Rancho Infanto Juvenil de Fiães,
L087
Paços de Brandão
Associação Académica do ISPAB, FEDESPAB - Fundação de Ensino
L088
Paços de Brandão
e Desenvolvimento de Paços de Brandão
Rancho Folclorico ‘As Moleiras de Fiães’
Associação Cultural do Carnaval de Paços de Brandão, Grupo de Cicloturismo
L041
Fiães
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 790 - Fiães
L042
Fiães
Grupo Columbófilo de Fiães
L043
Fiães
Grupo Musical de Fiães
L089
Paços de Brandão
CIRAC - Círculo de Recreio, Arte e Cultura de Paços de Brandão
L044
Fornos
Associação Fornos Cresce
L090
Paços de Brandão
Clube de Ténis de Paços de Brandão
L045
Fornos
Associação Columbófila de Fornos
L091
Paços de Brandão
Clube Desportivo de Paços de Brandão
de Brandoense
ÍNDICE
ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO
ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
L092
Paços de Brandão
DAO - Associação Cultural e Desportiva
L144
Sta. Maria da Feira
Associação para o Desenvolvimento do Bailado e Artes Cénicas de Santa
L093
Paços de Brandão
GRIB - Grupo Recreativo Independente Brandoense
L145
Sta. Maria da Feira
L094
Paços de Brandão
Grupo Columbófilo de Paços de Brandão
L146
Sta. Maria da Feira
CCROF - Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira
L095
Paços de Brandão
Núcleo de Atendimento à Paralisia Cerebral
L147
Sta. Maria da Feira
Clube Académico da Feira
L096
Pigeiros
Associação Desportiva - Sociedade Columbófila de Pigeiros
L148
Sta. Maria da Feira
Clube de Caça e Pesca de Santa Maria da Feira
L097
Pigeiros
Centro Cultura e Desporto Pigeirense
L149
Sta. Maria da Feira
Coral Polifónico da Cruz
L098
Pigeiros
Centro Cultural e Recreativo de Pigeiros
L150
Sta. Maria da Feira
L099
Rio Meão
Academia de Música e Artes de Rio Meão
L151
Sta. Maria da Feira
L100
Rio Meão
Clube Ornitológico de Riomeão, Rancho Folclórico e Etnográfico Terras de Santa Maria, Grupo Columbófilo de Rio Meão
Maria, Cineclube de Santa Maria da Feira
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 640 - Santa Maria da Feira Fed. Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho de Santa Maria da Feira, Fraternidade Nun’ Álvares - Agrup. Feira
L152
Sta. Maria da Feira
Juventude Atlética de Rio Meão
Grupo Gólgota - Missionários Passionistas Santa Maria da Feira, Associação da Juventude Passionista - Santa Maria da Feira
L101
Rio Meão
L102
Rio Meão
MACUR - Movimento de Assitência, Cultura, Urbanismo e Recreio
L153
Sta. Maria da Feira
Juventude Atlética “Os Amigos do Cavaco”
L103
Rio Meão
Associação Cultural da Mata de Rio Meão
L154
Sta. Maria da Feira
Leo Clube de Santa Maria da Feira, Lions Clube de Santa Maria da Feira
L104
Rio Meão
Rancho Folclórico Recreativo e Cultural “As Florinhas de Rio Meão”
L155
Sta. Maria da Feira
Rotaract Club da Feira, Rotary Clube de Santa Maria da Feira
L105
Romariz
Associação Cultural de Romariz, Romariz Futebol Clube
L156
Sta. Maria da Feira
Sociedade Columbófila de Santa Maria da Feira
L106
Romariz
Clube de Caçadores de Romariz
L157
Sta. Maria de Lamas
Sporting Clube de Santa Maria da Feira
L107
Caldas de S. Jorge
Cicloturismo de Caldas de S. Jorge
L158
Sta. Maria de Lamas
Clube Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
L108
Romariz
Voltado a Poente - Associação Cultural de Duas Igrejas
L159
Sta. Maria de Lamas
Lamas Movediças - Associação Cultural, Recreativa e Desportiva,
L109
Romariz
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 1048
L110
S. João de Vêr
A.C.D.L. - Associação Cultural, Desportiva da Lavandeira S. João de Vêr
L160
Sta. Maria de Lamas
Tuna Esperança de Santa Maria de Lamas
L111
S. João de Vêr
Associação Recreativa e Columbófila de S. João de Vêr
L161
Sta. Maria de Lamas
Clube Futebol União de Lamas, Grupo Motard Lamacense
L112
S. João de Vêr
Associação do Grupo Folclórico “As Lavradeiras de S. João de Vêr”
L162
Sta. Maria de Lamas
União Columbófila de Santa Maria de Lamas
L113
S. João de Vêr
Sporting Clube de S. João de Vêr
L163
Sta. Maria de Lamas
Associação Bem Estar Santa Maria de Lamas
L114
S. Paio de Oleiros
Associação Musical Oleirense
L164
S. Miguel de Souto
Lamas Futsal - Associação Desportiva
L115
S. Paio de Oleiros
Biblioteca Pública de S. Paio de Oleiros
L165
S. Miguel de Souto
AJISCE - Associação Jovem de Intervenção Sócio-Cultural e Ecológica
L116
S. Paio de Oleiros
Centro Desportivo e Cultural de S. Paio de Oleiros
L166
S. Miguel de Souto
Clube Desportivo de Tarei
L117
S. Paio de Oleiros
Escola de Ciclismo Fernando Carvalho
L167
S. Miguel de Souto
Clube Desportivo Soutense
L118
S. Paio de Oleiros
GRATO - Grupo Recreativo Amigos do Teatro Oleirense
L168
S. Miguel de Souto
AlmiSouto
L119
S. Paio de Oleiros
Grupo Columbófilo de S. Paio de Oleiros
L169
Travanca
Sociedade da Banda Musical de Souto
L120
S. Paio de Oleiros
Grupo Desportivo de S. Paio de Oleiros
L170
Travanca
Associação Musical Recreativa e Cultural de Travanca, Rancho Regional
L121
S. Paio de Oleiros
Associação ‘Os Flechas’, Fábrica da Igreja de S. P. Oleiros
L122
S. Paio de Oleiros
Fundação Sanitus
L171
Travanca
L123
S. Paio de Oleiros
Fundação Comendador Sá Couto
L172
Travanca
L124
S. Paio de Oleiros
Associação dos Doentes Neuromusculares
L173
Vale
Associação de Cultura e Recreio da Banda Marcial do Vale
L125
S. Paio de Oleiros
Associação de Desenvolvimento de S. P. Oleiros
L174
Vale
C.C.D. - Grupo Desportivo do Pessegueiro
L126
S. Paio de Oleiros
Grupo Musical de S. Paio de Oleiros - Tuna
L175
Vale
Centro Columbófilo de Santa Maria do Vale
L127
Sanfins
Grupo Cultural Desportivo de Sanfins
L176
Vale
Centro Recreativo e Cultural do Vale
L128
Sanfins
Sociedade Columbófila de Sanfins
L177
Vila Maior
Associação Recreativa Desportiva Vilamaiorense
L129
Sanguedo
Associação Desportiva e Cultural Sanguedo
L178
Santa Maria de Lamas
Conferência de S. Vicente Paulo de Sta. Maria de Lamas
L130
Sanguedo
Cruz Vermelha Portuguesa
L179
S. João de Vêr
Fábrica da Igreja de Romariz, Conferência de S. Vicente de Paulo de Romariz
L131
Sanguedo
Juventude de Sanguedo
L132
Sanguedo
União Columbófila de Sanguedo
L180
Arrifana
Fábrica da Igreja de Arrifana, Conferência de S. Vicente Paulo de Arrifana
L133
Sta. Maria da Feira
Clube Desportivo Feirense
L181
Escapães
Fábrica da Igreja de Escapães, Conferência de S. Vicente Paulo de Escapães
L134
Sta. Maria da Feira
Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira
L182
Fornos
Fábrica da Igreja de Fornos, Conferência de S. Vicente Paulo de Fornos
L135
Sanguedo
União Columbófila das Quintas
L184
Lourosa
Fábrica da Igreja de Lourosa, Conferência de S. Vicente Paulo de Lourosa
L136
Sanguedo
BTT
L185
Vale
Fábrica da Igreja do Vale, Conferência de S. Vicente de Paulo do Vale
L137
Sanguedo
AMICIS, Rancho Folclórico Santa Eulália de Sanguedo
L186
Mosteirô
Fábrica da Igreja de Mosteirô
L138
Sta. Maria da Feira
Academia de Cultura e Cooperação de Santa Maria da Feira - U. Sénior
L187
Mosteirô
Associação do Desenvolvimento Social e Humano ‘ Rosto Solidário’
L139
Sta. Maria da Feira
Academia de Música de Santa Maria
L188
Espargo
Fábrica da Igreja de Espargo, Conferência de S. Vicente de Paulo de Espargo
L140
Sta. Maria da Feira
Associação Académica do ISVOUGA
L189
Travanca
Fábrica da Igreja de Travanca, Conferência de S. Vicente de Paulo de Travanca
L141
Sta. Maria da Feira
Associação Cultural Remolha
L190
S. Miguel do Souto
L142
Sta. Maria da Feira
Associação de Motards “Os Vagabundos do Castelo” - Sta. Maria da Feira
L143
Sta. Maria da Feira
Associação do Grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira, Associação
L191
Lobão
Fábrica da Igreja de Lobão, Conferência de S. Vicente de Paulo de Lobão
de Artesãos das Terras de Santa Maria
L192
Vila Maior
Fábrica da Igreja de Vila Maior, Conferência de S. Vicente de Paulo
Lamas Jovem
da Juventude de Travanca Real Clube de Travanca Sociedade Columbófila de Travanca
Conferência de S. Vicente Paulo de S. João de Vêr
Fábrica da Igreja de S. Miguel de Souto, Conferência de S. Vicente de Paulo de S. Miguel de Souto
345
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO CÓDIGO
FREGUESIA
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
L193
Nogueira da Regedoura
Fábrica da Igreja de Nogueira da Regedoura, Conferência de S. Vicente Paulo de Nogueira da Regedoura Fábrica da Igreja de Sta. Maria de Lamas
L194
Sta. Maria de Lamas
L195
Rio Meão
Fábrica da Igreja de Rio Meão, Conferência de S. Vicente Paulo de Rio Meão
L196
S. João de Vêr
Fábrica da Igreja de S. João de Vêr, Conferência de S. Vicente Paulo
L197
Caldas de S. Jorge
Fábrica da Igreja de Caldas de S. Jorge, Conferência S. Vicente Paulo de
L198
Pigeiros
Fábrica da Igreja de Pigeiros
L199
Sanguedo
Fábrica da Igreja de Sanguedo, Conferência de S. Vicente Paulo de Sanguedo
L200
Fiães
Associação Juventude de Fiães
L201
Fornos
Associação Ambientalista da Ribeira da Lage
L202
Gião
Associação Cultural e Desportiva Gião
L203
Lobão
Associação VC Bike (Vale da Cabra Bike)
L204
Mosteirô
Fórum Ambiente e Cidadania
L205
Mosteirô
Mosteirô Futebol Clube
L206
Mozelos
Associação Desportiva Estrelas das Regadas
L207
Paços de Brandão
Grupo Folclórico Como Elas Cantam e Dançam em Paços de Brandão
L208
S. João de Vêr
Rancho Regional de S. João de Vêr
L209
S. João de Vêr
Sport Ciclismo de S. João de Vêr
L210
S. João de Vêr
Associação do Rancho Folclórico das Lavradeiras de S. João de Vêr
L211
Sta. Maria da Feira
Art’ EnCena - Associação Cultural de Animação e Teatro de Santa Maria
L212
Sta. Maria da Feira
Song Dao - Associação de Artes Marciais de Santa Maria da Feira
L213
Sta. Maria de Lamas
União da Mata Futebol Clube
L214
S. Miguel de Souto
Associação Cultural e Recreativa do Grupo Folclórico “Os Romeiros do Souto”
L215
Travanca
Núcleo Desportivo de Travanca
L216
Lourosa
Grupo Cénico de Lourosa
L217
Lourosa
Grupo de Cicloturismo de Lourosa
L218
Sta. Maria da Feira
Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira
L219
S. João de Vêr
Grupo Amizade - Tempos Livres e Educação Para a Paz
L220
Argoncilhe
Associação de Artesanato de Argoncilhe
L221
Argoncilhe
Clube de Snowboard
L222
Arrifana
Associação Cultural e Recreativa de Sto. Estevão
L223
Arrifana
Os Arrifanenses Futebol Clube
L224
Arrifana
Rancho Folclórico “Estrelas Brancas”
L225
Arrifana
SD - Superar Desafios - Associação de Cicloturismo
L226
Canedo
Clube de Canoagem de Canedo
L227
Canedo
Clube de Tunning de Canedo
L228
Caldas de S. Jorge
Grupo Cultural e Recreativo “Saias Amarelas”
L229
Caldas de S. Jorge
Grupo de Danças e Cantares das Margens do Rio Uíma
L230
S. João de Vêr
Associação Pesca Desportiva S. João de Vêr
L231
S. João de Vêr
Associação Melhor Viver - Desporto, Cultura e Lazer
L232
Travanca
Grupo Cultural e Desportivo de Travanca
L233
Milheirós de Poiares
Clube Columbófilo de Milheirós de Poiares
Caldas de S. Jorge
346
da Feira
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Ficha técnica
EDIÇÃO
DESIGN
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira © 2009
Rita Coelho
TEXTOS
IMRESSÃO
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com
Rainho e Neves Lda.
colaboração do Arquitecto José Manuel Bastos
Impressão em papel Creator Natural Mate, 150 grs
FOTOGRAFIA
TIRAGEM
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira
1 500
348
Feira Viva, E. M. E. F. Piqueiro - Foto Engenho Lda
ISBN 978-989-8183-06-4
ORTOFOTOMAPAS Instituto Geográfico Português (IGP)
DEPÓSITO LEGAL
Instituto Geográfico do Exército (IGEOE)
298834/09
Alfredo Oliveira Henriques Presidente da Câmara Municipal
APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever: retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua progressão, verificadas nas últimas três décadas.
Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.
O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem qualquer subjectividade ou propaganda.
A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.
É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa e objectivamente dá conta.
Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também, na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.
ATLAS SANTA MARIA DA FEIRA
35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIA UM TEMPO DE EXCELÊNCIA