Atlas de Santa Maria da Feira

Page 1

ATLAS SANTA MARIA DA FEIRA

35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIA UM TEMPO DE EXCELÊNCIA



Alfredo Oliveira Henriques Presidente da Câmara Municipal

APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever: retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua progressão, verificadas nas últimas três décadas.

Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à

3

União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.

O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem qualquer subjectividade ou propaganda.

A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas

CONHECIMENTO HUMANO

dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.

É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa e objectivamente dá conta.

Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também, na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.



ATLAS SANTA MARIA DA FEIRA

35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIA UM TEMPO DE EXCELÊNCIA



Alfredo Oliveira Henriques Presidente da Câmara Municipal

APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever: retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua progressão, verificadas nas últimas três décadas.

Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.

O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem qualquer subjectividade ou propaganda.

A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.

É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa e objectivamente dá conta.

Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também, na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.



DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA

DE 1974 A 2009

UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA Desfolhando o presente Atlas, pode-se ler pelo texto e pelos gráficos e cartas, que estamos perante uma notável explosão demográfica, decorrida num curto espaço de tempo, à qual corresponde uma modernização do território, que se transformou em três décadas e meia, evidenciando uma impressionante infraestruturação urbanística, de freguesia a freguesia.

O progresso do concelho de Santa Maria da Feira, que se promoveu, usando um modelo de desenvolvimento multipolar, deve muito à iniciativa municipal ao tornar prioritária a dotação das suas 31 freguesias com equipamentos públicos e criação de serviços, essenciais ao bem-estar das populações, na educação, na saúde, na acção social, na cultura, no desporto, em todos os sectores das suas competências, correspondendo ao dinamismo da sociedade civil, quer no que se refere ao seu associativismo rico e diversificado, quer ao forte empreendorismo das actividades económicas.

5


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Este percurso de mudança, de 1974 a 2009, foi

ram emprego, fortaleceram a coesão social e fixaram a população

pontuado por sete factos relevantes que fizeram alcan-

activa, que não parou de crescer, ao contrário da média nacional

çar, com excelência, patamares de qualidade de vida

e da região.

para o todo concelhio e para a afirmação regional, nacional e internacional de Santa Maria da Feira:

7 – A ampliação e reforço da identidade concelhia, sustentada numa afirmação cultural pujante, com eventos de grande singu-

1 – O traçado da auto-estrada A1, com entrada em local estraté-

laridade, valorizando as raízes locais, de frequência regular e de

gico para o desenvolvimento do concelho, reforçando acessibili-

relevo nacional e internacional, como a Festa das Fogaceiras, a

dades à região e ao país.

Viagem Medieval, o Imaginarius e festivais de cinema e de música, que promovem a tradição e as artes contemporâneas.

6

2 – A elaboração e a entrada em vigor do Plano Director Municipal, documento indispensável à transformação e ao ordenamento

Há uma correspondência biunívoca, do fenómeno da explosão

do território.

demográfica com a expansão urbana operada a partir da implantação da democracia, em conjugação com os sete factores de

3 – A construção do Europarque, um conjunto de equipamentos

desenvolvimento referidos.

de ordem e dimensão nacionais. Interessante notar, ao contrário do perspectivado por alguns 4 – A construção do Hospital de S. Sebastião, equipamento de

analistas da época, que a acessibilidade franca ao centro da Área

ordem regional, unidade de saúde de referência.

Metropolitana do Porto, proporcionada pela auto-estrada A1, não veio transformar Santa Maria da Feira num espaço-dormitório da

5 – O alargamento da rede educativa, da formação profissional

cidade do Porto, pelo contrário, serviu para dilatar o seu dinamis-

e a criação do ensino superior, com a entrada em funcionamento

mo económico, social e cultural e a sua asserção singular entre o

do ISVOUGA - Instituto Superior de Entre Douro e Vouga e do

conjunto dos municípios da AMP.

ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão. Estas notáveis transformações ofereceram à população uma 6 – A consolidação das áreas centrais urbanas e criação de novos

crescente mobilidade interna e com o exterior, que facilitou o

eixos urbanos e estruturantes, como o Feira/Cruz e o Lourosa-

acesso a bolsas de emprego, especialmente na Indústria

-Fiães/Lamas-Mozelos, a par da criação de novas zonas indus-

e nos Serviços.

triais, que diversificaram o tecido produtivo do concelho, dotaram o território de boas condições de acolhimento empresarial, cria-


DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA

De notar que em 2001, Santa Maria da Feira foi recenseada com

No conjunto dos municípios da Área Metropolitana do Porto, esta

135 964 pessoas residentes, um dos municípios de maior di-

ordem de importância, que reflecte a afirmação crescente de

mensão demográfica de Portugal. Em 1970, Santa Maria da Feira

Santa Maria da Feira, decorre do seu processo de transformação

tinha 94 970.

urbana, que consolidou os núcleos de maior densidade, invertendo o modelo de crescimento difuso e reforçou o carácter de qualidade

Considerando que em 1974 o contexto demográfico é sensivel-

das polaridades locais que transformaram o município como um

mente o mesmo de 1970, assim como acontece de 2007 a 2009,

dos mais dinâmicos, entre os territórios policentrados metropolita-

verifica-se um aumento da população residente de 54,1%, em

nos.

Santa Maria da Feira, entre 1974 e 2009. No mesmo período, em Portugal, foi registado um aumento de 23,3% da população

A transformação do território e os instrumentos de planeamento e

residente, ou seja, a explosão demográfica já referida

as políticas que suportaram o surto de progresso, vivido nestes 35

corresponde a 2,32 vezes mais do que o crescimento nacional.

anos, é indissociável do papel da “população laboriosa, inteligente,

7

diversificada, com uma razoável coesão e com aptidões provadas Relativamente à sua posição, entre os municípios da Área

no seu labor diário”, no dizer do Prof. Manuel da Costa Lobo.

Metropolitana do Porto, também é interessante notar a ordem

E se o abrandamento da actividade industrial verificada nos últimos

de importância demográfica e a evolução verificada, conforme o gráfico em baixo.

330 000 300 000 270 000 240 000 210 000 180 000 150 000 120 000 90 000 60 000

1981

30 000

1991 2001 AROUCA

ESPINHO

GONDOMAR

MAIA

MATOSINHOS

O. AZEMÉIS

PORTO

P. VARZIM

S. M. FEIRA

S. TIRSO

S. J. MADEIRA

TROFA

V. CAMBRA

VALONGO

V. CONDE

V. N. GAIA


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

anos, devido à conjuntura internacional, é um factor de preocu-

Ainda na área do ambiente, é de salientar a adopção de um sis-

pação, dado o volume de desemprego que gerou, é de registar

tema de recolha de resíduos sólidos, em grande parte já de forma

a estratégia municipal de diversificação, que já tem resultados,

selectiva e a cobertura de todo o concelho com abastecimento de

como se comprovam nos níveis elevados verificados no sector

água (praticamente inexistente em 1974, tal como o saneamento

terciário e na emergência de novas actividades e formas de pro-

e com grande incremento na última década), que correspondeu

duzir bens e serviços, como o Design, as Tecnologias de

a um impressionante conjunto de obras, com mais de mil quiló-

Informação e Comunicação, a Formação Profissional e Tecnológi-

metros de rede executada e respectivos reservatórios. Mas mais

ca, a Acção Social, as Indústrias Criativas, as Recriações

gigantesco foi o esforço de resolução do saneamento – dada a

Históricas e o Turismo.

complexidade do relevo e da existência de 12 bacias hidrográficas – com a construção da rede, que já cobre cerca de 70% do

8

Entre outros factores que se destacaram no período de 1974 a

território e das Estações de Tratamento de Águas Residuais.

2009, é de referir o desenvolvimento da inclusão social, a requalificação do Castelo, do Centro Histórico, do Convento dos Lóios

Por fim e marcante neste percurso de progresso, que as peças

e do Património Cultural em geral, a preservação e promoção dos

desenhadas de um atlas não podem retratar, é a implementação

recursos paisagísticos e ambientais, sendo de destacar a articula-

de uma política de modernização administrativa e de transparên-

ção entre os núcleos urbanos mais densos e as vastas manchas

cia para os munícipes, com sofisticados recursos informáticos,

florestais, que dão corpo substancial à estrutura ecológica do

levando-os a aceder mais activamente e com mais eficiência aos

concelho.

serviços e ao conhecimento geográfico, o que tem fomentado o conceito de Nova Cidadania.

Releve-se, ainda, a “descoberta” e promoção de áreas de grande sensibilidade ambiental, como a frente para o Rio Douro, no Porto

E se o apego aos valores da terra, o associativismo e o forte

Carvoeiro, a encosta do Castelo e o vale do Rio Cáster, o vale do

empreendorismo, são atributos dos feirenses, as três décadas e

Rio Uíma, o Monte das Pedreiras, em Fiães, o Parque do Monte

meia aqui retratadas e a autêntica revolução experimentada

Coteiro, em Mozelos, a Quinta do Engenho Novo, em Paços de

reforçaram o sentido de pertença e a coesão social, porque o

Brandão, o Parque de Santa Maria de Lamas, a zona envolvente

munícipe se revê no avanço do Município. Perante as dificulda-

das Termas das Caldas de S. Jorge, a praia Fluvial da Mámoa, em

des da conjuntura global que se vive, o espírito feirense, assim

Milheirós de Poiares. São espaços de grande utência da popula-

reforçado, está preparado para vencer as batalhas do futuro, com

ção, que cada vez mais os procuram, para actividades saudáveis

optimismo, trabalho, inovação e com a sua tradicional inteligência,

de lazer e de contemplação da Natureza.

continuando um rumo de desenvolvimento e excelência.

José Manuel Bastos



ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

10


CAPÍTULO I INTRÓITO

I ´

11


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

12


CAPÍTULO I INTRÓITO

1. (D)A importância de um Atlas A tradição dos Atlas remonta aos tempos de Ptolomeu, verdadeiro precursor do conhecimento geográfico e deste tipo de documentos geográficos, sendo que o primeiro Atlas conhecido, de sua autoria, remonta ao ano de 150 antes de Cristo.

Por definição, “Atlas” é uma colecção de mapas, de informações cartográficas, geográficas ou astronómicas, tradicionalmente agrupadas em livro, mas também possível de encontrar em formatos electrónicos ou digitais.

Pelo grande número de estudos que potenciam, os Atlas assumem-se como instrumentos de inquestionável interesse e utilidade na compilação e na análise da realidade de um determinado lugar. São um excelente instrumento de consulta.

Ora, nessa linha de pensamento, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira pretendeu proceder à realização do seu

Atlas Municipal. Ambicionou-se a construção de um documento que pudesse proceder à definição de um retrato da realidade de um município, composto por 31 freguesias, não negligenciando o papel deste espaço geográfico num contexto de âmbito regional.

13


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Importará, pois, conhecer a diversidade de Santa Maria da Feira,

Ora, é precisamente esse o enfoque que se pretende conferir ao

as suas gentes, o seu território, as suas potencialidades, mas

Atlas Municipal de Santa Maria da Feira: esta ligação

também as suas fragilidades.

Homem /Meio.

Sendo a paisagem um sistema particularmente com-

Santa Maria da Feira é “berço” de uma gente que importa conhe-

plexo, não bastará “vê-la”. É necessário, pois, “olhá-

cer, analisar, tipificar… mas também um território que condicionou

-la”, algo que só se poderá tornar exequível através de

(e condiciona ainda) as actividades do Homem, o que, por si só,

uma análise aturada, atenta, aprofundada e crítica.

justifica que para ele olhemos de forma atenta também, pois essa análise do território ajuda-nos não só a compreender o porquê de

14

A longa tradição que une a Geografia à História deriva, também,

algumas realidades, mas possibilita também uma visão prospecti-

dos mesmos princípios. A ideia de que o território é inseparável

va de realidades vindouras.

da vida dos habitantes, de que a evolução humana se explica em larga medida pelo quadro físico no qual se desenvolve, surge já

De tudo isto, resulta óbvio que deveremos tecer uma

com todo o vigor na famosa frase de Heródoto: “O Egipto é um

análise direccionada numa dimensão FÍSICA (porque

dom do Nilo”.

suporte de toda a actividade Humana), mas também as suas GENTES e os seus MODOS DE VIDA, analisan-

A Geografia tem um objectivo: a superfície da Terra; tem um mé-

do, portanto, uma dimensão HUMANA até porque é

todo: a observação; e tem um modo de expressão: a descrição

desta relação Meio / Homem / Meio que resulta toda

apoiada num mapa.

uma complexidade de factores que exigem ser observados e analisados para que neles possamos intervir.

Uma Região não é, na maior parte dos casos, apenas um produto do natural. Será antes, o resultado de uma combinação, num

Resulta claro, portanto, que Santa Maria da Feira está ciente de

quadro físico, de obras e acções humanas. Socorrendo-nos da

que um município (assim como um país) estará tão preparado

interpretação da citada frase de Heródoto, deveremos sublinhar

para enfrentar o seu próprio futuro quanto mais conhecedor for

que o Egipto se tornou um dom do rio quando se criou a civiliza-

do seu passado e do seu presente, já que um e outro se perfilam

ção que o soube aproveitar. Mas foi nas suas margens fertilizadas

como determinantes sementes para a conquista de um futuro que

pelas cheias e ao longo do curso de água navegável que essa

se quer (e precisa) melhor.

mesma civilização se desenvolveu, superando os fracassos e entesourando os êxitos que lhe permitiram vencer e perdurar.

No fundo, trata-se de assegurar, através de uma visão estratégica, o reforço de boas políticas implementadas, rectificação e


CAPÍTULO I INTRÓITO

(nalguns casos até) a inflexão de outras menos conseguidas, de

Sem se ter a presunção de se querer assumir como

modo a que se possa extrair do concelho (do seu território, das

verdade indiscutível ou irrefutável, o Atlas Municipal

suas gentes, dos seus recursos) todo o seu potencial socioeconó-

procura explicar o porquê de determinados trilhos

mico, promovendo o aumento da qualidade de vida e o bem-estar

traçados, a existência de algumas realidades e as suas

da população.

implicações futuras. É uma observação e uma análise que se destina a todos os possíveis interessados em

A concepção de um Atlas Municipal não pode cingir-se nunca à

conhecer, estudar, viver, investir, planear, trabalhar…

mera compilação de elementos cartográficos ou estatísticos. Se

em Santa Maria da Feira. No entanto, não se pense que

esse fosse o desiderato último desta obra, tal significaria o defrau-

este documento tenha a veleidade de querer apontar

dar de todas as suas potencialidades na tentativa de municiona-

rumos, políticas ou estratégias. Essa não é, de todo, a

mento das ferramentas de base para a projecção do nosso futuro.

missão que lhe estará destinada ou reservada.

Planear implica conhecer: o que fomos e somos, mas igualmente o que queremos ser.

É indubitável que o futuro passa, em grande medida, por uma participação mais activa, interessada, crítica e incisiva dos munícipes, algo que muitos designam de desenvolvimento da Cidadania. Nesse sentido, o presente Atlas Municipal pode (e deve) desempenhar um papel de aproximação dos munícipes da (sua) realidade permitindo-lhes o desempenho de um papel activo na construção do seu próprio futuro, o que se pode chamar de Nova Cidadania.

15


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

16

2. Enquadramento histórico, socioeconómico e político, com a Região, Portugal e a União Europeia Sem embargo do referido até aqui, a análise da Geografia de

Dito de outra forma, pretende-se potenciar uma demonstração

um lugar encontra, em grande medida, maior esplendor na sua

aos feirenses, com recurso a exemplos concretos, reais e caros,

própria História. Daí que não nos devamos quedar somente na

porque deles, de que modo pode o Meio, o Clima, o Solo, a

mera e simples análise do presente. Tal revelaria pouca ambição e

História, a Cultura, a Demografia, a Economia (etc.) influir nos

seria o desperdiçar de inúmeras potencialidades. É preciso, pois,

nossos modos e qualidade de vida.

debruçarmo-nos sobre uma realidade que ficou para trás. É preciso, então, “olhar” para a história recente de Santa Maria da Feira porque dela se explica, percebe e projecta o município na realidade e no futuro. Ao realizar-se a análise evolutiva de alguns aspectos, estar-se-á a compreender e a perceber os motivos que concorrem para essa mesma evolução.



ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Ao atingir-se esse objectivo, estar-se-á a alcançar não só o

região ou cada município assume-se como parte integrante de

desenvolvimento e crescimento de uma consciência crítica, mas

um sistema mais amplo e complexo, um sistema de permanentes

também o fomento de uma participação cívica. Ora, quanto mais

trocas, sejam estas de carácter económico, social ou demográ-

(sustentados) contributos as Instituições forem capazes de poten-

fico. Um sistema que se prolonga até à História desse mesmo

ciar e gerar no seu seio, mais e melhor poderão os seus legítimos

território. Ou dito de outra forma, um sistema que se prolonga, so-

representantes, ponderar, projectar, decidir, agir e actuar.

bretudo, à sua História, porque esta concorre, em grande medida, ao auxílio da percepção e compreensão de uma multiplicidade de

A História da Humanidade (e da Europa em particular) diz-nos que

realidades existentes no presente, permitindo, simultaneamente, a

as mutações de índole diversa registadas ao longo dos últimos 50

antecipação de cenários futuros.

anos transformaram totalmente a face dos territórios por nós ocu18

pados. Não nos devemos abstrair que os dois conflitos armados

Nesse sentido, o Mundo, a Europa, o País e Santa Maria da Feira

de escala mundial tiveram como cenário principal o Continente

assistiram, ao longo das últimas décadas, a vincadas alterações

Europeu. Este facto implicou novas forma de pensar e de agir,

de índole diversa. Por ventura, essas mesmas alterações, ainda

com reflexos claros na demografia, nas actividades humanas,

que decorridas num curto espaço de tempo, serão bem mais de-

no capítulo social. A reconstrução do território, a construção da

cisivas da determinação dos seus respectivos futuros que todas

União Europeia e a emergência de novas potências económicas a

as outras verificadas ao longo das suas histórias.

nível mundial influíram de forma decisiva numa nova organização mundial. Importa pois perceber como Portugal se enquadrou e como se localiza nesta nova organização geopolítica mundial. E, na mesma ordem de ideias, porque também peça deste complexo xadrez, importa também perceber qual o papel e a acção de Santa Maria da Feira neste contexto.

A análise das mutações referidas de índole diversa permitem afirmar que o concelho de Santa Maria da Feira cresceu, desenvolveu-se, ganhou notoriedade a nível regional e nacional. Nenhum território poderá ser visto e analisado de forma isolada ou estanque, quer seja no tempo ou no espaço. Cada país, cada


CAPÍTULO I INTRÓITO

Enquadramento do concelho de Santa Maria da Feira em Portugal e na Região (Área Metropolitana do Porto e Entre Douro e Vouga)


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Todo o processo de mudança é acompanhado de um outro… de

originaram (ou originam ainda) essa realidade.

adaptação. E a história recente do Mundo dita-nos que as regiões

A pertinência dessa análise adquire maior relevância

que revelam maior capacidade de adaptação à mudança têm

se observarmos os números da realidade nacional, que

sido precisamente aquelas que desenvolvem maior aptidão para

em idêntico período registou o aumento populacional de

crescerem e se desenvolverem de forma mais rápida e eficiente.

21,69%.

Por oposição, aquelas que menores competências revelam no reconhecimento e assumpção das mudanças, correspondem preci-

Deste modo, resulta claro que importa proceder-se ao retrato do

samente ao conjunto de regiões que vêem aumentada a distância

cenário actual do município, mas também ao retrato de há 30/40

que as separa do desenvolvimento e da sustentabilidade.

anos atrás. Porém, e talvez bem mais importante, será tentar perceber quais os factores, que políticas, que realidades (endógenas

20

Ora é precisamente neste contexto de permanente mudanças que

ou exógenas) nos ajudam a perceber essa mesma evolução.

se desenvolveu nos últimos 35 anos que poderemos e deveremos enquadrar Santa Maria da Feira. A análise dos últimos anos

Retratar-se a História de um país, de uma região ou de um conce-

revela-nos que o concelho sofreu notáveis alterações, transforma-

lho não se perfila tarefa fácil. E quanto menos for a distância tem-

ções e mutações. Este intervalo temporal, da actualidade até há

poral em relação aos factos em causa, mais se intensificam essas

meio século atrás, foi palco de uma fortíssima expansão urbana

dificuldades, pois cada qual pode cair na tentação de escrever a

no concelho, resultante de um aumento particularmente signifi-

sua própria versão da história. No entanto, há momentos, episó-

cativo da população feirense, sendo que ambos os fenómenos

dios, realidades que, pela sua intervenção decisiva e determinantes

se explicam, em grande medida através da crescente mobilidade

na História dos países e das regiões, merecem ser analisadas com

entre municípios e regiões em busca de focos de emprego e

especial cuidado e pormenor.

melhor acessibilidades. Ora, este indicador revela, por si só, que o município foi capaz de desenvolver uma capacidade

No caso da História recente de Portugal, o 25 de Abril de 1974

atractiva para as populações. Uma observação atenta da

terá sido, com toda a certeza, o grande momento histórico do

evolução da população no concelho de Santa Maria da

país. Não só pelo seu significado imediato (derrube de um regime

Feira permite concluir-se que, num curto espaço tempo-

politico ditatorial que oprimiu Portugal e os portugueses durante

ral (1970 a 2001), se registou um aumento do número de

meio século) mas também, e sobretudo, pelo significado que de-

feirense em cerca de 42%. Este indicador, analisado de

sempenhou para o futuro do país e cujos ecos ainda hoje se fazem

forma isolada poucas ou nenhumas ilações nos permitirá

sentir. Com o 25 de Abril de 1974 e o surgimento de um Portugal

retirar, mas deverá ser, contudo, o mote para uma aná-

democrático, os modos de vida dos portugueses alteraram-se de

lise mais aprofundada e atenta sobre os fenómenos que

forma indelével. O país foi, aos poucos, abandonando um forte


CAPÍTULO I INTRÓITO

teor rural que o caracterizava, para se modernizar, industrializar

para poder encarar com maior optimismo e confiança

e urbanizar. A economia do país foi-se alterando e adquirindo

os desafios de um processo globalizante e globalizador

contornos diferentes dos que possuía até então. Esse momento

em curso.

significou o virar de uma página no país, uma ruptura com o passado e abertura de novos horizontes com vista à construção de

Com o final da 2.ª Guerra Mundial, a Europa viu-se confrontada

um (novo) futuro.

com a necessidade de resolução de graves problemas estruturais. Na alvorada do pesadelo gerado por este conflito armado, a

Portugal é um país em permanente crescimento e evolução desde

Europa estava “ferida de morte” no seu mais profundo âmago e

esse dia, consolidando a sua Democracia, almejando trilhar os

constatava-se a imperiosidade de se proceder à reconstrução de

rumos do Desenvolvimento e procurando alcançar a edificação

países “alma” do velho Continente, como o Reino Unido, França

plena de uma sociedade mais avançada, justa e solidária. Hoje,

ou Alemanha. Obviamente, e porque inserido neste contexto

volvidos quase quatro décadas sobre esse autêntico marco histó-

regional, Portugal via também a sua posição bastante enfraque-

rico, é comummente aceite que o Portugal de hoje mais não será

cida. O regime colonialista ou ultramarino que havia sustentado

que uma remota recordação do Portugal de outrora. As mudanças

largos anos a estrutura económica de um país revelava francos

precipitaram-se a um ritmo alucinante e o país metamorfizou a sua

sinais de enfraquecimento. A estrutura do país revelava-se, aos

face. E com o país as suas gentes.

poucos, trémula e ameaçava ruir. Consequência desse mesmo facto Portugal agudizava com os efeitos de uma grave crise eco-

Os indicadores de mudança económica e social das últimas três

nómica e financeira que o estrangulava.

décadas confirmam esta evolução vincada do país que possui hoje modernas infra-estruturas rodoviárias e de transportes, onde

Ao mesmo tempo, a juntar a tudo isto, eclodia a Guerra Colonial

a qualidade de vida média das populações cresceu de forma

Portuguesa, que mais não foi do que uma desesperada tentativa do

significativa, a esperança média de vida aumentou para níveis

regime em evitar o inevitável: a queda de um Portugal Ultramarino.

semelhantes aos dos países mais avançados da Europa, e em que a generalidade da população tem acesso a todos os níveis de

Portugal estava, assim, confinado a si próprio. E é neste

ensino, a cuidados de saúde, bem como aos meios culturais.

contexto que em 25 de Abril de 1974 se dá uma revolução militar que perspectivou conferir um novo rumo ao país. Com o derrube

Estes passos dados pelo país apenas foram possibilita-

do regime que vigorou perto de meio século em Portugal, era tem-

dos pela consolidação do edifício democrático nacional

po, então, de fazer surgir um novo sentimento, uma nova política,

que potenciou um processo de desenvolvimento da

um novo rumo que haveriam de mudar a face do mais ocidental

economia e da sociedade portuguesas, hoje preparadas

país do Continente Europeu.

21


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA


CAPÍTULO I INTRÓITO

Propalava-se a necessidade de se Democratizar, Descolonizar e

Este vigor económico do município protagoniza uma enorme

Desenvolver Portugal. Estas eram as aspirações de um povo e de

transformação a vários níveis: demográfico, económico, social, de

um país que se via mergulhado numa grave crise económica.

estrutura urbana.

Com a Revolução, Portugal aboliu as reformas de proteccionismo

Conhecer esta “história de 35 anos do município é, sem

económico e foi deixando cair por terra uma política financeira

dúvida, um exercício deveras importante, até para que possamos

assente em constantes desvalorizações do Escudo. O país abria-

responder afirmativa e cabalmente aos desafios que são, hoje,

-se, deste modo, aos ditames de uma política económica global,

colocados ao concelho. Desafios que exigem maior competitivida-

realidade que viria a ser, anos mais tarde, reforçada com a adesão

de e produtividade, sob pena de se falhar o objectivo fulcral para a

à Comunidade Económica Europeia (CEE, actual União Europeia).

sustentabilidade económica. 23

Inserido num contexto Europeu, Portugal era (e é) desafiado a cumprir pactos de convergência. Os incentivos comunitários

Como será fácil perceber, os desafios atrás referidos relacionam-

permitiram, numa primeira fase, encetar-se um processo de

-se com a convergência com o pelotão da frente do comboio

desenvolvimento e modernização do país assente na melhoria das

europeu. Importa, pois, aquilatar de que forma o concelho de

condições infra-estruturais responsáveis por uma industrialização

Santa Maria da Feira se tem preparado para este desafio que é

do país e um progressivo abandono das actividades rurais.

colocado ao país, ao seu tecido económico e social, aos seus sectores de actividade, cientes de que o caminho apontado como

Este momento catalisa um outro fenómeno associado no tempo,

o garante do sucesso do país assenta num processo de qualifi-

bastante acentuado, de litoralização do país e um progressivo

cação e especialização da mão-de-obra, aumento dos índices de

abandono das regiões interiores.

produtividade, maior competitividade dos produtos e empresas nacionais num contexto global.

Opera-se como que uma metamorfose no país; e no concelho de Santa Maria da Feira também. Mercê de um

Nas últimas décadas, Portugal fez um enorme progresso no

vincado carácter laborioso das suas gentes e da sua mão-

processo de convergência com a média da actual União Europeia.

-de-obra, o município especializa-se em actividades liga-

É até considerado como um dos países que mais progressos

das ao sector industrial, com especial ênfase para os sec-

fez neste domínio, Porém, nestes últimos anos, esse processo

tores de transformação da cortiça e calçado. Decorrentes

conheceu uma substancial desaceleração.

desta alteração da estrutura produtiva do município, as actividades relacionadas com o sector agrícola foram perdendo o peso específico que possuíam até então.


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

24


CAPÍTULO I INTRÓITO

É, pois, nesta encruzilhada que Portugal se encontra. Os desafios

os desafios de um fenómeno que, na época, se começava a fazer

que se colocam ao país são, claro está, de enorme grandeza.

sentir: a globalização.

Com uma Europa a 27, Portugal deverá saber modernizar-se (nas suas estruturas físicas e humanas), no sentido de poder competir

A democracia foi sendo consolidada, facto que permitiu o reforço

com os demais parceiros comunitários.

da estabilidade e competitividade nacionais e a melhoria significativa das condições de vida dos cidadãos. Portugal deixou

Só um Portugal “competente”, “competitivo” e

de estar, como até então, circunspecto em torno de si próprio,

“seguro de si mesmo” poderá enfrentar, com sucesso,

passando a ser mais aberto e capaz de actuar num quadro

os desafios que se lhe deparam.

marcado pela diversidade e alcançando uma visão cosmopolita das relações internacionais. Com a ajuda dos fundos estruturais –

A história de uma vivência europeia em comunidade é já uma

a maior operação de solidariedade na história de Portugal – o país

História de 50 anos. O resultado de integração é único: estamos

foi elevado (e capaz de se elevar) a um outro nível de expansão

perante a maior comunidade de democracias do mundo, com 27

económica, como evidencia a convergência do seu Produto In-

países e, simultaneamente, o maior espaço de comércio livre do

terno Bruto (PIB) com a média comunitária. É certo que nem tudo

mundo, onde uma moeda única circula e é partilhada pela maioria

tem sido perfeito neste trajecto de 20 anos, mas certamente da

dos cidadãos europeus e com normas comuns de protecção

experiência acumulada se retirarão as lições que permitirão apro-

ambiental e de segurança dos produtos.

veitar, no futuro, de forma ainda mais eficiente, as oportunidades de desenvolvimento que a União Europeia proporciona.

Se a História da Comunidade Europeia é de sucesso, o balanço dos cerca de 20 anos de adesão de Portugal à União Europeia é,

Em 22 anos de integração europeia, Portugal

indiscutivelmente, positivo. Para os que, na altura, se mostravam

apresenta, globalmente, uma evolução positiva.

mais relutantes, cépticos e pessimistas, para os que elaboraram

Ninguém ousa fazer cenários sobre o que seriam a

prognósticos mais reservados e derrotistas, os números compila-

economia e a sociedade portuguesas num contexto de

dos desta história de duas décadas de adesão são número que

não integração europeia.

retratam uma história de sucesso. A interrupção do processo de convergência real entre a economia Condições económicas, sociais e culturais foram criadas para

portuguesa e a europeia, observada no início da presente década,

que o país acedesse ao conjunto dos países mais desenvolvidos.

coloca aos portugueses um novo desafio. No entanto, uma

Portugal deixou de estar condenado à periferia de uma Europa

análise mais ampla e mais atenta sugere que esta interrupção se

em franco progresso e tornou-se, por isso, mais apto a enfrentar

deve a factores mais amplos do que às meras consequências do

25


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

26


CAPÍTULO I INTRÓITO

processo recessivo que a economia portuguesa atravessa.

Assim sendo, mudanças ao nível da estrutura produtiva nacional,

A economia nacional tem em curso uma mudança do seu modelo

do seu comércio externo e do funcionamento do mercado de

de crescimento económico (balizada por necessidades de incor-

trabalho, são fundamentais para que a economia portuguesa

poração de emprego mais qualificado) que é complexa e exigente

alinhe estruturalmente com a economia da União Europeia.

do ponto de vista das estratégias empresariais ganhadoras. Essa

A relevância das mudanças ocorridas em 20 anos de integração

mudança está a ser concretizada em pleno processo de conso-

europeia revela um forte alinhamento de Portugal em algumas

lidação de contas públicas e dos primeiros passos em matéria

áreas essenciais, fundamental para potenciar um contributo mais

de reformas estruturais. Além do mais, essa mudança ocorre em

activo de Portugal na construção europeia.

contexto de globalização agressiva e com plena integração na zona Euro, cujo comportamento nos mercados cambiais tendeu a constituir uma dificuldade adicional para a consolidação das exportações portuguesas.

ÁREA CENTRAL DE LOUROSA

27


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

28

Na últimas duas décadas o país progrediu em termos da

As mutações políticas, sociais e económicas vividas ao longo

melhoria das condições de vida e de saúde, transformou profun-

destes 35 anos pelo mais ocidental país da Europa tiveram, como

damente as suas condições de mobilidade/acessibilidade, reagiu

é óbvio, reflexos vários no concelho de Santa Maria da Feira. Tal

favoravelmente à crescente importância do tema da susten-

como em Portugal, muito mudou no município ao longo destas

tabilidade ambiental, alinhou positivamente nos progressos a

quase quatro décadas. Com uma economia local assente sobre-

sociedade de informação e do governo electrónico e revelou

tudo na indústria transformadora, Santa Maria da Feira soube

capacidade significativa de integração de populações etnica-

percorrer um trilho de crescimento e modernização. Hoje, lembrar

mente diversificadas. Por outro lado, a integração europeia

o concelho de 1974 é olhar para trás e perceber que muito

propiciou condições favoráveis ao crescimento estruturado do

mudou. Quase tudo. A única excepção será mesmo o carác-

sistema científico nacional e à sua internacionalização. Simulta-

ter laborioso das suas gentes. Hoje, como ontem, os feirenses

neamente, em alguns domínios, observou-se uma forte e rápida

continuam a fazer do trabalho o seu principal cartão-de-visita.

convergência com a realidade europeia.

Alteraram-se os modos de vida; os núcleos urbanos adensaramse e multiplicaram-se. A rede viária concelhia cresceu e ramificou-

Assim, no período mais recente desde a integração no contexto

se, aproximando o concelho do país e do mundo; equipamentos

europeu, Portugal, e depois de uma fase de vivacidade demográ-

surgiram um pouco por todo o lado, escorando e potenciando o

fica, o nível de envelhecimento da população aproximou-se da

crescimento económico e o desenvolvimento das populações. Ao

média europeia. Do mesmo modo, o funcionamento do mercado

longo dos últimos 35 anos, Santa Maria da Feira tem sido, sem

de trabalho tende também a apresentar padrões de funciona-

exagero nas afirmações, um dos municípios portugueses que

mento mais próximos dos europeus. Persistem, é certo, algumas

mais notoriedade soube conquistar e assume-se hoje como um

dissonâncias cuja superação abrirá a Portugal um novo ciclo de

modelo inspirador de outros municípios.

convergência real. A mais rápida evolução da produtividade do trabalho, a melhoria dos contributos do sistema científico para a

Em poucos anos, o concelho soube “munir-se das

inovação empresarial, a mais rápida tradução das melhorias infra-

armas” para poder enfrentar o competitivo mundo

estruturais da sociedade de informação em modelos de gover-

da globalização. As suas empresas e os seus produtos

nação mais eficientes e com melhor serviço público e a melhoria

estão presentes nos quatro cantos do mundo e fazem

sustentada das qualificações dos portugueses activos e empre-

parte do dia-a-dia de milhões de pessoas. O nome de

gados constituem domínios em que é legítimo esperar progressos

Santa Maria da Feira conquista, diariamente, novas

na próxima década de integração europeia.

fronteiras e internacionalizou-se.


CAPÍTULO I INTRÓITO

29

ÁREA INDUSTRIAL EM MOZELOS


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

30

ZONA INDUSTRIAL DE ROLIGO


CAPÍTULO I INTRÓITO

31


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Santa Maria da Feira destaca-se, portanto, pela força da sua

A indústria da cortiça (que representa 11% da

história, mas também pelo vigor que assume no desafio dos

actividade industrial nacional e assume-se como 60%

tempos de hoje. Com uma população de cerca de 145 mil

no total da Indústria em todo o mundo deste sector,

habitantes e uma área de cerca de 215 km2 repartida por 31

sendo, por isso, o maior pólo corticeiro a nível

freguesias, Santa Maria da Feira é um município que se

mundial) perfila-se como um dos grandes “cartões-de-

destaca, então, tanto pela força histórica do seu passado

-visita” deste concelho, sendo a indústria do calçado

milenar, como pelo vigor com que desafia os tempos modernos.

outro sector estratégico da actividade económica do

É desta simbiose entre passado longínquo e glorioso e um

concelho e que possui elevado peso na sua balança

presente assente no labor das suas gentes que resulta a força e

produtiva.

dinamismo de um concelho que se tem vindo a afirmar nos 32

contextos regional e nacional. Dotado desde sempre de uma

Há ainda a presença de actividades industriais relacionadas com

boa rede viária com privilegiadas ligações a todo o país, o mu-

a metalomecânica, ferragens, madeiras, papel e a puericultura,

nicípio destaca-se grandemente no contexto distrital de Aveiro

sendo que, neste último caso, se trata do único pólo de produção

em termos de concentração industrial e de mão-de-obra activa

do país.

(29,8% e 23,5% respectivamente).

A economia local assenta, sobretudo, em actividades relacionadas com a actividade transformadora (Indústria), que representa 62% do total de toda a actividade económica local, sendo que, num passado recente, as actividades económicas relacionadas com os serviços e o turismo têm vindo a adquirir cada vez mais intenso peso representando na actualidade cerca de 37%.

As actividades relacionadas com a agricultura apresentam valores quase residuais na microeconomia de Santa Maria da Feira, o que, e se atendermos à realidade de há 50 anos atrás, nos permite concluir que a metamorfose deste município se deu de forma intensa e rápida.


CAPÍTULO I INTRÓITO

33

CARTA DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS Indústria Comércio/Serviços


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Apesar de, tradicionalmente, Santa Maria da Feira ser um município de forte teor industrial, a aposta estratégica dos seus órgãos gestores tem envidado esforços no sentido de diversificar a economia local. Nesse sentido, e conscientes de que o Turismo se apresenta como vector estratégico para o país, porque possuidor de um património histórico e cultural riquíssimo, Santa Maria da Feira tem vindo a ganhar notoriedade nacional e internacional neste domínio. O património histórico edificado e natural faz perfilar a actividade turística como verdadeira oportunidade para o município vencer os desafios da competitividade que se lhe deparam.

O castelo, belíssimo exemplar da arquitectura militar medieval, as Termas das Caldas de S. Jorge, unanimemente consideradas com uma das melhores estâncias do país, o Museu Convento dos Lóios, o Museu de Papel das Terras de Santa Maria, os Castros Romanos de Romariz e Fiães são apenas alguns dos exemplos da enorme riqueza de um município que “respira” história e tradição. Sublinhe-se ainda a existência do Europarque e Visionarium, o Museu de Santa Maria de Lamas ou o Parque Ornitológico de Lourosa, que se assumem, igualmente, como vértices estratégicos da actividade turística do concelho.


CAPÍTULO I INTRÓITO


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA


CAPÍTULO I INTRÓITO

37


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA


CAPÍTULO I INTRÓITO


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

40

No entanto, a dinâmica e o vigor crescente da actividade turística

dade de se vencer a Globalização em curso. Batalha que só será

de Santa Maria da Feira advém, sobretudo, da forte aposta no

vencida a utilizando a força da inovação, do conhecimento e da

denominado “Turismo Cultural”. A Festa das Fogaceiras, tradição

criatividade. No caso de Santa Maria da Feira a diversificação das

com mais de 500 anos, que radica no cumprimento de um voto

actividades económicas, já iniciada, é imperiosa. Alguns indica-

de agradecimento feito ao Mártir S. Sebastião e o Imaginarius

dores apontam nesse sentido. Basta atentarmos no surgimento

– Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira

de estruturas âncora como os centros tecnológicos, o adensar

que, anualmente, traz ao concelho os melhores espectáculos

dos parques pré-escolar e escolar municipais, o surgimento do

de teatro de rua de diversos países são apenas dois exemplos.

Ensino Superior no concelho, a proliferação de Zonas Industriais,

Evento de grande relevo e excelência, que merece um especial

espalhadas pelas freguesias do concelho, fazendo conviver as

destaque, é a Viagem Medieval em Terras de Santa Maria que,

actividades ditas tradicionais com novas oportunidades decorren-

durante 10 dias, recria espaços e episódios históricos da época

tes de alterações do mercado global.

medieval e que faz acorrer às ruas do centro histórico de Santa Maria da Feira mais de 500 000 visitantes, ano após ano.

Caracterizar o concelho de Santa Maria da Feira é um exercício que exige uma visão ampla e integradora de vários factores, até porque, o dinamismo deste município assenta em diversos vértices como aspectos geográficos, a sua história e a sua economia. Nenhum destes factores poderá, por si só, explicar de forma isolada a realidade deste concelho, até porque, é desta combinação complexa de factores, realidades e diversidades que resulta a realidade de Santa Maria da Feira e que distingue o município dos demais.

Somente com esta visão integradora dos factores é que Santa Maria da Feira poderá conquistar um desafio denominado FUTURO.

As inúmeras análises prospectivas realizadas são unânimes ao considerar que a Portugal e à Europa estão reservados tempos difíceis só superados (ou superáveis) tendo presente a necessi-


CAPÍTULO I INTRÓITO

41

PARQUE ORNITOLÓGICO DE LOUROSA


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

42

CARTA DE PONTOS DE INTERESSE TURÍSTICO

Fonte: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, 2009


CAPÍTULO I INTRÓITO

O Conselho Europeu de Lisboa (realizado no ano de 2000) fixou para

to assentes na tecnologia e no domínio do conhecimento.

a União Europeia o objectivo estratégico de se tornar a economia do

Por seu lado, e em termos internos, a Resolução do Conselho de

conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo, capaz

Ministros n.º 25/2006 de 10 de Março de 2006, que aprova as

de um crescimento económico duradouro acompanhado de uma

orientações fundamentais para a elaboração do Quadro de Referência

melhoria quantitativa e qualitativa do emprego e de uma maior coesão

Estratégico Nacional (QREN) e Programas Operacionais (PO) para o

social. Para tal, e neste contexto, aponta-se, a Europa deve saber

período 2007/2013, insere-se plenamente na abordagem adoptada

renovar as bases da sua competitividade, aumentar o potencial de

pela União Europeia e estabelece como prioridades estratégicas

crescimento, bem como a produtividade e reforçar a coesão social,

nacionais por parte do QREN e de todos os PO:

apostando sobretudo no crescimento, na inovação e na valorização do capital humano.

a) Promover a qualificação dos portugueses, desenvolvendo e estimulando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação como

A política de coesão assume-se como um instrumento privilegiado

principal garantia do desenvolvimento do País e do aumento da sua

desse processo, devendo dar contributo relevante à consecução

competitividade;

deste desiderato, designadamente nas regiões menos favorecidas da União. Os fundos estruturais tornam-se assim parte integrante da

b) Promover o crescimento sustentado através, especialmente, dos

estratégia de Lisboa, adoptando os objectivos então estabelecidos e

objectivos do aumento da competitividade dos territórios e das em-

passando a ser vector essencial da sua realização, através de progra-

presas, da redução dos custos públicos de contexto, incluindo os da

mas de desenvolvimento nacionais e regionais.

administração da justiça, da qualificação do emprego e da melhoria da produtividade e da atracção e estímulo ao investimento empresa-

As Orientações Estratégicas para a Política de Coesão no período de

rial qualificante;

programação financeira em curso definem: o reforço da atractividade dos Estados-Membros, das regiões e das cidades;

c) Garantir a coesão social actuando, em particular, nos objectivos

o reforço da inovação, do espírito empresarial e do crescimento da

do aumento do emprego e do reforço da empregabilidade e do

economia do conhecimento; e a criação de mais e melhor emprego

empreendedorismo, da melhoria da qualificação escolar e profissional

como sendo as três grandes prioridades a almejar pela aplicação dos

e assegurando a inclusão social, nomeadamente desenvolvendo o

recursos comunitários.

carácter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a igualdade de oportunidades para todos e a igualdade do género, bem como

De salientar, desde logo, a dimensão territorial da intervenção estru-

a reabilitação e reinserção social, a conciliação entre a vida social e

tural comunitária e, em particular, a relevância que é dada às cidades

profissional, e a valorização da saúde como factor de produtividade e

como pólos aglutinadores e motores de processo de desenvolvimen-

medida de inclusão social;

43


CASA DA PORTELA

QUINTA DO SEIXAL

QUINTA DA TORRE

QUINTA DA MURTOSA



ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

46

CARTA DE EQUIPAMENTOS SOCIAIS

(apoio ao imigrante)


CAPÍTULO I INTRÓITO

d) Assegurar a qualificação do território e das cidades traduzida, em

potenciar a formação de quadros qualificados, de serviços de maior

especial, nos objectivos de assegurar ganhos ambientais, promover um

valor acrescentado, de produção científica e de infra-estruturas e equipa-

melhor ordenamento do território, prevenir riscos e, ainda, melhorar a co-

mentos de comunicação e internacionalização. É neste pressuposto que

nectividade do território e consolidar o reforço do sistema urbano, tendo

deve assentar a lógica do novo paradigma de desenvolvimento do País,

presente a vontade de reduzir assimetrias regionais de desenvolvimento;

da Região Norte e do Município.

e) Aumentar a eficiência da governação, privilegiando, através de

É pois este enquadramento, às escalas europeia, nacional e

intervenções transversais nos diversos PO relevantes, os objectivos de

regional, que dita a necessidade de apostar na sociedade e economia

modernizar as instituições públicas, melhorar a eficiência e qualidade

do conhecimento e de eleger a inovação como factor chave do reforço

dos grandes sistemas sociais e colectivos com reforço da sociedade

da competitividade. Para tal, é necessário saber-se transformar os

civil e melhoria da regulação.

territórios em áreas ordenadas, com respeito pelos valores ambientais e fomentar-se espaços socialmente coesos. Este será, então, o desiderato

Tais prioridades articulam-se naturalmente com o Plano Tecnológico e

comum a qualquer política de desenvolvimento para os próximos anos,

com o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego.

visto serem as vertentes essenciais de uma estratégia de progresso sustentável para uma região que se situa aquém dos níveis médios de

A nível regional, os trabalhos de análise e reflexão sobre o futuro da

riqueza comunitários, que está exposta a uma cada vez maior concor-

Região Norte e as opções de afectação das verbas que daí decorrem

rência de bens e serviços dentro e fora da Europa e que está a viver,

conduziram também a prioridades que se enquadram perfeitamente

por imposição da economia “mundializada”, um progresso rápido de

na abordagem europeia e nacional que acima se identifica. Com

reconversão produtiva com significativos impactos sociais negativos.

efeito, as três prioridades de desenvolvimento da Região Norte para o período são as seguintes:

No quadro de referência nacional, a competitividade da Região, marcada pela especialização em actividades produtivas tradi-

– Promover a intensificação tecnológica da base produtiva

cionais, por uma força de trabalho relativamente desqualificada

regional;

e pela debilidade de oferta de serviços de apoio às empresas, é

– Assegurar sustentadamente a competitividade regional;

colocada em risco. Esta debilidade económica é ainda agravada

– Promover a inclusão social e territorial.

pela evolução salarial crescente dos últimos anos, situação que se torna incompatível com o modelo produtivo em vigor, e também

Numa estratégia deste tipo, assente na economia do conhecimento,

pela consequente vulnerabilidade da estrutura produtiva regional à

na tecnologia, na investigação científica e na inovação, exige-se uma

concorrência do binómio capital-trabalho e da produção em série,

actuação planeada e concertada a diversos níveis, de forma a poder-se

criam condições favoráveis à deslocalização industrial.

47


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Para contrariar estas tendências é necessário intervir, colocando-

Este padrão confere à região uma vocação específica, em termos

-se o desafio de repensar a natureza das vantagens competitivas,

nacionais, que é a de estar no centro de um sistema económico

aproveitando os recursos produtivos disponíveis, incentivando a

predominantemente constituído por actividades transaccionáveis

criação de competências específicas de apoio a esses mesmos

e fortemente internacionalizadas. Ganham assim relevo, actual ou

recursos. Para o efeito, a solução passa pela especialização da

potencial, as actividades terciárias associadas à internacionaliza-

região em actividades com potencial para criar condições para a

ção e à competitividade.

competitividade e para dar o salto qualitativo indispensável à consecução de uma estratégia que volte a colocá-la numa trajectória

As estatísticas são duras para a Região Norte, seja na economia,

de convergência económica e social com as médias europeias.

na educação, no emprego, ou no rendimento per capita dos seus habitantes. O empobrecimento da região nos últimos anos é

48

A análise da estrutura produtiva da região permite observar a exis-

alarmante. Sabe-se que somente em 2002 e 2003, o PIB regional

tência de uma base industrial bastante significativa, consolidada e

teve uma quebra acentuada, registando um crescimento negativo

dinâmica, caracterizada pela existência de um conjunto de zonas

de dois pontos, com idêntica tendência nos anos seguintes. A

de “monoespecialização”, direccionadas para a produção de bens

crise económica e social decorrente do ciclo económico, mas

de consumo final.

sobretudo da profunda reestruturação e reconversão da actividade económica regional, tem vindo a fazer aumentar continuamente a taxa de desemprego e a colocar a Região Norte na cauda de alguns indicadores nacionais.

No entanto há factores competitivos que importa realçar. Nas décadas de referência, intensificou-se o crescimento demográfico à semelhança do que registara em décadas anteriores; a população é jovem, face à realidade nacional, embora revele nas últimas décadas um maior envelhecimento e uma maior participação feminina. Entre 1991 e 2001 a qualificação académica da população aumentou. A qualificação da mão-de-obra disponível tem vindo também a aumentar.

TERMAS DE S. JORGE


CAPÍTULO I INTRÓITO

O crescimento substancial da actividade turística consiste num dos fenómenos económicos e sociais mais marcantes do último século, com o crescimento médio superior ao da economia mundial, um que se prevê continue a ser mantido. Em Portugal, o turismo representa um contributo significativo para a criação de riqueza e de emprego. Em 2004, Portugal ocupava a 19.ª posição na hierarquia dos destinos turísticos, com uma quota de mercado das chegadas de 1,5%.

Para além do valor económico associado directamente à actividade ao nível local, o turismo deve ser entendido como um veículo de marketing territorial de promoção da competitividade, assumindo-se como um vector determinante do futuro concelhio.

PORTO CARVOEIRO

49


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

50

MUSEU CONVENTO DOS Lテ的OS


CAPÍTULO I INTRÓITO

No cenário actual de economia global, a competição entre as diferentes

e no empreendedorismo e uma administração pública magra, ágil e

regiões ou cidades intensificou-se. O âmbito concorrencial é hoje global,

flexível onde o espírito de missão e de serviço sejam reencontrados.

não se resume à região ou mesmo ao país, mas sim a todo o globo, independentemente da área de negócio em que actuemos. Face a

A estratégia de desenvolvimento de Portugal num contexto Europeu as-

este cenário os decisores políticos têm de estabelecer estratégias de

sentou, durante largos anos, numa aposta intensa e clara na edificação

vanguarda que posicionem as cidades, regiões, países ou mesmo conti-

de infra-estruturas físicas de apoio às actividades económicas. A história

nentes, numa posição privilegiada face aos presumíveis concorrentes.

da Europa e da Humanidade diz-nos que as regiões menos desenvolvidas corresponderam sempre a regiões periféricas, com débeis acessibili-

Face aos desafios impostos pela acentuada internacionalização dos

dades físicas, económicas e sociais às regiões mais desenvolvidas.

mercados de factores e de bens, a competitividade dos países e das regiões passa, em grande parte, pela capacidade das empresas, mas

Deste modo, o apoio maciço à construção de redes de estradas e

também dos governos nacionais e locais, de definirem estratégias acti-

outras infra-estruturas e equipamentos de transportes nas áreas mais

vas de internacionalização. As intervenções ao nível da provisão de bens

frágeis, resultou do pressuposto de que tal se assumiria como condição

e serviços públicos, bem como as acções coordenadas entre empresas

essencial e necessária ao desenvolvimento dessas mesmas áreas. A

e instituições no domínio daquilo que se designa por eficiência empre-

política regional em Portugal, dominada essencialmente, nos últimos

sarial colectiva, constituem os domínios centrais para o sucesso dessas

anos, pela aplicação dos fundos estruturais foi, naturalmente, marcada

estratégias e, em consequência, para a promoção da competitividade.

por este pressuposto.

O reconhecimento dessa relevância do nível infra-estrutural para as intervenções converge, pelo menos em parte, com a ideia mediatizada pelo slogan “think global, act local”. O país e as regiões precisam de promover o aparecimento de uma nova classe empresarial, assente num profundo conhecimento científico, tecnológico e da História do país, virada para negócios de base tecnológica e com uma crescente componente de informação e conhecimento. Esta alteração de paradigma obriga a uma maior capacidade académica, científica e tecnológica dos recursos humanos do país, das empresas e à necessidade de criar uma maior competitividade dos nossos sistemas de ensino, formação profissional e educação ao longo da vida. Implica também a capacidade de desenvolver uma nova cultura empresarial baseada na inovação, na competência

VISIONARIUM

51


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

NÓ DA A1/A41 – NOGUEIRA DA REGEDOURA


CAPÍTULO I INTRÓITO

CENTRO TECNOLÓGICO DA CORTIÇA


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Nunca foi, porém, possível aferir os reais impactos dessas mesmas

Num contexto global é importante (decisivo até) saber-

infra-estruturas no processo de desenvolvimento das regiões, ainda

mos extrair o melhor de todas as nossas potencialidades

que, de uma forma geral, se possa concluir que as mesmas, por si só,

de modo a garantirmos um desenvolvimento sustentado.

apesar de condição necessária não seriam condição suficiente para a

Ultrapassar os constrangimentos do desenvolvimento, or-

sustentabilidade desse mesmo desenvolvimento.

ganizar o território e modernizar o tecido socioeconómico salvaguardando o equilíbrio Homem / Meio é a chave para

No actual cenário actual de economia desenvolvida à escala global,

o sucesso, sem negligenciar a indispensável coesão social,

a competição entre as diferentes regiões, ou cidades, intensificou-se

porque bem vistas as coisas o planeamento do território

fortemente. O âmbito concorrencial de hoje não se cinge a uma simples

faz-se a pensar nas pessoas.

região, mas sim a todo o Globo, independentemente da área de negócio 54

em que se actue. Confrontados com este cenário, necessitamos que os nossos decisores políticos estabeleçam estratégias de vanguarda que posicionem as nossas cidades, regiões, países ou mesmo continentes numa posição privilegiada neste novo e complexo “xadrez” geopolítico e económico.

Ora, é precisamente este enquadramento nas escalas europeia, nacional e regional, que dita a necessidade de se proceder a uma aposta firme e determinada no reforço da competitividade de uma região que está exposta a uma cada vez maior concorrência de bens e serviços, dentro e fora da Europa, e que está a viver um processo rápido de reconversão produtiva com alguns impactos sociais negativos, por imposição desta economia mundializada.

Os desafios que se colocam num futuro próximo são imensos e todos deverão estar disponíveis para, de uma forma activa, empenhada e em acção conjunta com os restantes actores do processo, contribuir para que a região possa dar o salto qualitativo indispensável ao estabelecimento de uma estratégia que vise a conquista de uma trajectória de convergência económica e social com as médias europeias.


55

CARTA DA REDE VIÁRIA


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

56


CAPÍTULO I INTRÓITO

II

´ CONHECIMENTO FISICO

57


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

58

CASTRO DE ROMARIZ


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

O território, unidade orgânica resultante da multiplicidade complexa

lhe coloca ao dispor do que propriamente em promover a susten-

de agentes vários, é o reflexo de uma história de milhares de anos

tabilidade desses mesmos recursos. Ora, ao agir desse modo, o

da estreita relação entre a acção humana sobre as características

Homem estará, por certo, a colocar em causa a sustentabilidade

do substrato físico onde se desenrola essa mesma intervenção.

das actividades económicas e/ou a sua própria subsistência.

A essa história de milhares de anos damos, genericamente, o nome de Civilização e importa procedermos ao seu estudo já que

A questão do determinismo físico sobre a acção do homem é uma

só a partir deste poderemos tomar consciência e conhecimento de

discussão que vem sendo promovida, de forma acesa, desde há

uma História que justifique o Presente e ajude a projectar o Futuro.

algumas décadas. Esse mesmo determinismo atribui ao Meio Físico o papel explicador, justificador e condicionador do estádio de

O Homem tem tido a única e ímpar capacidade de moldar (ou de

desenvolvimento humano. Por oposição, existe também a corrente

se moldar a) as características físicas do terreno em benefício pró-

que advoga precisamente o oposto, defendendo que o Homem

prio, de acordo com o seu estádio de desenvolvimento. Os efeitos

tem a capacidade única de moldar o terreno físico.

da “mão do Homem” no Ambiente, na Geologia, no Clima, na Hidrologia, nos Solos, (etc.) são tão mais pronunciados quanto o

Se por um lado parece óbvio que o carácter inóspito das gélidas

grau de desenvolvimento das técnicas que sustentam a Civilização

paisagens da Tundra desaconselha e inviabiliza até a presença

Humana num dado momento da História.

Humana nessas latitudes, também não será menos verdade que o Homem tem tido a grande capacidade de ultrapassar obstáculos

Desde há milhares de anos que o Homem vai “esculpindo” o

físicos impostos pela Natureza, convertendo-os em potencialidade

substrato físico que serve de garante às actividades económicas

e em benefícios próprios. Daí que se deverá, com toda a certeza,

e permite a sua subsistência. Importa enfatizar este aspecto já

abordar a questão sem determinismos de índole qualquer. A todo

que, não raras vezes, o Homem parece estar mais interessado em

o momento, o Homem e as comunidades recompõem a História e

garantir uma quase total exploração dos recursos que a Natureza

recriam as paisagens.

59


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Ora, a paisagem mais não é do que a interpretação do substrato

Por força da sua posição geográfica e geológica, a este território a que

físico que se depara aos nossos olhos, tendo sempre presente que

damos o nome de Portugal vêm morrer quase todos os elementos mor-

o Homem é agente integrante e activo na constituição e construção

fológicos da Península Ibérica, situação que lhe confere particularidades

dessa mesma paisagem. Negligenciar a presença Humana na

únicas e singulares.

paisagem é, desassombradamente, esquecer um dos agentes activos mais importantes na sua construção.

O velho soco que confere forma à Península Ibérica foi, ao longo da sua história geomorfológica, retalhado em grandes blocos por força da acção

60

A História da Civilização diz-nos que a fixação Humana tende a, de

de um denso sistema de falhas e fracturas. Este dado é tão ou mais

forma preferencial, efectuar-se em territórios que garantam a viabilidade e

importante se atendermos ao facto de que é, precisamente, esse sistema

sustentabilidade das actividades humanas. Os povos em que a actividade

de fracturação que imprime a orientação de conjunto dos principais rios

piscatória, a dado momento da sua história, adquiriu maior importância

ibéricos que tanto se vêem forçados a esventrar o resistente sistema de

fixaram-se junto dos recursos naturais que serviam de base à

rochas duras ou a espraiarem-se por entre os materiais mais brandos das

subsistência. De igual modo, com o aparecimento e desenvolvimento

orlas costeiras.

da Agricultura, o Homem buscou aqueles solos mais propensos a essa actividade. Ainda hoje, embora de forma mais esbatida por força do

O carácter único do território português decorre, sobretudo, na sua

desenvolvimento das redes de transporte e comunicação, esta acção

fachada atlântica. A proximidade e o contacto com o Oceano Atlântico

condicionadora do Meio sobre o Homem mantem-se.

são, indubitavelmente, os factores que conferem maior originalidade ao rectângulo mais a ocidente da Europa, até porque este será, com toda a

Assim se explica, em grande medida, a História de alguns dos mais anti-

certeza, o mais importante e o mais activo agente na definição do clima

gos povos e deste modo se torna possível igualmente perceber a nossa

de Portugal, devendo-se à presença do Oceano Atlântico o teor ameno

própria História. Daí que seja importante proceder-se a um exercício de

do clima português, por exemplo, já que é através das suas massas de ar

análise de Santa Maria da Feira, do seu território, das suas gentes ou das

que são suavizadas as temperaturas baixas e altas.

suas actividades económicas, integrando essa análise num sistema mais complexo e mais vasto, do qual o município faz parte, contribuindo, com a

A Natureza criou condições únicas para a diferenciação deste espaço em

sua especificidade e singularidade, para a construção de uma identidade

relação aos demais, diferenciação essa que promove a sua singularidade

colectiva a que chamamos de “portugalidade”.

à escala do Globo. Várias foram as civilizações que pela Península Ibérica passaram ou por aqui se fixaram, moldando este espaço.

O território em que o país se encontra não é, especificamente, português, dado que nos inserimos no extremo mais ocidental de uma Península que,

É neste cenário físico que desde há milhares de anos se têm instalado

do ponto de vista geológico, possui características e contornos maciços.

várias populações e povos.


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Portugal foi-se forjando num território fisicamente muito

Por outro lado, os rios, quando muito encaixados, dificultam as liga-

diversificado, onde muitos povos, com diferentes capa-

ções entre as margens. Na desembocadura, colmatam com rapidez

cidades e culturas se radicaram ao longo dos tempos,

e tornam difícil, quando não impossibilitam por completo, a passagem

pese embora essas acomodações conhecessem sucessos

para o mar, via de comunicação de cabotagem usual até há bem

e insucessos vários. Os portugueses de hoje, como os

pouco tempo entre povoações costeiras. Com mais graves conse-

portugueses de ontem, são continuadores da modelação

quências, levaram ao encerramento de numerosos portos importan-

de uma terra que só aparentemente será una, sendo que

tes no tempo das Descobertas que, por falta de águas profundas,

essas diversidades concorrem para as singularidades

ficaram inutilizados para base de navios de maior porte.

regionais e locais que chegaram até aos nossos dias, ao fim de quase nove séculos de identidade de um povo, de

Para além destes factos, a posição das povoações que se desenvol-

uma cultura.

veram em margens fluviais e em vertentes montanhosas, dita-nos que a maior parte se situa na margem direita, a menos escarpada pelos

A relevância do Atlântico na constituição da “portugalidade” não se

efeitos erosivos e simultaneamente a vertente soalheira e, por força

cinge única e simplesmente nos aspectos históricos da formação de

disso, a mais ocupada nas nossas latitudes.

um país ou da construção de um império ultramarino. A proximidade ao Oceano moldou um país e um povo que sempre dele dependeu.

O Atlântico, ao longo da sua própria história, oscilou entre níveis altos e baixos, modelando a sua própria paisagem, retalhando plataformas litorais ou obrigando o encaixe ou a colmatagem da parte terminal de alguns rios que irrigam a Península.

Estes acidentes têm forte impacto na ocupação do território.

As plataformas litorais, por serem quase varridas por ventos (secos no sul, húmidos no norte) e terem solos esqueléticos ou muito pobres vão assumir, dependendo dos casos, importâncias diferentes consoante a sua própria região, porque a humidade e o tipo de solos condiciona, sobremaneira, a vegetação natural e a gama possível de culturas agrícolas.

PARQUE DA MÁMOA – MILHEIRÓS DE POIARES

61


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

62

PARQUE DA VÁRZEA – PIGEIROS


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

As povoações são sempre atraídas pela água, seja ela fluvial ou

que se tornaram importantes pela valorização dos terrenos agrícolas

do mar. Qualquer análise que se estabeleça do povoamento em

e agro-pastoris à sua volta, as quais, muitas vezes, evoluíram para um

Portugal mostra que o apelo do Oceano foi sempre marcante. Na

complemento manufactureiro.

actualidade, quatro quintos da população vive a menos de 50 km da linha de costa, deixando atrás de si um território vazio de gente e de

Foi, então, deste modo que evoluiu o conceito de cidade em Portugal,

actividades, sendo esta uma das mais importantes características do

sem que houvesse qualquer tipo de relações entre os principais núcleos

povoamento moderno de Portugal.

urbanos portugueses, situação que se viria a alterar, paulatinamente, com o surgimento dos caminhos-de-ferro, em finais do século XIX. O comboio

Todo o agrupamento humano cria o seu ambiente local que interfere com

foi, portanto, responsável pela criação de uma malha urbana que ainda

o meio ambiente envolvente. A acção do Homem, por força de uma teia

hoje subsiste, não obstante uma certa “subalternização” imposta pelo

de relações físicas e mentais, tende a procurar uma valorização do territó-

transporte rodoviário que, entretanto se tem vindo a subalternizar.

rio. Esta poderia ser, de resto, uma definição de cultura que, em geral, funciona como factor de resistência a qualquer mudança mesmo que dessa, no fundo, possa resultar uma melhoria. As transformações podem ser lentas, aparentemente insensíveis à percepção e escala humanas, ou mais rápidas, por vezes bruscas até. E o último meio século foi, indubitavelmente, um pouco por todo o Mundo, um palco de modificações importantes.

Uma dessas transformações assinaláveis deu-se no domínio das cidades, quer na sua dimensão, quer nas suas funções. Hoje, as cidades dominam e estruturam o espaço. Fazem-no tanto mais e tão mais longe quanto maior for o seu poder demográfico, funcional e/ou político.

As cidades sempre organizaram a área envolvente e sempre absorveram, também, território em seu proveito.

O “nascimento” da maior parte das tradicionais cidades portuguesas radica em raízes militares ou militar-administrativas. Essa foi a lógica que presidiu ao surgimento da cidade em Portugal. Estas funcionalidades estabeleceram a diferenciação entre pequenas cidades e vilas LINHA DO VALE DO VOUGA

63


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

SANTA MARIA DA FEIRA


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Com uma maior multiplicidade de acessos, as cidades têm-se desenvolvido e enriquecido do ponto de vista funcional: inicialmente por acção da função “Indústria”, posteriormente por acção dos “Serviços”, alguns dos quais determinantes para a atractividade e fixação das populações e a sua maior “abertura”, como é o caso da introdução e generalização do ensino superior.

Os núcleos e centros urbanos não são só organizadores do espaço, delineando o seu crescimento, mas também hierarquizam funções. Se em Portugal, a Indústria raramente teve o impacto primordial que deteve noutros países, como em Inglaterra, por exemplo, não poderá, contudo ser menosprezada, nomeadamente, no noroeste nacional e o seu prolongamento atlântico até Coimbra (fazendo Santa Maria da Feira parte integrante desta realidade) e em alguns nichos de certa importância como na área de Leiria e no Algarve. Nestes casos, a Indústria tem origens essencialmente manufactureiras e é, muitas vezes, resultante de uma longa evolução cuja origem se dilui no tempo.

Outro aspecto da organização das cidades diz respeito ao mundo rural envolvente. A repartição regional e local das culturas, das espécies florestais e dos efectivos pecuários está intimamente relacionada, obviamente, a factores climáticos e pedológicos. No entanto, é bastante influenciada por factores socioeconómicos: ao lado de áreas agrícolas atrasadas podem encontrar-se explorações “modernas e eficientes”, sendo esta uma das características bem vincadas no Portugal de hoje, onde o espaço rural se transforma a grande velocidade.

65


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

EXPANSÃO POENTE DE SANTA MARIA DA FEIRA

ÁREA CENTRAL DE CANEDO


CAPÍTULO I INTRÓITO


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

O espaço é, cada vez mais, tridimensional (aprofunda-se à

e económicos já que, genericamente falando, se alguns aspectos

medida que se escavam minas e abrem poços de petróleo, se

da Geografia podem explicar a distribuição das riquezas, é à

multiplicam túneis para a passagem de vias de comunicação, à

História e à valorização das técnicas que elas podem ser valori-

medida que se elevam as alturas dos edifícios), e tudo interligado

zadas. Ora, os particularismos regionais resultam, precisamente,

por redes de telecomunicações cada vez mais potentes, eficazes

desta simbiose que se edifica ao longo do tempo.

e de acesso e utilização generalizados. Todo e qualquer espaço, deve ser organizado de forma a esbater

68

O mundo metamorfiza-se diariamente. Vivemos num meio cada

ou eliminar as necessidades da comunidade que acolhe. No

vez mais “emaranhado”, fruto de um adensar da complexidade

entanto, essa organização do espaço que se pretende, tem que

das relações internas estabelecidas. Graças ao desenvolvimento

saber respeitar as indicações, potencialidades e limitações forne-

impressionante das telecomunicações o mundo assume-se hoje

cidas pela Natureza e ser apoiada nas técnicas disponíveis, que a

como uma autêntica “Aldeia Global”. É hoje, e cada vez mais, um

ela se devem ajustar de modo a poder-se promover o necessário

complexo sistema de relações. A este fenómeno em curso dá-se

equilíbrio entre o natural e humanizado.

o nome de Globalização e o mesmo é visível não só no ponto de vista das telecomunicações ou da facilidade de se contactar

Hoje (porventura bem mais do que no passado) Meio

instantaneamente com alguém do outro lado do Globo terrestre,

e Homem são agentes maiores de uma relação que se

mas sobretudo nos domínios económico-financeiro, energético e

estreita progressivamente e cada vez mais. Assim de-

político. Qualquer decisão tomada neste complexo espaço pode

corre a uma escola Global, Continental, Nacional. Mas

ter (e tem frequentemente) efeitos a milhares de quilómetros de

assim decorre, também, a uma escala local. Conhecer,

distância, muitas vezes nefastos e reveladores de um

perceber, explicar o presente de Santa Maria da Feira

desconhecimento das especificidades e características únicas de

é compreender esta história / relação Homem – Meio,

cada região.

uma história de séculos, uma história com futuro.

É, pois, óbvio que o “desenho” do Mundo se alterou profundamente com a impressionante evolução da sociedade nos tempos mais recentes. Ora, precisamente devido a esse factor, é imperioso e imprescindível que se compreenda e conheça o Mundo de uma forma aprofundada nos seus múltiplos aspectos, com especial enfoque na sua História e Geografia, não só numa perspectiva geral mas, em especial, nos desenvolvimentos sociais


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

69

1. Geomorfologia

Do ponto de vista geomorfológico, o território português é parte integrante da maior unidade morfoestrutural da Península, o Maciço Antigo que, de Espanha, entra largamente no nosso país, ocupando todo o Minho e Trás-os-Montes e a maior parte das Beiras e do Alentejo, formando um troço de contornos aplanados – a Meseta Ibérica.

ROMARIZ


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

PEDREIRA DE GRANITO


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

A altitude média desse troço ronda dos 800/900 metros de

calcários lacustres, aluviões fluviais e fluviomarinhos), pouco

altitude e os 200/300, a norte e a sul, respectivamente, da Serra

deslocados e transbordando sobre as rochas do Maciço Antigo.

da Estrela, que promove a separação entre a Meseta Norte e a Meseta Sul. A Serra da Estrela, maior elevação de Portugal

A partir de Sines até à Orla Sedimentar Meridional, o Maciço Antigo

Continental (1900 metros) corresponde a um horst que forma a

estende-se quase até ao mar, separado deste por uma estreita

Cordilheira Central.

fímbria de areias, e no Algarve, estende-se de lés a lés, tendo

Sete décimos do território nacional são constituídos por rochas

com os calcários e as margas Cenozóicas.

como limite o sopé sul da Serra Algarvia, onde contacta de novo,

pré-câmbricas e paleozóicas, com predomínio de xistos, granitos e quartzitos. Por serem rochas muito antigas, sofreram uma longa

As rochas mais antigas de Portugal formam grupos litológicos

história de enrugamentos, deslocamentos e fracturação ao longo

muito heterogéneos, profundamente transformados por força de

de vários ciclos orogénicos, de entre os quais o ciclo Hercínico

sucessivos episódios tectónicos e erosivos que os afectaram.

imprimiu a orientação de conjunto e afloramentos das cristas

Estas rochas são de idade pré-câmbrica, quer seja a denominada

quartzíticas, principalmente no Norte, região mais fortemente

“Série Negra”, como alguns gneisses, quartzitos e vulcanitos do

influenciado por estes movimentos.

Nordeste Alentejano, ou o Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico com grandes extensões de xisto na Beira e no Leste

Nas bordaduras centro-oeste e sul deste Maciço Antigo en-

do Douro.

contram-se as Orlas Sedimentares, cujos sedimentos variados, sobretudo calcários e margas, assentam num substrato pouco

No decurso do Mesozóico, inicia-se o ciclo da orogenia alpina,

profundo e que sofreram várias fases de enrugamento e erosão.

embora os principais impulsos compressivos tenham ocorrido no

O limite da Meseta com a Orla Sedimentar de Oeste corresponde,

Cenozóico, sendo muito atenuado nesta área da Península Ibérica

grosso modo, a um limite estabelecido entre Aveiro e Tomar, de

(devido ao afastamento em relação ao centro da actividade) apenas

acordo com a direcção Norte/Noroeste da linha de costa, em

são característicos nos relevos da Arrábida, essencialmente pela sua

contacto abrupto, rectilíneo a partir de Tomar, e sempre para

direcção NNE/WSW e pelo intenso dobramento dos seus materiais.

Ocidente, o contacto passa a fazer-se de forma muito irregular (atingindo a Meseta, de dois a três quintos de largura de Portugal

Na passagem do Mesozóico para o Cenozóico, dá-se uma

ao longo do Alentejo) com as bacias Cenozóicas do Tejo e Sado,

acentuada actividade magmática, responsável pela génese dos

grandes áreas de abatimento, cuja subsidência foi sendo gradual-

maciços de Sintra, Sines e Monchique e, posteriormente, na região

mente compensada pelo preenchimento com materiais detríticos,

de Lisboa, originando derrames de lava basáltica e episódios de

essencialmente continentais (arenosos, cascalhentos, argilosos,

fases explosivas. Este final de período foi ainda marcado por uma

71


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

emersão generalizada do território, que continuou a ser retocado

são registados diariamente pequenos e médios abalos sísmicos

por agentes diversos, sobretudo paleoclimáticos Quaternários, de

que indiciam uma actividade sísmica activa.

grande importância e ainda hoje visíveis na paisagem através de unidades como praias levantadas, terraços fluviais, vales em U e

Todo o relevo é resultado, num dado contexto geológico, da

depósitos grosseiros.

acção dos agentes erosivos sobre as estruturas. A Península Ibérica é, no seu conjunto, uma área de terras altas, fendidas pelas

No Pliocénico estabeleceu-se a plataforma litoral e a actual rede

bacias mais importantes. De um modo geral, o relevo português

hidrográfica.

caracteriza-se pela concentração no norte de mais de 95% das áreas de altitude superior a 400 metros e de todos os cimos supe-

72

O Miocénico foi caracterizado por intrusões marinhas que atin-

riores a 1000 metros, que, muitas vezes, se erguem abruptamente

giram as bacias litorais, nomeadamente a Bacia do Tejo e do

na paisagem a menos de 50 quilómetros da linha de costa actual.

Sado, atingindo áreas tão longínquas como Ferreira do Alentejo ou Vendas Novas. A partir do final deste período, as tensões tec-

No sul, o relevo caracteriza-se pela predominância de terras

tónicas resultam do choque entre as placas eurasiática e africana,

baixas e aplanadas, onde, acima dos 500 metros só persistem

originando o basculamento da Península para Sudoeste.

alguns relevos mais resistentes à erosão como os sinclinais de S. Mamede e as cristas quartzíticas do Marvão, no Nordeste

A energia libertada pelas numerosas falhas activas que atraves-

Alentejano, as corneanas de Évora e o maciço eruptivo de

sam o território português, ou que se encontram próximo dele,

Monchique, no sudeste algarvio.

podem originar sismos de intensidade variável. Portugal é considerado como uma área de risco de sismicidade moderada.

O Concelho de Santa Maria da Feira, situado no

No entanto, vários episódios ocorreram em que se registaram

contexto do centro litoral norte do país é, do ponto

elevadas sismicidades.

de vista geomorfológico, uma região de transição entre os acentuados e muito antigos relevos do extre-

Desses episódios, o mais catastrófico nos seus efeitos destrutivos

mo ocidental da Meseta Ibérica e os solos recentes,

foi o de 1 de Novembro de 1755, ficando célebre como o

Terciários e Quaternários, que confinam com a Orla

“Terramoto de Lisboa”. O último abalo importante registado

Marítima, constituindo-se em anfiteatro fronteiro ao

ocorreu em 28 de Fevereiro de 1969, tendo o sismo atingido uma

Oceano Atlântico.

magnitude de 7,2 na escala de Richter, e sido sentido em todo o Continente, em especial na Costa Atlântica e no ocidente Algarvio. Embora de risco moderado, no território continental português


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

73

2. Hipsometria A carta hipsométrica do concelho revela um relevo irregular em

A nascente localiza-se as zonas mais elevadas do concelho. As

que a altitude pode variar entre os 50 e os 450 metros.

altitudes atingem os 450 m próximo das nascentes do Rio Inha, no limite de Romariz com o concelho de Arouca e na cumeada

Na zona poente, faixa que se estende desde o Oceano Atlântico

que define o limite do concelho da Santa Maria da Feira com os

até à Linha de Festo coincidente com o traçado da Estrada

concelhos de Gondomar, Castelo de Paiva e Arouca, local deno-

Nacional N.º 1, no concelho de Santa Maria da Feira, a altitude

minado, os quatro concelhos.

varia entre os 50 e os 250/300 metros. Nesta zona estão compreendidas as cotas menos elevadas do concelho e o relevo é

A depressão que se localiza no centro do concelho corresponde

nitidamente menos acidentado.

aos limites das freguesias de Fiães e Lobão e prolonga-se para norte para as freguesias de Sanguedo e Vila Maior. É uma unidade

Ao longo da cumeada coincidente com o traçado da Estrada

geomorfológica bastante importante no concelho, uma vez que,

Nacional N.º 1, constata-se que as altitudes vão aumentando de

nesta área conjugam-se terrenos planos e deprimidos, constituin-

Norte para Sul. No limite da freguesia de Nogueira da Regedoura

do o vale com maior dimensão do concelho, atravessado pelo

com Argoncilhe, a altitude máxima situa-se próximo dos 200 m,

rio Uíma. A altimetria pode variar entre os 125 e os 150 metros

ao passo que a Sul, entre o limite de S. João de Ver e Caldas de

no fundo do vale. Verifica-se ainda uma depressão a nordeste do

S. Jorge, e entre Sanfins e Pigeiros a altitude situa-se próxima

concelho, concordante com o vale do rio Inha, no entanto, não é

dos 300 m, atingindo um máximo de 325 m em S. João de Ver.

tão significativa como a depressão associada ao Vale do Uíma.


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

74

CARTA HIPSOMÉTRICA


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

O relevo apresenta um vale mais encaixado com desníveis mais

com inicio na cumeada coincidente com a Estrada Nacional N.º1.

abruptos, podendo as cotas variar entre os 50/75 m junto ao vale

As zonas de cumeada concordantes com a Estrada Nacional

do Douro e os 125 metros junto ao limite norte da freguesia do

N.º1 e com a Linha de Festo que divide as bacias hidrográficas do

Vale com Canedo.

Rio Uíma e do Rio Inha, revelam-se áreas altas, alongadas e com declives bastante suaves.

Salienta-se o facto de na parte Oeste do território predominarem as encostas voltadas a Noroeste. Nesta mesma área concelhia é notória ainda a alternância das encostas voltadas a Noroeste com as encostas voltadas a Sul, Sudoeste e Sudeste.

75

Na parte Central do Município as vertentes encontram-se maioritariamente expostas a Nordeste e a Este, enquanto que no Nordeste do Concelho não é notória uma orientação predominante, verificando-se terrenos expostos nas diversas orientações.

A carta de declives evidencia mais uma vez um concelho com fortes assimetrias no que diz respeito ao relevo. As assimetrias mais evidentes são as mesmas verificadas através da carta hipsométrica. A poente constata-se que o relevo tem declives mais suaves, que podem variar entre os 0-4%, atingindo em algumas áreas os 8% e esporadicamente os 16% nas zonas próximas à cumeada. Por sua vez, a nascente, dominam relevos com declives mais acentuados, que variam entre os 8-16%, atingindo com frequência os 16 e os 30%.

A depressão que se localiza no centro do concelho correspondente aos limites das freguesia de Fiães/Lobão (Vale do Rio Uíma)

CARTA DE DECLIVES

apresenta declives muito suaves (0-4%), contrastando com as

ATÉ 4% ENTRE 5% E 8%

encostas que a circunscrevem, das quais, se destaca a vertente

ENTRE 9% E 16% SUPERIOR A 17%


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

76

3. Hidrologia Do ponto de vista hidrológico, o concelho de Santa Maria da Feira localiza-se na fronteira de duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do Douro (de dimensão internacional) e a Bacia do Vouga.

A divisória entre estas duas unidades é constituída por uma série de linhas de cumeada, de direcção N/NW-S/SE, em que a principal acompanha o traçado da EN1, com inflexão para NE/ SW, no Sul do concelho, em Milheirós de Poiares e Romariz, com prolongamento para o interior do território – Arouca.

A estas duas grandes bacias nacionais, associam-se várias subbacias do concelho de Santa Maria da Feira. As sub-bacias do Rio Uíma, do Rio Inha e da Ribeira de Mosteiro integram a bacia do Douro. As sub-bacias da Ribeira do Cáster e do Rio Ul integram a bacia do Vouga e confluem para a Ria de Aveiro.

RIO UÍMA – LUGAR DA GAETA


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

77

CARTA DA REDE HIDROGRÁFICA


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

As bacias da Ribeira do Mocho e da Ribeira de Silvalde desembo-

Do ponto de vista morfológico, o território é caracterizado por

cam directamente no Oceano Atlântico, no concelho de Espi-

12 bacias hidrográficas. Oito delas dirigem-se de nascente para

nho. As Bacias da Ribeira da Remolha e da Ribeira de Rio Maior

poente, três têm sentido de escoamento de Sul para Norte e uma

desaguam na Lagoa de Paramos, na fronteira entre Espinho e

de Norte para Sul.

Esmoriz (concelho de Ovar). Associam-se ainda as sub-bacias da Ribeira da Lage e da Ribeira da Senhora da Graça, sub-bacias da

As bacias do concelho de Santa Maria da Feira apre-

sub-bacia do Cáster e a sub-bacia da Ribeira de Beire, sub-bacia

sentam características distintas, tanto ao nível da

da sub-bacia da Remolha.

forma, como da ocupação e uso do solo, influenciando o escoamento e o território em que estão inseridas.

78

RIO UÍMA – CALDAS DE S. JORGE


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

79

ENVOLVENTE DAS TERMAS DE S. JORGE


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

80


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

81

CARTA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

82

4. Geologia No que diz respeito à constituição geológica do Concelho de Santa Maria da Feira, predominam de granitos e rochas do Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico. Este complexo apresenta uma distribuição diversificada no concelho, salientando-se os xistos bióticos a piroblásticos na freguesia do Souto e Travanca, os gneisses em Escapães, os grauvaques em Mosteirô e os xistos esteaurolíticos em Canedo, Vila Maior, Lobão, Vale e Gião.

Existem afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos em grande parte do território, que surgiram por acção de um antigo mar, testemunhado pela existência do Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico. Estas rochas são constituídas quer por granitos porfiróides de grão grosseiro e médio nas freguesia das Caldas de São Jorge e Sanguedo, quer por granitos não porfiróides de grão médio, de duas micas, nas imediações das freguesia de Guisande, Lobão e Romariz.


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

83

CARTA GEOLÓGICA

Fonte:Instituto Geológico e Mineiro - IGM


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Na proximidade das ribeiras existem também depósitos de praias

mais baixos nas freguesias a poente. Este factor está relacionado

antigas e terraços fluviais Plio-Plistocénicos, nomeadamente os

com a maior proximidade ao Atlântico, bem como com as formas

vales junto às freguesias de Nogueira da Regedoura, Oleiros,

de relevo mais acentuadas aí existentes (chuvas orográficas). A

Paços de Brandão, Rio Meão, Espargo, Santa Maria da Feira,

temperatura é mais elevada a poente e mais baixa a nascente.

Travanca e Souto que, por sua vez, são as freguesias onde os solos são mais férteis.

Desta forma é de salientar que a amenidade do clima e a influência marítima é decrescente à medida que se avança para o inte-

84

Os aluviões surgem no Vale do Rio Uíma e na Ribeira de Cáster e

rior, possibilitando, sobretudo nos vales e encostas viradas a sul,

os filões aplito-pegmatíticos em São João de Ver.

a existência de vegetação muito diversificada.

Observa-se ainda uma grande mancha de rochas eruptivas que

No município em estudo os factores físicos, em conjugação com

atingem os extremos das freguesias de Argoncilhe e Romariz,

a acção antrópica, causaram acções sobre a paisagem que mani-

tendo a direcção de Noroeste-Sudoeste.

festaram reflexos na repartição e composição florística. A pressão demográfica nos solos com aptidão agrícola originou o recuo da

Desta forma, no Concelho de Santa Maria da Feira

floresta e o não aproveitamento dos resíduos florestais contribui

predominam as formações Plio-Plistocénicas a Oeste,

para situações que levam à ocorrência de fogos florestais com

enquanto que no restante território se podem observar

mais frequência nos últimos anos.

afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos.

O comportamento litológico, associado à realidade morfológica, é um dos factores de forte incidência no clima, na cobertura vegetal e mesmo no tipo de ocupação humana. Esta caracterização é propiciadora de iguais contrastes climatéricos com precipitação moderada na zona litoral e um aumento para Nordeste, verificando-se Invernos suaves e pluviosos e Verões relativamente quentes e sem chuvas.

A principal linha de festo (coincidente com a EN1) divide o Concelho em duas áreas distintas. Assim, no Inverno, para nascente dessa linha os valores de precipitação são mais elevados, sendo


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

85

5. Climatologia Portugal Continental forma um rectângulo muito alongado no

Todavia, o contraste é menos evidente no Norte de Portugal e de

sentido Norte – Sul, localizado no Hemisfério Norte, sendo igual-

Espanha, sendo os Verões moderadamente chuvosos.

mente, o mais Ocidental Estado político do Continente Europeu. As dimensões deste rectângulo oscilam entre os 848 km de

A fisionomia do país é, indelevelmente, influenciada pela existência

comprimento e os 250 de largura, situado entre os 42º9’ e 36º57’

de uma fachada atlântica que influi sobre as condições naturais

de Latitude Norte e 6º11’ e 9º30’ de Longitude Oeste.

do país já que a proximidade do mar proporciona a existência de um clima mais húmido do que no resto do país e, por isso mes-

Os dois factores que mais influenciam o clima de Portugal Conti-

mo, possibilita a existência de solos mais profundos, abrindo uma

nental são a sua posição geográfica e as características fisiográ-

maior variedade de espécies cultiváveis e cultivadas. Por outro

ficas, essencialmente devido à posição meridional da Península

lado, a presença desta estreita faixa possibilitou, ainda a existên-

Ibérica entre a zona temperada do Hemisfério Norte e o limite

cia de um eixo de comunicação norte-sul aproveitado pela

setentrional da zona de altas pressões subtropicais. Em conse-

população densa e dispersa que, à medida do desenvolvimento

quência, o clima da Península Ibérica é bastante influenciado por

da sua própria cultura, soube aproveitar os recursos naturais exis-

essas deslocações em latitude (sentido norte durante o Verão e

tentes no mar em seu benefício, favorecendo, ainda, uma saída

sul durante o Inverno). Este facto determina a existência de uma

para o mar que, sendo traiçoeiro muitas vezes, foi elemento de

acentuada sazonalidade na distribuição das precipitações.

primordial importância ao longo da sua história.


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Este teor atlântico que domina todo o ocidente do país, vai-se

O tempo de uma região varia não só ao longo do ano (em con-

esvaindo à medida que se caminha para leste, tornando-se mais

sequência do movimento de translação da Terra em torno do

seco e menos temperado, os campos tornam-se “dourados” no

Sol), como ao longo do dia, por força do movimento de rotação.

início do Verão, quente e seco, a população diminui e agrupa-se:

Para além desta variabilidade cíclica, há que ter em linha de conta

é um Portugal quase continental a norte e mediterrânico a sul.

variações não periódicas, como a variação da radiação solar ou da transparência da atmosfera terrestre.

O clima é definido por uma série de valores médios ou normais

86

da atmosfera, num dado lugar durante um período de tempo re-

Em Portugal, as condições gerais da circulação atmosférica provo-

lativamente longo. O 1.º Congresso Internacional de Meteorologia

cam uma sensível diminuição da precipitação anual de norte para

fixou esse período em 30 anos, iniciando as séries em 1901. Não

sul do continente, facto esse reforçado pela assimetria orográfica.

raras vezes, o termo “clima” é, erradamente, confundido, com o conceito de “tempo” que mais não é do que a síntese de estado e

O norte português é, simultaneamente, mais montanhoso e, muito

de fenómenos atmosféricos num lugar e num dado momento. Às

por força dessa característica conjugada com a circulação geral

combinações meteorológicas mais usuais dá-se o nome de tipos

atmosférica, mais chuvoso que o sul.

de tempo. A barreira de condensação do Norte e o afastamento ao litoral O clima é um dos mais importantes factores que con-

provocam menos queda de chuva também no interior, facto esse

tribuem para a formação das paisagens pois, defi-

facilmente comprovado com a análise da muito encaixada rede

ne, por exemplo, o comportamento dos rios, ajuda a

hidrográfica do Douro.

“fazer” os solos preparando os mosaicos de vegetação, concorrendo, ainda hoje, e de forma muito activa,

A distribuição espacial das precipitações em Portugal é bastante

para a definição dos tipos de agricultura.

desigual. Em oposição às áreas extremamente pluviosas existentes no noroeste (precipitações anuais superiores a 2000 mm, por

Os elementos mais importantes para o Clima são a precipitação, a

exemplo, 3500 mm na Serra do Gerês), encontram-se as áreas

humidade, a pressão atmosférica, o vento, a exposição solar,

correspondentes às planícies alentejanas e alguns vales xero-

sendo que as suas variadas combinações originam diferentes

térmicos do Alto Douro, onde a precipitação anual pode nem

situações de tempo sentidas pelo Homem e condicionando até a

atingir os 500 mm.

própria subsistência ou a subsistência das suas actividades.


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Relativamente à distribuição sazonal da precipitação, esta segue, genericamente, o padrão tipicamente associado ao clima mediter-

A humidade relativa tem uma distribuição regional pouco mar-

rânico, onde existe um período estival marcadamente seco.

cada de Inverno e uma diminuição acentuada, paralela ao litoral,

A única excepção reside do noroeste e em algumas áreas monta-

nos meses de Verão.

nhosas do norte e centro, onde é possível reconhecer a existência de condições climáticas de características temperadas.

O vento (ou movimentos horizontais de ar) é outro elemento de clima que interfere muito directamente com o sentimento de

Esta gradação Norte / Sul é também evidente na análise da distri-

conforto sentido pelo Homem. Como nos demais indicadores

buição do número de dias com precipitação igual ou superior a

referidos, também neste aspecto, Portugal é um país de

1 mm, concentrando-se a maior parte desses dias na região

contrastes. As direcções e intensidades do vento são variáveis,

norte.

em correlação importante com a orientação do relevo e os seis alinhamentos, no interior, sendo mais vincadas as direcções norte

A precipitação é um dos elementos mais importantes na

e noroeste no litoral do país.

definição do clima. Define-se como a quantidade de água que é transferida da atmosfera para a superfície da Terra, seja no estado

As frentes separam massas de ar de densidades diferentes. Pela

líquido ou sólido, nas formas da chuva, neve ou granizo. A preci-

sua posição o Continente e o Arquipélago dos Açores estão mais

pitação depende de alguns factores, nomeadamente a altitude,

sujeitos à passagem de frentes no Inverno que no Verão.

orografia e época temporal. A irregularidade do tempo é uma característica do clima no contiA temperatura média do ar evolui em sentido contrário ao da

nente, tanto na temperatura como na pluviosidade. Ocorrem anos

realidade observada ao nível da precipitação. Dito de outra forma,

de secas intensas (que tanto podem ser generalizadas a todo

aumenta de norte para sul, onde as amplitudes térmicas são

o território ou só afectar apenas determinadas regiões) e com

maiores. Evolução idêntica se regista entre as temperaturas do

muita frequência, especialmente no Outono, crises de elevada

litoral (sempre mais amenas) e do interior (com amplitudes

precipitação, provocadas pela passagem de frentes frias e, se

térmicas muito mais elevadas). As áreas montanhosas do norte,

na maior parte dos casos são episódios localizados e de curtas

ilhas de frescura ao longo dos meses de Verão e no Inverno

durações, vezes há em que se prolongam no tempo, originando

atingem as temperaturas mais baixas, sendo elevado o risco de

cheias e inundações, destacando-se os Outonos de 1978/1979,

geada, fenómeno praticamente desconhecido a sul do Tejo e em

1989/1990 e 1995/1996.

todo o litoral.

87


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

O período Outono/Inverno de 2000/2001 caracterizou-se por

aproximadamente semelhante aos dados referidos. No entanto,

valores muito altos de precipitação, na Região Norte e Centro.

os dados recolhidos da Estação Udométrica de Fiães permitem

Uma análise comparativa em relação aos valores normais de

verificar que a precipitação anual dessa estação atinge

1961/1991 dita-nos um aumento de 44% desses valores em Faro

os 1664,0 mm, ou seja, valores bem mais elevados que no Porto

e de 272% nas Penhas Douradas, no mês de Novembro, enquan-

e em Estarreja.

to que Dezembro foi, para a maioria das estações do Continente, o mês mais chuvoso da década de 1991/2000.

Ora, esta realidade está, claramente, associada ao relevo, sendo

As características do clima Português e a sua evolução ao longo

modo, poder-se-á referir que esta é uma região chuvosa, sendo

do ano dependem essencialmente da posição marginal do país

as chuvas, portanto, tipicamente orográficas.

este o factor que justifica as diferenças entre as estações. Deste

88

em relação ao Oceano Atlântico. As variações regionais serão, por isso, o resultado do gradiente de latitudes Norte – Sul e da

Do mapa de distribuição no território concelhio é notória a exis-

distância ao litoral, numa direcção Oeste – Este.

tência da razão de proporcionalidade directa entre a precipitação, altitude e os ventos dominantes de oeste. É nas zonas de maior

O concelho de Santa Maria da Feira encontra-se na região

altitude, nomeadamente no eixo que inclui as freguesias de

norte de Portugal Continental e, tal como todo o país, vê o

Pigeiros, Milheirós de Poiares e Romariz, com altitude superior ou

seu clima ser regulado por esse agente decisivo na determi-

igual a 300 metros com progressão para sudeste, onde se

nação do clima das regiões e do país: o Atlântico.

verificam valores mais elevados de precipitação média anual, 1600 – 2000 mm. No centro do concelho, os valores de precipi-

De uma forma sintética, poder-se-á dizer que a precipitação

tação média anual são de 1400 – 1600 mm e na zona litoral do

no concelho de Santa Maria da Feira se concentra no período

concelho os valores são de 1200 – 1400 mm. Em relação à

compreendido entre Outubro e Março. Entre Abril e Setembro,

distribuição do número médio de dias no ano em que ocorre

o regime é mais seco, com especial destaque para os meses

precipitação, verifica-se que o mesmo é uniforme no concelho,

de Julho e Agosto. A sazonalidade das precipitações obedece a

entre 75 e 100 dias que corresponde a 25 a 27% dos dias do ano

um padrão típico, com elevada precipitação no Outono e Inverno

em que a precipitação é superior a 0,1 mm.

e baixa no Verão. Os dados obtidos permitem observar que a precipitação anual é de 1235,5 mm na Estação Meteorológica de Estarreja e 1151,5 mm na Estação Meteorológica do Porto. Ora, por inferência, os dados de precipitação de Santa Maria da Feira (situado entre as referidas estações meteorológicas), deveria ser


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

89

PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL ENTRE 1200 E 1400 MM ENTRE 1400 E 1600 MM ENTRE 1600 E 2000 MM

Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

90

ESCOAMENTO MÉDIO ANUAL ENTRE 400 E 600 MM ENTRE 600 E 800 MM ENTRE 800 E 1000 MM Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

A par da precipitação, a temperatura do ar é um dos elementos de maior relevo na caracterização do clima, encontrando-se condicionado tanto por factores locais como por factores de carácter mais geral. Em conjunto, a precipitação e a temperatura exercem influência na distribuição das plantas e em todo o ciclo hidrológico.

A quantidade de radiação solar, latitude, exposição, relevo, inclinação e proximidade / afastamento a corpos de água assumem-se como os principais factores que influenciam a temperatura.

O clima de Santa Maria da Feira caracteriza-se pela

91

existência de Verões relativamente quentes e de Invernos suaves e húmidos.

Os valores médios anuais da temperatura média do ar variam entre um mínimo de 12,5 – 15 ºC na zona alta do interior do concelho e na zona litoral, e um máximo de 15 – 16ºC na zona central. Os valores da temperatura média mensal variam regularmente durante o ano, atingindo o valor médio máximo em Julho/ Agosto e um valor médio mínimo em Dezembro/Janeiro. No Verão, os valores médios da temperatura máxima do ar variam entre os 25-26ºC e no Inverno, os valores médios da temperatura mínima variam entre os 5-6ºC.

Até Julho há um aumento da temperatura, verificando-se neste mês as temperaturas mais elevadas. O mês de Julho é o mês que regista valores médios mais elevados de temperatura máxima média, temperatura mínima média e temperatura média média, com respectivamente, 24,8ºC, 14,8ºC e 19,8ºC, para a Estação do Porto / Serra do

TEMPERATURA MÉDIA ANUAL ENTRE 12,5 E 15,0ºC ENTRE 15,0 E 16,0ºC

Pilar e 24,9ºC, 13,3ºC e 19,1ºC para a estação de Estarreja. Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

92

Desde meados de Julho até ao final do ano observa-se uma

Também o vento pode contribuir para o aumento da evaporação

diminuição progressiva da temperatura. A amplitude térmica das

na medida em que, quando este se faz sentir, a camada de inter-

estações é de 10,5ºC no Porto / Serra do Pilar e de 10,3ºC em

face ar / água é constantemente renovada facilitando a passagem

Estarreja. A temperatura média anual é de 14,4ºC e de 13,9ºC,

de moléculas do estado líquido para o estado gasoso.

respectivamente, para as estações do Porto / Serra do Pilar e Estarreja. Os registos obtidos permitem ainda constatar que nos

Relativamente à evolução da evaporação ao longo dos meses

meses de Julho, Agosto e Setembro a amplitude térmica é maior.

do ano, é possível verificar que, a par da temperatura, a varia-

As menores amplitudes são registadas nos meses de Janeiro.

ção é intensamente proporcional à da precipitação. As taxas de evaporação mais elevadas são obtidas no Verão, especialmente

Intimamente relacionado com a temperatura está a evaporação.

nos meses de Julho e Agosto. Os valores de maior evaporação

De um modo geral, esta corresponde à transferência do vapor de

correspondem a 100,2 e 132,9 mm, para as Estações do Porto /

água a partir da superfície terrestre para a atmosfera. Depende,

Serra do Pilar e Estarreja respectivamente. Por outro lado, os valo-

essencialmente, da temperatura e do vento. Quanto maior for a

res mais baixos de evaporação registam-se no mês de Dezembro,

temperatura de uma superfície mais facilmente as moléculas de

com 46,7 mm na Estação do Porto / Serra do Pilar e 52,5 mm

água conseguem passar do estado líquido para o gasoso, graças

para a Estação de Estarreja.

ao aumento de energia cinética provocado pela radiação incidente.


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

93

A evapotranspiração real fornece os valores (normalmente em

No concelho de Santa Maria da Feira verifica-se uma

milímetros, no intervalo de tempo considerado) de quantidade de

faixa litoral em que a humidade média anual é mais ele-

água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração.

vada, registando-se valores de 80 a 85% de humidade do ar. Para o interior do concelho os valores descem para

A humidade do ar corresponde à quantidade de vapor de água

os 75 a 80%. Esta diferença de valores médios anuais é

existente na atmosfera. A avaliação da humidade do ar é realizada

justificada, na faixa oeste, pela proximidade do Oceano

por intermédio de vários índices, nomeadamente através da

sob a influência de massas de ar muito húmidas.

humidade relativa, que corresponde à razão entre a tensão actual do vapor de água e a tensão de saturação para a mesma

Os maiores valores de humidade relativa do ar registam-se nos

temperatura. Os valores de humidade relativa expressam-se em

meses mais frios e chuvosos, ou seja, durante a estação húmida. É

percentagem em que 0% corresponde a ar completamente seco

na estação do Porto / Serra do Pilar que se registam os valores mais

e 100% a ar saturado de vapor de água.

elevados de humidade relativa do ar. Durante o Verão, os valores de humidade relativa do ar são menores do que aqueles registados no

As variações de humidade relativa do ar são principalmente

Inverno. As diferenças na humidade relativa do ar entre as estações

condicionadas pelas variações da temperatura, altitude (pressão

de referência (Porto / Serra do Pilar e Estarreja) são menos acentua-

atmosférica) e proximidade ao oceano.

das no período matinal.


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

94

NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA ENTRE 1 E 5 DIAS ENTRE 5 E 10 DIAS ENTRE 10 E 20 DIAS Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

A geada é um hidrometeoro que se encontra intimamente

tende a crescer desde Janeiro (onde atinge o valor mínimo de 126

relacionado com as condições meteorológicas vigentes entre o

horas) até Julho, voltando depois a decrescer.

final da tarde e o início da manhã. A ocorrência e a intensidade destes fenómenos encontram-se relacionadas com diversos factores, nomeadamente a estabilidade do ar, a temperatura, a

O valor médio de insolação decresce no país, em termos gerais,

rugosidade e microtopografia, a cobertura do solo, existência de

de sul para norte, com a altitude, e de leste para oeste. Na região

massas de água e transparência da atmosfera. De acordo com os

em que se localiza o concelho os menores valores de insolação

dados da estação do Porto / Serra do Pilar, existe em média 14,2

verificam-se a sudeste entre 2400 a 2500 horas. O maior número

dias com ocorrência de geada. Relativamente ao concelho de

de horas de horas de sol verifica-se no sector Norte / Noroeste,

Santa Maria da Feira, os dias com geada decrescem de Nordeste

com valores compreendidos entre as 2600 a 2700 horas. Na faixa

para Sudeste. Na zona Nordeste do concelho o número médio de

central de Santa Maria da Feira registam-se valores médios de

dias no ano com temperaturas inferiores a 0ºC varia entre os 10 e

2500 a 2600 horas.

20 dias. Na zona central do concelho varia entre os 5 e 10 dias. A zona Sudoeste é a zona onde se registam menos dias com temperaturas negativas, 1 a 5 dias.

A ocorrência de geada é registada entre Outubro e Abril. No entanto, são os meses de Dezembro e Janeiro que apresentam maior número de dias com ocorrência de geada.

A insolação corresponde ao período de tempo em que o sol se encontra a descoberto. Quanto menor for a quantidade de nuvens maior será a insolação.

De acordo com os dados disponíveis, a insolação média anual é de cerca de 2582 horas. O mês de maior insolação, com pouco mais de 328 horas de sol, é o mês de Julho. De facto, a insolação

95


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

96

NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA ENTRE 2400 E 2500 HORAS ENTRE 2500 E 2600 HORAS ENTRE 2600 E 2700 HORAS Fonte: Atlas Digital do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente


CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Designa-se por vento o deslocamento horizontal do ar em rela-

Quando a velocidade do vento é igual ou inferior a 1 km/h, sem

ção à superfície do globo terrestre. A principal causa de formação

rumo determinável, diz-se que há calma. A calma assume um

de vento encontra-se com a desigual distribuição horizontal da

valor baixo de 3,8%.

pressão atmosférica. A pressão atmosférica representa uma força que desloca o ar de modo a poder-se estabelecer equilíbrio. Quase todas as regiões da Terra encontram-se sujeitas a ventos que afectam zonas relativamente reduzidas, sendo, por isso, designados como ventos locais, que ocorrem sempre que exista uma diferença de temperatura entre duas regiões contíguas,

NE

NW

como por exemplo, o mar e a terra. 97 Devido à inexistência de dados para o concelho de

25 20

Santa Maria da Feira dever-se-á optar por considerar os valores encontrados pela Estação Meteorológica

15 10 5

W

E

0

mais próxima (Porto / Serra do Pilar) como sendo os mais coadunados com a realidade do município. Deste modo, a velocidade média dos ventos em todos os quadrantes pode considerar-se como sendo fraca, embora seja de Noroeste e de Sul que se registam as maiores

SW

SE

velocidades, com valores próximos dos 25 km/hora. S

Os ventos mais frequentes sopram de Este (25%) e de NW (/20%)

CALMA: 3,8% FREQUÊNCIA (%) VELOCIDADE (KM/H)

e os menos frequentes de NE. No entanto, se associarmos a frequência dos ventos de NW com os de W, estes totalizam cerca de 40%. Por sua vez os ventos de E, embora com grande percentagem de frequência de ventos, não são considerados fortes, visto que a velocidade média anual assume valores na ordem dos 15 km/h.

PORTO/SERRA DO PILAR (546) LAT. 41º08’N, LONG. 08º36’W, ALT. 93M Figura - Vento (valores médios anuais) – Normais Climatológicas (1961 – 1990) Fonte: Instituto de Meteorologia


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

98


CAPÍTULO I INTRÓITO

III

CONHECIMENTO HUMANO

99



CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

101

1. Origens de um povoamento, histórias de um povo O território português tem vindo a ser “edificado” desde há milhares de anos e o Portugal de hoje é, sem dúvida, o resultado de um infindável número de contributos fornecidos por um vasto número de povos e civilizações. Ao longo dos muitos séculos de Historia do mais ocidental país Europeu, muitos foram os contributos deixados pelos Visigodos, Celtas, Romano, Muçulmanos… todos eles responsáveis por uma História rica e diversificada, traduzida e vertida no nosso património arquitectónico, na Cultura e tradições de um povo… na Língua Portuguesa. DISTRIBUIÇÃO DAS FEIRAS MEDIEVAIS NO NORTE DE PORTUGAL (SEGUNDO V. RAU, 174, 1983)


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

102

Embora durante séculos Portugal tenha vivido de costas voltadas

gimento e adensamento de uma multiplicidade de acessos, pelo

para o imenso Oceano que abraça o território, a presença do

desenvolvimento de funcionalidades (primeiro a Indústria, depois

mar ajuda a explicar muito do modelo de organização do espaço

os serviços) que têm grande capacidade de fixação das pessoas.

português.

Dito de outra forma, o modelo de organização demográfico português acompanha, desde sempre, o modelo de desenvolvimento

Ao longo de todo o século XX (com especial ênfase para a segun-

socioeconómico das suas regiões. As populações tendem a

da metade) as cidades portuguesas foram enriquecidas pelo sur-

localizar-se próximo dos principais pólos produtores dos países e


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

103

das regiões, aproximando-se, assim, do emprego, da riqueza e, de

remonta ao século XI, aludindo aos actuais concelhos

uma maneira geral, da qualidade de vida, conforto e bem-estar.

de Albergaria-a-Velha, Arouca, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Gondomar, Murtosa, Oliveira de

Ora, foi precisamente no referido “emaranhado” de

Azeméis, Ovar, S. João da Madeira, Santa Maria da

influências e confluências de povos que se situam as

Feira, Sever do Vouga, Vale de Cambra e Vila Nova de

“Terras de Santa Maria”, “berço” do actual município

Gaia. Uma região com uma longa história… uma his-

de Santa Maria da Feira. Uma designação antiga e que

tória que se confunde com a própria nacionalidade.


PORTO CARVOEIRO



ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Esta é uma região imbricada nos eixos Norte / Sul e Litoral / Interior do território

MUNICÍPIO

POPULAÇÃO

nacional, o que faz com que o seu posicionamento tenha que ser considerado como estratégico, tendo sido, desde sempre, ponto de encontro e de pas-

Albergaria-a-Velha

25 497

Arouca

24 019

Castelo de Paiva

17 089

Espinho

31 703

Estarreja

28 279

sagem de muitos povos.

O povoamento desta terra é fértil e antigo, como atentam a presença de várias mamoas que remontam ao IV-V milénio antes de Cristo, bem como castros pré-romanizados ou romanos. O império romano e as suas vias de comunicação e pontes (algumas das quais ainda se encontram bem conservadas, assim como as

Gondomar

169 239

vias que ligavam Lisboa a Braga ou Porto a Viseu) reforçaram, substancialmente, a acessibilidade desta região e conferiram-lhe a

Murtosa

9 657

capacidade de ser um pólo aglutinador de povoamento. Oliveira de Azeméis

71 243

Ovar

56 715

A título de exercício meramente demonstrativo desta teoria, e segundo o qual se pretende demonstrar o peso demográfico que as “Terras de Santa Maria” sempre tiveram no contexto nacional,

Santa Maria da Feira

142 295

S. João da Madeira

21 538

Sever do Vouga

12 940

POPULAÇÃO

Vale de Cambra

24 761

PORTUGAL

10 529 255

100%

Vila Nova de Gaia

300 868

TERRAS DE MARIA

935 843

8,89%

Total

935 843

bastará “recriar” esse espaço com os actuais dados numéricos da população.

Fonte: INE

107


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Ora, em apenas 14 dos 308 actuais municípios do país, concentra-se cerca de 9% da população portuguesa, podendo-se inferir (sem nunca esquecer toda uma tradição histórica bem visível nestes territórios) que este dinamismo demográfico já seria bem evidente aquando da afirmação da nacionalidade.

O Castelo da Feira, construído em inícios do século XI, sede de pagamento de tributo, era local privilegiado de comércio (de produtos das colheitas, ferramentas agrícolas, vinho, fruta, vestuário). Esta feira tornou108

-se tão importante que a aglomeração populacional tomou o seu nome Civitas Sanctae Mariae, dando origem à actual cidade de Santa Maria da Feira. a designação “Terras de Santa Maria”, atribuída em 868 por Afonso III de Leão e Astúrias, pressupõe uma evidente afirmação de fé católica e pretende invocar a protecção divina sobre este território que estava em guerra com os mouros.

Desde bem cedo, devido a acontecimentos históricos e, sobretudo, a factores geográficos bem demarcados (a norte o Rio Douro; a Sul, o Vouga; a Oeste o Oceano Atlântico e a Leste as regiões montanhosas de Arouca, Vale de Cambra e Sever do Vouga) a determinação exacta dos limites desta região não acarretou os problemas que era usual acontecer. Tal facto concorreu para que se propiciasse a criação de uma zona socioeconómica pujante e de grande vitalidade resultante, por um lado da diversidade das terras, por outro, pelo seu posicionamento estratégico entre dois pólos políticos, comerciais e religiosos da época: Porto e Coimbra.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

109


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

É nesta envolvência geográfica, económica, militar, sociológica,

forte concentração populacional para a realidade da época, este

política, religiosa e/ou cultural que convergem, no início do

aglomerado populacional terá emergido, assim, como consequên-

séc. XII, as convulsões políticas geradas com a morte do Conde

cia dessa dinâmica que fomentava o encontro de mercadores às

D. Henrique e que irão reforçar a importância e o prestígio das

portas da fortaleza. Trocavam produtos agrícolas, alfaias

Terras de Santa Maria.

agrícolas, têxteis, ferragens, etc. sendo esta uma ocasião frequentada por grande número de camponeses da região.

Ora, a história do povoamento em Portugal diz-nos que a localiza-

110

ção privilegiada das Terras de Santa Maria fizeram deste território

A posição estratégica do município é facilmente

ponto de passagem obrigatória como, de resto, confirmam os

reconhecível. Sempre o foi. É um território com po-

vestígios das antigas vias romanas (Lisboa – Braga e Porto – Vi-

sição geográfica central, o eixo do desenvolvimento

seu), ainda hoje bem visíveis nas paisagens destes municípios.

socioeconómico do país, próximo do Douro e do mar e na confluência das vias comerciais mais importantes,

Todos estes dados permitem que se sublinhe, de forma inequí-

sejam elas de cariz fluvial, marítimo ou terrestre.

voca, que Santa Maria da Feira é, desde os tempos contemporâneos da génese da “portugalidade”, não só um importante centro

Este facto justificaria, por si só, a existência de um castelo medie-

de desenvolvimento económico e social, mas também (e intima-

val para assegurar o patrulhamento da via Porto – Coimbra, eixo

mente relacionado com esse desenvolvimento) um importante

vital para o Reino de então, assegurando a circulação de pessoas

pólo demográfico. A corroborar tudo isto, encontra-se ainda hoje,

e bens entre dois dos mais importantes núcleos urbanos, institu-

e bem visível na paisagem, o mais inequívoco dos testemunhos:

cionais e religiosos do país.

o castelo de Santa Maria da Feira, classificado como Património Nacional. Mais do que mero elemento embelezador da paisagem, este monumento é o mais claro testemunho da importância que este território (desde sempre) possuiu para a região e para o país. Mais do que fortaleza militar, as firmes paredes do castelo evidenciam uma história de dinamismo a nível social e económico, história essa que ainda hoje se escreve.

Foi precisamente nas terras envolventes ao castelo, local de depósito do tributo, que se verificou um surto de desenvolvimento intenso e, de certo modo, precoce na região. Fruto de uma

VIA ROMANA – S. JOÃO DE VER


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Essa mesma via foi, de resto, uma das principais estruturas da

No decurso do século XIII assistiu-se a um claro e pronunciado

romanização na Península Ibérica. Através desta via chegavam e

fenómeno de expansão das actividades comerciais. O tradicional

partiam militares, comerciantes, sempre presentes na sua função

sistema agro-pastoril que pautava a economia da época abre-

de abastecer os exércitos e também os principais aglomerados

-se progressiva e paulatinamente aos mercados de trocas de

populacionais, mas também na tentativa de recolha dos recursos

excedentes agrícolas e artesanais. O sector comercial de então

e riquezas regionais, na compra do resultado dos saques de guer-

baseava-se essencialmente no sistema de troca directa de pro-

ra e no fornecimento de matérias-primas aos artesãos locais, uma

dutos, mas também por moeda corrente. Deste modo, era junto

via quase paralela ao mar e que servia directa ou indirectamente

aos maiores pólos demográficos (que correspondiam também aos

os núcleos urbanos existentes longitudinalmente em relação a

mais dinâmicos pólos económicos de então) que se realizavam

si. A importância desta estrutura era por demais evidente, até

estas ocasiões de transacções comerciais. 111

porque a ela convergiam outros itinerários de âmbito mais regional ou local. Ao longo dela foram-se desenvolvendo alguns centros

Ora, só a mera existência de provas documentais da

do ponto de vista demográfico e económico. A esses centros,

realização de uma grande feira nas Terras de Santa

primitivos esboços da génese dos centros urbanos em Portugal,

Maria parece mostrar que já nos séculos XIII e XIV

atribuía-se o nome de “Civitates”, termo que está na origem do

esta região se assumia como importante pólo demo-

termo Cidade. Ora, na realidade visigótica, “Civitates” seria a

gráfico do Reino.

circunscrição territorial em torno de uma cidade fortificada e, na maioria dos casos, sede episcopal, condição que, no caso da

Para além dos tradicionais ofícios agrícolas, que demonstram que

“Civitates Sanctae Mariae” [Santa Maria da Feira] não se verificou,

esta região se assumiria como um ambiente rural em franca ex-

já que este território nunca foi sede episcopal.

pansão económica, há notícias claras acerca da existência de taberneiros, sapateiros e carniceiros nas Terras de Santa Maria. Os

Para além do factor “localização” outros factores concorreram

taberneiros eram, com os respectivos estabelecimentos de venda

para que as Terras de Santa Maria adquirissem um elevado e

(tabernas), muito importantes para apoiar o intenso movimento de

precoce grau de protagonismo e notoriedade em termos demo-

pessoas ao longo dos caminhos que cruzavam o território.

gráficos. A terra era fértil e possibilitava boas e diversificadas culturas agrícolas, como bons cereais, vinho, fruta, pastagens para

Estas referências a sapateiros, taberneiros e carniceiros são,

o gado, condições que potenciavam uma actividade económica

também, particularmente significativas de um consumo local que

(assente nas actividades agrícolas) particularmente intensa para a

se vai aproximando daquele que tradicionalmente só se verificava

realidade de então.

nos centros urbanos.


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

112


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Por outro lado, referências a estes ofícios na feira das Terras de

O facto de ser uma festa realizada em Agosto, sublinhando uma

Santa Maria remetem-nos para uma progressiva entrada da vila

vez mais a enorme religiosidade do território e das gentes, faz

(ou “Civitates”) numa estrutura urbana, já que atesta a existência

com que se possa crer que esta ocasião se assumisse, também

de um mercado consumidor constituído por famílias que já com-

como uma centralidade religiosa em torno do culto a Santa Maria,

pram e necessitam de consumir.

que se assinala a 15 desse mês. Dito de outra forma, ganha consistência a ideia de que a feira das Terras de Santa Maria seria

Quanto ao comércio, ele aparece bem representado pela exis-

como que o prelúdio à preparação da feira de Gaia, ocasião para

tência de mercados e não tanto pela acção dos almocreves,

os mercadores se abastecerem de grande número de produtos a

personagens mais características dos espaços interiores (e menos

preços mais baixos para depois, em Outubro, os transaccionarem

desenvolvidos) do Reino.

na feira régia da Foz do Douro.

114 Intimamente relacionada com esta feira das Terras de Santa Maria parece ter sido a feira de Gaia, já mais dedicada aos portos, às pescas, ao negócio do sal e do peixe seco e salgado.

A vila de Gaia, a norte das Terras de Santa Maria, atrai os aldeões, funcionários régios e os seus criados, artesãos e os senhores, mercadores e almocreves por ocasião da feira

2. Demografia a) A evolução da população

organizada anualmente entre os dias 25 de Outubro e 25 de Novembro, incluindo, por conseguinte, a festa religiosa e profana

Ao longo da história demográfica portuguesa, o município de Santa

de S. Martinho, a 11 de Novembro.

Maria da Feira tem, de forma mais ou menos pronunciada, acompanhado as grandes tendências de crescimento ou de retrocesso

Sobre a feira das Terras de Santa Maria pouco se sabe, a

demográfico nacional. No entanto, é digno de destaque o facto de,

não ser que a feira se realizaria em Agosto e que existiria

sobretudo a partir de 1930, o município apresentar taxas de cresci-

já em 1315, se bem que é perfeitamente admissível (e plau-

mento demográfico bem superiores às médias nacionais. Digno de

sível até) que a mesma seja muito anterior. Nesta grande

destaque é, também, o facto de, contrariamente ao verificado a nível

feira apareciam os produtos das colheitas do ano, como

nacional (com crescimento negativo da população de 3,13%) Santa

cereais, gado, vinho, linho, manteiga, fruta, pescado seco

Maria da Feira ter registado, no período intercensitário de 1960/1970,

e fumado, sal, cera, mel, potes, cerâmica, ferragens, etc.

um aumento populacional de 13,76%. Este dado reforça o evidente dinamismo demográfico do concelho de Santa Maria da Feira.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

SANTA MARIA DA FEIRA

PORTUGAL ANO

População Residente

Taxa Crescimento

População Residente

Taxa Crescimento

1864

4 286 995

-

31 692

-

1878

4 698 984

9,61%

33 676

6,26%

1890

5 102 891

8,60%

36 684

8,93%

1900

5 446 760

6,74%

38 494

4,93%

1911

5 999 146

10,14%

45 048

17,03%

1920

6 080 135

1,35%

45 008

- 0,09%

1930

6 802 429

11,88%

52 679

17,04%

1940

7 755 423

14,01%

61 505

16,75%

1950

8 510 240

9,73%

70 532

14,68%

1960

8 889 392

4,46%

83 483

18,36%

1970

8 611 125

- 3,13%

94 970

13,76%

1981

9 833 014

14,19%

109 531

15,33%

1991

9 867 147

0,35%

118 641

8,32%

2001

10 356 117

4,96%

135 634

14,32%

2004

10 529 255

1,67%

142 295

4,91%

2006

10 599 095

0,66%

145 247

2,07%

115

1991/2006 PORTUGAL

SANTA MARIA FEIRA

Taxa de Crescimento

Taxa de Crescimento

7,42%

22,43% Fonte: INE


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

116


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Nas últimas décadas, o município de Santa Maria da Feira logrou

Nogueira da Regedoura, Paços de Brandão, Pigeiros, Rio Meão,

conquistar importantes e assinaláveis ganhos populacionais. Em

Romariz, Sanfins, Sanguedo, Santa Maria da Feira, Santa Maria

cerca de 50 anos viu duplicada a sua população, o que é indicia-

de Lamas, Santa Maria do Vale, S. Miguel do Souto, S. João de

dor da alteração de comportamento de diversas variáveis

Ver, São Paio de Oleiros, Travanca e Vila Maior.

socioeconómicas, alterações essas agentes de mutações também ao nível demográfico.

Daí ser importante conhecer-se esta “história” e analisar com mais pormenor essas alterações e os efeitos que dela decorrem, assim como conseguir enquadrar o município num contexto regional e/ ou nacional.

O município de Santa Maria da Feira insere-se hoje na Grande Área Metropolitana do Porto, juntamente com os municípios de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, S. João da Madeira, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.

Do ponto de vista administrativo é um dos municípios do Distrito de Aveiro, localizando-se no seu limite norte. Confina a Norte e a Nordeste com o município de Vila Nova de Gaia e Gondomar, respectivamente, ambos concelhos do Distrito do Porto. A oeste confina com Espinho, a Este com Arouca, Sul com S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis e a Sudoeste com o município de Ovar.

Os 215,6 km2 do território do município repartem-se por 31 freguesias: Argoncilhe, Arrifana, Caldas de S. Jorge, Canedo, Escapães, Espargo, Fiães, Fornos, Gião, Guisande, Lobão, Louredo, Lourosa, Milheirós de Poiares, Mosteirô, Mozelos,

117


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Conforme se poderá constatar da observação do quadro com

ANO

PROPORÇÃO

1864

0,74 %

1878

0,72 %

1890

0,72 %

1900

0,71 %

1911

0,75 %

1920

0,74 %

local e regional, como igualmente no contexto nacional.

1930

0,77 %

Este dinamismo demográfico advém do comportamento de alguns

1940

0,79 %

1950

0,83 %

1960

0,94 %

a evolução da população do município de Santa Maria da Feira, o esforço realizado aquando do último momento censitário em Portugal (Recenseamento Geral da População de 2001) permitiu contabilizar 135 964 indivíduos e uma densidade populacional de 653 hab. / km2. Os estudos demográficos entretanto realizados pelo Instituto Nacional de Estatística admitem um crescimento progressivo dos valores totais da população (142 295 em 2004 e 145 247 em 2006).

De um modo genérico, poder-se-á sublinhar Santa Maria da Feira como um município que demonstra um dinamismo demográfico assinalável, não só nos contextos

indicadores demográficos que contrastam com o registado a uma escala nacional.

DENSIDADE POPULACIONAL

POPULAÇÃO

ÁREA

PORTUGAL

10 529 255

92 117,5

114,30

1970

1,10 %

CONTINENTE

10 043 763

88 967,5

112,89

1981

1,11 %

NORTE

3 727 310

21 287,5

175,09

1991

1,20 %

CENTRO

2 376 609

28 198,7

84,28

2001

1,31 %

EDV

283 856

862,2

329,22

2004

1,35 %

SM FEIRA

142 295

215,6

659,99

2006

1,37 %

Fonte: INE

119


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

De um modo genérico poder-se-á dizer que a população do

Este crescente peso proporcional de Santa Maria da Feira no contex-

município de Santa Maria da Feira no contexto nacional tem vindo

to dos municípios portugueses (e, consequentemente, da sua noto-

a conquistar maior importância. Presentemente, mais de 1,3%

riedade nacional) poderá facilmente ser corroborado através da leitura

dos portugueses são feirenses, sendo que há 40 anos esse peso

do quadro referente aos números do recenseamento eleitoral.

percentual não chegava, sequer, a 1% (0,94% em 1960). Com efeito, no universo dos 308 municípios portugueses, Santa Maria Com efeito, a década de 1960 poderá marcar o arranque de uma

120

da Feira assume a 16.ª posição no que diz respeito ao número de

notória evolução do município de Santa Maria da Feira que se

eleitores recenseados. Segundo os dados da Comissão Nacional de

sente da análise feita nos números da população, uma evolução

Eleições, referentes a 31 de Dezembro de 2007, nas 31 freguesias

que se propaga muito para além da contagem dos efectivos

do concelho de Santa Maria da Feira contabilizavam-se 113 978

populacionais. Se a população deste município cresceu tal será

eleitores, número esse que sublinha, com particular ênfase, o peso

sintoma de que a economia desse mesmo espaço se fortaleceu,

específico que o município de Santa Maria da Feira foi alcançando ao

se diversificou e (consubstanciado por este comprovado aumento

longo das ultimas décadas. E estes elementos estatísticos serão tão

populacional) frutificou.

ou mais significativos se lembrarmos que no concelho encontram-se recenseados cerca de 20% (19,1%) do total de eleitores de todo o círculo eleitoral de Aveiro, número francamente superior ao peso específico do município de Aveiro (10% do total de eleitores do Distrito).

1864

1950

EVOL. PESO PERCENTUAL

0,74 %

0,83 %

0,09 %

1950

2000

EVOL. PESO PERCENTUAL

1,10 %

1,37 %

0,27 %

Este momento coincidiu, igualmente, com a conquista de um papel de notoriedade e afirmação do município no contexto nacional. Não só do município enquanto entidade institucional, mas também do município enquanto sede e berço de uma notável capacidade produtiva das suas empresas e do seu tecido produtivo.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

LISBOA

513 931

OURÉM

38 016

VAGOS

17 983

VOUZELA

10 299

VIMIOSO

6 060

SINTRA

265 475

TOMAR

37 824

RIO MAIOR

17 804

TÁBUA

10 291

BELMONTE

6 042

VILA NOVA DE GAIA

236 429

GUARDA

37 038

MACEDO DE CAVALEIROS

17 673

VENDAS NOVAS

10 262

PENAMACOR

5 990

PORTO

227 713

ABRANTES

36 516

MEALHADA

17 613

MELGAÇO

10 200

PORTEL

5 976

LOURES

156 850

MONTIJO

35 703

AMARES

17 299

ÓBIDOS

10 091

ALFÂNDEGA DA FÉ

5 922

CASCAIS

147 323

SESIMBRA

34 441

SALVATERRA DE MAGOS

17 013

TORRE DE MONCORVO

9 683

VILA NOVA DE POIARES

5 916

ALMADA

139 166

LOUSADA

33 966

PRAIA DA VITÓRIA

16 877

CARREGAL DO SAL

9 592

CASTRO MARIM

5 813

AMADORA

138 568

BRAGANÇA

33 525

AZAMBUJA

16 749

CHAMUSCA

9 527

MONCHIQUE

5 694

OEIRAS

136 199

CANTANHEDE

33 197

SÃO PEDRO DO SUL

16 613

MORTÁGUA

9 373

VILA NOVA DE PAIVA

5 606

MATOSINHOS

136 043

OLHÃO

32 723

VILA POUCA DE AGUIAR

16 503

PAREDES DE COURA

9 177

ALANDROAL

5 563

BRAGA

135 872

ALENQUER

31 570

PESO DA RÉGUA

16 417

REGUENGOS DE MONSARAZ

8 980

POVOAÇÃO

5 559

GONDOMAR

134 226

TORRES NOVAS

31 418

ENTRONCAMENTO

16 054

OLIVEIRA DE FRADES

8 921

PENELA

5 378

GUIMARÃES

132 027

SANTA CRUZ

31 040

LAGOA

15 869

ALJUSTREL

8 908

FORNOS DE ALGODRES

5 246

COIMBRA

122 248

TROFA

30 765

CABECEIRAS DE BASTO

15 856

ARRUDA DOS VINHOS

8 840

VIDIGUEIRA

5 184

SEIXAL

116 788

ESPINHO

30 154

CASTRO DAIRE

15 509

MURTOSA

8 668

OURIQUE

5 146

SANTA MARIA DA FEIRA

113 978

ÍLHAVO

30 070

CAMINHA

15 222

SANTANA

8 657

MORA

5 129

ODIVELAS

110 144

MARINHA GRANDE

29 701

MONTEMOR-O-NOVO

15 215

VILA FRANCA DO CAMPO

8 558

VIANA DO ALENTEJO

4 749

VILA NOVA DE FAMALICÃO

107 525

BEJA

29 694

PONTE DE SOR

15 122

PROENÇA-A-NOVA

8 479

NORDESTE

4 745

LEIRIA

100 681

ESPOSENDE

28 859

GOUVEIA

15 071

CELORICO DA BEIRA

8 441

SOUSEL

4 726

FUNCHAL

100 218

ANGRA DO HEROÍSMO

28 434

SERTÃ

15 068

SANTA MARTA DE PENAGUIÃO

8 398

PAMPILHOSA DA SERRA

VILA FRANCA DE XIRA

99 709

FUNDÃO

28 375

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

15 048

VILA NOVA DE FOZ CÔA

8 347

GOLEGÃ

4 691

BARCELOS

98 757

TONDELA

28 091

SABUGAL

14 724

PENALVA DO CASTELO

8 344

MADALENA

4 647

4 723

MAIA

98 650

SILVES

27 597

MONTALEGRE

14 543

ALMEIDA

8 343

VELAS

4 556

SETÚBAL

94 161

CÂMARA DE LOBOS

27 261

VIEIRA DO MINHO

14 326

VILA NOVA DE CERVEIRA

8 218

VILA DO PORTO

4 535

VISEU

82 843

ANADIA

26 786

CASTELO DE PAIVA

14 191

PONTA DO SOL

8 207

MESÃO FRIO

4 497

VIANA DO CASTELO

79 392

SANTIAGO DO CACÉM

25 972

PENACOVA

14 129

MONDIM DE BASTO

8 137

PORTO SANTO

4 407

VALONGO

71 998

ARCOS DE VALDEVEZ

25 823

SERPA

14 054

RIBEIRA DE PENA

8 118

ALJEZUR

4 188

BARREIRO

70 391

LAMEGO

25 673

MOURA

13 695

TERRAS DE BOURO

8 081

LAJES DO PICO

4 184

PAREDES

66 241

SEIA

25 376

LOUSÃ

13 641

MIRANDA DO DOURO

7 955

GÓIS

4 155

AVEIRO

62 480

ALBUFEIRA

25 207

ALIJÓ

13 282

FERREIRA DO ZÊZERE

7 931

GAVIÃO

4 150

VILA DO CONDE

61 400

MIRANDELA

23 806

ESTREMOZ

13 153

SÃO BRÁS DE ALPORTEL

7 929

AVIS

4 072

SANTO TIRSO

61 297

ESTARREJA

23 079

NAZARÉ

13 130

FERREIRA DO ALENTEJO

7 774

VILA DO BISPO

4 050

TORRES VEDRAS

60 658

PENICHE

22 826

NELAS

12 899

SÃO JOÃO DA PESQUEIRA

7 620

CUBA

3 971

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

57 423

PORTALEGRE

21 776

VALENÇA

12 876

VILA FLOR

7 560

MANTEIGAS

3 834

PENAFIEL

57 083

ODEMIRA

21 746

PONTE DA BARCA

12 429

MAÇÃO

7 543

PEDRÓGÃO GRANDE

3 825

MOITA

56 295

VALE DE CAMBRA

21 572

GRÂNDOLA

12 402

TAROUCA

7 524

FREIXO ESPADA À CINTA

3 824

FIGUEIRA DA FOZ

55 475

MONTEMOR-O-VELHO

21 414

BATALHA

12 377

MÉRTOLA

7 504

SANTA CRUZ DA GRACIOSA

3 790

PÓVOA DE VARZIM

53 021

TAVIRA

21 385

ALCANENA

12 300

CARRAZEDA DE ANSIÃES

7 434

SARDOAL

3 649

SANTARÉM

52 247

RIBEIRA GRANDE

21 042

CADAVAL

12 228

VILA VIÇOSA

7 423

CRATO

3 617

PONTA DELGADA

51 348

PÓVOA DE LANHOSO

21 022

RIBEIRA BRAVA

12 214

ALMODÔVAR

7 306

VILA VELHA DE RÓDÃO

3 603

AMARANTE

50 157

LAGOS

20 711

SÁTÃO

12 201

SOBRAL DE MONTE AGRAÇO

7 269

CALHETA

3 533

FARO

49 901

VALPAÇOS

20 599

ALCÁCER DO SAL

11 829

NISA

7 268

MARVÃO

3 401

COVILHÃ

48 611

LOURINHÃ

20 557

ANSIÃO

11 817

ALVAIÁZERE

7 082

CONSTÂNCIA

3 386

LOULÉ

48 360

AROUCA

20 417

MIRA

11 814

MURÇA

7 024

ALTER DO CHÃO

3 295

CASTELO BRANCO

47 478

ALBERGARIA-A-VELHA

20 224

VINHAIS

11 743

CAMPO MAIOR

6 953

PENEDONO

3 284

POMBAL

47 127

MONÇÃO

19 961

BOMBARRAL

11 712

BOTICAS

6 907

FRONTEIRA

3 255

ALCOBAÇA

46 784

MACHICO

19 811

ARGANIL

11 552

SABROSA

6 825

CASTANHEIRA DE PÊRA

3 244

FAFE

46 151

PORTO DE MÓS

19 771

ALCOCHETE

11 463

ARMAMAR

6 810

ALCOUTIM

3 242

MAFRA

46 088

CARTAXO

19 650

HORTA

11 450

OLEIROS

6 552

PORTO MONIZ

3 141

ÉVORA

45 900

ELVAS

19 519

CONDEIXA-A-NOVA

11 381

VILA NOVA DA BARQUINHA

6 541

VILA DE REI

3 118

FELGUEIRAS

45 674

BENAVENTE

19 466

SEVER DO VOUGA

11 268

BORBA

6 510

CASTELO DE VIDE

3 110

OVAR

44 787

MANGUALDE

19 278

CALHETA

11 233

FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

6 368

MONFORTE

2 845

VILA REAL

44 276

SÃO JOÃO DA MADEIRA

19 196

RESENDE

11 218

FIGUEIRÓ DOS VINHOS

6 328

SÃO ROQUE DO PICO

2 840

PALMELA

43 339

OLIVEIRA DO HOSPITAL

19 089

MOGADOURO

11 214

ALPIARÇA

6 298

ARRONCHES

2 814

CHAVES

42 565

ALMEIRIM

18 723

SANTA COMBA DÃO

11 171

CASTRO VERDE

6 273

MOURÃO

2 506

ÁGUEDA

41 711

VIZELA

18 691

LAGOA

10 980

SERNANCELHE

6 266

ALVITO

2 113

MARCO DE CANAVESES

41 503

BAIÃO

18 583

SINES

10 938

ARRAIOLOS

6 251

SANTA CRUZ DAS FLORES

1 975

VILA VERDE

41 065

CORUCHE

18 566

PINHEL

10 783

SÃO VICENTE

6 227

BARRANCOS

1 570

PAÇOS DE FERREIRA

41 011

CINFÃES

18 388

MOIMENTA DA BEIRA

10 650

TABUAÇO

6 196

LAJES DAS FLORES

1 266

CALDAS DA RAINHA

40 221

CELORICO DE BASTO

18 381

MIRANDA DO CORVO

10 519

MEDA

6 164

CORVO

337

PORTIMÃO

39 454

OLIVEIRA DO BAIRRO

18 038

IDANHA-A-NOVA

10 377

REDONDO

6 158

PONTE DE LIMA

38 915

SOURE

18 028

TRANCOSO

10 310

AGUIAR DA BEIRA

6 084

Total Nacional

8 784 959

Fonte: Comissão Nacional de Eleições (dados referentes a 31.12.2007)

121


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Dito de outra forma, este peso específico da população do município de Santa Maria da Feira conquistou valores mais expressivos e notórios.

Ora, sendo o município parte integrante de um sistema mais amplo, dever-se-á proceder a uma análise dos fenómenos tendo uma visão globalizante das realidades. Ou seja, os comportamentos verificados em Santa Maria da Feira não serão, como é óbvio, indissociáveis da realidade regional e nacional.

122

Deste modo, e como já foi sublinhado, Portugal é dos países do contexto europeu que protagonizou um dos mais profundos e rápidos processos de metamorfose socioeconómica no decurso dos últimos 35/40 anos. Ora, a situação demográfico do país irá reflectir, nessa exacta medida, as profundas alterações ocorridas na sociedade e economia portuguesas desde meados da década de 1970.

Nessa altura, comparativamente com os países mais desenvolvidos a nível europeu, a dinâmica interna da demografia portuguesa caracterizava-se por elevados níveis de fecundidade e de mortalidade infantil, uma esperança média de vida inferior à média europeia e por fluxos migratórios significativos. A conjugação destes indicadores permitem traçar um cenário não muito animador do contexto sociocultural português da época.

O estudo de uma população e das suas variáveis e indicadores é, desassombradamente, a melhor forma de se poder aferir o grau de desenvolvimento (ou não) de um dado território.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

123


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Na década de 1980, o cenário demográfico português alterou-se

duos dos Países Africanos de Expressão de Língua Portuguesa,

significativamente, passando a população portuguesa a mani-

Brasil e mais recentemente oriundos do Leste Europeu.

festar novos comportamentos demográficos. A este propósito destaca-se a redução dos níveis de fecundidade (aproximando-se

- Envelhecimento demográfico gerado na base da pirâmide etária

dos valores médios europeus) e importantes ganhos na esperan-

(redução do número de nascimentos) como no seu topo

ça média de vida, mercê da melhoria generalizada do contexto

(acréscimo da população com 65 e mais anos).

socioeconómico do país. Paralelamente, neste período ocorre ainda uma importante diminuição da mortalidade infantil e juvenil e

De um modo geral poder-se-á afirmar que Santa Maria

o país torna-se em país de imigração, rompendo décadas de uma

da Feira tende a acompanhar o comportamento a nível

tradição emigratória.

nacional dos principais indicadores demográficos, demonstrando, no entanto, uma dinâmica mais

124 Em resumo, a evolução da situação demográfica portuguesa nos 35 anos pode sintetizar-se do seguinte modo:

- Redução dos valores da fecundidade, em especial nos anos 90, para níveis dos mais baixos da União Europeia, pese embora uma recente melhoria deste indicador. Esta redução poder-se-á explicar, em parte, pela entrada definitiva da mulher no mundo do trabalho assim como por uma generalização de utilização dos meios contraceptivos.

- Acréscimo significativo dos valores de esperança média de vida da população, tanto no sexo masculino como no feminino. Este acréscimo explica-se pela melhoria assinalável das condições de assistência médica e saúde pública em Portugal.

- Encerramento dos grande ciclos emigratórios transoceânicos e europeus, seguindo Portugal a tendência de outros países da União Europeia, como Espanha, Itália ou Grécia, passando Portugal a assumir-se como um país de imigração, acolhendo indiví-

positiva e mais vincada em todos eles.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

b) Natalidade e Mortalidade

No que se refere aos valores da natalidade, os últimos 35 anos em Portugal registaram uma tendência de forte decréscimo destes valores. A metamorfose socioeconómica em Portugal tem, obviamente, reflexos vários nos modos de vida das populações e até na estrutura das famílias.

125

EVOLUÇÃO DA TAXA DE NATALIDADE E MORTALIDADE * ÂMBITO GEOGRÁFICO

1998 NATALIDADE

MORTALIDADE

2000

2002

NATALIDADE MORTALIDADE

NATALIDADE

MORTALIDADE

Arouca

11,3

9,6

11,6

9,2

9,9

tt9,5

Oliv. Azeméis

11,3

8,4

11,5

8,3

10,3

7,7

SM Feira

12,4

6,8

13,3

6,6

11,7

6,6

SJ Madeira

12,5

7,7

7,6

7,6

11,5

7,2

Vale Cambra

10,1

9,3

9,6

9,6

9,0

9,4

EDV

11,8

7,7

12,0

7,6

10,9

7,4

Região Centro

10,08

12,09

10,10

11,6

Região Norte

12,1

8,9

12,3

8,7

11,2

8,7

Portugal

11,4

10,6

11,7

10,3

11,4

10,7

* Valores em permilagem

7,14

8,65

Fonte: INE


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

126

HOSPITAL DE S. SEBASTIテグ E ENVOLVENTE


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

O número de nascimentos no país diminuiu significativamente. Uma análise às estatísticas permite concluir que o concelho é, no contexto regional em que se insere, o município que apresenta um comportamento mais positivo da natalidade, suplantando, inclusive, os valores totais do país.

Tal facto é revelador de um maior dinamismo demográfico que os restantes municípios. Relativamente ao comportamento da mortalidade há uma tendência de quebra generalizada dos valores no conjunto dos municípios do Entre Douro e Vouga. De resto, o agrupamento destes municípios acompanha as tendências de quebra da Região Norte e do desempenho Nacional. Digno de realce é ainda o facto do município de Santa Maria da Feira ser, num contexto local, o concelho com menores taxas de mortalidade.

Sendo a Taxa de Mortalidade um dos indicadores demográficos usualmente utilizados na aferição da qualidade de vida das populações, poder-se-á inferir uma posição de maior relevo do município de Santa Maria da Feira (6,6) em relação aos demais municípios da Região de Entre Douro e Vouga (7,4). Mesmo comparando a realidade numérica da mortalidade com a Região Norte (8,7) ou com os valores nacionais (10,7), facilmente se conclui um melhor desempenho do município de Santa Maria da Feira.

O facto das alterações socioeconómicas registadas no país terem os seus reflexos no comportamento dos indicadores demográficos. Como foi já referido, nestes últimos 35 anos, o País modernizou-se e foram criadas estruturas importantes no garante da melhoria das condições de vida dos portugueses, nomeadamente no que concerne a hábitos de cuidados de saúde e assistência médica. O abaixamento dos números da mortalidade feirense estará, indelevelmente, associado ao surgimento do Hospital Distrital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.

127


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

128

CARTA DOS EQUIPAMENTOS DE SAÚDE


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

c) Saldo Natural

129

É sabido que após anos de um crescimento demográfico que

O índice de fecundidade (número médio de filhos por mulher) está

se poderá considerar como sendo forte, Portugal tem vindo a

hoje estabilizado em 1,5, nível inferior ao necessário para asse-

registar valores mais modestos neste indicador. Todavia, e dado

gurar a substituição das gerações (2,1) e um dos valores mais

que o país registou uma melhoria do enquadramento socioeconó-

baixos da Europa. Nascem menos crianças, mas a melhoria dos

mico visível através do abaixamento significativo da mortalidade,

cuidados de saúde permitiu, por um lado, uma evolução muito

seria expectável que o diferencial entre natalidade e mortalidade

positiva das taxas de mortalidade infantil (de 22%0 em 1981 para

resultasse num crescimento demográfico não residual, tal como

4,1%0 em 2003) e, por outro, o aumento considerável nos valores

sucede. No entanto, tal situação deriva do abaixamento significa-

de esperança média de vida.

tivo da natalidade tendo sido essa uma das principais alterações A conjugação destes diversos indicadores resulta num

comportamentais da demografia portuguesa moderna.

alteração significativa dos padrões demográficos portuNa origem dos reduzidos saldos naturais registados no país está a

gueses, sendo que, estas alterações repercutem-se, obvia-

forte quebra do número de nascimentos.

mente, ao nível do concelho de Santa Maria da Feira.

NASCIMENTOS EM PORTUGAL 1960

1991

2002

213 900

152 100

114 500 Fonte: INE


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Um dos aspectos mais marcantes deste novo cenário demográfico português resulta num processo de envelhecimento da população. Nos anos 60, os níveis de natalidade portugueses eram elevados, representando os jovens quase 30% do total da população. Nessa época, num contexto Europeu, Portugal apresentava uma estrutura jovem. No entanto, hoje o cenário é bem diferente e o país apresenta-se, nesse mesmo contexto, como um país com uma menor proporção do grupo etário mais jovem.

Paralelamente, a proporção do grupo etário de população idosa 130

(indivíduos com 65 e mais anos) mais que duplicou desde 1960, situando-se, presentemente, muito próximo dos valores médios europeus, podendo-se, portanto, aludir a um envelhecimento da população portuguesa.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

d) Envelhecimento da população As mutações socioeconómicas de Portugal ao longo das últimas

anos uma evolução conducente à confirmação desta teoria,

quatro décadas têm sido responsáveis por algumas das mais

será de todo pertinente que se equacionem diferentes formas de

importantes alterações do comportamento demográfico nacional.

encararmos as sociedades actual e vindoura. Não será excesso

As alterações da (e na) estrutura económica, e dos modos de vida

linguístico admitir que o envelhecimento demográfico se assume

dos portugueses, a melhoria quase generalizada das condições

como o fenómeno mais relevante nas sociedades desenvolvidas

de saúde e higiene ou os novos paradigmas sociais de um país

devido às suas múltiplas implicações na esfera socioeconómica

têm sido agentes activos e decisivos para um progressivo enve-

das regiões e dos países.

lhecimento da população. A baixa dos valores da fecundidade e o aumento da longevidade Este fenómeno, de resto comum a outros países da Europa do

são dos factores que explicam este fenómeno de envelhecimento

Sul, caracteriza-se pelo aumento da importância da proporção

da população portuguesa. Durante muito tempo considerou-se

da população envelhecida (com 65 ou mais anos) relativamente à

que a causa do envelhecimento residia única e exclusivamente

população jovem (com menos de 15 anos).

numa diminuição da mortalidade. No entanto, conclui-se hoje que o declínio da fecundidade e os fluxos migratórios, internos e exter-

Segundo Alfred Sauvey, o século XXI será o século do envelhe-

nos, têm um papel particularmente preponderante no processo de

cimento. Ora, e se assim é, e se Portugal acelerou, nos últimos

envelhecimento da população.

131


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

132


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

O declínio da fecundidade, porque influi directamente na dimensão dos efectivos mais jovens da população. Os fluxos migratórios com consequência directa e imediata na estrutura etária da população, sobretudo em idade activa, mas também com uma consequência indirecta pelas transferências de nascimentos que

GRAU DE ENVELHECIMENTO NA UNIÃO EUROPEIA PAÍS

POPULAÇÃO IDOSA (%)

Bélgica

17,0 %

Dinamarca

14,8 %

Alemanha

17,5 %

Grécia

17,3 %

Espanha

17,1 %

França

16,3 %

Irlanda

11,1 %

Itália

18,2 %

originam.

Os dados disponíveis da realidade portuguesa ditam-nos que a proporção de população portuguesa com 65 ou mais anos (população idosa) duplicou nos últimos 40 anos. Crê-se ainda que, até 2050, essa proporção volte a duplicar, sendo que, à luz desta análise prospectiva, em 2050 o total de população idosa portuguesa totalize cerca de 32% da população do país.

EVOLUÇÃO DA PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA EM PORTUGAL (1960 – 2050) 1960

1981

1991

2001

2050

Luxemburgo

14,0 %

8%

11%

14%

16%

32%

Holanda

13,7 %

Áustria

15,5 %

Portugal

16,7 %

Finlândia

15,3 %

Suécia

17,2 %

Reino Unido

15,6 %

União Europeia

16,8 %

Com base nas projecções do INE

O grau de envelhecimento demográfico de Portugal enquadra-se com os valores médios da União Europeia, conforme se pode concluir da análise da tabela seguinte.

Proporção de população idosa (65 ou mais anos), União Europeia (15), 2002 Fonte: INE

133


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Quando foram divulgados os resultados definitivos do Censos

No caso do envelhecimento da população portuguesa patente no

2001, não constituiu grande surpresa a constatação do índice de

período intercensitário de 1991 a 2001, estar-se-á a falar de um

envelhecimento ultrapassar o valor de 100. De resto, a consta-

duplo envelhecimento. A análise dos dados evidencia um estreita-

tação da realidade deixava antever que o peso proporcional da

mento da base, sobretudo nas classes mais baixas, demonstrativo

população idosa fosse superior ao do peso da população com

de uma quebra dos índices de fecundidade, e um alargamento do

menos de 15 anos (o índice de envelhecimento calculado para

topo, sobretudo nas classes acima dos 65 anos de idade (popu-

2001 refere 102 idosos por cada 100 jovens).

lação idosa). Entre 1991 e 2001, a proporção de jovens diminuiu de 20,0% para 16,0%, enquanto que a de idosos subiu de 13,6%

No entanto, considerando o conjunto do país, é possível consta-

para 16,4%, suplantando, portanto, a população jovem.

tar-se ritmos diferenciados entre as diversas regiões. Desde há 134

muito que as regiões do interior têm assistido a um constante e progressivo abandono das suas gentes, especialmente das franjas

ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL

populacionais mais jovens. Tal facto concorre sobremaneira para o aumento do peso percentual da população idosa nestas

1991

2001

68

102

regiões. Ora, nestes casos, estar-se-á a falar de um envelhecimento provocado pela base da pirâmide etária, até porque poderá assistir-se ao fenómeno de diminuição da população idosa e, simultaneamente ao aumento do peso percentual deste grupo

Relaciona a população idosa (65 ou + anos) com a população jovem (- 15 anos). Valor expresso em n.º de idosos por cada 100 jovens. Fonte: INE

etário. Para tal basta somente que diminuam os efectivos dos outros escalões etários.

A evolução do índice de envelhecimento neste período compreendido entre os últimos momentos censitários em Portugal traduz-se

Por outro lado, em determinadas regiões do país, observam-se

num aumento de cerca de 40 idosos por cada 100 jovens, que,

ainda níveis de natalidade considerados altos quando vistos,

segundo as projecções demográficas realizadas se prevê que

analisados e comparados com as médias nacionais. Nestes casos

continue e se intensifique nos próximos anos.

verifica-se um equilíbrio entre o rácio da população jovem e a população mais idosa.

Outros casos há em que as variações positivas da população se ficam a dever aos fluxos migratórios, sobretudo mais visível nos grupos etários da população em idade activa.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

AGRAVAMENTO DO ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO

2001

0-14

15-64

65 ou +

0-14

15-64

65 ou +

NORTE

17,5

68,5

14,0

1991

20,0

66,4

13,6

CENTRO

15,0

65,5

19,4

2001

16,0

67,7

16,4

LISBOA

14,9

69,7

15,4

2010

15,4

68,9

17,7

ALENTEJO

13,7

63,9

22,3

2020

13,9

65,7

20,4

ALGARVE

14,6

66,8

18,6

2030

12,7

63,0

24,2

RAA

21,4

65,6

13,0

2040

12,9

58,5

28,6

RAM

19,1

67,2

13,7

2050

13,2

55,1

31,8

2030

0-14

15-64

65 ou +

NORTE

12,8

62,9

24,3

CENTRO

11,8

61,3

26,9

LISBOA

13,5

64,4

22,1

ALENTEJO

10,9

60,6

28,5

ALGARVE

12,5

64,3

23,2

RAA

14,7

66,2

19,1

RAM

13,9

65,1

21,0

Fonte: INE

135

Como se pode verificar da análise da tabela, o recuo da natalidade começa a ter os seus reflexos na população em idade activa a partir de 2010, representando no final do período cerca de 55% do total da população, contra 68% recenseados em 2010. Destes valores projectados resulta igualmente clara uma certa recuperação dos valores da fecundidade a partir da década de 2020, algo que se repercutirá nos valores da proporção de população jovem a partir do ano de 2040 (recuperação de 0,02% de 2030 para 2040 e de 0,03% de 2040 para 2050). Ainda assim, este ganho de proporção de população jovem previsto para este período será “à custa” da população em idade activa, já que a população idosa não cessará de aumentar a sua proporção no período referido.

Fonte: INE


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

sivo e contínuo em todas as regiões nacionais, sobretudo também

2050

0-14

15-64

65 ou +

NORTE

12,9

54,3

32,8

CENTRO

12,0

53,0

34,9

no Norte e Regiões Autónomas, ou seja, naquelas regiões até agora menos envelhecidas e que só muito recentemente deixaram de garantir a substituição das gerações.

De um modo geral, o envelhecimento da população será LISBOA

14,4

57,3

28,2

ALENTEJO

10,9

50,9

38,2

ALGARVE

13,0

57,3

29,7

RAA

13,4

58,2

28,4

RAM

13,1

56,0

30,9

um fenómeno comum a todo o país e a todas as regiões nas próximas décadas, embora em momentos e com

136

ritmos de mudança diferenciados, tornando-se o ritmo mais lento à medida que a população idosa reforça o seu peso proporcional na população total.

Uma das notas mais salientes da interpretação dos dados, tanto

Fonte: INE

numa perspectiva retrospectiva como numa prospectiva, tem a ver com o comportamento da evolução da população idosa e da população muito idosa. Nos 30 anos que decorreram entre 1960

A nível regional, as metamorfoses da estrutura etária da população

e 1991 a população portuguesa cresceu, em média, 0,4% ao ano.

revelam comportamentos diferenciados, pese embora ser trans-

Valor muito semelhante foi verificado na evolução da população

versal a todo o território português uma generalizada tendência de

em idade activa (0,5% ao ano). No entanto, as taxas de cresci-

envelhecimento.

mento da população idosa e muito idosa registaram valores bem acima dos registados nos outros grupos etários. A população

De acordo com os dados disponíveis, é visível que os maiores de-

idosa regista um crescimento médio anual de 2,1% e a população

créscimos de população jovem entre 2001 e a baliza temporal de

muito idosa (indivíduos com 85 ou mais anos) atinge o ritmo mais

2050 (limite da projecção) se registam (ou registarão) nas Regiões

rápido de crescimento: quase 3,0% ao ano.

Norte e Centro de Portugal, assim como em ambas as Regiões Autónomas. Esta tendência é de tal forma evidente que, em 2050,

Paralelamente, a população jovem, identificada com a faixa etária

se projecta que a Região Norte e as Regiões Autónomas dos Aço-

inferior (menos de 15 anos), regista um decréscimo médio de

res e da Madeira deixem de ser as regiões mais jovens do país,

0,9% ao ano.

apresentando valores muito semelhantes às restantes regiões. A população idosa, por seu turno, verificará um aumento progres-


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

TAXA MÉDIA ANUAL DE CRESCIMENTO (PORTUGAL) POPULAÇÃO TOTAL E IDOSA, 1960-2050

No período subsequente, compreendido entre 1991 e 2020, o crescimento médio da população total tenderá a abrandar e a ser reduzido a metade (0,2%). Tal deve-se a ritmos muito fracos até 2010 e negativos na década seguinte.

1960-1991

A população jovem mantém uma variação negativa e a população em idade activa regista um crescimento igualmente baixo (cerca

POPULAÇÃO TOTAL

0,4%

65 + ANOS

2,1%

85 + ANOS

2,9%

de 0,2% média anual), enquanto que a população com mais de 65 ou mais anos cresce a ritmos de 1,8% ao ano. No mesmo período, e mais evidente será mesmo o aumento da longevidade, com a população com 85 ou mais anos a evoluir grandemente (média de 3,4%/ano).

Entre 2020 e 2050, a população total observa uma evolução média anual simétrica, comparativamente ao período de 1960 a

1991-2020

1991. Esta evolução resulta de trajectórias diferentes nos grandes POPULAÇÃO TOTAL

0,2%

65 + ANOS

1,6%

85 + ANOS

3,4%

grupos etários. A população em idade activa junta-se à população jovem, assumindo ambas trajectórias negativas, e unicamente a população idosa (e com especial ênfase a população muito idosa) regista valores positivos, embora mais moderados que no período anterior, tendência esperada dado o grau de envelhecimento entretanto atingido.

Ora, se é na Região Norte que mais alterações irão ocor-

2020-2050 POPULAÇÃO TOTAL

rer ao nível da estrutura etária da população portugue0,4%

sa, é óbvio que essas mesmas alterações terão repercussões e reflexos na própria estrutura populacional de

65 + ANOS

1,1%

85 + ANOS

1,9%

Santa Maria da Feira. A tendência será, claro está, para serem sentidas no município as transformações demo-

Cálculos com base nos Recenseamentos Gerais da População, de 1960 a 2001 e projecções da população residente, 2000-2050) Fonte: INE

gráficas previstas para o país: um progressivo aumento

137


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

do peso proporcional da população idosa e muito idosa,

PROPORÇÃO:

POPULAÇÃO JOVEM

MUNICÍPIO

1991

2001

VARIAÇÃO

Arouca

23,79

18,12

-5,67

Espinho

20,12

15,23

-4,89

Gondomar

20,91

17,31

-3,60

AMP * VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 91-01:

Maia

21,26

17,43

-3,83

JOVEM

ADULTA

IDOSA

Matosinhos

20,64

15,98

-4,66

-5,34

2,74

2,61

Oliveira de Azeméis

21,72

17,25

-4,47

Porto

16,95

13,14

-3,81

Póvoa do Varzim

23,82

19,03

-4,79

S. João da Madeira

21,81

17,33

-4,49

Santa Maria da Feira

22,19

18,41

-3,79

Santo Tirso

21,61

16,84

-4,77

Trofa

23,69

19,17

-4,52

Vale de Cambra

21,32

15,85

-5,47

Valongo

22,20

17,85

-4,35

Vila do Conde

22,32

17,97

-4,35

Vila Nova de Gaia

20,22

17,05

-3,17

muito “à custa” dos demais grupos etários, particularmente do escalão da população mais jovem. No entanto, esta tendência não será tão pronunciada no concelho como nos demais municípios da Área Metropolitana do Porto. Embora inegável, o envelhecimento da população Feirense traduzir-se-á a um ritmo bem mais lento do que na grande maioria dos municípios envolventes.

138

* AMP: Área Metropolitana do Porto Fonte: INE

Do conjunto de dados vertidos nas tabelas seguintes, conclui-se que Santa Maria da Feira foi dos municípios que, no contexto da Área Metropolitana do Porto e no intervalo temporal de 1991 a 2001 conseguiu conservar um maior teor de juventude da sua população (apesar de perdas na ordem dos 3,79% do peso percentual efectivos populacionais de idade inferior a 15 anos), como um aumento menos rápido da população idosa e muito idosa do que na maior parte dos municípios da AMP e até do País. Esta tendência quase “contra ciclo” com a Região e os fenómenos nacionais evidencia um dinamismo demográfico importante do município e que permite, de forma desassombrada, sublinhar-se que a população é um importante recurso que Santa Maria da Feira tem ao seu dispor, importando, por isso, que saiba retirar desse mesmo recurso todas as suas potencialidades.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

POPULAÇÃO ADULTA

POPULAÇÃO IDOSA

1991

2001

VARIAÇÃO

1991

2001

VARIAÇÃO

61,34

65,72

4,38

14,87

16,16

1,29

69,45

70,25

0,80

10,42

14,51

4,09

70,35

71,73

1,38

8,74

10,96

2,22

69,79

72,04

2,25

8,95

10,53

1,58

70,36

71,75

1,39

9,01

12,27

3,26

67,78

69,56

1,79

10,50

13,19

2,69

68,25

67,47

-0,77

14,80

19,38

4,58

66,83

69,74

2,90

9,34

11,23

1,89

68,97

70,56

1,59

9,21

12,11

2,90

68,97

70,54

1,56

8,83

11,06

2,23

68,59

70,16

1,57

9,80

13,00

3,20

68,22

70,84

2,62

8,08

9,99

1,91

65,31

67,86

2,55

13,37

16,29

2,92

70,66

72,36

1,70

7,14

9,79

2,65

68,20

70,36

2,16

9,48

11,67

2,19

70,15

71,06

0,91

9,63

11,90

2,27

139

Fonte: INE


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1991 MUNICÍPIO | POPULAÇÃO

JOVEM

2001 ADULTA

IDOSA

JOVEM

ADULTA

IDOSA

Arouca

5 685

14 656

3 553

4 391

15 921

3 915

Espinho

7 034

24 278

3 644

5 134

23 676

4 891

Gondomar

29 938

100 726

12 514

28 411

117 706

17 979

Maia

19 804

65 013

8 334

20 940

86 527

12 644

Matosinhos

31 303

106 720

13 659

26 686

119 842

20 498

Oliveira de Azeméis

14 520

45 305

10 479

12 198

49 197

9 326

Porto

51 269

206 423

44 780

3 584

177 544

51 003

Póvoa do Varzim

13 053

36 617

5 118

12 081

44 262

7 127

S. João da Madeira

4 025

12 727

1 700

3 656

14 890

2 556

Santa Maria da Feira

26 332

81 830

10 479

25 028

95 904

15 032

Santo Tirso

15 078

47 857

6 838

12 193

50 794

9 409

Trofa

7 776

26 622

2 653

7 206

26 622

3 753

Vale de Cambra

5 231

16 025

3 281

3 931

16 828

4 039

Valongo

16 466

52 407

5 299

15 349

62 233

8 423

Vila do Conde

14 470

44 217

6 149

13 369

52 342

8 680

Vila Nova de Gaia

50 261

174 370

23 934

49 222

205 180

34 347

312 245

1 055 793

162 414

243 379

1 159 468

213 622

20,4

68,99

10,61

15,06

71,73

13,22

A.M.P. PROPORÇÃO % Fonte: INE


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

POPULAÇÃO MUITO IDOSA (+ DE 85 ANOS) 1991 MUNICÍPIO

TOTAL

2001 %

TOTAL

%

VARIAÇÃO

Arouca

234

0,98

455

1,88

0,9

Espinho

235

0,67

415

1,23

0,56

Gondomar

669

0,47

1 343

0,82

0,35

Maia

498

0,53

942

0,78

0,25

Matosinhos

845

0,56

1 618

0,97

0,41

Oliveira de Azeméis

494

0,74

796

1,13

0,39

3 404

1,13

4 939

1,88

0,75

308

0,56

584

0,92

0,36

S. João da Madeira

96

0,52

205

0,97

0,45

Santa Maria da Feira

714

0,6

1 208

0,89

0,29

Santo Tirso

406

0,58

826

1,14

0,56

Trofa

146

0,44

285

0,76

0,32

Vale de Cambra

294

1,2

426

1,72

0,52

Valongo

317

0,43

634

0,74

0,31

Vila do Conde

336

0,52

688

0,92

0,4

Porto Póvoa do Varzim

Vila Nova de Gaia

A.M.P. Fonte: INE

1 482

0,6

2 556

0,89

0,29

10 478

0,68

17 920

1,11

0,43

141


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

142

3. Educação A educação assume-se como um dos pilares basilares da so-

do o aproveitamento das capacidades de cada um dos indivíduos,

ciedade moderna tal como a conhecemos. Se assim não fosse,

também não será menos verdade que a educação conjunta

seriam impensáveis os investimentos feitos pelos governos do

de uma sociedade eleva exponencialmente a possibilidade de

mundo desenvolvido neste sector estratégico para a sustentação

aproveitamento dessas capacidades, almejando o bem comum.

da sociedade e do tecido socioeconómico. A educação sempre

Através da educação, os indivíduos tomam consciência dos valo-

assumiu um papel de destaque nas civilizações antigas que mais

res que dão consistência ao meio social em que estão inseridos,

se notabilizaram, como a Civilização Egípcia, a Grécia Antiga ou o

desenvolvendo o sentido crítico necessário para uma interven-

Império Romano. Ontem, como hoje, não é possível pensarmos

ção que contribua para o desenvolvimento do mesmo. Todos

em desenvolvimento, crescimento, inovação ou bem-estar sem

os elementos que constituem um grupo necessitam de interagir

que todos os que compõem a sociedade possuam os

concertadamente entre si para beneficiarem do progresso que

instrumentos básicos que lhes permitam intervir de forma activa

vão construindo, colocando ao serviço de todos a riqueza criada,

no esforço que conduz ao avanço colectivo a que damos o nome

preservando o meio que os rodeia e propiciando o bem-estar.

de desenvolvimento. É da responsabilidade de cada geração preparar os instrumentos Se é verdade que a educação é um processo de crescimento, de-

necessários para que os que vêm a seguir consigam uma fácil

senvolvimento, valorização e aperfeiçoamento pessoal, potencian-

integração social. É através da educação que cada geração deixa


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

à geração seguinte o seu legado mais rico, transmitindo a susten-

As mutações socioeconómicas registadas no Portugal moderno

tabilidade do seu desenvolvimento. No actual estado de desenvol-

tiveram, como foi já referido, reflexos múltiplos na estrutura social

vimento da nossa sociedade, compete ao sistema educativo, do

portuguesa. Tal será facilmente comprovável se nos detivermos

qual uma parte substantiva está assente na organização escolar,

com maior pormenor nas mudanças ao nível do tecido econó-

fornecer uma quota importante daqueles instrumentos.

mico, nas estruturas familiares, na organização do espaço e do território, na distribuição da população, na habitação, entre uma

Ora, desta forma, e se o desenvolvimento social a todos interessa,

infindável listagem de indicadores. O sector da educação não é

então a todos tem que interessar o modo como se educam os

excepção. Os efeitos da democratização política resultante da

cidadãos, assim como não pode haver um desenvolvimento com-

revolução de Abril possibilitaram idêntico progresso no sector do

pleto da comunidade sem que todos os seus membros possuam

ensino e da educação em Portugal. O que seria privilégio para

as condições para o desempenho correcto do seu papel social,

poucos passou a ser, paulatinamente, um direito de todos. Causa

também não é possível ter condições de obter uma boa educação

e consequência do desenvolvimento inquestionável do país,

e formação sem a intervenção da comunidade envolvente. E nesta

nenhum outro sector terá merecido tão forte investimento como

intervenção a comunidade aproveita para “crescer”. A educação

a educação, facto esse sintomático da importância enquanto

é, pois, um esforço que não pode, de modo algum, ser

“motor” de desenvolvimento.

individual mas, interessando a todos e tendo todos de intervir nela, dilui os papéis de actores e de espectadores.

Este facto pode ser facilmente corroborado com a análise da evolução da taxa de analfabetismo em Portugal nas últimas três

Conhecer uma população é bem mais do que apenas saber

décadas. Com efeito, apesar do decréscimo da população em

quantificá-la numericamente. Esse indicador, embora não possa

idade escolar (entre os 6 e os 24 anos), o número de alunos que

ser negligenciado, é pouco ambicioso na tentativa de perspectivar

frequentam os diversos graus do sistema de ensino aumentou

o futuro. Deste modo, importará saber caracterizar essa mesma

significativamente. Não obstante o analfabetismo ter vindo a

população através de uma análise mais ampla e mais alargada. Só

diminuir de forma acentuada desde a década de 70 (de 25,7%

assim se poderão avaliar os graus de cumprimento das políticas

para 9,0%), em 2001 nove em cada 100 portugueses com dez

em curso para que possam ser reforçadas ou, em alternativa,

ou mais anos não sabiam ler nem escrever, continuando Portugal

revistas e melhoradas, isto sempre tendo como horizonte final a

a apresentar uma das taxas mais elevadas no contexto europeu.

prossecução do objectivo central que é a melhoria da qualidade

A taxa de analfabetismo das mulheres foi sempre superior à dos

de vida e bem-estar das populações através de um desenvolvi-

homens, ao longo deste período. Em 2001, cifrava-se em 11,5%

mento económico sustentável que almeje a coesão social.

para as mulheres e em 6,3% para os homens. Apesar de subsistir ainda esta diferença considerável, verificou-se uma aproximação

143


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

nas últimas três décadas (em 1970, a taxa para as mulheres era de 31,0% e para os homens de 19,7%). Os principais factores que têm influenciado a diminuição da taxa de analfabetismo são a já referida escolarização progressiva dos jovens em idade escolar e a renovação das camadas mais idosas da população por outras com menores taxas de analfabetismo.

É de referir que as taxas de analfabetismo, quer dos indivíduos do sexo masculino, quer dos indivíduos do sexo feminino da população idosa (com 65 e mais anos), ainda que elevadas, diminuíram 144

nos últimos 30 anos: nos homens, a proporção de pessoas que não sabiam ler ou escrever passou de 47,0%, em 1970, para 24,5%, em 2001; nas mulheres, a percentagem de analfabetismo apresenta-se bastante superior: 64,6%, em 1970, e 40,8%, em 2001. Ao longo dos 30 anos ocorreu uma efectiva redução de alunos que se encontravam a frequentar os dois primeiros ciclos do ensino básico: em 1970 estavam matriculados cerca de um milhão de alunos e em 2001 apenas 800 mil. Para esta redução deverá ter contribuído, entre outros factores, a queda da natalidade entretanto ocorrida.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

145

CARTA DA REDE ESCOLAR


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

146

Quanto aos alunos matriculados no terceiro ciclo do ensino básico

Os números registados no domínio da Educação e

e no ensino secundário, o número triplicou em trinta anos, pas-

da Qualificação dos feirenses não são, grosso modo,

sando de 224 mil, em 1970, para mais de 735 mil, em 2001. Esta

particularmente brilhantes. Pelo menos é esta a ideia

massificação escolar está associada ao alargamento da escolarida-

preconcebida aceite pela generalidade das pessoas. Tal

de obrigatória ao 3. º ciclo do ensino básico. No ensino superior a

fica a dever-se, em grande medida, ao elevado vínculo

evolução foi ainda mais significativa, já que o número de estudantes

da sua população aos sectores mais tradicionais, como

decuplicou nas três décadas, passando de cerca de 38 mil, em

a Indústria ou a Construção Civil, ou seja, sectores de

1970, para mais de 390 mil, em 2001. Para este aumento terá con-

actividade que, por norma, não exigem grande pre-

tribuído o alargamento e descentralização do parque escolar univer-

paração académica. Tal denuncia, igualmente, uma

sitário, com a criação de novas universidades públicas e privadas,

entrada precoce da mão-de-obra feirense no mundo de

assim como de institutos politécnicos. Também se verificou que as

trabalho, tese que será corroborada pelas estatísticas

mulheres passaram a constituir a maioria dos estudantes do ensino

relacionadas com o abandono escolar.

superior, 56% do total, em 2001, percentagem que, em 1970, pertencia aos homens. Ao longo das últimas três décadas, a crescente

Ora, neste aspecto surgirá, desde logo, o primeiro grande

escolarização da população portuguesa suscitou a diminuição da

constrangimento para o município, já que a unanimidade dos

proporção da população sem qualquer qualificação (de 60,6%, em

estudos que se debruçam sobre as questões do desenvolvimento

1970, para 26,4%, em 2001) e o aumento do peso da população

apontam a educação e a qualificação como o principal motor para

com o ensino secundário completo (de 2,3% para 11,0%) e o su-

a prossecução dos objectivos centrais de desenvolvimento. Se

perior completo (0,6% para 6,5%). Assistiu-se também a uma cres-

assim é, então, a baixa qualificação e preparação da mão-de-obra

cente feminização dos níveis de ensino mais elevados (secundário,

de um município poderá, a não ser revertida a situação, funcionar

médio e superior). De facto, a proporção de mulheres ultrapassou

como obstáculo a esse mesmo desenvolvimento, concorrendo

a proporção de homens nesses níveis de ensino. Simultaneamen-

para a perda de vigor económico do seu tecido empresarial. Daí

te, a proporção de mulheres sem qualquer qualificação continua

que seja de todo imperativo que estas questões relacionadas com

superior à dos homens. Refira-se que, em 1970, em todos os níveis

a educação possam ser equacionadas, previstas e planeadas o

de ensino, a proporção de população masculina com qualificações

mais atempadamente possível.

académicas era superior à feminina. O reconhecimento da importância da educação por parte do poder político consubstanciou-se

Aliás, este compromisso com a Educação é, também, um desígnio

no aumento da despesa pública neste sector que, em percentagem

nacional. O problema não se confina apenas e só aos limites do

do PIB, cresceu significativamente nas últimas três décadas, pas-

município de Santa Maria da Feira ou da Região Norte. É um pro-

sando de 4,3%, em 1977, para 7,0%, em 2001.

blema transversal a todo o país e que ajuda, em grande medida,


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

a explicar as dificuldades que Portugal tem tido para, de uma vez por todas, entrar no “comboio” europeu da convergência.

A tenacidade dos esforços encetados pelas entidades responsáveis pelo sector da educação nos últimos anos tem vindo a frutificar. Um pouco por todo o país foi sendo renovado o parque escolar com a construção de novas escolas ou a reconversão de outras. Foram feitos reajustes nos conteúdos programáticos dos curricula, a escolaridade obrigatória foi alargada para nove anos e os ensinos secundário e superior foram democratizados. Estes esforços coincidiram no tempo com o desenvolvimento registado pelo país nos últimos 20 anos.

No entanto, dado estarmos inseridos num contexto de enorme competitividade determinada pela globalização, não nos bastará apenas darmos sequência ao que tem vindo a ser feito. Tal não significa que o percurso percorrido neste domínio esteja incorrecto, mas apenas que está a ser efectuado a velocidade inferior ao requerido pelas necessidades do país, de forma a atingir-se um desenvolvimento económico sustentado que possa patrocinar a coesão social dos portugueses.

CENTRO ESCOLAR DO MURADO

147


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

TAXA DE ANALFABETISMO MUNICÍPIOS AMP (1991 – 2001) CONCELHOS

1991

2001 A evolução da taxa de analfabetismo no município de

8,4

6,7

Arouca

15,0

11,7

Espinho

6,7

7,0

Gondomar

6,6

5,5

Maia

5,9

4,8

Matosinhos

5,5

5,2

Oliveira de Azeméis

7,1

6,8

Santa Maria da Feira

Santa Maria da Feira no decénio compreendido entre 1991 e 2001 permite-nos concluir que os esforços registados neste domínio têm surtido os seus efeitos. Neste intervalo temporal, os números do município afastaram-se da média nacional, de 8,4 para 9,9 em 1991 (1,5 de diferença para os números do país) passando essa mesma diferença para 1,6 em 2001.

Dito de outra forma, Santa Maria da Feira conseguiu 148

registar maior evolução neste domínio que a média nacional. Tal é sintomático dos resultados de uma aposta clara no sector nos últimos anos.

Porto

4,8

4,8

Póvoa do Varzim

7,0

5,9

S. João da Madeira

8,5

7,2

Santo Tirso

5,1

4,8

Trofa

6,7

5,6

11,4

9,7

Valongo

5,5

5,0

Vila do Conde

7,2

6,2

Comparativamente aos demais municípios da Área Metropolitana do Porto, verifica-se que os números verificados pelo município feirense estão, grosso modo, ainda algo desfasados da maioria dos municípios tidos como mais urbanos e desenvolvidos. Tal denuncia o vínculo claro entre a educação e a qualificação das populações com o grau de desenvolvimento dos territórios, sendo este facto, simultaneamente, causa e consequência desse mesmo desenvolvimento, causa, já que se uma população possui melhoVale de Cambra

res condições de vida, obviamente que irá procurar proporcionar aos seus filhos uma educação melhor, consequência, dado que essa maior qualificação da mão-de-obra vai ser motor de potenciamento e de fixação de actividades económicas com maior teor técnico e tecnológico: as denominadas actividades de

Vila Nova de Gaia

6,4

5,4

Região Norte

9,9

8,3

11,0

9,0

Portugal Fonte: INE

valor acrescentado.


CAPÍTULO I INTRÓITO

ÁREA CENTRAL DE SANTA MARIA DE LAMAS


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ESCOLA SECUNDÁRIA DE FIÃES


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Mantendo a incrementação dos projectos municipais de combate

reservado um papel de mero observador. Embora as competên-

ao analfabetismo e ao abandono precoce do sistema educativo,

cias dos municípios neste sector centrem-se muito nos níveis

Santa Maria da Feira continuará com uma taxa inferior à média

pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, tal não significa que

nacional e à Região Norte, perspectivando-se – pelas políticas

não possa haver forte empenhamento das autarquias na

recentes – resultados mais positivos entre os municípios da Área

educação em geral; pelo contrário, até porque estes níveis de

Metropolitana do Porto.

ensino se assumem como a base de todo o sector e determinam, em grande medida, o sucesso das políticas nos níveis de ensino

Daqui se conclui que a educação é um pilar inequívoco do

subsequentes. Deste modo, uma intervenção das Autarquias que

desenvolvimento de um país, de uma região ou de um município.

conduza ao ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico de

A sua importância é de tal modo inquestionável que este sector

elevada qualidade terá, obviamente, reflexos positivos nos ciclos

pode assumir-se tanto como constrangimento ou como excelente

seguintes. Para almejarmos a qualidade e a excelência do nosso

veículo para o desenvolvimento.

sector educativo teremos que necessariamente revelar ambição nos projectos e estratégias que projectamos, abraçamos

Deste modo, dado que o diagnóstico realizado sobre a realidade

e desenvolvemos.

de Santa Maria da Feira aponta algumas lacunas a este nível, importará apontar-se rumos a seguir com vista à superação desses

A educação e a formação são factores de extrema relevância para

constrangimentos.

o desenvolvimento dos indivíduos, a competitividade dos países e a participação activa nos processos de mudança social. Sendo o

A educação é uma das áreas essenciais a considerar e a intervir,

conhecimento, a qualidade e a inovação elementos centrais das

pois trata-se da “trave-mestra” com forte expressão não só numa

economias contemporâneas, a aposta na excelência dos sistemas

óptica de desenvolvimento pessoal e humano, mas também con-

de formação e de educação constitui o aspecto decisivo quando

dição indispensável de suporte das exigências de desenvolvimen-

se insere num quadro de instrumentos de planeamento ou de

to das economias baseadas no conhecimento e tecnologia como

projecção do futuro. Estes pressupostos estão, de resto, consa-

pretende ser a economia de Portugal.

grados em quadros de instrumentos como o “Norte 2015” ou o

Assim sendo, resulta claro que uma firme intervenção a este nível

científico e tecnológico, sobretudo no sistema de ensino superior

deverá ser devidamente articulada e coordenada pela administra-

da região, intensificando a formação de jovens nestas áreas e

ção central, que detém os meios e as competências necessárias

ainda em mecanismos de apoio à intensificação tecnológica de

para desencadear os mecanismos e as políticas indispensáveis.

empresas da região.

“PROT-N” que assumem a aposta clara, entre outras, no sistema

No entanto, não se pense que à administração local deverá estar

151


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Estes serão, pois, os pressupostos em que assentam a estra-

para a integração nos sistemas intermédio e universitário, permi-

tégia de desenvolvimento gizada para o norte de Portugal. Uma

tindo o potenciamento de reais mais-valias no tecido produtivo.

estratégia que reclama forte investimento no sector da educação, nomeadamente numa formação de base que permita aos jovens a

Contudo, para que tal possa, de facto, ser alcançado, impõe-se a

necessária qualificação para responder às exigências da cada vez

prossecução de um plano que vise o desenvolvimento de

mais premente intensificação tecnológica, através da qualificação

condições infra-estruturais e de equipamentos, assim como a


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

acção atenta sobre as complementaridades educativas e pedagó-

crianças, mas também concorre para a competitividade e para a

gicas. Ambos os eixos visam a constituição de um projecto funda-

coesão social.

mental de estabelecimento de prioridades estratégicas, sendo que o ensino pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico se assumem

A rede do ensino pré-escolar revela uma dimensão equipamen-

determinantes para o sucesso.

tal insuficiente, estimando-se que, no contexto da AMP, sejam necessárias 645 novas salas e a requalificação de 297, de modo

Daqui se vê, de forma evidente, qual o grau de comprometimen-

a contribuir-se para o aumento das taxas de escolarização deste

to que as autarquias deverão assumir para o desenvolvimento

nível de ensino, almejando-se a sua universalização.

dos seus territórios e do país através da educação. Para tal, será necessária a requalificação e modernização do parque escolar,

As mudanças da sociedade actual colocam a escola perante o

através de acção assente em estudos, projectos, assistência

desafio de proporcionar maior cobertura de horário, muitas vezes

técnica e fiscalização, obras de construção / ampliação / requalifi-

a tempo inteiro, permitindo combinar as necessidades de guarda

cação dos estabelecimentos, arranjos exteriores dentro do

das crianças com a oferta de actividades extracurriculares nas

perímetro dos estabelecimentos, mobiliário escolar, material

áreas das tecnologias, das línguas, do desporto e das expressões.

didáctico e equipamento informático destinado a apetrechar as novas salas de aula e outros equipamentos necessários ao funcio-

A escola a tempo inteiro concorre para a qualificação das crianças

namento de espaços específicos resultantes da construção e/ou

mais desfavorecidas, sendo contributo para a competitividade e

ampliação das escolas.

ajuda no combate à exclusão social. É necessário que a complementaridade de horários contemple actividades que possi-

O ensino pré-escolar é a primeira etapa do processo de educação

bilitem a génese, crescimento e generalização de uma consciência

dos indivíduos que se pretende contínuo ao longo das suas vidas.

crítica e de cidadania.

Assim sendo, importa que se potencie a existência de condições de acolhimento das crianças no sistema que se traduzam no aumento das taxas de escolarização nesta faixa etária.

Este nível de ensino contribui ainda para o desenvolvimento das crianças e é instrumento considerável no combate à exclusão social, dado que, além de garantir um espaço de desenvolvimento humano, disponibiliza ainda o serviço de guarda das crianças. A rede de ensino pré-escolar serve, assim, o desenvolvimento das

153


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

No concelho de Santa Maria da Feira têm sido vários os passos dados no sentido desta estratégia fundamental da Educação. A escola a tempo inteiro é já uma realidade. Os apoios sociais de combate ao abandono escolar são presença diária na vida de milhares de famílias, através do fornecimento de refeições e lanches, dos transportes escolares e das bolsas de estudo. São promovidos programas de saúde escolar ao nível da saúde oral, rastreios oftalmológicos e prevenção da obesidade. Diversos projectos educativos complemen154

tam e enriquecem o programa curricular dos alunos, com especial incidência sobre o conhecimento do património do concelho, a prevenção rodoviária, o convívio com a família e as gerações mais idosas, a participação democrática, a protecção do planeta e a expressão artística. O programa de Férias Escolares e Universidade Júnior proporcionam aos alunos um Verão simultaneamente divertido e produtivo, perspectivando o futuro. O melhoramento do parque escolar, através da renovação das EB1 e JI já existentes (Programa Sala +) e da construção de novos equipamentos como os Centros Escolares, e o acesso livre à Internet são outros exemplos de como se pode investir na educação para se ganhar o amanhã.


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

156


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

IV

ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

157


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

158

Etapas do Crescimento Urbano

análise ao período de 1974 a 2009, pelas fotografias aéreas disponíveis referentes aos anos de 1958, 1967, 1974, 1983, 1995 e 2007, é possível verificar, num período mais dilatado e numa visão mais ampla, as principais etapas de crescimento urbano das últimas décadas, no que se refere à cidade de Santa Maria da Feira e às cidades de Lourosa e Fiães. Nestas duas são

A expansão e consolidação urbanas, que são expressas,

referenciadas apenas três etapas, mas igualmente elucidativas da

claramente, pela análise dos ortofotomapas que se seguem, é a

evolução verificada.

demonstração do efeito de urbanização intensiva que, reconhecidamente, é resultado da estrutura económica do concelho, para

Refira-se que Santa Maria da Feira é um dos três Concelhos

além do contributo de factores indutores de dinâmicas de mobi-

portugueses que integram três cidades.

lidade, acessibilidade e infraestruturação. Como os casos mais relevantes, que pontuam estas etapas de crescimento: a maior

Esta notável evolução urbana apresenta novos desafios: a procura

proximidade do centro da Área Metropolitana do Porto devido aos

de critérios de incremento à qualificação das infraestruturas,

nós viários da auto-estrada A1; a criação do Europarque, equipa-

que em cada freguesia despoletaram o desenvolvimento local e

mento de nível metropolitano e indutor de novas funcionalidades

fomentaram, para a população, a inclusão social, educativa e cul-

ligadas à ciência, indústria, turismo, congressos, eventos culturais

tural. Refira-se, ainda, que os perímetros urbanos que se podem

e lazer; a aceleração das infraestruturas criadas, pelas oportunida-

desenhar, a partir das etapas retratadas, convivem com a estrutu-

des de financiamento, usufruídas pela adesão à União Europeia.

ra ambiental e paisagística, valorizando o território e equilibrando a

Embora o Atlas retrate a evolução do concelho, com particular

relação construção/espaço ecológico.


CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

159


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Centro de Santa Maria da Feira

1958


CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1967


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1974


CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1983


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1995


CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

2007


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Fi達es

1958


CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1995 . 2007


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Lourosa

1958


CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1995 . 2007


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

170


CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

V

UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

171


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

172

Um olhar sobre o território Compilação dos ortofotomapas do concelho à escala 1:5.000

Da leitura dos ortofotomapas que as páginas seguintes convidam a um olhar privilegiado e de descoberta, perspectiva-se a tradução da multipolaridade que (mais) marcou a evolução de 1974 a 2009, em especial na criação de equipamentos públicos relevantes, distribuídos por todas as 31 freguesias.

As políticas levadas a efeito, factualmente e num plano de desenvolvimento sustentado e polarizador, espelham-se claramente neste olhar sobre o território, onde convergem a iniciativa pública, o forte movimento associativo e o empreendedorismo, três pilares que caracterizam o caminho de excelência e da identidade feirense.


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

173


001


002


003


004


005


006


007


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

181


008


009


010


011 011


012 ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

186


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

187


013


014


015


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

191


016


017


018


019


020


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

197


021


022


023


024


025


026


027


028


029


030


031


032


033


034


035


036


037


038


039


040


041


042


043


044


045


046


047


048


049


050


051


052


053


054


055


056


057


058


059


060


061


062


063 060


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

241


064

061


060

065


066

061


067


068


069


070


071


072


073


074


075


076 068


069 077


078 068


079


080


081


082


083


084


085


086


087


088


089


090


091


092


093


094


095


096 088


097


098


099


100


101


102


103


104


105


106


107


108


109


110


111


112 10


113


114 10


115


116


117


118


119


120


121


122


123


124


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

303


125


126


127


128


129


130


131


132


133


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

313


134


135


136


137


138


139


140 ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA


CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

321


141


142


143


144


145


146


147


148


149


331


BIBLIOGRAFIA

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Bibliografia

332

AAVV

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA FEIRA

A Presidência Portuguesa na União Europeia, Janeiro a

Feira 2020 – um olhar para o futuro. Santa Maria da Feira,

Junho 2000, n.º 7. Lisboa: Centro de Informação Europeia

2005.

Jacques Delors, 2000. CARNEIRO, R. (coord.) AAVV

O futuro da Educação em Portugal, tendências e oportuni-

Europa Novas Fronteiras. A Estratégia de Lisboa. Dezembro

dades. Um estudo de reflexão prospectiva. Lisboa: Ministério

2001, n.º 9/10. Lisboa: Centro de Informação Europeia Jacques

da Educação. 2000.

Delors, 2001. CUNHA, L. AMP

Perspectivas e Tendências do Turismo. Lisboa: Edições

Prioridades de desenvolvimento para 2007-2013. Porto:

Universitárias Lusófona, 2003.

Junta Metropolitana do Porto, 2007. INSTITUTO DO AMBIENTE ANÉGIA EDITORES

Atlas Digital do Ambiente.

Feira – Terras de Santa Maria. Paços de Ferreira, 2000. INSTITUTO GEOGRÁFICO PORTUGUÊS ARROTEIA, J.C., Aspectos económicos e sociais da população nos Censos 2001. In Seminário Censos 2001. Instituto Nacional de Estatística.

Atlas de Portugal. 2005


BIBLIOGRAFIA

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

MEDEIROS, C. A.

30 anos de Abril. Um retrato estatístico. Lisboa: INE, 2004

Geografia de Portugal. Ambiente Natural e Ocupação humana: uma introdução. Lisboa: Editorial Estampa, 1987.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA Atlas das cidades de Portugal, Lisboa: INE, 2002.

MEDEIROS, C. A. Geografia de Portugal. O Ambiente Físico. Lisboa: Círculo de

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

Leitores, 2005.

O envelhecimento em Portugal: situação demográfica e socioeconómica recente das pessoas idosas. INE. 2002.

MEDEIROS, C. A. Geografia de Portugal. Planeamento e Ordenamento do

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

Território. Lisboa: Círculo de Leitores, 2005.

Recenseamentos da População (1864 – 2001) MEDEIROS, C. A. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

Geografia de Portugal. Sociedade, Paisagens e Cidades.

Retrato Territorial de Portugal. INE, 2004

Lisboa: Círculo de Leitores, 2005.

MEDEIROS, C. A.

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS, DEPARTAMENTO DE

Geografia de Portugal. Actividades Económicas e o espaço

PROSPECTIVA E PLANEAMENTO

geográfico. Lisboa: Círculo de Leitores, 2005.

Portugal, o litoral e a globalização. Ed. MF-DPP, 2003.

333


BIBLIOGRAFIA

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS, DEPARTAMENTO DE PROSPECTIVA E PLANEAMENTO 334

Um olhar sobre Portugal. Lisboa: MF-DPP, 2004.

RESENDE. J.M.; VIEIRA, M. M. Educação. In Portugal social 1991-2001. Lisboa: INE, 2003.

RIBEIRO, O. Geografia de Portugal (4 vols.). Lisboa: João Sá da Costa Edições, 1987.

RIBEIRO, O.; LAUTENSACH, H.; DAVEAU, S. Geografia de Portugal. Lisboa: João Sá da Costa Edições, 1989.


ÍNDICE

Índice

03

05

APRESENTAÇÃO

DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA

99

III CONHECIMENTO HUMANO

101

1. Origens de um povoamento, histórias de um povo

114

2. Demografia

114

a) A evolução da população

125

b) Natalidade e Mortalidade

129

c) Saldo natural d) Envelhecimento da população

10

I INTRÓITO

13

1. (D)A importância de um Atlas

131

16

2. Enquadramento histórico, socioeconómico e

142

3. Educação

157

IV ETAPAS DE CRESCIMENTO URBANO

171

V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

político, com a Região, Portugal e a União Europeia

57

II CONHECIMENTO FÍSICO

69

1. Geomorfologia

73

2. Hipsometria

76

3. Hidrologia

82

4. Geologia

85

5. Climatologia

332

BIBLIOGRAFIA

335

ÍNDICE

340

FICHA TÉCNICA

335


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

336

EQUIPAMENTOS COLECTIVOS

PARQUES VERDES

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

A001

Rio Meão

Pavilhão das Colectividades

B001

Mozelos

Parque do Monte Coteiro

A002

Escapães

Biblioteca de Escapães

B002

Sta. Maria da Feira

Parque do Cáster

A003

Canedo

Biblioteca de Canedo

B003

Paços de Brandão

Parque da Quinta do Engenho Novo

A004

Caldas de S. Jorge

Biblioteca Escolar de Caldas de S. Jorge

B004

Lourosa

Parque da Cidade de Lourosa

A005

Lourosa

Biblioteca de Lourosa

B005

Lobão

Parque das Ribeiras

A006

Sanguedo

Biblioteca de Sanguedo

B006

Caldas de S. Jorge

Parque de Lazer do Ilha

A007

Fiães

Biblioteca de Fiães

B007

Pigeiros

Parque da Várzea

A008

Sta. Maria da Feira

Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira

B008

Mozelos

Parque do Murado

A009

S. Paio de Oleiros

Biblioteca de S. Paio de Oleiros

B009

Sta. Maria de Lamas

Parque de Santa Maria da Lamas

A010

Milheirós de Poiares

Biblioteca de Milheirós de Poiares

B010

Lourosa

Parque da Variante Lourosa-Lamas

A011

Arrifana

Esplanada do Livro de Arrifana

B011

Argoncilhe

Parque de São Pedro

A012

Arrifana

Bombeiros Voluntários de Arrifana

B012

Canedo

Parque do Mirante

A013

Lourosa

Bombeiros Voluntários de Lourosa

B013

Arrifana

Parque da Azenha

A014

Sta. Maria da Feira

Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira

B014

Milheirós de Poiares

Zona de Lazer do Outeiro

A015

Lobão

Espaço I

B015

Milheirós de Poiares

Parque de Lazer da Mâmoa

A016

Sta. Maria da Feira

Estação de Tratamento de Águas Residuais da Feira

B016

Travanca

Parque de Lazer Drª Domítilia de Carvalho e Jardim S. Pedro

A017

Espargo

ETAR da Remolha

B017

Escapães

Parque do Eleito Local

A018

Fiães

ETAR de Fiães

B018

Caldas de S. Jorge

Parque das Termas

A019

S. Miguel de Souto

Biblioteca de S. Miguel de Souto

B019

Escapães

Parque da Nossa Senhora das Necessidades

A020

Lourosa

ETAR do Casalinho

B020

Escapães

Parque de Lazer de Escapães

A021

S. João de Vêr

ETAR de S. João de Vêr

B021

Lobão

Parque Nossa Senhora da Saúde

A022

Sanguedo

ETAR de Argoncilhe/Sanguedo

B022

Lobão

Parque de Lazer de S. Bartolomeu

A023

Canedo

ETAR de Canedo

B023

Caldas de S. Jorge

Parque de Lazer de Casaldoido

A024

Vale

ETAR do Vale

B024

Fiães

Parque de Lazer Monte das Pedreiras

A025

Espargo

Europarque

B025

S. Miguel de Souto

Zona de Lazer AlmiSouto

A026

Lourosa

Parque Ornitológico de Lourosa

B026

Louredo

Parque de Lazer de Louredo

A027

Canedo

Porto Carvoeiro

B027

Fornos

Parque de Lazer de Fornos

A028

Sta. Maria de Lamas

Esplanada do Livro de Sta. Maria de Lamas

B028

Rio Meão

Parque de Lazer de Sto. António

B029

Lobão

Parque de Lazer de S. Judas Tadeu

B030

S. João de Vêr

Parque de Lazer da Quinta do Arieiro

B031

S. João de Vêr

Parque de Lazer das Airas

B032

Sanfins

Mini-Golf e Parque de Lazer de Sanfins

B033

Vila Maior

Parque de Lazer das Capelas

B034

S. João de Vêr

Zona de Lazer de São Bento

B035

Vila Maior

Parque de Lazer da Zona Desportiva

B036

Sta. Maria da Feira

B037

Argoncilhe

Parque de Argoncilhe

B038

Sta. Maria de Lamas

Parque do Broquista e Mini-Golf

B039

Sta. Maria de Lamas

Jardim da Ponte - Valada

Parque da Quinta do Castelo


ÍNDICE

EQUIPAMENTOS CULTURAIS

EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

C001

Lobão

Centro Cultural de Lobão

D001

Gião

Pavilhão Gimnodesportivo de Gião/Lobão

C002

Sta. Maria da Feira

Cine-Teatro António Lamoso

D002

Sta. Maria da Feira

Pavilhão Desportivo da Escola Secundária

C003

S. João de Vêr

Cinema do Suil Park

D003

Fiães

Pavilhão Monte das Pedreiras

C004

Lourosa

Auditório da Junta de Freguesia de Lourosa

D004

Sta. Maria da Feira

Piscinas do Cavaco

C005

Sta. Maria de Lamas

Auditório do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

D005

S. João de Vêr

Piscinas Municipais de S. João de Vêr

C006

Louredo

Auditório Multiusos de Louredo

D006

Sanfins

Centro de Estágios do Clube Desportivo Feirense

C007

Sta. Maria de Lamas

Museu de Santa Maria de Lamas - Museu Henrique Amorim

D007

S. Paio de Oleiros

Pavilhão Desportivo S. Paio de Oleiros

C008

Paços de Brandão

Museu do Papel Terras de Santa Maria

D008

Sta. Maria da Feira

Piscinas Municipais de Sta. Maria da Feira

C009

Sta. Maria da Feira

Museu Municipal Convento de Lóios

D009

Sta. Maria da Feira

Pavilhão Desportivo da EB23 de Sta. Maria da Feira

C010

Sta. Maria da Feira

Visionarium

D010

Sta. Maria da Feira

Pavilhão Desportivo da Lavandeira

C011

Milheirós de Poiares

Cine-Teatro do Centro Comercial Dr. Crsipim

D011

Fiães

Pavilhão Desportivo da Escola Secundária Coelho e Castro

C012

Sta. Maria da Feira

Ao Quadrado - Galeria de arte contemporânea

D012

Paços de Brandão

Complexo do Clube de Ténis de Paços de Brandão

C013

Fornos

Centro Cultural e Recreativo de Fornos

D013

Lourosa

Pavilhão Desportivo do Lusitânia Futebol Clube

D014

Paços de Brandão

Pavilhão Desportivo da EB23 de Paços de Brandão

D015

Sta. Maria de Lamas

Pavilhão Desportivo das Piscinas do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

D016

Sta. Maria de Lamas

Piscina Coberta do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

D017

Sta. Maria de Lamas

Pavilhão Desportivo do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

D018

Sta. Maria de Lamas

Piscinas do Clube de Futebol União de Lamas

D019

Sta. Maria de Lamas

Pavilhão Desportivo do Clube de Futebol União de Lamas

D020

Lourosa

Pavilhão Desportivo EB23 de Lourosa

D021

Lourosa

Piscinas de Lourosa

D022

Fiães

Pavilhão do Clube Desportivo de Fiães

D023

Fiães

Piscinas Municipais de Fiães

D024

Canedo

Pavilhão Gimnodesportivo de Canedo

D025

Argoncilhe

Pavilhão Gimnodesportivo de Argoncilhe

D026

Paços de Brandão

Pavilhão Desportivo de Paços de Brandão

D027

Milheirós de Poiares

D028

Arrifana

Pavilhão Municipal de Arrifana

D029

Escapães

Pavilhão Desportivo da Associação do Centro Social de Escapães

D030

Argoncilhe

Pavilhão Desportivo da EB23 de Argoncilhe

D031

Sta. Maria da Feira

Pavilhão Desportivo da EB23 do Cavaco

D032

Canedo

Pavilhão Desportivo da EB23 de Canedo

D033

Pigeiros

Campo Desportivo do F.C. Pigeiros

D034

Paços de Brandão

Estádio D. Zulmira Sá e Silva

D035

Sta. Maria da Feira

Campo Desportivo Marcolino de Castro

D036

Gião

Pavilhão Polidesportivo de Gião

D037

Caldas de S. Jorge

Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Caldas de S. Jorge

D038

Lourosa

Pista de Atletismo de Lourosa

D039

Sanfins

Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Sanfins

D040

Escapães

Campo de Desportivo Amadeu Joaquim Gonçalves

D041

Arrifana

Campo de Desportivo do C.D.Arrifanense

D042

Lobão

Campo de Desportivo do Lobão F. C.

D043

Argoncilhe

Campo de Futebol de Argoncilhe

D044

Sta. Maria de Lamas

Campo de Hoquei em Campo União de Lamas

D045

Arrifana

Campo de Jogos de Sto. Estevão

D046

Mozelos

Campo de Jogos de Mozelos

D047

Louredo

Campo de Jogos de Parada

D048

Lourosa

Campo de Jogos do Parque de Lazer de Lourosa

D049

Sta. Maria de Lamas

Campo de Treinos do C.F.União de Lamas - Junta de Freguesia

D050

Canedo

Campo de Treinos do Canedo F.C.

D051

Fiães

Campo de Treinos de Fiães Sport Clube

D052

Fiães

Pavilhão Gimnodesportivo de Fiães

D053

Milheirós de Poiares

Campo de Treinos do G.D.Milheiroense

Pavilhão Desportivo da EB23 de Milheirós de Poiares

337


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

338

EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS (CONTINUAÇÃO)

EQUIPAMENTOS ESCOLARES

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

D054

Lourosa

Campo de Treinos do Lusitânia F.C.Lourosa

E001

Paços de Brandão

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

D055

S. João de Vêr

Campo de Jogos do Ervedal

E002

Sta. Maria da Feira

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Fernando Pessoa

D056

Pigeiros

Campo de Treinos do F.C.Pigeiros

E003

Mozelos

EB1/JI do Sobral

D057

S. Miguel de Souto

Campo Desportivo do C.D.Tarei

E004

Caldas de S. Jorge

Escola Básica do 1º Ciclo de Azevedo

D058

Canedo

Campo Desportivo do Canedo F. C.

E005

Caldas de S. Jorge

Jardim de Infância de Azevedo

D059

Travanca

Campo Desportivo do Travanca

E006

S. João de Vêr

Jardim de Infância de S. Bento

D060

Sanguedo

Campo Desportivo do A.D.C.Sanguedo

E007

Argoncilhe

EB1/JI do Carvalhal

D061

Fornos

Campo Desportivo de Fornos

E008

Sanguedo

EB1/JI do Arraial

D062

Paços de Brandão

Campo de Treinos do C. D. Paços de Brandão

E009

Lourosa

Escola Básica do 1º Ciclo de Aldeia Nova

D063

Sta. Maria de Lamas

Campo Desportivo do C.F.União de Lamas

E010

Lourosa

Jardim de Infância da Igreja

D064

Nogueira da Regedoura

Campo Desportivo do C.Pop.Trab. Pousadela

E011

Lourosa

EB1/JI da Igreja

D065

Vila Maior

Campo Desportivo do Vila Maior F. C.

E012

S. João de Vêr

EB1/JI da Fonte Seca

D066

Rio Meão

Campo Desportivo do Clube Juventude ATL.Rio Meão

E013

Escapães

EB1/JI de Stº António

D067

Nogueira da Regedoura

Campo Desportivo Relâmpago União Clube Nogueirense

E014

Lourosa

EB1/JI de Vendas Novas

D068

Fiães

Campo Desportivo do Fiães Sport Clube

E015

Lourosa

EB1/JI de Casalmeão

D069

Guisande

Campo Desportivo do F.C. Guisande

E016

Sta. Maria da Feira

EB1/JI do Cavaco

D070

Vale

Campo Desportivo do Vale F.C.

E017

Sta. Maria de Lamas

EB1/JI de Santa Maria de Lamas nº3

D071

Milheirós de Poiares

Campo Desportivo do G.D.Milheiroense

E018

S. João de Vêr

EB1/JI de Beire

D072

Lourosa

Campo Desportivo do Lusitânia F.C.Lourosa

E019

Romariz

EB1/JI de Goim

D073

Mosteirô

Campo Desportivo do Mosteirô F.C.

E020

Caldas de S. Jorge

Jardim de Infância da Igreja

D074

Romariz

Campo Desportivo do Romariz F.C.

E021

Sta. Maria da Feira

ISVOUGA - Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga

D075

S. MIguel de Souto

Campo Desportivo do S. Miguel de Souto F.C

E022

Paços de Brandão

ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão

D076

S. João de Vêr

Campo Desportivo do S.C.S.João de Vêr

E023

Milheirós de Poiares

Jardim de Infância do Pereiro

E024

Sta. Maria de Lamas

Colégio Liceal de Sta. Maria de Lamas

E025

Sta. Maria da Feira

Escola Secundária de Sta. Maria da Feira

E026

Canedo

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Canedo

E027

Argoncilhe

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Argoncilhe

E028

Sta. Maria da Feira

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Prof. Dr. A. Ferreira de Almeida

E029

Lourosa

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Lourosa

E030

Paços de Brandão

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Paços de Brandão

E031

Milheirós de Poiares

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Milheiros de Poiares

E032

Arrifana

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Arrifana

E033

Canedo

Escola Básica do 1º Ciclo de Mosteirô

E034

Canedo

Escola Básica do 1º Ciclo do Mirante

E035

Argoncilhe

Escola Básica do 1º Ciclo de Aldriz

E036

Nogueira da Regedoura

Escola Básica do 1º Ciclo de Pousadela

E037

Vale

Escola Básica do 1º Ciclo do Pessegueiro

E038

Vale

Jardim de Infância do Pessegueiro

E039

Vila Maior

Escola Básica do 1º Ciclo da Presinha

E040

Argoncilhe

Escola Básica do 1º Ciclo da Cavadas

E041

Mozelos

Escola Básica do 1º Ciclo da Vergada

E042

Mozelos

Escola Básica do 1º Ciclo de Prime

E043

Mozelos

Jardim de Infância de Prime

E044

Argoncilhe

Jardim de Infância de Aldriz

E045

Argoncilhe

Jardim de Infância de S. Domingos

E046

Sanguedo

Jardim de Infância da Igreja

E047

Escapães

E048

Escapães

Jardim de Infância de Nadais

E049

Sta. Maria da Feira

Universidade Sénior

E050

Milheirós de Poiares

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

E051

Lobão

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

E052

Lobão

Jardim de Infância da Igreja

E053

Rio Meão

Escola Básica do 1º Ciclo de Sto. António

E054

Rio Meão

Jardim de Infância de Santo António

Escola Básica do 1º Ciclo de Nadais


ÍNDICE

EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO

EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

E055

Sta. Maria da Feira

Jardim de Infância da Cruz

E109

Fornos

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

E056

Espargo

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº2

E110

Fornos

Jardim de Infância do Ribeiro

E057

Espargo

Jardim de Infância da Igreja

E111

S. Miguel de Souto

Escola Básica do 1º Ciclo de Tarei

E058

Fornos

Jardim de Infância do Carvalheiro

E112

S. Miguel de Souto

Jardim de Infância de Tarei

E059

Fornos

Escola Básica do 1º Ciclo do Farinheiro

E113

Sta. Maria de Lamas

Jardim de Infância da Lagoínha

E060

Fornos

Jardim de Infância do Farinheiro

E114

Caldas de S. Jorge

E061

Mosteirô

Jardim de Infância da Agoncida nº1

E115

Fiães

Escola Básica do 1º Ciclo de Vendas Novas

E062

Mosteirô

Escola Básica do 1º Ciclo de Agoncida

E116

Fiães

Jardim de Infância de Vendas Novas

E063

Mosteirô

Jardim de Infância da Agoncida nº2

E117

Vale

Jardim de Infância de Póvoa nº1

E064

Paços de Brandão

Jardim de Infância da Igreja nº1

E118

Guisande

Escola Básica do 1º Ciclo do Viso

E065

Mosteirô

Jardim de Infância da Proselha

E119

Louredo

Escola Básica do 1º Ciclo de Vila Seca

E066

Sta. Maria da Feira

Jardim de Infância Montinho

E120

Espargo

IDIT - Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica

E067

Sta. Maria da Feira

Escola Básica do 1º Ciclo nº2

E121

Mozelos

Centro Escolar de Mozelos

E068

Sanfins

Escola Básica do 1º Ciclo da Aldeia

E122

Canedo

Escola Básica do 1º Ciclo de Framil

E069

Sanfins

Jardim de Infância da Carvalhosa

E123

Fiães

Escola Básica do 1º Ciclo de Chão do Rio

E070

Argoncilhe

Escola Básica do 1º Ciclo de S. Domingos

E124

S. João de Vêr

Escola Básica do 1º Ciclo de S. Bento

E071

Nogueira da Regedoura

Escola Básica do 1º Ciclo do Souto

E125

Escapães

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

E072

Canedo

Escola Básica do 1º Ciclo de Vilares

E126

S. Paio de Oleiros

Jardim de Infância da Quebrada

E073

Vale

Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa

E127

Fiães

Escola Básica do 1º Ciclo da Barroca

E074

Vale

Jardim de Infância da Póvoa nº2

E128

Fiães

Jardim de Infância da Barroca

E075

Louredo

Jardim de Infância de Lagoa

E129

Sanfins

Jardim de Infância da Gândara

E076

Fiães

Jardim de Infância da Avenida

E130

Sanfins

Escola Básica do 1º Ciclo da Gândara

E077

Fiães

Escola Básica do 1º Ciclo da Avenida

E131

S. João de Vêr

Escola Básica do 1º Ciclo da Gesteira

E078

Nogueira da Regedoura

Jardim de Infância de Pousadela

E132

S. João de Vêr

Escola Básica do 1º Ciclo de Souto Redondo

E079

Vila Maior

Jardim de Infância da Igreja

E133

S. João de Vêr

Jardim de Infância de Souto Redondo

E080

Gião

Escola Básica do 1º Ciclo da Beira

E134

S. Paio de Oleiros

Jardim de Infância da Lapa

E081

Guisande

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

E135

Escapães

Jardim de Infância da Igreja

E082

Guisande

Jardim de Infância da Igreja

E136

Pigeiros

Jardim de Infância da Bajouca

E083

Paços de Brandão

Academia de Música

E137

Fiães

Escola Básica do 1º Ciclo de Soutelo

E084

Guisande

Jardim de Infância de Fornos

E138

Sta. Maria da Feira

Escola Básica do 1º Ciclo nº1

E085

Lobão

Jardim de Infância de Aldeia Nova

E139

Sta. Maria de Lamas

Escola Básica do 1º Ciclo nº1

E086

Romariz

Escola Básica do 1º Ciclo da igreja

E140

Sta. Maria de Lamas

Escola Básica do 1º Ciclo nº2

E087

Romariz

Jardim de Infância da Igreja

E141

Escapães

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

E088

Sta. Maria da Feira

Escola Básica do 1º Ciclo de Milheirós

E142

Espargo

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº1

E089

Sta. Maria da Feira

Jardim de Infância de Milheirós

E143

Paços de Brandão

Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa

E090

Rio Meão

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

E144

Mosteirô

Escola Básica do 1º Ciclo da Proselha

E091

Rio Meão

Jardim de Infância de Murtais nº1

E145

Travanca

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

E092

Rio Meão

Jardim de Infância de Murtais nº2

E146

Travanca

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

E093

S. Miguel de Souto

Jardim de Infância do Padrão nº2

E147

S. Paio de Oleiros

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

E094

S. Miguel de Souto

Jardim de Infância do Padrão nº1

E148

S. Miguel de Souto

Escola Básica do 1º Ciclo do Padrão

E095

Paços de Brandão

Escola Profissional de Paços de Brandão

E149

S. Miguel de Souto

E096

S. Miguel de Souto

Jardim de Infância de Macieira

E150

Arrifana

Jardim de Infância de Manhôce

E097

S. Miguel de Souto

Escola Básica do 1º Ciclo de Valrico

E151

Caldas de S. Jorge

Escola Básica do 1º Ciclo de Caldelas

E098

S. Miguel de Souto

Jardim de Infância de Valrico

E152

Arrifana

Escola Básica do 1º Ciclo da Carvalhosa

E099

Travanca

Jardim de Infância do Outeiro

E153

Arrifana

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

E100

Travanca

Jardim de Infância do Mieiro

E154

Pigeiros

Escola Básica do 1º Ciclo do Cimo da Aldeia

E101

Travanca

Escola Básica do 1º Ciclo do Mieiro

E155

Arrifana

E102

Canedo

Escola Básica do 1º Ciclo de Monte S. Roque

E156

Argoncilhe

Jardim de Infância de Ordonhe

E103

Canedo

Escola Básica do 1º Ciclo de Mota-Ilha

E157

Nogueira da Regedoura

Jardim de Infância do Souto

E104

Canedo

Jardim de Infância de Mota-iIha

E158

Canedo

Jardim de Infância da Várzea

E105

Lobão

Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro

E159

Sanguedo

Jardim de Infância do Candal

E106

Lobão

Jardim de Infância do Ribeiro

E160

Gião

Jardim de Infância da Igreja

E107

Arrifana

Escola Básica do 1º Ciclo do Bairro

E161

Canedo

Jardim de Infância da Sobreda

E108

Arrifana

Jardim de Infância do Bairro

E162

Canedo

Jardim de Infância de Vilares

Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro

Jardim de Infância de Arcozelo

Escola Básica do 1º Ciclo de Badoucos

Escola Básica do 1º Ciclo de Manhôce

339


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO

340

SERVIÇOS PÚBLICOS

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

E163

Fiães

Jardim de Infância de Chão do Rio

F001

Sta. Maria da Feira

Câmara Municipal Santa Maria da Feira

E164

Fiães

Jardim de Infância de Valos de Igreja

F002

Sta. Maria da Feira

E165

Paços de Brandão

Jardim de Infância da Igreja nº2

F003

Sta. Maria da Feira

Cartório Notarial de Drª Cristina Moreira Ramos

E166

Fiães

Escola EB2.3/S Coelho e Castro

F004

Sta. Maria da Feira

Conservatória de Registo Civil, Predial e Comercial

E167

Arrifana

Jardim de Infância das Fontaínhas

F005

Sta. Maria de Lamas

Auditório da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lamas

E168

Paços de Brandão

Escola Básica do 1º Ciclo da Portela

F006

Romariz

Correios - Posto de Romariz

E169

Paços de Brandão

Jardim de Infância da Portela

F007

Arrifana

Correios - Posto de Arrifana

E170

Lobão

Escola Básica do 1º Ciclo do Candal

F008

Paços de Brandão

Correios - Posto de Paços de Brandão

E171

Lobão

Jardim de Infância do Candal

F009

Milheirós de Poiares

Correios - Posto de Milheirós de Poiares

E172

Lobão

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga

F010

Caldas de S. Jorge

Correios - Posto de Caldas de S. Jorge

E173

Gião

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga

F011

S. Miguel de Souto

Correios - Posto de S. Miguel de Souto

F012

Mozelos

Correios - Posto de Mozelos

F013

Rio Meão

Correios - Posto de Rio Meão

F014

S. Paio de Oleiros

Correios - Posto de S. Paio de Oleiros

F015

Escapães

Correios - Posto de Escapães

F016

Fiães

Correios - Posto de Fiães

F017

Sta. Maria de Lamas

Correios - Posto de Sta. Maria de Lamas

F018

Sta. Maria da Feira

Correios - Posto de Sta. Maria da Feira

F019

S. João de Vêr

F020

Lourosa

Correios - Posto de Lourosa

F021

Argoncilhe

Correios - Posto de Argoncilhe

F022

Lobão

Repartição de Finanças de Lobão

F023

Sta. Maria da Feira

Repartição de Finanças da Feira

F024

Lourosa

Repartição de Finanças de Lourosa

F025

Paços de Brandão

Repartição de Finanças de Paços de Brandão

F026

Arrifana

Junta de Freguesia de Arrifana

F027

Lourosa

Junta de Freguesia de Lourosa

F028

Sanguedo

Junta de Freguesia de Sanguedo

F029

Gião

Junta de Freguesia de Gião

F030

Guisande

Junta de Freguesia de Guisande

F031

Louredo

Junta de Freguesia de Louredo

F032

Mozelos

Junta de Freguesia de Mozelos

F033

Nogueira da Regedoura

Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura

F034

Paços de Brandão

Junta de Freguesia de Paços de Brandão

F035

Pigeiros

Junta de Freguesia de Pigeiros

F036

Rio Meão

Junta de Freguesia de Rio Meão

F037

S. João de Vêr

Junta de Freguesia de S. João de Vêr

F038

S. Paio de Oleiros

Junta de Freguesia de S. Paio de Oleiros

F039

Sanfins

Junta de Freguesia de Sanfins

F040

Sta. Maria da Feira

Junta de Freguesia de Sta. Maria da Feira

F041

Travanca

Junta de Freguesia de Travanca

F042

Fornos

Junta de Freguesia de Fornos

F043

Milheirós de Poiares

Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares

F044

Fiães

Junta de Freguesia de Fiães

F045

Escapães

Junta de Freguesia de Escapães

F046

Vila Maior

Junta de Freguesia de Vila Maior

F047

Romariz

Junta de Freguesia de Romariz

F048

Caldas de S. Jorge

Junta de Freguesia de Caldas de S. Jorge

F049

Vale

Junta de Freguesia do Vale

F050

Canedo

Junta de Freguesia de Canedo

F051

Mosteirô

Junta de Freguesia de Mosteirô

F052

Sta. Maria de Lamas

Junta de Freguesia de Sta. Maria de Lamas

F053

S. Miguel de Souto

Junta de Freguesia de S. Miguel de Souto

F054

Espargo

Junta de Freguesia de Espargo

Cartório Notarial de Dr. Luis Manuel Moreira de Almeida

Correios - Posto de S. João de Vêr


ÍNDICE

SERVIÇOS PÚBLICOS CONTINUAÇÃO

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

F055

Lobão

Junta de Freguesia de Lobão

G001

Caldas de S. Jorge

Casa Senhorial

F056

Argoncilhe

Junta de Freguesia de Argoncilhe

G002

S. João de Vêr

Casa dos Condes de S. João de Vêr - Quinta da Torre

F057

Sta. Maria da Feira

Tribunal de Santa Maria da Feira

G003

S. João de Vêr

Troço da Estrada Real Lisboa - Porto, em Airas

F058

Caldas de S. Jorge

Hotel Pedra Bela

G004

Sanfins

Malaposta

F059

Sta. Maria da Feira

Residencial Tony

G005

Romariz

Castro de Romariz

F060

Sta. Maria da Feira

Hotel Nova Cruz

G006

Pigeiros

Mamoela de Vinhó

F061

Caldas de S. Jorge

Pensão Residencial São Jorge

G007

Pigeiros

Mamoa da Quinta da Lage

F062

Rio Meão

Residêncial ‘Chão do Rio’

G008

Paços de Brandão

Quinta da Portela

F063

Caldas de S. Jorge

Termas de S. Jorge

G009

Paços de Brandão

Quinta do Engenho Novo

F064

Espargo

Hotel Ibis

G010

Mosteirô

Quinta da Murtosa

F065

Sta. Maria da Feira

Quartel da GNR de Sta. Maria da Feira

G011

Mosteirô

Troço da Via Antiga de Mosteirô

F066

Sta. Maria da Feira

Residencial dos Lóios

G012

Milheirós de Poiares

Quinta do Seixal

F067

Sta. Maria da Feira

Posto da PSP de Sta. Maria da Feira

G013

Fiães

Castro de Fiães

F068

Lourosa

Quartel da GNR de Lourosa

G014

Sta. Maria da Feira

Castelo de Santa Maria da Feira

F069

Sta. Maria de Lamas

Quartel da GNR de Sta. Maria de Lamas

G015

Sta. Maria da Feira

Mercado Municipal

F070

Canedo

Posto da GNR de Canedo

G016

Sta. Maria da Feira

Igreja Matriz e Convento dos Lóios

F071

Sta. Maria da Feira

Cartório Notarial de Dr. Vitorino José Marques Martins Oliveira

G017

Sta. Maria da Feira

Igreja da Misericórdia

F072

Sta. Maria da Feira

Tribunal de Julgados de Paz de Santa Maria da Feira

G018

Arrifana

Capela de Sto. Estevão

F073

Sta. Maria da Feira

Inatel

F074

Rio Meão

Residencial Dona Maria

F075

S. João de Vêr

Residencial Solar

F076

Sta. Maria de Lamas

Posto de Turismo de Sta. Maria de Lamas

F077

Sta. Maria da Feira

Posto de Turismo de Sta. Maria da Feira

F078

Sta. Maria de Lamas

Sociedade de Turismo de Sta. Maria da Feira

F193

Sanfins

Fábrica da Igreja de Sanfins, Conferência de S. Vicente de Paulo de Sanfins

F194

Louredo

Fábrica da Igreja de Louredo

F195

Mozelos

Fábrica da Igreja de Mozelos, Conferência S. Vicente Paulo de Mozelos

F196

Sta. Maria da Feira

Fábrica da Igreja de Sta. Maria da Feira, Conferência S. Vicente Paulo

F197

Paços de Brandão

Fábrica da Igreja de Paços de Brandão, Conferência de S. Vicente Paulo

F198

Milheirós de Poiares

Fábrica da Igreja de Milheirós de Poiares, Conferência de S. Vivente Paulo

341


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

PÓLOS DE HABITAÇÃO SOCIAL

342

IPSS’S INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

H001

Mozelos

Habitação de Custos Controlados para Jovens de Mozelos

I001

Sanguedo

Centro de Assistência Social Castis

H002

S. Paio de Oleiros

Habitação de Custos Controlados de S. Paio de Oleiros

I002

Mozelos

Centro de Apoio Social de Mozelos

H003

Fornos

Habitação de Custos Controlados para Jovens de Fornos

I003

Canedo

O Jardim - Centro de Solidariedade Social de Canedo

H004

S. João de Vêr

Habitação de Custos Controlados para Jovens de S. João de Vêr

I004

Espargo

Centro Paroquial e Social de S. Tiago de Espargo

H005

Nogueira da Regedoura

Habitação Social de Nogueira da Regedoura (Coteiro)

I005

Vila Maior

Centro Social Vilamaiorense

H006

Nogueira da Regedoura

Habitação Social a Custo Controlado de Nogueira da Regedoura

I006

Milheirós de Poiares

Centro Social Dr. Crispim Teixeira Borges Castro

H007

Arrifana

Habitação Social de Arrifana (Manhôce)

I007

Lobão

Centro Social de S. Tiago de Lobão

H008

S. Paio de Oleiros

Habitação Social de S. Paio de Oleiros

I008

S. João de Vêr

Instituição Social Particular - O Abrigo

H009

Sta. Maria de Lamas

Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Valada)

I009

Nogueira da Regedoura

Centro Social S. Cristóvão

H010

Sta. Maria de Lamas

Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Salgueirinha)

I010

S. João de Vêr

Casa Ozanan

H011

Lourosa

Habitação Social de Vila Verde

I011

Argoncilhe

Centro de Apoio Social de Argoncilhe

H012

Lourosa

Habitação Social da Cadinha

I012

Guisande

ATL da Igreja

H013

Argoncilhe

Habitação Social de Argoncilhe

I013

Caldas de S. Jorge

Centro Social e Paroquial de Caldas de S. Jorge

H014

Sanguedo

Habitação Social de Sanguedo

I014

S. João de Vêr

A.T.L. e Creche - Cruzada do Bem - Patronato Amor de Deus

H015

Canedo

Habitação Social de Canedo

I015

Arrifana

Centro Social e Paroquial de Arrifana

H016

Caldas de S. Jorge

Habitação Social de Caldas de S. Jorge

I016

Paços de Brandão

Centro Social - ATL de Paços de Brandão

H017

Guisande

Habitação Social de Guisande

I017

Sta. Maria da Feira

Lar da 3ª Idade da Santa Casa da Misericórdia da Feira

H018

Rio Meão

Habitação Social de Rio Meão (Canto)

I018

S. Miguel de Souto

Centro Social de Souto

H019

Fiães

Habitação Social de Fiães (Ferradal)

I019

Pigeiros

Associação Particular de Solidariedade Social - Padre Osório

H020

Paços de Brandão

Habitação Social de Paços de Brandão

I020

Fiães

Centro Social Santa Maria de Fiães

H021

Paços de Brandão

Habitação Social da Quinta de Baixo

I021

Mozelos

Centro Comunitário Espaço Aberto

H022

Mozelos

Habitação Social de Mozelos

I022

Fornos

Centro Social Paroquial de Fornos

H023

Lobão

Habitação Social de Lobão

I023

Lobão

Arbusto - Associação Particular de Solidariedade Social

Sta. Maria da Feira

Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Picalhos)

I024

Louredo

Centro Social, Cultural e Recreativo de Louredo

H025

Milheirós de Poiares

Habitação Social de Milheirós de Poiares

I025

Mosteirô

Centro Social e Paroquial de St. André de Mosteirô

H026

Arrifana

Habitação Social de Arrifana (Monte)

I026

Mosteirô

Pôr do Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô

H027

S. Miguel de Souto

Habitação Social de S. Miguel de Souto

I027

Paços de Brandão

Centro Social - Creche de Paços de Brandão

H028

Travanca

Habitação Social da Barrela

I028

Rio Meão

MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio

H029

Escapães

Habitação Social de Escapães

I029

Romariz

Centro Social Paroquial de Romariz - Lar da Paróquia

H030

Sta. Maria da Feira

Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Cavaco)

I030

S. Paio de Oleiros

Associação de Alcoólicos Recuperados

H031

Sta. Maria da Feira

Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Vila Boa)

I031

Sanfins

Centro Social Paroquial de Sanfins

H032

S. João de Vêr

Habitação Social de S. João de Vêr

I032

Paços de Brandão

Centro Social - Centro de Dia de Paços de Brandão

H033

Fiães

Habitação Social de Fiães (Engenho)

I033

Sta. Maria da Feira

Centro Social de Sta. Cruz das Irmãs Passionistas

H034

Escapães

Habitação Social da Junta de Freguesia de Escapães

I034

Sta. Maria da Feira

Centro Paroquial e Social de Sta. Maria da Feira

H035

Rio Meão

Habitação Social de Rio Meão (Monte do Outeiro)

I035

Sta. Maria da Feira

Liga dos Amigos do Hospital São Sebastião

H036

Arrifana

Habitação Social de Arrifana (Adoufe)

I036

Sta. Maria de Lamas

Cercilamas

I037

Travanca

Centro Paroquial de Travanca

I038

Vale

Centro Social de Vale

I039

Rio Meão

MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio

I040

Sta. Maria da Feira

CAT - Centro de Atendimento de Toxicodependentes de Santa Maria da Feira

I041

Mozelos

Pelo Prazer de Viver - Associação Concelhia de Desenvolvimento Social

I042

Romariz

Centro Social Paroquial de Romariz

I043

Lobão

Obra do Frei Gil

I044

Sta. Maria da Feira

Cercifeira

I045

Escapães

Associação do Centro Social de Escapães

I046

Escapães

Centro de Dia e Lar de Escapães

I047

S. Paio de Oleiros

Lar dos Condes de S. João de Vêr

I048

Sta. Maria de Lamas

Centro de Dia e ATL

I049

Fiães

Centro Social e Paroquial Padre José Coelho

I050

Lourosa

Centro Social de Lourosa

I051

S. Paio de Oleiros

Casa de Nossa Senhora do Sameiro

I052

S. Paio de Oleiros

MASSPO - Movimento de Acção Social de S. Paio de Oleiros

I053

Sanfins

Associação de Apoio Social de Sanfins

I054

Gião

Centro Social de Gião

I055

Sta. Maria da Feira

Cercifeira

I056

Sta. Maria de Lamas

Centro Pneumológico de Santa Maria de Lamas

H024


ÍNDICE

EQUIPAMENTOS DE SAÚDE

LOCAIS DE CULTO RELIGIOSO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

J001

Caldas de S. Jorge

Farmácia Romy

K001

Argoncilhe

Igreja Matriz de Argoncilhe

J002

Sta. Maria de Lamas

Farmácia Santa Maria

K002

Gião

Igreja de Nossa Senhora da Hora

J003

Fiães

Farmácia Tamar

K003

S. Paio de Oleiros

Igreja Paroquial de S. Paio de Oleiros

J004

Argoncilhe

Farmácia de São Martinho

K004

Sta. Maria da Feira

Igreja Matriz de São Nicolau (Lóios)

J005

Rio Meão

Farmácia Santo António

K005

Lourosa

Igreja Matriz de Lourosa

J006

Sta. Maria da Feira

Farmácia Sousa

K006

Nogueira da Regedoura

Igreja Paroquial de Nogueira da Regedoura

J007

Paços de Brandão

Farmácia Stygio

K007

Sta. Maria da Feira

Igreja da Misericórdia

J008

Lourosa

Farmácia Teles

K008

Paços de Brandão

Igreja Matriz de Paços de Brandão

J009

Sta. Maria da Feira

Farmácia do Cavaco

K009

Sta. Maria de Lamas

Igreja Matriz de Santa Maria de Lamas

J010

Sta. Maria da Feira

Farmácia Araújo

K010

Espargo

Igreja Matriz de São Tiago de Espargo

J011

Arrifana

Farmácia Aliança

K011

Sanfins

Igreja Matriz de Sanfins

J012

S. João de Vêr

Farmácia do Areal

K012

Escapães

Igreja Matriz de São Martinho de Escapães

J013

Fiães

Farmácia Central

K013

Arrifana

Igreja Matriz de Arrifana

J014

Milheirós de Poiares

Farmácia Costa Oliveira

K014

Mosteirô

Igreja Paroquial de Santo André de Mosteirô

J015

Lobão

Farmácia da Corga

K015

Fornos

Igreja da Nossa Senhora da Saúde

J016

Vale

Farmácia Graça

K016

Milheirós de Poiares

Igreja Paroquial de Milheirós de Poiares

J017

Sanguedo

Farmácia Granja

K017

Argoncilhe

Igreja de Cristo Rei de Argoncilhe

J018

S. Paio de Oleiros

Farmácia Leme

K018

Canedo

Igreja Paroquial de São Pedro de Canedo

J019

Lourosa

Farmácia Lima

K019

Gião

Igreja Matriz de Gião (Santo André)

J020

Escapães

Farmácia Lino

K020

Vila Maior

Igreja Paroquial de Vila Maior

J021

Nogueira da Regedoura

Farmácia Martins Oliveira

K021

Sanguedo

Igreja Paroquial de Sanguedo

J022

Mozelos

Farmácia Milheiro

K022

Fiães

Igreja Paroquial de Fiães

J023

S. João de Vêr

Farmácia Oliveira

K023

Mozelos

Igreja Paroquial de Mozelos

J024

Canedo

Farmácia Paes Moreira

K024

Lobão

Igreja Matriz de São Tiago de Lobão

J025

S. Miguel de Souto

Farmácia Reis

K025

Caldas de S. Jorge

Igreja Paroquial de Caldas de S. Jorge

J026

Romariz

Farmácia de Romariz

K026

S. Miguel de Souto

Igreja de São Miguel de Souto

J027

S. Paio de Oleiros

Hospital de S. Paio de Oleiros

K027

Travanca

Igreja Matriz de Travanca (São Mamede)

J028

Sta. Maria da Feira

Hospital S. Sebastião, EPE (Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE)

K028

S. João de Vêr

Igreja Matriz de São João de Vêr

J029

Argoncilhe

Farmácia Santa Isabel

K029

S. João de Vêr

Igreja Paroquial de São João de Vêr

J030

Lourosa

Unidade de Saúde Familiar Famílias

K030

Rio Meão

Igreja Paroquial de Rio Meão

J031

Milheirós de Poiares

Extensão de Saúde de Milheirós de Poiares

K031

Rio Meão

Igreja Matriz de Rio Meão

J032

Mozelos

Extensão de Saúde de Mozelos

K032

Pigeiros

J033

Sanguedo

Extensão de Saúde de Sanguedo

K033

Romariz

Igreja de São Silvestre (Duas Igrejas)

J034

Argoncilhe

Extensão de Saúde de Argoncilhe

K034

Romariz

Igreja Matriz de Romariz

J035

Sta. Maria da Feira

Unidade de Saúde Familiar Terras de Santa Maria

K035

Guisande

Igreja Matriz de Guisande

J036

Fiães

Unidade de Saúde Familiar Fiães

K036

Louredo

Igreja Paroquial de São Vicente de Louredo

J037

Paços de Brandão

Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais

K037

Vale

Igreja Paroquial de Vale

J038

Sta. Maria de Lamas

Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais

K038

Vale

Igreja de Santa Maria do Vale

J039

Escapães

Extensão de Saúde de Escapães

K039

Sta. Maria da Feira

Igreja do Seminário dos Missionários Passionistas

J040

Vila Maior

Extensão de Saúde de Vila Maior

K040

Arrifana

Outros Cultos Religiosos

J041

S. Paio de Oleiros

Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras

K041

Arrifana

Outros Cultos Religiosos

J042

Lobão

Extensão de Saúde de Lobão

K042

Escapães

Outros Cultos Religiosos

J043

Romariz

Extensão de Saúde de Romariz

K043

Espargo

Outros Cultos Religiosos

J044

Sta. Maria da Feira

Centro de Saúde de Santa Maria da Feira

K044

Lourosa

Outros Cultos Religiosos

J045

Sta. Maria da Feira

Unidade de Saúde Familiar Egas Moniz

K045

Lourosa

Outros Cultos Religiosos

J046

S. João de Vêr

Unidade de Saúde Familiar Cuidar

K046

Nogueira da Regedoura

Outros Cultos Religiosos

J047

Caldas de S. Jorge

Extensão de Saúde de Caldas de S. Jorge

K047

Sanfins

Outros Cultos Religiosos

J048

Vale

Extensão de Saúde do Vale

K048

Sanguedo

Outros Cultos Religiosos

J049

Canedo

Extensão de Saúde de Canedo

K049

Sta. Maria da Feira

Outros Cultos Religiosos

J050

Rio Meão

Unidade de Saúde Familiar Cuidar

K050

Sta. Maria da Feira

Outros Cultos Religiosos

J051

Nogueira da Regedoura

Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras

K051

S. João de Vêr

Outros Cultos Religiosos

J052

Arrifana

Unidade de Saúde Familiar Sudoeste

K052

S. Paio de Oleiros

Outros Cultos Religiosos

J053

S. Miguel de Souto

Unidade de Saúde Familiar Sudoeste

K053

Fiães

Outros Cultos Religiosos

K054

Sta. Maria da Feira

Outros Cultos Religiosos

K055

S. Paio de Oleiros

Outros Cultos Religiosos

K056

Sta. Maria da Feira

Outros Cultos Religiosos

Igreja Paroquial de Santa Maria de Pigeiros

343


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ASSOCIAÇÕES

ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

L001

Argoncilhe

ADCR-Associação Desportiva, Cultural Vergada, Fábrica da Igreja da Vergada,

L046

Fornos

CCR Fornos / JUF - Juventude Unida de Fornos, Conservatório de Música de

L002

Argoncilhe

L047

Gião

Sociedade Columbófila de Gião, Fábrica da Igreja de Gião, Conferência de S.

L048

Guisande

Conferência de S. Vicente Paulo Associação Argoncilhe Jovem, ELOS, AD Argoncilhe, Fábrica da Igreja de

Fornos, Desp. Clube Fornos

Argoncilhe, Conferência S. Vicente Paulo

344

Vicente Paulo de Gião

L003

Argoncilhe

Casa de Gaia - C.C.D.R. de Argoncilhe

L004

Argoncilhe

Centro Columbófilo de Argoncilhe

L005

Argoncilhe

Dragões de Argoncilhe - Casa do Futebol Clube do Porto - Argoncilhe

L049

Guisande

Guisande Futebol Clube

L006

Argoncilhe

Liga de Melhoramentos e Beneficiência da Vergada

L050

Lobão

Associação Desportiva e Cultural de Lobão

L007

Argoncilhe

Grupo Musical Estrela de Argoncilhe

L051

Lobão

Banda Musical de S. Tiago de Lobão, Rancho Folc. de S. Tiago de Lobão,

L008

Argoncilhe

Grupo Recreativo e Beneficiente “A Flor de Aldriz” (Teatro de Aldriz)

L009

Argoncilhe

Rancho Regional de Argoncilhe

L052

Lobão

Fanfarra da Vila de S. Tiago de Lobão

L010

Arrifana

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Arrifana

L053

Lobão

Rancho Regional da Vila de Lobão

L011

Arrifana

Banda Musical dos Bombeiros Voluntários de Arrifana

L054

Louredo

L012

Arrifana

Centro de Cultura e Desporto de Arrifana - Hippyes Futebol Clube

L055

Lourosa

Associação Aliança da Família Cadete

L013

Arrifana

Centro de Cultura e Desporto de Manhôce

L056

Lourosa

Associação Desportiva e Cultural dos Bombeiros Voluntários de Lourosa

L014

Arrifana

Clube Desportivo Arrifanense

L057

Lourosa

L015

Arrifana

Dragões de Arrifana - Associação de Cultura, Desporto e Recreio

L016

Arrifana

JUAT - Núcleo Desportivo, Recreativo e Cultural de Arrifana

L058

Lourosa

Centro Cultural e Recreativo “Os Malmequeres de Lourosa”

L017

Arrifana

Grupo Columbófilo de Arrifana

L059

Lourosa

Clube de Caçadores de Lourosa

L018

Canedo

Associação Clube de Caçadores, Rancho Folclórico de S. Pedro,Sociedade

L060

Lourosa

Clube de Ténis de Lourosa

Columbófila, ACM Canedo

L061

Lourosa

Gabinete da Juventude de Lourosa

Associação de S. Mamede de Guisande, Associação Cultural de Guisande “O Despertar”

C. Incentivo Cultural Lobão, Soc. Columbófila de S. Tiago de Lobão

Centro Social Cultural e Recreativo de Louredo

CFC Porto, Associação Budokai, Rolar - Hóquei Clube, GCR Fanfarra de Lourosa, Futsal Feminino LFC, FCC Lourosa, Clube Defesa Pessoal

L019

Canedo

Associação Cultural do Rancho Folclórico “As Ceifeiras de Canedo”

L062

Lourosa

GRICL - Grupo Recreativo de Intervenção da LouroCoop

L020

Canedo

Associação Recreativa de Pesca de Canedo e Louredo

L063

Lourosa

Grupo Cultural e Recreativo de Lourosa “Os Corticeiros”

L021

Canedo

Grupo Cénico de Canedo, Grupo Recreativo e Cultural de Canedo

L064

Lourosa

Grupo Desportivo e Cultural “Os Vilaverdenses” - Lourosa

L022

Canedo

Canedo Futebol Clube

L065

Lourosa

Grupo Musical de Solidariedade de Lourosa, Moto Clube “Rota Livre”

L023

Canedo

CME - Escuteiros de Canedo, Fábrica da Igreja de Canedo, Conferência de S.

L066

Lourosa

Lusitânia Futebol Clube de Lourosa, Clube de Ténis de Mesa de Lourosa

Vicente Paulo de Canedo

L067

Lourosa

Sociedade Columbófila de Lourosa

L024

Canedo

Rancho Folclórico “As Lavradeiras de Rebordelo”

L068

Milheirós de Poiares

Ritus - Associação Recreativa e Cultural, Grupo Cénico e Recreativo

L025

Caldas de S. Jorge

Associação de Moradores de Arcozelo

L026

Caldas de S. Jorge

Associação Juventude Inquieta, Centro Cultural e Recreativo - Escola de

L069

Milheirós de Poiares

Clube de Caçadores e Pescadores de Milheirós de Poiares

Música de Caldas de S. Jorge

L070

Milheirós de Poiares

Grupo Desportivo Milheiroense

Milheiroense “Os Velhos”, CCD de Milheirós de Poiares

L027

Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge Sport Clube, Atletismo de Caldas de S. Jorge

L071

Mosteirô

Sport Clube de Mosteiró, Associação Recreativa e Columbófila de Mosteirô

L028

Caldas de S. Jorge

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 901

L072

Mosteirô

ANIFEIRA - Associação dos Amigos dos Animais de Santa Maria da Feira

L029

Caldas de S. Jorge

Rancho Folclórico “As Florinhas das Caldas S. Jorge”

L073

Mosteirô

Pôr-do-Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô

L030

Escapães

Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Escapães, Clube Desportivo

L074

Mozelos

Grupo Columbófilo de Mozelos

de Escapães

L075

Mozelos

Os Dragões de Mozelos

L031

Escapães

Associação Recreativa e Columbófila de Escapães

L076

Mozelos

Tuna Musical Mozelense, Futebol Clube de Mozelos

L032

Escapães

Centro Cultural e Desportivo de Nadais

L077

Mozelos

GDC-M - Grupo de Dinamização Cultural de Mozelos

L033

Escapães

Escola de Música de Escapães / Junta de Freguesia de Escapães

L078

Mozelos

Juventude Atlética Mozelense

L034

Escapães

Rancho Folclórico de S. Martinho de Escapães

L079

Mozelos

Os Amigos da Columbófila de Ermilhe

L035

Espargo

Escola de Música de Espargo, Abrir Horizontes - ACD - Espargo, Grupo

L080

Nogueira da Regedoura

Centro Popular dos Trabalhadores de Pousadela

Cultural e Recreativo Andorinhas de Espargo

L081

Nogueira da Regedoura

Associação de Desenvolvimento de Nogueira da Regedoura

L036

Fiães

AMICAF, Fábrica da Igreja de Fiães, Conferência de S. Vicente Paulo de Fiães

L082

Nogueira da Regedoura

Centro Social Luso-Venezolano - Nogueira da Regedoura

L037

Sta. Maria da Feira

Clube Desportivo Feirense, Liga dos Amigos da Feira

L083

Nogueira da Regedoura

Grupo Columbófilo de Nogueira da Regedoura

L038

Fiães

Fiães S. C., Associação de Motociclismo de Fiães - Ulfilanis Motards

L084

Nogueira da Regedoura

Rancho Folclórico S. Cristóvão de Nogueira da Regedoura

L039

Fiães

CDPAC - Comissão de Defesa do Património e Acção Cultural, Clube

L085

Nogueira da Regedoura

Relâmpago União Futebol Clube Nogueirense

Desportivo de Fiães

L086

Paços de Brandão

Academia Música de Paços de Brandão / Tuna Musical Brandoense

L040

Fiães

Centro de Cultura e Desporto de Fiães / Rancho Infanto Juvenil de Fiães,

L087

Paços de Brandão

Associação Académica do ISPAB, FEDESPAB - Fundação de Ensino

L088

Paços de Brandão

e Desenvolvimento de Paços de Brandão

Rancho Folclorico ‘As Moleiras de Fiães’

Associação Cultural do Carnaval de Paços de Brandão, Grupo de Cicloturismo

L041

Fiães

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 790 - Fiães

L042

Fiães

Grupo Columbófilo de Fiães

L043

Fiães

Grupo Musical de Fiães

L089

Paços de Brandão

CIRAC - Círculo de Recreio, Arte e Cultura de Paços de Brandão

L044

Fornos

Associação Fornos Cresce

L090

Paços de Brandão

Clube de Ténis de Paços de Brandão

L045

Fornos

Associação Columbófila de Fornos

L091

Paços de Brandão

Clube Desportivo de Paços de Brandão

de Brandoense


ÍNDICE

ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO

ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

L092

Paços de Brandão

DAO - Associação Cultural e Desportiva

L144

Sta. Maria da Feira

Associação para o Desenvolvimento do Bailado e Artes Cénicas de Santa

L093

Paços de Brandão

GRIB - Grupo Recreativo Independente Brandoense

L145

Sta. Maria da Feira

L094

Paços de Brandão

Grupo Columbófilo de Paços de Brandão

L146

Sta. Maria da Feira

CCROF - Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira

L095

Paços de Brandão

Núcleo de Atendimento à Paralisia Cerebral

L147

Sta. Maria da Feira

Clube Académico da Feira

L096

Pigeiros

Associação Desportiva - Sociedade Columbófila de Pigeiros

L148

Sta. Maria da Feira

Clube de Caça e Pesca de Santa Maria da Feira

L097

Pigeiros

Centro Cultura e Desporto Pigeirense

L149

Sta. Maria da Feira

Coral Polifónico da Cruz

L098

Pigeiros

Centro Cultural e Recreativo de Pigeiros

L150

Sta. Maria da Feira

L099

Rio Meão

Academia de Música e Artes de Rio Meão

L151

Sta. Maria da Feira

L100

Rio Meão

Clube Ornitológico de Riomeão, Rancho Folclórico e Etnográfico Terras de Santa Maria, Grupo Columbófilo de Rio Meão

Maria, Cineclube de Santa Maria da Feira

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 640 - Santa Maria da Feira Fed. Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho de Santa Maria da Feira, Fraternidade Nun’ Álvares - Agrup. Feira

L152

Sta. Maria da Feira

Juventude Atlética de Rio Meão

Grupo Gólgota - Missionários Passionistas Santa Maria da Feira, Associação da Juventude Passionista - Santa Maria da Feira

L101

Rio Meão

L102

Rio Meão

MACUR - Movimento de Assitência, Cultura, Urbanismo e Recreio

L153

Sta. Maria da Feira

Juventude Atlética “Os Amigos do Cavaco”

L103

Rio Meão

Associação Cultural da Mata de Rio Meão

L154

Sta. Maria da Feira

Leo Clube de Santa Maria da Feira, Lions Clube de Santa Maria da Feira

L104

Rio Meão

Rancho Folclórico Recreativo e Cultural “As Florinhas de Rio Meão”

L155

Sta. Maria da Feira

Rotaract Club da Feira, Rotary Clube de Santa Maria da Feira

L105

Romariz

Associação Cultural de Romariz, Romariz Futebol Clube

L156

Sta. Maria da Feira

Sociedade Columbófila de Santa Maria da Feira

L106

Romariz

Clube de Caçadores de Romariz

L157

Sta. Maria de Lamas

Sporting Clube de Santa Maria da Feira

L107

Caldas de S. Jorge

Cicloturismo de Caldas de S. Jorge

L158

Sta. Maria de Lamas

Clube Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

L108

Romariz

Voltado a Poente - Associação Cultural de Duas Igrejas

L159

Sta. Maria de Lamas

Lamas Movediças - Associação Cultural, Recreativa e Desportiva,

L109

Romariz

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 1048

L110

S. João de Vêr

A.C.D.L. - Associação Cultural, Desportiva da Lavandeira S. João de Vêr

L160

Sta. Maria de Lamas

Tuna Esperança de Santa Maria de Lamas

L111

S. João de Vêr

Associação Recreativa e Columbófila de S. João de Vêr

L161

Sta. Maria de Lamas

Clube Futebol União de Lamas, Grupo Motard Lamacense

L112

S. João de Vêr

Associação do Grupo Folclórico “As Lavradeiras de S. João de Vêr”

L162

Sta. Maria de Lamas

União Columbófila de Santa Maria de Lamas

L113

S. João de Vêr

Sporting Clube de S. João de Vêr

L163

Sta. Maria de Lamas

Associação Bem Estar Santa Maria de Lamas

L114

S. Paio de Oleiros

Associação Musical Oleirense

L164

S. Miguel de Souto

Lamas Futsal - Associação Desportiva

L115

S. Paio de Oleiros

Biblioteca Pública de S. Paio de Oleiros

L165

S. Miguel de Souto

AJISCE - Associação Jovem de Intervenção Sócio-Cultural e Ecológica

L116

S. Paio de Oleiros

Centro Desportivo e Cultural de S. Paio de Oleiros

L166

S. Miguel de Souto

Clube Desportivo de Tarei

L117

S. Paio de Oleiros

Escola de Ciclismo Fernando Carvalho

L167

S. Miguel de Souto

Clube Desportivo Soutense

L118

S. Paio de Oleiros

GRATO - Grupo Recreativo Amigos do Teatro Oleirense

L168

S. Miguel de Souto

AlmiSouto

L119

S. Paio de Oleiros

Grupo Columbófilo de S. Paio de Oleiros

L169

Travanca

Sociedade da Banda Musical de Souto

L120

S. Paio de Oleiros

Grupo Desportivo de S. Paio de Oleiros

L170

Travanca

Associação Musical Recreativa e Cultural de Travanca, Rancho Regional

L121

S. Paio de Oleiros

Associação ‘Os Flechas’, Fábrica da Igreja de S. P. Oleiros

L122

S. Paio de Oleiros

Fundação Sanitus

L171

Travanca

L123

S. Paio de Oleiros

Fundação Comendador Sá Couto

L172

Travanca

L124

S. Paio de Oleiros

Associação dos Doentes Neuromusculares

L173

Vale

Associação de Cultura e Recreio da Banda Marcial do Vale

L125

S. Paio de Oleiros

Associação de Desenvolvimento de S. P. Oleiros

L174

Vale

C.C.D. - Grupo Desportivo do Pessegueiro

L126

S. Paio de Oleiros

Grupo Musical de S. Paio de Oleiros - Tuna

L175

Vale

Centro Columbófilo de Santa Maria do Vale

L127

Sanfins

Grupo Cultural Desportivo de Sanfins

L176

Vale

Centro Recreativo e Cultural do Vale

L128

Sanfins

Sociedade Columbófila de Sanfins

L177

Vila Maior

Associação Recreativa Desportiva Vilamaiorense

L129

Sanguedo

Associação Desportiva e Cultural Sanguedo

L178

Santa Maria de Lamas

Conferência de S. Vicente Paulo de Sta. Maria de Lamas

L130

Sanguedo

Cruz Vermelha Portuguesa

L179

S. João de Vêr

Fábrica da Igreja de Romariz, Conferência de S. Vicente de Paulo de Romariz

L131

Sanguedo

Juventude de Sanguedo

L132

Sanguedo

União Columbófila de Sanguedo

L180

Arrifana

Fábrica da Igreja de Arrifana, Conferência de S. Vicente Paulo de Arrifana

L133

Sta. Maria da Feira

Clube Desportivo Feirense

L181

Escapães

Fábrica da Igreja de Escapães, Conferência de S. Vicente Paulo de Escapães

L134

Sta. Maria da Feira

Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira

L182

Fornos

Fábrica da Igreja de Fornos, Conferência de S. Vicente Paulo de Fornos

L135

Sanguedo

União Columbófila das Quintas

L184

Lourosa

Fábrica da Igreja de Lourosa, Conferência de S. Vicente Paulo de Lourosa

L136

Sanguedo

BTT

L185

Vale

Fábrica da Igreja do Vale, Conferência de S. Vicente de Paulo do Vale

L137

Sanguedo

AMICIS, Rancho Folclórico Santa Eulália de Sanguedo

L186

Mosteirô

Fábrica da Igreja de Mosteirô

L138

Sta. Maria da Feira

Academia de Cultura e Cooperação de Santa Maria da Feira - U. Sénior

L187

Mosteirô

Associação do Desenvolvimento Social e Humano ‘ Rosto Solidário’

L139

Sta. Maria da Feira

Academia de Música de Santa Maria

L188

Espargo

Fábrica da Igreja de Espargo, Conferência de S. Vicente de Paulo de Espargo

L140

Sta. Maria da Feira

Associação Académica do ISVOUGA

L189

Travanca

Fábrica da Igreja de Travanca, Conferência de S. Vicente de Paulo de Travanca

L141

Sta. Maria da Feira

Associação Cultural Remolha

L190

S. Miguel do Souto

L142

Sta. Maria da Feira

Associação de Motards “Os Vagabundos do Castelo” - Sta. Maria da Feira

L143

Sta. Maria da Feira

Associação do Grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira, Associação

L191

Lobão

Fábrica da Igreja de Lobão, Conferência de S. Vicente de Paulo de Lobão

de Artesãos das Terras de Santa Maria

L192

Vila Maior

Fábrica da Igreja de Vila Maior, Conferência de S. Vicente de Paulo

Lamas Jovem

da Juventude de Travanca Real Clube de Travanca Sociedade Columbófila de Travanca

Conferência de S. Vicente Paulo de S. João de Vêr

Fábrica da Igreja de S. Miguel de Souto, Conferência de S. Vicente de Paulo de S. Miguel de Souto

345


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO CÓDIGO

FREGUESIA

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

L193

Nogueira da Regedoura

Fábrica da Igreja de Nogueira da Regedoura, Conferência de S. Vicente Paulo de Nogueira da Regedoura Fábrica da Igreja de Sta. Maria de Lamas

L194

Sta. Maria de Lamas

L195

Rio Meão

Fábrica da Igreja de Rio Meão, Conferência de S. Vicente Paulo de Rio Meão

L196

S. João de Vêr

Fábrica da Igreja de S. João de Vêr, Conferência de S. Vicente Paulo

L197

Caldas de S. Jorge

Fábrica da Igreja de Caldas de S. Jorge, Conferência S. Vicente Paulo de

L198

Pigeiros

Fábrica da Igreja de Pigeiros

L199

Sanguedo

Fábrica da Igreja de Sanguedo, Conferência de S. Vicente Paulo de Sanguedo

L200

Fiães

Associação Juventude de Fiães

L201

Fornos

Associação Ambientalista da Ribeira da Lage

L202

Gião

Associação Cultural e Desportiva Gião

L203

Lobão

Associação VC Bike (Vale da Cabra Bike)

L204

Mosteirô

Fórum Ambiente e Cidadania

L205

Mosteirô

Mosteirô Futebol Clube

L206

Mozelos

Associação Desportiva Estrelas das Regadas

L207

Paços de Brandão

Grupo Folclórico Como Elas Cantam e Dançam em Paços de Brandão

L208

S. João de Vêr

Rancho Regional de S. João de Vêr

L209

S. João de Vêr

Sport Ciclismo de S. João de Vêr

L210

S. João de Vêr

Associação do Rancho Folclórico das Lavradeiras de S. João de Vêr

L211

Sta. Maria da Feira

Art’ EnCena - Associação Cultural de Animação e Teatro de Santa Maria

L212

Sta. Maria da Feira

Song Dao - Associação de Artes Marciais de Santa Maria da Feira

L213

Sta. Maria de Lamas

União da Mata Futebol Clube

L214

S. Miguel de Souto

Associação Cultural e Recreativa do Grupo Folclórico “Os Romeiros do Souto”

L215

Travanca

Núcleo Desportivo de Travanca

L216

Lourosa

Grupo Cénico de Lourosa

L217

Lourosa

Grupo de Cicloturismo de Lourosa

L218

Sta. Maria da Feira

Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira

L219

S. João de Vêr

Grupo Amizade - Tempos Livres e Educação Para a Paz

L220

Argoncilhe

Associação de Artesanato de Argoncilhe

L221

Argoncilhe

Clube de Snowboard

L222

Arrifana

Associação Cultural e Recreativa de Sto. Estevão

L223

Arrifana

Os Arrifanenses Futebol Clube

L224

Arrifana

Rancho Folclórico “Estrelas Brancas”

L225

Arrifana

SD - Superar Desafios - Associação de Cicloturismo

L226

Canedo

Clube de Canoagem de Canedo

L227

Canedo

Clube de Tunning de Canedo

L228

Caldas de S. Jorge

Grupo Cultural e Recreativo “Saias Amarelas”

L229

Caldas de S. Jorge

Grupo de Danças e Cantares das Margens do Rio Uíma

L230

S. João de Vêr

Associação Pesca Desportiva S. João de Vêr

L231

S. João de Vêr

Associação Melhor Viver - Desporto, Cultura e Lazer

L232

Travanca

Grupo Cultural e Desportivo de Travanca

L233

Milheirós de Poiares

Clube Columbófilo de Milheirós de Poiares

Caldas de S. Jorge

346

da Feira


ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Ficha técnica

EDIÇÃO

DESIGN

Câmara Municipal de Santa Maria da Feira © 2009

Rita Coelho

TEXTOS

IMRESSÃO

Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com

Rainho e Neves Lda.

colaboração do Arquitecto José Manuel Bastos

Impressão em papel Creator Natural Mate, 150 grs

FOTOGRAFIA

TIRAGEM

Câmara Municipal de Santa Maria da Feira

1 500

348

Feira Viva, E. M. E. F. Piqueiro - Foto Engenho Lda

ISBN 978-989-8183-06-4

ORTOFOTOMAPAS Instituto Geográfico Português (IGP)

DEPÓSITO LEGAL

Instituto Geográfico do Exército (IGEOE)

298834/09



Alfredo Oliveira Henriques Presidente da Câmara Municipal

APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever: retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua progressão, verificadas nas últimas três décadas.

Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.

O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem qualquer subjectividade ou propaganda.

A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.

É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa e objectivamente dá conta.

Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também, na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.


ATLAS SANTA MARIA DA FEIRA

35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIA UM TEMPO DE EXCELÊNCIA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.