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conversa com

PANELOVISKI:

um arauto de sentimento veterano

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A REVISTA CULTURAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

abril, maio, junho de 2018

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REVISTA CULTURAL| 2ª EDIÇÃO

60 anos

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte origina-se da Universidade do Rio Grande do Norte, criada em 25 de junho de 1958, através de lei estadual, e federalizada em 18 de dezembro de 1960. A Universidade do Rio Grande do Norte, instalada em sessão solene realizada no Teatro Alberto Maranhão, em 21 de março de 1959, foi formada a partir de faculdades e escolas de nível superior já existentes em Natal, como a Faculdade de Farmácia e Odontologia; a Faculdade de Direito; a Faculdade de Medicina; a Escola de Engenharia, entre outras. Atualmente, a UFRN oferece, entre cursos de graduação e pós-graduação, mais de 200 oportunidades de capacitação. Sua comunidade acadêmica é formada por mais de 43.000 estudantes e cerca de 5.500 servidores, entre técnico-administrativos e docentes efetivos, além dos professores substitutos e visitantes.

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04 Poeta da edição 05 Agendão 07 Paneloviski 10 Aniversário UFRN

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EXPEDIENTE EDITORA CHEFE - Riceli Chacon (84) 99980-9945 | ricelicaroline@outlook.com

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PANELOVISKI:

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Prego, caco de vidro, arame, pedra. O risco do corte, do tétano, do bicho de pé.

Nada disso a impediu de andar de pés descalços. Hábito que ela faz questão de manter na vida adulta. No escritório, entre planilhas, projetos e decisões importantes, se pode ver seus dedos respirando, esparramados na porcelana fria. Como explicar essa conexão ancestral com a Terra? Enquanto eu descia a escada, ela revelou uma das respostas possíveis: "Pés no chão me fazem lembrar quem sou”.

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AGENDÃO

Fique por dentro da agenda cultural da UFRN para o período de abril a junho de 2018: 26/05/2018 Cuscuz HQ 14/06/2018 1º COLÓQUIO DE ESTUDOS SARAMAGUIANOS 21/06/2018 Exposição A / R / T – Todo tempo 26/06/2018 CIENTEC

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Clifton Harrison

PANELOVISKI UM ARAUTO DE SENTIMENTO VETERANO Ou um arauto veterano de sentimento?

Como aluno de nossa universidade, atendia pelo nome de Marcelo Tavares, ou Panela, para a turma. Formou-se em jornalismo mas felizmente a redação de jornal nunca foi seu forte. Melhor para quem hoje se deleita com seus contos em seu livro recentemente lançado e nas redes sociais, como ele conta para gente no Campus Universitário em uma conversa super informal e cheia de risadas e boas lembranças.

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ENTREVISTA

PANELOVISKI UM ARAUTO DE SENTIMENTO VETERANO DA UFRN PARA O BRASIL por Riceli Chacon

Ou um arauto veterano de sentimento? Como aluno de nossa universidade, atendia pelo nome de Marcelo Tavares, ou Panela, para a turma. Formou-se em jornalismo mas felizmente a redação de jornal nunca foi seu forte. Melhor para quem hoje se deleita com seus contos em seu livro recentemente lançado e nas redes sociais, como ele conta para gente no Campus Universitário em uma conversa super informal e cheia de risadas e boas lembranças.

Ele nasceu Marcelo Taveira e ficou conhecido

Esse apelido, “Panela”, apareceu na UFRN.

entre os amigos de faculdade como “Panela”.

Como você se transformou no Paneloviski?

Mas para mais de cem mil brasileiros, esse

Ganhei o apelido na Universidade em

potiguar carismático de 42 anos, é

meados de 2000, cursando jornalismo. Eu

simplesmente o Paneloviski: o leitor e escritor

tinha um grupo de amigos e o batizei de

nas redes sociais que encanta pela forma

“panelinha”. E de tanto eu falar que eram

simples (e às vezes, sensual) de romancear o

uma panelinha, uma amiga soltou: “Lá vem o

cotidiano. Jornalista formado há mais de 15

Marcelo Panela”. Depois disso ninguém me

anos pela Universidade Federal do Rio Grande

chamou mais de Marcelo Tavares. E o

do Norte, Marcelo já passou por assessorias,

Paneloviski, ganhei de outra amiga, da

jornais impressos e até por um guia cultural,

mesma época, que achou legal o “loviski”

mas é contando pequenas grandes histórias

pela sonoridade [risos]. E ficou. Eu escrevia

que ele se realiza e seduz quem acompanha

meus textos no Orkut, bem

seus contos. Em uma entrevista debaixo das

despretensiosamente, só para amigos. Aí me

árvores do CCHLA, antiga casa do

deram a dica de criar uma página no

departamento de seu curso, ele nos fala um

Facebook e na hora de escolher um nome,

pouco do seu mundo literário.

foi mesmo o Paneloviski.

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ENTREVISTA

Sua formação é de jornalista. Você chegou a

O quanto de você existe em seus

atuar na área?

personagens? Os seus textos são sobre

Atuei por algum tempo. Eu comecei com

você?

assessoria de imprensa, passei na TVU como

Acho que foi a Clarice [Lispector] que falou

estagiário, trabalhei com produção de vídeo,

sobre uma “verdade inventada”. Então boa

depois entrei no jornal impresso, passei rápido

parte é ficção, noventa por cento. Noventa

pelo Diário de Natal, fiz redação publicitária,

por cento, pois eu pego um pequeno

fiquei cinco anos como redator. Depois fui

elemento da realidade, do cotidiano e o

para Brasília e quando voltei, fui convidado a

transformo em um conto. É uma coisa

fazer o Solto na Cidade, o primeiro guia

possível de acontecer. As pessoas se

cultural de Natal, e foi um sucesso que por

identificam e é um cotidiano que une todo

falta de patrocínio, fechou.

mundo. Possivelmente ninguém vai ver lá

E depois que saí do Solto, uma pessoa disse

algo sobre carrões, banhos de banheira e

assim: “Por que não transformar Paneloviski e

champanhes, porque o universo de

seus textos em produtos?” E assim surgiu isso

Paneloviski é o universo de Marcelo, é

aqui [ele me mostra uma camisa com a sua

popular. E no meu universo as pessoas

frase “Me dê o seu menor sorriso que eu faço

andam de ônibus, vão a bares, gostam de

uma gambiarra com pequenas alegrias”], que

cerveja, tem fila de banco, de

é a camisa clássica do Paneloviski. Muita gente

supermercado. Esse é o meu universo e o

não acredita, mas hoje, Paneloviski vive da sua

universo das pessoas que curtem meu

arte, como dizem por aí. Há dois anos que eu

trabalho. O gostar, o bem querer, alcança

não vivo de jornalismo.

todo mundo. O romance alcança todo mundo.

Você saiu do jornalismo, mas continua contando histórias.

Exatamente. Só mudei o foco e o estilo. Mas eu continuo contando histórias e essa é a definição do Paneloviski. Eu também sou um contador de histórias. Gosto da narrativa, gosto de criar personagens. Não me considero um poeta. Sempre gostei mais de prosa, mas também há poesia na prosa e para mim, isso é perfeito.

O livro Paneloviski está a venda online no site da Editora Fortunela. Acesse o código QR para saber mais.

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