PORTUGUESE VERSION - VERSÃO EM PORTUGUÊS
Escolha uma cor.
Azul.
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8. Escolha um número.
o. Oi t
Escolha outro número.
Quinze.
... 12, 13, 14, 15. Pronto.
Sonho é destino.
Waking Life (2001) "written" and dir. Richard Linklater. cine. R. Linklater & Tommy Pallotta. art dir. Bob Sabiston. edt. Sandra Adair.
Oi, sou eu. Acabei de chegar.
Achei que filaria uma carona, mas deixa pra lรก. Posso pegar um tรกxi, ou coisa parecida.
Alto lรก, marujo! Estรก preparado para pegar o caminho mais longo? Precisa de uma carona?
Estava esperando um tรกxi, mas... Obrigado.
O que acha do meu barco? Ele vale pela vista. V-l-S-T-A. Para se ver com os olhos.
Meu meio de transport e deve refletir a minha personalidade. Voilà! Esta é a minha janela para o mundo. A cada minuto, um novo espetáculo. Posso não compreendê-lo ou concordar com ele... mas eu o aceito e acompanho a maré. Mantenha o equilíbrio. É o que eu digo.
Siga com a corrente. O mar jamais rejeita um rio. A idéia é manter-se em um estado de partida, mesmo ao chegar.
Economiza-se em apresentações e em despedidas. A viagem não requer explicações, apenas passageiros. É aí que entram vocês.
Nos movemos com o oceano. Não estamos ancorados! É como se chegássemos ao planeta com uma caixa de lápis de cera. Pode-se ganhar a caixa de 8, ou a de 16... mas o segredo é o que você faz com eles e as cores que lhe foram dadas. Não se preocupe em colorir somente dentro das linhas. Pinte por fora das linhas e fora da página! Não queira me limitar!
Quem, eu? Sou o primeiro? Não sei. Qualquer lugar está bom.
Onde vai querer descer?
Apenas me dê um endereço, alguma coisa, está bem?
Faça o seguinte. Suba mais três ruas. Vire à direita. Mais 2 quarteirões. Deixe-o na próxima esquina.
Onde é isso?
Não sei, mas é alg m lugar. E determinará o du esenrolar do resto de sua v Hora de desemb arida. car!
Olhe Ă sua direita.
Robert C. Solomon
Tanto do que percebemos é inexprimível. É indizível. E, ainda assim, quando nos comunicam os uns com os out ro s e sent imos ter feito uma ligação, e termos sido compreendido s acho que temos uma sensação quase como uma comunhão espiritual. Essa sensação pode ser transitória, mas é para isso que vivemos.
Estuda-se o desenvolviment o hum ano pela evolução do organismo e sua interação ambiental. A evolução do organismo começa com a evolução através do hominídeo até a evolução do homem, o Neanderthal, o Cro-Magnon. Ora, o que temos aqui são três eixos. O biológico, o antropoló gico, o desenvolvimento das cult uras e o cultural, que é a expressão humana. O que se viu foi a evolução de populaçõ es, não de indivíduos. P ense na escala temporal em de questão. A vida tem dois bilhões s. õe anos, o hominídeo, seis milh os A humanidade, como a conhecem hoje, tem 100 mil anos. Percebe como o paradigm a evolutivo vai se estreitando? Quando se pensa na agricultura, na revolução científica e industrial são apenas 10 mil anos, 400 anos, 150 anos. Vê-se um est reitamento crescente da tempo ralidade evolutiva. À medi da em que entramos na nov a evolução ela se estreitará ao pont o em que a veremos no curso de uma vida. Há dois novos eixos evolutivos, vindos de dois tipo s de informação.
Sob o novo paradigm a, eles ex istem com o um grupamento co operativo e não-competitivo, independente do m eio ex terno . Assi m, a evolução torna-se um processo indivi dualm ente centrad emanando do indivíduo não um o pro cesso passivo onde o indivíduo está sujeito ao col etivo. P roduz-se, então, um neo-hum an co m uma nova individualidade o , um a nova co nsci ência.
tal gi co. O di gi aló an o e l. O digit al cia art ificia é a int eligênsult a da biologia re O analógicor e da clo nagem . molecula dois Unem -se os iologia. b com a neuro m aradigma, u . p go ti n a o ia Sob inar out ro dom m orreria, o
Esse é apenas o começo do ciclo. À medida que ele se desenvolve, a fonte é esta nova intel igência. Enquanto as inteligências e as habilidades se sobrepõem a velocidade muda até atingir -se um crescendo. Imagine, uma realização instan tâ do potencial humano e neo-humanea no. Isso po de ser a am plificaç ão do indivíduo a multiplicação d e existências individuai s paralelas onde o indivíduo não mais esta restrito pelo tem po e pel o esp ria aço. E as manifestações dessa evoluç ão neo-hum ana poderiam ser dramaticamente im previsíveis. A antiga evolução é fria, é estéril. E efi ciente. Suas m anifestaçõ es são aquelas da adaptação social. Trata-se de parasitism o, dominação, moralidade guerra, predação. Essas coisas ficarão sujeitas à falta de ênfase e de evolucã o. O novo paradigma nos daria as marcas da verdade, da lealda de, da justiça e da liberdade. Essas seriam as m anifestacões dessa evolução . É essa a nossa esperança.
O homem autodestrutivo sente-se totalmente alienado e solitĂĄrio.
Ele é um excluído da comunidade. Ele diz para si mesmo: "Eu devo estar louco" . O que ele não percebe é que a sociedade, assim como ele próprio tem um interesse em perdas consideráveis, em catástrofes. Guerras, fome, enchentes atendem a necessidades bem-definidas.
O homem quer o caos. Na verdade, ele precisa disso. Depressão , conflitos, badernas, assassinatos. Toda essa miséria. Somos atraídos a esse estado quase orgiástico gerado pela destruiç ão. Está em todos nós. Nos deliciam com os isso. A mídia forja um quadro triste, pintando-as como t ragédias huma nas. Mas a funcão da mídia não é a de eliminar os males do mundo.
Você tem um fósforo?
É chegado o momento de eu projetar minhas inadequações e insatisfações nos esquemas sociopolítico e científico. Deixar que minha própria falta de voz seja ouvida.
Não me sai da cabeça algo que você me disse.
É. Sobre a sensação de que você observa a sua vida da perspectiva de uma velha à beira da morte. Lembra?
Algo que eu disse?
Ainda me sinto assim, às vezes. Como se visse minha vida atrás de mim. Como se minha vida desperta fossem lembrancas. Exatamente. Ouvi dizer que Tim Leary,quando estava morrendo, disse que olhava para seu corpo que estava morto, mas seu cérebro estava vivo. Aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral depois que tudo se apaga. Um segundo nos sonhos é infinitamente mais longo do que na vida desperta. - Entende? - Claro. Tipo, eu acordo às 10:12h. Então, eu volto a dormir... e tenho sonhos longos, complexos, que parecem durar horas. Aí eu acordo e... são 10:13h. Exato. Então aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral podem ser a sua vida inteira. Você é aquela velha, olhando para trás e vendo tudo.
Se eu sou, o que você seria nisso?
O que eu sou agora. Quero dizer, talvez eu só exista na sua mente. Eu sou apenas tão real quanto qualquer outra coisa.
Andei pensando sobre algo que você disse. Sobre reencarnação, e de onde todas as novas almas vêm ao longo do tempo. Todo mundo sempre diz ser a reencarnação de Cleópatra ou de Alexandre, o Grande. Não passam de bestas quadradas, como todo mundo. Quer dizer, é impossível. A população mundial duplicou nos últimos 40 anos.
Então, se você acredit a ness a histór ia egóica de ter um a a lma eter na há 50 % d e ch anc e da sua alm a ter m ais de 4 0 anos. Para que ela tenh a m ais d e 15 0 anos, é uma chance em seis .
a d i t o qu e Eu a c re a ç ão é u m a re e n c a rnã o poé tic a e x pr e s s a me m ór ia d o qu e éu li u m a rtig o .E c ole tiva b ioq u ímic o, e m o. E l de u ito te m p u m u m z a f o não e , q ua n d d izia qud e u m a e sp é c ie m e mb r o e te m u m b ilh ã o na s c e e l e me mó ria p a ra d de a nos . É a s s im q u e u s ar s h e rd a mo t os. in t s n i no ss os
Está dizendo qu e reenca rna ção não existe? O u so mos tod os a lmas jovens? M etad e d e nós é d e hu manos d e pr imeira v iagem? O q ue você está? Quer o dizer... Aon de você quer chega r?
E u go sto diss o. É como se houvesse uma ord em telepátic a da qual nó s fazemos parte consc ientes ou não. Isso exp lic aria os saltos a parentemente espon tân eos, universais e inovad ores na ciência e na arte. Com o os m esm os resultado s surgin do em toda a parte, ind ependen tem ente. U m cara num com putado r descobre algo e, simultaneamente... várias outr as pes soas obrem a mesma cois a. esc d Hou ve u m estud o em qu e isolar am um grup o por u m tempo e mon itorara m su as habilidad es em fazer pa lavr as cru za das em rela ção à população em gera l. Então, der am-lhes um jogo da vésp era, que a s pess oa s já tinham res pondido. A su a po ntuação subiu dr ama tica mente. T ipo 20%. É como se, uma vez q ue a s respostas estã o no ar, pudess em ser pesc ada s. É como se estivéss emos partilha ndo no ssas exp eriên cia s telepaticam ente.
que seja m eu Pegarei vocês, seus putos, nem ue fizeram oq último ato. Vocês pagarão pel eu passar ue com igo. Por cada segundo q com que neste buraco do inferno... farei Vocês me rno! passem um ano viv endo no infe m orrer. Mas ixe de s o u implorarão para que e s sofram, seus não, ainda não. Quero que você talvez enfie escrotos! Vou enrabá-Ios. Ou idos. Ou um uv uma agulha com prida em seus o s. Nada lho o us se em e charut o quent m bo quente em st sofi icado. Um pouco de chu aquela coisa seus rabos? Ou, ainda melhor, álpebras. dos Apaches. Cortarei suas p , seus putos. Apenas ouvirei vocês gritando arem os tudo no Que doce melodia será essa. F m eiras, para hospital... com médicos e enfer mais. S abem de que vocês não m orram rápido r parte é que qual é a melhor parte? A m elho cortadas... ras vocês, veados, terão as pálpeb fazendo isso tir sis as e para que tenham que m da vez mais o a vocês. Me verão aproximar ca os... até que lad charuto dos seus olhos arrega endo . est ejam quase enlouquec Mas não exatamente. po . Quero Quero que dure muito, muito temuem estou q que saibam que sou eu! Sou eu ! Eu lhes fazendo isso. ue ignorânci a Aquele psiquiatra frutinha, q iz bêbado incorrigível! E aquele velho ju e! babaca. Que bundão arrogant o! ad ulg j s Não julgues para não sere rdas, no dia Todos vocês vão morrer, seus melhes garanto u em que eu sair deste bueiro. E me conhecido! rem que se arrependerão de te
Na visão de mundo atual, a Ciência tomou o lugar de Deus mas alguns problemas filosóficos ainda nos perturbam.
Livre-arbítrio, por exemplo. Esse problema está na praça desde Aristóteles, em 350 a.C. Santo Agostinho e São Tomás de Aquino questionavam "como sermos livres se Deus já sabe tudo o que iremos fazer?" Hoje, sabemos que o mundo é regido por leis físicas fundamentais. Essas leis regem o comportamento de cada objeto do mundo. Como essas leis são confiáveis, elas viabilizam avanços tecnológicos. N ós somos sistemas físicos. Arr anjos com plexos de carbono e de água. N osso comportamento não é excecão a essas leis. Logo, se é Deu s program ando isto de antemão e sabendo de tudo ou se são leis físicas nos governando, não há m uito espaço para a liberdad e. Pode-se querer ignorar o mistér io do livre-arbítrio. Di zer: "É uma anedota histórica, um a inconsi stência. É uma pergunta sem resposta. Esqueç a isso." M as a pergu nta permanec e. Qu anto à individ ualidade, quem você é se baseia nas livres escolhas que faz. O u pelas quais se respo nsabiliza. Só se é responsabilizado, ou admirado, ou respeitado pelas coisas que se faz pela própria escolha. A pergunta retorna sem cessar e não temos um a solucão. D ecisões podem parecer charadas.
Imagi ne só. Há atividade elétrica no cérebro. Os neurônios disparam enviando um sinal através dos nervos até os músculos . Estes se contraem. Você estende seu braco. Parece uma acão livre mas cada parte dess e processo é governada por leis físicas, quím icas , elétricas etc. Parece que o Big Bang causou as condicões iniciais e todo o resto da História hum ana é a reação de partículas subatômicas às l eis básicas da fís ica. Nós achamo s que somos especiais, que temos alguma dignidade. Isso agora está ameaçado. Está sendo desafi ado por este quadro. Você pode dizer: "E quanto à mecânica quântica? Conheço o bastante para saber que é uma teoria pr obabilística. É frouxa, não é determ inista. Per mite entender o livre-arbítrio." M as, se olharmos detalhadam ente, isso não ajudar á por que há as partículas quânticas e o seu comportamento é aleatório. Elas s ão meio transgressoras. Seu comportamento é absurdo e imprevisível . Não podem os estudá-Io com base no que ocorreu antes. Ele tem um enquad re probabilístico. Será a liberdade apenas uma questão de probab ilidade? Aleatoriedade em um s istema caótico? Eu prefiro ser uma engrenagem em uma máquina física e determ inista que uma transgressão aleatória. Não podemos i gnorar o pr oblema. Temos que incluir pess oas nesta perspectiva. Não apenas corpos, m as pessoas. Há a questão da l iberdade espaço para escolha, responsabilidade e para entender a individual idade.
"Não se pode nada contra o Estado. " "Morte e impostos." "Não fale sobre política ou religião." Isso é equivalente à propaganda inimiga. Renda-se, soldado! Renda-se, soldado! Vimos isso no século 20. Agora, no século 21, precisamos enxergar que não podemos ficar encurralados neste labirinto. Não devemos nos submeter à desumanizacão! Me preocupa o que está acontecendo neste mundo. Me preocupa a estrutura, os sistemas de controle. Os que controlam a minha vida e os que querem controlá-la ainda mais. Eu quero liberdade! E é isso que você devia querer! Cabe a cada um de nós deixar de lado a ganância, o ódio, a inveja as inseguranças, seu modo de controle.
Nos sentimos patéticos, pequenos e abrimos mão, voluntar iamente, da soberania, da liberdade e do destino. Precisamos nos conscientizar de que somos condicionados em massa. Desafie o Estado escravo das corporações! O século 21 é um novo século. Não é um século de escravidão de mentiras e questões irrelevantes de classicismo, estadism o e outras modalidades de controle. Será a era em que a humanidade defenderá algo puro e correto. Que monte de lixo. Democratas liberais, republicano s conservadores. Dois lados da mesma moeda! Duas equipes gerenciais brigando pelo cargo máx imo da Escravidão Ltda.! A verdade está lá, mas eles estendem um bufê de mentiras . Estou farto! E não aceito nem mais um quinhão! A resistência não é fútil! Nós vencere mos! A humanidade é boa demais. Não somos fracassados ! Nos erguerem os e seremos humanos! No s empolgar emos com coisas reais! A criatividade e o espírito humano dinâmico que recusa-se a submeter-se ! Bem, isso é tudo o que tenho a dizer. Está nas suas mãos.
O personagem principal é o que chamo de "a mente" . Sua maestria, sua capacidade de representação. Historicamente, muito se tentou registrar as experiências que ocorrem à beira do limite nas quais a mente está vulnerável.
Mas creio que estamos em um momento muito significativo da História. Esses momentos, que poderíamos chamar de limítrofes, fronteiriços experiências de Zona X, hoje, tornam-se a norma.
Essas multiplicidades e distinções transmitem diferenças, gerando grande dificuldade à velha mente. E, entrando através de sua essência mesma saboreando e sentindo a sua singularidade podese avançar na direção daquela coisa comum que os mantém unidos. Então o personagem principal é para essa nova mente maior, uma mente maior. Uma mente que ainda virá a ser.
E quando entra-se neste registro pode-se ver uma subjetividade radical. Afinação radical à individualidade, à singularidade, à mente. Ela abre-se para uma vasta objetividade. Então, agora, a história é a do Cosmos. O momento não é apenas um vazio passageiro, um nada. Ainda assim é a forma pela qual estas passagens secretas ocorrem.
Sim, é vazio de tamanha completude que o grande momento, a grande vida do universo pulsa em seu interior. E cada um, cada objeto, cada lugar cada ato, deixa uma marca. E esta história é singular. Mas, na verdade, é uma história após a outra.
Dissolve-se em partículas ligeiras que giram.
Ora me movo rapidamente, ora o tempo o faz. Nunca os dois simultaneamente. É um estranho paradoxo. Estou mais perto do fim da minha vida do que jamais estive mas sinto, mais do que nunca, que tenho todo o tempo do mundo. Quando era mais jovem, havia necessidade de certeza. Eu precisava chegar ao fim do caminho.
Sei o que quer dizer. Eu me lembro que pensava: "Um dia, aos 30 e poucos anos, talvez tudo irá, de algum modo, se acomodar, parar. Simplesmente acabar." É como se houvesse um platô me esperando. Eu estava escalando. Quando eu ão chegasse ao topo todo crescimento e toda mudanca parariam. Até a excitaç a em conta levamos e, não cessaria. Mas isso não aconteceu, ainda bem. Na juventud s. humano de sermos incrível nossa curiosidade. Isso é que é
. Sabe o que Benedict Anderson diz sobre a identidade? Ele fala sobre, digamos, uma foto de bebê. Você pega uma imagem bidimensional e diz: "Sou eu" . Para ligar o bebê dessa imagem estranha a você, no presente é preciso criar uma história. "Esta sou eu quando tinha 1 ano. Depois, tive cabelos compridos e depois nos mudamos para Riverdale,e aqui estou." Então, a história necessária é, na verdade, uma ficção para tornar você e o bebê idênticos. Para criar sua identidade.
O engraçado é que nossas células se regeneram totalmente a cada sete anos. Já fomos várias pessoas diferentes. E, no entanto, sempre permanecemos sendo, em essência, nós mesmos.
Nossa crítica comecou como todas começam, com a dúvida. A dúvida tornou-se a nossa narrativa. A nossa busca era a de uma nova história, a nossa. Nos agarramos a esta nova história graças à suspeita de que a linguagem comum não poderia contá-la. Nosso passado parecia congelado, à distância e, cada gesto nosso significava a negação do velho mundo e a tentativa de alcancar o novo.
BARULHO E SILÊNCIO
O modo com o vivíam os cri ou uma situacão de exuberância e am izade. um a m icro soci edade subv ersiva no coraç ão de uma sociedade i gnorante.
A arte não era a m eta, mas a ocasião e o meio de localizarm os noss o ri tmo e as possibilidades enterr adas de nossa época. Tratava-se da verdadeira erta da comunicacão. Ou a busca cob des disso. Encontrá-la e perdê-la. Nós, os inquietos, continuam os procurando preenchendo o si lêncio com des ejos , temores , fantas ias.
Movidos pelo fato de que, ainda que o mundo parecesse vazio ainda que parecesse degradado e desgastado qualquer coisa seria possível. Dadas as circunstâncias certas um mundo novo era tão provável quanto um antigo.
PARA COMECAR NOVAMENTE DO COMECO
E xi stem dois tip os de sofredores aqueles que s ofrem da falta de vida e os que s ofrem da abundância excessiva da vida.
Eu sempre m e posicionei na segunda ase categoria. Quando se pensa nisso, qu ade e ativid todo com portam ento humana são, essencialm ente, nada l. diferentes do compo rtamento anima e gias ecnolo t adas avanç A s m ais artefatos levam-nos, no m áxim o ao nível do super-chi mpanzé.
a O reino do verdadeiro espírito, o artist é ósofo, verdadeiro, o santo, o fil raram ente alcançado. Por que tão ão poucos? Por que a H istória e a evoluçma u mas sso progre não são histórias de interminável e fútil adicão de zeros? Nenhum valor maior se desenvolveu. O ra, os gregos, há 3.000 anos, eram tão ão avanç ados quanto som os hoje. Quais ss pessoa as as barreiras que im pedem de alcançarem, mi nim amente, o seu v erdadeiro potencial?
O que está escrevendo? Um romance.
Qual é a história?
Não há história. São só pessoas, gestos, momentos. Fragmentos de sensações. Emocões evanescentes.
Em resumo as maiores histórias já contadas.
Você está na história?
Acho que não. Mas estou meio que lendo-a para depois escrevê-la.
as V egas. Então, sabe, de tem pos em Fo i no deserto, no m eio do nada, a caminh o de Lo último posto antes de Las Vegas . tem pos, um carro parava para abastecer. Era cabia m ais nada. Eu estava dormindo e Havia uma cadeira e um a caixa r egistradora. Nãoabeça. Então eu me l evantei andei até lá ouvi um barulho. Sabe, com o se foss e na minha c e gasolina acaba. Sabe, na entrada de fora e fiquei parado na beirada onde o posto d o que estava havendo . E lá longe, do carr os. Esfreguei meus olhos , tentando enxer gar pres os co m correntes . E percebo que outro lado do posto, hav ia uns pneus enfi leiradoscamisa. E ele está carregando a van há uma van E conoline lá perto. E um cara sem om os dois últim os pneus nas mãos. Econoline com todos aqueles pneus. Ele está c é claro, digo, "Ei, você!" Ele os empurra para dentro da van. E eu,
O cara então se vira. E Está suando. Forte comle está sem camisa. o um um a faca de 3 centím etrosarm ário. Saca a cor rer em m inha direc e com eca ão o rápi do que p ode, gr itand m ais o.
D isp arei uma vez e ac no peito. Bang ! Tão ertei nele, bum, bem r áp ido quanto ele entrou p ela po rta, el e saiu. Foi p arar en as duas bo mb as, c omum e aditivada. tre D evia estar droga do algo as si m, p ois fic, com anfetam inas o u estava com a faca e ou de p é. E le ainda o seu peito todo.Ele havia sangue cobrindo se levan só s e mexeu um po tou e fez is so , uco . Fi quei chocado. E ntã bati no tambor, co o, segurei o gatilho, mo an lancei p ara for a dotigam ente e o p osto.
Eu p enso: "Is to está e Eu entrei, enfiei a mão rrado." caixa, onde o dono guaratrás do da revólver 41 .Eu saquei a va um destravei-a e quando m e arma vire estava entrando p ela p o i, ele rta Eu vi seus olh os. Nunca . esquecerei os olhos daque Ele tinha m aus p ensam en le cara. tos res peito em seus olh os.a m eu
Desde então, eu sempre carrego isto. Uma população bem armada é a melhor defesa contra a tirania.
Um brinde a isso.
Sabe, não uso isto há muito tempo, nem sei se ainda funciona. Puxe o gatilho e descubra.
secret谩ria eletr么nica atende...
Oi, cara. Você deve ter saído ou algo do gênero
Me lembre de te contar sobre o sonho que eu tive. Umas coisas engraçadas. Falou, cara. Então te procuro mais tarde. Ok.
...na prova de montar em pêlo, Copenhagen William, de Mike Sankey...
Não espero pelo futuro ansiando pela salvação, absolvição ou mesmo pela iluminação.
Acredito que esta perfeição falha é suficiente e completa... em cada momento inefável e singular.
...a abelha loira, o vaga-lume, a cobra...
...o gnomo lunático de macarrão com meu...
...a louvável tradicão de feiticeiros, xamãs e visionários que aperfeiçoaram a arte de viajar pelos sonhos, o chamado estado lúcido do sonho, no qual, controlando-se os sonhos pode-se descobrir coisas para além da nossa apreensão no estado desperto.
...o vencedor...
...o o que Félix está fazendo...
Um único ego é um ponto de vista absurdamente estreito... para se abordar esta experiência. Onde a maioria considera sua relacão com o universo... eu contemplo relações entre os meus diversos eus.
Enquanto boa parte das pessoas com problemas motores mal se movimentam...
...aos 92 anos, Joy Cullison está por aí, vendo o mundo.
E aí, como vão as coisas?
Dizem que os sonhos somente são reais enquanto duram. Não podemos dizer isso da vida? Muitos de nós estão mapeando a relação mente-corpo dos sonhos. Somos chamados onironautas, exploradores do mundo onírico. Há dois estados opostos de consciência que de modo algum se opõem. Na vida desperta, o sistema nervoso inibe a vivacidade das recordacões. É coerente com a evolucão. Seria pouco eficiente se um predador pudesse ser confundido com a lembranca de um outro e vice-versa.
Um amigo me disse, certa vez, que o maior erro que podemos cometer é acharmos que estamos vivos quando, na verdade, estamos dormindo na sala de espera da vida. O segredo é combinarmos as habilidades racionais da vida desperta com as possibilidades infinitas de nossos sonhos. Se soubermos fazê-Io, poderemos fazer qualquer coisa.
Já teve um emprego que odiava e ao qual se dedicava muito? Depois de trabalhar o dia todo, você chega em casa, deita e fecha os olhos. Aí você acorda e percebe que o dia de trabalho havia sido um sonho. Já é ruim o bastante que vendamos nossa vida desperta por um salário mínimo, mas, agora, eles ficam com seus sonhos de graça.
Oi, cara. O que está fazendo aqui?
Tenho a honra de ser catalisador social do mundo dos sonhos. Ajudo as pessoas a ficarem lúcidas. Livre-se do medo e da ansiedade e deixe o rock'n'roll te levar.
Ficar lúcido? Quer dizer, saber que se está sonhando?
Assim, pode-se controlá-Ios. São mais realistas que os sonhos não-lúcidos.
Acabei de acordar de um sonho. Não foi um sonho típico. Eu parecia estar em um universo paralelo. É, é real. Tecnicamente, é um fenômeno do sono, mas podemos nos divertir tanto nos sonhos. E todos sabem: diversão é show!
É.
O que aconteceu no seu sonho?
Várias pessoas falavam. Alguns soavam absurdos, como em um filme estranho. Quase sempre falavam sobre qualquer coisa, com muita intensidade. Acordei me perguntando... de onde vieram essas coisas?
Você pode controlar isso.
Você costuma ter sonhos assim?
O que me fez perceber que eu estava sonhando foi um relógio digital. Eu não conseguia ver as horas, como se os circuitos estivessem quebrados.
É comum. Material impresso reduzido também é difícil. É muito instável.
Outra pista é tentar ajustar os níveis de luz. É impossível. Se vir um interruptor de luz, veja se ele funciona. Não se pode fazer isso em um sonho lúcido. E daí? Posso voar por aí, ter uma conversa com o Albert Schweitzer. Posso explorar novas dimensões da realidade. Sem contar que posso fazer sexo como eu quiser. O que é muito maneiro. Não posso acender a luz. E daí?
Então é isso que você faz para testar se está sonhando ou não?
Você pode se treinar para reconhecer isso. Teste um interruptor, às vezes. Se a luz estiver acesa e não conseguir desligá-la, você está sonhando. Aí, você pode ir ao que interessa. E é ilimitado. Sabe o que tenho experimentado?
O quê?
É bem ambicioso. Mas estou ficando cada vez melhor. Você vai curtir isso. Visão em 360 graus, cara. Posso ver em todas as direções. Maneiro, né?
Tchau. Super perfundo no amanhecer antecipado do seu dia. É! Cara... Bem, preciso ir, cara.
Que significa isso?
Nunca consegui entender. Talvez você consiga. Um cara sempre sussurra isso no meu ouvido. Louis. É um personagem de sonhos recorrente.
O cinema trata, essencialmente da reprodução da realidade, ou seja, a realidade é reproduzida. Para ele, não é um meio de contar histórias. Ele acha que que o filme... Que a literatura é melhor para contar histórias. Como quando se conta uma piada: "Um sujeito entra em um bar e vê um anão." Isso funciona. Imagina-se um sujeito e um anão em um bar. É imaginativo.
Mas num filme, filma-se um sujeito específico em um bar específico e um anão específico, que tem uma certa aparência. Para Bazin, a ontologia do filme relaciona-se com o que faz a fotografia com a diferenca de acrescentar o tempo e um maior realismo.
Trata-se então daquele sujeito, naquele momento, naquele espaço. E Bazin é um cristão, então ele acredita em Deus, obviamente, e que tudo Para ele, Deus e a realidade são o mesmo. Então, o que o filme capta é, na verdade, Deus encarnado, criando e, neste exato momento, Deus estaria se manifestando. O que o filme capturaria aqui e agora seria Deus nesta mesa, como você, como eu. Deus olhando como nós dizendo e pensando o que pensamos, pois somos todos Deus manifestando-se. O filme, então, é um registro de Deus, ou do rosto sempre mutante de Deus.
Tem um mosquito. Quer que eu...?
. m atou o ê c Vo
Matei?
form ou H ollywood tr ans o filme em um ar m eio p ar a cont se aeg P . histórias um s, ia r ó st livr os ou hi -se ra nt co ro tei ro e en . xe ai c en alguém que ia r e ev d É r idículo. Não eir o. t ro se basear no se na D everi a basear- sa. oi c p es so a ou na ex iste Não é à toa que a-s e o estrelato. Trat soa s então daquela pe ria. ao invés da his tó
Truffaut disse que os melhores filmes não são feitos... Os melhores roteiros não geram os melhores filmes. Eles têm uma narrativa que escraviza. Os melhores filmes são aqueles que não se prendem a essa escravidão. Então, para mim, a narrativa parece... Há capacidade narrativa nos filmes, porque há tempo, como na música. Mas não se pensa na história da música. Ela surge do momento. É isso que o filme tem. Esse momento, que é sagrado. Este momento é sagrado. Nós agimos como se não fosse. Há alguns momentos sagrados, e outros, que não são. Este momento é sagrado. O filme nos faz ver isso, ele põe isso em quadro. "Sagrado, sagrado, sagrado" . A cada momento. Mas quem viveria assim? Pois se eu olhasse para você e o tornasse sagrado, eu pararia de falar. Você estaria no momento. O momento é sagrado, certo?
É, eu me abriria. Eu olharia nos seus olhos... eu choraria e sentiria coisas, e isso seria falta de educacão. Deixaria você constrangido.
Você poderia rir. Por que choraria?
Bem, isso é...?
Vamos fazer isso agora. Vamos ter um momento sagrado.
Tudo são camadas. Há o momento sagrado, depois há a consciência dele. Como nos filmes, o momento acontece... aí o personagem finge que está em outra realidade. São camadas. Eu entrei e saí do momento sagrado, olhando para você. Você não pode... É o seu jeito singular, Caveh. É uma das razões pelas quais gosto de você. Você me provoca isso.
RUA FECHADA
Se o mundo é falso e nada é real, então tudo é possível.
DESVIO
A caminho de descobrir o que amamos, achamos o que bloqueia nosso desejo.
Um questionamento sistemático da felicidade.
O conforto jamais será confortável.
Corte as cordas vocais dos oradores carismáticos e desvalorize a moeda.
confronte o familiar. A sociedade é uma fraude tamanha e venal que exige ser destruída sem deixar rastros.
Se há fogo, levaremos gasolina
Viva como se tudo dependesse de suas ações.
Interrompa a experiência cotidiana e as expectativas que ela traz.
Rompa o feitiço da sociedade de consumo para que nossos desejos reprimidos possam se manifestar.
Para imergirmos no esquecimento dos atos. Demonstre o que a vida é e o que ela poderia ser.
Haverá uma intensidade inédita.
A troca de amor e ódio, horror e redenção.
A afirmação tão inconsequente da liberdade, que nega o limite.
O que está fazendo?
Não sei bem.
Precisa de ajuda para descer, senhor?
Não, acho que não.
Velho burro.
Não é pior que nós. Ele é pura ação, sem teoria. Nós somos pura teoria, sem ação.
Por que está tão sério, Sr. Deborg?
O que faltava, parecia ser irresgatável. A extrema incerteza da subsistência sem o trabalho fez dos excessos uma necessidade e as rupturas foram definitivas. Para citar Stevenson: "O suicídio levou muitos. A bebida e o demônio cuidaram do resto."
Ei!
Sou.
Ninguém mais sonha. Não está morto. Foi apenas esquecido. Removido da nossa linguagem. Ninguém ensina, então ninguém sabe que existe.
Você é um sonhador?
Não tenh o vi sto te. mui tos ultimam en am A s co isas and difíceis p ara os sonhadores . de D izem que o ato . s onhar está morto
O so nhado r é banido à obscuridade. Estou tentando mudar isso. Es pero que vo cê tam bém esteja... sonhando todos o s dias .
Sonhando com nossas mãos e mentes. Nosso planeta está diante dos maiores problemas que já enfrentou.
Não se entedie. Esta é a época mais fascinante em que poderíamos esperar viver. E está apenas começando.
Mil anos é um instante. Não há nada de novo. O mesmo padrão que se repete. As mesmas descobertas de antigamente.
Não há nada aqui para mim agora.
Agora me lembro. Isto me aconteceu antes. Por isso eu fui embora.
Embora difícil, as recompensas serão ótimas.
E stá com eca ndo a encontr ar r es postas.
Construa artefatos, resolva problemas, explore os segredos do universo.
Exercite plenamente a sua mente, sabendo ser apenas um exercício.
Eu me lembro de onde vim e como me tornei humano.
Sinta alegria, pesar, riso, empatia. Leve a memória em sua bagagem.
Porque estive por aqui. Agora, minha partida está marcada.
Saída. Velocidade de escape. Não só a eternidade, mas o infinito.
Usufrua de todos os seus sentidos.
Desculpe.
Desculpe.
Podemos comecar de novo? Sei que não nos conhecemos mas eu não quero ser uma formiga.
Passamos pela vida esbarrando uns nos outros sempre no piloto automático, como formigas não sendo solicitados a fazer nada de verdadeiramente humano.
Pare. Siga. Ande aqui. Dirija ali. Acões voltadas apenas à sobrevivência. Toda comunicação servindo para manter ativa a colônia de formigas de um modo eficiente e civilizado. "O seu troco." "Papel ou plástico?" "Crédito ou débito?" "Aceita ketchup?" Não quero um canudo. Quero momentos humanos verdadeiros. Quero ver você. Quero que você me veja. Não quero abrir mão disso. Não quero ser uma formiga, entende?
Sim, não... Eu também não quero ser uma formiga. Obrigado pela sacudida. Tenho andado feito um zumbi no piloto automático. Não me sinto como uma formiga, mas pareço uma.
D.H. Lawrence teve a ideia de duas pessoas se encontrarem e, ao invés de apenas passarem... aceitarem "o confronto entre suas almas". É como libertar os deuses corajosos e inconseqûentes que nos habitam.
Parece que já nos encontramos.
Estou trabalhando em um projeto.
Pode lhe interessar. É uma novela e os personagens são a fantasia dos seus atores. Então, pense em algo que sempre quis fazer, a vida que gostaria de ter, algo do gênero. Colocamos isso no roteiro... aí você interage com outras pessoas como se faria em uma novela. Eu também gostaria de exibir isso ao vivo, com os atores presentes.
Aí, uma vez que o episódio tenha sido exibido a platéia pode dirigir os atores em episódios subseqûentes, com cardápios. Trata-se de escolhas e de se louvar a capacidade das pessoas de dizerem o que querem ver e consumismo, arte, e valores e se você não gostar, devolva e receba seu dinheiro de volta ou apenas participar, entende? Fazer escolhas. E então, você quer fazer?
Sim, parece muito legal. Eu adoraria participar, mas...
Como é ser um personagem em um sonho? Porque... não estou acordado agora. Eu não uso relógio desde a 4a. série. Acho que era esse mesmo relógio. Não sei se você é capaz de responder essa pergunta. Estou apenas tentando entender onde estou e o que está havendo.
Não me lembro disso agora. Não consigo me lembrar. E quanto a Mas essa não é a questão, você? Como se posso resgatar se chama? informação sobre... meu Qual é o seu endereco ou o nome de endereco? solteira da minha mãe, ou O que você o que seja. Tenho a está fazendo? vantagem, nesta realidade, se posso chamá-la assim... de uma perspectiva consistente. Que perspectiva é essa? Basicamente, sou só eu, lidandocom várias pessoas... que estão me expondo a informacões e idéias... que soam vagamente familiares... Mas, ao mesmo tempo, é tudo muito estranho para mim. Não estou em um mundo objetivo e racional. Por exemplo, eu tenho voado... É estranho, porque não é um estado fixo. Parece mais com um amplo espectro de consciência. A lucidez oscila. Neste momento, sei que estou sonhando. Estamos até conversando sobre isso. Estou... o mais em contato comigo e com meus pensamentos que já estive até agora. Estou conversando sobre estar em um sonho. Mas, começo a achar que... isto é algo para o qual não tenho quaisquer precedentes. É totalmente singular. A qualidade do ambiente... e a informação que estou recebendo. Como a sua novela, por exemplo. Essa idéia é muito bacana! Não fui eu quem inventou isso. Está fora de mim... como algo transmitido a mim externamente. Eu não sei o que é isto.
Achamos que somos tão limitados pelo mundo e suas restrições... mas, na verdade, nos as criamos. Fica-se tentando entender, mas agora que você sabe que está sonhando... você pode fazer qualquer coisa. Você está sonhando, mas está acordado. Você tem... tantas opções. E a vida é isso.
Eu estou entendendo o que você diz. Depende de mim, eu sou o sonhador. É estranho. Tanto dessas informacões... que as pessoas têm me passado... tem uma conotação tão pesada.
Bem, como você se sente?
As vezes me sinto meio isolado. Quase sempre, sinto-me comprometido, engajado em um processo ativo... O que é estranho. Quase todo o tempo estive passivo, sem responder... exceto agora. Me deixei ser levado pela informação.
Não responder verbalmente não é, necessariamente, ser passivo. Estamos nos comunicando em tantos níveis simultaneamente. Talvez você esteja percebendo diretamente.
Quase todas as pessoas que encontrei e as coisas que quero dizer... é como se elas as dissessem por mim, quase na minha deixa. É completo em si mesmo. Não é um sonho ruim. É um sonho ótimo. Mas... é tão diferente de qualquer outro sonho que eu já tive. É como se fosse "o" sonho. Como se estivesse sendo preparado.
"a vida não é um sonho.
"Nesta ponte," adverte Lorca...
Cuidado e... cuidado e cuidado." Tantos crêem que porque o "então" ocorreu, o "agora" não está ocorrendo.
Eu não comentei? O "uau" contínuo está se dando neste mesmo instante.
Somos todos coautores desta exuberância dançante... na qual até nossas incapacidades se divertem.
Somos os autores de nós mesmos, criando um romance de Dostoyevsky... estrelando palhaços.
Isto em que estamos envolvidos, o mundo... é uma oportunidade de demonstrar como a alienação pode ser fascinante.
A vida é uma questão de um milagre...
...formado de momentos perplexos por estarem na presença uns dos outros.
O mundo é uma prova para testar se p odemo s nos elevar às exp eriênci as di retas.
A v isão é um teste para s abe r se po de mo s v er além dela.
A matéria é um teste para a nossa curiosidade.
A dúvida é uma prova para a nossa vitalidade.
T ho m as M ann escrev eu qu e pr ef eri ria id a par ticipar da v qu e es cr ev er .
Giacometti foi atropelado por um carro, certa vez. Ele lembra-se de ter caído em um desmaio lúcido... um prazer repentino... ao perceber que algo estava lhe acontecendo.
Assume-se que não se pode compreender a vida e viver ao mesmo tempo.
Não concordo inteiramente. Ou seja, não exatamente discordo. Eu diria que a vida compreendida é a vida vivida. Mas os paradoxos me perturbam. Posso aprender a amar e fazer amor com os paradoxos que me perturbam. E em noites românticas do eu... saio para dançar salsa com a minha confusão.
Antes que saia flutuando, não se esqueça... ou seja, lembre-se. Porque lembrar é muito mais uma atividade psicótica que esquecer.
Lorca, no mesmo poema, disse... que o lagarto morderá os que não sonham.
E, quando se percebe... que se é um personagem sonhado no sonho de outra pessoa... ...isso é consciência de si.
Você ainda não conheceu a si mesmo.
Mas a vantagem de conhecer os outros, enquanto isso...
Examine a natureza de tudo o que você observa.
...é que um deles pode lhe apresentar a si mesmo.
E, sim, estes são pés sonhados dentro de seus sapatos sonhados.
Por exemplo, você pod e se descobrir caminhando por um estacionamento sonhado.
E então, a pes soa que você parece ser no sonho... não pode ser quem você é realmen te.
Parte do seu eu sonhado.
Esta é uma imagem... um modelo mental.
Você se lembra de mim?
Não, acho que não.
Na estacão? Você estava no telefone púb lico e olhou p ara mim algumas veze s.
Eu me lemb ro d isso, mas não lembro de ter sid o você.
Talvez nĂŁo.
Tem certeza?
Eu s en esta voc tad va me ĂŞ e s a e olh tav and a o.
Meu pequeno amigo, n達o sonhes mais. A realidade chegou. Chama-se Efferdent Plus.
No inferno, afunda-se. No paraíso, ascende-se à completude do amor.
A histór ia ê assim: tra Billy Wilder encon fim no i Lou is Ma lle. Fo eco om dos an os 50, c seu dos 60. Malle fizera e qu film e m ais car o, de custou 2,5 m ilhões e dólares. Wilder lh que perguntou sobr e o disse: era o filme. Ma lle tro de "É um sonho den der : Wil o E . um sonho" r US$2,5 "Acaba de perde milhõe s".
Sinto uma certa apreensão.
Durante anos, a noção de que a vida ê um sonho foi um tema recorrente entre filósofos e poeta s. Não faz sentido que a morte tambêm a seja envolta pelo sonho? Que, após a morte, de vida consciente continue em um corpo sonho? Seria o mesmo corpo de sonho que aquele da vida cotidiana mas, no estado pós-morte, não se poderia voltar a despertar. . Nunca mais se poderia retornar ao corpo físico
Depressa! Ande, entre no carro. Vamos.
Am e co dida mp qu e lex aum idad a e dei en nĂŁo xar-s ta, ĂŠ o e lev ar ba s tan te.
O que vai ser, jacaré?
Você também dirige um carro-barco?
Um o quê?
Você me deu uma carona em um carro que também era um barco.
Deve ser a noite do universo paralelo. Sabe o cara que acabou Não, não tenho um "carro-barco" . de sair? Não sei do que está falando.
Ele chegou aqui e eu disse: "O que vai ser?"
Ele pôs u m b urrito no balc ão, olhou para mim e dis se... "Eu retornei d o vale dos mortos . Eu respiro mistic amente os odores d a vid a. Eu vi o esqu ecimento. Eu fermento o d esejo d e me lembrar de tud o."
E o que você respondeu?
Bem, o que eu poderia dizer? Disse: "Se puser isso no microondas, faça furinhos no plástico...porque eles explodem e estou cansado de limpar burritos." Os pimentões ressecam. Parecem rodinhas.
Quando acabou, eu só conseguia pensar em como toda esta nocão de eu do que somos é apenas uma estrutura lógica.
Um lugar para abrigar momentaneamente todas as abstracões. e Era tempo d adq uirir de consciência d ar forma e coerência ao mistério.
E eu tinha participado disso. Foi uma dádiva.
A vida girav a ao meu redor e cada momento era mágico. Eu amava todas as pessoas, l idando com tantos impulsos contraditórios. Era isso que eu mais amava, me ligar às pessoas . Em retrospecto, era só isso que importava realmente.
As Ăşltimas palavras de Kierkegaard foram: "Varra-me de uma vez."
Oi.
Oi, cara.
Você não estava no carro-barco? Um cara de chapéu me deu uma carona numa espécie de carro-barco. Você estava no banco de trás.
Não estou dizendo que você não sabe do que está falando mas eu não sei do que você está falando.
Vocês me deixaram em um lugar específico que você sugeriu. Desci e acabei atropelado por um carro. Aí, eu acordei. Eu estava sonhando.
Depois, descobri que ainda estava sonhando, sonhando que tinha acordado.
Fals os despertares . Eu costu m ava tê-Ios s empr e.
Mas eu ainda estou nisso. Não consigo sair. Parece estar durando para sempre. Fico acordando dentro de outro sonho. Estou ficando assustado, andei até falando com gente morta. Uma mulher na TV me diz que a morte é uma espécie de tempo de sonho, que existe fora da vida. Estou comecando a achar que estou morto.
Deixe eu lhe contar um sonho que tive. Quando alguém diz isso, costuma significar alguns minutos de tédio. Mas o que se pode fazer?
Li um ensaio de Philip K. Dick.
No seu sonho?
Não, eu o li antes do sonho. Era o preâmbulo. Era sobre aquele livro: Flow My Tears, the Policeman Said. - Ele ganhou um prêmio por esse livro. Um que ele escreveu muito rápido. Simplesmente fluiu. Ele sentiu como se o estivesse psicografando. Quatro anos depois, ele estava em uma festa. Ele conheceu uma mulher com o mesmo nome que a mulher do livro. Seu namorado tinha o mesmo nome que o namorado do livro. Ela havia tido um caso com um delegado de polícia. Ele tinha o mesmo nome. Tudo o que ela dizia parecia estar saindo de seu livro. Isso o deixa muito assustado, mas o que ele pode fazer? Pouco tempo depois, ele foi pôr uma carta no correio e viu um sujeito meio estranho em pé, ao lado de seu carro. Mas, ao invés de evitá-Io, ele disse: "Posso ajudá-Io?" O sujeito disse: "Fiquei sem gasolina" . Ele lhe deu algum dinheiro, coisa que jamais teria feito. Ele chega em casa e pensa "Ele não conseguirá chegar ao posto. Ele está sem gasolina." Então, ele volta, acha o sujeito e o leva ao posto de gasolina. Enquanto estaciona, ele pensa: "Isto também está no meu livro. Este mesmo posto. Este mesmo sujeito. Tudo."
Bem, este ocorrido é um tanto assustador, certo? ntar a Ele resolve co um pad re que ro e escrev eu um liv nos que qu atro a isso depois, tudo aconteceu .
E o padre diz: " Es te é o Livro dos Atos" Ele diz: "Mas eu nunca o li" . Então ele lê o Livro dos Atos eé es tranhamente familiar.
Até os nomes d os u ais aos personagens s ão ig d os Atos da Bíblia. O Livro Então, se passa em 50 d .C. oria Dick criou u ma te tempo é segu ndo a qu al o os todos u ma ilus ão e estam em 50 d. C.
O que o levou a escrever o livro foi que ele, de algum modo atravessou esse véu do tempo. O que viu ali foi o que acontecera no Livro dos Atos.
Ele se interessava pelo gnosticismo e pela idéia de que um demônio teria criado essa ilusão do tempo para nos fazer esquecer que Cristo retornaria e o reino de Deus adviria. Alguém está tentando nos fazer esquecer que Deus é iminente. Isso define o tempo e a História. Esta espécie de devaneio ou distracão contínuos. Eu li isso e pensei: "Que estranho". E naquela noite, eu tive um sonho. Tinha um homem que, supostamente, era um vidente. Mas eu pensava: "Ele não é mesmo um vidente" . Então, de repente, começo a flutuar, levitando até atingir o teto.
Quase atravesso o telhado e digo: "Está bem, eu acredito em você" . E flutuo de volta. Quando meus pés tocam o chão o vidente vira uma mulher usando um vestido verde, Lady Gregory. Lady Gregory era a patrona de Yeats, uma irlandesa. Mesmo nunca tendo visto a sua imagem eu tinha certeza de que esse era o rosto de Lady Gregory. Então, Lady Gregory vira-se para mim e diz "D eixe-me explicar-lhe a natureza do universo: Philip Dick está certo quanto ao tempo, mas errado quanto a ser 50 d.C. Na verdade, só existe um instante, que é agora. E é a eternidade. É um instante no qual D eus está apresentando a seguinte pergunta: 'Você quer fundir-se com a eternidade, você quer estar no paraíso?' E estamos todos dizendo: 'Não, obrigado. Ainda não' ." Logo, o tempo é apenas o constante "não" que dizemos ao convite de Deus.
Certo. Isso é o tempo. Não estamos em 50 d.C., como não estamos em 2001 . Só existe um instante. E é nele que estamos sempre. Então ela me disse que esta é a narrativa da vida de todo mundo. Por detrás da enorme diferença, há apenas uma única história a de se ir do não ao sim. Toda a vida é: "Não, obrigado. Não, obrigado" . E, em última instância é: "Sim, eu me rendo. Sim, eu aceito. Sim, eu me entrego" . Essa é a jornada. Todos chegam ao sim no final, certo?
a andar e meu Então, continuamos minha direcão. cachorro corre em rreu anos atrás. Fico tão feliz. Ele mo ho nel e e há um Estou fazendo carin de seu es tômago. do sain to jen no o oç tr ory, e ela tosse. Olho para Lady G reg e" . Ela diz: "Me desculp
E vômito escorre por seu queixo. O cheiro é horrível. E eu penso: "Isto não é só cheiro de vômito. É cheiro de vômito de gente morta" . Então é duplamente horripilante. Percebo que estou no mundo dos mortos. Todos à minha volta estão mortos. Meu cachorro morrera há 10 anos, Lady Gregory há muito mais tempo. Quando acordei, pensei: "Aquilo não foi um sonho. Foi uma visita àquele lugar, o mundo dos mortos."
E como conseguiu finalmente sair de lá?
riências Foi como uma daquelas expe unca mais que transformam a vida. Eu n jeito. voltei a ver o mundo do mesmo
Mas como é que você finalmente saiu do sonho? É esse o meu problema. Eu estou aprisionado. Fico achando que estou acordando, mas ainda es tou em um sonho. Quero acordar de verdade. Como se acorda de verdade?
E u não sei. Não sou mais tão bom n isso.
Ma s se é o q ue está p e n sa n d o, voc ê d e ve fazê-Io , se p u de r . Po rque , u m di a, não se r á c a paz. M as é fác Sabe, s il. imples m ente acorde .