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ÍNDICE / INDEX
P7
P 69
UM SOL PARA TODOS / A SUN FOR EVERYONE por / of Ricardo Pereira Leite
JORNADA DA HABITAÇÃO / SÃO PAULO CALLING por / of Elisabete França
P 11
P 80
O MANIFESTO DE SÃO PAULO / SÃO PAULO MANIFESTO por / of Stefano Boeri
SÃO FRANCISCO
P 17
CANTINHO DO CÉU
ROMA, O DESPERTAR MESTIÇO NA CIDADE INFORMAL / ROME, THE MESTIZO AWAKENING OF THE INFORMAL CITY por / of LAC
BAMBURRAL
P 84 P 88
P 25
P 92
MUMBAI, APROPRIAÇÃO DA CIDADE PELOS USUÁRIOS / MUMBAI, THE USER GENERATED CITY por / of URBZ
PARAISÓPOLIS
P 96 HELIÓPOLIS
P 33 P 100
MEDELLÍN, A CAMINHO PARA A EQUIDADE E PARA A JUSTIÇA SOCIAL / MEDELLIN, TOWARDS SOCIAL AND POLITICAL BALANCE por / of Giancarlo Mazzanti, Carlos Mario Rodriguez
CORTIÇOS
P 43
PENSAR ALTERNATIVAS / THINKING ALTERNATIVES
UPSIDE DOWN NAIROBI por / of LIVEINSLUMS
P 105 P 109 TEORIA E PRÁTICA / TEORY AND PRACTICE
P 51 MOSCOU, PÓS-OCUPAÇÃO / MOSCOW, POST OCCUPATION por / of Francisca Insulza
P 112 FICHA TÉCNICA / TECHNICAL SHEET
P 59
P 114
BAGDÁ, A EXCEÇÃO NA CIDADE INFORMAL /
BIOGRAFIAS / BIOGRAPHIES
BAGHDAD, THE EXCEPTION OF THE INFORMAL CITY por / of Antonio Ottomanelli, Giovanna Silva
Curadoria /Curated by Stefano Boeri Organização / Promoted by Secretaria Municipal de Habitação – Sehab &RRUGHQDomR GR &RPLWr &LHQWtÀFR 6FLHQWLÀF &RPPLWWHH &RRUGLQDWLRQ Elisabete França Eliene Rodrigues Coelho Lorenza Baroncelli Maddalena Bregani &{PLWr &LHQWtÀFR 6FLHQWLÀF &RPPLWWHH Antonio Ottomanelli Azzurra Muzzonigro Carlos Marios Rodriguez Francesco Careri Francisca Insulza Gaetano Berni Giancarlo Mazzanti Matias Echanove Michele Brunello Pietro Pezzani Rahul Srivastava Silvia Orazi $SRLR &{PLWr &LHQWtÀFR 6FLHQWLÀF &RPPLWWHH $VVLVWDQFH Keila Prado Costa Lucy Cunha Santana &RRUGHQDomR GD ([SRVLomR Exhibition Coordination São Paulo Elisabete França Eliene Rodrigues Coelho São Francisco Felinto Carlos Cunha Damaris da Costa Binati Marina Batista da Rosa Paraisópolis Maria Teresa Diniz Rita de Cássia Madureira Felipe Mestre Moreno Julia Araújo Mantovani 4
Cantinho do Céu Ricardo Corrêa Sampaio Rita de Cássia Madureira Violêta Saldanha Kubrusly Ligia Miranda Bamburral Maria Cecília Nammur Helena Nosek Ana Carolina Castro Elaine Cristina da Costa Heliópolis Vanessa Padiá de Souza Marcelo Rebelo de Moraes Luiz Henrique Girardi Sueli Pace Centro Alonso Lopez Luiz Fernando Fachini Ricardo Rodrigues Maria José Calderine 3URMHWR GD ([SRVLomR 'HVLJQ RI WKH H[KLELWLRQ (Stefano Boeri Architetti) Lorenza Baroncelli Pietro Pezzani Com / With Claudia Mainardi Corinna Del Bianco Francesco Roesler Giacomo Ardesio Tugce Sain 'LUHomR GH $UWH $UW 'LUHFWLRQ 46xy Mario Piazza Marco Basti Claudia Ceso $SOLFDWLYR ,SDG ,SDG $SSOLFDWLRQ Max Uggeri (iOS Evangelist) Ricardo Piana (Core development) Matteo Righi Marco Tironi Pietro Pannone Veronica Cinelli
6LWH ī-RUQDGD GD +DELWDomRĬ :HE 6LWH ī6mR 3DXOR &DOOLQJĬ Ademir Moreno Escribano īFRRUGHQDomRĬ Bruno Gomes França Carlos Fernando dos Santos Carlos Renato Bonádio Caue Luiz Thenório David Rios Eliene Rodrigues Coelho Flávio Coutinho Cordeiro Jorge Luiz Evangelista Ferreira Leon de Almeida Sheila Souza &RPSLODomR GH 'DGRV 'DWD Organization Adeilson Alexandre José Carlos Lima Viviane Rodrigues Walter Peres Coelho Junior Yginah Augusta Marinel 3URGXomR GH 9tGHRV ī6mR 3DXORĬ 9LGHRPDNHUV ī6DR 3DXORĬ Fabio Knoll Com / with Luiz Cezar Barata José Sampaio Pablo Lopez Roberta Martinho Poliane Gomes &RQVWUXomR H 0RQWDJHP GD ([SRVLomR &RQVWUXFWLRQ DQG PDQDJPHQW RI WKH exhibition Marcos Eduardo Albertin (Oficina de Artes Produções) Equipe de Apoio / Support Team Alessandra Bulgarelli Ancesqui Ana Maria Fuzioka Jorge André Rozão Katia Faraco Aveline Paulo Leite Júnior
$VVHVVRULD GH ,PSUHQVD 3UHVV $JHQF\ Sérgio Duran Marcy Junqueira &RODERUDGRUHV LQ FROODERUDWLRQ ZLWK Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola da Cidade ETH Zürich - MAS Urban Design/ DARCH Faculty of Architecture $SRLR ,QVWLWXFLRQDO ,QVWLWXWLRQDO 6XSSRUW Secretaria Municipal de Cultura Centro Cultural São Paulo $JUDGHFLPHQWRV 7KDQNV WR Alceu Bittencourt, Alexandre Açakura, Álvaro Velloso de Oliveira, Amilton Degani, Anderson Freitas, Bartira Ghoubar, Carina Bueno, Dumi Arias Fachini, Eder Brito, Fabienne Hoelzel, Fabio Godoy, Fernanda Cardoso Lopes, Francisco Germano da Silva, Gislaine Moura do Nascimento, Isabella Inti, João Luis Lopes, José Augusto Ribeiro, José Roberto Juliani, Josefina Ocanto, Marcelo Barbieri, Marcos Tiberio, Maria Ines Dalessio Reis, Newton Jobb Carreiro, Norma Braúlio Franzosi, Priscilla Alvarenga Maranhão, Ricardo Maekawa, Ricardo Resende, Rubens G. Carvalho, Sara Pellegrini, Serguei Dias, Thaïs Caniati,
Zilah Florence. Cobrape – Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos, Consórcio Bureau Sistema PRI, Consórcio Hagaplan / JNS, Diagonal Empreendimento e Gestão de Negócios, Ductor Implantação de Projetos, ETEP – Estudos Técnicos e Projetos, Sondotécnica Engenharia de Solo. Andrade Valadares Engenharia Construção, Blokos Engenharia, Camargo Correa Engenharia, Carioca Engenharia, Consórcio EIT – Santa Barbara, Construbase Engenharia, Construtora Constran, Construtora Croma, Construtora Etama, Construtora Gomes Lourenço, Construtora H.E, Construtora OAS, Construtora Passarelli, Delta Engenharia, Empreiteira FM Rodrigues, Engeform Engenharia, Engelux Engenharia, Galvão Engenharia, H Guedes Engenharia, Kallas Engenharia, Multipla Construtora, Paez de Lima Construção e Empreendimentos, Planova Planejamento e Construções, Saned Engenharia, Schahin Engenharia, Simétrica Engenharia, Villanova Engenharia e Desenvolvimento Ambiental.
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UM SOL PARA TODOS A SUN FOR EVERYONE Ricardo Pereira Leite
´7KHUH LV QRWKLQJ VR SUDFWLFDO DV D JRRG WKHRU\µ kurt lewin O desafio de implementar políticas públicas adequadas para os assentamentos informais é um fenômeno global. Os impactos da urbanização sem qualidade extrapolam as fronteiras legais dos países, degradam o ambiente e seus recursos naturais, pioram as condições climáticas, promovem atividades socialmente reprováveis como guerras ou tráfico de drogas e destroem valores em todo o planeta. Durante os próximos seis meses, a cidade de São Paulo sediará a Jornada da Habitação. Organizado pela Secretaria Municipal de Habitação, sob a curadoria do renomado arquiteto italiano Stefano Boeri, o evento proporcionará uma grande oportunidade para que a discussão sobre desenho urbano seja desenvolvida. São Paulo será representada por seis áreas, em diferentes regiões da cidade: São Francisco (leste), Cantinho do Céu (sul), Bamburral (norte), Heliópolis (sudeste), Paraisópolis (sudoeste) e Centro. Nesse evento, em conjunto com as apresentações paulistanas, outras cidades do mundo também terão suas questões urbanas discutidas. Essas são Mumbai, Bagdá, Nairóbi, Moscou, Roma e Medellín. O debate de diferentes situações, culturas, estágios de intervenção, tamanho, recursos etc. será analisado por especialistas do mundo inteiro em conjunto com a população paulistana, principalmente com os moradores desses assentamentos da cidade. Uma vez que esses estudiosos também são responsáveis pela implantação de soluções, pois atuam diretamente nas áreas estudadas, o debate não ficará restrito ao campo acadêmico. Como dito no Manifesto São Paulo Calling, as favelas fazem parte da cidade contemporânea. “Melhorá-las não significa pensar um novo modelo de cidade, mas ajudar um ramo a crescer para que os outros também cresçam.”
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The challenge of implementing appropriate public policies for informal settlements is a global phenomenon. The impacts of urbanization without quality go beyond the legal borders of countries, degrade the environment and its natural resources and worsen weather conditions, promote socially objectionable activities, such as wars or drug trafficking and destroy values around the world. Over the next six months, the city of São Paulo will host São Paulo Calling project. Organized by São Paulo Social Housing Agency - Sehab and curated by the renowned Italian architect, Stefano Boeri, the event will provide a great opportunity for the discussion of urban design to be developed. São Paulo will be represented by six areas in different regions of the city: São Francisco (East), Cantinho do Céu (South), Bamburral (North), Heliópolis (Southeast), Paraisópolis (Southwest) and Downtown. In this event, along with presentations about São Paulo, other cities from other parts of the world will also have their urban issues discussed. They are Mumbai, Baghdad, Nairobi, Moscow, Rome and Medellin. The discussion of different situations, cultures, intervention stages, size, resources will be analyzed by experts around the world together with São Paulo’s population, especially the residents of these settlements in the city. Since these scholars are also responsible for the implementation of solutions, because they act directly in the areas studied, the debate will not only be restricted to the academic field. As stated in the São Paulo Calling Manifesto, the slums are part of the contemporary city. “Improving them does not mean thinking a new model of the city, but helping a branch grow so that the others can grow too.”
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O MANIFESTO DE SÃO PAULO SÃO PAULO MANIFESTO Stefano Boeri
Promovido pela Secretaria Municipal de Habitação da cidade de São Paulo, a Jornada de Habitação (São Paulo Calling) é um projeto que se desenvolverá de janeiro a junho de 2012 e que se propõe a debater as políticas desenvolvidas pela cidade de São Paulo e outras implantadas em metrópoles localizadas em diferentes e distantes partes do planeta, que enfrentam os mesmos problemas relacionados aos assentamentos informais. Durante seis meses, uma mostra itinerante analisará as características, as diferenças e as causas dos assentamentos informais de Roma, Nairóbi, Medellín, Mumbai, Moscou e Bagdá. Ao mesmo tempo, seis laboratórios que se manterão em São Paulo, nos bairros de São Francisco, Cantinho do Céu, Bamburral, Heliópolis, Paraisópolis e no Centro, vão realçar as experiências práticas e diretas da vida dos moradores. Convencidos de que a consciência coletiva das necessidades desses assentamentos informais e a auto-organização empresarial, seja o primeiro aspecto a ser considerado e incentivado para uma política pública urbana eficaz, a cada mês uma favela de São Paulo sediará palestras e debates com a participação de convidados internacionais e dos moradores do bairro. Ao mesmo tempo, serão promovidas atividades como feira de rua, festas, shows de música e torneios de futebol, não somente para aproximar os que falam sobre a cidade daqueles que vivem na cidade, mas também porque os três milhões de pessoas que vivem em assentamentos informais são protagonistas ativos das transformações e das teorizações que ali acontecem. Os laboratórios e as pesquisas que fazem parte do projeto São Paulo Calling destacarão temas importantes, comuns aos assentamentos informais presentes hoje no mundo, que podem ser resumidos em 11 pontos de um primeiro esboço de manifesto¹.
1) As favelas são cidades
3.000.000 de pessoas vivem em assentamentos precários na cidade de São Paulo 8.000.000 de pessoas vivem nas favelas de Mumbai 2.500.000 de pessoas vivem nas áreas pobres de Nairóbi Os assentamentos informais não são um corpo estranho, apartado, ao contrário, são uma importante parte da cidade contemporânea. ¹ Os pontos desse manifesto são resultado da colaboração entre Stefano Boeri e Urbz (Mumbai), acrescido da contribuição da Secretaria Municipal de Habitação da Cidade de São Paulo e dos pesquisadores envolvidos no Projeto São Paulo Calling. 1 (the points, presented below, are the elaboration of the Manifesto born from the collaboration between Stefano Boeri and Urbz and collect the contribution of the Secretariat of Habitação and the researchers involved in the project Sao Paulo Calling)
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2) As favelas são rápidas
A cidade informal cresce rapidamente, às vezes mais do que a capacidade da administração pública em planejar o seu desenvolvimento.
Revelam uma história de desenvolvimento fundamental, que é configurado através da biografia de cada migrante, cada família, cada comunidade que nela vive.
3) As favelas são necessárias
11) Uma cidade viral
Em vários países, os assentamentos informais são a principal forma de acesso à vida urbana de milhares de migrantes e camponeses. Território para onde se dirige um fluxo incontrolável de urbanização que todos os anos movem milhões de habitantes do planeta, do campo para as cidades.
4) As favelas são pequenas cidades
Muitas vezes distantes do centro, as favelas são sistemas autônomos, distintos, transformando o sistema urbano ao qual pertencem em uma unidade composta de “várias pequenas cidades”.
5) As favelas nunca são iguais
Cada favela tem sua característica, sua linguagem, sua atividade, sua música, seu ritual e suas aspirações. Cada uma delas segue sua lógica de organização e de identidade.
6) As favelas são áreas urbanas dinâmicas de produção e comércio
Nas favelas, as necessidades de sobrevivência e a ausência de restrições e regulamentos podem incentivar o desenvolvimento generalizado de pequenas empresas artesanais e de serviços ao cidadão, que substituem o welfare público e alimentam um mercado particular de produtos.
7) As favelas representam um modelo auto-organizado de economia do conhecimento Nas favelas é possível viver com pouco e optar por aprender. Cada ideia pode tornar-se um ofício e a criatividade produz economia.
8) As favelas representam um novo modelo de urbanização e sociabilidade
Os assentamentos informais têm uma estrutura física única, composta de milhares de pequenas construções edificadas em clusters. Uma estrutura compacta, pequena, intimista, onde cada canto é vida. Intimidade significa que todo mundo sabe da vida de todos, ter intimidade com seus vizinhos para os bons e maus momentos.
9) As favelas são o espaço ideal para a organização de grupos legais e ilegais
As favelas são o território para a implantação de organizações de todo o tipo. Religiosas, comerciais, de serviços, culturais, às vezes, organizações criminais vinculadas ao tráfico de drogas. Essas organizações informais podem aumentar o grau de autoproteção dos assentamentos informais.
As favelas são uma cidade ecológica, que não mudam nunca o território de forma irreversível. Mas são também “cidades viral”, onde todos os espaços livres são ocupados, o que transforma a paisagem em uma natureza biohumana: cada espaço é ocupado, não existem lacunas em que a cidade possa desacelerar, respirar. As favelas são, portanto, uma parte essencial da cidade contemporânea. Os assentamentos informais não são temporários, mas descrevem uma parte da cidade já existente. Arquitetura, redes sociais e as atividades econômicas são irremediavelmente envolvidas, como as raízes e os ramos de uma floresta. Melhorá-los não significa pensar um novo modelo de cidade, mas ajudar um ramo a crescer para que os outros também cresçam.
Promoted by the Social Housing Agency, São Paulo Calling is the project that will take us between January and June 2012 to debate the policies undertaken by the Municipality of São Paulo and those prepared by other metropolis that, in different and distant parts of the planet, are facing today the big problems of the informal settlements. For six months, a traveling exhibition will explore the characteristics, the differences and the causes of the informal settlements of Rome, Nairobi, Medellin, Mumbai, Moscow and Baghdad. At the same time, 6 workshops to be held in São Paulo, in the districts of São Francisco, Cantinho do Céu, Bamburral, Heliópolis, Paraisópolis and the center will highlight practices and direct life experience of the inhabitants. Convinced that self-determination of needs and entrepreneurial self-organization is the first thing to consider and provide incentives for a correct political and urban action, every month a slum from São Paulo will host lectures and debates of international guests and their own inhabitants. This will be accompanied with street markets, festivals, concerts and soccer tournaments, not only to bring closer those who talks to whom lives in the city, but also because the three million people living in informal settlements are active protagonists of transformations and theorizations. Laboratories and research on São Paulo Calling will highlight some important common themes to the informal settlements in the world today that can be summarized in eleven points in a first draft of a manifesto.¹
10) As favelas continuam a mudar
As favelas estão em contínua mutação e evolução. Se modificam e crescem, atendendo às exigências dos indivíduos e das famílias que ali moram.
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¹ The points, presented below, are the elaboration of the manifesto born from the collaboration between Stefano Boeri and Urbz and also the contribution of Sehab and the researchers involved in the project São Paulo Calling.
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1) The slums are the metropolis
10) The slums continue to change
2) The slums are fast
11) A viral city
3,000,000 people live in the informal settlements of São Paulo 8,000,000 people live in the slums of Mumbai 2,500,000 people live in poor areas of Nairobi The informal settlements are not an alien, strange body, separated from the city, but they are an important and constitutive part of the contemporary city.
The informal city grows fast, sometimes even faster than the capacity of the public administration to plan the development.
3) The slums are necessary
In many countries, the informal settlements are the primary form of access to urban life to thousands of migrants and farm workers. An unstoppable flow of urbanization that every year moves millions of inhabitants of the planet from the countryside to cities.
4) The slums are small towns
Often distant from downtown, the slums are isolated, autonomous, distinct systems, transforming the urban system to which they belong into a unit composed of ‘many small towns’.
The slums are constantly changing, evolving. They change and grow, satisfying the changing needs of individuals and families that live there. They reveal a history of primordial development, configured through the biography of every migrant, every family, every community living there.
The slums are an eco-city, which never irreversibly changes the territory. But they are also viral cities, occupying every free space and that transforms the landscape in a bio human nature: each space is invaded, there are no gaps in which the city can slow down, breathe. The slums are therefore an essential part of the contemporary city. The informal settlements are not temporary but they tell a part of the city that already exists. Architecture, social networks and economic activities are hopelessly entangled, like the roots and branches of a forest. Improving them does not mean thinking a new model of city, but help a branch to grow so that the others will grow too.
5) The slums are never the same
Each slum has its own characteristics, its language, its activities, its music, its ritual, its aspiration. Each one follows its organization logics and identity.
6) The slums are dynamics urban areas of production and trade
In the slums, the survival needs and the absence of restrictions and regulations may encourage the widespread development of small craft businesses and service to the citizen that replace the public welfare and nurture a molecular market of products.
7) The slums represent a self-organized model of knowledge economy
You can live in the slums with little and choose to learn. Every idea can become a profession and creativity produces economy.
8) The slums represent a new model of urbanization and social interaction
The informal settlements have a unique physical structure, composed of thousands of small buildings clustered. A compact, small and intimate structure where every corner has life. Intimacy means that everyone knows of everyone’s life, to be intimate with their neighbors for better or for worse.
9) The slums are an ideal space for -legal and illegalforms of organization
The slums host legal and illegal forms of self-organization. Religious associations, business community, but also criminal organizations that manage the illegal drug markets. The degree and nature of these forms of informal organizations can increase the degree of protection of informal settlements.
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A RECUPERAÇÃO DOS EDIFÍCIOS EM DESUSO COMO ALTERNATIVA AO USO DO ESPAÇO, A LUTA PELA RENDA FUNDIÁRIA COM PROPOSTA DE AQUISIÇÃO PÚBLICA, A CONDENAÇÃO DAS POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE GUETOS NOS CONFRONTOS DOS CIGANOS SEMPRE DISCRIMINADOS EM TODA EUROPA. 16
ROMA, O DESPERTAR MESTIÇO NA CIDADE INFORMAL ROME, THE MESTIZO AWAKENING OF THE INFORMAL CITY Francesco Careri Stalker / LAC_Università di Roma Tre
O RETORNO DA INFORMALIDADE Roma tem três milhões de habitantes – o mesmo número dos moradores das favelas de São Paulo – e uma longa história de cidade informal que parecia ter desaparecido nos anos 1980 com a legalização da cidade irregular e a implantação de bairros populares. Hoje, a emergência habitacional voltou e atinge os italianos, mas, sobretudo, os novos imigrantes e a população cigana. Cerca de 100 mil pessoas encontram-se mal instaladas e 10 mil pessoas vivem em barracos e ocupações ilegais. As políticas institucionais mostram-se muito atrasadas e somente uma cidade informal é capaz de responder a velocidade dos fenômenos em andamento. A CIDADE MESTIÇA Metropoliz – o caso de estudo que apresentamos – é uma ocupação onde desde 2009 vivem cerca de 200 pessoas. Além dos italianos, estão os imigrantes provenientes da África, América do Sul, do Leste Europeu e de uma comunidade de ciganos romenos. O resultado é um condomínio mestiço repleto de contradições em que se encontram temas da luta pelo direito à cidade: a recuperação dos edifícios em desuso como alternativa do uso do espaço, a luta pela renda fundiária com proposta de aquisição pública, a condenação das políticas de formação de guetos nos confrontos dos ciganos sempre discriminados em toda a Europa. NETWORKING E ARTES CÍVICAS A estratégia mais eficaz da Metropoliz é a abertura a cidade e a legitimidade através da networking – uma rede de apoio de diversos níveis com movimentos políticos, Ongs, associações de bairros, universidade – e o uso da arte como instrumento de comunicação política. O filme neo-realista e de ficção cientifica
6SDFH 0HWURSROL] é a história surrealista dos moradores da Metropoliz que decidem construir um foguete para chegar até a Lua onde, talvez, fosse possível morar sem discriminação. O filme envolveu os moradores e muitos artistas que trabalharam juntos, demonstrando como o cinema pode ser uma arte cívica capaz de construir cidades e cidadania.
THE REBIRTH OF THE INFORMAL Rome has a population of three million – the same number that live in the slums of São Paulo – and a long history of informal city that seemed to have ended in the ‘80s with the legalization of illegal settlements and the realization of popular neighborhoods. Today, the housing crisis is back and hits the Italians, but especially new immigrants and the gypsy communities. Approximately one hundred thousand people are poorly housed, and ten thousand people live in slums and illegal occupations. Institutional policies are lagging behind and show that only the informal city is able to respond at the speed of the phenomena. MESTIZO CITY Metropoliz - the case study presented here – is a housing occupation inhabited, since 2009, by about 200 people. In addition to the Italians, there are immigrants from Africa, South America, Eastern Europe, and a community of Romanian gypsies. The result is a condominium full of contradictions in which the themes of the struggle for the right to the city are found: the self-recovery of abandoned
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buildings as an alternative to the consumption of land, the struggle against land speculation with the proposed public acquisition, the condemnation of policies of segregation against the gypsies which have always been discriminated in all Europe. NETWORKING AND CIVIC ARTS The most effective strategy in Metropoliz is its opening to the city and its legitimation through a network of support at different levels with political movements, non-profit organizations, neighborhood associations, universities – and the use of art as a tool of political communication. The neo-realist and science-fiction film 6SDFH 0HWURSROL], is the surreal story of the inhabitants of Metropoliz who decide to build a rocket to go to the moon, where perhaps it will be possible to live without discrimination. The film has involved the residents and many artists to work together, demonstrating how cinema can be a civic art able to build cities and citizenship.
Space Metropoliz; foto de / photo by Luca Ventura
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A MAIORIA DAS PESSOAS QUE CHEGA ÀS CIDADES PARA CONSTITUIR UM LAR, CHEGA COM MUITO POUCO. AS FAVELAS, VILAS URBANAS OU ABRIGOS TEMPORÁRIOS SÃO A EXPRESSÃO DE SEUS PRÓPRIOS ESFORÇOS PARA TORNAR A CIDADE FUNCIONAL PARA ELES E PARA TODOS OS OUTROS QUE VIVEM EM TAIS LUGARES. 24
MUMBAI, APROPRIAÇÃO DA CIDADE PELOS USUÁRIOS MUMBAI, THE USER GENERATED CITY URBZ / Matias Echanove, Rahul Srivastava
A seção Mumbai da exposição é uma homenagem aos bairros não planejados, mas economicamente produtivos da cidade. A atenção é concentrada nas pessoas que impulsionam a cidade, isto é, comerciantes, vendedores, pedreiros, carpinteiros, empreiteiros, varejistas e muitos outros. Isso mostra que, apesar da falta de investimento por parte das autoridades quanto ao fornecimento de sistemas de suporte básico, tais bairros continuam dinâmicos e se atualizam constantemente por meio dos esforços de cada um de seus usuários. A exposição documenta e apresenta esses processos e os esforços em detalhe. É a partir da compreensão de tais processos que podemos realmente criar um molde para uma visão urbana criativa e economicamente viva para todos. Podemos dar um passo definitivo rumo a uma cidade mais próxima daquilo que idealizamos. Uma cidade em que todos se sintam em casa. Uma cidade que serve de refúgio para todos, em que as pessoas com diferentes recursos, habilidades e capacidades sintam-se parte, independente de onde vêm e do que possuem. Entretanto, poucas cidades hoje em dia realmente parecem ter a capacidade de suprir as necessidades de todos que a procuram. Urbanistas e autoridades temem que cada vez mais haja uma inundação demográfica batendo às portas dos centros urbanos. Seus medos são expressos em narrativas apocalípticas de favelas, de infraestrutura insuficiente e no esgotamento dos recursos do mundo. Na realidade, a situação é bem diferente. A maioria das pessoas que chega às cidades para constituir um lar, chega com muito pouco, mas consegue tirar o máximo de proveito em sua permanência. As favelas, vilas urbanas ou abrigos temporários são, na verdade, a expressão de seus próprios esforços para tornar a cidade funcional para eles e para todos os outros que vivem em tais lugares.
A maioria das pessoas constrói sonhos e desejos e troca isso com o que o bolso lhes permite pagar. Em um bairro nobre, as pessoas almejam padrões globais visíveis, utilizando o melhor em arquitetura e tecnologia. Em um bairro rico em recursos, como as favelas, as pessoas tiram o máximo de proveito do que está disponível e aprimoram tudo o que possuem. Se conseguirmos encontrar uma saída legítima para ambas as aspirações e negociar suas diferenças, vamos viver em um mundo urbano melhor.
The Mumbai chapter of the exhibition is a tribute to the city’s unplanned but economically productive neighborhoods. It focuses on its city-makers – the traders, the vendors, the masons, the carpenters, the contractors, the retailers and several others. It shows that in spite of the lack of investment from the authorities in providing basic support systems, such neighborhoods remain dynamic and constantly upgrade themselves through the efforts of each user. The exhibition documents and presents these processes and efforts in detail. It is through understanding them that we can truly create a framework for an urban vision that is creative and economically alive for all. We can make one definite move in the direction of a city that comes closest to what we all idealize. A city in which everyone feels at home. A city that is a refuge for all, where people with different resources, skills, and capacities feel that they all belong, no matter where they come from and what they have. Few cities today however, actually seem to have the capacity to provide for the needs of all who come to it. Planners and authorities fear
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more and more demographic floods coming to the doorsteps of urban worlds. Their fears are expressed in apocalyptic narratives of slums, of insufficient infrastructure and a drain on the world’s resources. In reality however, the situation is quite different. Most people who come to cities and make it their home, come with very little but manage to make the most of their time there. Favelas, urban villages or temporary shelters – often collapsed in the catch-all word ‘slums’ – are actually an expression of their own efforts at making the city functional for them and for everyone else living there. Most people build what they dream and desire, and trade it off with what they can afford. In a money rich neighborhood people aspire for perceived global standards employing the best of architecture and technology. In a resource-rich neighborhood, like slum, people make the best of what is available and enrich it whatever they have. If both aspirations find a legitimate outlet and negotiate their differences, we will find ourselves in a better urban world.
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O PUI É ORIENTADO PARA O MELHORAMENTO DA QUALIDADE DE VIDA DE CERCA DE 200.000 HABITANTES. É UM ENFOQUE PARTICIPATIVO, DE PREVENÇÃO DE RISCOS, DE FORTALECIMENTO DA GOVERNABILIDADE E DEMOCRACIA LOCAIS, COMO TAMBÉM DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. 32
MEDELLÍN, A CAMINHO PARA A EQUIDADE E PARA A JUSTIÇA SOCIAL MEDELLIN, TOWARDS SOCIAL AND POLITICAL BALANCE Giancarlo Mazzanti, Carlos Mario Rodriguez
Medellín é a segunda maior cidade colombiana pelo seu poder industrial e número de habitantes. A cidade situa-se num bonito vale rodeado de montanhas, proporcionando a cada um dos seus habitantes vistas únicas, independentemente do local onde se encontram. O seu crescimento tem sido marcado pela falta de planejamento e políticas urbanas, resultando numa ocupação intensa dos seus montes. Resultante dessa situação, foram concebidos diversos planos urbanos que procuram construir uma melhor cidade no futuro. Um dos aglomerados urbanos nos montes foi afetado por um Plano de Integração Urbana - PUI (em espanhol). Esses planos não pretendiam somente produzir uma cidade melhor, como também trabalhar com os seus habitantes para uma melhoria das suas condições sociais. A proposta partia de uma reforma nos transportes públicos, o que mudou a atitude geral face ao governo e permitiu aos habitantes acreditar que melhorar era possível. Adicionalmente, foram plantadas mais de 1.000 árvores e foram recuperadas e construídas mais de 100 zonas, diversos espaços e edifícios públicos. Entre os edifícios públicos encontra-se o Parque Biblioteca España, que exemplifica a influência positiva que a arquitetura pode ter. O edifício tornou-se um ponto de referência geográfico e social, elevando um dos bairros mais violentos da cidade a um dos seus espaços mais reconhecidos. O edifício tinha como objetivo gerar uma sensação de orgulho e pertença no bairro e despertar os habitantes para o seu espaço envolvente e a importância de cuidar do mesmo. É uma biblioteca que se tornou instrumento de melhoria social e urbana. Medellin is the second greatest Colombian city
because of its industrial power and number of inhabitants. The city is in a beautiful valley surrounded by mountains, given a unique view to every one of its citizens, no matter where they stand. Its growth has been marked by a lack of urban planning and politics, resulting in an intensive urbanization of the hills. As a result of this critical solution there were several urban plans designed, looking for a better city and social future. One of the settlements on the hills was affected by an Urban Integrated Plan - PUI (because of its Spanish name). These plans wanted to not only produce a better quality city but also to work with its dwellers so their social conditions will improve. The proposal began with a transportation project, which changed the traditional attitude towards the governmental figure and let the inhabitants believe in a possible improvement. Beside this there where planted over a thousand trees, build and recovered more than a hundred dwellings, several open space and public buildings. Among these public buildings the Spain Library Park is an example of the power that architecture has. It became a reference point, not only geographical but also social. It places what was a violent slum among the most recognizable areas of the city. The idea was to create a feeling of proud for the neighborhood, a necessity of caring about their surroundings and inspiring the transformation of their life. It is a library that has become an instrument of social and urban improvement.
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Medellin; foto de / photo by Iwan Baan. Medellin; foto de / photo by Gabriel Esteban Duque
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foto de / photo by Sergio Gomez
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Medellin; foto de / photo by Lorenza Baroncelli. Medellin; foto de / photo by Empresa de Desarrollo Urbano
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MATHARE É A SEGUNDA MAIOR FAVELA DA CIDADE, DEPOIS DE KIBERA. NUM CONTEXTO DE SEVERA POBREZA, GARANTIR UMA REFEIÇÃO AOS ALUNOS É UM COMPONENTE FUNDAMENTAL QUE INCIDE SOBRE O FUNCIONAMENTO DA ESCOLA E SOBRE A REALIZAÇÃO DE UM SUFICIENTE NÚMERO DE INSCRITOS. 42
UPSIDE DOWN NAIROBI LIVEINSLUMS
As favelas de Nairóbi surgem em terrenos que pertencem ao governo ou que foram doados por ele a privados. Por esse motivo, são consideradas ilegais e não são reconhecidas oficialmente, embora estejam inseridas na malha urbana. A falta dos reais direitos de propriedade que justificam a ocupação dessas áreas por parte dos moradores e pela estrutura que construíram faz da situação habitacional precária e insegura. Despejos e demolições de improviso são realizados periodicamente, frequentemente sem pré-aviso. As casas são construídas de qualquer modo sem nenhum planejamento, procurando ocupar todo o espaço disponível. Somente ao governo e aos proprietários de terras legalizadas é permitido construir estruturas de alvenaria (cimento, pedra ou tijolo), enquanto todos os habitantes ilegais devem construir estruturas frágeis e móveis (de madeira, metal ou barro batido) ou estão submetidos a demolições, despejos e penas. Em nenhum caso está, no entanto, reconhecido o direito de propriedade. A situação menos precária consiste em pagar aluguel a um proprietário cujo governo concedeu uma área. Por esse motivo, os proprietários dos barracos (structure owners) das favelas de Nairóbi são, na maior parte dos casos, pessoas muito abastadas que residem longe das favelas e aparecem apenas para receber os aluguéis. Mathare é a segunda maior favela da cidade, depois de Kibera. Segundo vários informantes e dados coletados de ONGs presentes na área, essa favela abriga uma população de cerca de 500 mil habitantes e ocupa cerca de 1,5 quilômetros quadrados. Mathare está localizada a cerca de dez quilômetros ao norte do centro da cidade em torno da Juia Road, ao lado do bairro de Eastleigh e da base
militar aérea. Esse assentamento se desenvolve na encosta do rio Mathare que divide a zona em duas partes: Mathare Valley e Mathare North. Após a independência, foi descoberta nessa área uma pedreira que começou a atrair trabalhadores de diversas áreas vizinhas a Nairóbi e onde eles iniciaram a construção das primeiras casas, visto que durante o período colonial os africanos não tinham permissão para habitar na cidade. Com o fim do colonialismo e, em seguida, a suspensão de leis que limitavam o deslocamento dos nativos, é possível assistir a um fluxo migratório maciço das zonas rurais às cidades e assim os assentamentos informais, entre eles os de Mathare, iniciaram a crescer e a se expandir sem nenhum tipo de planejamento. A área onde surge Mathare formalmente pertence ao governo, ainda que uma parte dela fosse concedida a particulares. Essa favela também é considerada um assentamento ilegal, portanto, não está reconhecida oficialmente pelo estado e, nem o governo, nem os proprietários privados nunca previram e tampouco realizaram algum tipo de planejamento e de classificação de serviços de infraestrutura básica. A água é vendida a preços elevados. A partir do momento que não existe um sistema de despejo de lixo, existem numerosos aterros ilegais e os detritos são espalhados por toda parte, empilhados pelas estradas ou jogados no rio que inunda durante a estação de chuva. As escolas são poucas e superlotadas. Tratam-se de “escolas improvisadas” (informais) geralmente não reconhecidas pelo Ministério da Educação. O setor informal gera quase 80% dos postos de trabalhos de Nairóbi. Na favela, é possível encontrar qualquer
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tipo de bem ou serviço necessário à vida cotidiana. Vende-se de tudo e é oferecido todo tipo de ofício abaixo do custo, com o objetivo de satisfazer as exigências de todos os consumidores que dispõem de baixa renda. Muitos dos bens vendidos são provenientes do campo ou ainda de aterros ilegais. Os aterros de fato constituem uma fonte de sobrevivência importante pela parte mais pobre da população. LIVEINSLUMS é uma ONG (Organização Não Governamental) e agência de pesquisa comprometida com os assentamentos informais e de áreas territoriais críticas das grandes cidades dos países do terceiro e quarto mundo, desenvolvendo projetos voltados para a valorização dos recursos locais. LIVEINSLUMS trabalha reconhecendo as comunidades estabelecidas como relevantes agentes dos processos de transformação, portadores de consciências úteis para a definição do contexto local, das lógicas de ação, dos recursos dos quais a comunidade local dispõe. Todos os projetos da LIVEINSLUMS são contrários aos controles físicos das favelas e à recolocação de moradores da comunidade. A associação estuda junto com os moradores os projetos que possam melhorar o ambiente, tolerar uma gradual consolidação de assentamentos informais, transformar os bairros socialmente mais unidos, oferecer maior garantia na possessão dos alojamentos, desenvolver a economia local e melhorar a renda dos habitantes. O primeiro passo consiste em individualizar e formar uma rede de colaboradores locais que se tornam protagonistas diretos das fases de realização dos projetos e futuras responsabilidades dos bens materiais e dos materiais produzidos junto da associação. As áreas de intervenção são escolhidas de modo empírico, aprofundando a consciência do território e observando quais são os locais de referência para a comunidade. Os mapeamentos relacionados aos serviços, infraestrutura e principais áreas ativas, são sempre fruto da experiência direta realizada em campo. Baseiam-se na prática territorial de exploração, de escuta e de observação participativa. Todos os profissionais envolvidos no projeto trabalham em estreito contato com a comunidade e participam das realizações dos projetos de modo
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direto. Todos os trabalhadores são membros da comunidade que aderiram ao projeto da associação. A utilização das técnicas de baixo custo e materiais locais (de recuperação ou também apreendidos na favela) é uma prerrogativa de todo o projeto. A Why Not Junior Academy é uma escola informal construída e iniciada pelos moradores do mesmo bairro graças ao apoio de Karibu Kenya e Karibu Afrika Itália. Num acordo de poucos anos, a escola acolheu cerca de 200 crianças divididas em 12 classes e conseguiu se integrar no interior de um barraco, tornando-se uma referência comunitária importante para muitas famílias. Todavia, com o tempo, a escola começou a ficar carente de alguns serviços ligados ao refeitório e à cozinha. Num contexto de severa pobreza, garantir uma refeição aos alunos é um componente fundamental que incide sobre o funcionamento da escola e sobre a realização de um suficiente número de inscritos. A escola necessitava também de intervenção no espaço externo, em parte devido a um deslizamento de terra. A primeira fase do projeto prognosticou a realização de uma arcada que serve ao mesmo tempo como passagem, sombra, proteção da chuva e captação da água. Foi construída uma nova cozinha, onde chega a produção da horta administrada pela escola, utilizando todas as áreas disponíveis para garantir uma alimentação adequada a todas as crianças. A produção de hortaliças surge num ex-aterro que foi limpo e descontaminado. No terreno que desabou sobre a escola, foi criado um muro de contenção, aproveitando uma técnica de baixíssimo custo que consiste no preenchimento e posicionamento de sacos de arroz. LIVEINSLUMS também iniciou uma campanha de sensibilização nos barracos para conversar e propor soluções em relação ao problema dos numerosos e abusivos aterros presentes em Mathare e em todas as favelas de Nairóbi.
The Nairobi slums are on lands that belong to the government or that have been donated by it to private owners. Hence, they are regarded as illegal and are not officially recognized, although they are part of the urban network of the city. Inhabitants’ lack of real property rights supporting the occupation of such land, as well as the properties built upon it, result in precarious and unsafe housing conditions. Sudden evictions and demolitions are carried out regularly, often without notice. Houses are built randomly not following any plans, but trying to occupy all the available space. Only the government and owners of legalized lands are allowed to build permanent structures (concrete, stone or brick); whereas all illegal settlers are obliged to build lightweight and movable structures (wood, metal or plywood). Otherwise, they are submitted to demolitions, evictions and penalty. Under no circumstances is the right of ownership recognized. The least vulnerable scenario is when settlers pay rent to a private owner to which the government has granted an area. Hence, shanties’ owners (structure owners) in the slums of Nairobi are, in most cases, very wealthy people, who do not live in the slums and only go there to collect rent. Mathare is the second largest slum of the city, after Kibera. According to different informants and data collected by NGOs in the area, it has a population of about 500,000 people and covers about 1.5 square kilometers. Mathare is located about ten kilometers north of the city center, along Juia Road, near the district of Eastleigh and the military air base. This settlement developed in a valley, crossed by the Mathare River, which divides the area into two - the Mathare Valley and Mathare North. After independence, a quarry was discovered in the area, which began to attract workers from various areas close to Nairobi. These workers began to build the first houses, given that during the colonial period Africans were not allowed to live in the city. The end of colonialism and the abolition of laws that restricted the movement of natives, led to massive migration from rural areas to the city, and informal settlements, such as Mathare, began to grow and expand without planning.
The land where Mathare is sitting officially belongs to the government, although part of it was sold to private owners. Again, the slum is regarded an illegal settlement that is not recognized officially by the state and neither the government nor private individuals have ever planned or provided any kind of basic services and infrastructure. The water is sold at high prices. Mathare is full of open landfills; waste is disposed everywhere, on the sides of streets, or thrown into the river, which floods during the rainy season. Schools are few and overcrowded; they are street schools often not recognized by the Ministry of Education. The informal sector generates almost 80% of the jobs in Nairobi. In slums, any type of goods and services needed in everyday life can be found. All products are sold and all low cost services are offered to meet the needs of all low income consumers. Many of the goods sold come from the countryside or even from illegal waste. Landfills play an important role in the survival of the poorest population. LIVEINSLUMS is an NGO (Nongovernmental Organization) and a research agency focused on supporting informal settlements and critical territorial areas in big cities of the Third and Fourth Worlds, developing projects for the use of local resources. In this context, LIVEINSLUMS operates by recognizing settled communities as major actors of transformation processes, with knowledge useful for outlining the local context, the action rationale, and resources available to the settled community. All LIVEINSLUMS projects are contrary to physical grubbing of slums and the relocation of settled communities. The organization designs with the population projects that can improve their environment, support gradual consolidation of informal settlements, make districts more socially cohesive, offer more guarantees on ownership of the houses, develop the local economy and improve the income of inhabitants. The first step is to identify and train a network of local collaborators, which become directly involved in the implementation phases of the projects and are future leaders of its tangible and intangible products, along with the organization.
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Intervention areas are chosen empirically, by indepth knowledge of the area and observation of the points of reference for the residing community. The outline of services, infrastructure and main active areas is always the result of direct field research, and are based on space use practices, listening and participant observation. All professionals involved in the project work closely with the locals and participate in projects directly; all workers are members of the community related to the organization. The use of low-cost techniques and local materials (recovery or otherwise acquired in the slums) are a prerogative of all projects. The Why Not Junior Academy is a road school built and launched by the people of the same district, with the support of Karibu Kenya and Karibu Afrika Italia. In a few years the school had hosted nearly 200 children divided into twelve classes and had been able to become part of the slum, becoming an important reference for many families. However, over time the school began to lack in certain services, primarily those related to the cafeteria and kitchen. In a context of severe poverty, ensuring food for students is a key component that affects the overall running of the school and reaching a sufficient number of members. The school also needed redevelopment of outdoor areas, partly due to a landslide. The first phase of the project provided for the construction of a porch that also functions as a path, shading, and protection from rain water collection. A new kitchen was built, to process the agricultural production self-managed by the school, using all available space to ensure adequate nutrition for all children. Vegetable crops are located on a former landfill that has been cleaned and decontaminated. The land collapsed in the school was used to create a retaining wall, using a very low cost technique, which consists in filling and placing rice bags. LIVEINSLUMS has also launched an awareness campaign in the slums to discuss and propose solutions to the issue of the numerous illegal landfills in Mathare, and more generally in all slums in Nairobi.
Mathare; foto de / photo by Filippo Romano, Francesco Giusti
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DIRETAMENTE LIGADAS À DISSOLUÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA, AS CONSTRUÇÕES INFORMAIS DE MOSCOU OCORREM POR ACÚMULO E REPETIÇÃO: UMA SUCESSÃO DE ALTERAÇÕES PONTUAIS, PORÉM, REPETIDAS EM PEQUENA ESCALA, QUE JUNTAS CAUSAM IMPACTO EM UMA GRANDE PARTE DO TERRITÓRIO DA CIDADE. 50
MOSCOU, PÓS-OCUPAÇÃO MOSCOW, POST OCCUPATION Francisca Insulza
O Moscow Post Occupation, projeto de pesquisa iniciado no Instituto Strelka em 2010, investiga os processos que têm transformado de maneira informal as estruturas básicas de habitação em Moscou, as microrregiões e especialmente seus espaços públicos e comuns. A principal característica por trás desse tipo de informalidade, ao contrário do que ocorre com as favelas, é a modificação e invasão de edifícios existentes. Ao mesmo tempo, as construções informais de Moscou ocorrem por acúmulo e repetição: uma sucessão de alterações pontuais, porém, repetidas em pequena escala, que juntas causam impacto em uma grande parte do território da cidade. Neste sentido, embora as transformações ainda sejam marginais em termos de desenvolvimento de áreas definidas da cidade, estão em contato e afetam um segmento bem grande da população. Diretamente ligada à dissolução da União Soviética, em 1991, e ao período subsequente de transição rumo a uma economia de mercado, a intensificação da construção informal e da favelização é baseada na mudança meticulosa de direitos e responsabilidades do estado centralizado em relação às entidades privadas. No entanto, foi também durante esse período de transição que um novo conjunto de esforços, principalmente ligados à migração de pessoas e produtos, criou novas necessidades e problemas. Com isso, fenômenos como o aumento de sem-teto, criação de favelas, imigração ilegal e degradação dos edifícios, situações que antes eram quase inexistentes, estão cada vez mais presentes. A história por trás das novas formas de desenvolvimento das cidades e dos aspectos informais que as impulsionam também está relacionada às novas formas de democracia e governo na sociedade russa. A ascensão do novo sistema econômico e político apresentou um conjunto variado de agentes que estão aprendendo, não sem dificuldade, a participar da criação de espaços dentro de um novo ambiente econômico e político.
Moscow Post Occupation, a research project initiated at the Strelka Institute in 2010, investigates the processes that are informally transforming Moscow’s basic housing structures, the tiny areas, and in particular their public and common spaces. The main characteristic behind this type of informality, as opposed to that of the slum, is the modification and invasion of existing buildings. At the same time, informal constructions in Moscow act through accumulation and repetition: a succession of punctual yet repeated small scale alterations that, together, impact a vast portion of the city territory. In this sense although the transformations are still marginal in terms of the development of defined areas of the city, they touch and affect a very large segment of the population. Directly linked to the dissolution, in 1991, of the Soviet Union and the consequent period of transition towards a market based economy, the intensification of informal construction and slumification are based on the painstaking shift of rights and responsibilities from the centralized state to private entities. However it is also during this period of transition that a new set of energies – mainly linked to the migration of goods and people - have created new needs and problems. In this way phenomena such as increase in homelessness, creation of slums, illegal immigration and the degradation of buildings, all situations that were previously almost non-existent, are presently growing. The story behind the new forms of city development and the informal aspects that drive them are also related to new forms of democracy and governance in the Russian society. The rise of the new economical and political system has introduced a varied set of agents that are learning, not without difficulty, to participate in the creation of space within a new economic and political scenario.
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Moscow; foto de / photo by Alexey Naroditsky
2 0RVFRZ 3RVW 2FFXSDWLRQ projeto de pesquisa iniciado no Instituto Strelka em 2010, investiga os processos que tĂŞm transformado de maneira informal as estruturas bĂĄsicas de habitação em Moscou, as microrregiĂľes, e especialmente seus espaços pĂşblicos e comuns. A principal caracterĂstica por trĂĄs desse tipo de informalidade, ao contrĂĄrio do que ocorre com as favelas, ĂŠ a modificação e invasĂŁo de edifĂcios existentes. Ao mesmo tempo, as construçþes informais de Moscou ocorrem por acĂşmulo e repetição: uma sucessĂŁo de alteraçþes pontuais, porĂŠm, repetidas em pequena escala, que juntas causam impacto em uma grande parte do territĂłrio da cidade. Neste sentido, embora as transformaçþes ainda sejam marginais em termos de desenvolvimento de ĂĄreas definidas da cidade, estĂŁo em contato e afetam um segmento bem grande da população. Diretamente ligada Ă dissolução da UniĂŁo SoviĂŠtica, em 1991, e ao perĂodo subsequente de transição rumo a uma economia de mercado, a intensificação da construção informal e do afavelamento sĂŁo baseados na mudança meticulosa de direitos e responsabilidades do estado centralizado em relação Ă s entidades privadas. No entanto, foi tambĂŠm durante este perĂodo de transição que um novo conjunto de esforços, principalmente ligados Ă migração de pessoas e produtos, criaram novas necessidades e problemas. Com isso, fenĂ´menos como o aumento de sem-tetos, criação de favelas, imigração ilegal e degradação dos edifĂcios, situaçþes que antes eram quase inexistentes, estavam cada vez mais presentes. A histĂłria por trĂĄs das novas formas de desenvolvimento das cidades e dos aspectos informais que as impulsionam tambĂŠm estĂŁo relacionados Ă s novas formas de democracia e governo na sociedade russa. A ascensĂŁo do novo sistema econĂ´mico e polĂtico apresentou um conjunto variado de agentes que estĂŁo aprendendo, nĂŁo sem dificuldade, a participar na criação de espaços dentro de um novo ambiente econĂ´mico e polĂtico.
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BAGDÁ É UMA CIDADE ESCONDIDA. É UMA CIDADE QUE PODE SER CONSIDERADA UMA CIDADE OU TOTALMENTE FORMAL OU TOTALMENTE INFORMAL. NÃO É POSSÍVEL FAZER UMA POLÍTICA CONTRA A OCUPAÇÃO DAS CASAS QUANDO A MESMA OCUPAÇÃO NÃO PODE SER CONSIDERADA CRIME. 58
BAGDÁ, A EXCEÇÃO NA CIDADE INFORMAL BAGHDAD, THE EXCEPTION OF THE INFORMAL CITY Antonio Ottomanelli, Giovanna Silva
A CIDADE ESCONDIDA Bagdá é uma cidade escondida. Tudo está por trás de muros antiexplosivos, entre um checkpoint e outro. Tudo está dentro dos carros em fila. Tudo em terra firme. O centro político é isolado dos cidadãos - uma zona verde onde os iraquianos não podem colocar os pés. O restante é uma enorme zona vermelha. A zona perigosa onde acontecem os atentados. Em volta, essa área é dividida em duas partes: ruas e complexos residenciais. As ruas, onde não há segurança e devem ser recuperadas; os complexos residenciais, muitos dos quais reocupados após 2003, micromundos restritos por um muro de concreto. ESTADO DE EXCEÇÃO Não há um recenseamento nem mesmo um cadastro. Bagdá sofreu bruscos danos estruturais seguidos da ocupação militar dos EUA – a guerra do Golfo foi desgastando aos poucos a infraestrutura. O último mapa de Bagdá foi feito pelo exército dos Estados Unidos em 2003 seguindo os interesses militares e estratégicos, numa escala muito maior. Uma cartografia dos sobreviventes – de um ponto de vista civil – é inexistente. O resultado é que Bagdá pode ser considerada uma cidade ou totalmente formal ou totalmente informal. Tudo é formal porque é gerenciado e controlado pelo estado que não pode frear o fenômeno de auto-organização – de espaço e segurança. Não é possível fazer uma política contra a ocupação das casas quando a mesma ocupação não pode ser considerada crime. Essa é a característica que distingue um “estado de exceção”. MAPEANDO A IDENTIDADE Neste quadro, cada resolução é informal, gerida informalmente, construída informalmente. A diferença substancial é do tipo estético: não se trata
de uma grande zona informal de assentamentos distribuídos nas imediações da cidade, mas uma cidade inteira constituída de assentamentos informais. Em contextos parecidos, a fotografia e o vídeo têm uma dupla função que amplia o papel natural dos dispositivos para a documentação direta da realidade e torna índices indiscutíveis de níveis de democratização e governabilidade. MAPPING IDENTITY é a nossa proposta para uma reformulação honesta e participativa da cidade de Bagdá, o mais próximo possível à realidade precisa em que se vive hoje.
THE HIDDEN CITY Baghdad is a hidden city. Everything is behind anti-explosion walls, between one checkpoint and another. Everything is a queue of machines. Everything is at ground level. The political center is isolated from its citizens, a green zone forbidden to Iraqis. The rest of the city is a large red zone; a dangerous area where attacks occur. This area is divided into streets and residential complexes. The streets, where there is no security, and where security must be re-established, and residential complexes, many of which reoccupied after 2003, which are self-sufficient micro worlds circumscribed by concrete walls. THE EXCEPTION There is no census or registry. Baghdad has suffered structural damage after the U.S. military occupation - the Gulf War eroded the infrastructure over the years. The latest map of Baghdad was made by the U.S. Army in 2003, for military and strategic
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purposes, in a very large scale. There is no civilian map of the current configuration. The result of this is that Baghdad may be considered as a totally formal or totally informal city. Everything is formal, because it is managed and controlled by the state, which, in turn, cannot stop the phenomenon of selforganization of space and security. A policy against the occupation of houses cannot be implemented when occupation is not considered a crime. This is what distinguishes the Baghdad “exception”. MAPPING IDENTITY In this framework, each settlement is informal, informally managed, and informally built. The main difference is in their appearance – i.e. not a large area of informal settlements flanking the city, but an entire city comprised of informal settlements. In similar contexts, photography and video have a dual function that broadens their natural role as devices for direct documentation of reality, as they create irrefutable accounts of the level of democratization and governance. MAPPING IDENTITY is our proposal for an honest redesign of the city of Baghdad, as close as possible to the reality that pervades it.
Baghdad; foto de / photo by Antonio Ottomanelli
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Baghdad; foto de / photo by Antonio Ottomanelli
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Baghdad; foto de / photo by Giovanna Silva
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JORNADA DA HABITAÇÃO SÃO PAULO CALLING Elisabete França
Em 1977, Roberto Schwarz publicou Ao Vencedor as Batatas, onde destaca que “ao longo de sua reprodução social, incansavelmente o Brasil põe e repõe ideias europeias, sempre em sentido impróprio”. Tal reflexão segue a mesma direção de Sergio Buarque de Holanda que, em 1956, em Raízes do Brasil, tão bem definiu o sentido das “ideias fora de lugar”. A tradição do pensamento brasileiro de transposição de ideias sem a necessária adaptação ao modo de vida local, também esteve presente na cultura arquitetônica e urbanística do país, mais particularmente na cidade de São Paulo. No final do século XIX e primeiras décadas do século XX, ocorreu uma inflexão no trato das questões urbanas, principalmente no Rio de Janeiro e, mais tardiamente, em São Paulo, caracterizada por uma abertura para a assimilação de teorias e práticas estrangeiras que nos chegavam por meio de publicações e outras formas de intercâmbio com o exterior. Na cidade de São Paulo, o Plano de Avenidas, coordenado pelo engenheiro Prestes Maia, foi o ponto de partida do pensamento urbanístico paulistano. O primeiro plano elaborado para estruturar o espaço urbano da cidade trazia a tradição da transferência de ideias internacionais, acompanhada de elementos de fora do lugar que exigiam a composição de um modelo local, o que naquele momento não foi feito. Na continuidade da história urbana da cidade, a transferência de ideias continuou uma presença constante nos planos e projetos elaborados para São Paulo. No período pós-Segunda Guerra mundial, as cidades europeias viviam um momento de prevalência dos ideais do movimento moderno, impulsionando a reconstrução das áreas destruídas e a construção de centenas de conjuntos habitacionais com elementos industrializados para abrigar a população desalojada. No Brasil, ao mesmo tempo em que as ideias modernistas eram adotadas na produção da arquitetura local, também aportavam as ideias do Movimento Economie et Humanisme, que por longo período influenciou na elaboração dos planos para as cidades brasileiras e, especialmente em São Paulo, foi decisivo na formação de toda uma geração de urbanistas.
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Padre Lebret, seu expoente máximo, organizou na cidade de São Paulo, a Sociedade para Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais (SAGMACS), responsável pela preparação do estudo Estrutura Urbana da Aglomeração Paulistana (1958). Novamente, a transposição de ideias vinda de lugares distantes se impôs. O estudo comparava as periferias de São Paulo, que cresciam de forma desarticulada e irregular, com as cidades europeias destruídas pela guerra, sem compreender que o crescimento paulistano resultava da vitalidade do momento. Vitalidade de uma cidade que se urbanizava em números pouco conhecidos dos tradicionais tratados urbanos e que o estudo entendia, restritamente, como um grande “acampamento” descontrolado. A cidade passava de 200 mil habitantes no início do século XX para dois milhões nos anos 1950. Acompanhar esse crescimento populacional, que se avolumava em função das possibilidades oferecidas pela cidade e região metropolitana, demandava uma capacidade operacional para a qual o país não estava preparado. Não existiam receitas a serem seguidas diante da nova realidade urbana que se impunha. As lições aprendidas da disciplina urbanística tradicional não eram apenas ideias fora de lugar, mas também não conseguiam responder a esses desafios. Durante décadas, planos e projetos continuaram a ser elaborados com foco em um ideário trazido de fora. Nos anos 1970, mesmo sob o domínio da ideologia imposta pelo BNH, alguns arquitetos precursores, entre eles Carlos Nelson Ferreira dos Santos, com uma visão pioneira para a época, deram os primeiros passos para romper com o discurso oficial que pregava a eliminação da informalidade e a construção de conjuntos habitacionais massivos e distantes. Em consonância com a realidade do país, entenderam que a população urbana crescia em escalas não conhecidas e os bairros informais se transformavam em opção para aqueles que, ou não tinham acesso ao crédito para a aquisição da casa própria, ou preferiam morar precariamente em regiões centrais mais acessíveis ao trabalho e equipamentos públicos. Passaram então a desenvolver projetos respeitando os esforços que tinham sido realizados na construção informal das moradias, nos bairros conhecidos como favelas. Para Carlos Nelson, a cidade deveria ser pensada a partir da práxis transformadora, com elementos de inovação, polêmica e criatividade, o que só era possível a partir de um profundo conhecimento da realidade, não apenas do território, mas, sobretudo, da população que nele vivia. Era o início do reconhecimento das pré-existências urbanas ou o urbanismo das ideias no lugar. Tais urbanistas visionários abriram espaço para uma forma de pensar a cidade que reconhecia uma série de questões específicas da realidade brasileira. Até então, éramos um país de pouca cultura urbanística, implantávamos ideias fora de lugar e não reconhecíamos a nossa realidade urbana. As experiências desenvolvidas à época, tinham como ponto de partida o reconhecimento da cidade informal com seus códigos próprios, embora os mesmos não representassem o modelo idealizado pela disciplina urbanística tradicional.
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Daí surgiram, nos anos 1990, o Programa Favela-Bairro (1993), no Rio de Janeiro, e o Programa Guarapiranga (1993), em São Paulo. Intervenções de grande alcance, que adotavam a nova forma de pensar as cidades brasileiras, principalmente no que tange à assim chamada cidade informal, um pensamento urbanístico próprio, assentado em raízes locais, que parte do conhecimento da cidade real, existente. Um projeto que reconhece as pré-existências territoriais como resultado dos esforços coletivos realizados pelas famílias que constroem suas casas, e que também são atores da construção da cidade. Projetos que tem a dimensão da existência daqueles que moram nos diferentes lugares, que reconhecem a pluralidade urbana e a existência de uma estrutura morfológica que tem signos próprios. A consolidação desse conjunto de ideias formadas a partir de experiências que resultaram em práticas de sucesso, impulsionou o trabalho da Secretaria de Habitação da cidade de São Paulo, a partir de 2005. O caminho adotado foi consolidar a política habitacional, dando início à elaboração do Plano Municipal de Habitação, à construção do Sistema de Informações para a Habitação (www. habisp.inf.br) e ao Sistema de Priorização de Intervenções, ao mesmo tempo em que era dado início à implantação do Programa de Urbanização de Favelas. Programa de dimensões e abrangência até então desconhecidos, passou a despertar o interesse de estudiosos da questão habitacional. O foco central da urbanização é a implantação de redes de infraestrutura básica, sistemas de conectividade com a cidade urbanizada, implantação de áreas de lazer e equipamentos públicos de grande porte, além da construção de unidades habitacionais para os que estavam vivendo em áreas de risco. A urbanização de favelas trata de implantar um conjunto de benfeitorias que a cidade já tem e, mais importante, integrar o que antes era informal à cidade legal. O projeto da cidade de São Paulo não se move por conceitos trazidos de fora, ou seja, de implantar grandes equipamentos sofisticados que não resolvem problemas imediatos da comunidade e cujo projeto não estabelece uma linha direta com os territórios existentes. Desse interesse internacional em conhecer a experiência paulistana no trato dos problemas urbanos relacionados à informalidade, surgiu a primeira parceria - o estúdio com os estudantes do Sustainable Urban Living Model da Columbia University Graduate School of Architecture Planning and Preservation. Coordenado pelos professores da U-TT, o estúdio tinha como propósito a elaboração de propostas para Paraisópolis. A área escolhida como objeto de reflexão e elaboração de propostas – Paraisópolis - era a que melhor representava a diversidade urbana paulistana e se constituía em desafio de grande dimensão para os estudantes e professores da U-TT. Seus quase 60.000 habitantes compõem-se, majoritariamente, de famílias de baixa renda e os índices de vulnerabilidade social na área são elevados. É uma cidade pobre inserida de forma anacrônica no meio de uma cidade rica. Para um observador externo, os contrastes entre as duas cidades podem parecer grandes, visíveis e extremos, portanto, insuperáveis.
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No entanto, a equipe da Sehab mostrou ao grupo que uma cidade era dependente da outra. Uma oferece mão de obra e, a outra, empregos, serviços e consumo. Uma necessita de serviços básicos de educação e saúde, a outra facilita o acesso a esses serviços. Essa profícua relação de trocas constantes resultou no fato de Paraisópolis ser indicada como exemplo das possibilidades do convívio democrático entre as diferenças da cidade. Assim, como em muitos outros bairros de baixa renda – favelas ou loteamentos -, a região se consolidou, as famílias criaram redes de solidariedade e são visíveis no dia a dia os investimentos nas unidades habitacionais, na implantação de novos comércios e oferta de serviços. Essas atividades resultam em uma vida urbana fervilhante, constatada nas ruas de Paraisópolis. Diante dessa realidade consolidada, a maior parte das famílias quer ficar na área, manter suas moradias e garantir o título de propriedade. Introduzimos ao grupo de estudantes essa nova situação, a ser observada nas propostas para a urbanização do bairro. Explicamos que o essencial nos projetos refere-se ao respeito às pré-existências e ao desenvolvimento do capital social da comunidade, suas redes de relações e seus sonhos. A intervenção, além de universalizar o acesso à infraestrutura, aos serviços básicos, à eliminação de situações de risco, deve explorar a criação de identidades, de modo a fortalecer a noção de pertencimento da comunidade. Na sequência, outros estúdios se sucederam e outras formas de compartilhamento vêm sendo experimentadas. A Sehab desenvolveu trabalhos com a Universidade da Califórnia (UCLA), com o Instituto Berlage e com a Escola Politécnica de Zurique (ETH). Todos esses estúdios e seus resultados, alguns já publicados, são considerados momentos de compartilhamento de ideias importantes para a equipe técnica da Sehab. Não se trata mais de trazer ideias de fora do lugar, mas sim, compartilhar experiências de sucesso que podem ser utilizadas em outras regiões, cidades e países. Temos em São Paulo mais de 1.500 favelas e um imenso desafio de transformálas em bairros integrados ao conjunto da cidade. Essa é uma realidade comum em metrópoles localizadas em todos os continentes. Criar uma rede de experiências bem-sucedidas, resultado de projetos criativos e sérios de arquitetos e urbanistas, é um caminho para a universalização das boas práticas. Experiências bem- sucedidas para a transformação dos novos bairros têm em comum um foco central: a construção de um projeto de futuro vinculado não só à construção de novas moradias, mas também à superação de déficits relacionados à infraestrutura, à acessibilidade, à equipamentos e serviços.
o que vem sendo feito com a implantação de vários programas voltados para um conjunto diferenciado de questões a serem enfrentadas. Para isso, tem procurado fortalecer a equipe técnica para que a mesma conduza os diversos programas e projetos em execução. Acreditamos que os projetos que estão sendo implantados representam uma nova fase da produção da arquitetura e do urbanismo locais, onde está expressa a capacidade dos profissionais de responder aos desafios da cidade das pré-existências. São projetos que mostram a originalidade e a criatividade dos arquitetos que buscam a mudança dos espaços existentes, com resultados reconhecidos em todos, população beneficiada, instituições de ensino, bienais de arquitetura, entre outros. Assim surgiu a ideia do São Paulo Calling ou Jornada da Habitação. Sob a curadoria do arquiteto Stefano Boeri, o objetivo principal do projeto é destacar a importância das intervenções em assentamentos informais, não como uma excepcionalidade, mas como uma nova relação que os políticos e técnicos devem estabelecer com a população residente nos bairros menos privilegiados, implantando soluções criativas, em conformidade com as demandas da cidade do século XXI. Para ampliar a discussão sobre o tema, a curadoria convidou seis cidades para participarem do São Paulo Calling – Roma, Mumbai, Nairóbi, Medellín, Moscou e Bagdá -, cada uma delas explorando a partir de experiências locais, o elo entre essas cidades e a experiência paulistana. As ideias aqui apresentadas têm como objetivo comum a transformação da cidade contemporânea em um espaço onde valores opostos coexistam e sejam confrontados, em oposição às ideias conservadoras das comunidades isoladas. A cidade que possibilita a convivência democrática, o que está relacionado a extensão do acesso a oportunidades a todos os seus habitantes.
In 1977, Roberto Schwarz published Ao Vencedor as Batatas in which he emphasizes that “throughout its social development, Brazil has tirelessly set and restored European ideas, always in an inappropriate direction.” Such reflection follows the same line as Sergio Buarque de Holanda who defined, in his 1956 book, Raízes do Brasil, the sense of “out of place ideas”. The tradition of Brazilian thinking, of transposing ideas without the necessary adjustment to the local way of life was also present in the architectural and urban culture of the country, particularly in São Paulo.
A cidade do século XXI passa por mudanças rápidas, o que resulta na constante substituição de territórios existentes, ou então, na transformação de territórios precários, que cresceram de forma informal sem atentar para os regulamentos do uso e ocupação do solo.
In the late nineteenth and in the early decades of the twentieth century there was a turning point in dealing with urban issues, especially in Rio de Janeiro and later in São Paulo, characterized by an openness to the assimilation of foreign theories and practices that arrived through publications and other forms of exchange with foreign countries.
A missão da Secretaria de Habitação, ao implantar sua política habitacional na cidade de São Paulo, está voltada para a atuação nos territórios precários,
In the city of São Paulo, the Avenues Plan, coordinated by the engineer Prestes Maia, was the starting point for São Paulo’s urban thinking. The first
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plan developed to structure the city’s urban space introduced the tradition of assimilating international ideas, along with out of place elements that required the creation of a local model, which at that time was not realized. Continuing the city’s urban story, this transfer of ideas remained a constant presence in the plans and projects designed for São Paulo. After World War II, European cities went through a period when modernist movement ideals prevailed, driving the rebuilding of destroyed areas and the construction of hundreds of housing projects with prefabricated elements for sheltering the homeless population. In Brazil, at the same time as these modernist ideas were adopted in the local architecture, the ideas of the Economie et Humanisme Movement, which for a long time influenced projects for the Brazilian cities, especially São Paulo, was critical in the shaping of a whole generation of city planners. Father Lebret, its leading advocate, organized in São Paulo the Society for Graphic and Mechanographic Analysis Applied to Social Buildings (SAGMACS) to be responsible for the preparation of the São Paulo Urban Structure Agglomeration study (1958). Again, the transposition of external ideas was imposed. The study compared the outskirts of São Paulo, which had grown in an uncoordinated and irregular way, with European cities destroyed by war, not realizing that the growth of the Brazilian city was specific to the time. The pace of urbanization was unheard by traditional urban theorists. The study compared this growth to an out of control “camping site”. The city had only 200,000 inhabitants at the beginning of the twentieth century and reached two million in the 1950s. Following this population growth, which swelled due to the possibilities offered by the city and metropolitan area, demanded an operational capacity for which the country was not prepared. There were no recipes to be followed before the new urban reality that was being imposed. The lessons learned from the traditional urban discipline were not only ideas out of place, but they could not respond to these challenges as well. For decades, plans and projects continued to be developed with a focus on ideas brought in from abroad. In the 1970s, even in the grip of the ideology imposed by the BNH, some precursor architects, like Carlos Nelson Ferreira dos Santos, with a pioneering vision for the time, took the first steps to break with the official speech that preached for the elimination of informality and construction of massive and distant housing units. In line with the reality of the country, they ended up understanding that the urban population grew at unknown scales, and the informal neighborhoods turned into an option for those who either had no access to credit to buy a home or preferred living precariously in the central regions which were more accessible to work and public facilities. They began to develop projects that respect the efforts that have been made in the informal construction of housings, in neighborhoods known as favelas.
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For Carlos Nelson, the city should be thought of as transformative praxis, with elements of innovation, creativity and controversy, which was only possible from a deep understanding of reality, not just territorial but, above all, of the population living there. It was the early recognition of the urban pre-existences or the urbanism of in-place ideas. These visionary architects set up the stage for a new way of thinking about the city that recognized a set of specific issues of the Brazilian reality. So far, we were a country with little urbanism culture, we implemented out of place ideas and did not recognize our urban reality. Experiences developed at that time had as a starting point the recognition of the informal city with its own codes, although they did not represent the ideal model of the traditional urbanism discipline. From this arose, in the 1990s, The Favela-Bairro Program (1993), in Rio de Janeiro, and the Guarapiranga Program (1993), in São Paulo. Wide-ranging interventions, that adopted a new way of thinking about Brazilian cities was established, especially concerning the so-called informal city, a unique urban planning thought, settled in local roots, based on the knowledge of the existing actual city. A project that recognizes the territorial pre-existences as a result of the collective efforts realized by the families that built their own houses and they are actors of construction of the city. Projects that have the dimension of the existence of those who live in different places, that recognize the urban plurality and the existence of a morphological structure which has its own signs. The consolidation of this set of ideas formed from experiences which resulted in successful practices boosted the work of the São Paulo Social Housing Agency Sehab, starting in 2005. The path adopted was to consolidate the housing policy, starting the Housing City Plan, building the Housing Information System (www.habisp.inf.br), and the Intervention Prioritizing System at the same time that the implementation of the Favela Urbanization Program was also initiated. A Program with size and scope hitherto unknown, it has drawn the attention of housing scholars. The central point of the urbanization is to implementate basic infrastructure networks, connectivity systems linking the slum to the urbanized city, leisure areas and large public facilities, besides building houses for those who lived in risk areas. The slum upgrading introduces a set of improvements that the city already has and, the most important, integrates what was once informal into the city. The São Paulo city’s project was not developed based on concepts brought from other places, i.e. based on sophisticated equipment which could not solve the communities’ immediate issues and whose project could not establish a direct line with the existing territories. Out of this international interest in knowing São Paulo’s experience of dealing with urban problems related to informality, a first partnership was established with the students of the Sustainable Urban Living Model from the Columbia University Graduate School of Architecture Planning and Preservation. Coordinated by U-TT’s teachers, this workshop was intended to draw up proposals for Paraisópolis.
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The area chosen as a object of reflexion and proposals elaboration – Paraisópolis – , was the one that better represented São Paulo’s urban diversity and it was a big challenge for U-TT’s students and teachers. Its nearly 60,000 inhabitants mainly consist of low-income families and the social vulnerability rates in the area are high. It is a poor city anachronistically inserted in the middle of a rich city. To an outside observer, the contrasts between the two cities may seem large, visible and extreme, therefore, insuperable. However, the Sehab’s team showed the group that one city depended on the other. One offers workforce and the other, jobs, services and consumer goods. One needs basic services, such as education and health, and the other makes the access to such services easier. This fruitful relationship with constant exchanges resulted in Paraisópolis being pointed as an example of the possibilities of the differences of the city coexisting in a democratic relation. Thus, as in many other low-income neighborhoods – slums or settlements – the region was consolidated, families have set up networks of solidarity, and investments in housing units, in the deployment of new businesses and service offering are visible on a daily basis. These activities result in a bustling urban life, seen on the streets of Paraisópolis. Given this consolidated reality, most families want to stay in the area, keep their homes and ensure the property title. We have presented to the group of students this new situation, to be observed in the proposals for upgrading the neighborhood. We explained that the core of the projects refers to the respect of pre-existing subjects and the development of community social capital, their relationship networks and dreams. The intervention, in addition to universalizing access to infrastructure, basic services, the elimination of situations of risk, should explore the creation of identities in order to strengthen the sense of belonging in the community. Then, other studios followed and other ways of sharing have been experienced. Sehab has developed works with the University of California (UCLA), the Berlage Institute and the Polytechnic School of Zurich (ETH). All of these studios and their results, some of which have already been published are considered important moments to share ideas for the Sehab technical team. It is no longer a matter of bringing out of place ideas, but of sharing successful experiences that can be used in other regions, cities and countries.
The 21st century city goes through rapid changes, resulting in the constant replacement of existing territories, or, in the transformation of precarious territories, that have grown in an informal manner without regard to the regulations of land usage and occupation. The mission of Sehab, when implementing its housing policy in the city of São Paulo, is aimed at precarious territories, where various programs have been implemented for a diverse set of issues to be addressed. It has sought to strengthen the technical staff so they can lead the various programs and projects in progress. We believe that the projects being implemented represent a new stage in the production of local architecture and urbanism, where the professionals’ ability to meet the challenges of the city’s pre-existing subjects is expressed. These projects show the architects’ originality and creativity, since they seek to change the existing spaces, with results recognized in all of them, benefits to the population, educational institutions, and biennales of architecture, among others. So it arose the idea of the São Paulo Calling, or, in Portuguese, Jornada da Habitação. Under the coordination of the well known Italian architect Stefano Boeri, the main objective of the project is to highlight the importance of projects for the so called informal city, not as being out of the ordinary but rather as a new relationship that politicians and technicians ought to establish with the population living in the less privileged districts and expecting creative solutions in accordance with the demands of the city of the 21st century. In order to spread and enlarge the debates about the future of the informal cities in this 21st century, the curator Stefano Boeri has invited six cities to participate on the São Paulo Calling: Rome, Mumbai, Medellin, Nairobi, Moscow and Baghdad. Each one of them will explore its local slum upgrading solutions and social housing practices, which will be the chain between these cities and São Paulo interventions. The ideas presented here have as a common objective the transformation of the contemporary city in a space where opposed values could coexist and be confronted countering the conservative ideas of isolated communities. The city that permits the democratic communal living, that is related to the extension of access to opportunities to all its inhabitants.
In São Paulo, there are more than 1,500 slums and a huge challenge to transform them into integrated neighborhoods to the entire city. This is a common reality in metropolises located in all continents. Creating a network of successful experiences, resulting from creative and serious projects by architects and urban planners, is a path to the universalization of good practices. Successful experiences for the transformation of new neighborhoods have in common a central focus: the construction of a future project linked not only to building new housing, but also to overcoming deficits related to infrastructure, accessibility, equipment and services.
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SÃO PAULO SÃO FRANCISCO CANTINHO DO CÉU BAMBURRAL PARAISÓPOLIS HELIÓPOLIS CORTIÇOS
Sao Paulo: foto por / photo by Leonardo Finotti 78
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SÃO FRANCISCO
Com aproximadamente 1.800.000 m², São Francisco é o terceiro maior assentamento da cidade de São Paulo. Localizado na região de São Mateus (Zona Leste), é uma ocupação de 1992 com cerca de 8.000 domicílios, onde vivem aproximadamente 30 mil pessoas segundo o censo IBGE-2010. Até 2020, a urbanização contemplará ações de melhoramento viário, ampliação do transporte público, eliminação de áreas de risco, criação de centro comercial, construção de unidades habitacionais e centros comunitários. Desde 2008, foram entregues 472 moradias, revitalizados 1.236 apartamentos do antigo Cingapura, eliminadas áreas de risco, abertos novos viários e implantadas redes de saneamento básico. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente também prevê criar um parque em um terreno de 367 mil m², onde até 1985, funcionou um aterro sanitário.
Covering an area of intervention about 1,800,000 m², São Francisco is the third biggest slum in the city. In the São Mateus region (East side), the settlement dates from 1992, with about 8 million households, and it has approximately 30 thousand inhabitants according to the Institute of Geography and Statistics (IBGE-2010). By 2020, urbanization is expected to include road improvements, expansion of public transportation, elimination of risk areas, creation of a commercial center, construction of housing units and community centers. Since 2008, 472 houses have been delivered, 1.236 apartments from the former Cingapura project have been revitalized, risk areas have been eliminated, new roads have been created and basic sanitation networks have been implemented. The Department of Greenery and Environment also plans the construction of a park in a 367 thousand m² area, which was a landfill until 1985.
São Paulo: foto de / photo by Fabio Knoll
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CANTINHO DO CÉU
Localizada no extremo sul da cidade, a comunidade ocupa uma área de cerca de 1.500.000 m² na margem esquerda da represa Billings, onde vivem mais de 10 mil famílias. A ocupação realizada nos anos 1980, com moradias precárias e carência de infraestrutura básica, localiza-se num ponto estratégico para São Paulo: quase dois milhões de pessoas do município dependem da água da Billings. A urbanização teve início em 2008, por meio do Programa Mananciais, e será concluída até o final de 2012, beneficiando quase 10 mil famílias. Além de toda infraestrutura, como pavimentação (já foram asfaltadas mais de 60 mil m² de vias), instalação de redes de água, esgoto (são coletados cerca de 47 milhões de litros por semana) e drenagem, o projeto prevê um parque linear de 7 km de extensão. Já foram concluídos 1.500 metros, com quadras de vôlei, futebol de areia e grama sintética, academia ao ar livre, playground, pista de skate, praça, estacionamento e três deques, sendo um flutuante.
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Sitting in the far south of the city, this community occupies an area of intervention about 1,500,000 m² on the left bank of the Billings dam and houses 10 thousand families. The settlement dates from the 80s and has poor housing and basic infrastructure conditions. It is located in a strategic area for the city of São Paulo, as nearly 2 million people in the city rely on the water from the Billings dam. Urbanization began in 2008, through the Water Resources Program (Programa Mananciais), and is due for completion at the end of 2012, when it will have benefited nearly 10 thousand families. In addition to comprehensive infrastructure, such as paving (over 60 thousand m² of roads have already been paved), water and sewage networks installations (about 47 million liters are collected every week) and drainage, the project also plans a linear park area 7 km-long. Volleyball courts, beach football and synthetic grass fields, an open air gym, a playground, a skating rink, a square, a parking lot and three decks, including a floating one, have already been built, totaling 1,500 meters.
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BAMBURRAL
A favela Bamburral, instalada desde o final da década de 1970 em área de proteção permanente (no extremo norte da cidade), é a primeira urbanização a utilizar recursos da venda de créditos de carbono, proveniente de usina termelétrica vizinha. Outras duas comunidades integram o complexo Bamburral: Cidade das Crianças e Árvore de São Tomás, somando cerca de 500 famílias. O projeto possui uma área de intervenção aproximada de 40.700 m² com eliminação de áreas de risco, implantação de redes de água, luz e esgoto, pavimentação, iluminação pública e paisagismo, construção de 234 apartamentos com áreas de recreação, espaços comunitários e playground, estão incluídos no projeto da favela Bamburral, previsto para terminar até o final de 2014.
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The Bamburral slum, sitting since the end of the 70s on a permanent protection area (far north of the city), is the first urbanization to use resources from carbon credit sales from a neighboring power plant. Two other communities are part of the Bamburral Complex, namely Cidade das Crianças and Árvore de São Tomás, comprising about 500 families. The project has an area of intervention of 40,700 m² approximately with eliminating risk areas, implementing water and energy supply and sewage networks, paving, public lighting and landscaping, building of 234 apartments with leisure areas, community spaces and playground, are part of the project designed for the Bamburral slum, due to be completed by the end of 2014.
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PARAISÓPOLIS
Inserido na região do Morumbi (Zona Sul), o Complexo Paraisópolis - formado pelos núcleos Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro – é o segundo maior assentamento precário do município. Com 60.000 moradores, diferencia-se por ocupar aproximadamente 1.209.000 m² de área particular e estar muito bem localizado em relação ao mercado de trabalho e ter acessibilidade privilegiada.
Located in the Morumbi region (South side), the Paraisópolis Complex - including the Paraisópolis, Jardim Colombo and Porto Seguro communities – is the second largest slum in the municipality. Housing 60.000 people, it is unique because it comprises an area of intervention about 1,209,000 m² in a very good area of the city in terms of job market and premium transport facilities.
Com recursos dos governos municipal, estadual e federal, somando cerca de R$ 500 milhões, a urbanização teve início em 2005 e está na terceira fase de obras, com previsão de término até 2013. O projeto prevê a construção de aproximadamente duas mil unidades habitacionais (839 já foram entregues) e boxes comerciais, eliminação de risco, canalização de córregos, implantação de redes de água e esgoto, pavimentação e drenagem. A comunidade ainda será beneficiada com a implantação da Avenida Perimetral, central de triagem de lixo e Ecoponto, parques, escola de música, estação elevatória de esgoto e serviços de Assistência Médica Ambulatorial, Unidade Básica de Saúde, Centro de Apoio Psicossocial, além da creche já entregue.
Resources from the municipal, state and federal governments totaling approximately R$ 500 million enabled the start of the urbanization project in 2005, which is currently in its third stage and is expected to be completed by 2013. The project expects the construction of approximately 2 thousand housing units (839 have already been delivered) and commercial units, eliminating risks, channeling streams, implementing water supply and sewage networks, paving and drainage. The community shall also benefit from the creation of a Bordering Avenue, a garbage sorting center and an Ecopoint, parks, a music school, a sewage pumping station, an outpatient health care service, a basic health unit, a Psychological and Social Support Center, as well as the already completed nursery.
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HELIÓPOLIS
Com aproximadamente 1.000.000 m² e cerca de 70 mil habitantes, Heliópolis, no bairro do Ipiranga (Zona Sudeste), é considerada a maior favela da cidade. Dividida em 14 glebas, tem intervenções previstas até 2024. Desde 2005, cerca de 15 mil famílias já foram beneficiadas com as obras. Foram entregues 29 boxes comerciais e 1.158 apartamentos, incluindo 162 dos famosos “redondinhos” – forma cilíndrica criada por Ruy Ohtake que marca um novo conceito no projeto de moradia popular. Com recursos dos governos municipal, estadual e federal, no valor de R$ 570 milhões, a urbanização tem cinco contratos em andamento. São obras de construção de 958 unidades habitacionais e 24 boxes, além de pavimentação, drenagem, melhoria viária, ampliação e abertura de vielas, implantação e readequação do sistema de distribuição de água e coleta de esgoto, canalização de córregos e instalação de equipamentos de lazer e paisagismo. Em fase de projeto, estão mais 1.735 moradias e 15 comércios.
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With an area of intervention about 1 million m² and approximately 70 thousand inhabitants, Heliópolis, located in the Ipiranga neighborhood (Southeast side) is regarded as the largest slum in the city. It has been divided into 14 tracts of land, and interventions have been planned up to 2024. Since 2005, approximately 15 thousand families have already been benefited from the works. Already 29 commercial units and 1.158 apartments have been delivered, including 162 of the so-called “redondinhos” (“round-shaped”) - cylindrical design created by Ruy Ohtake revolutionizing the concept of popular housing. With resources from the municipal, state and federal governments - worth R$ 570 million - there are five ongoing urbanization contracts. The latter include construction of 958 housing units and 24 commercial units, as well as paving, drainage, road improvements, extension and creation of new alleys, implementation and adaptation of the water supply and sewage systems, channeling of streams, and installation of leisure and landscaping facilities. There are also 1.735 housing and 15 commercial units at project stage.
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CORTIÇOS
Em novembro de 2005, houve o início de uma extensa ação de fiscalização que notificou ao todo mais de 1.000 imóveis encortiçados no centro da cidade de São Paulo. A Secretaria Municipal de Habitação, em parceria com a Subprefeitura da Sé e Mooca, em uma área de intervenção de aproximadamente 61,4 km², implementou o Programa de Cortiços composto fundamentalmente de uma fiscalização diferenciada, acrescida de um trabalho social informativo, educativo e de conscientização. O Programa de Cortiços alcançou larga escala em sua intervenção, promovendo melhorias em mais de 50 imóveis encortiçados dos quais 73 foram totalmente requalificados, 460 estão com obras avançadas e 94 estão interditados por apresentarem risco de vida a seus moradores. Ao todo, aproximadamente 8.250 famílias vivenciam melhorias da qualidade habitacional nos imóveis encortiçados enquanto outras 1.520 foram encaminhadas aos programas habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) em UHWURÀWV realizados no centro de São Paulo.
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In November 2005 an extensive action of review was initiated that notified over 1,000 tenement houses properties in the city center of São Paulo. The São Paulo Social Housing Agency, in partnership with the Subprefeitura Sé and Mooca, in an area of approximately 61,4 square kilometers, has implemented the Program of Cortiços, consisting primarily on a differentiated tenement supervision, plus information on social, educational and awareness issues. The Program of Cortiços reached a large scale intervention, promoting improvements in more than 50 tenements, of which 73 buildings were completely refurbished, 460 are in an advanced state of the works and 94 are forbidden to its residents by the present life-threatening conditions. In total, approximately 8,250 families experience quality improvements on the tenement buildings, while other 1.520 families were sent to the housing programs of the Housing Urban Development Company (CDHU) in UHWURÀW·V realized in São Paulo downtown.
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PENSAR ALTERNATIVAS THINKING ALTERNATIVES O pensamento político-administrativo tradicional costuma dividir a gestão da cidade em várias áreas, com cada pequena subdivisão focando seus esforços em um caminho individual e limitado, sem transversalidade, sem diálogo e sem comunicação constante entre os diversos setores que, no fim das contas, possuem o mesmo objetivo: oferecer bens públicos de qualidade. Esse pensamento não percebe o cidadão como agente de transformação que consome todos os bens públicos de uma área urbana: cultura, saúde, educação, habitação. O mesmo cidadão participa de todos os processos, ainda que a gestão tenha sido pensada de uma maneira erroneamente descentralizada. É prazeroso notar, no entanto, que essa visão já perdeu espaço em São Paulo. A exposição ´-RUQDGD GD +DELWDomR Ħ 6mR 3DXOR &DOOLQJµ, promovida pela Sehab, e que o CCSP apoia e sedia com muito prazer, é um símbolo vivo de uma evolução que deixou essa visão no passado. Como tirar a discussão dos assentamentos informais de dentro das estruturas administrativo-burocráticas tradicionais e permitir que os processos de conhecimento, participação e decisão sejam realmente mais abrangentes? Como utilizar-se da arquitetura para refletir sobre problemas em conjunto com toda a sociedade? Como repensar a urbanização de São Paulo em um processo de discussão multilateral que, ao mesmo tempo, também é um produto arquitetônico e artístico de qualidade, com curadoria impecável? A São Paulo Calling consegue materializar-se como resposta para esses questionamentos. A exposição também vem ao encontro do momento institucional que o Centro Cultural São Paulo vive. Desde 2011, capitaneamos o projeto chamado ´(FR $omR &XOWXUDOµ, uma iniciativa que debate o papel da cultura e da arte nas questões ligadas à sustentabilidade, responsabilidade socioambiental e econômica. É um projeto que convida as instituições participantes a discutirem a adoção de medidas que contribuam para diminuir os efeitos nocivos do homem sobre o meio ambiente, além de formas sustentáveis de organização artística, social e cultural. É uma tentativa (bem-sucedida, humildemente admitindo) de elevar as instituições a um novo patamar. Sair do status de realizadores de eventos ou de programadores artísticos e repensarem o poder de sua linguagem e ações, em prol de um bem que ultrapassa os limites da cultura.
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Uma iniciativa que respeita o cidadĂŁo como um todo inseparĂĄvel e indissociĂĄvel. Um exemplo de ação que comunga dos mesmos ideais representados na SĂŁo Paulo Calling. Pensar alternativas para o futuro das cidades ĂŠ uma tarefa que nĂŁo pode ser apenas das Secretarias de Habitação. É um processo multidisciplinar e multilateral, que precisa envolver todas as organizaçþes pĂşblicas. Os assentamentos informais sĂŁo uma realidade que vem sendo desconstruĂda e reconstruĂda pelas açþes da Prefeitura. A exposição no Centro Cultural SĂŁo Paulo ĂŠ uma maneira de entender como isso acontece em SĂŁo Paulo e no mundo. Abastecer-se de informaçþes de qualidade e participar diretamente da construção dessa visĂŁo de futuro.
Since 2011, we command the project called ´(FR $omR &XOWXUDO¾, an initiative that debates the role of culture and art in the questions connected to sustainability, social, ambient and economical responsibility. It is a project that invites the participant institutions to discuss the adoption of measures that contribute to decrease the harmful effects of men on the environment, as well as to provide sustainable forms of artistic, social and cultural organization. It is a successful attempt, within a humble perspective, to elevate institutions to a new step. To move from the status of event promoters or art programmers and rethink the power of their language and actions, towards a well-being that goes far beyond the limits of culture. An initiative that respects the citizen as an inseparable and indissociable whole. An action example that shares the same ideals of São Paulo Calling. To think of alternatives for the future of the cities is a job that cannot be addressed only to the Social Housing Agencies.
The traditional administrative and political thinking usually shares the city management in many areas; each small subdivision focus its efforts in an individual and limited path, with no transversality, no dialogue and no constant communication between the diverse sectors that, by the end of the day, have the same objective: to offer high quality public facilities.
It is a multidisciplinary and multilateral process that needs to involve all public organizations.
This thinking does not recognize the citizen as a transformative agent that uses all public facilities of an urban area: culture, health, education, housing.
The exhibition in Centro Cultural SĂŁo Paulo is a manner to understand how this happen in SĂŁo Paulo and in the world. To obtain quality information and participate directly in the construction of this vision of the future.
The same citizen participates of all processes, although the administration has been planned in a mistaken decentralized way. It is joyful to notice, however, that this vision is not prevalent anymore in SĂŁo Paulo.
The informal settlements are a reality that has been deconstructed and reconstructed by the municipality´s actions.
The exhibition 6mR 3DXOR &DOOLQJ promoted by Sehab and which CCSP supports and holds with honor is a symbol of the evolution that leaved this vision in the past. How to take the discussion of the informal settlements from inside the administrative and bureaucratic traditional structures and let the processes of knowledge, participation and decision be more embracing for real? How to use architecture to reflect about the problems together with society? How to rethink São Paulo´s urbanization in a process of multilateral discussion that, at the same time, is also a quality architectural and artistic product, with perfect curatory? São Paulo Calling can materialize itself as an answer to all of these questions. The exhibition also comes to meet the institutional moment that the Centro Cultural São Paulo lives.
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TEORIA E PRÁTICA TEORY AND PRACTICE FAU-MACKENZIE NA JORNADA DA HABITAÇÃO A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie (FAUMackenzie), com seus dois cursos de graduação – Arquitetura e Urbanismo e Design – e seu Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo, destaca-se no campo da formação de profissionais de projeto com alto nível de qualificação técnico-científica e preparo profissional combinados à crescente penetração de múltiplos campos disciplinares ligados aos problemas urbanos emergentes. Seu compromisso voltado ao ensino, à pesquisa e à profissão, busca desenvolver no aluno a capacidade de reflexão crítica que aproxima, por um lado, teoria e prática, e, por outro, os processos socioculturais que produzem a arquitetura e a cidade.
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FAU – MACKENZIE IN SÃO PAULO CALLING The Architecture and Urban Planning school at Universidade Presbiteriana Mackenzie – FAU – Mackenzie – with its two undergraduate courses – Architecture and Urban Planning and Design – and its postgraduate program in Architecture and Urban Planning, stands out in the project professionals qualification field with high levels of technical and scientific training and professional preparation, combined with growing penetration of multiple disciplinary fields linked to emerging urban problems. Focused around teaching, research and profession, it seeks to enable students to develop a capacity for critical reflection which brings together theory and practice on one hand, and sociocultural processes which produce architecture and the city on the other.
A participação da FAU–Mackenzie na Jornada da Habitação constitui-se em excelente oportunidade de aprofundar a discussão contemporânea relativa às possibilidades de integração dos assentamentos precários à cidade com ênfase no desenvolvimento de estudos de projetos de intervenção vinculados ao conhecimento das pré-existências e das práticas sociais de comunidades carentes no município de São Paulo.
The participation of FAU – Mackenzie in the São Paulo Calling is an excellent opportunity to deepen contemporary discussions relating to the possibility of integration of low-income communities with the city, with emphasis on the development of studies into intervention projects linked to knowledge of pre-existence and social practices of low-income communities in the municipality of São Paulo.
Os estudantes e professores da FAU - Mackenzie participarão das atividades, discussões e oficinas de projeto com os demais participantes e com os moradores, desenvolvendo proposições urbanísticas e arquitetônicas para assentamentos precários.
FAU – Mackenzie´s faculty and students will participate in activities, discussions and workshops with residents and other participants, developing architectural and urban proposals for the communities.
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CONTRIBUIÇÃO DO MAS URBAN DESIGN STUDIO, DA ETH DE ZURICH PROTO-TECNOLOGIAS PARA OS ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS Desde 2010, o MAS Urban Design Studio, da ETH de Zurique, programa de pós-graduação para intervenções urbanísticas em novos territórios, está engajado em uma estreita colaboração com a Secretaria de Habitação da cidade de São PauloSehab, de forma a desenvolver novos conceitos e boas práticas na urbanização de assentamentos precários. O principal objetivo desse programa acadêmico é compreender o processo de urbanização de assentamentos precários não somente como a provisão e implantação de infraestruturas e moradias em áreas negligenciadas e mal atendidas, mas como um processo progressivo de desenvolvimento de modelos sustentáveis para a cidade do futuro. Após um primeiro estúdio de ideias e projetos concentrados nas áreas de Heliópolis, Jardim Colombo e Cidade Ipava, uma compilação conceitual, resultado deste trabalho, foi publicada no livro Building Brazil! The Proactive Urban Renewal of Informal Settlements (2011, Ruby Press). Com base nesta primeira etapa da colaboração técnica, o grupo de pesquisa está coletando agora projetos desenvolvidos para a Sehab cuja temática seja a urbanização de favelas. Um compêndio de protótipos ilustrará as diversas possibilidades de interpretação e tradução do marco legal e regulatório e diretrizes gerais em soluções de desenho urbano e projeto, cujo objetivo maior será introduzir inovações e novos paradigmas construtivos. A elaboração das propostas será estruturada seguindo três eixos principais: sustentabilidade ecológica e ambiental, projeto integrado e melhoria da qualidade técnica e estética das tecnologias construtivas e uso de novos materiais. No âmbito do São Paulo Calling, o MAS Urban Design Studio apresentará e discutirá as proto-tecnologias por meio de soluções de projeto concretas e possíveis para a nova realidade urbana em evolução.
SÃO PAULO CALLING CONTRIBUTION OF THE MAS URBAN DESIGN ETH ZÜRICH PROTO-TECHNOLOGIES FOR INFORMAL SETTLEMENTS Since 2010 the MAS Urban Design Studio of the ETH Zürich, a post-graduate program for urban interventions in emerging territories, has been engaged in collaborating with the Sehab of the Municipality of São Paulo in order to develop best practice concepts for slums upgrading. The main intention of the studio is to understand the urbanization of informal areas not just as a provision of services for neighborhoods that have been neglected – but rather as progressive practice for the development of sustainable models for the future city. After a first set of projects concentrated on the areas of Heliópolis, Jardim Colombo and Cidade Ipava, a compilation of ideas has been published under the title Building Brazil! The Proactive Urban Renewal of Informal Settlements (2011, Ruby Press). Building up on the previous collaboration, the studio is now working on a collection of design proposals that are linked to the guidelines for slum upgrading developed by the Sehab. A compendium of prototypes will illustrate possibilities for how to translate the legal framework of regulations and guiding principles into design solutions aiming at the introduction of innovation into prevalent construction standards. The elaboration of the proposals will be structured around three main issues: ecologic sustainability, cooperative practice and the enhancement of performative and aesthetic qualities of building technologies and materials. Within the framework of São Paulo Calling, the MAS Urban Design will present and discuss proto technologies – concrete design solutions for a new urban reality in the making.
ESCOLA DA CIDADE
ESCOLA DA CIDADE
A Escola da Cidade é um centro de estudos do desenho do ambiente, das diferentes formas de ocupação do espaço e das relações entre arquitetura, história, cultura, território e natureza.
Escola da Cidade is a research center of environment design and different forms of occupation of space and the relationships between architecture, history, culture, landscape and nature.
Reúne um conjunto de professores capacitados para formar futuros arquitetos que elaborem reflexões críticas e criem soluções técnicas e estéticas, lidem com conhecimentos que estruturam o pensamento construtivo, reconheçam a dimensão do espaço coletivo, fomentem processos interpretativos estruturados, contínuos e criativos.
Brings together a group of teachers to prepare future architects with critical and constructive thinking, able to create technical and aesthetic solutions, to recognize the collective dimension of space and to encourage continuous and creative processes.
A participação da Escola da Cidade na Jornada da Habitação consistirá em um registro feito pelos alunos com depoimentos de moradores sobre os espaços notáveis das comunidades, o que se chama cartografia oral. O produto final desse trabalho será uma série de documentários com a visão dos moradores sobre o locus e suas relações sociais.
Escola da Cidade´s participation in São Paulo Calling consists in a record made by students of statements of inhabitants about their remarkable collective spaces, called oral cartography. The final product is a documentary series with the perspectives of area residents about the locus and their social relationships.
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FICHA TÉCNICA TECHNICAL SHEET
Cidade de São Paulo / City of Sao Paulo Gilberto Kassab 3UHIHLWR 0D\RU Secretaria Municipal de Habitação - Sehab / Social Housing Secretary - Sehab Ricardo Pereira Leite 6HFUHWiULR +RXVLQJ 6HFUHWDU\ Elisabete França 6HFUHWiULD $GMXQWD +RXVLQJ 'HSXW\ 6HFUHWDU\ José Frederico Meier Neto &KHIH GH *DELQHWH 'LUHFWRU +RXVLQJ 6HFUHWDU\ Superintendência de Habitação Popular ! HABI / Popular Housing Superintendence ! HABI Elisabete França Alonso López Carlos Alberto Pellarim Felinto Carlos Fonseca da Cunha Helen Mara Monpean Luiz Henrique Girardi Luis Henrique Tibiriçá Ramos Maria Cecília Sampaio Freire Nammur Nancy Cavallete da Silva Nelci Alves da Silva Valério Ademir Moreno Escribano Eliene Corrêa Rodrigues Coelho Darcy Gebara Ramos Francisco Silvia de Mesquita Rodrigues de Freitas Fabienne Hoelzel Keila Prado Costa Luiz Fernando Arias Fachini Marcel Costa Sanches Márcia Maria Fartos Terlizzi Maria Teresa Diniz
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Rita de Cássia Corrêa Madureira Ricardo Corrêa Sampaio Tereza Beatriz Herling Vanessa Padiá de Souza Violêta Saldanha Kubrusly Departamento de Regularização do Parcelamento do Solo "Resolo# / Department of Regularization of Land Division "Resolo# Ana Lucia Callari Sartoretto Luiza Harumi A. Martins Maria Helena M. H. Cintra Hatsumi Miura Claudia Emilia David Hernandes George Artur Falsetti João Justiniano dos Santos Rute Alves de Andrade e Clemente Maria Eulina Martins Ulhôa
ROME ([SRVLomR ([LELWLRQ E\ LAC - Università di Roma Tre curated by Francesco Careri and Azzurra Muzzonigro. FRP D FRODERUDomR GH ,Q FROODERUDWLRQ ZLWK BPM (Blocchi Precari Metropolitani) and Space Metropoliz. $UWH *UiÀFD *UDSKLFV E\ Andrea Valentini and Daniele Zacchi )RWRV 3KRWRV Tano D’Amico, Flavio Graviglia, Alessandro Imbriaco, Luca Ventura, 9tGHR “Space Metropoliz” by Fabrizio Boni e Giorgio de Finis $JUDGHFLPHQWRV 7KDQNV WR the inhabitants of Metropoliz, Adriana Goni Mazzitelli, Maria Rocco, Cecilia Sgolacchia, Ilaria Vasdeki, Giacomo Zanelli. NAIROBI 'LUHWRUHV *HUDLV *HQHUDO 'LUHFWRUV:: Gaetano Berni - Silvia Orazi (ONG Liveinslums) 3URMHWR DUTXLWHW{QLFR $UFKLWHFWXUDO 3URMHFW Gaetano Berni - Luca Astorri - Francesco Segre Reinach - Maria Luisa Daglia - Virginia Chiappa Nunez 3URMHWR DJUtFROD H GH SDLVDJHP $JULFXOWXUDO DQG ODQGVFDSH SURMHFW Fabio Campana - Elisabetta Bianchessi - Carmen Maria Zuleta Ferrari &RODERUDGRUHV &ROODERUDWRUV Sarah Trianni - Tommaso Sacconi - Ilaria La Corte *HUHQWH GH SURMHWRV ORFDLV /RFDO 3URMHFW PDQDJHU: Luca Marchina - Federica Mannoni (Karibu Afrika Italia) )RWyJUDIRV 3KRWRJUDSKHUV: Francesco Giusti - Filippo Romano &RODERUDGRU &ROODERUDWRU Agnese Samà 9LGHRPDNHUV Maria Grazia Moncada - Silvia Orazi (GLomR GH YtGHR 9LGHR HGLWLQJ Fabio Petronilli &RODERUDGRUHV &ROODERUDWRUV Barbara Urbano - Claudio Cescutti (GLomR GH 0DSDV 0DSV HGLWRUV Luca Astorri - Maria Luisa Daglia - Silvia Orazi Virginia Chiappa Nunez (TXLSH ZRUNVKRS :RUNVKRS WHDP Anna Rita Amato - Alessandra Boscarolli Francesca Zanbianco - Camilla Bonuglio Michela Guglielmi - Maria Beghin - Roberta Daglia - Valentina Mandalari - Carolina Gnecco Silvia Cimini - Sara Infelisi - Paola Manzo
MEDELLIN ([SRVLomR &XUDWHG E\ Giancarlo Mazzanti, Carlos Mario Rodriguez (ODERUDomR (ODERUDWHG E\ Juliana Zambrano, Maria Camila Diez Barro de Medellin: Xandra Uribe )RWRV 3KRWRV Empresa de Desarrollo Urbano (EDU), Gabriel Esteban Duque, Lina Marcela Durango, Iwan baan, Lorenzo Castro, Sergio Gomez, Carlos Tobon 9tGHR Juan Osorio, Cristobal Palma MUMBAI 3HVTXLVD H &XUDGRULD 5HVHDUFK DQG &XUDWLRQ Matias Echanove and Rahul Srivastava *UDÀFD *UDSKLFV Jose Abasolo Com base no traballo dos moradores de Govandi e Dharavi, Mumbai / Based on inputs and work of residents in Govandi and Dharavi, Mumbai. Menção Especial / Special mention: Bhau Korde, Pankaj Gupta and Amar Mirjankar MOSCOW Curadoria / Curated by Francisca Insulza and Merve Yucel FRP D FRODERUDomR GH LQ FROODERUDWLRQ ZLWK Evgenia Nedosekina, Alexey Naroditsky and Pedro Alonso and Hugo Palmarola. )RWRV 3KRWRV Alexey Naroditsky, Merve Yucel. Moscow Post Occupation é um projeto de pesquisa iniciado no Strelka Insitute for Media, Architecture and Design / Moscow Post Occupation is a research project initiated at the Strelka Insitute for Media, Architecture and Design. BAGHDAD Curadoria / Curated by Antonio Ottomanelli FRP D FRODERUDomR GH LQ FROODERUDWLRQ ZLWK Giovanna Silva e Lucio Ruvidotti, Paola Villani )RWRV 3KRWRV Antonio Ottomanelli e Giovanna Silva
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ANTONIO OTTOMANELLI (Bari 1981). Fotógrafo e arquiteto. Estudou arquitetura em Milão e Lisboa. Professor Adjunto do departamento de planejamento em arquitetura – Milan Politecnic. Em 2009, criou o IRAC – interaction research & architecture in crisis context (pesquisa de interação e arquitetura em um contexto de crise), um dispositivo de público, que visa apoiar a investigação de realidades no campo do urbanismo e de estratégias sociais. Realizou reportagens na Itália e no exterior e atualmente se encontra estudando a questão relacionada com a atual situação da paisagem urbana ligada à vida cotidiana civil em áreas em estado de emergência, com a atenção mais voltada para a região do leste central. É, além disso, fotógrafo para algumas companhias de teatro (Pathosformel, Office For Human Theatre). Publicou em várias revistas de arquitetura (Area, Abitare, AR). Desde 2010, é colaborador da Abitare International Magazine. Em 2011, inicia na LUZphoto Agency onde atualmente trabalha no projeto “CITY OF DESTRUCTION – similar global landscape (Cidade de Destruição – paisagem global similar), um ensaio fotográfico que busca testar através da arquitetura e da paisagem, a relação entre identidade e crise. Essa obra foi apresentada em 2010 dentro do ARIA Project Circuit - Berlin. “CITY OF DESTRUCTION” recebeu duas menções honrosas - arquitetura e arte fina - na Internacional Photography Awards 2011 (Premiação Internacional de Fotografia 2011) da “Lucie Foundation”. (Bari 1981). Architect and photographer. Studied Architecture in Milan and Lisbon. Adjunct Professor at the architecture planning department – Milan Politecnic. In 2009 founded IRAC - interaction research & architecture in crisis context - a public device, that aims to support research realities in the field of urban and social strategies. He has realized reportage in Italy and abroad. At the present, he is studying the issue related to the current situation of the cityscape connected to the civil daily-life in areas in state of emergency, with closer attention to the middle-east area. Besides all of this, he is a photographer for some theatre companies (Pathosformel, Office For Human Theatre). He has published on different magazines of Architecture (Area, Abitare, AR). Since 2010, he is a contributor for Abitare International Magazine. In 2011, he joined LUZphoto Agency, working at
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the moment as a collaborator in the project “City of Destruction – Similar Global Landscape”, a photo shoot that tests the relationship between identity and crisis through architecture and landscape. This project was presented in 2010 in ARIA Project Circuit – Berlin. “City of Destruction” received two special honors – architecture and fine arts – at International Photography Awards 2011 of Lucie Foundation. ELIENE CORRÊA RODRIGUES COELHO Eliene Corrêa Rodrigues Coelho é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Braz Cubas (2002) e doutoranda em Geografia pela Universidade de São Paulo. Trabalhou na elaboração de Planos Diretores e Legislação Urbanística nas cidades brasileiras de Bonito-MS, Guarulhos-SP e Jacareí-RJ. Contribui com a Sehab desde 2006, quando foi consultora da Aliança de Cidades e participou ativamente da elaboração do Plano Municipal de Habitação (PMH), coordenando a elaboração do Sistema de Priorização de Intervenções e a organização das informações para o Sistema Habisp do qual é coordenadora desde 2008. Eliene Corrêa Rodrigues Coelho holds a degree in Architecture and Urbanism from Universidade Braz Cubas (2002) and is a PhD student in Geography at Universidade de São Paulo (USP). She has worked in the elaboration of Master Plans and Urban Legislation in the Brazilian cities of Bonito – MS, Guarulhos – SP and Jacareí – RJ. She works providing services to Sehab since 2006, when she was a member of the Cities Alliance, actively participating in the preparation of the Municipal Housing Plan (PMH), coordinating the preparation of the Prioritization Interventions System and the organization of information into the Habisp System, of which she has been a coordinator since 2008. ELISABETE FRANÇA Elisabete França é arquiteta e urbanista. Possui 25 anos de experiência em planejamento urbano, habitação social, urbanização de favelas e gestão de projetos participativos. Possui mestrado pela Universidade de São Paulo e é doutora pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009), com a tese “Favelas em São Paulo (1980 – 2008).
Das propostas de desfavelamento aos projetos de urbanização. A Experiência do Programa Guarapiranga”. É Superintendente de Habitação Popular e Secretária Adjunta de Habitação da cidade de São Paulo. Elisabete França is an architect and urban planner. She has 25 years of experience in urban planning, social housing, slum upgrading and participative project management. She holds a master’s degree from Universidade de São Paulo (USP) and a PhD from Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009), with the thesis “Slums in São Paulo (1980-2008). From slum elimination proposals to slum upgrading. The Guarapiranga Program Experience.” She is the São Paulo Social Housing Agency Superintendent and Housing Deputy Secretary. FRANCISCA INSULZA Francisca Insulza é arquiteta pelo March Berlage Institute e PhD em História da Arquitetura pelo Politécnico de Torino. Membro fundador do grupo de pesquisa multidisciplinar Multiplicity, participou da criação e do desenvolvimento de projetos como o “USE” (Triennale di Milano; Arc em Reve, Bordeaux; TN probe, Tókio; La Refrierie, Bruxelas) e o “Solid Sea” (Documenta II) e especializou-se em pesquisas relacionadas às transformações territoriais e da representação da dinâmica urbana. Participou na publicação do “Mutations” (Actar, 2000) e é coautora da “USE - Uncertain States of Europe (Skira, 2003) e Maddalena Efect - an architectural affair (Rizzoli International, 2009), e publicou no Domus, A+U, Harvard Design Magazine, entre outros. Ensinou design estudio e pesquisa urbana na Universidad Catolica e Universidad Diego Portales em Santiago, no Barlage Institute em Rotterdam e recentemente no Strelka Institute for Architecture Media and Design of Moscou. Seu trabalho tem sido exibido na IMAGE, Florença (2006), no Museu de Arte Contemporânea em Santiago (2007) e na Bienal de Shenzen (2007 e 2009). De 2006 a 2010, foi diretora do Stefano Boeri Architetti em Milão. Atualmente mora em Montreal onde se dedica à prática independente e ao ensino. Francisca Insulza is an architect from March Berlage Institute and Ph.D. in History of Architecture from the Politecnico di Torino. Founding member of
the multidisciplinary research group Multiplicity, she participated in the creation and development of projects such as USE (Triennale di Milano; Arc en Reve, Bordeaux; TN Probe, Tokyo; La Refrierie, Brussels) and ‘Solid Sea’ (Documenta 11) and has specialized in research related to territorial transformations and the representation of urban dynamics. She participated in the publication of “Mutations” (Actar, 2000), is co-author of ‘USE - Uncertain States of Europe” (Skira, 2003) and Maddalena Effect, an architectural affair (Rizzoli International, 2009) and has been published in, among others, Domus, A+U and Harvard Design Magazine. She has taught design studio and urban research at the Universidad Catolica and Universidad Diego Portales in Santiago, at the Berlage Institute in Rotterdam and recently at the Strelka Institute for Architecture, Media and Design of Moscow. Her work has been exhibited at IMAGE, Florence (2006); the Contemporary Art Museum, Santiago (2007); and the Shenzen Biennale (2007 and 2009). From 2006 to 2010 she was director of Stefano Boeri Architetti in Milan. Currently based in Montreal, she dedicates to independent practice and teaching. GIANCARLO MAZZANTI Giancarlo Mazzanti é arquiteto pela Universidad Javeriana em Bogotá e mestre em Teoria e História pela Universidade de Florência, na Itália. Foi professor na Universidad Javeriana, na Universidad de Los Andes e na Universidad Jorge Tadeo Lozano, em Bogotá e palestrante convidado em muitas academias no mundo inteiro, como a Berkeley, em Columbia, a UBA em Buenos Aires, entre outras. Tem trabalhado como arquiteto pelos últimos 25 anos e seu trabalho tem sido reconhecido com premiações nacionais e internacionais, como na Bienal Columbiana e no Global Award para arquitetura sustentável. Seu escritório foi reconhecido como o mais premiado grupo colombiano e ganhou e desenvolveu mais de dez competições. Hoje, seu trabalho faz parte da coleção permanente do Museum of Modern Art de Nova York. Tem sido publicado em revistas nacionais e internacionais, livros, websites e é coautor de três livros. Giancarlo Mazzanti is an architect from the Universidad Javeriana in Bogota and a Master of
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Theory and History from the Florencia University, in Italy. He has been a professor at the Universidad Javeriana, Universidad de Los Andes and Universidad Jorge Tadeo Lozano, in Bogota and has been invited to lecture in several other academies, such as Berkeley, Columbia, UBA in Buenos Aires, among others. He has been working as an architect for the last 25 years and his work has been recognized by international and national awards, like the Bienal Colombiana and the Global Award for sustainable architecture. His office has been recognized as the most awarded Colombian group and has won and developed over ten competitions. Nowadays, his work is part of the permanent collection of the Museum of Modern Art in New York. He has been published in national and international magazines, books, websites and is coauthor of three books. LAC O Laboratório Arti Civiche é um grupo de pesquisa interdisciplinar que realiza ensaios, ações e projetos voltados para interagir de modo criativo com os cidadãos. O LAC aborda a construção da cidade como uma ação em expansão, inclusive no campo da participação. O LAC considera os estudos urbanos e de arquitetura não somente como uma disciplina para a produção de territórios e objetos concebidos para habitar, mas também como a arte coletiva da transformação da cidade e da sociedade, através de ações tangíveis e intangíveis. A arte cívica, enquanto uma atividade ética e estética, engajada e incorporada na cidade e na cidadania, constrói relacionamentos, participa, toma parte, realiza e cuida dos territórios. Laboratorio Arti Civiche is an interdisciplinary research group that realizes research, actions and projects aimed at creatively interact with citizens. LAC addresses the building of the city as an action in expansion, including in the participatory field. LAC considers the urban studies and architecture not only as disciplines for the production of territories and objects to inhabit, but also as the art of the collective transformation of city and society, through both tangible and intangible actions. The civic art as an ethic and aesthetic activity, engaged and embodied in the city and citizenship, builds relationships, participates, takes part, takes place and takes care of the territories.
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LIVEINSLUMS A LIVEINSLUMS é uma ONG com trabalhos centrados em assentamentos informais e áreas críticas em grandes cidades do terceiro e quarto mundo. Seu trabalho baseia-se principalmente na valorização dos recursos locais. Com sede em Milão, a organização reúne profissionais individuais com experiência em diferentes campos e disciplinas (ex: arquitetos, antropólogos, economistas, sociólogos, mediadores culturais, educadores, médicos, engenheiros, agrônomos). Em cada contexto específico, a LIVEINSLUMS trabalha através do reconhecimento das comunidades estabelecidas como o ator principal do processo de transformação. Em 2007, a LIVEINSLUMS iniciou um processo de pesquisa multidisciplinar no Cairo, em colaboração com o Politécnico de Milão e a FEDA – Faculdade de Engenharia, Design e Arquitetura da Universidade Ain Shams, no Cairo. Esse projeto visa preservar a herança antropológica e arquitetônica da Cidade dos Mortos. Desde 2009, outro projeto baseado em turismo sustentável tem sido desenvolvido dentro de uma abordagem respeitosa e uma atitude relacional tanto para a estrutura física como para o padrão social (Turismo Lento). Em 2010, o primeiro projetopiloto de microjardim foi criado em colaboração com o Mestre “Paisagem Extraordinária” Naba - Politécnico de Milão e a empresa “Green Environment Consultant”, com parceiro local. No momento, a LIVEINSLUMS está trabalhando ativamente no Haiti em um projeto de apoio à comunicação da Rava Foundation, para o qual foi produzida a série para TV “Little Brother Kenya”45 episódios e que foram transmitidos pelo canal Sky. Além disso, em Nairóbi, em 2007, foi iniciado um projeto para uma escola de rua de cinema (Ndugu Dogo Crew) - formando uma equipe de produção de TV dentro da comunidade residente - que produziu a série para TV Little Brother Kenya (90 episódios). A organização também está atualmente trabalhando em Bucareste em um projeto baseado na concepção de um tipo inovador em habitação social para crianças e adolescentes de rua do bairro de Malescesti. Em 2011, a LIVEINSLUMS iniciou um novo projeto escolar na favela de Mathare (Nairóbi). O projeto consiste no melhoramento de uma escola já existente, para a qual diversos serviços foram fornecidos. A fim de prover alimentação, a organização plantou uma horta em frente à escola, onde era, inicialmente, uma área de lixo.
LIVEINSLUMS is an NGO that focus its work on informal settlements and critical areas in the Third and Fourth World’s great cities. Their work is strongly aimed to the valorization of the local resources. Headquartered in Milan, the organization gathers individual professionals with experience in different fields and disciplines (e.g. architects, anthropologists, economists, sociologists, cultural mediators, educators, doctors, engineers, agronomists). In each specific context LIVEINSLUMS operates by recognizing the settled communities as fundamental actors of the transformation process. During 2007, LIVEINSLUMS started a multidisciplinary research project in Cairo, in collaboration with Politecnico di Milano and FEDA - Faculty of Engineer, Design and Architecture of the Ain Shams University in Cairo. This project aims to preserve the anthropological and architectural heritage of the City of the Dead. Since 2009 another project based on sustainable tourism has been developed within a respectful approach and a relational attitude towards both the physical structure and the social pattern (Slow Tourism). In 2010 the first micro-garden pilot project has been created in collaboration with the Master “Extraordinary Landscape” Naba Politecnico di Milano and with the company “Green Environment Consultant” as a local partner. At the moment, LIVEINSLUMS is actively working in Haiti for a support communication project from Rava Foundation, for which it has produced the TV series “Little Brother Kenya” – 45 episodes aired on Sky channel. Moreover in Nairobi in 2007 it has started a project for a movie street school (Ndugu Dogo Crew) - forming a TV production team within the resident community - which produced the TV series Little Brother Kenya (90 episodes). The organization is also currently working in Bucharest with a project based on the designing of an innovative kind of social housing for street children and teens from the Malescesti neighborhood. In 2011 LIVEINSLUMS started a new project for the schools in the slum of Mathare (Nairobi). The project concerns in an improvement of an existing school, for which services has been provided. In order to provide food, the organization planted a vegetable garden in front of the school, that was before a dumping area.
LORENZA BARONCELLI Lorenza Baroncelli estudou arquitetura na Università di Roma onde obteve a graduação com uma tese sobre o crescimento e o desenvolvimento de Bogotá em relação aos conflitos armados. Entre 2009 e 2011, trabalhou como arquiteta no escritório Stefano Boeri Architetti, onde colaborou em grandes projetos de urbanismo e arquitetura incluindo, entre outros, the Recovery of the Ex Arsenale a La Maddalena (A recuperação do Ex-Arsenal a La Maddalena) and the Concept Masterplan para a Milan Expo 2015. Em 2011, foi a coordenadora geral do FestArch festival em Perugia. Até fevereiro de 2011, reuniu-se à Equippo de Mazzanti em Bogotá, na Colômbia como codiretora do gabinete. Tem publicado em revistas nacionais e internacionais como Abitare, Domus e Urbanistica. Lorenza Baroncelli studied architecture at Università di Roma where she graduated with a thesis on the growth and development of Bogota in relation to its armed conflicts. From 2009 to 2011 she worked as an architect at Stefano Boeri Architetti where she collaborated in large urban and architectural projects including, among others, the Recovery of the Ex Arsenale at La Maddalena and the Concept Masterplan for the Milan Expo 2015. In 2011 she was general coordinator for the FestArch festival in Perugia. As of February of 2011 she joined Equippo de Mazzanti in Bogota, Colombia, as co-director of the studio. She was pubblished on national and international architecture magazines as Abitare, Domus and Urbanistica. RICARDO PEREIRA LEITE Ricardo Pereira Leite é engenheiro civil com mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas. Secretário Municipal da Habitação de São Paulo e Presidente da Cohab-SP, participa dos Comitês Municipais de Habitação, Saneamento, Política Urbana, Preservação do Patrimônio Histórico, Programa de Metas, Mudanças Climáticas, Procentro e Conselho Estadual de Habitação. Atuou por mais de 20 anos na iniciativa privada no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários. Professor universitário.
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Ricardo Pereira Leite is a civil engineer with a master’s in Architecture and Urbanism from USP, with a specialization in Finance from FGV. He is the Secretary of São Paulo Social Housing Agency and President of Cohab-SP. He is a member of the following City Committees: Housing, Sanitation, Urban Policy, Historic Preservation, Goals Program, Climate Changes, Procentro and the State Housing Council. He worked for over 20 years in the private sector in the development of real estate projects. He is a university professor. STEFANO BOERI O arquiteto Stefano Boeri nasceu em Milão, em 1956 e desde abril de 2011 é Secretário de Cultura, Desenho e Moda da Prefeitura de Milão. De 2004 a 2007, foi editor-chefe da revista internacional Domus. De 2007 a 2011, foi editor-chefe da revista internacional Abitare. É professor de Desenho Urbano do Politecnico de Milão, foi professor visitante da Graduate School of Design, na Universidade de Harvard, do MIT, do Instituto Berlage e Strelka, entre outras renomadas instituições acadêmicas. Stefano Boeri é fundador da rede de pesquisa internacional “multiplicity” (www.multiplicity.it), dedicada ao estudo das transformações urbanas contemporâneas. É coautor de vários livros, como Mutations (Actar, 2000), USE (Skirà, 2002), Cronache Del Abitare (Mondadori, 2007), Biomilano (Corraini, 2011) e autor do livro Anticittà (Laterza, 2011). Também, com seus textos e reflexões, é colaborador regular de diversas revistas especializadas e jornais. Seu escritório, Stefano Boeri Architetti (Stefano Boeri, Michelle Brunello) está comprometido com a pesquisa e a prática da arquitetura e urbanismo contemporâneos. Entre seus mais recentes projetos concluídos estão a recuperação do Ex-Arsenale, em La Maddalena, na Sardenha e a nova sede do jornal Corriere della Sera. Entre seus projetos em desenvolvimento destacamse a sede do Centro Regional do Mediterrâneo (Centre Régional de la Méditerranée), edifício multifuncional, com inauguração prevista para 2013, quando Marselha será a Capital Cultural da Europa (Boeristudio); dois eco-edifícios residenciais (il Bosco Verticale), em Milão (Boeristudio); projeto de recuperação e requalificação urbana do Policlínico de Milão, um dos mais importantes centros médicos da cidade (Boeristudio); pesquisa de novos protótipos
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para habitação social sustentável; desenho de novos espaços da rede ferroviária privatizada NTV; desenho de distrito em Skolkovo, “cidade da inovação”, em Moscou. Em parceria com Richard Burdett, Jacques Herzog e William MacDonough, Stefano Boeri integrou o Conselho de Arquitetura responsável pela criação das diretrizes urbanísticas para a Exposição de Arquitetura de Milão de 2015. Stefano Boeri is an architect, born in 1956 in Milan, and since April 2011 he is Councillor for Culture, Design and Fashion for the Municipality of Milan From 2004 to 2007 he was editor in chief of “Domus” international magazine. From 2007 to 2011 he was editor in chief of the international magazine “Abitare”. Professor of Urban Design at the Politecnico di Milano, he has taught as visiting professor at Harvard GSD, MIT, Berlage and Strelka Institute among others. He is the founder of “multiplicity”(www.multiplicity.it), an international research network dedicated to the study of contemporary urban transformations. Coauthor of different volumes such as Mutations (Actar, 2000), USE (Skirà, 2002), Cronache del Abitare (Mondadori, 2007), Biomilano (Corraini, 2011) and author of “Anticittà” (Laterza, 2011). Stefano Boeri, with his texts and reflections, is a regular contributor to several magazines and newspapers. His studio, Stefano Boeri Architetti (Stefano Boeri, Michele Brunello), is committed to the research and practice of contemporary architecture and urbanism. Recently completed projects include the recovery of the Ex Arsenale in La Maddalena, Sardinia and the new RCS – Corriere della Sera Headquarters. Projects currently under way include the design for a multifunctional building for the PACA Region on the Marseilles Waterfront (Centre Régional de la Méditerranée) scheduled to inaugurate in 2013, Marseilles European Cultural Capital (Boeristudio); two eco compatible residential towers (il Bosco Verticale) in Milan (Boeristudio); the project for the Policlinic of Milan, a large scale renovation of one of the city’s most prominent medical centers (Boeristudio); research on new prototypes for social and sustainable housing; the design of the spaces for the new Italian private train transport company, NTV; the design of one district for the city of the innovation of Skolkovo, in Moscow. Together with Richard Burdett, Jacques Herzog and William MacDonough, Stefano Boeri was part of the
Architecture Advisory Board in charge of developing the guidelines for the urban transformations to be implemented within the frame of the 2015 Milan Architecture Expo. URBZ A URBZ facilita a produção e troca de informação, conhecimento, ideias e práticas no sentido de melhorar as cidades para todos. Organiza seminários participativos, desenhos estruturais adaptáveis e desenvolve ferramentas para a web para comunidades urbanas e profissionais. A URBZ acredita que os moradores são especialistas em suas comunidades. Sua experiência cotidiana sobre os lugares onde vivem e trabalham constitui em um conhecimento essencial para o planejamento e para o desenvolvimento urbano. A URBZ está envolvida em comunidades em várias partes do mundo. Ela apoia a expressão individual, a participação nas bases e o desenvolvimento de baixo para cima e está comprometida com o compartilhamento de informações, no acesso aberto e na participação pública. A principal força da URBZ é a sua equipe que é composta de membros extremamente motivados e criativos de diversos campos, incluindo o planejamento, a arquitetura, o design, a antropologia, a economia e a tecnologia da informação. Possui escritórios em Mumbai e Genebra e seus colaboradores estão espalhados no mundo inteiro, em lugares como Mumbai, Goa, Genebra, Nova York e Santiago do Chile. Além disso, existe a sorte de ter um afluxo constante de estagiários brilhantes que se juntam a eles para aprenderem com seus projetos e sua metodologia exclusiva.
URBZ’ main strength is its team, which is composed of extremely motivated and creative members from diverse fields including planning, architecture, design, anthropology, economy and information technology. They have offices in Mumbai and Geneva and their collaborators are spread all over the world in places such as Mumbai, Goa, Geneva, New York and Santiago in Chile. In addition, they are lucky to have a constant influx of bright interns that join them to learn from their projects and unique methodology.
URBZ facilitates the production and exchange of information, knowledge, ideas and practices towards better cities for all. They organize participative workshops, design adaptable structures and develop web tools for urban communities and professionals. URBZ believes that residents are experts in their neighborhoods. Their everyday experience of the places where they live and work constitute an essential knowledge for planning and urban development. URBZ is engaged in communities in many parts of the world. They support individual expression, grassroots involvement and bottom up development and are committed to information sharing, open access and public participation.
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