Fôlego # 21

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MAR/ABR 2010 M

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N° 21

Aeromodelismo é diversão para todas as idades Se você quer aprender a pilotar sem a necessidade de curum avião se escola especializada, então sar uma esco embarque nesse hobby e prepare-se para voar Éri Santos Dumont, Érica Érika Neves e Geovana Érik Rodrigues Rodrig Demétrio Hilvy pratica aeromodelismo eromodelismo no o CIM FOTOO: ÉRIKA NEVES

Saiba ba mais

Em outros voos Em frente ao Centro de Convenções, na Avenida Washington Soares, pessoas de todas as idades se reúnem aos sábados, domingos e feriados para praticar o helimodelismo. Nascida há mais de 20 anos no Ceará, essa categoria do aeromodelismo utiliza réplicas de helicóptero em miniaturas. O instrutor de voo Emerson Bezerra, 38, tornou-se pioneiro desta prática em Fortaleza. “Meu primeiro helimodelo foi importado e custou US$1,2 mil”. Após deixar o equipamento na estante durante seis meses, por não ter um instrutor cearense e não conhecer quem fizesse helimodelismo no Estado, ele e dois amigos contrataram um instrutor vindo de São Paulo. As diferenças entre os mini-helicópteros e aviões não estão apenas na hélice e nas asas, mas na forma de manusear o controle, que pode ser utilizado pelos dois modelos. Quem pratica as duas modalidades afirma que aprender helimodelismo é mais difícil. “Achava que seria fácil pilotar um helimodelo, mas, quando

tentei, vi que as técnicas dele eram muito diferentes das de um avião. O helicóptero pode parar no ar, o avião não”, explica Emerson. Assim como os pequenos aviões, os helimodelos também variam de formatos, tamanhos e categorias. Se antes era somente à combustão, hoje, com um simples transmissor elétrico, os mini-helicópteros podem chegar à altura máxima de 1 mil metros e atingir velocidades de até 120 km/h. Os preços variam de R$ 3 a 5 mil. Para um dos amantes do helimodelismo, o aposentado Alberto Studart, 63, o hobby não ficou só na prática. Ele criou o blog “Diário de um velho helimodelista” (diariodeumvelhohelimodelista. blogspot.com) para registrar suas experiências aéreas, que já teve o acesso inclusive de praticantes de outros países. Para Alberto, além das vantagens como a sociabilização entre todas as faixas etárias, a modalidade proporciona aos praticantes um exercício mental e a interação familiar.

Quem passa e observa um grupo de pess pessoas controlando pequenas pequena aeronaves pode pensar que qu é brincadeira, mas, na vverdade, é um hobby levad levado a sério pelos praticantes. Cri Criado pelo francês Alphonse Penaud, em 1870, e praticado no n Ceará desde a década de 1950, 1 o aeromodelismo cruza os céus aeromodelism em vários bairros da capital cearense. Com tamanhos que variam de 15 cm (micro) a 10 m de envergadura – medidos de uma ponta a outra das asas – esses minimodelos de aviões podem alcançar até 1 mil metros de altura e desenvolver velocidades de até 300 km/h. A modalidade do voo circular controlado, no qual o aeromodelo fica ligado ao praticante por meio de cabos, não é mais tão utilizado. Atualmente, existem programas que simulam o voo, permitindo ao iniciante aprender a pilotar de forma prática e usando apenas o computador. “O simulador, para quem está começando, é superimportante, principalmente quando não tem um instrutor à disposição, pois tentar voar um aeromodelo sem antes saber como funciona é prejuízo na certa com a queda do equipamento”, explica o analista de sistemas Eduardo Ellery, 38. O preço dos aeromodelos varia de R$ 600 a R$30 mil. Existe a opção de utilizar aviões artesanais que podem ser construídos por meio de projetos, dicas e tutoriais disponíveis na Internet. A compra pode ser realizada em lojas virtuais, em grande parte do Brasil, no exterior, e também em Fortaleza.

Aeromodelo com turbina pode chegar a 300 quilômetros por hora

Onde praticar Cerca de 20 aeromodelistas se reúnem aos sábados e domingos no Porto das Dunas, próximo à Usina Eólica, para a prática deste hobby. Lá, são utilizados dois tipos de aeromodelos: o planador, que depende do vento para locomoção e funciona com o uso de controle, mas não apresenta motor, e o elétrico que utiliza alta tecnologia e possibilita a construção de modelos com tamanho e peso reduzidos. Há, também, aeromodelos com motor a explosão, os quais necessitam da queima de um combustível para voar. Outro local bastante procurado nos finais de semana é o Carrapicho, localizado dentro do Centro Administrativo do Estado no Cambeba. Nesse lugar, uma média de 30 pessoas

FOTOS: ÉRIKA NEVES

se reunem. Já o Centro Integrado de Modelismo (CIM), na Estrada do Fio, em Messejana, é indicado também para o uso de todas as modalidades, que não se restringe a aviões. O gerente técnico Cineas Neto, 43, já praticou helimodelismo (ver “Saiba mais”) e pratica também nautimodelismo, minibarcos, além do aeromodelismo. Outras categorias que utilizam miniaturas de carros, motos e modelos feitos necessariamente com material plástico também podem ser encontradas no mercado.

Serviço Fórum do Cineas: cineastv.com Confederação Brasileira de Aeromodelismo (COBRA): cobra.org.br/ Emerson Bezerra, instrutor de voo: 8722-1719


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Unifor realiza Festival de Atletismo onde os atletas podem melhorar seus tempos para futuras competições FOTOS: WALESKA SANTIAGO

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Só para mulheres Incorp Incorporado aos esportes olímpicos desde 1984, o Heptatlo, co como o nome já indica, é uma categoria que une sete outras modalidades do atletismo. Praticado exclusivamente por mulheres – a prova equivalente para o masculino é o deca decatlo -, o esporte exige das atletas extraordinário desempenho físico e mental, em dois dias de competição. As sempe modalidades são: moda

“Cansei de pular o muro pra poder praticar” Vice-campeã por duas vezes no Torneio Norte e Nordeste, Gilailce de Assis chega em primeiro lugar no Festival de Atletismo Unifor e prepara-se para as Olimpíadas no Brasil Wolney Batista

A primeira edição do Festival de Atletismo - Menor - Juvenil e Adulto aconteceu no dia 13 de março, no estádio de atletismo da Unifor. Vários atletas, de equipes diferentes, apresentaram-se em modalidades como: salto triplo, lançamento de peso e corrida dos 100m rasos. O Festival não tem premiação. O objetivo é melhorar o tempo dos atletas e, assim, garantir a vaga deles em grandes competições. Promessa no esporte, Gilailce de Assis conseguiu o melhor tempo na modalidade dos 110m com barreiras. Com a marca de 16 segundos, a jovem de 21 anos, praticante do heptatlo (ver quadro ao lado) ultrapassou a linha de chegada bem à frente de suas concorrentes. Antes de esboçar qualquer comemoração, a esportista foi em direção ao seu treinador e apontou seus erros durante a prova. “Eu não tava levantando muito a perna na hora de saltar”, confessa. A autocrítica e determinação são duas qualidades que a acompanham desde a época em que morava e treinava no Maciço de Baturité. Nascida

em Aratuba, Gilailce, até o ano de 2006, dividia sua rotina entre a família e a escola. Nesse ano, a Prefeitura da cidade resolveu investir em esporte e contratou um professor de atletismo para treinar jovens do município. Convidada a fazer parte da equipe, a estudante admite que, de início, tudo era brincadeira: “Eu não queria saber de nada. Só queria saber de festa, de viagem, vir de Aratuba para cá (Fortaleza)”. Mas o aparente descaso não durou muito. A estudante percebeu no esporte a oportunidade de uma carreira promissora. Determinada a empenhar-se no atletismo, ela não se desmotivou com as precárias condições oferecidas. “O lugar onde a gente fazia o salto triplo não tinha areia, tinha pedrinhas, aí, tinha que saltar com calça e casaco para não se ferir. Além disso, o terreno onde a gente treinava era fechado pela manhã. Cansei de pular o muro pra poder praticar”, lembra sorridente. Em 2008, a equipe de Aratuba veio a um campeonato em Fortaleza. Meses depois, o patrocínio dado pela Prefeitura foi suspenso e o grupo deixou de existir. Por indicação do então treinador Jerry Welton ao professor do curso de Educação Física da Unifor, Marcos de Lazaris, a jovem veio treinar no estádio de atletismo da Unifor. Após dividir apartamento por dois

meses com outra atleta, mais uma barreira foi vencida: Gilailce foi aceita no CNTA (Centro Nacional de Treinamento de Atletismo). O centro é patrocinado por uma parceria da Unifor, Caixa e CBAt (Centro Brasileiro de Atletismo), e, hoje, após dois anos de sua criação, dá apoio a 10 esportistas. Além de moradia, os atletas ganham uniforme e uma bolsa. Família e sonhos O único motivo capaz de tirar o sorriso constante do rosto da atleta é a distância da família.“Esse ano achei que fosse passar meu aniversário sem minha mãe, mas ela chegou de surpresa. Eu sou muito apegada aos meus pais e irmãos. É muito ruim ficar longe. Passo meses sem ir na minha cidade”, desabafa. A saudade só é vencida porque Gilailce tem dois objetivos bem definidos na vida. O primeiro é participar das Olimpíadas em 2016. “Eu não tô aqui à toa, tô treinando. Se eu conseguir baixar meu tempo até 12 segundos, eu vou [participar dos jogos]. Sei que é possível”. O segundo não tem nada de individual. Ela sonha com o dia em que poderá ajudar atletas que não tiveram as mesmas oportunidades. “Sei o quanto é difícil. Quero muito montar um centro na minha cidade e dar chance de outras pessoas de lá se destacarem”.

100 metros com barreira 10 obstáculos são colcocados e em cada pista ao longo do p percurso. Tocá-la ou derrubá-la n não gera nenhuma penalidade o ou desclassificação.

200 m metros rasos Prova clássica do atletismo, essa é uma modalidade essenc essencialmente de velocidade. No masculino, o jamaicano Usain bolt, detem o atual recorde mundial. 800 m metros rasos U Uma volta inteira de uma pista oficial mede 400 metros, sendo assim, os competidores dessa prova devem dar duas voltas completas no estádio. Nas Olimpíadas de 1984, o brasileiro Joaquim Cruz foi Ouro nesta modalidade. Salto em distância A prova é divida em três espaços. O primeiro é uma pista com no mínimo 45 metros de comprimento. O segundo, uma tábua de madeira no final da pista. E, por último, uma caixa de areia. A medição é feita da tábua até a marca mais próxima deixada pelo atleta. A e brasileira Maurren Maggi ganhou medalha de ouro nas últimas Olimpíadas em Pequim.

Salto em altura O atleta tem que ultrapassar um sarrafo elevado a uma certa altura, apenas com o impulso do corpo. Cada participante tem d direito a três chances. Caso ocorra empa empate na mesma marca, vencerá quem atingiu a altura na primeira ttentativa. t Arremesso de peso Criado na Escócia, esse esporte consiste em lançar uma bola de ferro que pesa quatro quilos para as mulheres. Apoiado pela mão e pescoço, o arremesso deve ser feito após a atleta girar em torno do próprio eixo. O lançamento deve ser feito pelos dedos e não com a palma da mão. Lançament Lançamento de dardo O dardo é u uma espécie de lança que, para as m mulheres, pesa 600 gramas e mede 2,7 metros. Para o lançamento ser válido, o chão deve ser toc tocado primeiro por sua ponta.

Caderno Fôlego - Fundação Edson Queiroz - Universidade de Fortaleza - Diretora do Centro de Ciências Humanas: Profa. Erotilde Honório - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Eduardo Freire - Professor Orientador: Alejandro Sepúlveda - Projeto Gráfico: Prof. Eduardo Freire - Diagramação: Aldeci Tomaz - Estagiários de Produção Gráfica: Luiza Machado, Patrícia Lima, Bruno Barbosa e Tamires Fontenele - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 500 exemplares - Edição: Gabriela Ribeiro - Redação: Érika Neves, Érica Santos Dumont, Geovana Rodrigues, Eduardo Buchholz, Lardyanne Pimentel, Jefferson Passos, João Bandeira Neto, João Paulo de Freitas , João Paulo Alves, Suiani Sales, Thamyres Heros Martins, Rafaela Lisboa e Wolney Batista.

Sugestões, comentários e críticas: equipelabjor@gmail.com


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Treinamento personalizado Para realizar exercícios em casa, ao ar livre ou em academias, muitas pessoas procuram orientação de profissionais exclusivos de Educação Física João Paulo de Freitas e Rafaela Lisboa

Mesmo com a correria do dia a dia e com pouco tempo para alimentação, muitas pessoas desejam estar sempre em forma, seja para se enquadrar em padrões estéticos ou apenas para ter uma vida saudável. A boa forma e a saúde provêm, principalmente, de dois aspectos: alimentação e exercícios físicos. No segundo caso, alguns preferem ter ao seu lado um profissional habilitado, o personal trainner. Condicionamento físico, saúde, emagrecimento e estética são alguns dos objetivos traçados na vida do profissional que promove bem-estar e qualidade de vida para muitas pessoas. É o que faz o personal trainner, profissional de educação física, pós-graduado na área de personal trainning (treinamento personalizado), professor de condicionamento físico particular, especializado na elaboração, prescrição e acompanhamento de exercícios físicos. A prática As atividades se iniciam após uma análise de perimetria (avaliação da condição física) do aluno. Só então o profissional elabora o programa a ser seguido, sem desprezar a individualidade e direcionando os exercícios para os objetivos requeridos pelo cliente. Após o término

Personal avalia condição física do aluno e acompanha de perto a execução de exercícios, o que otimiza os resultados para a saúde e estética corporal

do programa passado pelo profissional, é feita uma reavaliação física para se criar um novo programa, seguindo o desenvolvimento do corpo. A duração das aulas é aproximadamente de 45 a 50 minutos. Essa modalidade de prestação de serviço pode ser implementada na residência ou no local de trabalho do cliente, na qual o personal se desloca com o “Kit” de aparelhos ou

se adequa ao ambiente e seus recursos, em espaços públicos como parques, ruas de lazer, clubes, praças e praias; ou em ambientes privados, como academias e clínicas de treinamento personalizado. A importância de se ter um personal trainner é a atenção individual que o aluno tem. Diferente de uma academia, onde pode haver um professor para cada 60 alunos, o personal

acompanha o tempo de treino e de descanso do aluno, podendo elaborar o programa baseado no seu desenvolvimento com mais segurança, além de dar ao aluno um maior aproveitamento dos exercícios. A divisão dos exercícios no programa é feita a partir dos objetivos do aluno. “Geralmente as mulheres preferem malhar mais glúteo e coxa, então passamos para elas um programa mais

FOTO: SUIANI SALES

voltado para essa parte do corpo. Em um dia se malha parte anterior da coxa e panturrilha e no outro parte superior e glúteo, para que se malhe braço apenas um dia. Já para o homens, o preferencial é a parte superior do corpo, então passamos uma série de exercícios para peito e tríceps, outra de costa e bíceps e a última de coxa e panturrilha ”, diz o personal trainner Francisco de Assis Alves, 26 anos.

Valorização da profissão Um dos objetivos mais comuns entre as pessoas que malham é a hipertrofia (crescimento do músculo). No momento da malhação, há uma destruição das fibras musculares e só após 48 horas é que o músculo consegue se regenerar. Se há um exagero nos exercícios com o mesmo músculo, ele pode vir a sofrer uma queima e consequentemente uma diminuição, podendo vir a lesionar. Para que haja a hipertrofia, o músculo precisa de descanso, por isso o programa é elaborado com exercícios alternados. Temos que estar atentos, pois existem peculiaridades quando o assunto é atividade física. No caso de crianças, já ouvimos muitas vezes que elas não podem malhar e isso não é bem verdade. Elas precisam de um acompanhamento diferenciado, já que estão

em processo de formação óssea. O programa precisa ser mais leve, assim como os halteres utilizados, e cuidado no uso das máquinas. Para os idosos, o cuidado é o mesmo das crianças. No caso de grávidas, muitas pessoas não sabem, mas é aconselhável que se exercitem e que pratiquem a musculação. “Não podem malhar nos 4 ou 5 primeiros meses, devido à formação do feto, mas, a partir do sexto mês, pode tranquilamente. Claro, com cuidados especiais nos equipamentos e no programa. Não devem dar muita preferência à carga, mas malhar mais com o peso do corpo. Facilita o trabalho de parto e também na perca de peso pós-parto, por causa do metabolismo que estará mais acelerado”, afirma Assis. Os exercícios físicos não melhoram só o corpo de ges-

tantes e sim de todos que os exercem. Mas não basta fazer apenas exercícios, é preciso ter uma alimentação saudável, seguindo uma dieta balanceada, orientada por um profissional de nutrição, já que essa função não se encaixa nos serviços de um personal. É justamente pelo bom aproveitamento dos exercícios avaliados por personais, que essa profissão se tornou bem mais comerciável que outras na área de Educação Física. O treinamento dado por um personal vai além dos objetivos propostos pela prática comum, pois causa bemestar e é integrados à qualidade de vida e saúde. Uma das maiores vantagens desse ramo é o seu produto: a atividade física, quando orientada por um profissional da área, corresponde a expectativas

Profissional muda programa após reavaliação física do aluno FOTO: SUIANI SALES

dos clientes alterando por completo a forma de vida, de modo positivo. Segundo Fausto Arantes Porto, autor do livro ‘Como montar um centro de treinamento personalizado’, deve-

se fazer uma reflexão sobre sua vocação e desejo, não se deslumbrar apenas com os ganhos financeiros, essa escolha vai levar uma vida de dedicação e envolvimento pessoal.


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Luta tailandesa que pode ser praticada a partir dos 7 anos, o Muay Thai conquistou espaço em várias academias no Ceará e é utilizado em competições de MMA Suiani Sales

Chamada de “ciência dos oito membros”, pois ensina a seus praticantes usar as duas mãos, os dois pés, as duas pernas e os dois cotovelos para uma intensa troca de golpes contra seus oponentes, o Muay Thai envolve um treinamento intensivo para enrijecer as pernas, cotovelos, punhos e joelhos. Muay Thai é um esporte complexo que tem tradição na Tailândia e até hoje é o mais praticado no país, sendo idolatrado por toda a população. O esporte que conhecemos hoje, surgiu na década de 1930, quando foi criado o regulamento oficial do Muay Thai e as regras para sua prática. O esporte é uma técnica de luta de contato muito eficiente, pois envolve joelhadas, caneladas, chutes, socos, cotoveladas e sua prática é a mais próxima possível de um combate real. Durante os treinos, o praticante não aprende só a dar golpes, mas, também, a recebê-los. A técnica é eficiente por-

Fran começou a lutar para emagrecer e, hoje, sagrou-se campeã na modalidade FOTO: FABIANE DE PAULA

Muay thai é utilizado, também, como defesa pessoal, pois os lutadores têm como objetivo o nocaute

que é dinâmica. Hoje, é muito utilizada nos campeonatos de artes marciais mistas (MMA Mixed Martial Arts). Antigamente, os lutadores treinavam apenas com cordas enroladas nas mãos, e estas eram mergulhadas em cola com vidro moído ou areia. Com o tempo, o uso de luvas passou a ser obrigatório e as lutas passaram acontecer em um ringue de boxe – os participantes usavam proteção para a boca e a virilha. Os chutes circulares são um dos pontos fortes da técnica de ataque do muay thai. Para aplicar tal golpe, o lutador precisa fazer um movimento rotatório com o corpo todo. Em função dos movimentos giratórios, os lutadores também fortalecem os seus músculos abdominais. Outra peculiaridade é o uso da canela tanto para a defesa como para o ataque. O antebraço também é bastante utilizado na defesa. O praticante do esporte visa o nocaute e não marcar pontos . Os golpes são dados sequencialmente e não isolados. Muitas técnicas de Muay Thai usam todo o movimento do corpo, em que o praticante gira os quadris em cada chute, soco ou bloqueio.

Título Mundial No Ceará, o esporte vem se difundindo mais a cada dia. Recentemente, o cearense Willamy “Chiquerim”, 22, derrotou o japonês Kenishiro Togashi e se tornou campeão mundial da categoria Shooto. O cearense faz parte da elite brasileira de atletas no esporte e difunde a modalidade por todo o estado, por meio de apresentações e com uma academia particular para a prática do esporte. O professor Marcelo Marques Rodrigues, 34, possui graduação preta (o que lhe confe-

FOTO: FABIANE DE PAULA

re a experiência de instrutor) pela Confederação Brasileira de Muay Thai e começou como aluno em 1999. Atualmente, faz seis anos que ensina o esporte. Somente ele e mais três professores em Fortaleza possuem certificado obtido na Confederação Brasileira. Rodrigues afirma que a prática não possui contra-indicações, pois quem se propõe a esse intenso treino, só tem a ganhar. A perda calórica em cada aula vai de 800 a 1000 calorias. Os atletas ganham resistência, massa magra, co-

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Técnicas de luta das oito armas

A guarda: As mãos do lutador ficam fechadas ou semiabertas, devendo, ainda, proteger o queixo.

Gancho: é um golpe que utiliza as mãos fechadas, sendo executado de baixo para cima tendo como alvo o queixo do oponente. É executado a média distância para a eficiência do golpe.


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ordenação motora, há definição muscular, entre outros benefícios. O professor ressalta que possui alunos entre sete e 60 anos de idade, ou seja, é um esporte que pode ser praticado por qualquer pessoa. Ele diz que procura incentivar os alunos a não serem violentos quando estão na rua ou até mesmo no treino, mas já chegou a expulsar um aluno por não estar portando-se de maneira adequada. Por ser uma luta diferenciada, muitas mulheres têm procurado o esporte como forma de exercício físico. “A melhora e definição no corpo delas é muito rápida”, diz o professor. O aluno Genilson Pinheiro, 17, é um dos destaques cearenses da atualidade. Ele acompanhava um vizinho do bairro para os treinos, e, a partir disso, começou a interessar-se e praticar o esporte. Já faz cinco anos que treina. Participou de quatro lutas casadas (competições organizadas pelos treinadores dos alunos), ganhando todas. Foram três de Muay Thai e uma de boxe. Pinheiro pretende seguir carreira de lutador e nunca se machucou treinando ou até mesmo competindo.

Artigo

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Thamyres Heros

Breve reflexão sobre as torcidas organizadas

Golpes utilizam as atirculações, como os joelhos e cotovelos

FOTO: FABIANE DE PAULA

completa dois anos de treino e pretende seguir carreira de lutadora. Participou de três lutas e foi duas vezes vencedora do campeonato interno do Rino´s Top. “Uma vez fui abordada por um ladrão,

A prática do esporte aumenta a flexibilidade e ajuda na definição corporal FOTO: FABIANE DE PAULA

Genilson se declara um apaixonado pelo Muay Thai. Adesão feminina A explosão do esporte é um fenômeno percebido de perto pelos que frequentam academias de ginástica e por quem é do universo das artes marciais. A aluna Francimary Silva Tavares, 19, afirma que sua mãe não gosta que ela pratique, mas há uma aceitação do restante das pessoas que convivem com ela. “Os meus amigos acham legal eu praticar Muay Thai”, diz ela. Fran, como é chamada, entrou no esporte porque queria perder peso e acabou gostando. Neste ano de 2010, a aluna

mas reagi à tentativa de assalto dando um susto nele. Fiquei na posição de ataque do Muay Thai e ele foi embora sem levar nenhum pertence meu”.

Cruzado: é um golpe que cruza a linha frontal da guarda do oponente. É executado a média distância.

Joelhadas: As joelhadas são potentes e podem ser aplicadas em clinche ou não, em diferentes partes do corpo.

Serviço ç

Onde praticar Academia Corpo em Ação Fone: 3243-6279 B2 Academia Fone: 3273-4544 Academia Atlética Fone: 3262-2260

Chute Circular: Esta é a técnica de chute mais usada. Utiliza-se a canela para golpear o adversário com força.

Em toda a história do futebol, sempre houve a manifestação de torcidas espontâneas. De acordo com Correia Sobrinho, autor do artigo “Torcidas organizadas de futebol: metamorfose de um fenômeno de massa”, primeiro elas apareceram como torcidas voluntárias que se uniam por simples afeição aos times e prazer de assistir aos jogos. Com o tempo, diversas facções surgiram e modificaram-se, agregando valores antes inexistentes. Hoje, são mais autônomas e na maioria das vezes agem de acordo com os princípios dos torcedores e não com as bandeiras levantadas pelos seus respectivos times. Parece contraditório, mas certas atitudes das torcidas podem influenciar diretamente nos jogos e nem sempre de forma positiva. Como no caso de violência contra o ex-jogador do Palmeiras, Vagner Love, que foi ameaçado e agredido por integrantes da torcida organizada ao sair de uma agência bancária, no final de 2009. Isso gerou medo não só no atacante do time, que se preocupava com sua segurança e de sua família, como também em outros jogadores que se sentiam ameaçados e cogitaram sair do time. Uma torcida organizada ou uniformizada refere-se a torcedores profissionais de um clube esportivo. Essas associações geralmente tomam pra si um mascote e, a partir dele, é feita divulgação e comercialização de uma série de produtos envolvendo a marca da torcida. Uma forte característica dessas torcidas é o uso de canções e hinos em que é frequente o uso de palavrões, especialmente quando se refere aos rivais, os quais também são vítimas de provocações e chacotas. Às vezes, também são utilizados gritos políticos

ou de protesto e referentes aos técnicos e árbitros das partidas. Outra forma de manifestação se dá por meio de símbolos e gestos corporais feitos com mãos e braços, a partir dos quais muita confusão é gerada. O envolvimento das torcidas organizadas em atos de severa violência já é um estigma desse segmento torcedor. De acordo com a professora e psicóloga Rosita Paraguaçu, isso se deve a uma má formação pessoal do indivíduo, que ocorre primeiro na família, depois no âmbito da escola e termina seu desenvolvimento já na adolescência, quando começam a se formar os grupos sociais. Nesse momento, o indivíduo carente de oportunidades e aprendizado escolhe um refúgio nos grupos que cometem violência. Outra hipótese seria que eles cometem atos violentos para se sentirem aceitos e deterem um certo poder dentro do grupo e, dessa forma, protegerem-se. A violência seria uma forma de conseguir seus objetivos a qualquer custo. Dentro desse contexto, o Estado age no sentido da repressão, colocando policiais para inibir os atos violentos, quando seria mais eficaz usar de medidas preventivas. Isso seria possível se existissem medidas mais eficientes na formação pessoal e social das pessoas, dando-lhes direito a uma educação de qualidade e condições às famílias de formar melhor seus integrantes, não apenas com auxílios financeiros - que também são importantes -, mas, principalmente, agindo na formação psicológica e familiar, que é onde tudo começa. Assim, proporcionaria a real formação de cidadãos. (Estudante do 5° semestre de Jornalismo na Unifor)


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Futebol com bola oval Cangaceiros, jogam os Dragões do Mar, Jaguars, ASR Gladiadores, Artifices e Fênix Ceará. Sem perspectivas de financiamento, exceto os Cangaceiros que são apoiados por uma faculdade, os outros times cearenses não contam com apoiadores ou patrocinadores. Cada jogador custeia suas próprias despesas, e, assim, a prática da atividade não consegue o destaque esperado. “Nossa situação é extremamente amadora, apelamos sempre para o bom patrocínio. Os campeonatos disputados no Estado chegaram a ter apoio, principalmente, do jornal O Povo, da FIC e da Prefeitura”, destaca o jogador Felipe Pinho, do Dragões do Mar. Não é o que acontece nos Estados Unidos. Lá, a Liga Nacional de Futebol movimenta tanto dinheiro que, por exemplo, um dos principais times, o Dallas Cowlboys, foi avaliado em US$1,612 bilhões. E a liga recebe, de cinco canais de TV juntos, cerca de US$3,1 bilhões pela venda dos direitos de transmissão. Em Fortaleza, boa parte dos times usam a área do aterro da Praia de Iracema como local para treinamento, sempre realizado nas tardes de sábado. A maioria deles aceita novatos em qualquer época do ano. Os Dragões do Mar e os Cangaceiros fizeram recentemente seus try-outs (teste de seleção). Felipe Pinho ressalta que falta infraestrutura, mas, mesmo assim, incentiva a prática desse esporte. “Nossa área de treinamento ainda precisa de algumas melhorias, como a instalação de chuveiros. Nossa alternativa para o pós-treino é o banho de mar, na ausência de uma fonte de água doce. Vale lembrar que são todos bem-vindos para a prática do futebol americano”.

Você já deve ter assistido a cenas de futebol americano e ficado curioso em saber como são as regras desse esporte que se pratica com uma bola oval Eduardo Buchholz , Lardyanne Pimentel e João Bandeira Neto

O futebol americano é um jogo estratégico, onde um time, obrigatoriamente, ataca, enquanto o outro se defende. Em cada campanha (como é denominado o ataque), o time que ataca tem quatro chances para avançar, no mínimo, dez jardas. Uma vez concluída a investida, o time mantém a posse da bola e ganha mais quatro oportunidades para avançar a mesma distância. Essa campanha acabará após o time concluir com um “touchdown”, quando não tiver êxito com o avanço das dez jardas ou for interceptado pelo time que defende. Assim que se conclui uma campanha, outra se inicia, com a inversão dos times: quem atacou passa a defender e quem estava defendendo vai para o ataque. O esporte chegou ao País nos anos 1960 por meio das transmissões da TV Tupi (atualmente, os jogos são transmitidos pela ESPN e BandSports) e passou a ser praticado nas praias do Rio de Janeiro na década de 1980. Hoje, os seguidores dessa modalidade esportiva estão espalhados por todo o País. No Ceará não é diferente. Na terra da luz No Ceará, o futebol americano é praticado há oito anos. A equipe pioneira no Estado e no Nordeste foi a FIC Cangaceiros, da Faculdade Integrada do Ceará. Representados, desde 2008, pela Federação Cearense de Futebol Americano, existem hoje cinco times praticando o esporte no Ceará. Além dos

Atleta do Dragões do Mar de Fortaleza, campeão cearense de 2009, em aquecimento

FOTO: DIVULGAÇÃO

Campeões

Campeões Cearenses Time: Dragões do Mar de Fortaleza Título: Ceará Bowl 2009 e Taça Fortaleza 2009

Time: Ceará Cangaceiros Título: Nordeste Bowl em 2008

Campeão Brasileiro

Maiores Campeões da NFL

Time: Rio de Janeiro Imperadores Título: Torneio Touchdown 2009

Time: Pittsburgh Steelers Títulos: 6 títulos

Nossos Times Ceará Cangaceiros Dragões do Mar de Fortaleza Jaguars Fortaleza ASR Gladiadores Ceará Artifices Fênix Ceará

Time: San Francisco 49ers Títulos: 5 títulos

Time: Dallas Cowlboys Títulos: 5 títulos


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Sprint

Anabolizantes podem causar danos à saúde

Fórmula 1 dos Mares movimenta RJ FOTO: DIVULGAÇÃO

Na busca pela perfeição corporal, muitas pessoas acabam por ingerir substâncias para aumentar o volume e a força muscular que alteram o sistema fisiológico

O Rio de Janeiro sediou a etapa brasileira do Mundial Classe 1, conhecida como a Fórmula 1 dos Mares. Na modalidade, os barcos esportivos atingem cerca de 270km/h. A competição foi realizada na Bahia de Guanabara, no final do mês de março, e contou com sete barcos de cinco equipes internacionais disputando duas corridas, uma no sábado e outra no domingo. A vencedora foi a dupla dos Emirados Árabes, Arif Al Zafeen e Nadir Bin Hendi. Seus compatriotas Abdullah Al Mehairbi e Mohammed Al Marri terminaram em segundo. O primeiro lugar era de quem completasse as 16 voltas do circuito ou de quem estivesse na liderança caso a prova tivesse chegado ao limite de 45 minutos. A etapa brasileira marca o início da temporada do circuito mundial, que ainda passará pela Noruega, Suécia, Romênia, Itália, Abu-Dhabi e Dubai.

João Paulo de Freitas e Gabriela Ribeiro

Campeonato Brasileiro

Diversos são os produtos que prometem definição corporal em pouco tempo. Acreditando nessa promessa, as pessoas procuram a saída mais fácil. Dentre os produtos, os suplementos alimentares e os anabolizantes são alguns dos mais procurados. Os suplementos alimentares são complementos para a alimentação de atletas ou praticantes de atividade física que, mesmo com uma alimentação balanceada, não conseguem suprir a necessidade de nutrientes básicos, como proteínas, aminoácidos ou vitaminas. Para a educadora física Mabel Dantas, 26, o uso deve ser discriminado. “Eu só aceito o uso de suplementos alimentares indicados por nutricionistas quando estes avaliam o paciente e acham necessário, por questões de carência na alimentação ou para um melhor desempenho na modalidade que o atleta escolheu. Com uma alimentação balanceada, geralmente, não há necessidade”, afirma. Há problemas com o controle dos suplementos porque não se sabe a real eficácia que eles têm. Já os anabolizantes são também chamados de esteróides anabólicos e constituem-se de testosterona e seus derivados produzidos em laboratório. O hormônio favorece o aumento das fibras musculares, aumentando o tamanho dos músculos e a força física. Foi desenvolvido para tratar crianças com atraso no desenvolvimento ou que ficaram muito tempo acamadas e perderam a musculatura. São mais efetivos que os suplementos no crescimento muscular, mas podem trazer mais efeitos colaterais.

Esteróides foram desenvolvidos para auxiliar a recuperação de doentes

morte. Também podem surgir lesões no fígado, câncer e inversão das características sexuais: o homem fica feminilizado e a mulher, masculinizada. Oliveira ressalta, também, que os efeitos variam de acordo com a sensibilidade individual. Há algumas pessoas que desenvolvem diversos sintomas com poucas doses de anabolizantes e outras não apresentam nenhum problema mesmo depois de muitas doses. A ânsia pela perfeição corporal faz com que muitos não considerem os efeitos colaterais provocados pelo uso de anabolizantes, ignorando os conselhos de médicos e educadores físicos. Não há dados que revelem o número exato de usuários de anabolizantes e de suplementos no Brasil. No entanto, o médico Osmar

FOTO: DIVULGAÇÃO

Oliveira acredita que de 100 ampolas de esteróides produzidas no País, 1 é utilizada por atletas e 99 por frequentadores comuns de academias. A professora de Educação Física Mabel Dantas não recomenda o uso de anabolizantes para nenhum aluno por causa dos possíveis efeitos colaterais. No entanto, alguns comerciantes do produto se preocupam apenas em vender e agem de forma irresponsável. Apesar dos inúmeros esclarecimentos, muitas pessoas preferem ignorar as orientações dos especialistas e voltamse para os efeitos instantâneos que esses produtos trazem. A assessoria do Conselho Regional de Educação Física (CREF) afirma que “esses indivíduos tomam caminhos mais curtos e se esquecem da saúde. Todo atalho de velocidade no ganho muscular traz consequências a médio e longo prazo”.

Falta de turistas preocupa Fifa A Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado) e o Comitê Organizador do Mundial da Copa reconheceram, na semana passada, que a venda de ingressos para torcedores estrangeiros estava abaixo das expectativas e apontaram a crise econômica internacional como a principal causa da desistência de muitos deles. Os preços abusivos em muitos hotéis da África do Sul e a falta de passagens aéreas desanimaram muitos torcedores. Algumas companhias aéreas já reduziram seus preços e a Fifa disse acreditar que outros setores da economia deveriam começar a fazer o mesmo. Ainda há vagas em muitos dos hotéis de três, quatro e cinco estrelas de todas as cidades-sede.

Nova dupla no vôlei de praia

FOTO: DIVULGAÇÃO

O vice-campeão olímpico em Pequim-2008, Márcio, se juntará ao medalhista de ouro em Atenas-2004, Ricardo, após a etapa de estreia do Circuito Mundial, em Brasília, na próxima semana. A dupla começa uma nova fase de treinamento, buscando o entrosamento necessário para as conquistas. Ao lado de Márcio, dono de uma das melhores defesas do mundo, Ricardo espera que o time seja muito forte.

Copa Nordeste está de volta

ILUSTRAÇÃO: ITAMAR NUNES

Obstáculos De acordo com o médico Osmar de Oliveira, em artigo publicado no site Brasil Medicina, a substância tem mais de 60 efeitos colaterais listados, que variam desde o nascimento de espinhas no rosto até a

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Terminado o Campeonato Cearense, chega o grande momento do futebol nacional. Estreia, dia 8 de maio, o Campeonato Brasileiro 2010, que conta com a participação de 20 clubes de 10 estados brasileiros. Entre eles, está o Ceará, que volta à elite do futebol nacional depois de 16 anos. O primeiro jogo do alvinegro será contra o Fluminense no Castelão. De Juazeiro do Norte, vem o representante do estado na Série B, o Icasa. O “verdão do Cariri” joga na segunda divisão contra o Santo André. Já o Fortaleza, rebaixado em 2009, inicia a batalha pelo retorno a partir de 18 de julho. O tricolor está no grupo formado por representantes do Norte.

FOTO: DIVULGAÇÃO

A CBF decidiu pelo retorno da Copa do Nordeste, que não era disputada desde 2003. A competição começará no dia 9 de junho e ficará a cargo da Liga dos Clubes do Nordeste. Assim como em anos anteriores, na primeira fase ocorrerá em sistema de pontos corridos, classificando os quatro primeiros para as semifinais que serão disputadas em uma única partida. A previsão é que o campeonato termine no dia 1º de dezembro. Os participantes da Copa Nordeste 2010 serão: Bahia, Vitória, Fluminense, ABC, América, Sport, Náutico, Santa Cruz, Ceará, Fortaleza, Sergipe, Confiança, CRB, CSA Treze e Botafogo da Paraíba.


8

SOBPRESSÃO

FÔLEGO

MARÇO / ABRIL DE 2010

Entrevista

Uma vencedora de garra Mulher gentil, sorriso fácil e simpático. A história de Hedla Lopes, 53, sempre foi de superação. Começou a praticar esportes aos 11 anos, por recomendação médica, pois sofria de escoliose. No alto de seus 1,61m, quebrou mais uma barreira ao tornar-se a primeira mulher do NorteNordeste a competir e vencer etapas nacionais e internacionais da modalidade mais desafiadora de triathlon, o Iron Man. A competição consiste em maratonas de natação (3.800 metros), de

Jefferson Passos e João Paulo Alves

Fôlego - Você perdeu recentemente o seu treinador... Hedla Lopes - Sim. Eu tinha o professor Telmo Gomes, que perdi há pouco tempo, em um acidente de moto. Aí tive de pegar um treinador de Brasília, que é campeão mundial de Triatlo, Leandro Macedo. Estou com ele há sete meses. Tenho também nutricionista, professor de musculação (na sua própria academia), psicólogo. Tudo que eu puder ter, eu procuro obter, aproveitando o meu momento. Hoje, estou com 51 anos e não sei como vai ser com 52 ou 53. Então, eu tenho o agora. O depois, a Deus pertence. F - Qual a importância da família para um atleta do Iron Man? Na reta final de uma competição isso pode influenciar? H - Influencia bastante. Tem que estar tudo em harmonia e nem sempre é possível. Tem cobranças. Eu já fui casada. Uma vez na natação, ele não gostava que eu nadasse, mas eu nadava. Aí separei. Imagina se fosse Triatlo? Natação já achava ruim, imagina pedalar, correr e nadar. Três em um pega mais tempo, mais dedicação. Então, é muito difícil, precisa do apoio da família e dedicação. Agora fica mais fácil porque a minha filha é nadadora. É ruim quando “bate” [choque de horários]. Eu tenho uma competição em um lugar, ela tem em outro. No ano passado, eu tava no Havaí e ela tava em Mococa, São Paulo. Às vezes “bate” as coisas e ela gosta que eu esteja presente. Mas, algumas vezes, isso não é possível. F - Como você divide as tarefas e o seu tempo para administrar família, uma escola de natação, uma academia e ainda cuidar do seu preparo físico para as competições? H - Eu administro a academia, mas, hoje em dia, não dou muita aula. É muita coisa, pois administrar é pior do que dar aula [risos]. É muita responsabilidade. F - O que você pensa do patrocínio do Governo e da iniciativa privada dada ao atleta? H - Da iniciativa privada, eu nunca consegui nada. Apoio, às vezes eu tenho do Governo. Na natação eu tive muito apoio do Governo do Estado. Para ir ao Havaí, em Kona, eles me deram as passagens. Até o ano passado, eu tinha a ‘bolsa-atleta’, mas é mais apoio. Na verdade, o Triatlo tem custo muito alto. Eu preciso de um preparador lá de Brasília, eu tenho o psicólogo, o nutricionista, o preparador da musculação, os suplementos.

ciclismo (180 quilômetros) metros) e de corrida (42 quilômetros). Hedla só iniciou niciou o treinamento para o Iron Man aos 45 anos. os. Em três anos, já ostentava em seu currículo o topo do ranking cearense. Dona de academias que levam seu nome, expõe nas paredes recortes de jornais, medalhas e troféus que transmitem m a ousadia de uma mulher que superou preconceitos ceitos e sonha em preparar a nova geração para as olimpíadas. Abaixo, a conversa do Fôlego com a atleta. F - Como se faz um campeão de Iron Man? H - Primeiro tem que querer, né? Você tem que querer e fazer. zer. Porque, às vezes, muito atleta quer uer ser campeão mas não faz por onde nde ser. Então, acho que tem muita dedicação, tem que ter espírito de sacrifício, acrifício, objetivo e disciplina. Você ocê não pode sair do foco, tem m que ser muito direcionado ado a isso. E, às vezes, vocêê fica viciado em fazer exercício. ercício. E aí fica difícil. Nessee momento, algumas vezes, há desacordo, esacordo, porque você fica viciado e acha cha que é só aquilo. Aí, tem que trabalhar a parte mental e espiritual. Para ir a um Iron Man an desses, é necessário ter as três coisas. Um equilíbrio. íbrio. F - Você trabalha com futuros atletas na sua academia. Você já os prepara para as Olimpíadas de 2016, no Rio o de janeiro? H - Eu tô de olho, sim, m, nos meus alunos aqui da academia. Poder abrir rir a cabeça deles, porque no Ceará é muito difícil fícil também para os atletas. Aqui tem muito forró e muita festa. Como nós temos que treinar ar todo dia, isso tira muito o atleta do foco. Se você não tiver um pai presente pra lhe tirarr “dali”, colocar “aqui”, fica mais difícil. Em Brasília, sília, tudo funciona para o atleta. O lago funciona na pra natação, tem corrida de rua, competições com duas a cinco mil pessoas participando. F - Qual a última realização ealização ou o sonho que a Hedla quer realizar? r? H - É aprimorar, cada vez mais, na minha vida, assim como na academia. Crescer mais no sentido de oferecer ecer mais condições para os atletas, ganhar mais conhecimento. Ver mais o lado dos meus atletas. Como atleta, pessoalmente, gostaria aria de trazer melhores resultados, fazer uma a prova melhor em Kona. Eu acho que eu provei, ovei, assim que eu fui pro Triatlo, que tenho condições. Coloquei na minha cabeça: “eu vou u ser a melhor triatleta do Ceará”. As pessoas, às vezes, riam quando eu dizia alguma coisa parecida por causa da minha idade e aquilo me fortalecia. As meninas tinham uma média de 25, 26 anos. Quando eu entrei, ganhei da melhor triatleta do Ceará. Levei três anos. Mass eu ganhei.

Serviço Academia Hedla Lopes es Rua Vicente Lopes, 627, 7, Cidade dos Funcionários. Telefone: 3279-7428 428

Hedla Lopes já conquistou diversos prêmios na sua modalidade de triathlon, o Iron Man FOTO: JOÃO PAULO ALVES


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