Cupons com descontos garantem o movimento nos motéis de Fortaleza durante todo o ano. Página 7
A compra e venda de milhas se popularizou, apesar de não ser permitida pelas companhias aéreas. Página 5 JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009
Eu vou
Anúncio veiculado no jornal “Diário do Nordeste” no dia 08/09/09 Isabelle Leal e Renata Frota
“Você vai sentir seus olhos pesados e, quando eu contar até 10, você fará tudo que eu mandar”. Essa provavelmente é a frase que muitos associam com a hipnose. Porém, o preconceito faz com que a hipnoterapia seja ignorada enquanto tratamento válido e eficaz para diversas patologias. Traumas, fobias, vícios, depressão, gagueira e bruxismo. Esses são alguns dos problemas para os quais a hipnose pode ser tratamento auxiliar e acelerar o processo de cura. Por definição, hipnose é um estado alterado de consciência, natural ou induzido, que pode ser utilizado como recurso no tratamento psicológico e apenas não é indicado para pacientes psiquiátricos, como os psicóticos ou esquizofrênicos. No Brasil, a hipnose é reconhecida e aceita pelas entidades
de classe médica, odontológica e psicológica. Entretanto, há cursos livres que qualificam leigos. Como o tratamento é individual, não há uma regra pronta em relação ao tempo para resultados, porém é comprovada a aceleração quando aliado aos tratamentos psicológicos. Segundo o hipnoterapeuta Rogério Castilho, “a hipnose atua entrando em contato com o inconsciente de quem apresenta alguma situação indesejada. Ali estão depositadas as memórias, as vontades e as crenças da pessoa. Crença aqui não tem conotação religiosa, mas de verdades individuais”. Para o hipnoterapeuta Leon Lopes, o uso da hipnose vai além dos tratamentos psicológicos. “Se uma pessoa contrair uma gripe e ela estiver deprimida, o seu sistema imunológico será afetado e o organismo terá mais dificuldades para se curar. Quando o uso da hipnose visa à promoção da saúde, a hipnose pode ser utilizada na maioria das situações, pois trata-se de uma abordagem que buscará apaziguar os conflitos psicológicos e promover o bem-estar”. Durante a hipnose, o paciente entra em transe, um estado altamente focalizado e intensificado da atenção onde a realidade passa a ser apenas a proposta pelo hipnoterapeuta ou pelo próprio paciente. “Todos os estímulos que antes
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cida como Hetero Hipnose; e a auto-hipnose, feita em si mesmo. A auto-hipnose é segura. Porém, deve-se ter consciência de que “tudo o que é dito e pensado durante o transe tem um impacto maior do que em outros momentos”, alerta Odair Comin. Fabricio Correia afirma
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Multidisciplinar Odontologia, Psicologia e Medicina são os três campos da saúde nos quais a hipnose pode ser utilizada. Em pacientes com alergia à anestesia ou fobia de agulhas, a hipnoanalgesia é muito eficaz. O relaxamento profundo proporcionado pela
hipnose também é útil em pacientes que tem medo de dentista. Mas é na psicologia que essa terapia encontra maior resistência, pois “apresenta resultados imediatos, como curar uma fobia em 5 minutos, e academicamente, isto é ‘impossível’, explica Odair Comin.
Histórias e curiosidades do transe se faziam presentes, deixam de ‘existir’, para dar lugar a apenas um, aquele que está ocupando toda a sua energia psíquica, a que sua mente está se detendo”, define o psicólogo especialista em hipnose Odair Comin. Se existe uma dúvida entre os pacientes e todos os terapeutas citam é quanto ao nível de consciência do hipnotizado durante a sessão. O hipnólogo português João Morais ameniza os receios com relação a isso: “ninguém pode ser hipnotizado se o não quiser e, em hipnose, não fará ou dirá nada que não fizesse ‘acordado’”. Por não haver restrições no Brasil, a hipnose pode ser praticada por qualquer pessoa. “Não há legislação que regularize o uso de psicoterapias. Apenas de terapias físicas e biológicas. Portanto, o campo está aberto para todos os tipos de uso, sejam eles éticos ou não”, ressalta o psicólogo Leon Lopes.
Da hipnose física à verbal Existem dois principais tipos de hipnose: a Clássica e a Ericksoniana. A Clássica envolve contato físico, a Ericksoniana é basicamente verbal. Contudo, muitas outras classificações também existem: a hipnose de Palco, que é basicamente um show, como visto em programas de TV; a que é feita em outros, conhe-
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Wal to:
hipnotizar
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que a auto-hipnose o curou. “Há quatro anos pratico autohipnose e me dou muito bem. Estou curado de uma insônia e uso a auto-hipnose para dores e concentração”. Empolgado com os resultados, ele é estudioso da área e pretende estagiar voluntariamente em hospitais de Miami, nos Estados Unidos, onde reside.
A palavra Hipnose provem do latim “Hipnos” e significa sono.
suficiente para atuar sobre o funcionamento do corpo.
Hipócrates, Pai da Medicina, já afirmava que “as dores de que padecem o corpo e a alma podem ser vistas com os olhos fechados”.
O médico vienense Franz Auton Mesmer foi o primeiro a usar a técnica da hipnose em tratamentos.
Há provas de que Egípcios, Assírio-babilônicos, Romanos, Azstecas e Mayas já utilizavam a técnica da hipnose para curar enfermidades. No século X, o filósofo e médico iraniano Avicenna pregava que a imaginação tinha força
Em 1843, o médico inglês James Baid publicou o primeiro tratado científico sobre a técnica, intitulando a obra como “Hipnose”. Freud utilizou a hipnose em clínica durante dez anos, ajudando seus pacientes a “pôr para fora” sentimentos reprimidos pela própria mente.
Mitos x Verdades Há vários mitos que envolvem a hipnose. Veja as verdades segundo o Grupo Hipnose Clínica do Instituto Brasileiro de Hipnologia. Mito A hipnose é causada pelo poder do hipnólogo Verdade Para que a hipnose aconteça é necessário interação e confiança. Por isso, depende tanto do paciente quanto do hipnólogo.
Mito Hipnose é sono. Verdade A hipnose não é sono. O paciente não dorme, uma vez que a hipnose é um estágio anterior ao sono. A pessoa ficará relaxada, porém alerta. Mito O hipnotizado pode ficar “preso” no transe e não voltar mais. Verdade Não se fica preso ao transe. O máximo que pode acontecer é o paciente cair em sono e permanecer nele até o momento de acordar, o que é natural quando se dorme.
Mito O hipnólogo controla os desejos do paciente Verdade O hipnotizado não fará nada além do que faria se estivesse acordado. A vontade do paciente não enfraquece.
Mito O hipnotizado revela seus segredos Verdade O hipnotizado terá a oportunidade de relembrar fatos há muito esquecidos (hiperamnésia), no entanto só falará aquilo que deseja e acha seguro.
Mito O estado de hipnose leva à perda da consciência. Verdade O paciente não perde a consciência. Ele estará ciente de tudo o que acontece e ouvirá o hipnólogo.
Mito A hipnose é perigosa. Verdade Assim como qualquer tratamento, se realizada por um profissional capacitado e competente, a técnica não oferecerá nenhum perigo.