Apesar da tensão gerada pela crise financeira mundial, o setor automobilístico no Ceará continua crescendo. Página 2
CLASSIFICADO
dáNOTÍCIA JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR
NOVEMBRO / DEZEMBRO DE 2008
Agências matrimoniais facilitam o encontro de pessoas que buscam pelo tão sonhado casamento. Página 4
ANO 5 N° 17
Classificados na rede virtual
Anúncio veiculado no jornal “O POVO” no dia 10/11/08 Bárbara Barroso e Nathália Bernardo
Os motivos para o uso de sites como classificados são muitos. A internet oferece espaço para fotos, para compra e venda on line, tem um alcance maior que os jornais, não se paga para olhar os anúncios e, em alguns casos, não se cobra pelo acesso. “Com a internet nós mudamos o conceito de visitação de imóveis”, diz Apollo Scherer, presidente da Ceará Rede de Imóveis (CRI) e dono de imobiliária, sobre anunciar na internet. Há dois anos, para comprar um apartamento, por exemplo, era necessário ir até o imóvel a ser avaliado. Caso não agradasse o cliente, todo o processo recomeçaria do ponto de partida, geralmente, a imobiliária ou o próprio
Convergência. O anúncio de jornal ganha um complemento interativo com página na internet
jornal classificado. Com a utilização da internet, o cliente já analisa os imóveis disponíveis no site da imobiliária, de onde ele estiver. Depois de ver as fotos e as características apresentadas no anúncio virtual, o interessado seleciona os locais que quer ir, sem desperdício de tempo, nem
dele, nem dos agentes imobiliários. Por essas vantagens, a vendedora Carla Moneza tentou convencer o patrão a anunciar na internet, mas ele não gostou da idéia por “confiar mais no jornal”. Credibilidade é a principal arma dos jornais impressos junto ao público. Para
FOTO: MIILENE HAEER
Alessandra Sena, que anuncia nos classificados, a internet tem muitas vantagens, “mas ainda não é confiável como o jornal”. Ela exemplifica, “se quero comprar um carro, como vou saber se o site que anuncia é mesmo confiável? E se não confio no site, como vou confiar no anúncio?”.
A supervisora de vendas do Diário do Nordeste, Patrícia Belezia, explica que o anúncio colocado nos classificados de um jornal é de responsabilidade do anunciante, mas confirma que esses anúncios merecem mais confiança, pois “o jornal oferece mecanismos de defesa para proteger quem procure nele um veículo, uma casa ou um serviço, ele exige uma documentação do anunciante”. Para Vera Lúcia Farias, gerente geral dos Classificados do Jornal O Povo, os anunciantes buscam nos jornais os benefícios que a internet não oferece. “Ainda não há casos de clientes que se transferiram totalmente para a web.” Para quem pensa haver uma rivalidade entre jornais e a internet, Patrícia diz que “não vê com maus olhos” a interação dos classificados com os sites e que há uma tentativa de se “trabalhar o jornal como uma ferramenta que possa fazer um link entre o leitor e o site anunciante”. Ela explica que na internet há informação em excesso, o que torna difícil fazer um negócio se destacar, sendo bom para os anunciantes utilizar o jornal como um diferencial, um convite a seu site.
A estratégia é recorrer à convergência Mesmo com toda a eficiência da internet, boa parte das imobiliárias permanecem com seus anúncios nos jornais classificados, utilizando-se dos sites apenas como acréscimo, um ponto de apoio. O que ocorre muito frequentemente é a união das imobiliárias em redes, onde todas se utilizam de um único banco de dados, no qual estão registrados seus imóveis e podendo ser acessado por todos os associados. É o caso da Ceará Rede de Imóveis (CRI), que possui mais de 100 imobiliárias associadas. Os custos tanto com os anúncios na internet quanto com os dos jornais classificados diminuem. “Antes eu comprava de 5 a 10 mil linhas dos classificados. Com os associados são compradas 500 mil, o que deixa o custo bem mais baixo. Mas tem que vir a mar-
ca da associação no anúncio”, explica Apollo Scherer, sócio da CRI. A interação entre jornais e internet é ainda mais explícita quando reparamos que alguns jornais, que eram apenas impressos, se lançaram na internet, alguns inclusive de modo integral e gratuito. Assim, os anúncios dos classificados foram parar nos sites de jornais, e levam consigo a credibilidade deste. É comum ouvirmos dizer que estamos na era da internet. Mas na verdade, estamos na era da convergência do rádio, da TV, da internet, do jornal e das revistas. Aqueles que anunciam nos classificados e nos sites entenderam isso e buscam as vantagens que cada meio de comunicação pode trazer e o público que cada um deles pode atingir. É com essa idéia que a assistente de marketing
Aline Araújo, da SJ, empresa de administração de imóveis diz “anunciamos em rádio, internet e em jornal, e não temos a intenção de parar de anunciar em nenhum deles”. Além da credibilidade, existe outro fator importante que leva os anunciantes aos classificados do jornal impresso. Algumas pessoas ainda não estão familiarizadas com a internet, assim o jornal chega a um público que não está disponível para os sites. O administrador Joram de Sá, da Boutique do Carro, loja de peças de automóveis, diz ainda ser “da época dos dinossauros”, por ainda não saber usar a internet, e sempre recorre aos classificados na hora de anunciar. “Tem gente que ainda confia mais na leitura, que gosta mais de pesquisar no jornal”, comenta Apollo Scherer. Mesmo concordando com a opi-
Facilidade na escolha de imóveis. Informações a mais na página virtual.
nião dos outros entrevistados, o corretor imobiliário alerta para um ponto fundamental para os anunciantes: a relação custo/benefício. Os anúncios em jornal representam uma parcela alta dos custos totais de uma imobiliária. “O gasto com jornais, faixas, placas
FOTO: DIVULGAÇÃO
e banners é muito alto. A internet foi um benefício considerável. Não só pela velocidade, mas também pela redução em 50% dos custos com anúncios tradicionais” declara ele, baseado na redução de custos conquistada a partir da divulgação do site de sua empresa na internet.