Preocupados com uso de drogas, pais contratam detetives para investigar filhos Página 8 JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR
SETEMBRO/OUTUBRO DE 2011
ANO 8
N° 22
Estudantes sob o mesmo teto
Anúncio veiculado no jornal “Diário do Nordeste” no dia 09/09/2011
Lígia Franco
Ao ingressar na universidade, muitos jovens saem de casa para dividir residência com outros estudantes. Geralmente, perto da instituição onde vão estudar. A mudança de realidade pode assustar no começo. Afinal, as responsabilidades da ca-sa agora cabem aos próprios estudantes e, muitas vezes, o ambiente novo não é nada parecido com o conforto que a maioria estava acostumada a ter junto à família. A imagem por trás das moradias universitárias, às vezes, é superestimada. O desejo de sair de casa é tão grande, que os jovens não hesitam na hora de mudar.Porém, é preciso avaliar bem antes de decidir. “Nem sempre morar com os amigos é festa e alegria, precisa saber dosar. A gente também é muito responsável, há horas que cada um tem suas coisas para fazer, estudo, trabalho etc. Para morar junto, tem que ser assim: responsável. Senão, não dura”, afirma o estudante de Educação Física Gustavo Gomes. Gustavo divide apartamento com mais três amigos.“Olha, morar com mais três pessoas da sua mesma idade é difícil. Agora, se todos forem homens fica mais difícil ainda! Rola muita bagunça e, se não fosse pela Dona Maria, que vem limpar aqui duas vezes por semana, não sei o que seria das nossas vidas. Mas o clima da casa é sempre bem animado. De vez em quando a gente faz festas. O ruim é no dia seguinte, para arrumar tudo”. A estudante de Direito Jéssica Bastos, 21, também vive a mesma situação de Gustavo. Ela divide o apartamento com mais duas colegas da mesma faculdade há um ano. “Com certeza a pior parte de morar sozinha são as responsabilidades da casa. Às vezes, eu chego à noite cansada e não tem nada na geladeira. Mas tem louça
Dividir uma casa com outros universitários, não é só festa. Além de aumentarem as responsabilidades domésticas, a atenção aos estudos redobra Foto: MarÍlia Pedroza
para ser lavada, banheiro para ser limpo. Dá uma preguiça. Sem falar nas contas para pagar”. Mas Jéssica também fala sobre as vantagens. “A parte boa é a liberdade, poder deixar tudo do jeito que você quer sem ter alguém reclamando, ficar acordada até de manhã, na Internet, conversando e trazer amigos. Tudo sem ter que comunicar a ninguém”. Quando questionados sobre os estudos, Gustavo e Jéssica dividem a mesma opinião: não muda muita coisa, ninguém estuda mais ou menos, depende da pessoa. No entanto, quando coincide de os estudantes serem do mesmo curso, existe um compartilhamento de informação maior. “O fato de morar sozinho não influencia tanto nos estudos. Cada um é cada um e tem consciência, morando ou não com os pais. A falta de tempo, com estágio, trabalho e outras atividades, costuma ser o maiore inimigo das notas boas”, conclui Jéssica. Muitas vezes, o número de estudantes que divide uma casa é tão grande, que as residências passam a ser chamadas de repúblicas. Dentro delas, a atmosfera é bem jovem, com muitas festas e descontração.
Saiba mais
A origem das famosas repúblicas A primeira residência universitária do Brasil surgiu em Ouro Preto, Minas Gerais, durante os anos 1850 e 1860. Alunos e professores saiam do interior para estudar ou ensinar na Escola de Minas de Ouro Preto e sentiam necessidade de fixação na cidade. Contudo, foi durante o governo do presidente Getúlio Vargas que as famosas repúblicas chegaram às demais cidades do País.
Onde encontrar
Residência universitária, localizada no Benfica, abriga estudantes há 45 anos Fotos: divulgação
A Universidade Federal do Ceará (UFC) disponibiliza 14 unidades residenciais para alunos da Capital, do Interior e de fora do Estado. A regra é clara: provenientes de famílias de baixo poder aquisitivo, sem renda própria ou familiar suficiente para sua manutenção. As unidades estão localizadas no Campus do Benfica e têm capacidade para abrigar 260 estudantes. Das 14 existentes, nove são masculinas, quatro são femininas e apenas uma é mista.
Todos os custos das moradias são viabilizados pela Universidade por meio do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), do Ministério da Educação. O objetivo é apoiar a permanência. O Pnaes oferece assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. As ações são executadas pela própria instituição de ensino, que deve acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa. (por Luana Benício)