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JORNAL LABORATORIAL DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA JANEIRO DE 2014 // Nº 35

ClassificadodáNotícia

PRESSÃO

Anúncio veiculado no jornal “Diário do Nordeste” no dia 15/04/2014

Sebos sobrevivem à concorrência virtual Local de vendas de livros usados, o sebo enfrenta concorrentes de peso: as livrarias e lojas virtuais. Apesar da grande oferta online, eles ainda atraem jovens e adultos pelos preços baixos

Iara Monteiro e Fernanda Façanha

O sebo permite ao leitor adquirir obras fora de catálogo, antigas e raras, cumprindo a função de difundir o conhecimento por meio de livros que não são publicados pelas editoras. Também é uma alternativa para quem procura livros lançados recentemente, vendidos por um menor preço. A jornalista Bruna Veras, 22, frequentadora de sebos desde os 15 anos, descobriu os sebos por acaso: “Andava no Centro com a minha mãe e vi um exemplar de Orgulho e Preconceito numa prateleira de uma livraria. O livro não era tão novo, mas estava bem conservado, além de ser mais barato”. Muitos sebos funcionam também na rua. Foi assim que Geraldo Duarte, hoje proprietário do sebo “O Geral-

do”, no Centro, iniciou-se no ramo, em 1966, vendendo livros e revistas usadas na Rua Guilherme Rocha, depois em banca. Há 15 anos, fundou o sebo físico. Vendendo para um público variado, desde jovens universitários a colecionadores, Geraldo percebe que, com a utilização da internet, houve uma queda em suas vendas. “Ficou muito ruim. Antes, eu vendia muitos para pesquisa, mas agora o povo pesquisa mais na internet”, declara. Lívia Gadelha, proprietária do sebo Arte e Ciência, localizado na Avenida Treze de Maio (Benfica), constata que, apesar do estabelecimento também vender na internet, há criticas relacionadas à entrega da encomenda. Sites como o Estante Virtual fazem a intermediação entre sebo e cliente, estabe-

Sebos em Fortaleza O Geraldo: O acervo abrange revistas e livros da literatura brasileira a estrangeira. Fica localizado na Rua 24 de maio, 950, Centro. Telefone: (85) 3226-2557 Livraria Arte e Ciência: O estabelecimento existe há 22 anos no Centro, mas há um segundo ponto comercial no bairro Benfica. Rua Major Facundo, 954, Centro. Telefone: 32310404 Av. 13 de Maio, 2400, Benfica. Telefone: 32834422 / 32145223

lecendo um prazo de frete nem sempre passível de ser cumprido. “É uma coisa boa por que nosso acervo está disponível para todo o Brasil, mas é muito negativo também, pois existem erros na forma como se trabalha nesses sites, o que acaba prejudicando a imagem da própria livraria”. À procura de um livro fora de catálogo, a farmacêutica Cybelle Linard, recorreu aos sebos online em busca de um exemplar. “Precisei de um livro no começo do doutorado e só achei em um sebo. A compra foi super tranquila”. A estudante de psicologia Gabriela Aguiar visita sebos com a sua irmã casualmente e diz que é mais cômodo comprar livros em sebos virtuais, mas prefere ir a sebos físicos. “É mais prazeroso ir a um sebo, olhar e tocar em cada livro, do que comprar pela internet”. Apesar disso, alguns sebos físicos deixam a desejar na organização. “A desvantagem de um sebo é quando este é um local desorganizado, em que as obras não estão organizadas por temas ou catalogadas e você tem que sair catando as de seu interesse”, ressalta o professor Casemiro Campos.


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Pais buscam auxílio na educação escolar dos filhos

Reforço escolar faz parte da rotina de Ethel Freitas, 14 anos Foto: Italo Nunes

Anúncio veiculado no jornal “O Povo” no dia 14/03/2014

Aulas particulares são uma alternativa para pais que não conseguem acompanhar a vida escolar dos filhos. Porém, não devem substituir o papelw das escolas Camila Mathias e Italo Nunes

É comum, ao abrir o jornal ou navegar na internet, encontrar anúncios e sites oferecendo serviço de reforço escolar. Com uma rotina cada vez mais agitada e, consequentemente, sem tempo para dar apoio necessário aos filhos, os pais buscam esse serviço para melhorar o desempenho escolar de crianças e jovens. A assistente social Rita Aguiar, 45, contratou reforço escolar há um ano. Seu filho, Samir Ferreira, sente dificuldade em matérias como história e português: “Às vezes, percebo que ele não tem uma assiduidade diária para os estudos”. Rita ainda revela que “sempre acompanhava e orientava as tarefas do meu filho, porém eu estudo para concurso, trabalho fora e ainda faço as atividades de casa. Isso me

impediu de continuar a ensiná-lo.” Rita critica a sala de aula do colégio onde o filho estuda. “A sala tem muitos alunos e ele não se concentra como deveria, prejudicando seu aprendizado”. Queixa que Paulo Dodt, 47, professor particular há 20 anos, confirma. “Observo que as escolas têm o professor de reforço um braço direito, pois não conseguem prestar o serviço de acompanhamento ao aluno, algo personalizado e que muitas vezes não tem como passar de forma mais objetiva o conteúdo”, revela. Dodt acredita que pais e mães procuram esse serviço para “aliviar suas consciências”. Para ele, a ausência dos pais no cotidiano gera problemas e dificuldades no aprendizado. Gabriela Quixadá, 27, é formada em pedagogia e ensinou em alguns colégios da cidade. Para ela, a aula particular pode ser muito proveitosa para os estudantes.

A assistência oferecida proporciona um aprendizado concreto. Porém, o cuidado deve estar sempre presente: “o reforço adequado, com pouco alunos, ajuda. Com ele, deve haver um acompanhamento rigoroso dos pais. O que não pode é só colocar lá e pronto”, explicou. Gabriela diz que muitos alunos não sabem estudar sozinhos e que o reforço é uma forma deles aprenderem a fazer isso. “Ele pode até aprender na escola, mas se ele não praticar em casa o que foi ensinado, não adianta” comenta. A psicóloga escolar Alessandra Borges, 32, disse que aulas particulares tem aspectos positivos e negativos. “Os alunos precisam priorizar o estudo em casa e muitos não conseguem fazer isso, aumentando suas dúvidas. O professor de reforço irá ajudar a tirar essas dúvidas e revisar os conteúdos. Mas o aluno não pode se tornar dependente desse serviço. Ele passa a estudar somente no reforço, com alguém no lado”, enfatiza Alessandra. Ela explica como os estudantes devem se organizar com seus estudos diários: “O aprendizado não deve ser só no reforço, o aluno precisa estudar fora do local e da hora da aula particular”.

Saiba mais Método japonês oferece aulas particulares O Kumon surgiu no Japão nos anos 50. No Brasil, oferta aulas particulares de português, matemática e inglês. Criado por Toru Kumon, visa incentivar a autonomia nos estudos e o potencial de aprendizado. Thiago Alves, 32, é gerente de filial em Fortaleza e revelou como os profissionais são preparados. “Trabalhamos muito para desenvolver o potencial do aluno. Nossa missão é descobrir as habilidades e trabalhá-las ao máximo”, afirma. “Estudávamos todo dia, inclusive nas férias, por isso é muito eficiente”, explica Isadora Julião,19, estudante de Direito e ex-aluna do Kumon. O curso foi a base para a escolha da sua carreira: “O Kumon salvou meu futuro profissional. A partir dele, consegui interpretar textos, o que me deu perspectiva para vida. Até hoje eu colho os frutos dele.”

Jornal Classificado dá Notícia - Fundação Edson Queiroz - Universidade de Fortaleza - Centro de Comunicação e Gestão - Diretora do CCG: Profa. Maria Clara Cavalcante Bugarim - Curso de Comunicação Social - Jornalismo - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I - Reportagem- Iara Monteiro, Fernanda Façanha, Camila Mathias, Italo Nunes, Tiago Lima, Jaynne Patrícia, Ravelle Gadelha, Rayanna Uchoa, Eveline Frota, Felipe Castro, Andressa Roriz, Paulo Matheus, Nayana Rios, Beatriz Santos, Beatriz Melo e Gustavo Nery. - Concepção: Prof. Jocélio Leal - Projeto Gráfico: Prof. Eduardo Freire - Diagramação: Aldeci Tomaz Estagiário de Produção Gráfica: Lucy Anna Latorre - Edição: Joana Dutra, Raissa Karen e Ricardo Sabóia - Revisão: Prof. Solange M. Morais Teles - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 500 exemplares

Confira mais matérias dos alunos da Disciplina Impresso I, semestre 2014.2, pelo blog http://blogdolabjor.wordpress.com


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Parlamentares manifestam seu apoio ao Marco Civil Foto: Divulgação

Anúncio veiculado no jornal “O Povo” no dia 07/05/2014

Marco Civil da Internet contou com participação popular O Marco Civil da Internet, em vigor, teve a participação de vários setores da sociedade civil. A discussão nasceu em 2007, com a publicação de um artigo científico do Professor Ronaldo Lemos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que observou a carência de uma lei para regular a web

Tiago Lima

Para a professora de comunicação social da Universidade de Fortaleza, Vânia Tajra, a construção do marco brasileiro foi democrático. Segundo a estudiosa, em nenhum país houve uma participação ampla dos setores representativos da sociedade na construção da legislação como no Brasil. Entretanto, mesmo com a participação dos setores representativos, apenas uma pequena parcela da população tem conhecimento da nova lei. Ainda segundo Tajra, essa população que não teve acesso à construção do marco foi representada pelas organizações que

discutiram as diretrizes da regulamentação. “Nós temos, na verdade, um país com cerca de duzentos e quatro milhões de habitantes, e quando a gente fala desses grupos que trabalharam num contexto, foram grupos que, obviamente, foram representados por pessoas eleitas por nós próprios”, explica. O Marco Civil da Internet regulamenta o uso, a distribuição, a comercialização e os crimes na web. A aprovação no Congresso foi rápida devido ao caráter de urgência dado à votação, a pedido da Presidente. A Câmara aprovou no fim de março e o Senado três semanas depois. Ainda em abril, foi sancionado

pela presidente Dilma Rousseff e entrou em vigor em junho deste ano, pela Lei 12.965/14. O texto tem vários pontos que determinam as diretrizes do uso e distribuição de internet no País. Os principais são a neutralidade da rede, privacidade e liberdade de expressão. A neutralidade da rede exige que os provedores distribuam o sinal sem segmentar. O professor de Direito da Universidade de Fortaleza, Eduardo Girão, compara a neutralidade da rede à energia elétrica. “O consumidor recebe a energia e paga por ela”, explica. O provedor terá que oferecer um pacote de internet completo, sem dividir este serviço em outros pacotes e, assim, cobrar outro valor. Com relação à privacidade, no caso de difamação de pessoa ou empresa, quem se sentir lesado deve recorrer a um juizado e aguardar a resolução do caso. Para o Professor, esse processo pode ser um problema devido à lentidão do serviço jurídico. Referente à liberdade de expressão, cada usuário da web deve respeitar as mesmas bases da constituição que garantem o direito a expressar credos, orientação sexual e opinião a respeito de

quaisquer ideologias, desde que respeite o direito à privacidade do outro. Num português bem claro: “a sua liberdade termina quando começa a minha”. Desde que surgiu no Brasil, nos anos 1990, a internet tem crescido e, nos últimos anos, se tornou um poderoso veículo de comunicação. Segundo o IBGE, entre 2005 e 2011, houve um aumento de 143% no uso da web na faixa da população acima de 10 anos. Ainda assim, 53% dos brasileiros não usam a rede. Crimes na Internet, como roubos de senhas de e-mails ou contas bancárias, extravios de fotos íntimas, divulgação de vídeos de conteúdo pessoal, são muito comuns. A estudante Nathalie Sousa usa diariamente a internet, mas não sabe bem do que se trata o Marco Civil. “Eu acho que deveria existir uma explanação sobre o assunto nas mídias, nos veículos de comunicação pra todo mundo ficar sabendo”, avalia. Avraram Guilherme também é estudante universitário e se mostra ainda desinformado, “pelo que eu entendo é como se fosse um projeto de lei pra impor algumas leis em relação à internet”, sugere.


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Cada dia mais presente no universo nerd, as mulheres vem se destacando no mundo geek. Anúncio veiculado no jornal “O Povo” no dia 14/04/2014

Fotos: Divulgação

Garotas conquistam espaço no mundo dos games O universo feminino está cada vez mais presente no espaço dos quadrinhos, dos games, do cinema, dos animes e da ficção. De acordo com uma pesquisa feita pela Newzoo, empresa internacional de pesquisa de mercado voltada para a indústria de jogos, as mulheres representam cerca de 45% do total de brasileiros usuários de games digitais

Jaynne Patrícia

Apesar de serem quase metade do público consumidor de jogos no Brasil, as garotas “gamers” ainda se defrontam com o preconceito da sociedade. De acordo com Deborah Pinheiro, 21, integrante do blog “Garotas Geeks”, ela e suas amigas enfrentaram piadas machistas e outros tipos de humilhações. “Logo quando o Garotas Geeks entrou no ar, foi uma enxurrada de: “para de fingir que gosta de games e vai me fazer um lanche”; “saia do computador e só volte com uma cerveja gelada para mim”; “só dizem que são geeks para conseguir homem”. Não acreditava o quanto o Brasil ainda era machista”, lamenta. Tornou-se comum nas mídias so-

ciais veicular-se imagens de garotas magras, altas e de cabelos lisos jogando videogames quase ou completamente nuas. Para alguns homens esse seria o esteriótipo de mulher ideal. As piadas tornam-se mais evidente com a aproximação do Dia Internacional da Mulher, período em que são divulgadas imagens com brincadeiras machistas. Para Manuela Gomes, 18, o preconceito fica evidente a cada partida do jogo League Of Legends (LOL). “A primeira reação ao descobrir que sou uma menina é a surpresa. Tenho mais de uma conta no LOL, geralmente com nomes masculinos para evitar assédios. Logo que os meninos descobrem o meu sexo, pedem telefone, perguntam se tenho namorado e outras coisas


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Machismo Mesmo com as mulheres presentes no universo nerd, esse ambiente ainda é predominantemente masculino. As mulheres que circulam por esse meio são uma minoria e, constantemente, para serem respeitadas, precisam provar que são verdadeiras nerds e não “posers” que fazem esse tipo de coisa para chamar atenção e para ganhar itens e presentes nos jogos on-line. Para Fernando Ribeiro, 22, o número de garotas “gamers” não é tão revelador, pois desde os primórdios os homens sempre mantiveram o controle das situações, mesmo quando as mulheres quiseram participar efetivamente de algo. “Particularmente, acredito que o universo dos games nunca pertenceu às mulheres. Muitas vezes, a mídia divulga coisas, como o número crescente de garotas nerds, apenas para dar aquela sensação de igualdade entre os sexos e dizer que o mundo está evoluindo. Os homens são bons em jogar videogame, em jogar bola e em fazer coisas de homens, do mesmo modo que as mulheres são boas em fazer coisas de mulheres, como cozinhar e zelar pelo lar e pela família. Sério mesmo, não acho que nós homens sejamos capazes de fazer atividades de mulheres com a mesma qualidade que elas conseguem. E essa coisa de dizer que homem é machista e tudo, é pura conversa afiada, porque do mesmo jeito que existem homens machistas, também existem mulheres com esse mesmo pensamento”, defendeu. Benefícios

mais íntimas. Como uma menina pode estar em um nível maior que o meu?” Na maioria dos casos, o preconceito começa em casa e ainda na infância com a conversa de que os meninos devem usar azul e as meninas a cor rosa. Meninas devem brincar de bonecas e de casinha, já os meninos devem brincar de carrinho e jogar bola. Segundo especialistas, a culpa é da cultura machista e da falta de políticas públicas de proteção à mulher. “Seria preciso uma conscientização da sociedade, com o Estado fazendo o seu papel. Além de criar uma situação em que o homem não se veja como superior em relação a uma mulher”, declarou Maria da Penha a respeito da pesquisa feita pelo IPEA.

Há muito tempo considerado como um vilão da saúde, o videogame evoluiu e mostrou-se extremamente positivo. Os jogos estimulam o raciocínio e ajudam no convício social. “Crianças que ficam muito tempo jogando e prejudicam outras atividades, como a alimentação e a escola, precisam de limites orientados pelos pais”, conta a psicóloga Ana Luíza Mano, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática (NPPI), da PUC São Paulo. Segundo pesquisa realizada nos Estados Unidos, as mulheres que jogam videogames, além de serem mais sociáveis, são melhores sucedidas que os homens, não só no ambiente virtual, mas também na “vida real”. O site Minha Vida pediu a especialistas que listassem algumas vantagens que os jogos podem trazer aos usuários. Os principais itens listados foram o raciocínio lógico, a maior tolerância às frustrações, o aumento da agilidade e da coordenação motora e a diminuição de pesadelos.

Impostos Poucos produtos e serviços são tão impactados pela carga tributária brasileira quanto os consoles e os jogos eletrônicos. Até quem fabrica armas de fogo paga menos impostos do que as empresas que produzem aparelhos como PlayStation, Xbox, Wii. Cerca de 72,18% do valor dos consoles no Brasil correspondem às taxas, enquanto um révolver tem a soma de 71,58%. De acordo com o relatório do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, apenas a cachaça (81,87%), o casaco de pele (81,86%), o cigarro (80,42%) e a caipirinha (76,66%) têm cargas tributárias mais pesadas que os videogames. No caso de produtos importados, também é considerado o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse é um dos principais motivos pelo qual o Xbox One, vendido no Brasil, é o mais caro do mundo.

Saiba mais Jogos mais jogados por mulheres: The Sims GTA- Grand Theft Auto Silent Hill Crash Bandicoot Expressões Geeks: Gamer: pessoa que joga e aprecia jogos eletrônicos. Geek: pessoas obcecadas por tecnologia, quadrinhos, filmes e séries. Nerd: pessoa que nutre grande fascínio por conhecimento ou tecnologia. Noob: pessoa sem experiência Troll: pessoa que joga, porém atrapalha os outros propositalmente GG: great game – ótimo jogo AFK: away from keyboard- longe do teclado LAG: jogo lento BUG: falha no jogo OP: over power


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Empresas oferecem atendimento especializado para idosos Anúncio veiculado no jornal “O Povo” no dia 07/05/2014

A tendência global de envelhecimento da população amplia o mercado de cuidadores de idosos. Também revela a importância de uma legislação específica para a atividade

Ravelle Gadelha e Rayanna Uchoa

Estudos das Nações Unidas (Fundo de Populações) indicam que uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais. A estimativa é que até 2050, pela primeira vez, haverá mais idosos do que crianças menores de 15 anos. Os idosos representavam 810 milhões ou 11,5% da população em 2012 e estima-se que esse número duplique em 2050, chegando a 2 bilhões de pessoas (22% da população mundial). No Brasil, segundo pesquisa do IBGE de 2012, esse segmento totaliza 23,5 milhões de pessoas. O envelhecimento leva a uma nova demanda por serviços relacionados ao bem-estar da chamada “terceira idade”. Em meio a essa realidade, sur-

ge o ofício, ainda não regulamentado, dos cuidadores de idosos. Inserido na legislação do empregado doméstico, o cuidador ainda é uma atividade em consolidação. “Existem projetos de leis com a intenção de regulamentar essa profissão. Por outro lado, o Ceará ainda não se mobilizou de forma adequada porque não têm sindicatos fortalecidos que possam lutar pelo direito do cuidador. O cuidador não é da enfermagem, medicina ou fisioterapia. Hoje, ele é um elo entre a família, o idoso e os profissionais da área de saúde”, esclarece Sônia Barros, 41, enfermeira e diretora do curso Ana Nery. O curso surgiu em resposta à ausência de conhecimento e preparo dos familiares para lidar com doenças que afetam os idosos, princi-

Clínica Ana Nery oferece cursos e trabalho social para famílias carentes: Sônia Barros, Sandra Oliveira e outras cuidadoras. Foto: Ravelle Gadelha

palmente o Alzheimer, além da falta de tempo dos familiares. Já são mais de 500 famílias assistidas e a média de idade dos pacientes varia de 60 a 100 anos. As pessoas que buscam esses cuidadores tem renda familiar geralmente alta. Na Ana Nery, porém, são desenvolvidos trabalhos sociais para aqueles que não têm condições financei-

ras de arcar com o serviço. “Ajudamos idosos de famílias carentes e ensinamos aquele parente a cuidar do seu idoso. Muitas vezes até conseguimos doações, cama hospitalar, equipamentos caros. Não temos ajuda de governo e muitas vezes a gente tira do nosso próprio bolso para fazer esse tipo de assistência”, afirma Sandra Oliveira, 40, cuidadora.


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HomeAngels capacita cuidadores de idosos Foto: Arquivo Pessoal

a auxiliarem. “Temos uma ótima relação e a tratam muito bem, tanto é que a mamãe mora sozinha com elas”, garante. Há revezamento de 24 em 24 horas entre as duas cuidadoras e as duas ajudantes. Elisângela Braga de Sousa, 35, também contratou uma cuidadora por meio período para cuidar de sua mãe, Rosa Maria de Sousa, 86, que sofre de Alzheimer, problemas cardíacos e tireoide. Ela explica que, após sua mãe ter levado uma queda, a doença agravou-se, entrando no terceiro estágio. O

papel da cuidadora torna-se essencial, pois com a correria da vida, a falta de experiência para lidar com as doenças e as dificuldades do dia a dia, a solução encontrada foi empregar alguém confiável que pudesse criar um laço de amizade com a idosa. Porém, a família também se reveza para cuidar de Rosa no período da noite. “Contratar um serviço de cuidadores integrais sairia muito caro e nós não temos condições, além de que é bom para ela ter os filhos ao lado, receber carinho e se sentir protegida”, assegura.

Aumenta o número de idosos com Alzheimer “O cuidador não é da enfermagem, medicina ou fisioterapia. Hoje, ele é um elo entre a família, o idoso e os profissionais da área de saúde” Sônia Barros enfermeira e diretora do curso Ana Nery

A empresa Home Angels é uma franquia que tem sede em Fortaleza e realiza treinamentos contínuos, mensalmente, com cuidadores que já estão trabalhando em residências familiares, suprindo suas dificuldades no dia-adia. O público-alvo é a classe média alta. “É uma vontade nossa de prestar um serviço social, mas nós ainda não chegamos nesse conforto de ter um valor que possamos arcar”, afirma Rejane Barbosa da Fonseca, 42, psicóloga e diretora da Home Angels. Há uma escala de revezamento entre os cuidadores em cada casa, podendo ter até três cuidadores em uma família. A faixa etária de

idade dos idosos da empresa vai de 80 a 95 anos. As duas empresas existem há quatro anos e fornecem treinamentos especializados que passam por cuidados com a alimentação, higiene, prevenção de úlceras, mobilização, manuseio dos medicamentos e também primeiros socorros do paciente. A relação afetiva entre cuidador e família é baseada na confiança, esta é a opinião da funcionária pública estadual Inaura Caminha, 48, filha de Conceição Caminha, 77, professora aposentada do estado. Há 15 anos, Inaura contratou quatro pessoas para

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a incidência da Doença de Alzheimer (DA) vem crescendo mundialmente, na mesma medida em que aumenta a população acima dos 65 anos. De acordo com outro levantamento produzido pela Alzheimer’s Disease International (ADI), a enfermidade acomete 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo. As empresas de cuidadores de idosos também confirmam que a doença degenerativa é o mal mais comum entre seus clientes, seguida pelo mal de Parkinson e quedas em geral. Não há razão específica para a incidência, que praticamente dobra a cada 20 anos, mas os estudos dos casos especulam que o número de doentes chegará a 65,7 milhões em 2040 e a 115,4 milhões em 2050, principalmente em países de primeiro mundo. A ABRAz informa que as pessoas pertencentes à faixa etária de maior risco da DA representarão 22% da população mundial em 2050, com 80% desse percentual na Ásia, América Latina e África. A cada ano, são registrados 7,7 milhões de novos casos de Alzheimer no mundo, o que representa um novo caso a cada quatro segundos.

Serviço Curso Ana Nery: http://www.cursoananery.com.br/ Rua Pero Coelho, 146 sala 103 - Centro Telefone: (85) 3393-1065 / 8507-1080 Empresa Home Angels:http://www.homeangels.com.br/ Avenida Washington Soares, 855 - Edson Queiroz Telefone: (85) 3459 8434 e (85) 8955 4618


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Adoção é alternativa para quem deseja um animal doméstico

Anúncio veiculado no jornal “Diário do Nordeste” no dia 21/05/2014

Cerca de 24 mil cães e gatos vivem abandonados em Fortaleza. Grupos de protetores defendem a adoção como primeira opção para quem deseja um animal em casa

Eveline Frota e Felipe Castro

A quantidade de animais abandonados, principalmente cachorros e gatos, tem aumentado na capital cearense. Em contrapartida, cresce também o número de ONGs e grupos que se dedicam a resgatar e encaminhar esses animais para novos lares. Um desses grupos é o VIPA (Voluntários Independentes de Proteção Animal), criado em 2012 visando ajudar animais carentes em situações emergenciais. A ideia de criar o VIPA surgiu da sua presidente, Rúbia Bernardes, para ajudar instituições protetoras de animais já existentes em Fortaleza, arrecadando doações para dar apoio a esses grupos. O VIPA não tem status de ONG e o grupo sofre com a falta de um abrigo próprio, além da dificuldade de encontrar lares temporários para os animais resgatados à espera de adoção. Mesmo diante de todas essas dificuldades, buscam realizar um trabalho de resgate e tratamento de animais doentes e abandonados, bancando todos os custos necessários no tratamento e nas vacinações.

Vanessa Godim, voluntária do grupo VIPA, defende o porquê de adotar animais de estimação: “Por filhotes, à venda é ganhar dinheiro em cima de uma vida. Adotar é um ato de caridade, um ato de amor, um ato de doação”, afirma. “Os animais amam sem pedir nada em troca”. Vanessa afirma ainda que o grupo não avalia a questão financeira do adotante e sim a disponibilidade de tempo, consciência da responsabilidade e da capacidade de amar o animal. “Vai Crescer?”, “está saudável?”, “está vacinado?” são as dúvidas mais frequentes de quem procura adotar. Ela relata que há casos em que animais são devolvidos doentes e acabam morrendo. Assim, faz um pedido aos interessados em acolher um animal doméstico: “O ideal é que se busque adotar com responsabilidade”. A professora Isabella Monteiro, 28 anos, concorda com Vanessa: “Quem está pensando em adotar tem que saber que um animal não é um brinquedo, e que ele também não é independente – nem mesmo os gatos, animais que têm essa fama. Um bicho precisa de cuidado, de tempo, de rotina”. Isabella ado-

Cão recém-adotado sa da feira vacinado Foto: Eveline Frota


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Animais adotados esperam adoção Foto: Eveline Frota

tou uma cadela no final de 2013. Ela optou pela adoção em razão do alto número de animais abandonados em Fortaleza. “Tem bicho abandonado demais nas ruas, sofrendo, sem comida, sem cuidados, e eles são tão frágeis. Não tem quase ninguém olhando por eles, são quase invisíveis. Depois que você adota, é impossível enxergar um animal de rua da mesma maneira”. Adotar um animal exige, portanto, tempo e dedicação. Isabella teve que adaptar sua rotina para se adequar aos horários da cadela. Mas todo esse esforço é recompensado com um dia mais leve. “Ela trouxe muita alegria pra casa”, afirma. Os grupos protetores de animais em Fortaleza sobrevivem de doações de voluntários e simpatizantes da causa. “Eu acho que eles fazem milagre. Ninguém faz o que eles fazem. Você não vê

por aí nenhuma campanha do governo em prol dos animais de rua, incentivando a adoção, ou postos veterinários com serviço de castração. Pelo menos, eu não conheço! Isso era pra existir. O abandono de animais é também uma questão de saúde pública”, critica Isabella. Apesar das dificuldades desses grupos, o trabalho a favor da adoção é crescente. “O que os grupos de proteção fazem aqui em Fortaleza, de tirar bichos da rua, de cuidar e dar lar a animais que já estão quase sem chances, e isso sem apoio de governo, prefeitura, vivendo só da boa vontade e do dinheiro deles e de doações, é incrível”, entusiasma-se Isabella. Periodicamente, grupos organizam feiras de adoção de animais resgatados na capital cearense. Quem estiver interessado em adotar um animal de esti-

mação, pode acompanhar a divulgação desses eventos nas páginas dos grupos na rede social Facebook. Para adotar, é necessário levar a cópia do RG, CPF e um comprovante de residência. Além de, lógico, responsabilidade e amor de sobra para dedicar ao novo companheiro.

Mais informações Para encontrar os grupos protetores de animais: http://www.grupovipa.com.br/ https://www.facebook.com/ GrupoVipa https://www.facebook.com/ ongupac https://www.facebook.com/ saolazaro

Grupos protetores de animais em Fortaleza sobrevivem de doações de voluntários e simpatizantes da causa


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Leishmaniose: risco para cães e seres humanos

Anúncio veiculado no jornal “O Povo” no dia 28/04/2014

Doença atinge todo o país e necessita de tratamento especializado Andressa Roriz e Paulo Matheus

Quem possui animais domésticos deve estar atento a doenças infecciosas que possam atingir o animal e causar danos à própria saúde. Um dos males mais comuns no Brasil, que afeta tanto cães como seres humanos é a Leishmaniose visceral, popularmente conhecida como calazar. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2012, foram registradas, no Brasil, 2.609 mortes provocadas pela doença entre os anos 2000 e 2011. Em Fortaleza, segundo os números divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em novembro de 2013, 38 pessoas foram infectadas com a doença, sendo que oito chegaram ao óbito. Mesmo com os alertas divulgados pelas entidades de saúde e pelos meios de comunicação, a gravidade da doença ainda é pouco conhecida. A jornalista Camila de Souza conta que já perdeu dois cachorros devido ao calazar, por não saber do que se tratava. “Achava que era alergia”, confessa. “Um deles, o Pastor Bob, tinha sardas, e eu achava que tudo que surgia nele era por causa delas. Numa sexta-feira de carnaval, ele

ficou bastante debilitado, não comia e os pelos começaram a cair. Levei para o veterinário, mas já era tarde demais e meu cachorro acabou morrendo”. A médica veterinária Sâmia Roriz Monteiro diz que os animais criados em casa devem ser levados regularmente ao consultório veterinário, e não apenas quando houver suspeita de doenças. “Assim como para os seres humanos, é importante para os animais serem tratados e medicados para não correrem risco de vida. A Leishmaniose é uma doença que ainda não tem cura completa nos animais e necessita de um tratamento mais especializado no Brasil, onde existe a prática da eutanásia, que não resolve o problema”, afirma. Segundo Sâmia, o Brasil é o único país a adotar a eutanásia como tratamento de controle da doença. A prática é muito criticada entre a maioria dos veterinários e outros especialistas da área de saúde. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), pela portaria interministerial nº 1.426 de 11 de julho de 2008, proíbe o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina por meio de produtos de uso humano ou de medicamentos não registrados pelos ministérios da Saúde e Agricultura,

Sâmia Roriz, veterinária, lembra a necessidade do acompanhemento períodico dos cães Foto: Andressa Roriz

Pecuária e Abastecimento (MAPA). Segundo uma nota de esclarecimento do Conselho à imprensa, divulgada em janeiro de 2013, esse tipo de tratamento “não promove a cura da doença e o animal continua sendo hospedeiro e fonte de contaminação por meio do mosquito transmissor”. Seres humanos Jorge Luiz Pinheiro Martins, de 31 anos, começou a sentir muita febre, dores no braço, perda de peso e, mesmo não pos-

suindo cachorro em casa, resolveu fazer uma biopse para saber o que havia de errado. Foi então que descobriu, em 2009, que estava com Leishmaniose Visceral Canina (Calazar). Ele acredita que pegou a doença no trabalho, pois sempre havia cachorros na rua onde trabalhava, localizada no bairro Vila Manoel Sátiro. Jorge fez três meses de tratamento, depois passou a tomar comprimidos em casa e agora toma uma vez por semana, no Hospital São José, o medicamento Anfotericina


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CLASSIFICADO DÁ NOTÍCIA Maio/2014

Ao contrário do que se pensa, a leishmaniose visceral não é transmitida pelo cão, portanto não se trata de uma doença contagiosa

Leishmaniose é uma doença considerada negligenciada, segundo Organização Mundial da Saúde Foto: Divulgação

as pensam, a leishmaniose visceral não é transmitida pelo cão, portanto não se trata de uma doença contagiosa. O principal transmissor é o mosquito flebótomo, conhecido como mosquito palha em algumas regiões do Brasil. Ele é geralmente encontrado em locais úmidos e com muitas plantas. O inseto se alimenta do sangue do animal ou do ser humano, causando-lhes a infecção. A veterinária Sâmia Monteiro esclarece que um cão infectado não contamina o ambiente caso o parasita não esteja instalado na sua corrente sanguínea: “Enquanto o animal estiver sendo tratado e medicado, ele não será reservatório para a transmissão da doença”.

B. O medicamento antifúngico, conhecido comercialmente como Fungizon, é de uso injetável e age impedindo o mecanismo de ação dos fungos, uma vez que altera a permeabilidade de sua membrana, diminuindo assim a probabilidade de complicação de doenças como a leishmaniose. Ele diz que o tratamento “demora um bom tempo”, mas que reagiu normalmente quando recebeu a notícia, pois havia como tratá-la. Sintomas e Tratamento O médico do Hospital São José Afonso Bezerra afirma que os sintomas da Leishmaniose no homem são febre, tosse seca, perda de peso, aumento do fígado e do baço e palidez. A febre é prolongada e irregular. Quando há a suspeita da doença, a pessoa deve procurar assistência médica e não há limitações, mas o paciente fica indisposto para trabalhar, pois não consegue se alimentar. Para o tratamento da Leishmaniose há três tipos de medicamentos: Antimoniato de Meglumina (Glucantime), Anfotericina B (Fungizon) e Isotionato de Pentamidina. O tratamento em crianças e adultos é o mesmo, o que

Vacinação é fundamental para prevenir os cães da leishmaniose

varia é a dosagem, que é feita de acordo com o peso do paciente. A duração do tratamento varia de cinco dias a um mês. “Vai depender do medicamento que vai ser utilizado e deve ser feito preferencialmente para pacientes internados. Quando o paciente faz o tratamento, a doença tem cura, desde que o paciente não tenha HIV. Há maior risco de morte em crianças e idosos, por causa da idade”, afirma Bezerra. Ainda de acordo com ele, a transmis-

Foto: Andressa Roriz

são da doença não é exclusivamente da picada do mosquito. Pode haver transmissão também da mãe para o filho no período de gestação e em casos raros de acidente de laboratório. No Ceará, há em média 500 pacientes por ano com Leishmaniose. Mosquito O Ministério da Saúde, através de sua Biblioteca Virtual em Saúde, informa que, ao contrário do que muitas pesso-

Prevenções Para manter o animal longe da doença, é recomendável manter o local onde ele se encontra limpo, livre de acúmulo de materiais orgânicos, longe de lixo e de ambiente úmido. No Brasil, as vacinas mais comuns usadas para a prevenção são Leish-Tec e a Leishmune, ambas aplicadas com três doses em cães a partir de quatro meses de idade. Os animais ficarão protegidos 21 dias depois da terceira injeção.


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Um mar de gente conduz Nossa Senhora de Nazaré, a Rainha da Amazônia

Anúncio veiculado no jornal “XXXX” no dia 07/05/2014

Todos os anos, milhares de romeiros caminham em procissão numa das maiores manifestações religiosas do mundo, o Círio de Nazaré, em Belém do Pará. O ponto de partida é de várias regiões do Brasil, até mesmo do exterior. No Ceará, muitos romeiros partem rumo a Belém cheios de fé, esperança e devoção

Nayana Rios

O Círio de Nazaré é imensidão, intensidade e emoção. O percurso de cerca de quatro quilômetros é realizado anualmente por, aproximadamente, dois milhões de romeiros. Uma caminhada de fé que ultrapassa gerações, em Belém do Pará, no segundo domingo de outubro, há quase dois séculos. Além de ser a principal é consi-

derada uma das mais belas procissões dessa manifestação religiosa que tem ao todo 11 romarias. Milla Tavernard, paraense, residente em Fortaleza, não tem dúvida em afirmar que o Círio é a melhor época do ano. “Quando entra o mês de outubro a cidade se transforma. Os turistas começam a chegar e as famílias começam a se reunir. Como a gente costuma falar: o Círio é o Natal do paraense”, afirma.

A homenagem à peregrina Nossa Senhora de Nazaré, a rainha da Amazônia, tem início na Sé, a Catedral metropolitana de Belém, às 5h30, com a celebração da missa e condução da Santa pelo arcebispo até a berlinda, dando inicio à procissão. O percurso é longo, percorre as ruas de Belém até a Praça Santuário de Nazaré, onde a Santa ficará exposta para contemplação dos seus fiéis por 15 dias. Durante todo o caminho, o cortejo segue cantando e rezando em meio a várias manifestações coletivas e isoladas de fé, como o sacrifício da corda. Cacá Farias, publicitário, nascido em Fortaleza e residente em Amapá, ressalta que o hino do Círio, “Vóis sois o lírio mimoso”, é uma referência muito forte à festividade e uma manifestação que emociona a todos os fiéis. Pedidos, agradecimentos e objetos carregados durante a romaria são depositados nos carros que acompanham a procissão, um deles é o Carro dos Milagres. De acordo com o site oficial do Círio de Nazaré, 13 carros

temáticos acompanham a romaria. As ruas por onde passam estão sinalizadas com cartazes da festa dispostos como bandeiras nos postes, casas e comércio local são enfeitados. Uma multidão de romeiros, devotos, pagadores de promessas e curiosos de outros estados e até de outros países participam do cortejo, caracterizados ou não, esforçam-se por uma oportunidade de ver e tocar na Santa. Nem todos conseguem seguir o percurso completo por ser muito longo e disputado, como é o caso do fortalezense Rubens Bastos. “Sempre escolho pontos para observar a manifestação cultural que é desenvolvida de maneira muito humilde, acolhedora e que considero muito bonita, do povo.” Rubens também se emociona ao falar da festividade e da hospitalidades dos paraenses: “Uma alegria em receber e dividir suas crenças com muito respeito e sem imposição. Em nenhum momento eles perguntam qual sua religião e sua crença. Simplesmente abrem suas portas e mostram o seu


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Milhares de romeiros constituem uma das maiores manifestações de fé do mundo.

Saiba mais

A manifestação cultural teve inicio em 1700, quando o caboclo Plácido encontrou a imagem da Virgem no tronco de uma árvore às margens do Igarapé Murutucu e a levou. Misteriosamente a Santa voltou ao lugar onde havia sido encontrada. Isso se repetiu por varias vezes, o que motivou Plácido a construir uma capela no local. É exatamente isso que o Círio simboliza, a saída e o retorno da Imagem da Santa ao seu lugar de escolha original.

Rubens Bastos, romeiro de carteirinha já prestigiou três vezes e irá a quarta esse ano. Foto: Arquivo pessoal

universo através do acolhimento e da partilha”, conta. Milla, sempre na companhia de familiares e amigos, afirma fazer a metade do percurso do Círio. “Como uma boa paraense e devota de Nossa Senhora de Nazaré, todos os anos eu pago promessa. Todas as romarias são

muito emocionantes, a fé do povo, a emoção nos olhos dos devotos, os pagadores de promessa e as pessoas que vão na corda são coisas que me enchem os olhos de lágrimas”, conta Milla.

A Santa A “imagem autêntica” ou “imagem do achado”, a escultura de madeira encontrada pelo caboclo Plácido, tem 28 cm de altura, cabelos caídos sobre o ombro direito e carrega ao colo o Menino Jesus despido com um globo nas mãos. Aos pés da Virgem há a cabeça alada de um anjo, que é o símbolo iconográfico da glória celestial. Na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, a imagem autêntica fica em redoma de cristal no altar-mor, o Glória, entre anjos, nuvens e um belo esplendor de raios. De lá, ela só é retirada uma vez ao ano, numa cerimônia conhecida como a “Descida da Imagem” ou “Descida do Glória”, que ocorre na véspera do Círio, às 13h. Após a descida do Glória, durante toda a

quinzena da Festa, a imagem fica num nicho instalado no presbitério, mais perto dos devotos. Desde que foi encontrada, a imagem autêntica já foi restaurada três vezes. Ela é coberta por um manto canônico, trabalhado com fios e enfeites de ouro. A partir de 1969, por motivos de segurança, a imagem autêntica que era levada nas procissões do Círio foi substituída por outra, que é uma cópia alterada da imagem encontrada por Plácido. É chamada de “imagem peregrina” porque sai em todas as procissões e cerimônias oficiais da festa Nazarena. Durante o ano, ela fica na sacristia da Basílica Santuário. Esta imagem foi encomendada ao escultor italiano Giacomo Mussner, mas não reproduz os mesmos traços da “imagem autêntica”. A imagem peregrina ganhou alguns traços da mulher da Amazônia e o seu menino recebeu características indígenas e caboclas. Em 2002, sofreu o primeiro restauro por meio de uma técnica empregada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Serviço Informações colhidas do site oficial do Círio de Nazaré (http://www.ciriodenazare.com.br/simbolos/).


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Hamburguerias: os bastidores de um espetáculo gastronômico

BBQ Crispy Burger: um dos pratos mais pedidos no Meatpacking NY Prime Burger, com cebola crispy, molho barbecue e maionese especial da casa. Foto: Beatriz Santos

Beatriz Santos

Anúncio veiculado no jornal “O Povo” no dia 07/05/2014

A indústria alimentícia aproveitou as influências norte-americanas e britânicas e assimilou ícones, difusões artísticas e movimentos vintage como uma oportunidade para segmentar restaurantes e estabelecer novos diferenciais. Em Fortaleza, gastrônomos e empresários aproveitaram a moda para abrir hamburguerias, casas especializadas em hambúrgueres, mas que também oferecem outros pratos correspondentes ao padrão “fast food”.

Carlos Eduardo Uchôa, gastrônomo e proprietário do Meatpacking NY Prime Burger, abriu sua casa de hambúrguer tomando como referência um bairro de Nova Iorque que deu nome ao seu restaurante. “O Meatpacking era um bairro que bombava, todas as festas se concentravam por lá. O teto alto, como o de um galpão, os tijolos que temos em nossas paredes, toda a arquitetura da casa é inspirada pelo bairro nova-iorquino e suas fábricas antigas”, refere-se. Seguindo a lógica americana de produção, Carlos procura incorporar os clássicos no menu, complementando-os com adaptações sugeridas pelo paladar de seu público-alvo. “O cearense gosta muito de molho. No começo, abri a casa prezando principalmente pela carne, mas observando o paladar da clientela, passamos a in-


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vestir mais na parte de molhos, como a elaboração de um ketchup regional, ao acrescentar a cajuína e o melaço, ou com porções de maionese extra.”, argumentou o proprietário. Ele acrescenta, ainda, que o maior diferencial da casa é o modo como toda a comida é preparada. “Hambúrguer nunca sai de moda, então demos preferência para trabalhar com hambúrgueres mais elaborados. Em primeiro lugar, prezamos pelos ingredientes, como a carne fresca e moída no dia, e um pão de batata que foi muito bem aceito pelos clientes.” Já Brenda Ribeiro, gerente do Barney’s Burger, afirma que o ponto forte do restaurante é a lógica geral de funcionamento, com destaque para o atendimento. “O dono da casa, Marcelo Pimentel, sempre diz que o cliente precisa se encantar. Primeiro pelo ambiente estilizado, depois pela comida, mas principalmente pelo o atendimento.” O Barney’s Burger foi uma das primeiras hamburguerias a instalar-se na capital cearense, há dois anos e seis meses. Em face do sucesso adquirido pelo restaurante, que garante uma

casa cheia de terça a domingo, vários empresários entraram nesse mesmo ramo segmentado pelas influências gastronômicas dos Estados Unidos. A exemplo disso, temos o Joker’s Burger e o Burger Street 1130, restaurantes que oferecem um diferencial: sanduíches vegetarianos. Veggie Burger: o diferencial Hannah Sales, estudante de Direito e vegetariana há três anos, conta que as hamburguerias com opções vegetarianas são uma de suas primeiras escolhas para sair com os amigos, já que oferecem pratos que se adequam ao paladar de cada um. “Dá gosto ir a um lugar que oferece algo ‘de verdade’ para quem não tem a carne como prato principal. As opções que o Joker’s e o Burger Street oferecem são muito gostosas”, relata. Já fazem alguns anos que a moda pegou, mas a busca pela perfeição em todos os atos que permeiam o espetáculo por trás das hamburguerias continua. Em Fortaleza, não é diferente, e o interesse pela especialidade gastronômica inicia-se na própria academia.

Mercado que conquista Para o estudante de gastronomia da Fanor, Arthur Ramos, “o hambúrguer é um alimento que possui uma simplicidade ainda muito evidente e isso permite com que ele possa sofrer algumas alterações em seu preparo para diversificar seu sabor e apresentação, e isso atrai muitos gastrônomos em geral.” Ele revela, ainda, que alguns colegas de faculdade já trabalharam em restaurantes com essa temática, e que, em apenas alguns meses, conseguiram dar uma nova face e mais requintada aos pratos e molhos. A fidelização dos clientes constrói uma rede de clientela que atrai e instiga a curiosidade. Ahynssa Thamir, estudante de Jornalismo, está sempre em busca de novas experiências, conhecendo ambientes e permitindose experimentar o que cada casa tem a oferecer. “Sempre que posso, procuro uma nova para conhecer. O que mais desperta curiosidade é o design do espaço e dos pratos. Quanto melhor ela se vende visualmente, mais eu me fidelizo”, finalizou.

Decoração do Meatpacking NY, inspirada pela cultura pop de bairros americanos. Foto: Beatriz Santos

“Brasilizando” Por ser um alimento simples, o hambúrguer é facilmente mutável e, ainda assim, bem aceito pela clientela globalizada. Em um tempo de adaptações, os amantes da culinária americana precisam recriar os pratos para conquistar e satisfazer novos clientes para consolidar a imagem das hamburguerias. Para tanto, aproveitar os momentos de destaque do calendário é essencial. Chefe e proprietário do Meatpacking NY Prime Burger, o gastrônomo Carlos Eduardo Uchoa aposta em uma releitura dos ingredientes da tradicional feijoada, resultando em um hambúrguer que mescle tais sabores. O novo sabor agrega pães nas cores da bandeira brasileira, um hambúrguer suíno, bacon caramelizado na laranja e chilli com carne de porco moída e feijão preto.

Serviço Hamburguerias de Fortaleza: Barney’s Burger R. Maria Tomásia, 740 Meatpacking NY Prime Burger R. Coronel Jucá, 700 Burguer Town R. Leonardo Mota, 753 T-Bones Steak & Burger R. Maria Tomásia, 700 The Burgers On The Table Av. Júlio Abreu, 120 Burger Street 1130 R. Frei Mansueto, 1130 The Crazy Burger R. Frederico Borges, 333 Burguesia Av. Dom Luis 798 Joker’s Burgers R. Torres Câmara, 597 Hamburgueria da Vila R Sabino Pires, 5


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A Arte de comer com os olhos Bolos artísticos são cada vez mais comuns em festas de aniversário, casamentos e outras confraternizações Foto: Alysson Miranda Anúncio veiculado no jornal “O Povo” no dia 12/05/2014

Curiosidades A primeira evidência de bolos decorados ocorreu na Inglaterra, durante a corte de Elizabeth I, em que uma pasta de amêndoas era utilizada para molde e decoração alimentícios. O primeiro bolo de casamento foi produzido para o matrimônio do Rei Charles II, da França.

Doceiras conquistam o mercado culinário com a fabricação de bolos artísticos

Na Inglaterra, durante o reinado da Rainha Vitória, os bolos chegavam a pesar 100 kg. A partir do século XVII, a decoração dos bolos passou a refletir o status social e econômico das famílias. Entretanto, a partir do séc. XX, a acessibilidade a essa prática ficou maior, tornando-a um hábito comum.

Beatriz Melo e Gustavo Nery

Visto como a peça principal de uma comemoração, o bolo alcançou status de obra de arte. Os bolos artísticos, como são chamados, estão ganhando cada vez mais espaço no mercado da confeitaria, por serem personalizados de acordo com o gosto do cliente. Parte deste sucesso está na pasta americana, cobertura a base de açúcar que permite aos confeiteiros modelar figuras diversas, devido à elasticidade do material. Isso possibilitou sua popularização, que hoje se estende a produtos como cupcakes e bem-casados, e até mesmo novas guloseimas, como os cakepops ‘’bolo no palito’’. Fortaleza já conta com alguns profissionais especializados, como a confeiteira Mônica Claudino. “Me interessei por bolos artísticos em 2008, enquanto estava pesquisando tipos de bolos pro aniversário do meu sobrinho de um ano, e me apaixonei’’, afirma Mônica, que fez curso intensivo de um mês em São Paulo. Em 2011, estudou a arte da Patisserie francesa clássica na tradicional escola de gastronomia Le Condon Bleu, na filial em Londres. Apesar de não possuir loja física, Mônica recebe pedidos online, ressaltando que devem ser realizados com no mínimo 15 dias de antecedência. “Recebemos pedidos o ano inteiro, mas nas datas comemorativas a demanda é maior, como Páscoa, Dia dos Namorados e Natal’’, afirma a chef. A procura por esses doces customizados acaba revelando grandes talentos: cake designers que têm seu trabalho reconhecido e, em alguns países, che-

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu uma regra que obriga exposições a utilizarem apenas bolos cenográficos (não-comestíveis), devido ao tempo em que eles permanecem expostos. Fontes http://www.kimeracakes.com/origem-do-cake-design Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

gam a estrelar reality shows. É o caso de Buddy Valastro, chef Américo italiano e proprietário da Carlo’s Bakery, em Nova Jersey, Estados Unidos. Valastro é o astro principal do programa ‘’Cake Boss’’ (exibido no Brasil pelo canal fechado TLC), que mostra a preparação de bolos temáticos em sua confeitaria e atualmente possui seis temporadas. No nosso país, o reconhecimento desses profissionais se dá por meio de exposições, como a Cake Design Expo, realizada anualmente em São Paulo.

de bolos e tortas. Participantes anteriores tiveram seus trabalhos exibidos em uma exposição organizada pela empresa no Crato, em 2013. Já o curso ofertado pela Profiautos, com duração total de 10 horas, requer aplicação de R$160, e está destinado não somente para iniciantes, mas também para quem já trabalha nessa área.

Aprendendo a arte

Mônica Claudino, cake designer: (85) 8699-2329 / monicaclaudino@live. com

Na capital cearense, há uma quantidade significativa de cursos oferecidos para quem quer ingressar nessa arte. No SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), por exemplo, o investimento é de aproximadamente R$280, para a carga horária de 40 horas, e o curso, disponível periodicamente, complementa outros de confecção e decoração

Serviço

SENAC Fortaleza – Centro (85) 3270-5400 Profiautos – Treinamento e Equipamentos: (85) 3223-8663

A chef fortalezense Mônica Claudino começou a se interessar pelo ramo da confeitaria em 2008 Foto: Mônica Claudino Cake Designers


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