Coletivo 11

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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR

FEVEREIRO/MARÇO DE 2014

Seminário discute arte contemporânea e seu direito autoral, visto a facilidade da reprodutibilidade técnica. Página 2

ANO 4 N° 11

Escola adota rádio como projeto educativo

As Crianças reforçam valores de responsabilidade e competência enquanto se divertem nas gravações

Programa de rádio cearense oferece oportunidade para crianças participarem de gravações em estúdio, possibilitando experiências profissionais e construtivas Andrezza Albuquerque e Fernanda Façanha

O programa Rádio Criança surgiu com o objetivo de preparar os jovens para o protagonismo juvenil e mostrar aos ouvintes que as crianças têm capacidade de transformar sua realidade, por conhecerem os desafios, os anseios, as leis, a educação e a cultura. “A rádio dá a elas esses elementos de conhecimento, permitindo que digam ao público o quanto é importante a vida, a família, a sociedade, a política, a educação, a partir de leituras e tarefas, tornando-se adultos responsáveis e cidadãos”, explica o padre Gilberto Silva, idealizador do programa. Também diretor da Rádio FM Dom Bosco, ele ressalta que o projeto surgiu tendo como base princípios salesianos. Inspirado na história de São João Bosco, que a partir de um sonho percebeu a sua

missão cristã de transformar a vida de crianças e jovens para no futuro tornarem-se adultos de bom caráter, padre Gilberto tomou a iniciativa de levar os ideais religiosos de bondade, fraternidade e companheirismo à juventude. O projeto foi colocado em prática no dia 25 de agosto de 2013 e, segundo os organizadores, já começou com a audiência elevada. Desde então, o horário de 9h às 10h30, nos domingos, é reservado para as edições da Rádio Criança. Edvânio Alencar e Nilcemar Linhares, além de participarem de outros programas na FM Dom Bosco, tomaram a frente do projeto e hoje são os animadores e organizadores do programa. Em 2012, Nilcemar Linhares, também assessora do Banco do Nordeste e locutora da Rádio, deu início ao projeto, convidando crianças do Colégio Dom Bosco e filhos de ouvintes e amigos da paróquia para participar do programa experimental. A partir de então, a notícia da criação da rádio atingiu rapidamente os bairros de Fortaleza e, hoje, várias crianças ouvem, participam e têm interesse de fazer

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Como tudo começou Aos nove anos de idade, Dom Bosco sonhou com uma briga entre seus colegas. Para ele, as blasfêmias não poderiam conduzir as pessoas para o céu. Incomodado, quis que os amigos parassem de brigar para viverem em harmonia. Mas, ao impedir a briga, ele age também de forma violenta. Aparece Jesus e o alerta que não será com pancadas que transformará esses jovens em amigos, mas com a mansidão. Além disso, Nossa Senhora o alerta que sua missão é transformar crianças que estão em risco em bons cristãos e honestos cidadãos. Então, ele cresce e esquece esse sonho, que, no futuro, relembra e percebe que a única forma de preparar os jovens em risco para assumir a responsabilidade de conduzir os outros era a partir do protagonismo juvenil. Com isso, surgem os Salesianos, composto por meninos de rua, órfãos, formando uma das maiores congregações religiosas do mundo; associação que possui escolas, universidades, orfanatos, creches, abrigos, paróquias, rádios e jornais, presente em 130 países. O trabalho deles foca no protagonismo juvenil e dessa ideia surgiu a Rádio Dom Bosco e o programa Rádio Criança.

Foto: Fernanda Façanha

parte da equipe. O número de crianças que se inscreveram para participar de uma edição do programa já passa de 100 e os organizadores afirmam que todas terão essa oportunidade, mas será priorizada a ordem da lista de inscrição.

Nilcemar Linhares

“O esperado é que elas identifiquem, na realidade que vivenciam, quais as coisas que não estão bem. Bolem ações que possam ajudar a resolver as questões, planejem e protagonizem” Organizadora do programa Rádio Criança

Quem faz a rádio A ideia de disponibilizar o espaço da rádio para crianças precede um futuro promissor às que pretendem permane-

cer no meio da Comunicação Social, como é o caso de Pedro Kaian, 11, um dos âncoras do programa. Ele diz que tem interesse em continuar na rádio, não só para evangelizar, mas para preparar e orientar, futuramente, outras crianças. Para Nathan Mota, 12, também âncora do programa, a Rádio Criança é o primeiro passo para o seu futuro como jornalista televisivo. “A rádio e a televisão não são muito distantes, por isso eu me aproximo da rádio e gosto de estar interagindo com as pessoas”, afirma motivado. O reconhecimento por parte dos ouvintes empolga e estimula as crianças que participam. “Nós andamos na rua, na escola e as pessoas apontam pra gente, nos reconhecem. Muitos dizem que nós vamos ser padres!”, afirma Pedro Kaian, que diz ser muito bem acolhido pelos ouvintes. Além do reconhecimento, Nathan comenta sobre a interação social em geral. “Aqui a gente faz novos amigos, não só da rádio, mas os ouvintes que gostam do nosso trabalho. Muitas pessoas nos reconhecem, olham pra gente e dizem: ‘olha o Nathan, o Pedro!’ E dizem também que

a gente faz muito sucesso!”, ressalta. A timidez também foi um problema resolvido rapidamente. Para as crianças, o início das atividades foi uma experiência diferente, mas também muito arriscada. “No começo, eu tive vergonha de trabalhar, mas depois as pessoas foram muito receptivas e eu fiquei logo amiga de todos”, afirma Isabella Dornelles, 11. Brincando, as crianças falam que, depois da rádio, tornaram-se muito mais comunicáveis, confiantes e receptivas. “Minha professora não sabe o que tenho pra falar tanto”, diz Pedro. Nilcemar relata que o principal objetivo da rádio é “despertar o protagonismo das crianças filhas de amigos ouvintes e de paroquianos”. Como efeito, isso despertou o interesse e atuação crescente das crianças, por meio de uma participação construtiva. “O esperado é que elas identifiquem, na realidade que vivenciam, quais as coisas que não estão bem. Bolem ações que possam ajudar a resolver as questões, planejem e protagonizem”, afirma a responsável pelo programa.


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